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Fundação D. João VI de Nova Friburgo
Projeto do Bicentenário (1818 2018 2118)
Prefeitura Municipal de Nova Friburgo
Fundação D. João VI de Nova Friburgo
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1. APRESENTAÇÃO:
Em 1918, Nova Friburgo comemorou o seu centenário. Representativo dessa data ficou o marco do centenário, um monumento construído na antiga Praça Princesa Isabel, representando, na imagem de uma colona suíça e do seu bebê, a saga dos primeiros imigrantes que aqui chegaram. Do monumento original nada mais resta, pois, a imagem foi tirada do seu pedestal poucos anos depois de sua inauguração. No seu lugar, apenas um obelisco que pouco ou nada mais significa. Além do monumento, três álbuns doados pelos representantes do Cantão de Fribourg, como forma de homenagem pela passagem do centenário. Os álbuns ainda resistem ao tempo e se encontram guardados no Arquivo Pró‐Memória de Nova Friburgo. Passados mais 100 anos, é necessário muito mais do que um monumento. O Arquivo Pró‐Memória de Nova Friburgo é o que de mais representativo poderíamos possuir. Então, que ele seja o alicerce de um NOVO monumento, que traga na sua concepção a palavra COMPROMISSO, compromisso de hoje, que é de todos nós. Que também seja atual, necessariamente MODERNO e, dessa forma, possa atender aos IDEAIS de uma geração que ainda está por vir.
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LOGO
A MENSAGEM
"Semear para Florescer"
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O DETALHAMENTO Depositadas no interior de uma cápsula de aço, mídias digitais conterão gravada a memória de Nova Friburgo, a memória de nossa gente. Fruto da digitalização de tudo o que temos de mais valioso, o acervo contido no Arquivo Pró‐Memória de Nova Friburgo. Colecionado ao longo de mais de quatro décadas, fruto do trabalho de alguns friburguenses, representados pelo nome já conhecido de todos, Thereza Albuquerque e Mello. Também de outros tantos, muitos já falecidos, cuja participação e dedicação foram fundamentais na construção desse legado que é o nosso Pró‐Memória, hoje representado por uma fundação regida pelo direito público. Não uma cápsula como tantas outras que já existiram, foram enterradas para a prosperidade e, muito antes que o futuro chegasse, foram esquecidas. Nosso projeto propõe a construção de uma cápsula que possa ser reproduzida várias vezes, que fiquem guardadas em um local conhecido por todos; e cuja senha para a sua abertura traga na sua formulação a palavra COMPROMISSO. Compromisso de um DESAFIO, o de fazer com que os registros históricos existentes no Arquivo Pró‐Memória perdurem por mais um século. HOJE 2016 2018 2118
CRONOGRAMA PREVISTO
Hoje e pelos próximos 5 anos, firma‐se o COMPROMISSO da Fundação D. João VI de Nova Friburgo de digitalizar a parte mais significativa do acervo guardado no Arquivo Pró‐Memória. Prosseguindo até 2018, a confecção de todas as cápsulas, a gravação das mídias digitais, culminando com o fechamento de cada uma delas, a ser realizado através de um evento público, em 16 de maio de 2018. Nessa data serão entregues às instituições desde já designadas como "Guardiãs de Nossa Memória". A PRIMEIRA cápsula se tornará elemento principal de um NOVO monumento, símbolo de um COMPROMISSO que, diferente do primeiro, aquele que se tornou apenas um obelisco, haverá de permanecer intocável até 2118. Deixamos, então, a sugestão para uso do atual Monumento do Centenário, que deverá ser revitalizado, reconstruído, revigorado e devidamente preparado para conter a primeira cápsula, instruções técnicas e equipamentos necessários. As instituições representantes, pelo PODER PÚBLICO, dessa primeira cápsula serão: Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, Câmara Municipal de Nova Friburgo e Fundação D. João VI de Nova Friburgo. As demais cápsulas, em número de dezesseis, guardando o mesmo conteúdo da primeira, serão produzidas para ser entregues às instituições "Guardiãs de Nossa Memória", aqui listadas:
DIGITALIZAÇÃO DO ACERVO
O COMPROMISSO DE 100 ANOS PREPARANDO AS CÁPSULAS
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PELA SOCIEDADE FRIBURGUENSE:
Sanatório Naval e Tiro de Guerra
que é parte de nossa História;
Stam Metalúrgica, Pedrinco e Gemini representando o segmento industrial;
Associação Comercial de Nova Friburgo e Clube dos Diretores Lojistas representando o comércio;
Colégio Anchieta, Colégio N. Sra. das Dores, Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia e
Universidade Federal Fluminense representando as instituições de ensino;
Grupo GAMA, Bandas Campesina e Euterpe
representantes da nossa cultura;
Diocese de Nova Friburgo, Igreja Luterana, Igreja Presbiteriana e Igreja Batista representando as nossas igrejas;
Fórum de Nova Friburgo e OAB representantes da nossa justiça;
A Voz da Serra e a Rádio AM de Nova Friburgo representando o nosso jornalismo;
Concessionária Energisa por sua História ‐ em memória da CENF e da Cia. Telefônica de Nova Friburgo.
REPRESENTANTES NACIONAIS:
Fundação Biblioteca Nacional; Arquivo Nacional;
Arquivo Público de Estado do RJ. REPRESENTANTES INTERNACIONAIS:
British Library
Real Gabinete Português de Leitura representante do Governo de Portugal;
representante do Governo do Cantão Fribourg ‐ Suíça;
representante do Governo da Alemanha.
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2. O PROJETO DE DIGITALIZAÇÃO DO ARQUIVO PRÓ-MEMÓRIA:
Esse projeto é uma iniciativa da Fundação D. João VI de Nova Friburgo e da Prefeitura Municipal, bem como do setor privado, representado pelas empresas parceiras (desde janeiro 2009) nos trabalhos de digitalização do Arquivo Pró‐Memória de Nova Friburgo, aqui listadas: SYB Projetos Empresa friburguense, desenvolvedora de software especialista, responsável pelo desenvolvimento dos recursos tecnológicos para gerência do arquivo, bem como pelo desenvolvimento do portal de pesquisa, o Centro de Documentação D. João VI; Energisa Empresa concessionária de energia elétrica, responsável pelo espaço que hoje serve para guarda do arquivo, equipamentos de climatização e dos móveis necessários; A Voz da Serra Empresa friburguense de mídia impressa, cujo veículo é utilizado para divulgação necessária dos trabalhos; Gigalink Empresa friburguense, fornecedora de acesso Internet banda larga. Provê a infraestrutura para hospedagem do portal de pesquisa e dos links necessários; Gemini e Pedrinco Grupo friburguense do setor de construção civil. Fornecedora de dois scanners de última geração OptiBook A300, para formato A3, e outros equipamentos de digitalização; Sr. Luis Avillez ‐ ICATU ‐ Rio de Janeiro Empresário, colaborador da Fundação D. João VI de Nova Friburgo, responsável pela aquisição de uma Mesa de Still para digitalização de formatos A2; STAM Metalúrgica Indústria friburguense do setor de metalurgia, responsável pela concepção e fabricação das cápsulas utilizadas para guarda dos discos Blue‐Ray e outros componentes; Farmácia Esperança Empresa friburguense, responsável pelo abastecimento de suprimentos como máscaras, óculos de proteção, luvas descartáveis e jalecos. Indústria Thurlerflex Indústria friburguense do setor plástico, responsável pelo abastecimento das embalagens polionda para acondicionamento dos itens do arquivo.
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BREVE HISTÓRICO
No dia 5 de junho de 2008, o Jornal A Voz da Serra anunciava, sob o título "Pró-Memória Virtual (parte 2) - Acervo de quase 200 anos de história agora a apenas um clique do mouse", a primeira versão do Centro de Documentação D. João VI, resultado de uma experiência que seria vencedora. Naquele instante, demonstrávamos que seria possível digitalizar documentos velhos, sujos e rasgados, exibindo-os em seguida, através da WEB, para qualquer cidadão interessado. Na sequência dessa matéria, o jornal exibia, com destaque, o layout do novo site, já no domínio www.djoaovi.com.br:
Portal experimental ‐ 1a versão
Naquele momento, antes que pudéssemos demonstrar resultados mais consistentes, uma importante instituição brasileira já se alinhava conosco, desde 2007, concedendo o apoio necessário. Era a Fundação Biblioteca Nacional, na pessoa do seu Presidente, Professor Muniz Sodré, cujo depoimento deixamos registrado na página seguinte.
Nove meses depois, nosso portal, até então experimental, recebia merecidamente as homenagens de Sérgio Maggi, em sua seção ONLINE, do caderno O Globo DIGITAL, edição do dia 16 de março de 2009.
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Em 2009, o atual governo municipal, entendendo a importância desse trabalho, concedeu o apoio necessário à digitalização do acervo do antigo Pró‐Memória, bem como às medidas necessárias para a preservação do mesmo. Seguem alguns registros importantes:
16 de maio de 2009 ‐ O novo layout do portal Centro de Documentação D. João VI é apresentado em palestra à população de Nova Friburgo, anunciando os novos recursos de pesquisa introduzidos no site, até então inéditos na WEB;
7 de outubro de 2009 ‐ Nova palestra, desta feita para demonstrar a primeira
sequência de jornais digitalizados e o funcionamento do mecanismo de pesquisa;
29 de dezembro de 2009 ‐ A Câmara Municipal aprova Lei No. 3836, que
autoriza o Poder Executivo a criar a Fundação D. João VI de Nova Friburgo, doravante guardiã do Arquivo Pró‐Memória, das memórias friburguenses, de sua História, enfim;
17 de agosto de 2010 ‐ Em solenidade, o prefeito, Heródoto Bento de Mello dá
posse ao Conselho de Administração da nova instituição, a saber:
Prefeito Municipal de Nova Friburgo ‐ presidente; Exmo. Revmo. Dom Edney Govêa (Gouvêa?)Mattoso ‐ bispo diocesano de Nova
Friburgo; Laércio Rangel Ventura;
Carlos Jayme de Siqueira Jaccoud; Marcelo Braune; Amaury Damiance;
Oswaldo Antônio Lucho Junior; Prof. Helênio Campos da Silva.
Nos meses subsequentes, a nova instituição daria exclusiva atenção aos trabalhos de digitalização do acervo, bem como à reorganização do arquivo. A catástrofe ocorrida em janeiro de 2011, entretanto, prejudicaram sensivelmente o andamento dos trabalhos, prejuízo este amplamente registrado e documentado através da mídia.
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Ainda assim, passos foram dados, e demonstramos a seguir os resultados alcançados até a data de hoje, 16 de agosto de 2011:
I. Classificados como "Jornais & Periódicos", 42 mil imagens digitais, incluindo matrizes e cópias, totalizam aproximadamente 250 GBytes;
II. Classificados como "Áudio & Vídeo", 3.500 arquivos, incluindo matrizes e
cópias, totalizam aproximadamente 100 GBytes;
III. Classificados como "Documentos Raros", 5 mil arquivos, entre matrizes e cópias, totalizam aproximadamente 60 GBytes;
IV. Classificados como "Fotografias", 6 mil arquivos, entre matrizes e cópias,
totalizam aproximadamente 15 GBytes;
V. Classificados como "Livros Raros", 6 mil arquivos, entre matrizes e cópias, totalizam aproximadamente 52 GBytes;
VI. E outros arquivos complementares, totalizam mais de 500 GBytes de
dados digitalizados, em pouco mais de 17 meses seguidos de trabalho.
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CONCEITOS E JUSTIFICATIVAS
Terminado o primeiro século dC, o homem oriental já conhecia o papel como suporte para a escrita. Muito tempo antes, a cultura expressa graficamente já havia tomado as paredes das cavernas, produzido gravações em bronze e confeccionado tabletes sumerianos. Tempos depois, os papiros egípcios ditavam os rumos da humanidade, concedendo‐lhe o legado do papel. Nos séculos seguintes, reinaria ele, absoluto como o maior repositório do conhecimento humano.
Agora, às portas de uma revolução, talvez a maior de todas as revoluções tecnológicas, o pensamento humano migra para uma nova plataforma. Havemos de entender, acertadamente, que não se trata tão somente de uma mudança de suporte. Sob um novo conceito que dita novas regras e novos valores, o pensamento humano se globalizou. Uma mudança de paradigma, nessa escala muitas vezes incompreensível da história humana. Cabe a nós tomarmos a responsabilidade pela condução desse novo tempo, de forma equilibrada e coerente. Esse é o desafio que se descortina, pois o MUNDO MUDOU.
O mundo ficou DIGITAL
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BASE TECNOLÓGICA
Linha INTEL de processadores de 80 núcleos
Alinhadas aos novos rumos da WEB, as recentes tecnologias digitais abrem a segunda década deste século, permitindo às organizações um leque de soluções jamais imaginado. Foram‐se os dias em que a Internet era vista apenas como mais uma mídia para divulgação institucional. O comércio eletrônico cresceu e ampliou as relações entre organizações e indivíduos, permeando a cada dia a aquisição de bens, produtos e serviços.
Mais recentemente, assistimos à "informação" ser expressa na internet no seu sentido mais amplo, qual seja, o da reprodução do conhecimento. Centenas de bibliotecas espalhadas pelos cinco continentes disponibilizam, hoje, na rede, versões digitais de seus acervos; instituições de ensino e pesquisa passaram a dedicar‐se à coleta e organização de dados de amplo interesse, dispondo‐os ao público através de sofisticados mecanismos de pesquisa e exibição. Seja qual for o acervo, documentos e livros ‐ raros ou não, áudio & vídeo, obras de arte, desde que de interesse público, tornar‐se‐á estrategicamente valioso, se aliado às tecnologias de difusão hoje existentes.
Muitos já são os exemplos que se manifestam na WEB, procurando a melhor forma de atrair o seu público: o famoso jornal londrino The Times foi um dos primeiros, com o site TimesOnline, dando acesso ao seu acervo arquivístico; seguindo esse exemplo, vieram o New York Time, o Washington Post, o The Wall Street Journal e muitos outros. Exemplos de sucesso, a partir de acervos extremamente valiosos.
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Quando lidamos com acervos, sejam eles formados por documentos antigos ou não,
material diverso de áudio e vídeo, obras raras etc., somos levados de forma inconsciente a
acreditar que podemos preservar além do limite da idade possível. Como já dito por Adriana
Cox Hollós, museóloga, responsável pela implantação do laboratório de digitalização do
Arquivo Nacional e coordenadora de preservação do acervo do Arquivo Nacional: "O
envelhecimento é inexorável para qualquer tipo de suporte de memória e a sua permanência é
uma impossibilidade."... "uma ilusão de eternidade".
Informação e o Suporte
Hoje, quando o assunto é digitalização, o parque tecnológico é extremamente
generoso. Há pouco menos de 30 anos, as opções se limitavam a um scanner de mão com
resolução que não ultrapassava a marca de 96 dpi; gravadores externos de CD‐ROM,
demasiadamente lentos e com capacidade inferior a 1 megabyte; discos rígidos incapazes de
armazenar mais de 20 megabytes de dados; monitores cuja definição não permitia nada além
256 cores, simultaneamente.
Nos dias atuais, é possível adquirir uma máquina digital de 12 megapixels, na esquina
mais próxima, por pouco menos de 100 dólares; ainda nessa faixa de preço é possível comprar
um monitor LCD de 22 polegadas, 8 gigabytes de memória RAM, ou mesmo um disco rígido de
1 terabyte. Tecnologia para permitir capturar, tratar e armazenar nada menos do que meia
centena de milhares de imagens com o tamanho de 20 megabytes cada uma.
Entretanto, ainda são poucos os acervos digitais disponíveis no Brasil, apesar do
crescimento acentuado dos índices de expansão da Internet nos mais diversos setores.
Segundo relatórios recentes (Cetic BR; F/Nazca), 82 milhões de usuários conectados no Brasil e
desses 74 milhões com idade a partir de 12 anos.
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VALORIZANDO O CONTEÚDO
Desde que se puseram a migrar para a WEB, os acervos documentais levaram consigo metodologias e processos manuais aos quais se acostumaram. Limitando‐se às pesquisas realizadas a partir de índices previamente elaborados, passaram das fichas para os computadores, da forma como eram organizados. Produzir processos sistêmicos baseados em metodologias limitadas e ultrapassadas, definitivamente, não é a melhor solução e sim um equívoco. Hoje em dia, com o apoio de tecnologias de última geração, é possível ir muito além. É possível valorizar o CONTEÚDO como deve ser. Assim foi feito durante o processo de digitalização do acervo da Fundação D. João VI de Nova Friburgo. Mais de uma centena de milhares de páginas, de diferentes jornais, manuscritos, fotos etc., à espera de um simples argumento para devolver ao usuário tudo o que ele ansiava por encontrar. Páginas e mais páginas devidamente assinaladas apontam, com uma película verde e transparente, os resultados da pesquisa, conforme demonstra a tela seguinte.
www.djoaovi.com.br ‐ Portal de pesquisa da Fundação D. João VI
Pesquisa a partir do argumento "Lacerda"
Há poucos anos, seria necessário o uso de máscara, luvas e óculos de proteção para se debruçar sobre os originais repletos de fungos e bactérias. Um risco para a saúde, portanto, e para o próprio documento, que pouco resiste à ação do tempo e muito menos ao manuseio constante. E se assim não fosse, seria necessário pôr os olhos nas lentes das máquinas de microfilme e seguir, por metros e mais metros de acetato. Um incômodo de horas!
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Hoje, as técnicas sofisticadas para o tratamento de imagem permitem a recuperação
digital de textos, antes ilegíveis, que, quando associados aos recursos de ampliação (zoom),
tão comuns nos computadores, tornam a leitura de documentos antigos um exercício fácil e
agradável.
Antes
Depois
Documentos Impressos
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Manuscritos
Antes
Depois
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VALORIZANDO O ACERVO DENTRO DE UM CONTEXTO HISTÓRICO MAIS AMPLO
Linha do Tempo
Resgatar uma manchete jornalística extraída de um arquivo, um fato registrado em um manuscrito, ou mesmo uma simples fotografia, inserindo‐os na História em construção, é uma possibilidade imensamente mais provável e factível a partir da digitalização do acervo.
1878 1889 1900 1910 1920 1930
É criada a Companhia de
Carris Urbanos, para
servir do Centro à zona
portuária.
Fundado o Jornal
O FLUMINENSE
É proclamada a República
do Brasil.
Princesa Isabel assina a Carta Áurea pondo fim à escravidão no Brasil
A Torre Eiffel é inaugurada em Paris.
Thomas Edson inventa a lâmpada elétrica
A Companhia Jardim Botânico leva os trilhos do bonde até o bairro da Urca
Sigmund Freud publica A Interpretação dos Sonhos e funda a psicanálise.
É instituída uma lei de repressão ao anarquismo.
É construído o Palácio Tiradentes no lugar da antiga Cadeia Velha da Colônia
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
(por Maria Ana Quaglino)
Em 2018, Nova Friburgo completará 200 anos de sua criação. Dois séculos de histórias
que podem ser reconstruídas, estudadas de forma muito melhor agora. Um legado cuja
permanência se tornou possível muito além do nosso tempo. Um conjunto documental
devidamente organizado, modernizado ao máximo com o que de melhor existe em Tecnologia
da Informação, e posto ao alcance de qualquer cidadão, onde quer que ele esteja. Em especial,
ao alcance daqueles a quem dedicamos principal atenção, o Público Estudante, a geração que
aí está, mas principalmente, outras que ainda virão. Eis, então, a nossa maior motivação.
As novas tecnologias na área de computação aplicadas ao ensino e a pesquisa já nos
permitem vislumbrar tendências potencialmente revolucionárias, tanto na relação ensino‐
aprendizagem quanto nos processos de investigação em geral, inclusive no campo dos estudos
históricos. Nesse campo específico, as tendências mencionadas complementarão e
aprofundarão as grandes mudanças teórico‐metodológicas ocorridas nos últimos quarenta
anos.
Novos temas, conceitos e metodologias transformaram o campo da História, tornando‐
o mais articulado com os demais campos do conhecimento, em particular com as chamadas
“ciências humanas e sociais”, tanto as ditas “puras” (antropologia, sociologia, ciências política,
letras, psicologia) como as “sociais e econômicas aplicadas” (economia, comunicação,
arquivologia, biblioteconomia). Nesse processo, a discussão sobre conceitos como memória,
identidade e espaço, que reformulava a maneira de os historiadores e de os professores
identificarem, conceberem e realizarem o conteúdo de seus estudos e suas aulas, reverberou
para além do ambiente acadêmico. O campo da História vem contribuindo para difundir a
consciência da necessidade de preservar e de resgatar patrimônios materiais e imateriais entre
grupos sociais os mais diversos, desde que se anunciou o fim das diversidades culturais,
étnicas, em virtude da globalização econômica e do advento da internet..
Ao contrário do que se previra na década final do século passado, houve desde então,
inclusive no Brasil, uma revalorização da questão do patrimônio histórico‐cultural de grupos
sociais específicos em regiões e localidades antes definidas, muitas vezes, apenas pela sua
identidade “nacional”. Novos “centros de documentação”, “casas de cultura”, apoiados ou
não por entidades governamentais, passaram a se preocupar com a preservação da
“memória”, oferecendo aos historiadores ‐ ainda que sob condições de manutenção e de
acesso muito precárias na maioria dos casos ‐ novos objetos de estudo ou materiais (fontes
primárias) sobre os quais pudessem construir suas interpretações. Ao mesmo tempo, o
material didático (livro didático) e paradidático (documentários, exposições interativas de
museus, museus virtuais na internet), para o ensino da disciplina de História, incorporou, em
certa medida, os novos problemas em discussão dentro e fora da academia. Vale observar, no
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entanto, que as novas tecnologias de ponta da área de computação não entraram ainda no
quotidiano das escolas, principalmente nos processos de ensino‐aprendizagem, e dos arquivos
dos centros de memória.
As modernas teorias educacionais preconizam que ao estudante deve ser oferecida a
oportunidade de construir por si mesmo o caminho em direção ao conhecimento. Nessa
perspectiva, o papel do professor seria o de propiciar, sem dirigir, o apoio necessário para que
o aluno realize os seus objetivos. Levando‐se às últimas consequências tais diretrizes, é
possível perceber que a escola do futuro será uma escola de pesquisadores, com menos aulas
expositivas, menos espaços com “salas de aula” com carteiras e “quadro” para as anotações
do professor. No campo da História, já é possível prever que, no futuro, os estudantes terão
muito mais que a imaginação, imagens e textos para compreender, por exemplo, as
dificuldades enfrentadas pelos colonos suíços no primeiro ano na antiga fazenda do Morro do
Queimado. Certamente, muitas inconsistências e dúvidas antes impensadas também surgirão.
Como sabemos, empresas como a Petrobrás hoje já utilizam ambientes de imersão total para
analisar situações de risco e testar projetos de equipamentos. O que é hoje fazer “ciência”
amanhã estará ao alcance do aluno. Nesse novo contexto, é razoável pensar que caberá aos
historiadores de profissão mais sofisticadas efetuar análises, a partir de teorias, métodos e
objetos que ainda não conhecemos. Não obstante, já é possível afirmar que o perfil do
professor de História do ensino básico tornar‐se‐á no futuro o do professor universitário de
hoje, orientador de pesquisas e teses, uma vez que ensino e pesquisa tendem a se fundir. Essa
fusão atingirá todos os níveis de formação, não apenas porque as teorias educacionais assim o
recomendam e sim também porque o acesso a fontes originais—fontes primárias de todos os
gêneros ‐ via web, a popularização das teorias e dos métodos da história, bem como o
aperfeiçoamento dos instrumentos de busca aplicados diretamente a grande conjuntos
documentais, facilitarão imensamente a pesquisa. Os dias do professor de História repetidor
de conteúdos, muitas vezes vazios e sem sentido para os alunos, estão, de fato, chegando ao
fim.
Nesse projeto para o Bicentenário, temos como principal motivação auxiliar na
formação desse estudante do futuro. Queremos oferecer a ele a oportunidade de analisar o
que somos e o que julgamos relevante sobre o nosso passado, a partir do conjunto
documental do Arquivo Pró‐Memória, da Fundação Dom João VI de Nova Friburgo, coletado,
digitalizado e indexado até 2018 e, por garantia, preservado através da produção da cápsula e
suas cópias. Esse documento ‐ monumento que, pelo que contém (e também pelo que não
contém), nos define, ou seja: um grupo de pessoas e instituições da sociedade friburguense e
brasileira de hoje interessadas em preservação e memória.