Projeto de Pesquisa - George Lucas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: PESQUISA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO PROF. LEONARDO BRUNO ALUNO: GEORGE LUCAS SILVA CARVALHO PROJETO DE PESQUISA A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO DIRCEU TERESINA 2014

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Projeto de Pesquisa sobre a violência nas escolas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS

DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: PESQUISA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

PROF. LEONARDO BRUNO

ALUNO: GEORGE LUCAS SILVA CARVALHO

PROJETO DE PESQUISA

A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO DIRCEU

TERESINA

2014

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GEORGE LUCAS SILVA CARVALHO

A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO DIRCEU

Trabalho apresentado como requisito para a

obtenção da 3ª nota da disciplina Pesquisa

aplicada à Administração sob a orientação do

Prof. Leonardo Bruno.

TERESINA

2014

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3

2-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 5

2.1-HIPÓTESE DE TRABALHO ......................................................................... 6

3-OBJETIVOS .................................................................................................... 7

4-METODOLOGIA ............................................................................................. 8

5-CRONOGRAMA .............................................................................................. 9

6-ORÇAMENTO ................................................................................................. 10

7-BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 11

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1) INTRODUÇÃO

A violência atualmente é uma das principais preocupações da sociedade,

atingindo a vida e a integridade física e psicológica das pessoas, mas principalmente

dos jovens, os grandes autores e vítimas dessa prática. Ela já está enraizada na

vida de milhares de pessoas que convivem cotidianamente com ela e acham até

certo ponto comum se deparar com casos de violência dentro de escolas. A visão de

que as escolas públicas são seguras e tranquilas já desmoronou há algum tempo.

Muitos adolescentes vão para a escola, às vezes, sem saber se voltarão para casa

na mesma condição física que foram.

O fenômeno da violência nas escolas também já é visível de forma clara e

significativa em vários outros países, onde já foram contabilizados inúmeros casos

de atos violentos tendo como palco as escolas e como protagonistas os alunos e

professores. Essas ocorrências podem ser comprovadas pelas notícias da imprensa

mundial e nacional

Esse tema não é relativamente novo, já existem estudos feitos sobre a

violência escolar desde 1950 nos Estados Unidos. Porém, com o passar do tempo,

foi ganhando traços mais graves e transformando-se em um problema social

realmente preocupante. A violência está constantemente presente na vida dos

jovens que estudam em colégios públicos, local este que tem se tornado um lugar

cada vez mais hostil e perigoso na medida que o tempo passa. São inúmeros os

relatos de ameaças de morte, brigas que terminam de maneira trágica, entre outros.

A publicação e divulgação de vídeos por meio do YouTube e do WhatsApp tem se

tornado práticas comuns e são fáceis de encontrá-las na internet. Desse modo, é

provável que, em maior ou menor grau, todos os estudantes já presenciaram ou

ouviram falar de um caso do gênero.

Em Teresina, esse fenômeno já é uma realidade concreta na vida de vários

jovens, principalmente daqueles que estudam em escolas públicas do Dirceu,

localizado na região sudeste da capital, onde tem ocorrido um grande número de

práticas violentas. É comum vermos e ouvirmos pais, professores e jovens

conversando sobre episódios de brigas dentro dessas instituições enquanto passeia

pelas ruas ou estabelecimentos da cidade.

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Quais as principais influências que levam os jovens das escolas públicas do

Dirceu a praticarem esses atos violentos? Essa é uma das principais questões para

se compreender os grandes fatores para a ocorrência da violência nessas escolas.

Através desse estudo, será possível elaborar ações de enfrentamento a

violência dentro das instituições de ensino, como também, contribuir para a

diminuição de ocorrências da violência, incivilidades e a indisciplina no contexto

escolar. Para isso, faz-se necessário refletir e discutir conceitos, distinções e

características das violências ocorridas nessas escolas, a fim de encontrar as

principais causas que provocam essas práticas no meio desses jovens.

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2) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E HIPÓTESE DE TRABALHO

A violência é um fenômeno social bastante presente em grande parte da

humanidade e seu significado varia de acordo com o contexto sócio-histórico, com

as normas e valores próprios da cultura de cada organização social. Não há, como

afirma Michaud (1989), “discurso nem saber universal sobre a violência: cada

sociedade está às voltas com a sua própria violência segundo seus próprios critérios

e trata seus próprios problemas com maior ou menor êxito”.

Não podemos definir violência de específica e isolada de contextos e

situações particulares, ou seja, há inúmeras abordagens diferenciadas e pontos de

vistas distintos de como poderíamos interpretar esse fenômeno, por isso, podemos

afirmar que existem violências de diferentes perspectivas do apenas a violência.

Bartolomé Sorge (1993, p.09) destaca o uso da força e da violação de um

direito de todo cidadão, ou seja, para ele, a violência se configura quando há

O uso injusto da força física, moral e psicológica – com a finalidade

de privar um ser humano do seu legítimo direito à vida, à saúde e

à liberdade. (. .) Quando o homem é impedido de ter uma opção

livre, quando é obrigado a fazer o que é contrário a

sua vontade, ideais e interesses.

Para Michel Maffesoli, apud Llana Laterman (2000), esse é um fenômeno

ligado a toda formação social estando sempre presente em qualquer relação

humana, sendo pela sua constante presença criada a necessidade de negociação,

do estabelecimento de normas de convivência e estrutura social, portanto, “a

violência pode ser indesejável, mas é exatamente, por sua presença permanente e

desagregadora que a sociedade se organiza”. (p.30).

Através dessa pesquisa, será possível saber, até certo ponto, quais são os

fatores que levam jovens a praticarem atos violentos dentro das escolas, mas nesse

momento já podemos criar algumas hipóteses que poderiam ser grandes fatores que

contribuem para esse fenômeno e um deles é a banalização da violência no meio da

sociedade. Áurea Guimarães (1996), constatou que a sociedade ignora práticas

agressivas, agressões físicas e verbais praticadas por alunos. Para eles, são

atitudes normais da idade, comum a todo jovem. Luiza Mitiko Camacho (2001),

salienta que essa banalização de práticas violentas leva à insensibilidade com o

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sofrimento, e além disso, também levará ao desrespeito e a invasão do espaço do

outro, trazendo ainda mais violência para dentro das escolas.

A escola foi por muito tempo considerada a segunda casa do adolescente, um

local seguro e tranquilo onde ele poderia se tornar um cidadão consciente, onde

aprenderia os princípios de uma boa convivência na sociedade. Essa instituição

ainda cumpre boa parte de seus objetivos mas deixou há muito tempo de ser um

lugar seguro. A prática da violência dentro das escolas tem se tornado um tema

consolidado que ainda necessita de bastante estudo para se compreender a sua

amplitude. Eric Debarbieux e Catherine Blaya (2002) fizeram a respeito desse tema

e constataram através de relatos de vário autores que esse fenômeno vem

ocorrendo em vários países europeus No Brasil, estudos como esses ainda são

bastante incipientes e restritos, como constatou Sposito (2001). Segundo ela, (...)

“não há, ainda, grupos de pesquisadores que busquem traçar um programa conjunto

de investigações, abrangendo cidades e situações sócio-culturais diferentes em todo

o país”. (p.85)

Sposito ainda ressalta que algumas práticas violentas feitas por adolescentes

podem ter como causa a contrariedade deles a respeito dos valores transmitidos

pela instituição da qual estudam, os quais não respondem as suas expectativas e

necessidades concretas. Para ela,

Práticas pedagógicas que acenem apenas com incertas

possibilidades de melhoria para o futuro não são suficientes

para construir relações significativas coma escola. Na falta de outras

referências, a indiferença e a violência serão respostas frequentes e

banalizadas expressões parciais da crise que atinge os sistemas

escolares. (p.73).

Podemos perceber que a violência em escolas públicas brasileiras ainda é um tema

que necessita de maiores estudos e análises aprofundadas a respeito da

multiplicidade dos aspectos da violência e suas especificidades. Muitas causas

podem estar relacionadas à violência, hipoteticamente, um deles pode ser a relação

aluno-professor. A convivência entre eles nem sempre é de harmonia e

tranquilidade, existe uma relação de poder entre eles, na qual a violência simbólica é

sempre utilizada como forma de controle social.

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3) OBJETIVOS

1. GERAL

a. Identificar os fatores que levam os jovens das escolas públicas

do Dirceu a praticarem atos violentos.

2. ESPECÍFICOS

a. Compreender a realidade social vivida por esses jovens no

bairro Dirceu.

b. Avaliar o impacto da violência no ensino-aprendizagem desses

jovens.

c. Identificar e analisar as percepções dos alunos a respeito da

violência na escola.

d. Identificar os mecanismos adotados de prevenção, redução e

erradicação da violência.

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4) METODOLOGIA

Neste trabalho, será usado o método de pesquisa em campo, aplicando

questionários fechados a alunos, pais e professores; entrevistas em grupos focais

com alunos, pais e professores. Estas técnicas visarão conhecer as magnitudes e as

realidades sociais vividas por cada um deles que assistem e, às vezes,

protagonizam esses episódios de violência nas escolas.

O grupo focal é uma técnica de entrevista na qual os membros do grupo

narram e discutem visões e valores sobre eles próprios e o mundo que os rodeia.

Frequentemente usado nas Ciências Sociais para buscar uma resposta aos

“porquês” e “como” dos comportamentos. O grupo focal vem-se mostrando uma

estratégia privilegiada para o entendimento de atitudes, crenças e valores de um

grupo ou de uma comunidade relacionada aos aspectos específicos que se

pesquisa.

Será necessário visitar cada escola e aplicar os métodos e as técnicas para

se conseguir fazer a identificação dos fatores de influência da violência e analisar

cada opinião para se fazer as devidas conclusões.

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5) CRONOGRAMA

ATIVIDADES/MESES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Pesquisa bibliográfica

Elaboração dos critérios

de análise

Elaboração dos

questionários

Pesquisa em campo nas

escolas públicas

Análise interpretativa dos

resultados

Elaboração do relatório

final

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6) ORÇAMENTO

ELEMENTOS DE DESPESA VALOR

Consumo de material de escritório R$400,00

Remuneração de Pesquisadores R$2.000,00

Transporte entre as escolas R$200,00

Equipamento e Material permanente R$2.000,00

Valor total R$4.600,00

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7) BIBLIOGRAFIA

ABRAMOVAY, M; RUA, Mª das G. Violência nas Escolas. Brasília:

UNESCO, 2002

DEBARBIEUX, Éric; RÉVOLTE, Khadija; BLAYA, Catherine. et. al. Desafios e

alternativas: violências nas escolas. Brasília. UNESCO, UNDP, 2003.

ABRAMOVAY, Mirian (Coord). Cotidiano das escolas: entre violências.

Brasília:

UNESCO, 2005.

SORGE, B. A violência. São Paulo: Loyola, 1993.

MICHAUD, I. A violência. Tradução: L. Garcia. São Paulo: Ática, 1989.

GUIMARÃES, Á, Mª. A dinâmica da violência escolar. Campinas: Autores

Associados, 1996.

CAMACHO, L.M. Y. As sutilezas das faces da violência nas práticas escolares

de adolescentes. Cadernos de Pesquisa, v. 27,

n.01, p.123­140, jan/jun. 2001.