Prótese Total Imediata
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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
PRÓTESE TOTAL IMEDIATA
Camila Romeiro
Felipe Teixeira
Lílian David
Lucas Rocha
Maressa Santos
Renata Chaves
Samuel Andrade
DIAMANTINA
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PRÓTESE TOTAL IMEDIATA
Camila Romeiro
Felipe Teixeira
Lílian David
Lucas Rocha
Maressa Santos
Renata Chaves
Samuel Andrade
Orientador:
Profº Dr. Mauro
Trabalho apresentado à disciplina de Prótese Removível II como
requisito exigido para aprovação da disciplina.
DIAMANTINA
2010
1.0 INTRODUÇÃO
A prótese dental, em todos os seus trabalhos, tem como a finalidade
uma total reabilitação e devolução das funções estomatognáticas, bem como
da estética do paciente (DOMITTI 1984). Assim, em casos específicos, como a
necessidade de extração múltipla de dentes remanescentes nas quais o
paciente não suporta a situação final da cirurgia, as próteses imediatas são
indicadas. Desta forma, a devolução da estética, fonética, mastigação e
convívio social pela prótese imediata, faz com que o paciente pós cirurgia fique
com características de pacientes dentados (SHIBAYAMA, 2006).
Por esses motivos é que a prótese imediata não deve ser encarada
simplesmente como uma alternativa inevitável a uma Odontologia mais
conservadora e sim um tipo de reabilitação que requer mais conhecimentos,
habilidades e critérios de que a PT convencional, freqüentemente
apresentando um resultado desconcertante para o profissional. Portanto, para
se obter uma bom resultado do tratamento, minimizando o comprometimento
da qualidade de vida do paciente com a perda dos dentes naturais, o cirurgião-
dentista precisa compreender as conseqüências de se subestimar as
dificuldades inerentes a esse tipo de tratamento ( TELLES, 2003).
2.0 HISTÓRICO
As dentaduras imediatas não constituem prática moderna, pois já eram
conhecidas no fim do século passado, e não se sabe quem foi o primeiro a
realizar tal trabalho. Segundo Benedett,Rodrigues em 1861, Atkinson em 1863,
e Herbast, um pouco mais tarde, se preocuparam com essa modalidade de
trabalho protético.
A primeira publicação acerca de dentaduras imediatas de que se tem
notícia, segundo Wustrow, é de Scheff em 1893. A partir dessa época, vários
autores têm tratado do assunto, como Fletcher,Doxtater,Kazajian e outros,
mas, a nosso ver, as dentaduras imediatas se tornaram exeqüíveis, tendo
alcançado êxito somente depois de Sears, que em 1923 introduziu o uso do
guia cirúrgico, na instalação das dentaduras imediatas.
Atualmente, e graças aos estudos de inúmeros autores, de um lado, e
ao aparecimento de novos materiais, como resina incolor, resina de
polimerização ativada quimicamente e resinas resilientes, a prática de
dentaduras imediatas, tornou-se acessível a todos os dentistas.
3.0 DEFINIÇÃO
De acordo com o glossário de termos protéticos, prótese imediata pode
ser total ou parcial removível confeccionada para ser instalada imediatamente
após a extração dos dentes naturais5.
4.0 INDICAÇÕES
As indicações1 para Prótese Total Imediata são:
Idade e estado geral de saúde;
Condições psicológicas favoráveis;
Periodontopatias em estado muito avançado;
Pacientes que ainda possuem dentes naturais ou mesmo prótese,
completando arco dentário quer superior ou inferior e necessita adaptar
uma prótese total;
Quando da indicação da extração de dentes remanescentes de um
indivíduo.
5.0 CONTRA-INDICAÇÕES
As contra-indicações1 para Prótese Total Imediata são:
Paciente que se submete a radioterapia, pois o uso de uma dentadura
poderia levar a osteorradionecrose;
retenções ósseas como tórus e exostoses, mucosa hiperplásica e
inserções musculares e freios hipertrofiados;
os doentes mentais, pacientes diabéticos, cardíacos, hemofílicos,
histéricos e idosos com saúde debilitada;
pacientes com defeito congênito ou adquirido na área chapeável que
possa influir na estabilidade e retenção do aparelho;
Pacientes com alterações patológicas que requeiram grande remoção de
tecido.
6.0 VANTAGENS
6.1 VANTAGENS ANATÔMICAS
Evita perda de dimensão vertical de oclusão;
Previne traumatismo sobre ATM;
Impede colapso labial e o afundamento das bochechas;
6.2 VANTAGENS FUNCIONAIS
Possibilita atividade normal da musculatura;
Evita transtornos fonéticos;
Facilita mastigação;
Reduz os reajustes dietéticos e digestivos;
6.3 VANTAGENS ESTÉTICAS
Impede colapso facial, evitando o arqueamento da linha de
selamento dos lábios e comissura, condição que dá aspecto de
envelhecimento;
6.4 VANTAGENS PSICOLÓGICAS
Elimina a humilhação que os pacientes sofrem ao se apresentarem
sem os dentes;
Permite manter o equilíbrio emocional, facilitando a continuidade da
vida social;
Facilita a decisão de sacrificar os dentes naturais, quando
necessário;
Reduz os transtornos pelos quais passa o paciente para se
acostumar com uso de um PT, evitando uma fase de adaptação entre
uma suposta condição de desdentado sem usar prótese para uma de
usuário de prótese;
Permite a continuidade das atividades sociais;
6.5 VANTAGENS PÓS CIRÚRGICAS
Protege as feridas cirúrgicas contra agressões bucais;
Promove melhor cicatrização
7.0 DESVANTAGENS
Alguns cuidados pós-operatórios;
Trabalho adicional;
Custo adicional;
Não há possibilidade de realizar provas estéticas;
Menor ajuste;
Perda temporária da fixação;
Substituição da prótese após 3 meses.
8.0 CLASSIFICAÇÃO DAS PRÓTESES TOTAIS IMEDIATAS
8.1 PRÓTESE TOTAL IMEDIATA COM FACE LABIAL TOTAL
É uma prótese convencional cujo aspecto vestibular é idêntica a uma
dentadura mediata convencional. Freqüentemente necessita de preparo
cirúrgico da boca (remoção óssea) e o preenchimento na região labial. Pode
ocorrer reabsorção óssea tornando a borda anterior traumática, necessitando
constantes ajustes por desgaste. Já a face labial da Prótese Total Imediata é
mais estável, o que aumenta a possibilidade de reembasamentos ,melhorando
a sua estética.
8.2 PRÓTESE TOTAL IMEDIATA COM FACE LABIAL PARCIAL
Esse tipo de PTI apresenta a construção de apenas a parte inicial da
vertente vestibular labial, acima do bordo cervical dos dentes artificiais. Não
necessita de cirurgia óssea ou retalho de tecidos, pois não atinge áreas
retentivas do processo alveolar.
8.3 PRÓTESE TOTAL IMEDIATA SEM FACE LABIAL
Esse tipo tem seus dentes anteriores montados com sua face cervical
apoiada diretamente sobre o rebordo alveolar, numa montagem semelhante ao
de uma prótese parcial fixa anterior. Do ponto de vista cirúrgico, esse tipo de
prótese são mais conservadoras e apresentam melhores resultados estéticos já
nas primeiras semanas de sua instalação, mas falham em manter um suporte
adequado para os lábios quando apresentar uma reabsorção óssea por
vestibular.
9.0 PRÓTESE DE TRANSIÇÃO
Uma outra alternativa semelhante à prótese imediata é a de transição,
mais simples e não menos eficientes. Consiste no aproveitamento e duplicação
dos dentes naturais bem posicionados, das próteses parciais removíveis ou
fixas. Sua vantagem em relação à prótese total imediata está na maior
previsibilidade que se pode ter a respeito do resultado final do trabalho.
10.0 PRÓTESE TOTAL IMEDIATA: CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
10.1 EXAME CLÍNICO E PRÉ-CIRÚRGICO
Para a confecção de uma Prótese Total Imediata deve-se fazer um
exame clínico munucioso, anamnese, tomadas radiográficas e modelo de
estudo. Dentro do exame clínico é importante observar o número e o estado de
cada dente remanescente tanto na porção coronária quanto na radicular1. No
rebordo posterior desdentado se verifica a sua coloração, extensão, espessura
e altura. Através de radiografias periapicais e oclusais, deve-se verificar nos
dentes superiores e inferiores, bem como nos rebordos alveolares, se existem:
cáries, condutos parcialmente obturados, dentes inclusos, cistos, raízes
residuais3.
10.2 MOLDAGEM E CONFECÇÃO DE MODELO
Para confecção de uma dentadura imediata deve-se realizar uma
moldagem anatômica ou preliminar seguida da moldagem funcional ou
definitiva.
10.2.1 MOLDAGEM ANATÔMICA
A moldagem anatômica é feita com alginato, sendo considerada uma
moldagem ativa e dinânica. Inicialmente é preciso fazer a seleção da moldeira
de estoque para alginato superior e inferior. A moldeira maxilar deve cobrir a
área chapeável totalmente e guardar um espaço de 0,5 cm no mínimo entre a
parede da moldeira e o rebordo alveolar. Já a moldeira inferior, deve ajustar
folgadamente em toda a extensão do arco e cobrir as regiões dos terceiros
molares4.
A primeira moldagem tem como finalidade obter um modelo de estudo,
tendo uma visão panorâmica das estruturas bucais, servindo para diagnóstico,
orientação da área chapeada, delimitação e orientação na confecção da
moldeira individual, além da seleção do material a ser usado1.
10.2.2 CONFECÇÃO DA MOLDEIRA INDIVIDUAL
A moldeira individual é feita através do modelo anatômico confeccionado
na primeira moldagem. Deve ser feita a delimitação da área chapeável para
obter a extensão da moldeira individual. Essa delimitação é feita com lápis
cópia aliviando todas as inserções musculares. Essas moldeiras são
confeccionadas de resina acrílica de autopolimerização4.
10.2.3 MOLDAGEM FUNCIONAL
É realizada uma moldagem pela técnica mista. Primeiramente, faz-se
selamento periférico com godiva de baixa fusão. Logo após, molda-se a parte
posterior desdentada com pasta zincoenólica. Na parte anterior da moldeira
individual são confeccinadas perfurações para realização da moldagem da área
dentada com alginato. Após a moldagem funcional, é confeccionado o modelo
definitivo4.
10.2.4 CONFECÇÃO DA CHAPA DE PROVA
As chapas de prova são confeccionadas em resina acrílica de
autopolimerização incolor4.
10.3 DETERMINAÇÃO DA OCLUSÃO CENTRAL
Os planos de cera são colocados sobre as áreas desdentadas e a chapa
de prova é levada a boca do paciente. Os planos de cera são acertados de
modo que fiquem a altura dos dentes remanescentes nas partes anteriores e
nas partes posteriores formem os planos ascendentes. A confecção dos planos
de cera para a chapa de prova são iguais tanto para o arco inferior quanto para
o arco superior. Após levar a chapa de prova a boca do paciente, pede-se ao
mesmo para fechar a boca devagar para ajuste dos planos e obtenção dos
contatos dos dentes em oclusão cêntrica4.
Com o auxilio do arco facial fixado aos roletes posteriores, devemos
transferir o modelo da maxila para o articulador. Ainda se utilizando da base de
prova e dos roletes, voltamos ao paciente para obtenção de DVO e RC para
montagem do modelo mandibular1. Os planos superior e inferior são fixados
com grampos.
Partindo-se dos modelos articulados iniciam-se a montagem dos dentes
pela área desdentada anterior.
10.4 MONTAGEM DOS DENTES
De posse dos dentes selecionados, a montagem é uma operação
relativamente fácil, mas devemos sugerir certos pricípios de articulação e
oclusão. Outro princípio de montagem é aquele que quanto maior o contato das
cúspides dos dentes, maior é a relação e a estabilidade da prótese imediata3.
Os dentes posteriores deverão se harmonizar em tamanho com os pré-
molares e molares antagonistas. Os dentes anteriores deverão imitar a forma,
tamanho e cor dos dentes remanescentes. Instalamos o primeiro e segundo
pré-molar, o primeiro e segundo molar progressivamente, posicionando-os, de
modo que fiquem em contato durante as excursões excêntricas da mandíbula.
Estando alinhados passa-se a montagem do outro lado1.
Os dentes posteriores superiores e inferiores deverão articular
perfeitamente entre si e os sulcos dos dentes posteriores deverão situar sobre
a linha de força mastigatória, ou seja, sobre o rebordo alveolar inferior3.
Na prova da base de prova e dentes posteriores superiores, com a
prótese removível inferior, devemos verificar a oclusão dental dos dentes
posteriores, e a dimensão vertical de oclusão3.
Após a prova dos dentes posteriores, superiores e inferiores, voltamos o
conjunto no articulador. Com um alicate, faca de gesso ou canivete e lixa,
recortamos os dentes anteriores remanescentes superiores em gesso,
arredondando o rebordo alveolar superior. Colocamos cera rosa nesta região,
complementando a base de prova posterior3.
Iniciamos a montagem dos dentes anteriores superiores, articulando e
ocluindo perfeitamente com os dentes antagonistas, Se for necessário,
podemos rearticular os dentes para dar uma perfeita oclusão dental,
beneficiando futuramente3.
É preconizado demarcar o modelo utilizando a sonda periodontal
milimetrada, registrando sobre o mesmo a profundidade das bolsas
periodontais, de forma a delimitar o recorte do gesso evitando reduzir o osso
alveolar. Com esta demarcação e com os dentes artificiais posicionados inicia-
se a substituição dos dentes do modelo pelos dentes de resina acrílica, que
segundo Walber9 o uso destes dentes de resina acrílica é preferível, pois
permite seu desgaste, caso haja processo proeminente1.
Um método para substituição dos dentes é cortá-los de um hemiarco ou
todos os anteriores de uma só vez. Feita a substituição, realiza-se a ceroplastia
e inclusão em mufla. Deve-se ainda regularizar o modelo com auxílio de pedras
montadas, facas de gesso e espátula Le Cron, sempre respeitando a
demarcação um milímetro aquém da linha contínua, o procedimento cirúrgico
de extrações dos dentes remanescentes e osteotomia se necessário, deverá
seguir a planificação feita sobre o modelo de gesso1.
10.5 ENCERAMENTO E INCLUSÃO
O enceramento é feito com cera rosa, colocada nos colos dos dentes,
nos festões gengivais,espaços interdentais, em toda a vertente dos rebordos,
na sua parte vestibular e lingual, com o Le Cron, espátula para cera e uma
escova de dente damos o acabamento final da escultura.
A inclusão da prótese imediata é igual à da prótese total. Coloca o
modelo final na parte da mufla e fixa com gesso. Isolar o gesso, colocar a parte
da contra-mufla na mufla, preparar gesso e verter sobre o modelo final, esperar
a tomada de presa do gesso, colocar em uma panela com água quente, abrir a
mufla, eliminar a base de prova de cera, lavar bem o modelo final.
Antes de prensar a resina de lenta polimerização, devemos moldar o
modelo final superior de dentro da mufla, confeccionar o modelo, preparar a
resina de rápida ou lenta polimerização(deve incluir o modelo em gesso), e
confeccionar um guia cirúrgico incolor.
Agora, devemos isolar todo o gesso da mufla, preparar quantidade
suficiente de resina de lenta polimerização rosa, esperar sua fase plástica,
colocar a prensa sobre o modelo, fechar a mufla, colocar no polimerizador.
Após a polimerização da prótese imediata superior, abrimos a mufla,
com pedra para acrílico, lixa, escova de pano, pedra pomes e Kaol, dar
acabamento e polimento final.
Nota: os mesmo passos acima citados serão feitos para a confecção da
prótese removível inferior.
10.6 CONFECÇÃO DO GUIA CIRÚRGICO
Para confecção do guia cirúrgico, na fase da remoção da cera da mufla
para condensação da resina acrílica, molda-se o modelo contido na mufla, com
alginato e reproduz-se o modelo. Sobre o modelo-cópia, adapta-se em toda a
área chapeável uma lâmina de cera rosa e inclui-se em seguida na mufla4.
Depois da presa do gesso, a mufla é levada a água quente onde
procede-se a lavagem da mesma. As partes internas da mufla são isoladas
com “cel-lac” e a seguir realiza-se a condensação da resina incolor4.
A chapa de resina acrílica transparente que obtêm-se após a
polimerização e acabamento é o que se chama guia cirúrgico. Este guia vai
orientar o trabalho de alveolotomia no ato da instalação da dentadura. Ele
permite através da transparência da base incolor localizar facilmente o ponto
exato da escoriação durante todo o período do controle pós-operatório.
Finalmente, permite ao profissional ter uma visão do panorama geral da
adaptação do aparelho4.
O guia cirúrgico na etapa de instalação da PTI é fundamental, visto que
possibilita a adequação da base da prótese ao leito cirúrgico, evitando
pressões indevidas sobre a mucosa1.
10.7 CUIDADOS PRÉ- INSTALAÇÃO
Além de todos os cuidados inerentes a cirurgia bucomaxilofacial, deve-
se esterilizar a própria prótese (que vai entrar em contato com a ferida
cirúrgica), o guia cirúrgico, bem como todos os artefatos que possam vir a ser
utilizados para realizar pequenos ajustes prótese, tais como brocas e polidores.
A esterilização deverá ser obtida com um meio químico, preferencialmente não-
alcoólico, como uma solução de glutaraldeído.
10.8 CUIDADOS PÓS-INSTALAÇÃO
Na primeira sessão (ato da entrega) não foi realizado reembasamento e
nem ajuste oclusal. Paciente deve ser orientado a cuidados pós operatórios
como:
a) não retirar o aparelho de maneira alguma nas primeiras 48 horas e
nem ocluir forçando a dentadura para evitar a sobrecompressão na ferida
cirúrgica;
b) Em caso de dor, instruir o paciente quanto a utilização de analgésicos
adequados;
c) Ingerir alimentação líquida e fria nas primeiras horas;
d) Aplicar bolsa de gelo durante algumas horas, com intervalo de 15
minutos1.
Na Segunda visita, 48 horas após a entrega da prótese, é realizada a
higiene deste, com água e sabão. Deve-se também realizar a higienização da
boca, com uma solução fisiológica, evitando tocar na ferida1.
Na Terceira visita, uma semana após a entrega, realizar os primeiros
ajustes oclusais, como também, recomendar ao paciente as seguintes
instruções:
a) Retirar o aparelho duas a três vezes ao dia para higienização;
b) Quanto à alimentação, o paciente deverá gradativamente retornar a
sua rotina normal, mastigando qualquer tipo de alimento;
c) Se nada acontecer após a terceira visita, o paciente deverá retornar
ao consultório para remover os pontos da cirurgia e eventuais novos retoques
podem ser realizados1.
Durante a terceira visita, o cirurgião dentista pode definir através do
reembasamento do aparelho (prótese total imediata) ou pela confecção de uma
outra prótese total definitiva1.
Muitas vezes, a prótese total imediata começa a perder a retenção,
sendo assim, necessário à confecção de uma prótese definitiva após algumas
semanas1.
Mediante a evolução tecnológica, os cirurgiões - dentistas têm
empregado os laseres de baixa potência que possuem um efeito
eminentemente analgésico, antiinflamatório e bioestimulante, além do que, sua
luz proporciona um aumento da microcirculação local e drenagem do fluído
gengival. Sendo assim uma ferramenta útil no pós-operatório imediato
anteriormente à colocação da PTI1.
10.9 DENTADURAS IMEDIATAS: INSTALAÇÃO
10.9.1 EXTRAÇÃO E ALVEOLOTOMIA
A alveolotomia extensa e excessiva é contra indicada, sempre que
prejudique o resultado final do trabalho. É preferível sacrificar algum tecido
ósseo alveolar sempre que esteja em jogo a estabilidade ou a estética da
dentadura4.
A extração é feita sob anestesia por condução, tendo-se o cuidado de
não fraturar as raízes, em seguida recorta-se levemente os septos ósseos
interalveolares. Em seguida, colocamos o guia cirúrgico na boca do paciente
para verificação de sua adaptação, fazendo-se leve compressão sobre a
mesma4.
Esta comprimirá a mucosa da área chapeável e as porções que estão
altas tomarão o aspecto esbranquiçado, devido a isquemia4.
O guia cirúrgico é removido; em seguida faz-se uma alveoloplastia e o
guia cirúrgico é novamente experimentado. A etapa é repitida até se conseguir
uma perfeita adaptação, isto é, até que não haja nenhuma área de isquemia.
Assim, a custa do guia cirúrgico, adaptaremos a boca do paciente a dentadura
já pronta4.
No caso de estar empregando a dentadura totalmente de resina incolor a
verificação da parte alta do rebordo alveolar para orientar a alveolotomia faz-se
com o próprio aparelho e à custa da compressão exercida pelos dentes na
posição de oclusão central. A experiência tem mostrado que essa maneira de
proceder leva vantagens sobre aquela de comprimir com os dedos devido a
distribuição uniforme de força4.
Muitos cirurgiões deslocam extensamente o mucoperiósteo, indo até o
fundo de saco vestíbulo, para fazer uma simples alveolotomia. Segundo
Centeno, essa pratica é um erro, porque, além de outros inconvenientes, pode
ocasionar a diminuição do fórnix, o que prejudica a retenção do aparelho
protético4.
Após o ajuste da boca do paciente ao guia cirúrgico os retalhos são
suturados e a dentadura é colocada imediatamente4.
A alveoloplastia antes da extração é contra-indicada, isso porque evita o
desperdício do precioso rebordo alveolar, muito importante para a estabilização
da prótese4.
10.9.2 INSTALAÇÃO DA DENTADURA
Terminada a intervenção cirúrgica, instalamos, cuidadosamente, o
aparelho protético na boca. A verificação da oclusão e o balanceio não podem
ter sido alterados. Por meio do papel carbono, constata-se qualquer
anormalidade para corrigir os defeitos. Terminado esse trabalho o paciente é
dispensado e deve seguir rigorosamente as indicações pós operatórias4.
10.9.3 REEMBASAMENTO
A maioria dos autores acha que o reembasamento do aparelho ou a
confecção de um outro “definitivo” deverá ser feito depois de passado no
mínimo um e no máximo quatro meses, conforme o estado de cicatrização4.
Geralmente decorrido esse período, a dentadura começa a perder a
retenção; então, providenciar a reembasamento, segundo as técnicas
convencionais ou confeccionar uma nova4.
Muitas vezes, mesmo depois de quatro meses de uso, a dentadura
imediata continua com retenção. Nestes casos, se no ato cirúrgico da inserção
do aparelho a remoção do tecido ósseo foi mínima, o paciente poderá continuar
usando o aparelho por mais tempo; mas, se houve alveolotomia extensa,
devemos obrigatoriamente reembasar. Neste segundo caso, mesmo que o
aparelho esteja com retenção, a parte do rebordo correspondente a
alveolotomia já estará reabsorvida. O espaço assim formado vai sendo
preenchido por uma mucosa flácida. Essa mucosa móvel, na parte anterior do
rebordo alveolar, traz um grande problema na estabilidade da futura dentadura.
Para evitar a formação dessa mucosa, é que indica-se o reembasamento ou
confecção de uma nova prótese4.
Muitas vezes a dentadura imediata começa a perder retenção logo
depois de alguma semanas. A fim de contornar essa instabilidade do aparelho
temos utilizado a resina acrílica de polimerização ativada quimicamente para
efetuar o fecho periférico e “ post-dammig”, conforme o caso4.
REFERÊNCIAS
3 DOMITTI, S. S.; et. al. Prótese total: novos métodos e técnicas. editora Santos,
1984.
4 TAMAKI, T.; Dentaduras completas. Editora Sarvier, Ed. 3, São Paulo, 1977.
??GOMES, V. L.; et. al. Prótese removível total imediata utilizando os dentes naturais
do paciente. Rev. IPEO Odontologia, v. 1, n.1, p. 1-64, 2007.
2MARCHINI L.; SANTOS, dos J. F. F.; CUNHA, da V. P. P.; Prótese total imediata:
considerações clínicas. Rev. Robrac, v. 9, n. 27, p. 45-49,2000.
1SHIBAYAMA, R.; et. al. Próteses totais imediatas convencionais. Rev. Odontológica
de Araçatuba, v.27, n.1, p. 67-72, 2006.
5TELLES, D.; HOLLWEG, H.; CASTELLUCCI, L. Prótese total convencional e sobre
implantes. editora Santos, São Paulo, 2003.
??TURANO, J. C.; TURANO, L. M.; Fundamentos de prótese total. editora Santos,
ed. 5, São Paulo, 2000.