Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

32
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO ESCOLAR KARLA PATRÍCIA COSTA ROSELI CORREIA ROCHA Projeto Político-Pedagógico e a Indisciplina Escolar

Transcript of Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

Page 1: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO ESCOLAR

KARLA PATRÍCIA COSTA

ROSELI CORREIA ROCHA

Projeto Político-Pedagógico e a Indisciplina Escolar

Salvador2010

Page 2: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

KARLA PATRÍCIA COSTAROSELI CORREIA ROCHA

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E A INDISCIPLINA ESCOLAR

Projeto de Intervenção apresentado à Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Gestão Escolar.

Orientador (a): Jocelma Rios

Salvador

Page 3: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

2010

Page 4: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................3

2. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA.................................................................5

2.1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA.......................................................5

2.2. ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA..........................................................................7

2.3. PERFIL DOS ESTUDANTES...................................................................................8

2.4. PERFIL DA COMUNIDADE DE ENTORNO..............................................................9

2.5. CONSELHO ESCOLAR..........................................................................................9

2.6. PPP....................................................................................................................10

2.6.1. Missão.......................................................................................................11

2.6.2. Visão.........................................................................................................11

2.6.3. Valores......................................................................................................11

2.6.4. Objetivos e metas......................................................................................11

2.7. A ESCOLA HOJE...............................................................................................12

2.8. SITUAÇÃO PROBLEMA......................................................................................13

2.9. OBJETIVO DA INTERVENÇÃO............................................................................13

2.9.1. Objetivo geral...........................................................................................13

2.9.2. Objetivos específicos................................................................................13

2.10. JUSTIFICATIVA...............................................................................................14

2.11. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................14

2.12. METODOLOGIA DE TRABALHO.......................................................................17

Referências................................................................................................................19

Page 5: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

3

1. INTRODUÇÃO

  O Projeto Político Pedagógico (P.P.P.) de uma escola é uma construção coletiva,

contribuindo para a melhoria do processo ensino aprendizagem de todos os sujeitos que fazem

parte do contexto escolar. Como afirma Gadotti (1994 apud Veiga, 2001, p.18).

Todo o projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar

significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de

instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estar

melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a

determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo

seus atores e autores.   

Para se constatar que este documento é uma prática coletiva que concretiza a realidade

da escola e busca a superação do presente, apontando as possibilidades para o futuro, este não se

reduz apenas a dimensão didática pedagógico, ou seja, apenas função do supervisor ou professor,

mas, o envolvimento de toda a comunidade escolar, constituindo-se de princípios e diretrizes do

vir a ser da escola.

Uma das questões mais discutidas no âmbito escolar está ligada à indisciplina, essa

constantemente gera muita polêmica, as causas são inúmeras e dificilmente se chega a uma

conclusão. Nesse sentido, o primeiro passo a ser traçado é a realização de uma análise no

“embrião” do problema, ou seja, na origem da questão, é partir daí que se conhece os motivos que

levam os indivíduos a comportar de forma indisciplinada.

Antes de julgar o comportamento de alguns é preciso verificar a realidade da escola, da

família, o psicológico, o social, além de muitos outros.

As manifestações de indisciplina, muitas vezes, podem ser vistas como uma forma de se

mostrar para o mundo, mostrar sua existência, em muitos casos o indivíduo tem somente a

intenção de ser ouvido por alguém, então para muitos alunos indisciplinados a rebeldia é uma

forma de expressão.

Muitas escolas não oferecem espaços adequados para a prática de esportes, para brincar

ou correr nos intervalos. Diante disso, o espaço escolar fica limitado somente à sala de aula, como

Page 6: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

4

crianças e adolescentes detêm muita energia, a falta de locais para “gastar” essa energia conduz à

indisciplina. Outro aspecto de grande relevância é a família, problemas de diversas ordens podem

acarretar na indisciplina escolar, talvez esse aluno conviva em um lar desestruturado onde os pais

não se respeitam e assim reproduzem o que presencia em casa na escola.

Além disso, problemas psicológicos e sociais atingem diretamente o rendimento escolar,

mais precisamente no fenômeno da indisciplina que se tornou, nos últimos anos, um dos principais

problemas da educação no Brasil.

A indisciplina cresce constantemente, produto de uma sociedade na qual os valores

humanos tais como o respeito, o amor, a compreensão, a fraternidade, a valorização da família e

diversos outros foram ignorados.

A partir dessas considerações apontadas nesse trabalho, algumas possibilidades são

propostas afim de minimizar e melhorar o processo de ensino e aprendizagem da Escola

Municipal Themístocles Cezar Góes.

Page 7: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

5

2. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Municipal Themístocles Cezar Góes, estabelecimento de ensino

Fundamental I, II e EJA, está localizada à Rua Alto da Esperança, no bairro do Bom Viver,

município de Catu, estado da Bahia, a 80 km da capital Salvador. Foi inaugurada em dezembro de

1994, no então governo Antonio Imbassahy, o qual era sua entidade mantenedora. Com a

municipalização em dezembro de 1998 passou a ser gerida pela Secretaria de Educação do

município.

É a única escola desse porte situada nessa comunidade e por isso responsável por

ações de mobilização, conscientização e conceitos de cunho sócio-cultural, na tentativa de garantir

a condição de cidadãos participando ativamente como sujeitos sociais.

Quadro 1 – Dados cadastrais da unidade escolar

Unidade escolar Escola Themistocles Cezar GóesEndereço Rua Alto da Esperança- S/N – Bom Viver – Catu/BATelefones (71) 3641 0079E-mail [email protected] http://espacodothemistocles.blogspot.com/Cadastro no MEC/Inep 29334500Autorização de funcionamentoClassificação IDEBModalidades de ensino Ensino Fundamental I e II - EJAQuantitativo de alunos 290

2.1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ESCOLA

Embora haja no município de Catu o processo de eleições diretas para direção escolar,

alguns critérios, como a quantidade de alunos, fez com que a Escola Municipal Themístocles

Cezar Góes não passasse pelo processo de eleição, tendo sua administração formada por

indicação. O corpo administrativo é formado por uma diretora geral e uma vice-diretora, que tem

como vigência a duração de três anos e uma coordenadora pedagógica. A gestão busca trabalhar

de forma democrática e participativa, envolvendo todos os segmentos da escola.

Page 8: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

6

O corpo docente é composto por dezoito professores, sendo uma que atua no

Fundamental I e dezessete no Fundamental II.

A secretaria funciona em tempo integral, tendo duas secretárias efetivas que mantém

através de registros manuais e informatizados os registros de dados dos alunos e os documentos

administrativos organizados. Quanto ao pessoal de apoio, faz parte do quadro de funcionários,

dois auxiliares de serviços gerais efetivos e uma merendeira também efetiva.

Diretor

Roseli Rocha Correia Teixeira

Coordenador(a) pedagógico(a)

Karla Patrícia Costa

Secretário (a)

Catemila Verena e Maria Clotildes

Maria Clotildes

Professores

Vice-diretor(a)

Karla Patrícia Costa

Auxiliares de Serviços Gerais

Figura 1: Organograma da unidade escolar

Page 9: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

7

Quadro 2 – Quadro funcional

Nome Cargo Formação básica

Especialização(ões) Carga horária

Turno de trabalho

Vínculo

Ana Lucia Pereira Araújo Professora Sup.Comp. X 40 M-V MunicipalAngela Maria Shaam Professora Sup.Comp. 20 M-V MunicipalAntonio Soriano M. Filho Porteiro Médio 40 M-V Municipal

Cleopátra Guarani A. Santana Professora Sup.Comp. X 20 N MunicipalCatemila Verena dos Santos Secretária Sup.Comp. 40 M-N MunicipalDébora Paula M. de Jesus Professora Sup.Comp. 20 M MunicipalDébora Carvalho M. de Jesus Professora Sup.Comp. 20 M-N MunicipalEdcleide Valença Professora Sup.Comp. X 20 M-V MunicipalElmo dos Santos Ferreira Professor Sup.Incomp. 20 M-V MunicipalGilson Santos Matos Professor Sup.Incomp. 20 N MunicipalJaildes da Silva Barraca Professora Sup.Incomp. 20 N MunicipalJacinete de O. Santos Professora Sup.Incomp. 20 M-V MunicipalJosenice dos S. Santos Aux.Serv.Gerais Médio 40 M-V MunicipalKarla Patrícia Costa Vice-Direção Sup.Comp. 40 M-V-N MunicipalKátia Vasconcelos Professora Sup.Comp. X 20 M-N MunicipalLuciana B. dos Santos Professora Sup.Comp. 20 M-V MunicipalMaria Clotildes dos Santos Secretária Médio 20 M-V MunicipalMaria das Graças P. dos Santos Professora Sup.Incomp. 20 M MunicipalMárcia Rosana Baldez Professora Sup.Comp. 20 M-V MunicipalMarileuza de J. S. Nascimento Professora Sup.Incomp. 20 M-V MunicipalNaíra Cecília N. Esteves Professora Sup.Incomp. 20 M-V MunicipalRoseli Correia Rocha Direção Geral Sup.Comp. 40 M-V-N MunicipalRosenir de França Gomes Professora Sup.Comp. 40 M-V-N MunicipalRemildes da Hora Nascimento Aux.Serv.Gerais Médio 40 M-V MunicipalRobson da Silva França Aux.Serv.Gerais Médio 40 M-V MunicipalVilma Alves Pereira Professor Sup.Comp. 20 M-N Municipal

2.2. ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA

A Escola Municipal Themístocles Cezar Góes conta com uma formação estrutural

composta de quatro salas de aula, dois banheiros, um pátio coberto, uma secretaria e uma cozinha

com um depósito para armazenamento da merenda escolar. Essa estrutura foi programa para

atender a clientela a clientela do ensino Fundamental I. No entanto, com o crescimento

populacional houve a necessidade de implantar o ensino fundamental II a partir do ano 2000. A

EJA passou a ser oferecida no ano de 2009. Ao atender essas novas demandas, observou-se uma

Page 10: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

8

precariedade do espaço físico, onde ficou notória a necessidade de uma ampliação para a melhoria

do atendimento, além da perda de alunos por falta de mais salas de aulas de aula.

Quadro 3 – Recursos da unidade escolar

Tipo de recurso Descrição Quantidade

Equipamentos

Computador 1

Televisão 1

Aparelho de DVD 2

Material didático

Livro Para-didáticos 120

Jogos Educativos 3

Mobiliário

Carteiras escolares 146

Mesa 5

Armário 3

Estantes 3

Arquivos 4

 

2.3. PERFIL DOS ESTUDANTES

O corpo discente é composto de estudantes de classe baixa e média baixa, uma parte

proveniente do bairro do Bom Viver e outra da zona rural adjacente, sendo distribuídos nos turnos

matutino, vespertino e noturno. Tendo uma turma de quarta-série, três turmas de quinta-série, duas

turmas de sexta-série uma turma de sétima-série e uma turma de oitava –série, no turno diurno e

no turno noturno uma turma de EJA I e duas turmas de EJA II.

Page 11: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

9

2.4. PERFIL DA COMUNIDADE DE ENTORNO

Atualmente o bairro onde a escola está situada possui uma dimensão espacial

consideravelmente heterogênea uma vez que no mesmo, existe uma dualidade onde o espaço rural

e urbano coexiste. Sua população apesar do baixo índice de escolaridade possui uma organização

social que se evidencia com a existência de duas associações de moradores: Associação São Judas

Tadeu e Associação dos Moradores do Alto da Esperança. Além dessas associações o bairro

possui grupo de jovens ligados as igrejas protestantes (Adventista e Assembléia de Deus) e a

Igreja Católica, que desenvolve trabalhos comunitários. Percebe-se a carência de mais projetos

sociais que continue afastando a população adolescente da marginalidade.

Do ponto de vista do saneamento, o bairro pode se caracterizar como essencialmente

rural, não apresenta rede de esgoto e conta como serviço de saúde um único PSF (Posto de Saúde

Familiar). Com relação aos meios de transportes a situação não se diferencie do restante da cidade,

onde prevalecem as motos e os transportes alternativos ligados as Cooperativas de Motoristas

Autônomos de Catu. Quanto aos maios de comunicação é servido pela rede telefônica e percebe-se

uma limitação em relação aos correios, pois não chegam a todos do bairro.

2.5. CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar é o órgão máximo ao nível da escola e tem funções consultivas,

deliberativa e fiscalizadora, com prévia consulta aos seus pares.

As famílias podem se envolver ativamente nas decisões tomadas pelas escolas dos

seus filhos. Candidatar-se a uma vaga no conselho escolar é uma boa maneira de acompanhar e

auxiliar o trabalho dos gestores escolares. O Conselho Escolar da Escola Municipal Themístocles

Cézar Góes é constituído por representantes de pais, estudantes, professores, demais funcionários,

membros da comunidade local e o diretor da escola. Através de um consenso, foram estabelecidas

regras transparentes e democráticas de eleição dos membros do conselho. O mandato de cada

conselheiro terá a duração de dois anos.

Page 12: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

10

As reuniões acontecem mensalmente e questões relacionadas a dinâmica da escola são

expostas e discutidas entre os integrantes, na tentativa de se encontrar possíveis soluções para as

mesmas. São funções do Conselho Escolar:

Elaborar o regimento;

Elaborar o plano administrativo conjuntamente com a direção da escola sobre a programação e

aplicação dos recursos para a manutenção e conservação da Escola;

Criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática da comunidade escolar na

definição do projeto político-pedagógico da comunidade escolar;

Divulgar periódica e sistematicamente informações referentes ao uso dos recursos financeiros,

resultados obtidos e à qualidade dos serviços prestados;

Convocar assembléias gerais da comunidade escolar ou de seus segmentos;

Definir o calendário escolar, no que competir à unidade, observando a legislação vigente;

Fiscalizar a gestão administrativo-pedagógica e financeira da comunidade escolar;

2.6. PPP

A escola é responsável pela formação e desenvolvimento do cidadão no sentido pelo

da palavra. Então cabe a ela definir-se pelo tipo de cidadão que deseja formar, de acordo com a

sua visão de sociedade. Cabe-lhe também a incumbência de definir as mudanças que julga

necessária para fazer nessa sociedade através das mãos do cidadão que irá formar.

Desse modo o Projeto Político Pedagógico é uma forma de traçar as diretrizes

pedagógicas a fim de delinear a formação do estudante enquanto um ser social capaz de contribuir

para as transformações sociais que viabilizem uma melhor vivência do ambiente escolar e na

comunidade em que o mesmo reside.

A proposta desta Unidade Escolar visa a re-elaboração do PPP, pois alguns tópicos

precisam ser revistos e atualizados. Nesta fase, todos os segmentos da escola foram convidados a

participar, pois e essencial que esse processo seja realizado de forma entrosada, democrática e,

principalmente, participativa.

Page 13: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

11

2.6.1. Missão

A missão desta unidade escolar é promover aos alunos uma educação voltada para a

valorização da sua auto estima buscando a preparação do mesmo para atuar como ser crítico,

construtor e consciente do importante papel que exerce na sociedade..

2.6.2. Visão

A unidade escolar tem como visão ser reconhecida como uma instituição de referência

que promove a formação ética, a autonomia intelectual e a integração de valores e competências

necessárias ao projeto de vida de nossos alunos.

2.6.3. Valores

A comunidade escolar tem como valores:

a) Solidariedade;

b) Honestidae;

c) Respeito ao próximo;

d) Otimismo;

e) Auto estima.

2.6.4. Objetivos e metas

Os objetivos estabelecidos no PPP tiveram como base as necessidades tanto físicas

quanto humanas apresentadas pela instituição escolar, a partir dos anseios, observações e

pesquisas. Ao se elaborar esse quadro de objetivos e metas todos os segmentos da escola foram

convidados a participar.

Page 14: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

12

Quadro 4 – Objetivos e metas da unidade escolar (estabelecidas no PPP atual)

Objetivo Meta(s) Prazo Responsável (is) StatusEstímulo do hábito da leitura para melhoria do processo de aprendizagem

Desenvolvimento da leitura e conseqüentemente a compreensão.

Março a Outubro de 2010.

Professores de Língua Portuguesa e Redação.

90%

Conservação do ambiente físico da escola.

Valorização do patrimônio escolar

Todo o ano. Corpo docente e discente.

90%

Melhoria do processo de aprendizagem através do desenvolvimento da auto-estima do educando.

Desenvolvimento da auto-estima do aluno.

Todo o ano. Professores, direção e funcionários.

100%

Diminuição da indisciplina escolar

Valorização das relações pessoas na escola.

Todo o ano Comunidade escolar e família.

80%

Segurança da comunidade escolar.

Suspensão do muro. 1º Semestre Direção e Coordenação 100%

Aumento da oferta de vagas.

Construção de duas salas Todo o ano. Direção e Coordenação 100%

2.7. A ESCOLA HOJE

O que é preciso ser revisto nas escolas não só da rede pública, é a falta condição

necessária para um ambiente harmonioso, condições necessárias para o desenvolvimento de um

projeto pedagógico capaz de lidar com os novos desafios da educação, da globalização e

tecnologia. O sucesso da escola está comprometido com a implantação da cultura de mudança, de

contínuo aperfeiçoamento, sendo que o que estes alunos precisam é serem disciplinados e

integrados novamente a um regime escolar que os fará serem pessoas melhores.

E isso a equipe da Escola Municipal Themístocles Cezar Góes tem como prioridade. O

empenho em desenvolver um trabalho significativo de forma a sanar problemas como,

indisciplina, baixo rendimento escolar, envolvimento com a comunidade local, ausência da família

na escola e outros. Problemas que aflige a escola como um todo.

Page 15: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

13

2.8. SITUAÇÃO PROBLEMA

Para mudar a perspectiva em relação à indisciplina, é imprescindível que a escola se

responsabilize cotidianamente por garantir um ambiente de cooperação, em que o valor humano, o

respeito, a dignidade e a integridade marquem as relações. Essa conquista pode se dar por meio de

um percurso de formação continuada para toda a equipe. Ao mesmo tempo, é preciso ter em mente

que conflitos sempre vão ocorrer e não é possível esperar o fim da formação para resolvê-los. É

preciso lembrar de que o mais importante é lidar com a causa do conflito e não apenas atribuir

culpa e impor punições. Pouco importa quem começou uma discussão. O fundamental é analisar o

que levou as pessoas a ter dificuldade de negociar soluções justas e respeitosas.

2.9. OBJETIVO DA INTERVENÇÃO

2.9.1. Objetivo geral

Investigar as interações educativas escolares, mais especificamente aquelas inapropriadas

para este contexto – comportamento de indisciplina do aluno, de contestação à autoridade

científica do professor, comportamento de agressão verbal e física - incompatíveis com a

aprendizagem acadêmica e interações sociais significativas para o desenvolvimento do aluno, de

forma a encontrar possíveis soluções com intuito de eliminar ou minimizar tais problemáticas.

2.9.2. Objetivos específicos

a) Promover uma mudança de olhar em relação à indisciplina, estudando conceitos de

desenvolvimento moral e ético e adotado-os como conhecimento necessário ao proceso

educacional;

b) Estimular a equipe a refletir sobre a própria postura;

Page 16: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

14

c) Conhecer os principios de um ambiente de cooperação;

d) Analisar o regimento da escola;

e) Orientar a atuação da equipe frente a situação de conflito.

2.10. JUSTIFICATIVA

Qualquer pessoa ligada às práticas escolares contemporâneas, seja como

educador, seja como educando, ou público mais geral (pais, comunidade etc.),

consegue ter uma razoável clareza quanto àquilo que nos acostumamos a

reconhecer como a "crise da educação". Sabemos todos diagnosticar sua

presença, mas não sabemos direito sua extensão nem suas razões exatas.

A indisciplina na atualidade se apresenta não mais como um evento especifico e esporádico,

mas como um dos mais graves e generalizados obstáculos pedagógicos ao trabalho educativo com

alunos de todas as idades.Nos últimos anos houve um aumento significativo de casos de

indisciplina dentro da sala de aula.

Muito se  tem feito  pelos alunos que apresentam  bom desempenho na escola, como

oferecimento  de bolsas e outras premiações, mas os  alunos que realmente deveriam ser mais

trabalhados pelo fato de apresentarem  dificuldades  de comportamento, conseqüentemente mal

desempenho escolar são  ignorados  muitas vezes  pela própria escola. Por isso a necessidade

dessa situação ser revista e superada.

2.11. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O aluno-problema é tomado, em geral, como aquele que padece de certos

supostos "distúrbios psico/pedagógicos"; distúrbios estes que podem ser de

natureza cognitiva (os tais "distúrbios de aprendizagem") ou de natureza

comportamental, e nessa última categoria enquadra-se um grande conjunto

de ações que chamamos usualmente de "indisciplinadas". Dessa forma, a

indisciplina e o baixo aproveitamento dos alunos seriam como duas faces de

Page 17: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

15

uma mesma moeda, representando os dois grandes males da escola

contemporânea, geradores do fracasso escolar, e os dois principais obstáculos

para o trabalho docente.

Uma primeira hipótese de explicação da indisciplina seria a de que "o aluno

de hoje em dia é menos respeitador do que o aluno de antes, e que, na verdade,

a escola atual teria se tornado muito permissiva, em comparação ao rigor e à

qualidade daquela educação de antigamente".

Esse primeiro entendimento, mais de cunho histórico, da questão

disciplinar precisa ser repensado urgentemente. E a primeira coisa a admitir é

que essa escola de antigamente talvez não fosse tão "de excelência" quanto

gostamos de pensar hoje em dia

Essa é a grande tarefa dos educadores brasileiros na atualidade: fazer com

que os alunos permaneçam na escola e que progridam tanto quantitativa quanto

qualitativamente nos estudos. Mesmo porque escolaridade mínima e obrigatória

é um direito adquirido de todo aquele nascido neste país. E desse princípio ético-

político, e também legal, não podemos abrir mão sob hipótese nenhuma.

Quando conseguirmos fazer com que a cada criança corresponda uma vaga

numa escola, bem como condições efetivas para que lá ela permaneça (e queira

permanecer) , algo de radicalmente revolucionário terá acontecido neste país.

É tarefa de todos nós (principalmente os educadores) garantir uma

escola de qualidade e para todos, indisciplinados ou não, com recursos ou

não, com pré-requisitos ou não, com supostos problemas ou não. A inclusão,

pois, passa a ser o dever "número um" de todo educador preocupado com o

valor social de sua prática e, ao mesmo tempo, cioso de seus deveres

profissionais.

Outra hipótese muito em voga no meio escolar, produto de nosso suposto

e, às vezes, perigoso "bom senso" prático, diz respeito à suposição de que "as

crianças de hoje em dia não têm limites, não reconhecem a autoridade, não

respeitam as regras, e a responsabilidade por isso é dos pais, que teriam se

Page 18: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

16

tornado muito permissivos". Quase todos parecem concordar com essa hipótese

do "déficit moral" como explicativa da indisciplina.

Pois bem, esse tipo de entendimento da questão disciplinar, mais de cunho

psicológico, merece pelo menos dois reparos: o primeiro, com relação à idéia de

ausência absoluta de limites e do desrespeito às regras; o segundo, sobre a

suposta permissividade dos pais.

Vejamos o primeiro: se prestarmos um pouco de atenção nos alunos

mais indisciplinados fora da sala de aula, num jogo coletivo, por exemplo,

veremos o quanto as regras são muito bem conhecidas pelas crianças e

adolescentes. Não é nada estranho a um jovem de hoje em dia a vivência de

uma situação qualquer de acordo com regras muito bem estabelecidas,

rígidas na maioria das vezes.

Desse modo, não se pode sustentar, nem na teoria nem na prática, que

as crianças padeçam de falta generalizada de regra e de limite, embora esta

idéia esteja muito disseminada no meio escolar. Ao contrário, a inquietação e

a curiosidade infantis ou do jovem, que antes eram simplesmente reprimidas,

apagadas do cotidiano escolar, podem hoje ser encaradas como excelentes

ingredientes para o trabalho de sala de aula. Só depende do manejo delas.

Um segundo reparo a essa idéia da falta de limites da criança e do

jovem refere-se à suposta permissividade dos pais que, por sua vez, estaria

criando obstáculos para o professor em sala de aula. Segundo boa parte dos

professores, a família, em certa medida, não estaria ajudando o trabalho do

professor, pois as crianças seriam frutos da "desestruturação", do

"despreparo" e do "abandono" dos pais (vale lembrar, oriundos também das

décadas de 60/70). E mais ainda, os professores teriam se tornado quase

"reféns" de crianças tirânicas, deixados à mercê de crianças "sem educação".

É muito comum imaginarmos que "criança mal-educada em casa"

converte-se automaticamente em "aluno indisciplinado na escola". Pois

alertemos que isso nem sempre é necessariamente verdadeiro. Não é

possível generalizar esse diagnóstico para justificar os diferentes casos de

Page 19: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

17

indisciplina com os quais deparamos. Além disso, há uma evidência

irrefutável de que os mesmos alunos indisciplinados com alguns professores

podem ser bastante colaboradores com outros.

Ainda, uma terceira hipótese que os professores levantam freqüentemente

sobre as razões da indisciplina é que "para os alunos, a sala de aula não é tão

atrativa quanto os outros meios de comunicação, e particularmente o apelo da

televisão. Por isso, a falta de interesse e a apatia em relação à escola. A saída,

então, seria ela se modernizar com o uso, por exemplo, de recursos didáticos

mais atraentes e assuntos mais atuais".

Esse tipo de raciocínio, mais de cunho metodológico, também merece

alguns reparos. O principal deles refere-se ao fato mais do que evidente de que

escola não é um meio de comunicação. Da mesma forma que distinguimos

anteriormente as instituições família e escola, aqui faz-se importante a distinção

escola e mídia.

Enquanto a mídia (os diversos meios de comunicação como a televisão, o

rádio, o jornal, o próprio computador atualmente etc.) têm como função

primordial a difusão da informação, a escola deve ter como objetivo principal a

reapropriação do conhecimento acumulado em certos campos do saber.

2.12. METODOLOGIA DE TRABALHO

O problema da indisciplina escolar é bastante complexo para que o professor ou o

pedagogo efetuem ações isoladamente. Um trabalho realizado desta forma corre o risco de ficar no

círculo vicioso do empurra-empurra, ou na eterna busca dos culpados. Segundo Vasconcellos

(2004, p.76):

“Tem havido uma certa confusão em relação ao trabalho do professor: como se constatou que é muito complexo, começou-se a repartir com outros profissionais, ao invés destes profissionais (orientadores, supervisores, etc.) estarem trabalhando junto ao professor para melhor capacitá-lo, já que, ao nosso ver, é ele que deve enfrentar os conflitos e não cair no jogo dos “encaminhamentos”. O espaço de reunião é privilegiado para esta inter-ajuda entre os profissionais”.

Page 20: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

18

Necessitamos de um envolvimento coletivo sério e comprometido, direcionando

esforços na busca de resultados positivos frente a tal problemática. Há uma urgente necessidade de

reflexão teórico-prática, tomada de postura e busca de soluções. Partindo dessa premissa,

verificamos a importância no investimento da escola na formação permanente do professor e,

especificamente tratando da problemática da indisciplina escolar, tema de estudo do presente

trabalho, a organização de momentos de estudo, reflexão e revisão metodológica da prática

cotidiana de sala de aula, torna-se fundamental para a melhoria da qualidade do processo

pedagógico. Além do que, um projeto construído coletivamente estabelece o envolvimento e a

cumplicidade grupal em torno da proposta. Buscamos a conscientização da comunidade educativa

em torno de um novo sentido da indisciplina. Como se dá essa conscientização? Pela dialética:

Ação-reflexão-ação. Temos, pois, que partir da realidade, refletir sobre ela, de forma a despertar o

desejo, a vontade política, o compromisso de se construir algo diferente, buscar junto o que seria

isto e colocar em prática, voltar a sentar em conjunto, refletir sobre a prática, etc. Precisamos,

portanto de uma teoria que ajude a analisar a realidade” (Vasconcellos, 2004, p.19).

Conforme Freire (1996, p. 22), “A reflexão crítica sobre a prática se torna uma

exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blablablá e a prática,

ativismo.”

Sendo assim, acredita-se que as discussões coletivas viabilizam a prática reflexiva, a

desconstrução dos saberes e a revisão de ações metodológicas com relação à indisciplina na

escola.

Quadro 5 – Ações a serem desenvolvidas na intervenção

Ação Responsável(is) Prazo Recurso(s) necessário(s) Resultados Esperados1.Estímulo ao respeito mútuo

Direção,Coordenação e Corpo docente

Vídeos motivacionaisTextos reflexivosDinâmicas em grupo

Melhoria nos relacionamentos interpessoais

2.Promover a cooperação Direção,Coordenação e Corpo docente e Funcionários

Atividades ColetivasGincanas

Promoção da ajuda mútua.

Page 21: Projeto_de_Intervencao_Karla Patrícia

19

REFERÊNCIAS1

AFFONSO, Almerindo: Relações de Poder Assimétrico. IN: Motta. A escola e a indisciplina. Ed. Porto 1998.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo. Libertard, 1995.

REGO, Teresa Cristina: A indisciplina o processo educativo: uma análise na perspectiva vygotskiana. IN: AQUINO, Júlio Groppa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996. p. 83 - 101

http://www.educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/indisciplina-escolar.htm

http://revistaescola.abril.com.br/swf/animacoes/indisciplina-mapa-conceito.swfAQUINO, J. G. (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus,1996a.

1 Baseada na NBR-6023/2002, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)