Pronomes 7º ano

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    1) De acordo com o texto, a velhinha resolve seu problema com a solido,( ) porque o gato dormia na cozinha.

    ( )porque o cachorro era da vizinha.

    ( ) porque os animais aprenderam a falar como ela. ( ) porque os animais se mudaram para a casa dela.

    2) A lngua do nhem expressa pelo eu potico atravs da repetio: nhem nhem nhemnhem .... Esse recurso sonoro d musicalidade ao poema, reproduzindo.( ) o resmungar da velhinha.( ) o miar do gato na cozinha.( ) o latir do cachorro da vizinha.( ) o cacarejar da galinha.

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    POEMINHA DO CONTRA

    Todos estes que a estoAtravancando o meu caminho,Eles passaro.Eu passarinho!

    Mario Quintana

    3) A palavra passaro possui duplo sentido no poema. Alm de expressar o futuro do

    verbo passar,

    ( ) produz um efeito de explicao para o diminutivo passarinho, que simboliza a liberdade do

    eu potico.( ) produz um efeito de concluso para o diminutivo passarinho, que simboliza a liberdade doeu potico.( ) produz um efeito de semelhana com o diminutivo passarinho, que simboliza a liberdade

    do eu potico( ) produz um efeito de oposio com o diminutivo passarinho,que simboliza a liberdade doeu potico.

    Leia o poema.

    4) O eu potico tem a sensao de leveza da baleia, apesar do seu tamanho, pela imagemque faz:

    ( ) da nuvem no cu.( ) do animal no mar.( ) do mistrio no horizonte.

    ( ) do animal no cu.

    http://pensador.uol.com.br/autor/mario_quintana/http://pensador.uol.com.br/autor/mario_quintana/
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    5) Segundo o texto, a ideia no tinha a mesma graa porque:( ) o tempo passou e ela no era mais a mesma.( ) o sono a modificou.( ) o tempo passou e o Rei no era mais o mesmo.

    ( ) a tristeza a modificou.

    Leia:

    6) O efeito de humor foi um recurso utilizado pelo autor da tirinha para mostrar que o paide Mafalda (Questo adaptada de:http://www.clicrbs.com.br/especial/vestibularclicRBS/01enemlinguagens.pdf)( ) revelou desinteresse na leitura do dicionrio.( ) tentava ler um dicionrio, que uma obra muito extensa.

    ( ) demonstrou que a leitura do dicionrio o desagradou bastante, fato que decepcionou muitosua filha.( ) queria consultar o dicionrio para tirar uma dvida, e no ler o livro, como sua filha pensava.

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    11) Sublinhe e classifique os pronomes existentes nas frases.

    a) Minha filha mora na Frana.________________________________________________________________________________________________________________b) A Bblia contem todos os ensinamentos morais.________________________________________________________________________________________________________________c) Faamos nossas oraes.

    ________________________________________________________________________________________________________________d) Isto desagradvel!________________________________________________________________________________________________________________e) Aquele livro timo.________________________________________________________________________________________________________________f) Nenhum aluno foi reprovado.________________________________________________________________________________________________________________g) Respeita teus superiores.________________________________________________________________________________________________________________

    h) Quem chegou mais cedo?________________________________________________________________________________________________________________i) Diga-me quem esteve aqui.________________________________________________________________________________________________________________j) Quantos livros j compraste?________________________________________________________________________________________________________________

    12) Relacione os pronomes grifados nas frases com a classificao dada:

    1 Pronome demonstrativo2 pronome possessivo3 pronome indefinido4 pronome interrogativo5 pronome de tratamento6 pronome pessoal

    a. Meu ( ) caderno est todo ( ) rasgado.b. Aquela ( ) moa est chamando voc ( ).c. Teus ( ) exerccios esto certos.d. Algum ( ) chegou antes de mim ( ).e. Nossos ( ) professores j esto aqui.f. Todos ( ) falam, mas ningum ( ) se entende.g. Esses ( ) alunos esto bastante adiantados.h. Seus ( ) filhos j saram.i. Todos ( ) aprenderam a lio.j. Quem ( ) ainda no fez o exerccio?

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    Questo 11.

    a) Minha filha mora na Frana. Pronome possessivo

    b) A Bblia contm todos os ensinamentos morais. Pronome indefinido

    c) Faamos nossas oraes. Pronome possessivo

    d) Isto desagradvel! Pronome demonstrativo

    e) Aquele livro timo. Pronome demonstrativo

    f) Nenhum aluno foi reprovado. Pronome indefinido

    g) Respeita teus superiores. Pronome possessivo

    h) Quem chegou mais cedo? Pronome interrogativo

    i) Diga-me quem esteve aqui. mepronome pessoal oblquo; quemPronome interrogativo

    j) Quantos livros j compraste? Pronome interrogativo

    Questo 12.

    a. Meu ( 2 ) caderno est todo ( 3 ) rasgado.

    b. Aquela ( 1 ) moa est chamando voc ( 5 ).

    c. Teus ( 2 ) exerccios esto certos.

    d. Algum ( 3 ) chegou antes de mim ( 6 ).

    e. Nossos ( 2 ) professores j esto aqui.

    f. Todos ( 3 ) falam, mas ningum ( 3 ) se entende.

    g. Esses ( 1 ) alunos esto bastante adiantados.

    h. Seus ( 2 ) filhos j saram.

    i. Todos ( 3 ) aprenderam a lio.

    j. Quem ( 4 ) ainda no fez o exerccio?

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    EU S QUERIA MINHA ME

    Certa noite eu precisei muito falar com Jesus, mas Ele medisse:

    " Meu filho, agora estou muito ocupado "." urgente!", eu disse,

    "Trata-se de minha me! "

    "Calma ... agora no posso ", Respondeu Elesuavemente.

    Entrei chocado e desapontado eu bradei:

    "Est bem! Com quem posso falar ento????

    "Somente Comigo, Eu sou o nico caminho ao Pai, masespere o momento certo.

    Eu, doente e febril, tive que me conformar e aguardar o momento "certo" para falar comEle. Sozinho, naquela cidade estranha, tudo que eu queria era o abrao, o colinho de minha me,naquele momento, to distante de mim.

    A febre deve ter se elevado tanto, que adormeci. Tive sonhos confusos e agitados, onde eume via sendo envolvido pelos braos amorosos de minha me.

    Quando acordei, ensopado de suor, eu me sentia maravilhosamente bem. Tinhadesaparecido a febre e toda aquela sensao de abandono.

    Lembrei-me que havia chamado por Jesus, mas no sabia exatamente se fra um delrio ouse Ele falara comigo realmente. Arrisquei, sentindo-me pattico, a cham-Lo de novo:

    "Senhor! Agora possvel s responder-me a uma pergunta?". Para minha surpresa, euouvi:

    "Sim, filho Meu... - O que voc quer?"

    Era s para saber se realmente falei com o Senhor.Mas agora no quero mais nada. Jestou bem. Quando O chamei, eu ia pedir-Lhe que me trouxesse minha me, mas o Senhor estavamuito ocupado para atender ao meu chamado. Sonhei com ela e isso foi o bastante para curar-me.

    "Sim, eu estava muito ocupado, atendendo algum que tinha mais urgncia do que voc: Euestava escutando sua Me que me pedia para lev-la at a".

    (Desconheo autoria)

    Entendendo o Texto

    1) O texto traz na sua estrutura quantos pargrafos?( ) 15 ( ) 16 ( ) 6 ( ) 17 ( )10 ( ) n.r.a.

    2) O menino procura Jesus para pedir-lhe o qu?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3)Quem era a pessoa que Jesus atendia e que, por isso, no pde atender ao pedido do menino?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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    4) No seu entendimento, voc percebe que na verdade o menino sonhou com a me dele ou elaesteve com ele? Justifique sua resposta extraindo trechos do texto que reforam sua teseconclusiva.( ) sonhou ( ) ela esteve com ele________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5) Lendo o texto parece que Jesus deixou de atender ao pedido do menino. Voc concorda comisso? Justifique sua resposta;( ) sim ( ) no__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    6) Classifique o pronome destacado de acordo com o cdigo estabelecido:

    [1] pessoal [2] possessivo [3] demonstrativo [4] indefinido [5] interrogativo

    [ ] Quem entende essa criana?[ ] Voc j leu este livro?[ ] Qual a atriz principal?[ ] H poucos erros na redao.[ ] Estes estudantes so muito unidos.

    [ ] Quero pedir-te maior concentrao.[ ] Ela sempre gostou de ler.[ ] Nosso povo est desesperado.[ ] Aquela revista boa.[ ] Ningum vai querer esse trabalho.

    7)Reescreva cada uma das frases a seguir, substituindo o termo destacado por um pronomepessoal oblquo tono.

    a) Entregue os documentos ao diretor.________________________________________________________________________________________________________________

    b) Entregue os documentos ao diretor.________________________________________________________________________________________________________________

    c) Envie as avaliaes professora.________________________________________________________________________________________________________________

    d) Envie as avaliaes professora.________________________________________________________________________________________________________________

    e) Indiquei o melhor livro aos alunos.________________________________________________________________________________________________________________

    f) Indiquei o melhor livro aos alunos.________________________________________________________________________________________________________________

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    g) Apresentei as atividades na escola.________________________________________________________________________________________________________________

    h) Quitei os meus dbitos.____________________________________________________________________________________________

    8) As oraes a seguir esto escritas de forma coloquial. Reescreva-as de acordo com a normapadro culto da lngua.

    a) Vi ela ontem.________________________________________________________________________________________________________________b) Encontrei ele na avenida principal.________________________________________________________________________________________________________________c) A aluna deixou alguns livros pra mim ler.________________________________________________________________________________________________________________d) Est tudo acabado entre eu e voc.________________________________________________________________________________________________________________

    e) Mandaram eu sair da reunio.________________________________________________________________________________________________________________f) Fizeram ele desistir do concurso.________________________________________________________________________________________________________________g) Trouxe eles aqui pra dar uma palestra pros alunos.________________________________________________________________________________________________________________

    9) Reescreva as frases de acordo com o modelo.

    Trouxeram alguns livros. Vou l-los.Trouxeram alguns livros para eu ler.

    a) Apresentaram alguns modelos. Vou v-los.________________________________________________________________________________________________________________b) Enviaram exemplares de revistas. Vou analis-las.________________________________________________________________________________________________________________c) Deixaram vrios vdeos sobre textos. Vou assisti-los.________________________________________________________________________________________________________________d) Mandaram diversos documentos. Vou entreg-los ao diretor.

    ________________________________________________________________________________________________________________e) Trouxeram alguns presentes. Vou deix-los na portaria do prdio.________________________________________________________________________________________________________________

    9) Complete as frases seguintes com a forma apropriada do pronome pessoal da primeira pessoado singular, reescrevendo-as.

    a) Este caderno parafazer minhas atividades.________________________________________________________________________________________________________________b) No discutimos mais sobre a relao. Conclumos que no h mais nada entree ele.________________________________________________________________________________________________________________c) triste paraaceitar tal problema.________________________________________________________________________________________________________________

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    d) No v festa sem.________________________________________________________________________________________________________________e) Paraest claro que houve desvio de informaes.________________________________________________________________________________________________________________f) Quem trouxe estes doces para?________________________________________________________________________________________________________________

    6. Complete as oraes com os pronomes demonstrativos adequados.

    a) bilhete que tenho em minhas mos, foi voc quem o enviou.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________b) Por que voc nunca lavasapato?________________________________________________________________________________________________________________c) Voc conseguiu vermeninos que estavam na praa?________________________________________________________________________________________________________________

    d) Por favor, traga-me

    livro que est do seu lado.________________________________________________________________________________________________________________e) Por favor, ajude-me a carregarpacotes ali.________________________________________________________________________________________________________________f) Traga-mesacola que estcanto da sala.________________________________________________________________________________________________________________

    7. Informe a funo sinttica dos pronomes destacados nas oraes a seguir.

    a) Aquele paciente chegou muito mal no hospital.

    ________________________________________________________________________________________________________________b) Poucas pessoas tm capacidade de acreditar no bem.________________________________________________________________________________________________________________c) Coloquem os mveis no lugar. O sol est queimando-os.________________________________________________________________________________________________________________d) Ele me cobre de glrias.________________________________________________________________________________________________________________e) Minha cabea di muito.________________________________________________________________________________________________________________

    f) Trouxeram os livros para eu ler.________________________________________________________________________________________________________________g) Escolheram-me para representar a turma.________________________________________________________________________________________________________________h) No me pertencem os seus sonhos.________________________________________________________________________________________________________________i) Informei-lhes os preos dos produtos.________________________________________________________________________________________________________________j) Dei-lhe vrias sugestes sobre o tema.________________________________________________________________________________________________________________

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    CONSOLO NA PRAIA - Carlos Drummond de Andrade

    Vamos, no chores...A infncia est perdida.A mocidade est perdida.Mas a vida no se perdeu.O primeiro amor passou.

    O segundo amor passou.O terceiro amor passou.Mas o corao continua.Perdeste o melhor amigo.

    No tentaste qualquer viagem.No possuis casa, navio, terra.Mas tens um co.Algumas palavras duras,em voz mansa, te golpearam.

    Nunca, nunca cicatrizam.Mas, e o humour?A injustia no se resolve. sombra do mundo erradomurmuraste um protesto tmido.Mas viro outros.Tudo somado, devias

    precipitar-te, de vez, nas guas.Ests nu na areia, no vento...Dorme, meu filho.

    As caractersticas da poesia de Drummond

    No poema Consolo na praia algumas das principais caractersticas dapoesia de reflexo existencial de Carlos Drummond de Andradesoevidenciadas, Neste poema aparece tambm o ceticismo de um autor quefoge das solues fceis e busca o enfrentamento com o sem-sentido daexistncia.

    CONSOLO NA PRAIA

    Vamos, no chores...

    A infncia est perdida.A mocidade est perdida.Mas a vida no se perdeu.O primeiro amor passou.O segundo amor passou.O terceiro amor passou.Mas o corao continua.Perdeste o melhor amigo.

    No tentaste qualquer viagem.No possuis casa, navio, terra.Mas tens um co.Algumas palavras duras,em voz mansa, te golpearam.

    Nunca, nunca cicatrizam.Mas, e o humour?

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    A injustia no se resolve. sombra do mundo erradomurmuraste um protesto tmido.Mas viro outros.Tudo somado, devias

    precipitar-te, de vez, nas guas.Ests nu na areia, no vento...Dorme, meu filho.

    ANLISE

    primeira leitura, verificamos que o poema se compe de vinte equatro versos, divididos em seis estrofes de quatro versos cadauma, indicando j uma espcie de paralelismo na elaborao dotexto. Mais tarde veremos que este paralelismo refora osaspectos semnticos da obra.

    Se escandirmos os versos, notaremosexceo feita primeira

    estrofeuma situao constante e peculiar: os trs primeirosversos de cada estrofe so mais longos que o ltimo, criandoassim uma oposio mtrica similar a uma oposio designificado.

    Quanto acentuao, o nico ponto constante umdeslocamento: acentos na segunda, terceira e quarta slabas nostrs versos iniciais de cada estrofe so deslocados para a primeiraslaba nos ltimos versos, reafirmando assim a oposio internadentro de cada estrofe.Quanto dimenso semntica, o poema comea com um verso

    que s ser complementado na ltima estrofe:

    Vamos, no chores...

    Qual a razo do choro ou do no-choro? A identificao entre aforma imperativa e indicativa transfere-se para o significado.Trata-se de uma ordem, de um conselho, de um pedido? Finda aexplorao do texto, veremos a extraordinria importncia deste

    primeiro verso que funcionar como um ndice do despojamentomtico-sentimental operado no poema.

    Os versos seguintes remetem para os motivos do pranto(lamento):

    A infncia est perdida.A mocidade est perdida.

    Nota-se de imediato a supresso dos nexos que estabeleceriamuma relao visvel entre os versos: desaparecem conjunes e

    preposies, num processo comum a toda poesia contempornea,que uma poesia elptica , fragmentria.

    Nota-se tambm a idia daperdaum dos plos bsicos dopoemadelimitada em dois estgios cronolgicos da travessiahumana: a infncia e a juventude. Duas idades tornadas mticasna tradio literria ocidental, principalmente a partir do

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    Romantismo, na medida em que simbolizam um tempo idlico, deinocncia ou de fantasia, tempo de um mundo organizado elmpido. Contudo, estas implicaes no so dadasexplicitamente, elas fazem parte das experincias do leitor, ouseja, elas iniciam no texto e se prolongam na dimensocontextual.Galvano Della Volpechamou, com propriedade, este

    processo de polissemia ltero-contextual.

    O verso seguinte, atravs do papel opositivo dado pelaadversativa mas, cria um campo ideolgico adverso ao da perda,instaurando um debate que se radicalizar no texto at que asntese seja alcanada:

    Mas a vida no se perdeu.Vida, em estado de dicionrio, estaria ligada subsistnciaorgnica. No poema, alm do sentido denotativo, traz consigo aidia de resistncia, sobrevivncia ao naufrgio de certas iluses,

    possibilidade existencial.

    Tomemos a segunda estrofe:O primeiro amor passou.O segundo amor passou.O terceiro amor passou.Mas o corao continua.

    O paralelismo evidente: so quatro versos simtricos,reforados pela reiterao do verbopassarno pretrito perfeito,em oposio ao verbo continuardo ltimo verso, que funcionacomo um presente contnuo. Este paralelismo parece indicar uma

    dimenso de pardia realidade que possibilitava uma escritaregular e cheia de harmonia. O prprio verbo passar no ingnuo, proporo que se relaciona com o elemento amor, oqual, dentro da tradio patriarcalista e familiar brasileira, deveser eterno, isto , no deve passar.

    A repetio da passagem do amor confere ao mesmo um carterde brevidade dolorida. A essa fluidez contrape-se continuaodo corao. Grande metfora universal da camada afetiva,corao um smbolo zero em nossa conscincia. E o coraocontinua como contraponto. Nesta estrofe, como na anterior, e

    como nas demais, percebemos um claro movimento:

    a) Afirmaes sobre aperda;b) Afirmao final sobre o que prossegue (a no-perda).

    O modelo de composio reiterado, estrofe aps estrofe, at quea ltima inverta tanto o paralelismo das anteriores, como a sua

    polarizao ideolgica.

    Observemos a terceira estrofe:

    Perdeste o melhor amigo.No tentaste qualquer viagem.No possuis casa, navio, terra.Mas tens um co.

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    O melhor amigo representa no apenas uma individualidade,mas o prprio sentido da amizade. Polissemia clara, presentetambm no segundo verso, quando viagem muito mais do queuma locomoo de um ponto a outro; na dimenso da imagsticaocidental, viagem vincula-se s idias de mudana, transformaoda existncia, aventura, rompimento com o cotidiano.

    O mesmo ocorre com os elementos indicados no terceiroverso:casa, navio, terra, que alm da denotao, incorporamao texto a idia de propriedade (lembremos o valor da mesmanuma sociedade de classes). H uma seqncia valorativa: casa-

    propriedade. J o navioponto mvel entre duas realidades fixase enraizadaspode representar a grandeza mxima do capital(quem afinal possui um navio, seno os milionrios?) ou serelacionar com a idia de mudana e suas implicaes.

    Esta terceira estrofe caracterizada, ao inverso das demais, porformas verbais negativas: no tentaste..., no possuis. No caso

    de no tentaste qualquer viagem, poderamos supor que aperda seria apenas relativa, pois uma viagem uma ao simples.Mas a situao do verso no texto e sua relao com o versoanterior e posterior acabam por invalidar a dvida (no seria aviagem a soluo?), j que a no-aco (no viajar) precedida

    por uma ao destrutiva (perder o amigo) e seguida por uma aono explicitada (no possuir). De onde se infere que h umaconcomitncia de fracasso e corroso tanto naquilo que foi feitocomo naquilo que no foi feito.

    Resta o co: mas tens um co. Este co ordinrio, tornado

    anttese do conjunto amizade/aventura/propriedade, degrada erelativiza o prprio valor da perda. Estabelecer uma equivalncia,ainda que por oposio, entre aquele conjunto e um cachorro

    pr em questo todos os fundamentos do mundo.

    A quarta estrofe comea com uma sinestesia vulgar: palavrasduras logo desviada por uma expressotambm coloquialem voz mansa. No entanto, colocadas lado a lado criam umaanttese sugestiva que aponta, talvez, para a idia dedesvelamento que impera em todo o texto (atrs da voz mansavem a palavra dura).

    Nunca, nunca cicatrizama repetio do advrbio enfatiza oefeito do ferimento causado pelas palavras. nfase alis presentena alterao de tempo verbal: diante do acontecido (golpearam),algo que tem uma continuidade infinita (cicatrizam, em vezdecicatrizaram). Todavia, em continuidade da forma verbalcicatrizam e das palavrasduras que ferem, coloca-se ohumour. Negao dos versos anteriores, humour aquisignifica distncia, neutralidade, maneira de assimilar e superaros golpes da vida corrosiva. Humour como afirmao daliberdade.

    Na estrofe cinco, encontramos uma reflexo sobre a relao entreo indivduo, a sociedade e a Histria: A injustia no seresolve. Ou seja, a injustia inerente a toda construo humana

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    e isso tornaria intil qualquer tentativa de mudana do universosocial.

    No entanto, como se v nos versos 29 e 30 cabe ao homem oprotesto, at porque da sua condio a luta contra o destinoinexorvel. Verdade que o murmrio a voz da incerteza ou domedo, e o protestosendo tmidopouco significa; contudo, o

    poeta sabe que viro outros. O seu pensamento no se fecha naconfisso do fracasso. H sempre uma abertura, um carter

    prospectivo, infenso utopia e demagogia. Outros viro, masisso necessariamente no alterar o real.

    A ambivalncia desta formulao (necessidade e inutilidade doprotesto) traduz simbolicamente o conflito nuclear do poema,que, a partir do verso-desencadeador: Vamos, no chores...,

    poderia ser esquematizado da seguinte maneira:

    Motivos do choro(Perda)

    - o amor- a amizade, a aventura e a propriedade- a violncia dos outros

    a injustia e o fracasso pessoal em resolv-la

    Motivos para no horar (No-perda)a infncia, a mocidade--- a continuao da vida

    a continuao do corao- o co

    o humour

    o futuro

    Trava-se no interior do texto, estrofe aps estrofe, um debateentre os valores destrudos e aqueles que resistiram a taldestruio. H um plo de corroso e um plo de resistncia edeterminao. O movimento entre tese e anttese pendular,embora haja uma aparente vitria do discurso positivo: algoultrapassa o lamento, algo resiste desintegrao. Contudo, altima estrofe define a posio do poeta frente existncia:

    Tudo somado, deviasprecipitar-te, de vez, nas guas.Ests nu na areia, no vento...Dorme, meu filho.

    Observe-se a ocorrncia de uma quebra no modelo, tanto por suairregularidade mtrica, como pela supresso da adversativa mas,que era o ndice do sistema opositivo imperante. Na estrofe,realiza-se uma adio (Tudo somado...), e esta adio tem por

    parcelas uma srie deperdas(tese) e uma srie de no-perdas(anttese), resultando da uma nova realidade que j no atese e tampouco a anttese. A primeira fora negada pela segundaque, por sua vez, seria negada por uma nova e ltima postura

    perante o real. Logo:

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    a- Lamento pelos valores perdidos;b- Ausncia de lamento pelo surgimento de novos princpios;c- Dissoluo final (negao do lamento e negao da ausncia delamento).

    No se trata de escolher entre A e B, pois se no faz sentidolamentar os valores mortos, no faz sentido igualmente projetaroutros valores. No final, tudo se dilui, dupla negao. Estrutura-se toda uma ordem de dissolvncia (Precipitar-te, de vez, nasguas); um tornar-se liquido, acentuado pelo tom sibilante dosvocbulos; uma dissoluo natural, areia e vento, elementosfludos, nos quais se agita uma nudez com toda a sua simbologia:despojamento, essncia, misria, verdade; at que o imperativodo verso final (Dorme, meu filho.) falso acalantoreafirme aintegrao do ser com o nada, porque dormir apagar aconscincia, diluir-se nas sombras noturnas, extinguir-se.

    Voltemos ao verso inicial do texto: Vamos, no chores....

    uma proposio de continuidade. Subjacente aorelacionamentoperda x no-perda, este verso prosseguesilenciosamente em toda enunciao do poema, at se conjugarcom a frase final da ltima estrofe.

    Vamos, no chores...[...]Dorme, meu filho.O poemaapresentado como uma travessia em que sodesveladas as iluses vigentes (infncia, amor, propriedade, etc.)e as iluses do reconforto (vida, corao, humour, etc.)retorna,

    ainda que substancialmente alterado, ao seu ponto de partida:no chores.... Este no-choro, porm, amplia-se: mais do queuma soluo conformista (conforme o traado do poema quaseat o seu final), uma forma de impotncia perante a esmagadorafora do nada. Tudo se corri. Tudo se nadifica. Portanto, no hsadas para o ser humano.

    http://www.terra.com.br/literatura/poesiamoderna/indice.htm