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FRANCIS DUBÈ ESTUDOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS COM Eucalyptus sp. NO NOROESTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS: O CASO DA COMPANHIA MINEIRA DE METAIS Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Ciência Florestal, para obtenção do título de Magister Scientiae”. VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL NOVEMBRO - 1999

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FRANCIS DUBÈ

ESTUDOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DE SISTEMAS

AGROFLORESTAIS COM Eucalyptus sp. NO NOROESTE DO ESTADO

DE MINAS GERAIS: O CASO DA COMPANHIA MINEIRA DE METAIS

Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Ciência Florestal, para obtenção do título de “Magister Scientiae”.

VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL

NOVEMBRO - 1999

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FRANCIS DUBÈ

ESTUDOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DE SISTEMAS

AGROFLORESTAIS COM Eucalyptus sp. NO NOROESTE DO ESTADO

DE MINAS GERAIS: O CASO DA COMPANHIA MINEIRA DE METAIS

Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Ciência Florestal, para obtenção do título de “Magister Scientiae”.

APROVADA: 25 de julho de 1999.

Prof. Rasmo Garcia Prof. Geraldo A. de Andrade Araújo (Conselheiro) (Conselheiro)

Prof. Helio Garcia Leite Prof. Márcio Lopes da Silva

Prof. Laércio Couto (Orientador)

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Aos meus pais, Suzanne e Gilles.

À Hélène, minha única irmã.

Ao Félix e Vincent, meus sobrinhos.

Ao Rev. Pe. John Kim Badka, meu amigo.

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AGRADECIMENTO

A Deus, todo poderoso, magnífico criador do nosso universo.

Aos meus pais, Suzanne e Gilles, pelo amor, pelo apoio, pelo incentivo,

pelo sacrifício e pela dedicação constantes ao longo da minha vida.

À minha irmã, Hélène, ao meu cunhado, Gilles, e aos meus padrinhos,

Raymond e Rachel, pelo amor e apoio de sempre.

Ao professor Laércio Couto, pela segura orientação, pelos ensinamentos,

pela experiência transmitida, pela consideração e pela grande oportunidade de

convivência.

Aos professores Márcio Lopes da Silva, Rasmo Garcia, Geraldo Antônio

de Andrade Araújo e Helio Garcia Leite, pela oportunidade de convivência, pelo

estímulo e pelas críticas e sugestões.

À CMM-Companhia Mineira de Metais, nas pessoas dos engenheiros

florestais Luciano Lage Magalhães, Vicente de Paula Silveira, Raul Nogueira

Melido e Arnaldo Cardoso e do técnico agropecuário Wagner, pelo apoio e

fornecimento de dados necessários para a realização deste estudo.

Ao professor Luiz Carlos Couto, pela amizade, pelo encorajamento e

pela ajuda constante, sem a qual a minha vinda ao Brasil não teria sido possível.

Aos professores Alexandre Santos Pimenta, Carlos Antônio Moreira

Leite, Carlos Cardoso Machado, Elias Silva, José Gabriel de Lelles, José Mauro

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Gomes, Sebastião Renato Valverde e Vidar J. Nordin, pela amizade, atenção e

agradável convivência.

Ao Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de

Viçosa, pela única oportunidade de realizar o curso neste país.

Aos funcionários do Departamento de Engenharia Florestal, em especial

a Ritinha, Chiquinho, José Mauro, Graça, Imaculada, Jamile, Paulo e Tadeu, pela

simpatia e pelo cordial convívio.

À Fondation d’Éducation Globale Laflamme, pela ajuda financeira

concedida no início do Mestrado.

Aos amigos Ana Márcia, Badka, Cacá, Carlos Antônio do Nascimento

Santos, Carlos Gondim, Jandir e Nelsa Zanchet, Javier Gonzaléz Molina, Jules

Marcelo Brum da Silveira, Lídia Maria Lopes, Louis Courtemanche, Loiola e

Jeane, Lucrécia, Márcia Mascarenhas, Cristina Tavares, Mônica Ribeiro Pirozi,

Enivaldo e Gislaine Minette, Otto Viana Pessôa de Mendonça, Raquel Franco,

Roberta Paulino, Valdone Domingos Rabelo, Wagner Aldeir Bastos e Yvonne

Sangster.

Aos colegas e amigos do DEF, em especial a Alcides Gatto, Fernando

Silveira Franco, Ivar Wendling, Gilson Fernando da Silva, Sebastião Lourenço

de Assis Júnior, Mariângela Vidal e Omar Daniel, pela bela convivência durante

este curso.

A todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a

realização deste trabalho.

Enfim, ao povo brasileiro, pela incrível hospitalidade, gentileza e

simpatia, sem as quais não teria sido possível minha integração neste lindo país!

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BIOGRAFIA

FRANCIS DUBÈ, filho de Gilles Dubè e Suzanne Laplante Dubè,

nasceu em Montréal, Província de Québec, Canadá, em 30 de maio de 1972.

Realizou seu curso colegial em Québec, no “Petit Séminaire de Québec”.

Em 1991, ingressou no Curso de Engenharia Florestal da Université

Laval, cidade de Québec, Canadá.

Em 1993-1994, participou de um intercâmbio acadêmico na University

of British Columbia, em Vancouver, Canadá.

Em maio de 1995, graduou-se Engenheiro Florestal pela Université

Laval.

Em março de 1996, iniciou o Curso de Mestrado em Ciência Florestal,

com concentração em área de Agrossilvicultura e Sistemas Agroflorestais, na

Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil, defendendo tese em julho

de 1999.

No ano de 1998, participou ativamente da comissão organizadora do I

Seminário Internacional de Produtos Sólidos de Madeira de Alta Tecnologia -

SIMATEC 98, juntamente com o I Encontro sobre Tecnologias Apropriadas de

Desdobro, Secagem e Utilização da Madeira de Eucalipto, eventos promovidos

pela Sociedade de Investigações Florestais - SIF e pelo Departamento de

Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa.

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CONTEÚDO

Página

EXTRATO .............................................................................................. ix ABSTRACT............................................................................................ xi 1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 1

1.1. O problema: importância e justificativas ...................................... 1 1.2. Objetivo......................................................................................... 3

2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................... 4 2.1. Sistemas agroflorestais: conceitos, classificação e importância ... 4

2.1.1. Vantagens biológicas e sócio-econômicas.............................. 5 2.1.1.1. Vantagens biológicas ........................................................ 5 2.1.1.2. Vantagens econômicas e sociais ...................................... 6

2.2. Sistemas agroflorestais com Eucalyptus no Brasil ....................... 7 2.2.1. Região Norte ........................................................................... 8 2.2.2. Região Nordeste...................................................................... 10 2.2.3 Região Centro-Oeste................................................................ 11 2.2.4. Região Sul............................................................................... 11 2.2.5. Região Sudeste........................................................................ 12

2.2.5.1. Sistemas silviagrícolas...................................................... 12 2.2.5.1.1. Eucalipto e milho........................................................ 12 2.2.5.1.2. Eucalipto e feijão ........................................................ 14 2.2.5.1.3. Eucalipto e soja........................................................... 15 2.2.5.1.4. Eucalipto e arroz, sorgo e outras culturas agrícolas ... 16

2.2.5.2. Sistemas silvipastoris ........................................................ 18

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Página

2.2.5.3. Sistemas agrossilvipastoris ............................................... 22

2.3. Avaliação econômica de projetos agroflorestais........................... 23 3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................... 25

3.1. Caracterização da macrorregião noroeste do Estado de Minas Gerais ........................................................................................... 25

3.2. Caracterização da área utilizada no estudo de caso ...................... 27 3.3. Caracterização dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM 30

3.3.1. Ano zero.................................................................................. 32 3.3.2. Ano um.................................................................................... 36 3.3.3. Ano dois .................................................................................. 38 3.3.4. Ano três................................................................................... 39 3.3.5. Ano quatro .............................................................................. 42 3.3.6. A partir do ano cinco .............................................................. 42

3.4. Curva de crescimento e produção ................................................. 45 3.5. Avaliação econômica dos sistemas agroflorestais utilizados pela

CMM ............................................................................................ 45 3.5.1. Valor presente líquido (VPL) ................................................. 46 3.5.2. Valor esperado da terra (VET)................................................ 46 3.5.3. Benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE)................. 46 3.5.4. Taxa interna de retorno (TIR)................................................. 46 3.5.5. Relação benefício-custo (B/C)................................................ 47

3.6. Custo anual da terra (a) ................................................................. 47 3.7. Simulações de alternativas técnicas e econômicas ....................... 47 3.8. Custos e receitas............................................................................ 48 3.8.1. Custos de implantação de eucalipto........................................... 48

3.8.2. Custos de manutenção de eucalipto no primeiro ano ............. 48 3.8.3. Custos de manutenção de eucalipto no segundo ano.............. 48 3.8.4. Custos de manutenção de eucalipto no terceiro ano............... 48 3.8.5. Custos de manutenção de eucalipto do quarto ao décimo

primeiro ano............................................................................ 49 3.8.6. Custos de implantação, condução e colheita de arroz ............ 49 3.8.7. Custos de implantação, condução e colheita de soja .............. 49 3.8.8 Custo de formação e manutenção de pastagens....................... 49 3.8.9. Custos dos insumos, da mão-de-obra e da aquisição de

novilhos de corte..................................................................... 49 3.8.10. Custos anuais de depreciação relacionados à pecuária de

corte....................................................................................... 49

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Página

3.8.11. Receitas resultantes da comercialização dos produtos

obtidos................................................................................... 50 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................ 51

4.1. Crescimento e produção................................................................ 51 4.2. Análise econômica do sistema agrossilvipastoril ......................... 53

4.2.1. Custos...................................................................................... 53 4.2.2. Receitas ................................................................................... 66 4.2.3. Avaliação econômica .............................................................. 68

4.3. Monocultura de eucalipto ............................................................. 69 4.3.1. Custos...................................................................................... 69 4.3.2. Receitas ................................................................................... 70 4.3.3. Avaliação econômica .............................................................. 70

4.4. Comparação econômica do sistema agroflorestal e da monocultura .................................................................................. 71

4.5. Simulações de alternativas ............................................................ 72 4.5.1. Rotação de 11 anos ................................................................. 72

4.5.1.1. Variação nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema.............................................................................. 72

4.5.1.2. Variação nos custos de produção dos componentes do sistema.............................................................................. 82

4.5.2. Rotação de nove anos ............................................................. 91 4.5.2.1. Avaliação econômica........................................................ 92 4.5.2.2. Variação simultânea nos preços de venda dos produtos

obtidos .............................................................................. 95 4.5.2.3. Variação simultânea nos custos de produção ................... 97

5. RESUMO E CONCLUSÕES ............................................................. 100 6. RECOMENDAÇÕES ......................................................................... 104 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 106 APÊNDICES........................................................................................... 114 APÊNDICE A ......................................................................................... 115 APÊNDICES B ....................................................................................... 130

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EXTRATO

DUBÈ, Francis, M.S., Universidade Federal de Viçosa, novembro de 1999. Estudos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. no noroeste do Estado de Minas Gerais: o caso da Companhia Mineira de Metais. Orientador: Laércio Couto. Conselheiros: Geraldo Antônio de Andrade Araújo e Rasmo Garcia.

O presente trabalho foi conduzido na Unidade Agroflorestal da

Companhia Mineira de Metais - CMM, na região noroeste do Estado de Minas

Gerais. Objetivou-se avaliar, detalhadamente, os aspectos técnicos e econômicos

de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. na região de cerrado, tomando

como base exemplos de sistemas ali tradicionalmente utilizados. Por meio de

simulações, analisaram-se os efeitos de variações nos preços de venda dos

produtos e nos custos de produção e, ainda, compararam-se os atuais sistemas

agroflorestais da CMM com as novas propostas, considerando as mudanças na

rotação do componente florestal. O valor presente líquido (VPL), o valor

esperado da terra (VET), o benefício-custo periódico equivalente (B(C)PE), a

relação benefício-custo (B/C) e a taxa interna de retorno (TIR) foram os

indicadores utilizados na avaliação econômica, utilizando uma taxa de desconto

de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de

ix

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colheita do povoamento de eucalipto em sistemas agroflorestais cai de 11 para

9 anos, de acordo com a equação linear ajustada para determinar a produção

(m3.ha-1), em função da idade (anos). Os custos de implantação e manutenção de

1 ha de eucalipto representaram mais de um terço dos custos totais de

implantação, manutenção e colheita dos componentes dos sistemas. Mais da

metade do valor da receita foi proveniente da venda dos produtos madeireiros

obtidos ao longo da rotação de 11 anos. Os sistemas agroflorestais adotados pela

empresa são economicamente mais atrativos que a monocultura de eucalipto, se

esta fosse hoje prática vigente na empresa. Variações de ±20% no preço da

arroba de boi gordo (componente animal) afetaram significativamente os

indicadores financeiros, logo seguidas pelas variações nos preços de venda de

madeira para serraria e energia. Variações de ±20% no custo de implantação do

componente florestal afetaram também, expressivamente, os indicadores

econômicos. Os sistemas agroflorestais mostraram-se menos sensíveis ao

aumento simultâneo de 20% nos custos de produção de seus componentes do que

à redução simultânea de 20% nos preços de venda de seus produtos. Enfim, os

sistemas simulados com rotação de nove anos mostraram-se economicamente

mais atrativos que os atuais sistemas com rotação de 11 anos, validando, assim, a

nova idade técnica de colheita do componente florestal proposta na equação

ajustada.

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ABSTRACT

DUBÈ, Francis, M.S., Federal University of Viçosa, November of 1999. Technical and economic studies of Eucalyptus-based agroforestry systems in Northwestern Minas Gerais: a case study of the Companhia Mineira de Metais. Adviser: Laércio Couto. Committee Members: Geraldo Antônio de Andrade Araújo and Rasmo Garcia.

The present work was carried out in the Agroforestry Unit of the

Companhia Mineira de Metais - CMM, Northwestern Minas Gerais State. The

objective was to evaluate the technical and economic aspects of Eucalyptus-

based agroforestry systems established in a savanna-like region, known as

Cerrado in Brazil. Through simulations, the effects of variations in the prices of

sale of the products obtained and in the costs of production were analyzed.

Moreover, the current Agroforestry Systems at CMM were compared with new

proposals, considering changes in the rotation age of the forest component. The

net present value (VPL), the expected land value (VET), the periodical

equivalent benefit-cost (B(C)PE), the benefit-cost ratio (B/C) and the internal

rate of return (TIR) were the indicators used in the economic analysis, using an

interest rate of 10% per year. The results of this work demonstrated that the

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technical rotation age of the forest component of the eucalypt-based Agroforestry

Systems drops from 11 to 9 years, according to the linear equation adjusted to

determine the production (m3.ha-1) in function of the age (years). The

establishment and maintenance costs of 1 ha of eucalypt represented more than

one third of the total implantation, maintenance and harvest costs of the

components of the Systems. More than half of the revenue was coming from the

sale of the wood products (charcoal and sawn wood) obtained along the 11 year-

old rotation. The Agroforestry Systems adopted by the company are

economically more attractive than the eucalypt monoculture, if this were an

effective practice today in the company. Variations of ±20% in the sale price of

cattle (animal component) affected significantly the sensitivity analysis, soon

followed by the variations in the prices of wood for sawmill and energy.

Variations of ±20% in the establishment costs of the forest component also

affected significantly the economic indicators. The Agroforestry Systems

appeared to be less sensitive to a simultaneous increase of 20% in the costs of

production of its components than to a simultaneous reduction of 20% in the

prices of sale of its products. Finally, the Systems simulated with a 9 year-old

rotation age appeared economically more attractive than the current Systems

adopted by the company, validating the new technical rotation age of the forest

component proposed in the adjusted equation.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. O problema: importância e justificativas

Na América do Sul, cerca de 300 milhões de hectares são cobertos por

savanas, bioma este conhecido como cerrados no Brasil e llanos na Colômbia e

Venezuela. Uma parte significativa dessa área tem potencial agrícola e pode ser

considerada para produção de alimentos, constituindo uma alternativa de

expansão de fronteira agrícola (GOEDERT, 1987).

O cerrado brasileiro cobre cerca de 150 milhões de hectares, o que

corresponde a 25% da superfície do país. No Estado de Minas Gerais, 21 milhões

de hectares são cobertos por cerrados, ou seja, 37% do território estadual

(VILELA, 1977), o que mostra a sua grande importância econômica não só para

o Estado, mas também para o país.

A maior parte das atividades de reflorestamento com Eucalyptus sp.,

espécie florestal exótica de maior importância comercial no Brasil, destinada à

produção de celulose e papel, carvão vegetal, óleos essenciais, chapas de fibras e

aglomerados, lenha, madeira para construção e móveis etc., concentra-se no

Estado de Minas Gerais, na região do cerrado, que também possui grande

potencial para o cultivo de grãos e a pecuária de corte. No entanto, para sustentar

atividades pecuárias nos locais reflorestados com Eucalyptus sp., faz-se

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necessário interplantar forrageiras entre as árvores, pois o sub-bosque natural, em

geral, apresenta baixo valor forrageiro.

A utilização de sistemas consorciados de florestas com culturas agrícolas

e, ou, pastagens bem-planejados reduz consideravelmente os custos de

implantação e manutenção das plantações de Eucalyptus sp., aumenta a

produtividade do local e minimiza a erosão do solo e outros impactos negativos

ao meio ambiente. Várias pesquisas realizadas no Brasil, entre outras as de

GURGEL FILHO (1962), COUTO et al. (1982, 1988, 1994a e b, 1995, 1998),

DUBOIS (1982), MONIZ (1987), RIBASKI (1987), MARQUES (1990),

PASSOS (1990 e 1996), SANTOS (1990), ALMEIDA (1991), FERREIRA

NETO (1994), GARCIA et al. (1993 e 1994), LOKER (1994), ALMEIDA

(1995), CASTRO (1996) e SILVA (1998a e b), têm mostrado a importância de

sistemas consorciados como forma de uso mais adequado do solo.

No noroeste do Estado de Minas Gerais, no cerrado, tem-se o maior

exemplo de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. no Brasil, e talvez nas

Américas ou mesmo no mundo. Nessa região, os consórcios seqüenciais de

Eucalyptus sp. e seus híbridos com cultivos anuais nas entrelinhas, nos primeiros

anos de estabelecimento da floresta, seguidos, posteriormente, da semeadura de

forrageiras perenes para engorda de gado de corte, têm sido utilizados com

sucesso. Tais consorciações constituem alternativas potenciais para amortizar os

custos iniciais de implantação e manutenção das plantações florestais, permitir

fluxo de caixa constante ao longo do período de maturação da floresta, além de

fornecer rendas complementares (OLIVEIRA e MACEDO, 1996).

Entretanto, apesar de o embasamento teórico e os subsídios técnicos

terem sido satisfatórios, até o presente momento, para o funcionamento dos

diversos sistemas naquela região, existe ainda carência de informações científicas

sobre os efeitos de determinadas técnicas silviculturais, como densidade de

plantio, desrama, desbaste, capina e queima controlada, na produção dos

diferentes componentes dos referidos sistemas. Por outro lado, existe também a

necessidade de estudar novas opções de consorciação dos diferentes

componentes que formam os sistemas agroflorestais na região.

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Assim, são necessários estudos mais aprofundados dos diferentes

sistemas agroflorestais com potencial para a macrorregião noroeste do Estado de

Minas Gerais, que avaliem, inclusive, as interações existentes entre os diversos

componentes e a multiplicidade de produtos possíveis de serem obtidos.

1.2. Objetivo

O objetivo geral deste trabalho foi estudar, detalhadamente, os aspectos

técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp., na região

de cerrado, no noroeste do Estado de Minas Gerais, tomando como base os

exemplos de sistemas ali tradicionalmente utilizados. Especificamente,

objetivou-se, por meio de simulações, analisar os efeitos de variações em

parâmetros importantes como os preços de venda dos produtos e os custos de

produção, bem como comparar os atuais sistemas com as novas propostas,

considerando as mudanças na rotação do componente florestal.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Sistemas agroflorestais: conceitos, classificação e importância

Os sistemas agroflorestais são definidos como sistemas viáveis de uso da

terra, segundo o princípio de rendimento sustentado, que permitem aumentar a

produção total, combinando cultivos agrícolas, arbóreos e plantas forrageiras e,

ou, animais, simultaneamente ou seqüencialmente, aplicando práticas de manejo

compatíveis com os padrões culturais da população local (BENE et al., 1977).

NAIR (1984, 1993) definiu sistema agroflorestal como o plantio

deliberado de árvores, ou de outras plantas lenhosas perenes, com culturas

agrícolas e, ou, animais, na mesma unidade de terra ou em alguma outra forma de

arranjo espacial ou temporal, por meio das interações (ecológicas e, ou,

econômicas) significativas (positivas ou negativas) entre os componentes

arbóreos e os não-arbóreos do sistema. É também uma consorciação de práticas

que variam entre regiões, onde são observadas as características socio-

econômicas, culturais, geográficas e ecológicas locais (NAIR, 1979).

Conforme BROOKS et al. (1991), as plantas lenhosas perenes em

sistemas agroflorestais bem-planejados podem servir como quebra-ventos,

favorecer a estabilização do solo em topografia íngreme e ajudar no controle das

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condições de umidade do solo, proporcionando melhor manejo de bacias

hidrográficas.

A integração de árvores e cultivos agrícolas pode resultar numa

utilização mais eficiente de água, nutrientes e radiação solar do que, geralmente,

é possível em monocultivos florestais ou agrícolas (BENE et al., 1977). Uma das

razões biológicas de interesse para sistemas agroflorestais é que as árvores usam

porções da biosfera que plantas agrícolas ou animais geralmente não usam, o que

resulta em maior produção de biomassa total.

De acordo com COMBE e BUDOWSKI (1979), os sistemas

agroflorestais são classificados da seguinte forma:

• Sistemas Silviagrícolas: árvores associadas aos cultivos agrícolas, para

produção simultânea de culturas florestais e agrícolas.

• Sistemas Silvipastoris: árvores associadas aos animais e, ou, à pastagem, para

produção de madeira, celulose, frutos, carvão e alimento para animais

domésticos.

• Sistemas Agrossilvipastoris: árvores associadas aos cultivos agrícolas e aos

animais e, ou, à pastagem, ao mesmo tempo ou em seqüência temporal.

2.1.1. Vantagens biológicas e sócio-econômicas

2.1.1.1. Vantagens biológicas

• Melhor ocupação do local. A consorciação de plantas com diferentes

exigências de luz, água e nutrientes possibilita o uso mais eficiente desses

fatores de produção, resultando em maior produção de biomassa.

• Melhoramento das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. As

árvores promovem a ciclagem de nutrientes das camadas mais profundas do

solo para as camadas superficiais, via translocação desses nutrientes para os

galhos, as folhas e outras partes da planta, que, ao cair no solo, promoverão o

aumento do teor de matéria orgânica do solo.

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• Aumento da produtividade. A produção integrada dos sistemas agroflorestais

é, freqüentemente, maior que nos monocultivos.

• Controle da erosão do solo. Os sistemas agroflorestais que incluem consórcios

de plantas que ocupam diferentes estratos de copas podem reduzir o impacto

das chuvas e os riscos da erosão do solo.

• Redução de variáveis microclimáticas. O dossel de copas das árvores nos

sistemas agroflorestais funciona como protetor do solo contra a radiação solar

direta durante o dia e impede que ele perca energia à noite, diminuindo a

amplitude de variação de temperatura e umidade locais.

• Redução do risco de perda de produção. A biodiversidade pode reduzir o risco

de perda de produção devido a ataques de pragas e doenças ou a condições

climáticas desfavoráveis.

• Tutor ou suporte para trepadeiras. Nos sistemas agroflorestais, as árvores

podem funcionar como tutores ou suportes para espécies trepadeiras de valor

econômico.

• Uso adequado do sombreamento. Isso é verdade principalmente em locais

onde as condições de solo não são adequadas, quando a pluviosidade é muito

grande ou quando a temperatura é muito alta (McDICKEN e VERGARA,

1990; NAIR, 1993).

2.1.1.2. Vantagens econômicas e sociais

• Aumento das oportunidades de renda por unidade de área. Os sistemas

agroflorestais aumentam a receita do produtor rural.

• Maior variedade de produtos e, ou, serviços. A utilização de sistemas

agroflorestais permite a obtenção de um número maior de produtos e, ou,

serviços a partir de uma mesma área de terra, do que quando se utilizam

monocultivos.

• Melhoria da alimentação e nutrição humana. A grande diversidade de plantas e

as diferentes alternativas de consorciação de espécies agrícolas com árvores e

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espécies arbustivas permitem a obtenção de vários produtos para o consumo

humano.

• Diversidade de culturas e redução de riscos. A grande diversidade de plantas e

as diferentes alternativas de consorciação de espécies agrícolas com árvores e

espécies arbustivas permitem a obtenção de variada gama de produtos.

• Amortização dos custos de plantio e manutenção florestal. Os custos de

estabelecimentos de plantações florestais podem ser reduzidos quando outras

culturas são plantadas simultaneamente, ou quando se utilizam consorciações

com bovinos e ovinos.

• Melhoria da distribuição de mão-de-obra rural ao longo do ano. Há uma

melhor distribuição da demanda de mão-de-obra no decorrer do ano, em

oposição ao que ocorre nas monoculturas.

• Redução das necessidades de capinas. A presença da cobertura arbórea pode

reduzir a radiação solar em nível de superfície do solo, diminuindo, por

conseguinte, o crescimento de ervas invasoras não-tolerantes à sombra

(McDICKEN e VERGARA, 1990; NAIR, 1993).

• Contribuição no manejo de paisagens. A recomposição paisagística de uma

área degradada pode ser feita com o uso de sistemas agroflorestais, pois estes

proporcionam maior diversidade cultural e beleza cênica do que as

monoculturas arbóreas, por exemplo.

2.2. Sistemas agroflorestais com Eucalyptus no Brasil

Embora a maioria das pesquisas com sistemas agroflorestais com base

em eucalipto concentre-se, atualmente, no Estado de Minas Gerais, a origem

histórica dessa atividade remonta ao antigo Serviço Florestal do Estado de São

Paulo e à Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A primeira informação

sobre sistemas agroflorestais, envolvendo eucalipto, parece ter sido registrada

no trabalho de ANDRADE e VECCHI (1918), quando relataram as

experiências com a criação de ovinos em pastoreio sob florestas, além da

utilidade apícola do gênero.

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O primeiro trabalho, no Brasil, que tratou de um consórcio

silviagrícola do ponto de vista científico foi o de GURGEL FILHO (1962), no

Estado de São Paulo. Nesse trabalho, o pesquisador testou o plantio de linhas

de milho entre as linhas de Eucalyptus alba, com o objetivo de avaliar o efeito

do consórcio sobre o crescimento em altura e diâmetro do eucalipto, bem como

sobre a produção de grãos da gramínea.

Para facilitar o entendimento e a evolução dos estudos nessa área, serão

relatadas, a seguir, algumas pesquisas realizadas com sistemas agroflorestais

com Eucalyptus em cada região do País.

2.2.1. Região Norte

No Estado de Rondônia, COSTA et al. (1998) avaliaram o desempenho

agronômico de leguminosas forrageiras tropicais que cresciam sob

sombreamento de eucaliptos, com o objetivo de selecionar as mais promissoras

para a formação de pastagens em sistemas silvipastoris. A semeadura foi

realizada nas duas primeiras semanas de dezembro de 1996, numa área plantada

com eucaliptos havia cerca de 12 anos, no espaçamento de 3 x 3 m.

Considerando os rendimentos e a distribuição estacional de forragem, a

composição química e a cobertura do solo, as leguminosas com melhor potencial

para formação de pastagens foram Desmodium ovalifolium CIAT-350, Pueraria

phaseoloides CIAT-9900 e BRA-0612 e Centrosema macrocarpum CIAT-5065.

Em Paragominas, Estado do Pará, MARQUES (1990) avaliou o

crescimento e o desenvolvimento do paricá (Schizolobium amazonicum), da

tatajuba (Bagassa guianensis) e do eucalipto (Eucalyptus tereticornis), até os

36 meses de idade, em consórcio com milho (Zea mays) e capim-marandu

(Brachiaria brizantha). As árvores foram cultivadas em linhas triplas de 3 x

3 m, distanciadas 12 m entre si. Houve tratamentos que foram cultivados nas

entrelinhas e nas entrefaixas. Seus resultados e suas conclusões para os

tratamentos com o eucalipto foram:

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• o ganho em termo de matéria seca total ultrapassou 110%, enquanto o de

matéria seca do lenho no eucalipto consorciado foi superior a 59%, quando

comparado ao monocultivo do componente florestal, o que ocorreu em

virtude do aproveitamento dos resíduos de fertilizantes aplicados no milho;

• as produtividades do milho sob eucalipto alcançaram 1.086, 738 e

335 kg.ha-1, respectivamente, para o primeiro, segundo e terceiro ano, as

quais, embora baixas, reduziram os custos de plantio e manutenção do

componente florestal, no primeiro e segundo ano, em 21 e 64%,

respectivamente, em relação ao monocultivo de eucalipto;

• a produtividade de matéria seca do capim-marandu, 12 meses após a

semeadura, foi de 9.029 kg.ha-1, valor que se situa na faixa média obtida na

região; e

• o baixo rendimento do milho no terceiro ano indica que a semeadura do

capim deve ser antecipada para o segundo ano e que os animais devem ser

soltos no ano seguinte.

Novamente em Paragominas, um estudo semelhante foi realizado por

VEIGA e MARQUES (1998), visando avaliar a viabilidade dos sistemas

silvipastoris compostos pelas espécies florestais paricá (Schizolobium

amazonicum), tatajuba (Bagassa guianensis) e eucalipto (Eucalyptus

tereticornis) com as forrageiras capim-marandu (Brachiaria brizantha),

capim-colonião (Panicum maximum) (substituído posteriormente por

Brachiaria dictyoneura) e quicuio (Brachiaria humidicola). As mudas de

eucalipto foram plantadas em janeiro de 1985, em faixas constituídas de três

linhas, no espaçamento de 3 x 3 m, deixando um espaço entre faixas de 12 m

de largura, resultando numa densidade de 555 árvores por hectare.

Os sistemas silvipastoris que envolviam o paricá foram os mais

promissores, do ponto de vista da produção florestal (maior altura e DAP),

para as condições de Paragominas. Para a produção animal, o capim-marandu

foi a forrageira mais indicada, em termos de produção de forragem e de

persistência, permitindo o pastejo ao longo de todo o experimento.

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O sistema agrossilvipastoril, além das vantagens gerais comuns a

todos os SAF, potencializa o lado econômico, ambiental e de aproveitamento

de recursos naturais e de insumos.

Essas características o tornam particularmente importante para os

plantadores do, no passado, tão criticado eucalipto, pois: apresenta maior

biodiversidade, mesmo que ao longo de determinado espaço de tempo;

propicia o melhor aproveitamento dos recursos edáficos, em nível horizontal e

vertical; e os insumos aplicados podem ser mais eficientemente aproveitados

pelas plantas florestais e agrícolas e pelos animais. Além disto, do ponto de

vista econômico, o produtor poderá obter receitas intermediárias importantes

para a redução de custos florestais, além dos desbastes (POTTIER, 1984), e

até mesmo superávit ao longo do ciclo das rotações programadas para as

árvores.

O lado econômico dessa modalidade de SAF, nos moldes de obtenção de

receitas intermediárias, pode torná-lo um sistema capaz de incentivar os

produtores rurais a plantarem árvores de espécies nativas, de crescimento lento,

porém de madeira com qualidade superior e maior valor. Os custos com as

espécies florestais são diluídos ao longo do tempo, e os agrossilvicultores podem,

praticamente, se “esquecer” das árvores, para se lembrarem delas somente

quando estiverem em ponto de abate (COUTO et al., 1998).

2.2.2. Região Nordeste

Em região semi-árida, em Petrolina, Estado de Pernambuco, RIBASKI

et al. (1993) trabalharam com gado bovino sob povoamentos de Eucalyptus

camaldulensis, com oito anos de idade, e com as forrageiras: capim-urochloa

(Urochloa mosambicensis), capim-búfel (Cenchrus ciliaris) e capim-colonião

(Panicum maximum). Os animais foram colocados a pastejarem por duas

vezes, em períodos de três meses por ano. Como principal resultado, houve um

incremento volumétrico de 21% no eucalipto do sistema silvipastoril, em

relação ao do monocultivo.

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O eucalipto é uma espécie apropriada para as práticas silvipastoris,

pois apresenta copas estreitas, que deixam penetrar razoável quantidade de luz

direta ou difusa até o nível do solo, o que permite o desenvolvimento de

plantas forrageiras, quando em espaçamento e manejo adequados, e fornece

sombra aos animais (COUTO et al., 1998).

O desbaste e a desrama artificial podem potencializar essas condições

favoráveis, resultando na redução de custos de implantação e manutenção,

especialmente no controle de plantas daninhas e na prevenção de incêndios,

além da receita antecipada em virtude da venda de animais, antes mesmo do

final da primeira rotação. Ademais, a distribuição de esterco e a possibilidade

de uso de forrageiras fixadoras de nitrogênio podem melhorar as propriedades

físicas, químicas e biológicas do solo.

2.2.3 Região Centro-Oeste

Nos cerrados de Planaltina, Distrito Federal, MELO et al. (1994)

testaram o consórcio entre Eucalyptus grandis, Pinus oocarpa, mandioca,

arroz e capim-andropogon, em várias combinações, durante três anos. Os

autores relataram que o desenvolvimento das culturas agrícolas não foi bom

quando consorciadas com eucalipto. Segundo eles, tal fato provavelmente

ocorreu por causa da rápida competição por luz e do entrelaçamento de raízes,

provocados por essa espécie florestal. Vale ressaltar que o espaçamento

utilizado foi de 5 m entre as linhas duplas de 2 x 1,5 m. Aos 77 meses de

idade, os resultados demonstraram que o crescimento do eucalipto não foi

afetado pelo consórcio, quando comparado com o dos monocultivos

tradicionais.

2.2.4. Região Sul

SCHREINER (1989, 1992) testou o plantio de três a cinco linhas de

soja entre as linhas de Eucalyptus grandis, em espaçamento de 3 x 2 m, contra

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Page 25: PROJETO DE PESQUISA FLORESTAL - ipef.brf.pdf · de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix. colheita do povoamento de eucalipto em sistemas

o monocultivo de ambas as culturas. As conclusões do autor foram:

• a cultura da soja propiciou receita 30% superior, podendo compensar as

despesas necessárias para o plantio e crescimento inicial do eucalipto;

• a soja favoreceu em 30% o desenvolvimento juvenil do eucalipto, em

comparação ao eucalipto em monocultivo; e

• o uso de cinco linhas de soja, distanciadas de 0,50 m entre as linhas de

eucalipto, foi o mais recomendado para esse tipo de consórcio.

Na região fisiográfica da Depressão Central do Rio Grande do Sul,

SILVA (1998a) avaliou a produtividade de componentes de um sistema

silvipastoril constituído por Eucalyptus saligna Smith e pastagens cultivadas e

nativas. Estudou também o desempenho de bovinos e seus efeitos sobre duas

populações de eucalipto (1.670 e 833 árvores.ha-1, com espaçamento de 2 x

3 m e 2 x 6 m, nas linhas e entrelinhas, respectivamente) e três níveis de

utilização de forragens do sub-bosque, compostas de azevém anual (Lolium

multiflorum L.) e trevo-vesiculoso (Trifolium vesiculosum Savi cv. Yuchi), no

período de inverno-primavera (6, 11 e 16% de oferta de matéria seca de

forragem por animal.dia-1).

2.2.5. Região Sudeste

2.2.5.1. Sistemas silviagrícolas

2.2.5.1.1. Eucalipto e milho

No Estado de São Paulo, GURGEL FILHO (1962) testou o plantio de

uma, duas e três fileiras de milho (Zea mays L.) entre as linhas de Eucalyptus

alba, plantado no espaçamento inicial de 3 x 1,5 m. Com o aumento do número

de linhas de milho, diminuiu-se a distância entre a linha de árvores e a da

cultura agrícola. O autor avaliou a altura e o diâmetro do eucalipto,

respectivamente, aos 18 e 42 meses de idade. Concluiu que o aumento do

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número de linhas de milho prejudicou o crescimento das árvores e que o

consórcio com uma linha foi favorável a ambas as culturas.

O caráter heliófilo do eucalipto deve ser considerado nessa

modalidade de consórcio. O milho apresenta crescimento rápido, atingindo um

porte que pode trazer prejuízo ao crescimento das árvores, principalmente, em

virtude da competição por luz. A diminuição da distância entre a cultura

agrícola e a linha da cultura florestal, à medida que se aumentou o número de

linhas de milho, provavelmente ocasionou a redução no crescimento do

eucalipto.

No consórcio com culturas temporárias de porte alto, tal como o

milho, nem sempre é possível manter a produtividade agrícola desejada ou

esperada, utilizando os espaçamentos tradicionais para as árvores, ou um

número de linhas para a cultura agrícola semelhante ao do monocultivo.

No Estado de Minas Gerais, MONIZ (1987) também detectou redução

no crescimento em altura, diâmetro, peso de matéria seca, número de

folhas e sobrevivência do eucalipto. O autor avaliou o consórcio entre

Eucalyptus torelliana F. Muell. e milho, aos seis meses após o plantio das

árvores, que estavam espaçadas em 3 x 2 m. As principais conclusões de seu

trabalho foram:

• as receitas líquidas de todos os tratamentos em consórcio foram superiores

às do milho em monocultivo; e

• como o consórcio com apenas uma fileira de milho apresentou receita

superior aos custos de implantação do eucalipto, tal sistema foi considerado

o mais recomendado, em virtude da necessidade de menor capital inicial;

ademais, esse sistema não prejudicou o crescimento e a sobrevivência do

eucalipto.

Resultados semelhantes foram obtidos por COUTO et al. (1994a). Os

autores verificaram que mais de uma linha de milho entre as fileiras de

eucalipto (espaçamento 3 x 2 m) reduziram a sobrevivência e o crescimento

inicial das plantas de eucalipto, aos seis meses de idade.

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PASSOS et al. (1992) reavaliaram o trabalho com Eucalyptus grandis,

utilizando os mesmos tratamentos de MONIZ (1987), analisando os dados

disponíveis até os 25 meses de idade. Neste caso, o consórcio permitiu

redução de até 20% nos custos de implantação da cultura florestal. Além disto,

a produção de grãos foi significativamente afetada pela cultura florestal,

independente do número de fileiras utilizadas. Segundo COUTO et al.

(1994a), a redução dos custos de implantação florestal pela utilização de

sistemas agroflorestais pode atingir até 60% do total.

Esses trabalhos demonstram que a redução dos custos de implantação do

eucalipto é efetivo quando se utiliza um SAF com milho.

2.2.5.1.2. Eucalipto e feijão

Apesar de o feijão (Phaseolus vulgaris L.) ser uma leguminosa

fixadora de nitrogênio, ele não o faz tão efetivamente quanto outros

representantes da família, como a soja, nem mesmo produz grande quantidade

de matéria orgânica. Portanto, não se pode justificar o consórcio de árvores

com feijão, com base em tal fato. Busca-se, então, a redução de custos de

implantação florestal, a cobertura do solo, o aproveitamento de resíduos de

adubação pelas árvores e a produção de alimentos (COUTO et al., 1998).

No Estado de São Paulo, SCHREINER e BALLONI (1986)

procuraram analisar os efeitos do consórcio entre Eucalyptus grandis e feijão.

O espaçamento da cultura florestal foi de 3 x 2 m, e as observações foram

feitas até os 35 meses de idade da floresta. O feijão foi testado mediante a

utilização de quatro a seis linhas, contra os monocultivos das duas espécies.

As principais conclusões dos autores foram:

• a sobrevivência, a altura e o diâmetro das árvores não foram afetados pelo

consórcio;

• com cinco e seis linhas de feijão, os resultados foram igualmente positivos

para a produção volumétrica do eucalipto;

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• o uso de cinco linhas de feijão foi o recomendado, pois resultou em ganho

de 20% em volume de madeira de eucalipto, comparado com o seu

monocultivo, principalmente por causa da adubação residual da cultura

agrícola; e

• a produção de feijão foi maior (917 kg.ha-1) com cinco linhas do que com

seis (780 kg.ha-1).

No Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, PASSOS (1990) estudou o

comportamento inicial de um SAF que envolvia eucalipto e feijão, sendo as

árvores espaçadas de 3 x 2 m e as filas da cultura agrícola variando de duas a

cinco. Pelos resultados obtidos, foi possível concluir que:

• o aumento do número de fileiras de feijão causou redução nos valores

obtidos para várias características (matéria seca e número de grãos por

vagem e por planta, número de vagens e matéria seca de grãos por área); e

• o consórcio não afetou a altura, o diâmetro e o volume do eucalipto, embora

a biomassa total por hectare e a do lenho por árvore tenham tido tendência

de aumento, nos tratamentos com maior número de fileiras de feijão.

COUTO et al. (1995) também constataram a ocorrência de redução

dos custos de implantação de eucalipto, em sistemas agroflorestais com feijão.

Segundo os autores, a produtividade do feijão em consórcio foi maior do que

em monocultivo, o que pode indicar a ocorrência de interações

complementares.

2.2.5.1.3. Eucalipto e soja

Em Bom Despacho, Estado de Minas Gerais, COUTO et al. (1982)

demonstraram a viabilidade do uso dessa cultura agrícola na redução de custos

da implantação florestal. Em seu experimento, os autores, utilizando de uma a

cinco fileiras de soja (Glycine max) nas entrelinhas de Eucalyptus grandis,

concluíram que uma cultura não prejudicou o crescimento e a produção da

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Page 29: PROJETO DE PESQUISA FLORESTAL - ipef.brf.pdf · de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix. colheita do povoamento de eucalipto em sistemas

outra e que houve, ainda, redução do custo de manutenção da plantação

florestal.

No município de Unaí, noroeste de Minas Gerais, CAFGV (1992),

cultivando soja entre as linhas de Eucalyptus urophylla, em espaçamento de

5 x 2 m, conseguiu a produtividade de 30 sacas por hectare, o que, segundo

seus pesquisadores, é idêntica à que se obtém na monocultura de soja na

região. Para o eucalipto, os resultados do consórcio foram bastante significa-

tivos, ocorrendo aumento de diâmetro, altura e volume das árvores.

Em Itapetininga, Estado de São Paulo, SCHREINER (1989) testou o

plantio de três a cinco linhas de soja entre as linhas de Eucalyptus grandis, em

espaçamento 3 x 2 m, contra o monocultivo de ambas as culturas. O autor

recomendou o uso de cinco linhas de soja para esse tipo de consórcio, com o

qual foi possível obter, somente com a cultura agrícola, um retorno econômico

de 30%. Além disto, detectou o favorecimento do crescimento do eucalipto,

pelo menos até os 18 meses de idade.

O favorecimento do crescimento do eucalipto, segundo o autor, deveu-

se: ao aproveitamento da adubação residual da cultura da soja; ao

aproveitamento do nitrogênio fixado pela leguminosa; e às condições

ambientais favoráveis ao crescimento inicial, em virtude da melhor cobertura

do solo.

2.2.5.1.4. Eucalipto e arroz, sorgo e outras culturas agrícolas

Em Itararé, Estado de São Paulo, STAPE e MARTINI (1992) testaram

o consórcio de eucalipto em várias combinações com arroz e feijão, com e sem

o uso de calcário dolomítico e calcítico. O espaçamento da cultura florestal foi

de 3 x 2 m. Vale a pena listar seus resultados e conclusões:

• o consórcio favoreceu o crescimento em altura do eucalipto, pelo menos no

início do estabelecimento da cultura florestal, assim como verificado por

MONIZ (1987), para milho, e PASSOS (1990), para feijão;

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• aos 52 meses de idade, detectou-se um acréscimo de 5% na produção de

madeira de eucalipto, no consórcio com o arroz, além da inexistência de

alelopatia;

• a produtividade da floresta consorciada foi superior à dos monocultivos de

Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna;

• a maior produtividade das duas espécies de eucalipto resultou em maior

taxa interna de retorno (TIR) e menor custo de produção no consórcio; e

• os ganhos de produtividade para o Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna e

Eucalyptus dunnii em consórcio resultaram em menores custos de colheita

e remoção da madeira que os dos monocultivos florestais.

Em Vazante, Minas Gerais, a Cia. Mineira de Metais, em sua Unidade

Agroflorestal, além de arroz, soja e milho, tem utilizado também o sorgo como

componente agrícola em seus sistemas agroflorestais com eucaliptos. Por

outro lado, a GERDAU S.A., em suas pesquisas na região de Divinópolis,

Minas Gerais, também utilizou, além do arroz, milho e feijão, a mandioca

como um dos componentes nos sistemas agroflorestais estudados.

PASSOS et al. (1996) testaram um consórcio de Eucalyptus urophylla

e arroz (Oryza sativa), em Cláudio, Minas Gerais, utilizando espaçamentos

que variaram de 6 a 10 m por planta, avaliando-as aos 21 meses de idade. Os

dados sobre a cultura de arroz foram coletados em duas safras. Os resultados

confirmaram o efeito positivo sobre a produção volumétrica do eucalipto,

comparado com o do monocultivo florestal. Entre os espaçamentos menores (3

x 2 m, 4 x 1,5 m e 5 x 1,5 m) a produtividade foi a mesma, tendo sido superior

à dos espaçamentos maiores. Quanto ao arroz, verificou-se que a

produtividade da segunda safra teve redução de um terço a um quarto do que

se obteve no primeiro ano, o que indica a inviabilidade dessa cultura em

consórcio com o eucalipto a partir do segundo ano, independente do

espaçamento utilizado (PASSOS, 1996).

PASSOS et al. (1993) estudaram o consórcio entre eucalipto, milho e

feijão, em espaçamento de 3 x 2 m para as árvores, até os 25 meses.

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Verificaram que as culturas não se afetaram mutuamente e que o consórcio

eucalipto/três fileiras de milho/seis fileiras de feijão e o consórcio milho/feijão

não diferiram estatisticamente entre si, em termos de produtividade agrícola.

Novamente, os resultados da pesquisa vêm comprovar a viabilidade

técnica e econômica dos SAF com eucalipto, neste caso tratando-se,

especificamente, do consórcio com arroz, milho, feijão e mandioca.

Para o produtor agrícola, há a possibilidade de produzir alimentos nos

mesmos níveis de produtividade dos monocultivos de ciclo curto, com a

vantagem dos aportes financeiros futuros produzidos pela cultura florestal.

No caso do produtor florestal, é uma oportunidade de reduzir os custos

de implantação e manutenção da floresta, o que contribui para o melhor

aproveitamento dos solos que também apresentem potencial agrícola,

reduzindo, assim, a pressão ambiental gerada pela cultura de eucalipto.

2.2.5.2. Sistemas silvipastoris

É possível que as primeiras experiências com a criação de animais sob

florestas de eucaliptos tenham sido relatadas por ANDRADE e VECCHI

(1918), no Estado de São Paulo. Neste caso, o que levou à tentativa de

consórcio foi a preocupação de controlar incêndios no período da seca,

agravados pelo aumento do material combustível proveniente da vegetação

rasteira nativa ou de invasoras, como o capim-gordura (Melinis minutiflora).

Com o passar do tempo, o capim-gordura tornou-se dominante mesmo em

florestas com 15 anos de idade.

Inicialmente, tais experiências visavam o aproveitamento da pastagem

para criação de ovinos, mas os resultados obtidos foram negativos, por causa

da falta de adaptação das raças utilizadas (ANDRADE, 1961). Em seguida,

foram testados bovinos, que foram muito atacados por bernes, comuns na

criação destes animais sob arvoredos, segundo o autor. Por fim, a criação de

eqüídeos teve sucesso. Verificou-se que cada égua necessitou de 2,5 ha.ano-1

para se alimentar, com a vantagem de seu custo de aquisição e manutenção ter

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sido um pouco inferior ao custo da roçada da mesma área. O inconveniente

detectado estava na necessidade de descompactar o solo após a retirada dos

animais.

O aumento da compactação em virtude do tráfego de animais causa

decréscimo na quantidade de macroporos, o que resulta em diminuição nas

taxas de infiltração de água e aumento do escorrimento superficial, causando

erosão do solo, impede o crescimento radicular das plantas, aumenta a

atividade de microorganismos desnitrificadores e reduz a disponibilidade de

nitrogênio (ADAMS, 1975; SCHNEIDER et al., 1978).

No município de Bocaina-SP, SCHREINER (1988) testou a viabilida-

de de um sistema silvipastoril, em solos de Areia Quartzosa, sob floresta de

Eucalyptus grandis em espaçamento 3 x 2 m, com 13 meses de idade no início

do experimento, utilizando braquiária como forrageira. O gado permaneceu

pastejando por um ano. A principal conclusão obtida foi que não houve efeito

do pisoteio sobre as características físicas do solo. Resultados semelhantes

foram obtidos por COUTO et al. (1988), em Dionísio, Minas Gerais, com

gado bovino pastando sob Eucalyptus urophylla em idade de corte. Ademais,

neste último caso, o rebanho contribuiu para a eliminação de ervas invasoras e

ajudou a reduzir os formigueiros do gênero Acromyrmex.

Utilizando bovinos e ovinos que pastejavam sob Eucalyptus

citriodora, COUTO et al. (1994b) também registraram a compactação do solo,

com o aumento do número de animais por unidade de área, especialmente na

camada superficial do solo, até 15 cm de profundidade. Por outro lado, seus

resultados mostram também claras vantagens do uso de ovinos para minimizar

esse problema.

As conclusões desses trabalhos evidenciaram que os efeitos da

presença de animais, pastando sob florestas de eucalipto, dependem do tipo de

solo e dos animais utilizados, além do seu manejo adequado.

No município de Dionísio-MG, em área pertencente à Cia. Agrícola e

Florestal Santa Bárbara, ALMEIDA (1991), trabalhando em sub-bosque de

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povoamentos de Eucalyptus citriodora com ocorrência de capim-colonião

(Panicum maximum), delineou uma série de tratamentos que envolviam várias

combinações de bezerros e, ou, ovelhas. O eucalipto tinha cinco meses de

idade e altura média de 2 m, enquanto os bovinos estavam com 12 meses e os

ovinos, com idade variada. O experimento estendeu-se até os 24 meses de

idade da floresta. Os principais resultados obtidos foram: a percentagem de

árvores danificadas não foi influenciada pela presença dos animais; houve

compactação do solo, percebida apenas nas camadas superficiais; nenhum dos

tratamentos afetou o crescimento do eucalipto, em altura e diâmetro; enfim, a

presença de rebanho permitiu reduzir os custos de manutenção dos

povoamentos florestais e possibilitou diminuição do material combustível, que

representava risco elevado de incêndio florestal na estação seca.

Na mesma região, COUTO et al. (1994b) também trabalharam com

essa espécie de eucalipto e forrageira, durante 24 meses, visando avaliar o

efeito do pastoreio de bovinos e ovinos no crescimento das árvores e sobre os

custos florestais, a compactação do solo e o ganho de peso dos animais.

Concluíram que não houve efeito dos tratamentos sobre a sobrevivência e os

incrementos em altura e diâmetro do eucalipto; que os animais não foram

responsáveis pelos danos detectados nas árvores; que a redução dos custos de

estabelecimento da floresta foi de 52 a 93%; e que os animais podem ser

introduzidos no sub-bosque a partir dos quatro meses do plantio de eucalipto.

Os resultados indicam, também, que o sistema silvipastoril pode auxiliar no

controle das gramíneas, diminuindo sua competição com o eucalipto.

Apesar das diferenças de tolerância de gramíneas e leguminosas a

diferentes níveis de sombreamento em sub-bosque, de modo geral, a tendência

é a redução da sua produtividade. MACEDO et al. (1996) verificaram que o

capim-colonião (Panicum maximum var. Tanzânia) sofre muito as

conseqüências do sombreamento próximo às árvores de eucalipto, tendo sido

detectado que o índice de recobrimento do solo varia de 0,50%, a 1 m das

linhas de árvores, até 19%, entre 4 e 6 m das linhas.

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Visando avaliar o efeito de algumas forrageiras (Calopogonium.

mucunoides, Cajanus cajan, Melinis minutiflora, Brachiaria brizantha,

Panicum maximum e Andropogon gayanus) sobre o crescimento de

Eucalyptus clöeziana, SANTOS (1990) implantou um experimento no

município de Montes Claros-MG, quando o eucalipto, em espaçamento

3 x 1,5 m, apresentava dois anos de idade. As forrageiras foram então

semeadas, coletando-se os dados após um ano. Suas principais conclusões

foram:

• não houve prejuízos ao eucaliptal, em decorrência do consórcio;

• as forrageiras Panicum maximum e Cajanus cajan apresentaram maiores

valores de massa verde e seca; e

• a produção de massa verde e seca nos consórcios com Panicum maximum,

Melinis minutiflora e Brachiaria brizantha foi considerada satisfatória.

Na Zona da Mata de Minas Gerais, GARCIA et al. (1993, 1994), ao

testarem o consórcio entre Eucalyptus grandis, Brachiaria decumbens e

Melinis minutiflora, em vários espaçamentos das árvores com dois a três anos

de idade, concluíram que o espaçamento mais adequado para o consórcio foi

de 6 x 2 m, podendo ser de 4 x 2 m ou 5 x 2 m para o caso da B. decumbens,

que se mostrou menos exigente em luz que M. minutiflora. No período do

experimento, o consórcio não afetou o crescimento do eucalipto.

No consórcio de árvores, é comum o questionamento sobre a melhor

época para semear as forrageiras. COUTO e MEDEIROS (1993) responderam

essa questão para Eucalyptus grandis x Brachiaria decumbens. Concluíram

em seu trabalho que o eucalipto não tolera a convivência com essa forrageira

desde o seu plantio, necessitando de controle pelo menos até aproximadamente

os 120 dias de idade. A convivência não afetou o crescimento em altura, mas

sim a massa seca de folhas e galhos, além do diâmetro e da massa seca do

caule. Em Dionísio, região do médio Rio Doce, Minas Gerais, FERREIRA

NETO (1994) avaliou o comportamento inicial do Eucalyptus grandis W. Hill

ex Maiden em plantio consorciado com leguminosas forrageiras.

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Em pesquisas realizadas no cerrado de Minas Gerais, detectou-se que

as leguminosas que produziram maior quantidade de massa verde e melhor

cobertura do solo, como é o caso de Calopogonium mucunoides e Cajanus

cajan, prejudicaram o crescimento em altura e diâmetro de Eucalyptus

grandis, E. camaldulensis, E. citriodora, E. clöeziana e E. urophylla. Tal fato

ocorreu, provavelmente, em conseqüência da competição por nutrientes e

água, pois tais forrageiras apresentam sistema radicular profundo e ramificado

(FERREIRA NETO, 1994; ALMEIDA, 1995). No entanto, quando os

componentes foram a Crotalaria juncea e Desmodium heterophylium, houve

tendência ao aumento da produção de biomassa da parte aérea e à

sobrevivência do eucalipto (ALMEIDA, 1995).

Em Coronel Pacheco, Zona da Mata de Minas Gerais, CASTRO (1996)

testou a tolerância de seis gramíneas forrageiras tropicais ao sombreamento. O

autor estudou a influência de três níveis de sombreamento artificial (0, 30 e

60%) sobre o crescimento, a produtividade, o valor nutritivo e a composição

mineral de Andropogon gayanus, Brachiaria brizantha, Brachiaria

decumbens, Melinis minutiflora, Panicum maximum e Setaria sphacelata.

Todos os resultados apresentados até aqui estão relacionados com a

produção de madeira, especificamente. Entretanto, é possível o manejo

silvipastoril com outros objetivos, como a produção de óleos essenciais,

resinas, taninos ou de madeira para energia. LIMA (1993) referiu-se a essas

atividades em Barra Bonita, Estado de São Paulo, onde foram utilizados gado

bovino e produção de óleos essenciais de Eucalyptus globulus, de E.

staigeriana e de E. citriodora, com sucesso.

2.2.5.3. Sistemas agrossilvipastoris

No município de Vazante-MG, um sistema agrossilvipastoril rotativo

utilizado pela CMM tem apresentado bons resultados (OLIVEIRA e

MACEDO, 1996). A tecnologia consiste no cultivo seqüencial de arroz e soja

até o segundo ano, entre as linhas de eucalipto em espaçamento de 10 x 4 m.

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No segundo ano, há formação de pastagens manejadas para engorda de gado

de corte. Buscando diminuir os efeitos da competição do eucalipto com as

culturas agrícolas e conferir maior valor aos fustes, as árvores são desramadas

até a altura de 4 m. No terceiro ano, nos módulos com pastagens, manejam-se

animais para engorda. Neste mesmo ano, é feita uma segunda desrama até a

altura de 6 m. No quarto ano, prossegue o manejo com animais em módulos de

pastagens formadas. A partir do quinto ano, há opção de desbaste seletivo das

árvores, visando a redução de competição e antecipação de receita; a venda

bianual de animais; e a previsão de corte raso, de reforma da floresta e de

pastagens a partir do 11o ano.

2.3. Avaliação econômica de projetos agroflorestais

Segundo REZENDE e OLIVEIRA (1993), a avaliação econômica de um

projeto baseia-se em seu fluxo de caixa, o que é definido como a relação dos

custos e das receitas, distribuídos ao longo da vida útil do empreendimento.

Para analisar a viabilidade econômica de projetos agroflorestais, são

usados os indicadores valor presente líquido (VPL), valor esperado da terra

(VET), benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), taxa interna de retorno

(TIR) e relação benefício custo (B/C).

O valor presente líquido de um projeto consiste na soma algébrica dos

valores descontados, a uma dada taxa de juros, do fluxo de caixa a ele associado

(OLIVEIRA e MACEDO, 1996). Conforme LIMA JÚNIOR (1995), um projeto

será economicamente viável se o seu VPL for positivo, de acordo com

determinada taxa de desconto, ou seja, o valor descontado das receitas futuras é

superior ao valor do investimento. Quanto maior o VPL, mais economicamente

atrativo será o projeto. Um projeto será economicamente inviável se o seu VPL

for negativo. Por outro lado, o valor esperado da terra é o nome dado pelos

técnicos florestais ao valor presente líquido de um projeto de reflorestamento,

quando se considera a ocorrência de rotações idênticas, repetidas infinitamente

(Platais, 1989, citado por ALBUQUERQUE, 1993). Ademais, utiliza-se esse

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critério na determinação da idade ótima de corte de povoamentos florestais e em

situações em que se deseja comparar projetos com durações diferentes

(LEUSCHNER, 1984).

De acordo com LIMA JÚNIOR (1995), o benefício (custo) periódico

equivalente é definido como o valor anual simples do lucro, ou seja, receitas

menos custos. O B(C)PE representa também a parcela periódica e constante

necessária ao pagamento de uma quantia igual ao VPL da opção de investimento

em análise, ao longo de sua vida útil (REZENDE e OLIVEIRA, 1993).

Conforme SILVA (1992), o B(C)PE é de uso relevante para comparar projetos

com diferentes horizontes de planejamento, uma vez que os valores equivalentes

obtidos, por período, corrigem, implicitamente, as diferenças de horizontes.

A taxa interna de retorno é definida como sendo a taxa de desconto que

iguala o valor presente das receitas ao valor presente dos custos de um projeto,

ou seja, é a taxa média de crescimento de um investimento. É a taxa de desconto

na qual o VPL do fluxo de caixa é nulo (PEARSE, 1990).

A aceitação de um projeto avaliado por esse critério, isto é, sendo

economicamente viável, ocorrerá se a sua TIR for superior a uma taxa de juros

correspondente à taxa de remuneração alternativa do capital, ou seja, a taxa

mínima de atratividade (OLIVEIRA e MACEDO, 1996). De acordo com LIMA

JÚNIOR (1995), os projetos podem ser comparados diretamente pelo método da

TIR só se tiverem o mesmo investimento inicial; neste caso, o de maior taxa

interna de retorno é o melhor.

Finalmente, cabe mencionar que a relação benefício-custo de um projeto

representa a divisão do valor presente dos benefícios futuros pelo valor presente

dos custos futuros, para uma determinada taxa de desconto (AZEVEDO FILHO,

1996). Um projeto é considerado economicamente viável se apresentar B/C

superior a 1, sendo mais viável quanto maior for esse valor. Ele será rejeitado se

sua B/C for inferior a 1. Ademais, quando o valor da B/C é igual a 1, a taxa de

desconto utilizada é a própria taxa interna de retorno do empreendimento

(REZENDE e OLIVEIRA, 1993).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Caracterização da macrorregião noroeste do Estado de Minas Gerais

O noroeste do Estado de Minas Gerais abrange cerca de 19 municípios,

cujas características populacionais são apresentadas a seguir (Quadro 1).

A região noroeste do Estado de Minas Gerais, localizada entre os graus

de latitude sul 14o30’ e 18o30’ e de longitude W-Gr 45o e 47o30’ (FJP, 1994;

IGA, 1997), abrange as regiões bioclimáticas 6, 7 e 9, segundo GOLFARI

(1975).

O clima da região bioclimática 6 é subtropical úmido, com temperatura

média anual variando entre 20 e 23 oC e com índice pluviométrico de 1.300 a

1.800 mm, sendo as chuvas concentradas no verão. No inverno, a seca, que pode

durar de três a cinco meses, gera déficit hídrico que varia de 30 a 90 mm.ano-1. A

evapotranspiração potencial anual atinge de 1.000 a 1.200 mm. A altitude varia

entre 300 e 1.000 m, com relevo variando de suave ondulado a forte ondulado. A

formação vegetal predominante é o cerrado, com ocorrência de floresta

subperenifólia. Os solos dominantes são ferralsolos ácricos, litossolos, ferralsolos

órticos e luvissolos férricos.

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Quadro 1 - Tabela, por município, segundo a população total, a população por sexo, a área e a sua densidade populacional

Municípios PopulaçãoTotal Homens Mulheres Área (km²)

Densidade Populacional (hab.km-²)

Total – MG 16.672.613 8.259.009 8.413.604 588.383,60 28,336 Arinos 17.149 8.942 8.207 5.338,50 3,212 Bonfinópolis de Minas 6.611 3.421 3.190 1.825,80 3,621 Brasilândia de Minas 10.436 5.353 5.083 2.523,70 4,135 Buritis 19.796 10.299 9.497 5.238,10 3,779 Cabeceira Grande 5.407 2.900 2.507 1.035,20 5,223 Dom Bosco 4.078 2.176 1.902 824,50 4,946 Formoso 6.263 3.329 2.934 3.833,40 1,634 Guarda-Mor 6.411 3.461 2.950 2.072,30 3,094 João Pinheiro 39.032 19.948 19.084 10.768,40 3,625 Lagoa Grande 6.940 3.657 3.283 1.223,10 5,674 Natalândia 2.986 1.628 1.358 473 6,313 Paracatu 68.047 34.462 33.585 8.241,10 8,257 Pintópolis 5.692 2.961 2.731 1.236,80 4,602 Riachinho 7.942 4.189 3.753 1.739,40 4,566 Santa Fé de Minas 4.017 2.133 1.884 2.926,50 1,373 Unaí 65.216 33.362 31.854 8.492,00 7,680 Uruana de Minas 3.041 1.599 1.442 592,60 5,132 Urucuia 7.222 3.755 3.467 2.082,80 3,467 Vazante 18.938 9.623 9.315 1.913,00 9,900

Fonte: IBGE (1996).

O clima da região bioclimática 7 é subtropical úmido-subúmido, com

temperatura média anual variando de 19 e 22 °C e com precipitação média anual

de 1.100 a 1.450 mm. No inverno, a seca, que pode durar de quatro a seis meses,

gera um déficit hídrico entre 60 e 120 mm.ano-1. A evapotranspiração potencial

alcança de 900 a 1.150 mm.ano-1. A altitude varia entre 600 e 1.000 m,

compreendendo chapadões baixos e colinas com relevo variando de ondulado

suave a forte ondulado. A formação vegetal predominante é o cerrado. Os solos

dominantes são ferralsolos ácricos.

Finalmente, o clima da região bioclimática 9 é tropical seco-subúmido,

com temperatura média variando entre 22 e 24 °C por ano e com índice

pluviométrico de 900 e 1.200 mm, sendo as chuvas concentradas no verão. No

inverno, a seca, que pode durar de cinco a sete meses, gera déficit hídrico anual

que varia de 90 a 210 mm, reduzindo significativamente o incremento

volumétrico dos plantios. A evapotranspiração potencial anual varia de 1.100 a

1.250 mm. A altitude varia de 400 a 900 m, com planaltos, chapadões e planícies

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com relevo desde plano a forte ondulado. A formação vegetal predominante é o

cerrado, com seus diferentes tipos, desde cerradões a campos. Os solos

dominantes são ferralsolos ácricos, luvissolos férricos e arenossolos ferrálicos.

Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF, 1998), o Estado de

Minas Gerais possui 2.514.161,04 ha reflorestados com Eucalyptus e Pinus, dos

quais 284.718,48 ha estão localizados na região noroeste, ou seja, 11,32% do

território estadual. O município de João Pinheiro possui a maior área de

reflorestamento do Estado, ou seja, 199.069,30 ha. Aparecem, a seguir (Quadro

2), as principais áreas de reflorestamento por município no noroeste do Estado de

Minas Gerais.

Quadro 2 - Principais áreas de reflorestamento por município na macrorregião

noroeste do Estado de Minas Gerais

Município Área (ha) % * %** Lagamar 0,25 0,00 0,00 Buritis 104,00 0,04 0,00 Bonfinópolis de Minas 1.456,50 0,51 0,06 Arinos 3.571,00 1,25 0,14 Urucuia 11.198,25 3,93 0,44 Vazante 13.542,75 4,76 0,54 Unaí 16.419,25 5,77 0,65 Paracatu 39.357,18 13,82 1,56 João Pinheiro 199.069,30 69,92 7,93

Total noroeste 284.718,48 100,00 11,32 Total Minas Gerais 2.514.161,04 - 100,00

* % é relativa às áreas de reflorestamentos totais do noroeste de Minas Gerais. **% é relativa às áreas de reflorestamentos totais do Estado de Minas Gerais. Fonte: IEF (1998).

3.2. Caracterização da área utilizada no estudo de caso

Escolheu-se, para o estudo de caso, a Companhia Mineira de Metais- CMM, uma empresa do Grupo Votorantim, a maior corporação industrial de capital privado nacional. No setor metalúrgico do Grupo, a CMM é responsável

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por 50% da produção nacional de zinco e, aproximadamente, 1% da produção mundial. Além do zinco, a CMM produz zamac, óxido de zinco, pó de zinco, concentrados de chumbo e calcário dolomítico.

No Brasil, a produção de zinco eletrolítico começou na década de 50. Nessa época, foi fundada, em 1956, a CMM, com o objetivo principal de industrializar os minérios wilemita e calamina para a produção de zinco e seus derivados. Os minérios são extraídos e concentrados em sua usina, no município de Vazante-MG. O concentrado é transportado para outra unidade fabril, no município de Três Marias, às margens da BR-040 e do rio São Francisco. Na década de 70 foi criada a unidade de reflorestamento, com o objetivo de produzir lenha e carvão vegetal para alimentar os fornos que concentravam o zinco, em sua usina de Vazante-MG. Todavia, a partir do início da década de 90, a siderúrgica mudou sua tecnologia de produção, concentrando o metal por meio de processo químico, fazendo com que seus autofornos parassem de consumir lenha e carvão vegetal. Hoje, o complexo Agrossilvipastoril ou apenas CMM-AGRO, que tem como missão principal trabalhar a terra, promovendo o pleno desenvolvimento sustentado, é a empresa que possui a maior área ocupada por sistemas agroflorestais no Brasil. Ela produz madeira para serraria e construção, lenha e carvão vegetal para uso doméstico, paletes, arroz, soja, feijão, gado para abate, reprodutores Simental e manga. A melhor madeira é vendida para serrarias e construção civil, enquanto a de qualidade inferior é vendida para as carvoarias (serviço terceirizado para empreiteiros). O carvão de qualidade superior,

empacotado para churrasco sob a marca Corisco, é comercializado no mercado varejista nacional (600.000 kg.mês-1). O restante é vendido para abastecer os fornos do parque siderúrgico de Sete Lagoas (ANÔNIMO, 1998; FRANCO, 1998).

São 83.912 ha de terra, divididos em cinco fazendas (Bom Sucesso, no município de Vazante; Riacho e Carrapato, no município de Paracatu; e Santa Cecília e Santa Rita, no município de João Pinheiro) (Figura 1 e Quadro 3), 19.088 ha de florestas plantadas (área útil para reflorestamento: 42.200 ha), 6.801 cabeças de gado Zebu e azebuado (Bos indicus), das quais 3.000 são matri-zes aneloradas e 500 Nelore, e mais 300 animais de raça Simental (Bos taurus).

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Figura 1 - Localização das fazendas da CMM-AGRO, em relação às principais rodovias na região noroeste do Estado de Minas Gerais.

Quadro 3 - Áreas dos componentes do sistema agrossilvipastoril por fazenda

Fazendas Área (ha)

Eucalipto (ha)

Pastagem (ha)

Agricultura (ha)

Bom Sucesso 28.330,04 11.164,01 13.464 3.241 Santa Cecília 24.985,30 2.216,71 500 1.075 Santa Rita 12.690,19 1.679,20 350 580 Riacho 17.592,11 3.929,08 (1) 5.485 360 (3) Carrapato 314,36 100,00 (2) 200 142 TOTAL 83.912 19.089 20.000 360

1) Tem 658 ha de florestas consorciadas. 2) Área totalmente consorciada. 3) Área plantada com arroz. Fonte: FRANCO (1998).

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A CMM emprega 150 funcionários diretos e 300 indiretos, mantém uma

vila residencial na fazenda Bom Sucesso, com posto de saúde, luz elétrica, escola

de 1o grau e associação dos empregados. Por outro lado, a fazenda Bom Sucesso

mantém uma reserva particular de Patrimônio Natural, numa área contínua de

1.650 ha, distribuídos pelas duas margens do rio Escuro, no limite dos

municípios de Paracatu e Vazante. Esse santuário, preservado desde 1974 pela

CMM, abriga centenas de espécimes de mamíferos, répteis, aves e peixes,

inclusive algumas ameaçadas de extinção. Ele constitui, também, um dos locais

que o IBAMA utiliza para soltar animais silvestres capturados.

Os dados utilizados neste trabalho foram fornecidos pela equipe técnica

da Unidade Agroflorestal, de propriedade da Companhia Mineira de Metais

(CMM), em Vazante (latitude 17o 36’ 09”, longitude 46o 42’ 02”), município

pertencente à região bioclimática 6 (GOLFARI, 1975), do Estado de Minas

Gerais.

O clima predominante nessa região é do tipo subtropical úmido

(megatérmico) de savana, com temperatura média máxima de 32 oC e mínima de

16 oC. As precipitações médias anuais variam, conforme os locais, de 1.300 a

1.800 mm; seu regime de distribuição é periódico, concentrando-se no semestre

mais quente. Há seca de sete meses por ano, de abril a outubro, gerando déficit

hídrico médio de 171 mm.ano-1. A evapotranspiração potencial anual atinge de

1.000 a 1.200 mm. A altitude média é de 550 m e o relevo varia de plano a suave

ondulado. A formação vegetal predominante é o cerrado, com suas variações de

campo limpo até capões ou matas (cerradões), nas manchas de terras mais férteis.

Conforme os dados de inventário florestal da CMM, o solo é classificado

como Latossolo Vermelho-Escuro distrófico, textura argilosa (71,7% de argila,

14,4% de silte e 13,9% de areia), fase cerrado, de baixa fertilidade e alta acidez.

3.3. Caracterização dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM

As áreas produtivas eram constituídas, inicialmente, de vegetação típica

do cerrado, que foi derrubada para a produção de carvão vegetal, o qual foi,

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subseqüentemente, colocado no mercado ou utilizado pelo setor metalúrgico da

Companhia Mineira de Metais, para a produção de zinco.

As atividades de reflorestamento na empresa começaram em 1974. Desta

época até a década de 90, as florestas passaram por uma importante evolução

tecnológica, cujas principais fases e características são apresentadas a seguir.

No ano de 1974 ocorreu o primeiro plantio, com adubação, de

Eucalyptus grandis, E. saligna, E. alba e E. tereticornis, a partir de sementes

nacionais. A produtividade alcançada era de 20 a 25 st.ha-1.ano-1, no corte aos

sete anos. De 1974 a 1980, foram realizados plantios não-adubados de

E. grandis, E. saligna, E. camaldulensis e E. urophylla (sementes nacionais). A

produtividade atingida foi de apenas 10 a 12 st.ha-1.ano-1, aos sete anos. De 1981

a 1983, plantios adubados de E. grandis, E. saligna e E. urophylla (sementes

nacionais) produziram de 12 a 15 st.ha-1.ano-1, aos sete anos. De 1984 a 1992,

estabeleceram-se principalmente plantios adubados de E. camaldulensis, cujas

sementes foram importadas da região de Petford, norte da Austrália, alcançando,

aos sete anos de idade, a produtividade de 20 a 22 st.ha-1.ano-1.

A partir de 1993, a CMM desenvolveu uma tecnologia própria de

implantação de reflorestamentos com clones híbridos de eucalipto (Eucalyptus

camaldulensis X Eucalyptus grandis, Eucalyptus camaldulensis X Eucalyptus

urophylla e Eucalyptus camaldulensis X Eucalyptus tereticornis) bem-adaptados

às condições edafoclimáticas locais, produtivos e apresentando madeira de

qualidade superior para fins de multiprodutos (OLIVEIRA e MACEDO, 1996).

No momento de estabelecimento do sistema agrossilvipastoril rotativo,

foram utilizados esses clones de eucalipto plantados no espaçamento de 10 m

entre as linhas e 4 m entre as árvores, para possibilitar os consórcios entrelinhas,

com culturas agrícolas nos primeiros anos e pastagens a partir do terceiro ano.

As unidades de manejo para o gado são compostas por piquetes de

37,5 ha cada um, dispostos lado a lado em áreas contíguas; todavia, plantados

com diferentes clones de eucalipto. Essa disposição proporciona um adequado

plano de manejo seqüencial/rotativo de explorações agrossilvipastoris ao longo

do ciclo de rotação das plantações de eucalipto (11 anos).

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O sistema agrossilvipastoril rotativo, iniciado em 1993, ainda está em

fase de implantação, ocupando no momento apenas 758,5 ha dos 20.000 ha

envolvidos no projeto agropecuário da empresa. Da área florestal já integrada ao

sistema (nas fazendas Riacho e Carrapato), apenas 250 ha foram formados com

forrageiras, onde se estabeleceram pastagens de Brachiaria humidicola, Panicum

maximum vars. mombaça e tanzânia e Panicum maximum var. vencedor (fazenda

Carrapato); o restante ainda está sendo explorado em fase agrícola (20.000 ha de

pastagens, dos quais 17.000 ha em pastos naturais). O objetivo da empresa era

formar mais 300 ha de pastagem até o final de 1998 e, a partir de 1999,

incorporar ao sistema 500 ha.ano-1, até atingir 15.000 ha de floresta consorciada

(FRANCO, 1998). Para a pecuária, o objetivo é chegar ao ano 2000 com um

rebanho de 10.000 cabeças de gado de corte.

Apesar de a produtividade da lavoura entre as linhas de eucalipto ser

baixa (23,33 sacos de arroz e 25 sacos de soja por ha), ela permite reduzir os

custos de plantio das árvores e prepara o solo para introdução das forrageiras

melhoradas (braquiárias, tanzânia e mombaça).

A seguir, são apresentados os consórcios e as técnicas de manejo

seqüencial de exploração do sistema agrossilvipastoril rotativo atualmente

adotados pela Cia. Mineira de Metais, na sua fazenda Riacho.

3.3.1. Ano zero

No ano zero, início das atividades, ocorre o preparo das áreas

anteriormente reflorestadas com monocultivos de eucaliptos. As áreas são

preparadas para plantio de clones híbridos de Eucalyptus sp., no espaçamento de

10 x 4 m (250 árvores por hectare), consorciado com arroz (Oryza sativa cv.

Guarani). O arroz é a primeira cultura plantada, por causa da sua menor

exigência em fertilidade, mantendo 1 m de distância das covas para não

prejudicar as raízes das árvores, para facilitar os tratos culturais e para diminuir

os efeitos competitivos, principalmente por luz.

O preparo de solo necessário para a semeadura consiste em uma destoca

de cepas de eucalipto, anteriormente em monocultivo nessas áreas, à

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profundidade de 10 a 15 cm no solo, com trator de esteira com lâmina, seguida

de um desmatamento da regeneração de vegetação de cerrado. A seguir, há uma

aração à profundidade de 20 cm, com arado de disco acoplado a trator, seguida

de uma gradagem niveladora, para homogeneizar e aplainar a superfície do solo,

e de uma limpeza de área, para tirar as raízes e os tocos mortos. As operações de

plantio e adubação são conduzidas simultaneamente com semeadeira –

adubadeira, acionada por trator agrícola convencional.

Para a calagem, são anteriormente incorporadas ao solo 4,0 t.ha-1 de

calcário Zincal 200 MMA (PRNT 85%), no mês de julho do mesmo ano. Enfim,

a adubação mineral consiste em 200 kg.ha-1 de NPK 05-25-15, ou seja, 9,0 g por

metro linear, sendo o adubo localizado no solo abaixo e ao lado das sementes.

A semeadura do arroz ocorre na última semana de outubro de cada ano,

início da estação chuvosa, ocupando uma área de efetivo plantio de 325 ha. O

número de sementes de arroz Guarani por metro é de 80, ou seja, 50 kg.ha-1,

semeadas à profundidade de 3 cm, com espaçamento de 0,45 m entre as linhas

(18 linhas de arroz por entrelinha de eucaliptos). Nota-se que todas as sementes

são inicialmente tratadas com inseticida Furazin - 1,7 l.100-1 kg de sementes.

Caso haja infestação de lagartas, é feita uma aplicação de inseticida

Dipel PM, na dosagem de 0,60 kg por hectare.

O cultivar Guarani é de ciclo curto e floresce num período de 75 a 90

dias após a semeadura; seu ciclo de maturação é de 105-120 dias. Ele alcança,

conforme a fertilidade do solo, uma altura média de 100 cm, e sua produção é de

23,33 sc.ha-1. Ademais, o ‘Guarani’ apresenta tolerância média à brusone nas

folhas, além de ser bastante resistente à seca.

Observa-se que todos os restos culturais da colheita do arroz são

incorporados ao solo. Não há gradagem logo após a colheita, mas, sim, no

momento de incorporação do calcário no solo, no mês de julho a seguir.

O plantio das mudas de eucalipto ocorre entre 15 de novembro e 15 de

dezembro de cada ano, na mesma área já parcialmente coberta pelo arroz;

portanto, o ano da implantação é aquele em que as mudas são plantadas como

referência em dezembro. As linhas de eucalipto são plantadas no sentido leste-

oeste, para proporcionar plena radiação solar para as culturas consorciadas nas

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entrelinhas. Os clones híbridos utilizados possuem boa resistência contra déficit

hídrico e ataque de lagartas, além de excelente capacidade de brotação após o

corte.

No momento do preparo de solo para a semeadura do arroz, são feitas

duas gradagens suplementares, para formação dos camalhões, seguido de

coveamento, para plantio das mudas de eucalipto, conforme ilustrado na Figura

2.

Figura 2 - Formação dos camalhões para plantio das mudas de eucalipto, no momento de preparo das áreas.

As mudas são plantadas em terra molhada pela chuva ou irrigação,

ficando aprumadas, alinhadas e enterradas até o coleto (região do caule bem

próxima da terra), prevenindo-se o ataque de formigas. A Figura 3, apresentada a

seguir, ilustra as mudas de eucaliptos plantadas no meio da lavoura de arroz.

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Para a distribuição de corretivos na cova de eucalipto, é utilizada uma

mistura de 240 kg.ha-1 de fosfato natural (Araxá, Catalão ou Patos de Minas),

120 kg.ha-1 de gesso agrícola e 48 kg.ha-1 de óxido de magnésio, totalizando

408 kg.ha-1. Enfim, a adubação mineral consiste em 37,5 kg.ha-1 de NPK 10-28-

06 ou 06-30-06, ou seja, 150 g.muda-1.

Figura 3 - Eucaliptos plantados nos camalhões no meio da lavoura de arroz.

O controle de cupins é feito por meio de aplicação de cupinicida na cova,

à razão de 2,5 kg.ha-1, ou seja, 10 g.planta-1. Não há uso de herbicida na hora do

plantio.

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São realizados três combates a formigas no momento de implantação da

floresta, o primeiro sendo o mais rigoroso, com 6,00 kg.ha-1 de formicida

granulado Atamex (iscas), e os demais com 0,50 kg.ha-1.

3.3.2. Ano um

No ano um, é semeada a soja (Glycine max cv. Doko, Conquista e

Vitória) no lugar do arroz, na entrelinha do eucalipto, mantendo novamente 1 m

de distância das árvores. A soja é inoculada, inicialmente, com a bactéria

Bradyrhizobium japonicum.

A semeadura da soja ocorre na primeira semana de novembro; o número

de sementes por metro linear é de 22 a 26, ou seja, 60 kg.ha-1 (produção de

25 sc.ha-1), semeadas à profundidade de 3 a 5 cm, com espaçamento de 0,45 m

entre as linhas (18 linhas de soja por entrelinha de eucaliptos). A densidade

populacional é de 200.000 plantas.ha-1. As sementes são tratadas com fungicida

Tecto 100 (150 g.100-1 kg de sementes), molibdato de sódio (135 g.100-1 kg de

sementes) e sulfato de cobalto (42 g.100-1 kg de sementes). A operação é

realizada simultaneamente à inoculação, sendo feita à sombra, e o plantio é

realizado no mesmo dia. No momento da inoculação, as sementes são umedecidas

com solução de sacarose (625 g de açúcar.100-1 kg de sementes). Posteriormente,

elas são misturadas ao inoculante (1,0 kg.100-1 kg de sementes), de maneira a

promover uma boa distribuição sobre as sementes.

Quanto ao controle de invasoras do meio da cultura, é utilizado o

herbicida Trifluralina 1,8 l.ha-1 - diluição 150 l.ha-1, associado a 1,0 l.ha-1 de óleo

natural, misturados antes de serem colocados no pulverizador. A mistura é

aplicada, antes da semeadura, ao solo úmido isento de torrões e restos vegetais, e

incorporada imediatamente à profundidade de 5 a 10 cm, conforme ilustrado na

Figura 4.

Caso ocorra infestação de pragas, são feitas aplicações do inseticida

Pounce, na dosagem 0,05 l.ha-1, e Thiodan, na dosagem 0,50 kg.ha-1. A Figura 5

mostra a soja já formada nas entrelinhas de eucalipto.

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Figura 4 - Aplicação de herbicida ao solo úmido nas entrelinhas de eucalipto, antes da semeadura da soja.

Figura 5 - Soja formada nas entrelinhas de eucalipto.

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O preparo de solo necessário para a semeadura consiste de uma gradagem aradora e duas gradagens niveladoras.

Para a calagem, são anteriormente incorporadas ao solo 3,0 t.ha-1 de calcário Zincal 200 MMA, PRNT 85%, no mês de julho do mesmo ano. Enfim, a adubação consiste em 300 kg.ha-1 de 02-20-20 (N-P-K), ou seja, 13,5 g.m-1 linear, sendo o adubo localizado no solo abaixo e ao lado das sementes. Mais uma vez, todos os restos culturais da colheita da soja são incor-porados ao solo. Nesse ano, ocorre também a primeira manutenção de florestas de eucalipto (capinas manuais, conservação de estradas e aceiros e combate às formigas com formicida granulado Atamex, na dosagem de 2,0 kg.ha-1).

3.3.3. Ano dois

No ano dois, há formação de pastagens manejadas para engorda de gado de corte, isto é, com capacidade de suporte estimada em 1,0 UA (unidade animal) .ha-1 no inverno e 2,0 UA.ha-1 no verão.

Para a calagem, é anteriormente incorporada ao solo 1,0 t.ha-1 de calcário dolomítico Zincal 200 MMA (PRNT 85%), em julho do mesmo ano.

O preparo de solo necessário para a semeadura consiste de uma gradagem pesada à profundidade de 20 cm, com arado de disco de 20 x 32” no centro das entrelinhas e 16 x 26” nas laterais das entrelinhas, seguida de uma gradagem niveladora com arado de disco de 48 x 20”, para homogeneizar e aplainar a superfície do solo. Após a semeadura, é feita uma gradagem niveladora de incorporação, com a finalidade de cobrir as sementes lançadas.

A semeadura do capim (Brachiaria brizantha) ocorre no mês de novembro. A quantidade de sementes de capim é de aproximadamente 10 kg.ha-

1. Essas são misturadas com fosfato natural (400 kg.ha-1) e superfosfato simples (100 kg.ha-1). A mistura é espalhada com carreta Jan, distribuidora de calcário a lanço acoplada a trator agrícola.

De três em três anos após a implantação das pastagens, é feita uma adubação de manutenção, cuja composição é de 1.000 kg.ha-1 de calcário dolomítico, 300 kg.ha-1 de fosfato natural, 200 kg.ha-1 de superfosfato simples e 80 kg.ha-1 de cloreto de potássio. Quando necessário, é feita a limpeza da pastagem com roçadas e combate a cupins, com cupinicida na dosagem de 2,5 kg.ha-1.

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Nesse mesmo ano, os eucaliptos, com 6 m de altura e aproximadamente 18 meses de idade, são desramados até a altura de 4 m do solo e no máximo 50% da copa. A desrama permite amenizar os efeitos competitivos com as culturas agrícolas e forrageiras, além de proporcionar, no futuro, fustes livres de nós, com maior valor agregado na época do seu corte, melhorando a qualidade da madeira para serraria e aumentando seu valor comercial (PETRUNCIO, 1994). As ferramentas utilizadas são a foice, para galhos finos de diâmetro inferior a 2 cm; o serrote, para galhos médios de diâmetro superior a 2 cm e inferior a 4 cm; e a motosserra, para galhos grossos de diâmetro superior a 4 cm. Em todos os casos, a poda deve ficar rente ao tronco, não deixando lascas nem ferimentos no caule. Os galhos cortados são enleirados, para se decomporem naturalmente no sentido da linha do plantio. A Figura 6 ilustra a pastagem formada nas entrelinhas de eucaliptos já desramados. No segundo ano, ocorre novamente a manutenção das florestas de eucalipto (roçada manual, conservação de estradas e aceiros e combate a formigas com formicida granulado Atamex, na dosagem de 2,0 kg.ha-1).

3.3.4. Ano três

No ano três, 90 dias após a implantação das pastagens, inicia-se o

período de utilização para engorda de bois, conforme ilustrado na Figura 7.

Os novilhos são adquiridos bianualmente, considerando um prazo

necessário de dois anos para engorda. Assim, a cada dois anos os bois gordos são

vendidos e substituídos por novilhos, para iniciar um novo ciclo de engorda.

Deste modo, é prevista a compra de novilhos para engorda nos anos 3, 5, 7 e 9, e

a venda de bois gordos nos anos 5, 7, 9 e 11.

Os novilhos azebuados (Bos indicus) com um ano de idade são

adquiridos com um peso médio de 5 arrobas e vendidos, decorridos dois anos,

com peso vivo de 15 arrobas, prontos para o abate. Após o abate, o rendimento

de carcaça alcança, em média, 5 arrobas de carne por hectare, por ano. Hoje, a

empresa abate 1.500 bois.ano-1. No futuro, os novilhos colocados no sistema

agrossilvipastoril serão produtos do cruzamento industrial (Simental x Nelore).

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Figura 6 - Pastagem de braquiária formada nas entrelinhas de eucaliptos, desramados até a altura de 4 m do solo.

Figura 7 - Início do sistema silvipastoril, com bois pastejando forrageiras perenes no meio da floresta de eucalipto.

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No terceiro ano, há novamente a manutenção de florestas de eucalipto

(roçada manual, conservação de estradas e aceiros e combate a formigas com

formicida granulado Atamex, na dosagem de 2,0 kg.ha-1), assim como uma

segunda desrama, feita até 6 m de altura, por meio de serrote e motopoda. No

momento da desrama, os eucaliptos estão com, aproximadamente, 42 meses de

idade. Além do mais, há estabelecimento de cercas vivas e instalação de aguadas

para os animais.

Para delimitar as bordaduras das áreas reflorestadas e manter o sub-

bosque sob controle, as árvores, a partir dessa idade, são utilizadas como

mourões vivos, lascas e esticadores, para formar a chamada “eucacerca”. Nesta, o

arame pantaneiro liso é passado através de furos nas próprias árvores, como se

fosse em lascas normais. Com o passar do tempo, as árvores vão fechando os

furos, travando o arame na madeira, formando uma cerca de alta resistência,

conforme ilustrado na Figura 8.

Figura 8 - Utilização dos eucaliptos bordando os piquetes do sistema silvipastoril como mourões, para formar a chamada “eucacerca”.

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A “eucacerca” custa aproximadamente US$ 300 por quilômetro

construído, enquanto a cerca convencional custa US$ 1.200 (ANÔNIMO, 1998).

Assim, a cerca viva permite reduzir as despesas com material e mão-de-obra,

deixando apenas o gasto com o arame galvanizado. Hoje, a empresa conta com

20 km de “eucacerca”.

3.3.5. Ano quatro

No ano quatro, há simplesmente a manutenção de florestas de eucalipto

(conservação de estradas e aceiros e combate a formigas com formicida

granulado Atamex, na dosagem de 2,0 kg.ha-1).

3.3.6. A partir do ano cinco

A partir do ano cinco, tem-se o estabelecimento do sistema silvipastoril,

envolvendo eucalipto e produção de carne de gado de corte. Ocorre também, até

o ano 11, a manutenção de florestas de eucalipto (conservação de estradas e

aceiros e combate a formigas com formicida granulado Atamex, sempre na

dosagem de 2,0 kg.ha-1).

Se preciso, é realizado um desbaste seletivo para a espécie florestal, com

o objetivo de reduzir a competição e o sombreamento sobre as pastagens e, com a

venda desta madeira, antecipar receitas ao fluxo de caixa do sistema.

A partir do quinto ano, tem-se uma periodicidade bianual de vendas de

bois gordos.

A partir do ano 11, há coincidência de venda de boi gordo e de corte raso

da floresta de eucalipto, com produção de madeira de 385 st.ha-1, devendo-

se ressaltar que 231 st.ha-1 são para energia (60% da madeira produzida) e

154 st.ha-1 são para serraria (40% da madeira).

Na Figura 9 estão descritas as principais operações do sistema

agroflorestal, da implantação e manutenção de seus componentes até a

comercialização de seus produtos.

O croqui ilustra (Figura 10), de maneira seqüencial, as disposições

espacial e temporal das culturas que compõem o sistema agroflorestal.

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FLUXOGRAMA DAS OPERAÇÕES

ANO 01) Preparo das Áreas

2) Semeadura do Arroz

3) Plantio das Mudas de Eucalipto

ANO 1 1) Semeadura da Soja Entrelinhas Eucalipto

2) Manutenção das Florestas de Eucalipto

ANO 21) Semeadura da Braquiária Entrelinhas de Eucalipto

2) Manutenção das Florestas de Eucalipto e 1a Desrama

ANO 31) Formação da “Eucacerca”

2) Manutenção das Florestas de Eucalipto e 2a Desrama

3) 1a Aquisição de Novilhos para Engorda

ANO 4Manutenção das Florestas de Eucalipto

ANO 51) 1a Venda de Boi Gordo

2) 2a Aquisição de Novilhos para Engorda

3) Manutenção das Florestas de Eucalipto

ANO 111) Última Venda de Boi Gordo

2) Corte e Venda da Madeira, com 60%para Energia e 40% para Serraria

Venda da Madeirade Destoca de

Regeneração deCerrado

Colheita e Vendado Arroz

Colheita e Vendada Soja

1a Manutençãoda Pastagem

ANO 82a Manutençãoda Pastagem

Figura 9 - Fluxograma das principais operações.

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ANO 0 ANO 1

• AAAAAAAAAAAAAAAAAA • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS •

AAAAAAAAAAAAAAAAAA SSSSSSSSSSSSSSSSSS

• AAAAAAAAAAAAAAAAAA • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS •

AAAAAAAAAAAAAAAAAA SSSSSSSSSSSSSSSSSS

• AAAAAAAAAAAAAAAAAA • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS •

AAAAAAAAAAAAAAAAAA SSSSSSSSSSSSSSSSSS

• AAAAAAAAAAAAAAAAAA • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS •

ANOS de 3 a 11 ANO 2

• GGGGGGGGGGGGGGGGG • • PPPPPPPPPPPPPPPPPP •

GGGGGGGGGGGGGGGGG PPPPPPPPPPPPPPPPPP

• GGGGGGGGGGGGGGGGG • • PPPPPPPPPPPPPPPPPP •

GGGGGGGGGGGGGGGGG PPPPPPPPPPPPPPPPPP

• GGGGGGGGGGGGGGGGG • • PPPPPPPPPPPPPPPPPP •

GGGGGGGGGGGGGGGGG PPPPPPPPPPPPPPPPPP 4,0 m

• GGGGGGGGGGGGGGGGG • • PPPPPPPPPPPPPPPPPP •

10,0 m

• clone híbrido de eucalipto (Eucalyptus sp.); A arroz (Oryza sativa); S soja (Glycine max); P pastagem de braquiária (Brachiaria brizantha); e G pastejo para engorda de bois (Bos indicus).

Figura 10 - Croqui de uma área do sistema agroflorestal.

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3.4. Curva de crescimento e produção

Com os dados do inventário florestal oriundo das florestas consorciadas,

foi ajustado um modelo de crescimento e produção para determinar a idade ótima

de rotação do eucalipto. Empregou-se o modelo LnV = ß0 + ß1.I-1 + ε,

em que

Ln = logaritmo neperiano;

V = volume de madeira (m3.ha-1);

I = idade do povoamento florestal (anos);

ß0 e ß1 = parâmetros do modelo; e

ε = erro aleatório, ε ~ NID(0, σ2).

A escolha desse modelo teve por base algumas análises preliminares.

Inicialmente, foram elaborados gráficos que relacionam as variáveis DAP, altura,

área basal (B), área basal por hectare (BHA), volume por hectare (VHA) e idade,

com o objetivo de conhecer o relacionamento entre estas variáveis. Um primeiro

modelo, relacionando a produção com a idade e a área basal, foi descartado por

causa da insignificância da área basal. Por outro lado, o índice do local não foi

incluído nos modelos visualizados, por não estarem disponíveis os dados de

altura de árvores dominantes. Apesar disto, constatou-se não haver grandes

diferenças de produtividade no povoamento, com base em produções observadas

em uma mesma idade. Assim, depreendeu-se não haver problemas ao incluir

apenas o efeito da variável idade, resultando no modelo mencionado. Alguns

dados discrepantes, caracterizados como “outliers”, foram eliminados antes do

ajuste do modelo. De posse da equação ajustada, obteve-se a idade técnica de

colheita (rotação), definida como -ß1.

3.5. Avaliação econômica dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM

Empregaram-se os seguintes critérios e fórmulas para analisar a

viabilidade econômica dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM:

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3.5.1. Valor presente líquido (VPL)

VPL = [Σ Rj (1+i)-j] - [Σ Cj (1+i)-j]

em que

Rj = receita líquida no final do ano ou do período j considerado;

Cj = custos no final do ano ou do período j considerado;

j = período (anos); e

i = taxa de desconto anual.

3.5.2. Valor esperado da terra (VET)

VET = RLP [(1+i)P - 1]

em que

RLP = receita líquida ao fim de cada P anos;

P = duração de cada cíclo produtivo da floresta; e

i = taxa de desconto anual.

3.5.3. Benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE)

B(C)PE = VPL x i 1 - (1+i)-n

em que

VPL = valor presente líquido;

n = número de anos do ciclo completo; e

i = taxa de desconto anual.

3.5.4. Taxa interna de retorno (TIR)

Σ Rj (1+TIR)-j = Σ Cj (1+TIR)-j

Os termos são os mesmos definidos na equação 1.

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3.5.5. Relação benefício-custo (B/C)

B/C = [Σ Rj (1+i)-j] / [Σ Cj (1+i)-j]

Os termos são os mesmos definidos na equação 1.

3.6. Custo anual da terra (a)

A consideração do custo de oportunidade do capital investido na terra é

imprescindível para a análise econômica de um projeto, uma vez que a terra

constitui um fator de produção essencial para obtenção de madeira e culturas

agrícolas. As alternativas existentes no mercado para investimento desse capital

justificam a necessidade de considerar tal custo (PEARSE, 1990).

De acordo com Haley (1966), citado por ALBUQUERQUE (1993), a

determinação do custo da terra é necessária no caso de florestas de rotações

curtas e quando não se tem perfeito conhecimento da curva de crescimento dos

povoamentos.

O custo anual da terra é obtido pelo produto da taxa de desconto anual,

ou seja, a taxa de juros, pelo capital investido em terra.

A equação para o cálculo do custo anual da terra é:

a = Vt x i em que

a = custo anual da terra;

Vt = valor da terra; e

i = taxa de desconto anual.

3.7. Simulações de alternativas técnicas e econômicas

Com o objetivo de melhorar a metodologia proposta, foram simuladas

alternativas técnicas e econômicas para os atuais sistemas agroflorestais adotados

pela empresa, a saber: variação da idade de rotação da floresta e variação (±20%)

dos preços dos produtos obtidos e dos custos de produção. Para cada alternativa

foi feita uma avaliação econômica, usando os critérios anteriormente definidos.

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3.8. Custos e receitas

Todos os dados utilizados para montar os quadros de custos e receitas

foram compilados a partir do banco de dados encontrado na empresa. Para

análise dos fluxos de caixa, foram considerados os seguintes custos e receitas.

A taxa de desconto utilizada foi de 10% ao ano, sendo a taxa real de

juros, excluindo a inflação.

3.8.1. Custos de implantação de eucalipto

Os custos de implantação incluem as seguintes operações: elaboração do

projeto e topografia; construção de estradas e aceiros; desmatamento da

regeneração de cerrado; destoca de cepas de eucalipto; limpezas da área;

gradagem Rome; combates a formigas; alinhamento e balizamento; mistura e

distribuição de corretivos; gradagem “bedding”; coveamento; distribuição de

adubo e cupinicida na cova; mistura de adubo com cupinicida; reforma de

aceiros; transporte, distribuição, plantio e replantio de mudas; e irrigação.

3.8.2. Custos de manutenção de eucalipto no primeiro ano

Estes custos compreendem as seguintes atividades: capinas manuais;

conservações de estradas e aceiros; e combate a formigas.

3.8.3. Custos de manutenção de eucalipto no segundo ano

Estes custos envolvem: roçada manual; primeira desrama até 4 m do

solo; conservações de estradas e aceiros; e combate a formigas.

3.8.4. Custos de manutenção de eucalipto no terceiro ano

Estes custos incluem: roçada manual; segunda desrama até 6 m do solo;

conservações de estradas e aceiros; e combate a formigas.

48

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3.8.5. Custos de manutenção de eucalipto do quarto ao décimo primeiro ano

Estes custos compreendem as operações a seguir: conservações de

estradas e aceiros e combates a formigas.

3.8.6. Custos de implantação, condução e colheita de arroz

Estes custos envolvem gradagem aradora; limpeza de área; gradagem

niveladora; calagem; tratamento de sementes; plantio e adubação; e colheita.

3.8.7. Custos de implantação, condução e colheita de soja

Estes custos incluem as atividades: gradagens aradora e niveladora;

calagem; inoculação e tratamento de sementes; aplicações de herbicida; plantio e

adubação; aplicações de inseticida; e colheita.

3.8.8 Custo de formação e manutenção de pastagens

Estes custos incluem as seguintes atividades: calagem e gradagens

aradora e niveladora; plantio a lanço; gradagem de incorporação; mistura de

corretivos e adubos; distribuição de corretivos; aplicação de cupinicida; roçada

manual; construção de “eucacercas”; e instalação de aguadas e saleiras.

3.8.9. Custos dos insumos, da mão-de-obra e da aquisição de novilhos de corte

Estes custos compreendem os seguintes itens: vaqueiro; aquisição de

novilhos com 5 arrobas; vacinas contra aftosa e carbúnculo; vermífugo; sal

mineral; sal comum; e carrapaticida e bernicida.

3.8.10. Custos anuais de depreciação relacionados à pecuária de corte

Estes custos envolvem: moradia para vaqueiros; depósito; curral;

eucacercas elétricas; aguadas; saleiras; acessórios para montaria; e cavalos.

49

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3.8.11. Receitas resultantes da comercialização dos produtos obtidos

As receitas são obtidas pela venda dos seguintes produtos: arroz; soja;

boi gordo; madeira de destoca da regeneração de cerrado; e madeira para serraria

e energia. A produção de cada um é multiplicada pelo preço de venda

correspondente, para obter o valor da receita por produto. Considerou-se que a

produtividade é de 35 st.ha-1.ano-1 e que 60% da madeira produzida é para

energia e 40% é para serraria. Cortando-se o eucalipto com 11 anos de idade,

obtém-se uma produção de 385 st.ha-1, sendo 231 st (60% de 385 st) para energia

e 154 st (40% de 385 st) para serraria.

O preço de venda considerado foi o da madeira em pé, ficando os custos

de exploração, transporte, carbonização e serração por conta do comprador.

50

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Crescimento e produção

Conforme os dados de inventário florestal do sistema agroflorestal

(Quadro 1C), foi ajustado um modelo linear para determinar o volume por

hectare (m3.ha-1), em função da idade (anos) do povoamento. A equação obtida

foi LnV = 6,27793 - 8,98803.Idade-1, com R2 = 0,727 e CV = 10,9%.

O incremento corrente anual (ICA) é obtido ao derivar a equação de

produção. Então, pode-se escrever que:

LnV = 6,27793 - 8,98803.I-1 ou V = e6,27793 - 8,98803.I-1.

Fazendo dV/dI, resulta em dV/dI = e6,27793 - 8,98803.I-1 (8,98803) * I-2.

O incremento médio anual (IMA) é obtido por V/I, ou seja,

IMA = (e6,27793 - 8,98803.I-1) * I-1.

Pode-se demonstrar que existe um ponto de máximo de IMA quando

IMA=ICA. Então, segue que:

(e6,27793 - 8,98803.I-1) * I-1 = e6,27793 - 8,98803.I-1 (8,98803) * I-2.

Isolando I, obtém-se I2/I = 8,98803 ou I = 8,98803

Assim, considerando a rotação como sendo a idade de máximo IMA,

pode-se inferir que a rotação encontrada é de aproximadamente nove anos. Estas

relações entre V, ICA e IMA são apontadas nas Figuras 11 e 12.

51

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0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1Idade (anos)

Vol

ume

(m3 .h

a-1)

1

Figura 11 - Curva de produção de madeira de eucalipto híbrido (m3.ha-1) em sistema agrossilvipastoril, em função da idade do povoamento, na região de Paracatu, noroeste de Minas Gerais.

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Idade (anos)

Incr

emen

to (m

3 .ha-1

.ano

-1)

IMA

ICA

Figura 12 - Curvas de incremento corrente anual (ICA) e de incremento médio anual (IMA) de eucalipto híbrido (m3.ha-1.ano-1) em sistema agrossilvipastoril, em função da idade do povoamento, na região de Paracatu, noroeste de Minas Gerais.

52

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4.2. Análise econômica do sistema agrossilvipastoril

O Quadro 4 mostra o fluxo de caixa para os sistemas agroflorestais

atualmente encontrados na empresa. Os dados de custos usados para montar esse

fluxo de caixa encontram-se nos Quadros de 1A a 7A, enquanto os dados de

receitas encontram-se no Quadro 8A.

4.2.1. Custos

No Quadro 1A são mostrados o rendimento e o custo das operações

necessárias à implantação de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no

espaçamento de 10 x 4 m. No final da última coluna, aparece o valor de

R$ 457,28, que representa o custo total, por hectare, para a implantação de

povoamentos de eucalipto. Este valor é transcrito para a coluna de custos do

Quadro 4.

No Quadro 2A estão descritos o rendimento e o custo das operações

necessárias às manutenções anuais de florestas de eucalipto, plantado no

espaçamento de 10 x 4 m. Assim, na primeira manutenção o custo por hectare é

de R$ 52,75, na segunda é de R$ 82,75, na terceira é de R$ 85,75, e assim por

diante, até a 11a manutenção, cujo custo.ha-1 é de R$ 16,75. Esses valores são

transcritos para a coluna de custos do Quadro 4.

Para obter o custo total por hectare das operações necessárias à

implantação, condução e colheita de culturas de arroz e de soja semeadas entre

fileiras de eucalipto, distanciadas de 10 m, basta consultar os Quadros 3A e 4A,

respectivamente.

Os custos por hectare das operações necessárias à formação de

pastagens, à instalação de infra-estrutura e à manutenção de pastagens formadas

entre fileiras de eucalipto, distanciadas de 10 m, encontram-se no Quadro 5A. Já

os custos anuais por hectare dos insumos, da mão-de-obra e da aquisição de

novilhos para a pecuária de corte e os custos anuais por hectare de depreciação

relacionados à atividade de pecuária de corte estão descritos nos Quadros 6A e

7A, respectivamente.

53

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Quadro 4 - Fluxo de caixa para o atual sist

Atividade Ano

· Implantação dos povoamentos de eucalipto 0 · Plantio, condução e colheita de arroz 0 Subtotal 1 0 · Venda de arroz 0 · Venda de madeira de regeneração de cerrado 0 Subtotal 2 0

TOTAL 0 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 1 · Plantio, condução e colheita de soja 1 Subtotal 1 ** 1 · Venda de soja 1 Subtotal 2 1

TOTAL 1 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 2 · Formação de pastagem com braquiária 2 Subtotal 1 ** 2 Subtotal 2 2

TOTAL 2 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 3 · Infra-estrutura da pecuária 3 · Insumos da pecuária 3 · Mão-de-obra da pecuária 3 · Aquisição de novilhos 3 · Depreciação * 3 Subtotal 1 ** 3 Subtotal 2 3

TOTAL 3

54

ema agrossilvipastoril

Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At.Acum. Rec.At.Acum. Tempo Ret. Cap. (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1)

457,28 - - - - - - - 236,09 - - - - - - - 693,37

- - 693,37 - - - - - 279,96 - - - - - - - 100,00 - - - - - - - 379,96 - - 379,96 - - - - - -313,41 - - 693,37 379,96 -313,41

52,75 - - - - - - - 283,91 - - - - - - - 386,66 - - 351,51 - - - -

- 315,00 - - - - - - - 315,00 - - 286,36 - - - - - -71,66 - - 1.044,88 666,32 -378,56

82,75 - - - - - - - 122,29 - - - - - - - 255,04

- - 210,78 - - - -

- 0,00 - - 0,00 - - -- - -255,04 - - 1.255,66 666,32 -589,33

85,75 - - - - - - - 118,45 - - - - - - - 13,74 - - - - - - -

1,67 - - - - - - - 125,00 - - - - - - -

6,21 - - - - - - - 400,82

- - 301,14 - - - -

- 0,00 - - 0,00 - - -- - -400,82 - - 1.556,80 666,32 -890,47

Continua...

54

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Quadro 4, Cont.

Atividade Ano

· Manutenção dos povoamentos de eucalipto 4 · Insumos da pecuária 4· Mão-de-obra da pecuária 4· Depreciação * 4 Subtotal 1 ** 4 Subtotal 2 4

TOTAL 4 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 5 · Insumos da pecuária 5· Mão-de-obra da pecuária 5· Aquisição de novilhos 5· Depreciação * 5· Manutenção de pastagens 5 Subtotal 1 ** 5· Venda de boi gordo 5 Subtotal 2 5

TOTAL 5 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 6 · Insumos da pecuária 6· Mão-de-obra da pecuária 6· Depreciação * 6 Subtotal 1 ** 6 Subtotal 2 6

TOTAL 6 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 7 · Insumos da pecuária 7· Mão-de-obra da pecuária 7· Aquisição de novilhos 7· Depreciação * 7 Subtotal 1 ** 7· Venda de boi gordo 7 Subtotal 2 7

TOTAL 7

55

Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At.Acum. Rec.At.Acum. Tempo Ret. Cap. (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1)

16,75 - - - - - - - 13,74 - - - - - - -1,67 - - - - - - -6,21 - - - - - - -

88,37 - - 60,36 - - - -- 0,00 - - 0,00 - - -

- - -88,37 - - 1.617,16 666,32 -950,83 16,75 - - - - - - - 13,74 - - - - - - -

1,67 - - - - - - -125,00 - - - - - - -

6,21 - - - - - - -107,58 - - -

- -- - - -

320,95 - - 199,28 - -- 375,00 - -

- -- - - -

- 375,00 - - 232,85 - - - 54,05 - - 1.816,44 899,17 -917,27 16,75 - - - - - - - 13,74 - - - - - - -

1,67 - - - - - - -6,21 - - - - - - -

88,37 - - 49,88 - - - - - 0,00 - - 0,00 - - -

- - -88,37 - - 1.866,32 899,17 -967,15 16,75 - - - - - - - 13,74 - - - - - - -1,67 - - - - - - -

125,00 - - - - - - -6,21 - - - - - - -

- -- - - -

- -

213,37 - - 109,49 - -- 375,00 - - - 375,00 - - 192,43 -- - 161,63 - - 1.975,82 1.091,60 -884,21

Continua...

55

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Quadro 4, Cont.

Atividade Ano

· Manutenção dos povoamentos de eucalipto 8 · Insumos da pecuária 8 · Mão-de-obra da pecuária 8 · Depreciação * 8 · Manutenção de pastagens 8 Subtotal 1 ** 8 Subtotal 2 8

TOTAL 8 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 9 · Insumos da pecuária 9 · Mão-de-obra da pecuária 9 · Aquisição de novilhos 9 · Depreciação * 9 Subtotal 1 ** 9 · Venda de boi gordo 9 Subtotal 2 9

TOTAL 9 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 10 · Insumos da pecuária 10 · Mão-de-obra da pecuária 10 · Depreciação * 10 Subtotal 1 ** 10 Subtotal 2 10

TOTAL 10· Manutenção dos povoamentos de eucalipto 11 · Insumos da pecuária 11 · Mão-de-obra da pecuária 11 · Depreciação * 11 Subtotal 1 ** 11 · Venda de boi gordo 11 · Venda de madeira para energia 11 · Venda de madeira para serraria 11 Subtotal 2 11

TOTAL 11* Casas, curral, depósitos, cavalos, arreios e cercas, ** ao sub

56

Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At.Acum. Rec.At.Acum. Tempo Ret. Cap. (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1)

16,75 - - - - - - - 13,74 - - - - - - -

1,67 - - -

- - - -6,21 - - - - - - -

107,58 - - - - - - - 195,95 - - 91,41 - - - -

- 0,00 - - 0,00 - - -- - -195,95 - - 2.067,23 1.091,60 -975,62

16,75 - - - - - - - 13,74 - - - - - - -

1,67 - - -

- - - -125,00 - - - - - - -

6,21 - - - - - - -213,37 - - 90,49 - - - -

- 375,00 - - - - - - - 375,00 - - 159,04 - - -- - 161,63 - - 2.157,72 1.250,64 -907,08

16,75 - - - - - - - 13,74 - - - - - - -

1,67 - - - - - - - 6,21 - - - - - - -

88,37

- - 34,07 - - - -- 0,00 - - 0,00 - - -- - -88,37 - - 2.191,79 1.250,64 -941,15

16,75 - - - - - - - 13,74 - - -

- - - -1,67 - - - - - - - 6,21 - - - - - - -

88,37 - - 30,97 - - - -- 375,00 - - - - - - - 1.848,00 - - - - - -- 1.848,00 - - - - - - - 4.071,00 - - 1.426,86 - - -- - 3.982,63 - - 2.222,76 2.677,50 454,74

total 1 foi adicionado o custo anual da terra de R$ 50,00.ha-1 e *** na época de coleta dos dados, R$ 1,00 = US$ 0,80

56

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Nota-se que todos os subtotais anuais de custos por hectare do Quadro 4

foram descontados para o ano zero, os quais foram usados para calcular os custos

atuais acumulados por hectare. Essa atualização proporciona um padrão de

comparação real dos custos futuros, aumentando, assim, a consistência da

análise.

A participação percentual dos custos das operações necessárias à

implantação de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento

de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 13 e 14. Observa-se na Figura 13 que as

operações mecanizadas representam mais do que a metade (55%) dos custos

totais de implantação. Dentre o custo total das operações mecanizadas e manuais,

incluindo os insumos (Figura 14), o desmatamento de regeneração de cerrado e a

destoca de cepas de eucalipto constituem, juntos, 34% das despesas, seguidos de

longe pelas atividades de transporte, distribuição, plantio e replantio de mudas

(16%) e de combates a formigas (10%).

manual19%

insumos26%

mecanizado55%

Figura 13 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de ativi-dades, necessárias à implantação (ano 0) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m.

57

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8%

34%

8%7%10%

1%7%

6%

16%1% 2%

Elaboração do projeto e topografiaConstrução e reforma de estradas e aceirosDesmatamento e destoca1ª Limpeza de áreaGradagensCombates a formigasAlinhamento e balizamentoMistura e distribuição de corretivosCoveamento e distribuição adubo/cupinicidaTransporte, distribuição, plantio e replantio mudasIrrigação

Figura 14 - Participação percentual dos custos das operações, por atividade,

necessárias à implantação (ano 0) de um hectare de clones híbridos de eucalipto plantados no espaçamento de 10 x 4 m.

A participação percentual dos custos das operações necessárias à

manutenção de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento

de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 15 e 16. Observa-se na Figura 15 que as

operações manuais representam mais do que dois terços (68%) dos custos totais

de manutenção. Dentre o custo total das operações mecanizadas e manuais,

incluindo os insumos (Figura 16), as três primeiras manutenções representam,

juntas, 73% das despesas, devendo-se ressaltar que na primeira manutenção

(19,3% do custo total) são feitas duas capinas manuais, na segunda (27,6%) é

realizada uma primeira desrama (72,5% do custo da manutenção) e na terceira

(26,0%) é realizada uma segunda desrama (73,5% do custo da manutenção). As

desramas, atividades ainda semimecanizadas na empresa, justificam a alta

contribuição das operações manuais ao custo de manutenção.

58

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mecanizado16%

manual68%

insumos16%

Figura 15 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de

atividades, necessárias à manutenção (a partir do ano 1) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m.

19%

26%

5%

4%

2%

4%

3% 3% 3% 3%

28%

1ª Manutenção (ano 1)

2ª Manutenção (ano 2)

3ª Manutenção (ano 3)

4ª Manutenção (ano 4)

5ª Manutenção (ano 5)

6ª Manutenção (ano 6)

7ª Manutenção (ano 7)

8ª Manutenção (ano 8)

9ª Manutenção (ano 9)

10ª Manutenção (ano 10)

11ª Manutenção (ano 11)

Figura 16 - Participação percentual dos custos de manutenção (a partir do ano1)

de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m.

59

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A participação percentual dos custos das operações necessárias à

implantação, condução e colheita de 1 ha de arroz semeado entre as fileiras de

eucalipto, plantado no espaçamento de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 17 e

18, a seguir. Observa-se na Figura 17 a contribuição importante dos insumos

(50%), principalmente sementes e adubos (75% do valor dos insumos), nas

despesas totais. As operações mecanizadas, conforme a Figura 18, representam

44% do total, nas quais só o plantio e a adubação são responsáveis por 40% do

custo total, seguidos de longe pela colheita mecanizada (16%) e pelas gradagens

aradora e niveladora (14%).

manual6%

insumos50%

mecanizado44%

Figura 17 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de atividades, necessárias à implantação, condução e colheita (ano 0) de 1 ha de arroz semeado entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m.

14%

8%40%

16%11%

11%

Gradagens

2ª Limpeza de área

Calagem

Tratamento desementesPlantio e adubação

Colheita

Figura 18 - Participação percentual dos custos das operações, por atividade, necessárias à implantação, condução e colheita (ano 0) de 1 ha de arroz semeado entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m.

60

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A participação percentual dos custos das operações necessárias à

implantação, condução e colheita de 1 ha de soja semeada entre as fileiras de

eucalipto, plantado no espaçamento de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 19 e

20. Observa-se na Figura 19 a grande contribuição dos insumos (57%),

principalmente na forma de sementes, adubos e herbicidas (80% do valor dos

insumos), nas despesas totais. As operações mecanizadas, tais como ilustradas na

Figura 20, representam 42% do total, nas quais só o plantio e a adubação são

responsáveis por 38% do custo total, seguidos pelas aplicações de herbicida

(20%) e pela colheita mecanizada (14%).

A participação das operações manuais é quase desprezível (6 e 1% do

custo total para as culturas de arroz e soja, respectivamente), em relação à

participação de 19% para a implantação de povoamentos de eucalipto e de 68%

para sua manutenção, ou seja, 36% do custo total atualizado de implantação e

manutenção das florestas de eucalipto. Tal fato demonstra o nível elevado de

mecanização agrícola e a grande dependência da empresa nas operações manuais

do seu setor florestal, principalmente de desramas, capinas e roçadas e combates

a formigas.

manual1%

insumos57%

mecanizado42%

Figura 19 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de

atividades, necessárias à implantação, condução e colheita (ano 1) de 1 ha de soja semeada entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m.

61

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11%

8%

3%

20%

38%

6%

14%

GradagensCalagemInoculação + tratamento de sementesAplicações de herbicidaPlantio e adubaçãoAplicações de inseticidaColheita

Figura 20 - Participação percentual dos custos das operações, por atividade, necessárias à implantação, condução e colheita (ano 0) de 1 ha de soja semeada entre fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m.

A participação percentual dos custos das operações necessárias à

construção de infra-estruturas e à formação e manutenção de 1 ha de pastagens

semeadas entre as fileiras de eucalipto, plantado no espaçamento de 10 x 4 m, é

apresentada nas Figuras 21 e 22. Observa-se na Figura 21 a grande contribuição

dos insumos (60%), principalmente sementes de braquiária, corretivos de solo e

aguadas (80% do valor dos insumos), nas despesas totais. As operações

mecanizadas para a formação de pastagens representam 67% do custo de todas as

operações mecanizadas. De acordo com a Figura 22, só o plantio a lanço e a

calagem são responsáveis por 57% do custo de formação de pastagens, seguidos

pelas duas gradagens aradoras e pela gradagem niveladora (35%). O custo da

primeira gradagem aradora, realizada com trator de esteira D6, constitui mais da

metade do custo dessas gradagens, sendo o tipo de máquina usada o responsável

pelo aumento de preço.

62

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manual16%

insumos60%

mecanizado24%

Figura 21 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de

atividades, necessárias à construção de infra-estruturas e à formação e manutenção de 1 ha de pastagens semeadas entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m.

35%

57%

8%

Gradagens aradoras (2X) e niveladoraPlantio a lanço e calagemGradagem de incorporação

Figura 22 - Participação percentual dos custos das operações, por atividade, necessárias à formação de 1 ha de pastagens semeadas entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m.

63

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Na Figura 23 é apresentada a participação percentual dos custos atuais de

aquisição de novilhos, dos insumos e da mão-de-obra para a pecuária de corte.

Observa-se que a aquisição bianual de novilhos com peso de 5 arrobas constitui a

maior despesa, ou seja, 80% do custo total por hectare, no momento em que os

insumos são responsáveis por apenas 18%, seguidos de longe pelos 2% da mão-

de-obra. Dentre os custos de insumos, o sal mineral Fosbov representa 55% das

despesas, seguido do carrapaticida e bernicida, com 21%. Em relação à mão-de-

obra, a única despesa provém dos vaqueiros, cada um cuidando de 300 animais.

18%

2%

80%

Insumos (anos 3 a 11)

Mão-de-obra (anos 3 a 11)

Novilhos (anos 3-5-7-9)

Figura 23 - Participação percentual dos custos atuais, por hectare, de aquisição de novilhos, de insumos e de mão-de-obra para a pecuária de corte.

A participação percentual dos custos globais, descontados das operações

necessárias à implantação, manutenção e colheita, se for o caso, dos

64

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componentes dos sistemas agroflorestais anteriormente descritos é apresentada na

Figura 24, a seguir. Observa-se que mais de um terço dos custos (37%) é

associado à implantação e manutenção de 1 ha de eucalipto. No entanto, não se

deve esquecer que mais da metade (52%) do valor atualizado da receita,

conforme ilustrado na Figura 25, é proveniente da venda dos produtos

madeireiros obtidos ao longo da rotação de 11 anos. Posteriormente, vem a

contribuição dos custos de formação e manutenção da pecuária e de depreciação

(21%). A participação dos custos associados às lavouras de arroz e soja ainda são

os menores, com 12 e 14% do total, respectivamente.

37%

12%14%

16%

21%

Implantação e manutenção de 1 ha de eucalipto

Implantação, condução e colheita de 1 ha de arroz

Implantação, condução e colheita de 1 ha de soja

Formação e manutenção de 1 ha de pastagens

Formação e manutenção da pecuária e depreciação

Figura 24 - Participação percentual dos custos globais atualizados das operações necessárias à implantação e manutenção de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m, à implantação, condução e colheita de 1 ha de arroz e de soja, à formação e manutenção de 1 ha de pastagens e à formação e manutenção da pecuária de corte.

65

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4.2.2. Receitas

No Quadro 8A estão as receitas (R$.ha-1) resultantes da comercialização

dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril rotativo da empresa. Por

exemplo, na primeira linha, no caso do arroz, considerando uma produção de

23,33 sacos por hectare, vendidos ao preço de R$ 12,00.sc-1, obtém-se uma

receita de R$ 279,96.ha-1. Este valor é transferido para a coluna de receitas no

fluxo de caixa, apresentado no Quadro 4, no ano em que foi feita a sua

colheita.

No caso do boi gordo, na terceira linha do Quadro 8A, a produção de

15 arrobas de carne por hectare é obtida a cada dois anos. Assim, considerando

que os novilhos com um ano de idade são adquiridos com um peso médio de

5 arrobas, em dois anos alcançam 15 arrobas e estão prontos para o abate, com

preço de venda de R$ 25,00.@-1, totalizando R$ 375,00.ha-1. Este valor é

transcrito para a coluna de receitas do Quadro 4, nos anos 5, 7, 9 e 11,

correspondentes aos anos de abate.

Nesse mesmo fluxo de caixa, considerou-se um incremento médio anual

(IMA) de 35 st.ha-1.ano-1 de madeira para a floresta de clones híbridos de

eucalipto, ou seja, uma produção de 385 st.ha-1 aos 11 anos de idade. Ademais,

supôs-se que 40% da madeira produzida (154 st.ha-1) seria vendida para serraria,

ao preço de R$ 12,00.st-1, e que os 60% restantes (231 st.ha-1) seriam vendidos

para energia, ao preço de R$ 8,00.st-1. Assim, as receitas obtidas com as vendas

de madeira para serraria e energia são ambas de R$ 1.848,00.ha-1. Estes valores

são transcritos para a coluna de receitas no ano 11.

Nota-se que todos os subtotais anuais de receitas por hectare do Quadro

4 foram descontados para o ano zero (receitas atuais), as quais foram usadas para

calcular as receitas atuais acumuladas por hectare. A taxa de juros utilizada foi de

10% ao ano.

A participação percentual das receitas atualizadas provenientes da

comercialização dos produtos obtidos nos sistemas agroflorestais da empresa é

apresentada na Figura 25. Observa-se que a participação do arroz e da soja

66

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constitui quase a mesma percentagem da receita total, ou seja, 10 e 11%,

respectivamente. As culturas agrícolas são responsáveis por um quinto da receita

obtida do sistema. A participação do valor de venda de boi gordo (27%) supera

ligeiramente a de madeira para serraria (24%) ou de madeira para energia (24%).

As vendas de boi gordo representam mais de um quarto (27%) das vendas totais,

o que demonstra a importância deste componente nos sistemas agroflorestais

adotados pela empresa. Outrossim, a contribuição da madeira produzida para

serraria e energia representa quase a metade (48%) da receita total, o que não é

desprezível. Todavia, uma maior alocação de madeira para serraria, em virtude

do seu preço de venda mais atraente, proporcionaria melhor retorno. Deve-se

considerar também a rotação, uma vez que o valor descontado da receita

(R$ 647,71) representa apenas quase um terço do valor obtido aos 11 anos de

idade (R$ 1848,00), considerando uma taxa de desconto de 10% ao ano.

10%

11%

27%

4%24%

24%

Arroz (ano 0)Soja (ano 1)Boi gordo (anos 5-7-9-11)Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado (ano 0)Madeira de Eucalyptus sp. para serraria (ano 11)Madeira de Eucalyptus sp. para energia (ano 11)

Figura 25 - Participação percentual das receitas atualizadas resultantes da comercialização dos diversos produtos obtidos nos sistemas agroflorestais da empresa.

67

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4.2.3. Avaliação econômica

A avaliação econômica do presente sistema agrossilvipastoril foi o valor

presente líquido (VPL), o valor esperado da terra (VET), o benefício (custo)

periódico equivalente (B(C)PE), a relação benefício-custo (B/C) e a taxa interna

de retorno (TIR). Conforme descrito no Quadro 5, para taxa de juros de 10% ao

ano e custo anual da terra de R$ 50,00.ha-1, o sistema tem VPL (R$ 454,74.ha-1),

VET (R$ 700,13.ha-1) e B(C)PE (R$ 70,01.ha-1.ano-1) positivos, B/C superior a

1 (1,20) e TIR superior a 10% a.a. (13,49%).

Quadro 5 - Valor presente líquido (VPL), valor esperado da terra (VET),

benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), relação benefício-custo (B/C) e taxa interna de retorno (TIR) para o atual sistema agrossilvipastoril utilizado pela empresa

Produção de Madeira IMA

Serraria Energia VPL(1) VET(1) B(C)PE(1) TIR

(st.ha-1.ano-1) % st.ha-1 % st.ha-1 -------- (R$.ha-1) ------- (R$.ha-1.ano-1)

B/C(1) (%)

(a.a.)

35,00 40 154,00 60 231,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

1 VPL, VET, B(C)PE e B/C calculados a 10% ao ano de taxa de desconto.

Considera-se viável economicamente o empreendimento agroflorestal da

empresa, pois tem VPL positivo, de acordo com determinada taxa de desconto,

ou seja, o valor descontado das receitas futuras é superior ao valor do

investimento; tem VET positivo, ou seja, o valor presente líquido das rotações

periódicas perpétuas é positivo; enfim, seu B(C)PE é positivo, ou seja, o valor

anual simples do lucro é positivo. Em relação à B/C, pode-se dizer que o sistema

produz uma receita média de R$ 1,20 para cada R$ 1,00 investido (MARQUES e

FERREIRA, 1998); quanto à TIR, a taxa média de crescimento do investimento é

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de 13,49, ou seja, é maior que a taxa de remuneração alternativa do capital,

também chamada de taxa mínima de atratividade (PEARSE, 1990; REZENDE e

OLIVEIRA, 1993).

4.3. Monocultura de eucalipto

As florestas de eucalipto, plantadas anteriormente no espaçamento de

3 x 3 m, completavam um ciclo de 21 anos antes de serem totalmente

reformadas. Cada rotação durava sete anos, sendo a segunda e terceira oriundas

da rebrota. Por isso, ocorriam operações de implantação e manutenção na

primeira rotação, e apenas operações de manutenção nas últimas duas rotações.

A avaliação econômica apresentada a seguir tem como objetivo analisar

a viabilidade dessa monocultura, usando os mesmos clones híbridos dos atuais

sistemas agroflorestais, como se fosse hoje prática vigente na empresa, para,

então, compará-la aos sistemas adotados pela empresa.

4.3.1. Custos

O Quadro 1B mostra o rendimento e o custo das operações necessárias à

implantação de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento

de 3 x 3 m. No final da última coluna, aparece o valor de R$ 852,58, que

representa o custo total, por hectare, para a implantação de povoamentos de

eucalipto. Este valor (R$ 852,58) está transcrito na coluna de custos no ano zero

do fluxo de caixa apresentado no Quadro 4B.

Nesse quadro, são descritos o rendimento e o custo das operações

necessárias às manutenções anuais de florestas de eucalipto, plantado no

espaçamento de 3 x 3 m. Assim, na primeira manutenção o custo por hectare é de

R$ 150,72, na segunda é de R$ 51,91, na terceira é de R$ 19,93, e assim por

diante, até a 21a manutenção. Todos esses valores são transcritos para a coluna de

custos do Quadro 4B.

69

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Nota-se que todos os subtotais anuais de custos por hectare do Quadro

4B foram descontados para o ano zero, os quais foram usados para calcular os

custos atuais acumulados por hectare.

4.3.2. Receitas

No Quadro 3B estão listadas as receitas (R$.ha-1) resultantes da

comercialização da madeira para serraria e energia. Por exemplo, na primeira

linha, no caso da madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado,

considerando uma produção de 50,00 st por hectare, vendidos ao preço de

R$ 2,00.st-1, obtém-se uma receita de R$ 100,00.ha-1. Este valor está transferido

na coluna de receitas no fluxo de caixa, no Quadro 4B, no ano da colheita.

Nesse mesmo fluxo de caixa, considerou-se um incremento médio anual

(IMA) de 35 st.ha-1.ano-1 da floresta na primeira rotação, ou seja, uma produção

de 245 st.ha-1 aos sete anos de idade. Essa produção cai 20% na segunda rotação

(196,00 st.ha-1) e 33% na terceira (163,42 st.ha-1). Ademais, supôs-se que 40% da

madeira produzida seria vendida para serraria e 60% para energia, ao preço de

R$ 12,00.st-1 e R$ 8,00.st-1, respectivamente. Assim, as receitas obtidas com as

vendas de madeira para serraria e energia nas primeira, segunda e terceira

rotações são, ambas, de R$ 1.176,00, R$ 940,80 e R$ 784,40, respectivamente.

Estes valores estão transcritos na coluna de receitas no ano em que foi feita a

colheita.

Todos os subtotais anuais de receitas por hectare do Quadro 4B foram

atualizados, para calcular as receitas atuais acumuladas por hectare.

4.3.3. Avaliação econômica

Os critérios utilizados para a avaliação econômica da monocultura de

eucalipto foram o VPL, VET, B(C)PE, B/C e TIR. Conforme descrito no Quadro

6, para taxa de juros de 10% ao ano, a monocultura apresenta VPL, VET e

B(C)PE positivos (R$ 386,30.ha-1, R$ 446,66.ha-1 e R$ 44,67.ha-1.ano-1

respectivamente), B/C superior a 1 (1,24) e TIR maior que 10% a.a. (12,56%).

70

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Quadro 6 - Valor presente líquido (VPL), valor esperado da terra (VET), benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), relação benefício-custo (B/C) e taxa interna de retorno (TIR) para a monocultura de eucalipto

Madeira VPL VET TIR Custo Anual da Terra Serraria (R$.ha-1) (R$.ha-1)

B(C)PE (%)

(R$.ha-1.ano-1) -------- (%) -------- ------ (R$.ha-1) ------- (R$.ha-1.ano-1)

B/C

(a.a.)

50,00 40% 60% 386,30 446,66 44,67 1,24 12,56

Energia

1 VPL, VET, B(C)PE e B/C calculados a 10% ao ano de taxa de desconto.

4.4. Comparação econômica do sistema agroflorestal e da monocultura

A avaliação econômica apresentada a seguir tem como objetivo

comparar a viabilidade do atual sistema agrossilvipastoril com a monocultura de

eucalipto, como se esta fosse ainda praticada hoje na empresa.

Os critérios utilizados na avaliação econômica foram o valor esperado da

terra (VET), pois permitiu a comparação, de maneira inteiramente análoga,

dessas duas alternativas de investimento, caracterizadas por fluxos de caixa e

períodos de retorno distintos (Ribeiro e Graça, 1996, citados por MARQUEZ,

1997); e o benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), uma vez que os

retornos equivalentes obtidos, por rotação, corrigem, implicitamente, as

diferenças de horizontes de planejamento (SILVA, 1992). Não foram utilizados o

VPL, visto que as duas alternativas econômicas comparadas não têm a mesma

duração (NEVES, 1979), nem a TIR, por causa da diferença no investimento

inicial de cada alternativa (LIMA JÚNIOR, 1995).

Considerando essas observações, constata-se que o VET e o B(C)PE do

sistema agrossilvipastoril (R$ 700,13.ha-1 e R$ 70,01.ha-1.ano-1, respectivamente)

são 56,7% superior aos da monocultura de eucalipto (R$ 446,66.ha-1 e

R$ 44,67.ha-1.ano-1, respectivamente). Diante desses valores, não se pode

contestar a maior atratividade econômica do sistema agrossilvipastoril rotativo. O

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sistema agroflorestal proporciona receitas múltiplas provenientes da venda de

seus diversos produtos agrícolas e pecuários, obtidos ao longo do seu cíclo de

produção, o que permite abater as despesas associadas à implantação e à

manutenção de povoamentos de eucalipto (NAIR, 1993).

4.5. Simulações de alternativas

A análise econômica apresentada no Quadro 5 refere-se a uma situação

real para o sistema agrossilvipastoril adotado pela empresa, não considerando as

variações que podem ocorrer em parâmetros importantes, como os preços de

venda dos produtos agrícolas, do boi gordo e da madeira, assim como os custos

de implantação e manutenção de povoamentos de eucalipto, de produção de arroz

e soja, de formação e manutenção de pastagem e de aquisição de novilhos.

Ademais, ainda não se sabe como uma mudança na idade de rotação do sistema,

como novas culturas agrícolas a serem consorciadas e como a substituição do

eucalipto por uma outra espécie de maior valor madeireiro, adaptada às

condições bioclimáticas da região, afetariam a lucratividade do atual sistema

agrossilvipastoril.

4.5.1. Rotação de 11 anos

Para poder inferir com mais segurança a lucratividade do atual sistema

agrossilvipastoril, em virtude das alterações nos parâmetros anteriormente

mencionados, foram feitas simulações para analisar a sensibilidade do VPL, do

B(C)PE, da B/C, da VET e da TIR.

4.5.1.1. Variação nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema

As simulações realizadas aqui apresentam as mudanças nos indicadores

econômicos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes à diminuição e ao

aumento de 20% no preço de venda de cada produto obtido no sistema

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agrossilvipastoril. Os resultados estão nos Quadros de 7 a 12, apresentados a

seguir. Nota-se, em todos os casos, que uma queda individual de 20% no preço

de venda de cada produto não acarreta VPL negativo, B/C inferior a 1, nem TIR

inferior a 10%.

Quadro 7 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do saco de arroz

Preço de Venda VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Preço do Saco de

Arroz (R$.sc-1) -------- (R$.ha-1) --------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 9,60 398,75 613,92 61,39 1,18 12,98 0,0 12,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 14,40 510,73 786,34 78,63 1,23 14,03

Quadro 8 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema

agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do saco de soja

Preço de Venda VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Preço do Saco de

Soja (R$.sc-1) -------- (R$.ha-1) -------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 10,08 397,47 611,95 61,20 1,18 12,99 0,0 12,60 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 15,12 512,01 788,31 78,83 1,23 14,03

Quadro 9 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda da arroba de boi gordo

Preço de Venda VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Preço da Arroba de

Boi (R$.@-1) -------- (R$.ha-1) --------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 20,00 311,59 479,73 47,97 1,14 12,42 0,0 25,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 30,00 597,89 920,53 92,05 1,27 14,55

73

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Quadro 10 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado

Preço de Venda VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Preço do Estéreo de

Madeira (R$.st-1) ---------- (R$.ha-1) --------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 1,60 434,74 669,34 66,93 1,20 13,31 0,0 2,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 2,40 474,74 730,92 73,09 1,21 13,68

Quadro 11 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do estéreo de madeira para serraria

Preço de Venda VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Preço do Estéreo de

Madeira (R$.st-1) --------- (R$.ha-1) -------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 9,60 325,20 500,68 50,07 1,15 12,60 0,0 12,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 14,40 584,28 899,58 89,96 1,26 14,33

Quadro 12 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do estéreo de madeira para energia

Preço de Venda VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Preço do Estéreo de

Madeira (R$.st-1) ------- (R$.ha-1) ------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 6,40 325,20 500,68 50,07 1,15 12,60 0,0 8,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 9,60 584,28 899,58 89,96 1,26 14,33

Observa-se no Quadro 7 que diminuição de 20% no preço de venda do

saco de arroz acarreta quedas de 12,3% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e

3,8% na TIR, enquanto o aumento de 20% proporciona aumentos de 12,3% nos

VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 4% na TIR.

74

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No Quadro 8 verifica-se que a diminuição de 20% no preço de venda do

saco de soja acarreta quedas de 12,6% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e

3,7% na TIR, enquanto o aumento de 20% no preço de venda do saco de soja

causa aumentos de 12,6% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 4% na TIR.

Para as duas culturas, as análises de sensibilidade apresentam diferenças mínimas

ou nulas. Apesar de o preço de venda do saco de soja ser ligeiramente superior ao

do arroz, os indicadores quase não mostram diferenças de valores, provavelmente

em razão do maior custo de implantação e condução da soja.

No Quadro 9 observa-se que os parâmetros são muito sensíveis a

mudanças no preço de venda da arroba de boi gordo, contradizendo os resultados

obtidos por OLIVEIRA e MACEDO (1996). A diminuição de 20% nos preços de

venda acarreta quedas de 31,5% nos VPL, VET e B(C)PE, 5% na B/C e 7,9% na

TIR. Por outro lado, o aumento de 20% nos preços de venda proporciona

aumentos de 31,5% nos VPL, VET e B(C)PE, 5,8% na B/C e 7,9% na TIR. De

fato, as mudanças no preço da arroba de boi gordo são as que mais afetam a

análise de sensibilidade, em relação aos outros componentes do sistema

agrossilvipastoril, sendo responsáveis pelas maiores variações observadas nos

indicadores.

No Quadro 10 verifica-se que os parâmetros são pouco sensíveis a

variações no preço de venda do estéreo de madeira proveniente da destoca de

regeneração de cerrado, sendo este componente o que menos afeta a análise de

sensibilidade. A diminuição de 20% nos preços de venda causa quedas de apenas

4,4% nos VPL, VET e B(C)PE, nenhuma variação na B/C e redução de 1,3% na

TIR. Por outro lado, o aumento de 20% nos preços de venda proporciona

aumentos de apenas 4,4% nos VPL, VET e B(C)PE, quase 1% na B/C e 1,4% na

TIR.

Nos Quadros 11 e 12 observa-se que os parâmetros são bastante

sensíveis a variações nos preços de venda dos estéreos de madeira para serraria e

para energia. Nos dois casos, a redução de 20% nos preços de venda proporciona

quedas de 28,5% nos VPL, VET e B(C)PE, 4,2% na B/C e 6,6% na TIR, ao

mesmo tempo o que o aumento de 20% nos preços de venda acarreta aumentos

75

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de 28,5% nos VPL, VET e B(C)PE, 5% na B/C e 6,2% na TIR.

Coincidentemente, a maior percentagem de madeira para energia compensou por

seu menor preço de venda, tendo o mesmo ocorrido para a madeira para serraria,

fazendo com que os indicadores financeiros de cada componente se equivalessem

entre si. As variações nos preços de venda de madeira para serraria e energia,

logo em seguida às variações no preço de venda de boi gordo, são responsáveis

pelas maiores variações observadas nos indicadores econômicos.

Para cada indicador econômico, foi feito um gráfico de análise de

sensibilidade, ilustrando o comportamento de cada produto obtido no sistema

agrossilvipastoril, dado às variações de -20% a +20% no seu preço de venda. Os

gráficos de análise de sensibilidade encontram-se nas Figuras de 26 a 30. As

mudanças nos VPL, VET e B(C)PE, em relação às variações de ±20% nos

preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril, estão

ilustradas nas Figuras 26, 27 e 28, respectivamente. Observa-se que os VPL,

VET e B(C)PE, em virtude das mudanças nos preços do boi gordo, variam

de R$ 311,59 a R$ 597,89.ha-1, de R$ 479,73 a R$ 920,53.ha-1 e de R$ 47,97

a R$ 92,05.ha-1.ano-1, respectivamente. Não se deve esquecer que as receitas

resultantes de vendas de boi gordo representam mais de 27% da receita total,

superando ligeiramente às de madeira para serraria ou energia (24%). Esses

valores são seguidos de perto pelas mudanças nos preços da madeira para serraria

e energia, cujos VPL, VET e B(C)PE variam de R$ 325,20 a R$ 584,28.ha-1, de

R$ 500,68 a R$ 899,58.ha-1 e de R$ 50,07 a R$ 89,96.ha-1.ano-1,

respectivamente. As curvas de VPL, VET e B(C)PE seguem as mesmas

tendências para as duas culturas agrícolas. Para cada indicador, elas diferem

ligeiramente entre si. As variações nos preços de venda de madeira de destoca de

regeneração de cerrado são as que menos afetam os indicadores econômicos. Não

se deve esquecer que seu baixo preço de venda (R$ 2,00.st-1) influencia pouco os

indicadores usados na análise econômica.

76

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300,00

350,00

400,00

450,00

500,00

550,00

600,00

650,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos preços de venda

VP

L (R

$.ha

-1)

Arroz

Soja

Boi gordo

Madeira da destoca deregeneração de cerrado

Madeira para serraria / energia

Figura 26 - Mudanças no VPL em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril.

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

900,00

1000,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos preços de venda

VE

T (R

$.ha

-1)

Arroz

Soja

Boi gordo

Madeira da destoca deregeneração de cerrado

Madeira para serraria / energia

Figura 27 - Mudanças no VET em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril.

77

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40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos preços de venda

B(C

)PE

(R$.

ha-1

.ano

-1)

Arroz

Soja

Boi gordo

Madeira da destoca deregeneração de cerradoMadeira para serraria / energia

Figura 28 - Mudanças no B(C)PE em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril.

As mudanças na B/C e na TIR, em relação às variações de ±20% nos

preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril, são ilustradas

nas Figuras 29 e 30, respectivamente. Observa-se que a B/C e a TIR, dado às

mudanças nos preços do boi gordo, variam de 1,14 a 1,27 e de 12,42 a 14,55%,

respectivamente. Esses valores são seguidos de perto pelas mudanças nos preços

da madeira para serraria e energia, cujas B/C e TIR variam de 1,15 a 1,26 e de

12,6 e 14,33%, respectivamente. As curvas de B/C e TIR seguem as mesmas

tendências para o arroz e a soja. Para cada indicador, as curvas não diferem entre

si. As variações nos preços de venda de madeira de destoca de regeneração de

cerrado são as que menos afetam os indicadores econômicos, ou seja, acarretam

uma variação de 1,20 a 1,21 para a B/C e de 13,31 a 13,68% para a TIR.

Ademais, observa-se, em todos os gráficos de análise de sensibilidade,

que nenhuma queda individual de 20% no preço de venda dos produtos obtidos

no sistema agrossilvipastoril acarretou VPL, VET e B(C)PE negativos, B/C

inferior a 1 e TIR inferior à taxa de juros de 10%. Daí a vantagem dos sistemas

agroflorestais, no caso de cair o preço de venda de um de seus produtos.

78

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1,12

1,14

1,16

1,18

1,20

1,22

1,24

1,26

1,28

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos preços de venda

B/C

Arroz / Soja

Boi gordo

Madeira da destoca deregeneração de cerradoMadeira para serraria / energia

Figura 29 - Mudanças na B/C em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril.

12,00

12,50

13,00

13,50

14,00

14,50

15,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos preços de venda

TIR

(%)

Arroz / Soja

Boi gordo

Madeira da destoca deregeneração de cerradoMadeira para serraria / energia

Figura 30 - Mudanças na TIR em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril.

79

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No Quadro 13 estão as mudanças nos indicadores econômicos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril.

Observa-se que a diminuição simultânea de 20% nos preços de venda dos sacos de arroz e soja, da arroba de boi gordo, do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado e dos estéreos de madeira para serraria e energia acarreta quedas de 117,8% nos VPL, VET e B(C)PE, 20% na B/C e 30,6% na TIR. Por outro lado, o aumento simultâneo de 20% nos preços de venda proporciona aumentos de 117,8% nos VPL, VET e B(C)PE, 20,8% na B/C e 29,5% na TIR.

Para cada indicador econômico, foi feito um gráfico de análise de sensibilidade, ilustrando o seu comportamento advindo das variações simultâneas de -20% a +20% nos preços de venda dos produtos. Os gráficos de análise de sensibilidade encontram-se nas Figuras 31 e 32.

As mudanças nos VPL, VET e B(C)PE, em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda, estão ilustradas na Figura 31. Nota-se que os VPL, VET e B(C)PE variam de R$ -80,76 a R$ 990,24.ha-1, de R$ -124,34 a de R$ 1.524,60.ha-1 e R$ -12,43 a R$ 152,46.ha-1.ano-1, respecti-vamente. Os indicadores mostram-se muito sensíveis às variações simultâneas nos preços.

As mudanças na B/C e na TIR, em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda, estão ilustradas na Figura 32. Observa-se que a B/C e a TIR variam de 0,96 a 1,45% e de 9,36 a 17,47%, respectivamente.

Quadro 13 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação às variações simultâneas nos preços de venda do saco de arroz e soja, da arroba de boi gordo, do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado e dos estéreos de madeira para serraria e para energia

% de Variação Preço do Preço da Preço do Preço da Madeira (R$.St-1) VPL VET B(C)PE TIRno Preço Arroz (R$.sc-1) Soja (R$.sc-1) Boi (R$.@-1) Destoca Serraria Energia (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1.ano-1)

B/C(%)

-20,0 9,60 10,08 20,00 1,60 9,60 6,40 -80,76 -124,34 -12,43 0,96 9,36 0,0 12,00 12,60 25,00 2,00 12,00 8,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 14,40 15,12 30,00 2,40 14,40 9,60 990,24 1.524,60 152,46 1,45 17,47

80

Page 94: PROJETO DE PESQUISA FLORESTAL - ipef.brf.pdf · de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix. colheita do povoamento de eucalipto em sistemas

-400,00

-200,00

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1000,00

1200,00

1400,00

1600,00

1800,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação simultânea nos preços dos produtos

R$.

ha-1

-40,00

-20,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

180,00

R$.

ha-1

.ano

-1

VPL (R$/ha)

VET (R$/ha)

B(C)PE (R$/ha/ano)

Figura 31 - Mudanças nos VPL, VET e B(C)PE em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril.

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

-20,0 0,0 20,0% de variação simultânea nos preços dos produtos

B/C

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00

TIR

(%)

B/CTIR (%)

Figura 32 - Mudanças na B/C e na TIR em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril.

81

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Apesar de os preços de venda terem caído, simultaneamente, 20%, a B/C

ficou apenas 4% inferior a 1 e a TIR, 6,4% inferior à taxa de juros de 10%.

4.5.1.2. Variação nos custos de produção dos componentes do sistema

As simulações feitas aqui mostram as variações nos indicadores

econômicos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes à diminuição e ao

aumento de 20% no custo de produção de cada componente do sistema

agrossilvipastoril. Os resultados estão apresentados nos Quadros de 14 a 21.

Observa-se no Quadro 14 que a queda de 20% no custo de implantação

de povoamentos de eucalipto acarreta aumento de 20,1% nos VPL, VET e

B(C)PE, 5% na B/C e 6,7% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% no custo

de implantação proporciona quedas de 20,1% nos VPL, VET e B(C)PE, 3,3% na

B/C e 6,1% na TIR. Essas variações nos indicadores financeiros são as maiores

observadas entre os componentes do sistema, em virtude das variações de ±20%

nos seus custos de produção. No entanto, não se deve esquecer que os custos de

implantação da floresta de eucalipto, conforme mostrado no fluxo de caixa

apresentado no Quadro 4, principalmente para desmatamento e destoca,

constituem a maior proporção dos custos totais de implantação e manutenção do

sistema agrossilvipastoril.

Quadro 14 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de implantação de povoamentos de eucalipto

Custo de Implantação VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Custo de Implan-tação de Eucalipto -------------------- (R$.ha-1) ---------------------- (R$.ha-1.ano-1)

B/C (%)

-20,0 365,82 546,20 840,95 84,09 1,26 14,40

0,0 457,28 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 548,74 363,28 559,32 55,93 1,16 12,67

82

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Quadro 15 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de manutenção (do 1o ao 3o ano) de povoamentos de eucalipto

Custo de Manutenção VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Custo de Manutenção

de Eucalipto ------------------- (R$.ha-1) ---------------------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 42,20; 66,20; 68,60 490,89 755,79 75,58 1,22 13,82

0,0 52,75; 82,75; 85,75 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 63,30; 99,30; 102,90 418,59 644,47 64,45 1,19 13,18 Quadro 16 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema

agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de manutenção (do 4o ao 11o ano) de povoamentos de eucalipto

Custo de Manutenção VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Custo de Manutenção

de Eucalipto -------------------- (R$.ha-1) --------------------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 13,40 468,17 720,80 72,08 1,21 13,60

0,0 16,75 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 20,10 441,31 679,46 67,95 1,20 13,39

Quadro 17 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema

agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de produção de arroz

Custo de Produção VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Custo de Produção

de Arroz -------------------- (R$.ha-1) ---------------------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 188,87 501,96 772,83 77,28 1,23 13,95

0,0 236,09 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 283,31 407,52 627,43 62,74 1,18 13,06

83

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Quadro 18 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de produção de soja

Custo de Produção VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Custo de

Produção de Soja -------------------- (R$.ha-1) ---------------------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 227,13 506,36 779,60 77,96 1,23 13,97

0,0 283,91 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 340,69 403,12 620,66 62,07 1,18 13,03

Quadro 19 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema

agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de formação de pastagem

Custo de Formação VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Custo de Formação

de Pastagem -------------------- (R$.ha-1) --------------------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 97,83 474,95 731,25 73,13 1,22 13,67

0,0 122,29 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 146,75 434,52 669,01 66,90 1,19 13,32 Quadro 20 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema

agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de manutenção de pastagem

Custo de Manutenção VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Custo de Manutenção

de Pastagem -------------------- (R$.ha-1) ---------------------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 86,06 478,14 736,16 73,62 1,22 13,67

0,0 107,58 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 129,10 431,34 664,10 66,41 1,19 13,31

84

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Quadro 21 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de aquisição de novilhos

Custo de Aquisição VPL VET B(C)PE TIR % de Variação no Custo de Aquisição

de Novilhos -------------------- (R$.ha-1) ---------------------- (R$.ha-1.ano-1) B/C

(%)

-20,0 100,00 512,48 789,03 78,90 1,24 13,95

0,0 125,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 150,00 397,00 611,24 61,12 1,17 13,04

No Quadro 15 observa-se que a diminuição simultânea de 20% no custo

de manutenção de povoamentos de eucalipto, do primeiro ao terceiro ano,

acarreta aumentos de 7,9% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e 2,4% na

TIR, enquanto o aumento simultâneo de 20% nos mesmos custos causa redução

de 7,9% nos VPL, VET e B(C)PE, 0,8% na B/C e 2,3% na TIR.

No Quadro 16 verifica-se que a diminuição simultânea de 20% no custo

de manutenção de povoamentos de eucalipto, do 4o ao 11o ano, acarreta

aumentos de apenas 3% nos VPL, VET e B(C)PE, e 0,8% na B/C e na TIR, ao

mesmo tempo que o aumento simultâneo de 20% nos mesmos custos

proporciona queda de 3% nos VPL, VET e B(C)PE, 0% na B/C e 0,7% na TIR,

sendo as menores variações observadas dentre todos os componentes do sistema.

Os indicadores financeiros mostram-se muito mais sensíveis a flutuações dos

custos nos três primeiros anos de manutenção, em virtude das capinas manuais

no primeiro ano e duas desramas nos anos seguintes.

No Quadro 17 verifica-se que a queda de 20% no custo de produção de

arroz proporciona aumentos de 10,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e

3,4% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% no custo causa redução de

10,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e 3,2% na TIR. Observa-se no

Quadro 18 que a queda de 20% no custo de produção de soja acarreta aumentos

de 11,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 3,6% na TIR. Por outro lado,

85

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o aumento de 20% no custo causa redução de 11,4% nos VPL, VET e B(C)PE,

1,7% na B/C e 3,4% na TIR. Os VPL, VET e B(C)PE foram os indicadores

financeiros mais sensíveis, sendo apenas 1% superiores e inferiores aos

indicadores referentes às variações nos custos de produção de arroz. Os

indicadores econômicos referentes às culturas agrícolas foram os terceiros mais

afetados por variações nos seus custos de produção, logo após as variações nos

custos de implantação de eucalipto e de aquisição de novilhos.

No Quadro 19 observa-se que a redução de 20% no custo de formação de

pastagem proporciona aumentos de 4,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C

e 1,3% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% no mesmo custo causa redução

de 4,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 0,8% na B/C e 1,3% na TIR. Os indicadores

foram os segundos mais estáveis, logo após os indicadores referentes às

variações no custo de manutenção (do 4o ao 11o ano) de eucalipto.

Observa-se no Quadro 20 que a queda de 20% no custo de manutenção

de pastagem acarreta aumentos de 5,1% nos VPL, VET e B(C)PE e que o

aumento de 20% no mesmo custo causa redução de 5,1% nos VPL, VET e

B(C)PE. Os VPL, VET e B(C)PE foram os únicos indicadores financeiros

sensíveis, sendo apenas 0,7% superiores e inferiores em relação aos indicadores

referentes às variações nos custos de formação de pastagem.

No Quadro 21 pode-se verificar que os indicadores são muito sensíveis a

mudanças no custo de aquisição de novilhos, sendo os segundos mais afetados,

seguindo os indicadores referentes à implantação de eucalipto. A diminuição de

20% no preço acarreta aumentos de 12,7% nos VPL, VET e B(C)PE, 3,3% na

B/C e 3,4% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% no custo proporciona

queda de 12,7% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 3,3% na TIR.

Para cada indicador financeiro, foi feito um gráfico de análise de

sensibilidade, ilustrando o comportamento de cada componente do sistema

agrossilvipastoril advindo das variações de -20% a +20% no seu custo de

produção. Os gráficos de análise de sensibilidade encontram-se nas Figuras de 31

a 35. As mudanças nos VPL, VET e B(C)PE, em relação às variações de ±20%

nos custos de produção dos componentes do sistema agrossilvipastoril, estão

86

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ilustradas nas Figuras 33, 34 e 35, respectivamente. Observa-se que os VPL,

VET e B(C)PE, por causa das mudanças nos custos de implantação de eucalipto,

variam de R$ 546,20 a R$ 363,28.ha-1, de R$ 840,95 a R$ 559,32.ha-1 e de

R$ 84,09 a R$ 55,93.ha-1.ano-1, respectivamente. Esses valores são seguidos

pelas mudanças nos custos de aquisição de novilhos, cujos VPL, VET e B(C)PE

variam de R$ 512,48 a R$ 397,00.ha-1, de R$ 789,03 a R$ 611,24.ha-1 e de

R$ 78,90 a R$ 61,12.ha-1.ano-1, respectivamente. A curva que representa a

manutenção de eucalipto, do 4o ao 11o ano, é a menos afetada pelas variações nos

seus custos. Dos itens de custo analisados, os fatores que mais influenciaram os

VPL, VET e B(C)PE foram: implantação de eucalipto, aquisição de novilhos e

produção de soja e de arroz. Os fatores que menos influenciaram foram:

manutenção de eucalipto (do 4o ao 11o ano), formação e manutenção de

pastagem, manutenção de eucalipto (do 1o ao 3o ano).

350,00

400,00

450,00

500,00

550,00

600,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos custos

VP

L (R

$.ha

-1)

Implantação de eucalipto (R$/ha)

Manutenção de eucalipto (1º ao 3ºano) (R$/ha)Manutenção de eucalipto (4º ao 11ºano) (R$/ha)Produção de arroz (R$/ha)

Produção de soja (R$/ha)

Formação de pastagem (R$/ha)

Manutenção de pastagem (R$/ha)

Aquisição de novilhos (R$/ha)

Figura 33 - Mudanças no VPL em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril.

87

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550,00

600,00

650,00

700,00

750,00

800,00

850,00

900,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos custos

VE

T (R

$.ha

-1)

Implantação de eucalipto (R$/ha)

Manutenção de eucalipto (1º ao 3ºano) (R$/ha)

Manutenção de eucalipto (4º ao 11ºano) (R$/ha)

Produção de arroz (R$/ha)

Produção de soja (R$/ha)

Formação de pastagem (R$/ha)

Manutenção de pastagem (R$/ha)

Aquisição de novilhos (R$/ha)

Figura 34 - Mudanças no VET em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril.

55,00

60,00

65,00

70,00

75,00

80,00

85,00

90,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos custos

B(C

)PE

(R$.

ha-1

.ano

-1)

Implantação de eucalipto (R$/ha)

Manutenção de eucalipto (1º ao 3ºano) (R$/ha)

Manutenção de eucalipto (4º ao 11ºano) (R$/ha)

Produção de arroz (R$/ha)

Produção de soja (R$/ha)

Formação de pastagem (R$/ha)

Manutenção de pastagem (R$/ha)

Aquisição de novilhos (R$/ha)

Figura 35 - Mudanças no B(C)PE em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril.

88

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As mudanças na B/C e na TIR, em relação às variações de ±20% nos

custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril, estão

ilustradas nas Figuras 36 e 37, respectivamente. Observa-se que a B/C e a TIR,

por causa das mudanças nos custos de implantação de povoamentos de eucalipto,

variam de 1,26 a 1,16 e de 14,40 a 12,67%, respectivamente. A relação B/C não

se mostrou sensível às variações nos custos de manutenção de eucalipto (do 4o ao

11o ano) e de formação e manutenção de pastagem, nem às variações nos custos

de produção de arroz e soja. A TIR não se mostrou sensível à redução de 20%

nos custos de formação e manutenção de pastagem, nem mostrou diferença de

comportamento para quedas de 20% nos custos de produção de arroz e aquisição

de novilhos.

Observa-se também, em todos os gráficos de análise de sensibilidade,

que nenhum aumento individual de 20% nos custos de produção dos

componentes do sistema agrossilvipastoril acarretou VPL, VET e B(C)PE

negativos, B/C inferior a 1 e TIR inferior à taxa de juros de 10%.

1,15

1,17

1,19

1,21

1,23

1,25

1,27

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos custos

B/C

Implantação de eucalipto (R$/ha)

Manutenção de eucalipto (1º ao 3º ano)(R$/ha)

Manutenção de eucalipto (4º ao 11ºano) / formação de pastagem /manutenção de pastagem (R$/ha)

Produção de arroz / soja (R$/ha)

Aquisição de novilhos (R$/ha)

Figura 36 - Mudanças na B/C em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril.

89

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12,60

12,80

13,00

13,20

13,40

13,60

13,80

14,00

14,20

14,40

-20,0 0,0 20,0

% de variação nos custos

TIR

(%)

Implantação de eucalipto (R$/ha)

Manutenção de eucalipto (1º ao 3ºano) (R$/ha)

Manutenção de eucalipto (4º ao 11ºano) (R$/ha)

Produção de arroz (R$/ha)

Produção de soja (R$/ha)

Formação de pastagem (R$/ha)

Manutenção de pastagem (R$/ha)

Aquisição de novilhos (R$/ha)

Figura 37 - Mudanças na TIR em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril.

O Quadro 22 e as Figuras 38 e 39 ilustram as mudanças nos indicadores financeiros VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção dos componentes do sistema agrossilvipastoril. Observa-se que a diminuição simultânea de 20% nos custos acarreta aumentos de 75% nos VPL, VET e B(C)PE, 18,3% na B/C e 25,4% na TIR, enquanto o aumento simultâneo de 20% nos custos causa redução de 75% nos VPL, VET e B(C)PE, 13,3% na B/C e 20% na TIR.

Apesar de os custos de produção terem aumentado, simultaneamente, 20%, nenhum indicador financeiro evidenciou inviabilidade econômica do sistema. Os VPL, VET e B(C)PE passaram para R$ 113,51.ha-1, R$ 174,76.ha-1 e R$ 17,48.ha-1.ano-1, respectivamente; a B/C ficou ligeiramente superior a 1 (1,04); e a TIR ficou 7,9% maior que a taxa de juros de 10%. Esses resultados mostram que o sistema agrossilvipastoril é menos sensível a aumentos nos custos de produção do que a reduções nos preços de venda de seus produtos, contradizendo novamente os resultados obtidos por OLIVEIRA e MACEDO (1996).

90

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Quadro 22 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação às variações simultâneas nos custos de implantação e manutenção de povoamentos de eucalipto, de produção de arroz e soja, de formação e manutenção de pastagem e de aquisição de novilhos

%Variação Impl. Eucal. Man. Eucal.1 Man.

Eucal.2 Arroz Soja Form.Past.

Man.Past.

Aquis.Nov. VPL VET B(C)PE TIR

nos Custos ----------------------------------------------------------------------- (R$.ha-1) ---------------------------------------------------------------------- (R$.ha-1.ano-1)B/C

(%)

-20,0 365,82 42,20; 66,20; 68,60 13,40 188,87 227,13 97,83 86,06 100,00 795,97 1.225,50 122,55 1,42 16,91

0,0 457,28 52,75; 82,75; 85,75 16,75 236,09 283,91 122,29 107,58 125,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49

20,0 548,74 63,30; 99,30; 102,90 20,10 283,31 340,69 146,75 129,10 150,00 113,51 174,76 17,48 1,04 10,79

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1000,00

1200,00

1400,00

-20,0 0 20,0% de variação simultânea nos custos

R$.

ha-1

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

R$.

ha-1

.ano

-1

VPL (R$/ha)

VET (R$/ha)

B(C)PE (R$/ha/ano)

Figura 38 - Mudanças nos VPL, VET e B(C)PE em relação às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril.

4.5.2. Rotação de nove anos

Para poder inferir a lucratividade do sistema agrossilvipastoril, em

virtude da mudança na sua idade de rotação, foram realizadas uma avaliação

econômica e simulações, para analisar a sensibilidade dos VPL, B(C)PE, B/C,

VET e TIR.

91

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0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

1,50

-20,0 0,0 20,0% de variação nos custos

B/C

7,00

9,00

11,00

13,00

15,00

17,00

19,00

TIR

(%)

B/C

TIR (%)

Figura 39 - Mudanças na B/C e na TIR em relação às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril.

4.5.2.1. Avaliação econômica

No Quadro 5B estão as receitas (R$.ha-1) resultantes da comercialização

dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril simulado com rotação de nove

anos. Todos os valores de receitas foram transferidos para a coluna de receitas no

fluxo de caixa, apresentada no Quadro 6B.

Nesse mesmo fluxo de caixa, considerou-se um incremento médio anual

(IMA) de 35 st.ha-1.ano-1 de madeira para a floresta de clones híbridos de

eucalipto, ou seja, uma produção de 315 st.ha-1 aos nove anos de idade. Ademais,

supôs-se que 40% da madeira produzida (126 st.ha-1) seria vendida para serraria

ao preço de R$ 12,00.st-1 e que os 60% restantes (189 st.ha-1) seriam vendidos

para energia ao preço de R$ 8,00.st-1. Assim, as receitas obtidas com as vendas

de madeira para serraria e energia são de R$ 1.512,00.ha-1. Estes valores estão

transcritos na coluna de receitas no ano 9.

92

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A participação percentual das receitas atualizadas provenientes da

comercialização dos produtos está apresentada na Figura 40. Observa-se que o

arroz e a soja são, cada um, responsáveis por 11% da receita total. Em seguida, a

participação do valor de venda de boi gordo (23%) é ligeiramente inferior à da

madeira para serraria (26%) ou da madeira para energia (25%), o que é de se

esperar. As vendas de madeira para serraria representam mais de um quarto das

vendas totais, o que demonstra a importância deste componente no sistema

agrossilvipastoril com rotação de nove anos. Por outro lado, a contribuição da

madeira produzida para serraria e energia representa mais da metade (51%) da

receita total, sendo favorecida pela menor rotação.

11%

11%

23%

4%26%

25%

Arroz (ano 0)Soja (ano 1)Boi gordo (anos 5-7-9)Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado (ano 0)Madeira de Eucalyptus para serraria (ano 9)Madeira de Eucalyptus para energia (ano 9)

Figura 40 - Participação percentual das receitas atualizadas resultantes da comercialização dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos.

Os critérios utilizados para avaliação econômica deste sistema

agrossilvipastoril foram os VPL, VET, B(C)PE, B/C e TIR. Conforme descrito

no Quadro 23, para taxa de juros de 10% ao ano e custo anual da terra de

93

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R$ 50,00, o sistema apresenta VPL, VET e B(C)PE positivos (R$ 428,41.ha-1,

R$ 743,89.ha-1 e R$ 74,39.ha-1.ano-1, respectivamente), B/C superior a 1 (1,20) e

TIR superior à taxa de desconto de 10% (14,09%).

Quadro 23 - Valor presente líquido (VPL), valor esperado da terra (VET), benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), relação benefício-custo (B/C) e taxa interna de retorno (TIR) para o sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos

Produção de Madeira IMA Serraria Energia

VPL(1) VET(1) B(C)PE(1) TIR

(st.ha-1.ano-1) % st.ha-1 % st.ha-1 ----------- (R$.ha-1) -----------

(R$.ha-1.ano-1) B/C(1)

(% a.a.)

35,00 40 126,00 60 189,00 428,41 743,89 74,39 1,20 14,09

1 VPL, VET, B(C)PE e B/C calculados a 10% de taxa de desconto.

Para comparar a viabilidade do sistema agrossilvipastoril simulado com

rotação de nove anos com o atual sistema agrossilvipastoril adotado pela

empresa, foram utilizados os critérios VET e B(C)PE, pois estes permitem a

comparação dessas duas alternativas de investimento, caracterizadas por períodos

de retorno distintos; e a TIR, pois o investimento inicial de cada alternativa foi o

mesmo. Não foi utilizado o VPL, uma vez que as duas alternativas econômicas

comparadas não têm a mesma duração (NEVES, 1979).

Constata-se que os VET e B(C)PE do sistema agrossilvipastoril com

rotação de nove anos (R$ 743,89.ha-1 e R$ 74,39.ha-1.ano-1, respectivamente) são

6,3% superiores aos do sistema agrossilvipastoril com rotação de 11 anos

(R$ 700,13.ha-1 e R$ 70,01.ha-1.ano-1, respectivamente). A TIR ficou 4,4%

superior. Diante desses valores, constata-se a maior atratividade econômica do

sistema agrossilvipastoril simulado, mesmo com rotação menor para produção de

madeira e um abate a menos de boi gordo.

94

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4.5.2.2. Variação simultânea nos preços de venda dos produtos obtidos

No Quadro 24, apresentado a seguir, estão as mudanças nos indicadores

financeiros VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes às variações simultâneas

de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema.

Quadro 24 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos, em relação às variações simultâneas nos preços de venda do arroz e soja, do boi gordo, da madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado e da madeira para serraria e para energia

% de Variação Preço do Preço da Preço do Preço da Madeira (R$.St-1) VPL VET B(C)PE TIR

no Preço Arroz (R$.sc-1) Soja (R$.sc-1) Boi (R$.@-1) Destoca Serraria Energia ------ (R$.ha-1) ------ (R$.ha-1.ano-1)B/C

(%)

-20,0 9,60 10,08 20,00 1,60 9,60 6,40 -78,22 -135,82 -13,58 0,96 9,23

0,0 12,00 12,60 25,00 2,00 12,00 8,00 428,41 743,89 74,39 1,20 14,09

20,0 14,40 15,12 30,00 2,40 14,40 9,60 935,03 1623,59 162,36 1,44 18,77

Observa-se que a diminuição simultânea de 20% nos preços de venda dos sacos de arroz e soja, da arroba de boi gordo, do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado e dos estéreos de madeira para serraria e energia acarreta quedas de 118,3% nos VPL, VET e B(C)PE, 20% na B/C e 34,5% na TIR. O aumento simultâneo de 20% nos preços de venda causa aumentos de 118,3% nos VPL, VET e B(C)PE, 20% na B/C e 33,2% na TIR.

Todos os indicadores, com exceção da B/C, mostraram-se um pouco mais sensíveis às variações simultâneas nos preços de venda dos produtos obtidos do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos, em relação ao sistema atual adotado pela empresa. A variação na TIR, que ficou 12,6% inferior e superior à do sistema com rotação de 11 anos, foi a mais afetada.

Para cada indicador econômico, foi feito um gráfico de análise de sensibilidade, ilustrando o seu comportamento advindo das variações simultâneas de -20% a +20% nos preços de venda dos produtos. Os gráficos de análise de sensibilidade encontram-se nas Figuras 41 e 42.

95

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-400,00

-200,00

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1000,00

1200,00

1400,00

1600,00

1800,00

-20,0 0,0 20,0

% de variação simultânea nos preços dos produtos

R$.

ha-1

-40,00

-20,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

180,00

R$.

ha-1

.ano

-1

VPL (R$/ha)

VET (R$/ha)

B(C)PE (R$/ha/ano)

Figura 41 - Mudanças nos VPL, VET e B(C)PE em relação às variações

simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos.

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

1,50

-20,0 0,0 20,0% de variação simultânea nos preços dos produtos

B/C

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00

TIR

(%)

B/C

TIR (%)

Figura 42 - Mudanças na B/C e na TIR em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos.

96

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As mudanças nos VPL, VET e B(C)PE, em relação às variações

simultâneas de ±20% nos preços de venda, estão ilustradas na Figura 41. Nota-se

que os VPL, VET e B(C)PE variam de R$ -78,22 a R$935,03.ha-1, de R$ -135,82

a R$ 1623,59.ha-1 e de R$ -13,58 a R$ 162,36.ha-1.ano-1, respectivamente. Os

indicadores mostram-se muito sensíveis às variações simultâneas nos preços.

As mudanças na B/C e na TIR, em relação às variações simultâneas de

±20% nos preços de venda, estão ilustradas na Figura 42. Observa-se que a B/C e

a TIR variam de 0,96 a 1,44 e de 9,23% a 18,77%, respectivamente.

Apesar de os preços de venda terem caído, simultaneamente, 20%, a B/C

ficou apenas 4% inferior a 1 e a TIR, 7,7% inferior à taxa de juros de 10%.

4.5.2.3. Variação simultânea nos custos de produção

O Quadro 25 e as Figuras 43 e 44 mostram as mudanças nos indicadores

financeiros VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes às variações simultâneas

de ±20% nos custos de produção dos componentes do sistema agrossilvipastoril

com rotação de nove anos. Nota-se que a redução simultânea de 20% nos custos

acarreta aumentos de 76,6% nos VPL, VET e B(C)PE, 19,2% na B/C e 28,7% na

TIR e que o aumento de 20% causa diminuição de 76,6% nos VPL, VET e

B(C)PE, 13,3% no B/C e 22,9% na TIR. Quadro 25 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema

agrossilvipastoril com rotação de nove anos, em relação às variações simultâneas nos custos de implantação e manutenção de povoamentos de eucalipto, de produção de arroz e soja, de formação e manutenção de pastagem e de aquisição de novilhos

Impl.Eucal. Man. Eucal.1 Man.

Eucal.2 Arroz Soja Form.Past.

Man.Past.

Aquis.Nov. VPL VET B(C)PE TIR% de Variação

nos Custos --------------------------------------------------------------------- (R$.ha-1) --------------------------------------------------------------------- (R$.ha-1.ano-1)B/C

(%)

-20,0 365,82 42,20; 66,20; 68,60 13,40 188,87 227,13 97,83 86,06 100,00 756,57 1.313,71 131,37 1,43 18,14

0,0 457,28 52,75; 82,75; 85,75 16,75 236,09 283,91 122,29 107,58 125,00 428,41 743,89 74,39 1,20 14,09

20,0 548,74 63,30; 99,30; 102,90 20,10 283,31 340,69 146,75 129,10 150,00 100,24 174,06 17,41 1,04 10,87

97

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0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1000,00

1200,00

1400,00

-20,0 0,0 -20,0

% de variação simultânea nos custos

R$.

ha-1

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

R$.

ha-1

.ano

-1

VPL (R$/ha)

VET (R$/ha)

B(C)PE (R$/ha/ano)

Figura 43 - Mudanças nos VPL, VET e B(C)PE em relação às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos.

1,00

1,05

1,10

1,15

1,20

1,25

1,30

1,35

1,40

1,45

1,50

-20,0 0,0 20,0% de variação simultânea nos custos

B/C

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00TI

R (%

)B/CTIR (%)

Figura 44 - Mudanças na B/C e na TIR em relação às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos.

98

Page 112: PROJETO DE PESQUISA FLORESTAL - ipef.brf.pdf · de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix. colheita do povoamento de eucalipto em sistemas

Apesar de os custos de produção terem aumentado, simultaneamente,

20%, nenhum indicador financeiro evidenciou inviabilidade econômica do

sistema. Os VPL, VET e B(C)PE passaram para R$ 100,24.ha-1, R$ 174,06.ha-1 e

R$ 17,41.ha-1.ano-1, respectivamente; a B/C ficou ligeiramente superior a

1 (1,04); e a TIR ficou 8,7% maior do que a taxa de juros de 10%. O sistema

agrossilvipastoril é menos sensível a aumentos nos custos de produção do que a

reduções nos preços de venda. Os indicadores mostraram-se mais sensíveis a

variações simultâneas nos custos de produção dos componentes do sistema

agrossilvipastoril com rotação de nove anos, em relação ao sistema atual adotado

pela empresa.

99

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5. RESUMO E CONCLUSÕES

O presente trabalho teve por objetivo estudar, detalhadamente, os

aspectos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. na

região de cerrado, no noroeste do Estado de Minas Gerais, tomando como base

exemplos de sistemas ali tradicionalmente utilizados. Especificamente, desejou-

se, por meio de simulações, analisar os efeitos de variações em parâmetros

importantes como os preços de venda dos produtos e os custos de produção, bem

como comparar os atuais sistemas agroflorestais com as novas propostas,

considerando as mudanças na rotação do componente florestal.

Escolheu-se, para o estudo de caso, a Unidade Agroflorestal da

Companhia Mineira de Metais - CMM, localizada no município de Vazante,

Minas Gerais. Os dados técnicos e econômicos referentes à implantação e à

manutenção dos atuais sistemas agroflorestais foram fornecidos pela equipe

técnica da empresa.

No momento de estabelecimento dos sistemas agrossilvipastoris, foi

consorciado o cultivo seqüencial de arroz e soja até o segundo ano, entre as

linhas de clones híbridos de eucalipto, em espaçamento 10 x 4 m. No ano dois,

há formação de pastagens de braquiária. A partir do ano três, manejam-se

novilhos para engorda, com venda bianual para corte a partir do ano cinco. A

100

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partir do 11o ano, são feitos o corte raso da floresta de eucalipto, a última venda

de boi gordo e a reforma dos sistemas agroflorestais.

Considerando os aspectos técnicos e econômicos estudados e as

simulações realizadas, obtiveram-se os resultados resumidos a seguir.

Conforme os dados de inventário florestal dos sistemas

agrossilvipastoris, a equação linear LnV = 6,27793 - 8,98803.Idade-1, ajustada

para determinar a produção (m3.ha-1) em função da idade (anos), indicou uma

idade técnica de colheita de aproximadamente nove anos.

Em relação à participação percentual dos custos globais descontados,

utilizando uma taxa de juros de 10% ao ano, das operações necessárias à

implantação, manutenção e colheita dos componentes dos sistemas

agroflorestais, 37% dos custos foram associados à implantação e manutenção de

1 ha de eucalipto. A contribuição dos custos de formação e manutenção da

pecuária e depreciação foi de 21%, enquanto os custos associados às lavouras de

arroz e soja constituíram 12 e 14% do total, respectivamente.

Com relação à participação percentual das receitas atualizadas, com taxa

de desconto de 10% a.a., provenientes da comercialização dos produtos obtidos

nos sistemas agroflorestais, a contribuição da madeira produzida para serraria e

energia representou 48% da receita total, as vendas de boi gordo 27% e o arroz e

a soja 10 e 11%, respectivamente.

A comparação econômica dos atuais sistemas agroflorestais com a

monocultura de eucalipto, como se esta fosse ainda praticada hoje na empresa,

indicou a maior atratividade econômica dos sistemas agrossilvipastoris. Os

indicadores financeiros VET (valor esperado da terra) e B(C)PE (benefício custo

periódico equivalente) dos sistemas ficaram 56,7% superiores aos da

monocultura de eucalipto.

Em relação às simulações realizadas para medir os efeitos da diminuição

e do aumento de 20% nos preços de venda dos produtos, observou-se que

nenhuma queda individual de 20% acarretou VPL (valor presente líquido), VET

e B(C)PE negativos, B/C (relação benefício-custo) inferior a 1 e TIR (taxa

101

Page 115: PROJETO DE PESQUISA FLORESTAL - ipef.brf.pdf · de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix. colheita do povoamento de eucalipto em sistemas

interna de retorno) inferior à taxa de juros de 10%. Todavia, a queda simultânea

de 20% nos preços afetou negativamente os indicadores, inviabilizando o sistema

agroflorestal.

Quanto aos efeitos da variação de ±20% nos custos de produção dos

componentes dos sistemas agroflorestais, nenhum aumento individual ou

aumento simultâneo de 20% indicou inviabilidade econômica dos sistemas.

A avaliação econômica feita para os sistemas agroflorestais simulados

com rotação de nove anos indicou que os indicadores VET e B(C)PE foram 6,3%

e a TIR 4,4% superiores aos indicadores dos sistemas com rotação de 11 anos.

Todos os indicadores financeiros, com exceção da B/C, mostraram-se

mais sensíveis às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos

produtos obtidos, em relação aos indicadores dos sistemas atuais com rotação de

11 anos.

Em relação à variação simultânea de ±20% nos custos de produção dos

componentes dos sistemas com rotação de nove anos, os indicadores mostraram-

se também mais sensíveis que nos sistemas atuais adotados pela empresa. No

entanto, apesar do aumento simultâneo de 20% nos custos de produção, nenhum

indicador mostrou inviabilidade econômica do sistema agroflorestal.

Com base nos resultados apresentados, as seguintes conclusões são

apontadas:

1. A idade técnica de colheita do povoamento de eucalipto nos atuais sistemas

agroflorestais cai de 11 para nove anos, de acordo com o modelo de produção

ajustado.

2. Os custos de implantação e manutenção de 1 ha de eucalipto representam

mais de um terço dos custos totais de implantação, manutenção e colheita dos

componentes dos sistemas agroflorestais.

3. Mais da metade do valor da receita é proveniente da venda dos produtos

madeireiros obtidos ao longo da rotação de 11 anos. Uma alocação de madeira

para serraria superior a 40% proporcionaria melhor retorno.

4. Os sistemas agroflorestais adotados pela empresa são economicamente mais

atrativos que a monocultura de eucalipto.

102

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5. As variações de ±20% no preço da arroba de boi gordo afetam

significativamente os indicadores financeiros, logo seguidas pelas variações

nos preços de venda de madeira para serraria e energia.

6. As variações de ±20% no custo de implantação do componente florestal

afetam expressivamente os indicadores financeiros.

7. Os sistemas agroflorestais são menos sensíveis ao aumento simultâneo de 20%

nos custos de produção do que à redução simultânea de 20% nos preços de

venda de seus produtos.

8. Os sistemas agroflorestais simulados com rotação de nove anos mostraram-se

economicamente mais atrativos que os atuais sistemas com rotação de 11 anos,

o que valida a nova idade técnica de colheita proposta neste estudo.

9. A empresa, utilizando sistemas agroflorestais, está sendo mais eficiente do

ponto de vista econômico no uso da terra.

103

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6. RECOMENDAÇÕES

Considerando a importância e a necessidade das análises técnicas e

econômicas que foram realizadas no presente trabalho, para qualquer empresa do

cerrado que deseja implantar sistemas agroflorestais em suas propriedades,

recomenda-se para estudos futuros:

• comparar os atuais sistemas agroflorestais com as novas propostas,

considerando os diferentes componentes florestais, agrícolas e animais, bem

como os diferentes combinações de multiprodutos originários dos mesmos;

• testar espécies arbóreas de alto valor madeireiro, como a teca, e de produtos

não-madeireiros, como resinas, óleos essenciais, taninos etc;

• testar novas culturas agrícolas passíveis de serem consorciadas, como batata-

doce, mandioca, mamona, gergelim e girassol;

• avaliar novas espécies forrageiras, principalmente leguminosas, visando

selecionar as mais tolerantes ao sombreamento;

• testar novos componentes animais para produção de carne, como ovelhas,

avestruz, ema etc;

• testar a viabilidade técnica e econômica de novos espaçamentos para as

espécies florestais, tal como o de 5 m nas entrelinhas por 3 m nas linhas;

104

Page 118: PROJETO DE PESQUISA FLORESTAL - ipef.brf.pdf · de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix. colheita do povoamento de eucalipto em sistemas

• verificar a viabilidade de implantação desses sistemas para recuperar áreas

degradadas;

• estudar a utilização da biomassa para produção de furfurol, eletricidade e

volumoso para ração de gado;

• testar novos clones de eucalipto e adubações, visando redução da idade técnica

de colheita do componente florestal; e

• implementar mecanização das operações florestais.

105

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SCHREINER, H.G. Viabilidade de um sistema silvipastoril em solos de areia quartzosa no Estado de São Paulo. Boletim de Pesquisa Florestal, n.17, p.33-38, 1988.

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VEIGA, J.B., MARQUES, L.C.T. Desempenho de sistemas silvipastoris em Paragominas, Estado do Pará. In: CONGRESSO BRASILEIRO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 2, 1998, Belém. Anais... Belém: EMBRAPA/CPATU, 1998. p.224-7.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Quadro 1A - Rendimento e custo das operações necessárias à implantação (ano 0) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m

Mecanizado Manual Insumo Custo Operação Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)

- Elaboração de projeto e topografia* 10,06 10,06 - Construção de estradas e aceiros 02 0,64 44,00 28,16 28,16

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Desmatamento regeneração cerrado 01 0,25 88,00 22,00 22,00 - Destoca de cepas de eucalipto 02 3,00 44,00 132,00 132,00 - 1a Limpeza de área 05 1,50 13,00 19,50 7,50 2,40 18,00 37,50 - Gradagem Rome 03 0,50 44,00 22,00 22,00 - 1o Combate a formigas 7,50 2,40 18,00 Formicida granulado (kg) 6,00 3,00 18,00 36,00 - Alinhamento e balizamento 1,78 2,40 4,27 4,27 - Mistura de corretivos 1,17 2,40 2,81 Fosfato natural (kg) 240,00 0,05 12,00 14,81

Gesso (kg) 120,00 0,02 2,40 2,40 Óxido de magnésio (kg) 48,00 0,20 9,60 9,60

- Distribuição de corretivos 06 0,25 13,00 3,25

3,25- Gradagem Bedding 04 0,25 44,00 11,00 11,00- Coveamento 2,14 2,40 5,14 5,14 - Distribuição de adubo na cova 06 0,09 13,00 1,17 0,83 2,40 1,99 Adubo NPK (06-30-06)(kg) 38,00 0,28 10,45 13,61 - Distribuição de cupinicida na cova 0,83 2,40 1,99 Cupinicida (kg) 2,50 1,65 4,13 6,12 - Mistura de adubo / cupinicida 1,50 2,40 3,60 3,60 - 2o Combate a formigas 1,50 2,40 3,60 Formicida granulado (kg) 0,50 3,00 1,50 5,10 - Reforma de aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Transporte de mudas 21 0,15 10,00 1,50 0,60 2,40 1,44 2,94 - Distribuição de mudas 1,25 2,40 3,00 3,00 - Plantio de mudas 2,76 2,40 6,62 Mudas de eucalipto (un) 250,00 0,20 50,00 56,62 - 3o Combate a formigas 0,94 2,40 2,26 Formicida granulado (kg) 0,50 3,00 1,50 3,76 - Replantio 1,00 2,40 2,40 Mudas de eucalipto (un) 50,00 0,20 10,00 12,40 - Irrigação 20 0,30 13,00 3,90 0,75 2,40 1,80 5,70 - CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- --- 250,72 --- --- 86,98 --- --- --- 119,58 457,28

115

hM = horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado. * 2,25 % do custo total de implantação do projeto.

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Quadro 2A - Rendimento e custo das operações necessárias à manutenção (a partir do ano 1) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m

116

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação

Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)- 1aManutenção (ano 1) - 1a Capina manual 7,50 2,40 18,00 18,00 - 2a Capina manual 7,50 2,40 18,00 18,00 - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO NO ANO 1 (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 40,51 --- --- --- 6,00 52,75

- 2a Manutenção (ano 2) - Roçada manual 2,50 2,40 6,00 6,00 - 1a Desrama (até 4 m do solo) 25,00 2,40 60,00 60,00 - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO NO ANO 2 (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 70,51 --- --- --- 6,00 82,75

- 3a Manutenção (ano 3) - Roçada manual 2,50 2,40 6,00 6,00 - 2a Desrama (até 6 m do solo) 26,25 2,40 63,00 63,00 - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO NO ANO 3 (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 73,51 --- --- --- 6,00 85,75

Continua...

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Quadro 2A, Cont.

117

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação

Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)4a - Manutenção (ano 4) - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 4,51 --- --- --- 6,00 16,75

5a - Manutenção (ano 5) - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 4,51 --- --- --- 6,00 16,75

6a - Manutenção (ano 6) - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 4,51 --- --- --- 6,00 16,75

7a - Manutenção (ano 7) - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 4,51 --- --- --- 6,00 16,75

Continua...

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Quadro 2A, Cont.

118

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação

Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)8 - Manutenção (ano 8) a - 1 Conservação estradas e aceiros a 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2 Conservação estradas e aceiros a 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 4,51 --- --- --- 6,00 16,75

9 - Manutenção (ano 9) a - 1 Conservação estradas e aceiros a 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 4,51 --- --- --- 6,00 16,75

10a - Manutenção (ano 10) - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 4,51 --- --- --- 6,00 16,75

11a - Manutenção (ano 11) - 1a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 10,51 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 --- --- 4,51 --- --- --- 6,00 16,75

hM = horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado.

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Quadro 3A - Rendimento e custo das operações necessárias à implantação, condução e colheita de 1 ha de arroz semeado entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m

119

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação

Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un. R$/ha (R$/ha)

- Gradagem aradora 03 0,50 44,00 22,00 22,00

- 2a Limpeza de área 05 1,00 13,00 13,00 5,00 2,40 12,00 25,00

- Gradagem niveladora 10 0,50 20,00 10,00 10,00

- Calagem 06 1,00 13,00 13,00 Calcário Zincal 200 (t) 4,00 3,00 12,00 25,00

- Tratamento de sementes 0,10 2,40 0,24 Furazin (litro) 0,850 21,00 17,85 18,09

- Plantio e adubação 14 0,50 14,00 7,00 0,50 2,40 1,20 NPK (05-25-15) + Zn (kg) 200,00 0,274 54,80 63,00

Sementes (kg) 50,00 0,68 34,00 34,00

- Colheita 18 1,30 30,00 39,00 39,00

CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- --- 104,00 --- --- 13,44 --- --- --- 118,65 236,09

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Quadro 4A - Rendimento e custo das operações necessárias à implantação, condução e colheita de 1 ha de soja semeada entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m

120

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação

Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un. R$/ha (R$/ha)

- Gradagem aradora 03 0,50 44,00 22,00 22,00 - Gradagem niveladora 10 0,50 20,00 10,00 10,00 - Calagem 06 1,00 13,00 13,00 Calcário Zincal 200 (ton) 3,00 3,00 9,00 22,00 -Inoculação+tratamento sementes 0,75 2,40 1,80 Inoculante (dose) 3,00 0,39 1,17 2,97

Açúcar (kg) 0,375 0,33 0,12 0,12 Molibdato de sódio (kg) 0,081 35,00 2,84 2,84 Sulfato de cobalto (kg) 0,025 21,00 0,53 0,53 Sulfato de manganês (kg) 1,50 1,10 1,65 1,65 Fungicida Tecto 100 (kg) 0,09 11,50 1,04 1,04

- 1a Aplicação de herbicida 13 0,42 14,00 5,88 Herbic.Trifluralina (litro) 1,80 4,20 7,56 13,44 Natural Óleo (litro) 1,00 1,55 1,55 1,55

- 2a Aplicação de herbicida 13 0,42 14,00 5,88 Herbicida Classic (kg) 0,05 360,00 18,00 23,88 - 3a Aplicação de herbicida 13 0,42 14,00 5,88 Herbicida Cobra (kg) 0,40 31,00 12,40 18,28 - Plantio e adubação 14 0,50 14,00 7,00 0,50 2,40 1,20 NPK (02-20-20) (kg) 300,00 0,255 76,50 84,70

Sementes (kg) 60,00 0,37 22,20 22,20 - 1a Aplicação de inseticida 13 0,42 14,00 5,88 Inseticida Pounce (litro) 0,05 39,00 1,95 7,83 - 2a Aplicação de inseticida 13 0,42 14,00 5,88 Inseticida Thiodan (kg) 0,50 8,00 4,00 9,88 - Colheita 19 1,30 30,00 39,00 39,00 CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- --- 120,40 --- --- 3,00 --- --- --- 160,51 283,91 hM = horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação, e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado.

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Quadro 5A - Rendimento e custo das operações necessárias à formação de pastagens (Brachiaria brizantha), à construção de cercas, à instalação de aguadas e à manutenção de pastagens formadas entre fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m

121

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un. R$/ha (R$/ha)

Formação de pastagens (ano 2) - 1a Gradagem aradora 03 0,50 44,00 22,00 22,00 - 2a Gradagem aradora 08 0,83 13,00 10,79 10,79 - Gradagem niveladora 10 0,50 20,00 10,00 10,00 - Plantio a lanço e calagem 06 0,50 13,00 6,50 Semente de braquiária (kg) 10,00

kg)

kg) 21,60

10,88

2,30 23,00 29,50 Fosfato natural (kg)

Superfosfato simples ( 400,00 100,00

0,05 20,00 20,00 0,17 17,00 17,00 Calcário Zincal 200 (ton) 1,00 3,00 3,00 3,00

- Gradagem de incorporação 10 0,50 20,00 10,00 10,00 CUSTO (R$/ha) ---

---

--- 59,29 --- --- --- --- --- 63,00 122,29

Manutenção de pastagens * - Mistura de corretivos e adubos 1,40 2,40 3,36 3,36 - Distribuição de corretivos 06 0,50 13,00 6,50 Calcário Zincal 200 (ton) 1,00 3,00 3,00 9,50

Fosfato natural (kg) Superfosfato simples (

300,00 0,05 15,00 15,00 34,00

200,00 0,17 34,00

Cloreto de potássio (kg) 80,00 0,27 21,60 - Aplicação de cupinicida 0,83 2,40 1,99 Cupinicida (kg) 2,50 1,65 4,13 6,12 - Roçada manual 7,50 2,40 18,00 18,00 CUSTO (R$/ha) --- ---

--- 6,50 --- --- 23,35 --- --- --- 77,73 107,58

Infra-estrutura (ano 3) Construção de cercas elétricas** 5,33 2,40 12,79 Arame liso (metro) 160,00 0,068 23,67

Acessórios (m) 160,00 0,126 20,16 20,16 Instalação aguadas (10.600 l; 50 ha) 2,17 2,40 5,21 Bebedouro (un) 0,02 600,00 12,00 17,21

22 1,000

22,50 22,50 3,33 2,40 7,99 Rede hidráulica (m) 20,00 0,83 16,60 6,00

47,09 Saleiras 1,80 2,40 4,32

30,31 Materiais diversos 0,04 150,00 10,32

CUSTO (R$/ha) --- --- --- ---

22,50 --- --- --- --- --- 65,64 118,45 CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- 88,29 --- --- 53,66 --- --- --- 206,37 348,32* A manutenção de pastagens é feita de 3 em 3 anos. ** Arame fixado nas árvores de eucalipto que ficam nas bordaduras dos talhões. Cálculos com base em piquetes de 25 ha e cerca constituída de dois arames (4 km). hM = Horas de máquinas gastas para executar a operação e hH = Horas de mão-de-obra gastas para executar a operação.

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Quadro 6A - Custos anuais, por hectare, dos insumos, da mão-de-obra e da aquisição de novilhos para a pecuária de corte

Custo Especificação Unidade R$/Unidade Qte/ua (R$/ha)

Insumos - Vacina contra aftosa (2 vezes/ano) Dose 0,36 2,00 0,72 - Vacina contra carbúnculo (1 vez/ano) Dose 0,10 1,00 0,10 - Vermífugo (Altec) (2 vezes/ano) ml 0,13 12,00 1,56 - Sal mineral (Fosbov) (60 g/UA/dia) kg 0,35 21,63 7,57 - Sal comum kg 0,10 9,00 0,90 - Carrapaticida e bernicida (Triatox) * Dose 0,17 17,00 2,89 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 13,74

CUSTO TOTAL (R$/ha)

Mão-de-obra - Vaqueiro (1 homem/300 animais) H 500,00 0,003 1,67 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 1,67

Animais Aquisição de novilhos com 5 arrobas ** @ 25,00 5,00 125,00 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 125,00

--- --- --- 140,41

* São 17 aplicações por ano, de 6,63 ml cada uma (dose), ou seja, uma aplicação aos 20 dias. ** O custo de aquisição de bezerros tem periodicidade bianual, uma vez que o prazo considerado para

engorda foi de dois anos. Assim, a cada dois anos os bois gordos são vendidos e é necessário adquirir mais bezerros para iniciar um novo ciclo de engorda.

UA = Unidade animal. Quadro 7A - Custos anuais de depreciação, por hectare, relacionados à

atividade de pecuária de corte

Valor Inicial Valor Residual Vida Útil Prazo Área Custo Discriminação -------------- (R$) -------------- ----- (anos) ----- (ha) (R$/ha)

- Moradia p/ vaqueiros (3) 36.000,00 7.200,00 25 8 1.000 1,43 - Depósito 10.000,00 2.000,00 25 8 1.000 0,40 - Curral 10.000,00 1.000,00 25 8 1.000 0,46 - Eucacercas 43.830,00 0,00 8 8 1.000 0,00 - Aguadas 64.300,00 6.430,00 15 8 1.000 3,13 - Saleiras 10.320,00 2.064,00

CUSTO TOTAL (R$/ha)

15 8 1.000 0,50 - Arreios e acessórios p/ montaria** 2.400,00 0,00 8 8 1.000 0,00 - Animais de serviço (cavalos)** 6.000,00 2.400,00 8 8 1.000 0,29

--- --- --- --- --- 6,21 * Benfeitorias necessárias para o manejo do gado em 1.000 ha; três casas para vaqueiros; um galpão para depósito.

Animais para manejo (15 cavalos) = R$ 250,00/animal. Considerados apenas a partir do 4o ano. Taxas anuais de depreciação: usadas pela Receita Federal (COAD, 1995), exceto aguadas e arreatas.

** Valor inicial de um lote de 15 animais ou três arreatas por ano x (prazo considerado/vida útil). Assim, a vida útil passa a ser igual ao prazo considerado, evitando-se a negativação da depreciação.

122

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Quadro 8A - Receitas (R$/ha) resultantes da comercialização de diversos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril

Unidade Produção Preço de Venda Receita Discriminação do Produto (Un) (Un/ha) (R$/Un) (R$/ha) - Arroz Sc 23,33 12,00 279,96

Sc 25,00 12,60 315,00 - Boi gordo * @ 15,00 25,00 375,00 - Madeira proveniente da destoca de

regeneração de cerrado St 50,00 2,00

- Madeira de Eucalyptus para serraria ** St 154,00 12,00 1.848,00 - Madeira de Eucalyptus para energia ** St 231,00 8,00 1.848,00 RECEITA TOTAL (R$/ha) --- --- --- 4.765,96

- Soja

100,00

* A produção de 15 arrobas de carne é obtida a cada dois anos. Para chegar a esse valor, supôs-se que o sistema produz 5 arrobas de carne por hectare, por ano. Assim, considerando que os novilhos com um ano de idade são adquiridos com um peso médio de 5 arrobas, em dois anos eles atingem 15 arrobas e estão prontos para abate.

** Considerou-se que a produtividade ou incremento médio anual da floresta é de 35 st/ha/ano e que 60% da madeira produzida é para energia e 40% é para serraria. Assim, cortando-se o eucalipto com 11 anos de idade, obtém-se uma produção de 385 st/ha, sendo 231 st ( 60% de 385 st ) para energia e 154 st (40% de 385 st) para serraria. Além do mais, o preço de venda considerado foi o da madeira em pé, ficando os custos de exploração, transporte, carbonização e serração por conta do comprador.

Quadro 9A - Relação dos tipos de equipamentos utilizados para executar as

diversas operações especificadas nos Quadros de 1A a 5A, com os respectivos custos de utilização (R$/hM)

No Especificação do Tipo Custo de Utilização Identif. De equipamento (R$/hM)*

1 Trator de esteira D6 com lâmina + correntão 88,00 Trator de esteira D6 com lâmina 44,00

3 Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” 44,00 4 Trator de esteira D6 + grade Bedding 44,00 5 Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta 13,00 6 Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta JAN 13,00 7 Trator de pneu MF 290 (80 cv) + sulcador 13,00 8 Trator de pneu MF 290 (80 cv) + grade tatu 16 x 26” 13,00 9 Trator de pneu Valmet 248 4 x 4 (120 cv) + grade 12 x 32” 20,00 10 20,00 11 Trator de pneu Valmet 248 4 x 4 (120 cv) + arado 20,00 12 Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + grade 32 x 18” 14,00

Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + pulverizador Jacto Condor 14,00 14 Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + semeadora 6 linhas 14,00 15 Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + semeadora 8 linhas 14,00 16 Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + cultivador 4 linhas 14,00 17 Motoniveladora Caterpillar Patrol 120 B 39,00 18 Colheitadeira com plataforma de arroz 30,00 19 Colheitadeira com plataforma de soja 30,00 20 Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta pipa 13,00 21 10,00 22 Retroescavadeira 22,50

2

Trator de pneu Valmet 248 4 x 4 (120 cv) + grade 48 x 20”

13

Caminhão Ford F-11000 dois eixos

* hM = Horas de máquinas gastas para executar a operação.

123

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Quadro 10A - Equipamento usado para operações de plantio por tipo de cultura

Operação Equipamento Usado Operações florestais

Construção estradas e aceiros Trator de esteira D6 com lâmina /motoniveladora Desmat. regeneração cerrado Trator de esteira D6 com lâmina + correntão Destoca cepas eucaliptos Trator de esteira D6 com lâmina Limpeza de área 1 Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta Gradagem Rome Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Combate a formigas Terceirizado (preço de mão-de-obra/ha) Distribuição de corretivos Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta Jan Gradagem Bedding Trator de esteira D6 + grade Bedding Distribuição de adubo na cova Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta Jan Reforma de aceiros Motoniveladora 120B Caterpillar (patrol)

Conservação estradas/aceiros 2

Transporte de mudas Caminhão Ford F-11000 dois eixos Irrigação de mudas Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta pipa Conservação estradas/aceiros 1 Motoniveladora 120B Caterpillar (patrol)

Motoniveladora 120B Caterpillar (patrol) Desrama 1 Foice, serrote, motoserra Desrama 2 Serrote, motopoda

Operações cultura de arroz Gradagem aradora pesada Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Gradagem niveladora Trator Valmet 248 4x4 (120 cv) + grade 48 x 20” Limpeza de área 2 Trator MF 290 (80 cv) + carreta Aplicação de defensivos Trator Ford 6610 (86 cv)+pulverizador Jacto Plantio e adubação Trator Ford 6610 (86 cv)+semeadora Jumil 6 linhas Calagem Trator MF 290 (80 cv) + carreta Jan Colheita Terceirizada (Colheitadeira de arroz)

Gradagem aradora pesada Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Gradagens niveladoras 1 e 2 Trator Valmet 248 4x4 (120 cv) + grade 48 x 20” Plantio e adubação Trator Ford 6610 (86 cv)+semeadora Jumil 6 linhas Calagem Trator MF 290 (80 cv) + carreta Jan Aplicação de defensivos Trator Ford 6610 (86 cv) + pulverizador Jacto Colheita Terceirizada (Colheitadeira de soja)

Operações cultura de capim Gradagem aradora pesada 1 Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Gradagem aradora pesada 2 Trator MF 290 (80 cv) + grade tatu 16 x 26” Gradagens niveladoras 1 e 2 Trator Valmet 248 4x4 (120 cv) + grade 48 x 20” Plantio Trator MF 290 (80 cv) + carreta Jan Lancer Calagem Trator MF 290 (80 cv) + carreta Jan Aplicação de defensivos Trator Ford 6610 (86 cv) + pulverizador Jacto Capina manual Foice larga com cabo

Operações cultura de soja

124

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Quadro 11A - Preço e insumo usado para operações de plantio por tipo de cultura

Preço Especialização do insumo Unidade (R$)* Atividade Florestal

Mudas de eucalipto un. 0,20 Formicida granulado Attamex kg 3,00 Fosfato natural kg 0,05 Superfosfato simples kg 0,17 Gesso agrícola kg 0,02 Magnesita - óxido de Mg kg 0,20

kg

Adubo NPK (05-25-15) + Zn

8,00

kg

Adubo NPK (02-20-20)

31,00

Fosfato natural

0,10

Adubo NPK (06-30-06 ) + Bo + Zn kg 0,275 Calcário Zincal 200 MMA t 3,00 Cupinicida 1,65

Cultura do arroz Furazin 1,7 L 21,00

kg 0,274 Calcário Zincal 200 MMA t 3,00 Semente de arroz kg 0,68

Cultura da soja Inseticida Pounce L 39,00 Inseticida Thiodan kg Fungicida Tecto 100 kg 11,50 Molibdato de sódio kg 35,00 Sulfato de cobalto 21,00 Sulfato de manganês kg 1,10 Açúcar kg 0,33

kg 0,255 Calcário Zincal 200 MMA t 3,00 Inoculante Biagro (pc 200 g) dose 0,39 Herbicida Trifluralina L 4,20 Herbicida Classic kg 360,00 Herbicida Cobra kg Natural Óleo L 1,55 Semente de soja kg 0,37

Cultura do capim kg 0,05

Superfosfato simples kg 0,17 Calcário Zincal 200 MMA ton 3,00 Cloreto de potássio kg 0,27 Cupinicida kg 1,65 Sementes de braquiária kg 2,30

Atividade de pecuária Arame liso para cerca m 0,055 Arame liso para cerca elétrica m 0,068 Bebedouro tipo australiano (10.600 l) un 600,00 Tubos (pvc 2”) e conexões (1000 m/25 ha) m 0,83 Vacina contra aftosa dose 0,36 Vacina contra carbúnculo dose 0,10 Vermífugo Altec ml 0,13 Sal mineral Fosbov kg 0,35 Sal comum kg Carrapaticida, bernicida, mosquicida Triatox ml 0,025

* O preço inclui o valor do transporte até a Unidade Agroflorestal; mão-de-obra = 2,40 R$/hora.

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Quadro 12A - Relação dos rendimentos (hH/ha e hM/ha) para executar as operações especificadas nos Quadros de 1A a 5A

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R e n d i m e n t o Resumo de O p e r a ç ã o E q u i p a m e n t o Base de Cálculo Rendimento Serviços Técnicos Especializados Elaboração de projetos/levantamento/planejamento (elaboração do projeto e topografia) Locação de estradas / aceiros e topografia

2,25 % do custo total de implantação do projeto

CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E ACEIROS TRATOR ESTEIRA COM LÂMINA - D6 125 m/h - 8 h/ha de aceiros 0,64 hM/ha plant. 8% da área total do projeto (10 m de largura) MOTONIVELADORA (1000 m X 10 m) /h 1,0 hM/ha

DESMATAMENTO REGENERAÇÃO 2 TRATORES ESTEIRA (D6) + CORRENTÃO

4,00 ha/h/conjunto 0,50 hM/ha TRATOR ESTEIRA (D6) COM LÂMINA 0,33 ha/h 3,00 hM/ha

3,00 hM/ha DESTOCA DE CEPAS DE EUCALIPTO T.E D6 COM LÂMINA + CORRENTÃO 0,33 ha/h

LIMPEZA DA ÁREA 1a L T. PNEU MF 290 + CARRETA C/ 4 homens (eucalipto) 4,00 ha/dia/equipe 7,50 hH/ha 4,00 ha/dia/máquina 1,50 hM/ha

2a L T. PNEU MF 290 + CARRETA C/ 4 homens (eucalipto) 12,85 ha/dia/equipe 2,80 hH/ha 12,85 ha/dia/máquina 0,70 hM/ha

T. PNEU MF 290 + CARRETA C/ 4 homens (arroz) 6,00 ha/dia/equipe 5,00 hH/ha 6,00 ha/dia/máquina 1,00 hM/ha

GRADAGEM T.ESTEIRA (D6) + GRADE ROME 20 X 32"

T.ESTEIRA (D6) + GRADE ROME 16 X 32" 2,00 ha/h 0,50 hM/ha 1,50 ha/h 0,67 hM/ha

T.ESTEIRA - D6 + GRADE 6 X 32" - TRBR 8 linhas/h = 0,40 ha/h 0,25 hM/ha T.VALMET 128 + GRADE 6 X 32" - TRBR 6 linhas/h = 0,30 ha/h 0,33 hM/ha T.VALMET 128 + GRADE 48 X 24" - Niveladora 2,0 ha/h 0,50 hM/ha T.VALMET 148 + GRADE ROME 12 X 32" 1,0 ha/h 1,0 hM/ha

ENLEIRAMENTO T.ESTEIRA (D6) C/ LÂMINA 0,3 ha/hM 3,33 hM/ha

DESENLEIRAMENTO

ALINHAMENTO DAS QUADRAS

T.ESTEIRA (D6) C/ LÂMINA 0,69 ha/hM 1,44 hM/ha

T.PNEU MF 290 + SULCADOR 90 ha/dia 0,10 hM/ha

MISTURA E TRANSPORTE DE INSUMOS BETONEIRA 32,0 ha/ 2 carretas Jan 64 betoneiras

1,17 hH/ha (24 kg MgO + 60 kg gesso + 120 kg P2O5)

Continua...

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Quadro 12A, Cont.

Resumo de R e n d i m e n t o O p e r a ç ã o E q u i p a m e n t o Base de Cálculo Rendimento BALIZAMENTO / ALINHAMENTO ESPAÇAMENTO - 10 x 4 m (equip. de 4 homens) 4,5 linhas/h/hH = 2,25 ha/h/hH 1,78 hH/ha

SULCAMENTO

T. PNEU MF 290 + CARRETA JAN 8,0 linhas/h = 4,00 ha/h

0 ha/H/dia DISTRIBUIÇÃO DE CUPINICIDA NA COVA MANUAL

MISTURA ADUBO + CUPINICIDA NA COVA MANUAL

0,45 hH/ha

REPLANTIO DE MUDAS

T. PNEU MF 290 + SULCADOR 4,5 linhas/h = 2,25 ha/h 0,45 hM/ha

CORREÇÃO / ADUBAÇÃO 0,25 hM/ha

APLICAÇÃO DE HERBICIDA T. PNEU MF 290 + PULVERIZADOR C/ 14 BICOS 2,4 ha/h 0,42 hM/ha

COVEAMENTO MANUAL - c/ enxadão 7,0 linhas/H/dia = 3,5 ha/H/dia 2,14 hH/dia

DISTRIBUIÇÃO DE ADUBO NA COVA T. PNEU MF 290 + CARRETA+Equipe de 8 homens MANUAL

72 ha/dia = 12,0 ha/hM 16 linhas/H/dia = 8,

0,083 hM/ha 0,94 hH/ha

18 linhas/H/dia = 9,0 ha/H/dia 0,83 hH/ha

10 linhas/H/dia = 5,0 ha/H/dia 1,50 hH/hA

TRANSPORTE DE MUDAS CAMINHÃO FORD F-11000 50 ha/dia 0,15 hM/ha EQUIPE de 4 homens 50 ha/4h/dia = 12,50 ha/H/dia 0,64 hH/ha

DISTRIBUIÇÃO DE MUDAS ESPAÇAMENTO 10 X 4 m 12 linhas/H/dia = 6,0 ha/H/dia 1,25 hH/ha

PLANTIO DE MUDAS ESPAÇAMENTO 10 X 4 m 6,5 linhas/H/dia = 3,25 ha/H/dia 2,31 hH/ha

REPOSIÇÃO DE MUDAS DEFEITUOSAS MANUAL - 3 homens 50 ha/3H/dia = 2,22 ha/h/H

T.PNEU MF + CARRETA P/ EQUIPE DE 10 homens 22,5 ha/dia = 2,5 ha/hM 0,40 hM/ha

1 hH/ha 10 - 15% 15 linhas/H/dia = 7,5 ha/H/dia

IRRIGAÇÃO DE MUDAS T.PNEU + TANQUE C/ 2 MANGUEIRAS P/ 2 homens 20 ha/dia = 3,33 ha/h 0,3 hM/ha ESPAÇAMENTO 10 X 4 m 20 ha/dia/2H = 10,0 ha/dia/H 0,75 hH/ha

Continua...

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Quadro 12A, Cont.

R e n d i m e n t o Resumo de O p e r a ç ã o E q u i p a m e n t o Base de Cálculo Rendimento MONITORAMENTO DE FORMIGAS MANUAL - TRABALHO DE DUPLA 200 ha/2H/dia = 13,33 ha/H/h 0,075 hH/ha

COMBATE À FORMIGAS MANUAL 1o COMBATE - IMPLANTAÇÃO 1,0 ha/H/dia 7,50 hH/ha 2o COMBATE - IMPLANTAÇÃO 5,0 ha/H/dia 1,50 hH/ha 3o COMBATE - IMPLANTAÇÃO 8,0 ha/H/dia 0,94 hH/ha MÉDIA GERAL P/ MANUTENÇÃO 4,0 ha/H/dia 1,88 hH/ha

CONSERVAÇÃO DE ACEIROS/ESTRADAS T.PNEU MF 290 + GRADE TATU 16 X 26" 0,9 ha/h - (1000 x 10 m) /h 1,1 hM/ha (Aprox. 8% da área total do projeto) MOTONIVELADORA 120 B 1,0 ha/h - (1000 x 10 m) /h = 1,0 hM/ha de aceiro 0,08 hM/ha plant.

ACEIROS DE CERCA 1 homem + enxada - 2 lados, 1m de cada lado 250 m/H/dia 27,78 m/hH 1 homem + foice - 2 lados, 1m de cada lado 800 m/H/dia 88,89 m/hH 1 homem + enxada - Beira de estrada - área total 0,025 ha/H/dia 360 hM/ha

ROÇADA MANUAL MANUAL - 1 homem + foice 6 becas/H/dia 2,50 hH/ha

CAPINA MANUAL MANUTENÇÃO da linha de eucalipto 2 linhas/H/dia = 0,3 ha/H/dia 30 hH/ha COROAMENTO - Espaçamento 4m entre plantas 2 becas/H/dia = 1,0 ha/H/dia 7,5 hH/ha

DESBROTA 1 homem + foice 4 linhas/H/dia = 0,6 ha/H/dia 15 hH/ha

CORTE DE ESTACAS DE EUCALIPTO 1 MOTOSSERRISTA + 1 AJUDANTE 600 estacas/dia

CALAGEM T. PNEU MF 290 + CARRETA JAN 2 passadas/beca e 2 becas/h = 1,0 ha/h

1,0 hM/ha

PLANTIO/ADUBAÇÃO - arroz e soja T. PNEU MF 290 + PLANTADEIRA JUMIL 6 LINHAS 2 passadas/beca = 2,0 ha/h 0,5 hM/ha

COMBATE A CUPIM DE MONTÍCULO MANUAL - c/ cupinicida - 2 homens + T. pneu c/ lâmina 11 ha/H/dia 11 ha/H/dia

128

Continua...

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Quadro 12A, Cont.

R e n d i m e n t o Resumo de O p e r a ç ã o E q u i p a m e n t o Base de Cálculo Rendimento COLHEITA DE ARROZ COLHEITADEIRA DE ARROZ 0,77 ha/h 1,3 hM/ha

COLHEITA DE SOJA COLHEITADEIRA DE SOJA 1,0 ha/h 1,0 hM/ha

DESRAMA DE EUCALIPTO - 1a MANUAL com foice 1,5 linhas/H/dia = 0,75 ha/H/dia 10,0 hH/ha com serrote 2,0 linhas/H/dia = 1,00 ha/H/dia 7,50 hH/ha com motosserra 4,0 linhas/H/dia = 2,00 ha/H/dia 3,75 hH/ha Enleiramento de galhos 4,0 linhas/H/dia = 2,00 ha/H/dia 3,75 hH/ha

25,00 hH/ha

- 2a MANUAL com serrote 2,0 linhas/H/dia = 1,00 ha/H/dia 7,50 hH/ha com motopoda 1,0 linhas/H/dia = 0,50 ha/H/dia 15,0 hH/ha Enleiramento de galhos 4,0 linhas/H/dia = 2,00 ha/H/dia 3,75 hH/ha

26,25hH/ha

129 * 1 dia trabalhado = 7,5 horas homem (hH) e 6 horas máquina (hM). ** 1 linha de plantio = 500 m de comprimento.

APÊNDICE B

Quadro 1B - Rendimento e custo das operações necessárias à implantação (ano 0) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 3 x 3,0 m (1.111 árvores/ha)

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Mecanizado Manual Insumo Custo Operação Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)

- Elaboração do projeto e topografia* 18,76 18,76

- Desmatamento regeneração cerrado

- Construção de estradas e aceiros 02

0,64

44,00

28,16

28,16

17

0,08

39,00

3,12

3,12

01 0,25 88,00 22,00

22,00

- Destoca de cepas de eucalipto 02 3,00 44,00 132,00 132,00 - 1a Limpeza de área 05 1,50 13,00 19,50 7,50 2,40 18,00 37,50 - Gradagem Rome 03

0,50

44,00

22,00

22,00

- 1o Combate a formigas 7,50 2,40 18,00 Formicida granulado (kg) 6,00 3,00 18,00 36,00 - Alinhamento e balizamento 2,67 2,40 6,41 6,41 - Mistura de corretivos

3,40 2,40 8,16 Fosfato natural (kg) 400,00 0,05 20,00 28,16 Gesso (kg) 200,00 0,02 4,00 4,00 Óxido de magnésio (kg) 80,00 0,20 16,00 16,00

- Distribuição de corretivos 06 1,11 13,00 14,43 14,43 - Gradagem Bedding 04 1,11 44,00 48,84 48,84 - Coveamento 8,57 2,40 20,57 20,57 - Distribuição de adubo na cova 06 0,24 13,00 3,12 3,16 2,40 7,58 Adubo NPK (06-30-06)(kg) 111,00 0,28 30,53 41,23 - Distribuição de cupinicida na cova 2,78 2,40 6,67 Cupinicida (kg) 5,55 1,65 9,16 15,83 - Mistura de adubo / cupinicida 4,28 2,40 10,27 10,27 - 2o Combate a formigas

0,08 1,50

2,40

3,60 Formicida granulado (kg) 0,50 3,00 1,50 5,10

- Reforma de aceiros 17 39,00 3,12 3,12 - Transporte de mudas 21 0,30 10,00 3,00 0,64 2,40 Mudas de eucalipto (un) 1,54 1.111 0,20 222,20 226,74 - Distribuição de mudas 5,00 2,40 12,00 Mudas de eucalipto (un) 111 0,20 22,20 34,20 - Plantio de mudas 8,57 2,40 20,57 Cupinicida (kg) 0,80 1,65 1,32 21,89 - 3o Combate a formigas 0,94 2,40 2,26 Formicida granulado (kg) 0,50 3,00 1,50 3,76 - Replantio 1,00 2,40 2,40 Mudas de eucalipto (un) 222,00 0,20 44,40 46,80 - Irrigação (1/3 da área) 20 0,30 13,00 3,90

303,19 0,75 2,40 1,80 5,70

- CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- --- --- --- 158,58 --- --- --- 390,80 852,58

130

hM = Horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado. * 2,25 % do custo total de implantação do projeto. Quadro 2B - Rendimento e custo das operações necessárias à manutenção (a partir do ano 1) de 1 ha de clones híbridos de

eucalipto, plantados no espaçamento de 3 x 3,0 m (1.111 árvores/ha)

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação Eq R$/ha (R$/ha) hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un

- 1a Manutenção (ano 1)

Page 144: PROJETO DE PESQUISA FLORESTAL - ipef.brf.pdf · de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix. colheita do povoamento de eucalipto em sistemas

- 1a Capina manual 10,79

25,00 2,40 60,00 60,00 - Capina mecânica 08 0,83 13,00 10,79 - 2a Capina manual 25,00 2,40 60,00 60,00 - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 1 (R$/ha) --- ---

--- 19,32

--- --- 125,40

--- --- --- 6,00 150,72

- 2a Manutenção (ano 2) - Capina manual / roçada 8,83

2,40 21,19 21,19

- Capina mecânica 08 0,83 13,00 10,79 10,79 - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17

0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 2 (R$/ha) ---

---

--- 19,32

--- --- 26,59

--- --- --- 6,00 51,91

- 3a Manutenção (ano 3) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088

0,08 13,00 1,14 1,14

17 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088

0,08 13,00 1,14 1,14

17 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40

19,93 CUSTO NO ANO 3 (R$/ha) --- --- --- 8,53 --- --- 5,40 --- --- --- 6,00

131

Continua... Quadro 2B, Cont.

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação Eq R$/un hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/ha (R$/ha)

- 4a Manutenção (ano 4) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12

Page 145: PROJETO DE PESQUISA FLORESTAL - ipef.brf.pdf · de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix. colheita do povoamento de eucalipto em sistemas

- 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14 17 0,08 39,00 3,12 3,12

- Combate a formigas 2,25 2,40 ---

5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 4 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 5a Manutenção (ano 5) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 5 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 6a Manutenção (ano 6) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14

17 0,08 39,00

3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40

Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40

CUSTO NO ANO 6 (R$/ha) --- --- --- 8,53 --- --- 5,40 --- --- --- 6,00 19,93

132

Continua...

Quadro 2B, Cont.

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)

- 7a Manutenção (ano 7) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

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133

17 0,08 39,00 3,12 3,12 08 0,088 13,00 1,14

1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00

--- 6,00 11,40

CUSTO NO ANO 7 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- 6,00

19,93

- Desbrota / limpeza 15,00 2,40 36,00 36,00

08 0,088 13,00 1,14

1,14 17 0,08 39,00 3,12 3,12

08 0,088 13,00 1,14 3,12

- Combate a formigas

1,14 3,12 17

0,08 39,00

2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 8 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 41,40

--- --- --- 6,00

55,93

08 17

0,088 0,08

13,00 39,00

1,14 1,14 3,12 3,12

- 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14

---

17 39,00 3,12

3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40

--- 5,40

Formicida granulado (kg)

--- 2,00 3,00

--- 6,00 11,40

CUSTO NO ANO 9 (R$/ha) --- --- --- 8,53 5,40 --- 6,00 19,93

- 2a Conservação estradas e aceiros

a- 8 Manutenção (ano 8)

- 1a Conservação estradas e aceiros

- 2 Conservação estradas e aceiros a

- 9a Manutenção (ano 9) - 1a Conservação estradas e aceiros

0,08

Continua...

Quadro 2B, Cont.

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação Eq Especificação hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)

- 10a Manutenção (ano 10)

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- 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14 17 0,08 39,00 3,12 3,12

- 2a Conservação estradas e aceiros 08 17

0,088 13,00 1,14 1,14 0,08 39,00 3,12 3,12

- Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 10 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 11a Manutenção (ano 11) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 11 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 12a Manutenção (ano 12) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 12 (R$/ha) --- --- --- 8,53 --- --- 5,40 --- --- --- 6,00 19,93

134

Continua...

Quadro 2B, Cont.

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)

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- 13a Manutenção (ano 13) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00

3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 13 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 14a Manutenção (ano 14) - 1a Conservação estradas e aceiros 08

17 0,088 13,00 1,14 1,14

0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40

Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 14 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 15a Manutenção (ano 15) 2,40

- Desbrota / limpeza 15,00 36,00 36,00 - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 15 (R$/ha) --- --- --- 8,53 --- --- 41,40 --- --- --- 6,00 55,93

135

Continua...

Quadro 2B, Cont.

Operação Mecanizado Manual Insumo Custo

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136

Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)- 16a Manutenção (ano 16) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088

0,08 13,00 39,00

1,14

1,14 17 3,12 3,12

- Combate a formigas 2,25

2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 16 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 17a Manutenção (ano 17) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08

17 0,088 13,00 1,14 1,14

0,08 39,00

3,12 3,12 11,40 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40

Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00

CUSTO NO ANO 17 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 18a Manutenção (ano 18) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 18 (R$/ha) --- --- --- 8,53 --- --- 5,40 --- --- --- 6,00 19,93

Continua...

Quadro 2B, Cont.

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137

Mecanizado Manual Insumo CustoOperação Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha R$/hH R$/ha Especificação Qte/ha R$/un R$/ha (R$/ha)

- 19a Manutenção (ano 19) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14

1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00

6,00

11,40 CUSTO NO ANO 19 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 19,93

- 20a Manutenção (ano 20) - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00

39,00 1,14 1,14

3,12 17 0,08 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

3,12 17 0,08 39,00 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00 3,00 6,00 11,40 CUSTO NO ANO 20 (R$/ha) --- ---

--- 8,53

--- --- 5,40

--- --- --- 6,00

19,93

- 21a - 1a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros 08 0,088 13,00 1,14 1,14

17 0,08 39,00 3,12 3,12 - Combate a formigas 2,25 2,40 5,40 Formicida granulado (kg) 2,00

--- 3,00 6,00 11,40

CUSTO NO ANO 21 (R$/ha) ---

--- --- 8,53

--- --- 5,40

--- --- 6,00

19,93

Manutenção (ano 21)

hM = Horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado.

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Quadro 3B - Receitas (R$/ha) resultantes da comercialização da madeira para serraria e energia (cíclo de 21 anos)

Unidade Produção Preço de Venda Receita Ano de Discriminação do produto

(Un)

(Un/ha) (R$/Un) (R$/ha) Ocorrência

- Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado St 50,00 2,00 100,00 0 - Madeira de Eucalyptus para serraria * St 98,00 12,00 1.176,00 7 - Madeira de Eucalyptus para energia * St 147,00 8,00

784,44

1.176,00 7 - Madeira de Eucalyptus para serraria ** St 78,40 12,00 940,80 14 - Madeira de Eucalyptus para energia ** St 117,60 8,00 940,80 14 - Madeira de Eucalyptus para serraria *** St 65,37 12,00 21 - Madeira de Eucalyptus para energia *** St 98,05 8,00 784,40 21

RECEITA TOTAL (R$/Ha) --- --- --- 5.902,44

138

Considerou-se que o incremento médio anual da floresta é de 35 st/ha/ano na primeira rotação, e que cai de 20% na 2a rotação e de 33% na 3a rotação. * Receita obtida na 1a rotação (7 anos); produção de 245,00 st/ha; 40% para serraria e 60% para energia. ** Receita obtida na 2a rotação (14 anos); produção de 196,00 st/ha; 40% para serraria e 60% para energia. *** Receita obtida na 3a rotação (21 anos); produção de 163,42 st/ha; 40% para serraria e 60% para energia.

Quadro 4B - Fluxo de caixa para o monocultivo de eucalipto plantado no espaçamento de 3 x 3,0 m

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Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At. Acum. Rec. At. Acum. Atividade Ano --------------------------------------------------------------- (R$/ha) --------------------------------------------------------------- - Implantação de povoamentos de eucalipto 0 852,58 - - - - -

Subtotal 1 0 852,58 - 852,58 - - - - Venda de madeira de regeneração de cerrado 0 - 100,00 - - - -

Subtotal 2 0 - 100,00 - 100 - - TOTAL 0 -752,58 852,58 100,00

- Manutenção de povoamentos de eucalipto 1 150,72 - - - - - Subtotal 1 ** 1 200,72 - 182,47 - - - Subtotal 2 1 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 1 -200,72 1035,05 100,00 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 2 51,91 - - - - -

Subtotal 1 ** 2 101,91 - 84,22 - - -

- Subtotal 2 2 -

100,00 0,00 - 0,00 -

TOTAL 2 -101,91 1.119,28 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 3 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** Subtotal 2

3 69,93 - 52,54 - - - 3 3

- 0,00 - 0,00 - - TOTAL -69,93 1.171,82 100,00

- Manutenção de povoamentos de eucalipto 4 19,93 - - - - - Subtotal 1 ** 4 69,93 - 47,76 - - - Subtotal 2 4 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL-

5 - 0,00 100,00

TOTAL-

-

Subtotal 2

139

4 -69,93 1.219,58 100,00 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 5 19,93 - - - -

Subtotal 1 ** 5 69,93 - 43,42 - - - Subtotal 2 - 0,00 - -

TOTAL 5 -69,93 1.263,00 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 6 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 6 69,93 - 39,47 - - - Subtotal 2 6 - 0,00 - 0,00 - -

6 -69,93 1.302,47 100,00 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 7 19,93 - - - -

Subtotal 1 ** 7 69,93 - 35,89 -

- - - - Venda de madeira para serraria 7 1.176,00 -

- - -

1. 95

- -- Venda de madeira para energia 7 - 1.176,00 -

7 - 2.352,00 - 1.206,95 - -306,TOTAL 7 2.282,07 1.338,36

Continua... Quadro 4B, Cont.

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140

Receita Saldo Cus. At. Acum.Custo Custo Atual Receita Atual Rec. At. Acum. Atividade Ano --------------------------------------------------------------- (R$/ha) --------------------------------------------------------------- - - Manutenção de povoamentos de eucalipto 8 55,93 - - - -

Subtotal 1 ** 8

49,42 - - - Subtotal 2 8

8 -

0,00 - 0,00 - 387, -105,93 1.306,95

- Manutenção de povoamentos de eucalipto 9 19,93 - - - - Subtotal 1 ** 9 29,66 Subtotal 2 9 - 0,

69,93 - 00

- - - - 0,00 - -

TOTAL 9 -69,93 1.306,95 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 10 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 10 69,93 26,96

-69,93

- - - Subtotal 2 10 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 10 1.444,39 1.306,95 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 11 19,93 - -

Subtotal 1 ** Subtotal 2

11 69,93 - - - 0,00 -

468,-

306,TOTAL 1112

105,93 -

TOTAL-

1.417,43

-

- - - - -

0,00

- - - - Subtotal 1 ** 12 69,93 - 22,28 - - - Subtotal 2 12 -

0,00

- 0,00 - -

TOTAL 12 -69,93 1.491,19 1.306,95 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 13 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 13 69,93 - 20,26 - - - Subtotal 2 13

13 -

0,00 -

0,00 - 511,

- TOTAL -69,93 1. 44 1.306,95

- Manutenção de povoamentos de eucalipto 14 19,93 - - - - - Subtotal 1 ** 14 69,93 - 18,41 - - -

- Venda de madeira para serraria

TOTAL 1.811,67

14 - 940,80

- - - -- Venda de madeira para energia 14 - 940,80 - - - -

Subtotal 2 14 14

-

1.881,60

- 495,48 - - 1.529,86 1.802,43

- Manutenção de povoamentos de eucalipto 15 55,93 - - - - - Subtotal 1 ** 15 105,93 - 25,36 - - - Subtotal 2 15 -

-105,93 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 15 1.555,22 1.802,43

-

1. 78

24,51 11 -

-69,93 1. 90 1. 95 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 19,93 -

Continua...

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Quadro 4B, Cont.

Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At. Acum. Rec. At. Acum. Atividade Ano --------------------------------------------------------------- (R$/ha) --------------------------------------------------------------- - Manutenção de povoamentos de eucalipto 16 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 16 69,93 - 15,22 - - - Subtotal 2 16 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 16 -69,93 1.570,43 1.802,43 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 17 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 17 69,93 - 13,84 - - - Subtotal 2 17 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 17 -69,93 1.584,27 1.802,43 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 18 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 18 69,93 - 12,58 - - - Subtotal 2 18 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 18 -69,93 1.596,85 1.802,43 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 19 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 19 69,93 - 11,43 - - - Subtotal 2 19 -

0,00 - 0,00 - -

TOTAL 19 -69,93 1.608,28 1.802,43- Manutenção de povoamentos de eucalipto 20 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 20 69,93 - 10,39 - - - Subtotal 2 20 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 20 -69,93 1.618,68 1.802,43 - Manutenção de povoamentos de eucalipto 21 19,93 - - - - -

Subtotal 1 ** 21 69,93 - 9,45 - - - - Venda de madeira para serraria 21 - 784,44 - -

- -

- Venda de madeira para energia 21 - 784,40 - - - - Subtotal 2 21 - 1.568,84 - 212,00 - -

TOTAL 21 1.498,91 1.628,13 2.014,43

141

** Ao Subtotal 1 foi adicionado o custo anual da terra de R$ 50,00/ha

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Quadro 5B - Receitas (R$/ha) resultantes da comercialização dos produtos obtidos no sistema (rotação de 9 anos)

Unidade Produção Preço de venda Receita Discriminação do Produto

(Un) (Un/ha) (R$/Un) (R$/ha)- Arroz Sc 23,33 12,00 279,96 - Soja Sc 25,00 12,60 315,00 - Boi gordo * @ 15,00 25,00 375,00 - Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado St 50,00 2,00 100,00 - Madeira de Eucalyptus para serraria ** St 126,00 12,00 1.512,00 - Madeira de Eucalyptus para energia ** St 189,00 8,00 1.512,00

CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- --- 4.093,96

142

* A produção de 15 arrobas de carne é obtida a cada dois anos. Para chegar a esse valor, supôs-se que o sistema produz 5 arrobas de carne por hectare, por ano. Assim, considerando que os novilhos com um ano de idade são adquiridos com um peso médio de 5 arrobas, em dois anos eles atingem 15 arrobas e estão prontos para abate.

** Considerou-se que a produtividade ou incremento médio anual da floresta é de 35 st/ha/ano e que 60% da madeira produzida é para energia e 40% é para serraria. Assim, cortando o eucalipto com nove anos de idade, obtém-se uma produção de 315 st/ha, sendo 189 st (60% de 315 st) para energia e 126 st (40% de 315 st) para serraria.

Quadro 6B - Fluxo de caixa para o sistema agrossilvipastoril (rotação de 9 anos)

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Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At. Acum.

Rec. At. Acum.

Tempo Ret. Cap. Atividade Ano

----------------------------------------------------------------- (R$/ha) ----------------------------------------------------------------- - Implantação povoamentos de eucalipto 0 457,28 - - - - - - Plantio, condução e colheita de arroz 0 236,09 - - - - - Subtotal 1 0 693,37 - 693,37 - - - - Venda de arroz 0 - 279,96 -

TOTAL

- - - - Venda de madeira regeneração cerrado 0 - 100,00 - - - - Subtotal 2 0 - 379,96 - 379,96 - -

0 -313,41 693,37 379,96 -313,41 - Manutenção povoamentos de eucalipto 1 52,75 - - - - - - Plantio, condução e colheita de soja 1 283,91 - - - - - Subtotal 1 ** 1 386,66 - 351,51 - - - - Venda de soja 1 - 315,00 -

- - -

Subtotal 2 1 - 315,00 - 286,36 - - TOTAL 1 -71,66 1.044,88 666,32 -378,56

- Manutenção povoamentos de eucalipto 2 82,75 - - - - - - Formação de pastagem de braquiária 2 122,29 -

- - - - -

Subtotal 1 ** 2 255,04 210,78 - - - Subtotal 2 2 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 2 -255,04 1.255,66 666,32 -589,33 - Manutenção povoamentos de eucalipto 3 85,75 - - - - - - Infra-estrutura da pecuária 3 118,45 -

- - - -

- Insumos da pecuária 3 13,74 - - - - - - Mão-de-obra da pecuária 3 1,67 - - -

- - -

- Aquisição de novilhos 3 125,00 - - - - - Depreciação * 3 6,21 - - - - - Subtotal 1 ** 3 400,82 - 301,14 - - - Subtotal 2 3 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 3 -400,82 1.556,80 666,32 -890,47

143

Continua... Quadro 6B, Cont.

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144

Custo Atual Cus. At. Acum.

Tempo Ret. Cap. Custo Receita Saldo Receita Atual Rec. At.

Acum. Atividade Ano ----------------------------------------------------------------- (R$/ha) -----------------------------------------------------------------

- Manutenção povoamentos de eucalipto 4 16,75 - - - - - - Insumos da pecuária 4 13,74 - - - - - - Mão-de-obra da pecuária 4 1,67 - -

- - - - Depreciação * Subtotal 1 **

4 6,21 - - - - - 4 88,37 - 60,36 - - -

Subtotal 2 4 - 0,00 - 0,00 - - TOTAL 4 -88,37 1.617,16 666,32 -950,83

- Manutenção povoamentos de eucalipto 5 16,75 - - - - - - Insumos da pecuária 5 13,74 - - - - - - Mão-de-obra da pecuária 5 1,67 - - - - - - Aquisição de novilhos 5 125,00 - -

- - - - Depreciação * 5 6,21 - - - - - - Manutenção de pastagens 5 107,58 - - - - - Subtotal 1 ** 5 320,95 - 199,28 - - - - Venda de boi gordo 5 - 375,00 - - - - Subtotal 2 5 - 375,00 - 232,85 - -

TOTAL 5 54,05 1.816,44 899,17 -917,27 ipto 6 16,75 - - - - -

- Insumos da pecuária 6 13,74 1,67

- - - - - - Mão-de-obra da pecuária 6 - - - - - - Depreciação * 6 6,21 - - - - - Subtotal 1 ** 6 88,37 - 49,88 - - - Subtotal 2 6 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 6 -88,37 1.866,32 899,17 -967,15

- Manutenção povoamentos de eucal

Continua...

Quadro 6B, Cont.

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Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At. Acum.

Rec. At. Acum.

Tempo Ret. Cap. Atividade Ano

----------------------------------------------------------------- (R$/ha) ----------------------------------------------------------------- - Manutenção povoamentos de eucalipto 7 16,75 - - - - - - Insumos da pecuária 7 13,74 - - - - - - Mão-de-obra da pecuária 7 1,67 - - - - - - Aquisição de novilhos 7 125,00 - - - - - - Depreciação * Subtotal 1 **

7 6,21 - - -

-

1.975,82

- - 7 213,37 - 109,49 - -

--

- Venda de boi gordo 7 - 375,00 - - - Subtotal 2 7 - 375,00 - 192,43 -

TOTAL 7 161,63 1.091,60 -884,21 - Manutenção povoamentos de eucalipto 8 16,75 - - - - - - Insumos da pecuária 8 13,74 - - - -

--

- Mão-de-obra da pecuária 8 1,67 - - -

2.067,23

- - - Depreciação * 8 6,21 - - - - - Manutenção de pastagens 8 107,58 - - - -

- -

Subtotal 1 ** 8 195,95 - 91,41 - - Subtotal 2 8 - 0,00 - 0,00 - -

TOTAL 8 -195,95 1.091,60 -975,62 - Manutenção povoamentos de eucalipto 9 16,75 - - - - - - Insumos da pecuária 9 13,74 - -

2.10 71

- - - - Mão-de-obra da pecuária 9 1,67 - - - - - - Depreciação * 9 6,21 - - - -

- -

Subtotal 1 ** 9 88,37 - 37,48 - - - Venda de boi gordo 9 - 375,00 - - - - - Venda de madeira para energia 9 - 1.512,00 - - - - - Venda de madeira para serraria 9 - 1.512,00 - - - - Subtotal 2 9 - 3.399,00 - 1441,51 -

4,-

TOTAL 9 3.310,63 2.533,11 428,41

145

* casas, curral, depósitos, cavalos, arreios e cercas e ** ao subtotal 1 foi adicionado o custo anual da terra de R$ 50,00/ha.

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Quadro 1C - Dados de inventário florestal em sistema agrossilvipastoril

Diâmetro Médio (q) Altura Total Área Basal Área Basal Volume Quadra Parcela

Número de Árvores

Idade (anos) (cm) (m) (m²) (m²/ha) (m³/ha)

1 18 4,76 24,435 23,4 0,0466 11,647 114,416 2 18 4,76 22,389 23,3

0,0327

101,868

21,773

3,76 19,576

0,0320 8,332

55,643

17,798 15,1

0,0099

13,320

18

0,0109 2,642

11,478

2 18

12,536 12,982

9

0,0391 9,777 95,677 3 16 4,76 20,891 17,5 7,263 53,386 4 18 4,76 18,041 23,4 0,0241 6,013 59,098

1

5 17 4,76 23,373 24,3 0,0423 9,981 1 18 4,76 20,614 18,5 0,0320 8,012 62,252 2 18 4,76 19,9 0,0350 8,742 73,063 3 18 4,76 20,644 19,7 0,0324 8,091 66,948 4 18 4,76 20,837 17,5 0,0333 8,332 61,242

2

5 17 4,76 20,804 18,4 0,0324 7,642 59,056 1 18 19,645 22,6 0,0302 7,543 71,598 2 17 3,76 21,0 0,0299 7,051 62,194 3 17 3,76 19,457 18,4 0,0284 6,694 51,735 4 18 3,76 20,267 19,1 8,012 64,271

3

5 18 3,76 20,628 22,5 0,0333 78,740 1 18 3,76 20,623 15,9 0,0333 8,332 3 15 3,76 19,160 19,6 0,0287 5,969 49,138 4 18 3,76 18,276 19,4 0,0263 6,576 53,578

4

5 18 3,76 19,230 17,4 0,0284 7,088 51,801 1 18 2,76 15,090 12,6 0,0177 4,418 23,379 2 17 2,76 16,384 16,1 0,0211 4,988 33,726 3 18 2,76 16,045 13,6 0,0191 4,778 27,294 4 18 2,76 15,1 0,0243 6,082 38,573

5

5 18 2,76 16,855 0,0222 5,542 35,146 1 17 2,76 11,720 12,0 2,326 11,724 2 18 2,76 11,035 9,7 0,0092 2,290 9,330 3 18 2,76 12,230 11,6 0,0109 2,734

6

4 18 2,76 16,757 13,4 0,0214 5,346 30,085 1 18 2,76 13,501 11,2 0,0141 3,526 16,585 2 18 2,76 14,128 13,0 0,0156 3,904 21,314 3 17 2,76 12,365 11,6 0,0113 2,670 13,010 4 2,76 13,861 10,8 0,0147 3,685 16,716

7

5 18 2,76 12,515 11,2 0,0108 2,688 12,644 1 18 1,76 11,786 10,3 0,0109 2,734 11,827 2 18 1,76 12,829 13,1 0,0129 3,217 17,700 3 18 1,76 11,846 11,4 2,734 13,090 4 18 1,76 11,661 9,6 0,0106 10,653 5 18 1,76 11,300 10,9 0,0100 2,507 6 18 1,76 13,080 10,7 0,0131 3,267 14,684

8

7 17 1,76 11,232 10,5 0,0099 2,326 10,258 1 18 1,76 12,333 11,9 0,0119 2,971 14,847

15 1,76 11,844 11,3 0,0109 2,278 10,813 3 1,76 11,245 11,6 0,0099 2,463 12,000 4 18 1,76 11,468 10,9 0,0104 2,597 11,888 5 18 1,76 11,6 0,0121 3,019 14,709 6 18 1,76 11,708 11,5 0,0108 2,688 7 18 1,76 10,255 11,3 0,0082 2,043 9,695

146