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Projeto de Revitalização da Coleta Seletiva na CSN-UPV
1. RESUMO
O presente projeto tem por objetivo revitalizar a coleta seletiva que foi implantada na CSN-UPV em
2012, bem como apresentar nova visão voltada para a conscientização de boas práticas para com
o meio ambiente. Para tal fim, foi realizado estudo através de consulta à materiais usados na
implantação do projeto em 2012, às leis ambientais e às publicações no campo da psicologia no
quis diz respeito a mudança de comportamentos; também foram confeccionados novos materiais
de divulgação do projeto e realizado treinamentos e eventos sobre coleta seletiva. Devido à tais
ações e a colaboração dos funcionários já se notaram melhoras, em 2014 o índice de resíduos
destinados à coleta seletiva foi de 71%, já em 2016, ano de revitalização do projeto, o índice
alavancou para 83%.
2. INTRODUÇÃO
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), fundada em 9 de abril de 1941, foi o berço da
moderna indústria de base do Brasil. Iniciativa pioneira, a Usina Presidente Vargas, situada
no município de Volta Redonda-RJ, através de inúmeras expansões, proporcionou a oferta
crescente de produtos siderúrgicos ao nascente mercado brasileiro de bens de consumo.
Conforme advento da legislação ambiental, a UPV vem se adequando e adotando as
melhores práticas ciente de seu importante papel perante a comunidade e região. Desde
2002 a empresa possui o sistema de gestão ambiental certificado, conforme Norma
Internacional ISO 14.001. Tem-se mapeados todos os aspectos e impactos decorrentes da
atividade e instalados modernos sistemas de controle ambiental.
Um aspecto comum decorrente da atividade industrial é a geração de resíduos. A CSN
adota como premissa na gestão de resíduos a seguinte ordem de prioridade: não geração,
redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, conforme preconiza a Lei 12.305/2010 – Política
Nacional de Resíduo Sólidos.
A empresa reconhece o resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico de
valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania. Atualmente recicla 98%
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do total de resíduos gerados, que inclui reutilização interna e reciclagem por terceiros.
Apenas 2% é enviado para aterros, devidamente licenciados.
A quantidade de resíduos objeto da coleta seletiva é menor quando comparado aos
resíduos industriais gerados, porém é um programa de extrema importância com o objetivo
de estimular a mudança prática de atitudes, formação de novos hábitos e preservação dos
recursos naturais. Além disso tem-se o papel de responsabilidade social, uma vez que os
colaboradores são estimulados a praticar a coleta seletiva também em suas residências e,
assim, contribuir indiretamente com as cooperativas de reciclagem municipais. Sabe-se que
no Brasil 41% dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) coletados tem destinação inadequada,
conforme panorama divulgado pela ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública, 2014.
Considerando que a Coleta Seletiva foi iniciada em 2012, desde então houve contratação
de novos colaboradores, deterioração de coletores e alteração de contratos. Dessa forma
em 2016 verificou-se a necessidade de realizar análise crítica, a fim de traçar um plano com
ações de revitalização e conscientização de toda a UPV. A maior adesão ao programa
possibilita o ganho econômico com a comercialização dos resíduos, reduz custos com a
disposição final e aumenta a vida útil dos aterros utilizados e contribui com o ambiente da
Usina Limpa.
3. JUSTIFICATIVA
A revitalização do projeto coleta seletiva está em execução com o intuito de cumprir
demanda legal do TAC e resgatar os esforços gastos com a implantação. Além disso, a
falta de manutenção do projeto acarretou em destinação inadequada dos resíduos que
deveriam ser reciclados, diminuindo assim a vida útil de aterros e aumentando o consumo
de matéria prima. Com a retomada do projeto a empresa assume o papel de
responsabilidade social, uma vez que os colaboradores são estimulados a praticar a coleta
seletiva para além do ambiente de trabalho; há preservação dos recursos naturais; há
ganho econômico com a comercialização dos recicláveis e redução de custos com a
disposição final em aterro – aumentando assim sua vida útil; e contribui com o ambiente da
Usina Limpa.
Portanto, este projeto é relevante por seu caráter informativo e sugestivo; e por apontar
medidas de preservação do meio ambiente, que reforçam a qualidade de vida
biopsicossocial dos indivíduos.
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4. OBJETIVO
Revitalizar o Projeto Coleta Seletiva através da mudança na prática de atitudes e na
formação de novos hábitos com relação à reciclagem, diminuindo assim a quantidade de
resíduos destinados à aterros e consequentemente, aumentando a venda dos recicláveis.
5. METAS
Verificar adequabilidade da periodicidade da coleta;
Verificar adequabilidade da disposição de coletores e gaiolas;
Realizar evento de comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente para start up da
campanha;
Retomar dos treinamentos com foco na conscientização, abordando além da coleta
seletiva os impactos ambientais;
Realizar treinamentos de acordo com a disponibilidade das áreas, abrangendo os
funcionários do administrativo e dos turnos;
Orientar os novos funcionários no momento da Integração;
Realizar campanha nos restaurantes, acompanhando e orientando os funcionários
no momento do descarte de seus resíduos;
Readaptar o material informativo;
Divulgar a campanha através dos meios de comunicação corporativos (TV’s, Chama,
descanso de tela dos computadores);
Realizar indicadores de desempenho a ser divulgado para todas as áreas
mensalmente.
6. PRODUTOS
Plano de Educação Ambiental, por meio do qual, o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente.
Aumento do envio de resíduos para o programa de coleta seletiva e,
consequentemente, redução de resíduos enviados para aterro.
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7. METODOLOGIA
Para a revitalização do projeto teve-se que pesquisar quais foram as condições da
implantação e como elas se seguiram até então. A partir daí foi realizada análise crítica e
adotadas novas maneiras de abordagem para a campanha coleta seletiva, bem como
produção de novos materiais e realização de eventos voltados para a ação e elaboração
de indicador detalhado para evidenciar o índice da coleta seletiva no decorrer dos meses.
Implantação
Em 2012, para a implantação do projeto coleta seletiva foram necessários estudo,
diagnóstico, planejamento e monitoramento.
A equipe de meio ambiente realizou treinamento e conscientização por metodologia em
cascata, ou seja, treinou as contrapartes de meio ambiente das áreas e estas repassaram
as informações para os colaboradores sob sua responsabilidade. A apresentação foi feita
através de Folder para todos os colaboradores, com recolhimento de assinatura para
evidenciar o treinamento. As informações passadas foram sobre a disposição dos resíduos
nos coletores de acordo com suas cores (azul – papel, vermelho – plástico, amarelo – metal,
verde – vidro, cinza – não-reciclável, marrom – orgânico, laranja – pilhas e baterias); as
vantagens da coleta seletiva e reciclagem; e curiosidades como tempo de degradação de
alguns materiais.
Foram distribuídos pela CSN-UPV diversos tipos de coletores de acordo com a necessidade
de cada área. Nos coletores eram utilizados sacos plásticos coloridos de acordo com as
cores da coleta seletiva – azul, vermelho, amarelo, verde, marrom e preto. Os sacos eram
identificados com etiqueta contendo informações sobre o tipo de resíduo, qual a área
geradora, o ramal e o nome do responsável pela área e a data de descarte.
A responsabilidade por manusear os sacos (retirada dos coletores para a gaiola/caçamba)
era da empresa de limpeza, e a empresa de transporte era responsável pelo
descarregamento das gaiolas/caçambas, destinando os recicláveis para o Entreposto de
Recicláveis e o lixo social para Aterro Classe II.
Para analisar o resultado da coleta seletiva era realizado um indicador quantitativo mensal
em toneladas de resíduos gerados, segregados e descartados à nível UPV.
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Revitalização
Apesar da implantação do projeto, a situação da coleta seletiva na UPV não tem sido ideal,
pois existem muitos coletores degradados, com excesso de resíduo e mau segregados,
além do aumento do quadro de funcionários, dificultando a abrangência de todos na
orientação quanto a coleta seletiva pela equipe do Meio Ambiente atual.
Figura 1 – Coletores e gaiolas utilizados de forma errada e em mau estado de conservação.
Devido aos problemas citados acima, foram contratadas 03 estagiárias (01 de Engenharia
Ambiental e 02 de Psicologia) especificamente para o auxílio na retomada do projeto, com
o intuito da revitalização e promoção de novas ações sobre a Coleta Seletiva. Para tanto
se trabalhou com a interdisciplinaridade, juntando os saberes da Psicologia no que envolve
a conscientização e o comportamento humano com o conhecimento técnico da Engenharia
Ambiental.
A equipe formada por estagiárias coordenada pelo setor de Gestão de Resíduos da
Gerência de Meio Ambiente da UPV, realizou análise crítica da situação atual e elaborou
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um fluxograma de coleta seletiva, para apontar os envolvidos bem como suas
responsabilidades no processo.
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Fluxo da Coleta Seletiva
Geração de Resíduos Descarte dos resíduos
em coletor próprio Resp.: Todos os colaboradores
Recolher, Identificar e Transportar os sacos para
armazenamento temporário Resp.: Empresa contratada I
Recolher os sacos de recicláveis e armazenar
temporariamente em gaiola Resp.: Empresa contratada I
Descarregamento das gaiolas e Transporte até o Entreposto de Recicláveis Resp.: Empresa contratada II
Recebimento e pesagem dos resíduos coletados
Resp.: Entreposto de Recicláveis
Contabilização dos sacos para realização de
Indicador Resp.: GOAR
Separação dos sacos Resp.: Entreposto de
Recicláveis
Sacos segregados Resp.: Entreposto de
Recicláveis
Nova pesagem Picotagem/Prensa Resp.: Entreposto de
Recicláveis
Venda Resp.: Gerência de Vendas
Especiais – GVS
Sacos não segregados Resp.: Entreposto de
Recicláveis
Caçamba Resp.: Entreposto de
Recicláveis
Recolher os sacos de não recicláveis e orgânicos e
armazenar temporariamente em caçamba
Resp.: Empresa contratada I
Descarregamento das gaiolas e Transporte até
Aterro Classe II Resp.: Empresa contratada III
Aterro Classe II Resp.: Empresa contratada III
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Após a elaboração do fluxo e reuniões com principais envolvidos, foram verificados
problemas como conflitos de informações a respeito do descarte de resíduos; falta de
conscientização e comprometimento por parte da grande maioria dos colaboradores;
diminuição da divulgação da coleta seletiva; falta de recursos materiais; diminuição da
frequência do recolhimento dos resíduos bem como a rota dos pontos de coleta
desatualizado, como podemos observar no Quadro 01 abaixo.
Item Problema identificado Plano de ação
Coletores
Coletores sujos, abarrotados, em
mau estado de conservação e com
sacos plásticos errados
Inserir cláusula no contrato
das empresas prestadoras
sobre manutenção dos
coletores.
Descarte dos
resíduos Má segregação
Conscientização através de
palestras sobre a preservação
do meio ambiente, com o
intuito de promover a
mudança de comportamento.
Recolhimento,
Identificação e
Transporte dos
sacos para
armazenamento
temporário
Não há cláusula sobre a
identificação de sacos no contrato da
empresa prestadora.
Recolhimento indevido (alguns
contratados misturam os resíduos
recicláveis com não-recicláveis num
saco preto e destinam para a
caçamba).
No ato da renovação de
contato, revê-lo e acrescentar
cláusulas para atender tais
necessidades.
Treinamento sobre como
identificar e destinar os sacos.
Descarregament
o das gaiolas e
transporte até o
Entreposto de
Recicláveis
Cronograma de recolhimento
insuficiente e rota desatualizada.
Diminuir a quantidade de
coletores em vias públicas.
Acrescentar as áreas faltantes
na rota de recolhimento.
Descarregament
o das caçambas
e transporte até
Aterro Classe II
Recolhimento indevido (alguns
contratados recolhem os sacos da
gaiola que deveriam ser destinados
ao Entreposto de Recicláveis).
Orientar sobre recolhimento
correto e quando não o fizer
haver punição.
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Indicador de
Resíduos da
Coleta Seletiva
Indicador superficial (quantidade de
toneladas segregadas e descartadas
por mês), a nível UPV.
Realização de indicador de
desempenho, contendo a
quantidade de resíduo
aproveitado e descartado de
cada gerência e a quantidade
de sacos não identificados.
Quadro 1 – Evidências e Plano de Ação.
Coletores de Resíduos
Para que a coleta seletiva aconteça é necessário que haja coletores e que sejam dispostos
em lugares adequados. Na implantação do projeto, em 2012, foram disponibilizados mais
de 4000 mil coletores por toda UPV, contabilizando os localizados nos escritórios e nas vias
públicas.
Com a crise financeira em que o país se instalou, os recursos diminuíram, logo o fluxo da
coleta seletiva foi afetado, pois o recolhimento dos resíduos que era realizado por 02
caminhões passou a ser feito somente por 01, diminuindo assim a frequência de coleta.
Diante da insuficiência de recolhimento dos resíduos dos coletores de vias públicas foi
realizada uma análise da disposição dos mesmos, com o intuito de retirar alguns coletores
dos locais onde o fluxo de pessoas é menor ou que até mesmo não há fluxo e/ou realocar
estes coletores para áreas de maior fluxo.
A equipe da coleta seletiva realizou um levantamento pela UPV e mapeou com GPS todos
os coletores de 50 litros e gaiolas (contentores para armazenamento temporário de
resíduos recicláveis) que estavam dispostos em vias públicas. Foram localizados 63
conjuntos de coletores e 30 gaiolas, esses dados foram lançados no software Google Earth
e disponibilizado no sistema interno para que haja controle mútuo das partes (Gerência de
Meio Ambiente e suas contrapartes nas diversas áreas).
Este levantamento foi de suma importância, pois serviu para a adequação da rota de
recolhimento dos resíduos de coleta pela empresa responsável, melhorando assim o
serviço prestado, diminuindo as reclamações sobre excesso de resíduos nos coletores.
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Conscientização dos Colaboradores
Divulgação
Em maio de 2016 foi realizada uma parceria com o setor da Comunicação Interna da UPV,
que cedeu camisas personalizadas com o tema coleta seletiva para os envolvidos no
projeto e criou um slogan para o projeto a ser divulgado nas TV’s dos restaurantes, no
Chama (documento de divulgação diário) e nos descansos de tela dos computadores
corporativos.
A divulgação através dos meios de comunicação comuns é um auxílio na tarefa de
conscientização por conseguir atingir maior número de funcionários.
Figura 2 – Divulgação no Chama e camisa personalizada.
Dia Mundial do Meio Ambiente – 05 de junho de 2016
A campanha de conscientização sobre coleta seletiva teve seu início em junho de 2016,
aproveitando a comemoração do dia Mundial do Meio Ambiente a GGMB proporcionou um
evento, com a realização de palestras referentes ao tema e uma dinâmica sobre coleta
seletiva, onde os participantes que acertavam o local de descarte dos resíduos
representados por cartões, ganhavam como brinde uma muda originária da Mata Atlântica,
a fim de incentivar as práticas ambientais e divulgar o projeto.
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Figura 3 – Fotos tiradas no evento de comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente
Campanha de Conscientização nos Restaurantes
Com o start da apresentação do tema coleta seletiva no evento em comemoração ao dia
mundial de meio ambiente, que teve participação relevante do público que saía dos
restaurantes, percebeu-se que existiam muitas dúvidas quanto ao descarte, portanto foi
iniciado uma campanha de abordagem direta com os colaboradores no interior dos
restaurantes durante o horário de almoço.
Para tal foram identificados os coletores e a sua disposição; os tipos de resíduos gerados
nos restaurantes e as principais falhas e dúvidas dos colaboradores no momento do
descarte. Alguns restaurantes não possuíam os coletores nas cores adequadas (Vermelho
para plástico e Branco para não-recicláveis) e nem orientação de descarte. Portanto, foram
confeccionadas etiquetas adesivas contendo informações ilustrativas sobre o descarte
correto dos resíduos gerados.
A abordagem era realizada próxima aos coletores, orientando os colaboradores um a um
sobre o descarte correto. Foram atingidos mais de 6.000 mil colaboradores em 12
restaurantes.
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Figura 4 – Etiqueta informativa quanto a segregação dos resíduos gerados nos restaurantes.
Figura 5 – Antes e depois dos coletores (nova disposição e colocação de adesivos informativo).
Figura 6 – Campanha no Restaurante 06.
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Cronograma da Campanha nos Restaurantes
Semana Restaurante Público
Início Retorno
06 - 10 jun. 17 jun. 11 524
13 - 16 jun. - 8 348
20 - 23 jun. 01 jul. 3 696
27 - 30 jun. 08 jul. 4 (Empreiteiras) 864
04 - 07 jul. 11 jul. 1 1008
12 - 15 jul. 22 jul. 6 883
18 - 21 jul. 29 jul. 9 485
25 - 28 jul. 05 ago. 10 331
01 - 04 ago. 12 ago. 5 469
08 - 11 ago. 19 ago. 12 375
15 - 18 ago. 26 ago. 7 418
12 - 15 set. 23 set. 4 (Salão CSN) 341
Total público atingido 6.742
Tabela 1 – Cronograma da Campanha realizada nos Restaurantes.
Orientação na Integração
Todos os colaboradores que ingressam na UPV passam por uma semana de integração
com a empresa, sendo um momento dedicado ao Meio Ambiente, onde são passadas
informações sobre os controles ambientais, equipamentos utilizados, monitoramentos
realizados e sobre o papel do colaborador com o meio ambiente, todos devem estabelecer
uma relação de preservação e conservação do meio ambiente dentro do local de trabalho.
Um dos temas abordados é a pratica da Coleta Seletiva no local de trabalho e nas áreas
de convívio comum, como restaurantes, lanchonetes e vias públicas.
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Figura 7 – Fotos da Integração de novos funcionários.
Treinamentos sobre a importância da Coleta Seletiva
Como parte fundamental do projeto, os treinamentos são ministrados em salas com auxílio
de recursos audiovisual, em que o objetivo é a conscientização ambiental dos
colaboradores.
No período da implantação o material de trabalho eram folders que continham informações
sobre as cores dos coletores e o que neles deviam ser descartados e o tempo de
degradação de alguns materiais. Já nos treinamentos atuais são apresentadas informações
mais amplas e de caráter educativo, são abordados: a importância da preservação do meio
ambiente, os impactos causados pelas ações negativas do homem, os benefícios obtidos
com a coleta seletiva/reciclagem e como ela deve ser praticada dentro e fora da UPV, e são
mostrados os índices de descarte e aproveitamento dos resíduos gerados.
Os treinamentos iniciaram em agosto de 2016, e abrange todos os colaboradores, de
acordo com a disponibilidade das áreas. Até março de 2017 participaram dos treinamentos
mais de 1.000 funcionários de 20 áreas diferentes.
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Figura 8 – Apresentação de Conscientização sobre e Meio Ambiente com foco em Coleta Seletiva.
Orientação das empresas participantes do fluxo da Coleta Seletiva
Foram realinhadas informações junto às contratadas que prestam serviço de limpeza e
transporte referente a coleta seletiva.
A empresa de limpeza é responsável pelo recolhimento, identificação e transporte dos
sacos plásticos de resíduos até o armazenamento temporário. A identificação é feita com
caneta permanente nos sacos de resíduos recicláveis (plástico, papel, metal e vidro)
apontando as siglas da gerência geral e respectiva gerência geradora. Em seguida os sacos
de resíduos recicláveis são dispostos em gaiolas e os não-recicláveis e orgânicos em
caçambas.
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As empresas de recolhimento de resíduos são responsáveis pela retirada dos sacos das
gaiolas e caçambas e transporte até o Entreposto de Recicláveis e Aterro Classe II,
respectivamente.
A equipe da coleta seletiva atua como um intermediário entre as gerências e as empresas
citadas acima, recebendo reclamações, denúncias, sugestões e elogios.
Mutirão Usina Limpa
Seguindo o exemplo de áreas destaques em coleta seletiva, as Gestões de Resíduos
juntamente com a Equipe de Coleta Seletiva da GGMB protagonizaram em março de 2017
um mutirão, contando com a colaboração das gerências GIL (Gerência Interna de Logística)
e GDI (Gerência de Desenvolvimento Industrial) e suas contratadas.
A ação foi realizada nas vias públicas da zona leste da usina, sendo recolhidos os resíduos
que estavam jogados ao chão, canteiros e na grama. Cerca de 50 sacos de 60L de resíduos
foram lotados com os resíduos encontrados, que foram enviados ao Entreposto de
Recicláveis.
Figura 9 – Fotos do Mutirão Usina Limpa na zona leste da UPV.
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Indicador de Coleta Seletiva
Para avaliar a eficácia do projeto, foi retomada a elaboração do indicador de desempenho
das áreas. A medição consiste em um acompanhamento diário dos resíduos que chegam
ao Entreposto de Recicláveis, que são classificados quanto à sua segregação e
identificação.
Posteriormente são elaborados gráficos com o desempenho de cada gerência e os mesmos
são enviados mensalmente às contrapartes de meio ambiente, para que cada um tome
providências para melhorar seu indicador.
O indicador vem sendo realizado desde maio de 2016 e nota-se um crescente nos índices
de segregação.
Figura 20 – Planilha de preenchimento diário dos sacos de resíduos que chegam ao Entreposto de
Recicláveis.
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Figura 31 – Apresentação enviada às contrapartes de meio ambiente (índice de aproveitamento e descarte
de resíduos em toneladas e percentual correspondente).
Os índices absolutos da geração de resíduos dos anos de 2014 e 2015 são menores
relativos aos de 2016 e 2017 devido a menor produção e redução do número de
funcionários.
8. PÚBLICO BENEFICIADO
Com a execução da ação ambiental e a aderência dos funcionários, o público diretamente
beneficiado é o da própria UPV, mas como o caráter do projeto é de conscientização,
estima-se que o público beneficiado seja ao menos regional.
9. EQUIPE TÉCNICA
Para a realização do projeto de revitalização da coleta seletiva contou-se com a
participação da Gerência Geral de Meio ambiente, disponibilizando a equipe de Gestão de
Resíduos que é composta por 1 coordenador, 2 analistas, 1 estagiária de meio ambiente e
2 estagiárias de psicologia.
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10. VALOR
Para a realização da revitalização do projeto coleta seletiva houve investimento financeiro
na contratação de 03 estagiárias dedicadas ao projeto (gasto médio de R$ 45.000,00); na
confecção de camisas personalizadas com o tema coleta seletiva e com transporte para os
locais dos treinamentos a serem realizados. Dispôs-se de materiais de escritório (folhas,
impressão, canetas, fita adesiva, papelão, sacos plásticos, etc.) para a confecção de
material informativo e de divulgação do setor da Comunicação.
11. PRAZO
Durante a análise crítica do projeto, foi realizado um cronograma a fim de estabelecer o
início e prazos para as etapas do projeto, como demonstrado na tabela a seguir.
Ações 2016 2017
A M J J A S O N D J F M A M J
Contrato de
estagiárias
Análise Crítica do
Programa
Divulgação do
Projeto
Campanha nos
Restaurantes
Treinamentos nas
Áreas
Integração sobre
Coleta Seletiva
Indicador de
Desempenho das
Áreas
Verificação da
disposição de
coletores
Tabela 2 – Cronograma do Projeto de Revitalização da Coleta Seletiva.
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12. RESULTADOS
O maior benefício possibilitado pela coleta seletiva dentro da CSN-UPV foi o ganho
ambiental que a empresa adquiriu, deixando de descartar resíduos com potencial de
reciclagem e contribuiu com a diminuição de extração de matéria-prima e todos os seus
impactos negativos, além da diminuição de gastos com a disposição de resíduos em aterro,
gerando um faturamento de R$3.000,00 aproximadamente por mês. Se a coleta seletiva
não fosse praticada, teríamos um gasto de R$1.750,00 aproximadamente mensal.
Os resultados positivos refletem no dia-a-dia das pessoas que foram conscientizadas e que
propagam as boas práticas ambientais por onde passam. Na CSN-UPV a média de
resíduos recicláveis que são aproveitados (de acordo com o processo de reciclagem
interna) e vendidos é de 83% ao mês no ano de 2016. Percebe-se um aumento considerável
na coleta seletiva comparando as médias de 2014, 2015, 2016 e 2017).
Figura 42 – Resultados obtidos com a campanha de coleta seletiva
A implantação da coleta seletiva é um meio simples e econômico de garantir a
sustentabilidade do meio e ainda possibilitar condições de desenvolvimento
socioeconômico voltado para a conservação ambiental.
Méd 2014Méd 2015
Méd 2016Méd 2017
71 73 8385
%
Resíduos destinados à Reciclagem
Méd 2014 Méd 2015 Méd 2016 Méd 2017
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13. REFERÊNCIAS
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2014. Disponível em: <http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2014.pdf>. Acesso em: 04 de fevereiro de 2017. BRASIL. Lei n.º12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduo Sólidos. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636>. Acesso em: 25 de janeiro de 2017.
Glacyane Cursino Fernandes de Almeida