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Proteger o ambiente valorizando o lixo A gestão dos resíduos plásticos nas cidades africanas

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Proteger o ambiente valorizando o lixo

A gestão dos resíduos plásticos nas cidades africanas

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A Região Piemonte começou em 1997 um Programapara a segurança alimenta a luta contra a pobreza na

África subsariana respondendo ao pedido de apoio lançadono ano anterior pela FAO que visava implemenaar acçõesconcretas para combater a fome no mundo. Actualmente, oPrograma abrange nove países africanos (Burkina Faso,Senegal, Mali, Niger, Cabo Verde, Benin, Mauritânia e Costado Marfim, Etiópia) e realiza uma série de intervenções deapoio ao desenvolvimento rural, económico e sócio-sanitá-rio, tendo consciência da fundamental contribuição que taisacções podem oferecer às administrações locais. A estratégia de intervenção da Região para a cooperaçãoao desenvolvimento baseia-se na metodologia da coopera-ção descentralizada; uma profunda troca de competências,experiências e recursos entre as entidades públicas e priva-das de um país (ou de uma região) e os seus correspecti-vos de um país estrangeiro. Este intercâmbio realiza-se noâmbito de um quadro institucional compartilhado, criadopelas autoridades locais, que permite valorizar as contribui-ções originais das entidades envolvidas aumentando oimpacto de cada iniciativa. Tal estratégia permitiu colaborarcom as entidades locais e com a sociedade civil, apoiandoa criação de redes entre as diferentes personalidades eenvolvendo também entidades que normalmente não seocupam de cooperação, mas que possuem competênciasúteis para as diferentes actividades do projecto. Até hoje, aactividade global no âmbito da cooperação internacionalpode resumir-se nestes números, que colocam a RegiãoPiemonte entre as primeiras em Itália por importância definanciamentos disponibilizados:• financiamento de projectos em aproximadamente 50

Paises;• gestão de cerca de 150 projectos por ano;

• investimento anual de recursos próprios de mais de 6milhões de Euros;

• activação de ulteriores recursos além do “SistemaPiemonte” equivalente a 7 milhões de Euros por ano;

• utilização de financiamentos nacionais e internacionais;Numerosos projectos financiados no âmbito destePrograma, apresentados pelas ONGs, pelas entidadeslocais e também pela direccção regional, enfrentam o pro-blema dos resíduos urbanos, identificado como sector prio-ritário pelos parceiros africanos que salientaram comoactualmente a degradação ambiental provoca novas formasde pobrezas. Graças ao sucesso destas experiências, nomês de Maio de 2007, a Região Piemonte deu início à Mesade trabalho Ambiente, Piemonte & Sahel que envolve ONGsMunicípios, Províncias, Associações, Universidades eEmpresas empenhadas na gestão dos resíduos na RegiãoPiemonte e/ou envolvidos em actividades de cooperaçãono Sahel. Trata-se de uma estratégia inovadora, que liga emsinergia entidades de diferente natureza. Esta diversidadetorna-se preciosa para capitalizar as boas práticas, elaborarideias e perspectivas originais e dar respostas ainda maiseficazes e adequadas.

A Conferência, a direcção regional, é dirigida pela Ong LVIA,em acordo com as Ong CISV e RETE.

Participam: COP, RE.CO.SOL, Co.co.pa, Município de Turim,Galliate, Moretta, Carmagnola, Fossano, Piossasco, Vinovo,Pinerolo, Província de Cuneo, Fratelli da Sacra família deChieri, Cidiu SpA, Amiat SpA, CIFA Ong.

Ambiente, Piemonte & Sahel

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ácio Devido à rápida urbanização da África subsariana,

muitas entidades do Piemonte empenhadas na soli-dariedade internacional escolheram alargar a sua estratégiade acção para enfrentar os problemas sofridos pela popu-lação que, sempre mais numerosa, enche as cidades afri-canas. Em muitos contextos, os fluxos migratórios internosencontraram impreparadas as administrações locais, tendocomo resultado o rápido crescimento de inteiros bairrossem nenhum serviço básico. Os habitantes são os “novospobres”: famílias que, emigradas das zonas rurais, seencontram a viver em condições de degradação nas áreasmais periféricas das cidades. A primeira experiência foi realizada no Senegal pela Ongpiemontesa LVIA: em 1995, durante algumas sessões deanimação nas periferias de Thiès, no Senegal, os habitan-tes do bairro Silmang pediram apoio na procura de solu-ções para os problemas ligados à dispersão do lixo plásti-co. Nas cidades africanas tinha, de facto, aumentado deuma forma repentina o uso do plástico: objectos de usodiário, mais económicos em relação aos mesmos produtosfabricados com madeira ou com o metal: as embalagens,

especialmente os sacos, altamente poluentes devido àspéssimas características de produção mas cada vez maisutilizados nas lojas e nos mercados, em substituição dasembalagens naturais como as cestas e os tecidos. O plás-tico estava a invadir o ambiente, as casas e os campos. A poluição produzida pelo plástico era consideradacomo fonte de perda económica e de insegurança ali-mentar devido ao empobrecimento dos terrenos, comconsequente redução da produção agrícola, ao incremen-to da mortalidade de animais domésticos por ingestão desacos e à poluição dos lençois de água.

A LVIA iniciou assim as primeiras actividades de valorizaçãodo plástico, que alguns anos depois levaram à realizaçãodo primeiro Centro para o tratamento e a valorizaçãodos resíduos plásticos, que actualmente funciona hámais de dez anos, oferecendo oportunidade de traba-lho, de aumento do rendimento e de sensibilizaçãoambiental.Hoje a África é a maior área interessada pelo fenómenoda urbanização: um recente relatório da UN Habitat reve-

Cidades e novas pobrezas

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lou que até 2030 a população urbana no continente iráduplicar, chegando quase a 760 milhões de pessoas. Jáem 2015 – segundo o relatório – serão 53 as cidades afri-canas que ultrapassarão um milhão de habitantes. Sãosobretudo os jovens que migram para as cidades, embusca de um trabalho e de uma estabilidade económica.Muitos governos africanos avaliam estas tendências paragarantir infra-estruturas e planos de desenvolvimentourbanístico adequados, e muitos municípios estão aempenhar-se para a preparação de estratégias de recolha,de tratamento e escoamento do lixo adequadas à realida-de e às necessidades locais.

Considerando a crescente atenção dada a esta problemáti-ca, o sistema da cooperação piemontês, no âmbito do“Programa de segurança alimentar e luta contra apobreza na África Subsariana” instituído pela RegiãoPiemonte, apoia os municípios africanos na preparaçãoe gestão das políticas ambientais. Neste âmbito, inse-rem-se as intervenções propostas pela LVIA que, depois daelaboração de estudos técnicos dos contextos sociais e

económicos locais, promovem a reciclagem das matériasplásticas como instrumento de luta à pobreza e comoâmbito de economia social e sustentável e educaçãoambiental para o crescimento da consciência colectiva danecessidade de uma gestão racional dos resíduos plásticos.A proposta, devido às suas múltiplas implicações (ambien-tal, económica, social, educativa) despertou o interesse demuitas cidades africanas e diferentes municípios se dirigi-ram à LVIA para avaliar a viabilidade de intervenções seme-lhantes. Até hoje foram realizados Centros de valorizaçãodos resíduos plásticos em Moçambique, na Mauritânia e,tendo o apoio do “Programa Sahel”, em Burkina Faso e noSenegal. Tendo em conta o resultado das actividades em África,foram promovidos em Itália movimentos de informação esensibilização que levaram ao nascimento de relações decooperação descentralizada e intercâmbios institucionais,educativos e técnicos entre municípios, associações,empresas, escolas italianas e africanas visando, por umlado, melhorar a fileira da reciclagem do plástico e, poroutro lado, difundir uma consciência ambiental global.

Cristina Daniele da LVIA com as mulheres da Associação que gere o Centro de valorização do plástico de Ouagadougou, Burkina Faso

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Os Centros de valorização do plástico

Senegal desde 1998 na cidade de Thiès (70 Km de Dakar) está acti-vo o centro de tratamento e valorização do plástico Proplast.Desde 2002 um centro semelhante foi inaugurado na cida-de de Kaoloack (190 Km de Dakar). Thiès, bairro Silmang Kaolack, bairro Kundam

Moçambique desde 2006 a LVIA trabalha na maior lixeira da capital Maputoatravés das actividades realizadas pela Recicla, o Centro detratamento e valorização do plástico; desde 2008 pelaFertiliza, o Centro de tratamento e valorização dos resíduosorgânicos e pelo projecto “Crianças da lixeira” com um cen-tro de animação e integração escolar para os mais pequenosfrequentadores da lixeira.Recicla e Centro Crianças: Bairro de Hulene B, MaputoFertiliza: Bairro do Ferroviário, Maputo

Burkina Fasodesde 2005 está activo um Centro de tratamento e valori-zação do plástico na capital OuagadougouSetor 23, Distrito Nongr-Massom, Ouagadougou

Mauritâniadesde 2005 está activo em Nouakchott o projecto Zazoupara a valorização do plástico através da abertura de umCentro de tratamento e valorizaçãoZona Hay Saken 1, Darnaim, Nouakchott

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Osistema de valorização do plástico promovido pelaLVIA, através de um particular tratamento técnico,introduz novamente os objectos que se tinham

tornado em lixo no circuito produtivo. O produto final doprocesso de valorização nos Centros é constituído por plás-tico moído e granulado (dependendo do tratamento espe-cífico), vendido às empresas e Centros artesanais do sec-tor, que o utilizam como matéria prima para a produção denovos objectos.Este sistema tem como objectivos prioritários melhorar asalubridade do ambiente urbano e das periferias subur-banas, reduzir a pobreza e responder às necessidadessociais locais, educando tendo em conta a sustentabili-dade ambiental. Nas periferias das cidades, caracterizadasainda por um ambiente semi-rural, valorizar os resíduosplásticos significa também tutelar a segurança alimentar:porque se protegem os solos, que em contacto com oplástico se tornam menos férteis, e porque se protegem osanimais, que podem morrer sufocados ao engolir os sacosde plástico espalhados pelos campos.

Os Centros de valorização dos resíduos plásticos representam:

Uma oportunidade de empreendedoraambiental e socialOs Centros oferecem a ocasião para pro-mover formas de economias sustentá-veis, que respeitem o ambiente e asnecessidades sociais. Soluções eco-nómicas adequadas aos contextoslocais.

Uma oportunidadepara os municípiosOs Centros reforçam os planos dedesenvolvimento urbano elabora-dos pelos municípios, responsáveispela qualidade de vida dos cidadãos.

Uma oportunidade de rendimento para apopulaçãoOs Centros adquirem os resíduos plásticos da população,que tem assim a possibilidade de reforçar o rendimentofamiliar graças à actividade de recolha de resíduos.

Uma oportunidade de trabalhoOs Centros criam oportunidades de trabalho para as faixassociais vulneráveis, promovendo a formação, o acompanha-mento profissional e a auto-organização em cooperativas.

Uma oportunidade para as mulheresSão sobretudo as mulheres a serem empregadas nosCentros: aqui encontram uma possibilidade de crescimen-to profissional e de integração social.

Uma oportunidade de educação ambientalNos Centros são desenvolvidos programas de educação einformação sobre temas de desenvolvimento sustentável,com animações nos bairros, espectáculos teatrais e musi-cais, comunicações de rádio e televisivas, campanhas epercursos didácticos nas escolas.

Uma oportunidadede intercâmbio entre comunidades

italianas e africanasOs intercâmbios institucionais, técnicos

e educativos entre municípios,empresas, associações e escolasque surgiram nos Centros, teste-munharam a concretização dedinâmicas de cooperação des-centralizada entre comunidadesitalianas e africanas. Em particular,no âmbito do “Programa Sahel” da

Região Piemonte, diferentes enti-dades locais, tendo o acompanha-

mento da LVIA, trabalharam rumo aesta direcção.

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OsCentros de valorização dos resíduos plásticos promovem uma fileira económica inteiramente gerida pelas enti-dades locais nas suas diversas fases, da produção à comercialização.

Os Centros são criados tecnicamente através de estudos de viabilidade económica e social para se adaptarem às diferen-tes necessidades dos mercados locais, oferecendo uma solução técnica adequada para tratar quer os produtos de plásti-co rígido (frascos, garrafas, bacias, cadeiras…) quer os objetos de plástico leve (sacos, embalagens, lonas …..).

A fileira do plástico reciclado

Estocagem Os resíduos são subdivididos por cor e tipologia deplástico e estocados em armazéns que asseguram aprotecção contra agentes atmosféricos que poderiamdeteriorar a sua qualidade.

AquisiçãoO lixo é comprado à população, que o reco-lhe e o leva ao Centro. Aqui, os resíduos sãoseleccionados, pesados e pagos em funçãoda quantidade e da tipologia do materialplástico. No Senegal, na Mauritânia e emBurkina Faso foram instalados tambémalguns pontos de aquisição descentralizadosem diversos bairros das cidades.

Os Centros tratam também os resíduos deprodução das empresas, que aqui trazem osprodutos defeituosos que são assim recupe-rados e reutilizados no circuito produtivo

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CorteA dimensão dos objectos deplásticos é reduzida através deuma operação de corte manual.

LavagemOs objectos são mergulhados em tanquescheios de água, para que as impurezas se depo-sitem no fundo. Depois os resíduos passam paraoutro tanque onde são lavados manualmenteutilizando escovas e detergentes domésticos. EmThiès, o centro Proplast é dotado de uma máqui-na de lavar eléctrica que permite economizar sig-nificativamente quer em termos de tempo querde consumo de água e detergentes.

Transformação do plásticoApós o corte e a lavagem, procede-se com a redução de tama-nho produzindo triturado e/ou granulado plástico, através detécnicas de trituração (com a utilização de uma máquina moa-geira) de densificação (para o plástico leve) e extrusão (atravésde um processo de fusão parcial do plástico que permite obtero granulado, de qualidade superior em relação ao triturado).

Embalagem e vendaO triturado e/ou granulado será embala-do em sacos, armazenado em estruturasque garantem a protecção dos agentesatmosféricos, e depois será vendido aempresas e Centros artesanais locais queo reciclam produzindo novos objectos.

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O impacto económico dos Centros de valorização doplástico articula-se em quatro âmbitos:

• Criação de trabalho • Oportunidade de rendimento para a população• Fortalecimento do mercado local dos produtos de plásti-

co reciclado, através da colaboração com empresas dosector e da informação transmitida sobre a oportunidadede valorizar e adquirir estes produtos

• Promoção de cooperativas sociais que operem no sectorambiental, através do acompanhamento profissional dastrabalhadoras e dos trabalhadores dos Centros

A solução económica promovida pelas actividades dosCentros foi delineada na base das características do contex-to local e de estudos sociais e de mercado que avaliarampreviamente a sua viabilidade. Trata-se de actividade denegócio ambiental, cujas dinâmicas económicas induzema uma melhoria da qualidade do ambiente.No mês de Junho de 2009, um estudo da Agência france-sa Espere revelou que no decorrer de 2008 as actividadesdas mulheres empregadas no Centro Proplast de Thiès,no Senegal, em virtude de uma valorização de 150 tonela-das de plástico, evitaram a produção de 273 toneladasde dióxido de carbono, considerando o facto que asempresas utilizaram este produto como matéria prima emsubstituição ao plástico virgem. Na aplicação das normati-vas internacionais ambientais, Proplast receberá um paga-mento em dinheiro beneficiando dos créditos para asemissões economizadas.

Os produtos acabados da fileira da reciclagem do plásticoO produto final do tratamento nos Centros de valorizaçãoé o triturado ou granulado (dependendo do tipo detratamento) que empresas e Centros artesa-nais adquirem como matéria prima para aprodução de novos objectos.

Empreendedorismo ambiental para uma economia sustentável

Senegal Empresas envolvidas: 10 Produções finais: fossas biológicas, cestos de lixo,garrafas e tampas (não para uso alimentar), reves-timentos para fios eléctricos, bacias, baldes, tape-tes, móveis para jardim, placas de sinalização estra-dais, sandálias.

Burkina FasoEmpresas envolvidas: 12Produções finais: cadeiras, cestos para lixo, caixaspara bebidas, tubos para irrigação, revestimentos ecaixas de derivação para cabos eléctricos, kits esco-lares (réguas, esquadros, transferidores, estampi-lhas), porta-retratos, sandálias, tambores, pesopara papel de escritório, bobina para o algodão,aqueduto para a água, placas estradais, recipientespara lavar as mãos.

Produção de fossas biológicas de plástico reciclado

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MauritâniaEmpresas envolvidas: 2Produções finais: revestimentos para fios eléctri-cos, revestimentos para a edilícia, esteiras, bóias.

Neste contexto, a LVIA promove colaborações e intercâm-bios entre os Centros e as empresas, até os Centros seremcapazes de responder de maneira satisfatória à demandado mercado fornecendo às empresas um produto compe-titivo e que respeite os padrões qualitativos e quantitativosexigidos.

O caso de MaputoEm Maputo, algumas empresas organizaram momentos deformação para os trabalhadores do Centro Recicla tendoem vista melhorar a sua capacidade para responder às exi-gências técnicas de produção. A formação abordou as tipo-logias do plástico e a correcta selecção do lixo e visitas aosestabelecimentos para observar o tratamento final do pro-duto. Uma empresa ajudou o centro a realizar a manuten-ção de algumas máquinas.

MoçambiqueEmpresas envolvidas: 7 Produções finais: revestimentos para fios eléctri-cos, caixas para bebidas, cadeiras, bacias, garrafase tampas (não para uso alimentar), baldes, pinças,cabides, frascos, pazinhas para lixo.

Intercâmbios internacionais entre operadoresitalianos e africanos na reciclagem das matériasplásticas A LVIA, com a contribuição da Região Lombardia e a par-ticipação de ASSOCOMAPLAST (Associação NacionalItaliana de Construtores de Máquinas e Moldes paraMatérias Plásticas e Borracha), organizou em Dakar doisencontros internacionais envolvendo empresários, municí-pios, entidades governamentais, entes públicos e privadosdo sector plástico de Itália e da África Ocidental. Os encon-tros permitiram trocas de experiências técnicas e institu-cionais para promover a fileira da reciclagem do plástico.

Encontro internacional entre operadores italianos e daÁfrica Ocidental na transformação e reciclagem dasmatérias plásticas. Dakar, Senegal - 21 e 22 de Novembro de 2005

Seminário “A Responsabilidade Social Empresarial:Estado actual e perspectivas”Dakar, Senegal - 24 e 25 de Julho de 2007

Salientamos ainda:Seminário “Ambiente e reciclagem, partilha de expe-riências”Nouakchott, Mauritânia - 17 e 18 de Junho de 2008Organizado pela LVIA, GRET, Comunidade Urbana deNouakchott, Ministério do Ambiente

É possível consultar as atas no site www.lvia.it

Produção de kits escolares de plástico reciclado

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Aspolíticas de descentralização administrativa ela-boradas por muitos governos africanos delegam

gradualmente às Cidades novas responsabilidades, quenem sempre estas conseguem enfrentar, devido à insufi-ciência de recursos ou à carência de competências ligadasa novos sectores de intervenção, nunca explorados ante-riormente. O programa das Nações Unidas para os estabe-lecimentos humanos UN Habitat mostra que, nas cidadesde todo o mundo, vivem 3 bilhões de pessoas e que entreestas 1 bilhão more em bairros periféricos degradados. Apobreza e as péssimas condições de vida no ambienteurbano enfraquecem a estabilidade interna e UN Habitatcoloca em primeiro plano a necessidade de melhorar acapacidade de governação das cidades. Atravéz do “Programa Sahel” e com o acompanhamentodas ONGs, a Região Piemonte promove, no âmbito dasestratégias de reforço da governação das cidades, a coope-ração descentralizada entre entidades locais e comunidadesitalianas e africanas, na qual se desenvolvem intercâmbiosinstitucionais, técnicos e educativos. Estas trocas de expe-riências visam, por um lado ao reforço técnico, de gestão eadministrativo das políticas de colecta e valorização do lixo,por outro lado à promoção do intercâmbio intercultural, àinformação e à educação ambiental. Deste ponto de vista,os Centros de valorização do plástico contribuem para umagestão mais sustentável das lixeiras e dos aterros sanitáriospúblicos, porque o lixo é recuperado, fortalendo também osplanos de desenvolvimento urbano e as políticas sociaisdelineadas pelas administrações locais. De facto, os Centrosde valorização do plástico, da forma como são realizadospela LVIA, melhoram a salubridade ambiental e a qualidadede vida, promovem a inclusão no mundo do trabalho dasfaixas mais emarginadas da população e constituem ummeio de luta contra as novas formas de probreza urbana. Aomesmo tempo os centros constituem uma oportunidade de

rendimento e limpam o ambente do lixo plástico tutelandoa segurança alimentar e a saúde da população.

Em Burkina FasoO caso de Ouagadougou e a cooperação descentralizada com o sistema piemontêsA capital burkinabé recebeu em 2004 e em 2006 oPrémio da Cidade mais limpa da África sendo muito acti-va no saneamento do ambiente urbano. No quadro doplano municipal de gestão dos resíduos, em 2005 foi inau-gurado na cidade de Ouagadougou o primeiro aterro sani-tário moderno da África Ocidental e sucessivamente aCidade dirigiu-se à LVIA para avaliar a possibilidade dereproduzir a experiência de valorização do lixo plástico jáiniciada no Senegal. Realizou-se assim o primeiro Centrode valorização do lixo plástico de Ouagadougou, que teveo apoio da Região Piemonte atravéz do “Programa Sahel”,da Cidade de Turim, e do Banco Mundial, que premiou oprojecto no âmbito do Programa DevelopmentMarketplace. Sucessivamente, a Cidade assumiu a gestãodo Centro em colaboração com a cooperativa de mulheresque trabalham no centro juntamente com a LVIA, que por

Cidades que lutam contra o lixo

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sua vez continua a garantir o acompanhamento técnico.Outras acções foram realizadas no âmbito das relações decooperação descentralizada entre as Cidades de Turim e deOuagadougou com o apoio da Região Piemonte: em 2003as duas Cidades assinaram um acordo de cooperação queidentifica a LVIA como entidade dedicada ao acompanha-mento, podendo contar com a colaboração técnica entre aAMIAT (Empresa de Múltiplos-serviços Higiene Ambientalde Turim) e o serviço de limpeza urbana de Ouagadougou,além de diversas actividades de sensibilização.Desde 2006, graças à colaboração e ao apoio da RegiãoPiemonte, do Instituto Fratelli da Sacra Família de Chieri eda ASSOCOMAPLAST, o centro Artesanal Sainte Famille deSaâba (nos arredores de Ouagadougou) adquire o produ-to triturado do Centro para produzir os kits didácticos deplástico reciclado, vendidos no mercado local e doados àsescolas como instrumento de educação ambiental. Em 2008, com o apoio do “Programa Sahel” e deAssocomaplast, e o acompanhamento da LVIA, a Província

de Cuneo e a cidade de Ouagadougou iniciaram um pro-jecto de cooperação descentralizada no qual a empresaburkinabé Faso Plast, utilizando o plástico moído peloCentro, produziu 8.000 cestos de plástico reciclado, que oMunicípio de Ouagadougou está a distribuir nas escolas enos gabinetes públicos como exemplo de boa práticaambiental.Ainda em 2008, com o apoio da Região Piemonte e dasProvíncias de Turim e de Cuneo, a LVIA promoveu entre asescolas primárias do primeiro e do segundo ciclo o percur-so formativo “Ambiente e solidariedade…Um kit de réguaspara conhecer o Burkina Faso”.

Jovens e ambiente: a cooperação descentralizadaCidade de Ziniaré - Província de Cuneo No âmbito do “Programa Sahel” da Região Piemonte etendo o acompanhamento da LVIA, a Província de Cuneo eo Município de Ziniaré começaram um programa de coo-peração descentralizada cujos objectivos são a promoçãode microempresas juvenis no sector ambiental e a promo-ção de intercâmbios internacionais entre jovens.

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5-6 de Junho de 2008, Ouagadougou: “Dias de portas abertas sobre agestão e valorização do lixo plástico”. Apresentação dos cestos de plás-tico reciclado. A partir de esquerda: Amos Tincani, funcionário da UniãoEuropeia; Simon Compaoré, Presidente do Conselho Municipal deOuagadougou; Emanuele Banfi, LVIA; Vincent Timbindi Dabilgou,Ministro da Habitação e da Urbanização.

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O caso de Maputo, MoçambiqueO Município de Maputo é muito activo no que diz res-peito às políticas de saneamento ambiental da cidade e,graças também à colaboração com GTZ/AGRESU, reali-zou um plano moderno e tecnicamente inovador para arecolha e a gestão dos resíduos: foi identificado umnovo local, longe das habitações, onde será construídoum aterro sanitário moderno; foi projectado um sistemade colecta organizada nas diferentes zonas da cidade:no bairro de Sommershield é realizada uma recolhaporta a porta com camiões municipais, enquanto quenas outras áreas foram instalados contentores onde oshabitantes depositam os resíduos domésticos que sãoesvaziados diariamente por camiões. Nos bairros subur-banos a colecta dos resíduos foi organizada em 2 fases:a recolha porta a porta das casas para o contentor, rea-lizada com carros empurrados manualmente geridos pormicroempresas locais contratadas pelo Município(Recolha primária) e a recolha através de camiões doscontentores até a lixeira municipal (Recolha secundária).A Cidade faz parte dos projectos que deram vida aoCentro de valorização dos resíduos plásticos Recicla e aoCentro de valorização dos resíduos orgânicos Fertiliza, edisponibilizou os terrenos nos quais foram construídasas estruturas. Em 2009 será oficialmente entregue àCidade a propriedade das infraestruturas de Recicla. ACooperativa dos trabalhadores poderá gerir o centro demaneira vitalícia e gratuita.

O Senegal a cooperação descentralizada entre Fossano e JoalFadiouth e Galliate e Tivaoaune DiacksaoVisando reproduzir o que foi realizado em Thiès, doismunicípios senegaleses (Joal-Fadiouth e TivaouaneDiacksao) juntamente com dois municípios piemonte-ses (Fossano e Galliate) com o apoio do “ProgramaSahel” da Região Piemonte, decidiram lançar alguns pro-jectos focalizados no saneamento ambiental e na reco-lha selectiva do plástico. Em ambas as cidades os doisprojectos foram já iniciados, os comitês de bairro foramformados e foram também construídos alguns armazénspara moer e armazenar o plástico. Está previsto que oplástico recolhido e tratado seja sucessivamente vendi-do ao centro Proplast de Thiès. Ao mesmo tempo, foram iniciados projectos de sensibi-lização dos professores, que por sua vez irão levar acabo a educação ambiental nas próprias classes.

A esposa do Presidente da República de Moçambique, Maria da LuzGuebuza, visita o Centro Fertiliza. Na foto Katia Ferrari da LVIA mostra o com-posto produzido.

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Em Thiès e em Kaolack, no Senegal, 8 cooperativas locaisestão empenhadas na recolha porta a porta dos resíduosem vários bairros: as cooperativas são responsáveis pelacolecta selectiva do plástico utilizando carros puxados porburros. Em cada bairro foram preparados alguns espaçosgeridos pelas próprias cooperativas para a compra lo lixo,que é depois vendido aos dois Centros de valorização dosresíduos plásticos.Em Nouakchott, na Mauritânia, o sistema de recolhaemprega 1.500 mulheres, reunidas em 130 cooperativas,que efectuam a recolha selectiva dos resíduos plásticos emduas circunscrições da cidade (Darnaim e Toujounine).Para optimizar a gestão, as cooperativas uniram-se emdoze redes, cada uma pode desta forma dispor dos recur-sos humanos e económicos para gerir algumas unidadesde pré-tratamento dos resíduos. Netas unidades o plásticoé limpo, cortado e armazenado para ser revendido aoCentro de valorização dos resíduos plásticos. Em Ouagadougou, em Burkina Faso, foi instituído no mêsde Junho de 2009 um espaço de aquisição dos resíduosplásticos no sector 30, distrito de Bogodogo, em proximida-de do SIAO (Salão Internacional de Artesanato).

A recolha do lixo: uma oportunidade de rendimento para a população

Estima-se que ao longo dos últimos anos, foram diversascentenas as pessoas que mensalmente limparam o

ambiente dos resíduos plásticos vendendo-os aos Centros detratamento e valorização.É sobretudo a população que vive em proximidades dosCentros que se dedica à actividade de recolha e revendados resíduos. Sucessivamente, para estender esta oportuni-dade ao maior número possível de pessoas e para aumen-tar a recolha, foram realizados alguns pontos de aquisiçãodescentralizados nos bairros mais distantes, onde os resí-duos são seleccionados, armazenados e depois entreguesaos Centros para o tratamento final e a valorização.

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OsCentros de valorização do plástico criam opor-tunidade de trabalho para pessoas que vivem

à margem da sociedade, que praticam trabalhos informaise ocasionais, privados de uma formação de base e emalguns casos analfabetos. A LVIA oferece o suporte técniconecessário para a formação e o acompanhamento profis-sional, promovendo a auto-organização em cooperativas. Graças às retribuições que a actividade consegue garantircom continuidade, as trabalhadoras e os trabalhadores dosCentros melhoraram a condição económica familiar. Istopermitiu melhorar a educação dos filhos, diversificar a ali-mentação, tornar mais confortáveis as habitações. As mulheres e os homens empregados nos Centros foramenvolvidos num percurso formativo, partindo da alfabeti-zação básica até à formação mais profissional, ligada àgestão da micro-empresa e às técnicas de reciclagemdo plástico. Desde o início, a formação focalizou-se nastécnicas de trabalho em equipa, para encorajar a auto-organização em grupos e em cooperativas sociais. Istoconstitui um passo importante para dar continuidade àsactividades dos Centros e implica um maior reconhecimen-to institucional e uma responsabilização progressiva daequipa de trabalho. Hoje, os trabalhadores dos Centros for-maram algumas cooperativas e grupos formalmente reco-nhecidos que têm a responsabilidade operativa da gestãodos Centros.

As cooperativas sociais e a integração das faixas sociaisvulneráveis no trabalho

Thiès, Senegal O centro é gerido pelo GPF (Grupo de PromoçãoFeminino) Laak Jom composto por 15 mulheres

Kaolack, Senegal O centro é gerido pelo GIE (Grupo de InteresseEconómico) Kundam composto por 12 homens

Ouagadougou, Burkina Faso O centro é gerido pela Associação AFVDP (Associaçãodas mulheres para a Valorização dos Resíduos Plásticos)composta por 30 mulheres

Maputo, MoçambiqueO centro é gerido por uma cooperativa de 17 pessoas, 9homens e 8 mulheres

Nouakchott, Mauritânia O centro é gerido por um GIE (Grupo de InteresseEconómico) que agrupa 12 redes de 130 cooperativascompostas por um total de 1.500 mulheres

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7O caso dos lixeiros de MaputoA 5 Km do centro de Maputo surge a maior lixeira a céuaberto da cidade.Inicialmente, a sua posição era estratégi-ca (num espaço aberto perto da cidade), mas a explosãourbana provocada pelo imparável fluxo de gente em fugada pobreza das zonas rurais e devido à longa guerra civil,fez com que hoje a lixeira se encontre no meio de um bair-ro superpovoado. A combustão contínua dos resíduos e apoluição dos lençois de água subterrânea afectam um bair-ro onde vivem cerca de 60.000 pessoas, em estreito con-tacto com a montanha de lixo. A cidade produz mais de

1.000 toneladas de resíduos por dia, com uma tendênciaque cresce anualmente, acompanhando a urbanização dopaís. Neste ambiente existem os lixeiros. Falam portuguêscom muita dificuldade, muitos vivem na lixeira, poucos têmfamília e uma casa fixa; vivem dos resíduos, daquilo que con-seguem recolher: papel, ferro, vidro, plástico, alimentos. Sãoaproximadamente 6-700, alguns estão lá desde criança.Neste contexto, no bairro de Hulene B, a LVIA, em colabo-ração com a Cidade de Maputo, com o apoio daCooperação Alemã-Gtz e da Caritas Moçambicana eItaliana e o apoio financeiro da Região Veneta, realizouRecicla, o centro de valorização dos resíduos plásticos.RECICLA surge no âmbito de um projecto que aposta nareciclagem dos resíduos como oportunidade de resgate

para os lixeiros e como promoção de “boas práticas” degestão dos resíduos urbanos. Actualmente, 17 pessoas, ex-lixeiros, trabalham na Recicla. Foram envolvidos num per-curso formativo preliminar para o reforço da sustentabilida-de económica e de gestão do Centro, partindo da forma-ção de base (alfabetização, dinâmicas participativas degrupo, higiene pessoal, educação sanitária) para chegar auma formação mais profissional, ligada à gestão de micro-empresas, contabilidade, gestão dos recursos humanos enaturalmente às técnicas de reciclagem do plástico. As pes-soas que em 2005 eram marginalizadas pela sociedadeaprenderam a ser trabalhadores e em 2009 constituíramuma cooperativa que tem a responsabilidade da gestão dasactividades.

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Em2 e 3 de Março de 2007, a CooperaçãoItaliana promoveu em Bamako, em Mali, a

conferência As mulheres protagonistas para definir umprograma de empowerment das mulheres na ÁfricaOcidental capaz de valorizar a contribuição que as mulhe-res podem dar para o desenvolvimento da sociedade, emÁfrica como em qualquer outra parte do mundo. A LVIA,representando a Mesa de Trabalho Ambiente, Piemonte &Sahel, participou nos trabalhos apresentando a experiênciados Centros de valorização do plástico como exemplo deinteracção entre promoção da mulher - protecção ambien-tal - luta contra a pobreza.

Nouakchott: as 1.500 mulheres das cooperativaspara a valorização dos resíduos plásticosEm 2005, com o apoio da União Europeia e em Consórciocom a Ong francesa GRET, a LVIA iniciou na cidade deNouakchott um projecto de luta contra a degradaçãoambiental atravéz da valorização do lixo plástico.Primeiro no bairro periférico de Darnaim, indicado comoprioritário devido à quase total ausência de infra-estruturase à degradação sócio-ambiental. Sucessivamente, as activi-dades ampliaram-se até Toujounine, outro bairro problemá-tico da cidade. Inicialmente decidiu-se dar uma formaçãoprofissional a algumas cooperativas de mulheres já envol-vidas em actividades sociais e económicas nos bairros, paraque se ocupassem também da sensibilização, recolha, tra-tamento e venda dos resíduos plásticos. Através deste tra-balho quotidiano, as mulheres despertaram em pouco

Mulheres, proteção ambiental e a luta contra a pobreza

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8tempo o interesse das comunidades para uma actividadeque, além de melhorar as condições higiénico-sanitárias dobairro, oferecia também uma possibilidade de rendimento.Hoje, 1.500 mulheres reunidas em 130 cooperativas efec-tuam a recolha selectiva dos resíduos plásticos nas duascircunscrições da cidade. As mulheres, graças ao apoio dosparceiros do projecto, melhoraram a organização das pró-prias actividades: as cooperativas juntaram-se em 12 redes,cada uma das quais composta por 10 ou 12 cooperativas,tendo assim à disposição os recursos humanos e económi-cos para a gestão de um armazém, onde o plástico é pré-tratado. Mulheres que até ontem eram chamadas de “últi-mas”, pobres, analfabetas, hoje são um pouco mais fortesgraças às suas acções e às suas cooperativas, organizadase reconhecidas.

Ouagadougou: a Associação de mulheres para avalorização dos resíduos plásticosNa sua política de saneamento ambiental, a Cidade deOuagadougou valoriza o trabalho das mulheres: há mais de10 anos, duas vezes por semana, as 1.600 mulheres da

Associação Brigade Verte, limpam as artérias principais dacidade tendo sido encarregadas pelo município. Com ocentro de valorização dos resíduos plásticos a Cidadecolheu a oportunidade para reforçar as políticas para aigualdade sexual seleccionando, dentro da Brigade Verte,30 mulheres em representação dos diferentes bairros dacidade e baseando-se em critérios sócio-económicos. Apóso primeiro ano de actividade, as mulheres constituíram aAssociação para a valorização dos resíduos plásticos(AFVDP) e actualmente gerem o centro, tendo o apoio daCidade de Ouagadougou e o acompanhamento técnico daLVIA apoiado pela Região Piemonte. As mulheres recebemum salário fixo mais um incentivo de produção e com oslucros das actividades organizaram um pequeno sistemade micro-crédito que lhes permite fazer alguns investimen-tos e enfrentar as despesas da economia familiar. Asmulheres adquiriram uma posição reconhecida na socieda-de e hoje tornaram-se verdadeiras empresárias. No âmbitodo programa de empowerment das mulheres na ÁfricaOcidental promovido pela Cooperação Italiana com aConferência de Bamako de 2007, as mulheres do Centrode Ouagadougou receberam um financiamento, com vistaa reforçar o seu trabalho de valorização dos resíduos plás-ticos, e também para reforçar a informação e a consciênciade que as mulheres têm dos mesmos direitos.

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Paralelamente aos Centros de valorização dos resíduosplásticos, são desenvolvidos programas de educa-

ção e informação sobre o desenvolvimento sustentávelcom animações nos bairros, espectáculos teatrais emusicais, comunicações rádio-televisivas, campanhasde sensibilização e percursos didácticos nas escolas. Em muitos contextos africanos, a reutilização informal dosresíduos é uma prática amplamente difusa, especialmentenas faixas mais pobres da população. As actividades dedivulgação promovidas pelos Centros não têm, portanto, afinalidade de sensibilizar a população para identificar nolixo uma possibilidade de reutilização, mas sim de difundira consciência da necessidade de gerir de forma melhor osresíduos plásticos, sendo estes fonte de poluição doambiente e portanto do empobrecimento da qualidade devida.

Nouakchotta Campanha nacional contra os sacos de plástico“Nouakchott, cidade sem plástico”: é o compromisso doMinistro do Ambiente da Mauritânia que no mês de Janeirode 2009 lançou com a LVIA, a GRET, as mulheres empe-nhadas no tratamento dos resíduos plásticos, as circunscri-ções e o grupo Pizzorno de Nouakchott, a Campanhanacional contra os sacos de plástico. A Campanha durou 3meses e envolveu mais de 40.000 pessoas: 47 reuniõesnos bairros, 5.000 bandas desenhadas distribuídas, 20.000jovens nas escolas e dezenas de milhares de pessoas naspraças e nos mercados assistiram aos concertos e aosespectáculos teatrais. No âmbito da Campanha, foi realiza-da uma propaganda, em francês e em árabe, que ilustra osdanos ambientais provocados pelos sacos de plástico e a

necessidade de um consumo racional dosmesmos. Durante a Campanha, aumentoudia após dia o número de artistas que parti-ciparam gratuitamente e voluntariamenteoferecendo concertos e espectáculos desensibilização. Entre estes, o grupo musicalDiddal Jaalal, o grupo Rapper EL Chico e aMaison des Cinéastes, que produziu umdocumentário. É importante salientar ainda arecolha dos sacos de plástico nas estradas enos bairros, efectuada pela sociedade DraguiTransport que disponibilizou 40 colaborado-res no decorrer de toda a Campanha. Com esta iniciativa, o Ministério declarou quedeseja educar quer a população, consumido-ra de embalagens plásticas, quer os produto-res a fim de induzir uma mudança de com-portamento relativamente à gestão destematerial poluente.

Rumo a uma consciência ambiental

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Nouakchott. Campanha contra os sacos plásticos: um espectáculo de sensibilização.

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Maputoa Campanha de educação ambiental Desde 2005, a LVIA e a Caritas Moçambicana colaboramcom a associação local Assamabh na realização de umaCampanha de educação ambiental nas escolas primáriasda cidade através de aulas, laboratórios de reciclagem, tea-tro de rua, distribuição de panfletos, quiosques de informa-ção, reuniões temáticas e festas populares. Em 2007 ade-riram novos parceiros: a associação juvenil AJPJ, a associa-ção de mulheres AMJ e o Centro Terra Viva, uma associa-ção formada por biólogos, ambientalistas e juristas moçam-bicanos. Nas turmas de cada escola são seleccionados 15-20 alunos entre os mais activos e interessados, para cons-tituir o núcleo ambiental da própria escola. O trabalhodesenvolvido pelos professores e pelos responsáveisdidácticos, formados no âmbito do projecto, é voluntário. Oprograma envolveu até agora cerca de 40 professores e8.000 alunos. Os cursos permitem a difusão da duplamensagem da qual Recicla, o centro de valorização dosresíduos plásticos e Fertiliza, o centro de tratamento dosresíduos orgânicos, constituem um exemplo prático: osresíduos possuem um valor económico e através da suacorrecta gestão o ambiente será protegido.

OuagadougouOs kits escolares de plástico recicladoEm Saâba, a poucos quilómetros de Ouagadougou, ocentro Artesanal Sainte Famille produz réguas, esqua-dros, transferidores e estampilhas utilizando como maté-ria prima o material triturado adquirido no Centro deOuagadougou. Os quatro objectos constituem o kitescolar que, além de ser vendido no mercado local, édoado às turmas que sempre mais numerosas visitam oCentro e o Parque Urbano Bangre Weoogo para assistira uma aula de educação ambiental. As visitas guiadas aoCentro são, até hoje, mais de 700 e são realizadas comautocarros doados pelo Grupo Turinês de Transportes(GTT) no âmbito das actividades de cooperação descen-tralizada Cidade de Turim-Cidade de Ouagadougou.

Dia Mundial do Ambiente: portas abertas sobre agestão e valorização dos resíduos plásticos A cada ano está prevista a participação nas celebrações doDia Mundial do Ambiente. Em particular, nos dias 5 e 6de Junho de 2008, a Cidade de Ouagadougou e a LVIApromoveram a manifestação “Jornadas portas abertassobre a gestão e valorização dos resíduos plásticos” queviu a entrega simbólica à Cidade de Ouagadougou de8.000 cestas plásticas recicladas produzidas pela empre-sa local Fasoplast com o material triturado do Centro. OMunicípio distribuiu as cestas nas escolas e gabinetes

Ouagadougou. Os kits escolares de plástico reciclado utilizados nas escolas.

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Sensibilização e campanhas mediáticasA Associação de mulheres Brigade Verte, com o apoio e acolaboração do Município de Turim e da LVIA, realizamespectáculos de teatro de rua nos bairros deOuagadougou. Além disso, estão em curso colaboraçõescom as rádios locais, com o Ministério do Ambiente e ascasas de produção locais para a realização de propagandainformativa e de documentários.

Thiès e Kaolacko dia do ambiente das criançasDesde 2003, com o apoio inicial da Região Piemonte edos Municípios de Fossano e de Bra, e a colaboração daInspecção da Educação Nacional, LVIA promove jornadasde formação dirigidas aos professores das escolas primá-rias para dotá-los de instrumentos didácticos adequada-mente elaborados para a educação ambiental. Em 2007 foiorganizada em Thiès o Dia do ambiente onde os alunosilustraram o que tinham aprendido através do teatro, dodesenho, da poesia, do canto e dos trabalhos manuais. Aolongo dos anos foram envolvidas 1.200 crianças, graças àsactividades dos professores que participaram nos encon-tros de formação. Além disso, desde 2004, são organizados anualmente emThiès espectáculos de teatro de rua sobre a gestão dosresíduos e a reciclagem do plástico, com o envolvimentode personalidades locais e de associações de bairro.

Thiès. Dia do ambiente: um espectáculo de teatroorganizado pelas escolas.

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públicos para sensibilizar e difundir a mensagem que atra-vés da reciclagem do plástico é possível tutelar o ambien-te e lutar contra a pobreza. A acção teve lugar no âmbitode um projecto de cooperação descentralizada Provínciade Cuneo-Cidade de Ouagadougou com o apoio daRegião Piemonte e de Assocomaplast.

Educação ambiental nas escolasAs escolas da cidade foram envolvidas em programas deeducação ambiental com laboratórios realizados por ani-madores do Parque Urbano Bangre-Weoogo e visitas aoCentro de valorização dos resíduos plásticos e ao próprioParque. Foram organizados também alguns encontros deformação para os professores. Os alunos receberam os kitsescolares de plástico reciclado, um necessário apoio àsactividades didácticas e também um instrumento de edu-cação ambiental. E ainda, escolas italianas e africanas emseis cidades do Sahel foram envolvidas em actividades deintercâmbio e formação sobre as temáticas da produção,da recolha selectiva e da reciclagem dos resíduos no âmbi-to da iniciativa De lixo para Recurso, promovida pelaCidade de Turim em colaboração com as ONGs CISV, LVIA,MAIS e com o apoio da Região Piemonte e daComunidade Europeia.

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Tendo este objectivo, a ong piemontesa LVIA, graças àexperiência amadurecida no sector, identifica as seguin-tes prioridades, promovendo-as no âmbito da Mesa deTrabalho regional “Ambiente Piemonte e Sahel”:• Promover mesas redondas de planificação para a ela-

boração de uma política de promoção do desenvolvi-mento da fileira da reciclagem do plástico através deincentivos económicos, jurídicos e fiscais.

• Promover a produção ou a importação de tecnologiasadequadas que permitam aumentar a velocidade dociclo de produção dos Centros de tratamento e valori-zação dos resíduos plásticos.

• Promover a análise do material triturado e do granula-do produzido nos Centros junto às entidades que seocupam da certificação de qualidade do plástico: paraoferecer melhores garantias às empresas do sector,vinculadas ao respeito de específicos padrões qualita-tivos para o plástico utilizado.

• Realizar estudos de viabilidade técnica e económicapara a concessão, a produção e a venda de novos pro-dutos de plástico reciclado.

• Promover a utilização de energias renováveis nosCentros: para diminuir os custos ligados ao consumoda energia eléctrica e minimizar o impacto ambientaldas actividades de tratamento e valorização dos resí-duos.

• Melhorar as capacidades de gestão e empresariais dascooperativas e dos grupos empenhados na valorizaçãodos resíduos plásticos: um desafio importante para aintegração social dos mais pobres e emarginados epara a sustentabilidade das actividades.

• Promover noutras cidades a colecta e o pré-tratamen-to dos resíduos plásticos, com um sistema que se rela-cione com os Centros de valorização para o tratamen-to completo dos mesmos.

• Apoiar os Centros na elaboração de balanços deimpacto ambiental que permitam o cálculo da relaçãoplástico reciclado/emissões de dióxido de carbono evi-tados: uma atenção em linha de conta com as norma-tivas internacionais no campo ambiental.

Ao mesmo tempo, é necessário divulgar uma correctainformação que leve a comportamentos mais sustentá-veis e respeitosos do ambiente.As prioridades identificadas são portanto as seguintes:• Promover Campanhas de sensibilização de forte

impacto para informar a população em relação ànecessidade de racionalizar a utilização do plástico.

• Encorajar a utilização de alternativas concretas àsembalagens de plástico leve, especialmente os sacos.

• Encorajar o desenvolvimento de outras fileiras de reci-clagem (papel e papelão, vidro, ferro, etc.) como opor-tunidade de criar economia, reduzir os custos de ges-tão ligados aos resíduos e melhorar a qualidade doambiente.

Perspectivas Futuras

No futuro, será necessário converter o plástico reciclado numa alternativa cada vez maiscompetitiva nos mercados locais.

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LVIA - Associação de cooperação e voluntariado internacionalA LVIA é uma ONG credenciada pelo Ministério italiano dos Negócios Estrangeiros e da União Europeia. Fundadaem 1966, existe em 11 países Africanos e na Albânia, onde trabalha com comunidades locais, valorizando as capa-cidades e recursos com projectos hídricos, alimentares, de formação, saúde e meio ambiente. Em Itália, forneceapoio à distância, promove o comércio équo e solidário e a cooperação entre as comunidades do Norte e do Sul.Sede central: c.so IV Novembre, 28 • 12100 Cuneo (Itália) • tel. +39.0171.696975 • [email protected] • www.lvia.it

Parcerias e financiadores dos projectos LVIA de valorização do plástico

SENEGALUnião Europeia; Ministério Italiano dos Negócios Estrangeiros; Ministério do Ambiente e da Proteção da Natureza doSenegal; Direcção do Ambiente e da Planificação Territorial; Inspecção Departamental e da Educação Nacional;Brigada Regional de Higiene; Região Lombardia; Região Emilia Romagna; Região Piemonte; Coordenação Provincialdos Municípios e das Associações da Província de Novara para a Paz; Município de Bra; Município de Fossano;Município de Galliate; Comité Permanente de Solidariedade Internacional de Galliate; Município de Kaolack; CaritasKaolack; Codeka; Embaixada do Japão; Assocomaplast; Escola Superior Politécnica de Thiès.LVIA Senegal: R.te de Khombole B.P. 262 Thiès • tel. e fax: +221.33.9511611 • [email protected]

BURKINA FASOBanco Mundial – Programa Development Marketplace; UNDP (programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento); União Europeia; Cooperação Italiana; Ministério do Ambiente de Burkina Faso; Região Piemonte;Município de Ouagadougou; Província de Turim; Província de Cuneo; Município de Turim; Parque da Colina Torinese;Parque das Lamas de Sesia; Parque Urbano Bangre-Weoogo; Instituto Fratelli da Sacra Famiglia de Chieri; CentroSainte Famille de Saaba; Assocomaplast (Associação Nacional Italiana dos Construtores de Máquinas e Estampagenspara Matérias Plásticas e Borrachas); Norte; Visastamp; Tria LVIA Burkina Faso: 01 B.P. 783 Ouagadougou 01 BF • tel. +226.50363804 • [email protected]

MAURITÂNIAUnião Europeia; Comunidade urbana de Nouakchott; as nove Mairies de Nouakchott; Pizzorno Dragui; Ministériodo Ambiente da MauritâniaLVIA Mauritania: Tevragh Zeina ILOT S BMD 073 Nouakchott (RIM) • tel. +222.5251602 • [email protected]

MOÇAMBIQUEMunicípio de Maputo; Região Veneto; Município de Verona; Município de Dueville; Caritas Italiana; CaritasMoçambicana; GTZ-Agresu; Consórcio Etimos; Associação Phambeni Makweru; Associação “Saaner”; Paróquia de“Nossa Senhora Aparecida” de Maputo; Hospital de Mavalane; Centro Terra Viva; Assamabh; AJPJ; AMJ.Salientamos ainda, o projecto correlacionado Fertiliza: Município de Maputo; Região Veneto; Município de Dueville;Embaixada do Reino da Holanda em Moçambique; Embaixada da Finlândia em Moçambique; CAFOD; CaritasMoçambicana; Caritas ItalianaLVIA Mozambico: c/o Caritas Moçambique • Rua da Resistencia 1175 Maputo • tel. +258.21419933 • [email protected]

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MAURITÂNIA Nouakchott. Apoio à gestão dos resíduos e reciclagem do plástico(promovido pela ong LVIA).

SENEGALLouga. Sensibilização e educação ambiental nas escolas(promovido pelas ONGs CISV e RETE com o apoio doMunicípio de Turim e da Região Piemonte).

Apoio à gestão do lixo e à reciclagem do plástico Thiès e Kaolack (promovido pela Ong LVIA, Município deFossano e Bra, com o apoio da Região Piemonte).Joal Fadiouth (promovido pelo Município de Fossano, com o acom-panhamento da Ong LVIA e o apoio da Região Piemonte).Tivaouane Diacksao (promovido pelo Município de Galliate, com o acompanhamen-to da Ong LVIA e o apoio da Região Piemonte).

NIGERNiamey. Promoção da reciclagem dos sacos de plástico (promovido pelo Município deCarmagnola e pela Rede dos Municípios Solidários RECOSOL, com o apoio da RegiãoPiemonte).

BURKINA FASOOuagadougou. Apoio à gestão dos resíduos e à reciclagem do plástico; sensibilização e educaçãoambiental nas escolas (promovido pela Ong LVIA, com um financiamento inicial do Banco Mundial e oapoio do Município de Turim, da Província de Cuneo, da Região Piemonte).

BENINBohicon, Ouidah. Apoio à gestão dos resíduos (projecto CISV) (promovido pela Ong CISV com o apoioda Região Piemonte).

O Piemonte e a cooperação no âmbito da gestão dos resíduos no Sahel

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Conferência “Ambiente, Piemonte & Sahel” pag. 1

1 Cidades e novas pobrezas pag. 2

2 Os Centros de valorização do plástico pag. 4

3 A fileira do plástico reciclado pag. 6

4 Empreendedorismo ambiental para uma economia sustentável pag. 8

5 Cidades que lutam contra o lixo pag. 10

6 A recolha do lixo: uma oportunidade de rendimento para a população pag. 13

7 As cooperativas sociais e a integração ao trabalho das faixas vulneráveis pag. 14

8 Mulheres, protecção ambiental e luta contra a pobreza pag. 16

9 Rumo a uma consciência ambiental pag. 18

10 Perspectivas futuras pag. 21

Parcerias e financiadores pag. 22

O Piemonte e a cooperação em Sahel no âmbito da gestão dos resíduos pag. 23

Índice

Redação Lia Curcio, Marco Alban,Com a colaboração de: Giovanni Armando, Gianfranco Cattai, Cristina Daniele, Katia Ferrari, Tiziana Gidoni, Mohammed Gueye, Monica Macciotta, Andrea Micconi, Emile Ouedraogo, Ugo Puccio, Elisabetta Tonin.

O estudo de capitalização nos projectos de valorização do plástico foi elaborado por: Marco Alban, Giovanni Armando, Emanuele Banfi, Gianfranco Cattai, Vittorio Marabotto, Andrea Micconi, Valentina Torresani

www.lvia.it

Gráfica: zazì - Turim (Italy)

Junho de 2009

Publicação realizada com o apoio da Região Piemonte

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Programa de segurança alimentar e luta contra a pobreza na África Subsariana

Região Piemonte - Assuntos Internationalis