Projeto Educativo
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Agrupamento de Escolas de Almeida
2012-2015
PROJETO EDUCATIVO
Ensinar e Aprender a CRESCER
Um desafio ao Agrupamento de Escolas de Almeida
Agrupamento de Escolas de Almeida 161500
2012-2015
Projeto Educativo, AEA 2012/15 Página 2
CONTEÚDO INTRODUÇÃO 4
CAPÍTULO 1 – DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DO AEA 5
CAPÍTULO 2 – O OBJETO EDUCATIVO DO AEA 9
1. VISÃO E MISSÃO: PRINCÍPIOS QUE FUNDAMENTAM O PROJETO EDUCATIVO DO AEA 9
2. OBJETIVOS E METAS DO PROJETO EDUCATIVO DO AEA 11
3. O POTENCIAL EDUCATIVO DO AEA: O SISTEMA DE PRIMAZIAS DO CONCELHO DE ALMEIDA 14
4. A CONCETUALIZAÇÃO PEDAGÓGICA E DIDÁTICA NO AEA 16
4.1. A LITERACIA COGNITIVA E EMOCIONAL NO AEA 16
4.2. A METODOLOGIA DE ATUAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO AEA 19
4.2.1. O PROFESSOR REFLEXIVO 20
4.2.2. A ATIVIDADE DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM 21
4.2.3. NÍVEIS DE APRENDIZAGEM 21
4.2.4. DEDUZIR, INTUIR, EXPLORAR/INVESTIGAR 22
4.2.5. AS TAREFAS DE INVESTIGAÇÃO 23
4.3. O PERFIL DESEJÁVEL DO ALUNO NO AEA 24
CAPÍTULO 3 – O REFERENCIAL EDUCATIVO DO AEA 25
1. A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR DO AEA 25
1.1. A RESPONSABILIDADE EDUCATIVA NO AEA 25
1.1.1. AS ESTRUTURAS DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DO AEA 26
1.1.2. AS ESTRUTURAS INTERMÉDIAS DO AEA 26
1.1.3. OS PROFESSORES 26
1.1.4. OS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO E AS FAMÍLIAS 27
1.1.5. A COMUNIDADE EDUCATIVA 27
1.2. A ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA PEDAGÓGICA DO AEA 28
1.3. A ORGANIZAÇÃO DE CADA ANO LETIVO NO AEA 30
CONSTITUIÇÃO DE TURMAS 30
DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇO DOCENTE 30
HORÁRIO DOS ALUNOS 30
HORÁRIO DOS PROFESSORES 30
1.3.1. OS CRITÉRIOS PARA A CONSTITUIÇÃO DE TURMAS 30
1.3.2. OS CRITÉRIOS PARA A DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇO DOCENTE 30
1.3.3. OS CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE HORÁRIOS DOS ALUNOS 30
1.3.4. OS CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE HORÁRIOS DOS PROFESSORES 31
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2. A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO CURRICULAR DO AEA 32
2.1. A ESTRUTURA CURRICULAR DO AEA 32
2.1.1. O ENSINO PRÉ-ESCOLAR, BÁSICO E SECUNDÁRIO 32
2.1.2. O ENSINO PROFISSIONALIZANTE E PROFISSIONAL 33
2.1.3. O ENSINO DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA (CET) 33
2.2. O TRABALHO COLABORATIVO NA CONSTRUÇÃO DE UM CURRÍCULO EFICAZ PARA O AEA 33
2.2.1. O TRABALHO DE PLANIFICAÇÃO 34
2.2.2. O PLANO ANUAL DE ATIVIDADES (PAA) 35
2.2.3. O PROGRAMA DE TURMA 35
2.2.4. A AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DO AEA 36
CAPÍTULO IV – A AUTORREGULAÇÃO DO AEA 37
1. A AVALIAÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO DO AEA 38
2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO PE DO AEA 39
3. FASES DA AVALIAÇÃO NO PE DO AEA 40
BIBLIOGRAFIA 41
NOTAS CONCETUAIS 42
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INTRODUÇÃO
Ao longo dos tempos, o concelho de Almeida, pela sua localização estratégica na raia beirã,
assumiu um papel de relevo na defesa do território e interesses nacionais, do qual são testemunhos
o seu imponente património histórico e militar e a alfândega de Vilar Formoso. Esta realidade, se por
um lado lhe conferiu um estatuto de terra fortemente vigiada que encerrava portas, ao mesmo tempo
também conferiu às suas gentes a perspicácia necessária para contornar obstáculos e tirar proveito
das oportunidades. A integração europeia trouxe mudanças, que se traduziram em fortes alterações
do seu tecido económico e social, pelo que teve de se adaptar a uma nova dinâmica.
Atualmente, no início do século XXI, o concelho de Almeida abre as suas portas, exibindo-se,
expandindo-se, preservando-se, enriquecendo-se e crescendo. E, neste contexto, o Agrupamento de
Escolas de Almeida (AEA) – constituído em 2010 para servir o concelho de Almeida [situado na zona
raiana do distrito da Guarda (faz fronteira com Espanha e é delimitado pelos concelhos de Figueira
de Castelo Rodrigo, do Sabugal, de Pinhel e da Guarda)] – preconiza uma relação clara e muito forte
entre o seu desempenho global e a qualidade da sua liderança, em que o pensamento estratégico, a
gestão de projetos e a inovação promovem a motivação/envolvência de equipas de trabalho, a
influência positiva, a gestão de conflitos, a comunicação (interna e com o exterior) e o sucesso
educativo. Nesta conjuntura, a maximização da eficiência e da eficácia do processo alunos-ensino-
aprendizagem-comunidade, assumem-se como objetivos e metas fundamentais para o agrupamento.
Neste processo, a angariação de parceiros e o trabalho colaborativo estruturam um sistema
comum de crescimento, em integração direta e equilibrada com o meio ambiente e com as pessoas,
planeando, atualizando e mantendo sistemas de escala humana ambientalmente sustentáveis,
socialmente justos e financeiramente viáveis.
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Ação Contra Ameaça
Investimento nos pontos fortes e nas
oportunidades
CAPÍTULO 1 – DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DO AEA
O Agrupamento de Escolas de Almeida (AEA) apresenta a síntese da sua autoavaliação
diagnóstica, realizada desde o final do ano letivo 2010/2011 ao início do ano letivo 2011/2012,
baseada na análise e reflexão de indicadores relevantes, nomeadamente os relatórios da Inspeção
Geral de Educação das avaliações externas efetuadas ao anterior Agrupamento de Escolas de
Almeida e ao anterior Agrupamento de Escolas de Vilar Formoso. A avaliação diagnóstica, aqui
apresentada, está dimensionada sob instrumentos, processos e resultados, que a seguir se
descrevem e na qual se identificam pontos fortes e fracos, fatores condicionantes e oportunidades,
numa perspetiva construtiva do Projeto Educativo do AEA.
AMEAÇA: Diminuição da população escolar, fruto de uma cada vez maior desertificação do concelho de Almeida, uma
realidade comum a toda a região da Beira Interior, o que se poderá traduzir em termos futuros na dificuldade de manter
uma oferta educativa diversificada, sobretudo ao nível do ensino secundário e áreas profissionalizantes , profissionais e
de inovação formativa.
INDICADORES DA
ANÁLISE INTERNA
DO AEA
DIAGNÓSTICO DE CONDICIONANTES
IDENTIFICAÇÃO DE
OPORTUNIDADES
Identidade e
cultura do AEA.
Caracterização
do Meio.
Recursos
humanos
materiais e
financeiros do
AEA.
Funcionamento
global do AEA.
Desempenho
escolar dos
alunos.
Problemas na organização, autorregulação planeamento
e gestão estrutural, orgânica, pedagógica e didática do
AEA.
Dificuldades na uniformização processual e
procedimental das várias estruturas (pedagógicas e
administrativas).
Constrangimentos no planeamento/estratégia de ação
pedagógica relativos à gestão e avaliação das
aprendizagens dos alunos.
Características dos alunos condicionadoras do processo
ensino/aprendizagem.
Dificuldades associadas à utilização de recursos
identificadas na(s) Auditoria(s) ao Sistema de Controlo
Interno do AEA de 2011.
Ineficiente e ineficaz utilização dos canais de
comunicação internos.
Ausência de estratégias concertadas de envolvimento da
comunidade educativa e criação da identidade do AEA,
enquanto organização capaz de produzir mudanças a
nível social, económico e cultural.
Definir a natureza
das práticas de
intervenção no
funcionamento do
AEA.
Fixar objetivos e
metas de
autorregulação
estrutural do AEA.
Definir e caracterizar
princípios
pedagógicos e
didáticos a
implementar em sala
de aula.
Fixar objetivos e
metas para a
melhoria qualitativa e
aumento quantitativo
do desempenho dos
alunos.
Definição do perfil
desejável do aluno do
AEA.
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DESCRIÇÃO DAS CONDICIONANTES
DIAGNOSTICADAS DESCRIÇÃO DAS OPORTUNIDADES IDENTIFICADAS
Falta de metas quantificáveis – o que tem
impossibilitado a focalização nos resultados e a
adequada aferição dos progressos alcançados;
Deficiente articulação interdisciplinar e transdisciplinar
– o que tem impossibilitado uma visão abrangente e
sequencial da formação dos alunos nos diversos anos
de escolaridade e entre estes;
Falta de estratégias concertadas para a mobilização
dos pais e encarregados de educação – o que se tem
traduzido no pouco envolvimento e participação nas
atividades escolares;
Critérios de avaliação pouco consistentes e uniformes
– que se têm traduzido em resultados discrepantes em
Promover dinâmicas de autorregulação da estrutura
orgânica, do controlo interno e organizacional, do
agrupamento, visando a melhoria da prestação de um
serviço educativo de qualidade à comunidade;
Desenvolver a implementação, em contexto de aula, de
princípios pedagógicos e didáticos que visem a
melhoria das aprendizagens dos alunos, refletida na
sua avaliação interna e externa;
Criar uma equipa de autoavaliação interna,
participada por toda a comunidade escolar, que
promova a supervisão permanente do desempenho de
todas as áreas do AEA;
Reforçar as medidas de apoio e desenvolvimento
INDICADORES DA ANÁLISE
EXTERNA DO AEA PONTOS FRACOS PONTOS FORTES
Ministério da Educação e Ciência
(MEC).
Gabinete de Estatística e
Planeamento da Educação
(GEPE).
Júri Nacional de Exames (JNE).
Gabinete Coordenador do Sistema
de Informação do Ministério da
Educação (MISI).
Programa Operacional do Potencial
Humano (POPH).
Instituto do Emprego e Formação
Profissional (IEFP).
Agência Nacional para a
Qualificação (ANQ).
Associações de Desenvolvimento
Regional: Associação Rio Vivo,
Associação de Desenvolvimento
das Encostas da Fonte Santa
(ADEFS), Associação Sócio
Terapêutica de Almeida (ASTA),
Outras.
Instituto Politécnico da Guarda
(IPG), Fundação Fox Populi (FVP),
Universidade da Beira Interior
(UBI), Universidad de Salamanca
(USAL).
Câmara Municipal de Almeida
(CMA).
Elevada assimetria nos
resultados dos alunos nas
provas de aferição, exames
nacionais do 9.º ano e
generalidade das disciplinas do
ensino secundário.
Tendência decrescente, nos
últimos anos, da qualidade do
sucesso nas provas de aferição
dos 4.º e 6.º anos, bem como,
nos exames nacionais do 9.º
ano, nas disciplinas de
Matemática e de Língua
Portuguesa.
Discrepâncias, no último triénio,
entre as classificações internas
e externas nas disciplinas de
Matemática A e Português do
ensino secundário.
Insucesso escolar,
nomeadamente na disciplina de
Matemática e progressivo
decréscimo, na área da Língua
Portuguesa, manifestada nos
baixos níveis de desempenho
na caligrafia, ortografia e na
organização de frases e textos
em todas as disciplinas.
Espaços e equipamentos do
AEA em boas condições de
estado e manutenção.
Localização estratégica do AEA
no desenvolvimento económico,
social e científico da região
raiana do distrito da Guarda.
Infraestruturas e fatores
endógenos favoráveis ao
desenvolvimento da raia luso-
espanhola.
Excelentes acessos rodo e
ferroviários, oferecem
oportunidades de investimento
aos diversos parceiros, por
intermédio do AEA numa aposta
sistemática na qualificação
humana.
População com fortes laços de
solidariedade, determinada,
capaz de inovar e agarrar
oportunidades, possuidora de
saberes vários, que pode
contribuir para o enriquecimento
da formação a propor no AEA.
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algumas disciplinas e, entre a avaliação interna e
externa realizada;
Uma grande percentagem de alunos tem dificuldade
em interpretar e comunicar raciocínio e/ou ações –
quer em linguagem natural, quer usando um esquema
sequencial de ideias e exemplos;
Um número considerável de alunos tem problemas de
caráter socioeducativo e tem Necessidades Educativas
Especiais;
Registo de comportamentos desajustados – que
evidenciam ausência de valores e de cidadania, dentro
e fora da escola;
Fraco nível de conhecimentos de temáticas da saúde –
como o tabagismo, os maus hábitos alimentares e o
consumo de álcool e de drogas, sexualidade e o
planeamento familiar, cuidados elementares da
população idosa e infantil;
Fraco desenvolvimento sociocultural da comunidade
escolar – que se tem refletido negativamente no
comportamento/ aproveitamento de muitos dos alunos
deste agrupamento;
Dificuldades na utilização das TIC – que se tem
manifestado na baixa eficiência de produção e
utilização de materiais pedagógicos e didáticos em
contexto de sala de aula, entre o pessoal docente;
Reduzidos conhecimentos ao nível das novas
tecnologias – evidenciadas na pesquisa, seleção e
organização da informação por parte dos alunos e
restante comunidade escolar;
Falta de material didático adequado/modernizado para
dar resposta às necessidades das crianças dos jardins
de infância e do 1.º CEB;
Problemas na ocupação dos alunos nos tempos livres;
Práticas de autoavaliação pouco consistentes – que
não têm potenciado o conhecimento dos pontos fortes
e fracos e o desenvolvimento de estratégias
adequadas a um progresso sustentado, quer em
contexto de aula/disciplina, quer em contexto alargado
ao agrupamento enquanto estrutura enquadrada na
comunidade escolar;
Pouco apoio/incentivo prestado a novos
projetos/iniciativas/ideias apresentados no seio da
comunidade escolar – o que originou a minimização do
aproveitamento da capacidade de trabalho, do espírito
de iniciativa e do tempo para a análise, para o debate
e para a reflexão dos grandes temas que devem
orientar a vida do AEA.
educativo;
Promover a individualização dos percursos educativos
que visem o desenvolvimento de diferentes
capacidades cognitivas e emocionais do aluno;
Reforçar o envolvimento dos Encarregados de
Educação e restantes membros da comunidade
educativa nas atividades do AEA, através da realização
de eventos e de projetos partilhados;
Fortalecer o plano de formação de pessoal docentes e
não docente do agrupamento, nomeadamente nas
áreas em que se registam maiores fragilidades ;
Criar espaços e tempos de reflexão livre e crítica, onde
é possível aos professores aprender a ouvir, a
autoavaliar-se e a construir uma escola que
compreenda os alunos;
Definir e regular o funcionamento inter e intra
departamental, promovendo a análise e reflexão dos
resultados obtidos, sobre o saber construído, e sobre
os diferentes tipos de avaliação (auto avaliação,
avaliação diagnóstica, avaliação sumativa e avaliação
formativa);
Construir uma identidade pessoal e social do aluno e
tomar consciência da importância da sua participação
crítica na vida cívica; desenvolver a curiosidade
intelectual, o gosto pelo saber, pelo trabalho e
estudo; valorizar as dimensões relacionais da
aprendizagem e os princípios éticos que regulam o
relacionamento com o saber e com os outros;
Definir princípios pedagógicos de Equidade, de
Coerência e de Promoção de um bom contexto de
trabalho em sala de aula e princípios didáticos
associados a diferentes modos e formas de ensino e de
aprendizagem.
Divulgar a ação desenvolvida no AEA, através do
jornal escolar, do portal do AEA, da participação nos
eventos locais e regionais promovidos pela Autarquia
ou outras entidades (rede de parcerias e protocolos), da
publicação de artigos de investigação/divulgação do
trabalho desenvolvido no âmbito dos projetos de
acompanhamento didático, pedagógico e estrutural do
AEA.
Promover a participação ativa dos alunos nas
instituições, coletividades e/ou associações locais,
empresas e entidade de formação (locais de
realização de estágios).
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RESPOSTA DO AEA AO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO: CONSTRUÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO (PE) DO
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALMEIDA
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CAPÍTULO 2 – O OBJETO EDUCATIVO DO AEA
No segundo capítulo, o Agrupamento de Escolas de Almeida (AEA) define os princípios que
fundamentam o presente projeto educativo, descrevendo os seus objetivos e respetivas as metas.
Posteriormente, o AEA apresenta o sistema de primazias existente no concelho de Almeida como
um potencial educativo a explorar no âmbito do etno conhecimento e desenvolvimento da região
raiana do distrito da Guarda. Em seguida, o AEA descreve a concetualização pedagógica e didática
assumida no agrupamento, onde define a literacia cognitiva e emocional considerada, a
metodologia de atuação didático-pedagógica a implementar, bem como o perfil desejável do aluno
do AEA.
1. VISÃO E MISSÃO: PRINCÍPIOS QUE FUNDAMENTAM O PROJETO EDUCATIVO DO AEA
O Agrupamento de Escolas de Almeida define, como modo orientador do seu projeto educativo,
sete Princípios:
A Equidade. A excelência na educação requer imparcialidade, integridade e justiça:
expectativas elevadas, oportunidades significativas, diferentes adaptações e recursos, de modo a
promover a aprendizagem de todos os alunos, em harmonia com a identidade e a sustentabilidade
social, económica, científica e ambiental da comunidade educativa do agrupamento.
O Currículo. Um currículo é mais do que um conjunto de disciplinas, áreas disciplinares ou
projetos de desenvolvimento, estruturados em planos de conteúdos e saberes: ele deve ser
concetualmente coerente, deve ser articulado ao longo dos anos de escolaridade, e deve incidir em
saberes sólidos e relevantes que preconizem a investigação, o desenvolvimento e a inovação
curricular.
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O Ensino. O ensino efetivo requer o conhecimento e a compreensão daquilo que os alunos
fazem e precisam de aprender, bem como sequentes estratégias pedagógicas e didáticas, em
constante adaptação e evolução.
A Aprendizagem. Os alunos devem aprender com compreensão, construindo ativamente novos
conhecimentos a partir da experiência e de conhecimentos prévios.
A Avaliação. A avaliação deve apoiar a aprendizagem de saberes relevantes e fornecer
informações úteis e profícuas, quer para os professores e para os alunos, quer para a restante
comunidade educativa.
A Inovação. A inovação preconiza o crescimento, a organização, a disciplina, a afetividade e a
realização – conduz ao sucesso escolar a longo prazo, combinando os objetivos de excelência, de
inclusão social e de desenvolvimento, em que a escola “empurra para fora o que tem e sabe” e
desenvolve os conhecimentos e as competências que o empreendedorismo, as empresas, os
parceiros e o meio envolvente necessitam.
A Tecnologia. A tecnologia é um instrumento essencial no ensino e na aprendizagem de
qualquer área do saber – apoia de modo eficaz o ensino; influencia e melhora a aprendizagem.
Com este plano de desenvolvimento educativo, o agrupamento visa a melhoria da sua
missão/visão, objetivando a criação, a construção e a divulgação dos novos compromissos e dos
produtos da sua ação educativa.
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1.ª etapa: Definição de problemas
2.ª etapa: Definição e implementação de
estratégias
3.ª etapa: Análise dos resultados
4.ª etapa: Reflexão
2. OBJETIVOS E METAS DO PROJETO EDUCATIVO DO AEA
Na consecução de objetivos como um processo que visa finalidades e valores expressos em
termos de expetativas futuras; e de metas como resultados mensuráveis, específicos,
alcançáveis e associados a um horizonte de tempo aceitável e consciente, o Agrupamento de
Escolas de Almeida prevê a execução sequencial e cíclica, 2012/2015, de quatro etapas como
modo de verificação da consecução dos objetivos e das metas que a seguir se definem:
No que refere à 1.ª etapa, os problemas do agrupamento têm vindo a ser identificados,
(re)definidos/refletidos, desde o início do ano letivo 2011/2012, de acordo com a síntese
apresentada e sob os sete princípios orientadores do projeto educativo do agrupamento, que
definimos atrás.
Em relação à 2.ªetapa, as estratégias têm vindo a ser definidas e implementadas desde o
início do ano letivo 2011/2012, sob duas naturezas: i) de promoção de dinâmicas de
autorregulação da estrutura orgânica do agrupamento, visando a melhoria qualitativa do serviço
educativo prestado à comunidade; e ii) de implementação, em contexto de aula, de princípios
pedagógicos e didáticos que visam a melhoria das aprendizagens dos alunos, com reflexos na
sua avaliação interna e externa.
No que refere às 3.ª e 4.ª etapas, iniciar-se-ão a partir do final do ano letivo 2011/2012 e início
do ano letivo 2012/2013: i) a análise/reflexão sobre a implementação das práticas, que definem,
contextualizam e fundamentam o presente projeto; ii) a análise/reflexão dos resultados da
avaliação interna e externa dos alunos (no final do presente ano letivo); e, iii) a reflexão de
prospeção de (re)definição de (novos) problemas.
Nesta dinâmica, definimos os seguintes objetivos, metas, indicadores de avaliação e meios de
verificação do projeto educativo 2012/2015 do Agrupamento de Escolas de Almeida:
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OBJETIVOS METAS INDICADOR
DE
AVALIAÇÃO
MEIO DE
VERIFICAÇÃO
1. Melhoria da
orgânica do
agrupamento:
a) autoavaliação
estrutural
b) (re)definição
e
implementação
de estratégias
de
autorregulação
c) prospeção
resultante da
reflexão sobre o
processo de
avaliação
i) Eficiência das medidas de apoio e
desenvolvimento educativo – sala de estudo,
biblioteca, apoios educativos, atividades
extracurriculares, clubes e projetos de desenvolvimento
[Eu e os outros, Desporto Escolar, Geoambiente,
Xadrez, Oficina de História e Arqueologia, Oficina de
Artes, Oficina de Teatro, Plano Nacional da Leitura,
outros].
ii) Individualização dos percursos educativos que vise
o desenvolvimento da literacia cognitiva e emocional
do aluno.
iii) Reforço do envolvimento dos Encarregados de
Educação e restantes membros da comunidade
educativa nas ações do AEA, através da realização de
eventos e de projetos/trabalhos partilhados com as
diversas parcerias e coesões estabelecidas.
iv) Fortalecimento do plano de formação do pessoal
docente e não docente do AEA, nomeadamente nas
áreas em que se registam maiores fragilidades, quer
através do Centro de Formação de Professores
Guarda Raia, quer através da promoção de projetos
de formação interna [Workshop(s) de Tecnologias de
Informação e Comunicação, entre outros], quer através
da promoção de projetos de acompanhamento
didático-pedagógico e científico (tais como o NEPSO-
Escola Opinião, o reforço da oferta formativa
profissionalizante, profissional e pós-secundária ) e
projetos de acompanhamento estrutural (tais como o
os projetos EPIS e o PROMED).
v) Criação e desenvolvimento de uma equipa de
autoavaliação interna eficaz – Observatório da
Qualidade Escolar.
vi) Criação e desenvolvimento de modos e formas
de reflexão e autoavaliação contínuas com impacto
na organização pedagógica do AEA e no conhecimento
e desenvolvimento profissional dos docentes.
vii) Criação de espaços e tempos de reflexão livre,
disciplinada e crítica , onde é possível aos docentes e
não docentes aprenderem a ouvir, a autoavaliar-se e a
construir uma escola que compreenda os alunos, que
promova a partilha de saberes, de materiais, de
opiniões, através de fóruns na plataforma do portal do
agrupamento, de reuniões periódicas que visem a
partilha de saberes e ações dos membros da
comunidade educativa (reuniões das várias estruturas
Recolha e
tratamento
de dados no
âmbito dos
Indicadores
da Análise
Interna do
AEA,
definidos no
ponto 1.
Instrumentos,
processos e
resultados,
definidos,
implementados
e articulados
em equipas de
trabalho do AEA.
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pedagógicas do AEA, reuniões do pessoal não docente,
reuniões dos encarregados de educação, reuniões com
os membros das parcerias estabelecidas).
viii) Definição e regulação do âmbito e do
funcionamento inter e intra departamental,
promovendo a análise e reflexão dos resultados obtidos
pelos alunos nos vários tipos de avaliação externa
[testes intermédios, provas de aferição e exames
nacionais].
2. Melhoria
qualitativa e
quantitativa do
desempenho
dos alunos na
avaliação
interna e
externa
ix) Melhoria da literacia cognitiva e emocional do
aluno.
x) Redução da assimetria dos resultados dos
alunos nas provas de aferição do 1.º ciclo, provas finais
dos 2.º e 3.º ciclos e exames finais nacionais do ensino
secundário, na generalidade das disciplinas.
xi) Melhoria da qualidade do sucesso dos alunos
nas provas de aferição dos 4.º e 6.º anos, bem como,
nos exames nacionais do 9.º ano, nas disciplinas de
Matemática e de Língua Portuguesa.
xii) Redução das discrepâncias, ao longo dos anos
letivos, entre as classificações internas e externas,
nomeadamente nas disciplinas de Matemática A e
Português do ensino secundário.
xiii) Definição e desenvolvimento de estratégias
promotoras da melhoria dos resultados escolares
internos e externos nos vários níveis de ensino, áreas
disciplinares e disciplinas.
Recolha e
tratamento
de dados no
âmbito dos
Indicadores
da Análise
Externa do
AEA,
definidos no
ponto 1.
Instrumentos,
processos e
resultados,
definidos,
implementados
e articulados
nas equipas de
trabalho do AEA.
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3. O POTENCIAL EDUCATIVO DO AEA: O SISTEMA DE PRIMAZIAS DO CONCELHO DE ALMEIDA
O concelho de Almeida assume uma importância estratégica pertinente no desenvolvimento
económico e social da região raiana do distrito da Guarda. Os investimentos dos últimos anos na
criação de infraestruturas, os fatores endógenos, a raia luso-espanhola e os excelentes acessos
rodo e ferroviários, oferecem oportunidades que os diversos parceiros devem potenciar, através de
uma aposta sistemática na qualificação humana.
O AEA sugere aos professores e à comunidade educativa em geral, o desenvolvimento de
novas propostas pedagógicas, relacionadas com o etno conhecimento do concelho de Almeida,
em que se utilizem metodologias diferenciadas em sala de aula, que valorizem não somente os
saberes disciplinares, mas que procurem vincular a esses saberes os saberes oriundos da cultura,
das práticas produtivas, das tradições históricas e que possam contribuir para a formação do aluno-
cidadão. Com a incorporação destas temáticas em sala de aula, o AEA não está apenas a
contribuir para a formação da cidadania dos alunos, mas está também a protagonizar um novo
ensino, focado não somente na aprendizagem, mas na ação pedagógica inovadora e reflexiva, no
conhecimento multi, inter e transdisciplinar de documentação, de estudos e de outros modos e
formas de valorização dos conhecimentos e das práticas resultantes de um grupo cultural e
transmitidos por meios não convencionais.
Nesse sentido, importa identificar recursos que possam servir de alicerce e/ou complemento
às potenciais áreas de formação, necessárias para o desenvolvimento do concelho.
Agrupamento de Escolas de Almeida 161500
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A estes recursos acresce a excelente localização
geográfica que assume um papel determinante. A
proximidade com Espanha, a principal fronteira
terrestre do país, e a centralidade face a outros
concelhos limítrofes com características e
necessidades semelhantes (Pinhel, Guarda, Figueira
de Castelo Rodrigo e Sabugal), bem como as boas
vias de comunicação (as portuguesas A25, N332,
N324 e linha da Beira Alta e as espanholas E-80/A-62,
N620 e a linha Fuentes de Onõro – Tordesilhas),
permitem que o concelho possa oferecer:
Excelente posicionamento para instalação de
empresas de exportação;
Capacidade de atrair turistas dos dois lados da
fronteira;
Serviços de prestação de apoio à atividade
(trans)fronteiriça;
Boas acessibilidades;
Proximidade com instituições de ensino
superior (RH‟s: estágios e cursos, e recursos científicos);
Possibilidade de atrair formandos dos concelhos vizinhos;
Por último, importa salientar uma população com fortes laços de solidariedade; determinada,
capaz de inovar e agarrar oportunidades, possuidora de saberes vários, que pode contribuir para o
enriquecimento da formação a propor no concelho.
Recursos de suporte à formação
Potenciais áreas de formação
Património histórico e arquitetónico
Picadeiro
Termas da Fonte Santa
Museu Histórico – Militar
CEAMA
Piscinas municipais
Equipamentos desportivos
Pavilhão multiusos
Equipamentos de apoio social
Parque industrial de Vilar Formoso
Estabelecimentos comerciais e industriais
Unidades agropecuárias
Explorações agrícolas
Explorações cinegéticas
Património natural
Vale do rio Côa
Área da Rede Natura
Estabelecimentos de ensino
Turismo e lazer
Hotelaria e restauração
Saúde
Desporto
Trabalho social
Comércio
Transportes
Indústria alimentar
Produção agrícola e animal
Materiais (madeira e pedra)
Silvicultura e caça
Proteção do ambiente
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Linguística
Lógico-Matemática
Intrapessoal
Corporal-Cinestésica Artística-Musical
Interpessoal
Espacial
4. A CONCETUALIZAÇÃO PEDAGÓGICA E DIDÁTICA NO AEA
O Agrupamento de Escolas de Almeida, baseado numa visão ampla e abrangente do
pensamento humano, identifica-se com a perspetiva de Cognição mediada pela emoção, com o
propósito de definir estratégias de ensino e aprendizagem, solucionar problemas e atingir objetivos.
4.1. A LITERACIA COGNITIVA E EMOCIONAL NO AEA
As capacidades cognitivas são:
Capacidades Cognitivas
Linguística Caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelas palavras e por um
desejo de os explorar. É predominante em poetas escritores e linguistas, entre outros.
Lógico-
matemática
Capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações, discernindo as suas relações e
princípios subjacentes. Habilidade para o raciocínio dedutivo e para solucionar problemas
matemáticos. Possuem esta característica os matemáticos, cientistas e filósofos,
historiadores, entre outros.
Espacial
Manifesta-se pela capacidade de compreender o mundo visual com precisão, permitindo
transformar, modificar perceções e recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos
físicos. É predominante em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, engenheiros, entre
outros.
Naturalista
Traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos, fenómenos e
padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo
rochas, gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus
componentes. É característica de biólogos, geólogos, entre outros.
Artística-
Musical
Identificável pela habilidade para compor, executar padrões musicais, realizar audição
ativa, criar e identificar ritmos e timbres. Pode estar associada a outras capacidades,
como a linguística, a espacial ou corporal-cinestésica. É predominante em compositores,
maestros, músicos, musicólogos, entre outros.
Corporal-
Cinestésica
Manifesta-se pela expressão corporal, pela capacidade de fazer uso do corpo, ou partes
do corpo, para resolver problemas e para comunicar. Manifesta-se explicitamente em
atores, bailarinos, mímicos, artesãos, cirurgiões, entre outros.
Naturalista
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No desenvolvimento das capacidades cognitivas, a Emoção funciona como um impulso para
agir, organizado em capacidades emocionais específicas, com objetivos diferentes que se referem
a diferentes dimensões do ser humano. As capacidades emocionais são:
Interpessoal Expressa-se pela habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros.
Encontra-se amplamente desenvolvida em vendedores, políticos, professores, entre
outros.
Intrapessoal Expressa-se pela capacidade de autoconhecimento e reflexão; de formação de um
modelo de si mesmo e fazer uso efetivo desse modelo. Manifesta-se explicitamente em
psicólogos, psicoterapeutas, psicanalistas, conselheiros, entre outros.
Capacidades Emocionais
Autoconsciência
Capacidade de conhecer-se a si próprio, incluindo os seus sentimentos e intuições;
capacidade de observar-se emocionalmente, de ter consciência do próprio estado de
espírito e do próprio pensamento a respeito desse estado de espírito, de reconhecer as
próprias emoções e de reconhecer a diferença entre sentimentos e ações.
Gestão
Emocional
Capacidade de gerir emoções, canalizando-as para uma manifestação adequada a cada
situação. Ter sentido do autodomínio, quer ao nível do sentimento, quer ao nível do
comportamento.
Empatia
Capacidade de conhecer as emoções do outro e de saber colocar-se no seu lugar. É um
fenómeno de partilha e de sintonia emocional com o outro. Na sua manifestação, a
expressão emocional do recetor pode refletir o estado emocional do emissor.
Auto motivação Capacidade de ser capaz de colocar os sentimentos ao nosso serviço. Direcionar as
emoções para os objetivos estabelecidos.
Gestão de
relacionamentos
em grupos
Aptidão e facilidade de relacionamento; esta capacidade está associada à empatia
emocional e desencadeia-se em cascata: conhecer os sentimentos na outra pessoa e
agir de maneira a influenciar esses sentimentos.
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Os sentimentos, os raciocínios que deles derivam, os estados psicológicos e biológicos,
determinam aptidões cognitivas e capacidades emocionais, que relacionam o pensamento e o
raciocínio, a satisfação e a motivação, a ansiedade e a psicossomatização, níveis de vigor, energia,
entusiasmo, dedicação, concentração e persistência na realização de tarefas, na resolução de
problemas, e na regulação de níveis de stresse e de tolerância.
O Ensino-Aprendizagem da Emoção
Capacidade
Emocional
Principais
Componentes Modos de Aprendizagem
Autoconsciência
Autoconhecimento Construção de um vocabulário para os sentimentos e de conhecer a
relação entre pensamentos, sentimentos e reações.
Tomada de
decisões pessoais
Autoexame às ações e reconhecimento das respetivas
consequências, saber se é o pensamento ou o sentimento que está a
governar uma ação, aplicar esse conhecimento a questões
transversais concretas do dia-a-dia, tais como: problemáticas
ambientais, droga, alimentação, sexo, entre outras.
Introspeção Identificar padrões na própria vida emocional e nas próprias reações;
bem como, reconhecer padrões equivalentes nos outros.
Autoaceitação Ter orgulho e ver-se a si mesmo numa perspetiva positiva;
reconhecer os próprios pontos fortes e fracos e ter a capacidade de rir
de si mesmo.
Responsabilidade
pessoal
Assumir responsabilidade, reconhecer as consequências das suas
decisões e ações, aceitar os seus próprios sentimentos e estados de
espírito, cumprir os compromissos assumidos (como por exemplo,
estudar).
Gestão Emocional
Gestão de
sentimentos
Esta capacidade pode desenvolver-se através do controlo da “auto
conversa” de modo a detetar as mensagens negativas, como as auto
depreciações, compreender o que está por de trás de um sentimento
(como por exemplo, a dor que provoca a ira, o medo, …).
Empatia
Reconhecer/ Ler
emoções nos
outros
Aprender a compreender os sentimentos e as preocupações dos
outros e a compreender pontos de vista diferentes do próprio; a
ponderar as diferenças no modo como as pessoas sentem.
Automotivação
Promoção de
emoções
Sentir entusiasmo, zelo e confiança, de modo a conseguir mais
consistência e perspicácia na consecução de objetivos; e, refutar
sentimentos negativos que podem constituir bloqueios que desviam a
atenção e interferem com o esforço desenvolvido na consecução de
um objetivo.
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• Tarefa num projeto de
desenvolvimento educativo
Apoio sólido a todos os alunos
• Diversidade de estratégias e de
raciocínios
Aprendizagens associadas e
discutidas • Comunicação,
validação de saberes e reflexão
Conhecimentos aprofundados e
ampliados
Pretende-se uma dialética cognição/emoção em que os sentimentos e a razão funcionem em
perfeita harmonia, assumindo que os sentimentos são essenciais para o pensamento, tal como o
pensamento para os sentimentos. Trata-se não só de ensinar com afetos, mas de ensinar e
aprender os próprios afetos.
4.2. A METODOLOGIA DE ATUAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO AEA
A atuação didático-pedagógica que se apresenta é transversal aos diversos projetos de
desenvolvimento educativo e prevê um modo de atuação, que permita que todos os alunos
desenvolvam a sua capacidade de argumentação e comunicação, valorizando a diversidade de
estratégias de pensamento/raciocínio, promovendo a forma como os pensamentos/raciocínios
são comunicados e apresentados e procedendo à sua posterior validação.
Relação com o
stresse
Esta capacidade pode desenvolver-se aprendendo o valor do
exercício, da fantasia orientada e dos métodos de relaxação, dos
jogos de comunicação verbal e não-verbal, entre outros.
Gestão de
relacionamentos
em grupos
Comunicação
Aprender a falar de sentimentos de uma forma eficaz: tornar-se um
bom ouvinte e um bom fazedor-de-perguntas; distinguir aquilo que
alguém diz ou faz e as próprias reações ou juízos sobre o que é dito
ou feito.
Abertura Aprender a valorizar a franqueza e imprimir confiança numa relação;
saber quando se pode com segurança falar a respeito dos próprios
sentimentos íntimos.
Assertividade Aprender a expor os seus sentimentos e preocupações sem ira e sem
passividade.
Dinâmica de grupo Cooperar, saber como e quando liderar, ou quando seguir o(s)
outro(s).
Resolução de
conflitos Saber como e quando confrontar honestamente os outros (crianças,
pais, professores), saber negociar compromissos.
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Reflexão na ação
Reflexão após a ação
Reflexão sobre a reflexão
após a ação
Este modo de atuação requer do professor conhecimento profissional na sua área do saber,
bem como um alargado conhecimento das estratégias pedagógicas adequadas a cada
situação, compreendendo aquilo que os alunos sabem e precisam de aprender em cada
momento, bem como o estímulo que necessitam para o fazerem corretamente. O professor deve
garantir que cada aluno reflete no seu trabalho e o confronta com resoluções e formas de
pensar provavelmente diferentes da sua (professor).
4.2.1. O PROFESSOR REFLEXIVO
Saber ensinar exige do professor o aperfeiçoamento contínuo de condições intrínsecas à
aprendizagem e ao modo como os alunos usam as próprias aprendizagens. Neste processo, a
Reflexão assume uma função determinante. A reflexão é mais do que apenas a tomada de
consciência da nossa experiência e do nosso conhecimento, ela envolve, também, a capacidade
de autocrítica sobre o „como estamos a perceber, a pensar, a julgar e a agir‟, bem como sobre o
„porquê de termos feito o que fizemos‟.
Sob esta perspetiva, distinguimos três fases essenciais no processo de reflexão: 1.ªfase)
reflexão „na ação‟; 2.ªfase) reflexão „após a ação‟ e 3.ªfase) reflexão sobre „a reflexão após a ação‟.
Os dois primeiros tipos são de cariz idêntico, distinguem-se apenas no tempo em que ocorrem e
têm como função conduzir o professor para a consciencialização de atitudes, ocorrem durante e
após a ação (a aula, por exemplo) e são de natureza “reativa”. O terceiro tipo, reflexão sobre a
reflexão após a ação, é de natureza retrospetiva e é um tipo de reflexão que ajuda o professor a
construir saber, atribuindo significados ao que aconteceu; é uma reflexão orientada para o futuro e
é enquadrada no contexto da ação, com os sujeitos, o meio social, económico, político e cultural da
ação.
A reflexão na ação – ou seja, pensar no que se faz enquanto se está a fazer – e a reflexão
após a ação – ou seja, pensar no que se acabou de fazer, imediatamente depois de se ter feito – é
um tipo de pensamento que conduz o professor ao conhecimento da sua prática, atendendo a todo
o contexto momentâneo da sala de aula, em que a integração da experiência com o conhecimento
teórico resulta em conhecimento profissional.
A reflexão sobre a reflexão após a ação é um processo dinâmico que conduz ao
desenvolvimento profissional do professor. Trata-se de um processo contínuo, que ocorre fruto da
reflexão acerca das conceções, do conhecimento e da prática, bem como da troca de experiências
entre professores e da consequente ligação entre as suas práticas.
De facto, ensinar é um processo que se aperfeiçoa e que está dependente do conhecimento
que o professor tem e transmite no decorrer da ação com os seus alunos (interligando o „saber‟
com o „saber fazer‟) e com a reflexão que faz nessa e dessa ação.
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4.2.2. A ATIVIDADE DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A noção de educar está fortemente relacionada com a dialética existente entre ensinar e
aprender. O processo de educação engloba vertentes intrínsecas ao próprio indivíduo (como os
seus próprios instintos e aptidões) e vertentes associadas ao meio, onde a experiência assume um
papel preponderante.
De um modo geral, no decorrer do processo ensino-aprendizagem, os conceitos têm, para o
professor, um significado rico, cheio de ligações com outros conceitos e processos; e, na maioria
das vezes, esses conceitos começam por não ter qualquer significado e riqueza para os alunos.
Cabe ao professor estabelecer condições necessárias para que os alunos desenvolvam confiança,
sintam predisposição e motivação para se envolverem nas tarefas propostas, de modo a que esse
envolvimento se traduza em experiência que implique aprendizagem.
No entanto, durante qualquer aula, a forma e o modo como o professor orienta o seu discurso
e gere as suas questões, bem como a forma como comunica, são metodologias que, quando bem
geridas, facilitam a aprendizagem. É importante para o professor saber escolher o melhor momento
para optar por um Modo Expositivo (usado normalmente para expor ideias, conceitos e
definições); por um Modo de Discussão (que deve ser uma constante em todo o processo de
investigação), para comunicar com a turma e com cada aluno, em cada situação específica.
Torna-se também necessário saber quando intersetar um raciocínio com uma Questão de
Carácter Focalizador (questões orientativas, subtis e superficiais que auxiliam o aluno a sair de
um bloqueio momentâneo); com uma Questão de Carácter Confirmativo (indicador rápido do
conhecimento do aluno sobre uma determinada matéria ou conceito, úteis quando o professor
necessita uma resposta direta sem considerar oportuno uma resposta mais detalhada e exaustiva);
ou optar por uma Questão de Carácter Inquiritivo (que tem normalmente como resposta um
relatório exaustivo de todos os procedimentos e raciocínios efetuados ao longo de uma
exploração/investigação).
Na realidade, não há uma metodologia universalmente aplicável sob a forma de “receita”, mas
existem estratégias de ensino, modos de comunicação e de organização do trabalho dos alunos
mais adequadas e outras mais inadequadas para cada fim pretendido e para cada situação
concreta, “cabe ao professor conhecer as alternativas disponíveis e conhecer-se a si próprio,
sabendo até que ponto é capaz de usar com confiança e desembaraço cada uma delas.”
4.2.3. NÍVEIS DE APRENDIZAGEM
Todos os alunos devem ter oportunidade de interagir/participar numa dinâmica de
aprendizagem, baseada na perceção humana, na ação e reflexão de significados em que as
representações e a conversão entre tais representações sustentam essa aprendizagem.
Por sua vez, o Saber assume-se como um processo gradual, podendo ser sucessivamente
diferenciando em três níveis, que sistematizamos do seguinte modo:
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Esta dialética de aprendizagem é concretizada através da exploração/investigação sequencial
e cíclica, num paradigma construtivo/evolutivo do saber e do saber fazer, baseado na dinâmica
“tentativa e erro”, em que a emoção e o pensamento, a intuição e a razão, trabalham em conjunto
numa constante ação combinada. A emoção atua como um impulso para agir, a intuição produz
uma ideia e a razão esforça-se para a testar ou desenvolver.
4.2.4. DEDUZIR, INTUIR, EXPLORAR/INVESTIGAR
A interpretação do que é o raciocínio varia bastante. Para uns, o raciocínio é axiomático,
dedutivo e resultante da inferência formal. Para outros, o raciocínio assinala uma vasta capacidade
intuitiva e indutiva. Por um lado, a dedução é imprescindível no processo de aprendizagem, mas
mais importante que apenas deduzir é enunciar, é intuir antes de provar. Ambos os métodos
(dedutivo e indutivo) são imprescindíveis, pois complementam-se e funcionam como uma espécie
de motor para a aprendizagem.
Contudo, aprender não consiste apenas em fazer combinações com os objetos do saber e os
significados já construídos e conhecidos, é necessário analisar, explorar, verificar, refletir, refutar,
experimentar e demonstrar. Neste âmbito, a investigação apresenta-se como um questionamento
disciplinado, guiado por conceitos e métodos de diversas disciplinas, que tem como intuito
responder a questões específicas, sem especulações vazias e sem discussões centradas em si
próprias. Contudo, importa frisar que, o ensino dos aspetos intuitivos é um processo complexo e,
por vezes, de difícil explicação, por parte do professor, pois frequentemente „encontram -se no
raciocínio menos consciente da própria atividade do professor‟. Importa também ter presente que, a
aprendizagem não se faz só através da exploração/investigação. Há muitas aprendizagens para as
quais a investigação não constitui sequer uma opção, tais como: aprender um endereço, um
número de telefone ou a ordem do alfabeto; nestas e noutras circunstâncias, a aprendizagem é
fruto de pura memorização.
1.ºNível de aprendizagem
2.ºNível de aprendizagem
3.ºNível de aprendizagem
O aluno dá significado às situações
concretas:
i) atua num contexto específico;
ii) cria uma estratégia concreta que
lhe permite resolver uma situação
específica.
O aluno trabalha com
significados que já construiu
no 1.º nível de aprendizagem
e cria novas estratégias que
se podem aplicar a novas
situações.
O trabalho do aluno torna-se independente
das situações específicas com que
trabalhou nos 1.º e 2.º níveis.
O aluno constrói, deduz, relaciona, quer os
significados que já construiu, quer novos
significados.
O saber é considerado pelo aluno como o produto de um processo que
ele aplica e utiliza aquando da resolução de uma dada situação.
O saber é considerado como uma entidade
com validade própria e existência auto-
suficiente.
O processo de aprendizagem é baseado na perceção humana, na ação e reflexão de significados em que as
representações que o aluno faz (linguagem natural, gestos, emoções, ações, figuras, sistemas de notação,
representações gráficas) bem como a conversão entre tais representações sustentam tal aprendizagem.
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4.2.5. AS TAREFAS DE INVESTIGAÇÃO
O que caracteriza uma tarefa de investigação é o seu enunciado geral, pouco definido,
acompanhado de um conjunto de dados pouco estruturados. Após o tratamento desses dados
procura-se formular uma questão mais precisa e conjeturar-se uma ou mais hipóteses.
Posteriormente elabora-se um plano adequado para a hipótese. Segue-se o teste da mesma e à
medida que esta resiste ao teste vai ganhando credibilidade. Finalmente confere-se-lhe validade e
comunica-se o resultado da investigação.
A diferença entre uma investigação e outro tipo de tarefa é, por vezes, pouco evidente. Noutro
tipo de tarefa, a questão é, de um modo geral, bem precisa e dada pelo professor; onde o objetivo
é encontrar um caminho convergente para uma situação (solução) que não está imediatamente
acessível. Numa investigação a questão é, à partida, mais aberta e cabe ao(s) aluno(s) definir
a sua formulação; o objetivo é explorar o maior número de caminhos a partir da mesma
situação (diversidade de pesquisas dentro da mesma investigação). O tipo de estratégias a adotar
também varia numa investigação e noutro tipo de tarefas.
A investigação tem funções essenciais na aprendizagem, tais como: questionar, explorar,
descobrir e diversificar. Sob esta perspetiva, esquematizamos, em passos gerais, o raciocínio de
investigação/exploração:
Durante a investigação/exploração, os alunos devem indicar todos os raciocínios que fazem
em cada passo. Ao chegarem ao 3.ºpasso, se o teste for compatível, então, os alunos cumprem
uma das fases mais pertinentes da sua investigação/exploração, consequentemente, devem
1.º Passo (Definir o tema)
“O que é que vais pesquisar na
tarefa?”
2.º Passo (Hipótese(s))
“O que é que se verifica sempre, ou com regularidade, na tarefa
proposta?”
3.º Passo (Elaboração de um plano para testar a hipótese)
“O que vais fazer para testares a
hipótese? Como vais fazer?”
Se o teste não estiver totalmente de acordo
com a hipótese!
4.º Passo (Reformulação
da hipótese)
Formula uma
nova hipótese!
Se o teste for compatível com
a hipótese!
5.º Passo (Resultado e posterior reflexão)
“Escreve a conclusão a que
chegaste.”
“Reflete sobre o resultado.”
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Perfil desejável do aluno do AEA
Capacidades cognitivas e
emocionais ampla e
harmoniosamente desenvolvidas.
Experiência aprofundada nos diversos modos, formas e níveis
de aprendizagem.
Intervenção criativa,
inovadora, eficaz e eficiente no
desenvolvimento sustentável do
seu meio e modo de ação.
concluir e regressar ao 2.ºpasso onde (re)iniciam o teste sobre uma (nova) hipótese, ou voltar ao
1.ºpasso e elaborar uma nova pesquisa sobre um novo problema, que poderá ser extensão do
anterior, ou não. Se, os alunos chegarem ao 3.ºpasso e o teste não for totalmente adequado à
hipótese, o professor deve incutir no aluno a ideia de que “qualquer investigador reformula muitas e
muitas vezes todas as suas hipóteses”. Os alunos podem saltar, ou acrescentar passos, se
considerarem que esse procedimento os auxilia na construção do(s) raciocínio(s).
4.3. O PERFIL DESEJÁVEL DO ALUNO NO AEA
O Agrupamento de Escolas de Almeida define o perfil desejável de aluno atendendo à melhoria
contínua da literacia cognitiva e emocional, às diversas experiências de aprendizagem e à
consequente atuação maximizada do aluno na comunidade educativa do AEA.
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Equidade: Expetativas elevadas, diferentes adaptações,
oportunidades significativas para
todos.
Participação: Reflexão e
comunicação sobre questões coerentes,
relevantes e articuladas.
Transparência: Criar e usar representações
organizativas e concetuais eficientes.
CAPÍTULO 3 – O REFERENCIAL EDUCATIVO DO AEA
No presente capítulo, o Agrupamento de Escolas de Almeida (AEA) define os seus referenciais
de organização e gestão escolar – referenciais da responsabilidade educativa das estruturas de
administração e gestão, das estruturas intermédias, dos professores, dos encarregados de
educação e famílias e da restante comunidade educativa, bem como a estrutura pedagógica
construída para o AEA. Posteriormente, o AEA define critérios de organização do ano letivo –
critérios de constituição de turmas, de distribuição de serviço docente, e de elaboração dos
horários dos alunos e dos professores. Por último, o AEA define os princípios que assume na
construção de um currículo eficaz.
1. A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR DO AEA
O AEA assume três princípios que fundamentam a tomada de decisões na organização de
cada ano letivo: a equidade, a transparência e a participação.
1.1. A RESPONSABILIDADE EDUCATIVA NO AEA
Qualquer cargo ou estrutura de responsabilidade ou de coordenação educativa do AEA
preconiza a função de dar forma ao sistema de ensino na sua jurisdição, proporcionando o
desenvolvimento profissional e pessoal de todos os membros de um grupo, integrado e liderado
por quem desempenha tal cargo, bem como implementar políticas educativas, e organizar e
acompanhar a experimentação e a avaliação de materiais eficazes e de processos didáticos
eficientes.
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1.1.1. AS ESTRUTURAS DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DO AEA
As estruturas de administração e gestão do AEA asseguram a promoção da excelência
didática e pedagógica nas escolas do agrupamento, influenciando significativamente o
conhecimento e o desenvolvimento profissional dos professores. Estas estruturas reorientam as
reflexões das estruturas intermédias acerca das práticas pedagógicas e didáticas, antes, durante e
após a ação de cada professor ou grupo de professores. Por outro lado, nestas estruturas refletem-
se decisões referentes à organização do serviço e do horário dos professores, dos alunos, dos
assistentes operacionais, dos técnicos administrativos, entre outros membros da comunidade
educativa. Esta reflexão visa a melhoria de ambientes de trabalho que favoreçam a interação
profissional, proporcionem o acesso a materiais de ensino (bibliotecas, centro de recursos,
plataformas de comunicação, internet, entre outras), fomentem a comunicação inter escolas
relativamente aos objetivos educativos e práticas de ensino, bem como a implementação de
processos eficazes de análise e avaliação das estruturas pedagógica e orgânica do AEA.
1.1.2. AS ESTRUTURAS INTERMÉDIAS DO AEA
No AEA existe uma necessidade premente e crescente de profissionais educativos –
especialistas posicionados entre os professores que podem ajudar a melhorar a educação do
agrupamento. Os tipos de funções que tais especialistas podem ter, bem como a natureza da sua
posição e as suas responsabilidades, podem variar muito.
Nesta perspetiva, a par das competências formais regulamentadas no Regulamento Interno do
AEA, aos professores que desempenham algum cargo ou função de supervisão pedagógica é
ainda requerido: a sua influência na construção de conhecimentos científicos e pedagógicos dos
restantes professores; o desafio de reorientar as discussões dos professores para a análise das
suas práticas em detrimento das discussões exclusivamente orientadas para “as atividades que
funcionam”; a organização de discussões formais e informais em que se privilegie o “como é que os
alunos aprendem”; e a promoção da sua formação contínua e dos restantes professores do(s)
grupo(s) que integra e ou lidera.
1.1.3. OS PROFESSORES
Ensinar bem é uma tarefa complexa e não existem „receitas fáceis‟ para que todos os alunos
aprendam e para que todos os professores sejam, de facto, eficientes. Porém, ensinar bem envolve
a criação, o enriquecimento, a manutenção e a adaptação do ensino de modo a atingir os objetivos
e as metas definidas, a captar e a manter o interesse dos alunos e a envolvê-los na construção
ativa de novos conhecimentos.
Neste contexto, na maximização da sua eficiência, o professor do AEA compreende
profundamente a(s) área(s) disciplinar(es) que ensina, utiliza os seus conhecimentos de forma
flexível no decurso das suas atividades didáticas e mobiliza-se continuamente na procura do seu
aperfeiçoamento. Ao professor do AEA é requerido o desafio diário de observar os seus alunos,
escutar atentamente as suas ideias e explicações, definir objetivos e utilizar as ideias dos alunos
para tomar decisões, beneficiar das interações com outros alunos e colegas professores, e
envolver-se num contínuo processo de autorreflexão.
O professor do AEA rege a sua atuação fundamentado no objeto educativo (definido no
presente plano) e nos referenciais educativos definidos para o agrupamento. Para a mediação
dessa atuação, o professor do AEA baseia-se na instrumentação construída – no Plano de
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Desenvolvimento Curricular – como o meio de concretizar o definido na organização escolar e na
gestão curricular do AEA, no Regulamento Interno do AEA, bem como nas orientações curriculares
do Ministério da Educação e Ciência.
1.1.4. OS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO E AS FAMÍLIAS
Os encarregados de educação e as famílias devem participar na análise e no aperfeiçoamento
da educação do AEA, devem conhecer as opções disponíveis no AEA para as suas crianças e
jovens e a razão da importância de uma educação extensiva e rigorosa.
Os encarregados de educação e as famílias devem criar ambientes de aprendizagem em casa
que realcem o trabalho iniciado na escola, tal como proporcionarem um local calmo e acolhedor
para que a criança ou jovem possa consolidar aprendizagens – deste modo as famílias transmitem
ao seu educando a mensagem de que acreditam que a escola é importante. Acresce ainda o facto
relevante, requerido aos encarregados de educação e famílias – o respeito demonstrado pelos
professores e restantes membros da comunidade educativa é um valor ímpar que, de um modo
geral, é transmitido de pais para filhos.
Os encarregados de educação e as famílias regem a sua atuação baseados no objeto
educativo do AEA definido no presente plano, alicerçando a sua atuação de acordo com o definido
no Regulamento Interno do AEA e nas orientações legais vigentes referentes aos direitos e
deveres dos alunos, pais e encarregados de educação.
1.1.5. A COMUNIDADE EDUCATIVA
Todos os parceiros da comunidade educativa devem compreender quais os objetivos e
prioridades do AEA e como estão definidas as estratégias de atuação no presente projeto
educativo.
Os assistentes operacionais e técnicos administrativos assumem uma função essencial na
responsabilidade de prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as
atividades do AEA. Constituem estruturas fundamentais na consecução logística do definido no
Plano Anual e Plurianual de Atividades e regem a sua atuação de acordo com o definido no
Regulamento Interno do AEA.
As famílias, os assistentes operacionais, os técnicos administrativos, os parceiros e a restante
comunidade escolar tornam-se defensores das normas da educação definidas no presente projeto
quando compreendem a importância de uma educação de elevada qualidade no crescimento
integral das suas crianças e jovens.
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1.2. A ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA PEDAGÓGICA DO AEA
A estrutura pedagógica do AEA está definida em dois principais instrumentos de gestão
pedagógica – o Projeto Educativo, o Plano de Desenvolvimento Curricular, o Plano Anual e
Plurianual de Atividades – e num documento que define o regime de funcionamento do AEA – o
Regulamento Interno do AEA.
Na concretização da sua estrutura pedagógica, o AEA organizou Estruturas de
Acompanhamento do Aluno do AEA. Estas estruturas são constituídas por membros escolhidos em
função dos recursos humanos disponíveis, do perfil, da competência técnica, sentido de liderança e
motivação para o exercício da missão e são coordenadas por um dos seus elementos, em
condições de assegurar a referida coordenação com caráter de permanência, continuidade e
eficiência.
As Estruturas de Acompanhamento do Aluno do AEA têm uma constituição diversificada,
prevista no Regulamento Interno do AEA, na qual participam docentes e ou técnicos detentores de
formação especializada e ou com experiência e vocação para o exercício da função. O
funcionamento destas estruturas prevê a implementação de metodologias baseadas nas
experiências e práticas individuais e colaborativas, dos docentes e técnicos que as constituem,
integrando, sempre que possível e quando a situação o justifique, diretores de turma, professores-
tutores, psicólogos e ou outros técnicos e serviços especializados, médicos escolares ou que
prestem apoio à escola, serviços de ação social escolar, responsáveis pelas diferentes áreas e
projetos de natureza extracurricular, equipas ou gabinetes escolares de promoção para a saúde,
bem como voluntários cujo contributo seja relevante face aos objetivos a seguir.
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A ESTRUTURA PEDAGÓGICA DO AEA
PROJETO EDUCATIVO e PLANO ANUAL DE ATIVIDADES
RE
GU
LA
ME
NT
O IN
TE
RN
O D
O A
EA
Diretor de Turma / Conselho de Turma Professor Titular de Turma / Conselho de Docentes Inventariar as situações problemáticas com origem na comunidade envolvente, alertando e motivando os agentes locais para a
sua intervenção, designadamente preventiva.
Propor o estabelecimento de parcerias com órgãos e instituições, públicas ou privadas, da comunidade local, designadamente
com o tecido socioeconómico e empresarial, de apoio social na comunidade, com rede social municipal, de modo a participarem
na proposta ou execução das diferentes medidas de integração escolar, social ou profissional dos jovens em risco previstas na
Lei n.º51/2012.
Propor o aluno para as respetivas estruturas de acompanhamento, em funcionamento no AEA.
Estruturas de Acompanhamento Educativo do Aluno do AEA
M edidas de
promoção do
sucesso escolar
na sala de aula
Projetos de
desenvolvimento
pedagógico /
Clubes Oficinas /
Desporto Escolar
Apoio ao Estudo/
Centros de
Aprendizagem /
Atendimento a
Alunos do
Secundário
Tutorias
Gabinete de
Apoio ao
Aluno (GAA)
Promover e criar expetativas elevadas e oportunidades signif icativas para que o aluno
maximize as suas aprendizagens.
Atuar preventivamente relativamente a dif iculdades de aprendizagem, cognitivas e ou
emocionais, pontuais ou continuadas.
Acompanhamento
individualizado do
aluno nas aulas
de coadjuvação.
Acompanhamento do aluno em grupos de homogeneidade relativa na(s) medida(s) implementadas.
Supervisionar a aplicação de medidas
corretivas e disciplinares sancionatórias,
sempre que essa missão lhe seja atribuída,
conforme previsto na Lei n.º51/2012.
Estabelecer ligação com as comissões de proteção de
crianças em risco, designadamente para os efeitos e medidas
previstas na Lei n.º51/2012, relativas ao aluno e ou às suas
famílias.
Acompanhamento
do aluno em
grupos de
homogeneidade
relativa nas aulas
de coadjuvação.
Acompanhar o aluno no plano de integração na escola e na
aquisição e desenvolvimento de métodos de estudo, de trabalho
escolar e medidas de recuperação das aprendizagens.
Promover sessões de capacitação parental, conforme o
previsto nos n.º4 e 5 do artigo 44.º da Lei n.º51/2012.
Pedagogia
diferenciada nas
várias disciplinas/
áreas
disciplinares.
Promover medidas de integração e inclusão do aluno na
escola tendo em conta a sua envolvência familiar e social.
Atuar preventivamente, em relação ao risco de abandono
escolar, comportamentos de risco ou gravemente violadores
dos deveres do aluno e da capacitação parental tendo como
referência o Projeto Educativo e o Regulamento Interno do
AEA, bem como as boas práticas nacionais e
internacionalmente reconhecidas.
Aconselhar e propor ao aluno percursos alternativos,
programas integrados de educação e formação, ou percurso
vocacional de ensino, em articulação com equipas e ou
serviços.
Atividades de ensino específ ico da Língua
Portuguesa para alunos oriundos de países
estrangeiros.
Serviços de Psicologia.
Equipa Educativa da Biblioteca.
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1.3. A ORGANIZAÇÃO DE CADA ANO LETIVO NO AEA
O AEA assume critérios unânimes na organização e tomada de decisão, em cada ano letivo.
CONSTITUIÇÃO DE TURMAS DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇO
DOCENTE HORÁRIO DOS ALUNOS HORÁRIO DOS PROFESSORES
Promover o sucesso e prevenir o abandono escolar no AEA.
Assegurar as melhores condições de ensino e de aprendizagem no AEA.
Cumprir e fazer cumprir os direitos e os deveres constantes nas leis, normas e regulamentos.
Atender ao primado dos critérios de natureza pedagógica sobre os critérios de natureza administrativa, no
âmbito da gestão eficiente de recursos.
1.3.1. OS CRITÉRIOS PARA A CONSTITUIÇÃO DE TURMAS
1. Número de alunos fixados nos termos da legislação em vigor.
2. Opção da Língua Estrangeira II da oferta de escola no 3º ciclo.
3. Opção dos alunos em relação ao prosseguimento de estudos: via profissionalizante ou
Cursos científico – humanísticos.
4. Escolha dos alunos em relação às opções das disciplinas específicas dos cursos Científico
-humanísticos e cursos profissionais.
5. Continuidade do grupo turma dos anos letivos anteriores.
6. Idade dos alunos.
7. Residência dos alunos.
8. A distribuição equilibrada dos alunos retidos.
1.3.2. OS CRITÉRIOS PARA A DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇO DOCENTE
1. Adequação do perfil do professor às características das turmas e dos alunos.
2. Eficácia e eficiência.
3. Continuidade pedagógica dentro do ciclo de escolaridade e tendo por base o início do
mesmo.
4. Graduação profissional dentro do grupo de recrutamento.
1.3.3. OS CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE HORÁRIOS DOS ALUNOS
1. Distribuição letiva equilibrada e sem sobrecargas. Não há tempos desocupados, nem
tempos isolados.
2. Nos dias com um maior número de aulas os horários devem ter uma distribuição onde se
integrem disciplinas que visem harmoniosamente o desenvolvimento das várias
capacidades cognitivas e emocionais
3. No mesmo dia, o número de aulas curriculares não deve ultrapassar os 8 tempos letivos.
5. Na distribuição dos tempos letivos, em disciplinas com menos de cinco tempos semanais,
evitar que a mesma disciplina seja lecionada em dias consecutivos.
6. Na distribuição dos tempos letivos, em disciplinas com cinco ou mais tempos semanais,
evitar que a mesma disciplina seja inteiramente lecionada em dias consecutivos.
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7. Nas disciplinas de Línguas Estrangeiras, Língua Portuguesa e Português evitar o seu
lançamento em tempos letivos consecutivos.
8. A interrupção para a hora de almoço é no mínimo de 60 minutos, dado que as escolas
dispõem de serviço de refeitório.
9. No período da tarde, as aulas de Educação Física só podem iniciar-se uma hora depois de
findar o período que a escola definiu para o almoço, em cada turma.
10. O horário da disciplina de EMRC não deve criar furos nos horários das turmas.
11. O horário de funcionamento das Estruturas de Acompanhamento aos Alunos do AEA deve
ser adaptado ao horário de cada turma e de modo a não criar furos no mesmo.
12. Os horários das turmas devem possibilitar o acesso de todos os alunos às salas de
funcionamento específico de cada disciplina (laboratórios, pavilhões, etc.).
1.3.4. OS CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE HORÁRIOS DOS PROFESSORES
1. Distribuição da componente letiva, não letiva e de trabalho individual, de acordo com os
referenciais legais de cada ano letivo.
2. Minimizar as deslocação dos professores entre as escolas do agrupamento, visando a
minimização de custos e de tempo gasto em deslocações, maximizando o conforto logístico
desses docentes.
3. Salvaguarda, sempre que possível, das seguintes situações: i) restrições associadas a
problemas de saúde dos mesmos e ou de familiares diretos (ascendentes, descendentes e
cônjuges); e, ii) a compactação em períodos de tempo da componente de trabalho
individual.
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2. A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO CURRICULAR DO AEA
O Currículo é um projeto que se constrói e desenvolve, de modo contínuo e interdependente, e
que se traduz numa prática pedagógica que visa a maximização do processo ensino-
aprendizagem, baseada na confluência e interação de interesses concretos e responsabilidades
partilhadas das estruturas sociais, económicas, políticas, administrativas, culturais, escolares, entre
outras.
2.1. A ESTRUTURA CURRICULAR DO AEA
A partir do ano em que a criança perfaz 3 anos de idade, o acesso à educação, no
Agrupamento de Escolas de Almeida, é universal e gratuito, desde o pré-escolar ao ensino
secundário.
Oferta formativa
Ensino Básico
Ensino Secundário Ensino Pós-
Secundário
Do
Pré-
Escolar
ao
9.ºano
Cursos de
Educação
e
Formação/
CEF
Científico-
Humanísticos
/C-H:
Cursos
Profissionais/
CP
Cursos de
Especialização
Tecnológica/CET
2.1.1. O ENSINO PRÉ-ESCOLAR, BÁSICO E SECUNDÁRIO
O Agrupamento de Escolas de Almeida integra: a Escola Básica e Secundária Dr. José
Casimiro Matias, escola sede – com oferta formativa atual, desde o pré-escolar até ao ensino
secundário; a Escola Básica e Secundária de Vilar Formoso – com oferta formativa atual, desde o
1.ºciclo do ensino básico até ao ensino secundário; a escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico da
Miuzela; e os jardins de infância da Miuzela e de Nave de Haver.
No que refere ao ensino pré-escolar, o agrupamento pretende criar condições favoráveis para
o sucesso escolar, neste ciclo de ensino, definindo estratégias e modos de progressão, de modo a
garantir que todas as crianças realizem as aprendizagens adequadas para ingressarem no 1.º
ciclo.
O Ensino Básico, por sua vez, constitui o segmento do sistema educativo, responsável por
garantir a todos os cidadãos uma educação de base sólida e de qualidade, que lhes permita
integrar a vida social de forma equitativa, quer na prossecução de estudos, quer na futura inserção
no tecido socioprofissional.
O Ensino Secundário, que é atualmente parte integrante da escolaridade obrigatória, está
vocacionado para a especialização das diferentes áreas e disciplinas do conhecimento e para a
Capacidades
Emocionais
Cognitivas
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sua abordagem em maior grau de profundidade, de acordo com as diferentes vias que podem ser
seguidas pelos alunos.
2.1.2. O ENSINO PROFISSIONALIZANTE E PROFISSIONAL
O Agrupamento de Escolas de Almeida oferece ensino profissionalizante e profissional –
cursos de educação e formação e profissionais, do nível 2 ao nível 4 – nas escolas Básica e
Secundária Dr. José Casimiro Matias e Básica e Secundária de Vilar Formoso. Os cursos em
causa visam a aquisição de aptidões cognitivas e práticas, necessárias para a aplicação da
informação adequada à realização de tarefas e à resolução de problemas, desde a utilização de
regras e instrumentos simples, passando pela seleção e aplicação de métodos, instrumentos e
materiais, até à aquisição de uma gama de aptidões cognitivas para conceber soluções para
problemas específicos numa área de estudo ou de trabalho.
2.1.3. O ENSINO DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA (CET)
A formação CET, Cursos de Especialização Tecnológica, é pós-secundária não superior e visa
conferir qualificação profissional nível 5. Este tipo de qualificação profissional é obtido através da
conjugação de uma formação secundária, geral ou profissional, com uma formação técnica pós-
secundária. Esta formação pretende: ser técnica de alto nível; resultar numa qualificação que inclui
conhecimentos e capacidades de nível superior; não exigir, em geral, o domínio dos fundamentos
científicos das diferentes áreas em causa; a aquisição de capacidades e conhecimentos que
permitam, de forma autónoma ou independente, o compromisso com responsabilidades de
conceção, de direção e de gestão.
2.2. O TRABALHO COLABORATIVO NA CONSTRUÇÃO DE UM CURRÍCULO EFICAZ PARA O AEA
A construção de um currículo para o AEA constituiu um dos fatores que mais pode influenciar
a qualidade do ensino e da aprendizagem no AEA. O currículo do AEA é mais do que um plano
curricular constituído por tempos letivos semanais a cada uma das disciplinas/áreas disciplinares
que o integram. O currículo do AEA é um plano estruturado de ensino-aprendizagem, incluindo
objetivos ou resultados e metas de aprendizagens a alcançar, capacidades a desenvolver,
conteúdos a ensinar, processos ou experiências de aprendizagem a promover, envolvendo uma
prática dialética entre os agentes sociais, os técnicos, as famílias, os professores e os alunos, cujo
os referenciais estão definidos no Projeto Educativo AEA, 2012/15.
Um currículo eficaz para o AEA é aquele que promove a estruturação e o desenvolvimento das
capacidades cognitivas e emocionais do aluno, num tempo e num ritmo adequados ao seu
desenvolvimento.
Os fatores que influenciam a eficácia do currículo do AEA são: as características dos alunos
(desenvolvimento, motivação, nível socioeconómico, conjuntura familiar, entre outros fatores); as
características dos professores (formação académica, formação pedagógica, atualização científica,
motivação, entre outros fatores), as características dos recursos didáticos disponíveis (manuais,
recursos existentes nas escolas do AEA, entre outros fatores); as características dos subsistemas
educativos do AEA (aulas, escolas, administração regional e local, entre outros fatores). Contudo,
estes fatores, embora atuem como condicionantes da eficácia e eficiência curricular, não se devem
confundir com o conceito currículo do AEA, pois são fatores de natureza externa.
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2.2.1. O TRABALHO DE PLANIFICAÇÃO
O trabalho de planificação é feito sob duas componentes que pressupõem uma reflexão
contínua do professor e que determinam a eficiência de um plano curricular no processo de ensino-
aprendizagem. Tais componentes são: a relevância e a coerência.
A RELEVÂNCIA: qualidade que determina a pertinência e a adequação. A relevância é objetiva e não
é influenciada por fatores pessoais.
O professor, ao ensinar/orientar raciocínios, incide em processos relevantes, que justifiquem o
tempo e a atenção despendidos pelos alunos. Os diversos processos de ensinar tópicos de um
currículo ou de orientar raciocínios e aprendizagens podem ser considerados relevantes sob
diferentes perspetivas, tais como: a sua utilidade no desenvolvimento de outras
ideias/conceitos/saberes e na associação a outras áreas.
Por exemplo, o pensamento e a capacidade de raciocínio, que incluem formular conjeturas e
desenvolver argumentos dedutivos e indutivos, são relevantes porque servem de base ao
desenvolvimento de ideias novas e à construção de novos conhecimentos.
A COERÊNCIA: qualidade que determina a relação lógica e equilibrada entre as ideias de modo a
que estas se complementem e articulem. A coerência é o resultado da não contradição, é o sentido
do todo.
O professor, ao ensinar, promove a coerência, a organização e a integração eficaz de
ideias/conceitos/saberes, de modo a que os alunos possam compreender de que forma é que tais
ideias/conteúdos/conceitos que se constroem a partir de, ou com, outras ideias/conceitos/saberes,
o que lhes permite construir novos conhecimentos e capacidades. As aulas, as tarefas e as
atividades coerentes são elaboradas e decorrem em torno de uma ideia central, ou em torno de
várias ideias relacionadas.
Por exemplo, o professor estabelece uma sequência de aulas e atividades coerentes e maximiza
as oportunidades para orientar uma aula/tarefa/atividade numa „direção‟, prevista ou não prevista, e
relacionar as ideias/conceitos/saberes com outra(s) tarefas/disciplinas/saberes.
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2.2.2. O PLANO ANUAL DE ATIVIDADES (PAA)
O Plano Anual de Atividades do AEA é construído anualmente como um catalisador da
consecução do Projeto Educativo do AEA 2012/15. O PAA preconiza o desenvolvimento do
currículo numa ação dinâmica, continuada e estruturada; representa os conhecimentos e as
decisões sobre a concretização do currículo e sobre os múltiplos fatores contextuais que lhe dão
forma.
O PAA é elaborado com a contribuição e colaboração de todos os grupos disciplinares,
departamentos curriculares, bibliotecas, autarquia, associações de pais, bem como outros
parceiros educativos. O PAA visa interesses concretos e responsabilidades partilhadas das várias
estruturas que constituem a comunidade educativa e traduz expetativas elevadas e exequíveis.
A visão para a educação implícita no PAA exige:
i) um agrupamento de escolas onde todos os alunos tenham acesso a um ensino
estimulante e de elevada qualidade, com meios adicionais para aqueles que deles
necessitem;
ii) um currículo sólido e professores que ajudem os alunos a formular, aperfeiçoar e
explorar conjeturas, baseadas na vivência de cada atividade, e a utilizar e
desenvolver saberes/experiências de modo a confirmar ou infirmar essas conjeturas;
iii) alunos que transmitam as suas vivências de modo eficaz, sob a forma oral, escrita,
ou sob outra forma de representação (como a corporal-cinestésica, ou a conjugação
confluente de várias formas de representação) e que se envolvam ativamente na sua
aprendizagem.
2.2.3. O PROGRAMA DE TURMA
No âmbito da implementação de estratégias de concretização e desenvolvimento do currículo,
o Programa da Turma é um programa próprio, a desenvolver pelos professores titulares de cada
turma, em articulação com o conselho de docentes, ou conselho de turma, consoante os ciclos.
Trata-se de um documento que reúne, articula e desenvolve elementos necessários,
imprescindíveis e orientadores ao trabalho do conselho de turma, numa perspetiva realista e
pragmática.
O Programa da Turma implica o aprofundamento do conhecimento dos alunos, que se
materializa na cooperação entre os vários professores que constituem o conselho de turma e prevê
os seguintes itens de desenvolvimento:
i) a identificação e a diagnose da turma; a lista e o registo fotográfico, o horário, a
relação de professores e dos representantes;
ii) a caracterização do grupo e de cada aluno, o diagnóstico das potencialidades e dos
problemas;
iii) as atividades de desenvolvimento curricular, que incluem a inserção do aluno em
alguma(s) da(s) Estruturas de Acompanhamento ao Aluno do AEA;
iv) as medidas a implementar que se definem no Plano de Acompanhamento
Pedagógico Individual;
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v) os planos de operacionalização por disciplina, que incluem os conteúdos a lecionar,
as capacidades cognitivas e emocionais a desenvolver, as experiências de
aprendizagem a favorecer, a articulação interdisciplinar, os modos e formas de
avaliação por disciplina / área disciplinar e a calendarização;
vi) os planos de operacionalização individual dos alunos abrangidos pela educação
especial;
vii) as atividades do Plano Anual de Atividades referentes à turma;
viii) à semelhança dos demais documentos de desenvolvimento curricular do AEA, o
Programa de Turma prevê uma secção de autoavaliação trimestral, que incide na
sua concretização, no seu desenvolvimento, nos seus aspetos facilitadores, bem
como um balanço final do todo.
2.2.4. A AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DO AEA
A avaliação é assumida no AEA como um apoio às aprendizagens e como uma forma e um
modo de fornecer informações úteis para os professores, para os alunos, para os pais, famílias e
encarregados de educação.
No AEA a avaliação contínua, formativa e sumativa, é feita em cada disciplina / área
disciplinar, com a cooperação do respetivo conselho de turma / de docentes; rege-se por critérios
transparentes e concretos, quer em cada período letivo, quer entre períodos; e visa a proficiência
no desenvolvimento de capacidades cognitivas e emocionais do aluno. No AEA, a avaliação é
regida pela instrumentação definida no Plano de Desenvolvimento Curricular.
Ao constituir uma parte integrante do ensino, uma boa avaliação melhora as aprendizagens de
diversas formas. Por um lado, as tarefas usadas na avaliação transmitem aos alunos algumas
informações acerca do tipo de conhecimento e desempenho que é valorizado. Essas informações,
por sua vez, influenciam as decisões que os alunos tomam. Por exemplo, se devem aplicar-se mais
no seu estudo e em que sentido o devem fazer. Como tal, é importante que as tarefas de avaliação
justifiquem o tempo e a atenção que os alunos despendem com elas.
Por outro lado, quando os professores usam técnicas de avaliação diversificadas como a
observação, as conversas, as entrevistas e os modos interativos, os alunos tendem a aprender
através do processo de verbalização das suas ideias e de resposta às questões do professor.
Por sua vez, os comentários do professor às tarefas de avaliação ajudam os alunos do AEA a
determinarem os seus objetivos, assumindo a responsabilidade da sua própria aprendizagem e
aprendendo de modo mais independente. Por exemplo, os critérios de classificação com
observações e indicações ajudam os alunos a compreender o que define uma resposta correta e
completa e ajudam os professores a analisar as respostas dos seus alunos e a determinar os seus
níveis de competência.
As discussões no grupo turma, sobre as diferentes respostas à mesma tarefa de avaliação,
também ajudam os alunos do AEA na perceção das diferenças entre uma resposta excelente de
uma resposta medíocre. Através da utilização de tarefas de avaliação adequadas, e da
consequente discussão de critérios e de respostas, os alunos desenvolvem a capacidade de se
autoavaliarem, refletindo quer no seu próprio trabalho, quer no trabalho de outros alunos.
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CAPÍTULO 4 – A AUTORREGULAÇÃO DO AEA
O Agrupamento de Escolas de Almeida prevê a execução sequencial e cíclica, 2012/2015, de
quatro etapas, como se concetualizam e definem no Capítulo I deste documento.
Os problemas e as respetivas estratégias de resoluções identificam-se e (re)definem-
se/refletem-se desde o início do ano letivo 2011/2012. As consequentes estratégias de resolução
categorizam-se sob duas naturezas – estratégias de promoção de dinâmicas de autorregulação da
estrutura orgânica do agrupamento e estratégias de implementação de princípios pedagógicos e
didáticos com reflexos na avaliação interna e externa dos alunos.
Perspetivando a consecução dos objetivos e metas referentes à melhoria qualitativa e
quantitativa do desempenho dos alunos na avaliação interna e externa (Objetivo 2, do PE do AEA),
o Agrupamento de Escolas de Almeida preconiza a implementação dos princípios e conceitos
definidos e discutidos neste documento.
Perspetivando a consecução dos objetivos e metas referentes à melhoria da orgânica do
agrupamento (Objetivo 1, do PE do AEA), o Agrupamento de Escolas de Almeida preconiza a
implementação de práticas contínuas de autoavaliação docente – Plano de Reflexão e
Autoavaliação – que inclui a implementação de uma metodologia simplificada Modelo de
Excelência da EFQM (European Foundation for Quality Management). A implementação deste
modelo complementa a autoavaliação, efetuada numa perspetiva de melhoria contínua do
agrupamento. Este modelo é designado em Portugal de “Estrutura Comum de Avaliação”: a CAF –
ferramenta de autoavaliação da qualidade da organização desenvolvida ao nível da União
Europeia. A CAF é um modelo assente numa estrutura de critérios que correspondem aos aspetos
globais focados em qualquer análise organizacional, permitindo assim a comparabilidade entre
organismos. A implementação do modelo CAF no Agrupamento de Escolas de Almeida institui a
autorregulação através da identificação dos pontos fortes e das áreas de melhoria, através da
implementação de um Plano de Ações que objetiva a melhoria contínua, permitindo deste modo
atingir a certificação dos padrões de qualidade da escola.
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1. A AVALIAÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO DO AEA
A avaliação do Projeto Educativo (PE) do AEA exerce-se em duas fases e dois tipos. Fases:
avaliação diagnóstica (descrita Diagnóstico Estratégico do AEA) e avaliação de resultados
(modo e forma). Tipos: avaliação formativa e a avaliação sumativa.
A avaliação formativa visa a adoção de medidas de ajustamento e correção de estratégias do
PE do AEA e baseia-se no acompanhamento e monotorização permanente das estratégias de
ação, através da recolha e análise de dados relativos à implementação do PE do AEA .
A avaliação sumativa visa a aferição dos resultados recolhidos pelas avaliações de tipo
formativo e obter indicadores que permitam aperfeiçoar a sua execução – confronto referente à
consecução dos objetivos e metas, ao conjunto do caminho percorrido (todo o PE do AEA) e
avaliação do progresso realizado no final do ciclo de implementação 2012/2015. A avaliação
2012/15 do AEA e concretiza-se no Plano de Reflexão e Autoavaliação, bem como na avaliação do
Plano Anual e Plurianual de Atividades.
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2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO PE DO AEA
O Agrupamento de Escolas de Almeida adota os seguintes critérios na avaliação do seu
projeto educativo:
A Relevância. Permite avaliar em que medida os objetivos estabelecidos e metas definidas
contribuem para resolver as condicionantes e concretizar as oportunidades identificadas na
avaliação diagnóstica (Capítulo 0 do PE do AEA).
A Coerência. Permite avaliar em que medida os objetivos estabelecidos e metas definidas
estão articulados numa lógica meio/fim; verificar se os recursos humanos, materiais e financeiros
disponíveis são suficientes para a consecução dos objetivos e metas, a projetos de
desenvolvimento educativo articulados; aferir a coerência interna do calendário proposto no PE do
AEA para a consecução dos objetivos e metas.
A Eficácia. Permite avaliar em que medida os objetivos e metas previstos no PE do AEA foram
atingidos, quais os desvios verificados e respetivas justificações.
O Impacto. Permite avaliar em que medida os dois objetivos (do PE do AEA) foram alcançados.
A Eficiência. Permite avaliar a relação entre os custos (recursos humanos, materiais e
financeiros e os resultados obtidos.
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•Quem vai avaliar.
•O que vai ser avaliado.
•Qual o tempo esperado para atingir os objetivos e metas.
•Como se vai avaliar.
Fase 1: Elaborar um plano de
avaliação
•Definir a amostra [que público selecionar (professores, alunos, pais, pessoal não docente, etc.), qual a representatividade desse publico na amostra, qual a melhor oportunidade e momento para recolher a informação].
•Conceber e testar os instrumentos de recolha de dados (entrevistas, inquéritos, etc.).
•Recolher a informação.
Fase 2: Recolha de dados
•Proceder à análise quantitativa e qualitativa de dados.
•Conservar a informação (modo como toda a informação deve estar disponível para consulta).
•Sintetizar a informação e elaborar um relatório.
Fase 3: Analisar os dados e
produzir resultados da
análise
3. FASES DA AVALIAÇÃO NO PE DO AEA
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BIBLIOGRAFIA
Agência Nacional para a Qualificação (www.catalogo.anq.gov.pt).
Associação Rio Vivo (www.riovivo.pt). Azevedo, R., Fernandes, E., Lourenço, H., Barbosa, J., Silva, J., Costa, L., Nunes, P. (2011). Projetos
Educativos: Elaboração, Monitorização e Avaliação Guião de Apoio. Agência Nacional para a
Qualificação, I.P.: ANQ, 1.ªedição (dezembro de 2011). Bogdan, R., Biklen, S. (1991). Investigação Qualitativa em Educação – Uma introdução à Teoria e aos
Métodos. Colecção Ciências da Educação. Porto: Porto Editora.
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NOTAS CONCETUAIS
A Cognição: As Capacidades Cognitivas apresentadas neste documento assumem-se como sistemas
específicos de funcionamento intelectual, por inerência à Teoria das Inteligências Múltiplas apresentada por
Gardner (1998) – psicólogo construtivista. Este autor, insatisfeito com o conceito de inteligência como uma
capacidade inata, geral e unitária, redefiniu inteligência à luz das origens biológicas, retroagindo para chegar
às habilidades que capacitam o ser humano para resolver diferentes tipos de problemas, em di ferentes
contextos culturais. Com fundamentos na neurociência, Gardner assume que, o sistema nervoso humano
não é um órgão com um propósito único, nem tão pouco é infinitamente plástico; mas sim que, o sistema
nervoso humano é um órgão altamente diferenciado e que diferentes centros neurais processam diferentes
tipos de informação. Gardner acredita que, quando o indivíduo lida com símbolos linguísticos, numéricos,
gestuais ou outros, são empregues processos psicológicos independentes. Gardner, apesar de mui to
influenciado por Piaget, distingue-se na medida em que Piaget acreditava que todos os aspetos da
simbolização partem de uma mesma função semiótica. Porém, Gardner afirma que uma criança pode ter um
desempenho precoce numa área (ao que Piaget chamaria de pensamento formal) e estar na média ou
mesmo abaixo da média noutra área (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-motor definido por
Piaget). Gardner descreve o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de entender e
expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto cultural, e sugere que não há
uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de desenvolvimento numa área de desempenho e
capacidades ou estágios de desenvolvimento noutras áreas ou domínios.
A Emoção: Darwin usou um conceito similar ao de inteligência emocional, quando, na sua obra, se referiu à
importância da vertente emocional para a sobrevivência e adaptação. Embora as definições tradicionais de
inteligência enfatizem os aspetos cognitivos, como a memória e a resolução de problemas, vários
pesquisadores de renome no campo da inteligência estão a reconhecer a importância de aspetos não-
cognitivos. O uso do termo „inteligência emocional‟ foi usado em textos de Leuner (1966). Em 1989, Stanley
Greenspan apresentou um modelo de inteligência emocional. Este modelo foi seguido por Salovey e Mayer
(1990). As Capacidades Emocionais apresentadas neste documento enquadram-se na definição de
Inteligência Emocional, de Goleman (1995) – psicólogo, professor, investigador em neurociência,
conferencista e jornalista especializado em ciência. Para este autor, as emoções, na sua componente de
ativação, desencadeiam ações específicas do rosto e do corpo e impulsionam o corpo para a ação. As
emoções desencadeiam expressões que podem ser sentidas pelo próprio (que as sente) e pelos outros (que
as observam); e, portanto, podem ser percecionadas, lidas, escritas pelos sujeitos envolvidos numa
interação. Contrariamente ao que a vida (em geral) e a escola tradicional (em particular) têm vindo a
legitimar, Goleman (1995), que baseado em Salovey e Mayer (1990), contribuiu para a alteração da linha de
ideias que define „o sucesso na aprendizagem como um fenómeno inerente a um QI elevado‟ e rompeu, à
semelhança de Gardner, com o conceito unilateral de inteligência.
Os níveis do saber: A sequencial atribuição e representação de significados, referida nos níveis de
aprendizagem definidos neste documento, tem por base a premissa de que, o uso de distintas
representações (simbólicas, esquemáticas, gráficas, l inguagem natural, entre outras) e a sua progressiva
articulação enriquece o significado, o conhecimento e a compreensão dos objetos em cada área do saber.
Também favorece a compreensão da sua complexidade, quer ao nível formal e simbólico, quer ao nível
semiótico-cognitivo. Em semiótica um signo é uma representação de qualquer tipo – esquema, linguagem
natural, escrita, oral, gráfica, desenho, símbolo, entre outras – que conduz e suporta o raciocínio. Peirce
(1839-1914) definiu três características fundamentais associadas a um signo: i) um signo é caracterizado por
uma relação triádica do tipo signo(S)/objeto(O)/interpretante(I), onde o interpretante(I) é a cognição produzida
numa mente e o objeto(O) é qualquer entidade à qual nos referimos, ou da qual falamos (seja real,
imaginária, ou de qualquer outro tipo); ii) um signo não é uma entidade fechada em si mesma, pois toda a
cognição dá origem a um signo, que, por sua vez, se posiciona numa nova relação triádica com um outro
interpretante – que é uma outra cognição, produzida pela mesma mente, ou produzida por outra mente –, e
assim sucessivamente; iii) quer o signo quer a relação triádica à qual ele pertence não são arbitrários, ou
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seja, são interdependentes, pois o signo forma-se com base na interpretação sobre um objeto, originando a
tríade (S, O, I).
D‟Amore (2006) definiu „objeto‟ como: tudo o que se indica, se representa e se designa, quando se constrói,
se comunica e se aprende [linguagem (termos, expressões, notações, …); conceitos (definições, descrições,
…); ações (operações, algoritmos, procedimentos, …); argumentos (deduções, induções, validação de
enunciados, …)]. Por sua vez, Duval (2006) desenvolveu „registos de representação dos objetos e conversão
entre tais registos‟, tais como: linguagem natural, figuras geométricas ou outras, sistemas de notação,
representações gráficas e esquemáticas, entre outras. Radford (2006), na Teoria da Objetivação, assume
que o pensamento é mediatizado por signos, pelo corpo (através de gestos, movimentos, perceções), pela
linguagem, ...; para Radford, a aprendizagem é assumida num plano de interação sujeito-sujeito e sujeito-
objeto, tendo em conta a natureza e a subjetividade dos próprios objetos do saber.
O raciocínio investigativo: Um investigador recolhe, descobre, cria e comunica resultados das suas
pesquisas e descobertas. O fruto das suas pesquisas e criações tem valor porque enriquece e fortalece a
atividade científica, tornando-se ao longo do tempo um “edifício” com divisões que “intercomunicam”
constituindo dessa forma um “corpo de saber” unificado, sistematizado e estruturado. Esta atividade reveste -
se de uma investigação sistemática e de um trabalho persistente e contínuo, e nela podemos considerar
todos os que investigam e fazem da atividade de investigar a sua atividade profissional, todos os que a
estudam e ensinam (professores e alunos) e todos os que a utilizam como ferramenta de trabalho. No
entanto a investigação, não constituindo forma única de aprender, é essencial na aprendizagem. Sob esta
premissa Braumann (2002) faz a seguinte alusão „tentar aprender em qualquer área do saber sem uma forte
intervenção investigativa é como tentar aprender a andar de bicicleta vendo os outros andar e recebendo
informações sobre como o conseguem fazer‟. George Pólya (1977) desenvolveu princípios heurísticos com a
finalidade de auxiliar os alunos e os professores a desenvolverem capacidades imprescindíveis para a
resolução de uma determinada situação, ou compreensão de uma dada demonstração. Por um lado, a
heurística de Pólya alicerça-se em processos fundamentais de análise, exploração, verificação e reflexão.
Por outro lado, a atividade de investigação desenvolve capacidades como: analisar, explorar, ver ificar,
refletir, refutar, experimentar e demonstrar. Parece haver, com a implementação de investigações na sala de
aula, uma continuidade evolutiva na heurística de Pólya. De facto, a investigação permite a exploração de
situações do mundo real através de construções visuais e analíticas, que contêm aspetos importantes e úteis
para o processo de criação. Por outro lado, permite a extensão da linguagem natural à linguagem específica
de cada área do saber, através das representações de conceitos abstratos e da sua consequente articulação
e comunicação. De facto, através da tentativa de resolução, ou demonstração, de uma determinada
investigação surgem novas investigações e alarga-se o conhecimento, desenvolvendo-se o pensamento.
Neste contexto, é importante que o professor tenha em conta o papel crucial da experiência dos alunos com
tarefas de natureza aberta – tarefas de investigação e exploração, pois estas permitem-lhes compreender
cada experiência e considerá-la como preparação para um trabalho mais profundo (Pereira e Saraiva, 2005,
2008; Ponte, Branco e Matos, 2009; Saraiva e Teixeira, 2009).
A reflexão: A reflexão torna-se um processo indispensável que resulta do reconhecimento de uma
determinada incapacidade ou incerteza. Quando confrontados com um determinado problema somos levados
a parar e pensar nos processos, nos métodos e estratégias a adotar para o resolver. Por outro lado, também
pensamos nos próprios métodos que utilizamos durante a resolução. Depois, procuramos perceber a
aprendizagem feita com a resolução do problema. De acordo com Saraiva (2001) a reflexão é mais do que
uma simples tomada de consciência da nossa experiência e do nosso conhecimento (reflexão sobre os
conteúdos). A reflexão envolve, também, a crítica sobre o como estamos a perceber, a pensar, a julgar e a
agir (reflexão sobre os processos), bem como sobre o porquê de termos feito o que fizemos (reflexão sobre
as premissas). Refletimos para perceber, para nos orientarmos, ou para tentarmos ultrapassar uma
determinada dificuldade. O fruto da reflexão é a aprendizagem, qualquer que seja o motivo que nos levou a
refletir. Toda a sociedade reconhece a escola como um local onde se vivem experiências verdadeiramente
educativas propícias à aprendizagem. Porém, saber ensinar exige ao professor o aperfeiçoamento contínuo
de condições intrínsecas a essa aprendizagem. A escola é uma instituição onde tudo está organizado e
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calendarizado a fim de conduzir os alunos, da forma mais eficiente possível, ao uso suas próprias
aprendizagens, quer no meio que os rodeia, quer no seu futuro. Segundo Dewey (1897), a vida escolar deve
desenvolver-se gradualmente a partir da vida doméstica, dando continuidade às atividades que as crianças já
trazem de casa; desse modo, a escola tem como função conduzir os alunos ao desenvolvimento,
experimentação e fundamentação dessa aprendizagem. A concretização das funções indicadas atrás está
intimamente ligada aos professores que, para além dos conhecimentos científicos e técnicos, necessitam ter
o talento e a capacidade de saber agir em cada situação. Professores que saibam completar o saber
científico e tecnológico com o saber criativo; e saibam agir em cada situação. Schön (1992) chama, a este
tipo de capacidades implícitas a cada professor, competência artística. Schön propõe que tomemos como
exemplo um psicólogo, ou um músico; não lhes basta saberem teorias e técnicas, eles possuem um talento
próprio, uma intuição e uma sensibilidade artística. Para Schön (1992), a reflexão na ação, ou seja, pensar
no que se faz enquanto se está a fazer, é um tipo de pensamento que conduz o professor ao conhecimento
da sua prática, atendendo a todo o contexto momentâneo da sala de aula. Nesta perspetiva, Saraiva (2001)
refere que a integração da experiência com o conhecimento teórico resulta em conhecimento profissional.
Sendo este tanto mais desenvolvido quanto melhor for a relação entre os fatores referidos e quanto mais
aprofundado e consistente for o conhecimento teórico. Porém, para ser um profissional verdadeiramente
eficaz é necessário desenvolver potencialidades diversas, de modo a investir no seu próprio
desenvolvimento, tentar integrar-se e interagir com a escola enquanto instituição, atendendo a fatores
pessoais (intrínsecos a cada professor) e burocráticos (pois nem sempre as escolas propiciam o
desenvolvimento da prática reflexiva). Segundo Schön (1992), a reflexão sobre a reflexão na ação é um
processo que conduz ao desenvolvimento profissional do professor. Atendendo a que, “o desenvolvimento
profissional é um processo dinâmico, contínuo e reflexivo, onde a teoria e a prática interagem entre si de
forma dialética” (Saraiva, 2001), ele ocorre fruto da reflexão continuada acerca das conceções, do
conhecimento e da prática, bem como na troca de experiências entre professores e na consequente ligação
entre as suas práticas.
A intuição: Para Malcom (2007) a intuição é a apreensão imediata da mente, sem raciocínio, e por definição
a intuição é diferente da razão: acontece sem raciocinar; é imediata, holistica, estética, reveladora, inspirada;
é sentir, é conhecer tudo de uma vez, ela pode ir aonde a razão não pode. No entanto, a seu ver, na prática,
a intuição e a razão trabalham em conjunto numa constante ação combinada. A intuição produz uma ideia e
a razão esforça-se para a testar ou desenvolver. As palavras ou a linguagem, tal como são escritas ou
faladas, não parecem desempenhar qualquer papel no seu mecanismo de pensamento, afirmando que
depois de ter trabalhado duramente e ter chegado a resultados que lhe são satisfatórios e que estão
perfeitamente claros na sua mente, quando tenta colocá-los em linguagem tem de se colocar num outro
plano intelectual, passando um vasto período de tempo a encontrar as palavras e as frases apropriadas. Os
pensamentos morrem no momento em que são traduzidos por palavras. De facto, quando falamos de
qualquer objeto do saber cada um de nós relaciona-o com uma representação mental do mesmo. E, embora
se espere que os investigadores produzam definições mais ou menos semelhantes para o mesmo conceito,
as suas representações mentais desse conceito podem variar bastante, pois uma representação mental
refere-se a esquemas internos que uma pessoa usa para interagir consigo próprio e com o mundo exterior.
Neste processo, ao nível do pensamento interno, há sinais pessoais próprios de cada indivíduo que marcam
a sua forma de pensar e são estes os responsáveis pela construção de um conhecimento pessoal com
sentido (Saraiva, 2008). É importante referir que, neste processo, a visualização assume uma função
importante, pois a visão, ao produzir modelos mentais, leva a que o suporte visual apropriado tenha efeitos
positivos na compreensão dos alunos e na resolução de situações problemáticas (Dreyfus, 1991).