projetoestruturaldeedificilcomconcretos

download projetoestruturaldeedificilcomconcretos

of 81

Transcript of projetoestruturaldeedificilcomconcretos

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    1/81

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Rafael Lima da Silva

    PROJETO ESTRUTURAL DE EDIFCIOS COM CONCRETOS

    DE DIFERENTES RESISTNCIAS COMPRESSO:

    COMPARATIVO DE CUSTOS

    Porto Alegre

    dezembro 2011

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    2/81

    RAFAEL LIMA DA SILVA

    PROJETO ESTRUTURAL DE EDIFCIOS COM CONCRETOSDE DIFERENTES RESISTNCIAS COMPRESSO:

    COMPARATIVO DE CUSTOS

    Trabalho de Diplomao apresentado ao Departamento deEngenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obteno do

    ttulo de Engenheiro Civil

    Orientador: Roberto Domingo Rios

    Porto Alegre

    dezembro 2011

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    3/81

    RAFAEL LIMA DA SILVA

    PROJETO ESTRUTURAL DE EDIFCIOS COM CONCRETOSDE DIFERENTES RESISTNCIAS COMPRESSO:COMPARATIVO DE CUSTOS

    Este Trabalho de Diplomao foi julgado adequado como pr-requisito para a obteno do

    ttulo de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo Professor Orientador e

    pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomao Engenharia Civil II (ENG01040) da

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    Porto Alegre, 19 de dezembro de 2011

    Prof. Roberto Domingo RiosDr. pela UFRGS

    Orientador

    Profa. Carin Maria SchmittCoordenadora

    BANCA EXAMINADORA

    Profa. Virgnia Maria Rosito dAvilaBessa (UFRGS)Dra. Pela UFRGS

    Prof. Rubem Clecio Schwingel (UFRGS)M.Sc. pela UFRGS

    Prof. Roberto Domingo Rios (UFRGS)Dr. Pela UFRGS

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    4/81

    Dedico este trabalho aos meus colegas e amigos, Solon e

    Laura, e a minha esposa, Marta, que sempre me apoiarame estiveram ao meu lado durante o perodo do meu Cursode Graduao.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    5/81

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo ao Prof. Roberto Rios, orientador deste trabalho por todo conhecimento transmitido

    e pela ateno que sempre teve comigo.

    Profa. Carin Maria Schmitt, pela ajuda e prontido nestes dois semestres de realizao do

    trabalho.

    Ao meu pai, Paulo, minha av Neiva, minha tia, Luciene, pelo apoio, incentivo e carinho

    que me deram ao longo de toda minha vida.

    minha esposa, Marta, pela dedicao, pacincia e apoio concedidos durante esse importanteperodo.

    Aos meus amigos, Jairo, Clara, Clodoaldo, Bruna, Ben-Hur, Paula, Mariana e Marco, pela

    companhia e ajuda nos momentos difceis.

    Aos meus amigos Solon e Laura, que foram fundamentais, pois sem eles muito provavelmente

    eu no me tornaria um engenheiro.

    Agradeo, por fim, a todos que de alguma forma colaboraram e estiveram comigo ao longo

    dessa caminhada.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    6/81

    Avida para quem topa qualquer parada.No para quem para em qualquer topada.

    Bob Marley

    http://www.belasmensagens.com.br/frases-de-bob-marley.phphttp://www.belasmensagens.com.br/frases-de-bob-marley.php
  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    7/81

    RESUMO

    Com o crescimento do mercado da construo civil, e o aumento da competitividade entre as

    empresas do setor, de extrema importncia a otimizao da quantidade de materiais

    determinados pelo projeto estrutural, visando reduo do custo da estrutura. Este trabalho

    versa sobre a avaliao dos custos entre estruturas calculadas com diferentes resistncias

    compresso do concreto (fck), e da rea em planta ocupada pelos pilares. So analisados

    edifcios de 5, 10, 15 e 20 pavimentos, atravs de um modelo de estrutura simplificado, com

    vos de vigas de cinco a seis metros, sendo mantidas constantes as espessuras das lajes, e

    alteradas as dimenses dos pilares e vigas. Para tanto, inicialmente foram abordados tpicos

    referentes aos critrios de projeto para o dimensionamento de estruturas, quando soapresentados modelos de clculos, aes e combinaes de aes, distribuies de esforos,

    no-linearidade fsica, deslocamentos limites e critrios que visam durabilidade das

    estruturas. Posteriormente, foram realizados os clculos atravs do software Eberick da

    AltoQi para a determinao dos quantitativos de concreto, ao e frmas. A partir dos

    quantitativos de materiais, foram determinados os custos para cada hiptese de clculo, para

    toda a estrutura e para os elementos que a compe (pilares, vigas e lajes). Para os quatro

    modelos foi constatada uma tendncia de aumento dos custos de lajes e vigas e diminuio nocusto dos pilares com aumento do fck. A rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento foi

    obtida atravs da diviso do volume do concreto pela altura do edifcio para cada modelo.

    Neste quesito, verificou-se um grande ganho de rea til na edificao com o aumento da

    resistncia compresso do concreto dos pilares. Logo aps a apresentao dos resultados,

    tm-se as consideraes finais, nas quais foi feita uma anlise crtica dos resultados e expostas

    s concluses para fechamento do trabalho.

    Palavras-chave: Projeto Estrutural. Resistncia Compresso. Custo da Estrutura.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    8/81

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1Etapas da pesquisa .......................................................................................... 16

    Figura 2Mtodos aproximados + vigas contnuas ........................................................ 22Figura 3Prtico H ......................................................................................................... 22

    Figura 4Grelha de vigas ............................................................................................... 23

    Figura 5Grelha de vigas e lajes .................................................................................... 24

    Figura 6Prtico plano ................................................................................................... 25

    Figura 7Prtico espacial ............................................................................................... 25

    Figura 8Elementos finitos ............................................................................................ 26

    Figura 9Isopletas da velocidade bsica V0................................................................... 29

    Figura 10Relevo do terrenofator S1.......................................................................... 30

    Figura 11Coeficiente de arrasto, Ca, para edificaes paralelepipdicas em vento debaixa turbulncia ................................................................................................

    33

    Figura 12Planta baixa estrutura .................................................................................... 47

    Figura 13Etapas de clculo .......................................................................................... 51

    Figura 14Custo total da estrutura para o Modelo 1 ...................................................... 53

    Figura 15Custo dos elementos estruturais para o Modelo 1......................................... 53

    Figura 16rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 1.............. 54Figura 17Custo total da estrutura para o Modelo 2 ...................................................... 55

    Figura 18Custo dos elementos estruturais para o Modelo 2......................................... 56

    Figura 19rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 2.............. 56

    Figura 20Custo total da estrutura para o Modelo 3 ...................................................... 58

    Figura 21Custo dos elementos estruturais para o Modelo 3......................................... 59

    Figura 22rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 3.............. 59

    Figura 23Custo total da estrutura para o Modelo 4 ...................................................... 61

    Figura 24Custo dos elementos estruturais para o Modelo 4......................................... 62

    Figura 25rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 4.............. 62

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    9/81

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1Valores mnimos das cargas verticais ........................................................... 28

    Quadro 2Fator S2.......................................................................................................... 32Quadro 3Valores mnimos para o fator estatstico S3.................................................. 32

    Quadro 4Valores do coeficiente de ponderao ........................................................ 35

    Quadro 5Valores dos fatores de combinao ........................................................... 36

    Quadro 6Limites para deslocamentos .......................................................................... 41

    Quadro 7Classe de agressividade ambiental ................................................................ 42

    Quadro 8Fator gua/cimento em funo da classe de agressividade ambiental............ 43

    Quadro 9Limite de fissurao em funo da classe de agressividade ambiental ......... 44

    Quadro 10Correspondncia entre classe de agressividade ambiental e cobrimentos .. 44

    Quadro 11Nveis da estrutura ....................................................................................... 46

    Quadro 12Cargas das lajes ........................................................................................... 48

    Quadro 13Valores do fator S2...................................................................................... 49

    Quadro 14Valores de coeficientes de arrasto ............................................................... 50

    Quadro 15Critrios que visam durabilidade da estrutura .......................................... 50

    Quadro 16Custos e reas dos pilaresModelo 1 ........................................................ 52

    Quadro 17Custos e reas dos pilaresModelo 2 ........................................................ 55Quadro 18Custos e reas dos pilaresModelo 3 ........................................................ 57

    Quadro 19Custos e reas dos pilaresModelo 4 ........................................................ 60

    Quadro 20Relao entre a situao mais econmica x 25 MPa para os pilares ........... 63

    Quadro 21Relao entre a situao mais econmica x 25 MPa para a estrutura ......... 64

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    10/81

    SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................................... 11

    2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 132.1 QUESTO DE PESQUISA ....................................................................................... 13

    2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO ................................................................................. 13

    2.2.1 Objetivo principal ................................................................................................. 13

    2.2.2 Objetivos secundrios ........................................................................................... 13

    2.3 PRESSUPOSTO ......................................................................................................... 14

    2.4 PREMISSA ................................................................................................................ 14

    2.5 DELIMITAES ...................................................................................................... 14

    2.6 LIMITAES ............................................................................................................ 14

    2.7 DELINEAMENTO .................................................................................................... 14

    3 CONCRETO ................................................................................................................ 17

    3.1 RESISTNCIA COMPRESSO ........................................................................... 17

    3.2 CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD) .................................................... 18

    3.3 ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE ....................................................................... 19

    4 CRITRIOS DE PROJETO ...................................................................................... 21

    4.1 MODELOS ESTRUTURAIS .................................................................................... 214.1.1 Mtodos aproximados + Vigas contnuas ............................................................ 21

    4.1.2 Vigas + Pilares (Prtico H) ................................................................................... 22

    4.1.3 Grelha somente de vigas ....................................................................................... 23

    4.1.4 Grelha de vigas e lajes ........................................................................................... 23

    4.1.5 Prtico plano .......................................................................................................... 24

    4.1.6 Prtico espacial ...................................................................................................... 25

    4.1.7 Elementos finitos ................................................................................................... 26

    4.1.8 Combinao de modelos estruturais .................................................................... 26

    4.2 AES ....................................................................................................................... 26

    4.2.1 Aes Permanentes ................................................................................................ 27

    4.2.2 Aes Variveis ...................................................................................................... 27

    4.2.2.1 Aes Variveis de Utilizao ............................................................................. 28

    4.2.2.2 Aes Variveis Devidas ao Vento ...................................................................... 28

    4.2.2.2.1 Velocidade bsica do vento, V0......................................................................... 29

    4.2.2.2.2 Fator topogrfico: fator S1................................................................................ 29

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    11/81

    4.2.2.2.3 Rugosidade do terreno, dimenses da edificao e altura sobre o terreno:

    fator S2 .........................................................................................................................

    30

    4.2.2.2.4 Fator estatstico: fator S3 .................................................................................. 32

    4.2.2.2.5 Coeficiente de arrasto: Ca................................................................................. 324.3 COMBINAES DE AES .................................................................................. 34

    4.3.1 Estado limite ltimo (ELU) .................................................................................. 34

    4.3.2 Estado limite de servio (ELS) ............................................................................. 36

    4.4 DISTRIBUIES DOS ESFOROS ........................................................................ 37

    4.5 NO-LINEARIDADE FSICA ................................................................................. 38

    4.6 REDUES DAS RIGIDEZES TORO ........................................................... 39

    4.7 DESLOCAMENTOS LIMITES ................................................................................ 39

    4.8 CRITRIOS DE PROJETO QUE VISAM A DURABILIDADE ............................. 42

    4.8.1 Classe de agressividade ambiental ....................................................................... 42

    4.8.2 Relao gua/cimento ........................................................................................... 43

    4.8.3 Abertura mxima de fissuras ............................................................................... 43

    4.8.4 Cobrimentos ........................................................................................................... 44

    5 GEOMETRIA, CRITRIOS DE CLCULO E RESULTADOS .......................... 46

    5.1 GEOMETRIA ............................................................................................................ 46

    5.2 CRITRIOS DE CLCULO ..................................................................................... 485.3 CLCULO E RESULTADOS ................................................................................... 51

    5.3.1 Modelo 1 ................................................................................................................. 52

    5.3.2 Modelo 2 ................................................................................................................. 54

    5.3.3 Modelo 3 ................................................................................................................. 57

    5.3.4 Modelo 4 ................................................................................................................. 60

    6 CONCLUSES ........................................................................................................... 63

    REFERNCIAS ............................................................................................................... 65

    APNDICE ...................................................................................................................... 66

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    12/81

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    13/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    11

    1 INTRODUO

    Com o crescimento do mercado da construo civil e consequente aumento da

    competitividade entre as empresas do setor, sair na frente quem conseguir diminuir o custo

    da obra, sem comprometer a qualidade. Normalmente, os projetos estruturais determinam

    custos que representam 20% do total da obra podendo viabilizar, ou no, economicamente um

    empreendimento.

    O avano da tecnologia permite a produo de concretos de maiores resistncias, o que faz

    com que o uso deste tipo de concreto seja cada vez mais comum, no apenas em obras

    especiais, mas tambm nos edifcios convencionais. A adio de superplastificantes diminuiu

    a relao gua-cimento, permitindo reduzir significativamente a quantidade de gua usada

    para aumentar a trabalhabilidade do concreto. Tal fato trouxe como consequncia a

    diminuio da quantidade de poros e aumentou a resistncia.

    As vantagens que decorrem do uso de concretos de alta resistncia so inmeras, como, por

    exemplo, otimizao de espaos internos nas edificaes, proporcionados pela reduo dassees de concreto, diminuio da rea de ao necessria para a estrutura e aumento da

    durabilidade. Porm, o comparativo direto do custo do metro cbico dos concretos faz com

    que haja ainda bastante receio por parte das construtoras na sua aplicao.

    Neste contexto, faz-se necessrio um estudo da variao da resistncia compresso do

    concreto (fck), durante a elaborao e desenvolvimento do projeto estrutural, comparando-se

    os custos da estrutura e dos pilares, vigas e lajes para diferentes classes de concreto, de

    estruturas dimensionadas com um nico fck, e tambm, para estruturas com pavimentos de

    diferentes resistncias. Aspectos como, reduo das cargas nas fundaes, consumo de

    concreto, de ao, frmas e mo de obra, alm do aumento da rea til da edificao, devem

    ser levados em conta.

    Este trabalho prope, atravs de um modelo simplificado, com uso de software especfico,

    fazer uma verificao das variaes no custo da estrutura, quando dimensionada com

    concretos de diferentes resistncias compresso, para edifcios comerciais de 5, 10, 15 e 20pavimentos, que contemplam grande parte das edificaes. A NBR 6118:2003 Projeto de

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    14/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    12

    Estruturas de ConcretoProcedimento, regulamenta concretos de resistncia de at 50 MPa.

    Por este motivo, este trabalho contempla esse como fckmximo.

    No segundo captulo so apresentadas as diretrizes da pesquisa, sendo descritas a questo depesquisa, objetivos do trabalho, pressuposto, premissa, delimitaes, limitaes e o

    delineamento do trabalho. O terceiro captulo faz uma reviso bibliogrfica sobre concreto,

    com nfase sua principal caracterstica, a resistncia compresso.

    O quarto captulo, tambm de reviso bibliogrfica, mostra os principais critrios para o

    desenvolvimento de um projeto estrutural, sendo descritos os diferentes tipos de modelos

    estruturais, aes e combinaes de aes, dados de no-linearidade fsica, rigidez toro,

    deslocamentos limites e critrios que visam durabilidade da edificao, como, classe de

    agressividade ambiental, abertura mxima de fissuras e cobrimentos. No quinto captulo so

    apresentados a geometria da estrutura proposta, os critrios de clculo adotados, os resultados

    obtidos, e uma anlise dos mesmos, tendo como base o custo total da estrutura, o custo dos

    pilares, vigas e lajes, e tambm da rea ocupada pelos pilares na edificao para cada hiptese

    de clculo. Por fim, no sexto captulo so apresentadas as concluses do trabalho.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    15/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    13

    2 DIRETRIZES DA PESQUISA

    Neste captulo so apresentados a questo de pesquisa, objetivos, pressuposto, premissa,

    delimitaes, limitaes e delineamento do trabalho.

    2.1 QUESTO DE PESQUISA

    A questo de pesquisa deste trabalho : quais as diferenas de custo e rea til dos pavimentos

    que podem ser verificadas, variando-se a resistncia compresso dos concretos adotados nasestruturas de edifcios comerciais de 5, 10, 15 e 20 pavimentos?

    2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO

    Os objetivos do trabalho esto classificados em principal e secundrios e so apresentados nos

    prximos itens.

    2.2.1 Objetivo principal

    O objetivo principal deste trabalho a verificao das variaes no custo de estruturas em

    concreto armado assim como de rea til disponibilizada na edificao, quando

    dimensionadas com diferentes resistncias compresso do concreto, com valores entre 25 e

    50 MPa, num modelo de estrutura simplificado, para edifcios comerciais de 5, 10, 15 e 20

    pavimentos.

    2.2.2 Objetivos secundrios

    Os objetivos secundrios deste trabalho so as avaliaes da influncia da alterao da

    resistncia compresso do concreto:

    a) no consumo de materiais;

    b) no custo dos pilares, vigas e lajes.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    16/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    14

    2.3 PRESSUPOSTO

    O trabalho tem por pressuposto que as estruturas dimensionadas em concreto armado devem

    estar de acordo com as restries estabelecidas nas normas tcnicas NBR6120:1980,NBR6123:1988, NBR8681:2003 e NBR6118:2003 de forma a assegurar a estabilidade,

    durabilidade e o bom funcionamento da edificao.

    2.4 PREMISSA

    O trabalho tem por premissa que, diante da representatividade do custo da estrutura no total

    da obra, importante que durante a elaborao e desenvolvimento do projeto estrutural sejamtestadas diferentes resistncias compresso do concreto, determinando a que apresenta

    maior relao custo/benefcio.

    2.5 DELIMITAES

    O trabalho delimita-se a estruturas em concreto armado, com vos de vigas convencionais

    (cinco a seis metros), cargas de utilizao de escritrios (2 kN/m2), construdo em Porto

    Alegre e com nmero de pavimentos iguais a 5, 10, 15 e 20.

    2.6 LIMITAES

    So limitaes do trabalho:

    a) sero analisados fckentre 25 e 50 MPa;

    b) sero alteradas as dimenses somente de pilares e vigas, mantendo-se constanteas das lajes;

    c) as estruturas sero dimensionadas apenas no software Eberick da AltoQi.

    2.7 DELINEAMENTO

    O trabalho ser realizado atravs das etapas apresentadas a seguir que esto representadas na

    figura 1:

    a) pesquisa bibliogrfica;

    b) determinao dos parmetros necessrios para uso do software escolhido;

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    17/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    15

    c) lanamento e dimensionamento das estruturas;

    d) extrao dos quantitativos de materiais;

    e) pesquisa de preos dos insumos;

    f) anlise dos resultados;g) concluses.

    As etapas so descritas nos prximos pargrafos.

    Primeiramente foi realizada a pesquisa bibliogrfica, para aprofundamento do tema

    escolhido, para o estudo das consideraes relativas ao dimensionamento e ao aprendizado do

    uso do software escolhido para o clculo. Na segunda etapa, foram determinados os

    parmetros para clculonecessrios ao dimensionamento da estrutura. Foram definidas asaes de carregamentos, parmetros de no linearidade fsica, redues de toro,

    plastificao e redistribuies de esforos. Foram tambm definidos dados relacionados

    durabilidade da estrutura, como, classe de agressividade, cobrimentos e abertura mxima de

    fissuras, dados necessrios para determinao dos esforos de vento, entre eles, velocidade

    caracterstica e coeficientes de arrasto.

    Em seguida foi realizado o lanamento e dimensionamento, que envolveu a incluso do

    modelo proposto no software escolhido, com 5, 10, 15 e 20 pavimentos. Tambm foi feita a

    verificao dos elementos estruturais (pilares, vigas e lajes) nos estados limites ltimos e de

    servio, para estruturas dimensionadas com apenas um fck, e tambm para algumas

    combinaes de resistncias propostas.

    Na etapa extrao dos quantitativos, o volume de concreto, a rea de frmas e o peso de ao

    foram quantificados, para cada situao de clculo. Na etapa pesquisa de preos foram

    determinados os valores do metro cbico de concreto, para cada resistncia estudada, assimcomo do metro quadrado de frmas de madeira e do quilo de ao.

    De posse dos resultados adquiridos, foi possvel determinar o custo da estrutura para cada um

    dos modelos propostos, e posteriormente, fazer uma anlise dos resultados, atravs da

    comparao dos custos da estrutura como um todo, e tambm dos elementos que a compem,

    como pilares, vigas e lajes. Outro dado analisado foi a rea em planta ocupada pelos pilares,

    para cada hiptese de clculo, a qual determina diretamente a rea til disponibilizada na

    edificao. Por fim, nas concluses descrita qual a influncia da alterao de fckno custo da

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    18/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    16

    estrutura, dos pilares, vigas e lajes, e da rea ocupada pelos pilares, para edifcios comerciais

    de 5, 10, 15 e 20.

    Figura 1Etapas da pesquisa

    (fonte: elaborada pelo autor)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    19/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    17

    3 CONCRETO

    O concreto sem dvida o material de construo mais usado nas estruturas dos edifcios no

    Brasil, sobrepondo-se ao ao e madeira, no apenas por apresentar menor custo, mas

    tambm, conforme Ruschel (1974), por apresentar qualidades inigualveis como material de

    construo. Permitir a execuo de peas com continuidade, poder ser moldado com formas

    mais complexas e possuir grande durabilidade, so suas principais vantagens em relao ao

    ao e madeira.

    Porm, o concreto simples no resiste bem s tenses de trao, correspondendo

    aproximadamente a um dcimo da resistncia compresso. Para sanar este problema, surge

    ento o concreto armado. Com a introduo de barras de ao no seu interior, em termos

    gerais, as tenses de trao so resistidas pelo ao ficando para o concreto a funo de resistir

    aos esforos de compresso. Isto possvel devido aderncia entre o concreto e a armadura,

    pela proximidade dos coeficientes de dilatao dos dois materiais e pela ausncia de oxidao

    das armaduras quando o concreto possuir uma quantidade adequada de cimento e for

    adequadamente adensado (RUSCHEL, 1974).

    Nos prximos subitens sero apresentados alguns aspectos relativos resistncia

    compresso do concreto, descrevendo o concreto de alto desempenho e apresentado de forma

    sucinta o grande responsvel pelo aumento da trabalhabilidade ou da resistncia

    compresso: o aditivo superplastificante.

    3.1 RESISTNCIA COMPRESSO

    Os atributos mais importantes do concreto so, alm da resistncia compresso, a

    durabilidade e a permeabilidade, contudo, neste trabalho ser analisado com mais detalhe

    apenas a resistncia compresso (fck). Segundo Ruschel (1974, p. 3), O aumento da

    resistncia do concreto se processa em funo do tempo de uma maneira assinttica, podendo-

    se dizer que a mxima resistncia somente alcanada aps vrios anos de idade..

    Conforme Neville (1997), a resistncia de um concreto a certa idade, curado em gua a umatemperatura estabelecida, depende de apenas dois fatores: a relao gua/cimento e o grau de

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    20/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    18

    adensamento. Neville (1997, p. 197) afirma que A presena de vazios diminui muito a

    resistncia do concreto: 5% podem reduzir a resistncia em at 30%, e mesmo 2% de vazios

    podem resultar em uma perda de 10% de resistncia.. Porm, Mehta e Monteiro (1994, p. 46)

    destacam ainda que:

    [...] fatores como adensamento, condies de cura (grau de hidratao do cimento),dimenses e mineralogia do agregado, aditivos, geometria e condies de umidadedo corpo de prova, tipo de tenso, e velocidade de carregamento podem tambm terum efeito importante sobre a resistncia.

    Os vazios no concreto so funo dos espaos deixados depois de retirado o excesso de gua,

    a qual foi necessria para dar trabalhabilidade ao concreto. O volume dessa gua depende da

    relao gua/cimento da mistura. A presena de bolhas de ar, so determinadas pelagranulometria das partculas mais finas da mistura e so mais facilmente expelidas de uma

    mistura mais molhada do que de outra mais seca. Portanto, para cada mtodo de adensamento

    existe um teor timo de gua (NEVILLE, 1997). Quando o concreto est plenamente

    adensado, considera-se que sua resistncia inversamente proporcional relao

    gua/cimento.

    3.2 CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD)

    Nos ltimos anos o concreto de alto desempenho (CAD) tem seu uso difundido no Brasil,

    principalmente pela capacitao das empresas de concreto pr-misturado e dos centros de

    pesquisa. Estes concretos so usados em estruturas de edifcios, pontes e, principalmente, em

    estruturas pr-moldadas, e necessitam de cuidados relativamente simples na sua aplicao,

    pois so muito semelhantes aos concretos com resistncias usuais (HELENE; HARTMANN,

    2004).

    Segundo Juc et al. (2001), houve a necessidade de uma reviso profunda nos conceitos de

    durabilidade e desempenho dos materiais, em virtude das inmeras manifestaes patolgicas

    que ocorrem nas construes. Nos dias de hoje, aceito que desempenho e durabilidade so

    fatores bsicos para qualificar um material, pois o desempenho est relacionado ao seu

    comportamento em uso e, a durabilidade, ao seu desempenho durante toda a vida til.

    Neste novo conceito, as demais propriedades do concreto, principalmente as relativas

    durabilidade, so consideradas to importantes quanto s suas caractersticas mecnicas. No

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    21/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    19

    mundo, a preocupao com a durabilidade das estruturas de concreto j existe h bastante

    tempo, principalmente devido aos custos envolvidos para repar-las. A utilizao do CAD

    pode possibilitar aumento da durabilidade das estruturas e diminuio dos custos de

    manuteno, reduo das sees dos elementos estruturais ou aumento dos vos, aumento da

    rea til da edificao, reduo das cargas nas fundaes e aumento da velocidade de

    construo (HERV NETO, 2002).

    Como mencionado anteriormente, a resistncia compresso e a durabilidade do concreto

    esto diretamente relacionadas relao gua/cimento e consequente quantidade de poros.

    consenso dentre muitos pesquisadores de CAD que o principal fator que determina o alto

    desempenho de um concreto o emprego de uma baixa relao gua/cimento, de 0,20 a 0,35

    (NEVILLE, 1997).

    Existem diversas maneiras de produzir concretos com elevada resistncia compresso, entre

    elas, se destacam as adies de aditivos superplastificantes, adies minerais e baixas relaes

    gua/cimento. Conforme Freire (2003, p. 1), Almda alta resistncia, esse material tende a

    ter maior trabalhabilidade, menor porosidade e maior aderncia e mdulo de elasticidade..

    Algumas vantagens do CAD em relao ao concreto convencional so:

    a) possibilidade de formas mais esbeltas;

    b) menor rea de frmas;

    c) reduo de taxas de ao;

    d) possibilidade de formas mais esbeltas;

    e) aumento de durabilidade da estrutura;

    f) reduo de custos de manuteno;

    g) aumento do mdulo de elasticidade;

    h) reduo de cargas nas fundaes.

    3.3 ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE

    Os aditivos destacam-se pela capacidade de proporcionar melhorias fsicas e econmicas ao

    concreto, viabilizando muitas vezes estruturas impossveis de se conceber com o uso de

    concretos sem aditivos. Na maioria dos casos, um aditivo definido como um produto

    qumico, adicionado ao concreto com teores no maiores a 5% em relao massa de

    cimento, com finalidade de se obterem modificaes das propriedades do concreto

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    22/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    20

    (NEVILLE, 1997). Como o intuito deste trabalho dimensionar estruturas com concretos de

    diferentes resistncias compresso e o principal aditivo que veio a colaborar no aumento da

    resistncia o superplastificante, no sero abordados os demais tipos de aditivos.

    Segundo Neville (1997, p. 263):

    Os superplastificantes so polmeros orgnicos hidrossolveis obtidossinteticamente, usando um processo complexo de polimerizao para obteno demolculas longas de elevada massa molecular e, por tanto, relativamente caros. Poroutro lado, como eles so produzidos para um fim especfico, suas caractersticaspodem ser otimizadas no que diz respeito ao comprimento das molculas com ummnimo de entrelaamento. Eles tm tambm um teor baixo de impurezas, de modoque, mesmo em dosagens elevadas, no apresentam efeitos colaterais prejudiciais.

    As molculas longas do aditivo se enrolam nas partculas de cimento, proporcionando uma

    carga altamente negativa e estas passam a se repelir. Isso aumenta a disperso das partculas

    de cimento e pode ser aproveitado de duas maneiras: mantendo-se o fator gua/cimento,

    resultando efetivamente num aumento de trabalhabilidade, ou diminuindo-se o fator

    gua/cimento, que promoveria um aumento da resistncia compresso do concreto, para

    uma mesma trabalhabilidade (NEVILLE, 1997).

    Segundo Ado e Hemerly (2002, p. 34), A mistura feita diretamente na gua numa

    proporo de 10 litros de superplastificante para cada metro cbico de CAD.. Com a adio

    do aditivo superplastificante ao concreto, o fator gua-cimento pode ser reduzido at 0,20.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    23/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    21

    4 CRITRIOS DE PROJETO

    Neste captulo sero abordados os dados necessrios para o desenvolvimento de um projeto

    estrutural com a utilizao de um programa computacional. Definies de modelos

    estruturais, dados dos materiais a serem empregados, das aes e combinaes de

    carregamentos, bem como, a distribuio dos esforos, so de fundamental importncia para

    assegurar a estabilidade, durabilidade e o bom funcionamento de uma edificao.

    4.1 MODELOS ESTRUTURAIS

    A anlise estrutural de um edifcio sempre baseada na adoo de um modelo estrutural, que

    nada mais , que um prottipo que procura simular o edifcio real. Existem muitos tipos de

    modelos estruturais que so empregados na anlise de edifcios de concreto armado, alguns

    bastante simples, e outros nem tanto. A medida que o modelo se aproxima mais da realidade,

    naturalmente mais complexo ele se torna, sendo, na maior parte dos casos, imprescindvel o

    uso do computador. A seguir, so descritos alguns modelos estruturais usualmente

    empregados.

    4.1.1 Mtodos aproximados + Vigas contnuas

    No modelo de mtodos aproximados e vigas contnuas para o dimensionamento das lajes, os

    elementos so calculados de forma independente. Os esforos e flechas das lajes so

    determinados a partir de tabelas de mtodos consagrados, como por exemplo, mtodos de

    Marcus e Czerny, os esforos e flechas das vigas so calculados por meio do modelo de viga

    contnua, com apoios indeformveis (KIMURA, 2007).

    As reaes das lajes so transferidas para as vigas por rea de influncia, supondo linhas de

    ruptura, e as reaes verticais obtidas nos apoios das vigas so transmitidas como cargas

    concentradas aos pilares (KIMURA, 2007). A figura 2 representa o esquema estrutural para a

    distribuio das reaes na estrutura.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    24/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    22

    Figura 2Mtodos aproximados + vigas contnuas

    (fonte: KIMURA, 2007, p. 115)

    4.1.2 Vigas + Pilares (Prtico H)

    O modelo do prtico H uma evoluo do mtodo de vigas contnuas, nele as vigas e os

    pilares so dimensionados de forma conjunta, como um prtico plano. Os esforos e flechas

    das lajes continuam sendo obtidos atravs dos processos simplificados (KIMURA, 2007). A

    figura 3 representa o esquema estrutural dos pilares e viga.

    Figura 3Prtico H

    (fonte: KIMURA, 2007, p. 116)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    25/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    23

    4.1.3 Grelha somente de vigas

    No sistema de grelhas, as vigas so simuladas por elementos lineares dispostos no plano

    horizontal, submetidos a cargas perpendiculares, as quais podem ser as reaes das lajes,obtidas pelos processos simplificados, assim como pelas cargas de paredes ou pela soma das

    duas (KIMURA, 2007). Neste modelo, os pilares so representados por apoios simples e em

    cada interseo entre as barras definido um n, o que possibilita a obteno dos

    deslocamentos e esforos. Porm, os efeitos das aes horizontais no so analisados

    (KIMURA, 2007). A figura 4 representa o esquema estrutural das vigas pelo processo de

    grelha e a laje pelo sistema de linhas de ruptura.

    Figura 4Grelha de vigas

    (fonte: adaptado de KIMURA, 2007)

    4.1.4 Grelha de vigas e lajes

    No modelo de grelha de vigas e lajes, possvel calcular os esforos e deslocamentos nas

    lajes e vigas oriundos da atuao das cargas verticais. Este modelo composto por uma malha

    de elementos lineares dispostos no plano horizontal que simulam as vigas e lajes (S3ENG-

    TECNOLOGIA APLICADA ENGENHARIA S/A, 2011).

    Cada painel de laje subdividido em diversas barras espaadas de acordo com o grau de

    preciso que se pretende alcanar, normalmente ficam em torno de 50 cm umas das outras. Os

    dados das barras que representam as vigas so definidos de acordo com as suas prprias

    caractersticas, seo transversal e material. A distribuio dos esforos nas lajes e vigas

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    26/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    24

    realizada de acordo com a rigidez de cada barra, ou seja, os esforos migraro

    automaticamente para as regies de maior rigidez (S3ENG-TECNOLOGIA APLICADA

    ENGENHARIA S/A, 2011). A figura 5 mostra as barras das lajes e vigas que formam uma

    malha (grelha) no plano horizontal, recebendo um carregamento perpendicular representado

    pela flechas.

    Figura 5Grelha de vigas e lajes

    (fonte: adaptado de KIMURA, 2007)

    4.1.5 Prtico plano

    Na estrutura modelada como prtico plano, possvel a aplicao de aes tanto verticais

    quanto horizontais, pois se pode analisar o comportamento global do edifcio e no apenas de

    um pavimento. Este modelo muito utilizado para anlise dos efeitos do vento para a

    avaliao da estabilidade global dos edifcios. Os pilares e vigas so representados por barras

    dispostas no plano vertical e as lajes no fazem parte do modelo, devendo ser calculadas de

    forma separada pelos mtodos simplificados e as reaes transferidas manualmente s vigas

    (KIMURA, 2007). A figura 6 mostra uma estrutura em perspectiva e o seu prtico unifilar

    correspondente.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    27/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    25

    Figura 6Prtico plano

    (fonte: KIMURA, 2007, p. 121)

    4.1.6 Prtico espacial

    O prtico espacial composto por barras que representam todos os pilares e vigas presentes

    num edifcio, sendo empregado na anlise global da estrutura. Com ele, so calculados os

    deslocamentos e esforos nas vigas e pilares oriundos da atuao das cargas verticais e

    horizontais. As lajes so tratadas como elementos de grande rigidez no plano horizontal e no

    fazem parte do modelo (S3ENG-TECNOLOGIA APLICADA ENGENHARIA S/A, 2011).

    A figura 7 mostra uma estrutura em perspectiva e o seu prtico unifilar correspondente.

    Figura 7Prtico espacial

    (fonte: KIMURA, 2007, p. 122)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    28/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    26

    4.1.7 Elementos finitos

    O modelo de elementos finitos composto por uma malha de elementos lineares dispostos no

    plano horizontal para simular as vigas, da mesma forma que nas grelhas, porm as lajes socompostas por elementos finitos de placas, as quais so bidirecionais. Cada laje dividida em

    diversas placas, que podem ter formato qualquer, mas usualmente triangular ou quadrangular

    (KIMURA, 2007). A figura 8 mostra a discretizao de uma laje com seus diversos elementos

    de placa.

    Figura 8Elementos finitos

    (fonte: adaptado de KIMURA, 2007)

    4.1.8 Combinao de modelos estruturais

    Segundo Kimura (2007, p. 131), Na prtica atual, a anlise estrutural de edifcios usuais de

    concreto armado baseada principalmente na combinao de dois modelos: grelhas de

    vigas+lajes e prtico espacial.. usado o modelo de grelhas para o clculo de esforos edeslocamentos nas lajes e o prtico espacial para a anlise global da estrutura, determinao

    dos esforos e deslocamentos das vigas e pilares.

    4.2 AES

    Conforme a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a,

    p. 2), Aes so causas que provocam esforos ou deformaes nas estruturas. Do ponto de

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    29/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    27

    vista prtico, as foras e as deformaes impostas pelas aes so consideradas como se

    fossem as prprias aes..

    As aes so classificadas em permanentes, variveis e excepcionais, segundo a variabilidadeno tempo, e devem ser consideradas no clculo de um edifcio, sempre que produzirem efeitos

    significativos na estrutura. Sero abordadas nos prximos itens as aes permanentes e

    variveis (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a).

    4.2.1 Aes Permanentes

    Conforme a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a,

    p. 2), Aes permanentes so as que ocorrem com valores constantes ou de pequena variao

    em torno de sua mdia, durante praticamente toda a vida da construo. A variabilidade das

    aes permanentes medida num conjunto de construes anlogas.. As aes permanentes

    so divididas em diretas e indiretas.

    Segundo a NBR 8681, classificam-se como aes permanentes diretas, o peso prprio da

    estrutura e de todos os elementos construtivos permanentes, os pesos dos equipamentos fixos

    e os empuxos. J as aes permanentes indiretasso provenientes da retrao, e da flunciado concreto. Esta ltima consiste em deformaes no concreto ao longo do tempo de vida da

    estrutura, em virtude das aes permanentes, de recalques e das imperfeies geomtricas

    (desaprumo). Por sua vez, as imperfeies geomtricas so distores na forma e no

    posicionamento dos elementos estruturais originados durante a sua construo

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a).

    4.2.2 Aes Variveis

    Conforme a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a,

    p. 2), So as que ocorrem com valores que apresentam variaes significativas em torno de

    sua mdia, durante a vida da construo.. Ou seja, so as aes que atuam apenas durante

    parte da vida do edifcio.

    Destacam-se como aes variveis, as cargas de utilizao, do vento, das aes dinmicas, da

    ao da gua e variaes de temperatura. So classificadas como aes variveis diretasasacidentais de uso, do vento e da gua, e como aes variveis indiretasas provenientes das

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    30/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    28

    aes dinmicas e de temperatura. Nos prximos itens sero abordadas com mais detalhes as

    aes variveis de utilizao e vento (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 2003a).

    4.2.2.1 Aes Variveis de Utilizao

    Carga de utilizao toda aquela que pode atuar sobre a estrutura de edificaes em funo

    do seu uso. A NBR 6120 estabelece valores mnimos da carga vertical a ser considerada

    decorrente da ocupao da edificao (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 1980). No quadro 1 so apresentados os exemplos de utilizao mais comuns e

    respectivas cargas.

    Quadro 1Valores mnimos das cargas verticais

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1980)

    4.2.2.2 Aes Variveis devidas ao Vento

    Segundo a NBR 6118 obrigatria a considerao dos efeitos do vento no clculo de uma

    estrutura de concreto (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b). Os

    esforos oriundos da ao do vento devem ser determinados a partir da NBR 6123

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988). importante salientar

    que quanto mais alto for o edifcio, mais significativo ser o efeito do vento. Este efeito

    avaliado a partir de diversos parmetros que permitem definir as foras aplicadas sobre a

    estrutura. Tais parmetros sero descritos nos prximos itens.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    31/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    29

    4.2.2.2.1 Velocidade bsica do vento, Vo

    A velocidade bsica do vento, conforme NBR 6123, a velocidade de uma rajada com

    durao de trs segundos, medida em campo aberto e plano, numa distncia de dez metros da

    superfcie, esta, podendo ser excedida uma vez a cada 50 anos (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988). A figura 9 apresenta o mapa das isopletas

    da velocidade bsica do vento no Brasil. A partir dele definida a velocidade bsica em

    funo da localizao da edificao, por exemplo, um edifcio que ser construdo em Porto

    Alegre ter Vo igual a 45 m/s.

    Figura 9Isopletas da velocidade bsica Vo(m/s)

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)

    4.2.2.2.2 Fator topogrfico: fator S1

    De acordo com NBR 6123 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988,

    p. 5), O fator topogrfico S1leva em considerao as variaes do relevo do terreno [...]..

    Essa Norma sugere para terreno plano ou fracamente acidentado fator S1=1, para vales

    profundos, protegidos de ventos de qualquer direo S1=0,9 e, para taludes e morros, o

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    32/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    30

    clculo a partir da escolha, em funo da sua inclinao mdia, pela equao 1 adequada para

    o caso:

    (equao 1)

    Onde:

    Z = altura medida a partir da superfcie do terreno no ponto considerado;

    d= diferena de nvel entre a base e o topo do talude ou morro;

    = inclinao mdia do talude ou encosta do morro.

    A figura 10 ilustra as quatro situaes (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 1988).

    Figura 10Relevo do terrenofator S1

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)

    4.2.2.2.3 Rugosidade do terreno, dimenses da edificao e altura sobre o terreno: fator S2

    A NBR 6123 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988) define o

    fator S2como, [...] o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variao da velocidade

    do vento com a altura acima do terreno e das dimenses da edificao ou parte da edificao

    em considerao.. O quadro 2 sugere, de acordo com essa Norma, valores para o fator S2em

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    33/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    31

    funo de trs condies: categoria, classe e da dimenso vertical da superfcie do terreno do

    ponto no qual se pretende determinar os esforos.

    Conforme a NBR 6123 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988, p.8), a rugosidade classificada em cinco categorias:

    a) categoria 1: superfcies lisas de grandes dimenses, com mais de 5 km deextenso, medida na direo e sentido do vento incidente;

    b) categoria II: terrenos abertos em nvel ou aproximadamente em nvel, com poucosobstculos isolados, tais como rvores e edificaes baixas;

    c) categoria III: terrenos planos ou ondulados com obstculos, tais como sebes emuros, poucos quebra-ventos de rvores, edificaes baixas e esparsas;

    d) categoria IV: terrenos cobertos por obstculos numerosos e pouco espaados, emzona florestal, industrial ou urbanizados;

    e) categoria V: terrenos cobertos por obstculos numerosos, grandes, altos e poucoespaados.

    J a classe, funo das dimenses da edificao ou parte dela. A NBR 6123

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988, p. 9), classifica as

    edificaes em trs classes:

    a) classe A: todas as unidades de vedao, seus elementos de fixao e peasindividuais de estruturas sem vedao. Toda edificao na qual a maior dimensohorizontal ou vertical no exceda 20 m;

    b) classe B: toda edificao ou parte de edificao para a qual a maior dimensohorizontal ou vertical da superfcie frontal esteja entre 20 m e 50 m;

    c) classe C: toda edificao ou parte de edificao para a qual a maior dimensohorizontal ou vertical da superfcie frontal exceda 50 m.

    Por fim, com a categoria e classe definidas, para cada altura (Z), encontra-se o fator S2correspondente no quadro 2.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    34/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    32

    Quadro 2Fator S2

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)

    4.2.2.2.4 Fator estatstico: fator S3

    Segundo a NBR 6123 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988, p.

    10), O fator estatstico S3 baseado em conceitos estatsticos e considera o grau de

    segurana requerido e a vida til da edificao.. O quadro 3 sugere valores mnimos para o

    fator S3, devido a ausncia de norma especfica sobre segurana nas edificaes.

    Quadro 3Valores mnimos para o fator estatstico S3

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)

    4.2.2.2.5 Coeficiente de arrasto: Ca

    O coeficiente de arrasto Ca um nmero adimensional que qualifica a resistncia da

    edificao, devido a sua forma, presso proveniente dos ventos. As foras decorrentes daao do vento so calculadas a partir do coeficiente de arrasto para cada direo em virtude da

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    35/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    33

    geometria da edificao ou parte dela (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 1988).

    Atravs da figura 11, possvel determinar os coeficientes de arrasto, para cada nvel deedifcios paralelepipdicos, submetidos ao vento de baixa turbulncia. A NBR 6123 ainda

    indica coeficientes para outros tipos de geometria, porm para as geometrias no abordadas

    por esta Norma, indicada a realizao de ensaios em tnel de vento de modelos reduzidos

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988).

    Figura 11Coeficiente de arrasto, Ca, para edificaes paralelepipdicasem vento de baixa turbulncia

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1988)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    36/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    34

    4.3 COMBINAES DE AES

    Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p.

    47), Um carregamento definido pela combinao das aes que tm probabilidades nodesprezveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um perodo

    preestabelecido.. As combinaes devem ser feitas de forma que se determinem os efeitos

    mais desfavorveis estrutura. Arajo (2003, p. 51) ressalta que alm dos aspectos

    econmicos e estticos, as estruturas devem atender os seguintes requisitos:

    a) segurana: dentro de um nvel de segurana preestabelecido, a estrutura devesuportar as aes que lhe so impostas durante a sua vida til (incluindo a faseconstrutiva), sem a ocorrncia de ruptura ou perda do equilbrio esttico;

    b) bom desempenho em servio: nas condies normais de utilizao, asdeformaes da estrutura devem ser suficientemente pequenas para no provocardanos inaceitveis em elementos no estruturais, no afetar o seu uso ou a suaaparncia, nem causar desconforto aos usurios; o grau de fissurao no deveafetar o uso ou a aparncia da estrutura, nem prejudicar a proteo da armadura;

    c) durabilidade: a estrutura deve se manter em bom estado de conservao sob asinfluncias ambientais previstas, sem necessidade de reparos de alto custo aolongo de sua vida til.

    As verificaes quanto segurana so determinadas atravs do estado limite ltimo (ELU) e,as de desempenho, atravs do estado limite de servio (ELS), e sero abordados nos prximos

    itens. A durabilidade ser tratada tambm em item especfico.

    4.3.1 Estado limite ltimo (ELU)

    De acordo com a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,

    2003a, p. 2) ELU so Estados que, pela sua simples ocorrncia, determinam a paralisao, no

    todo ou em parte, do uso da construo.. Em relao s combinaes ltimas, existem quatro

    tipos de carregamentos, normal, especial, de construo e excepcional.

    Conforme a NBR 8681, nas combinaes ltimas normais, cada combinao deve incluir as

    aes permanentes e a ao varivel principal, com seus valores caractersticos e as demais

    aes variveis, com seus valores reduzidos 0j.FQj,k (ASSOCIAO BRASILEIRA DE

    NORMAS TCNICAS, 2003a).

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    37/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    35

    Portanto, as aes de clculo so determinadas pela majorao dos valores caractersticos das

    aes permanentes, somados s combinaes das diversas aes variveis envolvidas. Em

    cada combinao, uma das aes variveis considerada como a principal, admitindo-se que

    ela atue com o seu valor. Assim, se na estrutura atuam m aes permanentes caractersticas

    FGi,kjuntamente com n aes variveis FQk, a ao de clculo Fda se considerar dada pela

    equao 2 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a):

    (equao 2)

    Onde:

    FGk= valor caracterstico das aes permanentes;

    FQ1,k = valor caracterstico da ao varivel considerada como a principal;

    0j.FQj,k = valores reduzidos de combinao das demais aes variveis.

    Os valores de e , so determinados apartir dos quadros 4 e 5 respectivamente.

    Quadro 4Valores do coeficiente de ponderao,

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a)

    Nas combinaes ltimas especiais ou de construo devem estar presentes as aes

    permanentes e a ao varivel especial, com seus valores caractersticos e as demais aes

    variveis com seus valores reduzidos (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 2003a).

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    38/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    36

    Quadro 5: Valores do fatores de combinao,

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a)

    4.3.2 Estado limite de servio (ELS)

    De acordo com a NBR 8681 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,

    2003a, p. 2) ELS so Estados que, por sua ocorrncia, repetio ou durao, causam efeitos

    estruturais que no respeitam as condies especificadas para o uso normal da construo, ou

    que so indcios de comprometimento da durabilidade da estrutura.. As combinaes das

    aes de servio so classificadas pela ordem de grandeza de permanncia na estrutura.

    As combinaes quase permanentesso aquelas que atuam durante grande parte da vida da

    estrutura, em torno da metade dela. As combinaes frequentesacontecem durante muitas

    vezes ao longo da vida da estrutura, cerca de 105

    vezes em 50 anos. J, as combinaesraras, atuam apenas durante algumas horas na estrutura (ASSOCIAO BRASILEIRA DE

    NORMAS TCNICAS, 2003a).

    As combinaes quase permanentes de servio so empregadas para a verificao do estado

    limite de deformaes excessivas. Nestas combinaes, todas as aes variveis so

    consideradas com seus valores quase permanentes 2j.FQj,k e as aes de clculo Fd,uti sero

    determinadas a partir da equao 3 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 2003a):

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    39/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    37

    (equao 3)

    Onde:

    FGk= valor caracterstico das aes permanentes;

    2j.FQj,k = valores quase permanentes das aes variveis.

    Os valores de 2so determinados a partir do quadro 5 anteriormente apresentado.

    As combinaes frequentes so utilizadas para a verificao do estado limite de abertura defissuras. Nestas combinaes, a ao varivel principal FQ1 tomada com seu valor frequente

    1FQ1,k e todas as demais aes variveis so tomadas com seus valores quase permanentes

    2FQk. As aes de clculo Fd,uti sero determinadas a partir da equao 4 (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003a):

    (equao 4)

    Onde:

    FGk= valor caracterstico das aes permanentes;

    1.FQ1,k = valore frequente da ao varivel principal;

    2j.FQj,k = valores quase permanentes das aes variveis.

    Os valores de 1 e2, so determinados a partir do quadro 5.

    4.4 DISTRIBUIES DOS ESFOROS

    medida que so aplicadas aes verticais e horizontais num edifcio, h uma distribuio

    natural dos esforos para todos os elementos da estrutura, de maneira a conduzir a carga

    proveniente destas aes at as fundaes. Cada elemento da estrutura responsvel por

    resistir a uma parcela de carga, de tal forma que a estrutura se mantenha em equilbrio

    (KIMURA, 2007).

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    40/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    38

    Num primeiro momento os esforos solicitantes so distribudos de acordo com as rigidezes

    relativas entre os elementos estruturais. Aps isto, de acordo com a resposta dos materiais

    (concreto e ao), feita uma redistribuio, que consiste na alterao da distribuio inicial,

    ocasionado pela variao da rigidez dos elementos da estrutura aps a plastificao,

    decorrentes do carregamento aplicado ao edifcio. Desta maneira, dentro de certos limites, se

    uma determinada parte da estrutura no for capaz de absorver um esforo, ou parte dele, este

    migrar para outra regio caracterizando assim a redistribuio (KIMURA, 2007).

    4.5 NO-LINEARIDADE FSICA

    Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p.70), A no-linearidade fsica, presente nas estruturas de concreto armado, deve ser

    obrigatoriamente considerada.. A no-linearidade fsica est relacionada ao comportamento

    do material empregado na estrutura (concreto e ao), esse comportamento se altera medida

    que um carregamento aplicado ao elemento estrutural. Segundo Kimura (2007), dois fatores

    so fundamentais para esse comportamento: o primeiro que a relao entre tenso e

    deformao do concreto no linear e o segundo que devido a baixa resistncia trao do

    concreto, comum o surgimento de fissuras com a aplicao de um carregamento estrutura.

    Para a considerao da no-linearidade fsica, a NBR 6118 indica um mtodo simplificado,

    que toma como rigidez dos elementos estruturais os valores apresentados a seguir

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p. 73). Para a definio

    dessas condies deve-se considerar o momento de inrcia da seo bruta de concreto Ic, e o

    coeficiente z, um parmetro que mede a estabilidade global do edifcio.

    Quando o coeficiente zfor menor que 1,3:

    a) lajes: (EI)sec= 0,3.Eci.Ic;

    b) vigas: (EI)sec= 0,7.Eci.Ic;

    c) pilares: (EI)sec= 0,7.Eci.Ic.

    Quando o coeficiente zfor maior que 1,3:

    a) lajes: (EI)sec= 0,3.Eci.Ic;

    b) vigas: (EI)sec= 0,4.Eci.Ic;

    c) pilares: (EI)sec= 0,8.Eci.Ic.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    41/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    39

    As rigidezes reduzidas dos pilares e vigas so utilizadas no clculo do prtico espacial e da

    deslocabilidade horizontal. J a rigidez reduzida das lajes utilizada na anlise elstica, tanto

    para determinao dos esforos quanto no clculo da flecha elstica, sem influenciar no

    clculo das flechas diferidas e imediatas (KIMURA, 2007).

    4.6 REDUES DAS RIGIDEZES TORO

    De acordo com a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,

    2003b, p. 95):

    Quando a toro no for necessria ao equilbrio, caso da toro de compatibilidade

    possvel desprez-la, desde que o elemento estrutural tenha adequada capacidadede adaptao plstica e que todos os outros esforos sejam calculados semconsiderar os efeitos por ela provocados. Em regies onde o comprimento doelemento sujeito a toro seja menor ou igual a 2 h, para garantir um nvel razovelde capacidade de adaptao plstica, deve-se respeitar a armadura mnima de toroe limitar a fora cortante, tal que: Vsd0,7 VRd2.

    Todavia, quando o dimensionamento se der por meio do processo de grelhas e prtico

    espacial, pode-se reduzir a rigidez toro das vigas por fissurao, utilizando-se 15% da

    rigidez elstica. Desta forma, o percentual recomendado para reduo na rigidez toro das

    vigas de 85% (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).

    4.7 DESLOCAMENTOS LIMITES

    A NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p. 55)

    define que Deslocamentos limites so valores prticos utilizados para verificao em servio

    do estado limite de deformaes excessivas da estrutura.. Os deslocamentos limites so

    divididos em quatro grupos: aceitabilidade sensorial, efeitos estruturais em servio, efeitos em

    elementos estruturais e no estruturais. fundamental que os deslocamentos provocados pelas

    aes nas estruturas sejam verificados e estejam dentro dos limites estabelecidos pela Norma.

    A mxima aceitabilidade sensorial caracterizada por vibraes indesejveis ou efeito

    visual desagradvel. O limite para efeitos especficos ocorre quando os deslocamentos

    impedem a utilizao adequada da edificao, diferente dos efeitos em elementos no

    estruturais, que quando os deslocamentos provocam o mau funcionamento de elementos

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    42/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    40

    ligados estrutura. Por fim, o limite de deslocamento que provoca efeitos em elementos

    estruturais, so aqueles que podem afetar o comportamento do elemento estrutural.

    Os deslocamentos horizontais so provocados pela ao do vento e pelos efeitosconstrutivos (desaprumo) e de segunda ordem. Os valores dos deslocamentos provocados pela

    ao do vento devem ser calculados para combinao frequente 1=0,30 (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).

    Os deslocamentos verticaisso caracterizados pelas flechas das vigas e lajes, que so obtidas

    pela soma do deslocamento imediato e diferido. Devem-se levar em considerao, a

    fissurao do concreto, a presena de armaduras e o efeito da fluncia (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).

    O quadro 6 apresenta os limites para deslocamentos, em funo do tipo de efeito.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    43/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    41

    Quadro 6Limites para deslocamentos

    (fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p. 70)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    44/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    42

    4.8 CRITRIOS DE PROJETO QUE VISAM A DURABILIDADE

    Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p.

    11) durabilidade Consiste na capacidade de a estrutura resistir s influncias ambientaisprevistas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e o contratante, no incio

    dos trabalhos de elaborao do projeto..Visando garantir a durabilidade da estrutura com

    adequada segurana, estabilidade e aptido em servio durante o perodo correspondente sua

    vida til, devem ser adotados critrios em relao classe de agressividade ambiental,

    abertura mxima de fissuras, valores de cobrimentos das armaduras e fluncia, conforme

    apresentado a seguir.

    4.8.1 Classe de agressividade ambiental

    Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p.

    13), A agressividade do meio ambiente est relacionada s aes fsicas e qumicas que

    atuam sobre as estruturas de concreto [...].O quadro 7 mostra as 4 classes de agressividade.

    Quadro 7Classe de agressividade ambiental

    (fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b, p. 14)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    45/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    43

    No quadro 7 a agressividade est classificada de acordo com a exposio da estrutura,

    apontando para cada classe o risco de deteriorao da estrutura. Observa-se que quanto maior

    a classe, mais agressivo o ambiente.

    4.8.2 Relao gua/cimento

    De acordo com a classe de agressividade ambiental, a NBR 6118 estabelece a relao

    gua/cimento mxima conforme o quadro 8. Esta medida visa reduzir a quantidade de poros,

    prejudiciais a durabilidade do concreto (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 2003b).

    Quadro 8Fator gua/cimento em funo da classe de agressividade ambiental

    (fonte: adaptado ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b)

    4.8.3 Abertura mxima de fissuras

    Para atender as exigncias de durabilidade devem ser respeitados os limites de abertura de

    fissuras do concreto conforme quadro 9. A NBR 6118 estipula que a mxima abertura de

    fissura caracterstica wk, desde que respeite os valores estipulados pelo quadro 9, sob ao das

    combinaes frequentes, no tero importncia significativa na corroso das armaduras

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    46/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    44

    Quadro 9Limite de fissurao em funo da classe de agressividade ambiental

    (fonte: adaptado ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b)

    4.8.4 Cobrimentos

    Para atender aos requisitos estabelecidos pela Norma, o cobrimento mnimo da armadura omenor valor que deve ser respeitado ao longo de todo o elemento considerado e que se

    constitui num critrio de aceitao (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 2003b, p. 16). O cobrimento fundamental para a proteo da armadura contra

    corroso na regio das fissuras e, conforme o quadro 10, est diretamente relacionado a

    agressividade do ambiente.

    Quadro 10Correspondncia entre classe de agressividade ambiental e cobrimentos

    (fonte: adaptado ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b)

    O quadro 10 representa o cobrimento nominal, que o cobrimento mnimo acrescido da

    tolerncia de execuo c (10 mm). Porm a NBR 6118 possibilita, quando houver adequado

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    47/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    45

    controle de qualidade e rgidos limites de tolerncia da variabilidade das medidas durante a

    execuo, que se adote c=5 mm, podendo ento reduzir os valores indicados no quadro 10

    em 5 mm (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b).

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    48/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    46

    5 GEOMETRIA, CRITRIOS DE CLCULO E RESULTADOS

    O objetivo deste captulo apresentar a geometria proposta, os critrios de clculo adotados, o

    modelo estrutural e os resultados do dimensionamento. Tambm ser apresentada uma anlise

    do custo da estrutura, dos pilares, vigas e lajes, bem como da rea ocupada pelos pilares na

    edificao, para as quatro situaes propostas, edifcios de 5, 10, 15 e 20 pavimentos.

    5.1 GEOMETRIA

    A geometria foi pensada de forma a se assemelhar da maior parte dos edifcios comerciais

    construdos na cidade de Porto Alegre. Concebido com uma estrutura em concreto armado,

    composta por lajes macias com espessuras de dez centmetros, vigas com vos entre cinco e

    seis metros e com desnvel entre pavimentos de 2,85 m. Os modelos foram compostos por

    pavimentos conforme o quadro 11.

    Quadro 11Nveis da estrutura

    (fonte: elaborada pelo autor)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    49/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    47

    A geometria retangular proporcionou maior confiabilidade no clculo e anlise dos esforos

    devido ao vento. A orientao dos pilares procurou dar a rigidez necessria para que a

    estrutura resistisse a estes esforos horizontais, sendo que sempre que reduzida as dimenses

    dos pilares, tal situao ocorreu nos pavimentos 5, 10 e 15. Da mesma forma, as resistncias

    compresso do concreto, sempre que alteradas foram nestes pavimentos.

    A espessura de dez centmetros para laje, bem como as dimenses dos pilares e vigas, foram

    determinadas nos estados limites ltimos e de servio a partir da verificao destes elementos

    estruturais, para combinaes ltimas normais e combinaes quase permanentes. A figura 12

    mostra a geometria vista em planta.

    Figura 12Planta baixa estrutura

    (fonte: elaborada pelo autor)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    50/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    48

    5.2 CRITRIOS DE CLCULO

    Os critrios adotados neste trabalho, referentes ao dimensionamento das peas de concreto

    seguiram as Normas NBR6120:1980 Cargas para o Clculo de Estruturas de Edificaes,NBR6123:1988 Foras devidas ao Vento em Edificaes, NBR8681:2003 Aes e

    Segurana nas Estruturas Procedimento e NBR6118:2003 Projetos de Estruturas de

    ConcretoProcedimento. Os critrios referentes aos materiais utilizados seguiram as Normas

    NBR12655:2006 Concreto de Cimento Portland Preparo, Controle e Recebimento

    Procedimento e NBR7480:2007 Ao Destinado a Armaduras para Estruturas de Concreto

    ArmadoEspecificao.

    A anlise global da estrutura foi realizada atravs de um modelo de prtico espacial, no qual

    as vigas e pilares foram representados por barras lineares localizadas nos seus eixos

    longitudinais. Atravs deste modelo foram calculados os deslocamentos e esforos nas vigas e

    pilares provenientes das cargas verticais e horizontais.

    A modelagem das lajes foi realizada pelo processo de analogia de grelha, atravs da

    discretizao de uma malha, com barras ortogonais espaadas 50 cm umas das outras. Com

    este modelo, foi possvel determinar os esforos e deslocamentos oriundos das cargasverticais.

    As aes consideradas nas lajes esto representadas no quadro 12. Nele possvel verificar

    que a carga varivel considerada foi de 2,0 kN/m2, conforme determina a NBR6120:1980,

    para a ocupao de escritrios. A sobrecarga de 0,9 kN/m2 se justifica para uma eventual

    construo de divisrias, j que no foram consideradas cargas de alvenaria no interior do

    prdio, mas apenas alvenarias de fechamento no seu contorno externo.

    Quadro 12Cargas das lajes

    (fonte: elaborada pelo autor)

    Para a determinao das aes provenientes do vento, parmetros e critrios foram adotados.

    O primeiro deles foi que as estruturas em estudo estariam localizadas na cidade de Porto

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    51/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    49

    Alegre. Isso necessrio para a determinao da velocidade bsica do vento V0que, em Porto

    Alegre, igual a 45 m/s. O segundo o fator topogrfico S1, adotado igual a um neste

    trabalho, por considerar que o local onde seriam construdos os edifcios seria plano ou

    fracamente acidentado.

    O fator S2 depende de trs parmetros: rugosidade do terreno, dimenses da edificao e

    altura sobre o terreno. O que se refere rugosidade fixo, e foi adotada categoria IV: terreno

    coberto por obstculos numerosos ou pouco espaados em zona urbanizada. O segundo

    depender do modelo estudado. Para o modelo 1, edifcio com cinco pavimentos, a maior

    dimenso no excede 20 m, portanto estaria na classe A. Nos modelos 2 e 3, de 10 e 15

    pavimentos respectivamente, as maiores dimenses esto entre 20 e 50 m, se encaixando na

    classe B. J o modelo 4, edifcio com 20 pavimentos, a maior dimenso excede os 50 m,

    estando portanto na classe C.

    A altura sobre o terreno ser diferente para cada pavimento da estrutura, resultando em

    diferentes fatores S2 para cada nvel. O quadro 13 apresenta os valores considerados no

    clculo.

    Quadro 13Valores do fator S2

    (fonte: elaborada pelo autor)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    52/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    50

    O fator estatstico S3foi considerado igual a um, por se tratar de um edifcio comercial. Por

    ltimo foi determinado os coeficientes de arrasto, apresentados no quadro 14.

    Quadro 14Valores de coeficiente de arrasto

    (fonte: elaborada pelo autor)

    Para garantir a durabilidade da estrutura com segurana, estabilidade e aptido em servio

    durante toda vida til, foram adotados critrios com relao classe de agressividade

    ambiental, abertura mxima de fissuras e relao gua/cimento. O quadro 15 apresenta os

    critrios adotados.

    Quadro 15Critrios que visam durabilidade da estrutura

    (fonte: elaborada pelo autor)

    Outro critrio que visa durabilidade da estrutura, diz respeito proteo da armadura contra

    corroso na regio das fissuras. De acordo com a classe de agressividade ambiental os

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    53/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    51

    cobrimentos adotados neste trabalho deveriam ser de 25 mm para lajes e 30 mm para vigas e

    pilares, porm considerando que o concreto ser revestido com argamassa e pintura, a NBR

    6118 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2003b) permite que se

    admita uma classe de agressividade mais branda, resultando cobrimento de 20 mm para lajes e

    25 mm para vigas e pilares, adotados no clculo.

    Para a verificao da estabilidade global da estrutura e avaliao da importncia dos esforos

    de segunda ordem, foram utilizados os parmetros Gama-Z e P-Delta. A partir do Gama-Z

    foram determinados os valores adotados para no-linearidade fsica.

    5.3 CLCULO E RESULTADOS

    Definidos todos os parmetros necessrios para o dimensionamento das estruturas, o primeiro

    passo foi lanar a estrutura proposta no software Eberick da AltoQi. Aps o lanamento,

    foram preenchidos todos os critrios de clculo para posterior realizao do

    dimensionamento.

    Efetuado o dimensionamento, a prxima etapa diz respeito verificao dos elementos

    estruturais, pilares, vigas e lajes. Nesta fase foram analisadas taxas de armaduras,deformaes (flechas), e a estabilidade global da estrutura. Se necessrio foram alteradas as

    dimenses dos pilares e/ou vigas at que se alcanasse o resultado desejado, que so os

    estabelecidos pelas Normas, para limites de deformaes, taxas de armadura e deslocamentos

    horizontais no topo do edifcio. O processo seguiu de forma iterativa como apresentado na

    figura 13.

    Figura 13Etapas de clculo

    (fonte: elaborada pelo autor)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    54/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    52

    A extrao dos quantitativos foi realizada atravs de um comando do software, que quantifica

    o volume de concreto, o peso do ao e a rea de frmas demandada na estrutura analisada.

    Com estes dados e com os valores destes insumos foi possvel determinar o custo da estrutura.

    A rea em planta ocupada pelos pilares na edificao foi determinada atravs da diviso do

    volume de concreto dos pilares pela altura do edifcio.

    5.3.1 Modelo 1

    O modelo 1 corresponde a um edifcio de cinco pavimentos. Para este modelo foram testados

    resistncias compresso de 25, 30, 35 e 40 MPa. No foram testadas estruturas com

    concretos de 45 e 50 MPa, pois para resistncias de 35 e 40 MPa as dimenses dos pilaresresultaram em dimenses mnimas para o desnvel entre pavimentos analisado, no sendo

    mais possvel a reduo destas dimenses no haveria ganho com o uso destas resistncias.

    O quadro 16 apresenta os valores obtidos dos custos e da rea em planta ocupada por

    pavimento pelos pilares. So representados em vermelho os maiores valores e, em azul, os

    menores.

    Quadro 16Custos e rea de pilaresModelo 1

    resistncia custo pilares custo vigas custo lajes custo total rea pilares [m2]

    fck 25 MPa 12.779R$ 35.134R$ 63.762R$ 111.675R$ 1,28

    fck 30 MPa 12.757R$ 35.146R$ 66.227R$ 114.129R$ 1,28

    fck 35 MPa 11.014R$ 35.562R$ 67.702R$ 114.278R$ 0,95

    fck 40 MPa 10.918R$ 36.690R$ 69.278R$ 116.886R$ 0,95 (fonte: elaborada pelo autor)

    Para o modelo 1 a resistncia que resultou em um menor custo total da estrutura foi a de 25

    MPa. Porm, tambm resultou numa maior rea ocupada por pilares. Quanto aos custos por

    elemento estrutural, o quadro mostra uma tendncia de aumento do custo das lajes com

    aumento da resistncia. Para as vigas, os resultados apresentaram pequena diferena e, para os

    pilares, uma reduo do custo com aumento da resistncia. As figuras 14 a 16 representam

    graficamente os resultados do quadro 16.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    55/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    53

    Figura 14Custo total da estrutura para o Modelo 1

    (fonte: elaborada pelo autor)

    Figura 15Custo dos elementos estruturais para o Modelo 1

    (fonte: elaborada pelo autor)

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    56/81

    __________________________________________________________________________________________Rafael Lima da Silva. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    54

    Figura 16rea mdia ocupada pelos pilares por pavimento para o Modelo 1

    (fonte: elaborada pelo autor)

    5.3.2 Modelo 2

    O modelo 2 corresponde a um edifcio de dez pavimentos. Para este modelo foram testados

    resistncias compresso de 25, 30, 35 e 40 MPa, alm de combinaes com mudana de

    resistncia a cada cinco pavimentos. A escolha das resistncias que foram combinadas, passa

    pelos valores que as estruturas apresentaram quando dimensionadas com um nico fck. Por

    resultar num custo mais elevado da estrutura, o fckde 40 MPa no foi utilizado em nenhuma

    das combinaes.

    O quadro 17 apresenta os valores obtidos dos custos e da rea em planta ocupada por

    pavimento pelos pilares. So representados em vermelho os maiores valores e, em azul, osmenores.

  • 7/24/2019 projetoestruturaldeedificilcomconcretos

    57/81

    __________________________________________________________________________________________Projeto estrutural de edifcios com concretos de diferentes resistncias compresso: comparativo de custos

    55

    Quadro 17Custos e rea de pilaresModelo 2

    resistncia custo pilares custo vigas custo lajes custo total rea pilares [m2]

    fck 25 MPa 38.651R$ 79.134R$ 141.742R$ 259.528R$ 1,88

    fck 30 MPa 35.834R$ 79.642R$ 146.921R$ 262.397R$ 1,75

    fck 35 MPa 33.820R$ 79.998R$ 149.910R$ 263.728R$ 1,69

    fck 40 MPa 31.577R$ 81.670R$ 153.374R$ 266.621R$ 1,53

    fck 35 + 25 MPa 33.924R$ 80.086R$ 144.662R$ 258.672R$ 1,69

    fck 35 + 30 MPa 32.602R$ 79.250R$ 147.393R$ 259.244R$ 1,69

    fck 30 + 25 MPa 35.873R$ 80.598R$ 144.191R$ 260.662R$ 1,75 (fonte: elaborada pelo autor)

    Para o modelo 2, a combinao entre as resistncias de 35 e 25 MPa foi que resultou em um

    menor custo total da estrutura, porm com uma reduo insignificante quando comparada

    estrutura de 25 MPa. Contudo, quando comparadas s reas dos pilares verifica-se uma

    reduo de 10% por pavimento, o que em questo de arquitetura e ocupao dos ambientes

    internos pode ser bastante interessante.

    Novamente o quadro nos mostra uma tendncia de aumento do custo das lajes e reduo dos

    custos dos pilares com o aumento da resistncia. Para as vigas os valores apresentaram

    pequena diferena. Os resultados do quadro 17 so representados nas figuras 17 a 19.

    Figura 17Custo total da estrutura