PROTÓTIPO DE UM DESTILADOR SUSTENTÁVEL PARA O LABORATÓRIO DE QUÍMICA DA UNIUBE, CAMPUS...
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III SEMINÁRIO DE PESQUISA
Campus Uberlândia – MG
PROTÓTIPO DE UM DESTILADOR SUSTENTÁVEL PARA O LABORATÓRIO
DE QUÍMICA DA UNIUBE, CAMPUS UBERLÂNDIA
BORGES1, K.; JUNIOR
2, W.P.D ;GODOI
3, G.H.; FRARE
3, C.T; BARROS
3, K.R;
TURINI3, C.
1Aluno apresentador.*,
2Aluno autor,
3 Professor Orientador
Instituto de Tecnologia (Engenharia Ambiental e Elétrica) Universidade de Uberaba/UNIUBE,
Uberlândia – MG
e-mail: [email protected]
RESUMO–O consumo de embalagens descartáveis tem aumentado gradativamente, devido
o conforto e facilidade que estes nos proporcionam no nosso cotidiano. Porém este tipo de
material demora cerca de décadas para decompor no meio ambiente. Com esta preocupação,
juntamente com a necessidade de aumentar a quantidade de água destilada consumida no
laboratório de química da UNIUBE, Campus Uberlândia, o qual requer um consumo de
energia elevada. Este trabalho propõe o desenvolvimento de um destilador sustentável, após
levantamento do consumo de água destilada ao longo do semestre para a execução das aulas
práticas do laboratório de Química da UNIUBE, Campus Uberlândia fabricado a partir da
reutilização de materiais descartáveis. Após o levantamento do consumo de água destilada,
cálculos teóricos utilizando a equação de Q = MCp(td – ta) quanto a temperatura obtida na
saída do fluxo de água do protótipo foram realizados, bem como valores de referência como
latitude da cidade de Uberlândia, ângulo do coletor solar e o coeficiente térmico da garrafa pet
foram também levados em consideração. O desenvolvimento do protótipo demonstrou a
viabilidade de futura aplicação do mesmo no laboratório de Química da UNIUBE, Campus
Uberlândia em susbstituição ao destilador convencional, minimizando o consumo de energia
elétrica e água. Além do baixo custo para confecção do coletor solar de 1m2
em torno de R$
80,00.
Palavras Chaves: Água destilada, minimização consumo de energia, reutilização de
embalagens descartáveis
INTRODUÇÃO
A energia solar pode ser utilizada
devarias maneiras. Segundo Bezerra, 2005,
no Brasil, dentre os sistemas térmicos que
têm como fonte energética a energia solar,
os sistemas de aquecimento de água com
coletores de placa plana são os mais
difundidos.
O nosso clima permite utilizar, na
maior parte das localidades, instalações
com circulação natural, onde a redução da
densidade da água aquecida produz o
movimento necessário à circulação da
mesma entre os coletores e o reservatório.
Conforme o mesmo autor, o
aquecimento da água para ser aproveitada
nas residências é feito com uma caixa
semelhante a uma estufa, coberta com
2
vidro. A radiação solar incide na parte
transparente do coletor. Parte dessa
radiação atinge a chapa de alumínio
pintada de preto no interior da caixa. A
pintura preta aumenta a absorção da
energia incidente.
A destilação convencional tem sido
criticada pelo alto consumo de água e gas-
to em energia elétrica para aquecimento. A
utilização do destilador de água nos labora-
tório é primordial na obtenção de água de
pureza no preparo das soluções minimi-
zando interferêntes em potencial, em con-
trapartida é um drama clássico dentro dos
laboratórios de análises químicas. Isso
porque o processo de purificação envolve
alto consumo de água e de eletricidade, já
que opera com ininterruptas sessões de
aquecimento e resfriamento, levando ralo
abaixo uma infinidade de litros de água.
Para que se obtenha 1 litro de água com
índice satisfatório de pureza, os destilado-
res convencionais chegam a consumir até
48 litros. Alternativas quanto a aplicação
de osmose reversa nos laboratórios tem si-
do utilizadas, porém apresentam alto custo
de manutenção. Portanto, o impasse ambi-
ental referente a essa demanda é algo pre-
mente tanto em escala industrial quanto
acadêmica. Segundo Kamogawa, estudos
realizados envolvendo radiação solar e ul-
travioleta propiciaram a idéia de utilizar o
aquecimento para promover a purificação
exigida pelas análises químicas, permitin-
do a variação necessária de temperatura
para excluir substâncias poluidoras. O ob-
jetivo do sistema é alinhar baixo custo de
produção e ambientalmente correto Nos
sistemas convencionais, para a produção
de 1 m3 de água destilada o custo estimado
é de R$ 280,00 (energia elétrica e água).
Com a proposta do equipamento estima-se
que esse custo possa ser até 20 vezes mais
baixo.
O objetivo do trabalho é propor o de-
senvolvimento do protótipo de um destila-
dor sustentável empregando radiação solar
e materiais descartavéis que será utilizado
no laboratório de Química da UNIUBE.
METODOLOGIA
Levantamento consumo água destilada
Para a construção do destilador sus-
tentável, foi realizado um inventário prévio
do dos roteiros de aulas praticas realizada
semestralmente na instituição, no Labora-
tório de Química, Campus Uberlândia con-
forme Tabela 01.
Tabela 01 – Relação de consumo de agua
destilada.
A partir deste levantamento, obser-
vou-se que o destilador sustentável, terá
que atender a capacidade de produzir 30
L/semestre de água destilada visando aten-
der a demanda do laboratório de química
somente para a execução dos roteiros de
aulas práticas. Totalizando os 54,2 L, a
água destilada excedente foi estimada em
24 L /semestre representa limpeza de vi-
draria e outras finalidades de manutenção e
operação do laboratório de Química da
UNIUBE.
Desenvolvimento do protótipo do
destilador sustentável
O equipamento, que foi montado
em laboratório, é um protótipo construído
com peças de aquecedor solar conforme
orientações de Alano (2006) visando o
posterior adequação para o destilador sus-
tentável conforme apresentado na Figura
01. Para a fabricação do destilador susten-
tável, utilizou-se os materiais 50 caixinhas
de leite longa vida de 1L, 60 garrafas pets
de coca cola 2L, 1 reservatório com capa-
cidade de 300L, 11 metros de cano PVC e
outros acessórios de para a tubulação (joe-
lhos, conexo em T, conexões em L).
Disciplina
Quantidade de
aulas práticas
Quantidade de
Água (L)
Bioquímica 4 6,5
Química Analítica 3 8,5
Química Inorgânica 6 20,6
Química Orgânica 4 9,5
Química Tecnológica 3 3,1
Outras finalidades 6
Total 20 54,2
3
Cálculos teóricos quanto ao dimen-
sionamento do protótipo e a temperatura
obtida na saída para armazenamento foram
realizados. Bem como valores de referen-
cia como latitude da cidade de Uberlândia
e coeficiente térmico da garrafa pet foram
considerados.
Figura 01- Esquematização da circulação da
água no sistema solar
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente, lavou-se todo o mate-
rial descartável, garrafas pets e caixinhas
de leite, retirando resíduos de leite e refri-
gerantes. Após secagem do material des-
cartáve, as caixinhas de leite foram pinta-
das com tinta preta fosca com o intuito de
aumentar a absorção de radiação solar con-
forme Figura 1 e dobradas para inserção na
garrafa pet.
Figura 1. Caixinha de leite pintada com
tinta preta fosca e dobradura específica.
Em seguida seguimos as orienta-
ções de Alano (2006), adotamos um único
tamanho para as garrafas pets de Coca Co-
la, ou seja com 22,5cm de comprimento e
com01 corte de 7cm na parte de baixo da
caixa, que servirá de encaixe do gargalo da
próxima garrafa conforme Figura 2.
Figura 2. Encaixe da caixinha de leite com
dobradura específica na garrafa pet.
Dobras específicas nas extremida-
des das caixinhas, aproveitando os vincos
das laterais da mesma, e com mais duas
dobras em diagonal na parte de cima para
que se amolde à curvatura superiorinterna
da garrafa, dando também sustentação à
caixa, mantendo-a reta conforme apresen-
tado na Figura 2. Em seguida, acoplaram-
se as garrafas pets encostada notubo de
PVC, e segindo recomentações de Alano
(2006), iniciamos a confecção do coletor
solar, cada barramento, superior ou inferi-
or, será composto c/ 10 conexões “T”e 10
distanciadores de 08 cm conforme Figura
3.
ÁGUA QUENTE
ÁGUA FRIA
4
Figura 3. Montagem do protótipo do cole-
tor solar.
Cálculos teóricos para o consumo
semestral de água destilada 30 L do labora-
tório de química utilizando a equação Q =
MCp(td – ta) quanto ao coletor solar foram
realizados considerando a radiação solar de
potência média de 0, 86 cal/cm2.min e a
condutividade térmica da garrafa pet de
0,16 w/mK, latitude da cidade de Uberlân-
dia de 18º55´23´´ e ângulo de posiciona-
mento de 30º em exposição a radiação so-
lar. Na verdade a consideração do ângulo
de inclinação no cálculo da área do coletor
supõe que a radiação solar chegue ao cole-
tor perpendicularmente ao plano deste, o
que em última análise permite uma redu-
ção da área do coletor em relação ao cálcu-
lo, considerando o coletor posicionado na
horizontal. Uma temperatura de saída de
água de aproximadamente 56 oC para uma
área de 1m2 (Bejan, 1996).
CONCLUSÕES
O desenvolvimento do protótipo
demonstrou a viabilidade de futura aplica-
ção do mesmo no laboratório de Química
em susbstituição ao destilador convencio-
nal, minimizando o consumo de energia
elétrica e água. Além do baixo custo para
confecção do coletor solar de 1m2
em tor-
no de R$ 80,00. Cálculos teóricos demons-
traram uma saída de tempreratura da água
de 70oC. Experimentos posteriores devem
ser complementados visando avaliar o con-
trole de qualidade da água obtida quanto
aos parâmetros físico-químicos. E compa-
rá-los ao destilador converncional. O traba-
lho proposto visa suprir também o empre-
go dos destiladores que utilizam radiação
solar que são quase inexistentes no Brasil.
Além do desafio para uma aceitação de
larga escala pela sociedade. Bem como
pesquisa e desenvolvimento de novos ma-
teriais e novas tecnologias, para que os
destiladores solares sejam mais eficientes e
acessíveis economicamente, se possível
com a utilização de materiais localmente
disponíveis. Além de incentivar a pesquisa
em institutos e universidades, por meio da
provisão de fundos adequados, conside-
rando que essa tecnologia aumenta a quali-
dade de vida da população assim como
melhora as condições ambientais, pois não
utiliza produtos químicos, combustíveis
fósseis nem eletricidade.
REFERÊNCIAS
AlANO, J.A., Manual aquecedor solar,
2006. Disponível
http://josealcinoalano.vilabol.uol.com.br/m
anual.htm.
BEJAN, A. 1996. Transferência de
Calor. Edgar Bluchen Ltda. São Paulo.
KAMOGAWA Marcos Y.. Destilador usa
energia solar. Revista Cyan. Notícia site
disponível http://www.esalq.usp.br/noticia
BEZERRA, A. M Pesquisador da Univer-
sidade Federal da Paraíba que tem diver-
sos trabalhos sobre destiladores sola-
res.Disponível http://www.les.ufpb.br/, em
05 jan. 2005.