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PROJETO DE MELHORIA DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE A PARTIR DA MODELAGEM DO SISTEMA DINÂMICO Bianca Nassif Machado Costa Michel Emir Koureiche Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro Orientador: Vinícius Carvalho Cardoso Rio de Janeiro Agosto de 2017

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PROJETO DE MELHORIA DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE A

PARTIR DA MODELAGEM DO SISTEMA DINÂMICO

Bianca Nassif Machado Costa

Michel Emir Koureiche

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia de Produção da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Engenheiro

Orientador: Vinícius Carvalho Cardoso

Rio de Janeiro

Agosto de 2017

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Costa, Bianca Nassif Machado

Koureiche, Michel Emir

Projeto de melhoria da experiência do cliente a partir da

modelagem do sistema dinâmico/ Bianca Nassif Machado

Costa, Michel Emir Koureiche – Rio de Janeiro: UFRJ/

Escola Politécnica, 2017.

XIII, 67 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Vinícius Carvalho Cardoso

Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de

Engenharia de Produção, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 58-60.

1. Experiência do cliente. 2. Dinâmica de sistemas.

I. Cardoso, Vinícius Carvalho II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de Engenharia de Produção. III.

Projeto de melhoria da experiência do cliente a partir da

modelagem do sistema dinâmico.

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Agradecimentos

Primeiramente, agradeço ao meu pai, José Romualdo Costa, engenheiro de produção

formado pela UFRJ em 1986, por ter sido a pessoa que me inspirou a me inscrever neste

curso e por ser o meu exemplo e guia, todos os dias.

Muito obrigada a toda minha família e aos meus amigos por serem o meu porto seguro

e sempre me darem todo o suporte que precisei.

Agradeço também aos professores desta Universidade por terem me apresentado uma

nova visão de mundo. Em especial, ao Luiz Antônio Meirelles, o primeiro a me incentivar a ir

além do Bloco F; ao nosso orientador Vinícius Cardoso, que conheci e entrevistei no primeiro

período e que já mostrou-se ser um professor de excelência; à professora Maria Alice

Ferruccio, pelo seu comprometimento e dedicação conosco; ao Renato Cameira que, junto

com outros professores excepcionais, me ensinou tanto no Grupo de Produção Integrada.

Não poderia deixar de agradecer ao Carlos Eduardo que, desde 2012, tornou-se um

padrinho para mim e guia-me com dicas valiosas. Além disso, gostaria de agradecer ao João

Barcellos, com quem tive a honra de trabalhar e que ensinou-me que o que mais importa em

qualquer organização são as pessoas.

Agradeço aos meus amigos e companheiros de classe, sem os quais não me formaria.

Jamille Pinheiro, Julia Pimentel, Michel Koureiche, Pedro Monteiro e todos aqueles com quem

já fiz trabalho junto ou que já me ajudaram: obrigada.

Sou grata por todas as pessoas brilhantes que conheci neste curso. Paulo Monteiro,

Arturo Edo e Guilherme Thompson: obrigada por terem organizado minha Recepção de

Calouros e por terem me entregue o adesivo do "I Love Fundão" para me lembrar de todas as

coisas boas que viveria (e vivi) aqui.

Sou profundamente grata pela oportunidade de ter participado do programa Ciências

Sem Fronteiras e ter tido a chance de estudar na University of New South Wales (UNSW), na

Austrália. Agradeço, em especial, ao professor Martin Bliemel, quem me deu uma chance de

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aprender sobre inovação e à ENACTUS UNSW, por ter me apresentado às possibilidades de

impacto social em qualquer negócio.

Por fim, agradeço aos alunos Caio Swan, Leonardo Barreto, Eduardo Betine e tantos

outros igualmente comprometidos que me apoiaram e me ajudaram a implementar pequenas

mudanças na nossa universidade após voltarmos do nosso intercâmbio.

O sentimento de orgulho e gratidão que tenho pela Escola Politécnica na UFRJ é

enorme. Espero, agora, retribuir e aplicar os aprendizados na construção de mudanças que

precisamos.

Bianca Nassif Machado Costa

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Agradecimentos

Аоs meus pais Emir e Ellen, minha irmã Amanda е a toda minha família pelo carinho

е apoio, que não mediram esforços para qυе еυ concluísse esta etapa da minha vida e que

por mais difícil que fossem as circunstâncias, sempre tiveram paciência e confiança.

Aos professores que contribuíram para a minha formação, em especial à Maria Alice,

por ser uma mãe e uma inspiração desde o início, e ao Vinícius Cardoso, por toda orientação

não só para elaboração deste trabalho, mas também em diversos outros momentos.

Aos meus amigos, pelo carinho, incentivo e companheirismo.

A tantos outros que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação.

A todos, o meu muito obrigado!

Michel Emir Koureiche

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“Ver, viver e ver com os olhos do outro”

Miguel de Simoni

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

PROJETO DE MELHORIA DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE A PARTIR DA MODELAGEM

DO SISTEMA DINÂMICO

Bianca Nassif Machado Costa

Michel Emir Koureiche

Agosto/2017

Orientador: Vinícius Carvalho Cardoso

Curso: Engenharia de Produção

Esse projeto de graduação tem como objetivo projetar uma melhor experiência para os clientes da organização estudada, a Mundipagg. Para tal, buscou-se um referencial teórico sobre o tema principal: experiência do cliente. Em seguida, ao perceber que se trataria de um sistema dinâmico, complexo e adaptativo, optou-se pela "modelagem dinâmica do sistema" para um referencial complementar no estudo. A abordagem utilizada para identificação dos pontos de alavancagem no nosso trabalho de campo foi uma análise comparativa com uma empresa de referência no assunto, no caso, a Amazon. A partir da análise, foram identificadas as variáveis-chave para a experiência do cliente e suas relações foram propostas a partir do diagrama de enlace causal. Por fim, foram detectados os pontos de alavancagem para elaborar as propostas e desdobramentos operacionais necessários ao ajuste do enfoque à experiência do cliente.

Palavras-chave: Experiência do cliente, Dinâmica de sistemas, Mundipagg, Tecnologia.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Industrial Engineer.

PROJECT FOR IMPROVING CUSTOMER EXPERIENCE FROM DYNAMIC SYSTEM

MODELING

Bianca Nassif Machado Costa

Michel Emir Koureiche

August/2017

Advisor: Vinícius Carvalho Cardoso

Course: Industrial Engineering

This graduation project aims to design a better experience for clients of the organization studied, Mundipagg. For this, a theoretical reference was sought on the main theme: user experience. Then, when realizing that it would be a dynamic, complex and adaptive system, we also opted for "dynamic system modeling" for a complementary reference in the study. The approach used to identify the leverage points in our fieldwork was a comparative analysis with a reference company in the subject matter, in this case, Amazon. From the analysis, the key variables for the customer experience were identified and their relationships were proposed from the causal link diagram. Lastly, the leverage points were detected to elaborate the proposals and operational breakdowns necessary to adjust the focus to the customer experience.

Keywords: Customer Experience, Systems Dynamics, Mundipagg, Technology

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

1.1. OBJETIVOS ............................................................................................................... 2

1.2. LIMITAÇÕES .............................................................................................................. 2

1.3. MÉTODO .................................................................................................................... 3

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 4

2.1. EXPERIÊNCIA DO CLIENTE ..................................................................................... 4

2.1.1. Contextualização .................................................................................................. 4

2.1.2. Definição .............................................................................................................. 7

2.1.3. Fatores que influenciam uma melhor experiência ................................................ 7

2.1.4. Avaliação da experiência do cliente ................................................................... 11

2.2. DINÂMICA DE SISTEMAS ....................................................................................... 14

2.2.1. Modelagem SOFT .............................................................................................. 15

2.2.2. Ciclos de reforço e de equilíbrio ......................................................................... 17

2.2.3. Padrões de comportamento ............................................................................... 18

2.3. INTEGRAÇÃO DINÂMICA DE SISTEMAS E EXPERIÊNCIA DO CLIENTE ............ 20

3. ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 22

3.1. A INOVAÇÃO COM ENFOQUE NA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE .......................... 23

3.2. A EXPANSÃO CONTÍNUA NA SELEÇÃO DE PRODUTOS .................................... 27

3.3. EFICIÊNCIA E CONTROLE PARA REDUÇÃO DE CUSTOS E ENTREGA RÁPIDA

........................................................................................................................................ 29

3.4. OS RESULTADOS CONSISTENTES NO LONGO PRAZO ..................................... 33

4. TRABALHO DE CAMPO ................................................................................................. 36

4.1. O CONTEXTO .......................................................................................................... 36

4.2. A ESTRATÉGIA ....................................................................................................... 36

4.2.1. O produto da Mundipagg .................................................................................... 37

4.2.2. Os clientes da Mundipagg .................................................................................. 37

4.3. AS OPERAÇÕES ..................................................................................................... 38

4.3.1. As áreas operacionais ........................................................................................ 38

4.4. PROJETO DE MELHORIAS PARA A MUNDIPAGG ............................................... 39

4.4.1. Os pontos focais de melhoria ............................................................................. 39

4.4.2. Identificação dos pontos de alavancagem .......................................................... 43

4.4.3. Proposta de melhoria da experiência do cliente ................................................. 47

4.4.4. Proposta de implementação ............................................................................... 53

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5. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 57

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 58

APÊNDICE A. MACROPROCESSO DA MUNDIPAGG ...................................................... 61

APÊNDICE B. AS ANÁLISES DA CONVERSÃO DE NOVOS CLIENTES ......................... 62

APÊNDICE C. ANÁLISE DO CANAL DE ‘SANDBOX’ ....................................................... 64

APÊNDICE D. ANÁLISE DOS CLIENTES CANCELADOS ................................................ 66

ANEXO A. CRESCIMENTO EXPONENCIAL DA AMAZON ............................................... 67

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Método de trabalho ................................................................................................. 3

Figura 2: A progressão do valor econômico ........................................................................... 5

Figura 3: Elementos-chave da experiência do usuário de acordo com Law et al ................... 8

Figura 4: Fatores que influenciam na experiência do usuário ................................................ 9

Figura 5: Cálculo do NPS .................................................................................................... 13

Figura 6: Representação das relações em um diagrama de enlace causal .......................... 16

Figura 7: Representações dos ciclos de reforço e de equilíbrio ........................................... 18

Figura 8: Padrões de comportamento mais comuns em sistemas ....................................... 19

Figura 9: Proposta de valor da Amazon ............................................................................... 22

Figura 10: DEC - Os ciclos de reforço da Amazon ............................................................... 26

Figura 11: Expansão contínua da Amazon .......................................................................... 27

Figura 12: DEC - O reforço da relação com os fornecedores ............................................... 29

Figura 13: DEC A estratégia operacional da Amazon .......................................................... 31

Figura 14: Tempo de entrega da Amazon em comparação com os competidores ............... 32

Figura 15: DEC - Operação da Amazon............................................................................... 34

Figura 16: Gateway de pagamentos .................................................................................... 37

Figura 17: Clientes da Mundipagg, 2017.............................................................................. 38

Figura 18: Etapas da análise comparativa entre Amazon e Mundipagg ............................... 43

Figura 19: DEC - Operação da Mundipagg .......................................................................... 45

Figura 20: Comparação entre os resultados de curto e longo prazo entre Amazon e Mundipagg

............................................................................................................................................ 47

Figura 21: Proposta de enfoque ao cliente no desenvolvimento de novas funcionalidades . 48

Figura 22: Proposta de objetivos estratégicos da Mundipagg .............................................. 49

Figura 23: Proposta de centralização da informação do cliente ........................................... 50

Figura 24: Mundipagg e Flip – Situação atual ...................................................................... 52

Figura 25: Mundipagg e Flip - Proposta de reforço da utilidade ........................................... 53

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Figura 26: Macroprocessos da Mundipagg .......................................................................... 61

Figura 27: Comercial parcerias (clientes de agências e plataformas) .................................. 62

Figura 28: Comercial hunters (clientes grandes) .................................................................. 62

Figura 29: Comercial farmers (clientes pequenos e médios ................................................. 63

Figura 30: Quantidade de leads (Sandbox) .......................................................................... 64

Figura 31: Quantidade de negócios e atividades associadas ............................................... 65

Figura 32: Motivos de cancelamento ................................................................................... 66

Figura 33: Gráficos que ilustram e comprovam o crescimento exponencial da Amazon ...... 67

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Distinções econômicas .......................................................................................... 6

Quadro 2: Principais diferenças entre as abordagens soft e hard ........................................ 15

Quadro 3: Inovações e proposta de valor da Amazon.......................................................... 24

Quadro 4: Pontos focais de melhoria ................................................................................... 40

Quadro 5: Variáveis relevantes na experiência do cliente - Amazon e Mundipagg .............. 45

Quadro 6: Identificação dos times por cor ............................................................................ 54

Quadro 7: Roadmap de implementação............................................................................... 56

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

API - Application Programming Interface

CX - Customer Experience

DS - Dinâmica de Sistemas

KPI - Key Performance Indicator

NPS - Net Promoter Score

QUIS - Questionário para Satisfação da Interação do Usuário

TI - Tecnologia da informação

TPV - Total Processed Volume

SUS - System Usability Scale

UX - User Experience

HCIL - Human-Computer Interaction Lab

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1. INTRODUÇÃO

O estudo da qualidade de serviços ganhou destaque em razão do crescimento da

importância do setor na economia impulsionado pela intensa discussão sobre a natureza do

processo de inovação entre suas atividades.

A partir do início da década de 80, as organizações de serviço vêm representando uma

parcela cada vez maior e mais importante no cenário econômico mundial (FREITAS, 2001).

Nesta conjuntura, busca-se continuamente atingir excelência, considerando os clientes como

peça fundamental para a conquista e manutenção dos mercados.

De acordo com Cronin e Taylor (1992), em geral, administradores, gerentes e

pesquisadores buscam identificar, dentre outros aspectos: (1) os critérios que melhor definem

a qualidade de um serviço particular, (2) os critérios que são mais importantes e que geram a

percepção de valor do cliente, (3) o relacionamento entre a qualidade dos serviços e o grau

de satisfação do cliente, (4) o impacto da qualidade do serviço e (5) satisfação do cliente nas

intenções de consumo do serviço.

O atual cenário de crescente importância da qualidade e do setor de serviços favorece

os estudos sobre satisfação do consumidor que têm absorvido parte considerável dos

esforços dos pesquisadores de marketing, dos institutos de pesquisa, dos órgãos

governamentais e das organizações privadas. Satisfazer as necessidades do consumidor

tornou-se um dos objetivos centrais das organizações e um meio para avaliar seu

desempenho global, segundo Marchetti e Prado (2001).

Dentre os critérios que afetam a percepção e satisfação do consumidor, a experiência

do cliente e experiência do usuário são temas que vem ganhando destaque. Donald Norman,

psicólogo e pesquisador americano, é a principal referência neste assunto. Para ele

(NORMAN, 2008), o denominado Custumer Experience (CX) e User Experience (UX) dizem

respeito a como uma pessoa se sente usando um serviço, sistema ou produto e abrange todos

os aspectos da interação do usuário com o negócio.

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Um requisito básico para qualquer empresa é atender as necessidades específicas do

cliente. Em seguida, o objetivo é superar as expectativas do consumidor para remeter o

“sentimento de alegria” ao utilizar o produto. O pesquisador ainda destaca que para alcançar

alta qualidade na experiência do usuário deve haver um trabalho em conjunto de diversas

áreas, incluindo engenharia, marketing, design gráfico, industrial e de interface.

Apesar de CX e UX serem assuntos de estudo relativamente novos, já assume

aplicabilidade e relevância em diversos mercados. Tendo em vista este cenário de valorização

das necessidades de satisfação do cliente, o design de produtos e processos com enfoque

no usuário tornam-se demandas em potencial.

Por ser um projeto de graduação do curso de Engenharia de Produção da UFRJ, o

intuito deste trabalho é explorar de que forma a experiência do usuário apresenta nuances

com a engenharia, buscar metodologias para melhoria da experiência do cliente para enfim

aplicar o conceito em um trabalho de campo.

1.1. OBJETIVOS

Este trabalho se dispõe a verificar de que forma é possível alcançar melhor qualidade

na experiência do cliente e como este fator afeta a percepção de valor.

A proposta final é um projeto de melhoria da experiência do cliente da organização

escolhida para o estudo, a MundiPagg, com enfoque na estratégia operacional.

1.2. LIMITAÇÕES

Este é um projeto de graduação do curso de Engenharia de Produção. É importante

ressaltar que o estudo sobre a experiência do usuário abrange diversas áreas de estudo como

design gráfico e psicologia comportamental e que este projeto não tem a pretensão de

estender ou extinguir o tema. Nesse sentido, existem naturais limitações técnicas para a

realização do projeto.

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Além disso, o enfoque deste trabalho é acadêmico. Ou seja, não serão contemplados

todos os limitantes práticos existentes na empresa em questão e serão utilizados os recursos

disponíveis para implementação da proposta final.

1.3. MÉTODO

Para a elaboração do presente trabalho, foram utilizados os métodos, conforme

apresentado na Figura 1, na seguinte ordem:

1. Revisão bibliográfica sobre experiência do usuário e Dinâmica de Sistemas (DS) para

auxiliar no embasamento teórico, visando explorar as particularidades dos conceitos e

expor as metodologias utilizadas.

2. Estudo de caso sobre a Amazon, companhia precursoras e de sucesso ao oferecer

produto de qualidade com foco na experiência do cliente, explicando suas operações

através de dinâmica de sistemas.

3. Trabalho de campo para mapear e melhorar a experiência dos clientes da organização

MundiPagg através de análise comparativa com a Amazon, identificando os pontos de

alavancagem e realizando propostas de melhorias operacionais.

Figura 1: Método de trabalho

Fonte: Elaboração própria

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo são feitas revisões bibliográficas acerca dos assuntos abordados no

trabalho. No primeiro subcapítulo é analisado a experiência do cliente, no segundo, é

considerado o assunto de dinâmica de sistemas e no último subcapítulo, é exposto a

integração entre os dois assuntos.

2.1. EXPERIÊNCIA DO CLIENTE

A seguir serão apresentadas a contextualização, definição, fatores que influenciam e

apresentação de métricas para avaliação no que tange a experiência do cliente.

2.1.1. Contextualização

Na atual situação econômica, a necessidade de criar novos e mais inovadores

produtos e serviços está em constante ascensão. Jacobs e Chase (2014) alegam que em

algumas partes do mundo, a produção de bens de consumo sempre foi a principal atividade

econômica, porém, mais recentemente, os serviços emergiram como contribuinte igualmente

significativo para a economia de uma ampla gama de países.

Ao projetar um produto ou um serviço a ser introduzido no mercado, as organizações

têm de considerar uma vasta gama de fatores que afetam a viabilidade de sua implementação.

Basicamente, as organizações precisam conhecer sua posição competitiva no mercado e a

origem de sua vantagem competitiva. (Jacobs e Chase, 2014)

Embora produtos e serviços requeiram engajamento estratégico e operacional similar

entre as organizações, eles diferem em alguns aspectos. Por um lado, os bens podem ser

produzidos sem ter contato com o cliente e quando eles são comprados, a propriedade é

transferida diretamente. Serviços, por outro lado, não podem ser entregue sem interação com

o cliente e nenhuma transferência de propriedade ocorre quando a entrega é realizada.

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Atualmente é possível identificar e descrever uma oferta econômica oriunda do

incontestável desejo de consumidores por experiências e cada vez mais empresas estão

retribuindo por explicitamente desenhá-las e promovê-las. Conforme serviços - assim como

produtos anteriormente - se tornam commodities, a experiência do usuário emerge para o

próximo nível no chamado progressão do valor econômico. (Pine; Gilmore, 1998)

O gráfico da Figura 2 sugere que o valor econômico progride em função de preço

ofertado e posição competitiva da organização. Quanto maior for a diferenciação, o valor

cobrado poderá ser maior, representando um nível denominado por “stage experiences” ou

apresentar (encenar) experiências. De acordo com Pine e Gilmore (1998), uma experiência

não é uma construção intangível, mas sim, tão real quanto um serviço, bem ou commoditie.

Para aproveitar todo o benefício dessa prática, as organizações devem deliberadamente

projetar experiências envolventes.

Figura 2: A progressão do valor econômico Fonte: Adaptado de Pine e Gilmore (1998)

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Uma experiência ocorre quando uma empresa usa intencionalmente os serviços como

palco, e os bens como suporte, para atrair clientes, de forma a criar um evento memorável

oriundo daquela situação.

Na comparação apresentada no Quadro 1, é possível evidenciar como a experiência

se comporta e no que difere dos outros tipos de economias.

Quadro 1: Distinções econômicas

Fonte: Adaptado de Pine e Gilmore (1998)

Pode-se ressaltar que essa nova prática emergente procura se diferenciar:

1. A natureza da oferta é indicada como memorável, demonstrando uma significativa

ruptura na proposta de valor da função do produto ofertado. Neste sentido, há a

preocupação com como será a experiência que o cliente procura ao criar certo

envolvimento de forma a deixar marcado na consciência.

2. O atributo chave passa a ser o personalizado, visando o cliente como único e com

necessidades específicas. Essa é a evolução do que antes era customizado, que

procura segmentar os clientes para oferecer determinado produto baseado em suas

características em comum.

3. O vendedor tem um papel importante e fundamental para a obtenção da plenitude do

sucesso. Ele será um apresentador interpretando um papel, como um ator.

4. Os fatores de demanda são baseados nas sensações (dos clientes) e não mais

simplesmente a descrição das características ou dos benefícios.

Oferta econômica Commodities Bens Serviços Experiências

Tipo de economia Agrária Industrial Serviços Experiência

Função econômica Extração Fazer Entregar Apresentar

Natureza da oferta Fungível Tangível Intangível Memorável

Atributo chave Natural Padronizado Customizado Personalizado

Método de

suprimento

Armazenado em

massa

Inventariado após

produção

Entrega sob

demanda

Revelado durante a

duração

Vendedor Comerciante Fabricante Fornecedor Apresentador

Comprador Mercado Usuário Cliente Convidado

Fatores de demanda Essenciais Característicos Benefícios Sensações

Distinções econômicas

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2.1.2. Definição

A Experiência do Cliente pode ser definida também como uma maneira de contemplar

os diversos aspectos da interação entre o usuário final e a empresa, de acordo com a sua

oferta de bens e serviços. Em outras palavras, é responsável por otimizar o atendimento às

necessidades do usuário e deixá-los satisfeitos com todo o processo. CX, em sua essência,

permite abordar diferentes metodologias com o intuito de fazer que os produtos e serviços

tenham sucesso em seu uso pelas pessoas. (MORVILLE, 2004)

Um bom projeto antecipa as necessidades do usuário e garante que a interface

contenha elementos de fácil acesso e utilização, fornecendo o que é chamado de experiência

user-friendly, ou seja, uma experiência que é amigável e que não cause frustrações ao

utilizador. (MATIOLA, 2015)

Matiolla (2015) afirma ainda que a verdadeira experiência vai muito além de somente

fornecer aos clientes o que eles dizem querer, sendo necessário fazer com que eles se sintam

alegres por possuírem seu produto ou serviço e felizes em utilizá-lo. Desta forma, é necessário

estudar e avaliar como os usuários se sentem sobre um sistema, levando em consideração

aspectos como a facilidade de uso, percepção de valor do sistema, utilidade, eficiência na

execução de tarefas e demais características para propor a melhor solução a um determinado

problema.

2.1.3. Fatores que influenciam uma melhor experiência

A ISO 9241-210 destaca três fatores que influenciam a experiência do usuário, que

são: o sistema, o usuário em si e o contexto de uso.

Até 2011, os estudos centrados no usuário focaram fundamentalmente em suas

motivações, comportamentos e satisfação (DENG et al., 2015). Posteriormente, os estudos

passaram a identificar e explorar as relações entre as motivações do usuário com as

estratégias de design, principalmente com enfoque à websites e aplicativos responsivos. Um

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estudo feito por Yu (2006), mostrou a correlação entre o comportamento do usuário com a

satisfação, à confiança e à utilidade percebida pelo usuário.

Law et al propuseram um framework dos elementos que influenciam a experiência do

cliente. De acordo com o pesquisador, o usuário constrói as atribuições de um produto a partir

de suas funcionalidades - como o conteúdo, a interação, a apresentação e a utilidade -

combinada com as expectativas pessoais ou padrões estabelecidos.

Utilizar um produto com determinadas características em uma certa situação vai

conduzir a uma série de consequências, tais quais: desenvolvimento de experiências

emocionais (prazer ou satisfação, por exemplo), formação de avaliações explícitas (como

julgamentos visuais) e criação de um comportamento responsivo (atração ou evasão, por

exemplo). Law et al subdividiram essas características em dois grupos, sendo estes:

● Atributos pragmáticos: conectados à necessidade do usuário de atingir determinado

objetivo.

● Atributos hedônicos: subdivididos em estímulos e identificação, principalmente

relacionados aos próprios usuários.

A Figura 3 explicita como esses atributos se apresentam e as consequências que eles

geram.

Figura 3: Elementos-chave da experiência do usuário de acordo com Law et al

Fonte: Adaptado de DENG et al. (2015).

O modelo de Law et al, op. cit, foi amplamente utilizado para fundamentos teóricos da

experiência do usuário. Baseados nele, DENG et al. (2015), destacaram duas dimensões de

fatores determinantes na experiência do usuário, sendo estas:

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1. Características do sistema: relativas ao design da interface, interação e conteúdo.

2. Percepção técnica: relativas a percepção de utilidade, de facilidade e de prazer.

Tom's e O'brien (2010) publicaram o resultado de sua pesquisa sobre os atributos

condicionantes do engajamento do usuário. A partir de uma revisão sistemática da literatura

e uma análise estatística concluíram que os fatores mais relevantes para o engajamento do

usuário seriam: estética, envolvimento percebido, foco de atenção, utilidade percebida,

novidade e capacidade de execução.

Em outro artigo, escrito por Peter Morville (2004) denominado User Experience Design,

o autor defende que existam sete principais fatores que influenciam significativamente na

experiência do cliente: útil, utilizável, encontrável, credibilidade, desejável, acessível e valioso.

A Figura 4 ilustra esses fatores.

Figura 4: Fatores que influenciam na experiência do usuário

Fonte: Adaptado de Peter Morville (2004).

Primeiramente, o produto deve ser útil a fim de atender um propósito. O produto deve

despertar o interesse em realizar alguma tarefa específica e a utilidade de um produto varia

de acordo com a percepção de quem utiliza. Sendo assim, é crucial entender quem é o seu

público alvo e se realmente o produto lhe é útil.

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Além disso, necessita-se que seja utilizável, ou seja, que seus usuários tenham

facilidade em usar e compreender todas as suas funcionalidades sem percalços. Um bom

exemplo desse atributo foi o lançamento do Ipod. Na época, o produto da Apple rapidamente

conquistou o mercado por inovar na usabilidade em que qualquer um conseguia ouvir música

com qualidade de forma eficiente.

Continuando a sequência, o item deve ser encontrável. Isso quer dizer que potenciais

clientes devem conseguir encontrar o que procuram de forma rápida e eficiente. Em se

tratando de produtos digitais, a hierarquia e arquitetura da informação são fundamentais para

que não haja frustração ao procurar uma informação específica.

A medida que os produtos se tornam críveis, a proporção de usuários aumenta. Ao se

falar em credibilidade para produto significa que o usuário confia em conseguir sanar suas

necessidades além de utilizá-lo por mais tempo e mais vezes.

Acessibilidade remete ao fornecimento de uma experiência que funcione

independentemente da capacidade cognitiva de quem está utilizando o produto ou serviço.

Seja visual, auditiva, motora ou que tenha o aprendizado prejudicado. Infelizmente o design

para acessibilidade é visto por muitas empresas como perda de dinheiro. Isso acontece

porque a percepção de usuários com redução cognitiva é a minoria na população.

Se não for desejável, não haverá consumidores que queiram utilizar o bem. A questão

não é simplesmente pela utilidade ou preço. O convencimento e desejo é transmitido através

do design, do branding, da imagem, da identidade, da estética e da concepção emocional.

Também, o quanto os usuários convencem outros usuários o quanto é bom e útil aquele

produto para que ele se torne desejável.

Por fim, deve ser valioso, ou seja, o potencial cliente deve ter uma percepção de valor

suficiente formada com base nos seus padrões de qualidade e utilidade para o bem. Este fator

também está atrelado à expectativa de resolução de problemas e possui um forte apelo

emocional.

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2.1.4. Avaliação da experiência do cliente

A avaliação da experiência do cliente é possível por meio de métricas quantificáveis

que possam representar alguns dos aspectos mais relevantes. O livro 'Measuring The User

Experience: Collecting, Analysing and Presenting’ de Tullis e Albert, explicita alguns aspectos

importante da interação do usuário com o produto/ serviço, tais quais:

1. A efetividade, ou seja, se o usuário completou a tarefa de forma bem-sucedida.

2. A eficiência, referente ao esforço requerido para completar a tarefa

3. A satisfação, que mede como o usuário se sentiu ao realizar a tarefa.

Uma diferença importante entre outras métricas e as específicas de UX é que estas

medem principalmente algo sobre pessoas, suas atitudes e seus comportamentos. Dada a

natureza complexa, diversa e extremamente adaptável dos seres humanos, a discussão dos

indicadores ideais torna-se um desafio.

De acordo com Tom e O'brien (2010), a pesquisa (ou questionário) é um bom

instrumento para avaliar a experiência do usuário por ser breve, facilmente administrável e

uma ferramenta verificável estatisticamente.

A seguir estão apresentados alguns exemplos de métodos e métricas utilizados para

avaliar a experiência do usuário.

2.1.4.1. Sistema de escala de usabilidade

O sistema de escala de usabilidade, do inglês System Usability Scale (SUS) é um

sistema utilizado como base para o teste de usabilidade. As vantagens de sua utilização

incluem: a facilidade de usar, a possibilidade de ser administrado com pequenas amostras e

a validade, trazendo resultados confiáveis.

Trata-se de um questionário com 10 afirmações e cinco opções de respostas que

variam entre concordo plenamente e discordo plenamente. Este é um meio comumente

utilizado para avaliar a usabilidade percebida pelo usuário, sendo considerado válido e

confiável.

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Abaixo as dez perguntas básicas, que podem ser adaptadas para se encaixarem

melhor no contexto do seu produto:

1. Eu acho que gostaria de usar esse sistema com frequência.

2. Eu acho o sistema desnecessariamente complexo.

3. Eu achei o sistema fácil de usar.

4. Eu acho que precisaria de ajuda de uma pessoa com conhecimentos técnicos para

usar o sistema.

5. Eu acho que as várias funções do sistema estão muito bem integradas.

6. Eu acho que o sistema apresenta muita inconsistência.

7. Eu imagino que as pessoas aprenderão como usar esse sistema rapidamente.

8. Eu achei o sistema atrapalhado de usar.

9. Eu me senti confiante ao usar o sistema.

10. Eu precisei aprender várias coisas novas antes de conseguir usar o sistema.

Em seguida, a pontuação de cada resposta que varia de 1 a 5, é convertida em um

novo número: respostas ímpares são subtraídas 1 unidade, resposta 2 se transforma em 3 e

resposta 4 se torna 1. Esses novos valores são somados e o valor é multiplicado por 2,5,

possibilitando a pontuação final de 0 a 100.

A média do SUS é de 68. Valores abaixo podem significar problemas de usabilidade.

2.1.4.2. Questionário para Satisfação da Interação do Usuário

O questionário para satisfação da interação do usuário1 (QUIS) refere-se a um modelo

elaborado pelos pesquisadores da Human-Computer Interaction Lab (HCIL) da Universidade

de Maryland para avaliação geral da satisfação do usuário ao longo de nove diferentes fatores

da interface (fatores da tela, sistema de feedback, fatores de aprendizado, capacidades do

sistema, manuais técnicos, tutoriais online, multimídia, teleconferência e instalação de

1 Disponível em http://www.lap.umd.edu/QUIS/index.html

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software). Cada área mede a satisfação geral do usuário numa escala de 9 pontos. O

questionário é adaptável para cada interface a ser analisada.

2.1.4.3. Net Promoter Score

Trata-se de uma metodologia criada por Fred Reichheld que busca quantificar de forma

simples e eficiente a satisfação do cliente. O Net Promoter Score (NPS) pode também ser

usado como um Key Performance Indicator (KPI) - ou indicador de desempenho em português

- ao comparar a sua evolução em médio e longo prazo, auxiliando na tomada de decisão,

visando implementar melhorias.

A simplicidade da aplicação deste método se deve ao fato que ele se baseia

fundamentalmente em uma simples pergunta: "Você recomendaria a empresa (ou um

determinado produto) a um amigo?"

Tal pergunta deve ser respondida em uma escala entre 0 (não recomendaria) e 10

(recomendaria). E a partir daí, há a divisão em 3 grupos de clientes:

1. Promotores: que deram nota 9 ou 10

2. Neutros: que deram nota 7 ou 8

3. Detratores: que deram nota menor ou igual a 6

Assim, o NPS é calculado pela diferença entre a porcentagem de clientes promotores

e a de clientes detratores, de acordo com a equação apresentada na Figura 5.

Figura 5: Cálculo do NPS Fonte: elaboração própria

Também é possível associar uma pergunta qualitativa sobre o porquê da nota dada,

mas esse não é o foco principal desta metodologia.

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2.2. DINÂMICA DE SISTEMAS

A técnica utilizada em Dinâmica de Sistemas foi criada ao longo do século XX, pelo

professor Jay W. Forrester (1961) do Instituto Tecnologico de Massachusetts e apresentada

inicialmente em seu livro Industrial Dynamics.

Forrester utilizou técnicas de ciências e engenharia, para analisar a utilização de

sistemas de realimentação em processos administrativos, com intuito de investigar os motivos

dos fracassos de corporações. As aplicações de suas ideias ganharam forca quando se iniciou

o envolvimento de empresas como a General Eletric, que durante os anos 50 utilizou a

metodologia para solucionar problemas como a instabilidade dos funcionários da planta de

Kentucky, onde pelos estudos tradicionais não se encontravam explicações suficientes que

explicassem os fatos. (VAZ; MALDONADO, 2015)

Desde então, sua aplicação começou a ganhar força e crescer substancialmente,

suportando desde soluções em problemas de gestão empresarial e economia, indo até

ecologia, fenômenos sociais e educação.

A DS é útil ao possibilitar a melhor compreensão de sistemas complexos, onde causa

e efeito se confundem, e dinâmicos, que variam ao longo do tempo.

Existem duas abordagens para a modelagem de DS: abordagem SOFT, que utiliza

modelos qualitativos, proposta por Peter Senge e abordagem HARD, que utiliza modelos

quantitativos, proposta por Jay Forrester.

A abordagem Soft é baseada em crenças e suposições que temos sobre como o

mundo trabalha. Podendo ver essas suposições como geradores da estrutura sistêmica, pois

fornecem o fator inicial para essas estruturas do sistema (KIM, 1998).

A partir dela é possível analisar as visões desejadas de determinado modelo, obtendo

um retrato de como se deseja o nosso futuro, assim tornando-se um direcionador para

determinar o modelo mental que ajudará a proporcionar a busca das metas desejadas.

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O modelo Hard é originado com base no diagrama de enlace causal, no qual existem

componentes que são eficazes tanto para uma análise quantitativa, quanto para uma análise

do comportamento sistêmico ao longo do tempo.

Dessa forma, para obter uma análise quantitativa, contínua e que tenham

características estruturais definidas no Diagrama de Enlace Causal é necessário utilizar uma

abordagem que possibilite estudar a evolução de um sistema, dentro de um período de

interesse, o Diagrama de Estoque e Fluxo.

O Quadro 2 apresenta um comparativo entre as duas abordagens.

Quadro 2: Principais diferenças entre as abordagens soft e hard

Fonte: FILHO e YOSHISAKI, 2006.

Para o escopo desse trabalho, foi limitado aprofundar a discussão somente na

abordagem SOFT.

2.2.1. Modelagem SOFT

Um Modelo é uma ferramenta de na análise extremamente útil, pois consiste numa

representação da realidade de um sistema complexo que é ao mesmo tempo:

● Simplificada: retendo apenas o que é relevante para o problema

● Orientada: ao tipo de respostas que o gestor procura

● Partilhada: as partes envolvidas dispõem de uma visão comum

● Consensual: as partes envolvidas contribuem com informação e por isso sentem e

partilham responsabilidade sobre o modelo.

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Os modelos de dinâmica de sistemas auxiliam a descoberta das principais causas

sistêmicas dos comportamentos indesejados relacionados ao problema sendo analisado, o

que contribui para que as soluções a serem tomadas não agravem ainda mais o problema

fundamental, como ocorre quando as decisões são tomadas de forma reativa, adotando

soluções paliativas (BRAGA et al., 2004).

A técnica utilizada para a modelagem é o Diagrama de Enlace Causal (DEC), ou

diagrama de causa e efeito, onde são apresentadas diversas variáveis que são conectadas

entre si, definindo-se a polaridade de cada relação, o tempo de reação (imediato ou com

delay) e os ciclos de feedback que podem ser de reforço (tendem a crescer ou diminuir

constantemente) ou de equilíbrio (tendem a chegar a um valor fixo).

Para representar o modelo causal, cada relação de causa e efeito entre duas variáveis

deve ser representada por um dos quatro símbolos, de acordo com as apresentadas na Figura

6.

Figura 6: Representação das relações em um diagrama de enlace causal

Fonte: Elaboração própria

As relações com o sinal positivo (+) representam mesma polaridade, ou seja, são

diretamente proporcionais. Isso significa que se a variável A aumenta, a variável B também

aumenta ou se a variável A diminui, a variável B diminui.

As relações com o sinal negativo (-) indicam polaridade oposta, indicando proporção

inversa. Ou seja, se a variável A aumenta, a variável B diminui ou se a variável A diminui, a

variável B aumenta.

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O sinal de duplo traço indica que a relação não tem efeito imediato, a consequência

ocorre com um atraso.

Para melhor visualização e entendimento do esquema, serão utilizados também a cor

vermelha na seta para indicar as relações de polaridade opostas e a cor azul para indicar as

relações de mesma polaridade.

2.2.2. Ciclos de reforço e de equilíbrio

No diagrama de enlace causal, existem alguns ciclos, que também podem ser

chamados de feedback ou arquétipos. Existem dois tipos básicos de ciclos utilizados em

modelagem de sistemas: de reforço ou de equilíbrio.

Reconhecê-los num diagrama causal é uma tarefa relativamente fácil e ajuda muito no

entendimento do comportamento evolutivo de um sistema ao longo do tempo.

Uma sequência de relacionamentos num diagrama causal onde uma variável A se

realimenta positivamente da sua própria evolução é conhecida como ciclo de reforço. E

comumente identificado pela letra 'R', pelo sinal positivo (+) ou pelo desenho de uma bola de

neve no interior do diagrama causal.

Operacionalmente tem-se um arquétipo de reforço quando num circuito de

realimentação, o número de relações causais negativas existentes for um número par.

Uma sequência de relacionamentos num diagrama causal onde uma variável A

realimenta negativamente sua própria evolução, é chamado de arquétipo de equilíbrio. E

comumente identificado pela letra 'E', pelo sinal negativo (-) ou pelo desenho de uma balança

no interior do diagrama causal. Operacionalmente tem-se um arquétipo de equilíbrio quando

num circuito de realimentação, o número de relações causais negativas existentes for um

número ímpar.

Além disso, ainda se faz uso de indicação de sentido com seta no sentido horário ou

anti-horário. A Figura 7 sintetiza a classificação dos ciclos e as representações citadas.

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Figura 7: Representações dos ciclos de reforço e de equilíbrio

Fonte: elaboração própria

2.2.3. Padrões de comportamento

A vantagem da abordagem sistêmica sobre os outros métodos para a solução de

problemas reside exatamente no fato de que padrões semelhantes de comportamento podem

ser identificados em diversas situações diferentes e que as estruturas sistêmicas subjacentes,

responsáveis pelo surgimento desse comportamento, são conhecidas. Dessa forma,

identificando-se o padrão de comportamento que representa o problema e a estrutura

sistêmica correspondente, pode-se procurar modificar a estrutura e, com isso, tem-se uma

possibilidade de eliminar o problema. (AMARO, 2007)

Existem quatro padrões de comportamento que se apresentam mais comumente em

sistemas, seja de forma individual ou em conjunto. A Figura 8 representa esses padrões e

como se comportam graficamente, sendo 'v' uma variável qualquer tomada em função do

tempo.

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Figura 8: Padrões de comportamento mais comuns em sistemas

Fonte: AMARO G. (2007)

A Figura 8-a elucida um comportamento de crescimento acelerado. Uma vez que a

variável começa a crescer, sua taxa de crescimento aumenta. Este comportamento é causado

por um ciclo de reforço. Vale ressaltar também que esse crescimento poderia ser negativo,

tendo um declínio acelerado.

Na Figura 8-b, o gráfico apresenta um comportamento que tende a se estabilizar em

torno de um valor (ou atingir uma meta estabelecida). Esta ocasião é o ciclo de equilíbrio.

No crescimento em 'S' apresentado na Figura 8-c, tem-se um crescimento exponencial

seguido por uma busca de estabilidade em torno de um objetivo. Este comportamento é

associado a um ciclo de reforço com delay (atraso).

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Por fim, a Figura 8-d apresenta um comportamento oscilatório que inicialmente pode

parecer um crescimento exponencial, depois aparente um crescimento em 'S’ e, após a

mudança de direção, mostra uma oscilação em torno de um nível específico. Este

comportamento é resultado de um feedback de equilíbrio com delay.

2.3. INTEGRAÇÃO DINÂMICA DE SISTEMAS E EXPERIÊNCIA DO

CLIENTE

Este tópico visa elucidar como os assuntos abordados anteriormente podem ser

integrados, visando propor um método de abordagem para melhor compreensão do tema

principal e aplicação no trabalho de campo que será apresentado posteriormente. A seguir,

serão apresentados três principais fundamentos que viabilizam a aplicação de um modelo de

sistemas dinâmico:

1. De acordo com Chain (2011), a validade um modelo de otimização pode ser afetado

seriamente ao se simplificar as relações de forma a torná-las lineares e assim,

possibilitar a explicação através da estruturação de um modelo de programação linear.

A linearidade é muito conveniente em termos matemáticos, mas é inválida na maioria

das vezes. Como os problemas de otimização típicos podem ser muito complexos

(não-lineares), envolvendo centenas ou milhares de variáveis e restrições, sua solução

matemática pode ser difícil, devendo-se recorrer a outros meios para sua solução.

2. Sistemas complexos, como o de experiência de usuário, são altamente

interconectados, possuindo alto grau de correlação entre si e consequentemente,

apresentando ciclos de feedback entre suas variáveis. Os resultados das decisões

retroalimentam o sistema através de canais físicos, econômicos e sociais e alteram as

condições nas quais as decisões foram inicialmente tomadas.

3. Muitos modelos de otimização são considerados estáticos por não considerarem o

momento particular no tempo em que a solução é alcançada ou não considerar

informações futuras. Em contrapartida, os modelos dinâmicos, além de serem

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sensíveis a passagem do tempo, contemplam também o conceito de atraso. Os

atrasos encontrados em sistemas complexos são especialmente importantes por

serem a maior fonte de instabilidade dos sistemas. O espaço de tempo necessário

entre a tomada de uma decisão e a percepção de seus efeitos pode gerar ansiedade

nas pessoas, podendo fazer com que antecipem ações desnecessárias ou

posterguem ações necessárias. (CHAIN, 2011)

Ainda segundo Chain (2011), tomam-se decisões utilizando simples modelos mentais,

muitas vezes baseados em falsas crenças, levando a soluções erradas. Os modelos de

otimização aumentam a limitada capacidade humana de solucionar problemas suportados

apenas nos modelos mentais. Deve-se lembrar, contudo, que esses modelos fazem

simplificações para que os problemas se tornem tratáveis e que isso pode ser apenas uma

aproximação esperada de como as pessoas deveriam se comportar.

Sistemas que não possuam um conjunto bem definido de alternativas, são dinâmicos

e preveem realimentações são comumente encontradas nos meios sociais e econômicos, que

demandam decisões gerenciais. Esses sistemas podem ser melhor explicados através da

modelagem dinâmica do que por modelos de otimização.

Conforme apresentado, os autores entendem que a Experiência do Usuário é um

assunto complexo, influenciado por várias variáveis, não podendo ser explicado de forma

linear, onde causa e efeito se confundem. Também é dinâmica, sendo constantemente

modificada ao longo do tempo. Dessa forma, de acordo com os pressupostos apresentados

anteriormente, é plausível afirmar que a UX pode ser explicada através de uma Dinâmica de

Sistemas.

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3. ESTUDO DE CASO

A empresa escolhida para o estudo de caso foi a Amazon, pois esta é uma empresa

de referência no enfoque ao cliente que apresenta resultados consistentes. Além disso, há a

disponibilidade de acesso por ser uma empresa aberta ao público e é uma empresa de

tecnologia assim como a Mundipagg.

A Amazon foi fundada em 1994 por Jeff Bezoas durante o "boom" da internet. O

fundador queria construir um lugar onde as pessoas pudessem encontrar qualquer coisa que

quisessem comprar online e, ainda, aproveitar a melhor experiência de compra possível.

Dessa forma, a então startup 'Amazon.com', construiu a primeira livraria online com a missão

de ser a companhia mais centrada no cliente do mundo.

Para convencer os primeiros clientes a mudar um hábito já arraigado e incentivá-los a

comprar online, a proposta de valor da companhia foi oferecer os preços mais baixos

possíveis, a maior seleção de livros possível e, finalmente, a melhor experiência de compra

para o cliente, conforme esquematizado na Figura 9.

Figura 9: Proposta de valor da Amazon

Fonte: Elaboração Própria.

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Para explicar de que forma a startup ajustou a operação para conseguir alcançar a

visão do fundador e se tornar gigante, serão apresentados os desdobramentos e os

elementos-chaves da estratégia operacional da Amazon a partir da modelagem de dinâmica

do sistema.

3.1. A INOVAÇÃO COM ENFOQUE NA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE

Para continuamente diferenciar-se dos concorrentes, a Amazon captou recursos e

investiu maciçamente em novos produtos, novos serviços e novas funcionalidades. De acordo

com Bezos, a vantagem competitiva se consolidaria no momento em que a empresa

dominasse tudo relacionado à experiência de compra do cliente.

Para entender de que forma este enfoque era percebido internamente pode-se citar

um exemplo: todos os funcionários deveriam divulgar todas as novas funcionalidades no

formato de releases2 a serem divulgados pela imprensa fazendo-os refletir sobre a forma que

o cliente ou o usuário perceberia aquela inovação.

Alguns exemplos de inovações realizadas pela companhia podem ser vistos no Quadro

3.

2 Material informativo em formato de prosa distribuído entre jornalistas antes de lançamentos.

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Inovação Proposta de valor

Recomendações a partir do perfil das compras realizadas pelo cliente

Ajudar o cliente a encontrar os produtos que combinem com o seu perfil

Compra com um clique Facilitar o processo de checkout para o cliente.

Permitir a busca de palavras-chave que estavam dentro do livro.

Ajudar o cliente a encontrar os produtos que procuravam mais rapidamente.

"Look inside the book" Permitir que o cliente tivesse a possibilidade de olhar o livro por dentro - como acontece em uma livraria.

Avaliações de compradores anteriores sobre o produto.

Fornecer informações para ajudar o cliente a tomar a decisão baseado em avaliações prévias de outros clientes

Disponibilizar a comparação de preços de produtos novo e usados lado a lado.

Fornecer informações para o cliente ter o poder de escolha entre produto novo e usado

Ranking de autores, editoras e livros. Fornecer informações para o cliente tomar a decisão e oferecer feedback para os fornecedores.

Marketing segmentado orientado pelo perfil de compra do usuário

Ajudar o cliente a encontrar os produtos que combinassem com o seu perfil

“Kindle” - dispositivo eletrônico para leitura digital.

Complementar da experiência de compra da loja de ebooks da Amazon - de forma análoga ao iTunes e o iPod3

Quadro 3: Inovações e proposta de valor da Amazon Fonte: Elaboração Própria, baseada no livro 'A Loja de Tudo'.

Ao observar as inovações realizadas, fica claro o enfoque da Amazon na construção

de soluções que agregassem valor à experiência do cliente - estas que posteriormente foram

copiadas por diversas outras lojas online. Estas inovações exigiam investimentos em

Pesquisa e Desenvolvimento e dependiam da análise dos dados de compra dos próprios

clientes.

Quanto mais dados a companhia acumulava, mais acuradas tornavam suas

recomendações e rankings, por exemplo. Isso só era possível porque a Amazon armazena e

usa os dados de uma maneira inteligente: existem algoritmos que verificam o comportamento

3 A analogia se refere à disruptura que o iPod trouxe na maneira de escutar música,

possibilitando que o usuário transportasse o aparelho de forma prática, por ser leve e pequeno, e escutasse em qualquer hora e lugar.

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de compra para recomendar produtos que o consumidor tende a comprar. Isso só foi possível

pela excelente Cluster Analysis (segmentação de clientes), mas vale ressaltar que os

resultados relativos não foram traduzidos diretamente aos lucros da companhia no curto

prazo.

O valor agregado que a Amazon buscava e busca, até hoje, aparece nos ciclos de

reforço no longo prazo:

(R1) a melhoria da experiência de compra possibilita a maior credibilidade da empresa,

facilitando o acesso a recursos para o desenvolvimento de novas funcionalidades e serviços

focados em agregar valor para o cliente;

(R2) o engajamento dos usuários por meio de feedbacks, avaliações e críticas - junto

com o aumento do número de clientes - reforça a utilidade percebida pelo usuário e, no longo

prazo, facilita a construção de novas funcionalidades.

(R3) O investimento na melhoria da experiência do cliente traduz-se como um

investimento indireto no marketing a partir da fidelização dos clientes e do aumento do número

de clientes promotores da marca. Quanto mais clientes, maior a credibilidade para captação

de recursos a serem alocados em inovação para reforçar a melhor experiência possível.

A Figura 10 apresenta o diagrama de enlace causal referentes aos ciclos de reforços

propostos pela Amazon.

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Figura 10: DEC - Os ciclos de reforço da Amazon

Fonte: Elaboração própria

Os ciclos considerados no diagrama foram os seguintes:

● R1: Experiência de compra - Credibilidade - Captação de recursos - Recursos para

inovação - Novos produtos - Utilidade percebida - Experiência de compra

● R2: Experiência de compra - Engajamento dos clientes - Dados para análise - Utilidade

percebida - Experiência de compra

● R3: Experiência de compra - Satisfação - Clientes promotores - Novos clientes -

Número de clientes - Credibilidade - Captação de recursos - Recursos para inovação

- Novas funcionalidades - Utilidade percebida - Experiência de compra

Estes ciclos de reforços são pilares que permitiram o crescimento exponencial da

Amazon e foram promovidos pela estratégia da inovação com enfoque na proposta de valor

para o cliente.

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3.2. A EXPANSÃO CONTÍNUA NA SELEÇÃO DE PRODUTOS

A expansão para novas categorias acontece desde 1998 e permaneceu de forma

contínua. Inicialmente, expandiram-se para novas categorias de mídia: vídeos e músicas. Já

na década de 2000, começaram a expansão para bens duráveis e até hoje continuam a

expandir, conforme exposto na Figura 11.

Figura 11: Expansão contínua da Amazon

Fonte: Adaptado de Wayback Machine (web.archive.org) - Amazon Press Release.

A estratégia de expansão agressiva da Amazon resultou num crescimento contínuo da

sua receita de até 30% ao ano. Cada vez mais clientes conheciam a Amazon - que

simultaneamente internacionalizava sua operação.

Aquelas inovações promovidas para melhorar a experiência do cliente aumentavam

consideravelmente o volume e a conversão das vendas. Os produtos que estavam no

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algoritmo de recomendações, por exemplo, tinham suas vendas alavancadas em até 40%.

Além disso, muitas lojas passaram a usar o Marketplace4 da Amazon, sendo este um dos

canais de vendas principais.

Percebendo o seu poder, a "loja de tudo" começou a barganhar menores preços com

seus fornecedores. As negociações eram duras e envolviam conflitos de interesse. As

exigências da Amazon ameaçavam as margens de lucro sadias de algumas indústrias - como

a de livros, por exemplo.

A busca da startup que se tornou gigante e manteve-se focada nos clientes é otimizar

a cadeia dos fornecedores, aproveitar a economia de escala para reduzir os custos

operacionais e repassar a economia para os consumidores por meio de preços mais baixos.

As negociações acirradas são inevitáveis para assegurar a garantia dos preços mais baixos

possíveis, a fidelidade e confiança do cliente no longo prazo.

A Figura 12 representa resumidamente de que forma a Amazon consolida, a partir do

volume de vendas, o seu poder com os fornecedores.

4 Marketplace é um portal de e-commerce colaborativo. Trata-se de um shopping virtual com

dois níveis de acesso, um para consumidores e outra para lojistas.

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Figura 12: DEC - O reforço da relação com os fornecedores

Fonte: Elaboração própria

O ciclo de reforço ‘R’ considerado no gráfico foi: Volume de vendas - Poder de

barganha com os fornecedores - Custos - Preço - Utilidade percebida pelo cliente - Volume

de vendas

3.3. EFICIÊNCIA E CONTROLE PARA REDUÇÃO DE CUSTOS E

ENTREGA RÁPIDA

Para alcançar seus objetivos grandiosos, um dos maiores desafios foi ajustar cadeia

logística para a entrega ser rápida o suficiente para corresponder às expectativas do cliente.

No início, a Amazon desperdiçava custos altos com estoques afundados e com a falta de

controle em sua operação. Com o estouro da bolha das “pontocom5”, o acesso aos

5 A bolha da Internet ou bolha das empresas ponto com foi uma bolha especulativa criada no

final da década de 1990, caracterizada por uma forte alta das ações das novas empresas de tecnologia da informação e comunicação baseadas na Internet. Essas empresas eram também chamadas "ponto com" (ou "dot com"), devido ao domínio da terminação ".com" constante do endereço de muitas delas na rede mundial de computadores.

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investimentos tornou-se mais difícil e, percebendo a falta de controle e de processos internos,

a Amazon logo percebeu que seria preciso rapidamente otimizar seus estoques e centros de

distribuição para sobreviver, continuar a entregar valor para o cliente e recuperar sua

credibilidade no mercado de investimentos - que questionava aquele novo modelo de negócio.

O engenheiro industrial experiente Jeff Wilke foi contratado e foi fundamental para otimizar a

cadeia logística: a aposta foi em tecnologia que, aplicada, traria a automação para garantir a

eficiência, monitoramento e controle para cada centro de distribuição.

O grande desafio hoje em dia é otimizar ao máximo os centros de distribuição e a

cadeia logística. Alguns exemplos práticos dos desafios operacionais práticos citados pelo

engenheiro da Amazon Pedro Galhardo, que foi entrevistado por nós, são:

Reduzir o período do produto estocado

Reduzir a quantidade de espaço inutilizado nos depósitos e nos meios de

transporte. Como os custos fixos são muito altos, deve-se buscar diluí-los ao

aproveitar ao máximo os espaços disponíveis.

Ter funcionários com menor número de “erros” no processo. Isso significa não

investir só na produtividade, mas primeiro na qualidade. Um erro pode custar

muito caro.

Aumentar a integração homem-máquina.

O controle operacional dos centros de distribuição (posteriormente chamados de

centro de atendimentos de pedidos) passou a ser rigoroso e baseou-se no modelo 6-sigma6

para garantir que todos produtos entregues ao consumidor estivessem nos conformes.

Tradicionalmente, os centros eram construídos para a estocagem de uma seleção

reduzida de produtos e entrega de pedidos que respeitavam uma demanda pré-determinada.

A Amazon construiu centros fortemente apoiados em tecnologia capazes de organizar uma

6 Seis Sigma ou Six Sigma (em inglês) pode ser definido como um conjunto de práticas

desenvolvidas para maximizar o desempenho dos processos dentro da empresa, eliminando os seus defeitos e as não conformidades.

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seleção muito diversificada de produtos e entregar pedidos cuja demanda e composição era

muito dificilmente previsível. A Figura 13 aponta essas relações.

Figura 13: DEC A estratégia operacional da Amazon

Fonte: Elaboração própria

A Amazon desenvolveu uma cadeia logística extremamente eficaz capaz de entregar

o mais rápido possível o produto para o consumidor. Vale ressaltar que o desenvolvimento de

tecnologias operacionais e a estrutura exigida para tal requer investimentos altos, sendo que

os resultados efetivos só aparecem no longo prazo e com a visão completa do sistema.

Anos mais tarde, em 2005, a eficiência desta cadeia permitiu o lançamento do clube

de assinatura, o Amazon Prime, para garantir a entrega com garantia de apenas dois dias

para o assinante. Basicamente, a partir do pagamento de uma taxa anual, o assinante tem

prioridade na hora de receber os produtos. A curto prazo, o prejuízo é perceptível pois a

estratégia é cara e influi dispor de warehouses (armazéns) onde o metro quadrado é bem

caro, como em Londres e Nova Iorque, por exemplo. Entretanto, a facilidade e garantia para

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o consumidor trouxe uma vantagem significativa frente a concorrentes - até mesmo do mundo

físico - e, no longo prazo, contribuiu para o aumento das receitas.

Até hoje, a empresa busca entregar o produto o mais rápido possível para todos

clientes e este é um dos fatores que contribui para sua vantagem competitiva. É possível

observar um comparativo entre a Amazon e seus concorrentes do tempo de entrega de seus

produtos na Figura 14.

Figura 14: Tempo de entrega da Amazon em comparação com os competidores

Fonte: Adaptado de https://intelligence.slice.com/echo-turns-volume-amazons-ambitions-audacious-bets-pay-off/

Para continuar a alcançar os resultados e continuamente expandir-se e inovar, a

Amazon percebeu que também teria que ajustar sua infraestrutura de tecnologia. Depois de

muito trabalho intenso, a operação passou a apoiar-se no conjunto de serviços web

construídos de forma modular e independentes, de tal forma a facilitar os ritmos de mudança,

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tornando a própria operação menos amarrada, mais enxuta e flexível. Foi assim que se

reafirmaram como uma empresa de tecnologia, percebendo uma oportunidade de negócio e

criando a Amazon Web Services em 2006. Dessa forma, permitiu que outras empresas

utilizassem sua infraestrutura para desenvolver suas operações: servidores e serviços web

passaram a ser novos produtos da companhia.

3.4. OS RESULTADOS CONSISTENTES NO LONGO PRAZO

Cabe ressaltar que a estratégia da organização pode parecer confusa ao analisar a

empresa de tecnologia sob a ótica tradicional, cujo objetivo seria a maximização do lucro.

Entretanto, ao entender as perspectivas e proposta de valor da companhia e analisar

os resultados no longo prazo, torna-se mais fácil de compreender de que forma a Amazon

construiu o seu “império”. A proposta ousada nasceu da idealização do fundador de Jeff Bezos

de construir a “loja de tudo” com a missão de ser a companhia mais centrada do cliente no

mundo. A chave do sucesso esteve no ajuste de suas operações para alcançar os seus

objetivos de longo prazo: apostou na inovação com enfoque na proposta de valor para o

cliente; expandiu-se continuamente sua seleção de produtos e categorias e investiu no

desenvolvimento e aplicação de tecnologia para trazer eficiência e controle internamente.

A Figura 15 demonstra os o ajuste das operações à genialidade do enfoque do Jeff

Bezos:

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Figura 15: DEC - Operação da Amazon

Fonte: Elaboração própria

Cada um dos três ciclos apresentados sugerem a base para alavancagem e rápido

crescimento da companhia. O loop R1 denota que um menor preço, proveniente de baixos

custos possibilitasse maior utilidade percebida pelo cliente de forma a gerar um ciclo de

reforço. No circuito R2, o foco é na experiência de compra que diretamente gera satisfação e

por consequência, de forma indireta, produz utilidade percebida que retroalimenta o sistema

por também ser uma circunstância favorável à experiência de compra. Por fim, tem-se o ciclo

R3 cuja cerne é a possibilidade de maior seleção de produtos traduzida pelo aumento de

novos fornecedores, o qual é favorecido - a longo prazo - pela credibilidade da empresa criada

pela gama crescente de clientes e constituindo maior utilidade percebida ao poder oferecer

para os potenciais clientes mais diversidade de produtos.

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Os trajetos dos ciclos considerados para análise foram:

● R1: Preço - Utilidade percebida - Experiência de compra - Satisfação - Fidelidade -

Número de clientes - Credibilidade - Captação de recursos - Controle das operações -

Custos - Preço

● R2: Experiência de compra - Engajamento dos usuários - Dados para análise -

Inovações - Utilidade percebida - Experiência de compra

● R3: Novos fornecedores - Utilidade percebida - Experiência de compra - Satisfação -

Fidelidade - Volume de vendas - Credibilidade - Novos fornecedores

Ao analisar o modelo dinâmico percebeu-se de que forma a estratégia de operação da

Amazon sustenta-se a partir das percepções e reações do cliente. A utilidade percebida pelo

cliente, o engajamento e a satisfação são essenciais. O enfoque na experiência do cliente foi

o pilar para o seu crescimento exponencial e permitiu que a companhia alcançasse resultados

sólidos no longo prazo. Esses resultados estão explícitos nos gráficos no ANEXO A.

A corporação não só vem consolidando a visão do fundador Jeff Bezos, como dita

tendências no mercado de comércio eletrônico e vem trazendo transformações na indústria

do varejo. A missão de ser a companhia mais focada no cliente do mundo foi traduzida em

seus objetivos de longo prazo e, a partir do ajuste com sucesso em sua estratégia de

operações, a companhia alcança resultados consistentes, sendo hoje frequentemente listada7

entre as dez companhias mais valiosas do mundo.

7 De acordo com a revista Americana Forbes a Amazon seria #6 na listagem de empresas mais

valiosas do mundo em 2017. Já a Business Insider a classifica como a #3 na listagem das marcas mais valiosas do mundo, logo após da Apple e do Google.

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4. TRABALHO DE CAMPO

O objetivo neste capítulo é realizar um trabalho de campo para aplicar os conceitos

apresentados nos capítulos anteriores. Especificamente, nossa proposta é realizar um projeto

de melhoria da experiência dos clientes da organização MundiPagg.

4.1. O CONTEXTO

A MundiPagg é uma empresa de tecnologia de meios de pagamento relativamente

jovem - está no mercado há apenas 5 anos - que faz parte de uma holding de meios de

pagamentos, o Grupo ARPEX Capital.

Apesar de jovem, a empresa já é responsável por cerca de 40% de fatia do mercado

das vendas online no Brasil e pode-se afirmar que está no estágio de maturação nesse

segmento. A organização está agora reposicionando-se e ampliando o seu horizonte de

atuação e tem a perspectiva de internacionalizar sua operação ainda em 2017.

4.2. A ESTRATÉGIA

Do ponto de vista estratégico, a companhia desempenha um papel relevante de

ampliar a base de clientes do grupo e focou - durante os últimos anos - no aumento da

conversão das compras online a partir de suas funcionalidades. Atualmente, mudou sua

marca e posicionamento, ampliando seu foco: querem ser uma plataforma que gera novos

negócios a partir de sua tecnologia de meios de pagamento.

Para atacarem novos mercados, desenvolveram recentemente uma plataforma

robusta e suficientemente desacoplada para atender as necessidades de cada cliente.

Lançaram, no mês de junho de 2017, a sua mais nova versão de API (Application

Programming Interface8) com diversas novas funcionalidades.

8 Em português, "Interface de Programação de Aplicativos". APIs são usados para que diferentes aplicativos

baseados na internet conversem entre si sem a necessidade de que alguém intervenha ou tenha que desempenhar uma tarefa.

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4.2.1. O produto da Mundipagg

A Mundipagg é um gateway de pagamentos e oferece a integração online facilitada

para que qualquer lojista possa oferecer diferentes opções de pagamentos no seu site/

aplicativo. A solução é oferecida por meio da integração de uma API. A tecnologia base é a

integração por meio de serviços de integração web.

O serviço trata-se, portanto, de um gateway de pagamentos (Figura 16) e visa facilitar

o complexo fluxo da transação de um pagamento sob a ótica do lojista. Garantir o

armazenamento adequado e seguro dos dados e oferecer uma infraestrutura robusta para

oferecer o serviço são alguns dos desafios da tecnologia.

Figura 16: Gateway de pagamentos

Fonte: www.mundipagg.com

4.2.2. Os clientes da Mundipagg

A companhia já tem mais de mil e quinhentos clientes cadastrados utilizando a sua

plataforma que atuam nas mais diversas categorias e segmentos. A solução de pagamento

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oferecida pode ser utilizada tanto por clientes pequenos que tem um baixo volume de vendas,

como por grandes clientes. Os principais clientes estão resumidos na Figura 17.

Figura 17: Clientes da Mundipagg, 2017

Fonte: Mundipagg

Além disso, a companhia dispõe de alguns parceiros-chave: plataformas que estão

integradas ao seu serviço e que se tornam agentes na integração de lojas de menor porte.

4.3. AS OPERAÇÕES

A seguir são apresentadas as áreas operacionais da Mundipagg.

4.3.1. As áreas operacionais

Apesar de uma estrutura hierárquica, os times atuam de forma horizontal e, mesmo

quem está na base nas operações muitas vezes tem acesso e autonomia para tomada de

decisões. Existem quatro níveis hierárquicos: os diretores, os gestores, os líderes e os

analistas. As sete diferentes áreas e suas respectivas responsabilidades são:

Comercial: captação ativa e passiva de novos clientes;

Produtos: centralização da demandas e priorização das atividades do time de TI;

Upsell: oferece tecnologias adicionais para aumentar a performance dos clientes;

Relacionamento com cliente (RC): responsável pela integração, suporte e fidelização

de clientes;

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Tecnologia da Informação (TI): desenvolvimento de todos os produtos oferecidos pela

MundiPagg aos clientes e infraestrutura interna;

Financeiro: responsável pelo faturamento, pagamentos e fluxos de capitais;

Business Intelligence (BI): analisa metricamente a performance dos clientes e dos

produtos oferecidos pela MundiPagg, além de desenvolver uma ferramenta de

inteligência estratégica;

Marketing: otimização de processos criativos e atrativos para clientes antigos e

futuros.

4.4. PROJETO DE MELHORIAS PARA A MUNDIPAGG

A seguir serão apresentadas as propostas de melhorias operacionais a partir dos

pontos focais de melhoria identificados.

4.4.1. Os pontos focais de melhoria

Para fazer o levantamento dos principais pontos focais de melhoria da experiência do

cliente da Mundipagg realizaram-se os seguintes procedimentos ao longo de um período de

seis meses:

1) Análise dos processos internos (Macroprocesso disponível no APÊNDICE A);

2) Análise dos dados extraídos dos sistemas de gerenciamento de cliente (Disponíveis9

nos APÊNDICE B, APÊNDICE C e APÊNDICE D);

3) Realização de entrevistas com os diretores, gestores e times de operação;

Dado que os fatores que influenciam a experiência do cliente são relativos ao (i)

usuário em si (próprio cliente), (ii) produto (no caso, a API da Mundipagg) e (iii) contexto (no

caso, fatores externos do mercado), ao identificar as potenciais melhorias buscou-se realizar

9 Vale ressaltar que a confidencialidade dos dados foi assegurada e, por isso, apenas foram

disponibilizadas as análises mais relevantes para o tema estudado e que direcionam - e justificam - os pontos focais de melhoria sinalizados no tópico a seguir.

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a análise sob estes três diferentes pontos de vista. O Quadro 4 resume os pontos

identificados:

Ponto de vista Em relação a(o): #

Foco de melhoria identificada

Cliente

Produto

1 Apresentação do produto

2 Interface do usuário no portal

3 Dependência do time de suporte

Processo

4 A burocracia do processo de credenciamento

5 A complexidade do processo de integração

Interno (Mundipagg)

Produto

6 Definição de prioridades

7 O gargalo: desenvolvimento tecnológico

Processos

8 Processos pouco padronizados

9 Gestão do conhecimento

Controle

10 Informação desintegrada

11 Canal de comunicação descentralizado

Externo (Contexto) Mercado

12 Desinformação sobre gateways de pagamento

13 A competição pelas menores taxas

Quadro 4: Pontos focais de melhoria Fonte: Elaboração própria

4.4.1.1. Do ponto de vista do cliente

Em relação ao produto:

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1. A apresentação do produto é dependente da disponibilidade do time de vendas. A

versão "trial" ou sandbox que já existe não é utilizada de forma a convidar novos

clientes a experimentar a plataforma. O site da Mundipagg ainda não dispõe das

informações sobre preço ou passo-a-passo para realizar o credenciamento.

2. A interface do usuário do portal: ainda que seja melhor que a dos concorrentes, os

clientes frequentemente sinalizam dúvidas sobre a utilização do portal oferecido pela

Mundipagg.

3. A dependência do time de suporte: para realizar algumas tarefas simples - como

configuração de novas funcionalidade, credenciamento, repriorização de adquirentes

e a escolha dos meios de pagamento a ser utilizados - o cliente é dependente do time

de Relacionamento com o Cliente e não tem a possibilidade de fazer sozinho.

Em relação aos processos:

4. A burocracia: o processo de credenciamento com a Mundipagg envolve a impressão,

assinatura, escaneamento e envio pelo correio de um contrato e de uma proposta.

5. A complexidade do processo de integração: o cliente depende de um profissional

técnico para realizar o processo de integração com a Mundipagg, a menos que a

plataforma utilizada pelo seu site ou aplicativo já esteja pré-integrada. Este processo

de integração dura até 150 dias. Ainda não há plataformas integradas com a mais

recente versão da plataforma.

4.4.1.2. Do ponto de vista interno

Em relação ao produto:

6. Dificuldade na definição de prioridades no desenvolvimento de novas funcionalidades:

o time de Produtos dispõe de poucos dados para a tomada de decisão na hora de

definir e elencar as prioridades para os desenvolvedores; a repriorização acontece

corriqueiramente e baseia-se nas análises empíricas dos times. As demandas são

sinalizadas pelos times do Comercial, do Suporte e de Projeto.

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7. O gargalo do time de Desenvolvimento: o time de TI atualmente opera num nível acima

da capacidade com uma demanda de novos projetos superior à disponibilidade de

recursos disponíveis.

Em relação aos processos:

8. Processos pouco padronizados: os times apresentam um alto grau de flexibilidade e

autonomia para gerenciar seus próprios processos dificultando a padronização e o

controle sobre os mesmos.

9. A dificuldade na gestão do conhecimento: o ritmo acelerado de mudanças exige uma

curva de aprendizado acentuada no aprendizado, mas muitos processos ainda não

estão documentados e visualmente disponíveis internamente.

Em relação ao controle:

10. Informação desintegrada: a informação sobre o cliente ainda está dispersa entre

diferentes sistemas de gerenciamento, dificultando a análise e monitoramento dos

indicadores.

11. Canal de comunicação descentralizado: os times utilizam skype, e-mail, whatsapp,

telefone, dentre outros para se comunicarem internamente. Na medida em que o time

comercial fica em São Paulo e os demais situam-se no Rio de Janeiro, a

descentralização das informações e dos canais de comunicações dificultam a gestão

e o alinhamento entre os times.

4.4.1.3. Do ponto de vista externo:

Em relação ao mercado:

12. Desinformação do cliente: é perceptível que, muitas vezes, o cliente não tem o

conhecimento sobre API's, gateways de pagamento e até mesmo sobre o mercado de

comércio eletrônico

13. A expectativa dos preços baixos: a percepção de valor do cliente reflete-se

fundamentalmente no aumento da conversão que as funcionalidades da Mundipagg

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trariam e que ultrapassariam os gastos com o gateway de pagamento. Entretanto, a

complexidade da precificação escalonada dificulta as simulações e previsões dos

respectivos gastos.

4.4.2. Identificação dos pontos de alavancagem

Para identificar os pontos de alavancagem na estratégia operacional da Mundipagg

que irão trazer a melhoria da experiência de seus respectivos clientes e solucionar os pontos

focais identificados no item anterior, foi feita uma análise comparativa das operações com a

empresa de referência no assunto de experiência do cliente, a Amazon.

A partir da modelagem do sistema dinâmico da Amazon, conforme exposto na Figura

15, pode-se perceber que a empresa cresceu exponencialmente baseando-se em seus ciclos

de reforço. Por sua vez, estes ciclos representam a busca estratégica de operação da

empresa de referência para oferecer (1) os menores preços, (2) a maior seleção de produtos

e (3) a melhor experiência de compra possível para os seus respectivos clientes.

Para comparar a estratégia operacional com a Mundipagg seguiu-se os seguintes

passos, conforme ilustra a Figura 18.

Figura 18: Etapas da análise comparativa entre Amazon e Mundipagg

Fonte: Elaboração própria.

No estudo de caso do Capítulo 4 foram identificadas as variáveis-chave que influenciam na

melhoria contínua da experiência do cliente da Amazon. No Quadro 5, estão apresentados

os resultados das etapas (1) e (2).

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Variáveis relevantes relacionadas à experiência do cliente

Relativos a(o) Amazon Mundipagg

Cliente

Utilidade percebida Utilidade percebida

Número de clientes Número de clientes

Fidelidade Fidelidade

Experiência de compra Experiência no portal

Engajamento dos usuários Engajamento dos usuários

Satisfação Satisfação

Ambiente interno

Volume de vendas Volume total processado (TPV)10

Dados para análise Dados para análise

Captação de recursos Captação de recursos

Controle das operações Controle das operações

Poder de barganha com o

fornecedor

Poder de barganha com os

parceiros

Custos Custos

Eficiência logística Desenvolvimento ágil

Tempo de entrega Tempo de integração

Produto nos conformes (Ausência de) "bugs"11 no sistema

10 TPV, do inglês Total Processed Volume, refere-se a quantia total - em reais ou em dólares -

que foi processada pelo serviço (no caso, o gateway). 11 Bug é quando a linguagem do computador entra em conflito e gera uma impossibilidade de continuar

a execução de um programa.

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Inovações Inovações

Ambiente externo

Credibilidade Credibilidade

Novos fornecedores Novos parceiros

Preço Preço

Quadro 5: Variáveis relevantes na experiência do cliente - Amazon e Mundipagg Fonte: Elaboração própria.

A partir do modelo dinâmico da Amazon, foi elaborado então, um outro sob a

perspectiva do enfoque ao cliente, para a Mundipagg conforme apresentado na Figura 19.

Figura 19: DEC - Operação da Mundipagg

Fonte: Elaboração própria

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Dessa forma, identificaram-se os ciclos de reforço-chave para a Mundipagg. Se por

um lado, para a Amazon, o reforço para (1) diminuir os preços, (2) aumentar a seleção de

produtos disponíveis e (3) melhorar a experiência de compra para o cliente promoveram um

crescimento exponencial, por outro lado, para a Mundipagg, pode-se inferir que os ciclos de

reforço-chave seriam focados em (1') diminuir os preços, (2') aumentar o número de parceiros,

(3') melhorar a experiência do usuário.

A comparação dos resultados de curto e longo prazo entre as duas empresas em

questão está retratado na Figura 20.

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Figura 20: Comparação entre os resultados de curto e longo prazo entre Amazon e Mundipagg Fonte: Elaboração própria

A conclusão é que o enfoque da estratégia operacional da Mundipagg nesses ciclos

de reforço seria um excelente ponto de alavancagem para resultados exponenciais no longo

prazo. Além disso, vale ressaltar que os ciclos endereçam de forma positiva os pontos focais

de melhorias identificados no item anterior.

Sendo assim, será especificado de forma mais tangível, no próximo capítulo, as

propostas de como reforçar estes ciclos.

4.4.3. Proposta de melhoria da experiência do cliente

No item anterior foram identificados os pontos de alavancagem. O objetivo agora é

especificar de que forma a Mundipagg pode construir os ciclos de reforços.

Dado que o produto da Mundipagg é uma API, o setor principal das operações é o de

TI (Tecnologia da Informação). Entretanto, neste setor, o desenvolvimento de novas

funcionalidades e integrações é um gargalo. Fica evidente que focar em otimizar este posto é

essencial para eficiência operacional da companhia como um todo.

A Figura 21 resume uma proposta de enfoque ao cliente no desenvolvimento de novas

funcionalidades:

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Figura 21: Proposta de enfoque ao cliente no desenvolvimento de novas funcionalidades

Fonte: Elaboração própria

A seguir é explicitado quais seriam os desdobramentos operacionais para reforçar as

variáveis-chave destes ciclos

4.4.3.1. Reforço da utilidade percebida pelo cliente

● Sistema de Incentivos à inovação: desenvolvimento de metas baseadas na proposta

de valor gerada para o cliente para estruturar o bônus individual e do time.

● Captação e alocação de recursos em inovação: apostar em Pesquisa &

Desenvolvimento para buscar novas tecnologias operacionais e funcionais.

● Enfoque na simplificação do processo de integração para o cliente: esforço de

integração com novas plataformas e estreitamento das relações com as atuais

plataformas para oferecer ampla acessibilidade de integração facilitada.

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4.4.3.2. Reforço do engajamento dos funcionários e dos usuários:

● Centralização dos canais de feedback sobre o produto: é preciso engajar os clientes e

os funcionários para registrar formalmente os feedbacks e garantir o seu

direcionamento adequado;

● Criação de um fórum (ou Hub) para incentivar a interação e troca entre os clientes:

possibilidade de acesso a mais informação e independência em relação ao canal de

suporte.

4.4.3.3. Reforço do controle operacional:

● Padronização da metodologia de gerenciamento dos times de TI para alcançar mais

controle e monitoramento na definição de prioridades e para facilitar o alinhamento

dos times;

● Divulgação obrigatória dos releases internamente, de tal forma que explicite

claramente a utilidade percebida da nova funcionalidade para o usuário final.

● Monitorar e definir indicadores-chave a partir dos objetivos estratégicos,

apresentados na Figura 22.

Figura 22: Proposta de objetivos estratégicos da Mundipagg

Fonte: Elaboração própria

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● Avaliar a experiência do usuário para controlar a performance da API e do serviço

○ Sistema de escala de usabilidade

○ Questionário de Satisfação da Interação do Usuário

○ Net Promoter Score

4.4.3.4. Reforço da análise de dados:

● Investir no "Mundi Analytics": explorar o potencial do volume de dados que já dispõe e

investir em soluções inovadoras a partir dos dados obtidos.

● Enfoque à Cluster Analysis: segmentação dos clientes para direcionamento e

recomendação de funcionalidades.

● Centralização da informação do cliente: focalizar todas as informações do cliente em

um único sistema de tal forma a propiciar uma visão 360 graus do cliente, além de

garantir a qualidade dos dados, facilitar a integração com outros sistemas e as

análises. Esta proposta está melhor retratada na Figura 23.

Figura 23: Proposta de centralização da informação do cliente

Fonte: Elaboração própria

A seguir são pontuados quais seriam os desdobramentos operacionais para reforçar as

variáveis-chave destes ciclos.

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4.4.3.5. Reforço da eficiência operacional:

● Investir em tecnologia para automação nos processos burocráticos internos.

○ Implementação do contrato digital;

○ Integração dos sistemas de gerenciamento financeiro e do CRM atualmente

utilizado;

○ Integrar o sistema de gerenciamento interno aos formulários de indicação do

parceiro;

○ Redesign e padronização dos processos de forma desacoplada para garantir

a velocidade na mudança.

4.4.3.6. Reforço da experiência no portal:

● Autosserviço: criar a possibilidade do cliente realizar o credenciamento sozinho

○ Oferecer uma experiência excelente no ambiente de teste e permitir um teto de

transações gratuitas para o usuário conhecer o serviço

● Remodelar os níveis de usuário para oferecer orientações e acessos direcionados:

○ Criar o nível de Administrador Master: ponto focal do cliente para o

gerenciamento do sistema da Mundipagg

● Oferecer autonomia para o cliente:

○ Permitir o administrador master do sistema a configuração completa de sua

loja;

○ Facilitar ao máximo o processo de configuração de novos meios de

pagamentos e novas integrações para o cliente deixando transparente todos

os passos a serem seguidos;

○ Segmentar e organizar os artigos disponíveis para o cliente de forma a

emponderá-lo na resolução dos problemas;

○ Antecipar-se na solução dos problemas e programar avisos e sugestões (para

prevenção de erros na integração, por exemplo).

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○ Permitir o cancelamento de forma mais simples: a fidelidade deve ser

conquistada com o reforço da utilidade percebida, da experiência e da

satisfação e não deve haver obstáculos para o cliente cancelar o serviço.

4.4.3.7. Reforço das parcerias

● Segmentar os parceiros por perfil e amadurecer o relacionamento com os mesmos;

● Padronizar o contrato com parceiros e investir na integração com novas plataformas;

● Definir um fluxo inteligente para os clientes indicados por parceiros e automatizar as

etapas para reduzir o tempo de credenciamento do cliente.

● Aproximar-se de novos parceiros, como empresas de desenvolvimento em tecnologia,

para incentivá-los a construir sobre a plataforma da MundiPagg novos serviços - tais

quais carteiras digitais, aplicativos de programas de fidelidade, etc.

● Apostar no reforço da utilidade percebida da carteira digital oferecida pelo parceiro

FLIP Pagamentos para expandir sua atuação no mundo físico. A situação atual na

interação entre a Mundipagg e a FLIP está exposta na Figura 24 e a proposta de

reforço na Figura 25.

Figura 24: Mundipagg e Flip – Situação atual

Fonte: Elaboração própria

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Figura 25: Mundipagg e Flip - Proposta de reforço da utilidade

Fonte: Elaboração própria

4.4.4. Proposta de implementação

As principais propostas de melhoria foram resumidas e segmentadas a partir do

enfoque e desdobramento operacional. De forma complementar, apresenta-se uma proposta

de cronograma de implementação (Quadro 7) para as sugestões elaboradas, assim como

uma sugestão do time responsável por liderar tal iniciativa. Para isso, foram utilizadas as cores

mostradas na Quadro 6 para identificar os principais times envolvidos na proposta.

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Cor Time responsável por liderar a iniciativa

Comercial

BI & Back Office

Desenvolvimento em TI

Relacionamento com Cliente

Financeiro

Quadro 6: Identificação dos times por cor Fonte: Elaboração própria

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Estratégia operacional Roadmap de Implementação

Foco Reforço de Desdobramento operacional SET/17 OUT/17 NOV/17 DEZ/17 JAN/18 F

EV/18

Expansão

de parcerias

Poder de barganha

com os parceiros

Fortalecer relacionamento com

parceiros

Padronizar contratos

Novos parceiros Investir em novas integrações

Menores

preços

Eficiência

operacional

Implementar o contrato digital

Integrar sistemas de

gerenciamento

Design modular dos processos

internos

Gestão dos processos

Controle operacional

Padronização da metodologia de

gerenciamento de TI

Divulgação obrigatória dos

releases

Monitoramento e identificação

de indicadores-chave

Avaliação da experiência do

usuário: NPS, QUIS e SUS

Centralizar canal de

comunicação

Desenvolvimento

Ágil

Desenvolvimento a partir dos

feedbacks

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Melhoria da

experiência

no portal

Autonomia do cliente

Autosserviço de novas

funcionalidades Eu

Permitir configuração completa

pelo cliente

Indicar artigos para resolução de

problemas

Permitir cancelamento

simplificado

Análise de dados

Oferecer mais funcionalidades

no “Mundi Analytics”

Segmentação estruturada do

cliente

Centralização e organização da

informação do cliente

Engajamento dos

usuários

Centralização dos canais de

feedback

Criação de um fórum para

interação

Utilidade percebida

pelo cliente

Captação de recursos

Investimentos em P&D

Sistemas de incentivo à

inovação

Enforque na simplificação do

processo de integração

Quadro 7: Roadmap de implementação Fonte: Elaboração própria

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5. CONCLUSÃO

Tendo em vista os objetivos do trabalho de propor e verificar o comportamento de um

sistema complexo como o da experiência do usuário, visando a melhoria da qualidade e o

mapeamento da percepção de valor pelo cliente e mais especificamente, a elaboração de um

projeto de melhoria na experiência do cliente com enfoque na estratégia operacional da

organização escolhida, o trabalho em questão atendeu às expectativas e gerou resultados

compatíveis com o esperado, dentro das limitações encontradas.

No estudo de caso, foi possível compreender como se consolidou o vertiginoso

crescimento da Amazon, empresa de referência sobre experiência do usuário, e a partir daí,

foram propostos modelos de dinâmica de sistemas que serviram para base de comparação

com a MundiPagg, organização estudada no trabalho de campo.

Por fim, foram analisadas as operações da MundiPagg e, com base na compilação de

todos os dados disponíveis junto com as análises feitas no estudo de caso, foi elaborado um

diagrama de enlace causal compatível com a realidade da companhia, além de propostas de

melhorias baseadas nos pontos de alavancagem identificados.

Apesar da também inclusão de um cronograma de implementação, é importante

ressaltar a dificuldade de implementação, que depende de investimentos financeiros,

conhecimentos técnicos, aceitação à mudança dentro da organização, dentre outros.

Para recomendações de trabalhos futuros, há a possibilidade de complementação no

que tange a discussão acerca da experiência do usuário, pois é um assunto crucial quando

se fala em qualidade de serviços, onde a maioria das variáveis são subjetivas e, por isso,

difíceis de serem quantificadas com precisão.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE A. MACROPROCESSO DA MUNDIPAGG

Figura 26: Macroprocessos da Mundipagg

Fonte: Elaboração própria.

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APÊNDICE B. AS ANÁLISES DA CONVERSÃO DE NOVOS CLIENTES

Figura 27: Comercial parcerias (clientes de agências e plataformas)

Fonte: Elaboração própria

Figura 28: Comercial hunters (clientes grandes)

Fonte: Elaboração própria

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Figura 29: Comercial farmers (clientes pequenos e médios

Fonte: Elaboração própria

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APÊNDICE C. ANÁLISE DO CANAL DE ‘SANDBOX’

O Sanbox é o ambiente de trial do serviço e desde abril de 2016 até março de 2017,

ao todo, foram 113 leads capturados e apenas 3 efetivamente realizaram o kickoff. Em média,

são 10 novos leads todo mês vindo deste canal e o time do comercial vincula até 3 atividades

(ligar/ entrar em contato/ skype) para cada lead. Sobre a informação do perfil desses leads:

não se tem registro do cargo dessas pessoas.

Os gestores da área comercial, de marketing e de tecnologia concordam que não estão

aproveitando bem este canal e, do jeito que está, consome bastante tempo do comercial sem

resultados efetivos.

Figura 30: Quantidade de leads (Sandbox)

Fonte: Elaboração própria

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Figura 31: Quantidade de negócios e atividades associadas

Fonte: Elaboração própria

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APÊNDICE D. ANÁLISE DOS CLIENTES CANCELADOS

Figura 32: Motivos de cancelamento

Fonte: Elaboração própria

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ANEXO A. CRESCIMENTO EXPONENCIAL DA AMAZON

Figura 33: Gráficos que ilustram e comprovam o crescimento exponencial da Amazon

Fonte: The Motley Fool, BI Intelligence, The New Pataform.