Proposta TCC - Daniel

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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Departamento de Ciências Florestais 0112000 Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Florestal Proposta de Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Florestal Projeto de arborização urbana no município de Santa Bárbara d’Oeste – São Paulo Estudante: Daniel Salvaia Camilo Nº USP: 6459396 E-mail: [email protected] Orientador: prof. dr. Demóstenes Ferreira da Silva Filho Piracicaba, Novembro de 2013

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Universidade de São Paulo

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Departamento de Ciências Florestais

0112000 – Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Florestal

Proposta de Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Florestal

Projeto de arborização urbana no município de Santa Bárbara d’Oeste – São

Paulo

Estudante: Daniel Salvaia Camilo

Nº USP: 6459396

E-mail: [email protected]

Orientador: prof. dr. Demóstenes Ferreira da Silva Filho

Piracicaba, Novembro de 2013

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Resumo e Justificativa

O crescimento da área urbana em cidades do interior paulista tem se

acentuado nos últimos anos, entre as principais causas podemos destacar o

aumento populacional e o crescimento econômico da região. A sua localização

próxima da capital e de cidades que são pontos de referência econômica, como

Campinas, Paulínia e Piracicaba, tem tornado Santa Bárbara d’Oeste - SP um

município em crescente expansão e valorização imobiliária.

Para garantir um crescimento saudável da cidade, é fundamental que o

plano diretor integre os aspectos sociais e ambientais com uma visão ampla e

multidisciplinar, priorizando o bem estar da população, a mobilidade urbana e

os refúgios da fauna. Locando de forma coerente os novos empreendimentos

imobiliários, distritos industriais, áreas agrícolas e áreas de preservação

(MENDONÇA, 2000).

O presente trabalho propõe realizar um ensaio técnico obtendo um

diagnóstico da dinâmica das árvores no município, e a partir destes dados

propor um projeto de arborização urbana considerando os aspectos técnicos,

biológicos, sociais e ambientais, respeitando sempre a cultura e memória da

cidade.

Para isto será realizado um levantamento quantitativo e qualitativo da

arborização, obtendo uma amostragem representativa da densidade arbórea,

diversidade de espécies, e porcentagem de árvores podadas drasticamente ou

com demais problemas técnicos (comprometimento da fiação, rompimento de

calçadas, entre outros).

Também será realizado o acompanhamento das equipes de poda e as

atividades do viveiro municipal, para posterior análise do ponto de vista

silvicultural, fisiológico e operacional.

Introdução

Arborização urbana compreende a cobertura vegetal de porte arbóreo

existente nas cidades, ocupando basicamente três espaços distintos: as áreas

livres de uso público e potencialmente coletivas, as áreas livres particulares e o

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acompanhamento do sistema viário. O projeto de arborização deve considerar

seu potencial de proporcionar conforto térmico nos microclimas, bem estar

físico e mental, abrigo e alimento para a fauna, diversidade biológica e melhoria

das condições urbanísticas (EMBRAPA, 2000).

A arborização urbana no Brasil é de competência das administrações

municipais (BONONI, 2006) e possui grande importância na purificação do ar,

melhoria do microclima, retenção de umidade no solo e no ar, função quebra-

vento, influência no balanço hídrico, favorecendo a infiltração da água no solo

(diminuindo assim o escoamento superficial e favorecendo o escoamento

base), abrigo à fauna, diminuição de pragas e agentes vetores de doenças e

amortecimento de ruídos (EMBRAPA, 2000).

Em estudo realizado por Silveira & Pereira (2011) no município de

Rondonópolis – MS, avaliou-se a temperatura em duas áreas próximas do

município através de psicrômetro não ventilado, e observaram um decréscimo

de temperatura de 2º C na área mais arborizada. Desta forma a arborização

urbana apresenta significativa importância para o conforto térmico e saúde

pública, sendo ferramenta fundamental no estudo de microclimas.

Objetivos

O presente projeto propõe avaliar o cenário da arborização de Santa

Bárbara d’Oeste – SP através de um levantamento quantitativo e qualitativo por

amostragem, e a partir dele desenvolver um projeto de arborização urbana

para o município.

Os dados obtidos fornecerão um diagnóstico da situação através das

variáveis densidade de árvores, diversidade de espécies, porcentagem de

árvores comprometidas (podadas drasticamente, atingindo fiação, “aneladas”

etc.) levando em consideração os aspectos técnicos e biológicos, através de

uma análise abrangente da arborização urbana no município.

A segunda etapa consiste na elaboração de um projeto de arborização

urbana para a cidade, que considere o planejamento e plano diretor do

município, além das seguintes características:

Procedimentos de podas e intervenções silviculturais.

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Histórico da cultura arbórea do município.

Paisagismo.

Incentivo das árvores para atividades físicas e culturais, contribuindo

para a integração dos munícipes.

Conforto térmico e qualidade do ar.

Diversidade de espécies e sua procedência (diversidade genética),

abrigo e alimento para a fauna.

Mobilidade urbana (pedestres e veículos).

Segurança (fiação, integridade dos pavimentos e edifícios, queda de

galhos e frutos pesados).

Limpeza (frutos suculentos, folhas, resinas).

Histórico

O município de Santa Bárbara d’Oeste – SP possui na cultura da cana

de açúcar um dos seus alicerces históricos, e semelhantemente às cidades

vizinhas, apresenta um manejo agressivo da cultura e pouca delimitação das

áreas de preservação permanente (CANDIDO, 2007).

A porcentagem de cobertura arbórea urbana no município é considerada

baixa e entre as árvores há grande incidência de indivíduos senescentes,

doentes e com injúrias graves (SILVA FILHO et al., 2007).

Nas últimas décadas têm ocorrido em Santa Bárbara d’Oeste diversas

inundações, causadas principalmente pela ocupação irregular e

impermeabilização das áreas ciliares, atingindo assim residências e

bloqueando avenidas (CANDIDO, 2007).

A busca das classes de maior poder aquisitivo por segurança e

qualidade de vida tem gerado um grande número de condomínios na região

periférica do município, e o aumento da classe média nos últimos anos, aliado

a incentivos do governo federal para financiamento de casas próprias, tem

gradualmente substituído áreas de cultivo da cana de açúcar ou florestas

nativas por novos bairros e condomínios, sejam eles populares ou elitizados.

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Desde 2010 o projeto “Horto Medicinal” tem desenvolvido cursos e

oficinas nas áreas de “Cultivo Orgânico” e “Botânica”, implantando hortos em

pontos da cidade, resgatando e registrando saberes tradicionais, incentivando

e auxiliando pequenos produtores, e integrando cidadãos de áreas diversas,

contribuindo assim para a troca de sementes e mudas de árvores pelos

cidadãos.

A prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste firmou em junho de 2013 um

acordo com o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba,

Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), para o avanço nas técnicas de proteção e

recuperação dos recursos hídricos e das matas ciliares.

Tal acordo tem possibilitado um avanço na produção de mudas de

reflorestamento e arborização urbana no viveiro municipal, sendo um dos

objetivos o aumento da diversidade de espécies e da diversidade genética,

fatores fundamentais para o desenvolvimento e equilíbrio destas espécies e

das diversas formas de vida que delas dependem, seja na área urbana como

na área rural do município.

Em estudo realizado por Silva Filho et al. (2007) através da análise de

imagens aéreas multi-espectrais pelo software de geoprocessamento TNT Mips

7.2, obteve-se a porcentagem de cobertura arbórea em Santa Bárbara d’Oeste,

bem como a porcentagem das áreas asfaltadas, telhados, gramados, entre

outros. A porcentagem de cobertura arbórea encontrada no município foi de

8,93%, valor muito inferior ao mínimo de 20% recomendado (SILVA FILHO,

2005).

Materiais e métodos

O trabalho irá abranger a área urbana do município de Santa Bárbara

d’Oeste, incluindo além da região central, bairros da periferia e novos

condomínios ainda em construção. Não serão constadas áreas rurais e o

interior de praças, parques e propriedades privadas, limitando-se assim à

arborização das calçadas.

As unidades amostrais serão os “quarteirões”, e as variáveis

consideradas: densidade de árvores, diversidade de espécies e a porcentagem

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de árvores comprometidas (prejudicando a fiação, podadas drasticamente,

comprometendo pavimento, entre outras). O levantamento das variáveis

seguirá um procedimento de inventário por amostragem estratificada, aonde as

unidades amostrais serão os quarteirões e a variável densidade de árvores em

“árvores por km de calçada”.

Programa de Atividades

As atividades se iniciarão em escritório para o planejamento da coleta de

dados e do acompanhamento das equipes. Nesta etapa será realizada a

divisão do município por estratos, de acordo com critérios geográficos e

operacionais, e a seleção das unidades amostrais (quarteirões).

O levantamento será realizado em campo através de ficha de dados. A

identificação botânica será realizada em paralelo ao levantamento, com auxílio

de material (vegetativo e reprodutivo) coletado e máquina fotográfica.

Após a coleta de dados e identificação das espécies, serão realizados os

acompanhamentos das equipes de podas e plantios de mudas, aonde serão

avaliados os materiais e as técnicas utilizadas pelos funcionários,

Cronograma de Trabalho

2013 1ª Quinzena 2ª Quinzena

Janeiro Escritório Levantamento

Fevereiro Levantamento Levantamento

Março Levantamento Levantamento

Abril Levantamento Viveiro

Maio Podas Podas

Junho Resíduos Escritório

Tabela 1. Cronograma de atividades

Resultados Esperados

Espera-se neste trabalho obter dados representativos da arborização

urbana na cidade, que permitam uma visão ampla da situação e quais as áreas

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que necessitam prioritariamente de intervenções. As variáveis estudadas são a

densidade arbórea (árvores por quilometro de calçada) e diversidade de

espécies, além de outras variáveis qualitativas (podas drásticas, calçadas

comprometidas etc.).

Em paralelo será obtida a avaliação das técnicas de produção de mudas

e armazenamento de sementes, bem como as operações de poda e plantio,

além da destinação dos resíduos e demais práticas silviculturais.

Aliado ao conhecimento empírico dos funcionários, os dados obtidos

serão representativos da situação atual, e contribuirão para a tomada de

decisões no que diz respeito à arborização urbana de Santa Bárbara d’Oeste.

Desta forma espera-se contribuir para o aprimoramento constante das técnicas

e dos materiais utilizados, beneficiando os munícipes presentes e futuros, bem

como as demais formas de vida que habitam a cidade.

Bibliografia

SILVA FILHO, D.F.et al. Indicadores de floresta urbana a partir de imagens

aéreas multiespectrais de alta resolução. Scientia Forestalis, IPEF, v. 67, n.

67, p. 88-100, 2005

BIAZOTI, A.R ; SILVA, F.M.P ; SILVA FILHO, D.F. . Estudo quanti-qualitativo

da arborização viária de Santa Bárbara d Oeste/SP. In: XV Simpósio

Internacional de Iniciação Científica da USP, 2007, Pirassununga. Anais do XV

Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP. São Paulo Universidade

de São Paulo, 2007. v. 1. p. 3545-3545. BONONI, V. L. R. Curso de Gestão

Ambiental. Controle Ambiental de Áreas Verdes. Barueri-SP: Manoli, 2004. p.

213-255.

PREFEITURA DE SÃO PAULO. Manual Técnico de Arborização Urbana de

São Paulo. São Paulo: Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. 2005.

Disponível em:

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_arborizacao_

1253202256.pdf. Acesso em 12/11/2013.

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MENDONÇA, M. G. Políticas e condições ambientais de Uberlândia – MG

no contexto estadual e federal. Uberlândia. Universidade Federal de

Uberlândia. Instituto de Geografia, 2000. (Dissertação, Mestrado).

SILVEIRA, M. H. D, PEREIRA, L. R. Influência da arborização urbana no

microclima de duas áreas na região central de Rondonópolis – MT.

Enciclopédia Biosfera. Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13;

2011 p.. 1158-1165.

RACHID, C.; COUTO, H. T. Z. do. Estudo da eficiência de dois métodos de

amostragem de árvores de rua na cidade de São Carlos – SP. Scientia

Forestalis, IPEF, n. 56, p. 59-68, dez. 1999.

ATTANASIO, C. M.; MAULE R. F.; RODRIGUES, R. R.; SPAVOREK, G.

Restauração de matas ciliares sob linhas de transmissão de energia

elétrica. Piracicaba: Gráfica e Editora Filipel, 2012.

CANDIDO, D. H. Inundações no município de Santa Bárbara d’Oeste, SP :

condicionantes e impactos. – Campinas, SP. 2007. Orientador: Lucí Hidalgo

Nunes. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto

de Geociências.

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Piracicaba, 27 de Novembro de 2013.

_________________________ ___________________________

ALUNO Orientador

(nome e assinatura) Nome e Assinatura

Aprovado em reunião da CDE do Departamento de Ciências Florestais, em __/__/__.

___________________ _______________________ _______________________

Chefe do Departamento Representante do Departamento Representante indicado “ad hoc”

Assinatura e carimbo na Comissão de Graduação pelo Chefe do Departamento

Assinatura e carimbo

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_________________________ ___________________________

ALUNO Orientador

(nome e assinatura) Nome e Assinatura

Piracicaba, 27 de Novembro de 2013.

Aprovado pela COC-EF em __/__/__.

_________________________________________

Coordenação do Curso de Engenharia Florestal