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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Rafael Lima da Silva
PROJETO ESTRUTURAL DE EDIFCIOS COM CONCRETOS
DE DIFERENTES RESISTNCIAS COMPRESSO:
COMPARATIVO DE CUSTOS
Porto Alegre
dezembro 2011
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RAFAEL LIMA DA SILVA
PROJETO ESTRUTURAL DE EDIFCIOS COM CONCRETOSDE DIFERENTES RESISTNCIAS COMPRESSO:
COMPARATIVO DE CUSTOS
Trabalho de Diplomao apresentado ao Departamento deEngenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obteno do
ttulo de Engenheiro Civil
Orientador: Roberto Domingo Rios
Porto Alegre
dezembro 2011
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RAFAEL LIMA DA SILVA
PROJETO ESTRUTURAL DE EDIFCIOS COM CONCRETOSDE DIFERENTES RESISTNCIAS COMPRESSO:COMPARATIVO DE CUSTOS
Este Trabalho de Diplomao foi julgado adequado como pr-requisito para a obteno do
ttulo de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo Professor Orientador e
pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomao Engenharia Civil II (ENG01040) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, 19 de dezembro de 2011
Prof. Roberto Domingo RiosDr. pela UFRGS
Orientador
Profa. Carin Maria SchmittCoordenadora
BANCA EXAMINADORA
Profa. Virgnia Maria Rosito dAvilaBessa (UFRGS)Dra. Pela UFRGS
Prof. Rubem Clecio Schwingel (UFRGS)M.Sc. pela UFRGS
Prof. Roberto Domingo Rios (UFRGS)Dr. Pela UFRGS
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Dedico este trabalho aos meus colegas e amigos, Solon e
Laura, e a minha esposa, Marta, que sempre me apoiarame estiveram ao meu lado durante o perodo do meu Cursode Graduao.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo ao Prof. Roberto Rios, orientador deste trabalho por todo conhecimento transmitido
e pela ateno que sempre teve comigo.
Profa. Carin Maria Schmitt, pela ajuda e prontido nestes dois semestres de realizao do
trabalho.
Ao meu pai, Paulo, minha av Neiva, minha tia, Luciene, pelo apoio, incentivo e carinho
que me deram ao longo de toda minha vida.
minha esposa, Marta, pela dedicao, pacincia e apoio concedidos durante esse importanteperodo.
Aos meus amigos, Jairo, Clara, Clodoaldo, Bruna, Ben-Hur, Paula, Mariana e Marco, pela
companhia e ajuda nos momentos difceis.
Aos meus amigos Solon e Laura, que foram fundamentais, pois sem eles muito provavelmente
eu no me tornaria um engenheiro.
Agradeo, por fim, a todos que de alguma forma colaboraram e estiveram comigo ao longo
dessa caminhada.
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Avida para quem topa qualquer parada.No para quem para em qualquer topada.
Bob Marley
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RESUMO
Com o crescimento do mercado da construo civil, e o aumento da competitividade entre as
empresas do setor, de extrema importncia a otimizao da quantidade de materiais
determinados pelo projeto estrutural, visando reduo do custo da estrutura. Este trabalho
versa sobre a avaliao dos custos entre estruturas calculadas com diferentes resistncias
compresso do concreto (fck), e da rea em planta ocupada pelos pilares. So analisados
edifcios de 5, 10, 15 e 20 pavimentos, atravs de um modelo de estrutura simplificado, com
vos de vigas de cinco a seis metros, sendo mantidas constantes as espessuras das lajes, e
alteradas as dimenses dos pilares e vigas. Para tanto, inicialmente foram abordados tpicos
referentes aos critrios de projeto para o dimensionamento de estruturas, quando soapresentados modelos de clculos, aes e combinaes de aes, distribuies de esforos,
no-linearidade fsica, deslocamentos limites e critrios que visam durabilidade das
estruturas. Posteriormente, foram realizados os clculos atravs do software Eberick da
AltoQi para a determinao dos quantitativos de concreto, ao e frmas. A partir dos
quantitativos de materiais, foram determinados os custos para cada hiptese de clculo, para
toda a estrutura e para os elementos que a compe (pilares, vigas e lajes). Para os quatro
modelos foi constatada uma tendncia de aumento dos custos de lajes e vigas e diminuio nocusto dos pilares com aumento do fck. A rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento foi
obtida atravs da diviso do volume do concreto pela altura do edifcio para cada modelo.
Neste quesito, verificou-se um grande ganho de rea til na edificao com o aumento da
resistncia compresso do concreto dos pilares. Logo aps a apresentao dos resultados,
tm-se as consideraes finais, nas quais foi feita uma anlise crtica dos resultados e expostas
s concluses para fechamento do trabalho.
Palavras-chave: Projeto Estrutural. Resistncia Compresso. Custo da Estrutura.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1Etapas da pesquisa .......................................................................................... 16
Figura 2Mtodos aproximados + vigas contnuas ........................................................ 22Figura 3Prtico H ......................................................................................................... 22
Figura 4Grelha de vigas ............................................................................................... 23
Figura 5Grelha de vigas e lajes .................................................................................... 24
Figura 6Prtico plano ................................................................................................... 25
Figura 7Prtico espacial ............................................................................................... 25
Figura 8Elementos finitos ............................................................................................ 26
Figura 9Isopletas da velocidade bsica V0................................................................... 29
Figura 10Relevo do terrenofator S1.......................................................................... 30
Figura 11Coeficiente de arrasto, Ca, para edificaes paralelepipdicas em vento debaixa turbulncia ................................................................................................
33
Figura 12Planta baixa estrutura .................................................................................... 47
Figura 13Etapas de clculo .......................................................................................... 51
Figura 14Custo total da estrutura para o Modelo 1 ...................................................... 53
Figura 15Custo dos elementos estruturais para o Modelo 1......................................... 53
Figura 16rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 1.............. 54Figura 17Custo total da estrutura para o Modelo 2 ...................................................... 55
Figura 18Custo dos elementos estruturais para o Modelo 2......................................... 56
Figura 19rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 2.............. 56
Figura 20Custo total da estrutura para o Modelo 3 ...................................................... 58
Figura 21Custo dos elementos estruturais para o Modelo 3......................................... 59
Figura 22rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 3.............. 59
Figura 23Custo total da estrutura para o Modelo 4 ...................................................... 61
Figura 24Custo dos elementos estruturais para o Modelo 4......................................... 62
Figura 25rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 4.............. 62
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1Valores mnimos das cargas verticais ........................................................... 28
Quadro 2Fator S2.......................................................................................................... 32Quadro 3Valores mnimos para o fator estatstico S3.................................................. 32
Quadro 4Valores do coeficiente de ponderao ........................................................ 35
Quadro 5Valores dos fatores de combinao ........................................................... 36
Quadro 6Limites para deslocamentos .......................................................................... 41
Quadro 7Classe de agressividade ambiental ................................................................ 42
Quadro 8Fator gua/cimento em funo da classe de agressividade ambiental............ 43
Quadro 9Limite de fissurao em funo da classe de agressividade ambiental ......... 44
Quadro 10Correspondncia entre classe de agressividade ambiental e cobrimentos .. 44
Quadro 11Nveis da estrutura ....................................................................................... 46
Quadro 12Cargas das lajes ........................................................................................... 48
Quadro 13Valores do fator S2...................................................................................... 49
Quadro 14Valores de coeficientes de arrasto ............................................................... 50
Quadro 15Critrios que visam durabilidade da estrutura .......................................... 50
Quadro 16Custos e reas dos pilaresModelo 1 ........................................................ 52
Quadro 17Custos e reas dos pilaresModelo 2 ........................................................ 55Quadro 18Custos e reas dos pilaresModelo 3 ........................................................ 57
Quadro 19Custos e reas dos pilaresModelo 4 ........................................................ 60
Quadro 20Relao entre a situao mais econmica x 25 MPa para os pilares ........... 63
Quadro 21Relao entre a situao mais econmica x 25 MPa para a estrutura ......... 64
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SUMRIO
1 INTRODUO ........................................................................................................... 11
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 132.1 QUESTO DE PESQUISA ....................................................................................... 13
2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO ................................................................................. 13
2.2.1 Objetivo principal ................................................................................................. 13
2.2.2 Objetivos secundrios ........................................................................................... 13
2.3 PRESSUPOSTO ......................................................................................................... 14
2.4 PREMISSA ................................................................................................................ 14
2.5 DELIMITAES ...................................................................................................... 14
2.6 LIMITAES ............................................................................................................ 14
2.7 DELINEAMENTO .................................................................................................... 14
3 CONCRETO ................................................................................................................ 17
3.1 RESISTNCIA COMPRESSO ........................................................................... 17
3.2 CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD) .................................................... 18
3.3 ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE ....................................................................... 19
4 CRITRIOS DE PROJETO ...................................................................................... 21
4.1 MODELOS ESTRUTURAIS .................................................................................... 214.1.1 Mtodos aproximados + Vigas contnuas ............................................................ 21
4.1.2 Vigas + Pilares (Prtico H) ................................................................................... 22
4.1.3 Grelha somente de vigas ....................................................................................... 23
4.1.4 Grelha de vigas e lajes ........................................................................................... 23
4.1.5 Prtico plano .......................................................................................................... 24
4.1.6 Prtico espacial ...................................................................................................... 25
4.1.7 Elementos finitos ................................................................................................... 26
4.1.8 Combinao de modelos estruturais .................................................................... 26
4.2 AES ....................................................................................................................... 26
4.2.1 Aes Permanentes ................................................................................................ 27
4.2.2 Aes Variveis ...................................................................................................... 27
4.2.2.1 Aes Variveis de Utilizao ............................................................................. 28
4.2.2.2 Aes Variveis Devidas ao Vento ...................................................................... 28
4.2.2.2.1 Velocidade bsica do vento, V0......................................................................... 29
4.2.2.2.2 Fator topogrfico: fator S1................................................................................ 29
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4.2.2.2.3 Rugosidade do terreno, dimenses da edificao e altura sobre o terreno:
fator S2 .........................................................................................................................
30
4.2.2.2.4 Fator estatstico: fator S3 .................................................................................. 32
4.2.2.2.5 Coeficiente de arrasto: Ca................................................................................. 324.3 COMBINAES DE AES .................................................................................. 34
4.3.1 Estado limite ltimo (ELU) .................................................................................. 34
4.3.2 Estado limite de servio (ELS) ............................................................................. 36
4.4 DISTRIBUIES DOS ESFOROS ........................................................................ 37
4.5 NO-LINEARIDADE FSICA ................................................................................. 38
4.6 REDUES DAS RIGIDEZES TORO ........................................................... 39
4.7 DESLOCAMENTOS LIMITES ................................................................................ 39
4.8 CRITRIOS DE PROJETO QUE VISAM A DURABILIDADE ............................. 42
4.8.1 Classe de agressividade ambiental ....................................................................... 42
4.8.2 Relao gua/cimento ........................................................................................... 43
4.8.3 Abertura mxima de fissuras ............................................................................... 43
4.8.4 Cobrimentos ........................................................................................................... 44
5 GEOMETRIA, CRITRIOS DE CLCULO E RESULTADOS .......................... 46
5.1 GEOMETRIA ............................................................................................................ 46
5.2 CRITRIOS DE CLCULO ..................................................................................... 485.3 CLCULO E RESULTADOS ................................................................................... 51
5.3.1 Modelo 1 ................................................................................................................. 52
5.3.2 Modelo 2 ................................................................................................................. 54
5.3.3 Modelo 3 ................................................................................................................. 57
5.3.4 Modelo 4 ................................................................................................................. 60
6 CONCLUSES ........................................................................................................... 63
REFERNCIAS ............................................................................................................... 65
APNDICE ...................................................................................................................... 66
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1 INTRODUO
Com o crescimento do mercado da construo civil e consequente aumento da
competitividade entre as empresas do setor, sair na frente quem conseguir diminuir o custo
da obra, sem comprometer a qualidade. Normalmente, os projetos estruturais determinam
custos que representam 20% do total da obra podendo viabilizar, ou no, economicamente um
empreendimento.
O avano da tecnologia permite a produo de concretos de maiores resistncias, o que faz
com que o uso deste tipo de concreto seja cada vez mais comum, no apenas em obras
especiais, mas tambm nos edifcios convencionais. A adio de superplastificantes diminuiu
a relao gua-cimento, permitindo reduzir significativamente a quantidade de gua usada
para aumentar a trabalhabilidade do concreto. Tal fato trouxe como consequncia a
diminuio da quantidade de poros e aumentou a resistncia.
As vantagens que decorrem do uso de concretos de alta resistncia so inmeras, como, por
exemplo, otimizao de espaos internos nas edificaes, proporcionados pela reduo dassees de concreto, diminuio da rea de ao necessria para a estrutura e aumento da
durabilidade. Porm, o comparativo direto do custo do metro cbico dos concretos faz com
que haja ainda bastante receio por parte das construtoras na sua aplicao.
Neste contexto, faz-se necessrio um estudo da variao da resistncia compresso do
concreto (fck), durante a elaborao e desenvolvimento do projeto estrutural, comparando-se
os custos da estrutura e dos pilares, vigas e lajes para diferentes classes de concreto, de
estruturas dimensionadas com um nico fck, e tambm, para estruturas com pavimentos de
diferentes resistncias. Aspectos como, reduo das cargas nas fundaes, consumo de
concreto, de ao, frmas e mo de obra, alm do aumento da rea til da edificao, devem
ser levados em conta.
Este trabalho prope, atravs de um modelo simplificado, com uso de software especfico,
fazer uma verificao das variaes no custo da estrutura, quando dimensionada com
concretos de diferentes resistncias compresso, para edifcios comerciais de 5, 10, 15 e 20pavimentos, que contemplam grande parte das edificaes. A NBR 6118:2003 Projeto de
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Estruturas de ConcretoProcedimento, regulamenta concretos de resistncia de at 50 MPa.
Por este motivo, este trabalho contempla esse como fckmximo.
No segundo captulo so apresentadas as diretrizes da pesquisa, sendo descritas a questo depesquisa, objetivos do trabalho, pressuposto, premissa, delimitaes, limitaes e o
delineamento do trabalho. O terceiro captulo faz uma reviso bibliogrfica sobre concreto,
com nfase sua principal caracterstica, a resistncia compresso.
O quarto captulo, tambm de reviso bibliogrfica, mostra os principais critrios para o
desenvolvimento de um projeto estrutural, sendo descritos os diferentes tipos de modelos
estruturais, aes e combinaes de aes, dados de no-linearidade fsica, rigidez toro,
deslocamentos limites e critrios que visam durabilidade da edificao, como, classe de
agressividade ambiental, abertura mxima de fissuras e cobrimentos. No quinto captulo so
apresentados a geometria da estrutura proposta, os critrios de clculo adotados, os resultados
obtidos, e uma anlise dos mesmos, tendo como base o custo total da estrutura, o custo dos
pilares, vigas e lajes, e tambm da rea ocupada pelos pilares na edificao para cada hiptese
de clculo. Por fim, no sexto captulo so apresentadas as concluses do trabalho.
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2 DIRETRIZES DA PESQUISA
Neste captulo so apresentados a questo de pesquisa, objetivos, pressuposto, premissa,
delimitaes, limitaes e delineamento do trabalho.
2.1 QUESTO DE PESQUISA
A questo de pesquisa deste trabalho : quais as diferenas de custo e rea til dos pavimentos
que podem ser verificadas, variando-se a resistncia compresso dos concretos adotados nasestruturas de edifcios comerciais de 5, 10, 15 e 20 pavimentos?
2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO
Os objetivos do trabalho esto classificados em principal e secundrios e so apresentados nos
prximos itens.
2.2.1 Objetivo principal
O objetivo principal deste trabalho a verificao das variaes no custo de estruturas em
concreto armado assim como de rea til disponibilizada na edificao, quando
dimensionadas com diferentes resistncias compresso do concreto, com valores entre 25 e
50 MPa, num modelo de estrutura simplificado, para edifcios comerciais de 5, 10, 15 e 20
pavimentos.
2.2.2 Objetivos secundrios
Os objetivos secundrios deste trabalho so as avaliaes da influncia da alterao da
resistncia compresso do concreto:
a) no consumo de materiais;
b) no custo dos pilares, vigas e lajes.
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2.3 PRESSUPOSTO
O trabalho tem por pressuposto que as estruturas dimensionadas em concreto armado devem
estar de acordo com as restries estabelecidas nas normas tcnicas NBR6120:1980,NBR6123:1988, NBR8681:2003 e NBR6118:2003 de forma a assegurar a estabilidade,
durabilidade e o bom funcionamento da edificao.
2.4 PREMISSA
O trabalho tem por premissa que, diante da representatividade do custo da estrutura no total
da obra, importante que durante a elaborao e desenvolvimento do projeto estrutural sejamtestadas diferentes resistncias compresso do concreto, determinando a que apresenta
maior relao custo/benefcio.
2.5 DELIMITAES
O trabalho delimita-se a estruturas em concreto armado, com vos de vigas convencionais
(cinco a seis metros), cargas de utilizao de escritrios (2 kN/m2), construdo em Porto
Alegre e com nmero de pavimentos iguais a 5, 10, 15 e 20.
2.6 LIMITAES
So limitaes do trabalho:
a) sero analisados fckentre 25 e 50 MPa;
b) sero alteradas as dimenses somente de pilares e vigas, mantendo-se constanteas das lajes;
c) as estruturas sero dimensionadas apenas no software Eberick da AltoQi.
2.7 DELINEAMENTO
O trabalho ser realizado atravs das etapas apresentadas a seguir que esto representadas na
figura 1:
a) pesquisa bibliogrfica;
b) determinao dos parmetros necessrios para uso do software escolhido;
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c) lanamento e dimensionamento das estruturas;
d) extrao dos quantitativos de materiais;
e) pesquisa de preos dos insumos;
f) anlise dos resultados;g) concluses.
As etapas so descritas nos prximos pargrafos.
Primeiramente foi realizada a pesquisa bibliogrfica, para aprofundamento do tema
escolhido, para o estudo das consideraes relativas ao dimensionamento e ao aprendizado do
uso do software escolhido para o clculo. Na segunda etapa, foram determinados os
parmetros para clculonecessrios ao dimensionamento da estrutura. Foram definidas asaes de carregamentos, parmetros de no linearidade fsica, redues de toro,
plastificao e redistribuies de esforos. Foram tambm definidos dados relacionados
durabilidade da estrutura, como, classe de agressividade, cobrimentos e abertura mxima de
fissuras, dados necessrios para determinao dos esforos de vento, entre eles, velocidade
caracterstica e coeficientes de arrasto.
Em seguida foi realizado o lanamento e dimensionamento, que envolveu a incluso do
modelo proposto no software escolhido, com 5, 10, 15 e 20 pavimentos. Tambm foi feita a
verificao dos elementos estruturais (pilares, vigas e lajes) nos estados limites ltimos e de
servio, para estruturas dimensionadas com apenas um fck, e tambm para algumas
combinaes de resistncias propostas.
Na etapa extrao dos quantitativos, o volume de concreto, a rea de frmas e o peso de ao
foram quantificados, para cada situao de clculo. Na etapa pesquisa de preos foram
determinados os valores do metro cbico de concreto, para cada resistncia estudada, assimcomo do metro quadrado de frmas de madeira e do quilo de ao.
De posse dos resultados adquiridos, foi possvel determinar o custo da estrutura para cada um
dos modelos propostos, e posteriormente, fazer uma anlise dos resultados, atravs da
comparao dos custos da estrutura como um todo, e tambm dos elementos que a compem,
como pilares, vigas e lajes. Outro dado analisado foi a rea em planta ocupada pelos pilares,
para cada hiptese de clculo, a qual determina diretamente a rea til disponibilizada na
edificao. Por fim, nas concluses descrita qual a influncia da alterao de fckno custo da
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estrutura, dos pilares, vigas e lajes, e da rea ocupada pelos pilares, para edifcios comerciais
de 5, 10, 15 e 20.
Figura 1Etapas da pesquisa
(fonte: elaborada pelo autor)
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3 CONCRETO
O concreto sem dvida o material de construo mais usado nas estruturas dos edifcios no
Brasil, sobrepondo-se ao ao e madeira, no apenas por apresentar menor custo, mas
tambm, conforme Ruschel (1974), por apresentar qualidades inigualveis como material de
construo. Permitir a execuo de peas com continuidade, poder ser moldado com formas
mais complexas e possuir grande durabilidade, so suas principais vantagens em relao ao
ao e madeira.
Porm, o concreto simples no resiste bem s tenses de trao, correspondendo
aproximadamente a um dcimo da resistncia compresso. Para sanar este problema, surge
ento o concreto armado. Com a introduo de barras de ao no seu interior, em termos
gerais, as tenses de trao so resistidas pelo ao ficando para o concreto a funo de resistir
aos esforos de compresso. Isto possvel devido aderncia entre o concreto e a armadura,
pela proximidade dos coeficientes de dilatao dos dois materiais e pela ausncia de oxidao
das armaduras quando o concreto possuir uma quantidade adequada de cimento e for
adequadamente adensado (RUSCHEL, 1974).
Nos prximos subitens sero apresentados alguns aspectos relativos resistncia
compresso do concreto, descrevendo o concreto de alto desempenho e apresentado de forma
sucinta o grande responsvel pelo aumento da trabalhabilidade ou da resistncia
compresso: o aditivo superplastificante.
3.1 RESISTNCIA COMPRESSO
Os atributos mais importantes do concreto so, alm da resistncia compresso, a
durabilidade e a permeabilidade, contudo, neste trabalho ser analisado com mais detalhe
apenas a resistncia compresso (fck). Segundo Ruschel (1974, p. 3), O aumento da
resistncia do concreto se processa em funo do tempo de uma maneira assinttica, podendo-
se dizer que a mxima resistncia somente alcanada aps vrios anos de idade..
Conforme Neville (1997), a resistncia de um concreto a certa idade, curado em gua a umatemperatura estabelecida, depende de apenas dois fatores: a relao gua/cimento e o grau de
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adensamento. Neville (1997, p. 197) afirma que A presena de vazios diminui muito a
resistncia do concreto: 5% podem reduzir a resistncia em at 30%, e mesmo 2% de vazios
podem resultar em uma perda de 10% de resistncia.. Porm, Mehta e Monteiro (1994, p. 46)
destacam ainda que:
[...] fatores como adensamento, condies de cura (grau de hidratao do cimento),dimenses e mineralogia do agregado, aditivos, geometria e condies de umidadedo corpo de prova, tipo de tenso, e velocidade de carregamento podem tambm terum efeito importante sobre a resistncia.
Os vazios no concreto so funo dos espaos deixados depois de retirado o excesso de gua,
a qual foi necessria para dar trabalhabilidade ao concreto. O volume dessa gua depende da
relao gua/cimento da mistura. A presena de bolhas de ar, so determinadas pelagranulometria das partculas mais finas da mistura e so mais facilmente expelidas de uma
mistura mais molhada do que de outra mais seca. Portanto, para cada mtodo de adensamento
existe um teor timo de gua (NEVILLE, 1997). Quando o concreto est plenamente
adensado, considera-se que sua resistncia inversamente proporcional relao
gua/cimento.
3.2 CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD)
Nos ltimos anos o concreto de alto desempenho (CAD) tem seu uso difundido no Brasil,
principalmente pela capacitao das empresas de concreto pr-misturado e dos centros de
pesquisa. Estes concretos so usados em estruturas de edifcios, pontes e, principalmente, em
estruturas pr-moldadas, e necessitam de cuidados relativamente simples na sua aplicao,
pois so muito semelhantes aos concretos com resistncias usuais (HELENE; HARTMANN,
2004).
Segundo Juc et al. (2001), houve a necessidade de uma reviso profunda nos conceitos de
durabilidade e desempenho dos materiais, em virtude das inmeras manifestaes patolgicas
que ocorrem nas construes. Nos dias de hoje, aceito que desempenho e durabilidade so
fatores bsicos para qualificar um material, pois o desempenho est relacionado ao seu
comportamento em uso e, a durabilidade, ao seu desempenho durante toda a vida til.
Neste novo conceito, as demais propriedades do concreto, principalmente as relativas
durabilidade, so consideradas to importantes quanto s suas caractersticas mecnicas. No
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mundo, a preocupao com a durabilidade das estruturas de concreto j existe h bastante
tempo, principalmente devido aos custos envolvidos para repar-las. A utilizao do CAD
pode possibilitar aumento da durabilidade das estruturas e diminuio dos custos de
manuteno, reduo das sees dos elementos estruturais ou aumento dos vos, aumento da
rea til da edificao, reduo das cargas nas fundaes e aumento da velocidade de
construo (HERV NETO, 2002).
Como mencionado anteriormente, a resistncia compresso e a durabilidade do concreto
esto diretamente relacionadas relao gua/cimento e consequente quantidade de poros.
consenso dentre muitos pesquisadores de CAD que o principal fator que determina o alto
desempenho de um concreto o emprego de uma baixa relao gua/cimento, de 0,20 a 0,35
(NEVILLE, 1997).
Existem diversas maneiras de produzir concretos com elevada resistncia compresso, entre
elas, se destacam as adies de aditivos superplastificantes, adies minerais e baixas relaes
gua/cimento. Conforme Freire (2003, p. 1), Almda alta resistncia, esse material tende a
ter maior trabalhabilidade, menor porosidade e maior aderncia e mdulo de elasticidade..
Algumas vantagens do CAD em relao ao concreto convencional so:
a) possibilidade de formas mais esbeltas;
b) menor rea de frmas;
c) reduo de taxas de ao;
d) possibilidade de formas mais esbeltas;
e) aumento de durabilidade da estrutura;
f) reduo de custos de manuteno;
g) aumento do mdulo de elasticidade;
h) reduo de cargas nas fundaes.
3.3 ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE
Os aditivos destacam-se pela capacidade de proporcionar melhorias fsicas e econmicas ao
concreto, viabilizando muitas vezes estruturas impossveis de se conceber com o uso de
concretos sem aditivos. Na maioria dos casos, um aditivo definido como um produto
qumico, adicionado ao concreto com teores no maiores a 5% em relao massa de
cimento, com finalidade de se obterem modificaes das propriedades do concreto
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(NEVILLE, 1997). Como o intuito deste trabalho dimensionar estruturas com concretos de
diferentes resistncias compresso e o principal aditivo que veio a colaborar no aumento da
resistncia o superplastificante, no sero abordados os demais tipos de aditivos.
Segundo Neville (1997, p. 263):
Os superplastificantes so polmeros orgnicos hidrossolveis obtidossinteticamente, usando um processo complexo de polimerizao para obteno demolculas longas de elevada massa molecular e, por tanto, relativamente caros. Poroutro lado, como eles so produzidos para um fim especfico, suas caractersticaspodem ser otimizadas no que diz respeito ao comprimento das molculas com ummnimo de entrelaamento. Eles tm tambm um teor baixo de impurezas, de modoque, mesmo em dosagens elevadas, no apresentam efeitos colaterais prejudiciais.
As molculas longas do aditivo se enrolam nas partculas de cimento, proporcionando uma
carga altamente negativa e estas passam a se repelir. Isso aumenta a disperso das partculas
de cimento e pode ser aproveitado de duas maneiras: mantendo-se o fator gua/cimento,
resultando efetivamente num aumento de trabalhabilidade, ou diminuindo-se o fator
gua/cimento, que promoveria um aumento da resistncia compresso do concreto, para
uma mesma trabalhabilidade (NEVILLE, 1997).
Segundo Ado e Hemerly (2002, p. 34), A mistura feita diretamente na gua numa
proporo de 10 litros de superplastificante para cada metro cbico de CAD.. Com a adio
do aditivo superplastificante ao concreto, o fator gua-cimento pode ser reduzido at 0,20.
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4 CRITRIOS DE PROJETO
Neste captulo sero abordados os dados necessrios para o desenvolvimento de um projeto
estrutural com a utilizao de um programa computacional. Definies de modelos
estruturais, dados dos materiais a serem empregados, das aes e combinaes de
carregamentos, bem como, a distribuio dos esforos, so de fundamental importncia para
assegurar a estabilidade, durabilidade e o bom funcionamento de uma edificao.
4.1 MODELOS ESTRUTURAIS
A anlise estrutural de um edifcio sempre baseada na adoo de um modelo estrutural, que
nada mais , que um prottipo que procura simular o edifcio real. Existem muitos tipos de
modelos estruturais que so empregados na anlise de edifcios de concreto armado, alguns
bastante simples, e outros nem tanto. A medida que o modelo se aproxima mais da realidade,
naturalmente mais complexo ele se torna, sendo, na maior parte dos casos, imprescindvel o
uso do computador. A seguir, so descritos alguns modelos estruturais usualmente
empregados.
4.1.1 Mtodos aproximados + Vigas contnuas
No modelo de mtodos aproximados e vigas contnuas para o dimensionamento das lajes, os
elementos so calculados de forma independente. Os esforos e flechas das lajes so
determinados a partir de tabelas de mtodos consagrados, como por exemplo, mtodos de
Marcus e Czerny, os esforos e flechas das vigas so calculados por meio do modelo de viga
contnua, com apoios indeformveis (KIMURA, 2007).
As reaes das lajes so transferidas para as vigas por rea de influncia, supondo linhas de
ruptura, e as reaes verticais obtidas nos apoios das vigas so transmitidas como cargas
concentradas aos pilares (KIMURA, 2007). A figura 2 representa o esquema estrutural para a
distribuio das reaes na estrutura.
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Figura 2Mtodos aproximados + vigas contnuas
(fonte: KIMURA, 2007, p. 115)
4.1.2 Vigas + Pilares (Prtico H)
O modelo do prtico H uma evoluo do mtodo de vigas contnuas, nele as vigas e os
pilares so dimensionados de forma conjunta, como um prtico plano. Os esforos e flechas
das lajes continuam sendo obtidos atravs dos processos simplificados (KIMURA, 2007). A
figura 3 representa o esquema estrutural dos pilares e viga.
Figura 3Prtico H
(fonte: KIMURA, 2007, p. 116)
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4.1.3 Grelha somente de vigas
No sistema de grelhas, as vigas so simuladas por elementos lineares dispostos no plano
horizontal, submetidos a cargas perpendiculares, as quais podem ser as reaes das lajes,obtidas pelos processos simplificados, assim como pelas cargas de paredes ou pela soma das
duas (KIMURA, 2007). Neste modelo, os pilares so representados por apoios simples e em
cada interseo entre as barras definido um n, o que possibilita a obteno dos
deslocamentos e esforos. Porm, os efeitos das aes horizontais no so analisados
(KIMURA, 2007). A figura 4 representa o esquema estrutural das vigas pelo processo de
grelha e a laje pelo sistema de linhas de ruptura.
Figura 4Grelha de vigas
(fonte: adaptado de KIMURA, 2007)
4.1.4 Grelha de vigas e lajes
No modelo de grelha de vigas e lajes, possvel calcular os esforos e deslocamentos nas
lajes e vigas oriundos da atuao das cargas verticais. Este modelo composto por uma malha
de elementos lineares dispostos no plano horizontal que simulam as vigas e lajes (S3ENG-
TECNOLOGIA APLICADA ENGENHARIA S/A, 2011).
Cada painel de laje subdividido em diversas barras espaadas de acordo com o grau de
preciso que se pretende alcanar, normalmente ficam em torno de 50 cm umas das outras. Os
dados das barras que representam as vigas so definidos de acordo com as suas prprias
caractersticas, seo transversal e material. A distribuio dos esforos nas lajes e vigas
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realizada de acordo com a rigidez de cada barra, ou seja, os esforos migraro
automaticamente para as regies de maior rigidez (S3ENG-TECNOLOGIA APLICADA
ENGENHARIA S/A, 2011). A figura 5 mostra as barras das lajes e vigas que formam uma
malha (grelha) no plano horizontal, recebendo um carregamento perpendicular representado
pela flechas.
Figura 5Grelha de vigas e lajes
(fonte: adaptado de KIMURA, 2007)
4.1.5 Prtico plano
Na estrutura modelada como prtico plano, possvel a aplicao de aes tanto verticais
quanto horizontais, pois se pode analisar o comportamento global do edifcio e no apenas de
um pavimento. Este modelo muito utilizado para anlise dos efeitos do vento para a
avaliao da estabilidade global dos edifcios. Os pilares e vigas so representados por barras
dispostas no plano vertical e as lajes no fazem parte do modelo, devendo ser calculadas de
forma separada pelos mtodos simplificados e as reaes transferidas manualmente s vigas
(KIMURA, 2007). A figura 6 mostra uma estrutura em perspectiva e o seu prtico unifilar
correspondente.
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Figura 6Prtico plano
(fonte: KIMURA, 2007, p. 121)
4.1.6 Prtico espacial
O prtico espacial composto por barras que representam todos os pilares e vigas presentes
num edifcio, sendo empregado na anlise global da estrutura. Com ele, so calculados os
deslocamentos e esforos nas vigas e pilares oriundos da atuao das cargas verticais e
horizontais. As lajes so tratadas como elementos de grande rigidez no plano horizontal e no
fazem parte do modelo (S3ENG-TECNOLOGIA APLICADA ENGENHARIA S/A, 2011).
A figura 7 mostra uma estrutura em perspectiva e o seu prtico unifilar correspondente.
Figura 7Prtico espacial
(fonte: KIMURA, 2007, p. 122)
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4.1.7 Elementos finitos
O modelo de elementos finitos composto por uma malha de elementos lineares dispostos no
plano horizontal para simular as vigas, da mesma forma que nas grelhas, porm as lajes socompostas por elementos finitos de placas, as quais so bidirecionais. Cada laje dividida em
diversas placas, que podem ter formato qualquer, mas usualmente triangular ou quadrangular
(KIMURA, 2007). A figura 8 mostra a discretizao de uma laje com seus diversos elementos
de placa.
Figura 8Elementos finitos
(fonte: adaptado de KIMURA, 2007)
4.1.8 Combinao de modelos estruturais
Segundo Kimura (2007, p. 131), Na prtica atual, a anlise estrutural de edifcios usuais de
concreto armado baseada principalmente na combinao de dois modelos: grelhas de
vigas+lajes e prtico espacial.. usado o modelo de grelhas para o clculo de esforos edeslocamentos nas lajes e o prtico espacial para a anlise global da estrutura, determinao
dos esforos e deslocamentos das vigas e pilares.
4.2 AES
Conforme a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a,
p. 2), Aes so causas que provocam esforos ou deformaes nas estruturas. Do ponto de
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vista prtico, as foras e as deformaes impostas pelas aes so consideradas como se
fossem as prprias aes..
As aes so classificadas em permanentes, variveis e excepcionais, segundo a variabilidadeno tempo, e devem ser consideradas no clculo de um edifcio, sempre que produzirem efeitos
significativos na estrutura. Sero abordadas nos prximos itens as aes permanentes e
variveis (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a).
4.2.1 Aes Permanentes
Conforme a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a,
p. 2), Aes permanentes so as que ocorrem com valores constantes ou de pequena variao
em torno de sua mdia, durante praticamente toda a vida da construo. A variabilidade das
aes permanentes medida num conjunto de construes anlogas.. As aes permanentes
so divididas em diretas e indiretas.
Segundo a NBR 8681, classificam-se como aes permanentes diretas, o peso prprio da
estrutura e de todos os elementos construtivos permanentes, os pesos dos equipamentos fixos
e os empuxos. J as aes permanentes indiretasso provenientes da retrao, e da flunciado concreto. Esta ltima consiste em deformaes no concreto ao longo do tempo de vida da
estrutura, em virtude das aes permanentes, de recalques e das imperfeies geomtricas
(desaprumo). Por sua vez, as imperfeies geomtricas so distores na forma e no
posicionamento dos elementos estruturais originados durante a sua construo
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a).
4.2.2 Aes Variveis
Conforme a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a,
p. 2), So as que ocorrem com valores que apresentam variaes significativas em torno de
sua mdia, durante a vida da construo.. Ou seja, so as aes que atuam apenas durante
parte da vida do edifcio.
Destacam-se como aes variveis, as cargas de utilizao, do vento, das aes dinmicas, da
ao da gua e variaes de temperatura. So classificadas como aes variveis diretasasacidentais de uso, do vento e da gua, e como aes variveis indiretasas provenientes das
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aes dinmicas e de temperatura. Nos prximos itens sero abordadas com mais detalhes as
aes variveis de utilizao e vento (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2003a).
4.2.2.1 Aes Variveis de Utilizao
Carga de utilizao toda aquela que pode atuar sobre a estrutura de edificaes em funo
do seu uso. A NBR 6120 estabelece valores mnimos da carga vertical a ser considerada
decorrente da ocupao da edificao (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 1980). No quadro 1 so apresentados os exemplos de utilizao mais comuns e
respectivas cargas.
Quadro 1Valores mnimos das cargas verticais
(fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1980)
4.2.2.2 Aes Variveis devidas ao Vento
Segundo a NBR 6118 obrigatria a considerao dos efeitos do vento no clculo de uma
estrutura de concreto (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b). Os
esforos oriundos da ao do vento devem ser determinados a partir da NBR 6123
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988). importante salientar
que quanto mais alto for o edifcio, mais significativo ser o efeito do vento. Este efeito
avaliado a partir de diversos parmetros que permitem definir as foras aplicadas sobre a
estrutura. Tais parmetros sero descritos nos prximos itens.
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4.2.2.2.1 Velocidade bsica do vento, Vo
A velocidade bsica do vento, conforme NBR 6123, a velocidade de uma rajada com
durao de trs segundos, medida em campo aberto e plano, numa distncia de dez metros da
superfcie, esta, podendo ser excedida uma vez a cada 50 anos (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988). A figura 9 apresenta o mapa das isopletas
da velocidade bsica do vento no Brasil. A partir dele definida a velocidade bsica em
funo da localizao da edificao, por exemplo, um edifcio que ser construdo em Porto
Alegre ter Vo igual a 45 m/s.
Figura 9Isopletas da velocidade bsica Vo(m/s)
(fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)
4.2.2.2.2 Fator topogrfico: fator S1
De acordo com NBR 6123 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988,
p. 5), O fator topogrfico S1leva em considerao as variaes do relevo do terreno [...]..
Essa Norma sugere para terreno plano ou fracamente acidentado fator S1=1, para vales
profundos, protegidos de ventos de qualquer direo S1=0,9 e, para taludes e morros, o
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clculo a partir da escolha, em funo da sua inclinao mdia, pela equao 1 adequada para
o caso:
(equao 1)
Onde:
Z = altura medida a partir da superfcie do terreno no ponto considerado;
d= diferena de nvel entre a base e o topo do talude ou morro;
= inclinao mdia do talude ou encosta do morro.
A figura 10 ilustra as quatro situaes (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 1988).
Figura 10Relevo do terrenofator S1
(fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)
4.2.2.2.3 Rugosidade do terreno, dimenses da edificao e altura sobre o terreno: fator S2
A NBR 6123 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988) define o
fator S2como, [...] o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variao da velocidade
do vento com a altura acima do terreno e das dimenses da edificao ou parte da edificao
em considerao.. O quadro 2 sugere, de acordo com essa Norma, valores para o fator S2em
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funo de trs condies: categoria, classe e da dimenso vertical da superfcie do terreno do
ponto no qual se pretende determinar os esforos.
Conforme a NBR 6123 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988, p.8), a rugosidade classificada em cinco categorias:
a) categoria 1: superfcies lisas de grandes dimenses, com mais de 5 km deextenso, medida na direo e sentido do vento incidente;
b) categoria II: terrenos abertos em nvel ou aproximadamente em nvel, com poucosobstculos isolados, tais como rvores e edificaes baixas;
c) categoria III: terrenos planos ou ondulados com obstculos, tais como sebes emuros, poucos quebra-ventos de rvores, edificaes baixas e esparsas;
d) categoria IV: terrenos cobertos por obstculos numerosos e pouco espaados, emzona florestal, industrial ou urbanizados;
e) categoria V: terrenos cobertos por obstculos numerosos, grandes, altos e poucoespaados.
J a classe, funo das dimenses da edificao ou parte dela. A NBR 6123
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988, p. 9), classifica as
edificaes em trs classes:
a) classe A: todas as unidades de vedao, seus elementos de fixao e peasindividuais de estruturas sem vedao. Toda edificao na qual a maior dimensohorizontal ou vertical no exceda 20 m;
b) classe B: toda edificao ou parte de edificao para a qual a maior dimensohorizontal ou vertical da superfcie frontal esteja entre 20 m e 50 m;
c) classe C: toda edificao ou parte de edificao para a qual a maior dimensohorizontal ou vertical da superfcie frontal exceda 50 m.
Por fim, com a categoria e classe definidas, para cada altura (Z), encontra-se o fator S2correspondente no quadro 2.
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Quadro 2Fator S2
(fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)
4.2.2.2.4 Fator estatstico: fator S3
Segundo a NBR 6123 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988, p.
10), O fator estatstico S3 baseado em conceitos estatsticos e considera o grau de
segurana requerido e a vida til da edificao.. O quadro 3 sugere valores mnimos para o
fator S3, devido a ausncia de norma especfica sobre segurana nas edificaes.
Quadro 3Valores mnimos para o fator estatstico S3
(fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)
4.2.2.2.5 Coeficiente de arrasto: Ca
O coeficiente de arrasto Ca um nmero adimensional que qualifica a resistncia da
edificao, devido a sua forma, presso proveniente dos ventos. As foras decorrentes daao do vento so calculadas a partir do coeficiente de arrasto para cada direo em virtude da
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geometria da edificao ou parte dela (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 1988).
Atravs da figura 11, possvel determinar os coeficientes de arrasto, para cada nvel deedifcios paralelepipdicos, submetidos ao vento de baixa turbulncia. A NBR 6123 ainda
indica coeficientes para outros tipos de geometria, porm para as geometrias no abordadas
por esta Norma, indicada a realizao de ensaios em tnel de vento de modelos reduzidos
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988).
Figura 11Coeficiente de arrasto, Ca, para edificaes paralelepipdicasem vento de baixa turbulncia
(fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)
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4.3 COMBINAES DE AES
Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p.
47), Um carregamento definido pela combinao das aes que tm probabilidades nodesprezveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um perodo
preestabelecido.. As combinaes devem ser feitas de forma que se determinem os efeitos
mais desfavorveis estrutura. Arajo (2003, p. 51) ressalta que alm dos aspectos
econmicos e estticos, as estruturas devem atender os seguintes requisitos:
a) segurana: dentro de um nvel de segurana preestabelecido, a estrutura devesuportar as aes que lhe so impostas durante a sua vida til (incluindo a faseconstrutiva), sem a ocorrncia de ruptura ou perda do equilbrio esttico;
b) bom desempenho em servio: nas condies normais de utilizao, asdeformaes da estrutura devem ser suficientemente pequenas para no provocardanos inaceitveis em elementos no estruturais, no afetar o seu uso ou a suaaparncia, nem causar desconforto aos usurios; o grau de fissurao no deveafetar o uso ou a aparncia da estrutura, nem prejudicar a proteo da armadura;
c) durabilidade: a estrutura deve se manter em bom estado de conservao sob asinfluncias ambientais previstas, sem necessidade de reparos de alto custo aolongo de sua vida til.
As verificaes quanto segurana so determinadas atravs do estado limite ltimo (ELU) e,as de desempenho, atravs do estado limite de servio (ELS), e sero abordados nos prximos
itens. A durabilidade ser tratada tambm em item especfico.
4.3.1 Estado limite ltimo (ELU)
De acordo com a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,
2003a, p. 2) ELU so Estados que, pela sua simples ocorrncia, determinam a paralisao, no
todo ou em parte, do uso da construo.. Em relao s combinaes ltimas, existem quatro
tipos de carregamentos, normal, especial, de construo e excepcional.
Conforme a NBR 8681, nas combinaes ltimas normais, cada combinao deve incluir as
aes permanentes e a ao varivel principal, com seus valores caractersticos e as demais
aes variveis, com seus valores reduzidos 0j.FQj,k (ASSOCIAO BRASILEIRA DE
NORMAS TCNICAS, 2003a).
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Portanto, as aes de clculo so determinadas pela majorao dos valores caractersticos das
aes permanentes, somados s combinaes das diversas aes variveis envolvidas. Em
cada combinao, uma das aes variveis considerada como a principal, admitindo-se que
ela atue com o seu valor. Assim, se na estrutura atuam m aes permanentes caractersticas
FGi,kjuntamente com n aes variveis FQk, a ao de clculo Fda se considerar dada pela
equao 2 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a):
(equao 2)
Onde:
FGk= valor caracterstico das aes permanentes;
FQ1,k = valor caracterstico da ao varivel considerada como a principal;
0j.FQj,k = valores reduzidos de combinao das demais aes variveis.
Os valores de e , so determinados apartir dos quadros 4 e 5 respectivamente.
Quadro 4Valores do coeficiente de ponderao,
(fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a)
Nas combinaes ltimas especiais ou de construo devem estar presentes as aes
permanentes e a ao varivel especial, com seus valores caractersticos e as demais aes
variveis com seus valores reduzidos (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2003a).
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Quadro 5: Valores do fatores de combinao,
(fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a)
4.3.2 Estado limite de servio (ELS)
De acordo com a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,
2003a, p. 2) ELS so Estados que, por sua ocorrncia, repetio ou durao, causam efeitos
estruturais que no respeitam as condies especificadas para o uso normal da construo, ou
que so indcios de comprometimento da durabilidade da estrutura.. As combinaes das
aes de servio so classificadas pela ordem de grandeza de permanncia na estrutura.
As combinaes quase permanentesso aquelas que atuam durante grande parte da vida da
estrutura, em torno da metade dela. As combinaes frequentesacontecem durante muitas
vezes ao longo da vida da estrutura, cerca de 105
vezes em 50 anos. J, as combinaesraras, atuam apenas durante algumas horas na estrutura (ASSOCIAO BRASILEIRA DE
NORMAS TCNICAS, 2003a).
As combinaes quase permanentes de servio so empregadas para a verificao do estado
limite de deformaes excessivas. Nestas combinaes, todas as aes variveis so
consideradas com seus valores quase permanentes 2j.FQj,k e as aes de clculo Fd,uti sero
determinadas a partir da equao 3 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2003a):
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(equao 3)
Onde:
FGk= valor caracterstico das aes permanentes;
2j.FQj,k = valores quase permanentes das aes variveis.
Os valores de 2so determinados a partir do quadro 5 anteriormente apresentado.
As combinaes frequentes so utilizadas para a verificao do estado limite de abertura defissuras. Nestas combinaes, a ao varivel principal FQ1 tomada com seu valor frequente
1FQ1,k e todas as demais aes variveis so tomadas com seus valores quase permanentes
2FQk. As aes de clculo Fd,uti sero determinadas a partir da equao 4 (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a):
(equao 4)
Onde:
FGk= valor caracterstico das aes permanentes;
1.FQ1,k = valore frequente da ao varivel principal;
2j.FQj,k = valores quase permanentes das aes variveis.
Os valores de 1 e2, so determinados a partir do quadro 5.
4.4 DISTRIBUIES DOS ESFOROS
medida que so aplicadas aes verticais e horizontais num edifcio, h uma distribuio
natural dos esforos para todos os elementos da estrutura, de maneira a conduzir a carga
proveniente destas aes at as fundaes. Cada elemento da estrutura responsvel por
resistir a uma parcela de carga, de tal forma que a estrutura se mantenha em equilbrio
(KIMURA, 2007).
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Num primeiro momento os esforos solicitantes so distribudos de acordo com as rigidezes
relativas entre os elementos estruturais. Aps isto, de acordo com a resposta dos materiais
(concreto e ao), feita uma redistribuio, que consiste na alterao da distribuio inicial,
ocasionado pela variao da rigidez dos elementos da estrutura aps a plastificao,
decorrentes do carregamento aplicado ao edifcio. Desta maneira, dentro de certos limites, se
uma determinada parte da estrutura no for capaz de absorver um esforo, ou parte dele, este
migrar para outra regio caracterizando assim a redistribuio (KIMURA, 2007).
4.5 NO-LINEARIDADE FSICA
Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p.70), A no-linearidade fsica, presente nas estruturas de concreto armado, deve ser
obrigatoriamente considerada.. A no-linearidade fsica est relacionada ao comportamento
do material empregado na estrutura (concreto e ao), esse comportamento se altera medida
que um carregamento aplicado ao elemento estrutural. Segundo Kimura (2007), dois fatores
so fundamentais para esse comportamento: o primeiro que a relao entre tenso e
deformao do concreto no linear e o segundo que devido a baixa resistncia trao do
concreto, comum o surgimento de fissuras com a aplicao de um carregamento estrutura.
Para a considerao da no-linearidade fsica, a NBR 6118 indica um mtodo simplificado,
que toma como rigidez dos elementos estruturais os valores apresentados a seguir
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p. 73). Para a definio
dessas condies deve-se considerar o momento de inrcia da seo bruta de concreto Ic, e o
coeficiente z, um parmetro que mede a estabilidade global do edifcio.
Quando o coeficiente zfor menor que 1,3:
a) lajes: (EI)sec= 0,3.Eci.Ic;
b) vigas: (EI)sec= 0,7.Eci.Ic;
c) pilares: (EI)sec= 0,7.Eci.Ic.
Quando o coeficiente zfor maior que 1,3:
a) lajes: (EI)sec= 0,3.Eci.Ic;
b) vigas: (EI)sec= 0,4.Eci.Ic;
c) pilares: (EI)sec= 0,8.Eci.Ic.
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As rigidezes reduzidas dos pilares e vigas so utilizadas no clculo do prtico espacial e da
deslocabilidade horizontal. J a rigidez reduzida das lajes utilizada na anlise elstica, tanto
para determinao dos esforos quanto no clculo da flecha elstica, sem influenciar no
clculo das flechas diferidas e imediatas (KIMURA, 2007).
4.6 REDUES DAS RIGIDEZES TORO
De acordo com a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,
2003b, p. 95):
Quando a toro no for necessria ao equilbrio, caso da toro de compatibilidade
possvel desprez-la, desde que o elemento estrutural tenha adequada capacidadede adaptao plstica e que todos os outros esforos sejam calculados semconsiderar os efeitos por ela provocados. Em regies onde o comprimento doelemento sujeito a toro seja menor ou igual a 2 h, para garantir um nvel razovelde capacidade de adaptao plstica, deve-se respeitar a armadura mnima de toroe limitar a fora cortante, tal que: Vsd0,7 VRd2.
Todavia, quando o dimensionamento se der por meio do processo de grelhas e prtico
espacial, pode-se reduzir a rigidez toro das vigas por fissurao, utilizando-se 15% da
rigidez elstica. Desta forma, o percentual recomendado para reduo na rigidez toro das
vigas de 85% (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).
4.7 DESLOCAMENTOS LIMITES
A NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p. 55)
define que Deslocamentos limites so valores prticos utilizados para verificao em servio
do estado limite de deformaes excessivas da estrutura.. Os deslocamentos limites so
divididos em quatro grupos: aceitabilidade sensorial, efeitos estruturais em servio, efeitos em
elementos estruturais e no estruturais. fundamental que os deslocamentos provocados pelas
aes nas estruturas sejam verificados e estejam dentro dos limites estabelecidos pela Norma.
A mxima aceitabilidade sensorial caracterizada por vibraes indesejveis ou efeito
visual desagradvel. O limite para efeitos especficos ocorre quando os deslocamentos
impedem a utilizao adequada da edificao, diferente dos efeitos em elementos no
estruturais, que quando os deslocamentos provocam o mau funcionamento de elementos
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ligados estrutura. Por fim, o limite de deslocamento que provoca efeitos em elementos
estruturais, so aqueles que podem afetar o comportamento do elemento estrutural.
Os deslocamentos horizontais so provocados pela ao do vento e pelos efeitosconstrutivos (desaprumo) e de segunda ordem. Os valores dos deslocamentos provocados pela
ao do vento devem ser calculados para combinao frequente 1=0,30 (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).
Os deslocamentos verticaisso caracterizados pelas flechas das vigas e lajes, que so obtidas
pela soma do deslocamento imediato e diferido. Devem-se levar em considerao, a
fissurao do concreto, a presena de armaduras e o efeito da fluncia (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).
O quadro 6 apresenta os limites para deslocamentos, em funo do tipo de efeito.
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Quadro 6Limites para deslocamentos
(fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p. 70)
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4.8 CRITRIOS DE PROJETO QUE VISAM A DURABILIDADE
Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p.
11) durabilidade Consiste na capacidade de a estrutura resistir s influncias ambientaisprevistas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e o contratante, no incio
dos trabalhos de elaborao do projeto..Visando garantir a durabilidade da estrutura com
adequada segurana, estabilidade e aptido em servio durante o perodo correspondente sua
vida til, devem ser adotados critrios em relao classe de agressividade ambiental,
abertura mxima de fissuras, valores de cobrimentos das armaduras e fluncia, conforme
apresentado a seguir.
4.8.1 Classe de agressividade ambiental
Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p.
13), A agressividade do meio ambiente est relacionada s aes fsicas e qumicas que
atuam sobre as estruturas de concreto [...].O quadro 7 mostra as 4 classes de agressividade.
Quadro 7Classe de agressividade ambiental
(fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p. 14)
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No quadro 7 a agressividade est classificada de acordo com a exposio da estrutura,
apontando para cada classe o risco de deteriorao da estrutura. Observa-se que quanto maior
a classe, mais agressivo o ambiente.
4.8.2 Relao gua/cimento
De acordo com a classe de agressividade ambiental, a NBR 6118 estabelece a relao
gua/cimento mxima conforme o quadro 8. Esta medida visa reduzir a quantidade de poros,
prejudiciais a durabilidade do concreto (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2003b).
Quadro 8Fator gua/cimento em funo da classe de agressividade ambiental
(fonte: adaptado ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b)
4.8.3 Abertura mxima de fissuras
Para atender as exigncias de durabilidade devem ser respeitados os limites de abertura de
fissuras do concreto conforme quadro 9. A NBR 6118 estipula que a mxima abertura de
fissura caracterstica wk, desde que respeite os valores estipulados pelo quadro 9, sob ao das
combinaes frequentes, no tero importncia significativa na corroso das armaduras
(ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).
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Quadro 9Limite de fissurao em funo da classe de agressividade ambiental
(fonte: adaptado ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b)
4.8.4 Cobrimentos
Para atender aos requisitos estabelecidos pela Norma, o cobrimento mnimo da armadura omenor valor que deve ser respeitado ao longo de todo o elemento considerado e que se
constitui num critrio de aceitao (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2003b, p. 16). O cobrimento fundamental para a proteo da armadura contra
corroso na regio das fissuras e, conforme o quadro 10, est diretamente relacionado a
agressividade do ambiente.
Quadro 10Correspondncia entre classe de agressividade ambiental e cobrimentos
(fonte: adaptado ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b)
O quadro 10 representa o cobrimento nominal, que o cobrimento mnimo acrescido da
tolerncia de execuo c (10 mm). Porm a NBR 6118 possibilita, quando houver adequado
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controle de qualidade e rgidos limites de tolerncia da variabilidade das medidas durante a
execuo, que se adote c=5 mm, podendo ento reduzir os valores indicados no quadro 10
em 5 mm (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).
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5 GEOMETRIA, CRITRIOS DE CLCULO E RESULTADOS
O objetivo deste captulo apresentar a geometria proposta, os critrios de clculo adotados, o
modelo estrutural e os resultados do dimensionamento. Tambm ser apresentada uma anlise
do custo da estrutura, dos pilares, vigas e lajes, bem como da rea ocupada pelos pilares na
edificao, para as quatro situaes propostas, edifcios de 5, 10, 15 e 20 pavimentos.
5.1 GEOMETRIA
A geometria foi pensada de forma a se assemelhar da maior parte dos edifcios comerciais
construdos na cidade de Porto Alegre. Concebido com uma estrutura em concreto armado,
composta por lajes macias com espessuras de dez centmetros, vigas com vos entre cinco e
seis metros e com desnvel entre pavimentos de 2,85 m. Os modelos foram compostos por
pavimentos conforme o quadro 11.
Quadro 11Nveis da estrutura
(fonte: elaborada pelo autor)
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A geometria retangular proporcionou maior confiabilidade no clculo e anlise dos esforos
devido ao vento. A orientao dos pilares procurou dar a rigidez necessria para que a
estrutura resistisse a estes esforos horizontais, sendo que sempre que reduzida as dimenses
dos pilares, tal situao ocorreu nos pavimentos 5, 10 e 15. Da mesma forma, as resistncias
compresso do concreto, sempre que alteradas foram nestes pavimentos.
A espessura de dez centmetros para laje, bem como as dimenses dos pilares e vigas, foram
determinadas nos estados limites ltimos e de servio a partir da verificao destes elementos
estruturais, para combinaes ltimas normais e combinaes quase permanentes. A figura 12
mostra a geometria vista em planta.
Figura 12Planta baixa estrutura
(fonte: elaborada pelo autor)
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5.2 CRITRIOS DE CLCULO
Os critrios adotados neste trabalho, referentes ao dimensionamento das peas de concreto
seguiram as Normas NBR6120:1980 Cargas para o Clculo de Estruturas de Edificaes,NBR6123:1988 Foras devidas ao Vento em Edificaes, NBR8681:2003 Aes e
Segurana nas Estruturas Procedimento e NBR6118:2003 Projetos de Estruturas de
ConcretoProcedimento. Os critrios referentes aos materiais utilizados seguiram as Normas
NBR12655:2006 Concreto de Cimento Portland Preparo, Controle e Recebimento
Procedimento e NBR7480:2007 Ao Destinado a Armaduras para Estruturas de Concreto
ArmadoEspecificao.
A anlise global da estrutura foi realizada atravs de um modelo de prtico espacial, no qual
as vigas e pilares foram representados por barras lineares localizadas nos seus eixos
longitudinais. Atravs deste modelo foram calculados os deslocamentos e esforos nas vigas e
pilares provenientes das cargas verticais e horizontais.
A modelagem das lajes foi realizada pelo processo de analogia de grelha, atravs da
discretizao de uma malha, com barras ortogonais espaadas 50 cm umas das outras. Com
este modelo, foi possvel determinar os esforos e deslocamentos oriundos das cargasverticais.
As aes consideradas nas lajes esto representadas no quadro 12. Nele possvel verificar
que a carga varivel considerada foi de 2,0 kN/m2, conforme determina a NBR6120:1980,
para a ocupao de escritrios. A sobrecarga de 0,9 kN/m2 se justifica para uma eventual
construo de divisrias, j que no foram consideradas cargas de alvenaria no interior do
prdio, mas apenas alvenarias de fechamento no seu contorno externo.
Quadro 12Cargas das lajes
(fonte: elaborada pelo autor)
Para a determinao das aes provenientes do vento, parmetros e critrios foram adotados.
O primeiro deles foi que as estruturas em estudo estariam localizadas na cidade de Porto
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Alegre. Isso necessrio para a determinao da velocidade bsica do vento V0que, em Porto
Alegre, igual a 45 m/s. O segundo o fator topogrfico S1, adotado igual a um neste
trabalho, por considerar que o local onde seriam construdos os edifcios seria plano ou
fracamente acidentado.
O fator S2 depende de trs parmetros: rugosidade do terreno, dimenses da edificao e
altura sobre o terreno. O que se refere rugosidade fixo, e foi adotada categoria IV: terreno
coberto por obstculos numerosos ou pouco espaados em zona urbanizada. O segundo
depender do modelo estudado. Para o modelo 1, edifcio com cinco pavimentos, a maior
dimenso no excede 20 m, portanto estaria na classe A. Nos modelos 2 e 3, de 10 e 15
pavimentos respectivamente, as maiores dimenses esto entre 20 e 50 m, se encaixando na
classe B. J o modelo 4, edifcio com 20 pavimentos, a maior dimenso excede os 50 m,
estando portanto na classe C.
A altura sobre o terreno ser diferente para cada pavimento da estrutura, resultando em
diferentes fatores S2 para cada nvel. O quadro 13 apresenta os valores considerados no
clculo.
Quadro 13Valores do fator S2
(fonte: elaborada pelo autor)
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O fator estatstico S3foi considerado igual a um, por se tratar de um edifcio comercial. Por
ltimo foi determinado os coeficientes de arrasto, apresentados no quadro 14.
Quadro 14Valores de coeficiente de arrasto
(fonte: elaborada pelo autor)
Para garantir a durabilidade da estrutura com segurana, estabilidade e aptido em servio
durante toda vida til, foram adotados critrios com relao classe de agressividade
ambiental, abertura mxima de fissuras e relao gua/cimento. O quadro 15 apresenta os
critrios adotados.
Quadro 15Critrios que visam durabilidade da estrutura
(fonte: elaborada pelo autor)
Outro critrio que visa durabilidade da estrutura, diz respeito proteo da armadura contra
corroso na regio das fissuras. De acordo com a classe de agressividade ambiental os
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cobrimentos adotados neste trabalho deveriam ser de 25 mm para lajes e 30 mm para vigas e
pilares, porm considerando que o concreto ser revestido com argamassa e pintura, a NBR
6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b) permite que se
admita uma classe de agressividade mais branda, resultando cobrimento de 20 mm para lajes e
25 mm para vigas e pilares, adotados no clculo.
Para a verificao da estabilidade global da estrutura e avaliao da importncia dos esforos
de segunda ordem, foram utilizados os parmetros Gama-Z e P-Delta. A partir do Gama-Z
foram determinados os valores adotados para no-linearidade fsica.
5.3 CLCULO E RESULTADOS
Definidos todos os parmetros necessrios para o dimensionamento das estruturas, o primeiro
passo foi lanar a estrutura proposta no software Eberick da AltoQi. Aps o lanamento,
foram preenchidos todos os critrios de clculo para posterior realizao do
dimensionamento.
Efetuado o dimensionamento, a prxima etapa diz respeito verificao dos elementos
estruturais, pilares, vigas e lajes. Nesta fase foram analisadas taxas de armaduras,deformaes (flechas), e a estabilidade global da estrutura. Se necessrio foram alteradas as
dimenses dos pilares e/ou vigas at que se alcanasse o resultado desejado, que so os
estabelecidos pelas Normas, para limites de deformaes, taxas de armadura e deslocamentos
horizontais no topo do edifcio. O processo seguiu de forma iterativa como apresentado na
figura 13.
Figura 13Etapas de clculo
(fonte: elaborada pelo autor)
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A extrao dos quantitativos foi realizada atravs de um comando do software, que quantifica
o volume de concreto, o peso do ao e a rea de frmas demandada na estrutura analisada.
Com estes dados e com os valores destes insumos foi possvel determinar o custo da estrutura.
A rea em planta ocupada pelos pilares na edificao foi determinada atravs da diviso do
volume de concreto dos pilares pela altura do edifcio.
5.3.1 Modelo 1
O modelo 1 corresponde a um edifcio de cinco pavimentos. Para este modelo foram testados
resistncias compresso de 25, 30, 35 e 40 MPa. No foram testadas estruturas com
concretos de 45 e 50 MPa, pois para resistncias de 35 e 40 MPa as dimenses dos pilaresresultaram em dimenses mnimas para o desnvel entre pavimentos analisado, no sendo
mais possvel a reduo destas dimenses no haveria ganho com o uso destas resistncias.
O quadro 16 apresenta os valores obtidos dos custos e da rea em planta ocupada por
pavimento pelos pilares. So representados em vermelho os maiores valores e, em azul, os
menores.
Quadro 16Custos e rea de pilaresModelo 1
resistncia custo pilares custo vigas custo lajes custo total rea pilares [m2]
fck 25 MPa 12.779R$ 35.134R$ 63.762R$ 111.675R$ 1,28
fck 30 MPa 12.757R$ 35.146R$ 66.227R$ 114.129R$ 1,28
fck 35 MPa 11.014R$ 35.562R$ 67.702R$ 114.278R$ 0,95
fck 40 MPa 10.918R$ 36.690R$ 69.278R$ 116.886R$ 0,95 (fonte: elaborada pelo autor)
Para o modelo 1 a resistncia que resultou em um menor custo total da estrutura foi a de 25
MPa. Porm, tambm resultou numa maior rea ocupada por pilares. Quanto aos custos por
elemento estrutural, o quadro mostra uma tendncia de aumento do custo das lajes com
aumento da resistncia. Para as vigas, os resultados apresentaram pequena diferena e, para os
pilares, uma reduo do custo com aumento da resistncia. As figuras 14 a 16 representam
graficamente os resultados do quadro 16.
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Figura 14Custo total da estrutura para o Modelo 1
(fonte: elaborada pelo autor)
Figura 15Custo dos elementos estruturais para o Modelo 1
(fonte: elaborada pelo autor)
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Figura 16rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 1
(fonte: elaborada pelo autor)
5.3.2 Modelo 2
O modelo 2 corresponde a um edifcio de dez pavimentos. Para este modelo foram testados
resistncias compresso de 25, 30, 35 e 40 MPa, alm de combinaes com mudana de
resistncia a cada cinco pavimentos. A escolha das resistncias que foram combinadas, passa
pelos valores que as estruturas apresentaram quando dimensionadas com um nico fck. Por
resultar num custo mais elevado da estrutura, o fckde 40 MPa no foi utilizado em nenhuma
das combinaes.
O quadro 17 apresenta os valores obtidos dos custos e da rea em planta ocupada por
pavimento pelos pilares. So representados em vermelho os maiores valores e, em azul, osmenores.
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Quadro 17Custos e rea de pilaresModelo 2
resistncia custo pilares custo vigas custo lajes custo total rea pilares [m2]
fck 25 MPa 38.651R$ 79.134R$ 141.742R$ 259.528R$ 1,88
fck 30 MPa 35.834R$ 79.642R$ 146.921R$ 262.397R$ 1,75
fck 35 MPa 33.820R$ 79.998R$ 149.910R$ 263.728R$ 1,69
fck 40 MPa 31.577R$ 81.670R$ 153.374R$ 266.621R$ 1,53
fck 35 + 25 MPa 33.924R$ 80.086R$ 144.662R$ 258.672R$ 1,69
fck 35 + 30 MPa 32.602R$ 79.250R$ 147.393R$ 259.244R$ 1,69
fck 30 + 25 MPa 35.873R$ 80.598R$ 144.191R$ 260.662R$ 1,75 (fonte: elaborada pelo autor)
Para o modelo 2, a combinao entre as resistncias de 35 e 25 MPa foi que resultou em um
menor custo total da estrutura, porm com uma reduo insignificante quando comparada
estrutura de 25 MPa. Contudo, quando comparadas s reas dos pilares verifica-se uma
reduo de 10% por pavimento, o que em questo de arquitetura e ocupao dos ambientes
internos pode ser bastante interessante.
Novamente o quadro nos mostra uma tendncia de aumento do custo das lajes e reduo dos
custos dos pilares com o aumento da resistncia. Para as vigas os valores apresentaram
pequena diferena. Os resultados do quadro 17 so representados nas figuras 17 a 19.
Figura 17Custo total da estrutura