Projeto de Intervenção Socioeducativa - 2011

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CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 306 NORTE educ@ndo para o futuro PROJETO DE INTERVENÇÃO SOCIOEDUCATIVA Professora: Mônica Renata de Cássia Araújo Freire Março/2011

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CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL

306 NORTE

educ@ndo para o futuro

PROJETO DE INTERVENÇÃO

SOCIOEDUCATIVA

Professora: Mônica Renata de Cássia Araújo Freire

Março/2011

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1 – INTRODUÇÃO

“Sempre que precisar de um estímulo,

olhe para trás e veja todas as suas conquistas”.

O Projeto de Intervenção Socioeducativa é uma ação complementar às

atividades realizadas no Centro de Ensino Fundamental 306 Norte com o intuito

de atender, em turno contrário, e em dia determinado, os alunos de quinta e sexta

séries (sexto e sétimo anos) do ensino fundamental que apresentam algum déficit

de aprendizagem relacionado a aspectos cognitivos e de socialização.

Esse projeto almeja a prestação de um serviço educacional de maior

abrangência e, consequentemente, a formação integral dos alunos selecionados

mediante o implemento de duas ações pedagógicas diferenciadas, a saber: o

reforço escolar em língua portuguesa – que visa promover o resgate de conteúdos

para os alunos que apresentam dificuldades no desenvolvimento de suas

atividades escolares – e a capacitação do aluno “Aprendiz de Educador” como

agente escolar – atividade destinada ao acompanhamento das rotinas

administrativa e pedagógica da escola, voltadas para atendimento aos alunos das

séries iniciais, sob supervisão pedagógica e dos gestores escolares.

Dessa maneira, realiza-se um trabalho pedagógico integrado, segundo

as linhas de ação previstas no Projeto Político Pedagógico da escola, visando o

desenvolvimento das potencialidades, a elevação da auto-estima e da capacidade

de socialização desses alunos e, sobretudo, a possibilidade de eles superarem as

suas próprias limitações.

Nesse sentido, o que se almeja com o Projeto de Intervenção

Socioeducativa é que a socialização e o reforço escolar nele previstos sejam

trabalhados de forma integrada e prazerosa, propiciando o desenvolvimento de

habilidades indispensáveis na vida desses alunos.

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2 – PROBLEMATIZAÇÃO

No ensino fundamental, o eixo da discussão referente ao fracasso

escolar tem sido a questão da leitura e da escrita, fator ao qual, acaba aliando-se

a questão disciplinar dos alunos.

Sabe-se que os índices brasileiros de repetência nas séries iniciais –

inaceitáveis mesmo em países muito mais pobres – estão diretamente ligados à

dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever. Essa dificuldade se

expressa com clareza nos dois “gargalos” em que se concentra a maior parte da

repetência: no fim da primeira série (ou mesmo das duas primeiras) e na quinta

série (primeiro, segundo e sexto anos) do ensino fundamental. No primeiro, pela

dificuldade em alfabetizar; no segundo, por não se conseguir garantir o uso eficaz

da linguagem, condição para que os alunos possam continuar a progredir até, pelo

menos, da oitava série, nono ano do ensino fundamental.

Considerando que para aprender a ler e a escrever, o aluno precisa

construir um conhecimento de natureza conceitual – ou seja, ele precisa

compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela

representa graficamente a linguagem – a razão de ser das propostas de uso da

fala e da escrita é a expressão e a comunicação por meio de textos e não a

avaliação da correção do produto.

Partindo desse pressuposto, as situações didáticas devem ter como

objetivo levar os alunos a pensarem sobre a linguagem para poderem

compreendê-la e utilizá-la adequadamente. Ocorre que, quando os alunos não se

sentem capazes de produzir resultados – no caso em tela, quando não se

apropriam adequadamente da linguagem – muitas vezes pela falta de pré-

requisito, acabam mostrando-se desinteressados nas aulas, o que gera o não-

cumprimento das tarefas, contribuindo para a conversa excessiva e para inúmeros

outros problemas disciplinares, fatores os quais comprometem sobremaneira o

processo de ensino-aprendizagem.

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3 – JUSTIFICATIVA

Em face desse cenário, o presente projeto justifica-se na medida em

que há casos para os quais as providências rotineiras tomadas pela coordenação

pedagógica, em conjunto com os pais, com a orientadora educacional e a direção

da escola mostram-se ineficazes no sentido de solucionarem isoladamente

aspectos formativos e informativos do rendimento escolar desses alunos.

4 – OBJETIVOS

Objetivos Gerais

Contribuir para que os estudantes assumam a condição de usuários

competentes das linguagens dominantes, nos aspectos da leitura e da escrita,

capacitando-os para a efetiva participação na sociedade.

Contribuir para o desenvolvimento das potencialidades de cada

aluno, a elevação da auto-estima e da capacidade de socialização desses alunos

e, sobretudo, para a possibilidade de eles superarem as suas próprias limitações.

Contribuir para que esses alunos possam aumentar o interesse

pessoal pela escola e pelos estudos a partir de atividades que os envolvam no

ambiente escolar, tomando por base o acompanhamento das rotinas

administrativa e pedagógica da escola no âmbito do atendimento em contra-turno

prestado às séries iniciais do ensino fundamental.

Objetivos Específicos

Valorizar a leitura como fonte de informação, via de acesso aos mundos

criados pela literatura e possibilidade de fruição estética, sendo capazes de

recorrer aos materiais escritos em função de diferentes objetivos.

Compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em

diferentes situações de participação social, interpretando-os corretamente e

inferindo as intenções de quem os produz.

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Expandir o uso da linguagem em instâncias privadas e utilizá-la com

eficácia em instâncias públicas, sabendo assumir a palavra e produzir

textos – tanto orais como escritos – coerentes, coesos, adequados a seus

destinatários, aos objetivos a que se propõem e aos assuntos tratados.

Valer-se da linguagem para melhorar a qualidade de suas relações

pessoais, sendo capaz de expressar seus sentimentos, experiências, ideias

e opiniões, bem como de acolher, interpretar e considerar tais aspectos

relativamente aos outros colegas, contrapondo-os quando necessário.

Desenvolver atitude e postura críticas em relação ao próprio desempenho e

ao desempenho de colegas, no que tange a aspectos formativos e

informativos de seu rendimento escolar, contribuindo para a sua

capacidade de socialização e também para a elevação da própria auto-

estima.

5 – METODOLOGIA DE TRABALHO

As ações deste projeto exigirão a permanência do aluno na escola,

findo o horário regular das aulas, no turno matutino – para o que se faz necessária

a adequação logística do ambiente escolar, no sentido de preparar uma

infraestrutura que comporte tal permanência, visto que os selecionados para o

projeto almoçarão e farão o lanche vespertino nas dependências da escola.

Após o almoço, os alunos terão aula de reforço escolar de língua

portuguesa, visando tanto o resgate de conteúdos de séries anteriores quanto, na

medida do possível, o acompanhamento das atividades de língua portuguesa da

série atual do aluno, sendo que as aulas do reforço compreenderão a carga

horária de duas horas semanais.

Após a aula de reforço escolar de língua portuguesa, esses alunos

ficarão responsáveis por prestar auxílio em algumas das rotinas escolares, de

abrangência administrativa e pedagógica, voltadas ao atendimento dos alunos das

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séries iniciais deste Centro de Ensino, estando este trabalho sob a orientação da

supervisão pedagógica e dos gestores escolares.

6 – CRONOGRAMA

O projeto será desenvolvido durante todo o ano letivo de 2011 – às

segundas-feiras – compreendendo o atendimento dos alunos selecionados da

seguinte forma: sendo uma hora e quinze minutos destinados ao intervalo de

almoço, duas horas destinadas reforço escolar em língua portuguesa, vinte

minutos para o lanche vespertino e apoio nas atividades lúdicas de intervalo do

turno vespertino (séries iniciais) e uma hora destinada à ação “Aprendiz de

Educador”.

7 – COMPONENTES CURRICULARES ENVOLVIDOS NO PROJETO

Língua Portuguesa, Ética e Cidadania.

8 – PÚBLICO-ALVO

Alunos de quinta e sexta séries (sexto e sétimo anos) do ensino

fundamental diagnosticados, durante o primeiro bimestre de 2011, com alguma

dificuldade cognitiva e/ou disciplinar relacionada às atividades do presente projeto.

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9 – RECURSOS

O projeto envolverá recursos humanos como professor, supervisão

pedagógica e direção da escola, além de recursos materiais que englobem a

infraestrutura escolar como material pedagógico (quadro branco, pincéis, caderno,

lápis, borracha, caneta, cola, tesoura, cartolina, resmas de papel, material de

leitura e material para recorte), televisão e aparelho de DVD.

10 – AVALIAÇÕES

A avaliação será feita de forma global, processual e contínua, com a

participação da equipe de professores, da supervisão pedagógica, da direção

escolar e também da família, ao longo do ano letivo, envolvendo a análise das

atividades produzidas e o crescimento pessoal de cada aluno, de forma a

considerar o grau e a qualidade da participação individual dos envolvidos.

Observações sobre o desenvolvimento e avanços dos alunos serão

registradas pela professora individualmente para auxiliá-la no planejamento das

intervenções didáticas, possibilitando assim efetuar comparações com resultados

futuros e facilitar a construção de relatório descritivo individual, que poderá ser

discutido nas coordenações coletivas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDOSO, Beatriz e TEBEROSKY, Ana. Reflexões sobre o ensino da leitura e

da escrita. Vozes

DOLZ J. e SCHNEUWLY B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita

– Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófana), in: J. DOLZ

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Letras, 2004.

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LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário.

Artmed

GERALDI, J. W. (org.) O texto na sala de aula. Leitura e Produção. 2 ed.

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NEVES, Iara Conceição Bitencourt e outros. Ler e escrever: compromisso de

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VILARDI, Raquel. Aprendendo a gostar de ler e formando leitores para a vida

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