Projeto Repensando Nossas Ações Na Educação e Identidade Afro Descendente

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REPENSANDO NOSSAS AES NA EDUCAO, IDENTIDADE AFRO-DESCENDENTE E INDGENAJEQUI BA

2012

REPENSANDO NOSSAS AES NA EDUCAO, IDENTIDADE AFRO-DESCENDENTE E INDGENA

Projeto apresentado a Diretoria Regional De Educao E Cultura DIREC 13; a Secretria de Educao e Cultura do Estado da Bahia, pela professora especialista Idalia Lino dos Santos, para fins avaliativos e aprovao.

JEQUI BA

20121. Introduo

O Projeto Desdobramentos da Lei 10.639/2003: Relatando a Experincia do Ensino da Histria e Cultura Africana e Afro-Brasileira em uma Escola Estadual que est sendo desenvolvida no Colgio Estadual Maria Jos de Lima Silveira situado no Jardim Eldourado s/n, bairro do Jequiezinho. Esse projeto visa educar os estudantes do 3 ano do Ensino Mdio, para que possam conviver com as diferenas, ser negro, no Brasil muito mais que um resultado biolgico. Ser sempre uma construo histrica e poltica. Pois para entender a questo da etnia, historicamente no Brasil necessrio entender como foi a construo da identidade dos negros ou afro descendentes.

Para educar-se como descendente de africano, para positivar sua identidade afro brasileira faz-se necessrio recorrer a Constituio Federal o Estatuto da Criana e do Adolescente-ECA, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao- LDB, e a Lei de numero 11.645/2008, leis que garantem o direito a educao e igualdade de oportunidade para todos, sem distino de classe social, religio ou etnia. Toda uma discusso baseada nas leis para que haja reflexo na formao de uma sociedade que ao longo do tempo foi silenciada por grupos com ideal de superioridade.

A Lei 10.639/2003 tem sofrido retaliaes, em sua aplicao, por professores, coordenadores e gestores, oito anos aps ser sancionada, observa-se que a maioria das escolas ainda trata a cultura do negro ou afro descendente como um folclore, sabe-se que o racismo est presente na sociedade brasileira, logo, entende-se o porqu das escolas permanecerem folclorizando a cultura afro-descendente, de acordo com a Lei 10.639/2003 torna-se obrigatrio o ensino da histria da frica em histria, literatura e artes, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnicos Raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro Brasileira e Africana consta que para democratizar a educao, preciso mobilizar toda a sociedade. (2005, pg. 06)

Atravs dos governos municipais, estaduais e federais tambm no podemos esquecer que esses governos so formados por pessoas que na sua maioria no se vem como descendentes de negros, da entender o porqu da Lei 10.639/2003, ainda no vigorar em sua totalidade, depende de um trabalho conjunto, percebe-se que no existe esse comprometimento com a educao. No livro Racismo e Anti-racismo na Educao trs uma reflexo que:todos ns sabemos que a educao um direito social. E coloc-la no campo dos direitos garantir espao diferena e enfrentar o desafio de implementar polticas pblicas e prticas pedaggicas que superem as desigualdades sociais e raciais. Essa uma questo que precisa ser levado a serio pelos/as educadores/as e formuladores/as de polticas educacionais. (CAVALLEIRO, 2001, pg. 84)Diante dessa problemtica cresce a necessidade de aes e medidas que venham possibilitar o respeito igualdade de direitos, deveres e liberdade no ambiente escolar e fora dele. Sabemos que desde o inicio da colonizao, foi implantada no continente americano a ideologia da superioridade racial, favorecendo o eurocentrismo. Juntamente com isso, os processos de escravido, negra e indgena e depois de excluso social deixaram no negro a margem da sociedade, o que vem causando altos ndices de desemprego, marginalidade, preconceitos e baixa auto estima entre a populao de afro descendente. Como conseqncia disso, tornou-se comum pensar que no Brasil o negro tem pouca importncia na construo da sociedade brasileira.

Nesse contexto, percebe-se a necessidade de um trabalho de resgate e valorizao da historia da frica e cultura afro brasileira e indgena, convivendo com as diferenas valorizando a importncia das etnias e a realidade do pas.Compreendendo a interdisciplinaridade como um processo de aprimoramento do saber, ns professores das disciplinas relaes humanas: histria, educao fsica, artes, geografia, fsica, matemtica e lngua portuguesa almejamos propiciar aos adolescentes conhecimentos e discusso, reflexo, entrevista, pesquisas e aulas praticas como forma de positivar a identidade afro brasileira, desenvolvendo contedos que sejam significativos.

Com o objetivo de atender a uma necessidade premente da sociedade que readquirir a autoconfiana, conscientes de suas habilidades como ser humano. Sendo assim, a grade curricular esta dividida em trs eixos temticos:

1. Educao, relaes tnicas, legado africano e cultura afro brasileira;

2. Artes, manifestaes culturais, moda e corpo

3. Negro, construo da populao afro brasileira, territorialidade, histriaA escolha desses eixos temticos por entender que esse projeto deve cumprir o objetivo de proporcionar conhecimentos aos estudantes do 3 ano do ensino mdio, conhecendo a histria afro brasileira, suas lutas, saberes, cultura e conquistas polticas, travadas por indivduos, por classes e movimentos sociais; educar os adolescentes para que possam posicionar-se como afro brasileiros, todavia sem perder de vista a necessidade de trabalhar os contedos especficos das disciplinas que esto no currculo. Portanto, esse projeto tem como questo norteadora: Como a escola pode contribuir para o contato com a imagem do negro e ndio sem preconceitos e sobretudo sem a cultura de violncia que vem se implantando no nosso pas?2. OBJETIVOS GERAIS

Disponibilizar suporte tcnico e humano aos estudantes do 3 ano do Ensino Mdio do Colgio Estadual Maria Jos de Lima Silveira, no sentido de auxili-los no conhecimento da nossa histria e cultura para o fortalecimento da cidadania tnica e valorizao do povo afro brasileiro e indgena, reconhecendo-os como sujeito desse processo, promovendo uma ao afirmativa de incluso social e reafirmao da identidade.

3. OBJETIVOS ESPECFICOS

Discutir polticas de aes para incluso social dos afro descendentes e dos indgenas Perceber a importncia histrica das cidades de Salvador, Cachoeira e So Felix no processo de independncia poltica da Bahia e do Brasil

Refletir sobre as condies de vida dos afro brasileiros e dos ndios, os danos materiais e morais causado pelo preconceito racial que sofrem at os dias atuais

Observar atravs da oralidade e de estudos escritos as diversas manifestaes lingsticas, bem como as contribuies trazidas pelos afro descendentes e indgenas a lngua portuguesa

Interpretar textos poticos e musicas contextualizando com a realidade e com a historia dos negros

Analisar a influencia histrica dos aspectos religiosos e literrios na arquitetura, pintura, esculturas e escrituras de locais visitados

Participar de ciclo de debates com convidados sobre a cultura afro brasileira e sobre a cultura indgena Realizar uma exposio de relatrios, fotos e filmagens vivenciados pelos estudantes durante a viagem, para toda comunidade escolar e local;

Participar de atividades que promovam uma viso critica do contexto, scio econmica, poltico e cultural no qual estaremos inseridos, percebendo-se como sujeitos transformadores no s na comunidade mais tambm sua vida futura.

4. JUSTIFICATIVA

A proposta do projeto fazer com que o estudante desenvolva atividades dentro e fora da escola; fazendo com que o desempenho dos mesmos melhore, que o aprendizado se faa, e que a auto estima se estabelea, a discriminao e o preconceito interfere no processo de construo da identidade dos estudantes que se identificam como negro ou mestio, dificultando o aprendizado do adolescente.Este projeto esta sendo aplicado diariamente de acordo com o planejamento dos professores das referidas disciplinas. Tendo o projeto como ponto culminante uma viagem pelo Recncavo Baiano, as cidades de Cachoeira, So Felix, Santo Amaro e Salvador, onde sero visitados pontos tursticos de acordo com o roteiro que se encontra em anexo. Os estudantes faro uma exposio para a comunidade escolar apresentando relatrios, filmagens. Destacando assim a importncia do conhecimento adquirido que a cultura e a histria afro brasileira.

No h como diferenciar o contedo programtico da educao, Paulo Freire dizia que a educao autentica no se faz de A para B ou de A sobre B mas de A com B mediatizados pelo mundo. (FREIRE, 1980, p. 98) Acreditamos que s assim, levaremos a humanidade a uma tomada de conscincia como condio e obrigao, porque a educao um direito para todos; independente da situao de cada ser humano.

Para resgatar os valores dos direitos de igualdades perdidos pelo afro descendentes e conscientizao pela importncia da historia e cultura africana e indgena para uma nova sociedade afro brasileira a qual estes jovens pertencem, eles tero que obter oportunidade do conhecimento.

Assim sendo, a educao das relaes tnico raciais atribuem aprendizagens entre brancos e negros, troca de conhecimentos, quebra de desconfianas, projeto conjunto para construo de uma sociedade justa, igual e unnime.5. REFERENCIAL TERICO

Combater o preconceito, trabalhar pelo fim da desigualdade social e racial, empreender reeducao das relaes tnicos sociais no so tarefas exclusivas da escola, mais de todo sistema que forma a escola; dessa forma estamos buscando parcerias com rgos ou entidades que se sintam comprometidas em juntos trabalhar por uma sociedade mais justa e igualitria. Sabe-se que a discriminao de qualquer natureza no nasce na escola, no entanto, o racismo, as desigualdades e discriminaes passam por todos.

Os jovens vivem momentos de dificuldades, na maioria das vezes despercebidos pelos pais ou responsveis e at mesmo pela escola, talvez por falta de tempo ou porque o jovem no esta seguro em seus sentimentos em relao a sua identidade e seu conhecimento. O projeto prope que os jovens sintam-se seguros em identificar-se como descendente indgena ou africano.

O livro Racismo e Anti-racismo na Educao retrata sobre a importncia da incluso do negro, quando ele diz que:Entenderemos que a educao escolar um processo educativo mais amplo, vividos por todo e qualquer individuo. Que os vnculos entre o que acontece dentro e fora da escola nos ajudaro a repensar nossos currculos nossas praticas e nossos valores, dando lugar construo de uma escola mais democrtica. Por meio desse entendimento a questo racial ser vista de forma positiva, rompendo com o imaginrio negativo sobre a educao negra, o qual ainda est muito arraigado em nossa sociedade e em nossa escola. [...] Entender a beleza. A sensibilidade e a radicalidade da cultura de tradio africana, impregnada de norte a sul deste pas e no somente no segmento negro da populao, um aprendizado a ser incorporado pelos que cuidam das polticas educacionais. (CAVALLEIRO, 2001, pg. 94-95)

Sendo assim, percebe-se a necessidade de trabalhar na sala de aula a cultura africana e indgena, para que os alunos percebam que a cultura esta unificada na nossa populao.

6. Materiais e Mtodos

Como compromisso de responder ao objetivo proposto, as discusses foram feitas, visando fazer com que os estudantes faam uma busca na historia a partir do sculo XV at os dias atuais para que possam entender, as varias etapas e mudanas que o negro e o ndio sofrem at hoje.

Aps esse levantamento, procedero as divises dos temas que sero discutidos pelos professores das disciplinas que sero trabalhadas. E com a apresentao e discusses dos temas a serem trabalhados alcanaremos o objetivo desejado; portanto, para reverter situao dos adolescentes negros, indgenas ou descendentes, necessrio elaboraes de projetos com alternativas pedaggicas que concorram para inclu-las e mant-las no sistema formal de ensino, garantindo o direito constitucional educao pblica e de qualidade. O racismo cultivado por sculos requer programas de incentivo nas escolas, que visem combat-lo, com o objetivo de eliminar preconceitos, corrigir as desigualdades e formar cidados livres... No se trata de uma guerra entre negros e brancos. (CAVALLEIRO, 2001, pg. 160)

Ressalta-se que durante o transcorrer das atividades, outros critrios podero ser utilizados, como forma de adquirir conhecimento, tendo o projeto como ponto culminante a atividade de campo, para afianar toda aprendizagem que foi desenvolvida. Diante dessa perspectiva estamos solicitando um nibus que fique a disposio das atividades de campo durante as visitas nos dias 06 a 09 de Setembro, almoo para os dias 07 a 09 de Setembro. Alojamento para 50 alunos nos dias 06 a 09 no ms acima citado. Segue algumas sugestes para alojamento nos colgios.

Odorico Tavares

Thales de Azevedo

Centro Educacional Carneiro Ribeiro escola Parque.7. Intervenes

DISCIPLINACONTEDO

HISTRIA1. Histria da Bahia

1.1 Histria de Salvador

1.2 Histria de Cachoeira e So Felix

1.3 Histria de Jequi2. Histria da frica2.1 Cultura Afro Brasileira

2.2 Respeito a Diversidade Cultural

3. Independncia da Bahia Surgimento de movimentos populares do Recncavo Baiano que contriburam para a independncia do Brasil e da Bahia.

3.1 Valorizao da Memria:

Ana Neri

Irmandade da Boa Morte

Elementos da Cultura Afro Brasileira

GEOGRAFIA1. Formao do Povo Brasileiro1.1 Escravido: Reflexo da excluso social atualmente

1.2 Aspectos fsicos e demogrficos do Recncavo

1.3 A importncia do Rio Paraguau para a regio

2. Vegetao: De cachoeira e So Felix

MATEMTICA1. Moedas da poca na Independncia da Bahia 2. Compra e venda de mercadorias no perodo da Independncia da Bahia

FSICA CINEMTICA1. Espao

2. Tempo

3. Velocidade

EDUCAO FSICA1. Manifestaes artsticas populares (musicais e instrumentos. Msicas e biografias dos artistas afros descendentes)1.1 Capoeira, sua origem, histria seus instrumentos

1.2 Influncias africanas em nossos costumes

Roupas

Cabelos

Danas

PORTUGUS1. A importncia da oralidade na histria do povo afro brasileiro

2. Interpretao dos poemas de Poetas Baianos

8. Roteiro de Visitas pelo Recncavo Cachoeira - So Felix

Chegada a Cachoeira Praa da Aclamao

1. Visita ao Museu Regional

2. Igreja do Carmo

3. Casa de Cmara e Cadeia

4. Pouso da Palavra

5. Casa de Ana Neri

6. Fundao Hansen Bahia

7. Irmandade da Boa Morte

8. Capela da Ajuda

9. Chafariz Imperial

10. Praa Teixeira de Freitas

11. Cais do Rio ParaguauSo Flix-BA12. Centro Cultural Dannemann

13. Memorial Hansen Bahia

Salvador-BA

14. Forte de Santo Antnio (Farol da Barra)

15. Elevador Larceda16. Mercado Modelo

17. Pelourinho - Grupo de Capoeira Angola Pai e Filho

18. Catedral Braslica

19. Igreja da Ordem Terceira de So Francisco

20. Igreja Nossa Senhora do Rosrio dos Pretos

21. Casa de Angola

22. Casa de Benim

23. Solar do Unho

24. Museu Nacional

25. Forte de So Marcelo

26. Terreiro de me menininha do Gantais

9. Referncia Bibliogrfica

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 8 Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1980

CAVALLEIRO, Eliane. Racismo e anti-racismo na educao: repensando nossa escola. So Paulo: Summus, 2001

MUNANGA Kabengele; GOMES Nilma Lino. Para entender o Negro no Brasil de Hoje: Histrias, realidades, problemas e caminhos. 2 Ed. So Paulo: Global: Ao Educativa, 2006.ORTIZ, Renato. Cultura Afro Brasileira e Identidade Nacional. 5 Ed. So Paulo: Brasiliense, 1994.ANEXOS

SEXUALIDADE OUTRAS: ANLISE DE UMA AO EDUCATIVA DESENVOLVIDA EM UMA ESCOLA PBLICA

Idalia Lino dos Santos

Beatriz Rodrigues Lino dos Santos

Resumo: Este estudo apresenta uma anlise das potencialidades e limitaes de uma experincia educativa desenvolvida, durante os anos de 2010 e 2011, com estudantes do ensino mdio em uma escola pblica sobre a temtica Gnero e Diversidade Sexual. A interveno consistiu em atividades como dinmicas, exibio de filme, discusso em grupos, pesquisa de campo e palestras. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados todos os materiais produzidos nas atividades. Muitos estudantes identificam o homem como superior a mulher em virtude de consider-la como parte dele e, portanto, subordinada. Alguns discentes questionaram o trabalho, pois afirmavam que este ia de encontro aos princpios bblicos, porm outros, apesar disso perceberam as consequncias advindas de vises e atitudes sexistas e homofbicas no espao escolar.Palavras-chave: ensino mdio, interveno, gnero e sexualidadeINTRODUO

O trabalho aqui exposto o resultado da interveno feita no segundo ano do ensino mdio de uma escola da rede estadual na cidade de Jequi Bahia, com um grupo de adolescentes. Essa interveno o resultado de experincias educativas desenvolvidas durante dois anos consecutivos 2010 e 2011, com a temtica Sexualidade Outras.

As(os) professoras(es) tm se deparado com situaes na sala de aula do infantil ao ensino mdio que exigem a necessidade de fomentar discusses sobre a sexualidade e gnero. Temos conscincia que um tema polmico e que precisa ser abordado nas escolas. Estudar sexualidade e gnero na escola importante pois, esse ensino facilitaria ao aluno a ver o outro de forma igualitria e a modificarem seus valores e suas atitudes sem preconceito ou discriminaes, mas a escola deve atentar-se tambm, em como esto sendo avaliados e conversados com os alunos sobre as orientaes sexuais e de gnero bem como, esta sendo trabalhado esse tema em sala de aula.

A temtica diversidade sexual e gnero ocupa as escolas em todos os sentidos, pois a escola abriga no s heterossexuais, mas tambm, negros, deficientes, mulheres, idosos, estrangeiros e ndios, o que faz da educao ser um bem pblico e necessrio para a sociedade.

Educar para a sexualidade e gnero educar para suas dimenses mais significativas para o ser humano, e desse modo, na educao para a sexualidade e gnero deve ser uma ao contnua em um contexto que a sociedade se sinta participante desse processo.

Percebe-se que a sociedade ainda visa heterossexualidade com uma exigncia normativa e nica, e desqualifica todo e qualquer modo de se viver diferentemente do normal. Fica claro que essas prticas discriminatrias reforam a homofobia, a ser cada vez mais ntida e explcita na sociedade (LOURO, 2000). O que deve ser feito destacar a promoo da igualdade como principio bsico para a sobrevivncia, e assegurar os direitos a dignidade e a liberdade de se relacionar afetivamente, independentemente de corresponder aos esteretipos sociais estabelecidos culturalmente em nosso pas.

O objetivo desta proposta desenvolver conscincia crtica no jovem e tomar decises responsveis a respeito de sua sexualidade, fazendo com que a escola seja um meio dessa conscincia. Tambm pretende verificar o respeito s muitas e variadas expresses do feminino e do masculino e demonstrar o reconhecimento diversidade sexual.METODOLOGIA

Este trabalho est baseado na abordagem qualitativa, pois est intencionado nas compreenses de estudantes sobre os gneros e a sexualidade a partir de um trabalho de interveno. Como apresentado por Flick (2009), a pesquisa qualitativa preocupa-se em estudar as experincias individuais ou coletivas envolvidas nos diferentes fenmenos sociais, estando interessada em entender as ideias, opinies e aes das pessoas.

Segundo Minayo (1993, p. 21):

A pesquisa qualitativa responde a questes muito particulares. Ela se ocupa, nas Cincias Sociais, com um nvel de realidade que no pode ou no deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspiraes, das crenas, dos valores e das atitudes.

Com o objetivo de responder a questo de pesquisa apresentada anteriormente, foi desenvolvido um projeto intitulado Sexualidade Outras no Colgio Estadual Maria Jos de Lima Silveira na cidade de Jequi BA. Esta interveno almejou propiciar um espao de dilogo e debate sobre as construes scio-culturais de gnero e de sexualidade e como isso pode gerar preconceitos e discriminaes especialmente em relao aquelas e aqueles que escapam dos padres e normatizaes.

O projeto foi desenvolvido nos anos de 2010 e 2011. No ano de 2010, trabalhou-se com 26 estudantes do segundo ano do ensino mdio do perodo diurno e em 2011 com outra turma do segundo ano do ensino mdio do perodo noturno com 32 estudantes.

Em cada ano, o projeto foi desenvolvido em trs etapas. No primeiro momento foi solicitada aos discentes a realizao de uma entrevista com duas pessoas de sua famlia ou da comunidade a fim de verificar as ideias das pessoas sobre as caractersticas do homem e da mulher e em relao homossexualidade.

No segundo momento, a turma assistiu ao filme Longe do Paraso (produzido em 2002), o qual conta a histria de um casal Cathleen e Frank que vivem na cidade de Connecticut em 1957. O incio do filme retrata o casal como o exemplo de famlia tradicional a ser seguido pela sociedade estatudinense da poca. Ela representando a esposa que cuida do lar e da famlia e ele o executivo bem sucedido que desenvolve seu papel de marido exemplar que sustenta economicamente o lar. A crise se inicia quando Frank comea a viver relacionamentos com outros homens e Cathleen, por sua vez, se apaixona por seu jardineiro, Raymond, um afro-americano. Isso gera um escndalo para a sociedade conservadora da poca. Aps a exibio do filme, os estudantes construram um texto para apresentar suas opinies, questionamentos e crticas.

No terceiro momento foi realizada uma dinmica com os discentes para discutir os papis de gnero na sociedade e os seus olhares sobre a diversidade sexual. Esta atividade foi feita com o apoio de um professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Posteriormente, os estudantes escreveram um pequeno texto relatando as aprendizagens e as incertezas desenvolvidas com a dinmica.

Todas as produes escritas dos discentes, no caso, as respostas das entrevistas; as interpretaes do filme e o texto dissertativo foram analisados com base nos referenciais da rea de gnero e sexualidade e sero apresentados a seguir.DESCORTINANDO AS IDEIAS DOS DISCENTES SOBRE DIVERSIDADE DE GNERO E SEXUAL

a) Entrevistando familiares e a comunidade

Na primeira atividade do projeto, os estudantes entrevistaram pessoas da famlia ou da comunidade para identificarem os olhares da sociedade sobre os gneros e sobre a homossexualidade.

No que tange as questes de gnero, as respostas evidenciaram um pensamento normativo, binrio e essencializado. As mulheres foram relacionadas com os papis de cuidar da famlia, especialmente dos filhos, (24 citaes) e realizar trabalhos domsticos (27 citaes). Outras caractersticas apresentadas foram: ser emotiva, sensvel ou meiga (5); ser companheira (1) e obedecer ao marido (1). Citam-se as seguintes ideias:

A mulher foi feita para cuidar do lar, dos filhos, alm disto ser estabelecido pela sociedade, bblico e tambm est presente em Gnesis.

Ser uma boa esposa, obedecer o marido, cuidar da casa e dos filhos, ser carinhosa, meiga, atenciosa, entre outras.

J o homem foi identificado como aquele responsvel em sustentar economicamente o lar (34 respostas), alm de ser dedicado famlia (7 respostas). Outras citaes foram: coragem e fora fsica (3); honestidade (2); impulsividade (1) e jogar futebol (1); educar os filhos (1). Dentre as respostas destacam-se algumas:

Trabalhar e manter o sustento da casa (pagando as contas). Isso vem desde a antiguidade.

O homem a cabea da casa e por isso a mulher deve sujeitar ao homem, pois como cabea, ele est acima.

Embora tenha predominado ideias que reforam os padres de gnero em nossa sociedade, algumas pessoas (8) apresentaram depoimentos que questionavam os enquadramentos de homens e mulheres em determinados papis ou caractersticas ressaltando que as pessoas tm o direito de optarem por outras formas de ser homem e mulher.

No concordo com esta afirmao e penso que isto algo imposto pela sociedade que utiliza as diferenas entre o homem e a mulher para favorecer um (o homem) em detrimento do outro (a mulher).

No tem funo definida, a sociedade hipcrita que determinou que s o homem tem que trabalhar e colocar comida em casa.

Simone de Beauvoir j afirmava que ningum nasce mulher, torna-se, portanto, ser mulher uma construo, embora se afirmem cotidianamente que cabe a mulher, por exemplo, cuidar da casa e dos filhos isso no algo dado, mas reiterado pela cultura em que se vive. Da mesma forma, o ser homem no difere da expresso de Beauvoir, portanto, ser homem tambm um processo de produo e afirmao.Sobre as compreenses das pessoas sobre a homossexualidade, constatou-se que a maioria das pessoas entrevistadas a entende como opo ou deciso individual das pessoas (23). Os demais (13) vem a homossexualidade como desvio ou anormalidade nomeando-a com os seguintes conceitos: algo no divino (7); estranho (2); safadeza ou sacanagem (2); vulgaridade (1) e falta de respeito (1).

Dentre as respostas destacam-se:

uma escolha como qualquer outra.

Eu tenho amigos homossexuais que so timas pessoas at melhores que alguns heteros.

uma questo individual, cada um capaz de tomar suas prprias decises, inclusive sua orientao sexual.

De acordo com a Bblia, Deus criou o homem para mulher e a mulher para o homem para que a mulher fosse sua companheira, portanto, ao olhar de Deus e ao meu olhar a homossexualidade uma abominao. Por isso Sodoma e Gomorra foi destruda.

Acho uma falta de respeito com a famlia, homem tem que gostar de mulher.

Apesar de vrias(os) estudantes no discriminarem a homossexualidade, observa-se que esta ainda vista como:

[...] inverso, desvio, anormalidade, perverso etc., suas supostas determinaes no so compreendidas como determinaes de uma escolha objetal normal e saudvel (uma escolha entre outras, supostamente quando haveria uma compreenso sem juzo de valor), mas, diferentemente, como causa de um problema, de um desvio no mbito da sexualidade dos indivduos (SOUSA FILHO, 2009, p. 97).

Falar de uma sexualidade em uma sociedade que acredita que a heterossexualidade o padro ideal evidencia a relevncia de desestabilizar as normas e reafirmar as mltiplas formas de vivenciar as sexualidades. Concordo com Louro (2001, p. 551) quando diz:

[...] o velho dualismo binrio da ignorncia e do conhecimento no pode lidar com o fato de que qualquer conhecimento j contem suas prprias ignorncias[...] Os/as jovens e os/as educadores so ignorantes sobre a homossexualidade quase certo que eles/elas [...] sabem pouco sobre heterossexualidade.

Percebe-se o quando a religiosidade interfere no pensamento da sociedade, da passa o pressuposto que as lideranas religiosas possam levantar discusses para fortalecer e libertar a sociedade do medo de no querer enganar as pessoas. Como afirma Natividade (2006): que a exterioridade da homossexualidade rejeitando concepes feministas e afirmando a possibilidade de reviso por meio da converso [...] revelas um pnico negativo. Acredita-se que somos livres para escolher e assumir o que queremos, portanto, a religiosidade no pode querer determinar nada para a sociedade.

Diante do exposto, relevante a discusso sobre diversidade sexual e de gnero no espao escolar porque no possvel continuar com a indiferena quando h a discriminao contra os homossexuais. Apesar dos Parmetros Curriculares Nacionais sugerirem a necessidade de discutir a sexualidade como tema transversal no se refere homossexualidade e a diversidade sexual como proposta de discusso. Contudo, como evidenciado nas falas, a escola hoje se depara com situaes de rejeio e discriminao contra homossexuais.Outra questo foi sobre como reagiriam caso soubessem que uma pessoa de sua famlia fosse homossexual. A maioria (28) apoiaria o seu familiar alegando que respeitariam sua sexualidade embora reconhecessem a dificuldade para a aceitao. Duas pessoas trouxeram exemplos de pessoas homossexuais na famlia e contaram sobre a relao de respeito e reconhecimento construdo com essas pessoas. Os demais (7) no aceitariam e tentariam corrigir ou ento convencer que no algo de Deus, podendo ser punido por isso.

Eu mim comportaria normal e iria respeitar a sua opo.

Normal, pois tenho um tio muito prximo que gay e ns nos relacionamos muito bem. Lembro-me quando ele assumiu sua sexualidade e todos, principalmente minha av que tem uma viso mais tradicional ficou em choque.

Eu tenho um primo e falo com ele normal, ns no discutimos sobre sua preferncia por homem.

Eu acho que eles devem ser respeitados, mas no aceitos, pois assim como eles tem seu modo de viver e ns temos que respeitar, eles tambm devem respeitar o nosso gosto e idias de no querer se envolver e conviver entre eles.

Ficaria muito triste porque ele estaria indo pro inferno.

b) Discutindo o filme Longe do Paraso

Como j relatado na metodologia, o filme exibido possibilita reflexes no que tange as questes de gnero no final dos anos 1950 nos EUA, s compreenses sobre homossexualidade da sociedade da poca e tambm ao racismo.

A anlise das produes das (os) estudantes demonstrou que vrios deles perceberam o papel da cultura influenciando nas formas de ser mulher e de ser homem. Algumas meninas da turma relataram que o filme evidenciou algumas caractersticas consideradas como naturais e normais para as mulheres. A mulher que era vista, como em cuidar s do lar, dos filhos e esposo e em no sair sozinha e no trabalhar fora de casa (Ester 16 anos). Pois naquele tempo mulher trabalhar era um afrontamento para os homens, pois quem tinha que botar comida dentro de casa era o homem (Silvana 16 anos).

Outra estudante ressalta um aspecto importante do filme: o ideal esperado para as mulheres na poca. Ela branca, tida como a mulher perfeita que cuida do lar, dos filhos e marido (Elisngela 16 anos).

Um estudante, por exemplo, fica impressionado com umas das cenas do filme em que a esposa apesar de flagrar o marido beijando outro homem, reage com indiferena. Segundo o discente, tal comportamento para no ir de encontro aos valores impostos em que o casal vivia (Emerson 17 anos). A mulher era responsvel por manter o casamento, apesar dos problemas.

Outra estudante reafirma a existncia de presses culturais inviabilizando mulheres e homens de vivenciarem outras expresses de gnero e de sexualidades que no se enquadrem nas normatizaes e que essas formas de regulao ainda persistem. Apesar do filme ser de poca, podemos observar semelhanas entre aquela sociedade e a nossa, como por exemplo: viver mantendo as aparncias e seguindo as tendncias para no ficar fora de um padro desigual e massificador (Dbora 18 anos).

Os discentes tambm fizeram menes sobre como a sociedade encarava a homossexualidade. Uma aluna ressalta que o filme mostra o medo do homem em assumir sua opo sexual, pelo fato dele ser um empresrio famoso, pais de dois filhos, ningum nunca aceitaria (Leandra 16 anos). O fato de o casal ter de manter as aparncias foi evidenciado por outra estudante, a qual ressalta tambm que caso Frank assumisse sua homossexualidade, seria algo vergonhoso e desastroso para a famlia da poca.

Algumas estudantes como Valria (15 anos) alm de evidenciarem os empecilhos para que Frank pudesse viver sua sexualidade ressaltam o fato de as pessoas quererem curar a homossexualidade com choque eltrico por entend-la como doena, como sendo algo fora dele. Elas tambm questionaram o preconceito em relao homossexualidade e ressaltaram a importncia do respeito e do direito em viver sua sexualidade.

Questionando a homossexualidade, uma das estudantes escreveu que aquela situao no era normal e que Cathleen deveria salvar o casamento. Tambm foi mencionado que h casos nos dias de hoje de homens que se casam e mantm relacionamentos com outros homens

Em relao ao racismo evidenciado no filme, uma das estudantes (Talita 17 anos). A sociedade tinha muito preconceito sobre a cor da pele, pois s porque uma mulher branca conversava com um homem negro ningum aceitava. importante destacar que no se trata apenas de uma questo racial, pois alm de brancos e negros no poderem conviver, mesmo por amizade, tratava-se de uma relao entre uma mulher branca e um homem negro. Na poca, as mulheres no podiam se relacionar a no ser com outras mulheres, o que dir com um homem afro-americano.

Algumas discentes mencionam sobre uma das cenas em que os meninos da comunidade apedrejam a filha de Raymond por ele estar se encontrando com uma mulher branca. Pelo fato de no poderem atingi-lo diretamente, preferem violentar a filha dele para que deixasse de se envolver com Cathleen. Elas e eles se impressionaram com o preconceito racial muito explcito na sociedade da poca.

c) Analisando as dinmicas sobre gnero e sexualidade

No terceiro momento, as(os) discentes participaram de dinmicas envolvendo discusses sobre os papis de gnero e sobre a diversidade sexual. Foi solicitado que elas/eles elaborassem um texto apresentando suas reflexes sobre o trabalho.

De acordo com os relatos, as(os) estudantes responderam que todas as atividades foram bastante esclarecedoras, aprenderam a diferenciar gnero de sexualidade e a compreender a respeito da diversidade sexual. Tambm foi mencionado que tirar dvidas sobre esses aspectos com os familiares algo muito difcil e que a escola pode contribuir neste processo.As discusses sobre sexualidade vm sendo um desafio que permeia a prtica pedaggica dos docentes das diferentes reas e dos diferentes nveis, principalmente para os jovens. So inmeros os desafios sobre a sexualidade e gnero, gerados por situaes cotidianas, como por exemplo, programas divulgados pela mdia televisiva, revistas peridicas, propagandas entre outros. Tal situao percebe-se que ao mesmo tempo em que refora o consumo exacerbado, caracterstica do sistema capitalista, tambm expe a sexualidade publicamente.

Nunes (1997, p.15) que afirma:Pois falar em sexualidade implica retomar alguns recursos metodolgicos: A histria, a antropologia, a moral e a evoluo social. No se fala da sexualidade de maneira fragmentada, dividida, estanque. As relaes sociais, construdas historicamente e, determinadas estruturas, modelos e valores que dizem respeito a determinados interesses de pocas diferentes. Esse relativismo no pode ser irresponsvel. Ele nos permite perceber a construo social da sexualidade sem, contudo faz-lo de modo destrutivo ou imaturo.

O trabalho desenvolvido evidenciou que os jovens so frutos do meio em que vivem, desta forma incorporam valores e manifestaes culturais que so perpassadas ao longo das geraes, percebidas nos espaos da educao mediante o jeito de se mostrar, do olhar, do toque, das manifestaes de carinho, e tambm das atitudes espontneas que acontecem enquanto crescem e se desenvolvem.

Devido o tempo de permanncia dos jovens nas escolas e s oportunidades de trocas, convvio social e relacionamentos amorosos, a escola no pode se omitir diante da relevncia dessas questes constituindo local privilegiado para a abordagem, assim por meio dessa pesquisa reconheceu-se a necessidade de estudo e o esclarecimento dessas questes no mbito escolar.

CONSIDERAES FINAIS

Essa interveno vem sendo realizado h trs anos consecutivos e tm-se obtido grandes avanos nas discusses que norteiam as dvidas dos jovens sobre as questes de Gnero e Sexualidade, assim, avaliamos a necessidade de dar continuidade ao plano. Ainda observamos obstculos que o discente enfrenta na sala de aula; pois, ainda no existe no currculo uma disciplina que d respaldo para essa discusso. Deste modo, percebemos de perto o grande desafio de ns, educadores, que valoriza acima de tudo um dilogo entre os docentes e os discentes. Faz-se necessrio que ns busquemos discutir mais em sala de aula, assuntos que cativem e contribuam para a maturao do jovem.REFERNCIASBRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural, orientao sexual/Secretaria de Educao Fundamental. Braslia: MEC/SEF, 1997.

FLICK, U. Desenho da pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FOUCALT, Michael. Historia da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro, Graal, 1977.LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autntica, 2000.

MINAYO, Maria Ceclia de Sousa. Pesquisa Social: teoria, mtodo e criatividade. Petrpolis: Vozes, 1993.

NUNES, Csar: Desvendando a Sexualidade. Campinas: Papirus, 1997.

SOUSA FILHO, A. Teorias sobre a gnese da homossexualidade: ideologia, preconceito e fraude. In: JUNQUEIRA, Rogrio Diniz (org.). Diversidade sexual na educao: problematizaes sobre a homofobia nas escolas. Braslia: Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade, UNESCO, 2009, p. 95-123.SOUZA, H. P. Orientao sexual: conscientizao, necessidade e realidade. Curitiba: Juru. 1990.

SECRETRIA DE EDUCAO DO ESTADO DA BAHIA SEC

DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAO E CULTURA DIREC 13

COLGIO ESTADUAL MARIA JOS DE LIMA SILVEIRA - CEMJLS

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Colgio Estadual Maria Jos de Lima Silveira. E-mail: [email protected].

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB/Campus Jequi. E-mail: [email protected].