Projeto cartola
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CIEP 431 – Padre Nino Miraldi
Mesquita, 2011
Professor: Joilton Lopes de Brito Lemos
1º Ano Turma: 103
Projeto:
“Cartola, sua
alma está aqui”.
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INTRODUÇÃO
“Cartola é o maior exemplo do que há de inventividade musical nas camadas mais
humildes de nossa população”.
Carlos Drummond de Andrade
“Cartola é um desses primitivos líricos com uma intuição musical de gênio, que não se
entende em uma primeira audição”.
Marcus Pereira
Nascido em 1908, Cartola desde cedo conviveu com a pobreza e foi a
falta de dinheiro que o levou – junto com sua família – para o morro
localizado atrás da Quinta da Boa Vista (RJ), que mais tarde ficaria
conhecido como Morro da Mangueira.
Ao chegar ao morro com seus 11 anos de idade, o menino Agenor
não viu mais do que cinquenta barracos, pois o morro, ainda, estava
começando a receber os afrodescendentes, que recém-alforriados não
tinham como sobreviver no asfalto, no Centro da Cidade.
Poucos anos depois, aos 15 anos, com a perda de sua mãe, Agenor
briga com o pai e sai de casa. Começa mais uma fase difícil de sua vida.
Torna-se menino de rua, passa a dormir nos vagões de trens abandonados,
na Central do Brasil.
Agenor parou seus estudos na quarta série, como mesmo disse, não
gostava de estudos:
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Mas engraçado, que quando eu era criança, eu também não fazia nada
que prestasse. Tudo meu era mal feito, eu não gostava de estudo, era
levado. Então, meu pai passou a me dar lição em casa. Chegava à noite
e me dava duas horas de lições. Mas eu pouco prestava atenção nas
lições. Porque ele me dava a lição – eu estou estudando aqui e ele
estava tocando violão. Então, eu não sabia se aprendia a ler ou se
aprendia a tocar violão. (Relato de Cartola, extraído do documentário:
“Cartola, música para os olhos”, 2009).
Seu pai muda-se com suas irmãs para outra região da cidade, então
Agenor volta para o morro e junto com amigos funda o Bloco dos
Arengueiros, deixando claro já no nome o perfil de sua turma: pessoas
bagunceiras, que brigam, disputam. Mas, Alguns anos depois, os
componentes dos Arengueiros resolvem unir todos os Blocos
Carnavalescos do morro, fundando, assim, uma agremiação forte, que
pudesse servir de exemplo para os outros blocos. E foi no dia 28 de abril de
1928 que Cartola, junto com sete amigos, assinou a ata de fundação do
Bloco Carnavalesco Estação Primeira, mais tarde Grêmio Recreativo
Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.
Fui eu quem botou o nome de Estação Primeira e eu quem escolhi as
cores, porque eu saía em um rancho nas Laranjeiras, chamava-se
Arrepiados, era verde e cor de rosa. (Relato de Cartola, extraído do
documentário: “Cartola, música para os olhos”, 2009).
Naquela época, Agenor não fazia ideia do que se transformaria sua
Estação Primeira, hoje uma das maiores escola de samba do Brasil,
patrimônio da cultura brasileira, guardiã das tradições do samba, precursora
do maior projeto social da América Latina.
Com a criação da Estação Primeira, Agenor começa a compor. Seu
primeiro samba foi “Chega de Demanda”, feito para mostrar a união
presente no morro com o ajuntamento de todos os blocos.
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Em 1932, Agenor compõe seu primeiro grande sucesso, “Divina
Dama”, música que nasceu após um romance que teve com a irmã de um
dos seus amigos. Essa música foi vendida a Francisco Alves – na época
considerado o Rei da Voz – que subiu o morro querendo comprar suas
músicas.
Mesmo com o reconhecimento de seu talento por vários cantores,
Agenor não conseguia viver só da música, por isso, teve que trabalhar em
inúmeras profissões para poder sobreviver. Foi cambono de macumba,
peixeiro, sorveteiro, vendedor de queijo, tipógrafo, lavador de carros, e
muito mais. Mas não gostava de nenhum desses trabalhos, o que lhe
chamava a atenção eram os pedreiros que via quando passava por uma
obra. Achava que aquilo sim era profissão, os homens ficavam pendurados
nos andaimes, mexendo com a mulherada que passava pelas ruas.
Agenor torna-se pedreiro e para se proteger do sol e não deixar que o
cimento caísse em sua cabeça passa a trabalhar de chapéu. Seus amigos,
então, começam a chama-lo de Cartola, embora, usasse um simples chapéu
coco. De uma brincadeira surge, aí, o apelido que iria imortalizá-lo no
cenário da música popular brasileira.
O reconhecimento que outrora teve foi desaparecendo. Cartola se
casa com uma mulher que não gosta de samba, muda-se da Mangueira e cai
no esquecimento. Vive a fase mais difícil de sua vida, longe dos amigos, da
música, do carnaval. Várias doenças atingem-no, quase morre. Até que
certa noite – lavando carros numa garagem da Zona Sul – é reconhecido
pelo cronista Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto), que numa mistura de
tristeza – pelas condições que via Cartola – e alegria – por tê-lo encontrado,
quando todos achavam que estava morto – não acreditava no que via.
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Cartola foi redescoberto nos anos 60, fica viúvo, volta para
Mangueira, reencontra os amigos, volta a compor. Casa-se com Dona Zica,
e vê seu nome mudado para Angenor de Oliveira – um erro do cartório –,
abre com alguns sócios o Zicartola, restaurante com música ao vivo, o
primeiro do Rio de Janeiro.
O Zicartola sobreviveu por dois anos, ficou famoso, recebia muita
gente, vários cantores lá se apresentaram: Nelson Cavaquinho, Clementina
de Jesus, Zé Ketti, Nara Leão e muitos outros. Faliu, pois Cartola não
entendia nada de negócios, era um péssimo administrador.
Falido Cartola pede ajuda ao pai, que nessa altura da vida já estava
idoso, mas, agora, orgulhoso do filho compositor. Então, Cartola e Zica
passam a morar em Bento Ribeiro na casa de seu pai, até que amigos e
intelectuais juntaram forças e conseguiram junto ao governo um terreno no
morro da Mangueira, onde o próprio Cartola construiu sua humilde casa.
Já na década de 70, com algumas dezenas de músicas gravadas por
outros artistas, Cartola não imaginava conseguir gravar seu próprio disco,
até que em 1974 foi convidado pelo selo Marcus Pereira a gravar suas
músicas. O resultado, comoção da crítica e da intelectualidade brasileira.
As manchetes nos jornais diziam: “Está lançado o melhor disco do ano”.
Neste primeiro trabalho, Cartola registra algumas de suas obras-
primas: “Acontece”, “Sim”, “Disfarça e chora”, “O sol nascerá”, “Tive
sim”, “Corra e olhe o céu” entre outras. Cartola ganha à mídia e é
contratado por vários empresários para fazer shows.
Seu segundo disco saiu em 1976 e não faltaram clássicos: “O mundo
é um moinho”, “As rosas não falam”, “Peito vazio”, “Cordas de aço”, na
verdade, suas músicas são marcadas por poesia e sofisticação, fazendo com
que todas, sem exceção, sejam eruditas e populares ao mesmo tempo.
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E foi em uma excursão, em 1977, alguns dias após enterrar o pai, que
Cartola, nos palcos de Porto Alegre, teve a confirmação de ter ganhado o
coração dos brasileiros. Ao cantar “As rosas não falam”, o público
começou a jogar – de surpresa – rosas no palco, fazendo o intérprete chorar
de emoção. Cartola ganhava, assim, as flores em vida, o reconhecimento
por sua genialidade.
Neste mesmo ano, Cartola é convidado pela RCA, para gravar seu
terceiro disco, “Verde que te quero rosa”, com joias, como: “Autonomia”,
“Tempos idos”, “Fita meus olhos” e a música feita pouco antes do
casamento com dona Zica, “Nós dois”.
Mas seu corpo já dava sinais de cansaço. O compositor tinha um
conhecido descuido pela saúde.
No dia que ele veio pro enterro do pai, nós estávamos lanchando
quando eu percebi que tinha um caroço no pescoço dele. E aí eu disse:
Vô que caroço é esse? – aí ele: Ah, não sei. Eu tô com isso aqui há
algum tempo, mas não incomoda em nada. Mas agora eu não posso
parar a temporada, quando eu voltar eu vejo. – mas eu falei: Mas é
melhor ver isso logo porque se tem um tempo e isso tá crescendo. – ele:
Ah, se precisar eu tiro o pescoço e boto um de pau.” (Relato de
Nilcemar Nogueira, extraído do documentário: “Cartola, música para os
olhos”, 2009).
Tudo que Cartola precisava era de tempo, lugar tranquilo para
compor, por isso, resolve mudar-se da Mangueira, como o próprio disse em
depoimento:
Eu gosto muito da mangueira. Mas a Mangueira é um lugar agitado, né.
Ainda mais eu morando ali perto da sede, é ensaio, aquelas coisas todas.
Reuniões... Tem sempre muita gente indo me procurar. Chega perto do
carnaval – minha patroa com aquele negócio de ser diretora – é criança,
é mulher procurando fantasia, sapato, as sandálias na minha casa e eu
não podia descansar. Então, eu resolvi ir para Jacarepaguá para
descansar um pouco. (Relato de Cartola, extraído do documentário:
“Cartola, música para os olhos”, 2009).
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Em Jacarepaguá, Cartola compõe novas músicas e prepara seu novo
disco, comemorando seus 70 anos de vida. Nesta altura, o compositor já
tinha recebido o diagnóstico de câncer no pescoço. Passara por operação e
deveria, segundo os médicos, passar por um tratamento minucioso, mas
Cartola não deu a menor atenção à prescrição, estava com a agenda cheia
de compromissos musicais.
Em 1979, Cartola lança seu quarto e último disco, “Cartola, 70 anos”,
contendo entre as faixas, a autobiografia, “O inverno do meu tempo”:
Surge a alvorada
Folhas a voar
E o inverno do meu tempo
Começa a brotar, a minar
E os sonhos do passado
No passado estão presentes
No amor que não envelhece jamais
Eu tenho paz, ela tem paz
Nossas vidas, muito sofridas
Caminhos tortuosos
Entre flores e espinhos demais
Já não sinto saudades
Saudades de nada que fiz
No inverno do tempo da vida
Oh, Deus
Eu me sinto feliz
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A cada show, Cartola sofria uma pressão emocional, o stress e a
maratona de trabalho afetaram-no com um derrame cerebral. O compositor
ficou internado por alguns dias e recebeu alta. Mas o câncer estava se
alastrando. Foram inúmeras as vindas e idas aos hospitais. Tentou
tratamento alternativo e até macumba, porém o câncer parecia mais forte.
Mesmo com muitas dores no estômago, em setembro de 1980,
Cartola entrou no estúdio da Philips e gravou pela última vez mais uma
música de sua autoria, em dupla com Alcione, o samba “Eu sei”, para o LP
“E vamos à luta” da cantora maranhense, mangueirense de coração.
No início de novembro de 1980, Cartola foi internado novamente,
recebeu visitas de seus familiares e amigos que sempre estiveram ao seu
lado. Todos sabiam que seria muito difícil a sua recuperação, afinal,
Cartola amara a música muito mais do que a própria vida, deixou inúmeras
vezes o corpo padecer. Agora, colhia os espinhos do descaso com a saúde.
Em 27 de novembro de 1980, Carlos Drummond de Andrade
publicou no Jornal do Brasil, a crônica: “Cartola, no moinho do mundo”,
uma homenagem do poeta erudito ao poeta popular. O compositor recebeu
a homenagem pelas mãos de Hermínio Bello de Carvalho, que pregou o
pedaço de jornal na parede do quarto de hospital, para que Cartola pudesse
ter aos seus olhos a homenagem do amigo Drummond.
Foi na noite de 30 de novembro de 1980, às 20 horas e 45 minutos,
que:
[...] a roda do moinho parou. Sem conseguir triturar os sonhos do mais
genial compositor popular deste século no Brasil, sonhos que ele
semeou e que germinaram, transformando-se em tantos outros
compositores “com o mesmo sangue na veia”. (PEREIRA, 1998, p.65)
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Cartola foi enterrado, ao som do Surdo Um da Mangueira. Sobre seu
caixão, os pavilhões dos seus dois amores: Estação Primeira de Mangueira
e Fluminense Futebol Clube.
Em 1983, A Estação Primeira de Mangueira levou para a Avenida
Marquês de Sapucaí o enredo “Verde que te quero rosa, semente viva do
samba”, homenageando Cartola e os seus últimos campeonatos. A letra do
samba dizia: “Desperta Cartola/ Vem pra Avenida/ Se a Mangueira é uma
porta aberta/ Você é a razão da sua vida/ Você plantou, viu germinar/ E a
semente cresceu formosa/ Deu Mangueira verde de manga rosa”.
Assim, a verde-rosa prestou sua homenagem ao Homem que compôs
“Alvorada”, “Sala de recepção”, “Ao amanhecer” – entre outras – para
exaltar sua Mangueira querida. Em sua última composição dedicada a sua
escola “Fiz por você o que pude”, Cartola se despedia dizendo: “Todo o
tempo em que eu viver/ Só me fascina você/ Mangueira/ Guerreei na
juventude/ Fiz por você o que pude/ Mangueira”.
Em 2001, foi fundado no morro da Mangueira o Centro Cultural
Cartola, onde os visitantes podem conhecer sua biografia e suas músicas.
Neste espaço é desenvolvido um projeto social com as crianças do morro e
de outras comunidades do Rio de Janeiro.
Sendo assim, Cartola vive em cada coração mangueirense, quando a
Mangueira canta é o próprio Cartola quem canta pela voz de milhares de
pessoas, agradecidas por um dia o “Divino” – como dizia Lúcio Rangel –
ter fundado a mais querida escola de samba do Brasil.
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OBJETIVOS
Conhecer a biografia de Cartola;
Conhecer a discografia de Cartola;
Conhecer algumas das principais músicas de Cartola;
Conhecer o ritmo do samba;
Analisar fotos de Cartola, Morro da Mangueira e desfiles de carnaval;
Compreender a relação do compositor Cartola com o Morro da
Mangueira;
Identificar na biografia de Cartola aspectos da História brasileira;
Conhecer o Centro Cultural Cartola;
Apreciar músicas de Cartola na voz de alguns de seus intérpretes;
Identificar instrumentos musicais.
JUSTIFICATIVA
“Se alguém deseja saber se um reino é bem ou malgovernado, se sua moral é boa ou má
examine a qualidade de sua música, que lhe fornecerá a resposta.”
Confúcio
Num país de proporção continental, como é o caso do Brasil, a
heterogeneidade de seu povo, gerou diferentes manifestações culturais,
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dentre elas os diversos estilos musicais – marca de um país mestiço, de um
Brasil festeiro.
Levando em conta o projeto anual da Secretaria de Educação, do
município de Mesquita – que este ano de 2011 é sobre a Música –
obrigatório para todas as escolas da Rede, pensamos num compositor
especial, a modo de estreitar o assunto, já que no cenário da música popular
brasileira é imensa a quantidade de compositores, cantores, intérpretes,
ritmos, estilos, movimentos, importantes para a nossa cultura.
Sendo assim, preferimos destacar dentro desse grande universo
musical, a figura de um compositor que nasceu Agenor de Oliveira,
transformou-se por um erro em Angenor de Oliveira e imortalizou-se como
Cartola.
Com esse projeto estamos fazendo cumprir o artigo 26 da Lei de
Diretrizes e Base da Educação Nacional, que em seu § 6º especifica a
música como um dos componentes obrigatório para o currículo de
ensino da arte:
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma
base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino
e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigidas pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e
da clientela.
§ 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais,
constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
alunos.
§ 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
componente curricular de que trata o § 2º deste artigo.
A preferência por este compositor – também intérprete – está
associada à valorização da cultura negra, da música de morro. Algo
essencial para que possamos romper com o preconceito, ainda, presente em
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nossa sociedade. Portanto, não se trata apenas de um projeto para se
conhecer a música, mas, também, para mostrar a contribuição
importantíssima dos negros para a construção da identidade brasileira.
“Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve”.
Nelson Sargento
REFERÊNCIAS
BONITO, Angelo. DINIZ, Edinha. Coleção Crianças Famosas – Cartola.
São Paulo: Callis, 2 ed, 2009.
CARTOLA – Bate outra vez. (Vários intérpretes). CD. Som Livre, 2008,
v.2.
CARTOLA. Memória Eldorado. CD. Eldorado, s/d.
_______. Verde que te quero rosa. CD. BMG / RCA, 1977, 2001.
_______. O mundo é um moinho. CD. EMI, s/d.
CARVALHO, Beth. Beth Carvalho canta Cartola. CD. BMG / RCA, 2003
FERREIRA, Lírio. LACERDA, Hilton. Cartola, música para os olhos.
DVD. Europa Filmes, 2009.
GRES ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA. Revista de Carnaval,
2002.
GRES ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA. Revista de Carnaval,
2003.
GRES ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA. Revista de Carnaval,
2008.
13
LDB – Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Câmara dos
Deputados, coordenação de publicações, 1996.
MATOGROSSO, Ney. Ney Matogrosso interpreta Cartola. CD. Universal
Music, 2002.
_______. Ney Matogrosso interpreta Cartola Ao Vivo. CD. Universal
Music, 2003.
MPB ESPECIAL – TV CULTURA. Cartola. DVD. Cultura Marcas /
Trama, 1974/ 2006.
MPB ESPECIAL – TV CULTURA. Cartola e Dona Zica. DVD. Cultura
Marcas / Biscoito Fino, 1973/ 2009.
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM. Cartola – Fita meus olhos. Entrevista.
s/d.
PEREIRA, Arlei. Cartola – 90 anos. São Paulo: SESC, 1998.
VIEIRA, Luís Fernando. Samba da Mangueira. RJ: Revan, 1998.