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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA: GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA SETEMBRO DE 2011 Nivalde J. de Castro Hugo Bertha Bastos

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE

O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA:

GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

SETEMBRO DE 2011

Nivalde J. de Castro Hugo Bertha Bastos

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ÍNDICE SUMÁRIO EXECUTIVO................................................................................................................................................ 3

1 – GERAL...........................................................................................................................................................................4

1.1 – ANÁLISE SOBRE O CRESCIMENTO DO CONSUMO RESIDENCIAL 6

2 - METALURGIA............................................................................................................................................................8

2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL E OUTROS METAIS 9

2.2 – AÇO 11

2.3 – MINÉRIO de FERRO 14

3 – SETOR AUTOMOTIVO.......................................................................................................................................19

4 – PAPEL e CELULOSE.............................................................................................................................................20

5 – QUÍMICA e PETROQUÍMICA......................................….................................................................................23

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SUMÁRIO EXECUTIVO

A compreensão da evolução do mercado de energia elétrica, brasileiro, passa necessariamente pela indústria, que responde por 43% do consumo total. Para entender a dinâmica do setor é necessário considerar que o seu consumo está em grande parte associado a segmentos industriais eletrointensivos e com perfil eminentemente exportador, como metalurgia e extrativa mineral. O IBGE divulga mensalmente a produção física industrial por intensidade exportadora, informação que, a partir de um coeficiente que relaciona o valor das exportações como proporção da receita das empresas industriais, desmembra a produção física nacional em dois blocos de acordo com o seu perfil exportador. Assim, a análise comparativa do consumo industrial de energia elétrica com esse índice de produção física permite avaliar a influência do cenário externo no consumo industrial de eletricidade.

À semelhança do ocorrido na crise internacional, quando tanto a queda da produção quanto do consumo de energia elétrica dos setores voltados para a exportação se deu de uma maneira mais intensa, no período de retomada pós crise, estes segmentos também reagiram de maneira mais vigorosa. Observa-se que desde dezembro de 2009 o crescimento da produção física dos setores de alta intensidade exportadora sistematicamente superou o daqueles de baixa intensidade. Em um primeiro momento, isso foi determinante para a retomada acentuada do consumo de energia elétrica. As taxas mais elevadas do segmento de alta intensidade exportadora explicam a manutenção do elevado crescimento do consumo industrial de eletricidade até setembro de 2010. A partir daí, estas taxas de crescimento vêm se reduzindo acompanhando a desaceleração da produção industrial.

A persistir o cenário externo adverso, como admitido por algumas instituições e especialistas internacionais, é de se esperar que, em 2011, o crescimento da produção física dos segmentos exportadores sejam mais modestos quando comparados a 2010. Diante de tal cenário é possível inferir que, no futuro próximo, a magnitude do consumo industrial de energia elétrica estará em grande parte associada ao desempenho do comércio internacional.

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1 – GERAL

Segundo dados publicados na Resenha Mensal da EPE, o Consumo nacional de energia elétrica na rede em agosto somou 36.112 GWh, 4,1% acima do registrado em igual mês de 2010. Os dados acumulados indicam incremente de 3,7% no período janeiro-agosto e de 4,3% em 12 meses, taxa esta que vem caindo regularmente desde novembro de 2010, influenciada principalmente pelo comportamento do consumo na classe industrial. Em agosto de 2011, o consumo industrial nacional de energia elétrica na rede totalizou 15.850 GWh, o maior valor do ano até o momento, com aumento de 2,5% sobre o mesmo mês de 2010. Houve crescimento em todas as classes de consumo, sobressaindo a comercial (8%) e a residencial (4,8%).

Fonte: EPE – 2011

O consumo industrial no Nordeste em agosto totalizou 2.549 GWh, registrando taxa de 1,9% ante o mesmo mês de 2010, sendo este o primeiro resultado positivo no ano. É m resultado importante, mesmo sabendo-se da baixa base de comparação: em agosto do ano passado, indústrias de porte haviam suspendido a produção, por determinado tempo, para manutenção de máquinas.

Com taxas acima da média regional, os destaques foram Pernambuco (8,2%), Maranhão (5,5%) e Ceará (4,9%) que, juntos, concentraram 46% do consumo industrial regional. Apesar de melhorarem seus resultados, Bahia e Alagoas seguiram com variação negativa, respectivamente -2% e -4,4%. Na Bahia, o ramo metalúrgico apontou decréscimo da ordem de 25%, em função da desativação da Novelis e de retração no segmento de ferro-ligas. Já em Alagoas, o consumo aumentou de patamar após a normalização da produção da BRASKEM, mas ainda não atingiu o nível do ano passado.

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A região Sudeste registrou taxa de 0,8%, repetindo o baixo patamar de crescimento observado nos últimos meses (no acumulado de junho a agosto, a taxa média foi de 0,6%). Além da redução (-6,9%) do consumo no Rio de Janeiro em função da normalização da geração própria de indústria siderúrgica, observa-se a manutenção de ritmo moderado de expansão do consumo nos demais estados da região. São Paulo e Minas Gerais registraram taxas respectivas de apenas 1,1% e 2,0% em agosto.

No Sul, o incremento no mês foi de 4,5%. Paraná (5,4%) e Rio Grande do Sul (4,7%) cresceram acima da média regional, enquanto em Santa Catarina o acréscimo foi de 3,2%. A região Centro-Oeste continuou apresentando crescimento elevado (15,0%) reflexo, em grande parte, do resultado em Goiás (19,4%), onde ocorreu entrada de nova indústria de mineração. O Mato Grosso também apresentou incremento no patamar de 19%, efeito combinado de base baixa de comparação e de melhora nas atividades do ramo de produtos alimentícios (frigoríficos).

A combinação dos resultados regionais revela uma desaceleração no ritmo de crescimento do consumo em nível nacional, em conformidade com a trajetória de evolução da atividade industrial (Gráfico 1). Ressalta-se o peso do baixo desempenho apresentado pelos estados de São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores mercados industriais do país (em torno de 48% do total da classe). Indicador da atividade industrial, a geração de vagas formais na indústria vem ocorrendo de forma mais moderada nos últimos meses. De acordo com o Ministério do Trabalho, de janeiro a agosto de 2011 foram criados 345 mil postos na indústria, volume 33% inferior ao do mesmo período de 2010 (equivalendo a menos 173 mil postos). Os dados recentemente divulgados pela FIESP confirmam a tendência de moderação no emprego. Segundo a Federação, na passagem de julho para agosto, a indústria paulista registrou fechamento de 13 mil vagas, o que equivale a uma redução de 0,5% levando em conta os efeitos sazonais.

Gráfico 1 – Taxas de crescimento em 12 meses (%)

Fonte: EPE – 2011

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1.1 – Análise Sobre o Crescimento do Consumo Residencial

O consumo residencial de eletricidade no Brasil cresceu significativamente nos últimos anos. Entre 2005 e 2010, a taxa média de expansão desta classe foi de 5,3% ao ano. O consumo por consumidor residencial passou de 144 para 157 kWh/mês no período. Por trás desta expansão do consumo está não apenas o incremento de novos consumidores na rede, que evoluiu de 48,6 milhões para 58 milhões no período em questão (em média 3,6% ao ano), como também o aumento do consumo por residência, especialmente nas residências de mais baixa renda. De fato, o consumo médio na Baixa Renda passou de 63 para 72 kWh/consumidor/mês entre 2005 e 2010, correspondendo a um crescimento médio de 2,9% ao ano, bem superior ao observado na categoria Convencional que passou de 187 para 194 kWh/consumidor/mês, incremento anual de 0,8%. Por outro lado, a expansão do número de consumidores se deu de modo mais lento na Baixa Renda (1,3% ao ano em média) do que na categoria Convencional (taxa média de 4,8% ao ano). Estes dois fatos conjugados sugerem a ocorrência de migração de consumidores, das faixas de mais baixo consumo para faixas de consumo intermediárias (categoria Convencional).

A decomposição da variação do consumo residencial entre 2005 e 2010 em seus efeitos explicativos (quais sejam: atividade, estrutura e intensidade) confirma a hipótese de migração entre as categorias de consumo (Gráfico 2). Define-se aqui como efeito atividade aquele que explica a variação do consumo residencial em termos da variação do número de domicílios com acesso à energia elétrica (número de consumidores). O efeito intensidade, por sua vez, explica a variação do consumo residencial em termos da variação do consumo por consumidor. Finalmente, o efeito estrutura explica as variações do consumo residencial de energia elétrica em termos de modificações na participação do número de consumidores de baixa renda e convencionais no total. Embora a expansão do número de consumidores (efeito atividade) tenha contribuído em maior medida para o aumento do consumo de energia elétrica observado no período 2005-2010, este também foi fruto de uma maior intensidade no uso por residência (efeito intensidade) e da migração de consumidores da Baixa Renda para a categoria Convencional (efeito estrutura).

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Gráfico 2 – Decomposição da viração do consumo residencial (em GWh) de energia elétrica em seus efeitos explicativos. Brasil, 2005-2010.

Fonte: EPE - 2011

Assim, os efeitos intensidade e estrutura, positivos, decorrem das condições macroeconômicas favoráveis, que estimulam a aquisição de eletrodomésticos pela população, especialmente entre as camadas de mais baixa renda, alterando o nível de consumo de uma residência típica e sua estrutura de uso. A penetração de eletrodomésticos para usos distintos nas residências tem crescido nos últimos anos. O aumento da participação de condicionadores de ar no consumo residencial de energia elétrica, por exemplo, pode alterar significativamente o consumo de uma residência. Um simples exercício, considerando uma casa que consuma 157 kWh/mês sem a utilização de ar condicionado, mostra que o consumo pode aumentar até 114 kWh em um mês (no caso de utilização de 8 horas por dia, durante 30 dias e com o compressor funcionando 50% do tempo), o que representa um aumento da conta de luz da ordem de 73%. E não apenas a aquisição de eletrodomésticos mais tradicionais (como geladeiras, condicionadores de ar, televisores, máquinas de lavar roupas etc) tem crescido, como também a participação de outros usos da eletricidade, que incluem equipamentos mais modernos como microcomputadores, impressoras, dentre outros. De fato, os outros usos da eletricidade nas residências, cuja participação situou-se em 16,5% do consumo residencial em 2005, tem aumentado nos últimos anos, passando a responder por 22,6% em 2010, impulsionado pela incorporação de novos eletrodomésticos.

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Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Nov/10 Dez/10 Jan/11 Fev/11 Mar/11 Abr/11 Mai/11 Jun/11 Jul/11

Metalurgia

2 – METALURGIA

Uma análise do setor de metalurgia aponta para um índice de utilização de capacidade instalada de 85,4% em junho de 2011, representando uma retração de 1,3% em relação a junho desde ano. Nos últimos 12 meses, a série marca uma redução de 3,5% na utilização da capacidade instalada

Gráfico 3 – Utilização Média de Capacidade Ociosa - Metalurgia

Fonte: FGV – 2011

O setor metalúrgico continua sob fortes pressões internacionais advindas do câmbio valorizado e de um esfriamento generalizado da economia mundial em um contexto de muita incerteza e instabilidade. Pressões ainda mais graves no mercado doméstico, pois além das indústrias estarem sendo fortemente pressionadas pelos altos custos energéticos, vem se configurando um cenário de desaceleração da demanda interna para alguns segmentos e sobreoferta no mercado global. Toda essa conjunta levanta incertezas sobre a concretização da totalidade dos investimentos previstos pelo setor.

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2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL e OUTROS METAIS

Desafiando as previsões de alguns especialistas, que acreditavam em uma manutenção dos preços das commodities, com uma possível desaceleração suave, as cotações tem mostrado um persistente viés de baixa, randes obras de infra-estrutura e as perspectivas de um expressivo aumento na demandas nos próximos anos têm segurado o crescimento do setor, que vem sendo crescentemente sufocado pela urgente questão dos custos energéticos. Não só a China, como outros agentes do sudeste asiático tem gerado altas demandas.

Gráfico 4: Variação dos preços do alumínio no mercado internacional

Fonte: ADVFN - 2011

O consumo doméstico de transformados de alumínio cresceu 13,2% nos seis primeiros meses do ano, para 693,5 mil toneladas, de acordo com dados divulgados hoje pela Associação Brasileira do Alumínio. Para o exercício de 2011, a expectativa da entidade é a de alta de 9,1%, com consumo total de 1,42 milhão de toneladas. Segundo a Abal, o principal segmento consumidor de transformados de alumínio no país ainda é o de embalagens, com peso de 28%. Em seguida, aparece a área de transportes, com 22% do mercado total. Construção civil e a indústria de eletricidade são responsáveis, cada uma, por fatia de 13%. As exportações do setor no primeiro semestre somaram US$ 2,064 bilhões, incluindo as vendas externas de bauxita, alumina e alumínio. As importações, por sua vez, alcançaram US$ 829 milhões no mesmo período. Para o ano, a Abal espera vendas externas totais de US$ 4,45 bilhões e importação equivalente a US$ 1,52 bilhão.

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Gráfico 5: Variação dos preços do cobre no mercado internacional

Fonte: ADVFN – 2011

O governo decidiu redesenhar o sistema de arrecadação de royalties da mineração e definiu quatro grupos de minérios que devem receber tratamento diferenciado. A ideia é taxar menos os minerais usados na construção civil e mais os que são exportados com pouco valor agregado. Os quatro grupos são: minerais exportados na forma bruta, como ferro e bauxita; minerais essenciais, como cobre e níquel; não-metálicos para construção, como areia e calcário; e substâncias escassas no solo brasileiro, como potássio, fósforo e fosfato. A mudança nas regras dos royalties constitui apenas um dos três projetos de lei em elaboração pelo governo para reformular o marco regulatório do setor. Os outros dois tratam da instituição do novo Código de Mineração, com as novas regras de concessão e lavra, e da criação da ANM, que fará a fiscalização e o recolhimento da CFEM. O novo marco regulatório da mineração deve impor um sistema de cobrança flexível de royalties para as empresas do setor. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a inclusão do mecanismo, em análise do Palácio do Planalto, é uma "tendência forte". O sistema em estudo funcionaria da seguinte forma: em períodos de baixa demanda pelas commodities, como em épocas de crise, a alíquota seria reduzida; da mesma forma, haveria aumento em períodos de aquecimento da economia. Os porcentuais mínimos e máximos a serem cobrados das mineradoras seguiriam um sistema de bandas, fixados por decreto.

A assessoria de imprensa da Vale soltou nota no inicio de agosto negando qualquer acordo ou negociação para compra da Paranapanema. Leia a declaração da Vale: "A Vale informa que são totalmente infundados os rumores de que teria feito proposta de compra pela Paranapanema S.A. ou de que estaria em negociações com o objetivo de fazer uma proposta de compra." Os mesmos boatos já causaram alta nas ações da Paranapanema no começo de julho

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e voltam a ocorrer quase um ano após uma tentativa de compra da Paranapanema pela Vale. Em setembro de 2010, a Vale formalizou uma proposta pela produtora de cobre, mas não houve acordo.

2.2 – AÇO

A produção brasileira de aço bruto em agosto de 2011 foi de 3,0 milhões de toneladas, representando aumento de 1,4% quando comparada com o mesmo mês em 2010. Em relação aos laminados, a produção de agosto, de 2,1 milhões de toneladas, apresentou crescimento de 3,5% quando comparada com agosto do ano passado. Com esses resultados, a produção acumulada em 2011 totalizou 23,9 milhões de toneladas de aço bruto e 17 milhões de toneladas de laminados, o que significou aumento de 7,8% e queda de 3,1%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2010.

Quanto às vendas internas, o resultado de agosto de 2011 foi de 1,8 milhão de toneladas de produtos, aumento de 4,0% em relação a agosto de 2010. As vendas acumuladas em 2011, de 14,5 milhões de toneladas, mostraram crescimento de 0,6% com relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de produtos siderúrgicos em agosto de 2011 atingiram 1.042 mil de toneladas no valor 833 milhões de dólares. Com esse resultado as exportações em 2011 totalizaram 7,6 milhões de toneladas e 5,8 bilhões de dólares, representando aumento de 40,4% em volume e de 73,8% em valor quando comparado ao mesmo período do ano anterior. No que se refere às importações, registrou-se em agosto volume de 367 mil toneladas (US$ 450 milhões) totalizando, desse modo, 2,5 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, 34,8% abaixo do mesmo período do ano anterior.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em agosto foi de 2,1 milhões de toneladas, totalizando 16,9 milhões de toneladas em 2011. Esses valores representaram queda de 6,3% e 5,9%, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior.

Gráfico 5: Evolução Comparativa da Produção de Aço Bruto no Brasil 2010/2011

Fonte: IABr - 2011

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A produção global e chinesa de aço cresceu em julho na comparação com o mesmo mês de 2010, permanecendo próxima a níveis recordes, apesar da pressão que o excesso de oferta exerce sobre os preços e da expectativa de desaceleração econômica. A produção global de aço bruto cresceu 11,5% em julho na comparação com o mesmo mês de 2010, para 127,5 milhões de toneladas. O volume não ficou longe do recorde de 129,86 milhões de toneladas atingido em abril, segundo dados da WSA (Associação Mundial de Aço). A China, maior produtora e consumidora de aço, foi a grande responsável pela alta na produção global. O país produziu 59,3 milhões de toneladas, 15,5% acima do registrado um ano antes. Já a produção brasileira de aço bruto cresceu 8,2% em julho na comparação com o mesmo mês de 2010. No mês passado, a produção do Brasil somou 3,121 milhões de toneladas, após 2,962 milhões de toneladas em junho e 2,885 milhões em julho do ano passado. A produção brasileira de aço bruto cresceu 8,2 por cento em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou a Associação Mundial de Aço (WSA). Em termos globais, a produção de aço bruto cresceu 11,5% em julho, para 127,5 milhões de toneladas, puxada pela China, cujo volume produzido subiu 15,5%, para 59,3 milhões de toneladas. A alta na produção brasileira acontece depois que o volume produzido pelas usinas do país cresceu 3,9% em junho na comparação anual. No mês passado, a produção do Brasil somou 3,121 milhões de toneladas, após 2,962 milhões de toneladas em junho e 2,885 milhões em julho de 2010. No acumulado do ano até o final de julho, a produção brasileira de aço bruto soma 20,948 milhões de toneladas, expansão de 8,7% na comparação com o mesmo período de 2010.

O Instituto Aço Brasil (IABr) prevê investimentos de US$ 30,7 bilhões até 2016 no parque siderúrgico existente no país, o que significará um aumento da capacidade de produção nacional de 12,1 milhões de toneladas por ano. Além disso, o IABr projeta a possibilidade de que outros US$ 17,4 bilhões em novas siderúrgicas, o que significaria outros 11,7 milhões e toneladas anuais de capacidade adicional. O presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que a situação de desaceleração da demanda interna e a situação de sobreoferta de aço no mercado global colocam incertezas a respeito da concretização da totalidade dos investimentos previstos. No caso de a desvalorização da moeda chinesa ser computada na conta, o produto brasileiro se apresenta 45% mais caro que o equivalente chinês, que hoje já responde por 26% das importações de aço feitas pelo Brasil.

O fantasma das importações de aços planos volta a assombrar a indústria siderúrgica brasileira. Esse tipo de aço é fabricado no país por Usiminas, Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) e ArcelorMittal Tubarão. Em julho, o volume desse material desembarcado nos portos brasileiros quase dobrou na comparação com junho. No acumulado do ano, desde janeiro, entraram 1,03 milhão de toneladas, 49% a menos do que o volume de igual período de 2010. Mas se o ritmo se mantiver de agosto em diante, uma luz amarela vai se acender nas empresas, que já vêm sentindo o peso dos elevados estoques na rede de distribuição no país. Diante desse cenário, a indústria, por meio do Instituto Aço Brasil (IABr) já cogita reavaliar as metas de vendas para este ano. A previsão de crescimento de 6% no consumo aparente de aço total no país este ano deverá ser bem inferior. De forma que as usinas siderúrgicas do Brasil vivem atualmente uma situação em que a produção do minério de ferro gera mais retorno que

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operações de produção de aço, que atravessa ciclo de baixa em meio a excesso de capacidade produtiva mundial e fraqueza de importantes mercados consumidores. Apesar de um mercado consumidor de aço aquecido no Brasil, as usinas convivem há vários trimestres com dificuldades para colocação de preços no país, diante da concorrência de material externo que chega na forma de importação direta ou de produtos que contêm aço, como automóveis, cujas vendas no ano até julho corresponderam a 22% do total. E sob um contexto de real fortalecido contra o dólar, a perspectiva para o setor nos próximos meses vai continuar testando a paciência dos investidores. De janeiro a julho, as ações de Usiminas acumulam queda de 41%, Gerdau tem baixa de 38% e CSN se desvalorizou em 36%, apesar da perspectiva do Instituto Aço Brasil, que representa o setor, de crescimento das vendas em 2011 de 18,%, para 24,6 mi de toneladas.

O presidente da Gerdau, Andre Gerdau Johannpeter, disse que a empresa está observando um "descolamento entre o pânico financeiro" nos mercados e "o mundo real" na demanda por aço. Segundo ele, o consumo tem se mantido normal e a empresa não tem observado sinais de cancelamento de pedidos. Gerdau disse que a empresa está muito atenta ao momento de volatilidades e incertezas no mercado mundial, especialmente à inflação em países emergentes e aos problemas financeiros nos Estados Unidos e Europa. Mas afirmou estar convicto do aumento das vendas de automóveis em países como Brasil e Índia, o que manterá a demanda de aço em alta. O vice-presidente executivo de RI da Gerdau, Osvaldo Schirmer afirmou que há uma tendência de recuperação de margens da companhia depois de um ano difícil em 2010, com retomada da demanda e perspectiva de alta de consumo de aço. A companhia projeta para este ano alta de 6% para o consumo no Brasil, 13% nos Estados Unidos e 4% no Canadá. A recuperação da demanda por aço no mundo elevou as vendas da Gerdau no segundo trimestre, mas não foi suficiente para compensar o aumento dos custos dos insumos, que pressionou a rentabilidade e as margens operacionais. O lucro líquido da companhia no período caiu 41%, para R$ 503 mi, ante um ganho de R$ 856 mi reportado um ano atrás. O lucro ficou no piso das estimativas dos analistas, que projetavam resultado no intervalo entre R$ 500 mi e R$ 600 mi. Porém, veio melhor que o valor apurado no primeiro trimestre, de R$ 409 mi. O resultado operacional, medido pelo Ebitda também apresentou recuo significativo, de 24% - saiu de R$ 1,7 bi no segundo trimestre de 2010 para R$ 1,3 bi entre abril e junho desse ano, reduzindo a margem de 21% para 15%.

O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, disse hoje que a indústria siderúrgica terá que se “reinventar” para enfrentar um ambiente de negócios mais desafiador, no qual as matérias-primas ganham espaço na composição de custos e corroem margens de rentabilidade. Durante apresentação dos resultados do segundo trimestre à imprensa, o executivo avaliou que os fundamentos do setor mudaram nos últimos anos. Segundo ele, os fatores variáveis da produção – caso de insumos e mão de obra – respondem hoje por 80% dos custos totais, forçando empresas a buscar a verticalização das atividades para reduzir a exposição à escalada nos preços de commodites. Brumer disse que, no passado, a situação era inversa, com apenas 20% dos gastos ligados a fatores variáveis e a maior parcela - 80% - constituída por custos fixos. O balanço da Usiminas, divulgado no inicio de mês de agosto ao

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mercado, traz desempenho no segundo trimestre um pouco melhor do que no primeiro, o qual já não havia sido nada bom. Apenas isso. A empresa ainda patina em margens operacionais muito baixas na sua principal atividade: a fabricação de aço. A margem do Ebitda desse negócio passou de meros 4% para meros 7% de um trimestre para o outro. Quando se compara o resumo dos principais números da companhia semestre a semestre, parece um show de horrores. É tudo negativo: da produção de aço bruto (menos 3%), passando por volume de vendas e receita líquida (quedas iguais de 8%), lucro líquido - retração de 78% -, resultado operacional, com decréscimo de 56%, até a margem Ebtida, com menos 12,4 pontos percentuais.

2.3 – MINÉRIO de FERRO

O governo decidiu redesenhar o sistema de arrecadação de royalties da mineração e definiu quatro grupos de minérios que devem receber tratamento diferenciado. A ideia é taxar menos os minerais usados na construção civil e mais os que são exportados com pouco valor agregado. Os quatro grupos são: minerais exportados na forma bruta, como ferro e bauxita; minerais essenciais, como cobre e níquel; não-metálicos para construção, como areia e calcário; e substâncias escassas no solo brasileiro, como potássio, fósforo e fosfato. A mudança nas regras dos royalties constitui apenas um dos três projetos de lei em elaboração pelo governo para reformular o marco regulatório do setor. Os outros dois tratam da instituição do novo Código de Mineração, com as novas regras de concessão e lavra, e da criação da ANM, que fará a fiscalização e o recolhimento da CFEM. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse no dia 23 de agosto que o novo marco regulatório da mineração deve ser enviado ao Congresso Nacional no prazo de duas semanas. Segundo o ministro, os últimos ajustes estão sendo feitos pelo Ministério da Fazenda e dependem ainda do aval da presidente da República, Dilma Rousseff. O novo marco da mineração abrange a reformulação do Código de Mineração, a criação da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Conselho Nacional de Política de Mineração, formado por ministros de outras pastas, e as novas regras para cobrança de royalties no setor. O ministro sinalizou que pode ser adotado o critério de margem de variação de alíquotas de royalties para os diferentes minérios. Se for adotada esta decisão, os percentuais de cobrança para cada minério devem ser definindos por meio de decreto presidencial.

A Vale evitou fazer declarações sobre as mudanças que o governo pretende fazer na taxação dos royalties cobrados no setor de mineração através da Compensação Financeira para Exploração de Recursos Minerais (CFEM), delegando ao Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) comentar o fato. O presidente da Eurasian Natural Resources do Brasil (ENRC), disse não estar "muito feliz" com a perspectiva de ser taxado com uma alíquota maior para o minério de ferro. Mesma opinião de Viveiros tem o consultor Elmer Prata Salomão, da Geos Projetos para Mineração, que criticou a possibilidade de o governo aumentar a alíquota do

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royalty sobre o minério de ferro. O ideal, segundo ele, é que o tema seja discutido de forma mais ampla por toda a cadeia mínero-siderúrgica. Douglas Arantes, diretor-presidente da holding Amazonia Participações, achou "uma boa notícia" a decisão do governo de reduzir de 2% para 0,5% o royalty incidente sobre o grupo formado por minerais de uso direto na construção civil.

O governo passará a ter poder de retomar áreas de mineração de empresas que não honrarem compromissos de pesquisa e exploração. Pela proposta do novo código do setor, as jazidas que voltarem às mãos da União poderão ser licitadas. Trata-se de um maior controle sobre os recursos minerais nacionais e sua produção. Por determinação da presidente Dilma Rousseff, o MME estuda como instituirá o regime de licitação para exploração de novas minas. O objetivo é alterar a regra para obtenção de grandes jazidas pelas empresas. O marco regulatório permitirá que o Estado retome projetos que não cumprirem as obrigações contratuais. Dilma quer um modelo de licitação que leve em conta a dimensão da mina e o conteúdo relevante à economia brasileira. Há, porém, certo consenso de que as áreas retomadas sigam para leilão. A dificuldade de licitar uma área que não foi pesquisada é não haver interessados, já que não há sinalização sobre a rentabilidade da mina. A CPRM identificará áreas potencialmente ricas.

As exportações de minério de ferro das associadas ao Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos (Sinferbase) somaram 133,6 milhões de toneladas no primeiro semestre, aumento de 3,5% sobre igual período de 2010. As associadas da entidade são Vale e coligadas (Itabrasco, Nibrasco, Hispanobras e Kobrasco), Samarco, Anglo American e MMX.

A Vale informou, em sua apresentação de resultados, que os projetos para a produção de minério de ferro que estão sendo anunciados por mineradoras, em todo o mundo, estão enfrentando "riscos significativos de atrasos e cancelamentos". A mineradora brasileira frisou ainda que os custos de investimento estão se elevando no setor. Ainda na apresentação, a Vale afirmou que a entrega de novas áreas de produção de minério de ferro está envolvendo grandes desafios, como os projetos novos (greenfield) complexos, que estão sendo baseados em recursos de baixa qualidade. O presidente da empresa, Murilo Ferreira, disse que a mineradora avalia o investimento em projetos de siderurgia como uma maneira de ter segurança de demanda futura pelo minério de ferro no Brasil e, assim, recuperar fatia de mercado perdida no país. De acordo com o diretor de Marketing, Vendas e Estratégia da companhia, José Carlos Martins, trata-se de um assunto estratégico. Hoje a Vale não tem plantas de siderurgia, mas sabe ter demanda suficiente para seus produtos. “Essa é a situação de hoje, mas nunca sabemos o que pode acontecer no longo prazo”, afirmou Martins. O presidente reforçou a importância estratégica desses investimentos combinados em siderurgia e mineração, ressalvando que a companhia manterá a disciplina nos investimentos e deve cumprir os US$ 24 bilhões previstos até o fim do terceiro trimestre do ano que vem.

A crise que afeta Europa e EUA deixa um cenário indefinido para os preços do minério de ferro em 2012. "Estou moderadamente otimista, mas tudo depende do impacto da

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desaceleração do Ocidente sobre a Ásia, com destaque para a China, nossa maior cliente", disse José Carlos Martins, diretor executivo de marketing, vendas e estratégia da Vale. O minério de ferro retomou alta de preços desde 2009, após crise de 2008, e no segundo trimestre bateu em US$ 145,30, o maior preço médio já alcançado na história da mineradora. Para os últimos seis meses de 2011, a tendência é de estabilidade nesse patamar elevado de preço. O terceiro trimestre deve repetir ou até superar a média de preço do segundo. Já transcorridos dois meses, a indicação dada pelo comportamento do mercado spot chinês até agora é de que o minério deve ficar mais três meses com preço estabilizado.

A Vale informou estimar que os preços de minério de ferro no mercado internacional devem ficar estáveis no terceiro trimestre do ano. Pode ser que haja um leve aumento nos últimos três meses do ano, devido à demanda um pouco maior nos preparativos para o inverno no Hemisfério Norte. De acordo com o diretor-executivo de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, o novo modelo de precificação é baseado na média dos preços do mercado à vista da China. Se o preço for alterado em 5%, para cima ou para baixo, não há mudanças nos valores dos contratos. “Hoje, olhando a situação, já temos dois meses nesse trimestre, a indicação é que teremos o preço estável. Não teremos mudança, seja para cima ou para baixo”, afirmou. Ele vê um balanço entre oferta e demanda e acredita que isso vai se manter no terceiro trimestre. No segundo trimestre do ano, o preço médio da Vale foi de US$ 145,30 por tonelada de minério de ferro, com alta de 15,14% ante os registrados no primeiro trimestre do ano. Na comparação com equivalente período do ano anterior, a alta foi de 58%. O alto preço do minério de ferro no mercado internacional (US$ 147,30 por tonelada métrica) vai transformar resíduos de mineração da Vale em dinheiro. A empresa anunciou um plano para recuperação de 31 milhões de toneladas de minério que repousam há década em oito barragens de rejeitos, em Minas Gerais. O plano pode resultar na recuperação de US$ 4,5 bilhões. Para aproveitar esse material, a Vale terá de processar 80 milhões de toneladas de resíduos. A companhia usará um sistema magnético para recolher o material. A empresa já havia anunciado plano para recuperar rejeitos logo depois do processamento, antes de despejá-los nas barragens. A retirada do material começará em 2013, com a extração de 1 milhão de toneladas, e deve ser crescente nos anos seguintes. As minas que receberão a estrutura para recuperação desse material ficam em Mariana, Itabirito, Nova Lima, Congonhas, Ouro Preto e Brumadinho. São oito minas ao todo.

A Gerdau projeta que irá alcançar uma produção de 7 mi de toneladas de minério de ferro em 2012 e, com isso, atingir a sua autossuficiência. De acordo com o diretor de Relações com Investidores da Gerdau, Osvaldo Schirmer, hoje a capacidade de produção anual está em cerca de 3,5 mi de toneladas. Para chegar a esse volume, o executivo disse que a companhia deve investir R$ 530 mi. No início da teleconferência, o presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, afirmou que a companhia já contratou uma empresa para "aprofundar os estudos sobre as alternativas para a comercialização dos ativos minerais". No começo de março, a Gerdau comunicou ao mercado que pretende comercializar seus ativos de minério de ferro e que seus recursos minerais medidos, indicados e inferidos somavam 2,9 bi de toneladas.

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A MMX, do grupo do empresário Eike Batista, obteve lucro líquido de R$ 90,9 mi no 2º trimestre deste ano, revertendo prejuízo do mesmo período do ano passado, de R$ 38,5 mi. O Ebitda ficou em R$ 73,1 mi, o que a companhia considera recorde. A cifra doze meses antes havia sido de R$ 200 mil. Os dados incluem os resultados consolidados da LLX Sudeste. Esse ativo passou a compor o conjunto da MMX a partir de junho. A receita líquida foi de R$ 305,811 mi, também recorde histórico da empresa. Comparado à receita bruta, ela cresceu 53% para R$ 312,9 mi no 2º trimestre. Outra marca histórica destacada pela empresa em relatório é o da produção: 2,2 mi de toneladas, 17% superior ao segundo trimestre do ano passado. As vendas de minério de ferro alcançaram 2,067 mi de toneladas, 13% acima do segundo trimestre de 2010. O resultado financeiro ficou positivo em R$ 51,4 mi no 2º trimestre, ante despesa financeira líquida de R$ 35,742 mi no mesmo intervalo de 2010. No relatório, a MMX afirma que a prioridade é o desenvolvimento de projetos no Superporto Sudeste, Serra Azul, Bom Sucesso e Chile. A empresa anunciou também que obteve da Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável a licença prévia para iniciar a ampliação da unidade Serra Azul, que extrai e processa minério de ferro em Minas Gerais. As obras preveem nova unidade de beneficiamento de minério de ferro, com capacidade para 24 milhões de toneladas por ano, terminal ferroviário e 10 km de correia transportadora. O investimento para a expansão da unidade Serra Azul será de R$ 4 bilhões, líquido de impostos. Após a expansão, o minério de ferro produzido na Unidade Serra Azul será exportado através do Superporto Sudeste, que está em construção em Itaguaí (RJ) e também pertence à MMX.

A BHP Billiton, maior mineradora do mundo, anunciou que obteve resultados financeiros recordes nos 12 meses encerrados em 30 de junho. No intervalo, o lucro líquido do grupo subiu 85,9%, para US$ 23,6 bilhões. Excluídos itens excepcionais, o resultado final mostrou crescimento de 73,9% na mesma base de comparação, para US$ 21,7 bilhões. As receitas da mineradora no exercício totalizaram US$ 71,7 bilhões, um avanço de 35,9% frente ao verificado nos 12 meses anteriores. A mineradora registrou ainda recordes de produção de quatro tipos de commodities e em dez de suas operações. Em relatório que acompanha o balanço financeiro, a BHP destaca que a decisão de manter investimentos nos negócios de minério de ferro na Austrália, a despeito da crise financeira, garantiu o décimo primeiro recorde anual consecutivo na produção da commodity, ao mesmo tempo em que os preços do minério testaram seu teto.

O projeto de minério de ferro Minas-Rio, da Anglo American no Brasil, conta com 44% do total das obras executadas. O empreendimento possui 53% de avanço físico, contabilizando engenharia, suprimentos e obras, informou a companhia. O projeto, de investimento de US$ 5 bilhões, inclui uma mina de minério de ferro, uma unidade de beneficiamento e um mineroduto com 525 km de extensão, que interligará as operações de extração de minério de ferro em Minas Gerais ao Porto do Açu (RJ). A abertura da mina da companhia está planejada para ocorrer em 2012. A Anglo American informou que está trabalhando com as autoridades estaduais e federais para a obtenção de "outras licenças ambientais secundárias". A previsão da companhia é de que o primeiro embarque aconteça no segundo semestre de 2013. O

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projeto Minas-Rio terá capacidade de produção de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro (base úmida) por ano para abastecer o mercado externo.

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Mecânica

3 – SETOR AUTOMOTIVO

A capacidade instalada da indústria ficou em 85,2% no mês de julho. O que, com relação ao mês de junho, representa uma queda de 1%. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a indústria apresenta um aumento de 3,3%.

Gráfico 6: Utilização Média da Capacidade Instalada – Mecânica

Fonte: FGV – 2011

O setor automotivo mantêm o viés de baixa de suas atividades, acompanhando um gradual desacelerar da econômica brasileira. A produção física de autoveículos no mês de julho foi de 307,2 mil unidades, representando um aumento de 3,9% frente ao mês passado. É relevante ressaltar a inegável eletrointensividade do setor, de modo que a crescente ocupação de sua capacidade instalada, antes ociosa, é espelhada imediatamente por um efeito de igual natureza na demanda por energia elétrica.

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Papel e papelão

4 – PAPEL e CELULOSE

O nível de utilização da capacidade instalada sofreu leve expansão de 0,9% em relação a junho desde ano, ficando em 91,6% contra 90,7% no mês passado. O resultado representa uma retração de 1,2% em relação a julho do ano passado, quando o nivel de utilização da capacidade instalada estava em 92,8%.

Gráfico 7: Utilização Média da Capacidade Instalada – Papel e Celulose

Fonte: FGV - 2011

O agravamento da crise econômica poderá ser o estopim de um movimento que já havia sido ventilado pela indústria brasileira de celulose e papel: o adiamento de uma ou mais novas fábricas da matéria-prima, com o objetivo de dar cadência à entrada de novos volumes no mercado e evitar impacto mais drástico nos preços. Neste momento, são dez os projetos de expansão pré-anunciados e há dúvidas se Suzano Papel e Celulose e Fibria vão iniciar novas operações em 2013 e 2014, respectivamente. Até o início do ano, a previsão era a de que o país receberia US$ 15 bilhões em investimentos em cinco anos. Em 10 anos, a capacidade de produção nacional de celulose passaria de 14 milhões de toneladas para 22 milhões de toneladas. Tanto na Fibria quanto na Suzano não há decisão sobre adiamento de projetos. A direção de ambas as companhias reforça a intenção de iniciar novas operações nos prazos

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anunciados, porém admite que poderia revisá-los caso o cenário macroeconômico seja mais adverso do que o esperado.

O presidente da Suzano Papel e Celulose, Antônio Maciel Neto, disse que verificou aumento da demanda de celulose na Europa, de 10,4%, porém retração nos mercados dos EUA e da China, este último em menor intensidade (1,2%). No entanto, no mercado interno, onde a venda se concentra em papéis, a empresa enfrentou comportamento variado: crescimento de 3,3% em material de imprimir e escrever e queda de 11,2% em papel cartão, que é utilizado na fabricação de embalagens. Sobre os efeitos da crise nos Estados Unidos e Europa na economia brasileira, Maciel disse vai depender se a correção dos problemas das nações europeias ocorrerá de forma organizada ou desorganizada. Para o presidente da Suzano, que tem metade da sua receita na venda de papéis, com forte dependência do mercado interno, e metade de exportações de celulose e papel, não há mais de manter os juros nos atual patamar, na sua visão, bastante elevado.

As empresas produtoras de papel e celulose têm na energia um de seus principais custos. Os gastos com eletricidade correspondem a algo em torno de 20% do total. Para tentar amenizar este problema e ter indústrias mais eficientes do ponto de vista do consumo, a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel busca incentivar as companhias a adotarem medidas como o uso do licor negro – obtido na produção de celulose – e a queima da lignina para obtenção do vapor que irá gerar a energia para a unidade fabricante. O estudo da entidade, Guia Técnico de Eficiência Energética, aponta que resultados obtidos em ações de eficiência energética no âmbito do Procel foram poucos expressivos e, ainda de acordo com o estudo, são deixadas de lado oportunidades com potencial para economia de energia.

O fornecimento de gás natural para a unidade da Suzano Papel e Celulose em Mucuri deverá ter início no começo do próximo ano. Com a disponibilidade de insumo na região, fruto da expansão da malha de gasodutos da distribuidora Bahiagás, a companhia reduzirá o consumo do óleo combustível usado nas linhas de produção, também abastecidas por biomassa. Nas negociações entre Suzano e Bahiagás o presidente da distribuidora, Davidson Magalhães, projetava o fornecimento inicial de 200 mil metros cúbicos diários de gás natural para a Suzano. A Suzano não deu detalhes do acordo, mas segundo o presidente Antonio Maciel Neto, a companhia se tornará uma das principais clientes da Bahiagás. Além do momento de incertezas na economia global, Maciel destacou a preocupação da companhia com a elevação dos custos. A companhia reduzirá o consumo de madeira de terceiros. O executivo também mostrou otimismo em relação à recuperação da demanda por celulose das duas principais regiões consumidoras da empresa, Ásia e Europa.

A Suzano Papel e Celulose manterá o ritmo de investimentos neste ano - são R$ 3,5 bi em aportes previstos para o exercício - apesar da deterioração do cenário econômico mundial. De acordo com o presidente da companhia, Antonio Maciel Neto, o que muda no dia a dia da empresa, com o agravamento da crise internacional, é a atenção redobrada ao câmbio e aos custos operacionais, que surpreenderam no 2º trimestre. "O programa de investimentos para 2011 está financiado e equacionado. O que preocupa são o câmbio e os custos internos, cujo

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controle será enfatizado", afirmou o executivo. Maciel, contudo, admitiu que a venda de ativos não estratégicos, cuja intenção foi anunciada no primeiro semestre, pode ser dificultada pelo cenário de forte incerteza econômica. A Suzano registrou lucro líquido de R$ 103,6 mi no 2º trimestre, com queda de 15,5% na comparação com o apurado em igual intervalo de 2010. No período, o Ebitda totalizou R$ 276 mi, 33,1% inferior ao verificado um ano antes. A margem Ebitda ficou em 22,5%, com queda de 12,2 p.p.

A Fibria, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, recebeu a licença para instalação da segunda linha de produção na fábrica de Três Lagoas. A nova linha, com capacidade para 1,5 milhão de ton anuais da fibra, será levada à aprovação do conselho de administração no segundo semestre do ano que vem e deve entrar em operação em 2014. Em nota, a companhia informa faz parte do projeto de expansão a ampliação da central de co-geração de energia e do aterro industrial existentes e a implantação de uma unidade de produção de corretivo de acidez do solo, que será usado na operação florestal.

A indústria brasileira de papéis registrou vendas domésticas de 436 mil toneladas em julho, segundo dados preliminares apresentados pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). O montante representa retração de 4,2% em relação a julho de 2010 e de 0,2% ante junho. No acumulado de janeiro a julho, as vendas internas encolheram 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado, para 2,975 milhões de toneladas. A retração das vendas domésticas contrasta com a alta de 1% no consumo aparente do setor, indicador que melhor dimensiona a demanda interna por papéis. A receita brasileira com exportações totalizou US$ 1,298 bilhão no acumulado de sete meses, expansão de 11,2% sobre o mesmo intervalo do ano passado. As importações, por sua vez, saltaram 24,5% em igual comparação, para US$ 1,021 bilhão. A produção brasileira de papéis alcançou 812 mil toneladas em julho, retração de 3,6% sobre julho do ano passado, mas 5,3% superior a junho.

A chilena Arauco, uma das maiores produtoras mundiais de celulose, disse esperar que a sua produção cresça cerca de 30% em 2011 em relação ao ano passado e que está olhando a possibilidade de expandir sua capacidade de produção no futuro. A Arauco prevê que irá produzir 3 milhões de toneladas de celulose neste ano, contra 2,3 milhões de toneladas produzidas no ano passado. "A produtora de celulose, cujas unidades incluem cinco fábricas no Chile e uma na Argentina, também possui operações no Brasil e no Uruguai. A Arauco e a sueco-finlandesa Stora Enso planejam investir 1,9 bilhão de dólares na criação de uma unidade produtora de 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano no Uruguai, no maior investimento da história daquele país. A fábrica já está em fase de construção e deve iniciar as operações no 1º trimestre de 2013.

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Química

5 – QUÍMICA e PETROQUÍMICA

Na indústria química, o nível de utilização da capacidade instalda registrou 84,9%, representando uma expansão sutil, de 0,6% em relação ao mês passado, que foi de 84,3%, e de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado 84,4% de capacidade média instalada em uso.

Gráfico 8: Utilização Média da Capacidade Instalada – Indústria Química

Fonte: FGV – 2011

Segundo informações da ABQUIM, o Brasil importou US$ 4,4 bilhões em produtos químicos no mês de agosto. O valor, recorde histórico para um único mês, representa crescimento de 18,9% em relação a julho deste ano e de 46,6% na comparação com agosto de 2010. Somente em intermediários para fertilizantes, foram importados mais de US$ 1 bilhão em agosto, 174,8% mais do que no mesmo mês do ano passado. De janeiro a agosto, as compras externas de produtos químicos somam US$ 27,2 bilhões, aumento de 29,5% frente ao mesmo período de 2010.

As exportações, de US$ 1,5 bilhão em agosto, declinaram 5,3% na comparação com julho, embora tenham crescido 33,1% em relação ao mesmo mês de 2010. No acumulado do

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ano, as vendas externas alcançaram US$ 10,5 bilhões, valor 24,6% superior ao registrado em igual período do ano passado. O déficit na balança comercial de produtos químicos, até agosto, chegou a US$ 16,8 bilhões, 32,8% mais do que o registrado em igual período de 2010. Nos últimos 12 meses (setembro de 2010 a agosto deste ano), o déficit é de US$ 24,8 bilhões.

De janeiro a agosto, as importações de intermediários para fertilizantes, os produtos químicos mais importados pelo País, somaram US$ 5,3 bilhões, praticamente o dobro do valor registrado no mesmo período de 2010. As importações desses produtos superaram até mesmo a compra de medicamentos para uso humano, que chegaram a US$ 3,3 bilhões. Para a diretora de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, a adoção de uma política específica para o uso do gás natural como matéria-prima poderia incentivar os investimentos na produção de intermediários para fertilizantes no País. “Essa é uma medida que está prevista na Lei do Gás, mas até o momento ela não foi regulamentada”. Para Denise, o déficit em produtos químicos continuará crescendo caso não sejam estimulados investimentos no setor.

As indústrias químicas engrossaram a fila de empresários, ao lado dos segmentos siderúrgico e de alumínio, que já procuraram o governo federal para pedir um pacote de medidas de apoio ao setor. O setor químico e petroquímico é um dos que mais apresentam déficit na balança comercial. No início deste mês, o governo anunciou o Plano Brasil Maior, de incentivo à política industrial, como desonerações tributárias, financiamento à inovação, aplicação de recursos em setores de alta e média-alta tecnologia, além do fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas inovadoras. Na indústria do aço, além da carga tributária elevada do país, os representantes apontam o aumento da importação direta e indireta de aço (levando à desindustrialização), a guerra fiscal entre os Estados e o câmbio. Um encontro com a presidente Dilma estava sendo agendado para este mês.

A maior petroquímica da América Latina, Braskem, espera um aumento no volume de vendas no terceiro trimestre ante o período de abril a junho por conta de motivos sazonais e avalia como fraco o crescimento apresentado até agora este ano. Apesar disso, o presidente da companhia, Carlos Fadigas, afirmou, em teleconferência com analistas, que a empresa não adotou política de redução de preços no Brasil para estimular as vendas. A empresa está adotando internamente preços internacionais. "Os números que temos visto estão vindo em linha com o ano passado. Onde eu gostaria de ver um crescimento de 7, 8 por cento para um PIB que cresce 3,7 por cento, a gente não está vendo. O segundo trimestre é uma indicação disso", afirmou Fadigas. No primeiro semestre, as vendas totais em volume de resinas da Braskem subiram 3 por cento sobre um ano antes, puxadas por vendas externas.

O apagão de energia elétrica que afetou os estados do Nordeste no início do ano comprometeu as vendas de nafta petroquímica pela Petrobras nos primeiros seis meses de 2011. Embora tenha evitado revelar o prejuízo causado pelo incidente, o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, confirmou que as vendas do derivado pela companhia tiveram queda de 1,9% no período. Diante do problema, o executivo revelou que a Braskem, sócia da estatal no setor petroquímico, estuda providências judiciais para compensar o prejuízo. Ocorrido entre a noite do dia 3 de fevereiro e a madrugada do dia 4, o

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apagão deixou oito estados da região Nordeste às escuras. Ao atingir o Polo Petroquímico de Camaçari (BA), o incidente causou a paralisação da central de matérias-primas do complexo. O executivo revelou que a interrupção provocada pelo apagão gerou perda da produção no Polo. A nafta petroquímica foi o único derivado cujas vendas apresentaram queda no primeiro semestre.