PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO · campo do tenente 2010 1. sumÁrio 1. introduÇÃo..... 4 2....
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 4
2. IDENTIFICAÇÃO........................................................................................... 4
2.1. ESTRUTURA FÍSICA.................................................................................... .5
2.2. ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR................................................. 6
2.3. RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE ............................................................. 7
2.4. RELAÇÃO DO PESSOAL TÉCNICO E FUNCIONÁRIOS........................... 8
2.5. TURNO DE FUNCIONAMENTO................................................................... 9
2.6. RECURSOS DIDÁTICOS ............................................................................. 9
2.7. PERFIL DA UNIDADE ESCOLAR ...............................................................10
3. OBJETIVOS GERAIS...................................................................................... 11
4. MARCO SITUACIONAL ................................................................................. 11
4.1. ESCOLARIDADE DOS PAIS ......................................................................13
4.2. RENDA FAMILIAR .......................................................................................14
4.3. MORADIA ....................................................................................................14
4.4. APROVEITAMENTO DOS ALUNOS ...........................................................14
4.5. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR .................................................................16
4.6. BASE NACIONAL COMUM ........................................................................16
4.7. MATRIZ CURRICULAR ...............................................................................16
4.8. PARTE DIVERSIFICADA ............................................................................17
5. COMPLEMENTO CURRICULAR ...................................................................17
5.1. ESTUDOS SOBRE O ESTADO DO PARANÁ ............................................17
5.2. EDUCAÇÃO DO CAMPO ............................................................................17
5.3. INCLUSÃO ...................................................................................................18
5.4. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO........................... 20
5.5. CULTURA AFRO BRASILEIRA................................................................... 21
6. MARCO CONCEITUAL................................................................................... 22
7. MARCO OPERACIONAL .........................................32
8. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL .......................................................................40
9. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................... 44
10. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ..................................................................46
10.1. ARTE ..........................................................................................................47
2
10.2. CIÊNCIAS................................................................................................... 83
10.3. EDUCAÇÃO FÍSICA...................................................................................93
10.4. ENSINO RELIGIOSO..................................................................................104
10.5. GEOGRAFIA ..............................................................................................108
10.6. HISTÓRIA...................................................................................................120
10.7. LINGUA PORTUGUESA.............................................................................135
10.8. MATEMÁTICA ...........................................................................................153
10.9. INGLÊS.......................................................................................................163
3
1. INTRODUÇÃO
Observando e seguindo as orientações da Constituição Federal, da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN 9394/96, Estatuto de Criança e do
Adolescente, do Conselho Estadual de Educação, e Secretaria de Educação do Estado
do Paraná, cultura e aspirações identificadas na Comunidade Escolar, a Escola Estadual
Alexandra Peichó, elabora suas metas e ações pedagógicas.
Este Projeto Político Pedagógico alicerça o trabalho pedagógico da nossa escola
com sua elaboração de forma contínua, pois ele fundamenta as transformações internas
da organização escolar e implica também nas transformações mais amplas tais como,
econômicas, sociais, políticas, educacionais, e culturais do educando e do meio social no
qual ele está inserido.
Tendo como objetivo norteador, os princípios da democratização no acesso e
permanência do aluno na escola, a participação da comunidade, a autonomia e
organização curricular, bem como a valorização dos profissionais e gestão democrática e,
principalmente, a promoção de estudos visando a adequação de novos métodos e
processos a fim de garantir a qualidade no processo ensino-aprendizagem de forma
satisfatória e o progresso contínuo da Escola Estadual Alexandra Peichó, que apresenta
seu PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.
2. IDENTIFICAÇÃO
A Escola Estadual “Alexandra Peichó” – Ensino Fundamental de 5ª à 8ª séries,
localizada no distrito de Lageado, rua Augustinho Tiburski s/n, município de Campo do
Tenente, Estado do Paraná, cep: 83870000, tel: (041) 36281617, e e.mail:
[email protected] . Autorizada pela Resolução nº 095/05 de 13 de janeiro
de 2005 como: “Escola Estadual Terezinha do Espírito Santo Lesniovies”.
Recebeu a atual denominação em agosto do mesmo ano, tendo em vista que, de
acordo com a legislação vigente, no Estado do Paraná não é permitido homenagens
oficiais às pessoas vivas.
Portanto, o nome Alexandra Peichó, foi adotado posteriormente e eleito pela
comunidade escolar, por meio de votação, em homenagem à ex-aluna Alexandra Peichó,
que sonhava em ser professora e o qual foi interrompido por uma doença que levou-a ao
óbito em seus 18 anos.
4
A professora Silvana Maria Arruda, fundou a escola em janeiro de 2005, foi eleita
pela comunidade escolar, com 100% de aprovação, assumiu o cargo e permanece até os
dias atuais.
2.1. Estrutura física
A escola desenvolve suas atividades em um prédio de alvenaria com 494,08m², e
cuja área aberta do espaço é de 1.103m². O espaço é de propriedade do Estado do
Paraná e tem dualidade administrativa com a Escola Rural Municipal de Lageado, que
desenvolve suas atividades no período matutino. Atende alunos da Educação Infantil e de
1ª a 4ª série, sobre responsabilidade do Município de Campo do Tenente.
O espaço físico construído é composto por:
• 05 salas de aula
• 01 biblioteca ( sala de professores e laboratório de informática )
• 01 banheiro feminino
• 01 banheiro masculino
• 01 secretaria
• 01 cozinha
• 01 área de serviço
A biblioteca funciona em condições precárias, sem espaço específico, não
possui um profissional capacitado para a função e seu acervo carece de exemplares
em áreas importantes de pesquisas para a produção de trabalhos pelos alunos,
professores e comunidade escolar, uma vez que é a única escola existente na
comunidade e que possui biblioteca.
Porém, constata-se a urgente necessidade da construção de:
• Uma biblioteca que atenda as necessidades da escola;
Um laboratório de Informática;
Um laboratório de Ciências;
Uma quadra para esportes;
Banheiros masculinos e femininos, para alunos, professores e funcionários;
Três salas, sendo: uma para prestar atendimento pedagógico, uma para os
professores que atualmente é inexistente e uma sala para secretaria;
Um refeitório para alunos e professores
5
Adequar a escola toda com a construção de rampas e banheiros para atendimento
aos alunos portadores de necessidades especiais (física).
2.2. Organização da Entidade Escolar
De acordo com a Resolução nº: 095/2005 de 13 de janeiro de 2005, que concedeu
a autorização de funcionamento do Ensino Regular, na modalidade de Ensino
Fundamental - 5ª a 8ª série a esta instituição e este espaço educacional atende essa
comunidade escolar desde então. Foi reconhecida com a resolução 12/89/2008, de 05 de
março de 2008 e atualmente atende cinco turmas no período vespertino, das 13:00 às
17:25.
Forma de organização de ensino está assim detalhada:
01 5ª “A” 33 alunos
01 6ª”A” 31 alunos
01 7ª “A” 21 alunos
01 7ª” B” 19 alunos
01 8ª” A” 18 alunos
TOTAL ALUNOS: 122
De acordo com a matrícula efetiva do ano de 2010 a Escola Estadual Alexandra
Peichó, está com 122 alunos regularmente matriculados e frequentes.
A forma de organização é a seriada, com a matriz curricular comum estruturada de
acordo com LDB 9394/96, sendo a disciplina de Língua Estrangeira Moderna, a Língua
Inglesa. O Ensino Religioso é facultativo no ato da matrícula e ofertado aos alunos de 5ª e
6ª séries. A proposta Curricular desta Escola segue a LDB 9394/96 e suas deliberações, a
Lei 10.639/2003 que subsidia a inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-
brasileira, cujo objetivo é “o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura
dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização
das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias e
asiáticas.”(Art. 1ª, § 2º, Deliberação nº 04/06 do Sistema Estadual de Ensino do Paraná),
lei nº13.381/01e a Deliberação nº07/06-CEE que institui a inclusão dos conteúdos
“História do Paraná” em todas as disciplinas, de acordo com a Constituição do Estado do
Paraná em seu Capítulo V, Artigo 207, §1º, Inciso X que torna obrigatória a Educação
6
Ambiental em todos os níveis de ensino.
A Educação do Campo vem contribuir na preservação e na transformação de
processos culturais, de relações de trabalho, de relações de gênero, de relações entre
gerações no campo; também os saberes ajudam a construir novas relações entre campo
e cidade.
2.3. Corpo docente da Escola Estadual Alexandra Peichó - 2010.
• 09 professores
• 01 diretora
• 01 pedagoga
• 01 secretária
• 01 técnico administrativo
03 agentes de apoio.DOCENTES FORMAÇÃO ATUAÇÃO AULA/ATIV.
Celina Mazur Karpinski Geografia Geografia
Ensino
Religioso
15H/04
02H
Giovana Luiza Napolis de Lima Letras Português 16H/04
Josicarlos Peron História História 17H/04
Juliana Serpe Ribas Matemática Matemá. 05H/01
Adilce da C. Faria da Silva Ciências Ciências 16H/04
Franciele Alves dos Santos Arte Arte 10H/02
Danieli Cristine Torres LP/Ed.Física Ed. Física 15H/03
Márcia Cristina Ruthes Letras Inglês
Português
10H/02
03H/01
Angelina Ferro Alves Matemática Matemá. 16H/04
2.4. Relação de pessoal Técnico e Funcionários
NOME FORMAÇÃO ATUAÇÃO AULA/ATIV
7
Amauri Cavalheiro Ensino Médio Agente de
apoio
20H
Eva Euko
Zaveirucha
Ensino Médio Agente de
apoio
20H
Jacqueline D. N.
dos Santos
Graduada em Pedagogia/LP Téc. Admin. 20H
Lina Leticia.
Werner Rosa
Graduada em História e Pós-Graduada
em Psicopedagogia
Téc. Admin. 20H
Natália de Jesus
Ponciano
Ensino Médio Completo Agente de
Apoio
20H
Silvana Maria
Arruda
Letras/LP Pós – Graduada em
Magistério de 1º e 2º graus
Diretora 20H
Tereza B. dos
Santos
Graduada em Pedagogia
Pedagoga
20 H
A escola conta em seu quadro funcional com nove professores habilitados. Todos
participam dos cursos e palestras de formação continuada oferecidos pela SEED. Porém,
mesmo diante da formação desses profissionais, existem fatores que contribuem de forma
negativa no processo ensino-aprendizagem:
− Falta de compromisso com as ações propostas pela escola;
− Falta de exclusividade devido ao complemento da carga horária em outras
− escolas;
− Distância da escola com o local de residência;
− Falta de didática e metodologias diversificadas na prática pedagógica.
2.5. Turno de Funcionamento
Turno matutino: das 8:00 às 12:00 – Escola Rural Municipal de Lageado, de 1ª a 4ª
série, com disposição do espaço à Escola Estadual Alexandra Peichó para montagem de
ambientes pedagógicos.
Turno vespertino das 13:00 às 17:25, a Escola Alexandra Peichó, de 5ª a 8ª série do
Ensino Fundamental, das séries finais
8
2.6. Recursos didáticos
Dispõe dos equipamentos básicos necessário para a prática pedagógica,
entretanto, faltam espaços adequados para a utilização destes, com exceção da biblioteca
que funciona no mesmo espaço do laboratório de informática, espaço este, planejado pelo
Projeto Paraná Digital.
ÓRGÃO QUANTIDADE MATERIAL
0472 01 Caixa de som Classic Line 160
0472 01 Impressora Espson Stillus 640
0472 01 Aparelho Fax /Telefone
0470 01 Carrinho p/ transportar TV/Vídeo e DVD (de ferro)
0470 04 Mesas para professores
0470 03 Armário de aço c/ 02 portas cada
0470 01 Arquivo de aço c/ 04 gavetas
PROEM 01 Armário aço c/ 16 portas
PROEM 05 Estantes de aço
0470 01 Vídeo Cassete
0472 01 Aparelho de DVD
0472 01 Câmera Fotográfica Sony DSC W 30
0470 01 Aparelho de TV
0472 01 Aparelho de Som Exces
0472 01 Aparelho de som Mega Star
0472 01 Câmera Fotográfica Sony
0472 05 Ventiladores de teto
0033 05 Televisores Pen Drive
0033 16 Computadores do programa Paraná Digital
0472 01 Computador
OBS: Os códigos referem-se ao órgão a que pertencem os bens
relacionados, sendo:
0033: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO.
0470: FUNDEPAR
9
0472: FUNDEPAR E APMF
Recursos Financeiros:
A Escola Estadual Alexandra Peichó, recebe recursos financeiros provindos de:
• Fundo Rotativo: verba mensal, dos cofres do Estado do Paraná, para a
manutenção de necessidades imediatas de materiais de limpeza e administrativas.
• Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) verba anual, oriunda do Governo
Federal destinado à compra de Bens de Capital e Consumo.
Além da ajuda dos projetos citados a escola também recebe colaborações
espontâneas dos funcionários e através da A.P.M.F, que realizam promoções (Bingos,
festas e outras atividades).
2.7. Perfil da comunidade escolar
A Escola Estadual Alexandra Peichó, atende alunos moradores do Meio Rural que
se concentram a uma distância de 13 Km da escola. São moradores das localidades de:
Morrinho Alto, Lageado, Br 116, Serrinha, Moreira, além da clientela que reside próximo a
escola, dos quais 117 utilizam o transporte escolar fornecido pela Prefeitura Municipal.
São filhos de: tratoristas, cortadores de pinos, agricultores e autônomos, com nível
econômico baixíssimo, visto que o IDH do município se encontra abaixo de 0,7 (sete
décimos). Diante disso, a maioria da comunidade escolar é de nível cultural relativamente
baixo, pois o município oferece poucas atividades à ela. Não há teatro, cinema, entre
outros, limitando-se apenas a festas religiosas, escolares e campeonatos desportivos.
3. OBJETIVOS GERAIS
O Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Alexandra Peichó, tem como
objetivos:
- Analisar de forma crítica os problemas do contexto social onde a escola está
inserida, debatendo sobre as possibilidades de intervenção na realidade vigente,
buscando transformação da mesma, no âmbito educacional, social, econômico
político e cultural.
- Alicerçar o trabalho pedagógico escolar num processo de construção contínua,
assegurando a formação comum indispensável para o exercício da cidadania,
participação ativa na vida sócio-econômica, cultural e política.
- Oportunizar a participação e comprometimento dos profissionais da educação e
10
outros segmentos interessados na qualificação e formação continuada.
4. MARCO SITUACIONAL
Poucos alunos da escola Estadual Alexandra Peichó tem condições para se
deslocar e participar de eventos culturais e ou algum programa diferenciado em cidades
maiores.
O transporte coletivo é o principal meio de locomoção para grande parte dessa
comunidade. As residências de modo geral são construídas com madeira e, com algumas
exceções em alvenaria, e em alguns casos, não tem o número de cômodos suficientes
para abrigar todos os membros da família, no entanto, mesmo com o baixo nível
econômico, os moradores são proprietários dos imóveis.
O acesso aos meios de comunicação se limita ao rádio e televisão, com pouco
acesso a jornais, livros, revistas e Internet. No entanto, muitos dispõem de telefone
celular.
A presença da família se faz em momentos de visitas à escola, sempre que os pais
ou responsáveis sintam necessidade. São convidados constantemente para participar do
processo educativo, através das reuniões e eventos. É importante ressaltar que a
comunidade não está habituada a participar efetivamente das atividades escolares,
alegando a distância da mesma e as atividades profissionais.
Os moradores da região, são de descendência polonesa, italiana, cabocla,
portuguesa e negra, cultivam as tradições. Possuem capelas que são visitadas
mensalmente pelo padre e realizam cultos dominicais. Próximo da escola tem uma igreja
católica, onde predomina a religião, e também templos evangélicos, dos quais muitos dos
alunos fazem parte.
As diferenças sociais são marcantes, características que, muitas vezes interferem
na vida e no comportamento dos alunos, os quais não priorizam os estudos e ainda
desconhecem os conceitos básicos para o desenvolvimento da cidadania. Mesmo com as
leis que os amparam, precisam desenvolver o senso de responsabilidade, de
conhecimento e de criticidade diante de suas atitudes comportamentais, pois muitos, sem
saber, executam trabalho escravo, prestando serviços aos detentores do poder em troca
de alguns trocados e sem os direitos trabalhistas.
11
Alguns alunos possuem baixa estima, devido às famílias desinformadas e
desestruturadas, que na educação, de certa forma, ocasiona menor aproveitamento
escolar, sendo um dos desafios da escola. Entretanto, outros são participativos nas
atividades propostas, realizam pesquisas, participam dos eventos e projetos
desenvolvidos pela escola, gostam de praticar esportes, participam dos campeonatos de
xadrez nas localidades e escolas vizinhas ou em outras cidades, estimulados pela direção
e professora de Educação Física. As meninas gostam de participar com números de
danças nas apresentações em ocasiões especiais, (já que é um momento de realizar algo
diferenciado do cotidiano da sala de aula), mesmo a escola sendo o único referencial de
cultura na comunidade.
Raramente ocorre a chegada tardia dos alunos, pois a maioria utiliza o transporte
escolar, e quando isso acontece, os mesmos se dirigem à direção e fazem suas
justificativas e após a autorização são encaminhados à sala de aula.
Diante das faltas de professores e/ou funcionários e até mesmo de alunos, serão
justificadas se forem atendidas as legislações vigentes do país e/ou estado do Paraná. No
caso de faltas não justificadas, são respeitadas as legislações, procedendo-se com o
registro de faltas injustificadas.
Uma das medidas adotadas para reduzir o índice de evasão escolar é a ficha de
Comunicação do Aluno Ausente – FICA, na qual, quando o professor constata a ausência
do aluno por cinco (05) dias consecutivos ou, 07 (sete) alternados no período de um mês
e esgotadas todas as iniciativas do seu cargo, comunicará o fato à equipe pedagógica da
escola, a qual entrará em contato com a família, orientando e adotando procedimentos
que possibilitem o retorno do aluno à escola, com notificação ao Conselho Tutelar.
Nos últimos dois anos os dados obtidos em relação aos alunos foram: 95% de
aprovação, 2% reprovados, 2% aprovados por conselho de classe 1% evadidos .
A escola segue o calendário escolar estabelecido e aprovado pelo Núcleo Regional
de Educação do Estado do Paraná (NREAM-SUL), onde consta 200 dias letivos previstos
na legislação. Os dias estão subdivididos em 04 bimestres, com início do ano letivo no
mês de fevereiro e o término no mês de dezembro com recesso de 09 dias. Nos meses
de julho e agosto ocorre o recesso escolar com 23 dias para os alunos. A necessidade de
recesso escolar sanitário depende fundamentalmente, de avaliação da situação
epidemiológica da Influenza AH1N1 considerando a recomendação preventiva nº005/2009
da Secretaria de Estado da saúde do Paraná, da Influenza AH1N1 no Estado, monitorado
por região pela Secretaria Estadual da Saúde, podendo inclusive flexibilizar o período de
12
férias. O calendário contém 06 dias de formação continuada para os profissionais da
educação coordenados pela pedagoga, além dos conselhos de Classe que ocorrem todo
final de cada bimestre, replanejamento e reuniões pedagógicas. Bimestralmente a
pedagoga participará dos cursos de capacitação, desenvolvidos por profissionais de apoio
pedagógico da Área Metropolitana Sul, denominada Jornada Pedagógica.
4.1. ESCOLARIDADE DOS PAIS
De acordo com a pesquisa sócio-econômica, realizada em abril de 2010, obteve-se
os seguintes resultados, com 124 alunos entrevistados (população 100%):
Quantidade Analfabetos
%
1ª/4ª
%
5ª/8ª
%
Ens. Médio
Incompleto
Ens.Médio
Completo
3º Grau
124 4% 65% 11% 10% 8% 2%
4.2. RENDA FAMILIAR
Sem renda 01 - salário 01 a 03-
salários
03 a 05-salários Mais de 05-
salários
% % % % %
4,4 56,6 35 3 0
4.3. MORADIA
Própria Alugada Cedida
% % %
96 1 3
4.4. APROVEITAMENTO
TOTAL NÚMERO DE
ALUNOS MATRICULADOS
APROVA-
DOS
REPROVA
-
DOS
EVADIDOS APROVA-
DOS POR
CONSE-
LHO DE
13
CLASSE
ANO 2008 138 90% 5% 3% 2%
ANO 2009 131 95% 2% 1% 2%
A escola Alexandra Peichó alcançou a meta ficando acima da meta do IDEB para 2009:
Alguns fatores influenciam no desenvolvimento comportamental e intelectual dos
alunos, entre eles:
• Indisciplina;
• Falta de espaço próprio e adequado para as atividades diversificadas e esportivas;
• Idade de alguns dos alunos, elevada e inadequada à série que frequenta.
• Dificuldades de aprendizagem;
• Distancia da localidade onde mora e a escola;
• Situação sócio-econômica e cultural;
• Falta de expectativa de vida;
Desestruturação familiar (desde o cumprimento de suas funções, até a falta de
limites). A equipe administrativa e pedagógica é composta por profissionais QPM, e a
minoria PSS, habilitados com cursos superiores e pós-graduados.
14
Escola: Estadual Alexandra Peichó Município: Campo do Tenente – PR
Resultados da Rede Estadual – Anos Finais do Ensino Fundamental
Taxa de AprovaçãoProva Brasil/SAEB
IDEB Meta do IDEB Nível Matemática Língua Portuguesa
2005 2007 2009 2005 2007 2009 2005 2007 2009 2005 2007 2009 2007 2009 2011
Brasil 76,3 78,7 80,5 232,87 241,63 242,86 226,60 229,96 239,73 3,3 3,6 3,8 3,3 3,5 3,8
Paraná 75,7 82,3 82,6 238,13 252,13 250,74 223,11 235,72 246,23 3,3 4,0 4,1 3,3 3,5 3,8
Município 3,3 3,7 3,8 3,3 3,4 3,7
Escola 87.8 95.9 4,5 4,7
Dados disponíveis em: http://portalideb.inep.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=6&Itemid=6
2005 2007 2009 2011
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0,0 0,0
4,5
0,0 0,0
4,7
IDEB e Projeções da escolaAnos Finais
IDEB Meta
2005 2007 2009
0
1
2
3
4
5
IDEB Anos Finais - Rede Estadual - 2005/2009
Brasil Paraná Município Escola
4.5. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
A Organização Curricular se faz de acordo com o previsto na LDB 9.394/96,
Estatuto da Criança e Adolescente e nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.
A atual Diretriz Curricular apresenta em sua composição as disciplinas de: Arte
Paranaense, Ciência e Pesquisa, Língua Estrangeira Moderna- Inglês, Cultura brasileira e
Afro descendente e Inclusão.
4.6. BASE NACIONAL COMUM
A Base Nacional Comum comporta 75% das Disciplinas presentes na Diretriz
Curricular, sendo elas:
• Língua Portuguesa
• Matemática
• Ciências
• História
• Geografia
• Inglês
• Educação Física
• Arte
• Religião (facultativa de 5ª a 8ª)
4.7. QUADRO CURRICULAR – ENSINO FUNDAMENTAL – 5ª A 8ª SÉRIES - 2010
ESCOLA ESTADUAL ALEXANDRA PEICHÓ – MUNICÍPIO DE CAMPO DO TENENTE –
TURNO: MATUTINO
Dias letivos anuais: 200 - Semanas letivas: 40 - Módulos – aulas: 50'
Dias letivos semanais: 05 - Carga horária anual: 3.338:24
PARTES SÉRIE 5ª 6ª 7ª 8ª
BNC CONTEÚDO AS CHA AS CHA AS CHA AS CHA
15
ARTE 2 67:07 2 67:07 2 67:07 2 67:04
CIENCIAS 3 100:00 3 100:00 3 133:34 4 133:34
EDUCACAO
FISICA
3 100:00 3 100:00 3 100:00 3 100:00
GEOGRAFIA 3 100:00 3 100:00 3 100:00 3 100:00
HISTORIA 3 100:00 3 100:00 4 100:00 3 100:00
LINGUA
PORTUGUESA
4 133:34 4 133:34 4 133:34 4 133:34
MATEMATICA 4 133:34 4 133:34 4 133:34 4 133:34
PARTE
DIVERS.
L.E.M.-INGLES 2 67:07 2 67:07 2 67:07 2 67:07
ENSINO
RELIGIOSO
1 33:34 1 33:34 - - - -
TOTAL 9 25 834:56 25 834:56 25 834:56 25 834:56
Além das disciplinas afins, serão desenvolvidos em forma de projetos e
atividades complementares, assuntos para o enriquecimento dos conteúdos.
4.8. PARTE DIVERSIFICADA
A Língua Estrangeira Moderna
Nesta instituição, optou-se pela língua Inglesa.
5. COMPLEMENTO CURRICULAR
5.1. Estudos sobre o Estado do Paraná
Os estudos sobre o Estado do Paraná serão abordados de forma mais direta nas
disciplinas de história, geografia e português, e de forma indireta em todas as demais
ministradas.
5.2. Educação do Campo
A escola atende alunos que residem na área rural e, diante deste pressuposto, será
enfocado em todas as disciplinas, temáticas direcionadas a comunidade que atende, pois
embora não sendo agricultores, moram na zona rural onde muitos trabalham como
16
diaristas para aqueles que possuem terras, através de empreitadas, e/outra forma de
trabalho que vêm desde a colheita da maçã, da batatinha e outras culturas produzidas no
município.
A Educação do Campo busca atender a formação do ser humano capaz de ser
sujeito construtor de um determinado projeto de sociedade. A perspectiva da Educação do
Campo é a de educar os que trabalham no campo, para que se encontrem, se organizem
e assumam a condição de sujeitos da direção de seu destino, aprendendo a pensar seu
trabalho, seu lugar, seu país, e sua educação.
5.3. Inclusão
As Diretrizes Curriculares preconizam a atenção à diversidade da comunidade
escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de adaptações curriculares
pode atender as necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. Consideram que
a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam em conta não só as
capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e
motivações.
A diversidade está focalizada no direito de acesso a escola, visando a melhoria da
qualidade do ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem como perspectivas
de desenvolvimento e socialização. A Escola, nessa perspectiva, busca consolidar o
respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade. As diferenças vistas não
como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, como fatores de
enriquecimento.
A Escola Alexandra Peichó em atendimento a LDB e as Diretrizes Curriculares,
destaca entre seus objetivos, mesmo não possuindo alunos com necessidades físicas
especiais, o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais, cuja
meta é assegurar condições para o ingresso e a permanência dos mesmos através das
seguintes ações em curto prazo através de parcerias:
Flexibilização do processo ensino-aprendizagem de modo a atender às
diferenças individuais;
Complementação do currículo, com propostas curriculares diversificadas
para atender a todos, propiciando seu progresso em função de suas potencialidades e
diferenças individuais;
Oferta de subsídios aos professores para a realização de suas funções
através de estudos de documentos, sugestões de leituras, dinâmicas organizadas pelos
17
serviços de orientação educacional e psicologia através do NRE, serviços da Ação Social
do município, troca de experiências entre docentes e reuniões com a equipe educacional
escolar;
Envolvimento de toda comunidade escolar no processo de inclusão
através de reuniões com a equipe de apoio técnico pedagógico da SEED/ Núcleo
Regional de Educação;
Cumprimento do Programa Mobilização para a Inclusão Escolar e a
Valorização da Vida, para combater a exclusão escolar como um compromisso não só
dos educadores ou do Estado, mas de toda a sociedade.
Para desenvolver esse programa e obter êxito, quando constatado que o
aluno evadiu-se da escola, buscam-se soluções para eliminar tais dificuldades e/ou
recorre-se ao Conselho Tutelar (através do programa FICA) para assim combater a
Exclusão Escolar (crianças e adolescentes que tenham sido excluídos por evasão ou por
não acesso à escola). Sabe-se que todas as crianças e adolescentes de ambos os sexos,
que se encontram fora do sistema educacional (independentemente dos motivos que o
levara à exclusão) muitos deles estão apenas matriculados na escola e sem frequência
regular.
Compreende-se que é difícil, mas é preciso reconhecer, questionar e quebrar
preconceitos, estimulando generosidade, acolhimento e respeito.
A Escola deve também aperfeiçoar suas ações pedagógica, sem considerar a
Educação Especial uma parte separada da Educação, pois “Quem educa, educa a todos.”
“... a escola precisa ressignificar suas funções políticas, sociais e pedagógicas,
adequando seus espaços físicos, melhorando as condições materiais de trabalho de
todos os que nela atuam, estimulando neles a motivação, a atualização dos
conhecimentos, a capacidade crítica e reflexiva, enfim, aprimorando suas ações para
garantir a aprendizagem e a participação de todos, em busca de atender as necessidades
de qualquer aprendiz, sem discriminações. (CARVALHO, p.64, 2004)
A presença crescente, na rede regular de ensino, de crianças e jovens com
necessidades educacionais especiais, exige antes de tudo uma mudança de atitude, não
só dos professores, mas também de toda a comunidade escolar. Queremos não só o
acesso, mas também a permanência do educando na Escola, desenvolvendo a sua
criticidade, sua criatividade, tornando-se um cidadão consciente do seu papel na
sociedade e de seus ideais.
18
A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) nº 9394/96, estabeleceu que a Educação é “direito” de todos, garantindo
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência; no entanto, se faz
necessário que os profissionais da Escola sejam capazes e estejam preparados para tal
atendimento, prevendo as necessidades, as limitações, as potencialidades e os interesses
de cada aluno, ou seja, individualizando o ensino de acordo com cada necessidade
específica.
A primeira medida da escola é construir uma comunidade escolar inclusiva,
baseada em seus propósitos. Preparando a equipe para trabalhar de maneira
cooperativa, compartilhando seus conhecimentos específicos, os quais são os propósitos
fundamentais do processo de desenvolvimento de uma equipe em progresso contínuo.
5.4. Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)
Diante da modernização da sociedade, caracterizada pela revolução eletrônica,
vinculada ao processo produtivo, ficará comprometida a escola que em sua prática
pedagógica não assuma uma incorporação tecnológica como princípio educacional.
Embora a tecnologia seja um recurso, sua utilização correta pode transformar-se num
princípio pedagógico que irá dinamizar a “ação” do aluno e do professor, em
“interatividade”, “produtividade” e “prazer” em usá-la e, se possível, dominá-la.
O conhecimento e o domínio das tecnologias, trazem enormes vantagens para
professores e alunos em sua vida social. É a tecnologia a serviço do homem e da
educação, e não o oposto.
A mídia eletrônica está alterando, profundamente, não só as formas de armazenar,
acessar, produzir e difundir conhecimento, como também de redimensionar os próprios
mecanismos psicológicos e intelectuais do processo ensino-aprendizagem. As novas
tecnologias estão pressionando à criação de novos cenários pedagógicos, gerando uma
nova cultura, determinando novas escalas de valores e seus efeitos comportamentais. Por
isso, sonegar a tecnologia de ponta às gerações que estão sendo educadas, é uma
irresponsabilidade histórica, comprometendo profundamente o desenvolvimento humano
e social.
A Escola Estadual “Alexandra Peichó”, considera o uso das tecnologias de
informação e comunicação de suma importância tanto na proposta de formação
continuada quanto no plano de ação da escola, e reconhece que para exercer a cidadania
plena, é necessário ter acesso as novas TICs e às informações, bem como saber utilizá-
19
las, no entanto, a maioria dos profissionais estão em fase de adaptação e ainda preferem
não usufruir efetivamente desses recursos, ficando o uso restrito ao rádio e televisão, já
que o Programa Paraná Alfabetizado, recentemente instalado na escola e não atende as
expectativas diante ao mal funcionamento dos aparelhos devido a problemas com
energia; número insuficiente de aparelhos para o atendimento aos alunos; falta de um
Técnico na área de informática que contribua para com o atendimento aos alunos e
demais profissionais.
5.5. Cultura Afro-Brasileira e Africana
Em conformidade com a Lei nº 10.639/03, de 09 de janeiro de 2003, que altera a lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da Educação
Nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino, a obrigatoriedade da
temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, a escola está buscando cumprir o
estabelecido na Constituição Federal, que assegura o direito à igualdade de condições de
vida e de cidadania, assim como garantir igual direito às histórias e culturas que compõem
a nação brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes de cultura nacional a
todos os brasileiros.
Um dos aspectos valorosos da lei é a exposição do assunto, impõe a diversidade
cultural e racial para quem negou-se até agora em ver que os afro-brasileiros existem,
foram e são sujeitos na construção da sociedade brasileira. Existe a história, a cultura, a
memória e valores dessa raça que precisam ganhar amplitude e status de conhecimento
também dentro da sala de aula.
Assim, ao determinar a inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos
currículos da Educação Básica, a lei busca valorizar devidamente a história e cultura do
povo negro, na perspectiva de não apenas elevar a autoestima e compreensão de sua
etnia, mas de todas as raças, na perspectiva da afirmação de uma sociedade multicultural
e pluriétnica.
Com respeito à Lei nº 10639/03, esta escola desenvolve atividades diversificadas
em sala de aula, onde as turmas fazem pesquisas e apresentações artísticas sobre a
cultura Afro-Brasileira e Africana, desenvolvendo e enriquecendo seus conhecimentos a
respeito do assunto.
6. MARCO CONCEITUAL20
A Escola Estadual Alexandra Peichó procura seguir a filosofia proposta,
denominada Sóciointeracionista, fundamentada nas teorias de Lev S. Vygotsky.
Teoria Sócio-Construtivista ou Sócio-Histórica de Lev Seminovitch Vygotsky
(1896/1934)
Base Interacionista
Vygotsky nasceu na Bielo-Rússia em 05 de novembro de 1896. Formou-se em
literatura e direito na Universidade de Moscou e mais tarde estudou medicina. Pesquisou
sobre literatura, psicologia, deficiência física e mental e educação, dedicando-se aos
campos da pedagogia e psicologia.
Sua teoria tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um
processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse
desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social.
Pressupostos essenciais do modelo Sócio-Histórico de Vygotsky
Desenvolvimento do cérebro
A redução das reações biológicas é uma condição prévia para o aparecimento de
fenômenos psicológicos. Vygotsky e Luria (1930/1993) explicam isto na área da
percepção: a criança no início de sua vida tem apenas sensações orgânicas – tensão -
dor - calor, principalmente nas áreas mais sensíveis. Quando a criança deixa de sofrer
influência desses processos biológicos, passa a perceber a realidade. A percepção da
realidade requer processos biológicos como determinantes de experiência, permitindo que
seu organismo passe a ser afetado por fatores externos.
Evidentemente só a realidade dos fatores externos não determinam completamente
essa percepção. A informação de que esses processos biológicos tornam-se disponíveis
no organismo é organizada pela própria criança através de experiência social e cultural.
Ela passa a ver o mundo com sua própria visão, administrando- o sob seu ponto de vista.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano sinalizam
que o cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades
para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam a ideia de que a
criança nasce dotada apenas de FUNÇÕES PSICOLÓGICAS ELEMENTARES, como os
reflexos e a atenção involuntária, presentes em todos os animais mais desenvolvidos.
21
Com o aprendizado cultural, no entanto, parte dessas funções básicas transforma-se em
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES, como a consciência, o planejamento e a
deliberação, características exclusivas do homem. As funções psicológicas superiores são
construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o mundo. Desse
modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos voluntários, ações
conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem.
Essa evolução acontece pela elaboração das informações recebidas do meio. Com
um detalhe importantíssimo, ressaltado pela psicóloga Cláudia Davis, da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP): "As informações nunca são absorvidas
diretamente do meio, são sempre intermediadas, explícita ou implicitamente, pelas
pessoas que rodeiam a criança, carregando significados sociais e históricos". Isso não
significa que o indivíduo seja como um espelho, apenas refletindo o que aprende. "As
informações intermediadas são reelaboradas numa espécie de linguagem interna",
explica o pedagogo João Carlos Martins, diretor pedagógico do Colégio São Domingos,
de São Paulo. "É isso que caracterizará a individualidade".
Natureza social
Vygotsky interessou-se por enfatizar o papel da interação social ao longo do
desenvolvimento do homem. Isto quer dizer que o homem é herdeiro de toda a evolução
filogenética (espécie) e cultural, e seu desenvolvimento dar-se-á em função das
características do meio social em que vive. Donde surge o termo sócio-cultural ou
histórico atribuído nesta teoria. E assim, assinalam-se constantemente a busca de
explicar os processos mentais superiores baseados na imersão social do homem que por
sua vez é histórico, ontológico e filogenético.
Atento à "natureza social" do ser humano, que desde o berço vive rodeado por
seus pares em um ambiente impregnado pela cultura, Vygotsky defendeu que o próprio
desenvolvimento da inteligência é produto dessa convivência. Para ele, "na ausência do
outro, o homem não se constrói homem".
Enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos,
mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de
que dispõe, portanto, enfatiza a construção do conhecimento como uma interação
mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma
ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação
feita por outros sujeitos. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da
22
organização do ambiente e do mundo cultural que o rodeia.
A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da
realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do
mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante
processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.
Conceitos básicos da teoria de Vygotsky
Mediação
A questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o
meio e, portanto, o conhecimento é sempre mediado.
Para Vygotsky, a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de
ser biológico em ser humano. É pela APRENDIZAGEM nas relações com os outros que
construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental.
A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto
qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de
organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio
dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente
transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas
diferenciadas. Por isso, a linguagem é duplamente importante para Vygotsky. Além de ser
o principal instrumento de intermediação do conhecimento entre os seres humanos, ela
tem relação direta com o próprio desenvolvimento psicológico. Maria Teresa Freitas
resume: "Nenhum conhecimento é construído pela pessoa sozinha, mas sim em parceria
com as outras, que são os mediadores".
Processo de internalização
O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do
funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que
deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna; é interpessoal e se torna
intrapessoal.
O sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se
constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com os outros sujeitos e
consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que
permite a formação de conhecimentos e da própria consciência.
Para Vygotsky, o desenvolvimento cultural da criança aparece segundo a lei da
23
dupla formação, em que todas as funções aparecem duas vezes: primeiro no nível social
e depois no nível individual; ou seja, primeiro entre as pessoas (interpsicológica) e depois
no interior da criança (intrapsicológica). Poder-se-ía assim dizer, que o desenvolvimento
cultural do aluno, assim como sua aprendizagem, se dará mediante o processo de relação
com o professor ou com outros alunos mais desenvolvidos. Em outras palavras, os
vygotskianos entendem que os processos psíquicos, as aprendizagens entre eles,
ocorrem por assimilações de ações exteriores, interiorizações desenvolvidas através da
linguagem interna que permite formar abstrações.
Para Vygotsky, a finalidade da aprendizagem é a assimilação consciente do mundo
físico mediante a interiorização gradual de atos externos e suas transformações em ações
mentais.
Nesse processo, a aprendizagem se produz, pelo constante diálogo entre o exterior
e interior do indivíduo, uma vez que para formar ações mentais tem que partir das trocas
com o mundo externo, cuja da interiorização surge a capacidade de atividades abstratas
que a sua vez permite elevar a cabo ações externas.
O que nos faz pensar que esse processo de aprendizagem se desenvolve do
concreto (segundo as variáveis externas) ao abstrato (as ações mentais), com diferentes
formas de manifestações, tanto intelectual, verbal e de diversos graus de generalizações
e assimilações.
Dois níveis de desenvolvimento
Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky:
Desenvolvimento real: É determinado por aquilo que a criança é capaz de fazer por si
própria porque já tem um conhecimento consolidado. Se domina a adição, por exemplo,
esse é um nível de desenvolvimento real.
Desenvolvimento potencial: se manifesta quando a criança realiza tarefas mais
complexas, orientadas por instruções e com a ajuda de um adulto ou por resultado da
interação com iguais. Por exemplo, uma multiplicação simples, quando ela já sabe somar.
Zona de desenvolvimento proximal
Segundo Vygotsky, a evolução intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de
um nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o
conceito de ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, que definiu como a "distância
24
entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução
independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através
da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com
companheiros mais capazes". Cláudia Davis cita: "A zona proximal é a que separa a
pessoa de um desenvolvimento que está próximo, mas ainda não foi alcançado”.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas
de desenvolvimento proximal nas quais as interações sociais são centrais, estando então,
ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, interrelacionados; assim, um
conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre
um grau de experiência anterior para a criança.
Tomada de consciência
Vigotsky abstrai que o ser humano é criado histórico e socialmente, e que suas
relações com a natureza e com os outros homens no nível da consciência são lidados de
forma espontânea apenas quando ele não tem percepção da consciência sobre aquilo
que está fazendo. Por outro lado, à medida que o homem toma consciência da
consciência que possui, mais e mais ele abstrai sobre seus atos e sobre o meio. Com isto,
seus atos deixam de ser espontâneos (no sentido biológico do termo) para se tornarem
atos sociais e históricos, envolvendo a psique do indivíduo. Observe que, nesse diverso
campo da consciência, existe como base metodológica e objeto de estudo a
intencionalidade da consciência.
Diríamos de certa forma, que para este autor a consciência é o estado supremo do
homem, o que na teoria vygotskiniana é chamado de Tomada de Consciência. E esses
elementos da consciência vão dar origem aos denominados processos mentais
superiores, os quais são diferentes dos processos mecânicos, por estes serem ações
conscientes, controladas ou voluntárias, envolvendo memorização ativa seguida de
pensamento abstrato.
Relação desenvolvimento/aprendizagem
Vygotski e a escola de psicologia dialética soviética e seus seguidores Luria
(1902/1977) e Leontiev (1903/1979) estabelecem uma relação inseparável entre
aprendizagem / desenvolvimento, chegando a afirmar que o desenvolvimento vem depois
da aprendizagem.
Aprendizagem é a assimilação consciente do mundo físico mediante a
interiorização gradual de atos externos e sua transformação em ações mentais.
25
Privilegiam o ambiente social. Entendem que os processos psíquicos e a aprendizagem
entre eles, são assimilações de ações exteriores e interiorizações desenvolvidas através
de linguagem que permite formar abstrações.
A aprendizagem é produzida através de um diálogo constante entre o exterior e o
interior do indivíduo, e as ações mentais são formadas a partir das variáveis externas
(concretas), que são interiorizadas surgindo a capacidade de atividade abstrata (ações
mentais) com várias formas de manifestação (material – ações externas - verbal –
linguagem - ou intelectual – pensamento) e diversos graus de generalização e
assimilação.
Costuma-se destacar que a abordagem de Vygotsky tem explicação das mudanças
de ordem qualitativa. Isto porque o autor preocupou em descrever e entender o que
ocorre ao longo da gênese de certas funções, assim como, no estudo da linguagem da
formação de conceitos, etc. Nessa teoria não se tem estágios de desenvolvimento
explicado detalhadamente sobre o surgimento e desenvolvimento das funções psíquicas
através de acumulação de processos elementares. Já que nessa abordagem não se
questiona o fato de que todos os indivíduos tenham uma capacidade de aprendizagem
que, inicialmente, está condicionada pelo nível de desenvolvimento alcançado. Mas existe
na teoria de Vygotsky, assim como na de Piaget - os diferentes níveis de funcionamento
psicológico, cada qual com características específicas:
• Pseudo-conceitos : aqui ainda a criança não consegue formular conceitos, mas o
pensamento ocorre por cadeia e de natureza factual e concreta. Nesta fase a criança se
orienta pela semelhança concreta visual, formando apenas um complexo associativo
restrito a um determinado tipo de conexão perceptual.
• Conceitos : formação de conceito atividade complexa e abstrata, que usa o signo, ou
palavra, como meio de condução das operações mentais.
•Conceitos cotidianos : aprendidos assistematicamente, estes conceitos dispensam a
necessidade da escola para a sua formulação.
• Conceitos científicos : constituído por um sistema hierárquico de inter-relação, são os
conceitos aprendidos na escola sistematicamente.
Nessa teoria há uma complexa relação entre o aprendizado e o desenvolvimento,
ao contrário do que se tem em Piaget, onde a curva do desenvolvimento antecede em
grande escala para que ocorra o aprendizado. Em Vygotsky, as curvas do aprendizado
não coincidem com as do desenvolvimento, sendo que quando a criança aprende algum
conceito, por exemplo: aritmética, o desenvolvimento dessa operação ou conceito apenas
começou. Não há paralelismo entre aprendizagem e o desenvolvimento das funções
26
psicológicas correspondentes. Tal relação é um processo extremamente complexo,
dialético, não linear e se dá aos saltos, mediante o surgimento de casos.
Pode-se deduzir desta proposta uma concepção de ajuda pedagógica que não
aparece na teoria Piaget, que tem em conta o desenvolvimento como limite para adequar
o tipo de conteúdo de ensino ao nível evolutivo do aluno. Em Vygotsky o que tem que
estabelecer é a sequência que permite o progresso de forma adequada, incentivando a
conquista de novas aquisições, sem esperar a maturação “mecânica” e evitando que pode
admitir as dificuldades para prosperar por não estabelecer um desequilíbrio adequado.
Vygotsky considera que a aprendizagem acontece antes do que o desenvolvimento.
Nesta concepção, aprender é passar do sistema de conceitos naturais
(pensamento vulgar ou senso comum), para o sistema de conceitos científicos que são os
que configuram sistemas de relações complexas e organizadas. Estas relações
complexas não se aprendem com procedimentos espontâneos, mas sim com uma
instrução planejada que agiliza e melhora as conquistas na zona de desenvolvimento
potencial.
A aprendizagem é considerada como parte de atividades coletivas que precedem a
aquisição individual (linguagem infantil: primeiro aparece como forma de comunicação,
depois se interioriza convertendo em linguagem interna). São as relações sociais que dão
ao indivíduo instrumentos para ativar os processos internos que favorecem o
desenvolvimento.
Nesta concepção a educação é considerada um sistema que facilita a apropriação
de conteúdos próprios de cada cultura.
Ambiente de Aprendizagem Sócio-Histórico
A educação não fica a espera do desenvolvimento intelectual da criança. Ao
contrário, sua função é levar o aluno adiante, pois quanto mais ele aprende, mais se
desenvolve mentalmente. Segundo Vygotsky, essa demanda por desenvolvimento é
característica das crianças. Se elas próprias fazem da brincadeira um exercício de ser o
que ainda não são, a escola que se limita ao que elas já sabem, é inútil.
Para Vygotsky, as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta
durante o processo de ensino-aprendizagem. Isto porque, a partir do contato com
pessoas mais experientes e com o quadro histórico-cultural, as potencialidades do
aprendiz são transformadas em situações em que ativam nele esquemas processuais
cognitivos ou comportamentais. Pode acontecer também de que este convívio produza no
indivíduo novas potencialidades, num processo dialético contínuo. Assim, como a
27
aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um papel essencial na
construção do ser psicológico e racional. A escola deve dirigir o ensino não para etapas
intelectuais já alcançadas, mas sim para estágios de desenvolvimento ainda não
incorporados pelos alunos, funcionando como um incentivador de novas conquistas
psicológicas. A escola tem ou deveria ter como ponto de partida o nível de
desenvolvimento real da criança (em relação ao conteúdo) e como ponto de chegada os
objetivos da aula que deve ser alcançado, ou seja, chegar ao potencial da criança. Aqui o
professor tem o papel explícito de interferir na zona de desenvolvimento proximal dos
alunos, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente.
Esse nível de desenvolvimento real que é abordado na teoria refere-se ao que a
criança no seu nível atual, real e efetivo, ou seja, aquilo que a criança consegue fazer
sem ajuda de outro. Enquanto que no nível de desenvolvimento proximal são as funções
que não amadureceram, mas estão em estado embrionário - diz respeito às
potencialidades e aos processos a longo prazo. Por conseguinte, o que ocorre para
Vygotsky é que o aprendizado progride mais rapidamente do que o desenvolvimento. Por
isto, a proposta do termo ZDP em sua teoria, e que é onde a escola deve atuar. É aí que o
professor, agente mediador (por meio da linguagem, material cultural entre outros),
intervém e auxilia para a construção e reelaboração do conhecimento do aluno, para que
ocorra seu desenvolvimento.
O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de
situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural.
Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com
sua interferência na zona proximal.
As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem
às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção
de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na
transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como
internalização mediada pela cultura.
O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da
interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói
de fora para dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos
instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental.
Um conceito só é caracterizado quando as características resumidas são
sintetizadas de forma que a resultante se torne um instrumento de pensamento. A criança
28
progride na formação de conceitos após dominar o abstrato e combinar com pensamentos
mais complexos e avançados. Na continuação da educação os conceitos tornam-se
concretos, aplicam-se às habilidades aprendidas, por instruções, e as adquiridas em
experiências da convivência social. Assim, a escola é o lugar onde a intervenção
pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, no qual a criança
aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e passarão a
trabalhar com essas situações de forma consciente. Se uma transformação social pode
alterar o funcionamento cognitivo e pode reduzir o preconceito e conflitos sociais, então
esses processos psicológicos são de natureza social. Devem ser analisados e
trabalhados através de fatores sociais.
Verifica-se ainda como fator relevante para a educação, decorrente das
interpretações das teorias de Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do
grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada
desses membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de
desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como intencionais,
deliberados, sendo o objeto dessa intervenção: a construção de conceitos.
Sob a ótica da teoria sócio-histórica, é preciso detectar aquilo que os alunos
conseguem fazer sozinhos. Em outras palavras, é preciso examinar a ZDP (Zona de
Desenvolvimento Proximal) destes alunos e partir para uma complexidade maior
intervindo por meio da linguagem numa interação rica de construção do saber. Por sua
vez, tem-se que lembrar que o aluno advém de meios sócio-culturais diferentes e que são
herdeiros de toda evolução filogenética e cultural a que estão submetidos. Além disto,
eles possuem capacidades cognitivas diferentes de apreensão da realidade. Por
conseguinte, a sala possui uma heterogeneidade ampla em que cada um de seus
membros tem sua história diversificada.
É tarefa específica da escola ajudar a construir um ideário que orienta a vida das
pessoas, e inclui também as ferramentas culturais de uma leitura mais precisa da
realidade em que vivem. E ajudar a construir uma visão de mundo fazendo em primeiro
lugar o inventário das concepções que educandos e educadores carregam em si; e
também enraizar as pessoas na história, para que se compreendam como parte de um
processo histórico. E isso tudo para tornar consciente, explicitar, interpretar, questionar,
organizar, firmar ou revisar ideias e convicções sobre o mundo, sobre a história, sobre a
realidade mais próxima, sobre si mesmos.
Para que a escola cumpra esta tarefa é necessário que a escolha dos conteúdos
29
de estudo e a seleção de aprendizados a serem trabalhados em cada momento não seja
aleatória, mas feita dentro de uma estratégia mais ampla de formação humana. E que se
busque coerência entre teoria e prática; entre o que se estuda e o ambiente cultural da
escola. A escolha dos conteúdos é analisada na medida em que se relacionam ou se
constituem como ferramentas para a construção de uma visão de mundo, um ideário de
vida permitindo aos educandos aprender como pensar sobre o que faz, sobre o que
estuda, sobre o que pensa.
Na Educação do Campo é preciso refletir sobre como se ajuda a construir desde a
infância uma visão de mundo crítica e histórica; como se aprende e como se ensina nas
diferentes fases da vida a olhar para a realidade enxergando seu movimento, sua
historicidade, e as relações que existem entre uma coisa e outra; como se aprende e
como se ensina a tomar posição diante das questões do seu tempo; a respeitar e ao
mesmo tempo reconstruir modos de vida; como se aprendem e como se ensinam utopias
sociais e como se educam valores humanistas; também como se educa o pensar por
conta própria e o dizer a sua palavra, e como se respeita uma organização coletiva.
Observa-se que a questão sobre se o desenvolvimento ocorre antes do ensino, ou
se a criança aprende primeiro para que se desenvolva, é polêmica no processo ensino-
aprendizagem. Porém quando junto dos alunos é possível observar que estes aprendem
determinados conteúdos quando tem condições intelectuais, ou seja, quando eles
possuem maturação cognitiva necessária a certo ensino. Por outro lado, é possível
também observar que o desenvolvimento de um indivíduo somente se dá depois de
determinado nível de aprendizado. E assim, aprendizado e desenvolvimento compõem
uma rica teia dialética nos processos cognitivos e psicológicos do indivíduo.
Porém questiona-se: será que a escola está sendo capaz de desenvolver as
habilidades cognitivas de seus alunos? Daí, o importante papel da escola, que em suas
atividades deveriam estar presentes: a instrução fundamental, bem como as motivações
que produzem a aprendizagem, ou a escola permanece no nível de desenvolvimento
atual, reproduzindo o conhecimento que o aluno já é capaz de adquirir sozinho, ou torna-
se um espaço de interação, aberta ao diálogo. É necessário que haja na escola espaço
para a transformação e desenvolver o potencial dos alunos. Assim, ela deve estar aberta
às diferenças e ao erro, às contradições e à colaboração mútua.
A escola almejada possui objetivo educacional voltado em desenvolver as funções
psicológicas e cognitivas de seus alunos. É necessário que esta, a partir das
potencialidades do aprendiz, permita o amadurecimento intelectual, com currículo que
forneça as condições necessárias para desenvolver os conceitos científicos.
30
A escola em seu cotidiano é um lugar de inúmeras e diversificadas práticas, as
quais, por sua vez, não se sustentam sem uma concepção de sociedade ou de mundo.
Portanto, esta diversidade de práticas está em permanente movimento no cotidiano da
escola onde queremos estar voltados para o êxito e não para o fracasso. Com isso os
Conselhos de escola e comunidade trouxeram para o cotidiano escolar vozes diferentes
para auxiliar no processo da escola, a direção, corpo docente, os técnicos, enfim, a escola
como um todo.
A educação precisa ser um instrumento que a sociedade deve utilizar para a
promoção do exercício da cidadania fundamentada nos ideais de igualdade, solidariedade
e justiça social, para tanto, se faz necessário provocarmos nossos alunos no sentido de
levá-los compreensão de que o grupo que caminha junto faz com mais segurança, por se
tornar mais forte e é esse movimento que se dá o nome de cooperação.
No que se refere a avaliação da aprendizagem escolar entende-se que ela adquire
seu sentido na medida em que se articula com o projeto pedagógico e com seu
consequente projeto de ensino, pois a avaliação subsidiará as decisões da aprendizagem
do educando, tendo em vista garantir a qualidade dos resultados que se está construindo.
7. MARCO OPERACIONAL
Ações desenvolvidas
Esta instituição procura estabelecer vínculos educacionais para poder garantir uma
educação de qualidade, onde o interesse do professor deve ser por aquilo que os alunos
já conhecem, é uma ocupação prévia sobre o tema que será desenvolvido e um cuidado
preliminar visando saber quais as “pré-ocupações” que estão nas mentes e nos
sentimentos dos educandos, possibilitando ao professor desenvolver um trabalho
pedagógico mais adequado, a fim de que os educandos, nas fases posteriores do
processo, apropriem-se de um conhecimento significativo para suas vidas.
Acreditando que educar é reconhecer limites e traçar novos caminhos, exige-se
que o cidadão saiba ser e viver junto, ou seja, que seja capaz de perceber que não está
sozinho no mundo, onde deve ser capaz de controlar suas emoções de forma
harmoniosa, participativa e responsável .
Importante se faz diante de uma concepção de inteligência, privilegiar além das
habilidades linguística e lógica matemática, como também a capacidade de
relacionamento consigo e com as demais habilidades artísticas e corporais, levando-se
31
em consideração o conhecimento do mundo e consciência ecológica onde surgem muitas
outras complicações no contexto sócio-educacional, visto que tais habilidades estão
relacionadas com a formação de um novo ser, com maior capacidade para realizar
trabalhos em grupos, maior competência e equilíbrio emocional em meio a tantas
exigências sociais.
Garantir a avaliação processual no decorrer das atividades desenvolvidas na
escola, a recuperação paralela, realizar encontros entre professores, pedagoga e alunos
com problemas, para juntos buscarem solução e após essa tentativa se necessário,
buscar a presença dos pais e ou responsáveis.
Estimular mais a pesquisa com cobranças sobre a mesma com a finalidade de
desenvolver nos alunos hábitos, responsabilidade e independência para que construam
seu próprio conhecimento.
A valorização do trabalho docente, através da formação inicial e continuada com
grupos de estudos, palestras, reuniões pedagógicas, com objetivo de dar suporte sobre
metodologias e didáticas que atendam as reais necessidades/ dificuldades dos alunos,
melhores condições de trabalho, oportunizando recursos físicos e materiais como suporte
para sua prática pedagógica.
Desta forma, o contexto educacional atual passa ser uma busca constante de
meios que eduquem, informem, humanizem, capacitem, tornando o educando capaz de
inserir-se na sociedade mais humanizado, com princípios éticos e morais e sempre com
suas atitudes voltadas para as necessidades coletivas.
Esta instituição conta com as seguintes Instâncias Colegiadas: Conselho de
Classe, Conselho Escolar, APMF e Grêmio Estudantil.
O Conselho de Classe é um colegiado, no qual o diretor, pedagogo, professores,
pais e alunos representantes de turma se encontram para discutir o desempenho escolar
dos alunos, refletindo sobre as práticas pedagógicas. É um momento de análise das
dificuldades de ensino e aprendizagem, da adequação dos conteúdos curriculares, das
metodologias empregadas, e da proposta pedagógica da escola, não se restringindo
apenas ao registro de notas e a indicação de aprovação ou reprovação. Fundamentado
na gestão democrática, serão realizados pré – conselhos com a participação dos alunos e
dos professores. No conselho de classe, a direção, pedagogo e professores analisarão os
resultados obtidos, apontando os pontos positivos e negativos sugerindo melhorias. Após
o Conselho de Classe, serão apresentados os resultados e propostas da instituição aos
alunos.
O Conselho Escolar é um órgão consultivo, deliberativo, de mobilização e o mais
32
importante no processo de gestão democrática da escola. Sua tarefa primordial é
acompanhar o desenvolvimento da prática educativa e do processo de ensino –
aprendizagem. Sua função é fundamentalmente político pedagógico. É político na medida
em que estabelece as transformações desejadas na prática educativa e pedagógica,
quando indica os mecanismos necessários para que as transformações ocorram.
PLANO DE AÇÃO PROPOSTO PELO CONSELHO ESCOLAR - 2º semestre 2010.
ESCOLA ESTADUAL ALEXANDRA PEICHÓ - CAMPO DO TENENTE- A.M.SUL
Necessidades dificuldades Gerais da
escola
AÇÕES PROPOSTAS PELA ESCOLA
Todos os segmentos concordaram que
precisamos de uma sede própria, onde
tenhamos condições dignas de trabalho.
Estamos num prédio Municipal, com
dualidade administrativa. Não temos
quadra, nem pátio coberto, nos dias de
chuva temos que ficar dentro da sala,
inclusive no recreio, e para pegar os ônibus
aguardamos com os alunos em sala até a
chegada dos mesmos, e mesmo assim os
alunos se molham devido ao pátio não ser
coberto.
A direção já fez a sua parte foi atrás e
ganhou terreno da prefeitura que já foi
doado para o estado para construção de
uma escola nova.
Ainda, antes disso foi pedido a SEED, pátio
coberto. Infelizmente é ano político e as
coisas estacionaram, só o ano que vem
teremos respostas.
Necessidades e dificuldades do ensino
aprendizagem
AÇÕES PROPOSTAS PELA ESCOLA
Alguns alunos vem para escola obrigados,
desinteressados, sem expectativas de vida
melhor, sem pré - requisitos,
A escola realiza vários projetos: Pintura de
paredes; festa de aniversário para os
alunos, gincanas, lanche diferenciado,
quando possível realizamos reforço para os
alunos com dificuldade.
Indisciplina, a comunidade apresenta
alguns problemas de indisciplina. Ainda
como temos apenas duas escolas
estaduais em nosso município, e como a
escola é pequena, sempre tem vagas, o
Projeto turma legal, onde os alunos são
avaliados por aulas na questão da
disciplina, a turma que tem disciplina, por
um período é premiada com alguma ação
da escola, passeio, filme, cessão cinema
33
Colégio Victor Busssmann manda vários
alunos transferidos que são indisciplinados
e saíram do controle da escola. Este ano
tivemos quatro casos assim trazidos pelo
conselho tutelar.
,etc. Às vezes temos bom resultados os
alunos mudam, tanto no comportamento
,quanto em notas, nossa escola é pequena
facilita o acesso e interveniência direta da
parte pedagógica e direção, quanto a este
problema. Dos quatro casos trazidos pelo
conselho, conseguimos uma melhora
significativa em três casos, só um que se
evadiu da escola. Também damos todo o
apoio humano e material aos alunos.
Somos uma grande família
A prática social da educação envolve aspectos que se articulam e se
complementam, e o projeto pedagógico como instrumento de planejamento coletivo,
procura resgatar a unidade do trabalho escolar, garantindo a unidade desse trabalho.
Portanto, o Conselho Escolar zela pela dimensão do trabalho desenvolvido na
escola, busca a colaboração e harmonia no ambiente, objetivando um tratamento
adequado a todos os segmentos envolvidos no processo de ensino - aprendizagem.
Esse processo é analisado e revelado nas condições estruturais e educacionais da
escola. Na ação do professor durante o processo de avaliação, o Conselho Escolar deve
considerar os resultados almejados; as avaliações propostas pelo sistema educacional e
no desenvolvimento de um plano educacional coerente com a realidade e eficaz no
atendimento às necessidades dos educandos.
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF, é um órgão de
representação dos pais e profissionais do estabelecimento, não tendo caráter político
partidário, religioso e racial, sem fins lucrativos, não sendo remunerado os seus Dirigentes
e Conselheiros, constituída por prazo indeterminado, e os membros Dirigentes renovados
a cada dois anos. Sendo todas ações regidas de acordo com o estatuto vigente.
O Grêmio Estudantil Helena Kolody, tem como objetivo integrar e representar os
alunos da escola, defender os seus direitos e interesses, cooperar para a melhoria e
qualidade do ensino, de forma harmoniosa, incentivando e promovendo atividades
educacionais, culturais, cívicas e desportivas, sociais e de solidariedade. Com sua ações
pautadas conforme estatuto vigente.
Constitui como finalidade específica a conjunção de esforços, a articulação de
objetivos e harmonia de procedimentos, o que a caracteriza principalmente por interagir
34
junto a escola como instrumento de transformação social.
PROJETOS DESENVOLVIDOS QUE CONTRIBUEM POSITIVAMENTE NO
DESENVOLVIMENTO ESCOLAR
Pasta de ocorrências: É uma pasta destinada a cada turma, a qual é composta por uma
relação com os números e os nomes dos alunos e com uma ficha individual para cada
componente, onde é registrado a ocorrência discriminadamente, a data, a assinatura do
responsável pelo registro (professor, diretor ...) e a assinatura do aluno. Esta pasta
contribui no acesso as informações cotidianas da sala de aula, numa visita de pais,
conselho de classe, quando necessário à consulta sobre o comportamento individual de
algum dos alunos, principalmente quando o responsável pelo registro não se encontra na
escola para relatar o acontecido e serve também como critério de premiação por bom
comportamento.
Turma legal: Este projeto tem como objetivo diminuir a indisciplina durante as aulas.
Constitui-se de uma folha com os dia letivos do mês e o número de aulas diárias. Cada
professor atribui seu conceito para com a turma durante sua aula. No final de cada
semana é feita a contagem do número dos conceitos. Se todos os dias da semana e
todas as aulas diárias forem positivos, a turma ganha:
− 1ª semana: 1 bônus= R$ 0,60 em lanches da cantina.
− 2ª semana: 2 bônus= um filme com pipoca num dia que não tenha Ed. Física.
− 3ª semana: 3 bônus= um filme com pipoca, Ed. Física e jogos.
− 4ª semana: 4 bônus= piquenique ou passeio.
Aniversários: No final de cada semestre é comemorado com presentes, bolos,
refrigerante, pizza ou cachorro quente, (lanche diferenciado) os aniversários dos alunos,
professores e funcionários correspondente àquele semestre. Todos se reúnem no pátio da
escola, onde é chamado individualmente cada aniversariante para receber seu presente e
após todos receberem, canta-se parabéns e após os cumprimentos, professores,
funcionários e alunos lancham juntos, numa grande confraternização.
Dia das crianças: O dia das crianças é comemorado por todos em parceria com a equipe
de saúde da localidade, juntamente com a comunidade local com brincadeiras em
35
brinquedos como: cama elástica, tobogã, piscina de bolinhas, jogos e brincadeiras e
lanche especial para a ocasião.
Dia do estudante: É comemorado com atividades lúdicas, gincanas com premiação,
jogos educativos e lanche diversificado.
Passeios: É realizado passeios e visitas em locais escolhidos com o objetivo de divertir e
instruir culturalmente os participantes. E todo final de ano os alunos mais disciplinados
ganham um passeio ao parque aquático com direito a almoço e transporte gratuito.
Festa junina: É realizada com toda a comunidade escolar juntamente com a APMF da
escola, onde se reúnem em festa com danças, bingos, leilões, comidas e bebidas típicas,
apresentações artísticas e com a apresentação da Sar e do Xixo (candidatos com maior
nº de votos vendidos). Toda a renda arrecadada no evento é revertido em benefícios a
escola e alunos.
Uniforme: Todo aluno ao matricular-se na escola ganha uma camiseta de uniforme como
incentivo e o uso do uniforme é obrigatório para todos os alunos, exceto quando por
eventualidade acontecer algo que o impeça de usá-lo. Diante dessa situação, o aluno
deve trazer um bilhete com a justificativa e assinado pelo pai, mãe ou responsável. Para
aqueles que os pais não têm condições de comprá-lo, a escola juntamente com a APMF,
proporciona ao aluno esse uniforme.
Lanche diferenciado: Uma vez por bimestre a escola proporciona um lanche
diferenciado a todos os alunos, já que a maioria não tem condições de comer algo
diferente do lanche escolar.
Projeto ambiental
Tem por objetivo incentivar o educando para o desenvolvimento de
comportamentos ambientalmente corretos.
Sensibilizar o educando ao desenvolvimento de suas potencialidades, posturas
pessoais e comportamentos sociais construtivos, sendo agente na construção de uma
sociedade justa, em um ambiente saudável.
PROPOSTA DE TRABALHO
36
A fundamentação teórica/prática do projeto articula-se com o estudo de temas
geradores que englobam palestras, oficinas, pesquisas, vídeos e saídas a campo.
Estudo e planejamento para implantação da horta escolar.
Sendo a saída a campo com o objetivo de aliar conhecimento á prática,
visualizando as etapas da semente, desenvolvimento da muda, plantio, cuidados com a
água (nascente, rio), prevenção de “formigas” e outros animais invasores.
A formação de uma trilha ecológica – o plantio de árvores nativas, a recuperação
de nascentes, etc.
Sendo a escola Estadual Alexandra Peichó escola do campo, todas as atividades
realizadas incentivam o educando a preservação ambiental, conscientização de suas
capacidades e valorização da natureza, “berço da humanidade”, dando oportunidade ao
educando de elevar a sua auto-estima.
Propomos parcerias com a comunidade, fomento agrícola e empresa Arauco.
Atividades
ConteúdosLíngua Matemática Ciências Geografia História Artes/
Portuguesa
Educação
Física
Discussão Leitura Sistemas de
Vitamina
s Clima
Pesquisa
com- Alimentação esobre
hábitos medidas:
parativa
dos atletismoalimentares massa hábitosda região alimentares
Pesquisa Leitura Tabelas e Vegetais
Vegetaçã
o Montagem Confecção de
sobre os gráficos
de uma
linha cartazesvegetais
cul-
do tempo
do
tivados na
cultivo
vegetalregião regionalAquisição
de Redação:
_ _
Estudo do
Estudo
sobre
_
sementes e carta/ relevo espéciesmudas
(esta- Linguagem nativasbelecimento oral
37
de contato com órgaos locais)
Preparação
_
Figuras Solo
Tipos de
solo
_
Confecções de do terreno geométricas Água adubação placas de iden-para plantio Área declive do tificação dos
terreno vegetais
erosão
Plantio Leitura de
Resolução
de _
Fenômen
os
Pesquisa
das_Instruções problemas Climáticos épocas de
Referente plantioao plantio
Acompanha
- Redação de _
Germina
ção _ Cronologia Desenhosmento da relatóriogerminação
FOMENTO, ARAUCO,COMUNIDADE MATERIAIS A PROVIDENCIAR - Palestra com nutricionista para alunos de
5ª a 8ª série sobre: “Hábitos alimentares
saudáveis”
- Providenciar: vídeos; folders; cartilha ou
material para distribuição; dinâmica de
atração. - Oficina para as mães e comunidade - Demonstrar:
Sucos (couve, limão, cenoura, alface)
Uso de talos em farofa e refogado
Bolos e pães
Biscoitos - Palestras: semeadura, montagem de
canteiros, uso de ferramentas (apropriadas
ou provisórias), épocas de semear e o que
semear; Adubação orgânica: o que é, como
se produz.
- Fornecimento de sementes e mudas
para a horta; doação de ferramentas para
a escola (enxada, pá, regador); adubo
orgânico.
- Orientações de um técnico na preparação
do terreno, adubação orgânica, divisão de
canteiros, semeadura ou plantio de mudas.
- Técnicas para acompanhamento;
adubos orgânicos.
- Acompanhamento – plantio
- pragas
38
8. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
A Escola Estadual Alexandra Peichó, adota o regime anual para efeito de registro
da avaliação do aluno no processo ensino/aprendizagem. Considera os valores
numéricos, inteiros, de um a dez. Estes registros são organizados em quatro bimestres,
onde é feito a média pelo número de avaliações e se adota o critério de “médias” finais,
dividindo a soma dos bimestres por quatro. Porém, para os alunos que não lograrem
aprovação, a escola trabalha com a avaliação paralela aos conteúdos dados. A nota
obtida pelo aluno no bimestre/semestre poderá ser substituída de forma a prevalecer a
maior nota, tantas vezes quantas forem as oportunidades de recuperação do
conhecimento, oferecidas a ele.
Para obter aprovação nos estudos, o aluno deverá, até no último bimestre, ter
nota igual ou superior a seis, ou seja, dominar 60% dos conceitos propostos para a série
que está cursando. Como o registro da nota é síntese do processo de ensino-
aprendizagem, entendemos que aluno e professor precisam estar envolvidos neste
processo. No entanto, a aprovação está condicionada ao alcance de pelo menos 60% dos
conhecimentos registrados em quatro bimestres.
Se o aluno alcançar, no primeiro bimestre a nota mínima de aprovação, isto
não significa que o aluno esteja aprovado ou que tenha concluído o ano letivo. Todo o
esforço, tanto do aluno como do professor, deve ser no sentido de alcançar a nota
máxima, em todos os bimestres.
Observa-se a necessidade e a importância da avaliação, não somente do aluno
e do professor, mas também da instituição escolar no seu conjunto, pois o processo de
avaliação é desenvolvido pela escola, bem como o seu resultado, são reflexos da
elaboração e da implementação de um Projeto Político Pedagógico, concebido de forma
coletiva.
A avaliação não será apenas uma quantificação apresentada em notas, mas
também, a expressão do movimento de quem ensina de quem aprende e como aprende;
constituindo assim o processo de ensino-aprendizagem.
Avaliar faz parte do projeto de construção da sociedade que desejamos, da
formação de um cidadão capaz de refletir, resolver problemas, decidir e atuar na sua
comunidade.
1º B + 2º B + 3º B + 4º B = 6,0
39
4
A avaliação durante os bimestres ocorrerá da seguinte forma:
Serão no mínimo três avaliações, sendo duas de trabalhos, provas, pesquisas,
palestras, debates, entre outras, e uma de conceito, onde será analisado critérios como:
realização de atividades, assiduidade, cumprimento das regras da escola comum a todas
as disciplinas e as demais, conforme especificidade de cada professor e sua disciplina.
O rendimento mínimo exigido pela escola para aprovação, é média 6.0 (seis) por
disciplina, e frequência igual ou superior a 75% (Setenta e cinco por cento) sobre o total
da carga horária do período letivo, ou seja, no final do ano letivo será a soma da média
bimestral divido por quatro e o resultado para aprovação deverá ser igual ou superior a
média 6.0 (seis).
O aluno com média inferior a 6.0 (seis) e frequência inferior a 75% (setenta e cinco
por cento) é submetido ao Conselho de Classe previsto no Regimento Interno. Todo aluno
tem o direito ao Conselho de Classe independentemente da média alcançada durante o
ano, os resultados finais são comunicados aos alunos e a seus pais e /ou responsáveis.
Mesmo que o aluno não se faça presente ao Conselho de Classe ele será sempre
a figura central das discussões e avaliações, estando presente por meio de seus
resultados, de seus sucessos, de seu desenvolvimento, de sua resistência, de seus
fracassos, de suas necessidades e dificuldades. (DALBEN, 2004)
Os alunos que não atingirem o mínimo de objetivos propostos terão recuperação
de estudos paralelos, se não atingirem a média mínima exigida (seis) e/ou todos que
desejam podem realizar a recuperação de instrumentos proporcionados obrigatoriamente
pelo Estabelecimento de Ensino e realizados juntamente com o professor de cada
disciplina ao final de cada bimestre, sendo o resultado da recuperação incorporado aos
das avaliações efetuadas durante o ano letivo, prevalecendo a nota maior.
Os instrumentos para recuperação ficam a critério de cada professor, podendo ser
provas escritas, orais, apresentação de trabalhos, pesquisas, produção de textos,
observação do professor, etc. A avaliação deve dar condições para que seja possível ao
professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem.
A recuperação de estudos constitui um conjunto integrado ao processo de ensino,
além de se adequar às dificuldades dos alunos.
A recuperação de conteúdos e instrumentos realizados durante o ano letivo será
considerada para efeitos de documentação escolar, constando no registro de classe do
professor, incluindo data e conteúdo.
A avaliação deve proporcionar dados que permitam ao Estabelecimento de Ensino
40
promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de
ensino.
FREQÜÊNCIA
Observa - se que a Lei nº 9394/96 em seu art. 24, VI e a Lei Complementar nº
170/98 em seu art. 26, VIII, exigem a frequência mínima de 75% do total de 800 horas
letivas para aprovação.
+ 75% - aprovado
- 75% - reprovado
Sabemos que novas visões sobre avaliação precisam ser levadas em consideração,
onde os professores possam inovar suas práticas e estarem conscientes das concepções
que regem suas ações, onde sua credibilidade profissional estará em jogo, porque inicia a
contestar os parâmetros da avaliação educacional pela arbitrariedade e fragilidade, que
na teoria várias vezes percebidas, pela ação pedagógica.
Avaliar para promover significa, compreender a finalidade da prática pedagógica
que tem a serviço da aprendizagem, da melhoria na ação pedagógica, visando a
promoção moral e intelectual dos alunos onde requer dos professores uma mudança de
postura profissional na qual, devem assumir o papel de pesquisadores, de investigadores,
de esclarecedores e de organizadores de experiências significativas de aprendizagem,
cujo compromisso é o de agir refletidamente, criando e recriando alternativas pedagógicas
adequadas a partir da melhor observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem
perder a observação do conjunto e promovendo sempre em ações interativas, uma vez
que o professor é o mediador do processo ensino aprendizagem, ou seja, é a linha mestra
no processo.
O compromisso do professor e da escola diante diversidade, requer e exige que
cada um dos profissionais da educação para sanar tantos desafios na escola, devem
conhecer e respeitar as diferenças existentes no estabelecimento de ensino, para que
assim comecem a intervir oferecendo oportunidades de promoção aos alunos e assim
quebrar os paradigmas que vemos constantemente no final de um ano letivo, onde os
professores se reúnem em conselho de classe para explicar e justificar apenas o fracasso
deste ou daquele aluno, para daí proferir sua “sentença” , seu julgamento sob forma de
conceitos, graus numéricos ou pareceres descritivos.
41
Com isso a escola visa oportunizar aos alunos uma avaliação significativa e que
serão exercidas como pontes em seu trajeto e não como barreira que de repente possam
impedir aos alunos em avançar e consequentemente ocorrer à interrupção de um
processo natural da vida.
As novas concepções de aprendizagem propõem fundamentalmente situações de
busca contínua de novos conhecimentos, questionamentos e críticas sobre as ideias em
discussão, complementação através de leitura de diferentes portadores de texto,
mobilização dos conhecimentos em variadas situações-problema, expressão diversificada
do pensamento do aprendiz. Nesse sentido, a visão do educador/avaliador ultrapassa a
concepção de alguém que simplesmente “observa” se o aluno acompanhou o processo e
alcançou resultados esperados, na direção de um educador que propõe ações
diversificadas e investigação. Alguém que provoca, questiona, confronta, exige novas e
melhores soluções a cada momento.
9. REFERÊNCIAS
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Mediação, 2004.
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HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora. 19ª edição. Porto Alegre: Mediação, 2001.
GANDI, Danilo. A Prática do Planejamento Participativo. 12ª edição. Petrópolis, RJ;
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GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica.2ª edição
.Campinas,SP. Autores Associados,2003.
HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover:as setas do caminho. 4ª edição. Porto 42
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SAVIANI, Demerval. Sentido da pedagogia e papel do pedagogo. Revista Ande. São
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Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e
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PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Estado do
Paraná.
Campo do Tenente, 15 de setembro de 2010
43
___________________________________
Silvana Maria Arruda
Diretora
Res. 058/2006-DOE 16-01-06
ESCOLA ALEXANDRA PEICHÓ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
44
CAMPO DO TENENTE
2010
10.1. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - ARTE
APRESENTAÇÃO
A Arte no espaço escolar vem desenvolver no aluno a capacidade do pensamento
artístico, o qual é caracterizado como um modo particular de dar sentido às experiências
humanas, fazendo com que ele possa ampliar sua percepção, reflexão, sensibilidade e
imaginação. Assim, tomar o conhecimento da arte consiste em desenvolver trabalhos
artísticos, com o objetivo de apreciar e refletir sobre seus feitos e criações, como também
refletir sobre as formas da natureza e as produções artísticas individuais e coletivas de
distintas culturas e épocas.
Então pode-se afirmar que a arte enquanto disciplina do âmbito escolar, vem refletir
a sua importância no processo criativo da vida humana, fazendo com que o aluno se torne
um agente transformador, sendo competente para criar, refletir e interpretar a arte e o
mundo. Através da educação em arte, o aluno pode ampliar sua sensibilidade,
imaginação e percepção, por meio de fazeres artísticos e de reflexões sobre a obra de 45
arte.
A arte, como ação criativa, não nasceu pronta, foi preciso que alguém a inventasse,
utilizando-se assim da necessidade humana de criação. Desde os primórdios o homem,
sendo um ser racional, que vive em uma constante busca de transformação, seja do
ambiente em que vive ou de seu meio social, encontrou na arte, mesmo antes de inventar
a escrita, uma forma de expressar suas ideias e sentimentos, por meio da imagem
representada em desenhos e pinturas, danças, músicas e dramatizações.
Assim, no decorrer do tempo o ser humano tem utilizado a arte como uma forma de
desenvolver seu intelecto. Partindo desse pressuposto, pode-se dizer que ele tem feito
uso da arte para analisar, entender e recriar o mundo em que vivem, como se fosse um
meio de comunicação não verbal.
Ernst Fischer, abordando a origem da Arte escreveu:
“A Arte é quase tão antiga quanto o homem. É uma forma de trabalho, e o trabalho
é uma atividade característica de homem”. (FISCHER, 1987, p.21)
Nas diversas culturas que foram surgindo na história da humanidade, o contato do
homem com a arte tem contribuído como forma de caracterizá-las, possibilitando então,
que possamos compreender seu modo de vida.
O conhecimento artístico tem como características centrais a criação e o trabalho
criador. A arte é criação, qualidade distintiva fundamental da dimensão artística, pois criar
“é fazer algo inédito, novo e singular, que expressa o sujeito criador e simultaneamente,
transcende-o, pois o objeto criado é portador de conteúdo social e histórico e como objeto
concreto é uma nova realidade social” (PEIXOTO, 2003, p. 39).
O homem que desenhou o primeiro bisão na parede da caverna inventou um ofício
que posteriormente ensinou para outra pessoa, e assim tudo que é criado pela arte tem
passado de geração em geração, o que formou as diversas culturas, também promovidas
pelas suas manifestações artísticas. Sendo assim, o ensino da Arte-educação vem
contribuir para que o educando possa identificar seu valor cultural, assim como
reconhecer e respeitar as outras culturas sejam elas nacionais ou não.
Segundo os Parâmetros Curriculares de Arte, a disciplina de Arte propicia o
desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um
modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua
sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação
de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas pela natureza e nas
diferentes culturas.
46
Ainda nos parâmetros Curriculares defende-se a ideia de que a disciplina também
favorece ao aluno relacionar-se criadoramente com as outras disciplinas do currículo. Por
exemplo, o aluno que conhece arte pode estabelecer relações mais amplas quando
estuda um determinado período histórico. Um aluno que exercita continuamente sua
imaginação estará mais habilitado a construir um texto, a desenvolver estratégias
pessoais para resolver um problema matemático.
No Brasil, muito se tem feito para que a importância do Ensino da Arte seja
reconhecido como disciplina essencial no currículo.
Durante o período colonial, nas vilas e reduções jesuíticas, ocorreu a primeira
forma registrada de Arte na educação.
A congregação católica denominada Companhia de Jesus veio ao Brasil e
desenvolveu uma educação de tradição religiosa, para grupos de origem portuguesa,
indígena e africana. Nas reduções jesuíticas, realizaram um trabalho de catequização dos
indígenas com os ensinamentos de artes e ofícios, por meio da retórica, literatura, música,
teatro, danças, pintura, escultura e artes manuais. Em todos os lugares onde a
Companhia de Jesus se radicou, promoveu essas formas artísticas, não somente
cultivando as formas ibéricas, da alta idade média e renascentista, como assimilando
também as locais. Esse trabalho educacional jesuítico perdurou aproximadamente por
250 anos.
Por volta do séc. XVIII, buscou-se a efetiva superação do modelo teocêntrico
medieval, de modo que se voltou ao projeto conhecido como iluminista, cuja característica
principal era a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela
ciência. O Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas do território do Brasil Colônia e
estabeleceu uma reforma na educação colonial e em outras instituições, conhecida como
Reforma Pombalina, fundamentadas nos padrões da Universidade de Coimbra, com
ênfase ao ensino das ciências naturais e dos estudos literários. Apesar da formalização
dessa Reforma, na prática não se registraram efetivas mudanças.
Em 1808, com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, uma série de obras
e ações foram iniciadas para acomodar, em termos materiais e culturais, a corte
portuguesa.
Entre essas ações destacou-se a chegada ao Brasil de um grupo de artistas
franceses encarregados da fundação da Academia de Belas-Artes, na qual os alunos
poderiam aprender as artes e ofícios.
Esse grupo ficou conhecido como Missão Francesa e obedecia ao estilo
neoclássico, fundamentado no culto á beleza clássica.
47
Esse período foi o de laicização do ensino no Brasil, com o fim dos colégios-
seminários e sua transformação em estabelecimentos públicos, nesses estabelecimentos
houve um processo de divisão do ensino de Arte: o de Belas Artes e música para a
formação estética e o de artes manuais.
No Paraná, foi fundado o Liceu de Curitiba, hoje Colégio Estadual do Paraná.
Entre conflitos, ideias positivistas e liberais, os positivistas, inspirados em Augusto
Conte, valorizavam em Arte o ensino do desenho geométrico como forma de desenvolver
a mente.
Um marco importante para a arte brasileira e os movimentos nacionalistas foi a
Semana de Arte Moderna de 1922, que influenciou artistas brasileiros, que valorizavam a
expressão singular e rompiam com os modos de representações realistas. Esses artistas
direcionaram seus trabalhos para a pesquisa e produção de obras a partir de raízes
nacionais.
Em contraposição às formas anteriores de ensino que impunham modelos que não
correspondiam à cultura dos alunos, procurou-se valorizar a cultura nacional, expressa na
educação pela escola nova, que postulava métodos de ensino em que a liberdade de
expressão do aluno era priorizada.
O ensino de Arte teve o enfoque na expressividade, espontaneidade e criatividade.
Pensada inicialmente para as crianças e incorporada para o ensino de outras faixas
etárias. Essa valorização da Arte encontrou espaço na pedagogia da Escola Nova,
fundamentada nas teorias de John Dewey e Jean Piaget, foi efetivamente estruturada
com o artista e educador Augusto Rodrigues em 1948.
A partir da década de 1960, as produções e movimentos artísticos se intensificaram
nas artes plásticas com as Bienais e os movimentos contrários a ela; na música com a
bossa nova e os festivais; no teatro, com o teatro de rua, teatro oficina e o teatro de arena
de Augusto Boal, e no cinema com o cinema novo de Glauber Rocha.
No começo da década de 1990, foram elaborados o Currículo Básico para a Escola
Pública do Paraná no Ensino de 1° grau e o Documento de reestruturação do Ensino de
2° grau, tais propostas curriculares tiveram na pedagogia histórico-crítica o seu princípio
norteador e intencionavam fazer da escola um instrumento que contribuísse para a
transformação social. O ensino da Arte retomava seu caráter artístico e estético pela
formação do aluno, pela humanização dos sentidos, pelo saber estético e pelo trabalho
artístico.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, publicados no período de 1997 a 1999, em
Arte tiveram como principal fundamentação metodológica a proposta de Ana Mae
48
Barbosa, denominada Metodologia Triangular, a proposta relaciona o fazer artístico, a
apreciação e os conhecimentos históricos, estéticos e contextuais em Arte.
No período de 2003 a 2006, foram realizadas diversas ações pelo governo do
Estado do Paraná que valorizam o ensino de Arte.
O ensino de Arte deixa de ser coadjuvante no sistema educacional e passa a se
preocupar também com o desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída
historicamente e em constante transformação.
Em 2008, com a aprovação da Lei Federal n. 11.769, o ensino de música passou a
ser obrigatório.
Reconhece-se que os avanços recentes podem levar a uma transformação no
Ensino de arte. Entretanto, ainda são necessárias reflexões e ações que permitam a
compreensão da arte como campo do conhecimento, de modo que não seja reduzida a
um meio de comunicação para destacar dons inatos ou a prática de entretenimento e
terapia. Assim, o ensino de arte deixará de ser coadjuvante no sistema educacional para
se ocupar também do desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída
historicamente e em constante transformação. (DCEs de Arte, 2008)
No mundo contemporâneo a Arte, enquanto disciplina, assume uma grande
importância na orientação do aprendiz, para que seja possível a sua inserção social,
cultural e profissional. Assim, o conhecimento da arte e as suas relações entre os códigos
de representações nas diversas expressões existentes na linguagem artística, além do
contexto histórico e cultural arraigados nos diferentes estilos, tanto nas artes plásticas,
como no teatro, na dança e na música, pode formar um ser capaz de analisar, criar, refletir
e inovar através da arte. Isso não quer dizer que as normas e técnicas utilizadas nas
expressões artísticas, estarão sempre presente em seu dia-a-dia, mas que através de sua
aprendizagem é possível formar cidadãos capazes de resolver facilmente as questões
incertas que poderão surgir, utilizando seu poder de criação para elaborá-las de forma
simples e inovadora.
Neste sentido, o individuo acrescenta em sua bagagem cultural uma nova
percepção sobre a arte, conhecendo e apreciando as produções artísticas, que são ações
que interagem o perceber, o pensar, o aprender, o recordar, o imaginar, o expressar e o
comunicar. Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas outras
culturas, o aluno então poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto
seus modos de pensar e agir quanto os da sociedade. Trata-se de criar um campo de
sentimento para a valorização do que lhe é próprio e oferecer o entendimento da riqueza
e diversidade da imaginação humana.
49
A Arte é fonte de humanização por meio dela o ser humano se torna consciente da
sua existência individual e social; percebe-se e se interroga, é levado a interpretar o
mundo e a si mesmo. A Arte ensina a desaprender os princípios das obviedades
atribuídas aos objetos e às coisas, é desafiadora, expõe contradições, emoções e os
sentidos de suas construções. Por isso, o ensino da Arte deve interferir e expandir os
sentidos, a visão de mundo, aguçar o espírito crítico, para que o aluno possa situar-se
como sujeito de sua realidade histórica.(DCEs, 2008)
Além disso, a arte torna possível o desenvolvimento da autonomia, onde o aprendiz
passa a sentir-se seguro de si mesmo, podendo expor seus pontos de vista, já que
reconhece o significado artístico e as visões de mundo, que diferem de cultura para
cultura.
O aluno aprende por analogia, por habilidade, levando em consideração à auto
crítica a valorização da cultura nacional e da cultura popular. Busca a criatividade e
incentiva a expressão individual, desenvolvendo a expressividade, espontaneidade
rompendo padrões estéticos.
O Ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir dos conhecimentos
estéticos, isto é, o pensamento, a sensibilidade e a percepção articulando à organização
que expressa pensamentos, sentimentos, sob a forma de representações artísticas. O
conhecimento artístico está relacionado ao fazer criativo, considera o imaginário, a
elaboração e a formalização do objeto artístico até o contato com o público. O
conhecimento contextualizado envolve o contexto histórico, político, econômico e sócio
cultural, que contribui para a compreensão dos conteúdos explícitos e implícitos.
No Ensino Fundamental a Arte se efetiva na inter-relação de saberes que se
concretiza na experiência estética por meio da percepção, da análise, da
criação\produção e da contextualização histórico. Contemplará as artes visuais, a dança,
a música e o teatro sob a referência das relações estabelecidas entre a arte com a
linguagem.
As formas de relação da arte com a sociedade serão tratadas numa dimensão
ampliada, com ênfase na associação da arte com a cultura e da arte com a linguagem. As
associações da arte com a cultura e com a linguagem serão feitas a partir da realidade
cultural, na interação com as produções\manifestações artísticas trabalhadas. Fornecendo
ao aluno base para ampliar sua visão de mundo e compreender as construções
simbólicas de outros sujeitos pertencentes às mais diversas realidades culturais.
Os movimentos de artes valoriza a cultura do povo, que em toda História habitaram
o território é que sempre ocorreram manifestações artísticas na diversidade cultural.
50
Considerando que desde o processo de colonização, a arte indígena, a arte medieval o
renascentista europeu, a arte africana cada uma com suas especificidades constituíram e
constituem a matriz da cultura popular brasileira.
Em diversas situações do dia-a-dia as pessoas estão cercadas por Arte, muitas
vezes sem se darem conta disso. Uma volta pela cidade com olhos atentos é suficiente
para descobrir onde a Arte pode estar “escondida” a disposição em uma vitrine, os
arranjos em um jardim, a música de um violeiro, as apresentações de danças de rua, as
fachadas dos edifícios, além é claro de museus e galerias. O fenômeno artístico
apresenta-se na cultura popular, na erudita e nos meios de comunicação.
Assegurar ao aluno a necessidade de observar, deduzir, exprimir, representar e
comunicar-se desenvolvendo a iniciativa e a atenção para que o mesmo se sinta ajustado
socialmente.
Contribuindo para a formação da sensibilidade, imaginação e apresentação, como
preparo para a sua formação.
ARTES VISUAIS
Por muito tempo, as aulas de Arte estiverem basicamente voltadas para essa área
e até hoje em algumas redes de ensino, continua sendo a mais utilizada. As Artes Visuais
são voltadas para as Artes Plásticas, voltadas então para o visual.
Nas Artes Visuais, o artista mostra aquilo que pensa ou que quer expressar,
através das imagens. Entre os elementos que fazem parte das Artes Plásticas estão:
Recorte e colagem, cerâmica, escultura, fotografia, gravura, quadrinhos, pintura,
tapeçaria, web art, etc.
As Artes Visuais, assim como as outras linguagens, surgiram basicamente, junto
com o surgimento do homem, o homem pré-histórico já desenhava, com elementos da
natureza, nas paredes, a chamada arte rupestre.
Ao passar dos anos, a arte foi evoluindo, na Idade Antiga, podemos destacar a
construção das pirâmides no Egito, grandes obras arquitetônicas. Nesse período, surge a
escrita.
Os gregos e os romanos também deixaram suas marcas, os gregos tinham o ideal
de perfeição em suas obras e os romanos procuravam retratar as coisas como realmente
eram.
Na Idade Média podemos destacar três estilos: o bizantino, o romano e o gótico.
No estilo bizantino podemos destacar os mosaicos, os dormos centrais nas igrejas e os
ícones. No estilo romano, os afrescos, os arcos cilíndricos nas igrejas e as esculturas
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estilizadas. No estilo gótico destacamos os vitrais e as catedrais com arcos em ponta.
Ainda na Idade Média surge o Renascimento, e, com ele, o homem passa a voltar
mais para si e a fazer uma arte para ele mesmo, diferentemente do que era feito antes,
pois a arte era voltada para a igreja. Nesse período a beleza ideal tinha grande
importância. Após o Renascimento surgem vários movimentos que duraram até o século
XIX, entre esses movimentos destacam-se o Barroco, o Neoclassicismo. O Romantismo e
o Realismo.
No século XX, surge a arte moderna, com destaque para os seguintes movimentos:
Fovismo — conhecido como movimento de explosão de cores, pelo uso de cores vivas,
Futurismo- procurava mostrar movimentos, o Construtivismo mostrava a tecnologia
moderna através do uso de formas geométricas; Preciosismo -procurava retratar formas
urbanas, Cubismo movimento que fazia uma desconstrução da imagem, e, Surrealismo
-movimento que mistura elementos reais com elementos irreais.
Ainda no século XX, surge a arte contemporânea, que segundo STRICKLAND
(1999), abriga todos os tipos de artistas e tendências e não se restringe a uma
determinada área geográfica, entre os movimentos temos: Op Art - movimento em que a
arte era construída criando uma ilusão óptica, Arte Pop - movimento em que era utilizado
o uso repetitivo das mesmas figuras, imagens de artistas famosos e cores vivas,
Happenings, Minimalismo movimento em que não se usava muitos detalhes, Movimento
Cobra e Arte Conceituai- onde o conceito valia mais do que a obra em si.
Na vida contemporânea as pessoas foram são bombardeadas por imagens, como
nunca nestas últimas décadas. Estamos diante de uma explosão de cores, formas e luzes
inéditas na história. Saber ver e perceber as manifestações visuais, distinguindo
sentimentos, ideias e qualidades, faz parte das aulas de artes visuais.
A obra de arte demonstra como o artista percebe o mundo, reflete sua realidade,
sua cultura e sua época a releitura da obra demonstra a diversidade de significados
contidos nas experiências de vida, em uma determinada realidade materializados em
cores, formas e texturas havendo uma inter-relação do artista com o aluno.
É importante que o educando fique sabendo de onde surgiu aquilo que ele está
fazendo, quais eram as técnicas utilizadas, sendo assim, a História da Arte, de
fundamental importância para o aprendizado do aluno, pois se tendo conhecimento dela,
se saberá de onde surgiu determinado estilo e o que levou cada artista a fazer
determinada obra, dando sentido à obra.
Porém, antes de se saber a História da Arte, é importante que o aluno, ao longo do
seu processo de escolarização, aprenda as técnicas, como o uso dos materiais (lápis de
52
cor, tinta, carvão, lápis de desenho, réguas, compasso, pincéis, etc.), bem como algumas
teorias e técnicas.
É importante que o aluno aprenda sobre as cores primárias, secundárias e
terciárias, monocromia, policromia, diferenciação e construção de objetos bidimensionais
e tridimensionais, a fazer recortes, colagens e dobraduras, técnicas de esboço -- para
facilitar o desenho de alguns objetos etc.
Além disso, é fundamental que no ensino de Artes Plásticas, o aluno aprenda a ler
as obras de arte, sejam elas quadros, fotografias, esculturas ou outras, analisando o que
o artista usou para realizar a obra e os motivos que o levaram a fazê-la, além de fazer
intervenção nas mesmas, através de releituras.
As técnicas e recursos assimilados devem ser usados e aprimorados conforme se
estuda para que o aluno abra um leque de formas de se realizar as suas atividades, não
substituindo uma coisa pela outra, mas sim, agregando-se conhecimentos.
O uso de imagens contribui em muito para o aprendizado das Artes Plásticas, pois
dará uma base para que o aluno desenvolva a sua criatividade e o seu potencial.
Segundo HERNÁNDEZ (2000), o estudo da Arte contribui para diversas coisas,
entre elas: a cultura visual como universo de significados, a Arte como construção e
representação social, a perspectiva de pesquisa sobre a compreensão, a compreensão
no ensino da Arte e uma interpretação crítica da realidade e destaca o uso de um portfólio
para se registrar o que foi aprendido ou até mesmo ensinado.
Com esses elementos, o aluno poderá refletir sobre o seu processo de
aprendizagem, transmitir pensamentos através da arte e entender o que o artista quis
transmitir através da imagem ou objeto que produziu.
Portanto, não só as Artes Visuais, mas as linguagens artísticas em geral,
contribuem para a formação de cidadãos críticos e conscientes daquilo que fazem.
DANÇA
A dança é o movimento que se apresenta das mais variadas formas, leva o aluno
a tornar o conhecimento significativo . Confere-lhe sentido na aprendizagem, isto é, a Arte
da dança como sujeito criador transformador nas diversas culturas.
A linguagem artística da dança tem conteúdos próprios, capazes de desenvolver
aspectos cognitivos que, uma vez integrados aos processos mentais, possibilitam uma
melhor compreensão estética do mundo.
O que é dança? Dançar é se expressar através de movimentos coordenados e
segundo PORTINARI (1989), a dança é a representação de aspectos culturais humanos,
53
tendo sua essência no estudo e na prática da qualidade do movimento. Além do
movimento, há mais duas características, consideradas principais na dança: o corpo e o
espaço.
Como surgiu a dança? A dança, assim como as outras manifestações artísticas,
inicia-se com manifestações primitivas, segundo FARO (1998), a dança surgiu na religião
e por algum tempo, foi privilégio dos sacerdotes, que a realizavam em cerimônias e, após
esse período, passou muito tendo sendo praticada somente por homens.
Somente muito tempo depois, a dança passou a ser considerada como uma
expressão artística, linguística e cultural, ganhando novo status, deixando o espaço
público e ganhando novos espaços e prestígio, enquanto forma de arte, penetrando nos
mais variados ambientes sociais. Surgem então, os balés, as companhias de dança e os
profissionais da dança, inclusive aquele profissional que se torna o responsável pela
montagem do espetáculo, o coreógrafo.
O Bale Clássico tinha como ideal a superação da gravidade, com isso, os
dançarinos procuravam se manter nas pontas dos pés, tendo como grandes expoentes
Marius Petipa e Diaghilev.
O Bale Moderno procurava ser uma dança mais livre e teve como principal nome
Isadora Duncan, que foi a primeira bailarina a dançar com os pés no chão e a aparecer no
palco sem malha.
No Brasil, o Rio de Janeiro foi o berço do primeiro corpo de baile em 1936, sendo
considerado o segundo mais antigo das Américas. Após esse período, a dança se
espalhou muito por aqui.
Para FARO (1998), a dança contemporânea é tudo aquilo que se faz hoje dentro da
dança, não importando estilo, procedência, objetivos ou formas e que os coreógrafos da
atualidade são altamente intelectualizados.
Qual a importância de se aprender dança? A dança além de relaxar, faz com que
as pessoas possam se expressar através dos movimentos, utilizando o corpo e o espaço.
A dança só passou a ter presença na educação brasileira a partir de 1997,
ganhando reconhecimento nacional como forma de conhecimento a ser trabalhado na
escola.
Assim como nas outras linguagens artísticas, para se aprender a dançar, é
necessário muito treino e dedicação, além de se colocar sentido naquilo que está
fazendo. Não podemos esquecer que ela é uma manifestação artística e que é importante
se conhecer os seus fundamentos e a sua evolução histórica, para que os estudantes
possam com o tempo, entender a mensagem que ela transmite nas suas mais variadas
54
formas de apresentação.
MARQUES (2003) diz que uma postura crítica em relação ao ensino de dança,
engloba conteúdos bem mais amplos e complexos do que uma coreografia de carnaval ou
a reprodução de uma dança popular.
Infelizmente, ainda há muito preconceito em se aprender dança, uma vez que os
homens a acham como algo estritamente feminino, coisa que não é verdade, tanto que
ela por um bom tempo, como citado acima, foi privilégio somente do sexo masculino.
A dança é uma arte que faz com que o educando desenvolve a sua coordenação
motora, além de proporcionar ao aluno novas formas de se pensar sobre algo,
transmitindo mensagens através dela.
A dança por muito tempo esteve ligada a outras linguagens artísticas, como a
música, mas hoje ela pode ser considerada independente, pois é possível realizá-la
separadamente da música ou de outra linguagem. Porém, é válido ressaltar que é muito
importante que as linguagens artísticas estejam interligadas.
Para MARQUES (2003), a barreira estabelecida pela ideia que conversar não é
dança, deve ser quebrada, conversar em si, realmente não é dança, mas é possível
estabelecer em sala de aula, através dela, um espaço para discussões que levem a um
processo de reflexão, pesquisa, comparação e desconstrução da dança, sendo possível
desenvolver o espírito crítico e criar as condições necessárias para a prática da dança na
escola.
É importante que as aulas de dança sejam um espaço para que os educandos
criem movimentos para representar situações do dia-a-dia ou até mesmo fazer uma
releitura de algum outro elemento presente em outra linguagem artística, além disso, é
importante estar atento à inclusão, mostrando ao portador de necessidade especial que
ele também é capaz de representar algo através da dança, junto a isso, é importante
saber o processo de criação em dança e como estar intervindo na sociedade através dela,
mostrando outras formas de se entender e viver a dança, diferentes das formas como são
difundidas pela mídia, podendo assim, mostrar o quão importante é esta arte chamada
dança.
A dança vem como expressão e entendimento das realidades próximas e
distantes, como as pessoas percebem seus corpos em movimento, nas diversas culturas,
havendo uma articulação sociocultural dos alunos com os saberes específicos da
linguagem.
A dança abre caminhos para o fazer, o pensar, o agir, o resgate da cultura popular
através da dança.
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MÚSICA
Ouvir música faz parte da cultura da adolescente. A linguagem artística da música
permite ao aluno identificar as propriedades do som: timbre, intensidade, altura e duração.
A escuta atenta desses elementos permitirá reconhecer a estrutura musical presente em
qualquer produção artística, propiciando ao aluno o desenvolvimento da sensibilidade
estética e artística, o desenvolvimento da imaginação e do potencial criativo, de sua
capacidade cognitiva, afetiva e psicomotora, da comunicação não verbal.
A linguagem artística da música, deve-se considerar saberes específicos dessa
linguagem; uma escrita consciente, que permita perceber a distribuição dos sons de
maneira sucessiva e simultânea, permitir que o aluno identifique as propriedades do som:
timbre, intensidade, altura e duração, bem como suas variações.
A História da música pode contribuir para a produção artística no tempo
cronológica, relacionando, percepção, organização, registro e produção. A música vem
atribuir com diversidade de gêneros, formações e estilos diferentes, que permite ao aluno
o fazer crítico do que lhe e imposto pelos meios de comunicação. A educação de artes em
relação a música estimula a percepção em sua diversidade, independentemente de
gostos pessoais.
A música surgiu quando o homem descobriu que, batendo um objeto no outro, ele
produzia sons e que isso não era simplesmente, um tanto de barulhos. A música teve
várias funções no decorrer da história, como para louvar os deuses, exaltar autoridades,
lutar, etc. e foi sistematizada como conhecemos hoje, na Grécia, porém, foi Guido
D'Arezzo, monge italiano, quem colocou os nomes das notas musicais como conhecemos
hoje - já que os gregos utilizavam as letras do alfabeto, de A (lá) à G (sol), utilizando o
Hino a São João, em latim.
Posteriormente, o Ut foi substituído pelo Dó, pelo fato do Ut ser considerado muito
difícil para cantar.
Atualmente, a música está presente no dia-a-dia de todas as pessoas que ouvem,
mas nem todos que a ouvem, sabem o que é música. Para saber o que é música, é
preciso primeiro ter conhecimento do que é som, e, som, nada mais é do que a vibração
produzida nos corpos elásticos e essas vibrações podem ser:
• regulares: aquelas que possuem altura definida, ou seja, quando conseguimos
ouvir que ali foi produzida uma nota musical, como dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, bem
como suas variações com sustenidos e bemóis;56
• irregulares: as vibrações irregulares são todos aqueles barulhos que ouvimos no
dia-a-dia, que podem ditar o ritmo para uma música, como a batida de um
instrumento de percussão (menos marimba e xilofone, que produzem sons
regulares) ou barulhos do dia-a-dia, que compõem a paisagem sonora, como a
sirene de uma ambulância, o som das britadeiras de operários, o som de marretas,
o som da buzina dos carros, o som dos aviões e outros inúmeros sons, na qual não
podemos distinguir a altura.
Bom, agora que sabemos o que é som? O que vem a ser Música? Segundo MED
(1996, p. 11), "Música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com
ordem, equilíbrio e proporção dentro do tempo." Com isso, podemos ter uma boa idéia do
que vem a ser música, falando sobre suas principais partes, sem, porém, citar os seus
nomes: harmonia (sons simultâneos, ou seja, aqueles que são tocados ao mesmo tempo),
melodia (sons sucessivos, ou seja, aqueles que são tocados um após o outro) e ritmo (o
andamento, velocidade da música)
O objetivo do ensino de música na educação .básica, não é de se formar músicos,
mas sim de formar bons ouvintes, que tenham noções daquilo que forma a música
(harmonia, melodia e ritmo), bem como as suas propriedades que são:
-Altura - através dela podemos identificar se um som é grave (grosso) ou agudo (fino);
-Intensidade através dela podemos perceber a força com que o som foi produzido, ou
seja, o volume do som, que muitos chamam erroneamente de altura;
• Timbre - através dele podemos identificar os instrumentos que compõem a música;
• Duração - através dela podemos ter uma noção do tempo utilizado na música,
podendo identificar compassos ou andamentos.
A música sempre esteve muito ligada à poesia, antes enquanto era executada,
eram recitadas poesias, com o tempo elas passaram a se unir, sendo a música a parte
instrumental/vocal e a poesia, a letra da música em si.
Agora, por que estudar música? Segundo SCHAFFER (1991), o ensino da música
ajuda a criança na coordenação do ritmo do corpo, como o andar, caminhar, correr,
saltitar, balançar, podendo sincronizar-se bolas que pulam com as ondas do mar; galopes
de cavalos e outros ritmos da natureza.
O trabalho com o canto envolve a voz, que por sua vez cuida da respiração. Ao se 57
produzir sons com objetos, inventando uma linguagem própria, dirigindo a educação no
rumo da experiência e da descoberta.
Para se ter uma boa noção de tudo isso é importante que o estudante seja treinado
auditivamente, pois, treinando o seu ouvido, conseguirá identificar as propriedades do
som, que segundo JEANDOT (1990) é chamada de escuta crítica, ou seja, a pessoa não
apenas ouvirá a música, mas sim, identificará os elementos que a compõem.
Como aprender tudo isso? Assim, como em tudo na vida, para se aprender música
e necessário muito treino, seja para entendê-la ou para se tocar ou cantar bem. Para que
a pessoa aprenda música, existem várias formas e métodos, um deles, que é muito
utilizado na educação básica, é o método da utilização de jogos e brincadeiras, que
funciona muito bem, principalmente com as crianças, e que pode ser adaptado para
jovens e adultos, através das associações, por exemplo, para se identificar um intervalo
musical, podemos utilizar trechos de alguma música conhecida, preferencialmente o início
de alguma música. Com as crianças podemos utilizar cantigas de roda, criar com elas
escritas musicais alternativas, etc., fazendo com que elas tenham uma noção rítmica,
harmônica e melódica do que estão realizando.
Outra coisa importante para aprender música, é ouvir bastante e imitar os sons que
são ouvidos, adquirindo influências de alguns artistas, para com o tempo, poderem criar a
sua própria identidade musical. No canto, por exemplo, para se adquirir afinação, é
preciso treinar bastante a respiração (ela deve ser igual a de um bebê, diafragmática),
além de se imitar as notas musicais, para afinar a voz e ter hábitos saudáveis de
alimentação.
Além disso, é importante se aprender música, para avaliar aquilo que se ouve,
independentemente do gosto, saber analisá-las sobre um ponto de vista técnico, mesmo
que mínimo, podendo analisar criticamente uma obra musical, analisando todos os
elementos nela presentes.
Uma atividade que pode integrar música e artes plásticas é a criação de
instrumentos musicais com objetos considerados como lixo, que vão trabalhar com a
criatividade dos alunos, obtendo sonoridades diferenciadas e estilos diversificados, além
de desenvolver o consciente dos alunos quanto à preservação do meio ambiente.
TEATRO
Faz parte do ser humano a necessidade de contar histórias, narrar fatos e recriar
acontecimentos. O teatro dessa forma sempre se constitui como meio de compreender a
realidade em que vivemos e transcender seus limites. É um jogo de construção que
58
promove o desenvolvimento da criatividade, abre possibilidades de compartilhar
descobertas, ideias, sentimentos e atitudes, não se pode perder de vista que a pratica
teatral está ligada a tradição da época e da cultura na qual foi criada.
Quem nunca imitou alguém nesta vida? Ou procurou viver situações irreais numa
inocente brincadeira? Quem nunca virou cambalhota ou estrelinha, ou ainda, tentou fazer
malabarismo ou mágica? Pois bem, acredito que todos, pelo menos um dia na vida já
foram atores, ou seja, já representaram algo.
Segundo BERTHOLD (2000) há várias fontes que podemos considerar para o
surgimento do teatro, como por exemplo, as danças e os costumes populares, ela diz que
o teatro primitivo tem como base os impulsos vitais, os costumes dos povos, a
religiosidade, etc.
Na Grécia, o teatro foi um importante instrumento educacional na medida em que
disseminava o conhecimento e representava para o povo, o único prazer literário
disponível.
Em Roma, tragédia e comédia tinham tratamento diferenciado e as personagens
eram criadas de acordo com o tipo da obra.
No período medieval, foi o teatro que proporcionou educação às massas.
Na renascença, as atividades dramáticas surgiram em quase todas as escolas, e,
enfim, a história do teatro acompanhou a história da humanidade, tendo cada povo a sua
forma de representar, ganhando no decorrer nos séculos, principalmente com o
pensamento humanista, mais espaço na área da educação.
O teatro pode estar ligado ou não com outras linguagens artísticas, como, por
exemplo, com a música, num musical ou numa ópera e com as artes plásticas na
confecção dos cenários.
A arte de se representar consiste em viver a vida de outra pessoa (personagem),
coisa que fazemos desde criança, sem percebermos.
O ensino de teatro, assim como o de qualquer outra linguagem, não deve ser
voltado para a formação de grandes atores, mas, para desenvolver a concentração dos
estudantes, ajudá-los a trabalhar em equipe e também a se desinibirem com a presença
do público. Além disso, é importante saber a estrutura de uma peça teatral, para saber
analisar o que se passa em uma que venha assistir.
Segundo DESGRANGES (2003), o teatro deve funcionar como instrumento de
denúncia, revelando bastidores da cena da vida, dando condições para que o
telespectador perceba, negue ou modifique a sua conduta. Isso nos leva ao papel de
fazer com que algo seja modificado através da arte.
59
Como citado acima, o objetivo do teatro na escola, não é de se formar atores, o
teatro na educação básica, é trabalhado principalmente com jogos envolvendo a
dramatização de situações cotidianas, que acaba ajudando o estudante nas outras
disciplinas e também, no seu dia-a-dia fora do ambiente escolar,
O grande nome do teatro na área educativa foi Viola Spolim, que foi a
sistematizadora de uma proposta para o ensino de teatro através dos jogos teatrais.
COURTNEY (2001) destaca que na escola deve haver distinção entre duas formas
de Educação Dramática, a primeira que é o método dramático, que envolve os jogos
dramáticos, que segundo o autor, são reflexos do inconsciente da criança; e, segundo,
que é o jogo dramático, como tal, que seria o teatro em si, a representação, visando o
desenvolvimento da criança.
O jogo reforça a passagem da representação em ato para a representação em
pensamento.
Além dos jogos dramáticos, existem outros tipos de jogos que são os jogos teatrais,
na qual KOUDELA (2001) cita que Viola Spolim estabelece uma diferença entre eles,
segundo ela, assim como um adulto, a criança gasta muitas horas do dia fazendo um jogo
dramático subjetivo. Ao passo que a versão adulta consiste usualmente em contar
estórias, devaneios, tecer considerações, identificar-se com as personagens de TV etc., a
criança tem, além destes, o faz-de-conta, onde dramatiza personagens e fatos de sua
experiência. Ao separar o jogo dramático da realidade teatral e, em segundo momento,
fundindo o jogo com a realidade do teatro, o jovem ator aprende a diferenciar sobre o que
é ilusão e o que é realidade, no meio de seu próprio mundo. Para uma melhor
compreensão podemos dizer que jogos dramáticos são aqueles em que são feitas
representações sem uma determinada regra, enquanto nos jogos teatrais, as
representações são feitas seguindo alguma regra.
Segundo JAPIASSU (2001), a avaliação em teatro deve ir além das avaliações
coletivas e autoavaliações, verificando também questões que tenham surgido no processo
de trabalho, bem como os conceitos adquiridos pelos alunos. Além disso, o professor não
deve se preocupar em manter um plano de aulas rígido, pois poderão ocorrer imprevistos.
Além do Teatro, devem ser trabalhadas atividades voltadas para o circo e o cinema,
falando sobre a forma em que as atrações são produzidas, bem como o seu processo
histórico, além do rádio e da TV.
Por meio do estudo das diversas manifestações artísticas, em diferentes épocas e
por criadores diferentes, a Arte é, entre outras coisas, a tradução de uma maneira de
pensar e de ver o mundo de acordo com as vivências de cada momento Histórico em que
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elas acontecem e, mais ainda, segundo a visão subjetiva do artista que a cria.
A Arte preocupa-se em mostrar o mundo e a vida da maneira mais ampla possível,
possibilitando ao observador ver muito além daquilo que é concreto, palpável. É um ato
revelador do mundo subjetivo que existe em nossa volta e em nosso mundo psíquico.
Apresenta-se como filtro da grande verdade que é a vida, vivemos em um mundo
que privilegia a imagem e em que o visual é preponderante, levantar questionamentos e
procurar respondê-los por meio do convívio intenso e cotidiano com situações e objetos
que incitam a reflexão, é fundamental.
Para viver em uma sociedade plural é preciso respeitar e valorizar a diversidade
étnica e cultural que a constitui. Por sua formação histórica a sociedade brasileira é
marcada pela presença de diferentes etnias, grupos culturais, descendentes de imigrantes
de diversas nacionalidades, religiões e línguas. Para tanto a temática História e Cultura
Afro-brasileira, foi incluída no currículo oficial da rede de ensino pela Lei Nº 10.639/03. Foi
o trabalho manual o espaço mais provável de expressão artística e técnica da mão afro-
brasileira.
Podemos citar alguns nomes, como Antônio Francisco Lisboa, conhecido como
Aleijadinho (1738-1814), autor de esculturas e fachadas de igrejas barrocas mineiras, e
de Valentim da Fonseca e Silva ou Mestre Valentim, escultor, cujas obras se encontram
em igrejas ou parques cariocas, em São Paulo, podemos citar o nome de Joaquim Pinto
de Oliveira Thebas, construtor da torre da antiga Sé da cidade. As identidades negras
contempladas na música brasileira são, hoje, o resultado de muitas implicações
Históricas, entre elas a tradição da oralidade de inúmeras culturas africanas, que se
destaca pela força do improviso, presente em muitas expressões musicais, como nos
cantos do congado, capoeira e no próprio samba. A música dá um sentido à existência por
ser linguagem de maior abrangência, envolvendo geralmente a dança e a corporeidade e
sendo exercitada em momentos de festas ou rituais.
Atendendo aos objetivos da disciplina e respeitando o contexto histórico vigente,
em que questões relacionadas com o meio ambiente e sua preservação são focos dos
noticiários e de debates entre os vários segmentos da sociedade, faz-se necessário
abordar questões relacionadas com o meio ambiente e sua preservação, buscando
selecionar artistas que tiveram suas obras interligadas com as relações entre o homem e
o meio ambiente, ressaltando a importância da preservação ambiental para a melhoria na
qualidade de vida.
Um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer e
refletir global e localmente, sobre a forma pelas quais governos, empresas, organizações
61
não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de
soluções para os problemas socioambientais, foi a Agenda 21. Com isso abriu-se o
caminho capaz de ajudar a construir um planejamento participativo em nível global,
nacional e local, de forma gradual e negociada tendo como meta um novo paradigma
econômico e civilizatório.
O importante ponto dessas ações é o planejamento de sistemas de produção e
consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício, a agenda 21 é um plano de ação
para ser adotado global, nacional e localmente, pó organizações do sistema das Nações
Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana
impacta o meio ambiente.
Um artista que tem suas obras relacionadas com essas questões, e um total
engajamento estético com a natureza, aliando arte e preservação, retirando daí os
suportes da linguagem de suas obras, num grande empenho pessoal, é Frans Krajcberg,
cujas obras encontram-se em exposição permanente na capital paranaense.
Relacionando obras e história, o movimento denominado Paranismo, ocorrido
entre as décadas de 1920 e 1930, procurava cultuar e divulgar a história e as tradições do
Paraná, incentivando a construção de uma identidade regional, impregnada pela crença
no progresso e no desenvolvimento social.
Um dos artistas integrantes desse movimento foi João Turim, outros artistas que
contribuíram na representação da história do Paraná foram entre tantos, Zaco Paraná,
Alfredo Andersen, Guido Viaro, Poty Lazzarotto. O estudo de obras que contam com
riqueza de detalhes e linguagem artística variada a história do Paraná e seu povo,
tornam-na instigante.
OBJETIVO GERAL
A arte-educação tem por objetivo a formação dos sentidos humanos, a apreciação
metódica e sistematizada da riqueza humana explícita na arte. Sabe-se que a percepção
humana é constituída historicamente e o que vemos, é o resultado de toda a prática social
da humanidade. A formação dos sentidos estéticos é necessária para superar tanto as
visões de mundo modeladas no comum, quanto os estereótipos que a sociedade impõe.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Compreender a produção cultural da humanidade e que somos coagentes da
mesma;62
• Desenvolver a sensibilidade, da percepção e da imaginação;
• Perceber homens e mulheres enquanto seres simbólicos e sociais que pensam e
se expressam através de signos também visuais, audiovisuais que se desenvolvem
pelo contato sensível, consciente, com os signos de sua própria produção, da
produção dos colegas, da sua cultura e do conforto com as demais culturas;
• Realizar leituras e apreciação de imagens nos mais diversos meios: obras de arte,
desenho animado, história em quadrinhos, filmes, outdoor, explorando as mais
variadas formas de interpretação.
• Expressar-se e saber comunicar-se respeitando o interesse individual ou de grupo.
• Aplicar os conceitos adquiridos, traduzindo-os em uma representação plástica.
• Conhecer e identificar as linguagens plásticas e seus componentes; ponto, linha,
forma, cor, valores cromáticos, luz, textura, volume espaço, superfície, proporção,
movimento, tempo, etc;
• Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas deferentes linguagens
estéticas: desenhos, pinturas, gravuras, obras de arte, modelagens, dobraduras,
esculturas, fotografias, ambientes de vitrines, cenários, designer, artes gráficas
(folhetos, cartazes, encartes, logotipos, dentre outros);
• Contextualizar e situar o conhecimento cognitivo e sensível das produções
artísticas pessoais e da humanidade como produto sócio-histórico e cultural no
contexto das múltiplas culturas e subjetividade;
• Fluir, estudar e analisar as produções em artes visuais, tanto na produção artística
em geral como as ligadas ao campo de comunicação visual como; designer, etc,
conscientizando-se dos meios de comunicação e informação; as novas mídias
audiovisuais, TV, vídeo, multimídia, CD-ROM, cinemas , telas informáticas, dentre
outros;
• Trabalhar com as transições possíveis da improvisação, criando possibilidades
expressivas corporais, faciais, do movimento, da voz, do gesto: improvisar, atuar e
interpretar personagens, tipos, coisas, situações; atuar na convenção palco/ plateia
e compreender essa relação a partir das experiências vivenciadas;
• Conhecer, identificar e estabelecer relações entre funções dos (criadores musicais),
compositores de música popular, de concerto, intérpretes (cantores, instrumentais)
regentes técnicos diferenciados e outros profissionais envolvidos na produção
musical; adquirir conhecimentos considerando as deferentes características das
áreas de atuação e de mercado de trabalho;
63
• Desenvolver a expressão corporal - Dança (instruções diretas, descobertas
guiadas, respostas selecionadas, jogos dramáticos e composições coreográficas);
• Ajudar o aluno na sua formação cultural, artística e social, bem como auxilia-lo a
desenvolver a sua sensibilidade, imaginação e criatividade, pois como já se sabe
arte esta ligada a formação social do ser humano.
• Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal
e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a
reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;
• Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes
Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a
utilizá-los nos trabalhos pessoais;
• Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e
conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no
percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções;
• Analisar, interpretar e aplicar os recursos específicos das linguagens da música, do
teatro, da dança e das artes visuais relacionando textos com seus contextos,
mediante a natureza, função, organização e estrutura das manifestações, de
acordo com as condições de produção/recepção.
• Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas
diversas culturas, conhecendo respeitando e podendo observar as produções
presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo
natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos;
• Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade,
exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando arte de modo
sensível;
• Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do trabalho
do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz, aspectos do
processo percorrido pelo artista;
• Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas,
documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais,
ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus,
galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas),
reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções
estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias.
64
• Experimentar cada linguagem artística;
• Compreender, utilizar e pesquisar de forma individual e coletiva, produções
artísticas, identificando diferenças de padrões artísticos em diferentes grupos
sociais;
• Observar a arte e a realidade exercitando a discussão de maneira critica;
• Identificar as diferentes funções da arte, do trabalho e da produção dos artistas;
• Organizar informações sobre a arte, as diferentes concepções artísticas em
determinados grupos sociais;
• Coletar informações sobre a arte e artistas através de livros, filmes, pesquisas
virtuais, exposições e visitas a museus.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A sociedade sempre produziu arte, mesmo antes de sentirmos a necessidade de
interpretar e expressar os pensamentos, pois as formas de apreensão do mundo estão
em todas as culturas. A necessidade de conviver com as formas de expressão está em
nossa vida, faz parte de nosso dia-a-dia usufruirmos desse convívio como forma especial
de compreensão, de conhecimento do mundo que nos cerca e das diferentes culturas. As
manifestações artísticas brasileiras nos revelam o processo de emancipação e de
constituição de nossa identidade a partir dos conhecimentos sócio-histórico cultural.
LEITURA (Apreciar): A leitura de imagens propicia o desenvolvimento do
pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de
ordenar e dar sentido à experiência humana. Desenvolvendo a sensibilidade, percepção e
imaginação, na apreciação do conhecimento das produções da humanidade, da natureza,
das diferentes manifestações culturais.
CONTEXTUALIZAR (Refletir): É situar o conhecimento cognitivo e sensível das
produções artísticas pessoais como produto social e histórico, o que desvela a existência
de múltiplas culturas subjetivas. Assim entende-se por contextualização o situar-se no
espaço/tempo histórico, bem como relacionar as questões sociais, ecológicas,
antropológicas na arte, na educação e na cultura.
Os conhecimentos, as poéticas e o pensar a arte devem estar em consonância
com os aspectos relacionados ao passado/presente; e perceber a arte no seu contexto
estético.
PRODUZIR (Fazer artístico): É através do fazer que o aluno pode descobrir as
65
possibilidades e limitações das linguagens expressivas, dos diferentes materiais e
instrumentos. É na construção de seu objeto artístico que o aluno exercita sua imaginação
criadora e articula os conhecimentos adquiridos. Assim, a construção associada às
imagens pode colaborar para a construção de formas com maior força expressiva, ao
mesmo tempo em que estimula o pensar sobre a criação artística
A ênfase na inter-relação entre a leitura (sentidos, humanização dos objetos e dos
sentidos, apreciar, fruição, apropriação, percepção, interpretar as obras de arte e a
realidade), o fazer (prática artística, trabalho criador, expressão, imaginação, criação) e o
refletir (cognição, familiarização, conhecimento, contextualização histórica, social, saber
estético) correspondem à epistemologia da Arte, aos modos de como se aprende.
O encaminhamento metodológico em Arte, relaciona-se aos conteúdos propostos,
com os demais componentes curriculares, articulando a observação contínua das
experiências artísticas e estéticas dos educandos, com elementos culturais em diferentes
espaços temporais, e a partir dessas observações estabelece a ação pedagógica .
− as produções\ manifestações artísticas presentes na comunidade;
− as peculiaridades culturais de cada aluno, a escola como ponto de partida
para a ampliação dos saberes em arte;
− as situações de aprendizagem que permitam ao aluno compreender os
processos de criação e execução nas linguagens artísticas;
− a experiência estética como meio fundamental para resignar esse
componente curricular;
A aproximação do aluno com o universo artístico se dá sob a forma de
aprendizagem sistematizada, instigando a memória, a percepção e as possíveis
associações com a realidade cotidiana do aluno.
• articulação do lúdico às atividades artísticas em sua prática
pedagógica.
• associação do ato de brincar e de aprender.
*experimentação e exploração de materiais e técnicas vinculadas à produção
artística que possibilitará ao aluno a familiarização com as variadas linguagens
artísticas.
Trabalhar o reagrupamento orgânico das obras de arte de várias épocas e de
vários povos segundo a colocação espaço temporal. Trabalhar também elementos
estruturais e técnicas de linguagem visual.
66
Percorrer caminhos diversos abordando desde a tradição popular até os temas
atuais.
Procurar integrar Artes com a Cultura Afro-brasileira e com a Cidadania, já que o
conhecimento humano deve procurar o seu sentido global através da articulação e
integração das partes que não devem ficar fragmentadas e estanques, mais sim
integradas como partes que completam um painel.
_ Planejamento de aulas flexíveis de modo a contextualizar os componentes da
cultura local, regional e nacional, comparando-as entre si, e com as origens étnicas da
população local.
_ Observação de aspectos dos saberes em arte, induzir o educando de modo
progressivo e instigante a expressar, representar e comunicar suas emoções, ideias a
respeito da natureza e da cultura.
_ Estabelecimento de planos para a formação artística e estética dos alunos
através de manifestações folclóricas, jogos, cantigas, brincadeiras e danças populares,
histórias e dramatizações, paisagem urbana e rural, moradias antigas, objetos, roupas,
com objetivo da inter-relação dos elementos culturais que norteiam a estética do mundo.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 5ª série
ELEMENTOS FORMAIS:
-Altura:
-Duração
-Timbre
-Intensidade
-Densidade
COMPOSIÇÃO:
-Ritmo
-Melodia
-Escalas: diatônica, penta tônica e cromática
-Improvisação
67
MOVIMENTOS E PERÍODOS:
-Greco-Romana
-Oriental
-Ocidental
-Africana
ARTES VISUAIS:
ELEMENTOS FORMAIS:
-Ponto
-Linha
-Textura
-Forma
-Superfície
-Volume
-Cor
-Luz
COMPOSIÇÃO:
-Bidimensional
-Figurativa
-Geométrica, simetria
-Técnicas: Pintura, escultura, arquitetura...
Gêneros: cenas da mitologia...
MOVIMENTOS E PERIODOS:
-Arte Greco-Romana
-Arte Africana
-Arte Oriental
-Arte Pré-Histórica
TEATRO
ELEMENTOS FORMAIS:
68
-Personagem:
-expressões corporais,vocais,gestuais e faciais
-Ação
-Espaço
COMPOSIÇÃO:
-Enredo, roteiro.
-Espaço Cênico,adereços.
-Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara...
Gênero: Tragédia,Comédia e Circo.
MOVIMENTOS E PERÍODOS:
-Greco-Romana
-Teatro Oriental
-Teatro Medieval
-Renascimento
DANÇA
ELEMENTOS FORMAIS:
-Movimento Corporal
-Tempo
-Espaço
COMPOSIÇÃO:
-Kinesfera
-Eixo
-Ponto de Apoio
-Movimentos articulares
-Fluxo (livre e interrompido)
-Rápido e lento
-Formação
-Níveis (alto, médio e baixo)
-Deslocamento (direto e indireto)
-Dimensões (pequeno e grande)
69
-Técnica: Improvisação
-Gênero: Circular
MOVIMENTOS E PERIODOS
Greco-Romana
Oriental
Ocidental Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais
Ação
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
Idade Média
Música Popular (folclore)
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Idade Média
Arte Popular (folclore)
Arte Pré-Histórica
Renascimento
70
Barroco
Greco-Romana
Teatro
OrientalAfricano
Teatro
Medieval
Renascimento
Teatro Popular
Pré-história
Greco-Romana
Medieval
Idade Média
Arte Popular (folclore)
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 6ª série
• TEATRO
• Altura
• Duração
• Timbre
• Intensidade
• Densidade
• ARTES VISUAIS
• Ponto
• Linha
• Forma
• Textura
• Superfície
• Volume
• Cor
• Luz
• TEATRO
• Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais
• Ação
71
• DANÇA
• Movimento Corporal
• Tempo
• Espaço
• COMPOSIÇÃO
•
• Ritmo
• Melodia
• Escalas
• Estrutura
• Gêneros: folclórico, popular, étnico
• Técnicas: vocal, instrumental, mista
• Improvisação
• Ritmo
• Melodia
• Escalas
• Estrutura
• Gêneros: folclórico, popular, étnico
• Técnicas: vocal, instrumental, mista
• Improvisação
• Bidimensional
• Tridimensional
• Figurativa
• Abstrata
• Geométrica
• Técnicas: Pintura, desenho, escultura, modelagem, gravura, mista, pontilhismo...
• Gêneros: Paisagem, retrato,natureza morta.
• MOVIMENTOS E PERIODOS
• Música popular e étnica (ocidental e oriental)
• Brasileira
• Paranaense
• Africana
72
• Renascimento
• Neoclássica
• Caipira/Sertanejo Raiz
• Arte indígena
• Arte Popular Brasileira e Paranaense
• Abstracionismo
• Expressionismo
• Impressionismo
• Comédia dell' arte
• Teatro Popular
• Teatro Popular Brasileiro e Paranaense
• Comédia dell' arte
• Teatro Popular
Teatro Popular Brasileiro e Paranaense
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 7ª série
ELEMENTOS FORMAIS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
ARTES VISUAIS
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
TEATRO
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais
Ação
Espaço
73
DANÇA
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
COMPOSIÇÃO
MÚSICA
Ritmo
Melodia
Harmonia
Tonal, modal e a fusão de ambos.
Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista
Sonoplastia
ARTES VISUAIS
Bidimensional
Tridimensional
Figurativo
Abstrato
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Cenografia
Técnicas: pintura, desenho,
TEATRO
Representação no Cinema e Mídias (Vídeo, TV e Computador)
Texto dramático
Cenografia
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro, enredo
Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica
DANÇA
Direções
Dinâmicas
74
Aceleração
Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria Cultural, espetáculo
MOVIMENTOS E PERIODOS
Percepção dos modos de fazer música e sua função social.
Teorias da Música.
Produção de trabalhos com os modos de organização e composição musical, com
enfoque na Arte Engajada.
Realismo
Dadaísmo
Arte Engajada
Muralismo
Indústria Cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
Vanguardas
Classicismo
Romantismo
Hip Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural
Dança Clássica
Dança Moderna
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 8ª série
ELEMENTOS FORMAIS
75
MÚSICA
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
ARTES VISUAIS
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
TEATRO
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais
Ação
DANÇA
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
COMPOSIÇÃO
Bidimensional
Tridimensional
Figurativo
Geométrica
Figura-fundo
Perspectiva
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Cenografia
Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro-Fórum, Teatro Imagem
76
Representação
Roteiro, enredo
Dramaturgia
Ponto de Apoio
Níveis (alto, médio e baixo)
Rotação
Deslocamento
Gênero: Salão, espetáculo, moderna
Coreografia
Deslocamento
Gênero: Salão, espetáculo, moderna
Coreografia
MOVIMENTOS E PERIODOS
Música Engajada
Música Popular Brasileira.
Música contemporânea
Hip Hop, Rock, Punk
Romantismo
Realismo
Dadaísmo
Arte Engajada
Muralismo
Pré-colombiana
Grafite (Hip Hop)
Romantismo Teatro Engajado
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do Absurdo
Romantismo Arte Engajada
Vanguardas
Dança Contemporânea
Romantismo
Greco-Romana
77
Oriental
Ocidental
Idade Média
Música Popular (folclore)
Arte Greco-Romana
Arte Africana
Arte Oriental
Idade Média
Arte Popular (folclore)
Arte Pré-Histórica
Renascimento
Barroco
Greco-Romana
Teatro Oriental
Africano
Teatro Medieval
Renascimento
Teatro Popular
Pré-história
Greco-Romana
Medieval
Idade Média
Arte Popular (folclore)
AVALIAÇÃO
A avaliação é a forma de o professor se orientar, de diagnosticar o aprendizado dos
alunos e o seu, de rever projetos, de alterar métodos, se necessário, buscando
novas alternativas, reforçando conteúdos, buscando novas metodologias, adaptando-se
assim, às necessidades básicas dos alunos.
Ao avaliar, o professor deve considerar a história do processo pessoal de cada
aluno e sua relação com as atividades desenvolvidas na escola, observando os trabalhos
e seus aspectos.
A avaliação deve envolver os seguintes aspectos:
- Cognitivo: relacionados ao conhecimento.
Ao avaliar, o professor deve refletir sobre o que e como o aluno apropriou-se dos
78
conhecimentos e conceitos da área de conhecimento da arte.
Assim, vale ressaltar que a cognição deve estar atrelada às informações,
apropriações e reflexões sobre a produção artística, a história da arte, a estética e todo o
conhecimento relacionado à arte e sua essência.
- Sensível: Percepção.
Ao avaliar o desenvolvimento sensível do aluno, é importante que o professor
atente que essa é uma avaliação subjetiva. Está numa fase dita pelo aluno, no processo
de leitura do objeto artístico e/ou de imagem, na essência de um texto teórico e, na
poética, quando são percebidos elementos implícitos significativos. Assim, a avaliação do
desenvolvimento sensível acompanha a leitura e a contextualização.
- Cidadania: Ética e valores subjetivos.
Ao avaliar os aspectos da cidadania, o professor deve levar em conta o
comprometimento, a assiduidade, a responsabilidade e a participação do aluno nas
atividades e em grupo.
O professor deverá considerar o contexto social e cultural de cada aluno, sua
relação com as atividades desenvolvidas na escola observando a visão de mundo do
aluno, promovendo a integração e desenvolvimento do saber estético a partir dos
diferentes meios socioculturais.
• Produção pessoal, utilização de técnicas e procedimentos da linguagem visual.
• Crítica - argumentação sobre o próprio trabalho e o trabalho coletivo, aceitando as
diferenças artísticas, étnicas e de gênero.
• Conhecer - apreciando várias formas de objeto, de arte, reconhecendo seu
preconceito a existência de manifestações de arte em culturas distintas.
• Valorização - da pesquisa, observação, da preservação do acervo cultural própria e
de outras culturas, do patrimônio e de bens artísticos.
Dança:
• Movimento-conhecimento das possibilidades do movimento humano respeitando e
compreendendo seus limites físicos, emocionais e intelectuais.
• Desenvolver aspectos cognitivos integrados aos processos mentais, que
possibilitem uma melhor compreensão estética do mundo.
79
Música:
• Conhecer a música em seu meio sociocultural, as implicações no contexto
históricas tempo/espaço, as diferentes sociedades e culturas sem preconceito
étnico ou de gênero.
Reconhecer-estilos, forma, letras, timbre em diferentes composições.
• Refletir discutir e analisar aspectos sociais, em que os jovens estabelecem com a
música, a crítica social, promover uma escuta consciente.
• Ampliar a percepção sonora e musical, memorização, organização sonora, registro,
execução e interpretação dos sons.
Teatro:
• Improvisar e atuar - verificar-se como o aluno expressa, por meio das linguagens
corporais, gestos, movimento e voz, no jogo teatral.
• Identificar, verificar e criar a partir dos elementos teatrais como (atuação, cenário,
figurino, iluminação e sonoplastia) como o aluno identifica cenas, organizando e/ ou
adaptando roteiros simples.
INSTRUMENTOS AVALIATIVOS
Os instrumentos avaliativos estão relacionados ao que será trabalhado com os
alunos:
- Poética ( atividades práticas/ produção);
- Apresentações artísticas ( dança, teatro, música e outros);
- Avaliação descritiva ( texto crítico);
- Avaliação crítica (alunos fazem a avaliação de suas produções e/ou de obras e imagens
artísticas);
- Relatórios (exposições escrita de pesquisa, passeio de estudo,etc);
- Exposição;
- Pesquisa, auto- avaliação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
80
HADDAD, Denise A. MORBIN, Dulce G. A Arte de Fazer Arte, 5ª a 8ª séries, São Paulo.
Saraiva – 2004.
CANTON, Kátia. Retrato da Arte Moderna. São Paulo; Ática 2006
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo; Ática 2006.
FERREIRA, Martins. Como usar a Música na sala de aula. São Paulo; Contexto 2005.
GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a Arte Brasileira. Rio de Janeiro; Ediouro
2003.
CANTELE, Bruna Renata; LEONARDI, Ângela Canteli. Arte Linguagem Visual. 5ª a 8ª
séries. IBEP. São Paulo 2002.
CANTELE, Bruna. R, Arte etc e tal. Ensino básico de educação artística, IBEP, 1992.
MORRASSO, Emilio . Manuale di disegno. Itália, Bruno mondadori, 1991.
Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, SEED – PR – Junho 2005.
READ, Herbert. Educação pela Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1977.
10.2. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO
O ensino da disciplina de Ciências na Educação Básica justifica enquanto
necessidade da apropriação do conhecimento científico através de experiências vividas
na sala de aula, objetivando a organização progressiva do conhecimento, com vistas ao
desenvolvimento da autonomia dos indivíduos e ao exercício da vida cidadã.
Na escola, a preparação da cidadania é essencial, uma vez que é concebida “como
uma prática social cotidiana, que repassava os diferentes ambientes da vida, articulando o
cotidiano, o conjuntural e o estrutural, assim como o local global, numa progressiva
amplificação do seu horizonte, sempre na perspectiva de um projeto diferente de
sociedade”. (CANDU, 2000 p.15).
A descoberta do fogo foi um marco da história da humanidade, assim o ser humano
percebeu a importância de cozinhar os alimentos, criou objetos próprios e descobriu
formas de conservação, de fermentação e tingimento, também criou a forma primitiva de
experiências químicas para ajudar na transformação de uma substância em outra.
A partir de então, o homem passou a cultivar a terra e criar animais, estabelecer
relações entre o movimento do céu e os ciclos vitais de animais e plantas, aperfeiçoou
81
técnicas, fabricou novos instrumentos, aprendeu a armazenar o excesso em suas
produções, desenvolveu noções de cálculo para construir novos espaços e criar
calendários a partir dos movimentos celestes, a fim de tirar melhor proveito da natureza
para sua subsistência.
A Educação do Campo não cabe em uma escola, mas a luta pela Escola tem sido
um de seus traços principais: porque a negação do direito à escola é um exemplo
emblemático . A escola tem uma tarefa educativa fundamental, especialmente na
formação das novas gerações e porque a escola pode ser um espaço efetivo de fazer
acontecer a Educação do Campo, e pode ter um papel importante na disputa de
hegemonia de projeto de campo, de sociedade e de formação humana.
A partir dos séculos XV e XVI, alguns nomes se evidenciaram. Dentre eles:
• Leonardo Da Vinci: artista e cientista, brilhante estudioso de anatomia, hidráulica,
ótica, botânica, geologia, arquitetura, matemática, engenharia e filosofia.
• Nicolau Copérnico: provocou grande mudança na forma de ver o mundo.
• Galileu Galilei: teorias contrárias a visão tradicional do Cristianismo sobre o universo,
pois defendia que a terra se movia.
• Francis Bacon: criou a ciência experimental, pelo método científico.
• Gregor Jhon Mendel: princípios da hereditariedade, a base da genética.
• René Descartes: autor da importante obra: “Discurso do Método”.
• Isaac Newton: leis do movimento, ao ter mostrado a natureza como algo regular e
previsível.
• Antoine Laurent Lavoisier: tratado elementar de química.
• Dimitri Mendeliev: criou a classificação periódica dos elementos.
• Charles Darwin: mudou a visão do homem em: “A origem das espécies”.
• Albert Einstein: autor da teoria da relatividade.
A partir da Revolução Industrial os avanços científicos determinaram o
desenvolvimento e o crescimento da indústria, por sua vez exigiu que a ciência
ascendesse para aperfeiçoar técnicas e com isso criar novas tecnologias para as
indústrias.
Em decorrência deste processo, aumentou a exploração do ambiente para a
produção de energia, uma vez que foram criadas máquinas a vapor e a siderurgia, com
destaque a um importante conceito na relação entre ciência e indústria: a energia.
A busca pela energia necessária à produção fez aumentar a procura por
combustíveis como a madeira e o carvão mineral. Diante disso, é fundamental considerar
82
a descoberta da energia elétrica como propulsora do desenvolvimento de novas
tecnologias.
No século XX, as contribuições da ciência para a humanidade foram incontáveis.
Considerados os últimos cinquenta anos, evoluiu mais que dez mil anos.
O primeiro voo de um avião, os avanços da química, da física e da biologia, o
lançamento do primeiro satélite artificial e o caminhar do homem na lua foram feitos
essenciais para o avanço da ciência e do pensamento humano.
A partir da década de 1920, a concepção da ciência como algo pronto e acabado é
legitimado por meio de conteúdos universais e permanentes listados nos manuais da
ciência, que seriam transmitidos aos alunos por meio de um processo rígido de
escolarização.
Quanto aos conteúdos básicos, dava-se prioridade a biografia de cientistas
importantes e a demonstração de seus experimentos. O método de ensino estava
centrado na exposição, memorização e repetição.
Os conteúdos programáticos propostos para a disciplina englobavam o estudo do
ar, da água e da terra e consideravam as perspectivas físicas, químicas, cósmicas,
biológicas e sociais ao abordar os conteúdos específicos de cada área científica.
(Ferreira, ET AL. 1999).
A década de 1950, a importância da disciplina de ciências cresceu em todos os
níveis passou a ser objeto de movimentos em busca de reformas educacionais, á medida
que a tecnologia e a ciência foram reconhecidas essenciais para o desenvolvimento
econômico, cultural e social. (Krasilchik).
Na década de 1960, o progresso da ciência e da tecnologia foi fundamental, para
que o Brasil participasse do processo de industrialização, em melhores condições.
Para isso, a formação de novos pesquisadores foi definida sob uma acentuada
visão desenvolvimentalista frente às demandas originadas deste processo.
Na década de 1960 á 1970, fatos históricos, com a crescente degradação
ambiental e o atrelamento ao desenvolvimento científico-tecnológico às guerras, fizeram
ampliar as discussões sobre a interação entre ciência e tecnologia, incluindo a sociedade
e os efeitos nela provocados.
Na década de 1980, foi marcada pela massificação da educação, a expansão da
oferta significou qualidade do ensino.
Alguns temas estiveram presentes nos programas concebidos para aprimorar o
ensino de Ciências, entre os quais destacam-se: educação ambiental, a saúde, as
relações entre a indústria e a agricultura e entre a ciência e a tecnologia.
83
No início da década 1990, o Currículo básico para a Escola Pública do Estado do
Paraná, por meio do qual a escola deveria ser valorizada como espaço responsável pela
apropriação do saber sistematizado, e na qual os conteúdos passariam a ser
indispensáveis á compreensão da prática social, para desenvolverem a realidade de
forma científica e transformadora.
A partir de 1996, seus conteúdos clássicos se esvaziaram em decorrência da
publicação e ampla distribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental – Ciências Naturais (PCN) e Temas Transversais.
Assim, os amplos campos de estudos da disciplina de ciências, como: saúde,
sexualidade, meio ambiente, entre outros, passaram a ser tratados por outras disciplinas.
A proposta inicial das PCN estabelecida que todas as disciplinas tratassem destes
temas em sala de aula. Entretanto, na prática, os professores de Ciências assumiram
muitos destes temas, em detrimento dos conteúdos específicos historicamente
constituídos.
A partir de 2003, iniciou-se um novo período na história da educação Paranaense.
Isso se deve a reformulação da política educacional do Estado. Como aspecto relevante
dessa mudança, o resgate da função social da escola e do trabalho pedagógico com os
conteúdos específicos das disciplinas escolares.
Assim, os grupos de estudos, Seminários Educacionais, Simpósios, os Cadernos
Pedagógicos, o portal dia-a-dia-educação, e o projeto com ciência são de extrema
importância para a formação continuada do professor e para a interação entre a escola e
a comunidade.
Entende-se ciência como processo de construção humana, provisória, falível e
intencional, cujos conteúdos estruturantes se desdobrem em conteúdos específicos da
disciplina de Ciências, e que sejam abordados de forma consistente, crítica, histórica, e
relacionados á ciência, á tecnologia e a sociedade, questões de saúde, sexualidade e
meio ambiente, entre outras, são tradicionalmente incorporados ao conteúdo específico e,
portanto, imprescindíveis a disciplina de Ciências.
A disciplina de ciências constitui um conjunto de conhecimentos necessários para
compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo. Por
isso, estabelece relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e
biológicos, cujos cenários estão os problemas reais, a prática social. Pode-se dizer que
esse olhar para o objeto de estudo torna-se mais amplo e privilegia as relações e as
realidades em estudo. (Santos, 2005 p. 58).
Portanto nessa concepção, o processo de ensino e aprendizagem de Ciências
84
valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o questionamento das
certezas e incertezas, e faz superar o tratamento curricular dos conteúdos por eles
mesmos, de modo a dar prioridade á essa função social.
A sociedade capitalista e suas regras de mercado influenciam as escolhas das
pessoas e as subordinam aos apelos publicitários e idolatria do consumo. As regras
também impedem, muitas vezes, que se tenham argumentos para se posicionar e tomar
decisões próprias, de forma consciente. Assim, a escola, por efeito, o processo de ensino
e de aprendizado cujas intenções devem ser claras.
O currículo de ciências deve propiciar aos alunos: que estabeleçam as relações
entre o mundo natural (conteúdos de ciências), o mundo construído pelo homem
(tecnologia) e seu cotidiano (sociedade), e que tenham potencializado a função social da
disciplina para se orientarem e, consequentemente, tomarem decisões como sujeitos
transformadores, cujo objetivo é a transformação da sociedade e não uma abordagem de
conteúdos desvinculados de questionamentos sociais, econômicos, políticos e éticos.
OBJETIVO GERAL
− Compreender o mundo e suas transformações, para que todos contribuam de
forma responsável com o meio ambiente e aos semelhantes, refletindo sobre as
questões éticas implícitas na relação entre ciência e sociedade.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
• Desenvolver hábitos de saúde e cuidado corporal, concebendo saúde pessoal, social e
ambiental como bens importantes do indivíduo e da coletividade que se devem
preservar e potenciar;
• Identificar os elementos do ambiente, percebendo-os como parte de processos de
relações, interações e transformações;
• Coletar dados e buscar informações;
• Usar o conhecimento científico na discussão e interpretação de fatos do cotidiano;
• Perceber a construção histórica do conhecimento científico;
• Discernir conhecimento científico de crendices e superstições;
• Desenvolver a reflexão sobre as relações entre a ciência, sociedade e tecnologia,
considerando as questões éticas envolvidas;
• Desenvolver um olhar atento para a natureza e ousadia de novas respostas para
85
desafios;
• Desenvolver postura para a aprendizagem: curiosidade, interesse, mobilização para a
busca e organização de informações; autonomia e responsabilidade na realização de
suas tarefas como estudante;
• Relacionar a capacidade de interação com o ambiente e a sobrevivência das espécies;
• Relacionar descobertas e invenções humanas com mudanças sociais, políticas,
ambientais e vice – versa;
• Formular perguntas e suposições sobre fenômenos naturais, desenvolvendo
estratégias progressivamente mais sistemáticas de busca e tratamento das
informações;
• Reconsiderar ideias reconhecendo e selecionando fatos e dados na reelaboração de
seus conhecimentos;
• Compreender a tecnologia como recurso para resolver as necessidades do homem,
diferenciando os usos corretos e úteis daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e
ao homem;
• Perceber a profunda interdependência entre os seres vivos e os demais elementos do
ambiente, relacionando as características do ambiente natural e cultural com a
qualidade de vida;
• Ler, refletir e formular ideias de maneira coerente e precisa.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
• Astronomia;
Matéria;
Sistemas Biológicos;
Energia;
Biodiversidade.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 5ª SÉRIE
• Universo;
•Sistema solar;
•Movimentos terrestres;
•Movimentos celestes;
•Constituição da matéria;
•Níveis de organização;
86
•Formas de energia;
•Conversão de energia;
•Transmissão de energia;
•Organização dos seres vivos;
•Ecossistema;
•Evolução dos seres vivos.
6ª SÉRIE
− Astros;
− Movimentos terrestres;
−Movimentos celestes;
−Constituição da célula;
−Morfologia e fisiologia dos seres vivos;
−Formas de energia;
−Transmissão de energia;
−Origem da vida;
−Organização dos seres vivos;
−Sistemática
7ª SÉRIE
• Origem e evolução do Universo;
− Constituição da matéria
− Célula
− Morfologia e fisiologia dos seres vivos;
− Formas de energia;
− Evolução dos seres vivos.
8ª SÉRIE
• Astros;
• Gravitação universal;
• Propriedades da matéria;
• Morfologia e fisiologia dos seres vivos;
• Mecanismos da herança genética;87
• Formas de energia;
• Interações ecológicas.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Na proposta de ensino de Ciências, procurar-se-à aproximar os alunos de fatos,
conceitos e explicações formuladas pela Biologia, Física, Química, Astronomia e
Geologia, proporcionando seu contato com uma diversidade de disciplinas que interagem
com a área das Ciências Naturais.
É importante potencializar a capacidade dos alunos para observar, explicar, testar,
comparar, registrar, pesquisar, formular hipóteses, experimentar e raciocinar sobre fatos,
procedimentos e atitudes características desse campo do saber.
A metodologia se diversifica em:
• Exposição participativa e atualizada do conteúdo, com leitura de textos, de jornais,
revistas e livros;
• Pesquisa e criação de painéis sobre assuntos relacionados com os conteúdos;
• Atividades práticas dos temas propostos (questões);
• Visita a uma estação de Ciências ou a Museus;
• Dramatizações;
• Interpretações escritas e resumos de textos científicos, individual ou em grupos;
• Produções criativas;
• Jogos e brincadeiras envolvendo os temas sugeridos;
• Vídeos educativos com discussão em pequenos grupos e exposição das conclusões ao
grande grupo;
• Trabalhos com experiências, conhecendo alguns cuidados especiais para trabalhar em
laboratório;
• Pesquisas de Campo;
• Elaboração de Gráficos;
• Visitas a bibliotecas, postos de saúde, etc.;
• Criação de charges, desenhos, panfletos explicativos, etc.;
• Entrevistas com médicos, farmacêuticos, técnicos ou pessoas da comunidade sobre:
AIDS, reciclagem de lixo, poluição do ar, fenômenos atmosféricos e etc.;
• Criação de maquetes ou esquemas com legendas, (tratamento da água, higiene, água,
rede elétrica, etc.);
88
• Leitura de rótulos de produtos industrializados (investigação e sistematização);
• Confecção de objetos reaproveitando as embalagens;
• Construção de uma horta com os alunos.
HISTÓRIA E CULTURA AFRO – BRASILEIRA E AFRICANA
Conjuntamente com o trabalho no ensino de Ciências, serão observadas através
de textos, as contribuições dos povos Africanos e de seus descendentes para os avanços
da Ciência e Tecnologia, bem como a análise e reflexão sobre o panorama da saúde dos
Africanos. Essa análise considerará os aspectos políticos, econômicos, ambientais,
culturais e sociais intrínsecos à referida situação.
HISTÓRIA DO PARANÁ
A história do Paraná contribui na formação de cidadãos conscientes da identidade,
potencial e valorização do nosso Estado.
Serão desenvolvidas análises e reflexão de textos, promovendo a incorporação dos
elementos formadores da cidadania paranaense: “bandeira, o escudo e o hino do Paraná”
partindo do estudo das comunidades, municípios e microrregiões do Estado.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e
a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Durante o processo de
ensino-aprendizagem na disciplina de Ciências, o tema Educação Ambiental será
desenvolvido e observado de forma constante, já que o assunto relaciona-se diretamente
com o tema Ciências e seu enfoque em sala de aula.
AVALIAÇÃO
A avaliação para garantir o sucesso do ensino e da aprendizagem, e nesse sentido
ela é essencial para professores e alunos se auto-avaliarem em busca de uma prática que
efetive o aprendizado e a troca de experiências.
Inclui a observação dos avanços e da qualidade de aprendizagem alcançada pelos
alunos ao final de um período de trabalho.
89
Deve ser diversificada e desenvolvida de várias maneiras, usando diferentes
instrumentos, sendo contínua e diagnosticar o rendimento dos alunos.
As situações de aprendizagem podem ser avaliadas da seguinte forma:
• Avaliação escrita ou oral;
• Leitura e interpretação de textos;
• Interpretação de figuras e legendas;
• Respostas a exercícios e problemas;
• Pesquisas em livros, revistas e jornais;
• Elaboração de textos a partir da observação de ilustrações, após observação,
discussões em grupos, entrevistas e pesquisas;
• Elaboração de listas, tabelas e gráficos;
• Elaboração de relatos de visitas, entrevistas e excursões;
• Elaboração de relatórios de experimentos e investigações realizadas;
• Produção de cartazes, panfletos, anúncios, jornais, murais;
• Construção de glossário (mini-dicionário);
• Apresentações de trabalhos e palestras;
• Participação nas atividades extraclasse;
• Construção de uma horta.
Ressalta-se que a maioria dos trabalhos serão desenvolvidos em grupos,
proporcionando condições de melhorias nos relacionamentos interpessoais e valorizando
as diferenças no contexto social.
REFÊRNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARENGA, Jener Procópio de, PEDERSOLI, José Luiz, Filho, Moacir Assis Assunção,
Gomes, Wellington Caldeira. Ciências naturais no dia-a-dia. Positivo, Curitiba, 2.004.
BARROS, Carlos e PAULINO, Wilson Roberto. Ciências. Editora Ática, São Paulo, 2.004.
Cecília Valle. Ciências. Positivo, Curitiba, 2.004.
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná.
Ciências, Curitiba, 2.008.
GOMES, Wellington Caldeira. Ciências naturais do dia-a-dia. Positivo, Curitiba, 2004.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. CURRÍCULO BÁSICO PARA A ESCOLA
PÚBLICA DO ESTADO PARANÁ.
90
10.3. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - EDUCAÇÃO FÍSICA
"Percebemos que os momentos mais profundamente emocionantes de nossas
vidas em geral nos deixam sem palavras, e que tais momentos, nossa postura
corporal pode bem ter a capacidade de expressar algo que seria inexprimível de
outro modo".
Rudolf Laban
APRESENTAÇÃO
Dentro de uma proposta atual de ensino da Educação Física, seguindo os princípios
instituídos pelo currículo básico para a Escola Pública do Paraná, não direcionada à ação
pedagógica voltada apenas para culturação da forma física ou habilidades motoras dentro
dos jogos e disputas esportivas, se pretende desenvolver a relação entre o educando
como participante nos movimentos que o envolvem nas relações sociais, históricas, de
coletividade e se possível, desenvolver atividades extra classe de integração.
A Educação Física pode ser considerada Educação na medida em que
91
reconhecemos o ser humano como arquiteto de uma sociedade melhor e mais humana,
onde não é necessário levar vantagem em tudo.
A Educação Física Escolar deve propiciar ao aluno a descoberta consciente de seu
corpo, a participação crítica e reflexiva na construção e na transformação da realidade
social e consequentemente atingir o movimento em sua totalidade: EU, O OUTRO, O
MEIO.
Justifica-se o presente plano considerando-se a Legislação vigente, o regimento
escolar, documentações e orientações da Secretaria de Estado da Educação, bem como
o Manifesto Mundial de Educação Física.
A Educação Física, dentro de uma pedagogia "HISTÓRICO - CRÍTICA", tem uma
função social a cumprir no espaço escolar, que segundo Saviani, “é a transmissão do
saber sistematizado, legado cultural da humanidade”.
A Educação Física escolar dispõe de uma diversidade de formas de abordagem para
aprendizagem, entre elas as situações do jogo coletivo, exercícios de preparação
corporal, de aperfeiçoamento de improvisação, a ilimitação de modelos, a apreciação e
discussão, os circuitos, as atividades recreativas, enfim, todas deverão ser utilizadas
como recurso para a aprendizagem.
Da mesma forma, pode-se ir ao encontro de experiências e informações ao meio
ambiente próximo. Ensinar e aprender a cultura corporal de movimento envolve a
discussão permanente dos direitos e deveres do jovem e adolescente envolvendo a
integração social e a formação da saúde.
Neste processo, o universo de valores, atitudes e conceitos, e procedimentos
culturais corporais de movimento, atua como maneira, externa e significativa como
referência, criando uma multiplicidade de interesses e identificações, com inúmeras
formas de buscar prazer e satisfação.
A visão de corpo humano unicamente como, instrumento de produtividade ainda é
muito forte. Ela se manifesta na Educação Física por meio de atividades de
condicionamento, mecânicas e repetitivas. Fica implícita a concepção do movimento
como um ato motor calcado exclusivamente na ótica biológica. Os conteúdos e
metodologias foram e ainda são determinados por outras instituições que não a escola,
como a desportiva, a médica e a militar.
É necessário superar essa visão tecnicista, ainda presente na ação pedagógica dos
profissionais da área, e direcioná-la para uma prática centrada na reflexão, compreensão
e superação da realidade. Esta prática transformadora visa a melhoria da qualidade de
vida e tem como tema central o movimento humano, pois propicia o perceber-se e o
92
conhecer-se como ser corpóreo. Porém, é importante que o educador possibilite ao aluno
vivenciar o processo de elaboração e re-elaboração do conhecimento via movimento no
exercício de sua corporeidade.
A Educação Física Escolar deve interagir com as demais disciplinas em todas as
iniciativas que deem oportunidade para a produção e socialização do conhecimento.
A ludicidade , uma das mais importantes características da Educação Física Escolar,
deve estar presente em todos os seus temas (Dança, Ginástica, Jogo e Esporte).
OBJETIVO GERAL
Educar socialmente, colaborando com a interdisciplinaridade, proporcionando ao
educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como
elemento da auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício
consciente da cidadania, além de aguçar o espírito crítico e o interesse pelas atividades
físicas, que nos trazem benefícios para a saúde, proporcionando uma melhor qualidade
de vida.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Desenvolver no aluno capacidades de
observação, reflexão, criação, discriminação de valores, julgamento, comunicação,
convívio, cooperação, decisão, ação, concentração, desconcentração,
relaxamento.
• Desenvolver a vontade de participar e
sentir-se peça atuante e fundamental da atividade, ou seja, colaborador de algo
que ele faz parte dando-lhe assim a sensação de realizador do processo, sensação
esta, importante no seu desenvolvimento.
• Respeitar as especificidades que
caracterizam cada aluno no conhecimento veiculado a disciplina, tanto no que se
refere às suas relações com o seu próprio corpo, como para a formação de uma
consciência corporal, em seu sentido mais amplo.
• Visar o desenvolvimento do aluno através
da sua evolução e desafios a serem vencidos dentro dos esportes, jogos
93
recreativos, ginástica e dança.
• Dimensionar que o homem é concreto e
precisa ser visto à luz da visão histórica e cultural, entendo que lê não se situa a
nível de objeto, mas existe como sujeito participante, ativo e compromissado na
dialética social.
• Garantir a efetivação de uma prática
sintonizada com os objetivos através da seleção dos conteúdos compatíveis à
realidade.
• Valorizar a integração aluno/aluno e
professor/aluno como fonte de desenvolvimento social, pessoal e intelectual.
• Participar de atividades em grandes e
pequenos grupos potencializando e canalizando as diferenças individuais para o
beneficio e conquista dos objetivos por todos.
• Demonstrar autonomia na elaboração de
atividades corporais, assim como capacidade para discutir e modificar suas regras,
reunindo elementos competentes às várias manifestações de movimento podendo
estabelecer uma melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura
corporal para um reaproveitamento do seu tempo disponível.
• Reconhecer a prática da Educação Física
como contributo para a melhoria da qualidade de vida do educando.
• Situar historicamente o educando,
mostrando que a vida em sociedade se desenvolve pelas relações
homem/natureza e homem/homem e esta manifestação corporal se refere às
habilidades essenciais que desde o homem primitivo eram necessárias para a
sobrevivência das espécies.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
− Esporte;
− Jogos e brincadeiras;
− Dança;
− Ginástica;
− Lutas.
CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS - 5ª SÉRIE
O corpo como construção histórico social:
94
• Dimensões biológica, histórica, cultural e
social do corpo: possibilidade de manifestação corporal;
• Possibilidades expressivas/comunicativas
do corpo;
• Limpo/sujo, feio/bonito, forte/fraco,
magro/gordo, saudável/doente, livre/aprisionado: o corpo excluído.
Conhecimento do corpo:
Auto-conhecimento corporal; somatização das emoções: dor, ódio, prazer, medo
etc;
Relaxamento e descontração;
Educação dos sentidos: cheiros, gostos, sons, imagens, senso tátil.
Manifestações esportivas:
• Origem dos diferentes esportes e sua mudança na história;
• O sentido da competição esportiva;
• Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
• Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos,
deslocamentos, passes, fintas;
• Práticas esportivas: esportes com e sem materiais e equipamentos.
• Handebol;
• Voleibol;
• Futsal;
− Basquetebol;
− Atlestismo;
− Xadrez.
Jogos, brincadeiras e brinquedos:
• Por que brincamos?
− Diferentes manifestações e tipos de jogos;
− Jogos e brincadeiras com e sem materiais;
− Jogos de salão: dominó, tênis de mesa, peteca, jogo da memória, etc;
− Brinquedos e brincadeiras da cultura africana e sua ressignificação
95
nas práticas corporais afro-brasileiras.
CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS - 6ª SÉRIE
O corpo como construção histórico social:
• Dimensões biológica, histórica, cultural e social do corpo: possibilidade de
manifestação corporal;
• Saúde/doença: elementos básicos;
• O corpo diferente: gênero, etnia, classe social, pobreza, religião etc;
• Limpo/sujo, feio/bonito, forte/fraco, magro/gordo, saudável/doente,
livre/aprisionado: o corpo excluído.
Conhecimento do corpo:
• Interação corporal: reconhecimento dos limites e possibilidades da corporalidade
do outro;
• Relaxamento e descontração;
• Educação dos sentidos: cheiros, gostos, sons, imagens, senso tátil.
Manifestações esportivas:
• Princípios básicos dos esportes, táticas e regras;
• O sentido da competição esportiva;
• Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
• Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos, deslocamentos,
passes, fintas;
• Práticas esportivas: esportes com e sem materiais e equipamentos.
• Handebol;
• Voleibol;
• Futsal;
• Basquetebol;
• Atlestismo;
• Xadrez.
Jogos, brincadeiras e brinquedos:
96
• A construção coletiva de jogos e brincadeiras;
• Por que brincamos?
• Diferentes manifestações e tipos de jogos;
• Jogos e brincadeiras com e sem materiais;
• Jogos de salão: trilha, dominó, tênis de mesa, peteca, jogo da memória, etc;
• Jogos praticados no Brasil pelos afro-descendentes e africanos numa perspectiva
histórica.
CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS - 7ª SÉRIE
O corpo como construção histórico social:
• Saúde/doença: elementos básicos;
• Corpo e sua manifestação sexual: a sexualidade como possibilidade de prazer e
sofrimento;
• Corpos femininos, infantis, masculinos, de velhos: suas manifestações;
• O corpo e seus adereços: moda, roupa e outros signos corporais.
Conhecimento do corpo:
3. Relaxamento e descontração;
4. Movimentar-se: o corpo que se desloca;
5. O corpo que não se vê: o que o nosso corpo produz.
Manifestações esportivas:
• Princípios básicos dos esportes, táticas e regras;
O sentido da competição esportiva;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos, deslocamentos,
passes, fintas;
Práticas esportivas: esportes com e sem materiais e equipamentos.
Handebol;
Voleibol;
Futsal;
Basquetebol;
Atlestismo;
97
Xadrez.
Jogos, brincadeiras e brinquedos:
• A construção coletiva de jogos e brincadeiras;
Por que brincamos?
Diferenças entre jogo e esporte;
Jogos de salão: dama, trilha, dominó, tênis de mesa, peteca, jogo da memória, etc.
Danças e suas manifestações corporais na cultura afro-brasileira.
CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS 8ª SÉRIE
O corpo como construção histórico social:
Corpo e sua manifestação sexual: a sexualidade como possibilidade de prazer e
sofrimento;
O corpo como sujeito e vitima da violência: consumo de drogas, preconceitos e
tabus corporais;
O corpo dos trabalhadores: sacrifício e violência;
Corpos femininos, infantis, masculinos, de velhos: suas manifestações;
O corpo e seus adereços: moda, roupa e outros signos corporais.
Conhecimento do corpo:
Relaxamento e descontração;
Movimentar-se: o corpo que se desloca;
O corpo que não se vê: o que o nosso corpo produz.
Manifestações esportivas:
• Princípios básicos dos esportes, táticas e regras;
O sentido da competição esportiva;
Possibilidades dos esportes como atividade corporal;
Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos, deslocamentos,
passes, fintas;
Práticas esportivas: esportes com e sem materiais e equipamentos.
Handebol;
98
Voleibol;
Futsal;
Basquetebol;
Atlestismo;
Xadrez
Jogos, brincadeiras e brinquedos:
• A construção coletiva de jogos e brincadeiras;
Por que brincamos?
Diferenças entre jogo e esporte;
Jogos de salão: Xadrez, dama, trilha, dominó, tênis de mesa, peteca, jogo da
memória, etc.
Manifestações estéticas-corporais na dança:
1. A capoeira, seus significados e sentidos no contexto histórico-social, como
elemento da cultura corporal. Por meio da capoeira, torna-se possível resgatar a
historiocidade do negro, desde o memento em que foi retirado do continente
africano.
OBS: OS CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS EM CADA SÉRIE, TERÃO MAIOR
AMPLITUDE, COMPLIXIDADE E APROFUNDAMENTO DE ACORDO COM O NÍVEL E
NECESSIDADE DA TURMA.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Durante o processo ensino-aprendizagem, serão trabalhados os elementos que
compõe o meio social e cultural, oportunizando aos educandos, condições para que
identifiquem o que existe, aproveitando o que já detêm, numa construção mais elaborada
do conhecimento, contribuindo para que todos se tornem sujeitos capazes de reconhecer
o próprio corpo, com autonomia sobre ele, e adquirindo uma expressividade corporal
consciente.
No esporte, jogos, ginástica, brinquedos, brincadeiras e dança serão executados na
quadra aberta ou área coberta, onde será explorado o trabalho motor, as descobertas na
sua realização, vivendo através das atividades propostas, momentos que lhes dêem
condições de criar novos caminhos a partir das experiências vivenciadas, criando novas
formas de movimento, mobilizando práticas para afirmar valores e sentidos que melhorem
99
a formação do aluno e evitem discriminação, segregação e competição exagerada.
Para a apreensão crítica dos conteúdos da disciplina de Educação Física, como:
esporte, ginástica, jogos, brinquedos e brincadeiras e dança, as aulas terão três
momentos:
1. Primeiro momento: o conteúdo da aula é apresentado aos alunos e
problematizado, buscando as melhores formas de organização para execução
das atividades. Conversa-se com os alunos sobre as práticas corporais a fim de
identificar as possibilidades e os limites de cada um;
2. Segundo momento: desenvolve-se as atividades relativas à apreensão do
conhecimento. O professor obersa as atividades realizadas pelos alunos e suas
diferentes manifestações. É notável o número de situações que podem emergir
durante o movimento corporal, sejam elas estimuladas ou então geradas pelos
próprios alunos. Dentre elas, destacam-se a importância do contato corporal e o
respeito mutuo. O professor poderá fazer registros para uma posterior orientação
e/ou interromper para uma intervenção pedagógica, se houver reações
desfavoráveis dos alunos ou ainda se ocorrer uma recusa em participar da aula;
3. Terceiro momento: reflete-se sobre a prática, num diálogo que propicie a cada
aluno a avaliar a qualidade de sua participação nas aulas. O tratamento singular
permite que o professor conheça melhor cada aluno e que eles interajam e
troquem experiências culturais.
Os jogos de mesa (salão) serão trabalhados na sala de aula, a qual também será
utilizada para explanação de regras, trabalhos teóricos, debates, etc.
Os alunos são heterogêneos em seus conhecimentos. Portanto, a administração das
aulas é lenta, e os mais desenvolvidos auxiliam o professor possibilitando a construção do
conhecimento a alunos totalmente inexperientes, assim como novas formas de
movimentação corporal dentro dos conteúdos propostos.
Serão utilizados textos, livros, revistas, relatos e jornais para a leitura, interpretação
e debates em sala, aumentando a quantidade e a qualidade dos conhecimentos
adquiridos, como garantir através da organização e seleção das atividades a oportunidade
de participação de todos, independentemente das habilidades existentes e já adquiridas.
Além de adequar as atividades as disponibilidades e possibilidades de todos, favorecendo
a oportunidade de sucesso.
AVALIAÇÃO
A avaliação como prática escolar, deve ser continua, identificando os progressos do
100
aluno durante o processo ensino-aprendizagem e visando diminuir as desigualdade
sociais para a construção de uma sociedade justa e humanizada.
A partir de referências sobre avaliação, nas primeiras aulas que servirá de
diagnóstico para o processo subsequente, os alunos serão avaliados com o grau de
apreensão, envolvimento e participação na ação educativa, não sendo por padrões
técnicos considerado como formação de atletas, prevalecendo o comportamento e a
disciplina; serão avaliados de maneira especial àqueles alunos que mostrarem
dificuldades no decorrer das atividades, como respeitadas as limitações individuais nos
trabalhos de aptidão física e organizados exercícios específicos de menor densidade,
respeitando as individualidades.
As aulas teóricas serão através de avaliação escrita, textos, livros, revistas onde se
dará através da compreensão do aluno sobre o que foi proposto e seu conceito produzido
a partir das discussões desde as primeiras aulas.
Na avaliação, os critérios serão discutidos em conjunto, visando maior entendimento
do programa durante o ano letivo, ampliando e compartilhando a compreensão e a
responsabilidade de todos sobre os objetivos propostos. Também será utilizada a auto
avaliação, bem como a postura diante dos colegas, diferentes espaços da escola e da
comunidade.
Durante o processo de avaliação será levando em consideração:
• Frequência às aulas;
• A participação individual e coletiva nas atividades;
• A leitura de textos indicados;
• Os questionamentos produzidos pelos alunos;
• A resolução das atividades;
• A criatividade na execução do movimento;
• A percepção do seu próprio movimento em relação aos outros e em relação à
natureza;
• Desenvolvimento da prática educativa;
• Através de instrumentos e técnicas que motivem a superação das dificuldades na
prática e da realimentação dos conteúdos.
Será um processo continuo permanente e cumulativo, onde o professor organiza e
reorganiza o seu trabalho, sustentado nas diversas práticas corporais, cujo horizonte é a
conquista de maior consciência corporal e senso crítico em suas relações inter-corporais
e sociais.
101
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Fundamental.
Referencial curricular nacional para educação fundamental, Educação Física.
Educação Física – Ensino Médio. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para Educação Básica do
Estado do Paraná. SEED, Curitiba, 2008.
. . LDB, Editora Saraiva, 1996.
Metodologia do Ensino da Educação Física. Coletivo de autores. São Paulo: Cortez,
1993.
. . PCN, Ensino Médio, Linguagem, códigos e suas tecnologias.
Brasília, 2002.
. . TELECURSO., Educação para o Esporte. Editora Globo, São
Paulo, 2000.
10.4. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO
O estudo do Ensino religioso é necessário à educação escolar, pois proporciona a
oportunidade para o educando descobrir o sentido mais profundo da existência, encontrar
102
caminhos, objetivos adequados para a realização de valores que orientem o sentido pleno
da própria vida, assim, conferindo-lhe especial dignidade como ser humano e respeito por
si mesmo.
Possibilita oferecer ao educando a transcendência de sua existência e como isso
confere uma nova dimensão de seu ser, imprimindo uma nova visão do mundo. Para a
construção de uma sociedade mais justa, mais centrada na solidariedade, na defesa e na
promoção da vida.
O Ensino Religioso leva o ser humano ao anseio pela justiça e fraternidade, estas
que devem ser expressas em gestos e palavras no cotidiano de cada cidadão e que
dentro de uma ótica planetária, esta é a única e urgente medida a ser dotada para a
sobrevivência ainda que pacífica de nossa sociedade.
OBJETIVOS
• Proporcionar o conhecimento e a compreensão dos fenômenos religiosos a partir
das experiências percebidas e ou vivenciadas no contexto sociocultural do aluno;
• Compreender as religiões, Paisagens Religiosas, os Símbolos e Textos Sagrados;
• Analisar o papel das Tradições Religiosas na estruturação e na manutenção
das diferentes culturas;
• Contribuir para a formação da cidadania e convívio social baseado nos
princípios étnicos, do respeito e tolerância às diferenças;
• Subsidiar e educando na formulação e questionamento existencial;
• Promover a educação para a paz, desenvolvendo atitudes éticas que
qualifiquem as relações do ser humano consigo mesmo, com o outro e com a
natureza.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
• Paisagem religiosa
• Universo simbólico Religioso
• Textos Sagrados
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
5ª SÉRIE
1º Bimestre
• O que é o Ensino Religioso
• A importância da diversidade religiosa
103
• O respeito pela diversidade religiosa
• A Declaração Universal dos Direitos Humanos e o direito de professar a fé
2º Bimestre
• Definições do Cristianismo
• Definições do islamismo
• Definições do Budismo
• Definições do Hinduísmo
• Definições de Religiões Afro-descendentes
• Definição de religiões Indignas
3º Bimestre
• Lugares e símbolos sagrados do Cristianismo
• Lugares e símbolos sagrados do Islamismo
• Lugares e símbolos sagrados do Budismo
• Lugares e símbolos sagrados do Hinduísmo
• Lugares e símbolos sagrados das religiões Afro-descendentes
• Lugares e símbolos sagrados das religiões indígenas
4º Bimestre
• Textos sagrados do Cristianismo
• Textos sagrados do Islamismo
• Textos sagrados do Budismo
• Textos sagrados do Hinduísmo
• Textos sagrados das religiões Afro-
descendentes
• Textos sagrados das religiões Indígenas
6ª SÉRIE
1º Bimestre
• Os sacerdotes e seguidores do Cristianismo
• Os sacerdotes e seguidores do Islamismo
• Os sacerdotes e seguidores do Budismo
104
• Os sacerdotes e seguidores do Hinduísmo
• Os sacerdotes e seguidores das Religiões Afro-descendentes
• Os sacerdotes e seguidores das Religiões Indígenas
2º Bimestre
• Os templos Religiosos do Cristianismo.
• Os templos Religioso do Islamismo
• Os templos Religiosos do Budismo
• Os templos Religiosos do Hinduísmo
• Os templos Religiosos das Religiões Afro-descendentes
• Os templos Religiosos das Religiões Indígenas
3º Bimestre
• As principais festas religiosas do Cristianismo
• As principais festas religiosas do Islamismo
• As principais festas religiosas do Budismo
• As principais festas religiosas do Hinduísmo
• As principais festas religiosas das Religiões Afro-descendentes
• As principais festas religiosas das Religiões Indígenas
4º Bimestre
• O sentido da vida nas tradições religiosas
• A reencarnação
• A ressurreição, a ação de voltar a vida
• O além morte
• A ancestralidade, a vida dos antepassados
ENCAMINHAMENTOS METODOLOGICOS
A metodologia do Ensino religioso deve ser dinâmica, flexível e adequada a cada
conteúdo a ser desenvolvido. De modo a oferecer o diálogo entre as diferentes crenças e
compromissos com a vida cidadã.
Os conteúdos serão desenvolvidos através de alas expositivas, e/ou utilizando-se
de livros, jornais revistas, vídeos, entrevistas, imagens. Também estarão presentes nas
aulas a utilização de trabalhos individuais e/ou coletivos, confecção de murais, debates,
105
seminário.
È importante ressaltar que, mais do que “dar aula sobre” determinado conteúdo, o
professor de Ensino religioso deve trabalhar com ideias chaves essenciais dos conteúdos,
proporcionando aos alunos os recursos mais amplos e aprofundados que lhes
possibilitem construir seu entendimento, dando significado ou ressignificando o que já
sabem.
AVALIAÇÃO
No Ensino Religioso a avaliação parte do princípio da inclusão e não da exclusão.
O aluno se auto avalia e é avaliado para tomar consciência sobre o que aprendeu. Ou
seja, sobre onde deve investir mais esforços para melhorar e superar as dificuldades. O
professor deve criar sugestões para que o aluno demonstre e expresse sua
aprendizagem.
A avaliação é válida quando o professor acompanha o crescimento do aluno,
verificando o processo e não o produto, aperfeiçoando a construção e reconstrução do
conhecimento, permitindo ao aluno passar do senso comum para o conhecimento mais
elaborado.
A avaliação do Ensino Religioso é processual e permeia toda a prática no
cotidiano da sala de aula.
REFERÊNCIAS BOBLIOGRÁFICAS
ASSINTEC. Ensino religioso – O encontro consogo mesmo – edição experimental,
número 01, SEED/PR
CRUZ. Therezinha M. L. da. descobrindo Caminhos- Ensino religioso- nº5 e 6, 1ª ed.,
FTD, 1998, São Paulo, SP>
DIRETRIZES CURRICULARES DE ENSINO RELIGIOSO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA,
SEED/PR, 2006
CARTILHA, SEED/PR. Diversidade Religiosa e Direitos Humanos, 2005.
Várias outras obras serão usadas no decorrer do ano letivo, de acordo com a
necessidade e disponibilidade da escola, será feito o uso de pesquisa na internet e no site
dia a dia da educação como também, serão usados filmes, documentários e músicas,
ambos relacionados aos temas trabalhados.
106
10.5. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO
O ensino de uma geografia surge na antiguidade, onde o homem sonhava em
conhecer e registrar o espaço onde desenvolvia suas atividades básicas. A disciplina
passou por muitas etapas, ate chegar a fase Crítica surgida na década de 1970 essa nova
Geografia desvele a realidade, que conceba o espaço geográfico como sendo um espaço
social, produzido e reproduzido pela sociedade humana, com vista a nele se realizar e
reproduzir. Neste sentido, os geógrafos passam a fazer uma releitura do espaço não
abandonando os aspectos físicos e naturais iniciados pela Geografia Tradicional, nem as
teorias trazidas pela Geografia Quantitativa .Em 1978, a Geografia Crítica foi implantada a
nível nacional, mas não se trata apenas de passarmos conteúdos e sim de levantarmos
questões e instrumentalizá-los, de modo a lhe propiciar as condições de se
compreenderem como sujeitos da História e agentes de transformação social.
No mundo em processo de globalização, a discussão sobre o estudo do lugar nos
parece indispensável. O lugar no mundo globalizado é atingido por redes articuladas que
intervém na sua História. Cada lugar se organiza em função de uma cultura, uma tradição,
suas línguas e seus hábitos. Essas características são constituídas por influencias
internas e externas, que vão ser produzidas em consonância com o processo global.
A dinamicidade do espaço é proporcionada pela estreita ligação com a sociedade,
tornando-se um perfeito retrato das ações que se realizam no presente, aliadas as marcas
das ações passadas.
Um outro aspecto importante a levar em conta reside no fato de que a produção
espacial e desigual, na medida em que o espaço é fruto da produção social capitalista que
se realiza e se reproduz desigualmente privilegiando determinadas classes e
marginalizando outras.
Devemos selecionar conteúdos necessários a apreensão do espaço geográfico
como uma totalidade que envolva espaço e sociedade, natureza e homem.
O espaço geográfico é histórico e socialmente produzido. Seu entendimento exige
por sua vez, a compreensão das relações que os homens estabelecem entre si e com a
natureza. Isso nos remete ao tratamento com dois conceitos muito importantes: o de
processo de trabalho e o de ralações sociais de produção. Cada lugar estudado deve ser
considerado não como um único, mas no conjunto, que dizer, como lugar de
concretização das relações universais/globais.
Uma vez que a apropriação da natureza é um ato social, o seu estudo deve se dar
107
de maneira inter-relacional com a sociedade.
Como não será possível entender a organização espacial sem compreendermos as
relações sociais que se desenvolvem nesse espaço através do processo do trabalho,
torna-se necessário à compreensão da lógica da sociedade em que vivemos. Desta
compreensão é que passamos a perceber a existência de uma totalidade, que é a
sociedade produzindo e reproduzindo o espaço, para nele se estabelecer e se perpetuar.
Atualmente na disciplina de geografia se faz necessário compreender e interpretar a
realidade social, econômica, política cultural e ambiental do espaço geográfico de forma a
considerar as dimensões geográficas da realidade e como elas participam da constituição
espacial em estudo. Essas dimensões está o presentes nos conteúdos estruturantes da
geografia:
*Dimensão econômica do espaço geográfico; Dimensão política do espaço geográfico;
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico; Dimensão socioambiental do
espaço geográfico .
Torna- se necessário através de orientações vindas da SEED acrescentar as
diretrizes curriculares do ensino de geografia o cumprimento da lei n.11.645/08,o ensino
da História e Cultura Afro- Brasileira e indígena ;Também de acordo com a lei n. 13.381/01
trabalhar no Ensino Fundamental a História do Paraná , bem como de acordo com a lei n.
9.795/99 incluir no currículo a Educação Ambiental.
Sendo assim a implantação destas leis propõe a educação trabalhar as relações
étnico- raciais e ambientais para promover um resgate histórico, étnico, cultural e
ambiental, sob uma perspectiva de inclusão social .
OBJETIVO GERAL
Compreender o espaço geográfico como foco da análise interdependente do sujeito
que o constrói, estabelecendo uma relação sujeito objeto.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Reconhecer conceitos e categorias, tais como espaço geográfico, território, paisagem e
lugar;
- Aplicar os conceitos de escala;
- Reconhecer a importância dos mapas para paisagens e suas diferentes escalas;
- Identificar as transformações ocorridas no processo de urbanização;
- Construir por meio de diferentes linguagens um discurso articulado sobre as diferenças
108
entre o seu lugar e a pluralidade de lugares que constituem o mundo;
- Compreender o processo de desenvolvimento econômico brasileiro e das sociedades
mundiais em geral, dando ênfase ao setor industrial, como sendo o principal agente
transformador do espaço geográfico mundial;
- Analisar porque os países subdesenvolvidos não conseguem se desenvolver
industrialmente no mundo, bem como suas contradições e contrastes geográficos;
- Criar consciência do espaço geográfico mundial como sendo um meio de formação
crítica e consciente do educando no meio social em que vive;
- Estimular a reflexão sobre a importância da superfície terrestre para o ser humano e
sobre as inter-relações das camadas que a constituem;
- Desenvolver as potencialidades do educando – o senso de cidadania, o espírito crítico, o
raciocínio, a sociabilidade de compreender o mundo em que vive, considerando que o
conteúdo deve ser visto não como um fim em si, mas como um meio para atingir os
objetivos;
- Desenvolver no aluno a crescente consciência de cidadania, entendida como
participação ativa social e na gestão da sociedade, e maior espírito crítico em relação à
realidade mundial e à realidade brasileira;
• Procurar desenvolver no aluno as potencialidades, o senso crítico, o raciocínio, a
sociabilidade. Fazê-lo compreender o mundo em que vive e as diferenças políticas
sociais, culturais e econômicas de forma global.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
5ª SÉRIE 6°ANO
1° BIMESTRE
Orientando-se na Terra
• Noções do conceito de geografia.
• O espaço geográfico da localidade (Campo do Tenente).
• Principais dificuldades e facilidades do meio rural e urbano.
• Coordenadas Geográficas
• As zonas, térmicas, Estações do Ano
• Fusos horários.
109
As várias maneiras de representar o Espaço
• O que é um mapa.
•As convenções cartográficas e a legenda.
•Escalas.
•Os diferentes tipos de mapas.
•Plantas e globos.
•Como interpretar um mapa.
2° BIMESTRE
A Superfície Terrestre
• Uma área de contato das diferentes camadas da terra.
• Planeta terra ou planeta água.
• A biosfera e a superfície terrestre.
• O ser humano na superfície terrestre.
• A sociedade moderna e a natureza.
• Tomando o Brasil como exemplo
Atividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)
Localização do continente africano no planisfério e identificação das regiões, as quais
saíram a maior parte dos negros vindos para o Brasil.
Litosfera (I): as Rochas e as Placas Tectônicas
• De que é formada a litosfera.
•O que existe embaixo da litosfera.
•O tempo geológico.
•As placas tectônicas
3° BIMESTRE
Litosfera (II): o Relevo Terrestre
• Relevo, as formas da superfície terrestre.
• Como se forma o relevo e porque ele muda com o tempo.
• Os agentes internos do relevo
• Os agentes externos do relevo
110
Atmosfera (i): a Camada Gasosa e a Superfície Terrestre
• As camadas da Atmosfera.
• Tempo e Clima.
• Os climas do Brasil.
Atividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)
Tipos de clima do Continente Africano
4° BIMESTRE
Hidrosfera: a Camada Líquida da Terra
• A importância dos oceanos e mares
• A poluição das águas oceânicas
• Os rios e os lagos
• As águas subterrâneas
• A hidrografia do Brasil
Atividade de Educação Ambiental (lei 9.795/99)
Biosfera
• Porque esfera da vida
• Floresta Amazônica um exemplo de biomas ou floresta tropical
• A biosfera é um gigante organismo
• As relações ser humano-natureza
6ª SÉRIE 7° ANO
1° BIMESTRE
O Espaço Geográfico
• As diferentes características dos espaços rural e urbano
• Rural e urbano, espaços que se completam.
• A modernização agropecuária e o aumento de sua produtividade
• Brasil, seus lugares a suas paisagens
• As diferentes paisagens brasileiras
• A transformação das paisagens
• As paisagens naturais brasileiras
111
Atividade de Educação Ambiental (lei 9.795/99)
2° BIMESTRE
A POPULAÇÃO BRASILEIRA
• O crescimento da população brasileira
• A pluralidade cultural do povo brasileiro
• A pirâmide etária brasileiraAtividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)
O TERRITÓRIO BRASILEIRO
• A extensão e localização do território
• A formação territorial do Brasil
• Os meios de transporte e a integração do território
3° BIMESTRE
AS REGIÕES BRASILEIRAS
• As cinco grandes regiões do IBGE
• As regiões geoeconômicas
• As regiões e suas identidades culturais
O CENTRO-SUL
• O desenvolvimento econômico e industrial
• A diversidade da produção agropecuária
• A transformação das paisagens da região e a degradação ambiental
4° BIMESTRE
O NORDESTE
• O Nordeste e sua diversidade
• A seca e seus efeitos
• A região nordestina em transformação
A AMAZÔNIA
• A ocupação recente da Amazônia
• A exploração sustentável das florestas
• O domínio da floresta, um ecossistema complexo e delicado
112
7ª SÉRIE 8° ANO
1° BIMESTRE
• Os lugares e as paisagens do mundo em que vivemos
Os lugares e as paisagens na superfície terrestre
Origem e distribuição dos continentes
Os movimentos da crosta terrestre e as áreas de instabilidade tectônicas
• A natureza e as paisagens terrestres
A dinâmica da formação das paisagens
As grandes paisagens naturais da terra
A transformação das paisagens naturais
2° BIMESTRE
• O desenvolvimento de técnicas agrícolas
A formação dos recursos naturais
O fenômeno da desertificação, erosão e arenização do solo
A preservação ambiental e o desenvolvimento econômico
• A ação humana e as questões ambientais
Os impactos ambientais e a alteração da dinâmica natural do planeta
O efeito estufa, o aquecimento global e suas consequências
O mapa da devastação do planeta
A crise ambiental contemporânea
• Atividade de Educação Ambiental (lei 9.795/99)
3° BIMESTRE
• A regionalização do espaço mundial
As desigualdades sociais
As origens internas do subdesenvolvimento
Colonização e descolonização da África
• Atividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)
• O Índice de Desenvolvimento Humano
Como conhecer o nível de desenvolvimento de cada país
O IDH e a realidade de cada país
113
O IDH do Brasil
4° BIMESTRE
• O mundo subdesenvolvido
A dependência econômica
A dependência tecnológica
As condições de vida da população
As desigualdades sociais
• O Mundo desenvolvido
A supremacia econômica e tecnológica
As multinacionais
A qualidade de vida no mundo desenvolvido
8ª SÉRIE 9° ANO
1° BIMESTRE
• Espaço geográfico, globalização e revolução tecnológica
O espaço globalizado
A grande revolução tecnológica e os avanços das telecomunicações
O desenvolvimento dos meios de transporte
• Globalização econômica
A expansão das multinacionais
A globalização da produção
A globalização e os avanços tecnológicos na cotidiano das pessoas
2° BIMESTRE
• Os fluxos e as redes no espaço geográfico
Os fluxos de mercadorias
Os fluxos de informações
Os fluxos de capitais
• Globalização e seus rumos
Globalização natureza e questões ambientais
Problemas ambientais e seus responsáveis
114
Meio ambiente, sociedades e culturas.
• Atividade de Educação Ambiental (lei 9.795/99)
3º BIMESTRE
• A formação dos blocos econômicos
O Mercosul
A união Europeia
O Nafta
A Apec
• A Organização das Nações Unidas
A estrutura da ONU
A ONU e a paz no mundo
As grandes conferências da ONU
4º BIMESTRE
• Territórios e fronteiras
Territórios e fronteiras no mundo atual
Territórios, povos e culturas
Povos sem territórios
Divisão da Europa
Quadro natural e econômico da África.
Contrastes da Ásia.
• Atividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)
• A Onu
A estrutura da Onu
As grandes conferências temáticas da Onu
A Onu e a paz do mundo
ENCAMINHAMENTOS METODOLOGICOS
A proposta metodológica para o ensino da Geografia reside na grande
possibilidade de encaminhar um estudo coerente com a realidade do mundo atual e
centrada no aluno.
É preciso compreender o espaço, conhecer as formas de como se associam nos
115
diversos lugares os fenômenos físicos e humanos entre si, e conseguir explicar as
paisagens resultantes.
O educador deve propor ou estimular a participação ativa do aluno, mediante a
aplicação de variadas técnicas ou estratégias disponíveis, sejam de ensino
aprendizagem, seja de ensino socializado.
O essencial que o aluno desenvolva as habilidades de observar, de perguntar, ler
(gráficos, mapas, etc..), ouvir, propor, refazer, indispensáveis para que esteja em contínua
reconstrução do seu conhecimento. Frequentemente torna-se aconselhável a produção
individual, ou em pequenos grupos.
O livro didático é apenas uma referencia para o aluno e um recurso a ser usado
no processo de ensino-aprendizagem, do livro partimos para tecnologia que permite ao
aluno visualizar, para pesquisar e até compreender melhor assuntos trabalhados na
disciplina. A qualidade do ensino desenvolvido é muito mais importante que a quantidade
de conteúdos trabalhados, já que a função superior do professor é “ensinar a aprender”
Num mundo de tecnologias, onde dia a dia novas máquinas aparecem é necessário que o
aluno trabalhe com elas, e tenha acesso às tecnologias como o computador e a Internet,
já que há muitos materiais didáticos disponíveis no site do Dia a Dia Educação, assim
como a TV pendrive que auxilia na visualização e compreensão do educando bem como,
essas tecnologias motivam o aluno. Nota-se que muitos alunos passam a maior parte do
tempo de suas aulas copiando a matéria do quadro de giz, tarefa esta que se torna
bastante cansativa, o professor deve estar aberto as novas tecnologias, para assim,
preparar boas, variadas e estimulantes aulas e motivar os seus alunos.
Segue-se a metodologia para o ensino de geografia:
• Aula expositiva
• Utilização do livro didático;
• Trabalho em equipe;
• Pesquisa na Biblioteca, jornais, revistas e outros materias;
• Pesquisa na Internet;
• Pesquisa em atlas geográfico
• Exposição de mapas;
• Aulas ao ar livre.
• Análise de documentários;
116
AVALIAÇÃO
A prática da avaliação numa pedagogia preocupada com a transformação social, por
sua vez, deve estar vinculada a superação do autoritarismo que reforça a heteronomia da
criança, e comprometida com os princípios que desenvolvem sua autonomia. A avaliação
educacional, assim posto, terá quem ser democrática e manifestar-se como um
mecanismo de diagnóstico da situação e não como um mecanismo mera mente
satisfatório.
Esta não é uma forma de apenas avaliar o aluno, mas principalmente é um
diagnóstico para o professor. Deve haver um processo de ação-reflexão-ação, ou seja,
nas aulas ocorre a ação; a avaliação é um momento de reflexão para ambas as partes,
professor e aluno, constatam como acorreu a ação, seus aspectos positivos e negativos.
Com posse desses dados o professor tem condições de partir novamente para a ação,
suprindo as falhas levantadas. A ação na avaliação deve ser encaminhada e não
estacionada.
Na avaliação existem três características básicas: Uma delas é a verificação, onde é
feita uma coleta de dados sobre o aproveitamento dos alunos, através de provas,
exercícios, tarefas, observação do desempenho entre outros tipo de avaliação é a
qualificação, onde ocorre a comprovação dos resultados alcançados em relação aos
objetivos e, conforme o caso, atribuição de notas e conceitos. Há também a avaliação
qualitativa, que é a avaliação propriamente dita dos resultados.
O processo de avaliação deverá verificar a aprendizagem a partir daquilo que é
básico, fundamental para que ela se processe. Ao longo das séries o professor avaliara
de forma a diagnosticar se o aluno elaborou seu saber, e se desenvolveu ou adquiriu suas
habilidades dentro dos conteúdos propostos e estudados.
Serão necessários critérios para a organização da avaliação:
• Avaliação escrita e oral;
• Participação;
• Trabalho em equipe;
• Apresentação de trabalhos;
• Representações geográficas (desenhos, mapas, gráficos), e outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTI, L.S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas, SP:
Papirus, 1.998. – (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
117
CASTROGIOVANNI, A.C. (org). Geografia em Sala de Aula – práticas e reflexões.
Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2.003.
Projeto Araribá: geografia 5ª, 6ª, 7ª, 8ª séries. 1ª ed. São Paulo. Modena, 2006.
PIRES, VALQUIRIA. Construindo consciência:Geografia, 5ª, 6ª, 7ª, 8ªséries/1ª ed. São
Paulo: Spicione, 2006.
RUA, J. & outros. Para ensinar geografia. Rio de Janeiro: Access, 2.005.
118
10.6. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO
O ensino de História deu seu primeiro passo na Grécia, quando fatos heróicos e
grandes guerras começaram a ser repassados oralmente. A esse conhecimento empírico
somava-se o conhecimento filosófico, para tentar explicar os fatos humanos. Um dos
primeiros pesquisadores a empregar a palavra HISTÓRIA foi Heródoto, mas sua história
consistia em uma narrativa, estando mais associada às Fábulas e Lendas. O vocábulo
grego História significa conhecimento por meio de uma indagação e deriva da palavra
HISTÓR, que tem como significado sábio ou conhecedor. Para os gregos, a história não
se referia apenas ao passado, mas era uma descrição sistemática de fatos. Para
Aristóteles, a história era o estudo de fenômenos particulares, enquanto a poesia
relacionava-se ao geral, cujo conteúdo era mais filosófico e exemplar do que daquela.
Quem, no atual conceito, inaugurou o estudo da História foi o grego Tucídides,
autor da Guerra do Peloponeso. A História perde o aspecto narrativo e dá lugar ao
explicativo, o mito cede lugar à razão e a cronologia adquire maior decisão. Ele foi um
pesquisador escrupuloso, utilizou estudos metódicos de documentos disponíveis,
comparando informações também no campo inimigo, examinando as fontes.
O grego Hecateu de Mileto se deu conta pela primeira vez da qual se tem
conhecimento, da confusão entre lendas e fatos.
Prolíbio introduziu a Historiografia Pragmática, ou seja, a História dos fatos
políticos e estratégicos. Acreditava que a História era a verdadeira educação, a melhor
propedêutica para as atividades políticas.
A partir do século V ao XV a Historiografia vem impregnada com forte influência
religiosa. Assim, o grau de modernidade da cultura clássica desaparece com o advento da
igreja, para se tornar objeto de uma Teologia aplicada. A História da Humanidade
explicava-se como um diálogo entre liberdade dos homens e a Providência Divina.
Desde a Alta Idade Média, criaram-se novas práticas de novos gêneros históricos,
como anais e biografias. Durante a Idade Média, a História permaneceu ligada às
crônicas e a uma concepção teológica muitas vezes deformada em seus relatos pela
distorção e pela lenda. A partir do século XV, em razão de um gradual processo de
independência da Teologia surge o renascimento, o reviver da cultura pagã, onde os
homens não concebiam mais um universo como um sistema finito e o processo
119
historiográfico demonstra sua aversão aos textos grotescos do período medieval.
O conceito científico começou a avançar durante o Renascimento, quando os
humanistas adotaram uma visão mais ampla e desvinculada da teologia ao interpretar os
textos clássicos. No século XVII empregaram-se algumas ciências auxiliares que
possibilitaram os primeiros esboços de uma ciência histórica em sentido moderno. Porém,
alguns pensadores neste século XVII, não consideravam a história como ciência. Essa
era a opinião de dois dos mais relevantes pensadores deste período, Francis Bacon e
René Descartes, que embora em outro sentido tenham dado uma excelente contribuição,
pois assentaram as bases filosóficas da idéia do progresso contínuo da humanidade, que
teve tanta influência no pensamento do século XIX. Bacon dava pouca importância à
precisão histórica, mas realizou uma divisão útil da história em civil e natural, e a
relacionou com a memória. Descartes chegou a duvidar de que a história fosse um ramo
do conhecimento. Até o século XVIII não se pode falar de uma concepção científica da
história.
Durante o século XVIII, a história não esteve muito vinculada à área universitária,
exceto em alguns locais, como a cidade alemã de Gotinger. Só no século seguinte a
história transformou-se em disciplina acadêmica, a princípio na Prússia e posteriormente
em outras partes da Alemanha. Ao longo do século passou a ser universalmente aceita
como ciência e começou a ser escrita por historiadores profissionais. Além disso, a
revolução industrial oferecera aos historiadores a possibilidade de observar um fenômeno
de mudança social e econômica sem precedentes que possibilitou a conformação de
muitos postulados da teoria do progresso humano.
A partir do século XIX, surgiram diversas tendências, entre elas o Positivismo,
Marxismo, Historicismo, Annales, Nova História; que influenciaram muito o modo de
pensar, escrever e ensinar a História em diversos períodos, inclusive nos dias atuais.
No Brasil, a História foi trazida pelos jesuítas, e estes ficaram aqui até o
momento em que foram expulsos por parecerem perigosos à Coroa, pelo Marquês de
Pombal. Após isso, o ensino secundário ganha espaço na formação das elites. A História
continuava a ser ensinada, mas a ênfase era dada à História Universal, dos Grandes
Impérios e Civilizações.
Após a Independência, não ocorreram grandes mudanças no ensino de
História. Na escola secundária, em virtude da influência das ideias positivistas liberais, e
da própria formação humanística e enciclopedista dos cursos secundários, dava-se neste
grau de ensino, uma grande ênfase ao ensino de História.
A História estudada era a Universal. Para a História brasileira não era dada grande
120
ênfase por dois motivos: 1º) não havia historiadores OFICIAIS que pesquisassem a
história local; 2º) à elite não interessava a História do Brasil, visto que esta mesma elite
estava voltada à cultura europeia.
Nelma Baldin se refere a este período:
“Em vista do caráter elitista de tais filosofias, o conhecimento das mesmas era visto como um fator de destaque social. Endossando essa concepção, os currículos escolares concentravam-se no ensino da ‘História Universal’, com destaque para a ‘História Clássica’. Iniciava-se o curso pela ‘História Antiga’ e, através da valorização dos ‘heróis’ e dos ‘fatos históricos’, dispostos cronologicamente, chegava-se à ‘História Moderna’. Procedimentos estes, que via de regra, permeiam até hoje as noções do conhecimento histórico transmitido em nossas escolas” (BALDIN, 1989, p. 39).
A História como disciplina obrigatória surgiu com a criação, em 1837, do Colégio
Pedro II, inspirado no modelo francês de ensino. Este ensino clássico e humanista era
destinado à formação de cidadãos proprietários e escravistas, ou seja, à grande elite da
época.
Com o advento da República ocorreu uma preocupação maior sobre o ensino. O
ensino de História, em sua essência, continuou a ser ministrado como antes, porém,
precisava-se florescer o sentimento nacionalista. Assim, começam os estudos referentes
a grandes personagens da História Brasileira, imbuídos com as influências liberais e
positivistas, onde a figura dos grandes heróis é predominante.
O Ensino de História, no Brasil, passou por diversas fases e, em grande parte,
influenciado pelo ensino da História dos Vencedores, arraigada nos ideais positivistas.
Durante muito tempo o ensino foi baseado nos manuais franceses. Assim, fica
nítida a influência europeia no ensino do Brasil. O Brasil dificilmente possui um ensino
exclusivo, voltado para sua realidade. Ainda hoje é dada mais ênfase à história europeia
em detrimento à brasileira e à americana. Isso deve-se, em grande parte, à não existência
de um ESPÍRITO NACIONAL, ou também, da falta de interesse de se ensinar a história
brasileira da NOVA versão, ou seja, a não oficial.
A História ensinada aqui era a das Grandes Civilizações, entendida como
povos clássicos: egípcios, gregos, romanos, entre outros povos. A História de
Imperadores, suas lutas – fica claro que quem era o agente de transformações, o povo,
era irrelevante neste ensino – era o que mais interessava no Ensino da História.
A História é dividida em História Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea,
divisão esta utilizada em nível mundial, mas incoerente. O Brasil, por exemplo, não se
enquadra nesta divisão, mas a utiliza dando mais ênfase à História Européia do que a sua
própria. No ensino fundamental, passa-se mais tempo ensinando a história européia do
121
que a história brasileira.
Na República é que começa a haver uma preocupação maior com a História
do Brasil, não a de índios, negros e revoltas, mas a de grandes vultos e de guerras.
Passou-se uma ideia de que o Brasil recebeu uma colaboração cultural europeia, em
detrimento à ideia de colonização. Nesta História não havia desigualdade entre o povo
brasileiro, pois o país queria repassar uma imagem totalmente diferente, que se chocava
abruptamente com a realidade vivida pela maioria da população.
A partir da Revolução de 1930, o ESTADO NOVO fez da educação o seu apoio
fundamental. No Brasil começaram a fervilhar as ideias da Escola Nova. Esse período
inspirou mudanças em vários setores da sociedade, inclusive no educacional, mas que
não saíram do papel.
Devido à centralização da Educação, com a criação do Ministério da Educação e
de diversos outros órgãos, o ensino perdeu sua autonomia. A História do Brasil, que aos
poucos vinha sendo trabalhada nas escolas, mas de forma precária, acabou fundindo-se
com a História da América. Nelma Baldin explica bem esse período:
“Em vista do descaso em que novamente caiu a História do Brasil, organizaram-se movimentos em vários setores da sociedade, em favor da luta pelo restabelecimento da autonomia da disciplina. As idéias liberais então em voga, influenciavam sensivelmente os professores, os intelectuais e a opinião pública em geral, que pressionavam o Ministério da Educação no sentido de uma atitude deliberativa. O desfecho destes movimentos deu-se em 1940, com o retorno da autonomia do ensino da História do Brasil, desvinculado do ensino da História da América. Guardadas as devidas proporções, no entanto, é significativo expressar que o ensino da história ganhou em autonomia e perdeu em espaço, pois passou a ser ministrado, paralelamente ao Ensino de História Geral e da América” (BALDIN, 1989, p. 42).
Foi desde 1925 que, neste nível de ensino, a História vinha sendo ministrada em
forma de NOÇÕES ELEMENTARES, as quais tinham a finalidade de contribuir para o
reforço da unidade nacional.
Os programas de ensino até então vigentes, privilegiavam excessivamente os fatos
políticos e os heróis desses fatos, em detrimento dos aspectos econômicos, sociais e
culturais, e não possibilitavam ligação entre as unidades que os formavam. As unidades
eram independentes, e não havia ligação com o conteúdo precedente e nem com o
seguinte. Com ensinos desse tipo, os alunos não eram levados à reflexão, mas,
simplesmente à memorização de fatos, nomes e datas.
A educação, durante grande parte da História Brasileira, esteve a favor da elite
detentora do poder político. Durante a Ditadura Militar a censura e a repressão foram
122
muito grandes. O Brasil decaiu muito em relação à educação, que girava em torno da
ideologia e do ufanismo nacionalista militarista. Ocorreu uma desqualificação docente;
foram criados cursos de licenciatura curta.
A História sofreu muito com a Ditadura, porém não foi totalmente anulada neste
período. A Historiografia assimilou alguns conceitos marxistas, dando uma outra visão
para a História.
Com o advento da Lei nº 5.692 de 1971, ocorreu a fusão da História e da Geografia
em Estudos Sociais.
Durante os anos 70, as associações de historiadores cresciam. Todos lutavam para
que a História voltasse aos currículos.
A partir dos anos 80 até os dias atuais notam-se reformas na História Tradicional. A
História brasileira está sendo recontada, ou seja, sobre a História Oficial são colocadas
novas dúvidas e novas interpretações dos fatos históricos vêm sendo feitas.
CONCEPÇÃO HISTÓRICA
A concepção de história a ser trabalhada será fundamentada principalmente na
Nova História Cultural. Porém, como a História é bastante complexa, outras concepções
irão nortear o ensino de História, como a Nova Esquerda Inglesa, História Social, a
História Política e a Marxista.
A Nova História Cultural ficou por muito tempo sendo alvo de críticas, por deixar
de lado em seus estudos as superestruturas econômicas e políticas, e analisar os
aspectos culturais de determinados locais. Muitas pessoas achavam um desperdício um
amplo estudo de um simples costume. Mas a Nova História Cultural ela valoriza e faz
ressuscitar o comportamento e os costumes do povo no geral, auxiliando também em
como as classes se relacionavam. Faz com que uma parte da História desconhecida,
ressurgisse. E percebe-se que os alunos em geral, se identificam muito com a Nova
História Cultural. Como afirma Peter Burke, a História Cultural:
“é simplesmente uma parte necessária do empreendimento histórico coletivo. Como suas vizinhas – história econômica, política, intelectual, social e assim por diante -, essa abordagem ao passado dá uma contribuição indispensável à nossa visão da história como um todo, ‘história total’, como dizem os franceses” (BURKE, 2005, p. 163)Para alguns estudiosos, as concepções são tratadas como modismos da
História, mas todas elas têm seus aspectos positivos na abordagem de releituras da
história. Quando apresentam falhas, surgem outras concepções, que acabam deixando as
123
demais em segundo plano, e fazendo com que muitos acabem esquecendo as
contribuições dessas concepções.
A maioria dos alunos da Escola Estadual Alexandra Peichó mora na zona rural
do município de Campo do Tenente, um município pequeno. Antes de enfatizar a História
Capitalista, Monopolista, que pouco tem haver com a realidade histórico-social-econômica
destes alunos, é importante procurar elementos da história com que os alunos se
identifiquem, e a nova História Cultural consegue corresponder às expectativas destes
alunos.
A SEED instituiu os chamados Desafios Educacionais Contemporâneos, que
podem ser perfeitamente abordados no decorrer dos conteúdos de História: Cidadania e
Direitos Humanos, com diversos exemplos na História da Humanidade até a conquista de
direitos na sociedade atual contemporânea, mas que muitas vezes, acabam sendo
desrespeitados; Educação Ambiental, onde o homem, a partir do momento que
transformou-se em agente transformador (destruidor) do meio em que vive, acabou
prejudicando a si próprio e comprometendo seriamente o ambiente em que vive no seu
presente e para o seu futuro; Educação Fiscal, pois vivendo-se no mundo capitalista, as
pessoas precisam saber sobre a questão dos impostos, a questão econômica em que
estão inseridos; Enfrentamento à violência na Escola, que é tema pertinente para todos os
ambientes escolares, podendo-se trabalhar historicamente sobre a questão da violência e
suas origens sociais; e finalmente Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, que é um mal
que afeta praticamente todas as realidades, e que necessita que a escola não fique alheia
a esta situação. A disciplina de História, na tentativa de colaborar com cidadãos críticos e
conscientes da realidade no qual estão inseridos, deve trabalhar com estes temas
concomitantemente com os ditos curriculares.
É incoerente afirmar o trabalho que a disciplina de História faz com as questões
da Cultura Afro, Cultura Indígena e a História do Paraná, todas instituídas em leis
estaduais e federais, devido ao fato destes assuntos serem inerentes à disciplina. Quando
se procura enfatizar o conhecimento histórico principalmente da História Local e Nacional,
estes temas são obrigatórios na disciplina. Tanto a questão afro quanto indígena precisa
de um trabalho especial e diferenciado no tocante à desmistificação ao aluno de que
estas sociedades são “primitivas”, “atrasadas”. Aí o trabalho sobre as diferenças culturais,
o tempo histórico, e as pesquisas desenvolvidas nas disciplinas de Antropologia e
Sociologia são fundamentais para uma releitura e uma mudança de postura e de visão
sobre estas sociedades. Cabe ao professor de História trabalhar com sucesso estas
questões e mostrar aos alunos os preconceitos arraigados na sociedade em diferentes
124
tempos e espaços.
Todo o trabalho a ser realizado na disciplina de História será baseado nas
Diretrizes Curriculares de Educação do Estado do Paraná, que tem sua importância
histórica devido a sua construção coletiva com os professores da rede pública estadual, e
que foi um trabalho envolvendo vários períodos de discussões e análises.
A visão histórico crítica também contribui muito na construção do conhecimento
histórico. Para tanto, três questões se fazem necessárias: introdução a um raciocínio
histórico; o conhecimento histórico como necessário à vida cotidiana tanto individual como
social; o presente como construção histórica e a percepção de si e do outro.
A abordagem de qualquer tema curricular com o presente não deve se passar
em uma relação mecânica, estática, mais sim evidenciar o caráter histórico do presente e
recuperar experiências do passado (dentro daquilo que elas são importantes para o
presente).
Estas discussões podem permitir ao educando a consciência de si enquanto
construção histórica e a percepção do outro não apenas no passado, mas também no seu
presente dentro de questões de ordem cultural, religiosa, nacional, racista e corporativa. A
percepção destas questões influem decisivamente no cotidiano individual e social do
nosso educando.
Assim, a interdisciplinaridade e a contextualização valorizarão o ensino
renovado da História, uma História integrada em busca de sujeitos historicamente
construídos, e não observadores de algo colocado, será explorado o seu lado
questionador, buscando seu senso crítico partindo do saber produzido até alcançar o
questionamento das possibilidades dentro a história, para que este educando seja um
cidadão capaz de uma compreensão do mundo em que vive e nele poder interferir com
consciência de sua historicidade.
OBJETIVOS
• Analisar e compreender as dimensões da vida humana, numa perspectiva de
dimensão política; dimensão econômico-social e dimensão cultural
• Conhecer, analisar e discutir os fatos históricos e a realidade social;
• Conscientizar o aluno da sua importância de transformação do meio no qual está
inserido;
• Proporcionar ao educando a possibilidade de mudança de comportamento,
respeitando os direitos fundamentais da sociedade e da natureza;
125
• Despertar a criticidade do educando frente aos fatos históricos;
• Oportunizar ao educando a possibilidade de conhecer o passado e estabelecer
relações com o presente;
• Possibilitar ao aluno através de estudos a provável mudança de postura frente aos
fatos históricos;
• Reconhecer as diferentes formas de relações de poder na sociedade humana;
• Refletir sobre as grandes transformações tecnológicas e os impactos que elas
produzem na vida das sociedades;
• Perceber/compreender a História da África e da Cultura Afro-Brasileira e das
Relações Étnico-raciais;
• Apreender sobre a História do Paraná; sua cidade natal e também perceber que a
sua História faz parte do mundo.
CONTEÚDOS - 5ª SÉRIE
Estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura
• Em Busca do Passado
• A Origem da Humanidade
• As primeiras histórias
• Os primeiros habitantes da América
• Agricultura, vilas e cidades
• Mesopotâmia
• O Egito Antigo
• A vida no Egito antigo
• Persas, Fenícios e Hebreus
• Um olhar sobre o Oriente: Índia e China
• A África Antiga
• Os gregos
• Esparta e Atenas
• A Cultura Grega
• Os romanos
• O Império Romano
126
• Roma: cultura
• A formação do cristianismo
• Os reinos romano-germânicos
• O Império Bizantino
• O Império Islâmico
CONTEÚDOS - 6ª SÉRIE
Estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura
• O feudalismo na Europa
• O Império Carolíngio
• O Poder da Igreja Católica no mundo medieval
• A cultura europeia medieval
• As cruzadas
• O fortalecimento do comércio e das cidades
• A centralização do poder nas monarquias europeias
• O renascimento
• Reforma e Contra-Reforma
• A era dos descobrimentos
• Europa e América: os primeiros contatos
• A chegada dos portugueses ao continente americano
• Os povos indígenas do Brasil
• A exploração do pau-brasil
• A administração colonial
• A escravidão
• A riqueza e a miséria do açúcar
• A sociedade açucareira
• Literatura e arte na colônia
CONTEÚDOS - 7ª SÉRIE
Estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura
• O absolutismo e o mercantilismo
127
• A expansão colonial portuguesa na América
• Enfim, ouro
• A consolidação do território colonial
• Os jesuítas na América portuguesa
• O iluminismo
• A revolução Industrial
• América Inglesa: a conquista da liberdade
• A revolução Francesa
• O governo de Napoleão Bonaparte
• Revoltas e conflitos na colônia portuguesa
• A independência das colônias hispano-americanas
• O Brasil conquista sua soberania
• Primeiro reinado: o governo de D. Pedro I
• O império brasileiro em perigo: as regências
• D. Pedro II no poder: guerra e paz
• O movimento social dos trabalhadores
• A unificação da Itália e da Alemanha
• O neocolonialismo
• Mudanças no Segundo Reinado Brasileiro
• Brasil: a cultura do império
• A República brasileira
• Canudos e cangaço: guerra no sertão
CONTEÚDOS - 8ª SÉRIE
Estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura
• A Primeira Guerra Mundial
• A Revolução Russa
• No Brasil, a Primeira República.
• A cultura na Primeira República
• Entre duas guerras: a crise do capitalismo
• Entre duas guerras: a ascensão dos regimes totalitários
• A Era Vargas.
128
• A Segunda Guerra Mundial
• Brasil: 1945-1964
• Brasil: a cultura entre os anos 1930 e 1960
• A guerra Fria
• A descolonização da Ásia e da África
• O socialismo se espalha pelo mundo.
• Brasil: a ditadura militar
• A União Soviética e o fim do socialismo no Leste Europeu.
• Estados Unidos: da guerra fria ao mundo atual.
• Japão, China, Vietnã e os Tigres Asiáticos
• Uma região explosiva: o Oriente Médio
• Brasil: a reconstrução democrática
• Brasil: a democracia consolidada
• Brasil: A cultura dos anos 1960 aos dias atuais
• Brasil: terra e trabalho
• Brasil e suas relações comerciais com o exterior
• Desafios do mundo atual
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Os conteúdos serão desenvolvidos com aulas expositivas, utilizando-se do livro
didático, mapas, jornais, revistas, vídeos, entrevistas, trabalhos individuais e em grupo,
confecção de murais e de relatórios, pesquisas, debates, seminários, dramatizações.
Todo o encaminhamento será trabalhado de acordo com a realidade da escola.
A sociedade atual exige cidadãos competentes, criativos, participativos,
conscientes de sua importância no contexto histórico-político-econômico-social, capazes
de compreender as transformações que ocorrem e como atuar diante desta realidade que
está em contínua transformação. Ou seja, temos que ter a capacidade de dar novas
respostas para novos desafios que surgem em nossa vida.
Isto posto, torna-se fundamental compreender que o ser humano desenvolve-se na
sociedade em que está inserido, agindo e interagindo na mesma e em outras sociedades,
característica própria de um mundo globalizado. Como a megaempresa IBM afirmava em
uma de suas matérias divulgando produtos de informática: “IBM, grandes soluções para
129
um mundo pequeno”. Cada momento histórico apresenta características que lhe são
próprias. Assim, já que toda história é filha de seu tempo, e como Napoleão Bonaparte
afirmava: “o Homem realiza isto ou aquilo dependendo das circunstâncias do momento
histórico em que vive”, temos que lembrar que cada sociedade produz a sua história, sua
visão de mundo e suas interpretações possíveis, de acordo com suas vivências e de
acordo com as possibilidades disponíveis no campo material e cultural. Desta forma,
respeitadas as diversidades culturais próprias de cada população, temos que aprofundar
os conhecimentos existentes, buscando aperfeiçoamentos constantes, necessários para
nossa vida em comunidade e a conquista dos espaços no mercado de trabalho.
Diante de uma realidade tão diversa, se faz necessário que a escola seja dinâmica,
ofertando diversas formas e possibilidades para que se produza o conhecimento e que
este seja vivenciado, praticado constantemente e que tenha sentido para a vida dos
alunos.
A área de Ciências Humanas irá desenvolver suas atividades utilizando-se dos
recursos tecnológicos existentes, como facilitadores dos trabalhos a serem desenvolvidos,
sempre lembrando que o ser humano é o objetivo fundamental do trabalho educativo.
Dentre as diversas formas de atividades que serão desenvolvidas, pode-se elencar:
• Visitas a órgãos públicos como a Câmara de Vereadores, para a compreensão das
formas de participação política, na elaboração das leis e na aplicabilidade das mes-
mas, possibilitando assim a formação da consciência política de nossos jovens e
posteriormente promover debates com a presença de nossos representantes do le-
gislativo e do executivo;
• Visitas a hospitais públicos, com posterior elaboração de relatórios, mesas redon-
das a apresentação de conclusões orais e escritas sobre a situação da saúde em
nosso município, elaborando propostas de melhorias e atuando na realidade local;
• Aprofundar pesquisas sobre a situação agropecuária de nossa região e regiões,
comparando com as realidades existentes em outros países, buscando soluções e
alternativas para os problemas detectados;
• Elaboração de projetos interdisciplinares visando a utilização racional e a preserva-
ção de nossos recursos hídricos, bem como identificar a realidade existente, agin-
do junto à comunidade para solucionar os problemas que forem identificados, mas,
fundamentalmente agir de forma preventiva, buscando a conscientização da popu-
lação frente aos desafios que a questão água nos coloca para o terceiro milênio;
130
• Aprofundar-se-ão pesquisas sobre espécies vegetais nativas e sua preservação,
desenvolvendo a consciência ecológica, promovendo junto a órgãos governamen-
tais movimentos para reflorestamento e preservação das matas ciliares, fundamen-
tais para a proteção de nossos mananciais;
• Realizar-se-ão entrevistas com agricultores, pecuaristas, patrões e empregados,
desempregados e subempregados, visando compreender e aprofundar as relações
de trabalho no campo e na cidade;
• Serão convidadas pessoas de renome nacional, regional e local dos diversos seto-
res da economia, para promoção de debates, mesas redondas, para atingirmos um
número elevado de pessoas, levando assim propostas claras sobre assuntos im-
portantes para a população local;
• Valorização da cultura local, com a preservação da identidade cultural dos grupos
étnicos representativos em nossa região;
• Palestras, simpósios, exposições de maquetes com apresentações à comunidade,
viagens a pontos turísticos e/ou históricos, com aulas de campo, pesquisas sobre
aspectos do solo, subsolo;
• Pesquisas bibliográficas, documentais, em acervos públicos e particulares, visando
o desenvolvimento do espírito de organização, de planejamento, de gestão e de
trabalho de equipe, associando com os problemas que nos propomos resolver;
• Desenvolver-se-ão pesquisas, atividades que envolvam a comunidade e a família,
pois a participação de toda a sociedade na vida escolar é condição fundamental
para a caminhada coerente e conjunta no binômio escola-comunidade;
• Trabalhos em grupo, visando o desenvolvimento das capacidades individuais e co-
letivas, respeitando as características individuais, permitindo que os alunos desen-
volvam o espírito de equipe e aprofundem seus conhecimentos, bem como possam
se expor diante das apresentações necessárias;
• Análise com as diferentes formas de expressão encontradas em nossa sociedade e
em outras sociedades como modo de compreendermos a pluralidade cultural e sua
importância na vida social;
• Contextualizar os conhecimentos apreendidos aplicando-os no cotidiano da vida in-
dividual e coletiva.
131
AVALIAÇÃO
O aluno será avaliado através de:
Prova com consulta: questões;
Prova sem consulta: teste, discursiva, questões;
Trabalhos em grupos ou individual;
Relatórios;
Trabalhos de pesquisa bibliográfica e de campo;
Apresentação de trabalhos de reflexão/interpretação, individuais ou em grupos
Participação/conceito em sala de aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Editora Contexto, 2005.
133
10.7. PROPOSTA PEDAGÓGICA LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO
O direito à Educação Básica de qualidade se justifica enquanto direito subjetivo de
todos os cidadãos, assim como apregoa a Constituição Brasileira, em seu artigo 205.1No
entanto, sabe-se, que, embora tal dispositivo legal garanta a todos igualdade de direitos,
muitos são os que se encontram à margem do sistema educacional, ou, muitas vezes,
têm, negados, direitos de acesso à escola pública de qualidade.
Nesse contexto, o ensino da disciplina de Língua Portuguesa ocupa uma função de
destaque. Pois é através do ensino de qualidade da língua materna que o sujeito, no
desenvolvimento das competências linguísticas, conquista, paulatinamente, sua inserção
crítica e ativa na sociedade.
Fazendo alusões à trajetória da inserção da referida disciplina no ensino brasileiro,
pode-se observar que a Língua Portuguesa se configura, no tempo histórico, como
instrumento imprescindível na formação escolar da elite brasileira, desde os tempos
remotos do início da educação jesuítica. As aulas ministradas nessa época limitavam-se
ao estudo da gramática latina e retórica, bem como à leitura de clássicos da literatura. Por
outro lado, o acesso ao domínio da língua portuguesa padrão ia de encontro restritamente
aos interesses colonialistas do referido período político-econômico, tendo sido
caracterizada como “a língua da burocracia”, a língua das transações comerciais, dos
documentos legais (Paraná,2008,p. 6).
Em 1758, Marquês de Pombal, inspirado por ideais iluministas, decreta a língua
portuguesa como língua oficial do Brasil. A partir daí, torna-se obrigatório o ensino da
língua materna no Brasil e Portugal. Todavia tal reforma continuava conferindo à língua
portuguesa caráter elitista, pois continuava atendendo apenas à restrita parcela da
sociedade, a qual se preparava para continuidade de estudos na Europa. Por outro lado,
1 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
134
o ensino da língua portuguesa, no contexto da educação vigente, sofria forte influência da
educação clássica europeizante, acrescida da escassez de profissionais especializados
para atender às demandas educacionais.
Em 1808, com a vinda da família real para o Rio de Janeiro, foram instaladas as
primeiras instituições de ensino superior, inspiradas em ideais europeizantes, as quais
atendiam apenas a demandas pertencentes às camadas privilegiadas da sociedade. Às
camadas populares, no entanto, era-lhes negado o direito do atendimento da educação
primária para aprendizagem da leitura e da escrita da língua portuguesa.
Nas últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua Portuguesa passa a ser
parte integrante do currículo escolar, sem, no entanto, ser conferido a ela um lugar de
destaque, pois colocava -se em evidência, por excelência, a formação da cultura clássica
erudita, e o estudo da língua latina como prioritário. Nesse sentido, percebe-se a
metodologia do ensino da língua portuguesa voltada para o modelo de ensino da língua
latina, ou seja, fragmentava-se o ensino em Gramática, Retórica e Poética. E o
conhecimento da língua era ministrado por estudiosos com ampla formação humanística,
sem, no entanto, formação específica para esse fim.
Pode-se afirmar, então, que o ensino elitista da língua portuguesa perdura por uma
longa trajetória no tempo. Ou, mais precisamente, até meados do século XX. Somente a
partir da década de 60, com o aumento do número de matrículas no ensino primário
público, é que se dão novos rumos ao ensino da disciplina Língua Portuguesa. Ou seja, a
heterogeneidade que caracteriza o aluno ingresso na educação brasileira vigente faz com
novas exigências surjam no contexto educacional. Todavia a concepção tradicional do
ensino que permeava o sistema educacional, no contexto da ditadura militar, não permitia
uma prática pedagógica que despertasse o espírito crítico do aluno.
Mais tarde, com a abertura política, as discussões sobre a função política da
educação na transformação da sociedade brasileira ganham forças, constituindo-se em
vertentes progressistas.
Em se tratando das concepções do ensino da Língua Materna, chegam ao Brasil os
primeiros registros das teorias bakhtinianas. A partir das efervescências de idéias
suscitadas pela leitura das obras de Bakhtin, o ensino da língua portuguesa passa por
uma reorientação, podendo considerar tal momento como um divisor de águas na
concepção do ensino da língua materna. Coloca-se em evidência, o texto, focalizando-o
como ponto de partida para reflexões em torno da língua.
Tais reflexões teóricas trazem interferências positivas no ensino da língua materna
no contexto escolar, como se observa sensivelmente nos programas de reformulação de
135
ensino, os quais trazem, em seu bojo teórico, orientações que buscam romper com o
ensino tradicionalista, propondo um ensino voltado para a leitura e produção (Paraná,
1988, p.13).
Entretanto, apesar dos esforços somados nas últimas décadas, rumo ao ensino de
qualidade no panorama educacional brasileiro e, especificamente, das mudanças de
orientações na aquisição da língua materna, confronta-se, no presente, com uma situação
lastimável: números estatísticos representativos do analfabetismo funcional no Brasil.
A fim de reverter tal perfil, as DCE's do Estado do Paraná enfatizam o ensino da
língua materna voltado para uma prática dialógica, pois reconhece a língua como viva,
dinâmica, permanentemente reflexiva e produtiva. Coloca em destaque a necessidade da
valorização de conhecimentos prévios linguísticos trazidos pelos alunos, ressaltando,
entretanto, a necessidade da inclusão de conceitos e definições imprescindíveis para a
manutenção do uso social da língua padrão. Em outras palavras, o ensino da língua
materna deverá se constituir como ferramenta básica para a ampliação linguística do
aluno. A partir de tais premissas, espera-se que a inserção do aluno na escola pública
brasileira se dê de modo a contribuir para a conquista progressiva de espaços de
exercício de cidadania, direito à voz no contexto social em que estiver inserido.
OBJETIVO GERAL
Ampliar progressivamente horizontes de expectativas em relação ao domínio
dinâmico da língua materna, rumo à conquista gradativa do exercício da cidadania,
através de atividades discursivas significativas que permeiam as práticas da oralidade,
leitura, escrita e análise linguística.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Oralidade
• Expressar oralmente com segurança, clareza e fluência em situações formais
• Adequar a linguagem conforme as circunstâncias: interlocutores, assunto,
intenções
• Fazer uso adequado dos inúmeros recursos expressivos de que a língua oral
dispõe
• Praticar a convivência democrática que supõe o falar e o ouvir
• Compreender as intenções do discurso do outro
• Aprimorar progressivamente o uso da língua oral, ampliando o léxico
136
• Argumentar ideias fundamentadas, defendendo pontos de vistas
• Reconhecer marcas linguísticas típicas da conversação: repetição, gírias,
Entonação
• Compreender a importância do uso da oralidade nos contextos sociais
Leitura
• Despertar continua e progressivamente o gosto pela prática leitora
• Ler de maneira progressiva a tipologia diversificada de textos que circulam no
social
• Reconhecer a leitura como ato vivo, dinâmico e dialógico
• Reconhecer no leitor o elemento primordial na “reconstrução” de sentido do texto
• Familiarizar-se com os diferentes textos produzidos em diferentes esferas sociais
• Propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica e responsiva suscitada a partir
da leitura de textos
• Compreender o que se lê
• Perceber as relações entre unidades do texto
• Observar os recursos linguísticos e estilísticos apresentados na construção do
texto
• Perceber as reais intenções que os textos desvelam
• Perceber elementos implícitos suscitados a partir da compreensão da leitura
• Reconhecer elementos extralinguísticos
• Perceber ideologias presentes nos discursos produzidos
• Construir sentidos a partir do que se lê
• Ampliar horizontes de expectativas
• Ampliar o léxico e estruturas linguísticas
• Estabelecer relações dialógicas entre textos lidos
• Identificar efeitos de ironia, humor e comicidade
• Identificar tese, argumentos principais e secundários e conclusões
• Reconhecer diferentes gêneros
• Perceber contradições e ambiguidades nas produções escritas
Escrita
• Perceber a produção escrita como elo de interação social
137
• Reconhecer os gêneros discursivos como construções coletivas
• Perceber o texto como forma de atuar e agir no mundo
• Apropriar-se de gêneros discursivos de naturezas diversas
• Produzir textos significativos nas diversas situações de interação
• Perceber as relações de poder expressas no texto produzido
• Compreender o funcionamento do texto escrito
• Apropriar-se adequadamente de elementos constitutivos do texto:
• Organização, unidade temática, coerência, coesão, intenções, fontes,
interlocutores...
• Reconhecer elementos significativos intrínsecos ao texto escrito e ausentes na fala:
• Tamanho e tipo de letra, cores, e formatos, elementos pictóricos...
• Primar pelo uso da linguagem escrita formal nas intenções de interação que o
exigir
Reconhecer diferenças estruturais e de finalidades entre linguagem formal e informal
Relacionar o dizer escrito às circunstâncias de produção
Reestruturar e reescrever textos
Enfatizar o caráter inter-locutivo da linguagem escrita
Aprimorar competências linguísticas concernentes à linguagem escrita
Apropriar-se da produção escrita, primando pela argumentatividade, informatividade,
inferências...
Análise Linguística
• Compreender da análise linguística como prática complementar à oralidade e à
escrita
• Perceber aspectos funcionais na constituição da unidade de sentido dos
enunciados nos diferentes gêneros orais e escritos
• Considerar a interlocução como ponto de partida para o trabalho com textos
• Considerar contribuições de diferentes concepções de gramática para o processo
de ensino da Língua Portuguesa
• Perceber as multiplicidades de usos e funções da língua
• Reconhecer as diferentes possibilidades de ligações e de construções textuais
• Desenvolver atividades referentes às práticas de epilinguísticas e metalinguísticas
• Ampliar capacidades linguístico-discursivas em atividades de uso da língua
138
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Partindo do princípio de o ensino da Língua Portuguesa, no tempo histórico,
voltava-se, exclusivamente, ao atendimento das exigências da elite brasileira, não
conquistando, portanto, a universalização do domínio da norma culta, as DCN’s de Língua
Portuguesa procuram criar instrumentos para atingir progressivamente tal meta,
apresentando propostas de ensino da língua materna, tendo como princípio norteador o
sujeito-aluno ativo nas atividades que envolvem processos discursivos numa dimensão
histórica e social. (Paraná, 2008, p.25).
Baseado em tais premissas, é que o referido documento apresenta possibilidades
de desenvolvimento de atividades voltadas às práticas discursivas, a partir de uma
organização fundamentada em conteúdos estruturantes. Define-os, assim, como
“conjunto de saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais identificam e
organizam uma disciplina escolar” (Paraná,2008, p.26.). Em outras palavras, o Conteúdo
Estruturante procura delinear os campos de estudo de uma disciplina escolar,
enfatizando, especificamente no ensino da Língua Portuguesa, o campo de ação voltado
para práticas de uso real da língua.
Em síntese, pode-se afirmar que a prática educativa efetiva voltada para aquisição
do domínio com a língua materna deverá ter como princípio norteador o “discurso como
prática social”, desmembrado nos seguintes domínios discursivos: oralidade, leitura,
escrita/ análise linguística.
CONTEÚDOS BÁSICOS
5ª série
Oralidade
• Contação de histórias (textos narrativos)
• Leitura de textos espontâneos: exposição oral das histórias em quadrinhos
• Leitura oral de recursos expressivos: assonância e aliteração em textos poéticos
• Apresentação de cartas eletrônicas produzidas e blogs
• Adequação ao gênero, tema, marcas linguísticas
• Papel do locutor e interlocutor
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos.
139
Leitura
• O texto narrativo (Contos maravilhosos):personagens, narrador, espaço e tempo
• Textos mistos: Cartum, histórias em quadrinhos
• Estudo da legenda, do tempo e espaço nas histórias em quadrinhos;
• Leitura de poemas
• Leitura de textos informais: Revista Chico Bento
• Leitura de legendas, de cartas manuscritas e-mail produzidos
• O texto descritivo
• Leitura de blogs
• Identificação de temas, ideias principais e secundárias, conteúdo temático,
interlocutores, fonte, marcas linguísticas e inferências nas modalidades textuais
identificadas.
Escrita
• Produção de textos narrativos e descritivos
• Produção de textos mistos (histórias em quadrinhos e cartuns)
• Produção de poemas
• Refacção de textos : revisão ortográfica, pontuação, estruturação de parágrafos e
estrofes
• Produção de cartas, mensagens eletrônicas: o blog
• Adequação ao gênero, conteúdo temático, argumentação.
Análise Linguística
• Pontuação: Emprego do travessão no discurso direto
• Estudo de vocabulário: Uso do dicionário (revisão da ordem alfabética).
• Onomatopeias, recursos gráficos, interjeição, divisão silábica e significação da
estrutura gráfica dos balões nas histórias em quadrinhos.
• Conceito de código, língua, linguagem formal e informal.
• Variações linguísticas: emprego de formas verbais formais e informais
• Conceituação de fonema e letra
• Estudo do substantivo como elemento de estruturação de textos
• Classificação e flexão do substantivo
• Estudo do adjetivo: classificação e flexão
140
• A função do emprego dos adjetivos nos textos descritivos
• O emprego do adjetivo e a riqueza da expressividade nas diversas expressões
textuais
• Construção de palavras e reconhecimento de encontros vocálicos
• Abreviações e vocabulários inusitados na linguagem eletrônica
• O emprego do artigo na construção de enunciados
• Reconhecimento de numerais
• Emprego de sílaba átona e tônica como efeito estilístico nos textos poéticos
• Classificação de palavras em relação à sílaba tônica
• Emprego e classificação de pronomes como elementos de coesão de textos
• Acento átono e tônico
6ª série
Oralidade
• Particularidade de pronúncia de palavras adequadas ao uso formal da língua
• Expressão de textos narrativos e contação de histórias míticas
• Expressão de leitura de poemas
• Argumentação oral (debate deliberativo)
• A entrevista
• Adequação ao gênero, conteúdo temático.
• Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação (entonação,
repetições, pausas, gestos...)
• Variedades linguística
• Papel do locutor e interlocutor
Leitura
• Leitura de textos mitológicos – narrativos
• Leitura de textos informativos
• Leitura de poema, haicais.
• Leitura de sinopses
• O poema-imagem
• Leitura de charges
• Mensagens eletrônicas e blogs
141
• Leitura de textos jornalísticos: a notícia, entrevista, títulos e legendas
• Interpretação de textos, observando conteúdos temáticos, inter-locultores, fonte,
ideologias, papéis sociais, intertextualidade, informatividade
• Identificação de argumentos principais e secundários
• Texto verbal e não-verbal
Escrita
• Refacção de textos narrativos
• Reestruturação de textos dissertativos
• Produção de haicais
• Produção de poema-imagem
• Produção de charges
Produção de textos jornalísticos: a notícia
2. Produção de títulos e legendas nos textos jornalísticos
3. Adequação ao gênero, conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas, argumentação, coerência e coesão textual, organização de ideias,
paragrafação e estruturação de estrofes.
4. Finalidades do texto
Análise linguística
• Emprego de verbos regulares e irregulares
• Treino ortográfico na construção de textos
4. O emprego do advérbio e as circunstâncias expressas na construção de
significados dos enunciados
• Reescrita e textos visando ao emprego adequado do modo e tempo verbais
• Reconhecimento e emprego dos tipos de sujeitos
Regras de acentuação: ditongos e hiatos
Seleção e combinação de palavras
Concordância do sujeito com o predicado, primando pela expressão adequada da
língua culta.
Verbo de ligação e predicativo do sujeito
Estudo da preposição: combinação e contração
Os valores semânticos das preposições
Análise das possibilidades das linguagens dos textos eletrônicos
142
As funções dos pronomes como elemento de referenciação dos enunciados
Tipos de predicados
O adjunto adnominal e adverbial
7ª série
Oralidade
• Expressão oral de textos teatrais
• Entoação adequada às falas, de acordo com papéis assumidos pelas personagens
• Expressão oral de diálogos e Hai- kais
• Debate
• Adequação ao gênero, conteúdo temático
• Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação ( entonação,
repetições, pausas, gestos...)
• Variedades linguística
• Papel do locutor e interlocutor
• Participação e cooperação (turnos da fala)
Leitura
• Leitura de textos teatrais, anúncios de publicidade.
• e Hai-kais
• A intertextualidade
• Leitura de charges
• A criticidade presente na leitura de textos jornalísticos
• O gênero narrativo “crônica”
• O texto instrucional: receitas de culinária
• A crônica argumentativa
• O texto poético
• A carta ao leitor
• O texto poético
• Interpretação de textos, observando conteúdos temáticos, inter-locultores, fonte,
ideologias, papéis sociais, intertextualidade, informatividade e relações dialógicas
entre textos.
143
Escrita
• Produção escrita de textos teatrais
• Produção de textos publicitários
• Produção escrita de Hai-Kais
• A intertextualidade
• Produção de textos em gênero dramático “cômico”
• Produção escrita de textos narrativos
• Produção de texto dissertativo e argumentativo
• Refacção dos diversos textos produzidos
• Adequação ao gênero, conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas, argumentação, coerência e coesão textual, organização de ideias,
paragrafação e estruturação de estrofes.
• Finalidades do texto e paragrafação
Análise linguística
• Marcas linguísticas próprias dos textos teatrais
• Processos linguísticos de indeterminação do sujeito
• Casos particulares de orações sem sujeito
• Processos de construções de verbos impessoais
• Emprego ortográfico na construção de textos
• Ambiguidade de palavras e expressões em textos humorísticos
• As vozes verbais presentes nos discursos
• Conceitos de denotatividade e conotatividade
• A formação do imperativo e sua função discursiva
• Marcas linguísticas da argumentatividade
• Figuras de linguagem no texto literário e nos textos publicitários
• Noções de aposto e vocativo nos contextos discursivos
• Emprego de sinais de pontuação e seus efeitos de sentido nos textos
• Articuladores oracionais: a conjunção
• Noções de período simples e composto
144
8ª série
Oralidade
• Expressão oral de poemas musicados
• Expressão oral de textos jornalísticos produzidos
• Expressão de textos poéticos
• Defesa de pontos de vista: argumentação (persuasão)
• Adequação ao gênero, conteúdo temático.
• Procedimentos e marcas linguísticas e extralinguísticas típicas da conversação
(entonação, repetições, pausas, gestos...)
• Variedades linguística
• Papel do locutor e interlocutor
• Participação e cooperação
• Turnos da fala
Leitura
• Leitura de textos jornalísticos: reportagem
• A intertextualidade nos textos jornalísticos
• Leitura crítica de legendas e cartuns
• O editorial e a entrevista
• Leitura de crônicas e poemas
• Leitura de textos dissertativos – argumentativos
• Interpretação de textos, observando conteúdos temáticos, inter-locultores, fonte,
ideologias, papéis sociais, intertextualidade, informatividade e relações dialógicas
entre textos.
• Informações implícitas no texto
• Argumentos principais e secundários
• Estética do texto literário
• As vozes sociais presentes no texto
• Escrita
• Produção escrita de jornais: reportagem, editorial, cartuns, entrevista, notícia e
crônica
• Produção escrita de contos, poemas.
145
• A informatividade: o texto dissertativo- argumentativo
• A contiguidade e progressão textual
• Refacção dos diversos textos produzidos
• Adequação ao gênero, conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas, argumentação, coerência e coesão textual, organização de ideias,
paragrafação e estruturação de estrofes.
• Finalidades do texto e paragrafação
• Paráfrase e intertextualidade
Análise linguística
• As relações de sentido entre as orações adverbiais
• Elementos de coesão textual entre orações adverbiais-O plural do substantivo
composto em palavras presentes nos diversos gêneros textuais
• O pronome relativos nas orações adjetivas que estruturam enunciados
• O plural dos adjetivos compostos presentes nos enunciados discursivos
• Orações adjetivas nas construções de enunciados dos textos
• Estrutura do conto
• Emprego de substantivos pátrios compostos
• Figuras de sintaxes presentes nos textos jornalísticos e literários
• Versificação e recursos poéticos
• Estrutura de palavras e processos de neologismos: efeitos na expressão literária
• Processos de concordância verbal e nominal de acordo com princípios que regem
a norma culta
• Processos de regência verbal e nominal
• Emprego da crase
• A contiguidade e progressão textual
• Estrangeirismo
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS:
Nos diversos espaços escolares onde o sujeito-aluno possa encontrar terrenos
fecundos, propícios para a aprendizagem, é imprescindível que o professor promova
potencialidades voltadas para o gradativo domínio da oralidade, leitura e escrita. Nessa
146
dinâmica das possibilidades discursivas, faz-se necessário que o aluno aprenda a intervir
no mundo em que vive, fazendo uso das diversas linguagens do convívio social,
defendendo pontos de vista, percebendo as relações de poder explícitas e implícitas,
construindo, enfim, autonomia e emancipação em relação ao pensar e expressar com
fluência na sociedade em que vive.
A fim de atingir tais metas, é necessário que o professor recorra a recursos
metodológicos disponíveis, desde aos que condizem com a contemporaneidade - como
as múltiplas possibilidades de ferramentas que a internet disponibiliza – a outros, como as
obras de literatura infanto-juvenil, revistas, jornais, o vídeo, o CD, dentre outros.
Vale ressaltar também sobre a necessidade de se trabalhar, de forma
contextualizada e articulada aos conteúdos selecionados, textos relacionados às
temáticas referentes à “História e Cultura Afro-brasileira e indígena” (Lei 11.645), “História
do Paraná” (Lei 13.381/01 e Lei 9.795/99 “Meio Ambiente”. A inserção de tais temáticas
permearão os domínios discursivos abaixo relacionados, por meio das mesmas
possibilidades de encaminhamentos metodológicos sugeridos a seguir.
Oralidade
Tendo em vista que a prática discursiva da oralidade é a mais utilizada no convívio
diário, faz-se necessário que as atividades orais sejam encaminhadas de modo a
contribuir para que o aluno desenvolva potencialidades linguísticas, atentando para
adequações em relação às situações de interação: contexto, interlocutores...
É interessante que as atividades encaminhadas propiciem ao aluno o domínio
progressivo da língua padrão, pois este deverá reconhecê-la não só como linguagem de
grande prestígio social entre as classes dominantes, mas também como meio de
agregação de social e cultural de um povo; configurando-se, pois, como domínio de direto
de todos os cidadãos.
As possibilidades de trabalhos com gêneros orais são múltiplas, por meio de
diversos caminhos: apresentação de temas variados a partir da leitura de tipologia
diversificada de textos verbais e não-verbais, de filmes, contação de histórias,
depoimentos, dramatização, debates seminários, júris-simulados e demais atividades que
promovam o desenvolvimento da argumentação, como troca de opiniões, recados, elogio,
explicação, declamação de poemas...
No encaminhamento das referidas atividades, faz-se necessário que os temas
explorados sejam amplamente fundamentados e que os alunos sejam orientados sobre o
contexto social do uso dos gêneros trabalhados.
147
Leitura
Partindo do pressuposto de que o aluno/leitor passa a ter um papel ativo no
processo de leitura, os encaminhamentos das atividades deverão considerar o aluno
como agente responsável da reconstrução do texto.
O professor, a fim de atingir objetivos propostos, procurando ativamente formar
alunos/leitores, deverá fundamentar o seu trabalho a partir da seleção gradativa de uma
tipologia diversificada de textos significativos que perpassam os diversos gêneros. A partir
daí, é importante que o professor realize atividades que propiciem a reflexão crítica e
discussão do tema, do conteúdo, da finalidade, do papel dos interlocutores, das vozes
presentes no discurso, das ideologias apresentadas, da fonte, dos argumentos
elaborados, da intertextualidade e das marcas linguísticas presentes no texto.
É importante ressaltar sobre a relevância que se deve à seleção de atividades que
propiciem o despertar do gosto pela prática contínua do ler, visando à plena formação do
leitor. Em outras palavras, faz-se necessário que o aluno encontre sentido no que lê e
perceba a relevância da função social da leitura.
Escrita
Partindo do princípio de que a expressão escrita e o meio através do qual o sujeito
atua no mundo, sendo compreendida, pois, como elo de interação social, faz-se
necessário que o aluno domine progressivamente tal linguagem, percebendo com clareza
os elementos que a constituem, como, organização, unidade temática, coerência, coesão,
intenções, interlocutores, marcas linguísticas, dentre outros aspectos. É necessário,
portanto, que as atividades voltadas para o domínio da escrita se realizem de modo inter-
locutivo; em outras palavras, que estejam claros para o aluno posicionamentos, tais como
o que se vai produzir, o porquê de se expressar o que se intenciona, para quem se quer
produzir, dentre outras razões que justificam o uso social da escrita.
Visando atingir tais metas, o professor deverá estar atento para a seleção dos
textos a serem trabalhados, os quais deverão apresentar natureza bastante diversificada
e denotar significação de relevo, como os seguintes textos que circulam no social:
convites, cartas, bilhetes, avisos, notícias, editoriais, artigos de opinião, carta ao leitor,
relatórios, resumos, resenhas, contos, poemas , receitas, e-mail, blog, orkut, dentre outras
modalidades. É importante também que o aluno perceba a importância da prática revisão,
da re-escrita, a fim de refletir melhor seu ponto de vista, a adequação do discurso ao
148
contexto, ao interlocutor, o expressar com mais criatividade, procurando, enfim, rever o
emprego de vocabulário e sinais de pontuação mais adequados às situações de
produção, acréscimo e exclusão de ideias.
Análise Linguística
Compreendendo a análise linguística como prática complementar às práticas da
oralidade, leitura e escrita, é necessário enfatizar que postura didática assumida pelo
professor deverá destacar o trabalho com o texto como ponto de partida para as
investigações a que se pretende alcançar.
Ressalta-se também a importância de se trabalhar com a diversidade de textos de
significância social, que perpassam os diversos gêneros, considerando a importância da
interlocução para a prática da análise linguística. Por outro lado, deve-se considerar a
contribuição das diversas concepções de gramática que até então se apresentam, a fim
de se tecerem considerações sobre aspectos linguísticos apresentados nos textos.
O professor deverá, enfim, promover atividades de revisão, de re-estruturação e
refacção textuais, coletiva ou individualmente, tendo sempre como referencial, para o
encaminhamento de suas atividades, a interlocução entre seus alunos.
AVALIAÇÃO
Partindo do princípio de que a avaliação é parte integrante do processo de ensino-
aprendizagem, é importante salientar que processos de encaminhamentos avaliativos
devem acontecer durante todo o ano letivo, como garantia da manutenção da qualidade
do ensino. Deve-se avaliar o aluno de maneira gradual e, portanto, contínua, partindo de
instrumentos diversificados, considerando ritmos de aprendizagens, avanços e
dificuldades apresentadas, devendo prevalecer sempre a maior nota.
Por outro lado, deve-se também perceber, através de processos avaliativos,
acertos e erros voltados para a prática pedagógica do professor, em relação à
metodologia assumida, os objetivos traçados e conteúdos abordados, presentes nos
domínios das práticas discursivas. Não se deve perder de vista, no entanto, que avaliar
faz parte do projeto de construção da sociedade que desejamos formar, de um cidadão
capaz de atuar dinamicamente na sociedade em que vive.
A recuperação de estudos deverá continuamente acontecer durante todo o
processo de ensino-aprendizagem, adequando-se às dificuldades do aluno, possibilitando
a promoção da reformulação do currículo
149
Oralidade
Avaliar-se-á tal domínio, observando a participação do aluno em situações
discursivas que envolvem a oralidade. Observar-se-á a adequação do discurso frente a
diferentes interlocutores e situações, posicionamentos e argumentos na defesa de pontos
de vista.
Por outro lado, deve-se despertar no aluno a criticidade na avaliação de textos
orais produzidos nos mais diversos contextos sociais, sem, no entanto, suscitar no aluno
preconceitos em relação ao uso da linguagem popular.
Leitura
A leitura deverá ser avaliada, levando em consideração as experiências prévias
trazidas pelos alunos, reflexões a partir do texto lido, relações dialógicas,
posicionamentos ideológicos, localização de informações implícitas e explícitas,
argumentos principais e secundários, dentre outros aspectos.
Escrita
Na avaliação da modalidade da escrita, deve-se perceber o texto como processo
de produção e não como produto final. Deve-se considerar se a linguagem está de acordo
com o contexto situacional, ao tema, ao gênero estabelecido e se a elaboração de
argumentos apresenta fundamentação e consistência. Observá-se-á princípios
pertinentes da prática textual, referentes a processos de coesão e clareza das ideias.
O aluno também deverá se apresentar como avaliador de textos produzidos nas
diversas circunstâncias sociais.
Análise Linguística
Partindo do princípio de que é no texto oral ou escrito que língua se materializa em
todos os seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais, os elementos linguísticos
presentes nos diversos gêneros deverão ser avaliados a partir de uma postura reflexiva e
contextualizada.
O professor deverá avaliar aspectos linguísticos próprios da linguagem formal e
informal, como recursos estilísticos, emprego do léxico, relações de sentido estabelecidas
entre operadores argumentativos, modalizadores e relações semânticas entre partes do
texto, possibilitando diferentes possibilidades de uso da língua e aperfeiçoamento
linguístico constante.
150
REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática,
2001.
MARCUSCHI, Luís Antônio.Da fala para a escrita: atividades de retextualização.6ª ed.
São Paulo: Cortez,2005.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa: Parra os Anos Finais do
Ensino Fundamenta e Ensino Médio. Curitiba, 2008.
PÉCORA, Alcir.Problemas de redação.São Paulo: Martins Fontes, 1983.
POSSENTI, Sírio. Por que não ensinar gramática. 4ª ed. Campinas, SP: Mercado das
Letras, 1996.
Referência on line
SOARES,Magda. Que professor de Português queremos formar? (UFMG). Disponível
em :< http://.unb.br/abralin/index.php?id=8&boletim=25&tema=13>. Associação Brasileira
de Linguística. Boletim 25 (08/2001). Acesso em 03/09/2008.
151
10.8. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO
A história da matemática nos revela que os povos das antigas civilizações
conseguiram desenvolver os rudimentares conhecimentos matemáticos que compõem a
matemática de hoje. Há menções na literatura da história da Matemática de que os
Babilônios, por volta de 2.000 a. C., acumulavam registros que hoje podem ser
classificados como álgebra linear.
Para Ribnikov (1987), esse período demarca o nascimento da Matemática.
Contudo, como ciência, a matemática somente surgiu mais tarde, em solo grego, nos
séculos VI e V a. C. Foi com a civilização grega que regras, princípios lógicos e exatidão
de resultados foram registrados. Já na Grécia, através dos pitagóricos, que ocorrem as
preocupações iniciais sobre a importância e o papel da Matemática no ensino e na
formação das pessoas.
Com os platônicos, se buscava, pela Matemática, principalmente a aritmética, um
instrumento que, para eles, instigaria o pensamento do homem. Esta concepção
arquitetou as interpretações, o pensamento matemático e o ensino da matemática que,
até hoje, exercem influências na prática docente.
As primeiras propostas do ensino da matemática baseadas em práticas
pedagógicas ocorreram no século V a. C., com os sofistas, considerados profissionais do
ensino. Por volta dos séculos IV a II a. C. a educação foi ministrada de forma clássica e
enciclopédica.
No século V d. C. o ensino teve um caráter estritamente religioso e entre os
séculos VII e IX o ensino passa por mudanças significativas com o surgimento das 152
escolas e a organização dos sistemas de ensino.
As discussões filosóficas nas universidades medievais entre os séculos X e XV,
baseadas na concepção do pensamento aristotélico, contribuíram para futuros
desenvolvimentos da Matemática especulativa, entendida como a Matemática das
constatações empíricas.
Após o século XV, o avanço das navegações e as atividades comerciais e
industriais possibilitaram novas descobertas na Matemática.
As produções matemáticas do século XVI, a geometria analítica e a geometria
projetiva, o cálculo diferencial, a teoria das séries e a teoria das equações diferenciais,
fizeram com que o conhecimento matemático alcançasse um novo período de
sistematização, Ribnikov (1987), denominou esse período de Matemática de grandezas
variáveis.
No Brasil, na metade do século XVI; os jesuítas instalam colégios católicos com
uma educação de caráter clássico-humanista.
No século XVII, a Matemática desempenhou o papel fundamental para a
comprovação e generalização de resultados. Surgiu a concepção de lei quantitativa que
levou ao conceito de função e do cálculo infinitesimal.
Já o século XVII, é demarcado pelas revoluções francesa e industrial. Este
momento marcou o início da intervenção estatal da educação.
No Brasil, ministrava-se um ensino de Matemática de caráter técnico com o
objetivo de preparar os estudantes para as academias militares influenciado pelos
acontecimentos políticos que aconteciam na Europa. Do final do século XVI ao início do
século XIX, o ensino da matemática, desdobrado em aritmética, geometria, álgebra e
trigonometria, destinava-se ao domínio de técnicas com o objetivo de formar engenheiros,
geógrafos e topógrafos para trabalhar em minas, abertura de estradas, construção de
portos, canais, pontes, calçadas e preparar jovens para a prática da guerra.
Com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, implementou-se um
ensino de Matemática através de cursos técnico-militares, nos quais ocorreu o processo
de separação dos conteúdos matemáticos em Matemática Elementar e Matemática
Superior.
O desenvolvimento matemático no século XIX foi denominado por Ribnikov (1987)
como o período das matemáticas contemporâneas.
O período que abrange o final do século XIX e início do século XX levantou-se
preocupações voltadas para o ensino da Matemática, sendo as mesmas sendo traduzidas
em ações concretas, decorrentes das discussões em encontros internacionais promovidos
153
por matemáticos que já tinham uma preocupação com a proposta do ensino da
matemática. Por conta dessas discussões, iniciou-se a tarefa de transferir para a prática
docente os ideais e as exigências advindas das revoluções do século anterior.
Esse movimento de renovação do ensino da matemática se manifestou em vários
países da Europa, sendo que, em alguns desses países, essa renovação aconteceu com
propostas mais amplas de reformulação dos sistemas nacionais, abrangendo vários níveis
de ensino.
Na Alemanha, Félix Klein (1849 – 1925) encabeçou propostas de renovação do
ensino da Matemática e defendeu a atualização desse ensino de maneira que o
aproximasse do desenvolvimento científico e tecnológico. Para isso, propôs o rompimento
entre a formação geral e a prática, a tradição culta e a artesanal, o desenvolvimento do
raciocínio e o desenvolvimento de atividades práticas e a formação clássica e a técnica.
Pode-se dizer que neste contexto surgiram as primeiras discussões sobre a Educação
Matemática, a qual deveria se orientar pela eliminação da organização excessivamente
sistemática e lógica dos conteúdos específicos. A intuição era considerada o elemento
inicial para se chegar à sistematização. Uma das ideias básicas dessas discussões foi
unificar as disciplinas que abordavam conteúdos didático e pedagógico do ensino da
Matemática.
Essas ideias foram implementadas nos congressos internacionais ocorridos entre
1900 a 1914, chegando ao Brasil através do Imperial Colégio D. Pedro II do Rio de
Janeiro, criado no ano de 1837, com o objetivo de ter um modelo para a escola
secundária.
Fundamentada nas discussões internacionais e nas discussões realizadas no
Colégio Pedro II, Euclides Roxo, ao representar o corpo docente de Matemática, solicitou
ao Governo Federal, a junção das disciplinas aritmética, álgebra, geometria e
trigonometria num único, denominado Matemática, Foi aprovada pelo Departamento
Nacional de Ensino e Associação Brasileira de Educação em 1928.
O início da modernização do ensino da matemática deu-se num contexto de
mudanças que promoviam a expansão da indústria nacional, o desenvolvimento da
agricultura, aumento da população nos centros urbanos e ideias que agitava o cenário
político internacional após a 1ª Guerra Mundial. Assim, as novas propostas educacionais
caracterizam reações contra uma estrutura educacional artificial e verbalizada, fazendo
com que o ensino da matemática se tornasse um campo fértil e promissor.
As ideias reformadoras se inseriram no contexto das discussões introduzidas pelo
movimento da Escola Nova. Esse movimento propunha um ensino orientado por uma
154
concepção Empírico-ativista que pressupunha a valorização dos processos de
aprendizagem e o envolvimento dos estudantes em atividades de pesquisa, resolução de
problemas, jogos e experimentos. Esta tendência contribuiu para a unificação da
matemática em uma disciplina, orientou a formulação das diretrizes metodológicas do
ensino da matemática na Reforma Francisco Campos, em 1931. Nas décadas seguintes,
anos 1940 até meados de 1980, essa tendência norteou a produção de diversos materiais
didáticos de Matemática e da prática pedagógica de muitos professores.
Outras tendências, como a Empírico-ativista, influenciaram o ensino da
Matemática. Muitas delas continuam fundamentando o ensino até hoje.
Até o final dos anos de 1950, observou-se a tendência Formalista Moderna.
Também nesse período, no Brasil, ocorreram mudanças significativas com a chegada do
movimento de Matemática Moderna.
No regime militar brasileiro, instaurado em 1964, oficializou-se a tendência
tecnicista.
A tendência construtivista surgiu a partir das décadas de 1060 e 11070, e se
estabeleceu como objeto da discussão na Educação Matemática, na década de 1980.
Nessa tendência, o conhecimento matemático resultava de ações interativas e reflexivas
dos estudantes no ambiente ou nas atividades pedagógicas.
Outra tendência que surgiu a partir da discussão sobre a ineficiência do movimento
modernista foi o sócio etnocultural, valorizava aspectos sócio-culturais da Educação
Matemática e tinha sua base teórica e prática na Etnomatemática. O conhecimento
matemático começou a ser visto como um saber prático, relativo, não universal e
dinâmico, produzido histórico-culturalmente nas diferentes práticas sociais, podendo
aparecer sistematizado ou não.
A tendência Histórico-crítica concede a matemática como saber vivo, dinâmico,
construído historicamente para atender as necessidades sociais e teóricas.
Sendo assim, pode-se afirmar que os objetivos básicos da Educação Matemática
visam desenvolve-la enquanto campo de investigação e de produção de conhecimento –
natureza científica – e a melhoria da qualidade de ensino e da aprendizagem da
matemática – natureza pragmática.
Esta é a Educação Matemática proposta nas Diretrizes Curriculares de Matemática
para a Educação Básica.
Enfim, a opção pela Educação Matemática para o exercício da prática docente, é
um fato relevante nas Diretrizes Curriculares.
Um dos objetivos da disciplina Matemática é transpor, para a prática docente, o
155
objetivo matemático construídos historicamente e possibilitar ao estudante ser um
conhecedor desse objetivo.
OBJETIVO GERAL
Proporcionar o conhecimento da aplicabilidade da matemática, possibilitando ao
aluno, ferramentas para o desenvolvimento, a utilização e apreciação do mundo ao seu
redor.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ao longo do Ensino Fundamental espera-se que o aluno consiga :
• Desenvolver a capacidade de analisar, comparar, conceituar, representar, abstrair e
generalizar;
• Desenvolver a capacidade de julgamento e o hábito de concisão e rigor;
• Habituar-se ao estudo, atenção, responsabilidade e cooperação;
• Conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem matemática associando-se
com a linguagem usual;
• Adquirir conhecimento básico, a fim de possibilitar sua integração na sociedade em
que vive;
• Desenvolver a partir de suas experiências, um conhecimento organizado que
proporcione a construção de seu aprendizado;
• Desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a elaboração de conjecturas, a
descoberta de soluções e a capacidade de concluir.
• Associar a Matemática como algo agradável e prazeroso, desmistificado o mito da
genialidade``;
• Desenvolver a capacidade de comunicação, resolução de problemas, o raciocínio
lógico do aluno, bem como a capacidade de utilizar a matemática na interpretação e
intervenção no real, desenvolvendo a percepção do valor da matemática como
construção humana e estimulando a curiosidade e o gosto em aprende-la;
• Proporcionar o entendimento da cultura da população negra, no Brasil, condição
156
social, importância na economia;
5ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
− Números e Álgebras − Sistemas de Numeração
− Números Naturais
− Múltiplos e Divisores
− Potenciação e Radiciação
− Números Fracionários
− Números Decimais
− Grandezas e Medidas − Medidas de Comprimento
− Medidas de Massa
− Medidas de Área
− Medidas de Tempo
− Medidas de Ângulos
− Sistema Monetário
− Medidas de Volume
− Geometrias − Geometria plana
− Geometria espacial
− Tratamento de informação − Dados, tabelas e gráficos
− Porcentagens
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
NÚMEROS E ÁLGEBRA Números inteiros;
Números racionais;
Equações e Inequação do 1º grau;
Razão e proporção;
Regra de três.
Grandezas e Medidas Medidas de temperatura;
157
Ângulos.
Geometrias Geometria plana
Geometria espacial
Geometria não-euclidianas
Tratamento de informação Pesquisa estatística;
Média Aritmética;
Moda e mediana;
Juros simples.
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
− Números e Álgebra − Números racionais e irracionais
− sistemas e equações do 1º grau
− potências
− monômios e polinômios
− produtos notáveis
− Grandezas e Medidas − Medidas de comprimento
− medidas de área
− medidas de volume
− medidas de ângulos
− Geometrias − Geometria plana
− Geometria espacial
− geometria analítica
− Geometria não-euclidianas
− Tratamento de informação − Gráfico e informação
− população e amostra
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
158
− Números e Álgebra − Números reais
− Equações do 2º grau
− propriedade dos radicais
− teorema de Pitágoras
− equações irracionais
− equações biquadradas
− regra de trés composto
− Grandezas e Medidas − Relações métricas no triangulo
retângulo
− trigonometria no triangulo retângulo
− Funções − Noção intuitiva de função afim
− noção intuitiva de função quadrática
− Geometrias − Geometria plana
− Geometria espacial
− geometria analítica
− Geometria não-euclidianas
− Tratamento de informação − Noções de análise combinatória
− noções de probabilidade
− estatística
− juros compostos
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
As rápidas mudanças em nossa sociedade produziram ambientes em que alguns
métodos e currículos do passado, se tornaram um obstáculo ao desenvolvimento de
mentes capazes de lidar com a era da informação e com a resolução de problemas do
dia-a-dia. A instrução hoje precisa ir muita além da mera memorização de regras e dos
cálculos mecânicos.
Os alunos trazem para a escola conhecimentos, ideias e intuições construídas das
experiências que vivenciam em seu grupo sócio cultural. A pluralidade de etnias possibilita
esses diferentes modos de vida. Os alunos chegam à sala de aula com diferentes
ferramentas básicas para classificar, ordenar, quantificar e medir.
159
O conhecimento matemático é historicamente construído e, portanto, está em
permanente evolução. Assim o ensino da Matemática precisa incorporar esta perspectiva,
possibilitando ao aluno reconhecer as contribuições que ela oferece para compreender as
informações e posicionar-se criticamente diante dela.
No ensino da Matemática, destacam-se dois aspectos básicos: um consiste em
relacionar observações do mundo real com representações (esquemas, tabelas, figuras,
escritas numéricas); outro consiste em relacionar essas representações com princípios e
conceitos matemáticos. Nesse processo, a comunicação tem grande importância e deve
ser estimulada, levando o aluno a falar e escrever sobre Matemática, a trabalhar com
representações gráficas, desenhos, construções, e aprender como organizar e tratar
dados.
A aprendizagem está ligada a compreensão, isto é, à atribuição de significado.
Aprender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe identificar suas relações
com outros objetos e acontecimentos.
Recursos didáticos como livros, jogos com material concreto feito pelos próprios
alunos, dicionário de matemática, vídeos, televisão, calculadoras, trabalhar o abstrato
junto com o concreto, trabalhos em grupo ou individual, resolução de exercícios em sala
de aula com o auxílio do professor, proporciona elaborar um ou vários procedimentos de
resolução.
O ensino deve garantir o desenvolvimento de capacidades como: observação,
estabelecimento de relações, comunicação, argumentação e validação de processos e o
estímulo às formas de raciocínio como intuição, indução, dedução, analogia, estímulo.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser parte integrante do processo ensino-aprendizagem. Ao avaliar
os alunos com o que eles apenas memorizam, constata-se que é muito limitada, uma vez
que não se leva em conta a compreensão dos conceitos, o desenvolvimento de atitudes e
procedimentos, nem tampouco a criatividade nas soluções. Sendo assim, ela não pode ter
apenas o caráter de finalização de etapas.
A utilização de formas inovadoras de avaliação trás benefícios ao processo
educativo, pois assim ela assume uma nova função: a de auxiliar e orientar os estudantes
sobre o desenvolvimento de suas capacidades e competências, bem como auxiliar o
professor a identificar se os objetivos a que se propôs foram atingidos.
A avaliação oferece ao professor, informações sobre como está ocorrendo a
160
aprendizagem de seus alunos, quanto aos conceitos adquiridos, raciocínios
desenvolvidos e domínio de certas regras, possibilitando-lhe uma reflexão contínua sobre
a sua prática em sala de aula, sobre certas estratégias e sobre a retomada de conteúdos,
adequando-se ao processo de aprendizagem, individual ou de todo o grupo.
As diferentes formas de avaliar sejam elas provas, trabalhos, atitudes, participação
em atividades desenvolvidas em sala de aula ou fora dela, devem contemplar
explicações; justificativas e argumentações orais, uma vez que estas não ficam evidentes
em avaliações escritas. Além disso, é a utilização de diferentes códigos (oral, escrito,
gráfico, numérico) que permite a observação das diversas aptidões dos alunos.
A avaliação do processo de aprendizagem dos alunos será feita por meio:
• Da observação (por parte do professor) participação, interesse, da criatividade, da
autonomia e do raciocínio;
• De resolução de problemas, com justificativa do procedimento utilizado;
• De atividades que tenham objetivos variados e possam ser trabalhados em diversos
momentos;
• Jogos;
• Construção de cartazes, maquetes;
• Apresentação de trabalhos, pesquisas;
• Seminários
RECUPERAÇÃO ; A recuperação será realizada no momento em que foi detectada a
deficiência do aluno e deve ser entendida como uma consequência do processo de
avaliação continuada. Ela será proporcionada mediante a atribuição de tarefas
avaliações e trabalhos específicos planejados pelo respectivo professor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRINI, Álvaro, Novo Praticando Matemática. Ensino Fundamental, 1ª ed. Editora do
Brasil: São Paulo, 2.oo2.
DIRETRIZES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - Orientações para
Matemática – SEED –PR, Curitiba, julho de 2.008.
GUELLI, Oscar. Uma aventura do pensamento. Editora Ática. São Paulo, 2.001.
161
IRACEMA, Dulce, Matemática e desafios. Editora Saraiva: São Paulo, 2.001.
10.9. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - INGLÊS
APRESENTAÇÃO
O cenário do ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do currículo
escolar sofreram constantes mudanças em decorrência da organização social, política e
econômica ao longo da história. As propostas curriculares e os métodos de ensino são
instigados a atender as expectativas e demandas sociais contemporâneas e a propiciar a
aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos às novas gerações.
Além do aspecto dinâmico do currículo e dos conteúdos, o Estado pode orientar
mudanças curriculares que se justificam pela atualização dos debates e produções
teórico-metodológicas e político-pedagógicas para a disciplina de Língua Estrangeira
Moderna.
Em 1837, ocorreu a fundação do Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no
Brasil e referência curricular para outras instituições escolares por quase um século. O
currículo do Colégio se inspirava nos moldes franceses e, em seu programa, contavam
sete anos de Francês, cinco de Inglês e três de Alemão, cadeira esta criada no ano de
1840.
A abordagem pedagógica tradicional de raízes europeias, também chamada de
gramática-tradução, adotada desde a educação jesuíta com o ensino dos idiomas
clássicos – Grego e Latim -, prevaleceu no ensino das línguas modernas.
Desde o final do século XIX e, principalmente, a partir do início do século XX,
devido a um conjunto de fatores que marcaram a história da Europa como o aumento
populacional, a falta de emprego e de terras agricultáveis, períodos de guerras e pós-
guerra e perseguições étnicas, muitos europeus passaram a creditar esperanças de
melhoria de qualidade de vida ao Brasil. Eles foram motivados também pela propaganda
de governo brasileiro na Europa, que buscava ampliar as possibilidades de mão-de-obra
do país devido ao fim da escravidão.
Em 1920, a reforma educacional de São Paulo foi exemplo dessa preocupação
nacionalista. A legislação daquele Estado admitia a oferta do ensino primário por escolas
particulares, desde que fossem respeitadas as orientações de caráter nacionalista, dentre
as quais se destacaram: o respeito aos feriados nacionais; o ensino em Língua
Portuguesa, ministrado por professores brasileiros natos; a proibição do ensino em Língua
162
Estrangeira para crianças menores de dez anos, que ainda não dominassem
corretamente o português. Essa onda nacionalista estendeu-se durante o primeiro
governo de Getúlio Vargas e foi intensificada a partir do golpe de Estado, em 1937.
Nos anos de 1950, porém, com o desenvolvimento da ciência linguística e o
crescente interesse pela aprendizagem de línguas, surgiram mudanças significativas
quanto ás abordagens e aos métodos de ensino. Os linguistas estruturalistas da época,
Leonardo Bloomfield (1887-1949), Charles Fries (1854-1940) e Robert Lado (1915-1995),
dentre outros, apoiavam-se na psicologia da Escola Behaviorista de Pavlov e Skinner.
Apesar de revolucionário, este modelo descrição linguística demorou a encontrar
um caminho que respondesse ao descontentamento em relação ao audiolingualismo, pois
nele permanecia a abordagem formal dos fatos linguísticos. Somente mais tarde, com a
Widdowson, Halliday e Hymes, que se contrapunham as ideias de Chomsky, ocorreu uma
contribuição real para as mudanças que aconteceram nas décadas de 70 e 80.
Em 1980, Canale e Swain ampliaram o conceito de competência comunicativa ao
incorporarem, além da competência gramatical, outras três em seu modelo final: a
competência sociolinguística, a estratégia e a discursiva. Além disso, esses lingüistas
propuseram quatro habilidades respectivas: leitura, escrita, fala e audição. Após dez anos
do primeiro modelo proposto por Canale, Bachman apresentou o modelo de competência
comunicativa e desempenho, no qual o uso de uma determinada língua envo9lve tento o
seu conhecimento quanto a capacidade de implementação ou de seu uso.
Em 1999, O MEC publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua
Estrangeira para Ensino Médio, cuja ênfase esta no ensino da comunicação oral e escrita,
para atender as demandas relativas à formação pessoal, acadêmica e profissional. Esta
diferença entre as concepções de língua observadas nos dois níveis de ensino influencia
os resultados da aprendizagem desta disciplina na Educação Básica.
Ao contextualizar o ensino da Língua Estrangeira, pretende-se problematizar as
questões que envolvem o ensino da disciplina, nos aspectos que tem marcado, sejam
eles políticos, econômicos, sociais, culturais e educacionais. A partir dessa análise, serão
apresentados os fundamentos teórico-metodológicos que orientarão o ensino de Língua
Estrangeira na Rede Pública Estadual.
A fim de justificar a concepção teórico-metodológica destas Diretrizes, pretende-se
problematizar o ensino da Língua Estrangeira a partir da anális4e do diagnóstico realizado
junto aos professores da Rede Pública do Estado do Paraná.
Toda língua é uma construção histórica e cultural em constante transformação.
Como princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma visão sistêmica e estrutural
163
do código linguístico. Ela é heterogênea, ideológica e opaca.
No ensino de Língua Estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa disciplina,
contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Torna-se fundamental que
os professores compreendam o que se pretende com o ensino da Língua Estrangeira na
Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender
percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos, é formar subjetividades, é permitir
que se reconheça no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos, independente
do grau de proficiência atingido.
O aprendizado de uma língua estrangeira pode proporcionar uma consciência
sobre o que seja a potencialidade desse conhecimento na interação humana. Ao ser
exposto às diversas manifestações de uma língua estrangeira e às suas implicações
político-ideológicas, o aluno constrói recursos para compara-la à língua materna, de
maneira a alegar horizontes e expandir sua capacidade interpretativa e cognitiva.
Ressalta-se, como requisito, a atenção para o modo como as possibilidades linguísticas
definem os significados construídos nas interações sociais. Ainda, deve-se considerar que
o aluno traz para a escola determinadas leituras de mundo que constituem sua cultura e,
como tal, devem ser respeitadas.
Além disso, ao conceber a língua como discurso, conhecer e ser capaz de usar
uma língua estrangeira permite-se aos sujeitos perceberem-se como integrantes da
sociedade e praticantes ativos do mundo. Ao estudar uma língua estrangeira, o
aluno/sujeito aprende também como atribuir significados para entender melhor a
realidade. A partir do confronto com a cultura do outro, torna-se capaz de delinear um
contorno para a própria identidade. Assim, atuará sobre os sentidos possíveis e
reconstruirá sua identidade como agente social.
ENSINO FUNDAMENTAL: 5ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social
CONTEÚDOS BÁSICOS
LEITURA
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;164
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística.
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...;165
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
• Pronúncia.
ENSINO FUNDAMENTAL: 6ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social
CONTEÚDOS BÁSICOS
LEITURA
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística.
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
166
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
• Pronúncia.
ENSINO FUNDAMENTAL: 7ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social
CONTEÚDOS BÁSICOS
LEITURA
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
167
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística.
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...;
• Adequação do discurso ao gênero;168
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
• Pronúncia.
ENSINO FUNDAMENTAL: 8ª SÉRIE
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social
CONTEÚDOS BÁSICOS
LEITURA
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística.
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
169
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
• Pronúncia.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O trabalho com a língua estrangeira parte do entendimento do papel das línguas
nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso a informação: as
línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de
entender o mundo e de construir significados.
O texto se apresenta como um princípio gerador de unidades temáticas e de
desenvolvimento das práticas linguístico-discursivas, porém nada impede que o professor
trabalhe diferenciado alguns conteúdos específicos, já que nossa escola não adota livro
didático devido a carência dos alunos. O texto será o ponto de partida para o
envolvimento como um todo, porém este será inserido aos poucos até que o aluno possa
estar apto a trabalhar com este método moderno e os mesmos encontram sérias
dificuldades no vocabulário e sem conhecimento prévio da língua.
Propõe-se que o professor aborde nas aulas de LEM os vários tipos de textos em 170
atividades diversificadas, tais como:
• Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;
• Considere os conhecimentos prévios dos alunos;
• Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
• Encaminhe discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade;
• Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;
• Relacione o tema com o contexto atual;
• Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto.
ESCRITA
• Planeje a produção textual a partir da delimitação do tema, do interlocutor, do
gênero, da finalidade;
• Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
• Acompanhe a produção do texto;
• Encaminhe e acompanhe a reescrita textual: revisão dos argumentos das ideias,
dos elementos que compõe o gênero;
• Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática,
se atende à finalidade, se a linguagem esta adequada ao contexto;
• Conduza a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
ORALIDADE
• Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos;
• Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
• Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade
em seu uso formal e informal;
• Selecione discursos de outros para a análise dos recursos da oralidade, como
cenas de desenhos, etc.
AVALIAÇÃO
A avaliação ultrapassa o procedimento adotado por tanto tempo pelas escolas,
apenas constatar o nível de conhecimento do aluno por meio de testes e provas. Ela é
171
considerada uma atividade iluminadora do processo ensino aprendizagem, que oferece
retorno ao professor sobre as necessidades de correção durante o percurso dos alunos
sobre seus avanços.
Os testes ou provas constituem meios de se avaliar os aspectos do processo da
aprendizagem. Não podem jamais se constituir em instrumentos de ameaça ou
intimidação. É fundamental também, ter clareza de propósitos no uso deste instrumento,
ter clareza do que se está avaliando e qual o objetivo a ser alcançado pelo educando. O
erro deve ser visto com um passo para que a aprendizagem se efetive.
O professor deve aconselhar coordenar, dirigir, liderar, animar, estimular, partilhar,
aceitar, respeitar o limite do aluno e compreendê-lo.
Nunca é demais mostrar aos alunos a importância de se aprender uma segunda
língua “Inglês”, lembrando a eles de quem conhece o idioma tem acesso a mais
informações. Além disso, suas chances de entrar numa boa universidade ou conseguir um
bom emprego são bem maiores.
LEITURA
• Identifique o tema;
• Realize leitura compreensiva do texto;
• Localize informações explícitas no texto;
• Amplie seu horizonte de expectativas;
• Amplie seu léxico;
• Identifique a ideia principal do texto.
ESCRITA
• Expresse as ideias com clareza;
• Elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor,
atendendo:
• Às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);
• À continuidade temática;
• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;
• Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc;
• Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função
do artigo, pronome, numeral, substantivo, etc.
172
ORALIDADE
6. Utilize o discurso de acordo com a situação acordo com a situação de produção
(formal/informal);
7. Apresente suas ideias com clareza, coerência, mesmo que na língua materna;
8. Utilize adequadamente entonação, pausas, gestos, etc.;
9. Respeite os turnos de fala.
ANDREOTTI, V.; JORDÃO, C.M GIMENEZ,T (org) Perspectivas Educacionaise ensino
de inglês na escola pública. Pelotas; Educat, 2005.
ANTUNES, I Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no
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REFERÊNCIAS