Propostas práticas de desenho

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Propostas Práticas de Desenho Em “Formas de Pensar o Desenho”, Edith Derdyk

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Exercicios voltados para professores, contidos na 1a edição do livro "Formas de Pensar o Desenho", de Edith Derdyk.

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Propostas Práticas de Desenho

Em “Formas de Pensar o Desenho”, Edith Derdyk

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1ª Proposta

Simplesmente rabiscar, preenchendo e ocupando o campo do papel de diferentes maneiras. A mão conduz o movimento, sugerindo ritmo, intensidade, pulsação e indicando o tempo de duração do movimento do lápis no papel. Não se preocupar em figurar ou representar

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Comentário

Observe as diferentes soluções de colocação dos rabiscos no campo do papel: ora as linhas se aglutinam, ora se diluem, ora se espalham igualmente pelo campo, ora elegem vários pontos de atenção. É importante agilizar a relação da mão com o instrumento, criando com isso uma correspondência entre o cérebro, o olho, o gesto e a solução gráfica resultante.

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2ª Proposta

Vamos considerar a linha como projeção do gesto no espaço do papel. Existe uma estreita relação entre o resultado gráfico da linha e a interação mão/gesto/instrumento. Realizaremos uma pequena pesquisa gestual, observando a correspondência entre o gesto impulsionando um registro gráfico no papel e o tipo de linha resultante

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Observaremos:• Gestos ligados as sensações: gesto doce, azedo,

duro, mole, quente, frio, ríspido, suave, amargo, áspero...

• Gestos ligados ao tempo e espaço: gesto curvo, alto, pequeno, apertado, amplo, fechado, rápido, lento, transparente...

• Gestos ligados a atitudes: gesto simpático, carinhoso, agressivo, autoritário, comunicativo, caprichoso, engraçado, tenso...

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Comentário

Os resultados demonstram um leque de possibilidades quanto ao uso da linha. Perceba seus vários componentes constituitivos: a espessura (da mais grossa a mais fina) a intensidade (da mais clara a mais escura), a tipologia (linha curva, orgânica, reta, recortada, angulosa, arrendondada, denteada, alongada), a medida (comprimento, duração) e a direção. Estas variações de alternância podem causar noções de ritmo, textura e espaço;

• As vezes, os mesmos resultados gráficos são originados por intenções diferentes; ou a mesma intenção resulta em grafismos distintos. Este exercicio provoca uma relação entre a intenção e sua execução, estabelecendo correspondencias entre o sujeito que desenha, a intenção, a realização propriamente dita e a interpretação do objeto, no caso de uma sensação evocada.

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3ª proposta

• A linha é um personagem que passeia continuamente pelo espaço do papel. Num primeiro momento, sem tirar a mão do papel, experimentar direções distintas e variações de tempo: ora a linha caminha rapidamente, ora caminha lentamente pelo papel, ora a linha caminha na superficie, ora caminha “dentro” do papel

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Comentários

• Observe a espacialização que a linha provoca no campo do papel. A linha, em seus desdobramentos, pode construir um espaço em profundidade, causado por linhas que se sobrepõem, variando sua espessura e sua intensidade. Por outro lado, pode-se construirum espaço mais chapado quando a linha se justapõe. Quanto maior o seu repertório gráfico, maiores serão suas possibilidades de construir espaços. Através de uma linha, de um conjunto de linhas, de pontos, de formas que a linha cria, espaços começam a ser construidos e inventados.

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4ª proposta

• Pesquisar movimentos circulares da linha ou de um conjunto de linhas, através de formas, pontos e massas. Relacionar os elementos no papel: ora contentando-os, ora se sobreponto, ora se justapondo, ora variando suas dimensões.

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Comentários

• Fica clara a utilização de mecanismos de construção do espaço através de operações, tais como: a sobreposição, a justaposição, explicitando relações como dentro/fora, figura/fundo, parte/todo

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5ª proposta

• Pesquisar formas, inventando formas abertas ou fechadas, simples ou complexas. Formas que se contêm, formas que se equilibram, formas que se relacionam compondo um todo feito de partes. Repetir algumas das formas, observando suas alterações formais.

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Comentários

• Observe as várias organizações e construções espaciais que as formas geram entre si: ora se agrupando por suas semelhanças, ora criando contrastes por suas diferenças. As formas geram relações de vizinhança, de territórios, de planos. As formas não são resultantes apenas de uma linha que se fecha, mas também de um conjunto de linhas, de texturas, de massas indefinidas, de pontos que se aglutinam. Observe que o branco do papel que sobre como fundo parece como forma que se relaciona inteiramente com as formas inventadas e desenhadas no papel.

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6ª proposta

Esta é uma pesquisa de ritmo e textura consideirado que:• A textura é criada por um agrupamento de linhas,

tecendo tramas gráficas.• O ritmo se dá pela repetição e alternância de

determinados elementos gráficos, revelando uma ordem.

Inventar escritas fictícias, onde o ritmo cadencie a velocidade e a pulsação do gesto determine texturas gráficas e visualmente ritmicas. Escrever na horizontal, na vertical, enfim, aleatóriamente.

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Comentários

• Um conjunto de linhas cria a trama gráfica, que pode ser uma trama chapada e uniforme ou uma trama que revela luz e volume. Fundamentalmente isso vai depender da utilização da linha enquanto intensidade e espessura. O ritmo vsual tamb[em vai estar subordinado à quantidade de variações de tipos, intensidades e espessuras das linhas, e também de formas e pontos, que vão se alternando e se repetindo.

• Pelo fato de ser uma “escritura”, o desenho acaba resgatando signos visuais que lembram letras. A letra também é desenho, também é forma, escrever também é ritmo e pulsação.

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7ª proposta

• Elaborar estruturas lineares, que tanto podem estar contidas no papel como podem abranger todo o seu campo, visando configurações e organizações geométricas ou orgânicas. Ocupar as partes, as formas resultantes com texturas gráficas, objetivando um conjunto uno e visualmente rítmico

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Comentários• Os elementos que compôem a linguagem gráfica: linha, ponto, textura,

forma, volume, luz, articulam-se para a construção dos espaços gráficos: geométricos, orgânicos, abertos, vazados, fechados, compatimentados, unos… Há uma infinidade de espaços que estabelecem uma relação figura e fundo ou relações mais complexas através de planos que se sucedem. Passam a existir, no desenho de cada um, princípios e critérios que regem uma organização. Estes princípios e diferenças organizacionais surgem do proprio ato de desenhar: o desenho sugere algumas soluções, exclui outras, indicando uma comunhão entre um pensar e um fazer, entre uma intenção e a sua realização, entre o sujeito que desenha, o objeto desenhado e a interpretação que se faz e se refaz, incessantemente, do sujeito em relação ao objeto. O desenho é um fenômeno perceptivo, e quando há existe uma agilização entre uma intenção e um resultado, entre a mão e o instrumento entre impulso e resultado gráfico, a percepção passa a ser um elemento atuante e presente no ato de desenhar

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