Projeto de embarcações

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Apostila digitalizada e editada para formato eletrônico pelos alunos Osvaldo Correa De Mello Junior e Ariane Fernanda De Souza da disciplina de “Projeto do Navio” do Curso de Tecnologia em Construção Naval da UNIVALI. Prof. Arthur Augusto de Andrade Ennes. Finalizada em Março de 2009. Este material se encontra em processo de revisão. R0

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Page 1: Projeto de embarcações

Apostila digitalizada e editada para formato eletrônico pelos alunos Osvaldo Correa De Mello Junior e Ariane Fernanda De Souza da disciplina de “Projeto do Navio” do Curso de Tecnologia em Construção Naval da UNIVALI. Prof. Arthur Augusto de Andrade Ennes. Finalizada em Março de 2009. Este material se encontra em processo de revisão. R0

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APRESENTAÇÃO

Este manual complementa manual técnico de engenharia e permite ao

usuário, através de exemplos elucidativos, com tratamento gráfico adequado,

utilização de metodologia e critérios de projeto apresentados naquele manual,

mesmo sem conhecimento técnico de projetista naval.

Os módulos de projeto de embarcação, a saber: requisitos do armador;

dimensões principais e arranjo geral; propulsão, estabilidade intacta e

desempenho econômico, são apresentados de maneira que os resultados

técnicos sejam praticamente finais. Entretanto, dentro do espírito que norteou

desenvolvimento destes estudos, a metodologia e os critérios de discussão

entre principais envolvidos, ou sejam, armador, construtor, e órgãos

interessados, no sentido de melhor adequar ao usuário final.

Page 3: Projeto de embarcações

3

EQUIPE TÉCNICA

KAO YUNG HO, Engenheiro Naval

PAULO GOMES CARVALHEIRO, Engº Naval Mestre

FRANCISCO CARLOS VASQUES DE GARCIA, Engº Naval

RUI GELEHRTER DA COSTA LOPES, Engº Naval Mestre

KENJI MATSUDA, Engenheiro Naval ANTONIO TAKAITI SHINKAWA, Arquiteto

Diagramação e ilustração: ANTONIO TAKAITI SHINKAWA

Apostila digitalizada e editada para formato eletrônico pelos alunos Osvaldo Correa De Mello Junior e Ariane Fernanda De Souza da disciplina de “Projeto do Navio” do Curso de Tecnologia em Construção Naval da UNIVALI. Prof. Arthur Augusto de Andrade Ennes. Finalizada em Março de 2009. Este material se encontra em processo de revisão. R0

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ______________________________________________ 5

Objetivos ______________________________________________ 6

Definições e nomenclatura _________________________________ 7

Fluxograma ____________________________________________ 9

MÓDULO I – REQUISITOS DO ARMADOR _______________________ 10

Rota __________________________________________________ 11

Capacidades ___________________________________________ 12

Velocidade _____________________________________________ 13

MÓDULO II – ARRANJO GERAL E DIMENSÕES PRINCIPAIS _______ 16

Preliminares ___________________________________________ 17

Determinação do deslocamento _____________________________ 19

Dimensões principais _____________________________________ 22

Arranjo geral – arranjos padrões ____________________________ 31

Pesos e centros _________________________________________ 42

MÓDULO III – PROPULSÃO ___________________________________ 50

Preliminares ____________________________________________ 51

Roteiro de estimativa de potência ___________________________ 54

Variação da potência de propulsão __________________________ 62

Peso da instalação propulsora ______________________________ 63

Cálculo de deadweight de operação _________________________ 63

MÓDULO IV – ESTABILIDADE INTACTA ________________________ 66

Conceitos ______________________________________________ 67

Avaliação de estabilidade __________________________________ 71

Planilha de cálculo de estabilidade __________________________ 75

MÓDULO V – DESEMPENHO ECONÔMICO 85

Page 5: Projeto de embarcações

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INTRODUÇÃO

Este manual é gerado para que, num processo iterativo entre o usuário e

as entidades envolvidas, possa ser continuamente aprimorado, ou seja,

constituir-se em base para avaliação de características técnicas e econômicas

de alternativas de embarcações de passageiros e cargas a serem construídas

para a rede hidroviária interior da Amazônia.

Na verdade, este processo iterativo de discussão e aprimoramento não se

encerra no período de elaboração deste manual, mas permanece no sentido de

sua atualização com introdução de novas técnicas segundo a evolução natural

do estado da arte relativa ao projeto de navio.

Entendidos no devido contexto, os objetivos de manual são:

Fornecer metodologia de cálculo de projeto naval que permita ao

armador, sem exigir recursos tecnológicos de monta, estabelecer a

um nível adequado, as características principais da embarcação

desejada, partindo-se dos requisitos do armador.

Constituir-se, ademais, num elemento agregador das atividades

referentes à escolha, construção e financiamento de embarcação

através do estabelecimento de uma linguagem técnica comum

entre armadores, construtores e agentes financiadores.

As definições, símbolos e unidades empregadas neste manual basearam-

se na terminologia e nomenclatura de uso consagrado no projeto naval.

Conceituações preliminares de alguns itens importantes de projeto como

deslocamento da embarcação, desempenho, pesos e centros, estão colocados

de forma bastante objetiva e simplificada, ao alcance do usuário pouco iniciado

nos assuntos técnicos e teóricos de projeto naval.

Os gráficos, índices e coeficientes, que constituem meios de aplicação

deste manual, foram levantados a partir de dados extraídos de pesquisa de

embarcações semelhantes, realizada na etapa que antecedeu este trabalho,

bem como da base teórica necessária ao projeto de embarcações.

No fluxograma a ser apresentado adiante, está contida a sistemática de

utilização deste manual.

Page 6: Projeto de embarcações

6

OBJETIVOS

Metodologia de cálculo projeto

naval visando simplificação de meios

para estabelecer as características

principais da embarcação desejada.

Linguagem técnica comum entre armador, construtores e agentes

financiadores (escolha, construção e funcionamento).

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7

DEFINIÇÕES E NOMENCLATURA

Page 8: Projeto de embarcações

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PROPULSÃO

VS(*) – velocidade de serviço da embarcação

RT – resistência ao avanço do casco

EHP – potência efetiva de arrasto – RT.V/75

BHP – potência no freio do motor (potência total de serviço)

IHP – potência instalada (potência nominal total)

(*) – em algumas formulações deste manual aparece na forma abreviada V

Page 9: Projeto de embarcações

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FLUXOGRAMA

O conjunto de relações técnicas e econômicas determinadas a partir de

fundamentos teóricos e pesquisa de embarcações semelhantes estão

compostos em cinco módulos, que utilizados segundo a sistemática

estabelecida no manual, permitem a geração das características prováveis da

embarcação desejada. Embora o fluxograma tenha requisitos do armador,

como ponto de partida é possível consultar o manual em qualquer seqüência

de módulo, se as etapas de definições estiverem adiantadas.

MÓDULO I

MÓDULO II

MÓDULO III

MÓDULO IV

MÓDULO V

Estima do preço de construção Custo operacional: custo diário

navegando e porto Viagem redonda: avaliação do

custo, produção e resultado

Avaliação do GMinicial Avaliação do GMrequerido

Rota: distância, calado Capacidade: passageiros e cargas Velocidade: tempos

REQUISITOS DO ARMADOR

Arranjo geral padrão: faixas de parâmetros principais

Escolha de dimensões: métodos e critérios (V, L, F, C, D....)

Pesos e Centros

DIMENSÕES PRINCIPAIS E ARRANJO GERAL

Estima de BHP Peso de instalação propulsora DWT operacional

PROPULSÃO

ESTABILIDADE INTACTA

DESEMPENHO ECONÔMICO

RECICLAGEM

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I – REQUISITOS DO ARMADOR

São requisitos que, por variadas

razões, o armador tem como desejáveis e

constituem-se nas informações iniciais

para escolha da embarcação.

Esses requisitos são:

Rota

Capacidades

Velocidade

Page 11: Projeto de embarcações

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REQUISITOS DO ARMADOR

ROTA

PORTOS A ATENDER

DISTÂNCIA

RESTRIÇÕES DA ROTA

O calado H é a dimensão mais importante destas

restrições. Na avaliação do máximo calado da

embarcação para navegar na rota desejada, deve-

se levear em conta o pé-de-piloto mínimo (hpmin)

que permite a passagem do navio a velocidade

reduzida no trecho crítico da rota na época de

ocorrência do menor nível da lâmina d’água

(NAmin). O valor de hpmin 0,5 m.

EXEMPLO – Namin= 2.10m

hpmin= 0.50m H = 2.10 – 0.50=1.60m

Page 12: Projeto de embarcações

12

REQUISITOS DO ARMADOR

CAPACIDADES

As capacidades da embarcação referem-se ao número de passageiros e quantidade de carga transportada pela embarcação.

DEADWEIGHT DE CARGA – DWTC constituído pela soma dos pesos da quantidade de carga e do número total de passageiros a transportar, representa o porte útil ou peso morto útil, que será rentável ao armador.

Qpass=Npass x q Npass – número de passageiros q – peso por passageiro,

inclusive sua bagagem

QC- Quantidade de Carga

A relação entre DEADWEIGHT de carga (DWTC) e a quantidade de carga (QC)m representada por C

*, constitui parâmetro de

referência no gráfico CDWT –DWTC. Este gráfico, conforme será visto no módulo II – arranjo geral e dimensões principais,

permitirá estimar deslocamento em peso () da embarcação.

Page 13: Projeto de embarcações

13

Requisitos do Armador

VELOCIDADE A velocidade pode ser definida pelos tempos desejáveis máximos para se cobrir

uma determinada distância.

A

B

TA (TEMPO EM A) TB (TEMPO EM B)

D (DISTÂNCIA AB)

V (VELOCIDADE)

Velocidade (VS) – velocidade desenvolvida pela embarcação com MCP em regime contínuo de máxima potência de serviço.

Velocidade Máxima (VMAX) – Velocidade desenvolvida pela embarcação com MCP em regime intermitente de máxima potência de serviço.

2 VELOCIDADES

CONSIDERANDO:

Embarcação na condição de plena carga de projeto (∆ máximo)

Águas calmas e paradas

Casco e propulsores, Hélices. Limpos e em boas condições.

Motores de propulsão (MCPs) desenvolvendo máxima potência de serviço

Page 14: Projeto de embarcações

14

Na figura precedente tem-se: VAB = DAB .

TAB

Portanto: (tempo de viagem = distância percorrida/velocidade)

O tempo de viagem depende, ainda, do sentido e velocidade da correnteza na rota a navegar.

A duração da viagem desdobra em tempos dispendidos navegando a favor e contra a correnteza.

Tempos de viagem

(Velocidade entre A e B é igual a distância de A e B dividido pelo tempo dispendido para percorrê-la)

T = D . V

TS = D . Vs - Vc

TEMPO DE VIAGEM CONTRA A CORRENTEZA (SUBINDO O RIO)

TD = D . Vs + Vc

TEMPO DE VIAGEM A FAVOR DA CORRENTEZA (DESCENDO O RIO)

Page 15: Projeto de embarcações

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O tempo total de viagem será TS+TD, ou seja:

D Distância entre duas escalas, em milhas náuticas (1 milha náutica – 1,852 Km)

Vc Velocidade média da correnteza no trecho considerado, em nós

Vs Velocidade de serviço do navio, em nós TS Tempo navegando máximo desejado

para subir o rio, em horas TD Tempo navegando máximo desejado

para descer o rio, em horas

Sendo a rota um dos requisitos do armador, são conhecidos

previamente a distância D entre duas escalas e velocidade VC da correnteza. Assim, predeterminando tempos desejáveis de viagem, pode-se estimar a velocidade de serviço necessário, conforme exemplo numérico abaixo.

Será visto no módulo III – propulsão – a relação da velocidade com os

parâmetros de potência de propulsão (BHP) e deslocamento (). A velocidade máxima (VMAX) será conhecida após determinados os valores de potência de propulsão e deslocamento.

Na ilustração ao lado, tem-se:

D = 1000 milhas náuticas

VC= 2 nós

TS= 125 horas (5,2 dias) navegando

TD= 84 horas (3,5 dias) navegando

VS= ? (valor a ser obtido)

TS + TD = D + D ; VS-VC VS+VC 124 +84 = 1000 + 1000 ; VS-2 VS+2

209 = 1000 . ( VS+2 + VS-2D ); VS²-4

0,209 = 2VS . VS²-4

0,209 (VS²-4) = 2VS

0,209VS² - 2VS - 0,836 = 0 ____________ VS = 2 ± √ 4 + 0,698896 . 0,418

PORTANTO

D D

Vs – Vc Vs + Vc

TS + TD = ________ + ________

Vs = 9,97 NÓS

DUAS SOLUÇÕES Vs = 9,97 Vs = -0,4

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16

II - ARRANJO GERAL E DIMENSÕES PRINCIPAIS

Este módulo de projeto auxilia o

usuário na concepção preliminar de

sua embarcação. A sua utilização

exige o conhecimento prévio dos

requisitos do armador (Módulo I).

A partir destas informações e

com auxilio de “ARRANJO GERAL

PADRÃO” é possível idealizar a

embarcação preliminarmente.

Page 17: Projeto de embarcações

17

PRELIMINARES

No módulo II – arranjo geral e dimensões principais – o usuário encontrará meios de delinear contornos da embarcação pretendida de acordo com os seus requisitos prévios, conforme já tratado no módulo anterior – requisitos do armador.

Esses meios consistem, basicamente, em arranjos padrões para cada faixa de variação de dimensões principais e em gráficos que relacionam elementos básicos de projeto.

Da aplicação conjugada destes meios, o usuário poderá chegar a um arranjo preliminar adequado aos seus requisitos, auxiliando a etapa de projeto convencional.

Nos quadros apresentados

mais adiante, comparecem quatro séries de arranjos-padrões, que correspondem a quatro faixas de variação de dimensões principais.

São arranjos esquemáticos com desenhos simplificados de perfis e conveses que mostram somente informações essenciais e estritamente necessárias.

As áreas rentáveis (passageiros e cargas) não se prendem a uma solução específica, permitindo várias alternativas de ocupação (redes, poltronas, camarotes ou suítes), inclusive ocupação variada de todas alternativa na mesma embarcação.

Devido aos fatores de ordem operacional, necessitando por isso

estarem adequadamente posicionados na embarcação, alguns compartimentos apresentam posições relativas claramente fixadas no arranjo.

Page 18: Projeto de embarcações

18

As áreas destinadas aos passageiros necessitam ser

convenientemente dimensionadas para proporcionar nível de conforto acima

dos limites críticos.

As relações de demanda equipamentos/passageiros (por exemplo,

proporção vaso sanitário/número de passageiros) também devem seguir

critérios apropriados.

Para o auxílio do usuário deste manual, junto a cada série de arranjos

padrões, são apresentados índices e parâmetros de arranjo, que fornecem

critérios para dimensionamento de acomodações e equipamentos.

Page 19: Projeto de embarcações

19

DETERMINAÇÃO DO DESLOCAMENTO

O conceito deslocamento que será

melhor esclarecido no módulo II,

capítulo “pesos e centros’, embora

esteja referindo ao peso do volume de

líquido deslocado pelo casco da

embarcação, está mais comumente

associado à idéia de peso da

embarcação, devido a relação de

equivalência entre ambos os pesos.

(obs: somente para água doce).

O deslocamento () da embarcação é determinado a partir dos parâmetros

iniciais definidos pelo armador (requisito capacidades do módulo I). O seu valor

poderá ser obtido com auxílio do gráfico CDWT-DWT que fornece o valor CDWT

(coeficiente de deadweight) em função do DWTC (deadweight de carga).

Porém, antes de entrar no gráfico, é preciso

determinar o coeficiente C* que relaciona quantidade

de carga QC e peso do número total de passageiros

(Npassx q), de acordo com a expressão ao lado

O gráfico apresente várias curvas C*: -entrando com o valor DWTC

(passageiros + cargas) que é conhecido preliminarmente através do requisito –

capacidades – do armador, obtem-se sobre a curva C* correspondente, o valor CDWT

que, conforme vimos, é definido pela expressão:

Destacando o valor da expressão acima, obtemos:

O deslocamento () constitui o primeiro passo da estima de características da

embarcação. Conforme se verá na seqüência deste manual. Será a partir do seu valor

que se estimará comprimento, boca, calado, pontal, borda livre, e outras

características.

A forma de aplicação do gráfico será melhor fixada no exemplo prático com

valores numéricos que será proposto adiante.

C* = Qc .

NPASS x q

CDWT = DEADWEIGHT DE CARGA = DDWT .

DESLOCAMENTO ∆

DESLOCAMENTO = = DWTC

CDWT

Valor conhecido (requisitos do armador)

Obtido no gráfico a partir do DWTc e o C* correspondente

Page 20: Projeto de embarcações

20

GRÁFICO

CDWT-DWTC

Gráfico 1

Page 21: Projeto de embarcações

21

Neste caso, temos os seguintes valores

Npass = 200 (número de passageiros)

QC = 70 TON (quantidade de carga)

1 – Peso Total de Passageiros (Qpass)

Considerando peso por passageiros

incluindo seus pertences

qpass = 100Kg = 100 TON 1000

O peso total será:

Qpass = Npass x qpass = 200 x 100 = 20 TON 1000

2 – Deadweight de Carga (DWTC)

DWT = QC + Qpass = 70 + 20 = 90 TON

3 – Cálculo de C*

C* = Qc = 70 = 0.78

DWTc 90

Entrando no gráfico DWTC-CDWTc

com os valores acima calculados

DWTC = 90 TON C* = 0.78

Obtém-se: CDWTc = 0.361

O deslocamento ∆ será obtido pela expressão

∆ = DWTc = 90 = 249 TON CDWTc 0.361

Portanto a embarcação de 200 passageiros e 70 toneladas de carga

apresenta 249 toneladas de deslocamento.

Tomando este valor de deslocamento, apresentaremos na seqüência

deste manual, outros exemplos práticos de aplicação dos gráficos.

0,361

90 TON

C* = 0,78

Page 22: Projeto de embarcações

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DIMENSÕES PRINCIPAIS

As dimensões principais da embarcação podem ser definidas a partir do

conhecimento prévio dos requisitos do armador.

A aplicação destes requisitos nos gráficos, a seguir apresentados,

permitem estimar dimensões principais, definindo características ideais da

embarcação.

São gráficos, cujas curvas de

variação representam comparações entre

embarcações de vários tipos e portes;

permitem extrair relações e tendências

entre variáveis de projeto.

Constituem peças fundamentais

deste manual: - resultam da extensa

pesquisa de embarcações semelhantes e

processados com rigor e critério para

fornecer, na sua utilização, dados

consistentes e confiáveis.

x . y – VARIÁVEIS DE PROJETO

∆ - EMBARCAÇÃO TIPO A

□ - EMBARCAÇÃO TIBO B

○ - EMBARCAÇÃO TIPO C

Deslocamento (∆)

Calado e Distância

Vs – Velocidade de Serviço

DWTc – Deadweight de carga e passageiros CAPACIDADES

VELOCIDADE

ROTA Restrições da Rota

Gráfico CDWT - DWTc

Page 23: Projeto de embarcações

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A seqüência abaixo de aplicação dos gráficos esclarece como se

chega às dimensões principais da embarcação. (nota: os gráficos estão

representados de forma esquemática).

SEQÜÊNCIA VALOR

CONHECIDO GRÁFICO A UTILIZAR DIMENSÃO OBTIDA

1

Deslocamento (∆)

Obtido no gráfico

CDWT-DWTC, a partir dos requisitos do

armador (requisito – capacidades)

Comprimento x Deslocamento

LWL – comprimento na linha d’água

2

Comprimento na linha d’água

LWL – obtido na seqüência 1

Boca x Comprimento

BWL – boca na linha d’água

3

Boca na linha d’água

BWL – obtida na seqüência 2

Boca x Calado

H – calado – Verificar restrições de rota

4

Comprimento na linha d’água

LWL- obtido na seqüência 1

Comprimento x Borda Livre

F – altura da borda livre

A partir do F, obtêm-se pontal (D) D = H + F

Page 24: Projeto de embarcações

24

Gráfico 2 Deslocamento x Comprimento

SENDO DE 249 TON O DESLOCAMENTO, COMO VIVOS, DE UMA EMBARCAÇÃO DE 200 PASSAGEIROS E 70 TON DE CARGA, QUAIS SERÃO SUAS DIMENSÕES PRINCIPAIS?

Retomando o exemplo anteriormente considerado Npass = 200 (número de passageiros) QC = 70 ton (quantidade de carga)

Obteve-se, através do gráfico CDWT x DWTC, (ver página 17), o valor do deslocamento

∆=249 ton

ENTRANDO COM O VALOR ∆ = 249 TON

NO GRÁFICO ∆ X LWL OBTEM-SE O

COMPRIMENTO LWL= 33.4M

Page 25: Projeto de embarcações

25

MINHA ROTA DE NAVEGAÇÃO

APRESENTA CALADO RESTRITO A 1.60M EM ALGUNS TRECHOS...

É PRECISO VER O CALADO DA

EMBARCAÇÃO.

É... ALÉM DISSO,

TEMOS QUE VERIFICAR TAMBÉM O

COEFICIENTE DE BLOCO

Conforme foi visto em

“requisitos do armador”, calado é

um dos requisitos previamente

conhecidos que precisam ser

atendidos no projeto.

O pontal e a borda livre

estão relacionados com o calado. O

perfil da embarcação depende da

definição dessas dimensões.

A determinação do calado

permite, por outro lado, verificar o

coeficiente de bloco (CB) da

embarcação.

CB – relação entre volume deslocado pela carena e o volume L x B x H (comprimento vezes boca vezes calado).

– volume deslocado pela carena LWL – comprimento na linha d’água BWL – boca na linha d’água H – calado

Na pesquisa de semelhantes, todas embarcações

pesquisadas apresentaram CB entre 0.43 e 0.64, valores que

são justificados pelos fundamentos teóricos de projeto. Por

não ser escopo deste manual examinar aspectos teóricos,

limitaremos a indicar, apenas, sua faixa de variação:

CB maior ou igual a 0.43 e menor ou igual a 0.64 0.43CB0.64

CB = . LWL X BWL X H

Page 26: Projeto de embarcações

26

GRÁFICO 4

BOCA X CALADO

EXEMPLO

NA EMBARCAÇÃO DE 200 PASSGEIROS E 70 TON DE CARGA

DETERMINOU-SE

∆ - 249 TON (DESLOCAMENTO)

LWL – 33.4 M (COMPRIMENTO NA LINHA D’ÁGUA)

BWL – 7.7 M (BOCA NA LINHA D’ÁGUA)

APLICANDO BWL= 7.7 M NO GRÁFICO, OBTEM-SE:

VALOR ACIMA DA RESTRIÇÃO IMPOSTA PELA ROTA (VER REQUISITOS DO ARMADOR). DEVERÁ SER ADOTADO H=1.60, QUE É O CALADO PERMITIDO NA ROTA.

Page 27: Projeto de embarcações

27

VERIFICAÇÃO DO COEFICIENTE DE BLOCO

Sendo peso específico da água doce igual a 1 ton/m3, tem-se para

deslocamento de 249 toneladas, volume correspondente de 249 m3 (volume

deslocado pela carena).

= 249 ton = 249 m3

Pela definição do coeficiente de bloco (CB), tem-se:

Este valor satisfaz à condição:

Ou seja, localiza-se na região de maior concentração de navios

semelhantes do gráfico 5 – comprimento x CB.

Se não ocorresse condição acima, seria recomendável que os valores

L-B-H fossem reavaliados, apesar de, em princípio, estarem certos.

Os valores acima, obtidos no exemplo, permitem a seguinte configuração de bloco.

VOLUME DO BLOCO

V = LxBxH = 33.4x7.7x1.60 = 411.5 m3

Obs – no mar, sendo o peso específico da água salgada=1,025 ton/m

3, o

volume seria /1,025=243m3

CB=/L.B.H=249/411,49=0,605

0.43 CB 0.64

Page 28: Projeto de embarcações

28

GRÁFICO 5

Page 29: Projeto de embarcações

29

Uma vez definido o calado (H) da embarcação e verificado o seu coeficiente de bloco (CB), resta determinar a última dimensão principal: - PONTAL (D) da embarcação lembrando que pontal é igual a calado mais borda livre.

D = H + F H – calado, obtido no gráfico anterior. F – borda livre, a ser determinado no gráfico abaixo. Obs – a curva

permite valores acima do limite mínimo dado pela portomarinst

GRÁFICO 6 COMPRIMENTO – BORDA LIVRE

D = H + F = 1.6 + 0.78 = 2.38m Portanto, o pontal da embarcação será da ordem de 2.38 metros.

Page 30: Projeto de embarcações

30

ARRANJO GERAL Arranjos padrões

DEVEMOS CONSULTAR SÉRIES DE EMBARCAÇÕES PADRÕES DESTE

MANUAL.

JÁ TEMOS DIMENSÕES

PRINCIPAIS DA EMBARCAÇÃO...

COMO CHEGAR AO ARRANJO?

AS DIMENSÕES DA NOSSA

EMBARCAÇÃO DEVERÃO ESTAR

DENTRO DA FAIXA DE VARIAÇÃO DE UMA DAS SÉRIES.

LWL = 33.4m

BWL = 7.7m

H = 1.60m

D = 2.30m

Page 31: Projeto de embarcações

31

ARRANJOS PADRÕES

Os arranjos padrões, apresentados a seguir, foram desenvolvidos

adequando-se os fatores ambientais como as características das vias e portos,

clima e costumes regionais, com os requisitos de operacionalidade, segurança,

conforto e máximo aproveitamento dos valores internos.

Assim, como já mencionado antes, as áreas rentáveis (cargas e

passageiros) não se prendem a uma solução específica, permitindo-se diversas

alternativas de arranjo e ocupação.

Porém, para atender aos fatores de ordem operacional e segurança,

alguns espaços como porões de carga e praça de máquinas tiveram suas

posições pré-fixadas, bem como algumas dimensões como os comprimentos

de conveses superiores e alturas da superestrutura e teto de duplo fundo

tiveram faixas de valores máximo e mínimos fixados.

Dessa forma, ficou estabelecida, implicitamente para cada série

desenvolvida, regiões onde se permitirão a instalação de tanques de água

doce, combustível e lastro.

Vale ressalta que considerou-se no desenvolvimento das séries de

embarcações padrões os fatores de ordem operacional como instalação de

caixas d’água em tetos dos conveses superiores e tanques de combustível de

uso diário acima do convés principal, pois tratam-se de requisitos comuns de

operação, mas que podem afetar seriamente a estabilidade da embarcação.

Considerou-se que o total do volume de água em caixas d’água não deve ser

maior que 10% do volume total máximo de água armazenado e o total do

volume de combustível em tanques de uso diário não deve ser maior que 15%

do volume total máximo do óleo combustível armazenado.

Page 32: Projeto de embarcações

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FAIXA DE VARIAÇÃO

(m) MAIOR OU IGUAL A

MENOR QUE

LWL 15,00 25,00

BWL 4,60 6,90

D 1,60 2,10

H 1,10 1,60

SIMBOLOGIA

Rd REDES

Sn SANITÁRIOS

Ch CHUVEIROS

Cz COZINHA

Cd COMANDO

Tp TRIPULAÇÃO

PM PRAÇA DE MAQ.

Pcg PORÃO DE CARGAS

Cg CARGA

EMBARCAÇÃO PADRÃO PARA TRANSPORTE REGIONAL MISTO

DE PASSAGEIROS E CARGA

SÉRIE I

Page 33: Projeto de embarcações

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EMBARCAÇÃO PADRÃO PARA

TRANSPORTE REGIONAL MISTO

DE PASSAGEIROS E CARGAS

SÉRIE I

OUTROS PARÂMETROS

CARACTERÍSTICAS FAIXAS DE VARIAÇÃO

Maior ou igual a

Menor que

Boca Moldada (B) 5,00 7,50

Relação comprimento-boca (LWL/BWL) 3,26 3,62

Relação boca-calado (BWL/H) 4,18 4,31

Relação pontal-calado (D/H) 1,31 1,45

Distância popa-praça de máquinas (LPK) 3,00 6,00

Comprimento da praça de máquinas (LPM) 3,00 5,00

Comprimento do porão de carga (LPCG) 3,95 8,50

Comprimento acomodações da tripulação (LTP) 2,45 3,00

Comprimento do convés principal (LCVP) 10,00 18,00

Comprimento do convés superior (LCVS) - -

Comprimento do convés de cobertura (LCVC) - -

Comprimento do convés do passadiço (LCPS) - -

Altura da superestrutura (A) 3,30 3,60

Pé direito (h) 2,20 2,40

Altura do fundo duplo (ADF) - -

Ângulo de caimento lateral () 2,5º 3,0º

Altura máxima de carga no convés princpal (HCG) - 2,00

ÍNDICES DE OCUPAÇÃO Redes (NPRD) 1,20 pass/m2

Cadeiras (NPCD) 2,00 pass/m2

Poltronas (NPPT) 1,54 pass/m2

Camarotes (NPCM) 0,80 pass/m2

Bacia sanitária e lavatório (NPS) 1 para cada 25 passageiros

Chuveiro (NPC) 1 para cada 30 passageiros

Área mínima p/ bacia sanitária (ABC) 0,90 x 0,60 = 0,54 m2

Área mínima p/ chuveiro (ACH) 0,80 x 0,60 = 0,48 m2

Área mínima p/ camarotes (ACM) 1,90 x 1,30 = 2,47 m2

VOLUMES ÁREAS Disponível no porão: 1 – Carga: ACG= VCVP/ HCG VPCG=0,9 x LPCG x B xD 2 – San./Chuv.: ASC=( ABC/NPC + ACH/ NPC) x NPASS

Total de carga: 3 – Diversos: ADV=0,0076 x NPASS(4 + 5 + 6)

VTCG=QC x FE 4 – Convés principal:ACVP=0,95 x B x LCVP

Carga no convés: 5 – Convés superior: -

VCVP= VTCG- VPCG 6 – Convés Cobertura:-

7 – Passageiros:APASS= (4 – 3 – 2 - 1)

OBSERVAÇÕES 1 – O convés principal poderá acomodar passageiros em redes e/ou carga. 2 – Quantidade de motores: 1 ou 2

Page 34: Projeto de embarcações

34

FAIXA DE VARIAÇÃO

(m) MAIOR OU IGUAL A

MENOR QUE

LWL 25,00 45,00

BWL 6,90 10,30

D 2,10 3,80

H 1,60 2,90

SIMBOLOGIA

Rd REDES

Po POLTRONA

Cm CAMAROTE

Sn SANITÁRIOS

Cz COZINHA

Cd COMANDO

Tp TRIPULAÇÃO

PM PRAÇA DE MAQ.

Pcg PORÃO DE CARGAS

Cg CARGA

EMBARCAÇÃO PADRÃO PARA TRANSPORTE REGIONAL MISTO

DE PASSAGEIROS E CARGA

SÉRIE II

Page 35: Projeto de embarcações

35

EMBARCAÇÃO PADRÃO PARA

TRANSPORTE REGIONAL MISTO

DE PASSAGEIROS E CARGAS

SÉRIE II

OUTROS PARÂMETROS

CARACTERÍSTICAS Faixas de Variação

Maior ou igual a

Menor que

Boca Moldada (B) 7,50 11,20

Relação comprimento-boca (LWL/BWL) 3,62 4,37

Relação boca-calado (BWL/H) 3,55 4,31

Relação pontal-calado (D/H) 1,23 1,31

Distância popa-praça de máquinas (LPK) 6,00 10,00

Comprimento da praça de máquinas (LPM) 5,00 8,50

Comprimento do porão de carga (LPCG) 8,50 18,50

Comprimento acomodações da tripulação (LTP) 3,00 3,50

Comprimento do convés principal (LCVP) 18,00 37,00

Comprimento do convés superior (LCVS) 17,50 39,50

Comprimento do convés de cobertura (LCVC) - -

Comprimento do convés do passadiço (LCPS) - -

Altura da superestrutura (A) 5,50 6,00

Pé direito (h) 2,20 2,40

Altura do fundo duplo (ADF) 0,40 0,60

Ângulo de caimento lateral () 2,0º 2,5º

Altura máxima de carga no convés princpal (HCG) - 2,00

ÍNDICES DE OCUPAÇÃO Redes (NPRD) 1,20 pass/m2

Cadeiras (NPCD) 2,00 pass/m2

Poltronas (NPPT) 1,54 pass/m2

Camarotes (NPCM) 0,80 pass/m2

Bacia sanitária e lavatório (NPS) 1 para cada 25 passageiros

Chuveiro (NPC) 1 para cada 30 passageiros

Área mínima p/ bacia sanitária (ABC) 0,90 x 0,60 = 0,54 m2

Área mínima p/ chuveiro (ACH) 0,80 x 0,60 = 0,48 m2

Área mínima p/ camarotes (ACM) 1,90 x 1,30 = 2,47 m2

VOLUMES ÁREAS Disponível no porão: 1 – Carga: ACG= VCVP/ HCG

VPCG=0,8 x LPCG x B xD 2 – San./Chuv.: ASC=( ABC/NPC + ACH/ NPC) x NPASS

Total de carga: 3 – Diversos: ADV=0,002 x NPASS(4 + 5 + 6)

VTCG=QC x FE 4 – Convés principal:ACVP=0,98 x B x LCVP

Carga no convés: 5 – Convés superior: ACVS=0,93 x B x LCVS

VCVP= VTCG- VPCG 6 – Convés Cobertura:-

7 – Passageiros:APASS= (5 - 4 – 3 – 2 - 1)

OBSERVAÇÕES 1 – O convés principal poderá acomodar passageiros em redes e/ou carga. 2 – Quantidade de motores: 2

Page 36: Projeto de embarcações

36

FAIXA DE VARIAÇÃO

(m) MAIOR OU IGUAL A

MENOR QUE

LWL 45,00 65,00

BWL 10,30 13,50

D 3,80 4,60

H 2,90 3,60

SIMBOLOGIA

Rd REDES

Po POLTRONA

Cm CAMAROTE

Sn SANITÁRIOS

Cz COZINHA

Br BAR REFEITÓRIO

Cd COMANDO

Tp TRIPULAÇÃO

PM PRAÇA DE MAQ.

Pcg PORÃO DE CARGAS

Cg CARGA

EMBARCAÇÃO PADRÃO PARA TRANSPORTE REGIONAL MISTO

DE PASSAGEIROS E CARGA

SÉRIE III

Page 37: Projeto de embarcações

37

EMBARCAÇÃO PADRÃO PARA

TRANSPORTE REGIONAL MISTO

DE PASSAGEIROS E CARGAS

SÉRIE III

OUTROS PARÂMETROS

CARACTERÍSTICAS Faixas de Variação Maior ou igual a

Menor que

Boca Moldada (B) 11,20 13,70

Relação comprimento-boca (LWL/BWL) 4,37 5,16

Relação boca-calado (BWL/H) 3,55 3,75

Relação pontal-calado (D/H) 1,31 1,34

Distância popa-praça de máquinas (LPK) 10,00 13,00

Comprimento da praça de máquinas (LPM) 8,50 11,00

Comprimento do porão de carga (LPCG) 18,50 30,00

Comprimento acomodações da tripulação (LTP) 3,50 4,00

Comprimento do convés principal (LCVP) 37,00 53,00

Comprimento do convés superior (LCVS) 39,50 57,00

Comprimento do convés de cobertura (LCVC) 14,50 22,00

Comprimento do convés do passadiço (LCPS) - -

Altura da superestrutura (A) 7,70 8,40

Pé direito (h) 2,20 2,40

Altura do fundo duplo (ADF) 0,60 0,80

Ângulo de caimento lateral () 1,5º 2,0º

Altura máxima de carga no convés principal (HCG) - 2,00

ÍNDICES DE OCUPAÇÃO

Redes (NPRD) 1,20 pass/m2

Cadeiras (NPCD) 2,00 pass/m2

Poltronas (NPPT) 1,54 pass/m2

Camarotes (NPCM) 0,80 pass/m2

Bacia sanitária e lavatório (NPS) 1 para cada 25 passageiros

Chuveiro (NPC) 1 para cada 30 passageiros

Área mínima p/ bacia sanitária (ABC) 0,90 x 0,60 = 0,54 m2

Área mínima p/ chuveiro (ACH) 0,80 x 0,60 = 0,48 m2

Área mínima p/ camarotes (ACM) 1,90 x 1,30 = 2,47 m2

VOLUMES ÁREAS

Disponível no porão: 1 – Carga: ACG= VCVP/ HCG

VPCG=0,79 x LPCG x B xD 2 – San./Chuv.: ASC=( ABC/NPC + ACH/ NPC) x NPASS

Total de carga: 3 – Diversos: ADV=0,006 x NPASS(4 + 5 + 6)

VTCG=QC x FE 4 – Convés principal:ACVP=0,92 x B x LCVP

Carga no convés: 5 – Convés superior: ACVS=0,94 x B x LCVS

VCVP= VTCG- VPCG 6 – Convés Cobertura: ACVC=0,57 x B x LCVC

7 – Passageiros:APASS= (6 - 5 - 4 – 3 – 2 - 1)

OBSERVAÇÕES

1 – O convés principal poderá acomodar passageiros em redes e/ou carga. 2 – Quantidade de motores: 2 ou 3

Page 38: Projeto de embarcações

38

FAIXA DE VARIAÇÃO

(m) MAIOR OU IGUAL

A

LWL 65,00

BWL 13,50

D 4,60

H 3,60

SIMBOLOGIA

Rd REDES

Po POLTRONA

Cm CAMAROTE

Rf REFEITÓRIO

Br BAR REFEITÓRIO

Ep ESTAR PASSAG.

Et ESTAR TRIP.

Sn SANITÁRIOS

Cz COZINHA

Cd COMANDO

Tp TRIPULAÇÃO

PM PRAÇA DE MAQ.

Pcg PORÃO DE CARG.

Pfg PORÃO FRIGORÍF.

GV GUARDA VOLUME

Cg CARGA

EMBARCAÇÃO PADRÃO PARA TRANSPORTE REGIONAL MISTO

DE PASSAGEIROS E CARGA

SÉRIE IV

Page 39: Projeto de embarcações

39

EMBARCAÇÃO PADRÃO PARA

TRANSPORTE REGIONAL MISTO

DE PASSAGEIROS E CARGAS

SÉRIE III

OUTROS PARÂMETROS

CARACTERÍSTICAS Faixas de Variação

Maior ou igual a

Menor que

Boca Moldada (B) 14,60 -

Relação comprimento-boca (LWL/BWL) 4,81 -

Relação boca-calado (BWL/H) 3,75 -

Relação pontal-calado (D/H) 1,27 -

Distância popa-praça de máquinas (LPK) 9,50 -

Comprimento da praça de máquinas (LPM) 11,00 -

Comprimento do porão de carga (LPCG) 27,00 -

Comprimento acomodações da tripulação (LTP) 5,50 -

Comprimento do convés principal (LCVP) 50,50 -

Comprimento do convés superior (LCVS) 50,00 -

Comprimento do convés de cobertura (LCVC) 49,50 -

Comprimento do convés do passadiço (LCPS) - 4,00

Altura da superestrutura (A) 8,80 9,60

Pé direito (h) 2,20 2,40

Altura do fundo duplo (ADF) 0,70 1,15

Ângulo de caimento lateral () 1,5º 2,0º

Altura máxima de carga no convés principal (HCG) - 2,00

ÍNDICES DE OCUPAÇÃO

Redes (NPRD) 1,20 pass/m2

Cadeiras (NPCD) 2,00 pass/m2

Poltronas (NPPT) 1,54 pass/m2

Camarotes (NPCM) 0,80 pass/m2

Bacia sanitária e lavatório (NPS) 1 para cada 25 passageiros

Chuveiro (NPC) 1 para cada 30 passageiros

Área mínima p/ bacia sanitária (ABC) 0,90 x 0,60 = 0,54 m2

Área mínima p/ chuveiro (ACH) 0,80 x 0,60 = 0,48 m2

Área mínima p/ camarotes (ACM) 1,90 x 1,30 = 2,47 m2

VOLUMES ÁREAS

Disponível no porão: 1 – Carga: ACG= VCVP/ HCG

VPCG=0,72 x LPCG x B xD 2 – San./Chuv.: ASC=( ABC/NPC + ACH/ NPC) x NPASS

Total de carga: 3 – Diversos: ADV=0,0005 x NPASS(4 + 5 + 6)

VTCG=QC x FE 4 – Convés principal:ACVP=0,98 x B x LCVP

Carga no convés: 5 – Convés superior: ACVS=0,98 x B x LCVS

VCVP= VTCG- VPCG 6 – Convés Cobertura: ACVC=0,98 x B x LCVC

7 – Passageiros:APASS= (6 - 5 - 4 – 3 – 2 - 1)

OBSERVAÇÕES

1 – O convés principal poderá acomodar passageiros em redes e/ou carga. 2 – Quantidade de motores: 2 ou 3

Page 40: Projeto de embarcações

40

Agora que vimos as séries de arranjos padrões, estamos aptos a definir o arranjo da nossa embarcação.

Observe que, das séries vistas, a série 2 apresenta faixa de variação que compreende as dimensões da nossa embarcação.

Portanto FICA DELINEADO o arranjo de uma embarcação de 200 passageiros e 70 ton. de carga.

SÉRIE I SÉRIE II SÉRIE III

SÉRIE IV

25-45 6.9-10.3 1.6-2.9

VARIAÇÃO SÉRIES

BWL LWL H

LWL = 33,4

BWL = 7,7

H = 1,6

D = ,38

Page 41: Projeto de embarcações

41

Vd = Va Vd – Volume deslocado pelo casco Va – Volume d’água deslocada

– peso da água deslocada

O PESO DA EMBARCAÇÃO É IGUAL AO PESO DO VOLUME DA ÁGUA QUE ELE DESLOCA.

Esse fenômeno é conhecido na hidrostática como lei de Arquimedes. (Efeitos da pressão de um meio líquido sobre um corpo).

= PESO DA

EMBARCAÇÃO

- Pode ser obtido no gráfico CDWT-DWT conhecendo-se previamente as capacidades (requisitos do armador).

O peso total da embarcação tem, por sua vez, dois componentes básicos de pesos:

TPB - Tonelagem de porte bruto. É a

soma dos deadweight (porte bruto) de passageiros e cargas e de operação.

TPB = DWTC-DWTOP

Leve - Deslocamento l eve. Peso da embarcação excluindo TPB

PesoEMB = TPB + Leve

Tanto DWTC como DWTOP podem ser estabelecidos a partir dos requisitos do armador (capacidades, rota, velocidade)

Deadweight de carga (DWT de passageiros + cargas – depende do requisito “capacidades” (ver módulo I – requisitos do armador).

Deadweight de operação (DWTOP) Tripulação e pertences – depende das normas da capitania de portos e dos requisitos do armador. Óleo combustível – depende da potência total a bordo (MCPs e MCA) e tempo de viagem sem reabastecimento). Água doce e víveres – depende das pessoas a bordo e tempo de viagem sem reabastecimento.

Page 42: Projeto de embarcações

42

Deslocamento Leve (leve) ou peso leve da embarcação é constituído por um conjunto de pesos definidos nos seguintes: PESTR – peso de aço estrutural:

corresponde ao peso de todos os

elementos estruturais da

embarcação, incluindo:

chapeamento, perfis, borboletas,

borda falsa, superestrutura,

anteparas estruturais e não

estruturais, portas de visita,

tampas de escotilha, etc.

PPROP – o peso da máquina principal inclui

o peso da própria máquina mais

redutor, linha de eixo e mancais,

hélice, sistemas periféricos

(refrigeração, escape, suprimento

de óleo combustível, etc.)

PAUX – peso dos auxiliares: inclui todos os

pesos de sistemas auxiliares, tais

como: máquina do leme, eixos e

mancais, rede elétrica (geração e

distribuição), rede hidráulica,

aparelhos de comando e

supervisão.

PACES – peso dos acessórios: inclui o peso

de acessórios de casco quando

houver, tais como: cabeços,

buzinas, pau de carga, guincho,

guindaste, cabrestante, âncoras,

etc.

PACAB – o acabamento inclui revestimento e

pisos de conveses, laterais e

transversais do casco e

superestruturas, anteparas

divisórias, caixilhos, vidros, portas,

mobiliário, aparelhos de som, de

cozinha, etc...

Page 43: Projeto de embarcações

43

Portanto deslocamento leve constitui a soma desses pesos

Os pesos são obtidos a partir das dimensões já conhecidas do casco (LWL BWLD).

Aplicando o valor (LWL BWLD/100) no gráfico acima representado, obtêm-se coeficiente de peso (CPESO) para cada item de peso do ∆leve. (exceção: PPROP, que é estimado a partir da potência total de propulsão (BHP), que, por sua vez, depende da velocidade requerida pelo armador.)

Voltando ao conceito deslocamento igual ao peso da embarcação, examinado de início, temos:

∆ = Peso da Embarcação = TPB + ∆Leve Donde resulta,

a (considerando margem = 0)

Destes, DWTOP e PPROP são únicos valores ainda não conhecidos isolando-os na expressão a, tem-se:

b O resultado da expressão b deve ser compatível com os objetivos do armador

(requisitos velocidade, capacidade e distância).

PPROP – Depende da instalação propulsora (BHP) que é estimada a partir da velocidade requerida pelo armador. No módulo III – propulsão, PPROP poderá ser determinado a partir de dois gráficos: Velocidade – potência total de propulsão (BHP) IHP – peso da instalação propulsora (PPROP) O armador em geral possui o conhecimento prévio destes valores que poderão se confirmados no módulo III.

Leve = (PESTR + PPROP + PAUX + PACESS + PACAB) x (1 + margem)

Depende do grau de refinamento do projeto

Peso = CPESO x LBD/100

....E COMO SÃO DETERMINADO

S ESSES PESOS?

DEPENDEM DA GEOMETRIA DO CASCO

(LBD)

OBTIDO NO GRÁFICO

VALOR JÁ CONHECID

O

PESTR = CESTR x LBD/100

PAUX = CAUX x LBD/100

PACESS = CACESS x LBD/100

PACAB = CACAB x LBD/100

∆= DWTC + DWTOP + PESTR + PPROP + PAUX + PACESS + PACAB

DWTOP + PPROP = ∆ - DWTC – (PESTR + PAUX + PACESS + PACAB)

Page 44: Projeto de embarcações

44

DWTOP – é também de conhecimento prévio do armador. Na expressão b,

conhecendo-se PPROP, pode-se obter DWTOP através de simples cálculo de somar e subtrair. O seu valor, entretanto, nem sempre coincide com o valor estimado pelo armador em função dos dados próprios e das exigências da capitania de portos (número de tripulantes). Se DWTOP obtido for expressivamente menor que DWTOP estimado pelo armador, haverá necessidade de reavaliação dos dados obtidos. Nesse caso, as alternativas possíveis seriam:

1) Diminuir tempo de viagem sem reabastecimento – aumentar paradas para reabastecer. Resultado = menor peso (autonomia) de combustível, água doce, víveres, etc.

2) Diminuir carga e passageiros. Resultado: deslocamento menor e consumo menor de combustível, água doce, víveres, etc...

3) Diminuir alguns itens de peso do ∆leve (acabamento, auxiliares, etc) 4) Modificar características do navio (L, B, H e CB), parcialmente ou no

conjunto.

Quadro resumo dos pesos Serão apresentados a seguir, gráficos que determinam itens de peso

de ∆Leve e os exemplos práticos.

Page 45: Projeto de embarcações

45

Page 46: Projeto de embarcações

46

Page 47: Projeto de embarcações

47

Preciso de uma

embarcação para

200 passageiros e

70 ton de carga

Retomando o exemplo prático, da aplicação de série anterior de gráficos, foram obtidos: ∆= 249 ton (DWTC = 90 ton) LWL=33.4m BWL=7.7m D=2.38m 1 – Cálculo do LBD/100 LBD/100 = 33.4 x 7.7 x 2.30/100 = 6.121 2 – Gráfico CESTR x LBD/100 CESTR= PESTR/LBD/100 – 15,28 Portanto: PESTR= CESTR x LBD/100 = 15,28 x 6.121 = 93.53 ton 3 – Gráfico CACESS x LBD/100 CACESS=0.89 - PACESS=5.45 ton 4 – Gráfico CAUX x LBD/100 CAUX=1.22 - CAUX=7.47 ton 5 – Gráfico CACAB x LBD/100 CACAB=1.847 - PACAB=11.31 ton 6 – Cálculo DWTOP + PPROP

DWTOP + PPROP = ∆ - DWTC – (PESTR + PAUX + PACESS + PACAB) ∆ = 249 ton DWTC=90 ton PESTR + PAUX + PACESS + PACAB = = 93.53+7.47+5.45+11.31=117.76 DWTOP + PPROP = 249 – 90 - 117.76 = 41.24 Como, no modulo III poderemos determinar PPROP, o último valor a ser obtido será DWTOP requerido pelo armador.

Page 48: Projeto de embarcações

48

III – PROPULSÃO

Neste módulo de projeto são

estimados:

Potência total da propulsão (BHP) em

função da velocidade

Peso da instalação propulsora (PPROP)

em função do IHP.

PRELIMINARES O requisito – velocidade – é estabelecido pelo armador, levando-se em

conta o tempo máximo desejável para se cobrir uma determinada distância, conforme já explicitado no módulo I.

A estima da potência necessária de motor para que uma embarcação navegue numa dada velocidade requerida é uma tarefa complexa devido ao envolvimento de diversos parâmetros, nem sempre de obtenção fácil.

Uma das formas de se estimar precisamente a potência de propulsão é através de

Page 49: Projeto de embarcações

49

ensaio de modelo reduzido no tanque de provas.

Tal procedimento porém, demanda um certo tempo e custo, somente justificáveis numa etapa mais avançada de projeto do navio.

Nesta fase preliminar de projeto, quando se procura rapidamente determinar as características gerais da embarcação, a potência de motores de propulsão deve ser obtida de maneira simples, com poucos cálculos e razoável precisão. Com esse objetivo este módulo III – propulsão – utiliza dados de potência de propulsão de embarcações semelhantes extraídos de ensaios de modelos no tanque de provas e o trabalho de HOLTROP – “An approximate power prediction method”.

O produto dessas análises matemáticas é constituídos pelos gráficos xxxxxxxxxxxxxxx e as formulações adjuntas envolvendo parâmetros conhecidos:

CB – coeficiente de bloco (CB=/LBH)

C - coeficiente volumétrico (C=xxxxx)

- fator de correção de CB (=(CB-0.4)/0.3) CTL - Coeficiente de Telfer (resistência ao avanço)

(CTL=CT0 x (1 + x CT1)

- deslocamento máximo de projeto (em toneladas) L – comprimento na linha d’água (em metros) BHP – potência total de serviço (em CV) 173.18 – fator de transformação de unidade de potência.

Um fator relevante a salientar é que a potência de propulsão e a velocidade não crescem à mesma proporção, sendo maior o crescimento da potência. Isto será melhor compreendido no exemplo prático apresentado adiante.

Page 50: Projeto de embarcações

50

Gráfico 11

Gráfico 12 Cálculo do BHP:

(CTL=CT0 x (1 + x CT1) onde =(CB-0.4)/0.3 Obs: LP=L/0.3048

BHP= CTL . A . V3/173.18 . L

- deslocamento em: t V- velocidade de service em: nós

L – comprimento na linha d’água em:m

Page 51: Projeto de embarcações

51

GRÁFICO PPROP X POTÊNCIA TOTAL POTÊNCIA TOTAL – IHP(CV)

GRÁFICO 13

Page 52: Projeto de embarcações

52

ROTEIRO DE

CÁLCULO

Mas... os dois primeiros

gráficos me parecem muito

complicados....

....Decorrem das implicações teóricas

que não vem ao caso examinar neste

manual. Mas sua aplicação é

simples...

Para torná-los mais práticos.

Vamos apresentar na forma de roteiro

de cálculo.

Page 53: Projeto de embarcações

53

PLANILHA PARA ESTIMATIVA DE POTÊNCIA 1.Preencha os seguintes valores já conhecidos

1.1-Velocidade requerida pelo armador (em nós) – VS=

1.2-Comprimento do navio na linha d’água (em metros) – L=

1.3-Deslocamento(em toneladas) - =

1.4-Coeficiente de bloco – CB=

1.5-Peso específico da água - =

(ÁGUA DOCE= 1ton/m3; ÁGUA SALGADA=1.025 ton/m3)

2. Calcule volume deslocado

=/=1.3/1.5 - =

3. Calcule o valor de LP

LP=L/0.3048=1.2/0.3048 – LP=

4. Calcule o valor de V/LP

V/LP=1.1/3 - V/LP=

5. Calcule o valor do coeficiente volumétrico

C = L/ = 1.2/32 - C=

6. Calcule o valor

= (CB-0.4)/0.3 = (1.4-0.4)/0.3 - =

Page 54: Projeto de embarcações

54

7. No gráfico CT0 x V/LP tirar valor CT0 conforme os valores de V/LP 4 e C 6

Valor obtido – CT0= 5,9

8.No gráfico CT1 x V/LP tirar valor CT1 conforme os valores de V/LP 4 e C 6

Valor obtido – CT1= 1,3

Page 55: Projeto de embarcações

55

9.Calcule valor CTL

CTL= CT0(1 + CT1)= 7 (1 + 6.8) - CTL= 10.Calcule valor BHP

BHP= CTL. .V3/173.18.L = 9 . 1.3 . (1.1)3/173.18 . 1.2 – BHP= 11.Calcule valor IHP IHP=BHP x 1.2 = 10 x 1.2 – IHP=

Page 56: Projeto de embarcações

56

ACHANDO A POTÊNCIA PODEMOS ENTRAR NO TERCEIRO GRÁFICO E

OBTER PPROP DA

PROPULSÃO.

VEJAMOS COMO FICA APLICANDO ROTEIRO DE CÁLCULO AO NOSSO CASO.

DOS CÁLCULOS ANTERIORES JÁ

OBTIDOS VEMOS O VALOR DA SOMA

PPROP + DWTOP.

CONHECENDO O VALOR PPROP, É FÁCIL,

PORTANTO, OBTER O VALOR DO DEADWEIGHT

DE OPERAÇÃO DWTOP.

A VERIFICAÇÃO FINAL IMPORTANTE É A

COMPARAÇÃO ENTRE DWTOP OBTIDO NO

CÁLCULO E O VALOR ESTIMADO DE DWTOP

OBTIDO NO CÁLCULO E O VALOR ESTIMADO DE

DWTOP, EM FUNÇÃO DA CARGA, ROTA E TEMPO DE VIAGEM PREVISTO... SE A DIFERENÇA FOR

GRANDE, SERÁ NECESSÁRIA UMA

REVISÃO NOS DADOS OBTIDOS ATÉ AGORA...

TUDO ISSO VEREMOS NA ÚLTIMA PARTE DO

EXEMPLO DE APLICAÇÃO.

Page 57: Projeto de embarcações

57

PLANILHA PARA ESTIMATIVA DE POTÊNCIA

1.Preencha os seguintes valores já conhecidos

1.1-Velocidade requerida pelo armador (em nós) – VS= 10 nós (*)

(*) – armador deseja velocidade de serviço médio de 10 nós

1.2-Comprimento do navio na linha d’água (em metros) – L= 33.40m

1.3-Deslocamento(em toneladas) - =249 t

1.4-Coeficiente de bloco – CB=0.605

1.5-Peso específico da água - = 1ton/m3

(ÁGUA DOCE= 1ton/m3; ÁGUA SALGADA=1.025 ton/m3)

2. Calcule volume deslocado

=/=1.3/1.5 - = 249 m3

3. Calcule o valor de LP

LP=L/0.3048=1.2/0.3048 – LP= 109.58 pés

4. Calcule o valor de V/LP

V/LP=1.1/3 - V/LP=0.955

5. Calcule o valor do coeficiente volumétrico

C = L/ = 1.2/32 - C= 5.309

6. Calcule o valor

= (CB-0.4)/0.3 = (1.4-0.4)/0.3 - = 0.68333

Page 58: Projeto de embarcações

58

7. No gráfico CT0 x V/LP tirar valor CT0 conforme os valores de V/LP 4 e C 6

Valor obtido – CT0= 5.9

8.No gráfico CT1 x V/LP tirar valor CT1 conforme os valores de V/LP 4 e C 6

Valor obtido – CT1= 1.3

Page 59: Projeto de embarcações

59

9.Calcule valor CTL

CTL= CT0(1 + CT1)=

7 (1 + 6.8) - CTL=5.9(1+ 0.6833 x 1.3) = 11.141

10.Calcule valor BHP

BHP= CTL. .V3/173.18.L = 9 . 1.3 . (1.1)3/173.18 . 1.2 – BHP=

11.141 x 249 x 103/173.18 x 33.4 – BHP=480 cv

11.Calcule valor IHP

IHP=BHP x 1.2 = 10 x 1.2 – IHP= 480 x 1.2 = 576 cv

Page 60: Projeto de embarcações

60

VARIAÇÃO DA POTÊNCIA DE PROPULSÃO

Para demonstrar que o crescimento da potência de propulsão cresce em

proporção diferente do crescimento da velocidade, vamos calcular mais dois

valores do BHP para VS= 8 nós e VS=12 nós.

a) VS= 8 nós

V/LP=0.764 – CT0=5.15 e CT1=0.60 – CTL=7.261

BHP = 7.261 x 249 x 83/173.18 x 33.4 = 160.04 cv

b) VS= 12 nós

V/LP=0.764 – CT0=8.25 e CT1=2.15 – CTL=20.370

BHP = 20.370 x 249 x 123/173.18 x 33.4 = 1515.27 cv

Os valores acima e os obtidos no exemplo de aplicação do roteiro, permitem

levantar curva de variação VS-BHP, conforme gráfico abaixo:

Como se verifica, a variação não é linear: o aumento de potência de propulsão

(BHP) para se obter maior velocidade é impraticável acima de determinado

intervalo de variação.

Page 61: Projeto de embarcações

61

PESO DA INSTALAÇÃO PROPULSORA Entrando com o valor do IHP (576 cv) No gráfico IHP x PPROP - PPROP=7.4 t CÁLCULO DO DEADWEIGHT DE OPERAÇÃO No cálculo anterior dos pesos obtivemos: DWTOP + PPROP= 41.24 t

Portanto: DWTOP= 41.24 - PPROP = 41.24 – 7.4 – 33.84 ton

Estima do deadweight de operação a partir dos requisitos do armador

1)Vamos supor que o armador queira operar o navio numa hidrovia da cidade A

para a cidade F de do seguinte modo:

- Velocidade média de serviço: -10 nós;

- Escalas: 1 dia em B-D-E e 2 dias em C;

- Distância Cidade A – Cidade F: 1000 Milhas;

- Tempo navegando: 1000/10 = 100 horas;

- Tempo nos portos: (1 + 2 + 1 + 1) x 24 = 120 horas.

Page 62: Projeto de embarcações

62

2) Consumo de combustível

Assumindo:

- consumo de 0.19 litros/cv hora para motores diesel

- potência total dos MCA’s = 25% da potência total dos MCP’s

Consumo de combustível será:

Navegando: 100 x (480+(0.25 x 480) x 0.19/1000 = 11.4 m3 – 9.69 ton

Nos portos: 120 x 0.25 x 480 x 0.19/1000 = 2.74 m3 – 2.33 ton

Consumo total: 9.69 + 2.33 = 12.02 toneladas

3) consumo de água doce e víveres

assumindo:

- tripulação de 12 pessoas, portanto, número total de pessoas a bordo: 200 +

12 pessoas;

- consumo de água doce: 18 L/pessoa dia;

- consumo de víveres: 6 kg/pessoa dia.

Sendo 220 horas = 9.2 dias de viagem, temos:

Água doce – 18 x 212 x 9.2/1000 = 35.10 m3 – 35.10 ton

Víveres – 6 x 212 x 9.2/1000 = 11.7 ton

Tripulação – 12 x 100/1000 = 1.2 ton

4) cálculo do DWTOP necessário

DWTOP=PCOMBUSTÍVEL+PÁGUA DOCE+PVÍVERES+PTRIPULAÇÃO + PERTENCES=

=12.02 + 35.10 + 11.7 + 1.2 = 60.02 ton DWTOP=60.02

Sendo obtido a partir de cálculos de demanda, este é o valor mais próximo das

reais necessidades.

5) comparação com DWTOP obtido através da estima de pesos em geral

DWTOP NECESSÁRIO= 60.02 ton

DWTOP OBTIDO= 33.84 ton

Portanto

DWTOP OBTIDO DWTOP NECESSÁRIO

Para que os resultados sejam convergentes, é preciso escolher uma das

seguintes opções:

Page 63: Projeto de embarcações

63

a) fazer reabastecimento numa das escalas diminuindo dessa forma, o valor do

DWTOP NECESSÁRIO para valor igual ao valor do DWTOP OBTIDO.

b) alterar as características geométricas do navio e reciclar o projeto.

c) alterar os requisitos do armador, ou seja, diminuir a quantidade de carga

e/ou passageiros, ou mudar de rota.

A opção mais prática é a opção a, que será assumida para prosseguir

o estudo.

Assim sendo DWTOP 33.84 ton e fixando o peso combustível = 12.02

ton e peso tripulação= 1.2 ton, temos

Pesos água doce + víveres – 33.84 – 12.02 – 1.2 = 20.62 ton

Se assumirmos

PVÍVERES= 11.7/2 = 5.85 ton

PÁGUA DOCE= 20.62 – 5.85 = 14.77 ton

Portanto, DWTOP=12.02 + 1.2 + 5.85 + 14.77 = 33.84 ton

Page 64: Projeto de embarcações

64

IV – ESTABILIDADE INTACTA

A estabilidade intacta aplica-se às

embarcações em condições normais de

flutuabilidade. Embarcações com avaria

seguem critérios mais restritos na avaliação

de estabilidade.

Page 65: Projeto de embarcações

65

CONCEITOS

O conceito estabilidade está relacionado com a condição de

flutuabilidade da embarcação: equilíbrio sobre uma superfície líquida com

imersão parcial do seu volume (carena).

O volume da parte imersa(carena)

desloca igual volume de água, cujo

peso, conforme visto no capítulo –

pesos e centros – é equivalente ao

peso total da embarcação.

Daí, ser usual chamar de

“deslocamento” o peso da própria

embarcação.

Volume de carena () = volume da

água deslocada.

Peso do volume da água deslocada = (deslocamento) = peso da embarcação

A condição de equilíbrio sobre superfície líquida se deve a ação da força E

(empuxo) que o meio líquido (água) exerce sobre o corpo nele imerso. Tem as seguintes

características:

Intensidade – igual ao peso do volume de líquido deslocado.

Portanto igual ao peso da embarcação (PEMB=E).

Direção – vertical

Sentido – de baixo para cima

Ponto de aplicação – centro de gravidade do volume deslocado

(ponto B da carena)

As principais forças que atuam numa embarcação são, portanto, peso

da embarcação (P) e o empuxo do meio líquido (água), que, por serem de

sentidos contrários, se anulam.

Condições de equilíbrio

P=E

Pontos G e B na mesma vertical.

P e E atuando em sentidos contrários.

B:Centro de gravidade da carena

G:Centro de gravidade da embarcação

Page 66: Projeto de embarcações

66

Os pontos B e G não alinhados numa mesma vertical, significam embarcação

fora de prumo (com banda). Podendo, apesar da inclinação, estar em

equilíbrio, dentro de certos limites (condição de equilíbrio estável).

Enquanto apresentar, ao ser inclinado, metacentro (M) acima do centro de gravidade (ponto G), a embarcação possuirá estabilidade.

B – centro de gravidade da carena na posição vertical (direito). B’ – novo centro de gravidade devido a alteração do volume da carena (embarcação com banda) GZ – braço de endireitamento

Cessando a causa que inclina a embarcação (vento e/ou ondas), a tendência é de voltar à sua posição original (B e G alinhados na vertical) através da ação conjugada P-E que faz girar no sentido de endireitamento (momento de endireitamento).

O ponto M sobre a vertical K-G

é denominado METACENTRO e se caracteriza como ponto por onde devem passar as verticais pelos possíveis pontos B (B, B’, B’’, B’’’...) da carena dentro de uma faixa de

inclinação (ângulos ) que embarcação com banda pode apresentar.

São usuais seguintes denominações:

M – metacentro KB – altura do centro da carena KG – altura do centro do peso GM – altura metacêntrica BM – raio metacêntrico KM – altura do metacentro

Page 67: Projeto de embarcações

67

A embarcação pode apresentar-se, ainda, com banda, sob ação de

uma força interna provocada pela distribuição desequilibrada nos conveses ou

nas laterais.

Acontece quando:

As cargas são concentradas num dos bordos;

Ocorre içamento de carga pesada numa das laterais da embarcação;

A maioria das pessoas a bordo se desloca para o mesmo lado.

Nestes três casos e outras situações similares, o centro de gravidade

G se desloca para o lado onde tende excesso de carregamento, desalinhando-

se do centro de carena B da posição original. Em conseqüência, as forças

peso (P) e empuxo (E) formarão um conjugado de modo a forçar o navio a

inclinar-se.

B – centro de gravidade da carena. G – centro de gravidade na posição vertical (navio direito). G’ – centro de gravidade deslocado devido ao carregamento irregular (navio com banda).

A ação que faz a embarcação inclinar-se para o bordo onde se concentra o carregamento denomina-se MOMENTO DE EMBORCAMENTO. (braço de giro G’-Z). na situação crítica esse momento pode desestabilizar a embarcação. Conclui-se que a posição do centro de gravidade G depende da forma de distribuição de pesos dentro do espaço da embarcação.

Estivar cargas em conveses superiores, por exemplo, significa elevar o centro de gravidade da embarcação e, consequentemente, tornar o braço G-Z de endireitamento menor prejudicando sua estabilidade. G’Z’ menor que GZ G desloca para G’ devido ao carregamento no convés superior.

Page 68: Projeto de embarcações

68

A posição do metacentro M acima do centro de gravidade G da embarcação, como vimos, assegura sua estabilidade.

A altura GM depende da dimensão da boca e do pontal. Se a boca aumenta, aumenta o volume de carena e, conseqüentemente, GM fica mais elevado.

Daí, o aumento da boca ser uma das medidas usuais para aumentar a estabilidade da embarcação

Aumentando BWL para B’WL GM’ maior que GM GZ’ maior que GZ Maior estabilidade.

Page 69: Projeto de embarcações

69

AVALIAÇÃO DA

ESTABILIDADE

A AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE É FEITA COMPARANDO ALTURA

METACÊNTRICA REQUERIDA (GMR), OBTIDA NO GRÁFICO

DOS SEMELHANTES E ALTURA METACÊNTRICA (GM)

DA NOSSA EMBARCAÇÃO, CALCULADA A PARTIR DOS

VALORES KB, BM E KG.

Page 70: Projeto de embarcações

70

A estabilidade intacta de uma embarcação é avaliada através da curva de estabilidade que fornece braço de endireitamento x ângulo de banda.

GZ – braço de endireitamento

- ângulo de banda GM – altura metacêntrica obtida no arranjo

padrão e nos gráficos CWL x CB e CI- CWL

GMR – altura metacêntrica requerida a ser obtida no gráfico GMR x Boca

A embarcação deve satisfazer - GM GMR (a verificar) (GM maior ou igual a GM requerido)

Pela figura acima nota-se que:

KG + GM = KB + BM portanto: GM = KB + BM – KG

A estimativa da altura metacêntrica (GM) depende, conforme expressão acima, dos valores KB, BM e KG.

a)KB = H – H/3 (0.5 – CB/CWL) H – calado – conhecido

CB – coeficiente de bloco – conhecido CWL – obtido no gráfico CWL- CB

b)BM = CI(LB3/12)/

CI – obtido no gráfico CI - CWL L – comprimento – conhecido

B – boca – conhecido

- volume deslocado pela carena – conhecido

KG – dado de entrada estipulado previamente ou estimado através do módulo II – arranjo geral.

As expressões A e B derivam de um tratamento eminentemente técnico, cuja apresentação foge aos propósitos deste manual. A nível de usuário não técnico, pouco iniciado em aspectos teóricos, interessa, somente sua aplicação prática, o que veremos

adiante através de um exemplo ilustrativo. Ressaltando a exigência GM GMR, nesse exemplo os resultados obtidos conduzem a reciclagem de projeto para atender ao critério inicial de estabilidade.

Para orientação do usuário, é apresentada a seguir planilha com roteiro de cálculo de estabilidade.

Esta curva é levantada a partir das formas da embarcação para uma dada condição de carregamento e, segundo critérios estabelecidos internacionalmente, verifica-se se é satisfatória. No caso de não se contar com o plano de linhas e, portanto, com a curva de estabilidade, adota-se o critério da altura metacêntrica requerida (GMR). O GMR depende das características de estabilidade adotado. Neste manual será adotado GMR que corresponde ao braço de endireitamento superior a 0.2m para ângulo de banda de 30º. Seu valor é estimado com auxílio do gráfico GMR x Boca e sobre curvas de parâmetro B/D (Boca/Pontal).

Page 71: Projeto de embarcações

71

GRÁFICO CWL- CB

GRÁFICO 14 GRÁFICO CI - CWL

GRÁFICO 15

Page 72: Projeto de embarcações

72

GRÁFICO GMR X BOCA

GRÁFICO 17

Page 73: Projeto de embarcações

73

PLANILHA PARA CÁLCULO DE ESTABILIDADE

I – DETERMINAÇÃO DO KB E BM

a) Preencha nos respectivos campos os valores numéricos de cada parâmetro

já conhecido.

a.1 – comprimento na linha d’água (em metros) – L=

a.2 – boca na linha d’água (em metros) – B=

a.3 – calado (em metros) – H=

a.4 – volume deslocado (em m3) - =

a.5 – coeficiente de bloco – CB=

b) cálculo do KB

b.1 – obtenha o valor do coeficiente de área de flutuação – CW – através do

gráfico 14 - CW- CB, dado o valor de CB

CW=

b.2 – calcule KB = H – H/3 (0.5 – CB/CWL) - a.3 – a.3/3 (0.5 – a.5/b.1)

KB=

c)Cálculo do BM

c.1 – obtenha o valor do coeficiente de inércia da área de flutuação - CI –

através do gráfico 15 - CI x CWL, dado o valor de CW.

CI=

c.2 – calcule BM = CI(LB3/12)/ - c.1(a.1 x a.23/12)/a.4

BM=

II – DETERMINAÇÃO DO KG

d) cálculo da posição vertical do centro de gravidade do navio leve: KGLEVE

d.1 – preencha o valor do pontal (em metros) – D=

Page 74: Projeto de embarcações

74

d.2 – preencha a tabela abaixo

Discriminação 1 2 3=1 x 2

Peso (em t) VCG ou KG (em m) Momento (em t x m)

d2.1 – estrutura PESTR= KGESTR= (1.124 x d.1) MESTR=

d2.2 – auxiliares PAUX= KGAUX= (0.895 x d.1) MAUX=

d2.3 – acessórios PACES= KGACES=(1.114 x d.1) MACES=

d2.4 – acabamento PACAB= KGACAB=(1.742 x d.1) MACAB=

d2.5 - propulsão PPROP= KGPROP=(0.550 x d.1) MPROP=

Soma LEVE= MLEVE=

d.3 – calcule o KGLEVE= MLEVE/LEVE

KGLEVE=

e) cálculo da posição vertical do centro de gravidade do peso operacional : KGOP

e.1 – preencha valores numéricos já obtidos de seguintes dados:

e1.1 – peso total do óleo combustível (em t) – PCOMB=

e1.2 – peso total de água doce (em t) - PAD=

e2 – Preencha a tabela abaixo

Discriminação

1 2 3=1 x 2

Peso (em

t)

VCG ou KG (em m) Momento (em t x

m)

e2.1 – combustível no tanque (85%

de e1.1)

e2.2 – combustível nos tanques de

uso diário (15% de e.1.2)

e2.3 – água doce no tanque (90% de

e1.2)

e2.4 – água doce nas caixas d’água

(10% de e1.2)

e2.5 – víveres

e2.6 – tripulação + pertences

Soma DWTOP= MOP=

obs. – as posições verticais dos centros de gravidade são estimados baseando-se no arranjo

padrão escolhido.

Page 75: Projeto de embarcações

75

e3 – calcule KGOP= MOP/ DWTOP (em metros) - KGOP=

f) cálculo da posição vertical do centro de gravidade da carga: KGC

f1 – preencha a tabela abaixo:

Discriminação

1 2 3=1 x 2

Peso

(em t)

VCG ou KG

(em m)

Momento (em t

x m)

f1.1 – carga

f1.2 – passageiros

Soma DWTC= MC=

obs. – as posições verticais dos centros de gravidade desses itens são

estimados baseando-se no arranjo padrão escolhido.

f2 – calcule KGC= MC/ DWTC (em metros) - KGC=

g) preencha a tabela abaixo

Discriminação Peso (em t) Momento (em t x

m)

Navio leve LEVE= MLEVE=

Peso operacional DWTOP= MOP=

Carga DWTC= MC=

Soma = M=

h) calcule KG=M/ (em metros) – KG=

III – DETERMINAÇÃO DA ALTURA METACÊNTRICA GM

i) calcule

GM=KB + BM – KG [b.2 + c.2 – h] (em metros) – GM=

IV – Determinação da altura metacêntrica requerida GMR

j)Calcule B/D= a.2/d.1 - B/D=

Page 76: Projeto de embarcações

76

k) Obtenha GMR através do gráfico 16 entrando como o valor de boca

(a.2) e B/D (j) em metros

V – COMPARE OS VALORES DE GM e GMR

Se GM for maior ou igual a GMR [i k], então a embarcação atende ao

critério inicial de estabilidade.

Se GM for menor que GMR [i k], então deve-se reciclar o projeto.

VI – PARA RECICLAR O PROJETO

l) Calcule o valor “delta” (), margem de acréscimo para boca:

= GMR- GM/ GM

[K – I / L]

=

m) Calcule o novo valor da boca

BNOVO = (1+) x B

(1 + l) x a.2 (em metros)

BNOVO=

n) Calcule o novo valor do pontal

DNOVO= BNOVO/(B/D)

m/j (em metros)

DNOVO=

o) Calcule o novo valor do deslocamento

NOVO= C x L x H x BNOVO

(a.5 x a.1 x a.3 x m) (em toneladas)

NOVO=

VII – retomada do processo de projeto

Com os novos valores de parâmetros principais definidos pode-se retomar o

processo de projeto a partir do item “arranjos padrões”.

GMR=

Page 77: Projeto de embarcações

77

Deste exemplo já obtemos os seguintes

dados:

L=33.40 m Do arranjo padrão temos

B= 7.70 m h=2.4 m

H= 1.60 m A=5.50 m

D= 2.38 m ADF=0.48 m

CB=0.605

=249 m3

1 - Cálculo do GM (altura metacêntrica)

Sendo: GM= KB + BM – KG

Precisamos, inicialmente, calcular os valores

de KB, BM e KG

1.1 - Cálculo do KB (altura do centro de carena)

KB= H – H/3 (0.5 + CB/CWL)

H . CB – conhecidos (ver acima)

CWL – gráfico CWL x CB

CWL=0.81

Portanto KB=0.935 m

1.2 - Cálculo do BM (raio metacêntrico)

BM = CI(LB3/12)/

L, B, conhecidos (ver acima)

CI gráfico CI - CWL

CI = 0.686

Portanto BM= 3.5 m

1.3 - Cálculo do KG

Para acharmos altura do centro de peso (KG) é necessário determinar

momentos de todos os itens de peso que entram no cômputo do peso total da

embarcação. Vimos que:

=DWTOP + DWTC + LEVE

KG = (DWTOP x KGOP + DWTC x KGC + LEVE x KGLEVE)/

No cálculo do KGOP entram contribuições de pesos de combustível,

água doce, víveres, tripulações e pertences, cujos valores já vimos no exemplo

do módulo III – “estima de deadweight de operação a partir dos requisitos do

armador”.

PRECISO DE UMA

EMBARCAÇÃO PARA 200 PASSAGEIROS E 70 TON DE CARGA

Page 78: Projeto de embarcações

78

KGOP=(PCOMB x KGCOMB + PÁGUA DOCE x KGÁGUA DOCE + PVÍVERES x KGVÍVERES + PTRIP x KGTRIP)/DWTOP

Peso KG Momento Combustível 12.02 x 0.949 (0.7 x ADF x 0.7 + 0.3 x D) 14.404 Água doce 14.77 x 2.389 (0.7 x ADF x 0.7 + 0.3(A-h/2) + D 35.286 Víveres 5.85 x 3.58 (D x h/2) 20.943 Trip. + Pertences 1.2 x 5.38 (A/2 + D) 6.456

33.84 74.092 Valores estimados a partir do AGP adotado

KGOP = 74.092/33.84 = 2.189 m

KGC é obtido a partir da quantidade de carga e número de passageiros

KGC= (QC x KGQ + NP x 100/1000 x KGPASS)/DWTC

Peso KG Momento Carga 70.00 x 2.39 (D + h)/2 167.3 Passageiros 20.00 x 6.7 6.7(D + (A – H/2) x 0.9) 134

90.00 301.3 Valores estimados a partir do AGP adotado

KGC= 301.3/90 = 3.348 m

KGLEVE=(PEST x KGEST + PPROP x KGPROP + PAUX x KGAUX + PACES x KGACES + PACAB x KGACAB)/

Peso KG Momento Estrutura 93.53 x 2.675 (1.124D) 250.193 Propulsão 7.4 x 1.309 (0.55D) 9.686 Auxiliares 7.47 x 2.130 (0.895D) 15.911 Acessórios 5.45 x 2.651 (1.114D) 14.448 Acabamento 11.31 x 4.146 (1.742D) 46.891

125.16 337.129 Formulações constantes nos gráficos 7, 13,

8, 9 e 10 respectivamente.

KGLEVE= 337.129/125.16 = 2.694 m

Uma vez determinados todos os KG’s podemos retornar à expressão:

KG = (DWTOP x KGOP + DWTC x KGC + LEVE x KGLEVE)/

Peso KG Momento

Peso Leve(LEVE) 125.16 x 2.694 (1.124D) 337.129

Carga + Passageiros (DWTC) 90.00 x 3.348 (0.55D) 301.300 Peso Operacional(DWTOP) 33.84 x 2.189 (0.895D) 74.092

249.00 712.512

KG= 712.521/249.00 = 2.862 m

Page 79: Projeto de embarcações

79

Resumindo KB = 0.935 m

BM = 3.500 m

KG = 2.862 m

Portanto:

2 – DETERMINAÇÃO DO GMR (Altura Metacêntrica Requerida)

Pelo gráfico GMR x BOCA,

entrando com os valores

Boca = 7.7 m

B/D = 3.235

Obtemos: GMR = 1.63 m

3 – VERIFICAÇÃO

GM = 1.573

GMR = 1.63

Entretanto, o fato dos valores de GM e GMR estarem bastante

próximos significa que a embarcação não é inviável. Para melhorar a

estabilidade, há duas opções:

a) Alterar as posições dos itens de peso de modo a abaixar a posição

vertical do centro de gravidade. (KG)

b) Alterar as características geométricas.

Análise das opções

Opção A – Necessita de maior detalhamento do arranjo, o qual

possibilitaria melhor estimativa dos itens de peso e suas

respectivas posições; porém, as incertezas dos

resultados podem aumentar.

Opção B – Nesse caso, é a mais indicada, apesar de exigir reciclagem

de projeto. É o que veremos a seguir.

GM = KB + BM – KG

GM = 0.935 + 3.500 – 2.862 = 1.573m

Não atende ao critério inicial de estabilidade: GM ≥ GMR (GM maior ou igual a GMR)

Page 80: Projeto de embarcações

80

4 – RECICLAGEM DE PROJETO

4.1 – NOVAS CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

Para alterar as características do navio visando melhor estabilidade, o

parâmetro indicado é a boca, pois este parâmetro é o que mais influencia a

estabilidade.

Podemos assumir que: (GMR – GM)/GM = e BNOVA = (1 + )B Substituindo por valores numéricos, temos:

=(1.63 – 1.589)/1.589 = 0.0258 BNOVA= (1 + 0.0258) * 7.7 7.9 m

Portanto BNOVA = 7.9 m

L=33.40 m CB= 0.605 H=1.60 m B/D= 3.235

Com a nova boca (BNOVA=B’=7.90 m) vamos calcular D e

D’ = B’/3.235 = 7.9/3.235 =2.44 m

= CB x L.B.H – 0.605 x 33.4 x 7.9 x 1.6 = 255.4 Ton

Portanto, as novas características geométricas da embarcação são:

L = 33.40 m H = 1.60 m CB = 0.605

B = 7.90 m = 255.4 ton A = 6.00 m D = 2.44 m h = 2.40 m ADF = 0.50 m

4.2 – NOVA ESTIMATIVA DE PESOS

LBD/100 = 6.44

CPest: 15.16 PEST = 97.63 ton

CPaux: 15.16 PAUX = 7.79 ton

CPaces: 15.16 PACES = 5.83 ton

CPacab: 15.16 PACAB = 11.90 ton

PPROP + DWTOP= 255.4 - 90 - 97.63 - 7.79 - 5.83 - 11.9 = 42.259 T

Para que não haja muitas alterações nos resultados anteriores, vamos fixar algumas dimensões e parâmetros iniciais:

Page 81: Projeto de embarcações

81

4.3 - NOVA PROPULSÃO: APLICANDO ROTEIRO DE CÁLCULO, TEMOS:

1 – V = 10 nós

2 – L = 33.40 m

3 – = 255.4 ton

4 – CB = 0.605

5 – = 1 ton/m3

6 – = 255.4 m3

7 – LP = 109.58 pés

8 – V/ LP = 0.955

9 – C= 5.264

10 – = 0.68333

11 – CT0 = 5.85

12 – CT1 = 1.3

13 – CTL = 11.047

14 – BHP = 488 cv

15 – IHP = 585.6 cv

No gráfico IHP x PPROP. Obtemos: Novo PPROP= 7.6 Ton

Novo DWTOP obtido - DWTOPobtido = 42.25 – 7.6 = 34.65 Ton

Mantendo inalterada a rota anterior, temos:

Novo consumo de combustível:

Navegando: (100 x (488 + 0.25 x 488) x 0.19)/1000 = 11.59 m3 9.85 Ton

Nos portos: (130 x 25 x 488x 0.19)/1000 = 2.78 2.36 Ton

Permanecem os mesmos valores para: Água doce: 35.10 ton Víveres: 11.70 ton Tripulação: 1.2 ton

Portanto o novo DWTOP (necessário): 12.21 + 35.10 + 11.70 +1.2 = 60.21 ton

Chegamos a mesma situação anterior com DWTOP possível menor que o

DWTOP necessário. Fazendo a opção anteriormente adotada de reabastecimento

numa das escalas, teremos:

PÁGUA DOCE = 15.30 Ton PVÍVERES= 5.85 Ton

4.4 – NOVA ESTABILIDADE

Tendo: L=33.40 m Obtém-se:

B = 7.90 m CWL = 0.81 H = 1.60 m CI = 0.686 D = 2.44 m KB = 0.935 m

= 255.4 m3 BM = 3.686 m CB = 0.605 Novos KG’s:

Peso KG Momento Combustível 12.21 x 0.977 11.929 Água doce 15.39 x 2.417 37.198 Víveres 5.85 x 3.64 21.294 Trip. + Pertences 1.2 x 5.44 6.528

34.65 76.949

TOTAL

12,21 Ton

KGOP=2.221m KGOP

Page 82: Projeto de embarcações

82

Novo GM calculado: GM = 0.935 + 3.686 – 2.909 GM = 1.712 m

Novo GMR

Boca = 7.9 m B/D = 3.235

Este resultado satisfaz o critério incial – GM GMR (GM maior ou igual a GMR)

5 – CARACTERÍSTICAS FINAIS DA EMBARCAÇÃO

LWL= 33.40 m

BWL = 7.90 m

D = 2.44 m

H = 1.60 m

= 255.4 ton

A = 6.00 m

ADF = 0.50 m

QC = 70 ton

NP = 200 pass

Veloc. Cruz. – 10 nós

Peso leve – 130.75 ton

DWTOP = 35.65

Peso de aço = 97.63 ton

Tipo de arranjo = AGP série II

MCP’s = 2 motores diesel marítimo

de potência nominal 293 cv cada

Peso KG Momento

Carga + Passageiros (DWTC) 70.00 x 2.42 169.40 Peso Operacional(DWTOP) 20.00 x 6.76 135.20

90.00 304.60

Peso KG Momento

Estrutura 97.63 x 2.745 267.799 Propulsão 7.6 x 1.342 10.199 Auxiliares 7.79 x 2.184 17.013 Acessórios 5.83 x 2.718 15.846 Acabamento 11.90 x 4.250 50.575

130.75 361.432

Peso KG Momento

Peso Leve(LEVE) 130.75 x 2.764 361.432

Carga + Passageiros (DWTC) 90.00 x 3.384 304.60 Peso Operacional(DWTOP) 34.65 x 2.21 76.949

255.40 742.981

KGc KGc=3.384m

KGLEVE KGLEVE= 2.764m

KG KG=2.909m

Gráfico Boca x GMR GMR= 1.65 m

Page 83: Projeto de embarcações

.

Page 84: Projeto de embarcações

84

V – DESEMPENHO ECONÔMICO

Os custos operacionais de uma

embarcação podem ser considerados em

grande parte fixos, independente da

quantidade de carga transportada ou do

fato de estar navegando ou não.

Page 85: Projeto de embarcações

85

É usual o cálculo do custo médio diário para duas situações distintas:

navegando ou no porto. Dessa forma, conhecido o tempo total no porto para

uma determinada rota, a distância e a velocidade, pode-se compor:

CT= CM x (d/24V) + CP x TP

CT _ custo global direto para uma viagem redonda.

CM custo médio diário navegando.

CP _ custo médio diário, navio no porto.

D distância total, viagem redonda (milhas marítimas).

TP tempo total despendido nos portos, por viagem redonda.

V velocidade do navio (nós).

O custo operacional diário inclui os seguintes itens:

- salário da tripulação + encargos sociais;

- alimentação;

- combustível e lubrificante;

- provisões e pequenos reparos;

- manutenção periódica;

- seguro;

- amortização do custo de aquisição do navio.

Neste manual de projeto cada um dos itens de custo é estabelecido

através de índices relativos de custo tomados da prática atual das empresas de

navegação que operam na rede hidroviária interior.

O custo de amortização que envolve o preço do navio é estabelecido

através das relações de matemática financeira e o preço que deve, portanto,

ser estimado. Isto é realizado através dos índices de preços de construção

naval estabelecidos no trabalho.

O custo de uma viagem redonda associado à produção do navio

estabelece em seqüência um parâmetro de desempenho econômico que é

então analisado pelo armador.

Page 86: Projeto de embarcações

86

1. PREÇO DA EMBARCAÇÃO

Preço = A x (peso em aço) + (B x Fi) x IHP

A = 490 OTN’s/t

B = 20 OTN’s/CV

Fi =1.0 (MCP’s nacionais)

4.3 (MCP’s importados)

Fi fator de importação

2. CUSTO DIÁRIO

2.1. Custo de capital: CC = 0.081 x preço

Este custo considera amortização

em 17 anos, de 90% do preço a

juros de 3% A.A. e 10% do preço a

juros de 10% A. A.

2.2. Salários e encargos : CSAL = 1.6 x SM x 12 x NT

NT – Número de tripulantes

SM – salário médio adotado

2.2.1. Custo de rancho: CRan = R x NT x 365

2.3. Custo de reparo e manutenção: CRM = 0.04 preço

2.4. Custo de seguro do casco: CSEG = 0.02 preço

2.5. Custo administrativo : CADM = 0.3 (CSAL + CRan + CRM)

C = = 2.1 x 2.5 /365

2.6. Custo de óleo diesel e lubrificante

C1 = Consumo diário navegando = 0.2 x BHPT x 2.4 litros

C2 = Consumo diário no porto = 10% do anterior

POD = preço do óleo diesel/litro

CN = custo diário navegando = C + C1 x POD

CP = custo diário porto = C + C2 x POD

3. PRODUÇÃO E CUSTO TOTAL

TP – tempo em portos (em dias)

TN – tempo navegando : Dist/24 x V (em dias)

CT – custo por viagem : CN x TN + CP x TP

NVZ – 330/( TP + TN)

Page 87: Projeto de embarcações

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Estimativa de preço da embarcação constitui última etapa deste

exemplo prático.

O preço da embarcação será conforme a fórmula:

Preço = A x (Peso em Aço) + B x Fi x IHP

A potência total estimada de 586 Cv necessária para propelir o navio a

10 nós de velocidade pode ser obtida por dois motores nacionais.

Portanto: Fi = 1

Então, o preço da embarcação é da ordem de:

Preço = 490 x 97.63 + 20 x 1 x 586 = 59.559 OTN’s

A = 490 OTN’s/T

B = 20 OTN’s/ Cv

Fi (Fator de Importação)

= 1 para MCP’s nacionais

= 4.3 para MCP’s importados

PRECISO DE

UMA

EMBARCAÇÃO

PARA 100

PASSAGEIROS

E 70 TON DE

CARGA

Page 88: Projeto de embarcações

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