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Universidade Federal do Rio de Janeiro PROJETO DE ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE UMA EMBARCAÇÃO DO TIPO SWATH PARA APOIO A MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO SUBMARINA Vinicius Veras Melo 2015

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

PROJETO DE ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE

UMA EMBARCAÇÃO DO TIPO SWATH PARA APOIO A

MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO SUBMARINA

Vinicius Veras Melo

2015

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PROJETO DE ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE

UMA EMBARCAÇÃO DO TIPO SWATH PARA APOIO A

MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO SUBMARINA

Vinicius Veras Melo

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Naval e Oceânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Richard David Schachter

Rio de Janeiro

Março/2015

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PROJETO DE ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE UMA EMBARCAÇÃO

DO TIPO SWATH PARA APOIO A MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO SUBMARINA

Vinicius Veras Melo

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICADA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO.

Examinada por:

___________________________________

Prof. Richard David Schachter, PhD – DENO

(Orientador)

__________________________________

Prof. Theodoro Antoun Netto, PhD – PEnO

_________________________________

Prof. Juan Bautista Villa Wanderley, PhD -

PEnO

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2015

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Melo, Vinicius Veras

Projeto de análise da viabilidade técnica de uma embarcação do tipo

swath para apoio a manutenção e inspeção submarina / Vinicius Veras

Melo – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2015.

XX , 136 p.: il.; 29,7 cm

Orientador: Richard David Schachter

Projeto de Graduação UFRJ – Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Naval e Oceânica, 2015

Referência Bibliográficas: p. 119- 120.

1. Viabilidade Técnica. 2. SWATH. 3. RSV. 4. ROV.

I. .Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia Naval e Oceânica.

II. Título.

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DEDICATÓRIA

Com muito carinho dedico este trabalho a Maria da

Paz Veras Melo e João Ivan de Melo, meus pais, por todo

amor, compreensão, respeito, e apoio oferecido em todos

os momentos da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família por todo o suporte me têm me

dado, em especial aos meus pais, que se propuseram a dar a vida

para que eu pudesse abraçar todas as oportunidades que me

foram oferecidas, cujo esforço de ambos eu nunca esquecerei.

Agradeço também ao meu irmão, Fabricio Veras de Melo,

e aos amigos próximos que me acompanharam por todo o período

acadêmico e foram de fundamental importância para que eu

completasse este título.

Não devo deixar de agradecer a todos os professores que

participaram de todas as fases da minha formação, desde o

colégio de base (Colégio Santa Maria) até grandes professores do

ambiente acadêmico da UFRJ, que contribuíram substancialmente

para a minha formação. Além disso, agradeço a atenção e

orientação de Richard Schachter, sem o qual o projeto descrito

aqui não seria concretizado e nem ao mesmo idealizado.

Agradeço especialmente a João Seixas de Medeiros e

Rafael Tsuha Fachini, que deram grande ajuda na realização deste

projeto, com demonstração de grande conhecimento técnico que

foram essenciais para que se chegasse aos resultados esperados.

Agradeço também à ANP (Agência Nacional de Petróleo)

pelo apoio financeiro sem o qual o projeto não seria concluído.

Por fim, agradeço sobretudo a Deus, pela saúde, bênção, e

luz em todos os momentos, especialmente nos que houveram

dificuldade, cuja força fez com que as mesmas fossem

transpassadas com sucesso e sentimento de dever cumprido.

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RESUMO

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval.

PROJETO DE ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE UMA

EMBARCAÇÃO DO TIPO SWATH PARA APOIO A MANUTENÇÃO

E INSPEÇÃO SUBMARINA

Vinicius Veras Melo

Março/2015

Orientador: Richard David Schachter, PhD.

Curso: Engenharia Naval e Oceânica

O presente artigo analisa tecnicamente uma alternativa inovadora de embarcação para

apoio a exploração de petróleo e gás na região da Bacia de Santos, através da

apresentação do projeto conceitual de um navio de dimensões reduzidas, com cerca de

30 metros de comprimento, do tipo SWATH (Small Waterplane Area Twin Hull), para

suporte à inspeção e manutenção de estruturas e equipamentos submersos através do

mergulho raso, mergulho saturado e operação de ROVs (Remotely Operated Vehicles).

Palavras-chave: RSV, SWATH, Projeto Naval, Apoio offshore, ROV, Viabilidade

técnica

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ABSTRACT

Abstract of Undergraduate Project presented to Polythechnic School/UFRJ as a partial

fulfillment the requirements of the degree of Engineer.

ANALYSIS PROJECT OF TECHNICAL FEASIBILITY OF A SWATH

VESSEL TO SUPPORT THE INSPECTION AND MAINTENACE

THROUGH UNDERWATER

Vinicius Veras Melo

March/2015

Advisor: Richard David Schachter, PhD.

Course: Naval and Oceanic Engineering

This article analyzes technically an innovative alternative vessel to support oil and gas

exploration in the region of the Santos Basin, presenting the conceptual design of a

ship's small size, about 30 feet long, SWATH (Small Area Twin Hull Waterplane) type,

to support the inspection and maintenance of submerged structures and equipment

through the shallow diving, saturation diving and ROV (Remotely Operated Vehicles).

operations

Key-words: RSV, SWATH, Ship Design, Offshore Support, ROV, Technical

Feasibility

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 17 1.1. Objetivo ........................................................................................................... 17

1.2. O Navio RSV ................................................................................................... 18

1.3. O Conceito SWATH ........................................................................................ 19

1.4. ROV (Remotely Operated Vehicle) ................................................................. 22

1.5. Estrutura do Trabalho ...................................................................................... 22

2. ASPECTOS FÍSICOS DA REGIÃO DE OPERAÇÃO .......................................... 24

2.1. Região de operação .......................................................................................... 24

2.2. Porto de Atracação ........................................................................................... 24

2.1. Condições Ambientais ..................................................................................... 25

3. CONCEPÇÃO INICIAL DA FORMA SWATH ..................................................... 28 3.1. Struts ................................................................................................................ 28

3.2. Pontoons (Flutuadores) .................................................................................... 29

4. ESTUDO DAS DIMENSÕES PRINCIPAIS ........................................................... 32 4.1. Comprimento total dos torpedos ...................................................................... 33

4.2. Boca da Embarcação ........................................................................................ 33

4.3. Air Gap ............................................................................................................ 34

4.4. Deslocamento da Embarcação ......................................................................... 34

4.5. Calado e Diâmetro Máximo dos Torpedos ...................................................... 35

4.6. Pontal ............................................................................................................... 35

5. RESISTÊNCIA AO AVANÇO ................................................................................ 37

5.1. Método de cálculo da Rt .................................................................................. 37

5.2. Distância ideal entre os cascos ......................................................................... 41

5.3. Resistência total ao avanço .............................................................................. 44

6. FORMA ESCOLHIDA E DIMENSÕES PRINCIPAIS FINAIS ............................ 47 7. SISTEMA PROPULSIVO ....................................................................................... 49

7.1. Seleção dos Propulsores ............................................................................... 49

7.2. Seleção dos Motores..................................................................................... 52

7.3. Seleção das Caixas Redutoras ...................................................................... 55

8. SISTEMA DE POSICIONAMENTO DINÂMICO ................................................. 57

8.1. Força do Vento ................................................................................................. 58

8.2. Força das Correntes ......................................................................................... 59

8.3. Força das Ondas ............................................................................................... 61

8.4. Força Resultante Total Sobre o Casco ............................................................. 61

8.5. Seleção dos Bow-thrusters ............................................................................... 61

9. GERAÇÃO DE ENERGIA ...................................................................................... 63

9.1. Geradores Auxiliares ....................................................................................... 63

9.2. Geradores de Emergência ................................................................................ 64

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10. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL ................................................................ 66

10.1. Sistema Estrutural ........................................................................................ 66

10.2. Principais Espaçamentos .............................................................................. 67

10.3. Distribuição de Conveses ............................................................................. 68

10.4. Anteparas de Colisão .................................................................................... 68

10.5. Moon-Pool .................................................................................................... 69

10.6. Anteparas Estanques .................................................................................... 70

10.7. Praça de Máquinas ....................................................................................... 71

10.8. Compartimento Bow-thruster ....................................................................... 72

10.9. Topologia Estrutural ..................................................................................... 72

10.10. Peso Estrutural.............................................................................................. 79

11. EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS À OPERAÇÃO ................................................. 83 11.1. Moon Pool .................................................................................................... 83

11.2. ROV de Trabalho ......................................................................................... 84

11.3. ROV de Observação ..................................................................................... 85

11.4. Transponders ................................................................................................ 85

11.5. Barco de Apoio............................................................................................. 86

11.6. Guindaste Principal ...................................................................................... 86

11.7. Guindaste Secundário ................................................................................... 88

11.8. Guinchos....................................................................................................... 88

11.9. Sistema Completo para Mergulho Saturado................................................. 89

11.10. Câmara de Descompressão........................................................................... 91

11.11. Compressor................................................................................................... 91

11.12. Equipamentos de Salvatagem....................................................................... 92

12. DETERMINAÇÃO DE CONSUMÍVEIS................................................................ 94 12.1. Óleo Combustível (Diesel): .......................................................................... 94

12.2. Água Potável ................................................................................................ 95

13. ARRANJO GERAL ................................................................................................. 96 14. PESO LEVE ............................................................................................................. 99

15. EQUILÍBRIO E ESTABILIDADE ........................................................................ 102 15.1. Condições de Carregamento....................................................................... 102

15.2. Equilíbrio Estático ...................................................................................... 103

15.3. Estabilidade Intacta .................................................................................... 103

15.4. Estabilidade em Avaria .............................................................................. 106

16. SEAKEEPING ....................................................................................................... 111 16.1. Espectro de Mar ......................................................................................... 113

16.2. Velocidade Zero – Stationkeeping ............................................................. 114

16.3. Velocidade de Projeto (16 nós) ................................................................. 115

17. COMPARAÇÃO ENTRE NAVIOS EQUIVALENTES ....................................... 121

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18. CONCLUSÕES DO PROJETO ............................................................................. 126

19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 128 ANEXO I – Plano de Linhas ........................................................................................ 130 ANEXO II – Condições de Carregamento ................................................................... 131

ANEXO III – Equilíbrio Estático ................................................................................. 133 ANEXO IV – Estabilidade Intacta ............................................................................... 135 ANEXO V – Estabilidade em Avaria ........................................................................... 143

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –SWATH utilizado para apoio offshore .......................................................... 19

Figura 2 – Comparação no comportamento em ondas entre monocasco, caramaran e

SWATH .......................................................................................................................... 20

Figura 3 – Comparação entre planos de linha d’agua .................................................... 20

Figura 4 – Nomenclatura base do navio SWATH .......................................................... 21

Figura 5 – Extensão da área de exploração do pré-sal ................................................... 24

Figura 6- Porto de Imbetiba ............................................................................................ 25

Figura 7-Região de tomada de dados ............................................................................. 26

Figura 8 – Média de velocidade de ventos, em m/s........................................................ 26

Figura 9- Média de altura significativa de ondas, em metros ......................................... 27

Figura 10 –Média de período de pico, em segundos ...................................................... 27

Figura 11- Exemplos de single strut e tandem strut, respectivamente. .......................... 28

Figura 12-Vantagens e desvantagens de cada conFiguração.......................................... 29

Figura 13- Forma 1 ......................................................................................................... 29

Figura 14- Forma 2 ......................................................................................................... 30

Figura 15- Forma 3 ......................................................................................................... 30

Figura 16- Forma 4 ......................................................................................................... 31

Figura 17 – Determinação do airgap .............................................................................. 34

Figura 18 – Determinação do pontal do SWATH RSV ................................................. 35

Figura 19-Limites de cálculo de resistência de ondas .................................................... 39

Figura 20- Trem de ondas ............................................................................................... 42

Figura 21 - Ângulo de Kelvin ......................................................................................... 43

Figura 22 - Gráfico de Rt das formas modeladas ........................................................... 45

Figura 23 – Trem de ondas gerado pelo casco ............................................................... 46

Figura 24 – Forma final escolhida .................................................................................. 47

Figura 25- Plano de linhas da forma escolhida .............................................................. 48

Figura 26- Hidrojato 71SII Kamewa .............................................................................. 50

Figura 27- Hidrojato selecionado ................................................................................... 51

Figura 28-Dimensões dos hidrojatos selecionados ......................................................... 51

Figura 29 - Dimensões dos hidrojatos selecionados ....................................................... 51

Figura 30 - Dimensões dos hidrojatos selecionados ....................................................... 52

Figura 31 - Rotação requerida no eixo ........................................................................... 52

Figura 32-Yanmar12AYM ............................................................................................. 53

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Figura 33- Dimensões do motor escolhido ..................................................................... 54

Figura 34- Especificações do motor escolhido ............................................................... 54

Figura 35 – Curvas de eficiência dos motores ................................................................ 55

Figura 36- Caixa redutora escolhida ............................................................................... 55

Figura 37 – Dimensões das redutoras ............................................................................. 56

Figura 38- Dimensões das redutores escolhidas ............................................................. 56

Figura 39- Áreas expostas a forças ambientais .............................................................. 58

Figura 40- Parâmetro para determinação do coeficiente de forma ................................. 59

Figura 41 - Parâmetro para determinação do coeficiente de altura ................................ 59

Figura 42- Estimativa do coeficiente Cd ........................................................................ 60

Figura 43- Bow-thrusters selecionados .......................................................................... 62

Figura 44 –Bow-thruster STT110 Schottel ................................................................... 62

Figura 45- Sistema estrutural do Superferry Havaiano .................................................. 67

Figura 46- Detalhe de reforçamento do interior do pontoon do SWATH RSV ............. 67

Figura 47- Posicionamento dos conveses da embarcação .............................................. 68

Figura 48 – Anteparas de colisão ................................................................................... 69

Figura 49- Posicionamento das anteparas do moonpool ................................................ 70

Figura 50 - Posicionamento das anteparas do moonpool ............................................... 70

Figura 51 – Anteparas do interior dos torpedos ............................................................. 71

Figura 52 – Detalhe da praça de máquinas do SWATH RSV ....................................... 72

Figura 53- Detalhe compartimento do bow-thruster ...................................................... 72

Figura 54 – Dimensionamento de reforços..................................................................... 74

Figura 55-Seção-Mestra do SWATH RSV ................................................................... 75

Figura 56- Estrutura cruzada do SWATH RSV ............................................................. 76

Figura 57 – Geometria típica da seção na linha de centro da estrutura cruzada............. 77

Figura 58- Chapeamento externo ................................................................................... 79

Figura 59-Chapeamento dos conveses “wet deck”, principal e de passadiço ................ 80

Figura 60 – Reforços transversais e longitudinais .......................................................... 80

Figura 61 – Detalhe de reforçamento dos pontoons e struts........................................... 81

Figura 62- Reforçadores e anteparas estanques .............................................................. 81

Figura 63 – Navio Completo .......................................................................................... 82

Figura 64- Moon pool de um SWATH (Western Flyer) visto de fora e em operação ... 83

Figura 65- Botton moon pool hatch cover ...................................................................... 84

Figura 66 - ROV Work Class Triton XLR ..................................................................... 84

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Figura 67 - ROV Minimum ............................................................................................ 85

Figura 68 - Barco de apoio Zodiac ProJet 420 TC4 ....................................................... 86

Figura 69- Detalhes técnicos-guindaste PK 65002M ..................................................... 87

Figura 70 - Guindaste knuckle-boom Palfinger Marine PK 65002M ............................ 87

Figura 71- Detalhes técnicos-Guindaste PK 11001M .................................................... 88

Figura 72 - Guindaste PK 11001M ................................................................................ 88

Figura 73- Modelo ESO-131 6-Man Saturation System ................................................ 90

Figura 74- Vista de perfil do SWATH RSV .................................................................. 96

Figura 75 - Pontoon do SWATH RSV, vista superior ................................................... 96

Figura 76 - Convés 01 do SWATH RSV ....................................................................... 97

Figura 77- Convés principal do SWATH RSV .............................................................. 97

Figura 78 - Cabine de comando do SWATH RSV ......................................................... 98

Figura 79 – SWATH RSV .............................................................................................. 99

Figura 80 – Tanques de óleo (vermelho), água doce (azul) e lastro (verde) ................ 102

Figura 81- Exemplificação da área entre C.E.E. e curva de momento inclinante ........ 105

Figura 82 – Caso de avaria 1 ........................................................................................ 106

Figura 83- Caso de avaria 2 visto de perfil ................................................................... 107

Figura 84- Caso de avaria 2, vista superior .................................................................. 107

Figura 85 - Caso de avaria 3, vista de perfil ................................................................. 108

Figura 86 - Caso de avaria 3, vista superior ................................................................. 108

Figura 87 - Caso de avaria 4, vista de perfil ................................................................. 108

Figura 88 - Caso de avaria 4, vista superior ................................................................. 109

Figura 89- Malha da forma submersa do catamaran no Wamit ................................... 112

Figura 90 - Malha da forma submersa do SWATH no Wamitt.................................... 113

Figura 91 – Espectro de ondas ...................................................................................... 114

Figura 92 - -Espectro de resposta em heave ( velovcidade zero) ................................. 115

Figura 93 – Espectro de resposta em pitch (velocidade zero) ...................................... 115

Figura 94- Gráfico de comparação de RAO em heave ................................................. 118

Figura 95- Gráfico de comparação de RAO em heave ................................................. 118

Figura 96-Espectro de resposta em heave .................................................................... 119

Figura 97-Espectro de respsota em pitch ...................................................................... 119

Figura 98 – Convés principal do monocasco equivalente ............................................ 121

Figura 99 - Convés principal do catamaran equivalente .............................................. 122

Figura 100 - Convés principal do SWATH RSV ......................................................... 122

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Figura 101- Critérios de estabilidade – catamaran equivalente .................................... 123

Figura 102 -Gráfico Frequência de encontro do monocasco equivalente em [rad/s] /

Aceleração vertical RMS [m/s2] .................................................................................. 124

Figura 103 - Gráfico Frequência de encontro do catamaran equivalente em [rad/s] /

Aceleração vertical RMS [m/s2] .................................................................................. 125

Figura 104 – Plano de linhas do casco do SWATH RSV ............................................ 130

Figura 105 – Curva de estabilidade estática da condição 1 .......................................... 138

Figura 106 - Curva de estabilidade estática da condição 2........................................... 142

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Catalogação de navios SWATH .................................................................. 32

Tabela 2 – Calado e diâmetros máximos de cada forma projetada ................................ 35

Tabela 3 – Valores de pontal para cada forma projetada ............................................... 36

Tabela 4 –Requisitos do Michlet .................................................................................... 38

Tabela 5 - Fator de forma de resistência viscosa ............................................................ 41

Tabela 6 –Influência da distância entre os cascos na Rw ............................................... 44

Tabela 7- Resistência total a 16 nós ............................................................................... 45

Tabela 8 – Características hidrostáticas do navio ........................................................... 48

Tabela 9- Espaçamento entre cavernas e longitudinais .................................................. 67

Tabela 10 – Espaçamento das anteparas de colisão ....................................................... 69

Tabela 11- Espessuras dos chapeamentos ...................................................................... 73

Tabela 12- Dimensionamento dos reforços .................................................................... 74

Tabela 13 – Requisitos da estrutura longitudinal do SWATH RSV .............................. 76

Tabela 14 - Requisitos da estrutura transversal do SWATH RSV ................................. 78

Tabela 15- Peso leve estrutural ....................................................................................... 82

Tabela 16 – Peso Total de Diesel ................................................................................... 95

Tabela 17 – Peso estrutural, já com margem de solda .................................................... 99

Tabela 18- Equipamentos essencias a operação do SWATH RSV .............................. 100

Tabela 19 – Maquinário principal do SWATH RSV ................................................... 100

Tabela 20 – Peso do Outfitting ..................................................................................... 101

Tabela 21 – Peso leve do SWATH RSV ...................................................................... 101

Tabela 22 – Condições de carregamento ...................................................................... 102

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Tabela 23 – Características de cada condição .............................................................. 103

Tabela 24 – Resultados dos critérios de estabilidade ................................................... 105

Tabela 25 - Raios de Giração ....................................................................................... 112

Tabela 26 – Correção de coeficientes com dependência da velocidade ....................... 116

Tabela 27- Condição 1 de carregamento ...................................................................... 131

Tabela 28 - Condição 2 de carregamento ..................................................................... 132

Tabela 29 – Equilíbrio estático da condição de partida ................................................ 133

Tabela 30 -Equilíbrio estático da condição de chegada ............................................... 134

Tabela 31 – Estabilidade intacta para condição 1......................................................... 135

Tabela 32 - Estabilidade intacta para condição 1 (continuação) .................................. 136

Tabela 33 - Estabilidade intacta para condição 1 (continuação) .................................. 137

Tabela 34 - Estabilidade intacta para condição 2 ......................................................... 139

Tabela 35 - Estabilidade intacta para condição 2 (continuação) .................................. 140

Tabela 36 - Estabilidade intacta para condição 1 (continuação) .................................. 141

Tabela 37 - Estabilidade em avaria da condição de partida, caso de avaria 1 .............. 143

Tabela 38 – Estabilidade em avaria da condição de partida, caso de avaria 2 ............. 143

Tabela 39 - Estabilidade em avaria da condição de partida, caso de avaria 3 .............. 143

Tabela 40 - Estabilidade em avaria da condição de partida, caso de avaria 4 .............. 144

Tabela 41 - Estabilidade em avaria da condição de chegada, caso de avaria 1 ............ 144

Tabela 42 - Estabilidade em avaria da condição de chegada, caso de avaria 2 ............ 144

Tabela 43 - Estabilidade em avaria da condição de chegada, caso de avaria 3 ............ 145

Tabela 44 - Estabilidade em avaria da condição de chegada, caso de avaria 4 ............ 145

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Objetivo

Tendo em vista que as grandes descobertas da exploração de petróleo no Brasil

vêm avançando cada vez mais para alto mar, a profundidades cada vez maiores, é

imprescindível a presença de navios de apoio a extração do óleo. No mercado, os RSVs

existentes mais comuns apresentam acima de 70 metros de comprimento. No entanto, o

grande diferencial está na proposta de um navio SWATH (Small Waterplane Area Twin

Hull), ou seja, uma embarcação de alto desempenho caracterizada principalmente pela

sua pequena área de linha d`água no plano de flutuação, com um conceito de casco

inovador para o serviço em qualquer condição de mar.

As vantagens e desvantagens inerentes a este tipo peculiar de multicasco são

julgadas através dos dados recorrentes de cada etapa do projeto conceitual de um navio

RSV (ROV Support Vessel) com velocidade de 16 nós, onde a intenção é demonstrar

que a embarcação específica com suas características seja atraente e viável para

operação na região do pré-sal, provando sua eficácia em relação à monocascos e

catamarans, comumente utilizados para esta finalidade.

Em produção acadêmica para a proposta desta embarcação foram pensadas

inicialmente três concepções: um monocasco, um catamaran, e um SWATH, todos com

a proposta RSV de pequeno porte, com o objetivo de evitar congestão de linhas. As

duas primeiras foram projetadas [De Mello (2013) e Schachter et al (2012)] e tornaram-

se viáveis, mas como era de ser esperar, para este tamanho o monocasco tinha

estabilidade crítica e o catamaran, um comportamento em ondas limitante para o pré-sal.

Este trabalho mostra o processo da concepção do projeto do SWATH como uma

terceira opção, aparentemente promissora, onde se espera ter melhor estabilidade,

comportamento em ondas e área de convés, e, quando projetado se veriam quais são

suas vantagens e desvantagens.

O principal objetivo do projeto é provar que uma embarcação RSV do tipo

SWATH (Small Waterplane Area Twin Hull), de dimensões reduzidas, pode operar na

área de exploração do pré-sal, provando sua eficácia em relação à monocascos e

catamarãs, que são geometrias comumente utilizadas.

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Dessa maneira, tendo em vista o potencial das reservas de petróleo na camada do

pré-sal, a proposta deste trabalho se resume na viabilidade do projeto de uma

embarcação leve, ágil, e compacta tendo grande capacidade de operar em regiões com

intensa movimentação de corpos flutuantes próximas e na própria superfície livre, sendo

veloz e menos custosa, que possa desempenhar as principais funções de RSVs de

grande porte que dominam o mercado atual.

1.2. O Navio RSV

RSV, abreviação de “ROV Support Vessel”, é uma embarcação de apoio

offshore, cujo objetivo principal é prestar assistência a qualquer tipo de atividade

submarina realizando instalação, inspeção e manutenção de qualquer aparato submerso.

Para tal, este tipo de embarcação possui infraestrutura que permite a operação de ROVs

(do inglês, Remotely Operated Vehicle) e, em alguns casos, atividade de mergulho raso

e saturado; além de grande área de convés livre, para a operação e movimentação de

equipamentos.

Com o avanço das plataformas em águas cada vez mais profundas, a utilização

de ROV na pesquisa, instalação, operação e manutenção de equipamentos submarinos

se tornou imprescindível, levando a necessidade e evolução natural deste desse tipo de

embarcação, exclusiva a atividade de lançamento e operação do ROV. O RSV

obrigatoriamente deve ser capaz de fornecer totais condições para operações rápidas,

eficientes e seguras.

Entre as principais características dos RSVs convencionais, destacam-se:

Sistema de posicionamento dinâmico para garantia de segurança em operações

com cargas pesadas e pessoas, e especialmente no lançamento de ROV com

utilização de amarras e umbilicais de grande extensão;

Capacidade de operar ROVs de manutenção em distâncias de até três

quilômetros e ROVs de observação para regiões de até mil metros de

profundidade de lâmina d’água;

Ser dotada de moonpool para lançamento de ROVs e mergulhadores;

Área livre de convés livre adequada com a necessidade de operações;

Fornecer total estrutura para o mergulho saturado (sistema completo de

mergulho saturado, com câmara hiperbárica e sino de mergulho);

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Fornecer estrutura para o mergulho autônomo (mergulhador levando o

equipamento) ou mergulho dependente (mergulhador dependendo da

alimentação de ar provida pela embarcação);

Apresentar oficinas de trabalho (elétrica e mecânica) capacitadas para realizar

pequenos serviços em mar (usinagem, soldagem, manutenção etc.);

Possuir barco(s) de apoio à operação;

Dispor de acomodações capazes de alocar com conforto a capacidade máxima

de tripulantes;

Operar a uma velocidade acima de 14 nós;

Dispor de garagem ROV local do armazenamento dos principais ROV da

embarcação. Sistema de lançamento de ROV independente do navio, mais

agilidade nas operações e facilidade de manutenção.

Dispor deguindaste com capacidade para mais de 100 toneladas para o

lançamento/locomoção de dutos ou equipamentos submarinos e manipulação de

cargas no convés.

1.3. O Conceito SWATH

SWATH (Small Waterplane Area Twin Hulls) é uma embarcação de alto

desempenho, caracterizada principalmente, como o próprio nome diz, pela sua pequena

área de linha d’água no plano de flutuação, com um conceito de casco inovador para o

serviço em qualquer condição de mar. A peculiaridade na geometria do SWATH é dada

por seus corpos submersos em forma de torpedos, conectados por suportes individuais

ou duplos chamados struts, com a plataforma superior.

Figura 1 –SWATH utilizado para apoio offshore

A geometria de casco SWATH se apresenta com uma proposta de embarcação

para serviço em quaisquer condições de mar, principalmente em mares mais severos.

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Sua grande vantagem é a significativa melhora do comportamento em ondas o navio,

quando comparada com embarcações convencionais em mares revoltos, como pode ser

visualizado a seguir:

Figura 2 – Comparação no comportamento em ondas entre monocasco, caramaran e SWATH

Apesar de ser considerada inovadora, a ideia de construir uma embarcação cuja

maior parte do volume de flutuação estivesse localizada abaixo da superfície livre

surgiu com há mais de 100 anos. O SWATH é um tipo de embarcação variante da

concepção do catamaran padrão, com a ideia de alocar a grande parte de seu volume em

seus torpedos submersos e apresentar uma pequena área de linha d’água, acarretando

uma redução da resistência de onda e incremento no comportamento em onda.

Figura 3 – Comparação entre planos de linha d’agua

Na Figura 4 pode ser observada a nomenclatura-base deste tipo de casco.

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Figura 4 – Nomenclatura base do navio SWATH

Algumas características gerais do SWATH:

Embarcações de deslocamento não convencionais que operam em

velocidades intermediárias;

Capacidade de fornecer grande área de convés;

Excelente comportamento em ondas é garantido em todas as condições de

mar;

Alta velocidade comparada a outras embarcações de deslocamento;

Possível redução das vibrações e ruídos caso a instalação propulsora esteja

localizada no interior dos torpedos;

Velocidade limitada devido à grande superfície molhada, o que aumenta a

resistência friccional;

Possui muita sensibilidade às variações de peso, o que não representa uma

desvantagem em aplicações como em um RSV;

Custo de produção mais caro quando comparado aos convencionais

catamarãs e monocasco, possuindo também maior dificuldade de construção

devido às complexidades estruturais inerentes ao design.

Necessidade de operar sempre com um mínimo possível de trim, para não

comprometer o escoamento do fluido ao redor dos torpedos;

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1.4. ROV (Remotely Operated Vehicle)

O ROV é um veículo submersível operado remotamente por uma pessoa a bordo

de uma embarcação conectado a mesma através de cabos umbilicais para transporte de

dados e energia.

É utilizado para instalação e manutenção de equipamentos, observação de

operações e linhas, e apoio a atividades submarinas na exploração e produção de óleo

em grandes profundidades, especialmente em regiões que não são alcançadas por

mergulhadores.

1.5. Estrutura do Trabalho

O projeto se inicia de fato no Capítulo 2, onde há um levantamento dos aspectos

físicos do objeto de projeto, que se faz necessário para que se possa começar o

desenvolvimento do projeto da embarcação. São mostradas características da região de

operação, do porto de atracação, e condições ambientais na qual o navio estará

suscetível.

No Capítulo 3 são discutidos detalhes característicos do projeto de navios

SWATH, onde é trabalhada a concepção inicial deste tipo especial de casco, com a

escolha de uma conFiguração de struts e de formas de pontoons para serem levadas

adiante no projeto.

O Capítulo 4 remete ao estudo dos principais dimensionamentos do casco do

SWATH RSV.

Todos os cálculos referentes à resistência ao avanço e o método utilizado são

tratados no Capítulo 5, tal determinação é preponderante neste projeto para

determinação da forma submersa ideal, que é definida no Capítulo 6.

Tendo sido analisados os cálculos de resistência ao avanço, é possível

determinar os equipamentos que compõem o sistema propulsivo da embarcação, que

são definidos no Capítulo 7.

No Capítulo 8 é possível observar como se deu a seleção dos elementos

impelidores que fazem parte do sistema de posicionamento dinâmico da embarcação.

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Já o Capítulo 9 remete a seleção e critérios de escolha dos equipamentos

responsáveis por fornecer energia elétrica à embarcação.

Os dimensionamentos estruturais da embarcação podem ser conferidos no

Capítulo 10, onde são mostrados os principais parâmetros e características estruturais do

SWATH RSV, onde ao final do capítulo pode ser observado o peso do alumínio

utilizado.

Logo após, são selecionados os principais equipamentos que estarão alocados no

SWATH RSV, no Capítulo 11, onde esta determinação neste estágio do projeto se dá na

necessidade de se ter os equipamentos que obrigatoriamente devem fazer parte do navio

definidos antes do arranjo geral da embarcação, que demanda estas informações.

Tendo sido dimensionados os sistemas propulsivo e de geração de energia, e

sabendo o perfil operacional da embarcação, é possível estimar qual a necessidade de

consumíveis do navio, que é tratado no Capítulo 12.

Nesse estágio do projeto já é possível a realização do arranjo geral da

embarcação, cujos detalhes são encontrados no Capítulo 13, onde com a determinação

da distribuição de todos os pesos sobre o navio é possível fazer uma estimativa

consistente de peso leve e seu centro de gravidade nesta condição, que é verificado no

Capítulo 14.

O Capítulo 15 estabelece todos os estudos acerca das posições de equilíbrio e

dos cálculos de estabilidade da embarcação, tanto intacta quanto em avaria.

O Capítulo 16 discute o comportamento em ondas do navio, onde logo após há

uma breve conclusão do projeto seguido pelos dados bibliográficos.

No Capítulo 17, o último do relatório, é feita uma comparação entre o SWATH

RSV e duas embarcações equivalentes projetadas em pesquisa acadêmica na UFRJ,

correspondentes a um monocasco e um catamaran, ambos também RSVs, no qual

analisa-se critérios importantes de cada embarcação.

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2. ASPECTOS FÍSICOS DA REGIÃO DE OPERAÇÃO

2.1. Região de operação

A necessidade da construção deste tipo de embarcação é impulsionada

principalmente pela descoberta do pré-sal, portanto o SWATH RSV deve ser capaz de

atender toda essa região.

A região do Pré Sal corresponde as Bacias de Campos e de Santos. A produção

no pré-sal é uma realidade, e mesmo com a crise atual a Petrobras tem em 2018 a

expectativa de que 52% da produção total de óleo venha do pré-sal, o que garante que

haverá uma grande demanda de serviços na região e especialmente deste tipo de

embarcação.

Tendo em vista o porto de Imbetiba em Macaé como ponto de partida da

embarcação, a extensão da rota pode ser estimada entre 340Km e 540Km

Figura 5 – Extensão da área de exploração do pré-sal

2.2. Porto de Atracação

Para viabilizar as operações da embarcação nesta região é necessário que haja

um porto de atracação da mesma, além disso, as características do porto podem

restringir o projeto em sua concepção. Devido à escassez de portos estruturados na

região das Bacias tanto de Santos como a de Campos, o porto de abastecimento

escolhido foi o de Imbetiba, localizado na cidade de Macaé, no Norte Fluminense.

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Aléoffshorem disso, o Porto de Imbetiba é o maior porto operado pela Petrobras

no Brasil em volume de cargas, para suporte logístico às atividades de exploração de

produção de petróleo. O porto entrou em operação em 1979, para atender às

necessidades das plataformas de petróleo da Bacia de Campos. Com três piers de 90

metros de comprimento e 15 metros de largura, movimenta em média 34 mil toneladas

de carga geral para embarque, e 22 mil toneladas de carga geral para desembarque, em

460 atracações de navios por mês, segundo a Prefeitura de Macaé. O porto é capaz de

atender 165 embarcações de apoio marítimo e realizar o embarque e desembarque de

equipamentos, suprimentos e outros equipamentos que são levados ou trazidos a

unidades de produção offshore.

O porto apresenta uma restrição de oito metros calado, que apesar do alto calado

comumente apresentado por navios SWATH, não restringe o projeto devido ao porte do

SWATH RSV aqui apresentado.

Figura 6- Porto de Imbetiba

2.1. Condições Ambientais

Com a determinação do local de operação do navio, devemos reconhecer as

possíveis condições ambientais ao qual a embarcação estará sujeita, sabendo que estas

características influenciam a operacionalidade do navio proposto. Sendo assim,

obtiveram-se levantamentos que mostram valores de altura significativa de onda,

período de onda, velocidade de vento e velocidades de correnteza para cada uma das

bacias, podendo garantir assim que as funcionalidades estipuladas serão atendidas para

estas condições de tempo e mar.

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Da tese de mestrado de Carvalho (2010), Pesquisador do INPE – Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais, publicada pelo ministério da Ciência e Tecnologia

pode-se obter detalhes dos regimes de ondas e ventos da região de operação do SWATH

RSV baseados em dados reais retirados da previsão global do NCEP (National Centers

of Environmental Prediction) entre 1997 e 2009.

Foram tomados os dados das boias nos seguintes pontos do literal do Rio de

Janeiro:

Figura 7-Região de tomada de dados

É possível verificar que a velocidade média do vento no pior período do ano no

litoral do Rio de Janeiro (Longitude -400, Latitude -350) chega aos 8m/s (15 nós). Ou

seja, em nível de projeto não deve ser utilizado ventos com menos de 15 nós.

Figura 8 – Média de velocidade de ventos, em m/s

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É possível observar também que o litoral do RJ apresenta uma altura de onda

média de 1,50m entre os meses de Abril e Setembro, principalmente para ventos de

sudoeste/sul (entradas de frente frias) e que o período médio de pico para o caso de onda

de maior altura significativa gira em torno de 12s (Figura abaixo).

Figura 9- Média de altura significativa de ondas, em metros

Figura 10 –Média de período de pico, em segundos

De acordo com pesquisas de Neves (2006) sobre a Corrente do Brasil (corrente

que atinge a região litorânea do Brasil), a correnteza atinge velocidades de até 0,5m/s,

na superfície, durante todo o ano. Assim, não deverão ser utilizadas velocidades de

correntes menores para definição de critérios de projeto.

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3. CONCEPÇÃO INICIAL DA FORMA SWATH

A natureza da geometria de um casco SWATH permite que haja diversas formas

de flutuadores em forma de torpedos (pontoons) e arranjos de struts. Dessa forma foi

realizada uma densa pesquisa feita acerca da geometria dos cascos de SWATHs em

operação em geral, principalmente os mais conhecidos, de forma a estudar

características específicas inerentes a sua forma a virem fazer parte do projeto.

Assim, para se chegar à forma definitiva das obras vivas do navio SWATH

RSV, primeiramente pensou-se em algumas formas possíveis a serem aplicadas, no qual

modelou-se quatro formas padrões, mudando-se basicamente a geometria dos pontoons,

levando em consideração as formas mais presentes em operação e também inovadoras.

Também foram analisadas duas conFigurações possíveis de struts, de modo a escolher a

que traz as melhores vantagens para o projeto.

O fator determinante para escolha da forma ideal neste projeto, ao princípio, é o

cálculo da resistência ao avanço total sobre cada modelo, que será discutido

detalhadamente no Capítulo 4.

3.1. Struts

Segundo Dinsmore (2004), talvez a grande diferença entre SWATHs em geral é

quanto à disposição dos struts: um strut por pontoon (single strut) ou dois a cada

pontoon (tandem strut).

Figura 11- Exemplos de single strut e tandem strut, respectivamente.

Ainda segundo Dinsmore (2004), a seguir podem ser visualizadas algumas

vantagens e desvantagens de cada conFiguração, onde percebe-se que para a proposta

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de navio RSV bem como de acordo com o perfil operacional desejado da embarcação, a

conFiguração com dois struts em cada pontoon é a mais indicada, e foi a escolhida.

Figura 12-Vantagens e desvantagens de cada conFiguração

Cada strut foi projetado com seções de perfis hidrodinâmicos de aerofólios

NACA, espaçados em cerca 1/5 do comprimento do torpedo, ou seja, cerca de 6.2

metros entre si, de acordo com análise extensa de conFigurações com dois struts por

pontoon. Em SWATHs é comum que se projete separadamente struts e pontoons.

3.2. Pontoons (Flutuadores)

Todos os SWATHs têm como característica os seus pontoons em formato de

torpedo com seções circulares ou elípticas (quando em determinado projeto há a

necessidade de reduzir o calado mantendo o mesmo deslocamento), com corpo de vante

e struts afinados para que o mesmo “corte” a água e não a desloque.

A quatro concepções pensadas para o projeto foram as seguintes:

Forma 1: Torpedo simples com seção constante na maior parte do casco;

Figura 13- Forma 1

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Forma 2: Forma afunilada a meia-nau, devidamente carenada para que não haja

geração de vórtices na descontinuidade do casco. Visto que avanços na

engenharia naval tal como o SWATH Sea Slice da Lockheed Martin (1992),

que apresenta quatro cascos representa um avanço no comportamento em

ondas de navios a grandes velocidades, conclui-se que seria pertinente um

estudo da forma com dois torpedos interligados por uma porção do casco com

seção menor;

Figura 14- Forma 2

Forma 3: Semelhante a anterior, mas com menor volume na porção

afunilada e menor

Figura 15- Forma 3

Forma 4: Pontoon mais afunilado a vante e mais robusto a ré, geometria

comum em vários SWATHs de menor porte;

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Figura 16- Forma 4

Para que fosse definido o calado e diâmetros de cada forma, foi necessário

determinar um deslocamento para a embarcação, para que seja satisfeito um

determinado volume deslocado de água por todas geometrias projetadas para estudo.

Entretanto, como a definição da forma preliminar se encontra no início do

projeto, ainda não temos definido o deslocamento da embarcação, mas temos que uma

das principais características de um projeto de um navio é o método iterativo, sendo

assim, de início estimou-se um deslocamento baseado em RSVs monocascos e

catamarãs, que é discutido com detalhes no Capítulo 4. Os modelos de pontoons

apresentados aqui já remetem ao calado, volume deslocado e diâmetros definitivos de

cada forma.

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4. ESTUDO DAS DIMENSÕES PRINCIPAIS

Para obtenção das características principais do casco do SWATH RSV utilizou-

se dois estudos:

-Michalski (2007), que leva em consideração mais de 80 embarcações do tipo SWATH

para investigar relações estatísticas entre os principais parâmetros da forma do casco.

- Regressão linear de navios semelhantes, consistindo na criação de um banco de dados

formado pelas características principais de navios que apresentam forma e tamanhos

que se assemelham ao preterido no projeto, sendo de grande ajuda o conhecimento da

geometria dos SWATHs mais famosos e testados, além de navios RSVs em geral. Esta

é a ferramenta mais utilizada na determinação das dimensões principais.

Tabela 1 – Catalogação de navios SWATH

LOA (m) LWL (m) B (m) T (m) Velocidade (nós)

SSW 320 A 54,4 - 23 4,6 36

MARINE ACE 13,35 11 6,5 1,55 18

SEAGULL 35,9 31,5 17,1 3,15 27,1

SEAGULL 2 39,3 33,7 15,6 3,5 30,6

SSC 15 MARINE WAVE 15,1 11,95 6,2 1,6 18

SSC 15 SUN MARINA 15,1 11,9 6,4 1,6 17

DIANA 20,7 15,9 6,8 1,6 19,26

KOTOZAKI 27 25 12,5 3,15 20,5

BAY QUEEN 18 15,9 6,8 1,6 20

BAY STAR 19,45 15,9 6,8 1,6 20

COSMOS 29,2 24,3 11,3 2,35 24

35M SWATH VESSEL 34,5 32,5 15 3,5 21,6 MK2 FASR DISPLACEMENT CATAMARAN (FDC)

38,75 31,7 13 2,7 30

MK2 FASR DISPLACEMENT CATAMARAN (FDC)

38,75 31,7 13 2,7 30

24M FASTSWATH SUPPORT VESSEL 26,93 23,5 9,8 2,03 21 37M ATLANTIC CLASSFAST DISPLACEMENT CATAMARAN (FDC) PATRIA

36,5 - 13 2,7 -

Visto que o projeto se trata de um navio pouco comum, onde não há abundância

de navios análogos como no caso dos monocascos em geral, a regressão de navios

semelhantes acaba se tornando menos específica para a proposta de embarcação deste

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projeto. O conjunto de parâmetros apresentados nesta seção é utilizado para determinar

uma conFiguração do casco SWATH que será a base deste projeto.

4.1. Comprimento total dos torpedos

O comprimento total das obras vivas da embarcação é definido pelo próprio

requerimento de projeto da embarcação, de trinta metros. No catamaran projetado por

Schachter et al (2012), esta medida se mostrou adequada para garantir um deckbox que

fornecesse tanto uma boa área de convés quanto espaço para arranjo de compartimentos

e acomodações necessárias. Já comprimento total do deckbox costuma variar da mesma

medida ou até 3% do comprimento e é apresentado no Capítulo 13.

4.2. Boca da Embarcação

Por meio de Michalski (2007), através do histograma abaixo podemos visualizar

a frequência das razões L/B dos SWATHs listados em seus estudos:

Figura- Histograma da relação L/B (comprimento/boca)

Observando a distribuição de L/B principalmente os navios que se aproximam

mais do comprimento de 30 metros, a boca da embarcação poderá se encontrar na

seguinte faixa de 8,6 a 17,5 metros.

Entretanto, em navios multicasco sabe-se que a boca da embarcação é uma

função da distância entre os cascos apresentados. Na seção Resistência ao Avanço [cap.

5] é realizado um estudo no qual averígua-se qual a distância entre os cascos ideal que

além de definir a boca total da embarcação, promove um equilíbrio entre resistência ao

avanço, peso de aço, área de convés e estabilidade transversal.

A boca final da embarcação corresponde a 17,5 metros e se encontra dentro da

margem que se observa em Michalski (2007),

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4.3. Air Gap

O Air Gap da embarcação é a medida vertical entre a linha de calado e o fundo

do deck box. É a folga vertical que existe com o intuito de evitar que as ondas batam no

fundo do deck box, evitando fadiga da estrutura e desconforto dos tripulantes.

Tendo como base os estudos realizados por Carvalho (2010) na região litorânea

do Rio de Janeiro e tendo as relações que reúnem dados e amostras e o mapeamento das

alturas de ondas significativas médias ao redor do globo, e sabendo que a região da

Bacia de Santos abrange o Sea State Code 4, da World Meteorological Organization

(WMO) correspondente a medida de 1,875 metros de altura significativa de onda, o

airgap foi calculado conforme explicitado na Figura 17, estimando-o como metade da

altura significativa de onda, ou seja, a amplitude da mesma, somada a um valor δ de

segurança que admitimos ser pouco mais que a própria amplitude, fazendo uma

escolha conservadora que dá segurança a embarcação.

Figura 17 – Determinação do airgap

Dessa forma, definiu-se o valor do airgap da embarcação com um total de dois

metros.

4.4. Deslocamento da Embarcação

O deslocamento da embarcação inicialmente foi uma estimativa baseada

principalmente nos estudos de Mello (2013) e Schachter et al (2012), que se confirmou

ao final deste projeto. O valor do deslocamento final do SWATH RSV corresponde a

304,42 toneladas.

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4.5. Calado e Diâmetro Máximo dos Torpedos

Foi realizado um estudo acerca da distância vertical entre o calado e o torpedo

das embarcações SWATHs de mesmo porte do SWATH RSV, de forma a se determinar

um valor comumente usado por este tipo de embarcação. Uma grande distância entre o

torpedo e o calado representa diminuição da resistência de onda, mas em contrapartida

aumenta o peso de aço e cargas incidentes nos struts, demandando maior reforça mento.

A partir desta análise definiu-se uma medida vertical de cerca de no mínimo 60% do

diâmetro máximo do pontoon, para cada forma modelada.

Como cada forma projetada se difere uma das outras, para deslocar o mesmo

volume de água todas apresentarão diâmetros máximos diferentes e consequentemente

calados diferentes, como segue:

Tabela 2 – Calado e diâmetros máximos de cada forma projetada

D máx (m) Calado (m)

FORMA 1 2,45 4,52

FORMA 2 2,52 4,66

FORMA 3 2,54 4,57

FORMA 4 2,71 4,89

4.6. Pontal

Conforme podemos observar na Figura 18, o pontal será definido como a soma

do calado, da embarcação, do air-gap, e da altura do deck box.

Figura 18 – Determinação do pontal do SWATH RSV

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Como a embarcação terá apenas o convés molhado no interior do deck-box sabe-

se que a altura do mesmo corresponde a 2,5 metros. Sendo assim, a cada forma

modelada apresentará um pontal diferente:

Tabela 3 – Valores de pontal para cada forma projetada

Pontal (m)

FORMA 1 9,02

FORMA 2 9,16

FORMA 3 9,07

FORMA 4 9,39

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5. RESISTÊNCIA AO AVANÇO

A resistência ao avanço de um navio (Rt) nada mais é do que a composição de

todos os componentes das forças que se opõem ao movimento do mesmo a uma dada

velocidade no sentido contrário ao do movimento da embarcação. Com sua estimativa é

possível determinar qual é o devido sistema propulsivo a ser instalado. A quantificação

dessa força é realizada através de tanques de prova, entretanto softwares vêm evoluindo

através de cálculos baseados em hidrodinâmica aplicada ao navio, onde seu uso se dá

em projetos conceituais e básicos de embarcações.

Como uma das características do navio SWATH é apresentar uma grande

parcela resistência de atrito devido à grande área molhada, um potente sistema

propulsivo poderá ser requerido. Entretanto, ele deverá ser projetado dentro dos limites

do casco (muitas vezes insuficiente) e esse é um dos grandes problemas de projeto do

SWATH. Por este motivo, no método de projeto utilizado, a definição da forma será

dada nesta seção, sendo o casco definitivo a princípio aquele que apresentar a menor

resistência total ao avanço.

5.1. Método de cálculo da Rt

Sendo este o projeto preliminar da embarcação, ou seja, a primeira “volta” do

projeto, não serão feitos a princípio testes de modelos em tanques de prova. Logo se

deve ter o devido cuidado em utilizar o método mais adequado e correto para uma boa

estimativa da resistência ao avanço, para que resultados posteriores não sejam

comprometidos.

A abordagem utilizada pra estimativa da resistência ao avanço do SWATH RSV

será dada através de análise numérica, que consiste basicamente em métodos numéricos

onde um modelo é dividido em malhas ou em painéis de modo que as equações a serem

utilizadas pelo método possam ser aplicadas em cada extremidade da malha, ou em cada

painel a fim de obter uma convergência final do resultado após diversas iterações.

De acordo com os estudos de Schachter et al (2012), o software Michelet pode

ser considerada uma boa ferramenta para uma predição consistente da resistência total

ao avanço em navios que atendam aos requisitos do programa, desde que os dados do

software estejam devidamente calibrados.

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O programa é capaz de quantificar a resistência adicional causada pela

interferência entre as ondas geradas por cada casco. O método utilizado pelo software

consiste basicamente na conjunção de dois outros métodos: a estimativa da resistência

viscosa através método ITTC-1957 baseado na estimativa de resistência de placas

planas atrelado a um fator de forma da embarcação; e a estimativa da resistência de

ondas através da análise potencial (utilizando o método dos painéis - fonte-sumidouro)

utilizando o campo de pressões distante do casco (análise far field) considerando a

teoria de casco esbelto de Michell.

Para utilização do software recomenda-se que as embarcações devam possuir

uma relação de boca sobre comprimento submerso de pelo menos 1/5 e que possuam

um baixo coeficiente de bloco. É necessário que o usuário do programa conheça dados

da embarcação como:

Fator de forma de resistência viscosa;

Fator de forma de resistência de ondas;

Evolução do trim dinâmico;

Evolução do calado conforme variação da velocidade da embarcação;

Para cada casco, utilizando o software Michlet, são calculadas as resistências

totais ao avanço, em função da velocidade da embarcação. Entretanto, antes disso é

necessária que haja calibração do software escolhido para análise numérica.

Antes de operar o programa é necessário se atentar ao fato de que a embarcação

deve estar dentro do exigido pelo Michlet para que hajam resultados concisos:

Tabela 4 –Requisitos do Michlet

Requisitos FORMA 1 FORMA 2 FORMA 3 FORMA 4

L/B >5 12,24 (OK) 11,90 (OK) 11,81 (OK) 11,07 (OK)

Baixo CB 0,45 (OK) 0,39 (OK) 0,41 (OK) 0,52 (OK)

Pelas características de um casco SWATH é fácil observar que os requisitos

acima são facilmente alcançados.

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Além disso, existe uma série de parâmetros que podem/devem ser modificados

para que o programa se apresente devidamente calibrado e os resultados de resistência

ao avanço se apresentem os mais corretos possíveis:

Viscosidade cinemática da água: para águas brasileiras o valor foi

modificado para 1,22 x 10-6

m²/s (a temperatura de 150C);

Número de balizas e linhas d'água a serem exportadas do FreeShip: testes

realizados anteriormente com o programa constataram que para um

comprimento submerso total de cerca de 30 metros, um número de balizas e

linhas d'água iguais a 21 são suficientes para discretizar suficientemente o

casco no software. Para todos os modelos de SWATH foram utilizadas 31

balizas e 21 linhas d'águas.

Limites para cálculo da resistência de ondas: Dados abaixo:

Figura 19-Limites de cálculo de resistência de ondas

Número de parâmetros de resistência de onda (Ntheta): para cálculo da

integral da resistência de onda. Quanto maior o valor mais preciso será o

resultado. Foi utilizado para todas as formas o valor máximo, 1024.

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Fator de forma de resistência viscosa: Este componente terá grande

influência sobre a resistência total ao avanço da embarcação, já que a

estimativa da resistência viscosa se baseia no método da resistência de placa

plana associada ao valor deste fator de forma. Dessa forma, é possível

utilizar as equações de Holtrop para realizar uma estimativa deste fator.

Através dos estudos de Holtrop, sabe-se que:

(

)

(

)

(

)

(

)

( )

(1)

Onde:

1+k = Fator de forma de resistência viscosa;

B = Boca moldada do casco;

L = Comprimento de linha d’água do casco;

T = Calado moldado do casco;

= Volume deslocado do casco;

CP = Coeficiente prismático do casco;

(2)

C14 = 1+0,011Cstern; (3)

Cstern = 10; (4)

LCB = Centro de carena em relação à meia nau e ao comprimento;

Este fator de forma foi calculado para os quatro modelos, onde se pode observar

os resultados:

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Tabela 5 - Fator de forma de resistência viscosa

FATOR DE FORMA DE RESITENCIA VISCOSA (1+K)

FORMA 1 1,51

FORMA 2 1,35

FORMA 3 1,45

FORMA 4 1,42

Fator de forma de resistência de ondas: Este componente também altera o;

valor da resistência total ao avanço da embarcação, amplificando a

resistência de onda. Entretanto segundo os autores do software Michlet,

Lazaukas e Tuck, recomenda-se que esse valor não seja alterado, caso não

haja uma justificativa para fazê-lo. Além disso, segundo os estudos de

Seabra e Schachter (2012) fica claro que esse valor é pouco representativo.

Fato reforçado ainda pelo navio se encontrar longe do hump speed (onde

ocorre o pico de resistência de onda) na velocidade de projeto e pela

natureza do SWATH de apresentar uma resistência de onda muito pequena

em relação às catamarãs e monocascos;

Evolução do trim dinâmico e evolução da elevação/afundamento do calado

conforme variação da velocidade: Se tratando de uma embarcação de

deslocamento, para o RSV aqui projetado esses valores não irão afetar a

resistência ao avanço, já que essas variações podem ser consideradas nulas.

5.2. Distância ideal entre os cascos

Depois da validação do modelo para utilização da ferramenta de análise

numérica de predição da Rt e da definição de todos os parâmetros de parâmetros de

entrada requeridos, é possível estudar os cálculos de resistência através do software

Michlet para determinar uma distância ideal entre os cascos, estudando os efeitos dessa

distância na conjunção da resistência ao avanço total da embarcação.

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É de conhecimento geral que em navios multicasco há interferência do trem

ondas geradas em cada casco no campo de pressões do casco gêmeo, aumentando a

resistência de onda total e, consequentemente, a resistência total ao avanço. Quanto

maior a distância entre os cascos, menor é essa interferência e maior é o momento de

inércia do plano de flutuação. Entretanto o aumento decorrente da distância entre os

cascos aumenta gradativamente o peso estrutural da embarcação. Além disso, deve-se

haver espaço suficiente para operação no moon-pool instalado na região de meia-nau,

alinhado na linha de centro.

O estudo da distância ideal entre os cascos busca um valor que traz equilíbrio em

todos os fatores de projeto envolvidos.

De acordo com os estudos de Lord Kelvin (1988), um trem de ondas de uma

embarcação apresenta uma característica única quanto ao ângulo formado pela linha reta

que define a região onde os sistemas de ondas transversais e divergentes, gerados pela

embarcação se combinam a fim de formarem um único sistema de ondas característico.

Por concentrar os efeitos das ondas geradas pelo movimento do casco sobre a superfície

da água, é dentro desta região, visualizada abaixo, que devem ser estudados a

interferência do trem de ondas sobre a resistência final do casco em projeto.

Figura 20- Trem de ondas

Através do ângulo de Kelvin é possível verificar para o SWATH que o ideal

seria que os trens de ondas dos dois cascos nunca se encontrassem, ou seja, que um trem

de ondas de um casco nunca interferisse no trem de ondas gerado pelo outro casco.

Entretanto, isto é impossível, pois só uma distância infinita entre os cascos

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proporcionaria tal efeito, assim, é razoável a premissa de que se o ponto de encontro

entre os trens de ondas ocorre na região final da embarcação, a interferência que as

ondas de um casco gerariam na resistência do outro casco já seria reduzida

consideravelmente, uma vez que a onda gerada por um dos cascos nunca chegaria ao

casco gêmeo. Portanto, a base para o estudo da distância entre os cascos será o ponto

onde os trens de onda se encontram no final da embarcação, conforme se pode conferir

na esquematização da Figura 21:

Figura 21 - Ângulo de Kelvin

A distância entre os cascos correspondente a Figura 21 é de 21,86 metros, valor

que acaba por se tornar inviável pela quantidade de peso estrutural que será demandada

para o navio com boca total nessas condições, boca que também se mostra longe da

faixa de valores de boca encontrada em navios de porte semelhante ao SWATH RSV,

de 8,6 a 17,5 metros.

Analisou-se a resistência de ondas para a distância dada pelo ângulo de Kelvin,

na velocidade de 16 nós, utilizando a forma 2 como base e relacionando valores

apresentados em multicascos semelhantes e também algumas variações, para que sua

influência na Rt possa ser estudada:

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Tabela 6 –Influência da distância entre os cascos na Rw

Distância entre

Cascos (m)

Resistência de

Onda Rw (KN)

Aumento da Rw em relação a Rw

da distância de Kelvin (%)

12,1 49,08 8,68

12,7 48,23 6,8

13 48,22 6,78

15 46,93 3,92

17 45,71 1,23

19,2 45,41 0,57

21,81 45,16 0

Sabendo que a menor Rt possível, na distância de 21,81 metros não é adequado

pelo ponto de vista do peso total da embarcação consequente da grande boca total da

embarcação em relação ao seu comprimento, o estudo acima mostra que até 15 metros o

aumento da Rw pode ser considerado aceitável. Em Schachter e Seabra (2012), o

catamaran com 15 metros de distância entre os cascos opera ROVs sem problemas com

um moon-pool central, além disso, é feito um estudo da diferença estrutural entre o peso

estrutural desta distância e da definida pelo ângulo de Kelvin, se mostrando

consideravelmente grande.

Dessa forma, utilizou-se o valor de 15 metros de distância ideal entre os

pontoons. Esta medida também se mostrou satisfatória em relação aos cálculos de

estabilidade intacta da embarcação, que pode ser vista com detalhes no Capítulo 15.

5.3. Resistência total ao avanço

A conjugação do método de cálculo de resistência ao avanço aplicado em cada

forma submersa com distância de 15 metros entre as linhas de centro dos pontoons

resultou na escolha da forma ideal pelo ponto de vista da economia de combustível e

alocação do sistema propulsivo.

Abaixo se encontram as curvas de resistência total ao avanço de cada umas das

quatro formas apresentadas:

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Figura 22 - Gráfico de Rt das formas modeladas

Para a velocidade de 16 nós:

Tabela 7- Resistência total a 16 nós

FORMA 1 FORMA 2 FORMA 3 FORMA 4

Rt (KN) Rt (KN) Rt (KN) Rt (KN)

111,29 127,99 107,16 113,61

A forma que apresentou a menor resistência total ao avanço, como pode ser

observado, é a forma 3, afunilada na região da meia-nau. Entretanto, em decorrência de

outros fatores de projeto, a intenção inicial de a princípio escolher a forma que

trouxesse o menor consumo possível de combustível e consequentemente o menor custo

operacional acabou não se tornando a mais adequada. Esta forma apresenta uma alta

resistência de onda na faixa dos 10 nós, ocasionando um hump speed que impossibilita

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00

Re

sist

ên

cia

(KN

)

Velocidade (knots)

Resistência ao Avanço Total

FORMA 1

FORMA 2

FORMA 3

FORMA 4

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o sistema propulsivo de ultrapassar esta faixa de velocidade. Logo, este casco apesar de

apresentar menor resistência se mostrou inviável para o prosseguimento do projeto.

Logo, a decisão mais sensata seria a escolha do segundo casco de menor Rt,

correspondente a forma 1. Entretanto, a forma 4 apresenta apenas 2% de diferença e

proporciona um volume maior do torpedo para alocação, instalação e espaço para

manutenção e vistoria do sistema propulsivo, dessa forma se fazendo a escolha mais

viável de casco para o SWATH RSV.

O programa também é capaz de gerar o trem de ondas produzido pelos cascos, a

seguir:

Figura 23 – Trem de ondas gerado pelo casco

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6. FORMA ESCOLHIDA E DIMENSÕES PRINCIPAIS FINAIS

Definiu-se a forma 4, cujo diâmetro varia aumentando a partir da meia-nau,

como a escolhida para dar prosseguimento ao projeto do navio SWATH. Na figura

abaixo se encontra a geometria submersa definitiva do navio.

Figura 24 – Forma final escolhida

A seguir se encontram as dimensões principais definitivas do SWATH

RSV:

Dimensões Principais

Deslocamento 300 ton

Velocidade 16 nós

Comprimento total 30,2 m

Boca total 17,5

Air Gap 2,0 m

Calado 4,89 m

Diâmetro máx do pontoon 2,70 m

Quantidade de struts/pontoons 2

Comprimento do strut 6,2 m

Pontal 9,39 m

Altura do wet deck 6,89 m

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Figura 25- Plano de linhas da forma escolhida

O plano de linhas ampliado se encontra no Anexo 1. Abaixo as principais

características hidrostáticas do SWATH RSV:

Tabela 8 – Características hidrostáticas do navio

Draft Amidships

m 4,890

Displacement t 299,5

Heel deg 0,0

Draft at FP m 4,890

Draft at AP m 4,890

Draft at LCF m 4,890

Trim (+ve by stern) m 0,000

WL Length m 18,693

Beam max extents on WL m 15,879

Wetted Area m^2 544,933

Waterpl. Area m^2 15,132

Prismatic coeff. (Cp) 1,040

Block coeff. (Cb) 0,201

Max Sect. area coeff. (Cm) 0,194

Waterpl. area coeff. (Cwp) 0,051

KB m 1,658

KG m 3,560

BMt m 2,915

BML m 2,072

GMt m 1,014

GML m 0,170

KMt m 4,574

Immersion (TPc) tonne/cm 0,155

MTc tonne.m 0,017

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7. SISTEMA PROPULSIVO

A seleção do sistema propulsivo é realizada após a conclusão dos resultados

obtidos com os cálculos de resistência ao avanço. Em navios SWATHs de menor porte

a forma do casco é uma grande limitação do sistema propulsivo, onde os elementos que

compõem o mesmo podem não conseguir ficar alocados no espaço definido dentro dos

torpedos que garantem o deslocamento.

7.1. Seleção dos Propulsores

Tendo em vista as características e o perfil operacional do SWATH RSV,

chegou-se à conclusão que os elementos propulsores mais indicados para propelir a

embarcação são hidrojatos.

Hidrojatos vêm tendo há algum tempo participação crescente em sistemas

propulsivos de embarcações de alto desempenho. Estudos comprovam que eles

conseguem ser competitivos em eficiência com os propulsores do tipo hélice a partir de

velocidades de 30 nós. Entretanto, em algumas embarcações eles vêm sendo utilizados

mesmo em uma região onde eles não são tão eficientes, a velocidades menores,

especialmente em navios onde há operações de mergulho e lançamento de aparelhos e

estruturas, fato constante no caso do SWATH RSV. Isso se dá devido a ocorrência de

muitos acidentes nestes tipos de operações realizadas na região próxima a hélices, onde

elas estarão sempre em funcionamento para garantir seu posicionamento dinâmico.

Experiências em pesquisas realizadas com hidrojatos Kamewa [3] apuraram:

Diminuição da resistência ao avanço no casco devido à diminuição da parcela

decorrente de apêndices do casco;

Ruído interno e vibração reduzida comparada a hélices;

Pode ser usado em embarcações com calado pequeno, diminuindo a restrição de

calado que comumente ocorre em sistemas baseados em hélices;

Boa manobrabilidade em todo alcance de velocidades;

Entretanto existe uma grande limitação na utilização de hidrojatos em projetos

de pesquisa, que é falta de informações específicas dos propulsores por parte das

empresas fabricantes, com intuito de proteger suas tecnologias. A seleção do conjunto

motor-propulsor ideal foi feita extraindo o máximo possível das informações

provenientes dos fabricantes.

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Os propulsores foram selecionados através dos dados disponibilizados pela

antiga empresa Kamewa, hoje Rolls Royce. Onde através de catálogos da empresa foi

possível ter acesso a uma variedade de jatos d'água. A família de hidrojatos que se

mostrou a mais indicada ao projeto se encontra abaixo:

Figura 26- Hidrojato 71SII Kamewa

De acordo com o fabricante, o diagrama acima é para uso apenas em projetos

preliminares, como é o caso. O diagrama mostra qual é potência adequada no motor

para cada região na curva de resistência total ao avanço do casco, já descontando os

coeficientes propulsivos perdas de potência que não foram divulgados pela empresa,

como já esperado. O SWATH contará com dois hidrojatos, alocados em cada pontoon.

Conforme visto anteriormente, a resistência total do casco é de 113,61. Sendo assim, no

gráfico acima a resistência requerida de cada hidrojato é de 56,8 KN, como está

demarcado, em uma região onde as margens de cavitação são seguras em todo o alcance

de velocidades e onde o tamanho do hidrojato definido na região é a melhor escolha pra

embarcação.

RT hidrojato = RT/ 2 = 113,61/ 2 = 56,80 KN (5)

Assim, o SWATH RSV contará com dois hidrojatos Kamewa 71 SII- 1000

BKW, com as seguintes dimensões:

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Figura 27- Hidrojato selecionado

Figura 28-Dimensões dos hidrojatos selecionados

Figura 29 - Dimensões dos hidrojatos selecionados

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Figura 30 - Dimensões dos hidrojatos selecionados

Tendo sido escolhido o hidrojato, através das informações disponibilizadas pelo

fabricante também é possível obter a rotação requerida no eixo propulsor,

aproximadamente 700 rpm.

Figura 31 - Rotação requerida no eixo

7.2. Seleção dos Motores

O navio deverá cumprir seu papel, operando de acordo com o pedido em

contrato não só no momento da entrega, mas sim durante toda sua vida útil em

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operação. Por isso iremos aos valores encontrados de rotação e potência inserir margens

de segurança.

Estabelecendo uma margem de rotação nos hidrojatos de 5%, temos uma rotação

requerida no motor de 735 rpm.

Na potência requerida ao motor iremos aplicar margens de mar e margens do

motor (10% cada). A margem de mar garante que mesmo com a resistência adicional do

casco angariada com o tempo, como devido ao envelhecimento do casco e aparecimento

de cracas, o empuxo hidrodinâmico será atingido pelo propulsor. Já a margem de motor

é aplicada levando em consideração o envelhecimento do motor e sua perda de potência

com o tempo.

Dessa forma, a potência requerida no motor por cada hidrojato será de 1100 kW

(1475 HP)

Sabendo que o espaço físico do motor é um dos problemas de projeto do

SWATH RSV, a tendência natural foi à escolha por motores diesel de média/alta

rotação, onde após a determinação da potência requerida nos motores finalmente é

possível efetuar sua escolha.

Foi escolhido o modelo 12AYM, com rating Medium Duty da fabricante

Yanmar, que atende com tranquilidade a potência necessária. No SWATH RSV são

utilizados dois, um em cada casco. A determinação do rating Medium Continuous Duty

(MDC) se dá de acordo com o perfil operacional de uma embarcação do SWATH RSV,

onde estimasse que a operação anual do motor ficará entre muito provavelmente entre

2.000 e 4.000 horas, ou seja, não irá exceder 11h diária de operação.

Figura 32-Yanmar12AYM

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Figura 33- Dimensões do motor escolhido

Figura 34- Especificações do motor escolhido

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Figura 35 – Curvas de eficiência dos motores

7.3. Seleção das Caixas Redutoras

A empresa Wärtsilä possui uma linha completa de caixas redutoras, para

embarcações que operam com motores na faixa de 1MW a 24MW conforme pode ser

visualizado abaixo:

Figura 36- Caixa redutora escolhida

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Duas caixas redutoras para 1:2,1, modelo SCV42 da Wärtsilä, de redução

simples, vertical, foram selecionadas, uma vez que a rotação dos motores a 1100kW é

de 1560rpm.

Figura 37 – Dimensões das redutoras

Figura 38- Dimensões das redutores escolhidas

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8. SISTEMA DE POSICIONAMENTO DINÂMICO

O sistema de posicionamento dinâmico é composto por equipamentos de

controle de navegação e sensores que captam as informações da posição do navio e

ajustam a direção e potência dos propulsores automaticamente, mantendo o navio

sempre dentro de uma região, cuja extensão máxima é chamada de passeio. No âmbito

deste projeto a determinação do sistema de posicionamento dinâmico se dará na escolha

de elementos propulsivos que garantam a operacionalidade do SWATH SV.

A direção e a potência dos impelidores devem ser tais que permitam a

embarcação suportar as forças de onda, vento e corrente que tendem a tirar a

embarcação de sua posição.

Para operação do SWATH RSV é imprescindível que haja um sistema de PD

para viabilidade de operações de lançamento de ROVs a grandes distâncias, de forma a

se evitar acúmulos de carga no convés do moon-pool, congestionamento entre corpos

flutuantes e aparatos subsea, e avaria de equipamentos.

O fato do SWATH RSV ser projetado com dois hidrojatos como elementos de

propulsão principal representa uma vantagem para o sistema de posicionamento

dinâmico da embarcação, uma vez que este tipo de propulsor, por si só e por estarem

alocados um em cada casco, auxiliam no poder de manobra da embarcação. Porém,

somente os hidrojatos da embarcação não são capazes de garantir um bom

posicionamento dinâmico e, dessa forma, há a necessidade de selecionar impelidores de

vante tipo Tunnel Trhuster, os chamados Bow-thrusters.

. Neste capítulo são quantificadas as forças de vento, corrente e ondas que a o

navio estará submetido para que se possa determinar os impelidores de vante que virão a

fazer parte do SWATH RSV. Para que os elementos do sistema de PD possam ser

dimensionados, o projetista deve calcular qual o empuxo total que a embarcação é capaz

de gerar para que as forças ambientais atuando sobre o casco possam ser vencidas

enquanto navio estiver em operação. Para quantificar essas forças, primeiramente é

necessário definir qual a área de ação das mesmas sobre o casco, conforme pode ser

visualizado abaixo, na Figura 39:

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Figura 39- Áreas expostas a forças ambientais

A1 = Área transversal submersa ≈ 99,7m2;

A2 =Área transversal emersa ≈ 146,26 m2.

8.1. Força do Vento

A força máxima do vento sobre a área de ação A2 é calculada pelo com auxílio

regulamento Modu Code (1989), da IMO conforme a seguir:

FVENTO = 0,5. (Cs). (Ch). (ρar). (V²). (A) (6)

Onde:

FVENTO = Força do vento, em N;

CS = Coeficiente de forma, que depende da forma e das estruturas da embarcação expostas ao vento;

CH = Coeficiente de altura, que depende da altura do centro da área transversal projetada da forma e das estruturas da embarcação expostas ao vento;

V = Velocidade do vento, em m/s

A = Área projetada das superfícies expostas ao vento = A2 = 146,26m2;

Par = Massa específica do ar (1,222 Kg/m³)

Ainda através do Modu Code (1990) sabe-se que para ao SWATH RSV, sabe-se

que os parâmetros correspondentes ao coeficiente de forma e de altura correspondem

respectivamente a CS=1.0 e CH= 1.0.

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Figura 40- Parâmetro para determinação do coeficiente de forma

Figura 41 - Parâmetro para determinação do coeficiente de altura

Utilizou-se velocidade de vento de 36m/s (70 nós), valor comumente aplicado

para serviços offshore em condições normais de operação.

Dessa forma, obteve-se: FVENTO = 115,81 kN

8.2. Força das Correntes

A força de través, devido à corrente (FCORRENTE) pode ser dada pela seguinte

formulação:

FCORRENTE = ½. ρagua. Vc². A1.CD (7)

Onde:

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FCORRENTE = Força resultante de ação da corrente sobre a parte submersa do

casco;

Ρ= Massa específica da água salgada = 1025 kg/m;

V = Velocidade da corrente marítima;

A1 = Área projetada da parte exposta à ação das correntes = 99,7m2;

CD= Coeficiente de arrasto devido à forma do casco.

Como já debatido, de acordo com Carvalho (2010) a velocidade da corrente

marítima na região da Bacia de Santos VC ≤ 0,5m/s. Por segurança foi adotada VC =

1,5m/s.

Para uma boa estimativa da força FCORRENTE é necessária uma estimativa

coerente do coeficiente de arrasto do casco CD. O mais adequado seria obter o valor

deste coeficiente de arrasto através de dados experimentas utilizando um modelo do

casco e obter as derivadas hidrodinâmicas do escoamento sobre o casco, para com isso

estimar a força de swap e momento de yaw que o casco estaria submetido quando em

operação. Entretanto dada a nível preliminar do projeto do SWATH RSV, este valor

será estimado de acordo estudos de Gaythwaite (2004), onde para cascos esbeltos e com

um baixo coeficiente de bloco (caso do SWATH RSV), é possível supor um coeficiente

de arrasto lateral CD entre 0,6 e 0,8. Dessa forma admitiu-se CD= 0,7.

Figura 42- Estimativa do coeficiente Cd

Levando também em consideração que a corrente que atinge o segundo casco

tem magnitude drasticamente reduzida devido a presença do primeiro casco, podemos

estimar a força total exercida pelas forças das correntes marítimas no SWATH RSV

utilizando uma estimativa conservadora, de que o segundo casco é atingido com uma

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velocidade de corrente de metade do valor aplicado ao casco onde há o primeiro

impacto (0,75m/s).

Assim a força total será o conjugado das forças proeminentes em ambos os

cascos:

FCORRENTE = FCORRENTE 1(Casco 1) +FCORRENTE 2 (Casco2) (8)

Dessa forma tem-se:

FCORRENTE =100,56 KN.

8.3. Força das Ondas

Não é possível precisar a força lateral resultante da ação das ondas sobre o casco

(FONDA). Entretanto, para uma escolha segura de dimensionamento dos Bow Thrusters

foi aplicado um coeficiente de segurança de 25% sobre o valor da força de corrente que

atua sobre o casco:

FONDA = 25% FCORRENTE = 25,14 KN (9)

8.4. Força Resultante Total Sobre o Casco

A força lateral total (FLATERAL) sobre o SWATH RSV é a conjugação de todas as

forças ambientais no qual o casco poderá estar submetido em operação e pode ser

finalmente obtida, como segue abaixo:

FLATERAL = FVENTO + FCORRENTE + FONDA (10)

FLATERAL ≈ 204,61 KN

8.5. Seleção dos Bow-thrusters

O sistema de posicionamento dinâmico conta com dois bow Thrusters e os dois

hidrojatos já selecionados. A conjugação do empuxo de todos os propulsores devem,

quando somados, corresponder a estimativa da magnitude da força lateral máxima

devido a ação de vento, ondas e corrente. Assim admitiu-se que cada impelidor de vante

deverá apresentar um empuxo de:

FEMPUXO_BOW_THRUSTER= (FEMPUXO_TOTAL)/4=51, 15 KN (11)

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A escolha dos Bow Thrusters se deu através da análise de navios semelhantes

levando-se em consideração os cálculos efetuados nesta seção. Tendo isso em vista,

foram escolhidos modelos STT 110 da Schottel, com potência máxima de 200kW

Figura 43- Bow-thrusters selecionados

Figura 44 –Bow-thruster STT110 Schottel

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9. GERAÇÃO DE ENERGIA

Para determinação dos geradores do SWATH RSV é necessário que haja análise

completa do balanço elétrico da embarcação, com levantamento de todos os

equipamentos presentes no navio que demandam energia elétrica para seu

funcionamento. Entretanto, dado o caráter preliminar deste projeto, a determinação de

geradores auxiliares e de emergência se dará no uso de embarcações semelhantes a

proposta do navio RSV.

9.1. Geradores Auxiliares

Os geradores auxiliares foram dimensionados de acordo com a estimativa de

demanda elétrica do navio catamaran de Schachter et al (2012) , com o mesmo escopo

de RSV compacto de cerca de 30 metros de comprimento total. A partir deste valor,

dois geradores auxiliares de 540kW de potência cada, modelo 3412C, da Caterpillar.

Figura 45 – Características do gerador auxiliar selecionado

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Figura 46- Modelo de gerador 3412C, da Caterpillar

9.2. Geradores de Emergência

Para seleção dos geradores de emergência o mesmo recurso será utilizado, e

tendo como base o navio de Schachter et al (2012), selecionou-se um gerados modelo

C4.4, da Caterpillar, com 56kW de potência, cujos detalhes são verificados abaixo,

retirados do próprio catálogo online da empresa.

Figura 47- Características do gerador de emergência selecionado

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Figura 48- Gerador de emergência C4.4 da Caterpillar

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10. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

Nesta seção são determinados a nível de projeto preliminar todos os principais

reforços estruturais da embarcação, bem como espaçamentos, distribuição de conveses e

detalhes de compartimentação, assim como todos os cálculos que julgam a capacidade

da embarcação de resistir às cargas solicitadas de acordo com definições de regras

classificadoras.

O dimensionamento estrutural faz demasiado importante para o projeto global

do SWATH RSV devido principalmente à forma não usual dos cascos gêmeos, e

possibilidade de um peso leve elevado em relação a monocascos e catamarans

equivalentes, em função da grande área molhada dos pontoons.

Toda a topologia estrutural foi projetado através da regra HSC - High Speed

Naval Craft (2007) da sociedade classificadora ABS (American Bureau of Shipping)

[5]. Além disso todas as espessuras utilizadas provém do padrão comercial fornecido

pelos principais fabricantes do mercado brasileiro. Não existe abordagem específica

para SWATHs na regra utilizada, dessa forma ela foi interpretada de maneira análoga a

uma embarcação convencional de dois cascos, como de fato é um multicasco.

A embarcação terá toda sua estrutura construída em alumínio naval 5052 H34,

que em geral, possui o peso específico de aproximadamente 2.68 t/m³, tensão de

escoamento igual a 200 MPa e tensão de ruptura de 255 MPa.

10.1. Sistema Estrutural

De acordo com a ABS, como o navio projetado apresenta menos de 60 metros, a

estrutura do RSV deverá ser reforçada com reforços gigantes transversais, as chamadas

cavernas; e com reforços pequenos longitudinais. Como é possível verificar, a

embarcação só possui reforçadores gigantes transversais. Tal escolha além de ser uma

recomendação da sociedade classificadora representa maior facilidade de construção da

embarcação.

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Figura 45- Sistema estrutural do Superferry Havaiano

Figura 46- Detalhe de reforçamento do interior do pontoon do SWATH RSV

10.2. Principais Espaçamentos

Antes de aplicar a regra e determinar o posicionamento de anteparas, devemos

ter definido de acordo com critérios do projetista o espaçamento entre reforços, para que

posteriormente sejam calculados em função disso as espessuras mínimas de

chapeamento, momento de inércia e módulo de seção requeridos da seção-mestra e

reforços, além de posicionar anteparas assim que possível na mesma longitudinal que as

cavernas gigantes, representando economia de aço.

Tabela 9- Espaçamento entre cavernas e longitudinais

Espaçamento entre cavernas 1 m

Espaçamento entre longitudinais 0,5 m

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10.3. Distribuição de Conveses

O SWATH RSV contará ao todo com 4 convéses: convés molhado, convés

principal, convés do passadiço e do tijupá. Para o dimensionamento estrutural é

necessário uma definição prévia de tais conveses, onde abaixo pode ser observada sua

distribuição:

Figura 47- Posicionamento dos conveses da embarcação

10.4. Anteparas de Colisão

A regra da ABS define que a antepara de colisão de vante deve estar localizada a

uma distância não inferior a 0.05Lf da roda de proa na região de linha d’água, onde Lf é

o comprimento de linha d’água medido a 0.85D.

Sendo assim:

Ant_Vante > 0.05 Lf, ; onde Lf= 18,69 (12)

Logo: Ant_Vante > 0,95 m

Assim, o comprimento mínimoda antepara de colisão de vante à roda de proa,

que constitui o pique-tanque de vante, é de 0,95 metros.

Como a regra não especifica uma distância mínima do espelho de popa à

antepara de colisão de ré, em prol da segurança usaremos o mesmo valor mínimo

definido para Ant_Vante.

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Tendo sido determinados os valores mínimos, alocou-se as anteparas nas

posições que se mostraram mais adequadas ao projetista, coincidindo com cavernas

gigantes.

Tabela 10 – Espaçamento das anteparas de colisão

Distância antepara de colisão de vante - proa 1,15 m

Distância antepara de colisão de ré - popa 4,00 m

Figura 48 – Anteparas de colisão

10.5. Moon-Pool

Além das anteparas de colisão a ré e a vante, a embarcação contará com duas

anteparas transversais e duas anteparas longitudinais na altura do moon-pool, presentes

entre o convés principal e o convés molhado, conforme ilustrado a seguir. A presença

dessas anteparas se dá na intenção de garantir continuidade estrutural às anteparas

longitudinais do moon-pool e diminuir o vão livre das cavernas dos conveses molhado

e principal.

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Figura 49- Posicionamento das anteparas do moonpool

Figura 50 - Posicionamento das anteparas do moonpool

10.6. Anteparas Estanques

Segundo a ABS, toda embarcação com comprimento L maior que 15 metros,

deverão ser providos de anteparas estanques, onde o número de aberturas nas

subdivisões estanques devem ser reduzidos ao mínimo, compatível com o

funcionamento apropriado do navio. Vãos de acesso, tubulações, ventilação, cabos

elétricos, entre outros, devem manter a integridade estanque da antepara.

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Uma das desvantagens do navio SWATH é a sua estabilidade em avaria, que

pode se tornar em um fator crítico de projeto. Dessa forma todas as anteparas dos

pontoons são projetadas para serem estanques e diminuir a desvantagem desta

concepção. Além disso, todos os acessos do deckbox aos torpedos se dão através de

escotilhas estanques. Todos os detalhes de estabilidade em avaria do navio podem ser

encontrados no Capítulo 15.

Figura 51 – Anteparas do interior dos torpedos

10.7. Praça de Máquinas

Visto que já foram definidos os principais equipamentos que irão ser abrigados na praça

de máquinas da embarcação com a determinação das sínteses sistema propulsivo e

sistema de geração de energia, é possível dimensionar um espaçamento para esta região

que proporcione capacidade de alocar com facilidade e segurança os equipamentos

intensificando a operacionalidade da embarcação ao mesmo tempo que não represente

um déficit no espaço destinado a carga de suprimentos. Na praça de máquinas foram

dispostos os principais equipamentos, como as redutoras e os MCPs, demais

equipamentos são dispostos em compartimento do interior do deckbox.

Dessa forma, pensando também no espaçamento entre cavernas, o comprimento

da praça de máquinas ficou com o valor que pode ser observado abaixo, em metros:

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Figura 52 – Detalhe da praça de máquinas do SWATH RSV

10.8. Compartimento Bow-thruster

Tendo sido determinados os impelidores de vante, foi possível determinar o

compartimento que abriga os bow-thrusters, como é observado a seguir.

Figura 53- Detalhe compartimento do bow-thruster

10.9. Topologia Estrutural

Esta síntese corresponde especificamente a determinação da topologia estrutural

do SWATH RSV com todos os seus dimensionamentos, onde sua análise se dá no

cálculo do módulo de seção da seção mestra do navio projetado, onde é verificada a

capacidade do viga-navio resistir a esforços de flexão e torção.

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Conforme já mencionado, a embarcação terá chapeamentos e reforços

construídos em alumínio naval 5052 H34, que em geral, possui o peso específico de

aproximadamente 2.80 t/m. O projeto estrutural do SWATH RSV é balizado com base

na regra “High Speed Craft” da classificadora Norte Americana ABS (American Bureau

of Shipping).

O dimensionamento estrutural irá depender primeiramente da espessura

comercial fornecida pelos principais fornecedores do mercado brasileiro).Neste projeto

utilizou-se apenas espessuras comerciais de alumínio naval.

Como a regra dá as espessuras mínimas, serão utilizadas espessuras maiores

adequadas as espessuras comerciais de alumínio naval, garantindo uma folga que

permite uma maior segurança.

Todos os reforçadores do SWATH RSV serão em perfil “T” nas longitudinais e

barras-chatas nas transversais. Ambos os perfilados são comuns em projetos navais e

visam otimizar o aproveitamento de espaço no interior.

Serão calculados todos os elementos estruturais, para a medida da boca definida

com a determinação inicial de 15 metros de distância entre os dois cascos do SWATH.

Vale ressaltar que como não há regra específica para navios SWATH, foram

feitas analogias a mesma com um catamaran padrão. Toda a região dos pontoons foram

considerados como fundo do navio e os struts como costado, para definição de

espessura de chapeamento e dimensionamento de reforços.

Segundo a regra “High-Speed Craft”, da classificadora ABS, calculou-se a

espessura mínima requerida de cada chapeamento da embarcação. A seguir os valores

calculados e os praticados no projeto.

Tabela 11- Espessuras dos chapeamentos

Chapeamento Requerido Utilizado

Pontoon 23,59 (mm) 25,40 (mm)

Costado 6,64 (mm) 7,93 (mm)

Convés "West Deck" 6,64 (mm) 7,93 (mm)

Convés Principal 5,73 (mm) 7,93 (mm)

Convés Comando 3,74 (mm) 4,00 (mm)

Superestrutura 3,74 (mm) 4,00 (mm)

Anteparas Estanques 5,73 (mm) 6,35 (mm)

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A regras estabelecidas determina que todas as vigas estruturais devem possuir no

mínimo um determinado valor para o módulo de seção máximo, estabelecido de acordo

com a função e esforços ao qual estão submetidas.

O dimensionamento das vigas é feito então por um processo iterativo, onde se

combinam diferentes dimensões do perfil do elemento a fim de que seja alcançado valor

superior ao módulo de seção mínimo requerido pela regra pertinente, , em outras

palavras:

Os reforçadores pequenos longitudinais e os gigantes transversais foram

selecionados de acordo com o tópico 3/10.1 da regra da ABS. Seguem abaixo os

detalhes do seus dimensionamentos:

Tabela 12- Dimensionamento dos reforços

Tipo de

Reforço Local

w

(cm)

t_w

(cm)

L_F1

(cm)

t_F1

(cm)

L_F2

(cm)

t_F2

(cm)

SM_

Req.

(cm³)

SM_

Calc.

(cm³)

Margem

(%)

Ref. Long. Pontoon 12 1,27 8 1,27 50 2,54 261,738 279,5664 6,81%

Cav. Gig. Pontoon 25 1,905 0 0 100 2,54 425,3243 535,7402 25,96%

Ref. Long. Costado/Struts 12 1,587 8 1,587 50 0,793 259,8245 370,471 42,59%

Gig. Transv. Costado/Struts 10 0,793 0 0 100 0,793 22,51812 35,21409 56,38%

Gig. Transv. Costado 20 2,22 0 0 100 0,793 422,2147 487,6612 15,50%

Ref. Long. Convés

Principal 12 0,635 8 0,635 50 0,793 93,40013 120,4191 28,93%

Gig. Transv. Convés

Principal 20 0,793 0 0 100 0,793 76,636 128,2059 67,29%

Ref. Long. Convés "wet-

deck" 12 1,27 8 1,27 50 0,793 197,119 279,2973 41,69%

Figura 54 – Dimensionamento de reforços

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Tipo de

Reforço Local

w

(cm)

t_w

(cm)

L_F1

(cm)

t_F1

(cm)

L_F2

(cm)

t_F2

(cm)

SM_

Req.

(cm³)

SM_

Calc.

(cm³)

Margem

(%)

Gig. Transv. Convés "wet-

deck" 25 1,58 0 0 100 0,793 438,0423 469,225 7,12%

Prumos Ant. Estanque 12 0,952 8 0,952 50 0,635 154,6031 201,7328 30,48%

A regra utilizada para balizamento da topologia estrutural também exige que

sejam atendidos valores mínimos para os seguintes parâmetros:

Módulo de seção longitudinal da viga-navio;

Momento de inércia longitudinal da viga navio;

Módulo de seção transversal da estrutura cruzada, ou cross structure

Módulo de seção torcional da estrutura cruzada, ou cross structure

A seção-mestra da embarcação é mostrada na Figura abaixo, onde o lado direito

corresponde a reforços longitudinais, e o lado esquerdo aos reforços transversais.

Figura 55-Seção-Mestra do SWATH RSV

De acordo com a regra presente no tópico 3/6.3 da ABS High Speed Craft, tendo

como base os dimensionamentos de cada reforço longitudinal individual e o croqui da

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seção-mestra da embarcação, têm-se os seguintes resultados referentes ao cálculo do

momento de inércia e o módulo de seção longitudinal da viga navio:

Tabela 13 – Requisitos da estrutura longitudinal do SWATH RSV

Regra

(cm²m)

Calculado

(cm²m)

Segurança

(%)

Módulo de Seção Longitudinal da Viga

Navio 433,17 1021,55 135,83%

Momento de Inércia Longitudinal da

Viga Navio 704,99 5529,92 684,40%

De acordo com o tópico 3/6.3 da mesma regra da ABS, com o auxílio do

apêndice 3/B, é possível calcular o módulo de seção torcional da estrutura cruzada,

tendo como base o dimensionamento dos reforços transversais desta estrutura e o croqui

da mesma.

A estrutura cruzada, ou do inglês cross structure, do SWATH RSV segue

conforme Figura abaixo, onde pode-se visualizar as estruturas transversais entre o

convés “wet-deck” e o convés principal.

Figura 56- Estrutura cruzada do SWATH RSV

O apêndice 3/B da regra apresenta uma forma de cálculo para uma estrutura

padrão, que se assemelha muito com a utilizada no SWATH RSV, como pode ser

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visualizado na Figura abaixo, o que proporciona desta maneira uma maior

confiabilidade ao dimensionamento da estrutura cruzada, mesmo com SWATH se

tratando de uma forma não convencional.

Figura 57 – Geometria típica da seção na linha de centro da estrutura cruzada

O cálculo do módulo de seção transversal ocorre de maneira análoga à do

módulo de seção longitudinal da viga navio, já para determinação do módulo de seção

torcional, o procedimento adotado é o mesmo sugerido pela referida regra:

Momento de inércia torcional oferecido pela estrutura cruzada:

(13)

Onde:

JT= Momento de inércia torcional da estrutura cruzada;

ki= Rigidez de cada elemento:

(14)

xi= Distância longitudinal do elemento transversal à perpendicular de

vante, em cm;

n = Número total de elementos da estrutura cruzada;

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78

Lc= Centro de rotação torcional:

(15)

E = Módulo de elasticidade do material, em kN/m= 7,2E+3 kN/cm;

Ii= Momento de inércia o elemento em estudo, em cm;

Li= Espaçamento entre os centros dos cascos do catamaran, em cm;

Para o RSV30, com 15m de distância entre os cascos tem-se:

JT= 3,13E+17 kN/cm

Módulo de seção torcional:

(16)

Onde:

ZT= Módulo de seção torcional da estrutura cruzada, em cm;

y = Eixo neutro da estrutura cruzada, em cm;

dcs= Altura da estrutura cruzada, conforme Figura 58.

Tabela 14 - Requisitos da estrutura transversal do SWATH RSV

Regra

(cm²m)

Calculado

(cm²m)

Segurança

(%)

Módulo de Seção Transv. Cross

Struct. 116,58 236,22 102,63%

Módulo de Seção Torcional

Cross Struct. 101,92 124,4 22,05%

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79

10.10. Peso Estrutural

Tendo todos os dimensionamentos estruturais e a forma do casco, é possível

obter o peso estrutural da embarcação de alumínio naval. Para isso utilizou-se

basicamente todos os dimensionamentos realizados nesta seção e o software Rhinoceros

5.0, onde reforçadores transversais, longitudinais, chapeamento externo e interno foram

modelados, de modo a discretizar toda a estrutura do navio.

Todo o modelo foi constituído de elementos de superfície, onde o programa é

capaz de calcular a área e o centróide de área dos elementos. Assim considerou-se que

como a espessura em geral dos elementos estruturais é muito pequena tanto de chapas

quanto de reforços, que o centro de massa de cada elemento individual é coincidente

com o centróide de área do mesmo. Para definição do peso de alumínio total

multiplicou-se a área de cada elemento pela sua espessura e pela massa específica do

aço, de 2,80 ton t/m³.

A seguir é possível acompanhar detalhes da estrutura modelada do SWATH

RSV bem como a composição final do peso estrututal

Figura 58- Chapeamento externo

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Figura 59-Chapeamento dos conveses “wet deck”, principal e de passadiço

Figura 60 – Reforços transversais e longitudinais

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Figura 61 – Detalhe de reforçamento dos pontoons e struts

Figura 62- Reforçadores e anteparas estanques

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Figura 63 – Navio Completo

Com a modelação da estrutura interna e externa do SWATH RSV foi possível o

cálculo do peso leve estrutural e do centro de gravidade do alumínio, conforme pode ser

observado abaixo. Também foi feito um acréscimo de 3% no peso estrutural, que

compreende uma margem de erro decorrente ao peso de solda e reforços locais, tais

como borboletas e reforços contra flambagem, onde tal acréscimo se deu no mesmo

centro de gravidade do peso estrutural.

Tabela 15- Peso leve estrutural

Peso (ton) Xg (m) Yg (m) Zg (m)

Peso Estrutural 104,90 14,66 0 4,81

Peso Estrutural + Margem 3% 108,05 14,66 0 4,81

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11. EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS À OPERAÇÃO

O SWATH RSV têm a grande missão de comportar todas as funcionalidades dos

RSVs comuns em uma embarcação compacta, de 30 metros de comprimento. Valendo

esta premissa, foram selecionados no mercado equipamentos mais leves e menos

robustos. A definição de todos os principais equipamentos é imprescindível para o

cálculo do peso leve e cg e os decorrentes cálculos de equilíbrio e estabilidade intacta e

em avaria. Abaixo são descritos os equipamentos de operação escolhidos: Moon Pool

11.1. Moon Pool

A presença do moon pool se dá em geral em plataformas de perfuração, navios-

sonda e navios de apoio ao mergulho e exploração subaquática. Nada mais é que uma

abertura na base do casco que dá acesso à água, permitindo que técnicos e

pesquisadores possam operar enviar instrumentos e ferramentas para o mar, além de

auxiliar operações de mergulho.

Figura 64- Moon pool de um SWATH (Western Flyer) visto de fora e em operação

No caso do SWATH RSV, o moon pool apenas será utilizado para operação dos

ROVs, de forma a prestar apoio aos mergulhos raso e saturado. Visto que esta estrutura

deverá ter as dimensões necessárias para comportar um ROV do tipo “work class” e um

sino de mergulho, a medida de 4 metros de comprimento por 4 metros de largura se

mostra bastante satisfatória.

O moon pool deverá ser devidamente fechado quando não estiver em operação,

se tratando de uma abertura indesejável sob o ponto de vista operacional. Sendo assim,

através da empresa TTS group, encontrou-se diferentes tipos de escotilhas para moon

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pool, onde na ilustração abaixo podemos visualizar o comumente usados side hinged

two-section cover, operado por cilindros hidráulicos.

Figura 65- Botton moon pool hatch cover

11.2. ROV de Trabalho

Equipamento capaz de dar suporte a instalações e construções submarinas de

grande profundidade de todos os tipos: realizar instalações de tubulações, manutenção

submarina de cabos, amarras e tubulações, realizar salvamento submarino, fazer

reconhecimento de áreas em alta profundidade, realizar inspeção, reparo e manutenção

de plataformas, entre outros serviços diversos a grandes profundidades.

O “Triton XLR”, que será utilizado, é um dos menores modelos de ROV

existentes no mercado. Compacto, potente, e apresenta interface para todos os

equipamentos de pesquisa subaquática.

Figura 66 - ROV Work Class Triton XLR

O modelo escolhido possui até 150 hp de potência instalada, consegue atingir até

4.000m de profundidade e sustenta até 250 kg de carga com seus braços mecânicos.

Possui quatro propulsores verticais e quatro propulsores horizontais, duas câmeras,

altímetro, sensores de roll/pitch, além, de braços mecânicos, holofotes e outras

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ferramentas. Dimensões: 2,50 metros de comprimento, 1,70 metros de largura, 2,00

metros de altura, e com peso girando em torno de 3,0 toneladas.

11.3. ROV de Observação

O ROV de observação pode vir a servir como veículo de exploração em águas

profundas, ou eventualmente atuar em conjunto com o ROV de trabalho (work-class).

O modelo Minimum da empresa Oceaneering tem capacidade de atuar em até

3.050 metros de profundidade da lâmina d`água. Dimensões:1,65 metros de

comprimento, 1 metros de largura, 0,51 metros de altura, pesando aproximadamente

250 quilos.

Figura 67 - ROV Minimum

11.4. Transponders

Transponder é um dispositivo de comunicação eletrônico complementar de

automação e cujo objetivo é receber, amplificar e transmitir informações como

temperatura, pressão, salinidade, velocidade de corrente etc. de diferentes níveis

profundidades.

No SWATH RSV foram selecionados três modelos de transponders, todos da

empresa “Trelleborg Offshore”

Modelo “TFC3-1000”, pesa 56 kg, e projetado para trabalhar à 1.000m de

profundidade;

Modelo “TFC3-2000”, pesa 63 kg, e projetado para trabalhar à 2.000m de

profundidade;

Modelo “TFC3-3000”, pesa 65 kg, e projetado para trabalhar à 3.000m de

profundidade;

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Figura - Transponder TFC3

O peso total proveniente dos transponders é de 181 quilos.

11.5. Barco de Apoio

O barco que prestará apoio à operação do SWATH será o modelo “Zodiac ProJet

420 TC4” da empresa Zodiac, possuindo as seguintes características: propulsão

hidrojato, capacidade para até 6 pessoas, 4,5 metros de comprimento total, 1,9 metros de

boca, 1,2 metros de pontal, pesando aproximadamente 410 quilos.

Figura 68 - Barco de apoio Zodiac ProJet 420 TC4

11.6. Guindaste Principal

A fim de reduzir o peso total dos equipamentos à bordo, o SWATH projetado

contará com um guindaste principal de pequeno porte, do tipo knuckle-boom, com boa

versatilidade e que ao mesmo tempo consegue suprir a necessidade do navio. Essa

escolha é válida visto que o objetivo da embarcação é prestar apoio com mergulhadores

e ROVs, logo não serão efetuadas instalações ou transporte de grandes tubulações,

equipamentos ou cargas. O guindaste principal escolhido se restringirá a realizar a

operação dos ROVs e movimentação de cargas de pequeno porte através do convés do

navio.

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Será utilizado o guindaste PK 65002M da empresa Palfinger Marine. Este

guindaste possui capacidade de carga de 61,4 tm. Suas dimensões, quando guardado,

são de aproximadamente 2,8 metros de comprimento, 2,8 metros de altura e 1,80

metros de largura, pesando 4,815 tons. Abaixo sua capacidade de carga:

Figura 69- Detalhes técnicos-guindaste PK 65002M

O ROV de trabalho (work-class) é o equipamento mais pesado que este

guindaste terá que manusear. Seco, este ROV não pesará mais do que 3,0 tons, assim

para este equipamento, o guindaste poderá esticar-se, com segurança, a no máximo 15,8

metros.

Figura 70 - Guindaste knuckle-boom Palfinger Marine PK 65002M

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11.7. Guindaste Secundário

O SWATH deverá contar com um guindaste secundário, de menor porte, para

operação do ROV de observação, transponders e da embarcação de apoio.

O modelo escolhido no projeto também é da empresa Palfinger Marine, o PK

11001M, com capacidade de carga de 9.6 tm, conseguindo operar cargas de até 800 kg

quando esticado em 10 metros, atendendo assim confortavelmente à embarcação de

apoio, ao ROV de observação e aos transponders. Abaixo sua capacidade de carga:

Figura 71- Detalhes técnicos-Guindaste PK 11001M

Figura 72 - Guindaste PK 11001M

Suas dimensões, quando guardado, são aproximadamente 2,1 metros de

comprimento, 2,1 metros de altura e 0,7 metros de largura, pesando 0,880 tons.

11.8. Guinchos

Os guinchos irão atuar junto com os guindastes. A embarcação contará com dois

tipos:

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Guincho do Guindaste Principal: Atuará em conjunto com o guindaste

principal e servirá ao ROV e demais cargas pesadas manipuladas pela

embarcação de apoio. O modelo utilizado será o “Dynacon Model 421 D3” da

empresa Dynacon Inc., que consegue alcançar 3.500 metros de profundidade

utilizando um cabo umbilical de 34 milímetros de diâmetro. Este guincho

suporta até 14,750 toneladas de carga. Possui 4,521 metros de comprimento,

3,245 metros de largura, 4,408 metros de altura e pesa em torno de 9,875

toneladas.

Guincho dos Transponders: Este guincho deverá ser capaz de fazer a operação

do ROV de observação e transponders a altas profundidades, desta forma, foi o

modelo 800A da empresa Dynacon, que alcança 4.000 metros de profundidade

utilizando um cabo umbilical de 6,35 milímetros de diâmetro. Suporta até 1,750

toneladas de carga, possuindo 0,813 metros de comprimento, 1,651 metros de

largura,1,245 metros de altura e pesando aproximadamente 0,985 toneladas.

O peso total proveniente dos guinchos será de 10.86 toneladas.

11.9. Sistema Completo para Mergulho Saturado

Visto as dimensões da embarcação, o SWATH usará um sistema para mergulho

saturado mais compacto em relação aos comumente utilizados pelas grandes

embarcações .

Como base de exemplo podemos citar o modelo “ESO-131 6-Man Saturation

System”, da empresa Dixon Marine, que suporta até 6 homens, com capacidade para 4

homens viverem dentro da câmera hiperbárica e um sino de mergulho pressurizado

capaz de descer a altas profundidades (até 350 metros), com capacidade para 2 homens.

A energia necessária à operação da câmara virá dos geradores da embarcação. A sala de

controle, assim como a sala de equipamentos para o mergulho saturado, serão

transferidas para acomodações no navio.

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Figura 73- Modelo ESO-131 6-Man Saturation System

De acordo com o fabricante, o equipamento original ocupa em torno de 51 m2 de

área, com peso total de aproximadamente 53 toneladas. Entretanto, excluindo a sala de

comando e o container que contém a central de geração de energia, o peso total do

sistema passa a possuir 30 toneladas.

O sistema então compreende:

Câmara Hiperbárica Principal (Hiperbaric Living Chamber - HLC): 6,00metros

de comprimento, 3,40metros de largura, 2,40metros de altura, pesando

aproximadamente 9,00 tons;

Módulo Principal: Câmara hiperbárica secundária (hiperbaric recue chamber –

HRC) + sino de mergulho + guindaste a-frame do sino de mergulho + guincho

do sino de mergulho com cabo umbilical. Dimensões em torno de 8,30metros de

comprimento, 2,8metros de largura, 3,90metros de altura, pesando

aproximadamente 17 tons;

Equipamentos Restantes: Aquecedores de água, unidade de gases de

sobrevivência, sistema de ar-condicionado etc. Equipamentos que ficam sobre a

câmara hiperbárica principal (HLC), portanto, com dimensões de 6,00metros de

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comprimento, 3,40metros de largura, 1,10metros de altura, pesando

aproximadamente 4,00 tons.

11.10. Câmara de Descompressão

Ao realizar um mergulho raso (ou de superfície) de profundidades elevadas, os

mergulhadores são submetidos a grandes pressões, devido à coluna d’água, e, ao

retornarem do mergulho, a descompressão rápida pode provocar o surgimento de bolhas

de nitrogênio no sangue. Este problema pode ser resolvido realizando uma

descompressão lenta, subindo à superfície com paradas no fundo do mar ou usando

câmaras de descompressão. Estas câmaras são utilizadas para permitir que o

mergulhador faça a descompressão na superfície ao invés de ter que fazer a demorada

descompressão com paradas no fundo do mar.

Este equipamento é mais simples que o equipamento de sistema saturado e será

utilizado somente para mergulhos rasos (de até 100metros de profundidade).

O SWATH será equipado com a câmara COWAN Transportable 5-Person TL,

da empresa COWAN, que tem capacidade para 5 (cinco) pessoas. Dimensões:

2,943metros de comprimento, 1,533metros de largura, 1,361metros de altura, pesando

950 quilos.

Figura - COWAN Transportable 5-Person TL

11.11. Compressor

É imprescindível a presença de um compressor no RSV, de forma a operar os

diversos equipamentos de auxílio ao mergulho raso e saturado.

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O projeto aqui apresentado não se preocupará em projetar corretamente este

equipamento, no entanto, como este equipamento é de grande porte, ocupando espaço e

deslocamento da embarcação, através de pesquisa em embarcações RSV semelhantes

(RSV Capricorn , RSV Pegasus e Western Flyer) será suposto um compressor com

capacidade similar aos utilizados.

O compressor admitido será o SCR220WG-10 Oil-free Compressor, da empresa

SCR, que apresenta 2,880 metros de comprimento, por 1,880 metros de largura, por

1,880 metros de altura pesando 3,65 ton. Apresenta potência é de 160 kW e possui

capacidade de 22 m3/min à uma pressão de 10 bar.

Figura - SCR220WG-10 Oil-free Compressor

11.12. Equipamentos de Salvatagem

Neste tópico se faz necessário o detalhamento dos equipamentos de salvatagem,

como extintores de incêndio, bombas e mangueiras de incêndio, roubas de isolamento

térmico, coletes salva-vidas, entre outros.

Para determinação dos equipamentos requeridos de segurança e salvatagem,

precisa-se definir o tipo de embarcação segundo a regra NORMAM 01. De acordo com

os Capítulos 03, 04 e anexo 04-A da NORMAM, o SWATH projetado, que se encaixa

174 como uma embarcação de apoio marítimo de carga, deve possuir um bote de resgate

e botes salva-vidas para 100% da tripulação.

Por meio do perfil operacional do escopo do projeto do SWATH RSV, sabe-se

que o número total de pessoas a bordo será de aproximadamente 27 pessoas, dessa

forma, serão selecionados 4 (quatro) “Viking Liferaft – L025DS10”, da empresa

“Viking Advantage” com capacidade para 25 pessoas cada um, atendendo assim a cerca

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de 200% da tripulação. Por serem dobáveis e confeccionados com polímeros e tecidos

leves, suas dimensões e peso serão admitidos desprezíveis.

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12. DETERMINAÇÃO DE CONSUMÍVEIS

12.1. Óleo Combustível (Diesel):

O SWATH RSV está sendo projetado para operar no pré- sal, assim, o tempo

que levará para atingir o seu destino cobrindo uma distância de 540 km na velocidade

de 16kt será de 18 horas. Ou seja, a cada serviço, a embarcação operará não mais que 2

dias na Vs, o restante do tempo considera-se que a embarcação irá operar em

posicionamento dinâmico ou ancorada.

Levando em consideração uma viagem de 10 dias, através da análise da

operação deste tipo de embarcação pode-se simplificar um perfil propulsivo

equivalente à, aproximadamente, 25% do tempo em Vs e os outros 75% em DP ou

ancorada.

Na operação de embarcações offshore na região do pré-sal na qual o SWATH

RSV está inserido verifica-se no geral uma autonomia de cerca de 30 dias. Na opção

por uma embarcação mais compacta, se oferece neste projeto uma embarcação com

menor autonomia, que no entanto, é amplamente capaz de executar as necessidades

demandadas pela mesma, principalmente em operações ágeis de ROVs. Eventualmente,

caso haja necessidade, também é possível que haja carregamento de combustível em

alto-mar, através de mangotes, com tomadas presentes do convés que dirigem o fluido

até os tanques.

Sabendo que quando o SWATH RSV estiver operando em posicionamento

dinâmico (DP), ocasionalmente será necessário acionar os hidrojatos para auxiliar os

Thrusters. O consumo dos motores nesse caso não serão maiores que 10% do consumo

à Vs. Assim, é possível calcular a necessidade de consumo dos motores principais

(MCPs) e dos MCAs da embarcação.

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Tabela 16 – Peso Total de Diesel

MCPs MCAs

Consumo na Vs (L/h) 183 79

Consumo em DP (L/h) 18,3 153,1

Qtde Motores 2 2

Horas em Vs (h) 6 6

Horas em DP (h) 18 18

Dias de serviço 10 10

Consumo diário/ motor (L) 1427,4 3229,8

Peso Total Diesel (ton) 24,27 58,88

Dessa forma define-se que para 10 dias de operação, a embarcação deverá

transportar aproximadamente 79,2 ton de óleo diesel para consumo próprio, ocupando

um volume de 83,84 m³.

12.2. Água Potável

De acordo com a Fundação Nacional de Saúde, uma pessoa necessita de 60

litros de água por dia. Como a embarcação comportará um máximo de 27 pessoas à

bordo, a quantidade necessária para 10 dias de viagem será de 18.900L ou 18,9 ton de

água potável.

Os tanques de água doce (em azul), diesel (em vermelho), e os de lastro (verde)

foram modelados no software Maxsurf Modeler e são ilustrados abaixo. Todos os

detalhes de posicionamento podem ser encontrados na seção Arranjo Geral [cap. 13].

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13. ARRANJO GERAL

O arranjo geral do SWATH RSV foi projetado com o intuito de promover uma

distribuição de equipamentos no qual seja capaz realizar com sucesso todas as

operações requeridas, apresentando capacidade de alocar 27 pessoas com conforto e

segurança.

O uso de embarcações multicasco permite que haja uma boa área de convés no

deck-box, permitindo que equipamentos e compartimentos possam ser distribuídos

facilmente de maneira a garantir segurança e operacionalidade.

Figura 74- Vista de perfil do SWATH RSV

Figura 75 - Pontoon do SWATH RSV, vista superior

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Figura 76 - Convés 01 do SWATH RSV

Figura 77- Convés principal do SWATH RSV

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Figura 78 - Cabine de comando do SWATH RSV

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14. PESO LEVE

Com todas as etapas do projeto realizadas até aqui, com a compreensão do navio

até então pode-se realizar a composição total do peso leve do SWATH RSV. Esta

análise bem como o centro de gravidade do navio leve é possível tendo sido

determinados os equipamentos de apoio, máquinas, estrutura interna, chapeamento e

disposição do arranjo geral.

Figura 79 – SWATH RSV

O peso estrututal, um dos componentes do peso leve do navio, foi calculado na

seção 10.10:

Tabela 17 – Peso estrutural, já com margem de solda

Peso (ton) Xg (m) Yg (m) Zg (m)

Peso Estrutural 108,05 14,66 0 4,81

Os equipamentos essenciais a operação do SWATH RSV e as principais

máquinas da embarcação também foram escolhidas, sendo observado abaixo o peso de

cada elemento bem como a composição final do peso de máquinas e equipamentos:

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Tabela 18- Equipamentos essencias a operação do SWATH RSV

Equipamentos Principais Peso (ton)

ROV Work 3

ROV Obs 0,25

Transponder 1 0,056

Transponder 2 0,063

Transponder 3 0,065

Barco de Apoio 0,41

Guindaste Principal 4,815

Guindaste Secundário 0,88

Guincho Principal 9,875

Guincho Secundário 0,985

Câmara de Saturação 30

Câmara de Descompressão 0,95

Compressor 3,65

Guincho 1 0,3

Guincho 2 0,3

Total 55,599

Tabela 19 – Maquinário principal do SWATH RSV

Maquinário Peso (ton)

Hidrojato BE 2,42

Hidrojato BB 2,42

MCP BE 4,87

MCP BB 4,87

Caixa Redutora BE 3,108

Caixa Redutora BB 3,108

MCA 1 4,33

MCA 2 4,33

Gerador de Emergência 0,805

Bow Thruster 1 0,89

Bow Thruster 2 0,89

Total 32,041

Assumiu-se o peso do outfitting como aproximadamente 10% do peso leve

estrutural. O outfitting que engloba uma estimativa para o peso de equipamentos

auxiliares, mobílias, tubulações, válvulas, dutos, acabamentos, isolamento etc. Seu

centro de gravidade, por se tratar de pesos igualmente distribuídos ao longo da

embarcação, será suposto como sendo o mesmo do peso estrutural.

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Tabela 20 – Peso do Outfitting

Peso (ton) Xg (m) Yg (m) Zg (m)

Outfitting 10,45 14,66 0,00 4,81

Dessa forma, com a determinação dos pesos tratados nesta seção é possível

realizar a estimativa do peso leve do SWATH RSV:

Tabela 21 – Peso leve do SWATH RSV

Peso (ton) Xg (m) Yg (m) Zg (m)

Peso estrutural 108,05 14,66 0,00 4,81

Equipamentos Princ. e Máq. 87,64 9,78 0,00 4,30

Outfitting 10,50 14,66 0,00 4,81

Peso Leve 206,14 12,59 0,00 4,59

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15. EQUILÍBRIO E ESTABILIDADE

15.1. Condições de Carregamento

A análise de equilíbrio estático da embarcação e da estabilidade intacta e em

avaria são realizadas sobre as condições de equilíbrio no qual a embarcação estará

submetida em operação. Dessa forma se faz necessária a definição destas condições

neste estágio de projeto.

Foram determinadas duas condições de carregamento, tendo como base o perfil

operacional e o caráter da proposta do navio RSV de pequeno porte que não transporta

suprimento às plataformas, demandando poucas condições de carregamento,

basicamente condição de partida com tanques totalmente cheios de consumíveis e

condição de chegada com apenas 10%.

Tabela 22 – Condições de carregamento

Condições Óleo Diesel Água Doce Xg (m) Yg (m) Zg (m)

Condição 1 - Partida 100,0% 100,0% 13,842 0,00 3,553

Condição 2 - Chegada 10,0% 10,0% 13,588 0,00 5,197

Detalhes de cada condição de carregamento podem ser visualizados no Anexo II.

Para cálculos de equilíbrio e estabilidade foram utilizados os programas Maxsurf

Modeler Advanced e Maxsurf Stability Enterprise. Todos os tanques foram modelados

conforme pode ser visto abaixo no modelo trabalhado:

Figura 80 – Tanques de óleo (vermelho), água doce (azul) e lastro (verde)

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15.2. Equilíbrio Estático

Esta análise é dependente da distribuição de todos os pesos na embarcação e da

forma do casco. Condições de equilíbrio como trim a vante, ou trim ou banda

excessivos prejudicam a operação do navio causando desconforto a tripulantes, maior

gasto de combustível, inviabilização de operações e emersão do propulsor.

No caso do SWATH RSV é necessário que a embarcação opere com trim zero,

para que a mudança do campo de pressões em volta dos torpedos não traga umas

consequências negativas decorrentes do aumento da resistência ao avanço. Este é um

requisito de navios SWATH e deve ser atendido nesta seção.

Uma das características de um navio SWATH é a baixo TPC (tonelada por

centímetro de imersão), sendo um navio muito sensível a variações de deslocamento.

Isto se dá devido basicamente a pequena capacidade dos struts de deslocar água. Esta

característica foi confirmada no presente projeto e à medida que a embarcação vai

consumindo água e diesel, os tanques de lastro no interior dos pontoons devem ser

lastrados. Esta medida se dá de forma a manter os dois pontoons sempre submersos e

condições admissíveis de operação.

Dessa forma, têm-se para cada condição:

Tabela 23 – Características de cada condição

Peso Total (ton) Tar (m) Tav (m) Trim (m)

Condição 1 - Partida 304,631 4,9 4,9 0

Condição 2 - Chegada 257,53 2,5 2,5 0

As características hidrostáticas e os detalhes referentes ao equilíbrio estático de

cada uma das duas condições de operação estudadas se encontram no Anexo III.

15.3. Estabilidade Intacta

Neste item é analisada a capacidade da embarcação voltar a sua posição de

equilíbrio transversalmente. Antes de analisar a estabilidade intacta e em avaria do

navio em cada condição de carregamento de projeto, deve-se definir qual critério de

estabilidade deve ser atendido para que a embarcação possa ser considerada viável em

termos de arquitetura naval.

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104

O critério de estabilidade adotado é a HSC Code 2000 (MSC – Maritime Safety

Committee), para embarcações do tipo catamaran. A regra escolhida estabelece os

seguintes critérios:

1) A área mínima de curva de estabilidade estática (CEE) entre os ângulos de 0°

a 30º (ou ângulo onde o GZ máximo ocorre) não deve ser menor que A1,

onde:

A1(m.rad) = (0,055).(30°)/ϴ (17)

2) O ângulo máximo de GZ deve ocorrer num ângulo maior que 10° na curva

de estabilidade;

3) Critério de vento e balanço, supondo velocidade máxima do vento na região

offshore do Brasil como sendo igual a 100nós, que estipula:

- Ângulo de equilíbrio em banda menor que 10º;

- A área entre a curva de inclinação de vento e a curva de GZ não deve ser

menor que A > Hpc + Hw.

Onde:

(18)

E:

P = 500.(Vw/26)², em N/m; (19)

Vw = Velocidade do vento, em m/s;

A = Área projetada acima da linha d’água, em m².

Z= Distância vertical do centro da área “A” à metade do calado de cada

condição;

∆= Deslocamento da embarcação, em ton.

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105

Figura 81- Exemplificação da área entre C.E.E. e curva de momento inclinante

A seguir pode ser visualizado o resumo dos resultados e as curvas de

estabilidade estáticas.

Tabela 24 – Resultados dos critérios de estabilidade

Condição 1 Condição 2

1.1 Area 0 to 30

GZ area at higher heel angle br greater than 3,151 m.deg 3,151 m.deg

Resultado (Passou) 40,2615 m.deg 44,3793 m.deg

1.2 Angle of max. GZ

GZ not less than 10 deg 10 deg

Resultado (Passou) 35,5 deg 33,6 deg

1.5 Area between GZ and HTL

Area between GZ and heeling arms not be less

than 1,604

m.deg 1,604

m.deg

Resultado (Passou) 2,5658 m.deg 3,3584 m.deg

3.2.1 Angle of equilibrium with gust wind HL2

angle of equilibrium not be greater than 10 deg 10 deg

Resultado (Passou) 0,6 deg 0,5 deg

Os resultado em detalhes do cálculo de estabilidade intacta são encontrados no

Anexo IV.

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106

Para ambas as condições de carregamento estudadas (condição 1 – 100%

consumíveis e condição 2 – 10% consumíveis), a embarcação ficou dentro dos critérios

estipulados pela regra. Dessa forma através dos resultados gerados pode-se concluir que

a embarcação projetada passa em todos os critérios definidos para estabilidade intacta

nas condições de carregamento definidas.

15.4. Estabilidade em Avaria

Os cálculos de estabilidade em avaria vem como uma forma de verificar o

comportamento da embarcação em caso de avarias ao longo do casco, de modo a

preservar a integridade física dos tripulantes e da própria embarcação no caso de

acidentes que possam causar alagamento nos compartimentos do navio. Vale ressaltar

que a estabilidade em avaria é um fator crítico em projetos de navios SWATH em geral

e pode se conFigurar em uma desvantagem neste tipo de proposta. Tal característica é

investigada na presente seção.

Por ser uma embarcação que por sua natureza desempenha operações críticas e

ágeis no apoio offshore, sendo suscetível a diversas manobras que podem porventura

gerar diversos tipos de acidentes, sentiu-se a necessidade de avaliar os seguintes casos

de avaria, que podem ser visualizados abaixo:

Condição Avariada 1: Região alagada em um dos bordos do deckbox, em

compartimentos compreendidos entre a antepara moonpool e o costado

Figura 82 – Caso de avaria 1

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107

Condição Avariada 2: Região alagada em tanques de água doce, pique

tanque de vante, região dos struts a vante , compartimento dos Thrusters,

void space

Figura 83- Caso de avaria 2 visto de perfil

Figura 84- Caso de avaria 2, vista superior

Condição Avariada 3: Região alagada nopique tanque de ré, tanques de óleo

diesel, struts a ré , ambas as praças de máquinas;

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108

Figura 85 - Caso de avaria 3, vista de perfil

Figura 86 - Caso de avaria 3, vista superior

Condição Avariada 4: Região alagada no strut a ré em um dos bordos, tanque de

óleo diesel, void space, tanques de água doce, praça de máquinas

Figura 87 - Caso de avaria 4, vista de perfil

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109

Figura 88 - Caso de avaria 4, vista superior

Para a verificação da estabilidade avariada também serão utilizados os critérios

da regra HSC Code 2000 (MSC – Maritime Safety Committee), para embarcações do

tipo catamaran. A regra utilizada se assemelha muito à regra da estabilidade intacta,

com o cálculo das mesmas variáveis, estabelecendo no entanto, outros critérios de

avaliação:

(1) A área entre a curva GZ e a curva de inclinação de vento não deve exceder a

área A = Hpc + Hw;

(2) O valor máximo de GZ deve ser maior que 0,05m;

(3) A curva GZ deve possuir estabilidade positiva em um ângulo maior que 7 graus;

(4) O ângulo de equilíbrio de banda não deve exceder 20 graus;

Onde:

(20)

E:

P = 500.(Vw/26)², em N/m; (21)

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110

Vw = Velocidade do vento, em m/s;

A = Área projetada acima da linha d’água, em m².

Z= Distância vertical do centro da área “A” à metade do calado de ;

∆= Deslocamento da embarcação, em ton.

Os resultados referentes ao cálculo da estabilidade em avaria podem ser

observados no Anexo V onde é possível visualizar que a embarcação se encontra dentro

de todos os critérios definidos de estabilidade em avaria, se mostrando satisfatória em

todos os casos de avaria nas condições de carregamento estudadas.

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111

16. SEAKEEPING

Seakeeping trata-se do estudo do comportamento em ondas da embarcação e

representa um fator de projeto extremamente importante quando trata-se de uma

embarcação de apoio offshore, especialmente o RSV, onde há operações críticas de

lançamento de ROVs e mergulhadores que requerem que os navios estejam dentro de

limites adequados.

Nesta seção serão analisados os movimentos da embarcação principalmente

em comparação com os resultados apresentados para o catamaran equivalente de

Schachter et al (2012).

Os resultados dos movimentos da embarcação são obtidos a partir do software

WAMIT, que foi programado para o cálculo da resposta da embarcação “parada” em

relação à velocidade das ondas incidentes. Porém, será feita uma correção para os

resultados deste software, para que possam ser avaliados resultados levando-se em

consideração a velocidade de projeto de 16 nós.

Apesar de todo o avanço computacional, a melhor saída ainda é o teste

com modelo em tanques. Como no âmbito do projeto conceitual não se tem acesso a

esta ferramenta, trabalhou-se de modo a fazer uma tentativa de minimizar erros ao

máximo possível.

O procedimento para a obtenção do seakeeping do SWATH RSV abordado no

presente relatório consiste, inicialmente, em rodar o programa WAMIT para as

frequências de onda características de um mar regular para os ângulos de incidência da

onda em relação à direção longitudinal do navio (Eixo x, apontado da popa para proa).

Deste modo, com o arquivo de saída do software poderemos organizar seus

dados para obtenção do RAO (Response Amplitude Operador).

O raios de giro da embarcação foram calculados através do modelo do

chapeamento externo no Rhinoceros:

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112

Tabela 25 - Raios de Giração

Raio de

Giração

Roll 8.22 m

Pitch 8.72 m

Yaw 11.05m

A partir da geometria submersa definida do SWATH RSV, gerou-se a malha

utilizada como entrada para o WAMIT. Também foi realizada a análise no software

sobre o catamaran projetado por Richard et al (2012). É necessário frisar que o

catamaran é a alternativa equivalente ao SWATH quanto ao projeto do navio RSV

compacto, isto é , são embarcações com dimensões semelhantes salvo as peculiaridades

de cada geometria de casco. As condições testadas em ambos os navios são as de

projeto, no calado de projeto O método utilizado foi o Wamit High Order com painel

size de 0.4. A seguir a malha dos cascos modeladas no Wamit e plotadas no software

TecPlot 360.

Figura 89- Malha da forma submersa do catamaran no Wamit plotada no TecPlot 360

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113

Figura 90 - Malha da forma submersa do SWATH no Wamit plotada no TecPlot 360

16.1. Espectro de Mar

Utilizou-se nesta etapa do trabalho estado de mar caracterizado por:

Onde Tp corresponde ao período de pico e Hs a altura significativa de ondas.

Para determinação do espectro de mar foi utilizado o espectro de JONSWAP.

(22)

Onde:

(23)

e:

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114

(24)

Dessa forma têm-se o espectro:

Figura 91 – Espectro de ondas

16.2. Velocidade Zero – Stationkeeping

No caso específico do navio RSV, a capacidade da embarcação de apresentar um

bom comportamento em ondas na velocidade zero é tão importante quanto sua análise

na velocidade de projeto. Isso se dá pois em grande parte do tempo de operação do

navio RSV, ele estará operando com o sistema de posicionamento dinâmico em

funcionamento, na atividade de lançamento e monitoramentos dos ROVs.

A seguir são comparados os espectros de resposta das duas embarcações, onde

observa-se a grande capacidade do SWATH de apresentar baixos movimentos de heave

e pitch quando comparados ao casco catamaran. Tal diferença se mostra bastante

significativa, onde a alternativa de casco proposta é capaz de trazer grande confiança

quanto ao sucesso das operações ao qual o navio RSV estará submetido.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

S(w

e)

[m.s

²]

Frequência de Encontro [rad/s]

JONSWAP Spectrum

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115

Figura 92 - -Espectro de resposta em heave ( velovcidade zero)

Figura 93 – Espectro de resposta em pitch (velocidade zero)

16.3. Velocidade de Projeto (16 nós)

Como já mencionado, o Wamit foi programado para o cálculo da resposta

da embarcação com velocidade zero, logo é necessário realizar uma correção dos

coeficientes calculados para a velocidade de projeto. É válido lembrar que essa correção

estar suscetível a erros, sendo mais agravantes a embarcações que operam com números

de Froude maiores que 0.3, onde para o SWATH RSV esperam-se resultados que

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

Sr (

we

) [m

.s²]

Frequência de Encontro [rad/s]

Espectro de Resposta em Heave

SWATHCatamaran

0,00E+00

5,00E-07

1,00E-06

1,50E-06

2,00E-06

2,50E-06

3,00E-06

3,50E-06

4,00E-06

4,50E-06

5,00E-06

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

Sr (

we

) [m

.s²]

Frequência de Encontro [rad/s]

Espectro de Resposta em Pitch

SWATH

Catamaran

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116

atestem a nível de projeto conceitual a capacidade de comportamento em ondas em

comparação com o catamaran equivalente.

Foi utilizado o Wamit High Order com painel size de 0.4.

De acordo com Celis (2008), na tabela abaixo apresentam-se os coeficientes

hidrodinâmicos com dependência da velocidade de avanço. A velocidade de avanço do

navio é representada por U e os coeficientes com supra índice “0” representam os

coeficientes hidrodinâmicos sem influência da velocidade de avanço U. Nas expressões

da Tabela 26, ωe representa a freqüência de encontro. A a massa adicional e B o

amortecimento.

Tabela 26 – Correção de coeficientes com dependência da velocidade

Em seguida os coeficientes são dimensionalisados para o comprimento

característico da embarcação, de 30 metros, através da seguinte formulação:

(25)

Onde:

ρ = densidade da água = 1025 kg/m³

L = comprimento característico = 30 m;

we = frequência de encontro em rad/s, que corresponde a :

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117

(26)

Sendo g a aceleração da gravidade, e ww a frequência de onda, e no caso do

ângulo de incidência de 180° analisado nesta seção (mar de proa), tem-se:

(27)

A partir disso é possível gerar o RAO através da equação do movimento a partir

dos parâmetros corrigidos para a velocidade de operação.

(28)

Onde:

F = Força Excitatriz, em N;

w = frequência de encontro, em rad/s;

m = Matriz de massa;

A= Matriz de massa adicionada;

C= Matriz dos coeficientes de restauração;

B= Matriz de amortecimento;

Dessa forma é possível comparar os resultados do RAO do catamaran e do

SWATH para os movimentos de heave e pitch com o espectro de ondas da região de

operação na velocidade de projeto e com ângulo de incidência da onda de 180 graus.

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Figura 94- Gráfico de comparação de RAO em heave

Figura 95- Gráfico de comparação de RAO em heave

Tendo o espectro de mar caracterizado , também foi possível analisar os

espectros de resposta de ambas as embarcações:

0

0,5

1

1,5

2

2,5

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00

η3

/A

Frequência de Encontro [rad/s]

Comparação de RAO em Heave

SWATH

Catamaran

0,000

0,001

0,001

0,002

0,002

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00

η5

/(L.

A)

Frequência de Encontro [rad/s]

Comparação de RAO em Pitch

SWATH

Catamaran

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Figura 96-Espectro de resposta em heave

Figura 97-Espectro de respsota em pitch

Analisando os gráficos acima, conclui-se que o SWATH, como esperado,

desenvolve um comportamento em ondas significativamente superior ao do catamaran

RSV equivalente, que pode ser observado na comparação entre as áreas abaixo das

curvas de RAO. O catamaran, para condições de mar normais na Bacia de Santos se

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

Sr (

we

) [m

.s²]

Frequência de Encontro [rad/s]

Espectro de Resposta em Heave

SWATH

0,0E+00

5,0E-08

1,0E-07

1,5E-07

2,0E-07

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

Sr (

we

) [m

.s²]

Frequência de Encontro [rad/s]

Espectro de Resposta em Pitch

SWATH

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120

encontra dentro de todos os critério MSI de acelerações verticais, entretanto apresenta

limites de operação em condições de mar mais adversas e maiores velocidades.

Nesta comparação, conclui-se que se tratando especificamente de uma

necessidade deste tipo de embarcação, que é o seakeeping, o comportamento do

SWATH se mostra muito superior. Como o catamaran passa nos critérios admissíveis

com certas limitâncias, espera-se que o SWATH se desenvolva dentro dos limites de

aceleração com facilidade na velocidade de projeto e em condições de mar severas. Na

comparação com o espectro de onda percebe-se que o SWATH apenas entra em

ressonância em frequências muito pequenas, ou seja, em períodos de onda muito

grandes, dificilmente encontrados na região de operação.

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121

17. COMPARAÇÃO ENTRE NAVIOS EQUIVALENTES

Em pesquisa acadêmica, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o projeto da

alternativa do RSV de pequeno porte iniciou-se com a concepção de um navio

monocasco de 16 nós e cerca de 30 metros de comprimento total. Na sequência houve o

desenvolvimento de um navio catamaran, e por final o projeto de concepção da

alternativa SWATH, que vem como um fechamento ao estudo de viabilidade técnica do

projeto deste tipo específico de navio de apoio na proposta de embarcação leve e ágil. A

intenção nesta seção é comparar alguns principais pontos de interesse entre os três

projetos, que influenciam diretamente em características que podem determinar a

melhor concepção de navio pelo ponto de vista técnico.

ARRANJO GERAL: O arranjo geral da embarcação é um dos pontos a serem

comparados principalmente devido a grande necessidade de uma boa distribuição de

equipamentos no convés principal de navios de apoio, item fundamental para que o

navio exerça operações de forma ágil e principalmente segura, visto a intensa operação

com movimentação de cargas e lançamento de estruturas.

Figura 98 – Convés principal do monocasco equivalente

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122

Figura 99 - Convés principal do catamaran equivalente

Figura 100 - Convés principal do SWATH RSV

Pode – se verificar que há uma grande vantagem nas alternativas de navios

multicasco em relação ao primeiro monocasco projetado. A presença de dois cascos faz

com que o navio apresente uma área muito maior de convés, devido a distância entre

eles, proporcionando melhor dimensionamento dos equipamentos imprescindíveis a

operação do navio RSV, dando maior liberdade ao projetista promover atenção a

comodidade e segurança de tripulantes.

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PESO LEVE: Na comparação do cálculo entre o peso leve das três alternativas,

observa-se uma discrepância, já esperada, entre o monocasco e as concepções

multicasco. O monocasco apresentou no total um peso leve correspondente a 138,2

toneladas, enquanto as outras duas alternativas apresentaram valores de peso leve muito

próximos, com cerca de 206 toneladas. Tal diferença é creditada principalmente ao

maior peso estrutural, tanto no aumento de área molhada quanto no largura do convés,

que aumentam significativamente a quantidade de chapeamento e reforços.

ESTABILIDADE INTACTA: As três embarcações se apresentam dentro dos

critérios adotados critérios adotados para estabilidade intacta, tendo apenas o

monocasco apresentando valores mais próximos do limite aceitável, e inclusive

falhando em determinados critérios de estabilidade (Severe wind and rolling criteria,

excedendo em 30% o limite adequado).

Já o catamaran não apresenta limitações quanto a esta análise, como pode ser

observado na sua condição crítica:

Figura 101- Critérios de estabilidade – catamaran equivalente

Os resultados referentes ao SWATH são encontrados no Capítulo 15. Como era

de se esperar, embarcações multicasco passam bem abaixo dos critérios aplicáveis,

apresentando boa capacidade de voltar a posição de equilíbrio.

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124

SEAKEEPING: O seakeeping é um dos itens mais interessantes para

comparação, pois restringe bastante a operação de navios na região da Bacia de Santos,

sendo imprescindível para lançamento de estruturas na região do pré-sal.

No cálculo do comportamento em ondas do monocasco equivalente, foi

utilizado uma altura significativa de ondas correspondente a 1,5 metros. Através da

teoria das faixas chegou-se à conclusão que a proa apresenta as maiores acelerações e o

ponto localizado na proa e no passadiço, na velocidade de 16 nós, apresentam valores

acima dos recomendados pelo padrão ISO 2631/3 para o tempo de exposição de 8 horas,

como pode ser observado abaixo onde verifica-se uma aceleração na proa de 0,501

m/s^2 :

Figura 102 -Gráfico Frequência de encontro do monocasco equivalente em [rad/s] /

Aceleração vertical RMS [m/s2]

Dessa forma pode-se dizer que mais de 10% dos passageiros não usuais

submetidos a essas condições de aceleração e tempo de exposição sofreriam de enjoo.

Sendo assim, torna-se necessária a redução da velocidade para que seja mantido o

padrão de conforto a bordo recomendado.

Para o catamaran, usou-se duas frentes de estudo, a primeira em [13] na qual se

assumem algumas premissas para utilização de teoria das faixas, onde desprezou-se o

movimento de roll. Observou-se que com com um mar de altura significativa de 1,5m

e T=12s, o máximo de tempo que o comandante poderá navegar na velocidade de

serviço de 16 nós é de apenas 2 horas (aceleração crítica na proa de 0,5 m/s^2). Caso

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125

haja necessidade de navegar por mais tempo, haverá a necessidade do comandante

reduzir a velocidade da embarcação, aumentando assim o tempo de viagem até o

destino. Para uma viagem de 8h em um mar com as características da onda de projeto, o

comandante precisará reduzir a velocidade para 8 nós, para conseguir navegar com a

probabilidade de enjoo de apenas 10% da tripulação. Ou seja, há uma grande limitação

na utilização da concepção catamaran na região desejada.

Figura 103 - Gráfico Frequência de encontro do catamaran equivalente em [rad/s] /

Aceleração vertical RMS [m/s2]

Na segunda frente de estudo, dessa vez comparando o comportamento do

catamaran com o do SWATH, utilizou-se teoria das painéis através do software

WAMIT. Na discussão do Capítulo 16 deste projeto, é possível observar que mesmo

para alturas significativas maiores (2,0 m), a capacidade de manter um bom

comportamento em ondas do navio SWATH em relação ao catamaran é bastante

significativa quando compara-se os RAOs e espectros de resposta das duas

embarcações multicasco.

É interessante observar que tanto o monocasco quanto o catamaran apresentaram

acelerações críticas (ambos na proa) na onda de projeto (cerca de 1,5 m) muito

semelhantes, em torno de 0,5 m/s², analisando-se teoria das faixas. E que na comparação

direta entre os navios multicascos, através da teoria dos painéis, é fácil observar a

superioridade do SWATH frente as duas outras concepções. Tal conclusão atesta a

característica intrínseca a natureza do navio SWATH de apresentar um bom seakeeping,

superior as demais geometrias.

Entretanto deve-se frisar que ainda é necessário efetuar o cálculo das acelerações

verticais no navio SWATH, que não foram analisados no âmbito deste projeto.

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126

18. CONCLUSÕES DO PROJETO

Conclui-se ao final do presente projeto conceitual, que o navio SWATH pode se

mostrar uma alternativa viável para o apoio a operações recorrentes em um navio RSV

na bacia de Santos.

Esta conclusão se dá em meio à comparação com o mesmo projeto realizado no

monocasco de De Mello (2013) e no catamaran de Schachter et al (2012). Para o

monocasco, na tentativa de uma embarcação RSV de apenas 30 metros, observou-se

problemas quanto à capacidade da embarcação de voltar a posição de equilíbrio,

apresentando dificuldade de atender critérios de estabilidade. Já para o catamaran,

observou-se um limite de operação quanto ao comportamento em ondas em mares mais

agitados, o que é natural de navios catamarans.

A geometria SWATH dessa maneira aparece como um projeto que julgou-se

coerente e conciso, cujos ganhos principalmente em relação a estabilidade intacta (por

ser um multicasco) e comportamento em ondas são intrínsecos ao conceito deste navio.

Ou seja, a sua capacidade de voltar a posição de equilíbrio se mostrou mais eficaz do

que a do monocasco equivalente, e o seu seakeeping se mostrou mais eficiente e capaz

de operar na região do pré-sal do que o catamaran equivalente. Entretanto é necessário

frisar que há a necessidade de estabilizadores laterais no casco, característico de navios

multicasco com costados verticais, de forma a aumentar o amortecimento viscoso do

casco. Este estudo deve ser realizado de forma a otimizar o estabilizador no casco,

encontrando as dimensões que melhor reduzem movimentos de pitch e heave ao mesmo

tempo que não representam um aumento adicional de resistência ao avanço que

inviabilize o projeto.

É claro que o SWATH também apresenta desvantagens. É uma embarcação

sensível a variações de peso, o que se verificou no presente projeto, mas que,

entretanto, não compromete sua operação devido ao perfil de operação demandado pelo

RSV de pequeno porte (não realiza transporte de carga). Além disso, o SWATH não é

uma embarcação de fácil construção, que se utiliza de muitos painéis curvos e se difere

dos processos de construção de navios convencionais. Logo, é fácil perceber que os

custos de construção de navios SWATH acabem sendo mais elevados.

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127

Vale ressaltar que se trata ainda de um projeto conceitual de embarcação, onde

espera-se confirmar ainda mais a capacidade do navio SWATH de atender este tipo de

serviço através de mais uma “volta” no projeto, caracterizada pelo projeto básico da

embarcação. Dessa forma, outros cálculos devem ser executados no prosseguimento

deste projeto, como por exemplo, análises estruturais locais através do método dos

elementos finitos, principalmente nas regiões do moon pool e dos struts, que são regiões

de grande concentração de tensões na embarcação. Outras análises e que devem ser

efetuadas é a determinação final das acelerações verticais, e o custo do navio em relação

as embarcações equivalentes.

É necessário mencionar que na possível evolução deste projeto, diferentes

configurações de tanques podem ser estudadas na necessidade se avaliar positivamente

uma maior quantidade de condições de carregamento, como por exemplo tanques de

óleo e água doce com diferentes percentuais de volume, dessa forma atestando ainda

mais a qualidade deste navio.

Assim, ao final deste projeto espera-se que este o mesmo junto com os seus

resultados façam que o uso do SWATH de apoio offshore seja mais estudado e em

sequência no futuro passar a ser implementado para atuação em águas brasileiras.

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128

19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] CARVALHO, J.T., “Simulação da Distribuição de Energia das Ondas Oceânicas ao

Largo do Litoral Brasileiro”. Tese de Mestrado. INPE, São José dos Campos, 2010;

[2] DE MELLO, E. B. “Análise Da Viabilidade Técnica De Concepções Alternativas

De Embarcação Leve Para Apoio À Manutenção e Inspeção Submarina”. Projeto de

Graduação UFRJ, Escola Politécnica; Curso de Engenharia Naval e Oceânica, Janeiro,

2013;

[3] GAYTHWAITE, J.. Design of Marine Facilities for the Berthing, Mooring and

Repair of Vessels. 2 ed. Virginia, USA, ASCE Press, 2004;

[4] HARVALD, SV. AA..“Determination of Ship Resistance”. In: McCormick, M. E.,

Bhattacharia, R., Resistance and Propulsion o Ship, 1ed, chapter5, USA, A

WileyInterscience Publication, 1976;

[5] High Speed Naval Craft. Guide for Buildingand Classing, American Bureau of

Shipping,2007;

[6] HOLTROP, J., “A Statistical Re-Analysis of Resistance and Propulsion Data”.

International Shipbuilding Progress, Vol. 31, No. 363, November 1984;

[7] LAMB, G. R.. 1988, “Some Guidance For Hull Form Selection For Swath Ships”,

SNAME, pp. 1-14, 1988.

[8] Marpol 73/78, Regulations for thePrevention of Pollution by Oil. IMO(International

Maritime Organization). London, 2002;

[9] 1989 MODU CODE. Code for the Construction and Equipment of Offshore Mobile

Units. IMO, London, 1990.

[10] MICHALSKI, J. P.., Statistical Data of Hull Main Parametersuseful for

Preliminary Design of SWATH Ships. Archives of Civil and Mechanical Engineering,

Vol. VII, 2007;

[11] SCHACHTER, R.D., SEABRA, P. A., ANTOUN NETTO, T., “Projeto conceitual

de uma embarcação leve para apoio à manutenção e inspeção submarina”, 240

CNTACNO, SOBENA 2012, pp. 1-15, Rio de Janeiro, 2012;

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129

[12] SCHACHTER, R.D., SEABRA, P. A., “Obtenção da resistência ao avanço de

catamarans Através do Método de Michell no software Michlet”, 240CNTACNO,

SOBENA 2012, pp. 1-15, Rio de Janeiro, 2012;

[13] SEABRA, P. A. “Projeto de Análise da viabilidade Técnica de uma Embarcação

Leve para Apoio à Manutenção e Inspeção Submarina”. Projeto de Graduação UFRJ,

Escola Politécnica; Curso de Engenharia Naval e Oceânica, Janeiro, 2012;

[14] Software Freeship, Versão 2.6 Free.

em:http://www.softpedia.com/progDownload/Freeship-Download-45076.html;

[15] VAN MANEN, J. D., VAN OOSSANEM, P.. “Resistance”. Lewis, E. V.,

Principles of Naval Architecture, 1ed, chapter V, Jersey City, NJ, USA, The Society of

Naval Architects and Marine Engineers, 1988.

[16] NEVES, A. A. S.. Análise da Viabilidade de um Programa Operacional de

Oceanografia Baseado em Altimetria por Satélites para a Bacia de Campos-RJ. Tese de

Graduação, Curso de Oceanografia. Fundação Universidade Federal do Rio Grande.

Laboratório de Oceanografia;

[17] CELIS. M. A. “ Área de influência de memória fluida em balanço paramétrico”.

Projeto de Mestrado COPPE/UFRJ, Engenharia Oceânica, Junho de 2008.

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ANEXO I – Plano de Linhas

Figura 104 – Plano de linhas do casco do SWATH RSV

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131

ANEXO II – Condições de Carregamento

Tabela 27- Condição 1 de carregamento

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132

Tabela 28 - Condição 2 de carregamento

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133

ANEXO III – Equilíbrio Estático

Condição 1:

Tabela 29 – Equilíbrio estático da condição de partida

Condição 1 - Partida

Displacement t 304,6

Heel deg 0

Draft at FP m 4,9

Draft at AP m 4,9

Draft at LCF m 4,9

Trim (+ve by stern) m 0

WL Length m 18,693

Beam max extents on WL m 16,014

Wetted Area m^2 540,652

Waterpl. Area m^2 17,398

Prismatic coeff. (Cp) 1,021

Block coeff. (Cb) 0,204

Max Sect. area coeff. (Cm) 0,2

Waterpl. area coeff. (Cwp) 0,058

LCB from zero pt. (+ve fwd) m 13,84

LCF from zero pt. (+ve fwd) m 15,986

KB m 1,689

KG fluid m 3,553

BMt m 3,297

BML m 2,388

GMt corrected m 1,433

GML m 0,525

KMt m 4,986

KML m 4,078

Immersion (TPc) tonne/cm 0,178

MTc tonne.m 0,053

RM at 1deg = GMt.Disp.sin(1) tonne.m 7,62

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134

Condição 2

Tabela 30 -Equilíbrio estático da condição de chegada

Condição 2 - Chegada

Displacement t 257,5

Heel deg 0

Draft at FP m 2,5

Draft at AP m 2,5

Draft at LCF m 2,5

Trim (+ve by stern) m 0

WL Length m 23,434

Beam max extents on WL m 16,506

Wetted Area m^2 385,754

Waterpl. Area m^2 54,295

Prismatic coeff. (Cp) 1,002

Block coeff. (Cb) 0,26

Max Sect. area coeff. (Cm) 0,259

Waterpl. area coeff. (Cwp) 0,14

LCB from zero pt. (+ve fwd) m 13,588

LCF from zero pt. (+ve fwd) m 11,303

KB m 1,347

KG fluid m 5,197

BMt m 12,19

BML m 8,488

GMt corrected m 8,34

GML m 4,638

KMt m 13,537

KML m 9,835

Immersion (TPc) tonne/cm 0,557

MTc tonne.m 0,398

RM at 1deg = GMt.Disp.sin(1) tonne.m 37,486

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135

ANEXO IV – Estabilidade Intacta

Condição 1:

Tabela 31 – Estabilidade intacta para condição 1

Condição 1 - Partida

Criteria Value Units Actual Status Margin %

1.1 Area 0 to 30 Pass

from the greater of

spec. heel angle 0 deg 0

to the lesser of

spec. heel angle 30 deg 30

angle of max. GZ 35,5 deg

first downflooding angle n/a deg

higher heel angle 30 deg

required GZ area at higher heel angle 3,151 m.deg

shall be greater than (>) 3,151 m.deg 40,2615 Pass 1177,74

1.2 Angle of max. GZ Pass

shall not be less than (>=) 10 deg 35,5 Pass 254,55

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136

Tabela 32 - Estabilidade intacta para condição 1 (continuação)

Condição 1 - Partida

Criteria Value Units Actual Status Margin %

1.5 Area between GZ and HTL Pass Pass. crowding arm = nPass M / disp. D

cos^n(phi)

number of passengers: nPass = 27

passenger mass: M = 0,075 tonne

distance from centre line: D = 0 m

cosine power: n = 0

Turn arm: a v^2 / (R g) h cos^n(phi)

constant: a = 1

vessel speed: v = 100 kn

turn radius: R = 200 m

h = KG - mean draft / 2 1,125 m

cosine power: n = 0 Wind arm: a P A (h - H) / (g disp.)

cos^n(phi)

constant: a = 1,50102

wind model Pressure

wind pressure: P = 56 Pa

area centroid height (from zero point): h = 6,52 m

additional area: A = 31 m^2

height of lateral resistance: H = 3,2 m

cosine power: n = 0

Area integrated from the greater of

angle of equilibrium (with heel arm) 0,5, 21,3 deg

to the lesser of

spec. angle above equilibrium (with heel

arm)

15,0

(15,5),

15,0

(36,3) deg

first downflooding angle n/a deg

angle of vanishing stability (with heel arm) 129,2,

93,5 deg Criteria: Area between GZ and heeling arms

shall not be less than (>=)... Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 2,5658 Pass 59,96

Ht + Hw 1,604 m.deg 51,8641 Pass 3133,42

Intermediate values

Pass. crowding heel arm amplitude (Hpc) m 0

Turning heel arm amplitude (Ht) m 1,518

Model windage area m^2 156,794 Model windage area centroid height (from

zero point) m 7,485

Total windage area m^2 187,794

Total windage area centroid height (from m 7,326

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137

zero point)

Wind heeling heel arm amplitude (Hw) m 0,022

Area under GZ curve, from 0,5 to 15,5 deg. m.deg 2,8928

Area under GZ curve, from 21,3 to 36,3 deg. m.deg 74,9548

Area under Hpc + Hw, from 0,5 to 15,5 deg. m.deg 0,327

Area under Ht + Hw, from 21,3 to 36,3 deg. m.deg 23,0907

Tabela 33 - Estabilidade intacta para condição 1 (continuação)

Condição 1 - Partida

Criteria Value Units Actual Status Margin % 3.2.1 Angle of equilibrium with gust wind

HL2 Pass Pass. crowding arm = nPass M / disp. D

cos^n(phi)

number of passengers: nPass = 27

passenger mass: M = 0,075 tonne

distance from centre line: D = 9,39 m

cosine power: n = 0

Turn arm: a v^2 / (R g) h cos^n(phi)

constant: a = 1

vessel speed: v = 100 kn

turn radius: R = 200 m

h = KG - mean draft / 2 1,125 m

cosine power: n = 0 Wind arm: a P A (h - H) / (g disp.)

cos^n(phi)

constant: a = 1,50102

wind model Pressure

wind pressure: P = 56 Pa

area centroid height (from zero point): h = 6,52 m

additional area: A = 31 m^2

H = mean draft / 2 2,428 m

cosine power: n = 0 Criteria: Angle of equilibrium due to the

following shall not be greater than (<=)... Pass

Wind heeling (Hw) 10 deg 0,6 Pass 94,43

Intermediate values

Model windage area m^2 156,794 Model windage area centroid height (from

zero point) m 7,485

Total windage area m^2 187,794 Total windage area centroid height (from

zero point) m 7,326

Wind heeling heel arm amplitude (Hw) m 0,026

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Figura 105 – Curva de estabilidade estática da condição 1

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139

Condição 2:

Tabela 34 - Estabilidade intacta para condição 2

Condição 2 - Chegada

Criteria Value Units Actual Status Margin %

1.1 Area 0 to 30 Pass

from the greater of

spec. heel angle 0 deg 0

to the lesser of

spec. heel angle 30 deg 30

angle of max. GZ 33,6 deg

first downflooding angle n/a deg

higher heel angle 30 deg

required GZ area at higher heel angle 3,151 m.deg

shall be greater than (>) 3,151 m.deg 44,3793 Pass 1308,42

1.2 Angle of max. GZ Pass

shall not be less than (>=) 10 deg 33,6 Pass 236,36

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Tabela 35 - Estabilidade intacta para condição 2 (continuação)

Condição 2 - Chegada

Criteria Value Units Actual Status Margin %

1.5 Area between GZ and HTL Pass Pass. crowding arm = nPass M / disp. D

cos^n(phi)

number of passengers: nPass = 27

passenger mass: M = 0,075 tonne

distance from centre line: D = 0 m

cosine power: n = 0

Turn arm: a v^2 / (R g) h cos^n(phi)

constant: a = 1

vessel speed: v = 100 kn

turn radius: R = 200 m

h = KG - mean draft / 2 3,868 m

cosine power: n = 0 Wind arm: a P A (h - H) / (g disp.)

cos^n(phi)

constant: a = 1,50102

wind model Pressure

wind pressure: P = 56 Pa

area centroid height (from zero point): h = 6,52 m

additional area: A = 31 m^2

height of lateral resistance: H = 3,2 m

cosine power: n = 0

Area integrated from the greater of

angle of equilibrium (with heel arm) 0,3,

29,4 deg

to the lesser of

spec. angle above equilibrium (with heel

arm)

15,0

(15,3),

15,0

(44,4) deg

first downflooding angle n/a deg

angle of vanishing stability (with heel arm) 86,2,

38,9 deg Criteria: Area between GZ and heeling arms

shall not be less than (>=)... Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 6,3101 Pass 293,4

Ht + Hw 1,604 m.deg 3,3584 Pass 109,38

Intermediate values

Pass. crowding heel arm amplitude (Hpc) m 0

Turning heel arm amplitude (Ht) m 5,22

Model windage area m^2 227 Model windage area centroid height (from

zero point) m 6,308

Total windage area m^2 258

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Total windage area centroid height (from

zero point) m 6,333

Wind heeling heel arm amplitude (Hw) m 0,027

Area under GZ curve, from 0,3 to 15,3 deg. m.deg 6,7137

Area under GZ curve, from 29,4 to 38,9 deg. m.deg 53,1453

Area under Hpc + Hw, from 0,3 to 15,3 deg. m.deg 0,4036

Area under Ht + Hw, from 29,4 to 38,9 deg. m.deg 49,7869

Tabela 36 - Estabilidade intacta para condição 1 (continuação)

Condição 2 - Chegada

Criteria Value Units Actual Status Margin % 3.2.1 Angle of equilibrium with gust wind

HL2 Pass Pass. crowding arm = nPass M / disp. D

cos^n(phi)

number of passengers: nPass = 27

passenger mass: M = 0,075 tonne

distance from centre line: D = 9,39 m

cosine power: n = 0

Turn arm: a v^2 / (R g) h cos^n(phi)

constant: a = 1

vessel speed: v = 100 kn

turn radius: R = 200 m

h = KG - mean draft / 2 3,868 m

cosine power: n = 0 Wind arm: a P A (h - H) / (g disp.)

cos^n(phi)

constant: a = 1,50102

wind model Pressure

wind pressure: P = 56 Pa

area centroid height (from zero point): h = 6,52 m

additional area: A = 31 m^2

H = mean draft / 2 1,249 m

cosine power: n = 0 Criteria: Angle of equilibrium due to the

following shall not be greater than (<=)... Pass

Wind heeling (Hw) 10 deg 0,5 Pass 94,97

Intermediate values

Model windage area m^2 227 Model windage area centroid height (from

zero point) m 6,308

Total windage area m^2 258 Total windage area centroid height (from

zero point) m 6,333

Wind heeling heel arm amplitude (Hw) m 0,044

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Figura 106 - Curva de estabilidade estática da condição 2

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143

ANEXO V – Estabilidade em Avaria

Condição 1, Avaria 1:

Tabela 37 - Estabilidade em avaria da condição de partida, caso de avaria 1

Condição 1 - Partida - Avaria 1

Criteria Value Units Actual Status Margin %

2.1.1 Area between GZ and HL4 Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 2,9788 Pass 85,71

2.6 Value of max. GZ 0,05 m 4,418 Pass 8736

2.6 Range of positive stability 7 deg 106,4 Pass 1420,43

3.2.2 Angle of equilibrium HL3 (cargo craft) Pass

Wind heeling (Hw) 20 deg 0,5 Pass 97,67

Condição 1, Avaria 2:

Tabela 38 – Estabilidade em avaria da condição de partida, caso de avaria 2

Condição 1 - Partida - Avaria 2

Criteria Value Units Actual Status Margin %

2.1.1 Area between GZ and HL4 Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 10,136 Pass 531,92

2.6 Value of max. GZ 0,05 m 6,823 Pass 13546

2.6 Range of positive stability 7 deg 128,7 Pass 1738,86

3.2.2 Angle of equilibrium HL3 (cargo craft) Pass

Wind heeling (Hw) 20 deg 0,1 Pass 99,46

Condição 1, Avaria 3:

Tabela 39 - Estabilidade em avaria da condição de partida, caso de avaria 3

Condição 1 - Partida - Avaria 3

Criteria Value Units Actual Status Margin %

2.1.1 Area between GZ and HL4 Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 26,0413 Pass 1523,52

2.6 Value of max. GZ 0,05 m 7,19 Pass 14280

2.6 Range of positive stability 7 deg 130,7 Pass 1767,33

3.2.2 Angle of equilibrium HL3 (cargo craft) Pass

Wind heeling (Hw) 20 deg 0 Pass 99,82

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Condição 1, Avaria 4:

Tabela 40 - Estabilidade em avaria da condição de partida, caso de avaria 4

Condição 1 - Partida - Avaria 4

Criteria Value Units Actual Status Margin %

2.1.1 Area between GZ and HL4 Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 53,4165 Pass 3230,2

2.6 Value of max. GZ 0,05 m 8,47 Pass 16840

2.6 Range of positive stability 7 deg 103,4 Pass 1377,84

3.2.2 Angle of equilibrium HL3 (cargo craft) Pass

Wind heeling (Hw) 20 deg 17,7 Pass 11,61

Condição 2, Avaria 1:

Tabela 41 - Estabilidade em avaria da condição de chegada, caso de avaria 1

Condição 2 - Chegada - Avaria 1

Criteria Value Units Actual Status Margin %

2.1.1 Area between GZ and HL4 Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 6,8224 Pass 325,34

2.6 Value of max. GZ 0,05 m 3,157 Pass 6214

2.6 Range of positive stability 7 deg 82 Pass 1071,61

3.2.2 Angle of equilibrium HL3 (cargo craft) Pass

Wind heeling (Hw) 20 deg 0,3 Pass 98,68

Condição 2, Avaria 2:

Tabela 42 - Estabilidade em avaria da condição de chegada, caso de avaria 2

Condição 2 - Chegada - Avaria 2

Criteria Value Units Actual Status Margin %

2.1.1 Area between GZ and HL4 Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 12,6051 Pass 685,86

2.6 Value of max. GZ 0,05 m 5,948 Pass 11796

2.6 Range of positive stability 7 deg 115,4 Pass 1548,09

3.2.2 Angle of equilibrium HL3 (cargo craft) Pass

Wind heeling (Hw) 20 deg 0,1 Pass 99,48

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Condição 2, Avaria 3:

Tabela 43 - Estabilidade em avaria da condição de chegada, caso de avaria 3

Condição 2 - Chegada - Avaria 3

Criteria Value Units Actual Status Margin %

2.1.1 Area between GZ and HL4 Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 20,4831 Pass 1177

2.6 Value of max. GZ 0,05 m 6,213 Pass 12326

2.6 Range of positive stability 7 deg 119,1 Pass 1602

3.2.2 Angle of equilibrium HL3 (cargo craft) Pass

Wind heeling (Hw) 20 deg 0,1 Pass 99,63

Condição 2, Avaria 4:

Tabela 44 - Estabilidade em avaria da condição de chegada, caso de avaria 4

Condição 2 - Chegada - Avaria 4

Criteria Value Units Actual Status Margin %

2.1.1 Area between GZ and HL4 Pass

Hpc + Hw 1,604 m.deg 60,9439 Pass 3699,49

2.6 Value of max. GZ 0,05 m 6,667 Pass 13234

2.6 Range of positive stability 7 deg 94,5 Pass 1249,66

3.2.2 Angle of equilibrium HL3 (cargo craft) Pass

Wind heeling (Hw) 20 deg 19,8 Pass 1,00%