Propedêutica ginecológica

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PROPEDÊUTICA GINECOLÓGICA LIAGO-UESB RODRIGO RIRO 2013

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Propedêutica ginecológica

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Page 1: Propedêutica ginecológica

PROPEDÊUTICA GINECOLÓGICA

LIAGO-UESBRODRIGO RIRO

2013

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“Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer.”

Carlos Drummond de Andrade

Existem duas maneiras de lidar com uma mulher, e ninguém as conhece.”

Kin Hubbard 

Deus fez as mulheres belas. O diabo as fez espertas.”  Leonid S. Sukhorukov 

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A anamnese e o exame ginecológico não devem ser reduzidos apenas à queixa ginecológica e ao exame dos órgãos genitais.

Deve-se estabelecer uma adequada relação médico–paciente, criando um vínculo que permita, além de abordar as queixas da paciente e realizar o exame físico

sem causar maior desconforto ou constrangimento.

Introdução

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Identificação:

Idade,

Cor

Estado civil

Profissão

Endereço Local de origem

Nível sócio-econômico

ANAMNESE

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Queixa principal e história da doença atual:

Saber: Início

Duração

Principais características a ela relacionadas

ANAMNESE

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Antecedentes gineco-obstétricos: Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, Menarca, Ciclo menstrual (detalhar alterações) Data da última menstruação, Presença ou não de dismenorréia Tensão pré-menstrual, número de gestações e paridades com suas complicações, Atividade sexual e métodos de anticoncepção, Cirurgias, Traumatismos, doenças, DST e Aids

ANAMNESE

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História pessoal ou antecedentes

Investigar quais as doenças apresentadas pela paciente durante sua existência:1. Passado 2. Presente

ANAMNESE

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História familiar: antecedentes de neoplasia ginecológica 1. mama, 2. útero, 3. ovário) 4. TGI;

antecedentes de osteoporose

ANAMNESE

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Revisão de sistemas:

problemas intestinais

Urinários

Endócrinos

Em outros sistemas.

ANAMNESE

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EXAME FÍSICO

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Um exame geral completo é tão importante em ginecologia como em qualquer outra área da medicina.

Embora o exame ginecológico seja dirigido naturalmente para a mama e órgãos pélvicos e abdominais.

Deve incluir uma observação geral do organismo.

Sinais vitais, etc.

EXAME FÍSICO GERAL

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EXAME FÍSICO ESPECIAL

Mamas

Genitália

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Inspeção (estática e dinâmica) e palpação.

O examinador deve observar a cor do tecido mamário; quaisquer erupções cutâneas incomuns ou descamação; assimetria; evidência de peau d’orange (“pele emasca de laranja“); proeminência venosa; massas visíveis; retrações; ou pequenas

depressões

Alterações dos mamilos, cicatrizes cirúrgicas prévias, nevos cutâneos, marcas congênitas e tatuagens.

Inspeção dinâmica elevação dos membros superiores acima da cabeça, pressão sobre os quadris, inclinação do tronco para a

frente.

EXAME DAS MAMAS

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POSIÇÃO INICIAL DA PACIENTE

VESTIR CHAMBRE PARA FRENTE

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MANOBRAS

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Estática: observar e descrever se as mamas são simétricas, se a circulação venosa superficial é normal e simétrica, se existem abaulamentos, retrações ou alterações de pele (hiperemia, edema ou ulceração) ou das papilas (descamação ou erosão). Descrever se as papilas mamárias (mamilos) são salientes ou invertidas.

Dinâmica: solicitar que a paciente faça as manobras e observar se evidenciam-se abaulamentos ou retrações.

EXAME DAS MAMAS(RESUMO)

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Palpação das mamas o exame dos linfonodos das cadeias axilares,supra e

infraclaviculares, que deve ser realizado com a paciente na posição sentada.

Para examinar os linfonodos axilares direitos o examinador deve suspender o braço direito da paciente, utilizando o seu braço direito; deve então fazer uma concha com os dedos da mão esquerda, penetrando o mais alto possível em direção ao ápice da axila.

O examinador deve observar o número de linfonodos palpados, bem como seu tamanho, consistência e mobilidade.

EXAME DAS MAMAS

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PALPAÇÃO A melhor posição para examinar as mamas é com a paciente em

decúbito dorsal, em mesa firme.

Pede-se para a paciente elevar o membro superior ipsilateral acima da cabeça para tensionar os músculos peitorais .

EXAME DAS MAMAS

Atenção ao chambre cobrir a mama que não está sendo examinada

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As mamas, por sistematização, são divididas em cinco quadrantes, a saber:

quadrante súpero-lateral.

quadrante súpero-medial.

quadrante ínfero-lateral.

quadrante ínfero-medial.

quadrante central ou retro-areolar.

EXAME DAS MAMAS

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Devem ser relatadas as seguintes alterações: presença de nódulos,

adensamentos,

secreções mamilares, aureolares

Entre outras

Nas mulheres submetidas à mastectomia, deve-se examinar minuciosamente a cicatriz cirúrgica e toda a parede torácica (plastrão).

EXAME DAS MAMAS

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1. Localização, por quadrante ou método do relógio; 2. Tamanho em centímetros; 3. Forma (redonda, oval); 4. Delimitação em relação aos tecidos adjacentes

(bem circunscritos, irregulares); 5. Consistência (amolecida, elástica, firme, dura); 6. Mobilidade, com referência a pele e aos tecidos

subjacentes; 7. Dor à palpação focal; 8. Aspecto das erupções,eritemas,outras alterações

cutâneas ou achados visíveis (retração, depressão, nevos, tatuagens).

MÉTODOS DE REGISTRO DO EXAME FÍSICO:

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O abdômen deve ser examinado , pela Inspeção e palpação

Eventualmente, pela percussão e Ausculta

O EXAME GINECOLÓGICOROTINA DO AMBULATÓRIO DE GINECOLOGIA HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUC/RS

EXAME DO ABDÔMEN

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O exame satisfatório dos órgãos genitais depende da colaboração da paciente e do cuidado do médico em demonstrar segurança em sua abordagem no exame.

Todos os passos do exame deverão ser comunicados previamente, em linguagem acessível ao paciente.

EXAME GINECOLÓGICO

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POSICIONAMENTO DA PACIENTE:

EXAME GINECOLÓGICO

Page 26: Propedêutica ginecológica

O exame dos órgãos genitais deve ser feito numa seqüência lógica:

órgãos genitais externos- vulva

órgãos genitais internos- vagina, útero, trompas e ovários

EXAME GINECOLÓGICO

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Luvas inspeção dos órgãos genitais externos é realizada observando-se a

forma do períneo, a disposição dos pêlos e a conformação externa da vulva (grandes lábios)

Afastam-se os grandes lábios para inspeção do intróito vaginal.

Com o polegar e o indicador prendem-se as bordas dos dois lábios, que deverão ser afastadas e puxadas ligeiramente para a frente.

Desta forma visualizamos a face interna dos grandes lábios e o vestíbulo, hímen ou carúnculas himenais, pequenos lábios, clitóris, meato uretral, glândulas de Skene e a fúrcula vaginal.

EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS

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Palpar a região das glândulas de Bartholin; e palpar o períneo, para avaliação da integridade perineal.

manobra de Valsalva identificar1. prolapsos genitais 2. incontinência urinária

EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS

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EXAME ESPECULAR Os espéculos articulados são os mais utilizados, podendo

ser metálicos ou de plástico, descartáveis, apresentando quatro

tamanhos: mínimo (espéculo de virgem), pequeno (nº 1), médio (nº 2) ou grande (nº3).

Deve-se escolher o menor espéculo que possibilite o exame adequado, de forma a não provocar desconforto na paciente.

EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS

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O colo é então inspecionado; pacientes nulíparas geralmente têm o orifício externo puntiforme ao passo que nas que já tiveram parto vaginal este apresenta-se em forma de fenda; mulheres na pós-menopausa tem o colo atrófico

idosas pode ser difícil identificá-lo.

A inspeção deve avaliar presença de “manchas”, lesões vegetantes, lacerações

EXAME ESPECULAR

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A seguir é coletado material para o exame da secreção vaginal, para o exame citopatológico, é realizado o teste de Schiller, colposcopia e biópsia,

Quando se aplicarem.

EXAME ESPECULAR

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É efetuado coletando com uma espátula um raspado do fundo de saco vaginal que será diluído em lâmina previamente preparada com 2 a 3 gotas de soro fisiológico

KOH a 10% ou outros corantes.

COLETA DE MATERIAL PARA EXAME DIRETO DO CONTEÚDO VAGINAL

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Exame de Papanicolau Fundamental para prevenção e detecção do câncer de colo de

útero Fatores de risco: 

baixo nível sócio-econômico precocidade na primeira relação sexual promiscuidade (múltiplos parceiros parceiro sexual de risco multiparidade primeira gestação precoce Tabagismo,radiação Prévia infecção por papilomavírus,herpes vírus

COLETA DE MATERIAL PARA CITOPATOLOGIA CERVICOVAGINAL

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Técnica de Coleta e Preparo de Esfregaços

1. Acolher a paciente, orientá-la sobre o exame e seu procedimento e prepará-la para a coleta. Realizar o preenchimento do questionário da mulher com todas as informações solicitadas, lembrando que, após a coleta, desenha-se nesse questionário o aspecto visual do colo identificando áreas de lesão se houverem e dizendo se há secreção, tipo, quantidade, hiperemeia, verrugas, etc...

2. Preparar previamente todo o ambiente da sala de coleta e todos os materiais necessários ao exame.

Exame de Papanicolau

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A mulher, para colher o exame NÂO DEVE:

estar menstruada(controverso);

Usar duchas ou medicamentos vaginais por 48 horas antes do exame (pois ficará com toda a flora bacteriana normal alterada e também o epitélio celular local, prejudicando a análise eou o resultado obtido);

Ter contato sexual 24 horas antes do exame;

Gestantes só podem realizar o exame com médico ginecologista após o terceiro mês pelo risco da coleta da endocérvice (parte interna do colo onde insere-se no Papanicolau convencional a "escovinha" fazendo um giro de 360 graus que pode, em gestantes, desencadear alguma dilatação ou sangramento.

Portanto, em gestantes o médico que realiza o exame não faz a coleta da endocérvice.

CONTRA- INDICAÇÕES

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3. Com todo o ambiente e materiais preparados, posicione a paciente deitada em posição ginecológica, bem na ponta da mesa (lembre-se de usar todos os EPI's: luvas descartáveis, jaleco de manga, óculos de proteção, máscara e, na mesa ginecológica, lençol descartável para cada paciente).

 Paciente posicionada

4. Introduza o especulo fechado e na vertical através do óstio vaginal e, só após inserí-lo, gire-o deixando-o na horizontal e só então abra-o para que ele afaste a musculatura abrindo a vagina e expondo o colo para inspeção e coleta das amostras, veja na foto abaixo como se vê o colo uterino após a inserção do espéculo:

Exame de Papanicolau

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5. Com a espátula com reentrância tipo Ayre, retira-se material do fundo de saco de Douglas (com a extremidade redonda) e coloca-se em esfregaço na prte central da lâmina. Veja abixo a espátula de Ayre (mais acima) com suas reentrâncias e parte arrediondada e a escovinha (a de baixo) para coleta da endocérvice.

6. Ectocérvice (ou Junção escamocolunar - JEC): É a área externa da abertura do colo, onde, com a parte de reentrância da espátula, faz-se um giro total encostando a reentrância no orifício do colo mas sem penetrá-lo, pois esta é a coleta da parte externa do colo. O movimento deve ser firme e, em seguida, colocar o material retirado na lâmina junto a amostra de fundo de saco.

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7. Endocérvice (canal cervical): Introduzir, no endocérvice (dentro do orifício do colo), delicadamente, a escovinha e girá-la em 360 graus. Distender o material na lâmina

O material deve ser fixado com citospray como mostra a foto acima para que não sejam alteradas as características das células.

É então, acondicionado em seu estojo (caixinha) identificada e enviado ao laboratório junto com o questionário totalmente preenchido para as análises.

Exame de Papanicolau

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Negativo para câncer (células malignas): se é o primeiro resultado negativo, a mulher deverá fazer novo exame preventivo em um ano. Se tiver um resultado negativo no ano anterior, o exame deverá ser repetido em 3 anos.

Alteração tipo NIC I: repetir o exame em 6 meses;

Alterações tipo NIC II e NIC III: o médico deverá decidir a melhor conduta. Novos exames, como a colposcopia, deverão ser realizadas;

Infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido em 6 meses; ASCUS e ASGUS (alteração atípica com significado incerto): Pode ser a

repetição do exame em 12 meses ou tratamento de infecção ou fazer uma colposcopia (exame em que se visualiza o colo do útero com lente de aumento de 10 vezes ou mais).

Amostra insatisfatória: a quantidade de material não foi suficiente para fazer o exame. O exame deve ser repetido logo que for possível.

Resultados do Exame Preventivo (Papanicolau)

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É feita através da deposição da solução de Lugol (iodo-iodetada) no colo uterino, que provoca uma coloração marron acaju nas células que contêm

glicogênio,como é o caso das células das camadas superficiais do epitéio que recobre o colo e a vagina.

As zonas que apresentam modificações patológicas não adquirem coloração, sendo chamadas iodo-negativas ou Teste de Schiller positivo

Quando o colo apresenta-se totalmente corado pelo iodo teremos colo iodo positivo ou Teste de Schiller negativo.

TESTE DE SCHILLER

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O toque poderá ser simples ou combinado(bimanual).

O toque genital deve ser sistemático no decorrer do exame físico ginecológico,sempre após o exame especular.

O toque vaginal inicia-se com a introdução dos dedos indicador e médio na vagina (em algumas situações, por questão de conforto

da paciente, utilizas esó o indicador), os quais devem dirigir-se ao fundo de saco e identificar o colo.

Avaliar a mobilidade do útero e, principalmente, dor.

Tentar palpar massas, e anexos.

TOQUE VAGINAL

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A seguir passa-se ao toque bimanual, no qual utiliza-se a palpação associada da pelve. Durante o toque, procura-se sentir o volume do órgão (útero, ovário, etc...),

Avaliar consistência, a superfície, a mobilidade, a posição, a relação com outros órgãos e as dores que, eventualmente, podem surgir.

TOQUE VAGINAL

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Toque retal: Quando existe suspeita de infiltração por neoplasia genital ou para diferenciar enterocele de retocele

Registrar os achados, do toque vaginal e do exame como um todo.

Comunicar a paciente que o exame físico acabou, tomar condutas devidas.

TOQUE VAGINAL

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O EXAME GINECOLÓGICOROTINA DO AMBULATÓRIO DE GINECOLOGIAHOSPITAL SÃO LUCAS DA PUC/RShttp://ocuidaremenfermagem.blogspot.com.br/2012/11/coleta-de-papanicolau-citologia-oncotica.html

HALBE, H.W et al- Tratado de Ginecologia - São Paulo, Editora Roca Ltda, 2000.

4. BASSET, L.W. et al – Doenças da Mama – Diagnóstico e Tratamento. Rio de

Janeiro, Editora Revinter, 2000 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=&imgrefurl=http

%3A%2F%2Floja.cirurgicaestilo.com.br%2Fecommerce_site%2Fproduto_3392_8114_Especulo-Vaginal-sem-Lubrificacao-Descartavel-Kolplast&h=0&w=0&sz=1&tbnid=faYlcleQ18nZjM&tbnh=156&tbnw=226&zoom=1&docid=xkSIEEJIzz_CIM&hl=pt-BR&ei=Y_oyUt_sLIfu8QSNkoDoAw&ved=0CAEQsCU

GOOGLE IMAGES http://www.virtual.epm.br/material/gineco/exgin.htm

REFERÊNCIAS