Projeto Cultural - Supremo Conselho · 2017-08-28 · Projeto Cultural, implantado na atual...

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Academia Maçônica Fluminense de Letras Reenceta suas Atividades ABIM - 008JV Ano IV nº 39EE - Setembro/14 Projeto Cultural Realizações 2014 Edição Especial

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Academia MaçônicaFluminense de LetrasReenceta suas Atividades

ABIM - 008JV Ano IV nº 39EE - Setembro/14

Projeto Cultural Realizações 2014

Edição Esp

ecial

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Informativo Virtual Astréa News nº 39EE - Ano IV - Set/14 - Pg 02

Levamos até você, dileto leitor, esta edição especial de nosso Astréa News, a fim de divulgar um altruístico trabalho em prol da exaltação da cultura maçônica

– o reinício das atividades culturais da AMFL - Academia Maçônica Fluminense de Letras. Fundada em 28 de setembro de 1995, portanto, completando, neste mês, 19 anos de fundação, esta nobre Casa de Cultura, que visa congregar valorosos irmãos, a fim de espargir seus conhecimentos ao Povo Maçônico.

A reativação da AMFL é parte de um Projeto Cultural que o Supremo Conselho vem desenvolvendo, que teve início com a criação do Informativo Virtual Astréa News, em seguida, estendeu-se com a reformatação da Revista Astréa, voltando a dedicar espaço exclusivo para a publicação de matérias doutrinárias, continuou com a reinauguração da Biblioteca Maçônica “De Campos Ribeiro” e está sendo

coroado com a reativação dos trabalhos da Academia Maçônica Fluminense de Letras.

Ao reencetar suas atividades, o Supremo Conselho marca em sua história, um “divisor de águas”, dedicando

merecida atenção e reunindo valorosos irmãos, para a edificação de um trabalho altruístico e imprescindível em prol da cultura maçônica.

O trabalho está em fase de reestruturação, após 12 anos inatividade. Muito, ainda, tem-se por fazer para que a frondosa

“Árvore de Sophia”, que volta com força e vigor a abrilhantar o “Jardim de Akademus”, possa distribuir

seus almejados frutos. Em breve, suas luzes estarão se espargindo a todos, sendo mais um egrégio centro

irradiador de Cultura a contribuir com o crescimento de nossa augusta Ordem.

Vida longa e profícua à AMFL!

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Informativo Virtual Astréa News nº 39EE - Ano IV - Set/14 - Pg 03

Na tarde da quinta-feira, dia 28 de setembro de 1995, um grupo de Maçons visionários e comprometidos com a exaltação da cultura maçônica, membros da

administração do Supremo Conselho do Grau 33° do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, reuniram-se em sua sede, com a altruística ideia de criar uma Academia Maçônica de Letras. O seleto grupo estava composto pelos Ilustres e Poderosos Irmãos Venâncio Igrejas, 33°; Alberto Mansur, 33°; Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33°; Geraldo de Souza, 33°; José Duba, 33°; José Ebram, 33°; Nilton Vieira, 33°; Adélman de Jesus França Pinheiro, 33°; Almir Pinchemel Rodrigues, 33°; Victor Ribeiro, 33°.

Fruto dessa memorável reunião foi a criação da Academia Maçônica Fluminense de Letras, que, desde seus primórdios, visa congregar intelectuais, livres pensadores, membros de Lojas Maçônicas, sem distinção de filiação quanto à organização a que pertençam, desde que estejam, comprovadamente, filiados e ativos, em uma Loja Maçônica Regular e, como tal, em pleno gozo de seus direitos maçônicos.

Sua primeira Diretoria foi eleita e empossada em 28 de setembro de 1995, composta pelos seguintes confrades e seus respectivos cargos: Venâncio Pessoa Igrejas Lopes - Presidente; Alberto Mansur – 1º Vice Presidente; Geraldo de Souza - 2º Vice Presidente; Luiz Fernando Rodrigues Torres – 1º Secretário; José Duba – 2º Secretário; Almir Pinchemel Rodrigues – 1º Tesoureiro; Adélman de Jesus França Pinheiro – 2º Tesoureiro; Morivalde Calvet Fagundes – Diretor Cultural; Victor Ribeiro – Diretor de Patrimônio; Nilton Vieira – Diretor Jurídico.

Nessa mesma sessão, também, foi apresentado e aprovado seu estatuto, posteriormente, registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas na Comarca da Capital do Rio de Janeiro, publicado no Diário Oficial do estado do Rio de Janeiro, no dia 03 de janeiro de 1996.

Por motivos alheios à vontade de seus membros, a, então, novel Academia, somente, voltaria a se reunir em 17 de abril de 2001, presidida pelo 2º Vice Presidente da diretoria anterior, o confrade Geraldo de Souza, quando foi eleita e empossada uma nova Diretoria Executiva, composta pelos seguintes confrades: Presidente de Honra – Venâncio Pessoa Igrejas Lopes; Presidente – Luiz Fernando Rodrigues Torres; 1º Vice Presidente – Alberto Mansur; 2º Vice Presidente – Geraldo de Souza; 1º Secretário – Lyrio Bravim; 2º Secretário - Juarez D’Ávila Rocha Bastos; 1º Tesoureiro - Adélman de Jesus França Pinheiro; 2º Tesoureiro - Joaquim Alves Barbosa; Diretor Cultural – José Duba; Diretor Patrimonial – Francisco Antônio Gonçalves Dias; Diretor Jurídico - José Alves de Alencar. Na oportunidade, foram escolhidos novos membros, sendo eleitos e empossados, como Sócios Acadêmicos, os confrades Lyrio Bravim, 33° e Juarez D’Ávila Rocha Bastos, 33°; como Sócios Efetivos, os confrades Joaquim Alves Barbosa, 33°, Francisco Antônio Gonçalves Dias, 33°, José Alves de Alencar, 33° (este, empossado na reunião posterior). Foi definida a titularidade de cadeiras e seus patronos. Tal reunião, também, foi marcada pelas homenagens póstumas aos confrades Morivalde Calvet Fagundes e Almir Pinchemel, membros fundadores da Academia, que haviam passado para o Oriente Eterno.

O ano de 2001 foi rico em atividades, com a admissão de novos membros e a estruturação administrativa da Academia. Em 22 de maio, aconteceu sua 3ª reunião, quando foi proposto a criação de seu Regimento Interno e a preparação de um Registro Histórico do Supremo Conselho. Nessa mesma reunião, também, foram eleitos e empossados novos confrades: como Sócios Acadêmicos, Jorge Luiz de Andrade Lins, 33° e José Linhares de Vasconcelos, 33°; como Sócio Efetivo, José Alves de Alencar, 33°; como Sócio Correspondente, o Confrade José Augusto Bezerra, 33° (CE).

Em plena atividade e em fase de expansão, em 19 junho, a Academia voltaria a se reunir, quando novos nomes

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foram escolhidos para compor seus quadros. Para Sócio Acadêmico, o confrade Licínio Leal Barbosa, 33°, e para Sócios Honorários, os confrades C. Fred Cleincknet (Supremo Conselho EUA – Sul) e Robert O. Ralston (Supremo Conselho EUA – Norte). Para a categoria de Sócios Efetivos, foram admitidos os confrades José Soares Filho, 33°, João Alexandre Rangel de Carvalho, 33° e Rogério D’Ávila Rocha Bastos, 33°, além de Sócios Correspondentes, com o ingresso dos confrades Aristóteles Lacerda Junior, 33° (RS) e Walnir Goulart Jacques, 33° (RS).

Sua 5ª sessão se daria em 10 de julho daquele mesmo ano, quando foi aprovado um modelo de Ficha de Inscrição para os novos candidatos. Oportunidade em que, também, passaram a compor os quadros da Academia, na categoria de Sócio Acadêmico, o confrade José Fernando Miranda Salgado, 33°; na categoria de Sócio Honorário, o confrade Don Diego Rodrigues Mariño (Supremo Conselho Uruguai).

Meses depois, no dia 11 de dezembro, a Academia encerraria suas atividades em 2001, com mais uma sessão, quando o confrade Alberto Mansur solicitou seu desligamento do quadro, vagando o cargo de 1º Vice Presidente, sendo eleito e empossado o confrade Geraldo de Souza, vagando, com isso, o cargo de 2º Vice Presidente, sendo eleito e empossado o confrade Jorge Luiz de Andrade Lins.

A Academia iniciou o ano de 2002 com a sessão realizada no dia 22 de janeiro, quando foi sugerida a criação de uma logomarca da Academia e de diplomas para seus membros. Em 26 de fevereiro, voltaria a se reunir para sua 8ª reunião, quando foi deliberado valores de capitação e joia

de admissão para seus membros. Em 30 de abril, em sua 9ª reunião, foi empossado o confrade Presidente Luiz Fernando Rodrigues Torres, em sua Cadeira de nº 04, e este empossou os demais confrades em suas respectivas Cadeiras, encerrando aquela sessão com a leitura de algumas biografias de patronos, por seus respectivos confrades.

Em 22 de junho de 2002 a Academia voltaria a se reunir, dando posse a mais alguns confrades em suas respectivas Cadeiras. Foram entregues diplomas aos recém empossados e a reunião se encerrou com as palavras de agradecimento do confrade José Ebram, em nome de todos os confrades empossados.

A Academia Maçônica Fluminense de Letras haveria de se reunir por mais duas vezes, naquele ano: no dia 10 de setembro e em 12 de novembro, quando foram lidas biografias de patronos e trabalhos de confrades. Novamente, por motivos alheios à vontade de seus membros, iniciou-se um longo período de adormecimento de suas atividades, que durou quase 12 anos. Por iniciativa do confrade Luiz Fernando Rodrigues Torres, seu último presidente, diversos esforços foram envidados para sua reativação. Durante o período em que está à frente do Supremo Conselho, como Soberano Grande Comendador, dedicou especial atenção ao cumprimento do programa de obras e reformas das instalações da sede do Supremo Conselho. Nos últimos anos, vem dedicando especial atenção a um programa cultural, que teve início com a criação do Informativo Virtual Astréa News, com o retorno da Revista Astréa ao seu formato original, com publicação de matérias doutrinárias e a reinauguração da Biblioteca Maçônica “De Campos Ribeiro”.

foto - Matheus Paiva

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Informativo Virtual Astréa News nº 39EE - Ano IV - Set/14 - Pg 05

A reativação dos trabalhos da Academia Maçônica Fluminense de Letras era, apenas, uma questão de tempo. O Supremo Conselho, sempre, teve como objetivo principal a preparação do Maçom, através da exaltação da cultura, induzindo-o a seu aprimoramento, por meio do estudo e da pesquisa. Ao reencetar os trabalhos de sua Academia, essa egrégia “Casa” dedicada à cultura maçônica, o Supremo Conselho está contribuindo, com excelência, nessa altruística empreitada.

O dia 28 de agosto de 2014 passou a ser um “divisor de águas” na história da Academia Maçônica Fluminense de Letras, marcando seu retorno ao cenário cultural maçônico com força e vigor. Tal sessão, além de marcar o reinício de uma nova e profícua jornada, ressalta-se pela eleição e posse de novos confrades, que vem reforçar o grupo anterior em seu primoroso trabalho de semear a cultura maçônica e espargi-la ao Povo Maçônico. Nessa marcante sessão foram admitidos, como Sócios Acadêmicos, os confrades Maurício Soares, 33°, José Francisco Ribeiro Lopes, 33°, Carlos Antônio de Almeida Deveza, 33°, Sérgio Antônio Medeiros Vieira, 33° e Francisco Feitosa da Fonseca, 33°. Também, foram reclassificados da categoria de Sócio Efetivo para Sócio Acadêmico, os confrades Francisco Antônio Gonçalves Dias, Adélman de Jesus França Pinheiro e José Alves de Alencar. Foram aprovados os nomes de novos integrantes, para Sócio Acadêmico, os irmãos Ítalo Barroso Aslan, Carlos Alberto dos Santos e Mario Galante Pacheco.

Ainda nesta reunião, foi eleita uma nova Diretoria Executiva Provisória, que estará à frente da Academia até a próxima eleição, em fevereiro de 2015, a fim de coordenar todo o processo de reativação, assim composta: Presidente - Luiz Fernando Rodrigues Torres; 1º Vice Presidente - Jorge Luiz de Andrade Lins; 2º Vice Presidente – Francisco Antônio Gonçalves Dias; 1º Secretário – Francisco Feitosa da Fonseca; 2º Secretário – Sérgio Antônio Medeiros Vieira; 1º Tesoureiro – Carlos Antônio de Almeida Deveza; 2º Tesoureiro – Adélman de Jesus França Pinheiro; Diretor Cultural – José

Francisco Ribeiro Lopes; Diretor de Patrimônio – Maurício Soares; Diretor Jurídico – José Alves de Alencar. O Conselho Fiscal ficou composto pelos Confrades Maurício Soares, Sérgio Antônio Medeiros Vieira e Juarez D’Ávila Rocha Bastos.

A Academia possui 33 Cadeiras Patronímicas para Sócios Acadêmicos, estando, nesta atual fase de reestruturação, com 15 Cadeiras Patronímicas ocupadas por seus Titulares. Em virtude de alguns confrades, ao longo de sua existência, terem passado para o Oriente Eterno, faz-se necessário a recomposição de Titulares de Cadeiras.

A memorável reunião, que marca o reinício dos trabalhos da Academia Maçônica Fluminense de Letras, foi coroada com fraternal ágape, tendo como ponto alto o corte de um bolo, comemorando o início de uma nova etapa, um “divisor de águas” na história da Academia.

A reativação da Academia Maçônica Fluminense de Letras trata-se de um trabalho altruístico, em prol da exaltação da Cultura Maçônica, dando continuidade ao Projeto Cultural, implantado na atual administração do Supremo Conselho. Uma Academia Maçônica visa, dentre tantos nobres objetivos, despertar o Povo Maçônico para a importância do estudo e da pesquisa.

Não se ama aquilo que não se conhece! Faz-se necessário nos enveredarmos no estudo de seus Arcanos, o que é imprescindível para atingirmos os objetivos de nossa iniciação! O principal papel de uma Academia Maçônica é congregar “cabeças” privilegiadas, livres pensadores, que buscam espargir aos demais seus conhecimentos, a fim de tornar feliz a humanidade, libertando-a dos grilhões da ignorância, fazendo “luz” nos mais variados temas.

O Astréa News parabeniza os abnegados e ilustres confrades que se predispõem a dedicar parte de seu tempo para exaltar a cultura maçônica, tornando-se imortais através de produções literárias, deixando um precioso legado para nossa augusta Ordem.

foto - Matheus Paiva

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Informativo Virtual Astréa News nº 39EE - Ano IV - Set/14 - Pg 06

Para encontrarmos a origem da palavra “Academia”, teremos que nos reportar à Grécia antiga, quando Platão, discípulo de Sócrates,

após sua morte, inicia, com outros socráticos, um período de viagens, aportando em Mégara, indo ao encontro de Euclídes, que, também, pertencera ao grupo de Sócrates, e que havia fundado uma escola filosófica. Platão estende sua viagem a Siracusa, Sul da Itália, conhecida com a “Magna Grécia”, tornando-se amigo de Dion, cunhado do tirano local, Dionísio, em seguida, chega ao Norte da África, visitando o Egito.

Ao regressar de sua viagem, por volta do ano 387 a.C., Platão funda, em Atenas, sua própria escola de pesquisa filosófica e científica, perto de Colona, um povoado de Ática, nos jardins consagrado ao herói ateniense da Guerra de Tróia (século XII a.C.), “Akademus”. Por esta razão, sua escola recebeu o nome de “Akademía”.

A Academia de Platão foi tida como a primeira universidade da Europa. Embora, oficialmente, dedicada ao culto das musas, teve intensa atividade filosófica, onde se professava um ensino informal através de lições e diálogos entre os mestres e

os discípulos. O filósofo Platão pretendia reunir contribuições de diversos campos do saber como a filosofia, a matemática, a música, a astronomia e a legislação. Seus jovens seguidores, dentre eles Aristóteles, seu mais famoso aluno, dariam continuidade a esse trabalho, que viria a se constituir num dos capítulos mais importantes da história do saber ocidental. A escola era formada de uma biblioteca, uma residência e um jardim. Sua existência foi interrompida pelo Imperador Justiniano, em 529 d.C., durando 916 anos, deixando um enorme legado e dando origem as Academias e Escolas Superiores do Ocidente.

As mais conhecidas academias gregas foram a Antiga Academia, fundada por Platão, que teve entre seus mestres o matemático Eudóxio de Cnido, e como discípulos, entre outros, Aristóteles, Xenócrates e Espeusipo. A chamada Academia do Meio, fundada pelo filósofo platônico grego Arcesilaus e a Nova Academia, fundada pelo filósofo cético grego Carneades.

Essa Tradição se estendeu na França e na Itália, surgindo diversas Academias de poetas e artistas nos séculos XIII e XV. Em 1440, surge a mais famosa

A Origemdas Academias

Francisco Feitosa

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Informativo Virtual Astréa News nº 39EE - Ano IV - Set/14 - Pg 07

academia da Renascença Italiana, a “Academia Platônica”, que se dedicou a aprofundar estudos sobre a obra de Platão, ao aprimoramento da língua italiana e ao estudo de Dante.

Destacou-se, também, a Academia Francesa, que serviu de modelo para criação da Academia Brasileira de Letras. Foi fundada, em 1635, por iniciativa do Cardeal Richelieu, que obteve a autorização para seu funcionamento do rei Luís XIII, com a principal finalidade de tornar a língua francesa “pura, eloquente e capaz de tratar das artes e ciências.” A Academia Francesa tem cumprido essa missão, também, através das sucessivas edições de seu Dicionário. Oito edições já foram realizadas entre 1694 e 1932, estando em curso os trabalhos da nona edição.

Na segunda metade do século XIX, o Rio de Janeiro já apresentava uma vida literária em efervescência, marcada pelas reuniões de escritores e publicações de periódicos voltados para a literatura. Destacava-se diversos pontos de encontros, como as livrarias “Laemmert” e, posteriormente, a “Garnier”, onde, comumente, era frequentada por Oliveira Lima, Rodrigo Otávio, Pedro Tavares, o jovem Graça Aranha e outros. Já nessas rodas, o centro era a inteligência irônica da personalidade discreta de nosso escritor maior - Machado de Assis.

Nesses grupos e encontros, acenava-se com a necessidade da criação de uma agremiação, que reunisse os expoentes da literatura brasileira. As reuniões da “Revista Brasileira”, sob a direção de José Veríssimo, tiveram um papel decisivo na criação da Academia Brasileira de Letras, em 20 de julho de 1897, idealizada por Lúcio de Mendonça e composta por escritores como, Machado de Assis (presidente perpétuo), Inglês de Souza, Olavo Bilac, Graça Aranha, Medeiros e Albuquerque, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay e Rui Barbosa. A Academia Brasileira de Letras tem por fim, segundo os seus estatutos, a “cultura da língua nacional”.

Ao contrário do que muitos possam imaginar, o início da história da Maçonaria, no Brasil, deveu-se, em muito, ao surgimento das Academias e Associações Literárias, no século XVIII.

O povo das colônias, em especial do Brasil-colônia de Portugal, desde o Descobrimento, era, de forma generalizada, inculto e analfabeto, com uma agravante: inicialmente, os índios, vistos como animais, e, posteriormente, os escravos, tratados como mercadorias. Não só os colonizados, mas também os colonizadores, em sua maioria eram analfabetos, pois a educação escolar não figurava entre os pressupostos da colonização.

Tal situação começou a se modificar a partir da segunda metade do século XVIII, quando filhos dos abastados colonizadores portugueses, nascidos no Brasil, iniciaram um movimento de procurar estudo nas universidades de Portugal e de França. Com isso, os jovens brasileiros puderam ter contato com as influências renovadoras do Iluminismo, amplamente difundidos pelas Lojas Maçônicas nas universidades europeias. Muitos deles foram iniciados na Maçonaria, em Lojas europeias, em especial nas de Montpelier (França) e nas de Coimbra (Portugal).

No regresso, esses jovens burgueses, assim como muitos padres de diversas Ordens Católicas, que vinham ao Brasil para cumprirem suas tarefas,

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depararam-se com um total desrespeito ao indivíduo, às famílias e à sociedade. Presos ao Iluminismo europeu, que visava, principalmente, à autoafirmação dos direitos humanos, foi criado, por esses regressos, um movimento de libertação e Independência.

Com objetivo realmente cultural, de escrever a história da América portuguesa, surgiram, nessa mesma época, as Academias, criadas pelos poucos eruditos da época. Os jovens Maçons, iniciados na Europa, associando-se a essas Casas de Cultura, aproveitaram a oportunidade para difundir suas ideias libertárias de forma velada, já que, na época, ainda, não existiam Lojas Maçônicas no Brasil.

A primeira Academia surgiu em 23 de abril de 1724, em Salvador, na Bahia, com o nome de Academia Brasílica dos Esquecidos, fundada pelo Vice-Rei Vasco Fernandes César de Menezes, o Conde de Sabugosa. Existem autores maçônicos, como Kurt Prober, que a considera como a primeira Loja Maçônica do Brasil. Sua existência foi breve, durando, apenas, 11 meses.

Em 1736, no Rio de Janeiro, foi fundada a Academia dos Felizes, considerada a segunda Sociedade Maçônica criada no Brasil, que existiu até o dia 28 de fevereiro de 1740. Ainda, no Rio de Janeiro, em 1752, foi a vez da Associação Literária dos Selectos, que teve vida curtíssima, funcionando em única Sessão, em louvor ao Conde de Bobadela.

Em 19 de maio de 1759, em Salvador, Bahia, surgiu a Academia Brasílica dos Renascidos, funcionando até 1760.

Academia Científica, fundada em 1772, no Rio de Janeiro, de Conceitos Iluministas, tendo como um

dos mais destacados fundadores, o segundo Marquês do Lavradio. Sabemos que o Iluminismo e a Maçonaria caminharam juntos na Europa, durante certo tempo, em especial, na França, o que nos leva a crer na participação maçônica, também, nessa Academia.

Em 1786, foi instalada, no Rio de Janeiro, a Sociedade Literária do Rio de Janeiro, durando até o ano de 1790, ou 1791, quando José Luiz de Castro, o Conde de Rezende, observando a fermentação de aspirações políticas análogas à Conjuração Mineira, a dissolveu.

Surgiu no Rio de Janeiro, meses após a dissolução da Sociedade Literária, a Arcádia Ultramarina, responsável por um movimento libertário, conhecido por “Conjuração do Rio de Janeiro”. Esse grêmio foi extinto em 1794.

Todas essas Academias ocultavam a eclosão dos movimentos de sedição contra a colonização portuguesa. Todas com características maçônicas, ou, até mesmo, formato de Lojas Maçônicas.

Somente em 1796, em Pernambuco, em Itambé, surgiria o Areópago de Itambé, constituído como Corpo Maçônico e precursor do país; fundado pelo frade carmelita, médico e botânico pernambucano, Manoel Arruda Câmara e seu irmão Francisco de Arruda Câmara, recém-chegados da Europa, onde haviam sido iniciados na Maçonaria, em Montpelier, na França.

Exatamente, oito anos após a Queda da Bastilha, portanto, em 14 de julho de 1797, em Salvador, Bahia, segundo o escritor maçônico Kurt Prober, a bordo da fragata francesa “La Preneuse”, foi fundada a Loja Cavaleiros da Luz, pelo Comandante Larcher. Alguns autores afirmam que, do seio da Loja Cavaleiros da Luz, ressurgiu a Academia dos Renascidos (1798-1789) e que as inflamadas discussões nessa Academia resultaram na Conjuração Baiana, em 1799, movimento, conhecido como Revolta dos Alfaiates.

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A Academia dos Suassunas surgiu dos remanescentes do Areópago de Itambé, dissolvido em 1801, após o fracasso do movimento libertário, conhecido por “Conjuração de 1801”. Operou durante 15 anos, sendo extinta em 1817, talvez, junto com a devassa na Revolução Pernambucana de 1817.

No ano de 1802, em Recife, foi criada pelo Padre João Ribeiro Pessoa a Academia do Paraíso, que funcionou até 1805. Ambas as Academias, dos Suassunas e do Paraíso, eram sociedades político-secretas, formadas por Maçons patriotas, onde se propagavam as novas doutrinas republicanas da França.

Esse rápido passeio histórico nos leva a perceber a importância que tiveram as Academias para os movimentos libertários e, consequentemente, para o surgimento das primeiras Lojas maçônicas no Brasil. Ao contrário do que muitos pensam e, até mesmo, ignoram, seu papel foi fundamental e primoroso para que os movimentos libertários fossem levados a efeito, a fim de criar uma sociedade mais justa e libertar o Brasil dos grilhões de seus colonizadores, que visavam, tão somente, a subtrair o Brasil e a explorar seu povo.

A existência de uma Academia é algo sublime, principalmente, nos dias atuais quando a inversão de valores adentra, sem pedir licença, nossos sacrossantos lares, enaltecendo o que é, foi e sempre será, por demais, errôneo e imoral, tentando nos afastar do caminho reto que nos conduz, com segurança, à evolução e ao progresso.

A Academia original (akadémeia) foi o jardim, no qual Platão fundou sua Escola de Filosofia; filo

(amigo) e sofia (conhecimento), portanto, amigo do saber. No que se refere à Academia Maçônica de Letras, o Dicionário de Maçonaria, de autoria de Joaquim Gervásio de Figueiredo, a define como uma Sociedade Civil Literária de Maçons, de âmbito nacional, constituída sobre bases democráticas, com a finalidade de incentivar a cultura e as letras maçônicas. Na Maçonaria, existem diversas Academias e Lojas de Estudos e Pesquisas, sendo a mais antiga a Loja Quatuor Coronati, nº 2076, jurisdicionada à Grande Loja Unida de Inglaterra. O nome “Quatuor Coronati”, escolhido por diversas Lojas no mundo maçônico, é uma justa homenagem aos “Quatro Coroados”, que foram martirizados e considerados santos patronos dos pedreiros em toda a Europa, entre os séculos V e XVI.

Observando a história da Maçonaria Brasileira, torna-se notória a importância que teve e tem essas Casas de Cultura. Com isso, a responsabilidade de um acadêmico não se pode restringir, apenas, a escrever belas poesias e recitá-las a cada sodalício. Estende-se, também, em promover e difundir a cultura e a arte em suas diversas formas, elucidando e conscientizando, principalmente, através do exemplo. Nem se faz necessário dizer que essa responsabilidade se multiplica quando se trata de membros de uma Academia Maçônica.

Somos imortais, não pelo uso de estolas e comendas, mas pela prática de bons exemplos, o que nos fará transcender os limites do bem e do mal!

Vida longa e profícua à Academia Maçônica Fluminense de Letras, que ora reenceta suas atividades culturais, neste mês em que completa 19 anos de sua fundação!

“A literatura é um mundo novo quando a conhecemos. Ensina-nos que ler permite deixar anossa mente voar em liberdade e, desta maneira, adquirir tudo o que encontra. É, graças a

ela, que se alcança a liberdade e a organização em nossa vida.”(Manoel Antônio Pina)

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