Proposta de Investigação

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Proposta de Investigação Espectroscopia em Bioquímica Licenciatura em Bioquímica Rita Manguinhas Nº40082 24 de Dezembro, 2014 Deteção e Quantificação de Radicais de Oxigénio por EPR e Análise da Influência da sua Ação por FTIR Um radical é um átomo ou um grupo de átomos que têm um ou mais eletrões desemparelhados. Estes são formados como intermediários necessários a várias reações bioquímicas, mas quando gerados em excesso ou incontrolavelmente podem provocar estragos numa grande variedade de macromoléculas. Uma das suas características principais é que têm uma reatividade química extremamente elevada, o que explica as suas atividades biológicas normais e também como podem provocar estragos nas células. A estrutura eletrónica do oxigénio faz com que este seja mais suscetível à formação de radicais. Radicais derivados de oxigénio estão constantemente a ser gerados como parte da atividade aeróbica. Estes são formados na mitocôndria quando o oxigénio é reduzido através da cadeia de transporte eletrónico. Espécies de oxigénio reativo também são formadas como intermediários necessário a reações enzimáticas. Glóbulos brancos, células expostas a ambientes incomuns e radiação ionizante, são exemplos se situações em que os radicais de oxigénio são produzidos em excesso. [1] Produção excessiva de espécies de oxigénio reativo (ROS) pode resultar em stress patológico que pode provocar múltiplos efeitos. Ser o stress oxidativo foi em excesso, pode induzir danos celulares (devido a estragos oxidativo a proteínas), peroxidação de lípidos, rutura da cadeia de DNA e modificação de bases, aumento da concentração intracelular de Ca 2+ livre. Foi verificado que danos oxidativos que envolvem ROS podem contribuir para o desenvolvimento da arteriosclerose. [2] A espectroscopia de ressonância paramagnética eletrónica (EPR) é uma técnica espectroscópica que deteta espécies que contêm eletrões desemparelhados, ou seja, espécies paramagnéticas. A partir desta espectroscopia pretende-se quantificar e verificar a presença de ROS numa amostra de sangue. A sua presença irá ser verificada a partir dos espectros de EPR obtidos por cada amostra de sangue analisada. Verificada a presença, vai-se conseguir quantificar (determinar a concentração) as espécies de ROS através das áreas dos picos do integral do espectro de EPR obtido. [3] A espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) é um tipo de espectroscopia de absorção em que se usa a região do infravermelho do espectro eletromagnético. Após verificação da presença de ROS por EPR, pode-se analisar a anterior amostra, utilizando FTIR, para verificar qual a influência destes compostos em proteínas (alteração na sua conformação e possível desnaturação/perda de funcionalidade) e glóbulos vermelhos. Para tal também será necessário amostras de sangue que não tenham presente ROS, para termo de comparação. [3][4] Com esta análise poder-se-á verificar de que maneira os radicais de oxigénio poderão influenciar em doenças como a arteriosclerose [1] e doença arterial coronária [5] . Referências: [1] R. Bowen. (16 Agosto 2013). Free Radicals and Reactive Oxygen. Consultado 24 Dez. 2014. Disponível em http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/misc_topics/radicals.html. [2] Darley-Usmar, V.; Halliwell, B. (Maio 1996). Blood Radicals: Reactive Nitrogen Species, Reactive Oxygen Species, Trasition Metal Ions, and the Vascular System. Pharmaceutical Research, vol. 13 (5), 649-662. [3] Polakovs, M.; Mironova-Ulmane, N.; Pavlenko, A.; Reinholds, E.; Gavare, M.; Grube, M. (2012). EPR and FTIR Spectroscopies Study of Human Blood after Irradiation. Spectroscopy: An International Journal, vol. 27 (5), 367-371. [4] Daviess, K.; Goldberg, A. (1987). Proteins Damaged by Oxygen Radicals Are Rapidly Degraded in Extracts of Red Blood Cells. The Journal of Biological Chemestry, vol. 262 (17), 8227-8234. [5] Elahi, M. M.; Matata, B. M. (2006). Free radicals in blood: Evolving concepts in the mechanism of ischemic heart disease. Archives of Biochemistry and Biophysics, vol. 450 (1), 78-88.

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Deteção e Quantificação de Radicais de Oxigénio por EPR e Análise da Influência da sua Ação por FTIR

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Proposta de Investigação Espectroscopia em Bioquímica

Licenciatura em Bioquímica

Rita Manguinhas Nº40082 24 de Dezembro, 2014

Deteção e Quantificação de Radicais de Oxigénio por EPR e Análise da

Influência da sua Ação por FTIR

Um radical é um átomo ou um grupo de átomos que têm um ou mais eletrões

desemparelhados. Estes são formados como intermediários necessários a várias reações

bioquímicas, mas quando gerados em excesso ou incontrolavelmente podem provocar estragos

numa grande variedade de macromoléculas. Uma das suas características principais é que têm uma

reatividade química extremamente elevada, o que explica as suas atividades biológicas normais e

também como podem provocar estragos nas células.

A estrutura eletrónica do oxigénio faz com que este seja mais suscetível à formação de

radicais. Radicais derivados de oxigénio estão constantemente a ser gerados como parte da

atividade aeróbica. Estes são formados na mitocôndria quando o oxigénio é reduzido através da

cadeia de transporte eletrónico. Espécies de oxigénio reativo também são formadas como

intermediários necessário a reações enzimáticas. Glóbulos brancos, células expostas a ambientes

incomuns e radiação ionizante, são exemplos se situações em que os radicais de oxigénio são

produzidos em excesso. [1]

Produção excessiva de espécies de oxigénio reativo (ROS) pode resultar em stress

patológico que pode provocar múltiplos efeitos. Ser o stress oxidativo foi em excesso, pode induzir

danos celulares (devido a estragos oxidativo a proteínas), peroxidação de lípidos, rutura da cadeia

de DNA e modificação de bases, aumento da concentração intracelular de Ca2+ livre. Foi verificado

que danos oxidativos que envolvem ROS podem contribuir para o desenvolvimento da

arteriosclerose. [2]

A espectroscopia de ressonância paramagnética eletrónica (EPR) é uma técnica

espectroscópica que deteta espécies que contêm eletrões desemparelhados, ou seja, espécies

paramagnéticas. A partir desta espectroscopia pretende-se quantificar e verificar a presença de

ROS numa amostra de sangue. A sua presença irá ser verificada a partir dos espectros de EPR

obtidos por cada amostra de sangue analisada. Verificada a presença, vai-se conseguir quantificar

(determinar a concentração) as espécies de ROS através das áreas dos picos do integral do espectro

de EPR obtido. [3]

A espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) é um tipo de

espectroscopia de absorção em que se usa a região do infravermelho do espectro eletromagnético.

Após verificação da presença de ROS por EPR, pode-se analisar a anterior amostra, utilizando FTIR,

para verificar qual a influência destes compostos em proteínas (alteração na sua conformação e

possível desnaturação/perda de funcionalidade) e glóbulos vermelhos. Para tal também será

necessário amostras de sangue que não tenham presente ROS, para termo de comparação. [3][4]

Com esta análise poder-se-á verificar de que maneira os radicais de oxigénio poderão

influenciar em doenças como a arteriosclerose [1] e doença arterial coronária [5].

Referências:

[1] R. Bowen. (16 Agosto 2013). Free Radicals and Reactive Oxygen. Consultado 24 Dez. 2014. Disponível em

http://www.vivo.colostate.edu/hbooks/pathphys/misc_topics/radicals.html.

[2] Darley-Usmar, V.; Halliwell, B. (Maio 1996). Blood Radicals: Reactive Nitrogen Species, Reactive Oxygen Species,

Trasition Metal Ions, and the Vascular System. Pharmaceutical Research, vol. 13 (5), 649-662.

[3] Polakovs, M.; Mironova-Ulmane, N.; Pavlenko, A.; Reinholds, E.; Gavare, M.; Grube, M. (2012). EPR and FTIR Spectroscopies Study of Human Blood after Irradiation. Spectroscopy: An International Journal, vol. 27 (5), 367-371. [4] Daviess, K.; Goldberg, A. (1987). Proteins Damaged by Oxygen Radicals Are Rapidly Degraded in Extracts of Red

Blood Cells. The Journal of Biological Chemestry, vol. 262 (17), 8227-8234.

[5] Elahi, M. M.; Matata, B. M. (2006). Free radicals in blood: Evolving concepts in the mechanism of ischemic heart

disease. Archives of Biochemistry and Biophysics, vol. 450 (1), 78-88.