PROJETO CAPA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL PÁG. 11 … · sobre legislação e exercício profissional....

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REVISTA ANO 01 ED. 003/2016 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PROJETO ARQUITETÔNICO LEI DIZ QUE ENGENHEIROS CIVIS PODEM ASSINAR ELABORAÇÃO CAPA PÁG. 14 PÁG. 25 PÁG. 11 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E AUTODESENVOLVIMENTO SÃO FERRAMENTAS PARA O SUCESSO REINVENÇÃO PROFISSIONAL TECNOLOGIA É O FUTURO DA PRODUÇÃO AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

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PROJETOARQUITETÔNICOLEI DIZ QUE ENGENHEIROS CIVIS PODEM ASSINAR ELABORAÇÃO

CAPAPÁG. 14

PÁG. 25

PÁG. 11

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E AUTODESENVOLVIMENTO SÃO FERRAMENTAS PARA O SUCESSO

REINVENÇÃO PROFISSIONAL

TECNOLOGIA É OFUTURO DA PRODUÇÃO

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

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Mútua-TO: 602 Sul, Conj. 1 Lote 10, Av. Joaquim T. Segurado - Centro - Palmas-TO | www.mutua-to.com.br | Tel.: (63) 3214-1875

ISO9001:08

Todos. Inclusive os mais especiais.

Ao profissional do Crea,dedicamos os momentosda vida.

SejaSócioContribuinteetenhaacesso

amaisdeumadezenadebenefıc iosreembolsaveis,

planodesaude,previdenciacomplementaredescontosnoDistritoFederal

eemtodooBrasil.Associe-se!

GECOM/2016

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Palavra do Presidente

Um abraço e boa leitura!

DIRETORIAEng. Civil Marcelo Costa Maia (2015-2017) PresidenteEng. Agrônomo João Alberto Rodrigues Aragão 1º Vice PresidenteEng. Agrônomo Luiz Amado Pereira Júnior 2º Vice PresidenteEng. Civil Luiz Fernando de Paula Machado 1º Diretor AdministrativoEng. Ambiental Benjamin Frederico Anders 2º Diretor AdministrativoEng. Civil Elievan Marques dos Santos 1º Diretor FinanceiroEng. Geólogo Fábio Lúcio Martins Júnior 2º Diretor Financeiro

CONSELHEIROS TITULARESEng. Agro. João Alberto Rodrigues AragãoEng. Civ. Cleidson Dias de SousaEng. Geo. Fábio Lúcio Martins JúniorEng. Agro. Luiz Amado Pereira JúniorEng. Civ. Daybson Dias de Sousa

Eng. Civ. Elievan Marques dos SantosEng. Civ. Luiz Fernando de Paula MachadoEng. Agro. Rafael Odebrecht MassaroEng. Agro. Romilton Brito da PaixãoEng. Amb. Cassius Ferreira GariglioEng. Amb. Benjamin Frederico AndersEng. Agro. Ubiratan Carlos Barreto AraújoEng. Agro. Cid Tacaoca MuraishiEng. Civ. Milton Septimio Alves NetoEng. Elet. Sebastião de Oliveira CamiloEng. Mec. Raimundo José Cordeiro de CarvalhoEng. Civ. Elvan Leão CostaEng. Civ. Valdivino Dias da Silva CONSELHEIROS SUPLENTESEng. Agro. Joseano Carvalho DouradoEng. Civ. Shirlene da Silva MartinsEng. Geo. Marco Cesar Ceballos BonattoEng. Agro. Fernando Fernandes GarciaEng. Civ. Renato Neves dos SantosEng. Civ. Antônio Sávio FilhoEng. Civ. Jefferson Jaime Cassoli

Eng. Agro. José Vieira JucáEng. Agro. Norton Rodrigues de LellisEng. Amb. Loane Ariela Silva CavalcanteEng. Amb. Rafael Marcolino de Souza

ASSESSORA DE COMUNICAÇÃOLeticia BenderJORNALISTA RESPONSÁVEL Luana FernandaPRODUÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃORecords Propaganda FOTOGRAFIAGlauber Matos e Renata RamosIMPRESSÃOCapital GráficaTIRAGEM3.000 exemplares

CONTATOTelefone: (63) 3219 9800E-mail: [email protected]: www.crea-to.org.br

EXPEDIENTE

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Todos. Inclusive os mais especiais.

Ao profissional do Crea,dedicamos os momentosda vida.

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GECOM/2016

Engenharia Civil e Arquitetura são parceiras no

desenvolvimento de projetos e execução de obras, sejam

residenciais, empresariais, de grande ou pequeno porte. Porém,

o que temos visto nos últimos anos são tentativas de restrição

para engenheiros civis ao executar projetos arquitetônicos.

Como sabemos, capacidade e responsabilidade técnica

são atribuídas ao profissional conforme a grade curricular da

instituição de ensino, ou seja, de acordo com as disciplinas

estudadas e realizadas com êxito. Sendo assim, conforme

Leis, Resoluções e ementa disciplinar do nível de graduação,

engenheiros civis têm pleno conhecimento e respaldo legal

para projetar e executar projetos arquitetônicos e é sobre esse

assunto que trata a matéria de capa desta edição da revista do

CREA-TO.

Dessa vez também trazemos assuntos como a participação

da delegação tocantinense na 73ª Semana Oficial de Engenharia

e Agronomia (SOEA) e a repercussão do 9º Congresso Nacional

de Profissionais (CNP) que apresentou propostas e discussões

sobre legislação e exercício profissional. Nesta 3ª edição, você

também confere entrevista sobre a modalidade de Engenharia

Elétrica e as expectativas da área para o futuro profissional.

O registro profissional e a aptidão para exercer a profissão

com base na grade curricular universitária também é tema

de uma reportagem desta edição, assim como o acesso

à tecnologia ao pequeno produtor, a assistência técnica,

os riscos climáticos e a agricultura orgânica, que foram

assuntos discutidos no último Workshop da Coordenadoria

de Câmaras de Agronomia no CREA-TO, e também ganham

espaço nesta edição. Além disso, a reinvenção profissional

e o desenvolvimento pessoal foram temáticas abordadas

no conteúdo da palestra realizada pelo Regional, que tratou

de técnicas sobre coaching, inteligência emocional, física

quântica, neurociência e outros conceitos.

O CREA-TO é a sua casa, e é parceiro do profissional

tocantinense. Aproveite os conteúdos que preparamos e

conheça melhor os trabalhos desenvolvidos pelo seu Conselho.

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reinvençãoprofissional

Sumário

14

08 11

25

03

22

06

05

18

soea agriculturasustentável

projetoarquitetônicoLegalidade e responsabilidade técnica em discussão

As mudanças desejadas começam dentro de você

O conhecimento tecnológico ao alcance de

quem produz

Estudantes e profissionais discutem mudanças e

inovações na área

Editorial

CNP

Registro Profissional

Fiscalização

Entrevista

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RC Tocantins

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No mês de julho deste ano o Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-TO) realizou

um grande mutirão de fiscalização na área de mineração

percorrendo diversas cidades do interior do Tocantins.

A equipe de fiscalização do CREA visitou os municípios

de Novo Jardim, Ponte Alta do Bom Jesus, Taguatinga, Almas,

Porto Alegre do Tocantins, Dianópolis, Rio da Conceição, Aurora

do Tocantins, Lavandeira, Combinado, Novo Alegre, Chapada

da Natividade, Taipas, Natividade, Conceição do Tocantins

e Arraias, com o intuito de orientar e cobrar o devido registro

das empresas deste segmento e de seus profissionais junto ao

CREA-TO.

Durante o trabalho, além das autuações e da verificação

do registro das empresas, os fiscais do Conselho também

realizaram orientações preventivas aos profissionais e aos

empreendimentos.

De acordo com o gerente da fiscalização e inspetorias,

engenheiro civil Saulo Almeida, a gerência luta por um

posicionamento mais equilibrado, a fim de garantir a segurança

da sociedade e coibir o exercício ilegal de empresas e

profissionais, que exercem atividades ligadas ao Sistema

CONFEA/CREA.

“As ações da fiscalização são pautadas em cima de

princípios éticos e em consonância com as resoluções do

Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA)”,

explica o gerente.

EXTRAÇÃO MINERALNo caso da extração mineral, conhecida também como

mineração, inclui a busca, lavra e beneficiamento de minerais

e se configura pela existência de um plano de aproveitamento

econômico. A atividade compreende três etapas, que dizem

respeito à implantação, operação e desativação e é configurada

como uma forma de uso temporário do solo.

Por estar envolvido em questões ambientais e requisitar

postura de controle ambiental (como a manutenção da

qualidade dos recursos hídricos, as temáticas indígenas, a

disseminação de doenças e a recuperação da área degradada), a

atividade pede o acompanhamento de profissionais habilitados

e registrados junto ao Conselho.

O gerente lembra que a fiscalização do CREA-TO atua em

todas as áreas das Engenharias, Agronomia, Geologia, Geografia

e Meteorologia, e que no caso específico das empresas que

atuam na área de mineração, os fiscais realizam suas visitas

observando os parâmetros de rotina. Ou seja, verificam se as

mesmas possuem registro e se têm profissionais habilitados

para desenvolver as funções técnicas e se tais atribuições

estão registradas no Conselho, em forma de Anotação de

Responsabilidade Técnica (ART’s).

“Assim como todas as modalidades fiscalizadas pelo

Sistema, a mineração é uma atividade correlata a no mínimo

três modalidades diretas: Engenharia Ambiental, Geologia e

Engenharia de Minas. Dessa forma, as atividades exercidas por

estes profissionais são fiscalizadas a fim de assegurar o bem-

estar da sociedade e ambiental. Garantindo assim a harmonia

entre o ser humano e meio ambiente”, esclarece o gerente.

ÉTICASegundo Saulo, o CREA sempre parte do princípio que

os profissionais ligados ao Sistema são conscientes das

resoluções que regem e norteiam suas ações profissionais, bem

como as atribuições que lhes são conferidas.

“Sempre lembramos que a ética profissional deverá

permear todas as ações desenvolvidas pelos diversos

profissionais da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e

Meteorologia”, finaliza.

Mutirão realiza fiscalizaçãode mineração em várias cidades do interior do TO

CONVÊNIO DNPMEste ano, um convênio realizado pelo CREA ajudou a

suprir a fiscalização na área de geologia e mineração. A

parceria, que foi firmada junto ao Departamento Nacional

de Produção Mineral (DNPM) com vigência de dois anos, vai

funcionar como um sistema de consulta entre os órgãos,

com compartilhamento de informações sobre as atividades

de empresas e dos profissionais da área de geologia e

mineração, sempre observando a legislação.

FISC

ALIZ

AÇÃO

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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 003/2016

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Por meio da Lei nº 5.194 de 1966 e da resolução n° 1.007

de dezembro de 2003 do Conselho Federal de Engenharia e

Agronomia (CONFEA), todos os profissionais diplomados nas

áreas que abrangem o Sistema, em cursos de nível superior

ou médio (realizados no País ou no exterior), devem fazer seu

registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

(CREA). O documento é a inscrição junto aos CREAs dos

trabalhadores, onde atuam em conformidade com as leis de

regulamentação.

De acordo com a líder do setor de Registro do CREA-

TO, Viviane Riveros Silva, para o exercício da profissão de

engenheiro, agrônomo, geólogo, geógrafo, técnico e tecnólogo

é obrigatório ter o documento junto ao Conselho.

“Conforme a lei, exerce ilegalmente a profissão de

engenheiro ou agrônomo a pessoa física ou jurídica que realizar

atos ou prestar serviços, públicos ou privados sem possuir

registro nos Conselhos Regionais. Desta forma, a diferença

está na regularidade do exercício da profissão, pois sem o

documento, mesmo que esteja habilitado, a atuação do trabalho

não é regular”, explica.

Na opinião do presidente do CREA-TO, o engenheiro civil

Marcelo Costa Maia, sem o registro, estabelecido por lei, os

recém-formados são bacharéis em Engenharia, mas não tem

condições de exercer a atividade.

“Somente após o registro no Conselho estes bacharéis

estão aptos a atuarem com base na grade curricular estudada na

universidade e nas suas atribuições legais. A faculdade qualifica

e o Conselho habilita o profissional a executar seus serviços e a

exercer a profissão propriamente dita”, pontua.

Para ele, outro benefício da habilitação, é que, com base

no registro, o Conselho faz o mapeamento das modalidades

das engenharias e demais áreas no estado e assim é possível

identificar as necessidades específicas para realizar ações de

fiscalização e aprimoramento.

“O registro no Conselho é importante porque garante o

exercício regular da profissão. Estar legal com o Conselho

significa aos profissionais a garantia de exercer sua profissão

de forma ética e responsável”, garante o presidente.

O documento tem validade em todo o território nacional

e se torna efetivo com a anotação das informações referentes

ao profissional junto ao sistema do CONFEA. No caso do

trabalhador que exerce alguma atividade na jurisdição de outro

CREA, que não aquele em que está registrado, ele é obrigado a

solicitar o visto profissional.

Segundo Viviane, recentemente, os modelos das carteiras

definitivas e provisórias passaram por alterações após a

aprovação da resolução nº 1.059 de outubro de 2014.

“De acordo com a nova resolução do CONFEA, as atuais

carteiras são cartões inteligentes, confeccionados conforme

as especificações estabelecidas pelo Instituto Nacional de

Tecnologia da Informação (ITI), atendendo às exigências

técnicas definidas nos regulamentos da Infraestrutura de

Chaves Públicas (ICP-Brasil)”, esclarece Viviane.

Com o novo documento em mãos, o profissional está

autorizado a inserir um certificado digital padrão. O CREA

informa que irá substituir gradualmente todas as carteiras

do antigo modelo pelas novas. Para expedir o atual modelo, o

profissional precisa fazer uma solicitação junto ao Conselho e

pagar uma taxa relativa à segunda via valor de R$45,73.

No caso de profissionais que ainda não tem o registro,

Viviane informa que ele pode ser requerido por aqueles que são

diplomados no Brasil ou no exterior, brasileiro ou estrangeiro

portador de visto permanente, nas áreas abrangidas pelo

Sistema em cursos de nível superior ou médio, realizados no

País ou no exterior, por meio do preenchimento de formulário

próprio e apresentação de documentação. O prazo máximo para

emissão da carteira e validação do registro é de 30 dias.

“Quem não possui registro junto ao Conselho poderá

solicitar o mesmo acessando o link de ‘Ambiente Público’

disponível no site do CREA-TO e em seguida selecionando a aba

DO

CU

MEN

TAÇ

ÃO

Registro no Conselho garante exercício regular da profissão

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RC Tocantins

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de ‘Solicitação de Cadastro’. Já com o requerimento preenchido

e com a devida documentação, mediante pagamento de taxas de

registro e expedição de carteira, o processo será encaminhado à

gerência técnica para apreciação e análise. Depois da aprovação

o registro é concedido. O mesmo atribuirá o título, as atividades

e as competências em função da avaliação da qualificação

acadêmica do portador de diploma ou certificado”, orienta

Viviane.

Depois de registradas junto ao Conselho, todas as pessoas

físicas que fazem parte do Sistema CONFEA/CREA devem pagar

a anuidade, devida a partir de 1° de janeiro de cada ano. Nos

casos onde o profissional não está em dia com a anuidade do

ano vigente ele fica impossibilitado de assinar a Anotação de

Responsabilidade Técnica (ART), emitir certidão e protocolar

solicitação de inclusão e baixas de responsabilidades técnicas.

Para o engenheiro civil Julliederson Campos, que tirou

o registro logo que se formou, a constatação de que era

um profissional, só veio com a carteira em mãos. “Estou

apresentando o documento em toda obra que faço. Isso é

importante porque o profissional anota a ART, ou seja, aquela

obra terá alguém qualificado e responsável por ela”, finaliza o

engenheiro.

DO

CU

MEN

TAÇ

ÃO

QUER TIRAR SEU REGISTRO? SAIBA QUAIS OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS: • Requerimento para registro profissional - RNP preenchido e assinado (disponível no site do CREA-TO);

• Diploma;

• Histórico escolar do curso;

• Carteira de Identidade e CPF;

• Título de eleitor e quitação eleitoral 1° e 2° turnos;

• Quitação com o serviço militar, quando for o caso;

• 3 fotos 3x4 colorida com o fundo branco (deve haver contraste da roupa com o fundo branco), sem rasura,

sem carimbos, devendo conter o nome no verso;

• Comprovante de Residência ou Declaração Simples (mesmo com a declaração o profissional tem que

preencher o requerimento com endereço declarado);

• Tipo sanguíneo (opcional).

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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 003/2016

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Conhecimento técnico científico, desenvolvimento

sustentável, gestão pública, revolução tecnológica e sucesso

profissional foram alguns dos temas discutidos na 73ª Semana

Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA). Cerca de três

mil pessoas, entre pesquisadores, estudantes e acadêmicos

das áreas de Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia,

Meteorologia, além de técnicos e tecnólogos participaram do

evento, que é considerado um dos maiores da área tecnológica

no Brasil.

A SOEA foi realizada em Foz do Iguaçu-PR, entre os dias 29

de agosto a 1° de setembro de 2016. O evento também foi uma

oportunidade para que todos contribuíssem com sugestões para

a participação do Sistema do Conselho Federal de Engenharia e

Agronomia (CONFEA/CREA) no 8º Fórum Mundial da Água, que

acontecerá em 2018.

Do Tocantins, 40 pessoas representaram o estado,

através de uma delegação formada pelo Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-TO). Compuseram

o grupo o presidente do CREA-TO, engenheiro civil Marcelo

Costa Maia, diretoria, conselheiros, profissionais e funcionários

da instituição.

Este ano, o tema principal do evento foi a ‘Engenharia a

favor do Brasil – Mudanças e Oportunidades’, que tratou sobre

os caminhos para inovações e a aplicação de pesquisas que

contribuem para o desenvolvimento do País. “A Engenharia e

a Agronomia são aliadas de qualquer nação que progride e que

garante qualidade de vida para sua população. Precisamos

enxergar a área como prioridade”, apontou o presidente do

Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, o engenheiro civil

José Tadeu Silva.

O anfitrião dessa 73ª edição do SOEA, o presidente do

CREA-PR e engenheiro civil Joel Kruger, destacou a importância

de realizar mais uma edição do evento. “É preciso considerar

que o salto econômico vivenciado há alguns anos só foi possível

graças as contribuições dos profissionais da área tecnológica.

Seja no campo, na cidade ou indústrias, somos os mais

importantes alicerces para o crescimento e enfrentamento da

crise”, mencionou.

Para o presidente do CREA-TO, as palestras foram

importantes porque proporcionaram crescimento profissional,

promovendo o debate sobre a legislação, habilitação e

fiscalização do exercício e das atividades profissionais. “Os

palestrantes e os direcionamentos dados aos temas foram de

alto nível. Pudemos contribuir com as discussões e acrescentar

73ª SOEAABORDASITUAÇÃO ECONÔMICADO PAÍS E OCONHECIMENTOCOMOGERENCIADORDA CRISE

SOEA

Marcelo Costa Maia - Presidente do CREA-TO, sua esposa Cleusa Maia eJoel Kruger - Presidente do CREA-PR (dir/esq) - Crédito: Assessoria CREA-TO

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RC Tocantins

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referências da Engenharia e Agronomia do Tocantins. Acredito

que cumprimos nosso papel enquanto representantes do estado

mais jovem do Brasil com muito louvor”, enfatizou Marcelo.

Na opinião do perito federal agrário e conselheiro do CREA-

TO, o agrônomo Luiz Amado Pereira Júnior, que também fez

parte da delegação, participar da Semana Oficial de Engenharia

e Agronomia é motivo de honra e prestígio. De acordo com

ele, o evento congrega todos os anos os representantes das

profissões para discussão e atualização dos temas correlatos

aos interesses das categorias.

“O encontro, além de reunir os profissionais de todo o

território nacional, possibilita a integração com uniformização

das informações, primordialmente, nos temas relacionados

à organização e de interesses das entidades de classes

(sindicatos, associações, clubes e institutos de engenharia,

etc.), cujos representantes se reúnem no Colégio de Entidades

Nacionais (CDEN), bem como em temas específicos,

relacionados às modalidades profissionais, que perpassam pela

valorização deste trabalhador, em sentido amplo, nas reuniões

das Coordenadorias das Câmaras Especializadas”, mencionou.

AVANÇOSConsiderando os aspectos apontados nas diversas

palestras, Luiz entende que o Tocantins, assim como as

instituições que atuam nele, bem como os outros estados da

federação, por inferência, necessitam considerar que vivemos

na era da informação e por isso temos que abraçar os avanços

tecnológicos.

“Os profissionais da área tecnológica contribuem

decisivamente para os avanços da sociedade, isso na produção

de alimentos de baixo custo com qualidade, na tecnologia

utilizada na Medicina, imprescindível e necessária à vida social,

na disseminação de conhecimentos, na segurança e celeridade

dos processos administrativos e judiciais, ou seja, nas

engrenagens que fazem funcionar todo o sistema. Contribuem

também na produção mineral econômica, nos planejamentos e

estudos de desenvolvimento sustentável, entre outras atuações

de igual importância para o equacionamento da vida humana,

sob os diferentes fatores a que está submetida, por ora, na

Terra”, citou.

DESAFIOS PELO CAMINHOAinda na opinião de Luiz, o principal desafio enfrentado,

atualmente, pela Engenharia e Agronomia, sem dúvida, é a

valorização profissional. Ele acredita que em momentos de

crescimento econômico, com estabilidade, o setor privado

sempre apresenta oportunidades consideradas interessantes

aos profissionais da área tecnológica, entretanto, as

instabilidades econômicas mundiais agravam as dificuldades

e as alternativas de empregabilidade, que ficam reduzidas ou

restringidas, forçando ao profissional autônomo ou que atua na

área privada, a se reinventar.

“Por outro lado, a Lei nº 4.950/A, que é de abril de 1966,

estabelece o salário mínimo profissional, que, mesmo em

tempos de bonanças não é, em regra, considerado, com

destaque para o Estado (União, Estados, DF e Municípios)

que deveria dar exemplos pragmáticos de cumprimento à

legislação, e, reiteradamente, contratam profissionais com

salários aviltantes, como também não lhes garantem condições

adequadas de trabalho, como: ambiente de trabalho em acordo

com as necessidades finalísticas, equipamentos de segurança

mínimos necessários, estabilidade e progressões estabelecidos

em planos de carreira”, critica.

O conselheiro do CREA-TO, engenheiro agrônomo Rafael

Odebrecht Massaro, que participou pela primeira vez do SOEA,

diz que o evento foi uma experiência nova para ele. “O Sistema

é muito grande e envolve muitas profissões e durante a Semana

isso fica claro, porque são várias palestras, de várias discussões

que são colocadas de acordo com os temas e atribuições de

cada área”, comentou.

Ele ainda disse que teve a oportunidade de participar de

uma palestra de Engenharia Civil, ministrada pelo presidente

SOEA

Delegação do CREA – TO representa profissionais do Estado - Crédito: Assessoria CREA-TO

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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 003/2016

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do CREA-PR, e apesar de não ser da área, ficou atento aos

temas debatidos. “Ele fez um raio-x da profissão, e eu que não

sou engenheiro civil gostei da palestra. O que dizer então das

discussões acerca da minha área? A maioria das palestras que

eu participei gostei muito. Muito foi dito sobre as oportunidades

e a crise que o País vem enfrentando. Minha dica para todos que

têm vontade de participar do SOEA é que vale a pena”, contou.

ACESSIBILIDADEOutro tema que também ganhou destaque no SOEA

foi a acessibilidade. O representante da Organização Ibero-

americana da Seguridade Social no Brasil, Baldur Schubert,

lembrou no evento que os profissionais do Sistema têm uma

contribuição ‘transcendental’ quando se fala nesse assunto.

De acordo com ele os engenheiros criam, produzem, fiscalizam

e planejam os espaços de convívio, uma vez que, eles são os

profissionais direcionados a soluções.

Segundo Baldur, o Brasil tem 45,6 milhões de pessoas com

deficiência, sendo que a maior fatia deste quantitativo são as

pessoas que sofrem com alguma deficiência visual, que chega

a atingir 18,8% da população. “A falta de acessibilidade é a

discriminação mais comum e, por isso, precisamos ter os olhos

voltados para todos. Temos ambientes hostis e precisamos

trabalhar constantemente para reverter essa situação”.

Baldur Schubert destacou, ainda, que o Sistema é parceiro

na implantação de um Centro Ibero-americano de Autonomia

Pessoal e Ajudas Técnicas (Ciapat) no Brasil, que será uma

forma de ampliar projetos de acessibilidade no país.

HOMENAGEMNo evento, o secretário de Desenvolvimento Rural de

Palmas, o engenheiro agrônomo Roberto Jorge Sahium foi

homenageado com a Medalha do Mérito do Conselho Federal

de Engenharia e Agronomia (CONFEA). Essa é a primeira vez

que um profissional atuante no Tocantins recebe a honraria.

Para Sahium, essa medalha se estende a todos os profissionais

tocantinenses do Sistema.

“Fiquei muito feliz com a homenagem, sei que escolhi a

profissão certa. Se pudesse nascer de novo, gostaria novamente

de ser engenheiro agrônomo, pois essa profissão é a mais nobre

e fundamental para o planeta”, ressaltou o secretário.

A indicação do nome de Sahium foi realizada pelo

CREA-TO. A cerimônia, que homenageou 12 profissionais de

diversos estados que contribuíram com o seu trabalho para o

desenvolvimento tecnológico do Brasil deu continuidade a uma

tradição iniciada ainda no ano de 1954.

Além dele, foram concedidas, ainda, outras onze Medalhas

do Mérito a profissionais que dedicaram suas vidas à área

tecnológica, contribuindo com o desenvolvimento científico

e acadêmico do Sistema e dos profissionais. O nome de

12 pessoas foi inscrito no Livro do Mérito, em homenagem

póstuma pelos esforços e o trabalho realizado ao longo da

vida. A entrega de três placas de Menção Honrosa, destinadas a

entidades de representação profissional, de ensino e pesquisa

passou a fazer parte este ano da Láurea ao Mérito, com 27

homenageados.

Outro condecorado de destaque em 2016 foi o engenheiro

agrônomo Fernando Penteado Cardoso. O profissional tem 102

anos de idade e 80 anos de inscrição no CREA.

PARTICIPAÇÃO DO TOCANTINS NA SEMANANa ExpoSOEA, o stand tocantinense do Conselho

apresentou temas sobre ações do CREA e também um pouco

da cultura do Tocantins, com ênfase para o potencial turístico

do estado mais jovem da federação brasileira, lugar que muitos

têm curiosidade em conhecer. A degustação da paçoca de carne

de sol também foi destaque no stand, atraindo profissionais de

todo o Brasil.

SOEA

Homenagem ao Eng. Agrônomo Roberto Jorge SahiumCrédito: Assessoria CREA-TO

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RC Tocantins

11

Quando se fala em sustentabilidade,

tudo que se pensa é em um cenário

de mudanças climáticas, consciência

ambiental e trabalho coletivo. O conceito de

desenvolvimento sustentável surgiu no ano

1980, com o aumento da preocupação com o

meio ambiente e com uma melhor qualidade

de vida na Terra.

E se o termo é empregado na agricultura

familiar, isso implica também em um trabalho

conjunto, que envolve a mão de obra de todos os membros da

família de um pequeno agricultor, por exemplo, onde todos

conseguem plantar o próprio alimento e ainda gerar renda.

Mas como produzir e fazer o maior uso da área agrícola

sem perda florestal? E com tantas surpresas no clima, como é

possível alavancar a agricultura no Brasil? Talvez a ideia central

da sustentabilidade seja exatamente conscientizar e ensinar aos

agricultores a plantar de forma mais saudável para contribuir

com a preservação do meio ambiente. Temas como estes

foram debatidos no Workshop da Coordenadoria de Câmaras

Especializadas de Agronomia dos CREAs realizado no mês de

agosto pelo Sistema CONFEA/CREA e Mútua em Palmas.

Para um dos participantes do evento, o secretário de

Desenvolvimento Rural de Palmas e agrônomo Roberto Sahium,

uma das soluções para o maior uso da área agrícola está no

emprego da equação da racionalidade, ou seja, produzir com

mais qualidade, com maior quantidade em uma área menor em

menos tempo e com a otimização de gastos de água e energia.

“Para ter mercado é preciso ter escala de produção,

do contrário não se entra no meio. Todo produto tem que ter

padrão de qualidade. O produtor precisa produzir em uma área

menor e ainda ter controle de tudo. É possível produzir usando

a sustentabilidade para alimentar todo Brasil e o mundo. Eu

acredito que até com 10 bilhões de pessoas isso é possível”,

frisou.

O especialista ainda acredita que um grande ganho para

o segmento seria o uso de tecnologias, assistência técnica e a

extensão rural. “Não adianta produzir tecnologia e ser acessível

só aos grandes produtores, tem que alcançar os pequenos, do

contrário não é sustentabilidade. Porque não há inclusão social

e econômica. O Brasil tem condições de produzir 30% a mais

sem desmatar um palmo de terra, basta querer”, opinou.

Para Sahium, a tecnologia já avançou muito, mas ainda é

falha quando tem que ser repassada à agricultura familiar. “Por

exemplo, você tem uma fábrica de vassoura, se não tiver um

vendedor e um distribuidor, ela não vai chegar às mãos da dona

de casa. A mesma coisa acontece com a tecnologia, se não tiver

assistência técnica não chega às mãos do produtor”, enfatizou.

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WORKSHOP NO CREA-TO DISCUTE FORMAS DE LEVAR TECNOLOGIAAO PEQUENO PRODUTORNo evento, especialistas abordaram temas ligados a sustentabilidade a afirmaram:é preciso investir em novas técnicas da Agricultura para otimizar os espaços e nãodegradar o meio ambiente

Especialistas de vários lugares do país conhecemprojetos da agronomia tocantinense

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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 003/2016

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OTIMIZAÇÃOEssa é a mesma opinião do Coordenador Nacional da

Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia

(CCEAGRO), o agrônomo José de Souza Reis Filho. Ele lembra

que a Agronomia é responsável pela produção de alimentos

em todo mundo e a única forma de produzir, sem tantos

desmatamentos, seria criar e aproveitar as tecnologias.

“As pessoas vão continuar comendo e ao mesmo tempo

precisam das matas. Nós temos muitas tecnologias geradas,

principalmente no Brasil, onde é possível aumentar muito a

produtividade, ou seja, produzir mais por área”, comentou.

PESQUISASO coordenador ressaltou também que atualmente existem

muitas tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde as pessoas usam a

Agricultura para fazer a renovação de pastagem, por exemplo.

“Nesses casos é possível ter o incremento da produção de grãos,

e da pastagem, porque ela fica melhorada com mais unidades

de animais por área. Ou seja, você melhora a produtividade na

mesma unidade de área. Este é o nosso desafio: desenvolver

tecnologia para que você consiga produzir sempre mais em

espaços menores. Mas não adianta só criar a tecnologia,

precisamos repassá-la para quem produz”, pontuou.

José Reis enfatiza também que os produtores precisam

de assistência técnica e, ao mesmo tempo, precisam ter

consciência da importância desses serviços. “É necessário

mostrar ao produtor que a partir do momento que ele incorpora

a tecnologia, o lucro aumenta ainda mais. O que se precisa é

que a extensão rural volte a existir com respaldo. É necessário

produzir tecnologia e, além disso, repassar ao produtor,

fazer essa cadeia, desde a produção até a implantação dela.

Precisamos ajudar os produtores a trabalharem de forma

produtiva e conservacionista”.

DESAFIOSO professor da Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro (UFRRJ), e doutor em Fitotecnia, o agrônomo João

Sebastião de Paula Araújo acredita que o mundo passa por

um constante desafio em relação a produção e, por isso, é

preciso que façamos uma reflexão sobre os gastos energéticos

despendidos com transporte dos alimentos até o consumidor,

que segundo ele, ainda são grandes.

“É preciso considerar a necessidade de impulsionar

a produção local de alimentos. Dessa forma conseguimos

colocar produtos com maior qualidade, sem necessidade de

preservação e com o imediatismo da produção, até à mesa”.

Ele explica que essa função, na prática, envolveria a

produção de alimentos que vão atender a maioria da população.

“Se considerarmos uma cidade, como modelo, precisamos

conciliar a produção de hortaliças, folhosas, cereais e algumas

fruteiras. Sobre esse aspecto é preciso verificar a aptidão de

cada estado para fazer. As frutas e hortaliças regionais estão

sendo deixadas de lado para incentivar o consumo de produtos

importados. Isso é um grande problema. Se considerarmos a

diversidade brasileira, onde cada região tem frutas específicas,

vamos ter que repensar a alimentação”.

De acordo com o professor, do ponto de vista mundial,

temos hoje uma base focada em três grandes produtos:

milho, soja e trigo, três fontes de oleaginosas e proteínas,

predominantes em todo o planeta. Essa prevalência deixa de

lado alimentos que são tradicionais das populações regionais.

Em relação à pequena produção, o doutor explica que

é preciso integrar e proporcionar tecnologias ao homem do

campo, onde ele possa buscar na propriedade os insumos

necessários e as sementes adaptadas às condições climáticas.

“A semente que serve para o plantio nos Estados Unidos não

serve para o plantio no Brasil e dessa forma podemos ter um

exemplo de como precisamos buscar essas variedades”,

enfatizou.

INOVAÇÃOO estudioso acredita que para melhorar esse panorama é

necessário buscar uma nova engenharia, capaz de preservar

as árvores, florestas e os cursos d’água como recursos para a

produção. “Isso deveria vir antes da universidade. Essa é uma

questão social e de educação desde a formação das crianças,

para que haja um conceito de preservação na medida em que a

água, o solo e o próprio ar são fundamentais para desenvolver

o vegetal e a partir do vegetal, a produção de carnes. Temos

que organizar um novo sistema de produção, que seja levado

à condição do pequeno agricultor. No passado isso já era feito

e com a globalização foi sendo deixado de lado por técnicas

importadas, precisamos fazer o resgate dessa cultura”,

esclarece o professor.

João menciona também que a Agricultura Orgânica

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se propõe a otimizar esses

insumos necessários à

produção e ao mesmo tempo

trazer condições melhores

à agricultura familiar. “Hoje

80% dos alimentos produzidos

no Brasil vêm da agricultura

familiar. Isso é um aspecto

muito interessante. Como

vamos virar as costas para o

agricultor familiar se na nossa

mesa, no dia-dia, o arroz,

o feijão, o ovo estão vindo

desse modelo de agricultura?

O agronegócio serve aos

grandes empreendimentos

internacionais e nada tem de

interessante para a Agricultura

Orgânica e Familiar. Então é

preciso refletir até onde já chegamos e aonde queremos chegar.

Qual o legado que iremos deixar para as futuras gerações?”,

questionou.

CLIMADurante o evento, o analista em Geoprocessamento da

Embrapa - Pesca e Aquicultura, o geógrafo Balbino Antônio

Evangelista esclareceu que uma das dificuldades enfrentadas

quando se analisa tudo isso é o clima, já que nem sempre

é possível para os especialistas preverem fatores da região

como temperaturas e chuvas, devido às inesperadas mudanças

climáticas. Diante disso, a pergunta que ele faz é: como isso

influencia na produção?

Para Balbino é preciso analisar os riscos climáticos, fazer

o monitoramento da área, discutir o aquecimento global e qual

o impacto desse fenômeno em nossas vidas.

O especialista ressalta que outro desafio a ser superado é

a produção de matéria orgânica para manter o solo fértil. Para o

geógrafo, independente da ação humana, o planeta passou por

mudanças e ainda vai continuar nessa transformação.

“A partir do momento que o homem intensificou o uso da

terra, acredito que houve um impacto que rompeu o equilíbrio

ambiental. É preciso usar ferramentas para identificar qual é

esse impacto”, afirma o analista.

Para ele, 2016 foi um ano difícil para a produção rural. “O

receio que nós temos é que com esse uso da terra, da maneira

que está sendo feito hoje, fenômenos como o El Niño e La

Niña aconteceram com maior frequência causando prejuízos e

danos para a sociedade de forma geral. Isso que precisamos

conhecer melhor. É mudança climática? Existe uma tendência a

se manter? Tem como minimizar esses efeitos? Esse é o grande

desafio da ciência hoje”, avalia.

No workshop, o analista também comentou uma das

missões do homem: a busca pelo entendimento do equilíbrio

de como pode ser feita a exploração dos recursos naturais

de forma sustentável. Sem degradação, sem alteração dos

sistemas naturais, utilizando-os de forma equilibrada. “Ele

precisa conhecer e transferir o conhecimento para que haja

uma produção agrícola sustentável e equilibrada a partir

disso. É isso que buscamos. Temos que minimizar os efeitos

desses fenômenos na vida do agricultor e da sociedade em

geral. Essa relação com o meio ambiente foge das áreas da

ciência específicas. Ela não depende da atuação só de algumas

pessoas, todo mundo tem que ter essa consciência. Todo

mundo precisa preservar, fazer um bom uso e pensar no futuro,

além de entender essa relação do homem com a natureza. É

preciso ter o equilibro e isso só vai acontecer quando todos

tiverem consciência e conhecimento”, finalizou.

Agricultura familiar se destaca no uso de práticas sustentáveisCrédito: Assessoria Ruraltins

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Engenheiros civis têm direito garantidode realizar projetos arquitetônicos

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Mesmo depois da tentativa do Conselho de Arquitetura

e Urbanismo (CAU) em restringir a realização de projetos

arquitetônicos aos Engenheiros, a lei 5.194/66 bem como

a Resolução 218/73 do Sistema CONFEA/CREA e Mútua

(Conselho Federal de Engenharia e Agronomia/Conselho

Estadual de Engenharia e Agronomia) se mantêm firmes

quando se trata da permissão destes profissionais exercerem

essa prerrogativa.

O CAU tem como base a Resolução 51, a qual estabelece

que apenas os arquitetos tem exclusividade e responsabilidade

técnica pela elaboração desses projetos. Contudo, como

prova de força dos normativos do Sistema CONFEA/CREA, a

autarquia venceu a ação judicial impetrada pelo Sindicato dos

Arquitetos e Urbanistas no Estado do Paraná (SINDARQ‐PR),

que permite a elaboração de projetos executados também

pelos engenheiros.

Na decisão da Justiça do Paraná, o juiz esclareceu

que antes da criação do CAU, os ‘engenheiros, arquitetos e

urbanistas estavam sob fiscalização de um mesmo Conselho

profissional. Além disso, não há como o CAU restringir à

atribuição de profissionais vinculados ao CONFEA’.

O entendimento do juiz lembrou a Resolução nº 218

do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, que

também determina que os profissionais deste segmento

estão qualificados a se responsabilizar tecnicamente pela

elaboração de projetos arquitetônicos.

Apesar de a resolução 51 definir as atribuições privativas

dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo, o CAU enviou

ofício ao CONFEA solicitando a reabertura do Grupo de

Trabalho de Harmonização e Conciliação de Legislação

CONFEA-CAU/BR para reconhecimento das definições.

De acordo com o coordenador da Câmara Especializada

de Engenharia Civil, o engenheiro civil Daybson Dias, esta

polêmica se iniciou após a criação das resoluções 21 e 51 pelo

CAU. Para ele, a restrição do projeto arquitetônico por parte do

Conselho dos Arquitetos não tem sentido, já que desde o ano

de 1933, ambos profissionais desenvolvem essa tarefa e têm

esta atribuição conjunta.

“Com a promulgação da lei 6496/77, os profissionais

passaram a fazer a Anotação de Responsabilidade Técnica

(ART) com a mesma codificação até a data de 31 de dezembro

de 2010, não importando a modalidade, se Engenharia Civil ou

Arquitetura, ou seja, foram 77 anos com ambos profissionais

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desenvolvendo este projeto. Acreditamos que isso possa ser

motivado para criar uma reserva de mercado”, explica.

O coordenador esclarece que tanto as escolas quanto

as faculdades de Engenharia oferecem em seu conteúdo

programático qualificações para elaboração de projetos

arquitetônicos, assim como demais projetos de uma

edificação. Ele conta que na universidade aprendem a parte

conceitual e prática referente a desenhos de plantas baixas,

cortes, fachadas, plantas de locação e situação, conforme a

norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

nº 6492. “Também aprendemos toda a teoria da Arquitetura,

assim como a história dessa ciência, desde os estilos

clássicos até a Arquitetura

Contemporânea. Na teoria

e na prática estudamos

através da confecção de

projetos arquitetônicos. Os

engenheiros civis projetam

edificações residenciais (uni

e multifamiliares), conjuntos

habitacionais, edificações

comerciais, shopping centers

e também outras edificações

com finalidade específicas, tais como escolas, terminais de

cargas e passageiros, aeroportos, edificações para lazer e

desporto, hotéis e indústria, como também prédios públicos.

Durante o estudo arquitetônico é feito também a interação

entre o clima e a edificação com desempenho e conforto

térmico, acústico e lumínico com a devida compatibilização

com a estrutura e a sustentabilidade. O que acontece na

universidade é a diferença das cargas horárias durante a

formação profissional para o tema projeto arquitetônico”,

pontua Daybson.

O também engenheiro civil e coordenador adjunto da

Câmara de Engenharia Civil do CREA-TO, Cleidson Dias de

Sousa, concorda com o colega. Para ele, apesar da alegação

do CAU de que só os arquitetos detêm o conhecimento

completo da Arquitetura e Urbanismo porque estudaram estas

matérias na faculdade não é válida, já que na universidade os

engenheiros também adquirem este conhecimento. “Também

estudei a matéria de Arquitetura e Urbanismo, por isso tenho

plena capacidade para responder sobre projetos. Os próprios

arquitetos realizam atividades que o engenheiro estuda com

mais profundidade. Mas judicialmente falando isso não é legal,

por isso existe a jurisprudência a favor dos engenheiros. O

CAU não existia até o ano de 2011, isso significa que até esse

momento os profissionais de Arquitetura e Urbanismo eram

ligados ao CREA. Por isso, os engenheiros sempre tiveram esse

direito garantido. Mudar isso é fazer uma reserva de mercado,

delimitar algo que não tem sentido, apenas mercadológico”,

contesta Cleidson.

De acordo com ele, para executar um projeto o

profissional não precisa apenas ter a formação em Arquitetura

e Urbanismo, mas conhecimento do que está sendo realizado.

“Arquitetos que são acostumados apenas a realizar

projetos residenciais,

quando forem fazer um

projeto institucional ou

comercial vão ter que

recorrer ao estudo. O

que determina não é a

formação em Arquitetura

ou Engenharia, ambos

têm formação para isso,

têm conhecimento. O que

é preciso é ter domínio

das normas. O engenheiro que deseja fazer um projeto

arquitetônico precisa se atualizar, mas o arquiteto também.”

O QUE É UM PROJETO ARQUITETÔNICO? Mas antes de seguir adiante sobre a prerrogativa de

quem pode ou não desenvolver um projeto arquitetônico,

Daybson explica o que vem a ser este serviço. “Dentre suas

várias representações, o projeto arquitetônico é um modelo

geométrico representado graficamente para exprimir a ideia

e a concepção de um bem imóvel, partindo da materialização

do ato criativo do profissional para atender a necessidade

da construção ou edificação de um imóvel. São conceitos

previstos conforme a NBR 6492 - representação de projetos

de Arquitetura, contendo, resumidamente, planta-baixa,

cortes, fachadas, diagrama de telhado, situação e locação da

edificação dentro do terreno”, esclarece.

Daybson lembra ainda a normativa nº 13534 da ABNT,

que trata da elaboração de projetos de edificações. Esta

norma fixa as atividades técnicas de projetos de Arquitetura e

de Engenharia exigíveis para construção de edificações.

Decisões corroboram o direito do Engenheiro Civil de executar projetos arquitetônicos.

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“A regra discrimina as atividades técnicas referentes

a estes projetos, devendo ressaltar que elas são extensivas

a todas as modalidades da Engenharia, Arquitetura e

Agronomia. A pesquisa histórica do significado do vocábulo

‘arquitetura’ nos remete a Grécia clássica, onde a palavra vem

do grego arkhé, que significa ‘primeiro’ ou principal. ‘Játékhton’

significa ‘construção’ referindo-se à arte ou técnica de projetar

e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Observa-se

que o termo ‘projeto arquitetônico’ nunca se tratou de uma

atividade exclusiva de profissionais de Arquitetura, assim

como o termo ‘construção civil’, também nunca foi atividade

exclusiva de engenheiros civis”, salienta o coordenador.

O QUE DIZ A ACADEMIADe acordo com o professor do curso de Engenharia Civil

da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Raydel Lourenzo,

na grade curricular da instituição existem matérias que os

alunos aprendem os pormenores do projeto arquitetônico.

“Posso falar, pelo menos pelo curso de Palmas, que nele

os alunos têm contato com conteúdo específico aos projetos

arquitetônicos. Outra matéria que eles têm contato é a de

Projeto Integrador, em que os estudantes aprendem sobre

projetos de estrutura, instalações prediais e que são assuntos

ligados ao projeto arquitetônico. Além disso, eles ainda têm

mais três matérias que estudam conteúdos sobre fundação,

que é um conhecimento que também está interligado com

a realização do projeto arquitetônico. Diante de tudo isso,

acredito que o engenheiro civil está habilitado para realizar

essa atividade”, esclarece o professor.

O que diferencia então um projeto feito por um engenheiro

e por um arquiteto? “O arquiteto estuda Arquitetura durante

cinco anos. Tem matérias mais específicas, claro. Mas o

engenheiro também tem esse conhecimento. Na Espanha

existe a mesma polêmica que aqui. Lá se delimita o tamanho

do projeto arquitetônico que o engenheiro pode fazer e vice-

versa. Acredito que em projetos complexos, o engenheiro

possa precisar de auxílio de um arquiteto, mas isso não quer

dizer que ele não possa fazer”, ressalta o professor.

Raydel explica que esse embate é antigo, mas acredita

que o mercado é quem cria a demanda de ter um engenheiro

desenvolvendo esses projetos. Para ele, se atualmente exige-

se que os engenheiros civis façam esse trabalho é porque a

indústria tem essa necessidade. “Os profissionais devem se

preparar para entender o que o mercado está precisando,

se especializar nisso. É uma adaptação normal exigida pelo

mercado”, finaliza.

Polêmicas à parte, na opinião de Daybson, o CAU não

tem e nunca terá competência para extinguir a capacidade

intelectual do engenheiro civil de continuar exercendo e

elaborando projetos arquitetônicos, atividade que sempre

realizou e que para ele, deverá ser de atribuição de ambos.

Para o coordenador o entrave existe por uma situação

de insegurança jurídica, já que não há consenso entre os

profissionais em relação as suas atribuições. Enquanto isso,

engenheiros e arquitetos devem ficar atentos ao que diz a lei.

“Enquanto não é editada uma resolução conjunta,

ficamos com o artigo que diz: ‘Na hipótese de as normas do

CAU/BR sobre o campo de atuação de arquitetos urbanistas

contradizerem normas de outro Conselho profissional, a

controvérsia será resolvida por meio de resolução conjunta

de ambos os conselhos’. Tudo indica que caminharemos

para uma atribuição compartilhada, até porque isso já

vem acontecendo há 77 anos. Enquanto isso, o CREA está

aguardando a resolução conjunta. Temos esperança”, finaliza.

Projeto Arquitetônico elaborado por engenheiro civil: legalidade e responsabilidade técnica

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Entrevista:

Carlos Batista das Neves tem 67 anos, natural

de Nova Granada, interior de São Paulo, atuou 43

anos na Engenharia Elétrica. Aposentado de carreira

pela Eletrobrás-Eletronorte, atualmente é conselheiro

federal do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

(CONFEA). Em entrevista à terceira edição da Revista

CREA-TO, o profissional confessou que se sente um

homem realizado profissionalmente. Ele acredita que

sempre teve muita aptidão com a área, por isso considera

que fez a escolha certa na vida. Nesta entrevista ele

fala sobre como começou a trabalhar com Engenharia

Elétrica e faz uma avaliação sobre como o mercado para

este segmento pode ainda crescer no Brasil. Confira!

MODALIDADE

ELÉTRICA

Como foi que o senhor decidiu fazer Engenharia Elétrica e por

quê?

Tudo começou quando eu prestei um concurso, nível médio,

para trabalhar em uma empresa do setor elétrico. Depois que entrei

nessa empresa fui para a cidade de Mogi das Cruzes (SP) e procurei

fazer Engenharia para conciliar o trabalho aos novos conhecimentos,

que eram da mesma área. Eu tinha 22 anos quando iniciei na carreira,

depois aprimorei mais meu interesse pela Engenharia Elétrica e

continuei estudando mais na área. Em meio a tudo isso eu também fiz

Engenharia Operacional Eletrônica como complementação.

Conte-nos um pouco sobre a sua história de vida e como ela se

encontrou com a Engenharia Elétrica?

É uma trajetória longa de vida. Quando entrei para o serviço

elétrico eu fazia o curso de Administração de Empresas, mas como

prestei serviços para a área de Engenharia em uma empresa de

grande porte, no terceiro bimestre do ano letivo de 1971 eu fiz seis

meses de estágio e fui trabalhar na cidade Mogi das Cruzes (SP). Lá,

em março de 1972 eu tive conhecimento de várias faculdades nessa

área, então resolvi progredir com os estudos. Iniciei na faculdade de

Engenharia Operacional Mecânica, era a única área que eu podia fazer.

Três anos depois, quando estava indo para o quarto semestre surgiu

a oportunidade de continuar com o curso de Engenharia Operacional

Eletrônica, mas no período da noite. Como era mais compatível com

o meu trabalho, mudei para Engenharia Eletrônica. Foi tudo uma

oportunidade de adequar ao melhor trabalho.

Então o senhor sentiu que tinha aptidão para essa área?

Sim, eu gostava. Tinha aptidão para isso. Na minha casa mesmo

sempre tive a curiosidade de consertar os aparelhos elétricos, como o

ferro de passar roupas, a enceradeira, o chuveiro e hidráulica também.

Mesmo jovem eu que tomava a frente na minha casa. Quando fui para

o setor elétrico vi que realmente gostava, era algo que estava dentro

de mim.

Muitas pessoas confundem a Engenharia Elétrica com a

Eletrônica. Qual a diferença entre as duas?

A diferença é o porte dos equipamentos e o nível de tensão

elétrico que você trabalha. Na Eletrônica trabalhamos no máximo 250

volts ou 220 volts que alimentam os componentes eletrônicos, isso

se falamos em alta frequência dos equipamentos de comunicação,

telecomunicação e de controle. A Elétrica está mais relacionada à

transmissão de potência e de energia elétrica. A Eletrônica se dedica

mais ao funcionamento dos instrumentos e equipamentos.

O que faz um Engenheiro Eletricista? Quais as áreas de atuação

desse profissional?

A área de trabalho é vasta. Começa na parte de desenvolvimento

de projetos de sistema elétricos, que abrange uma gama de

estabelecimentos como residências, comércios, indústrias, usinas

e subestações, que são os grandes. Depois você pode partir para a

área operacional, de operação de sistemas elétricos, onde você pode

entender da filosofia, dos princípios de funcionamento do sistema

elétrico, os parâmetros que envolvem este sistema. Pode também

trabalhar em manunteção elétrica, em eletromecânica, dentro das

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usinas e subestações. Têm trabalhos desenvolvidos também na

área de pesquisa, do desenvolvimento, como o doutorado, que

dá para entender melhor os parâmetros elétricos. O mercado é

amplo. Se você observar, só na área residencial e comercial têm

uma abrangência muito grande voltada para a área elétrica. Toda

residência tem um sistema elétrico instalado e todo ele deve ser

procedido de um projeto elétrico. Você não pode chegar em uma

casa e puxar a fiação de qualquer jeito. E da mesma forma é o

comércio. Tem que determinar os dispositivos de proteção. A

área é muito vasta. O problema é que a sociedade não está muito

habituada a esses cuidados, que precisamos ter com o sistema

elétrico. É importante que as pessoas entendam que eletricidade

não se vê, ela não se movimenta e aí pode estar o perigo.

O senhor diria então que a sociedade não sabe da

importância do trabalho desse profissional?

Não é que não sabe, às vezes ela não dá importância a

algo tão bem feito, que necessita de cuidados essenciais com

o projeto elétrico.

Em que a Engenharia Elétrica se distingue das demais

engenharias?

A Engenharia Elétrica é um pilar para todas as outras. Não

se faz nada sem a energia elétrica. Todas as áreas precisam

dela, desde uma residência até uma indústria. Acredito que ela

é de maior importância para o desenvolvimento das demais

engenharias, seja para Agronômica, a Civil, a Ambiental.

Todas elas dependem dos instrumentos de eletricidade, que

contribuem para o avanço de todas essas ciências.

Quais as características que um engenheiro eletricista

precisa ter? Como um futuro engenheiro se descobre nessa

profissão?

O engenheiro eletricista precisa acreditar um pouco naquilo

que não se vê. Ele não tem percepção visível da eletricidade,

só através de instrumentos como a medição. Para trabalhar

com isso é preciso ter um pensamento um pouco abstrato.

Acho que como toda Engenharia, o engenheiro tem que tentar

planejar algo que, às vezes, está muito além do que ele vê em

um planilha, porque há parâmetros que ocorrem e que mudam

constantemente na eletricidade. O engenheiro eletricista

também deve gostar muito de cálculos. No curso e na profissão

os cálculos são muito avançados. Este profissional também

precisa ser uma pessoa consciente da segurança, porque vai

trabalhar com fenômenos perigosos.

Ele precisa ser corajoso?

Ele tem que ter consciência e conhecimento. Trabalhei no

setor elétrico 43 anos e nunca me envolvi em nenhum choque

elétrico no trabalho. Acho que devido às empresas que trabalhei,

tive uma boa formação, prática e técnica também, além da

faculdade. E com isso entendi a razão de nunca ter tido um

acidente, embora já tenha presenciado, mas comigo mesmo

não. O básico para não se machucar é sempre fazer os cálculos

e procurar entender os fenômenos da eletricidade. Além de ter

paciência e persistência, porque acontecem muitas surpresas

durante o desenvolvimento de projetos.

Como está o mercado de trabalho para o Engenheiro

Eletricista? Como é a realidade da área no Tocantins?

O Tocantins tem um bom campo, porque ainda não tem

muitos profissionais existentes. Agora que as universidades

estão suprindo as demandas aqui do Estado. Tem uma pespectiva

muito grande para os técnicos e engenheiros eletricistas porque

as instalações elétricas comerciais, residenciais e industriais

estão muito deterioradas por causa da quantidade de anos que

estão instaladas. Uma instalação elétrica não pode durar mais

de 20 anos sem ter uma manutenção, uma substituição, isso

gera muito risco. Está vindo aí uma provável normatização, que

exige uma obrigatoriedade e revisão das instalações elétricas e

isso vai dar uma abertura muito forte para o mercado.

Como está a expectativa para os próximos anos?

A demanda de energia elétrica no Brasil e a expansão

do setor elétrico nacional é uma necessidade premente. Se o

Produto Interno Bruto (PIB) vier a crescer a partir dos próximos

anos teremos uma necessidade de ampliação de todo o sistema

elétrico e a quantidade de empresas que estarão inseridas

nesses mercados vão crescer muito, assim como as novas fontes

de energia elétrica que estão surgindo. A Fotovoltaica, a Eólica, a

O conhecimento prático é um bom indicador para o destaque. Também ter conhecimento teórico e ainda um bom currículo. Acho que esses fatores são pontos fortes

para o profissional se destacar na carreira. Também acredito que ele precisa ser criterioso e observador.

Ter muito cuidado no que vai fazer, porque aeletricidade não permite erros.

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Hidraúlica, todas irão expandir. O sistema de transmissão tem que

expandir, porque a demanda de consumo vai exigir expansão do

setor elétrico. Acredito que a Engenharia Elétrica hoje vai ser um

bom investimento para quem está entrando nesse ramo.

Sabemos que hoje em dia ter apenas a graduação não é

suficiente. Quais as especializações disponíveis no mercado? E

dentre elas, quais as áreas mais promissoras?

Após a faculdade o profissional deve procurar cursos

mais específicos daquela área que ele pretende seguir. Seja em

manutenção ou projeto como perito. Esses cursos dão uma base

muito boa para ele seguir na carreira. Ele tem que procurar os

cursinhos mais específicos. Se não conseguir um bom estágio

numa empresa de imediato, ainda tem que procurar esses cursos

que aqui no Tocantins são muito difíceis de ter. O que significa que

este profissional vai ter um pouco mais de tempo para se preparar

para o mercado. Todas as áreas têm projetos, têm manutenção.

Acho que a manutenção vai ser até mais procurada do que o

próprio projeto. A manuntenção já cuida do que é instalado, já é

grande o sistema elétrico brasileiro e ainda temos que analisar

o que está por vir. Enquanto isso, o projeto está atuando só na

expansão. Acho que a área de manutenção, tanto a comercial

e industrial, quanto os sistemas de distribuição e transmissão

serão as áreas que mais acolherão os profissionais da Engenharia

Elétrica.

Qual seu conselho para um profissional que está começando

a carreira?

Planejar e avaliar muito bem o que vai fazer. Existe hoje a tal

análise de risco, que é o cuidado com a segurança. Mesmo não

sendo a segurança, mesmo sendo só a execução de um projeto, de

uma manutenção, não é só planejar a segurança, mas o trabalho

em si. Esse é o cuidado essencial que um profissional poder ter

como base. Conhecer o que ele vai fazer. Ter referências para

avaliar um equipamento e para executar um projeto.

Qual é o papel do Conselho Federal de Engenharia e

Agronomia (CONFEA) e do Conselho Regional de Engenharia

e Agronomia do Tocantins (CREA-TO) na vida do Engenheiro

Eletricista? E como tem sido na sua vida?

Normatizar a legislação para os profissionais, segundo as

leis. O CONFEA em si elabora as normas, julga a terceira instância e

coordena os regimentos internos dos CREA’s, ou seja, supervisiona

o funcionamento dos conselhos. Entrei aposentado no CREA e

queria fazer um trabalho social e voluntário e me apareceu de

forma inesperada essa oportunidade de ser conselheiro federal,

no ano passado, já que a vaga era para engenheiro eletricista.

Foi inesperado mesmo. Aceitei e tive o apoio dos colegas do

CREA, que fazem um trabalho bem feito. Para mim esse trabalho

é para representar os profissionais do Tocantins com ética e

imparcialidade em prol dos profissionais do Sistema, que têm a

função de fiscalizar, principalmente o exercício das profissões e

além disso cuidar para que o profissional trabalhe para o bem da

sociedade.

Como é a representatividade do senhor enquanto Conselheiro

Federal para o Tocantins?

Eu represento todos os profissionais do Brasil. Aqui para o

Tocantins eu apoio a gestão do CREA estadual. Procuro dar apoio

ao conselho para que se torne capaz de executar sua atribuição

principal, que é a fiscalização do exercício da profissão no Estado,

já que muitas vezes o CREA-TO depende de recursos. Também

procuro ater-me às outras sugestões das câmaras especializadas

da entidade. Câmaras que alimentam a gente com necessidades

de revisão das resoluções e dão sugestões de melhorias. Procuro

olhar com muito carinho as reivindicações, principalmente dos

profissionais do Tocantins. Mas tenho a obrigação de trabalhar

por todos do Brasil.

Como esse trabalho poderia ajudar os engenheiros?

Sendo um conselheiro ético, imparcial. Quero que o CONFEA

tenha uma ótima gestão, por isso aceitei e me candidatei,

ENTR

EVIS

TA

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RC Tocantins

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exatamente para participar de forma direta na vida do CONFEA

e tentar junto com os demais diretores e conselheiros torná-lo

mais representativo para os profissionais do Brasil.

Como a Engenharia Elétrica pode usar novas tecnologias

para trabalhar a sustentabilidade?

De muitas formas. Mas somente nas fontes de geração

de energia ela pode, junto com outras engenharias, buscar

fontes de energia elétrica sustentáveis, em parceria com a

Agronomia, recursos renováveis, da biomassa, não por queima,

mas por biodigestão, por exemplo. Apesar do projeto ser do

engenheiro civil, a Engenharia Elétrica tem que ser parceira nesse

desenvolvimento, trabalhar na evolução de novos produtos que

gerem essa energia, principalmente nessas fontes. Temos que

contribuir na inovação dos instrumentos e dos equipamentos,

ou seja, ajudar a criar novas tecnologias que tragam melhor

produção em função do potencial energético de cada fonte.

O senhor acredita que a Engenheria Elétrica pode desenvolver

novos maquinários para alavancar a agricultura sustentável?

A Engenharia Elétrica pode contribuir da seguinte forma: ao

invés do calor, podemos usar o gás da biomassa para melhorar

a perfomance. Porque a irrigação já utiliza muito pouco a

eletricidade, as bombas são equipamentos desenvolvidos

por esta área. Ela pode contribuir dessa forma, indicando os

instrumentos meteorológicos mais aperfeiçoados para ajudar

em geral na Agricultura.

O senhor acredita que o Tocantins ainda precisa avançar em

novas tecnologias? Por onde começar?

O Tocantins precisa melhorar o sistema de distribuição de

energia elétrica. Sabemos que essa mudança é difícil por causa

da dificuldade devido à extensão do Estado. Mas a garantia e

a qualidade de energia para as regiões não é boa e isso tem a

ver com o sistema instalado. Depende de recursos. Eu não sei a

viabilidade desses recursos, se dá para fazer isso ou não, o que

torna a energia um pouco cara, mas realmente tem que melhorar.

Já está vindo um reforço do fornecimento de energia elétrica,

que foi licitado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),

que vai possibilitar que uma nova subsestação seja instalada

em Palmas, vindo da usina de Lajeado, que com um banco

transformador vai praticamente dobrar a quantidade de energia

que está sendo entregue na Capital.

Nós temos usinas no Tocantins e ainda assim pagamos

uma das energias mais caras do País. O senhor acredita que

precisamos aproveitar melhor os recursos naturais do Estado?

Sem dúvidas temos como desenvolver novas tecnologias

para aproveitar melhor nossos recursos. O Estado tem muita

geração? Tem. Mas temos que pensar no Brasil como todo, a

energia hoje é nacional, temos os leilões nacionais. Hoje você

não sabe se a energia vem do Norte, do Sul. Se prender em uma

região só, às vezes, não dá o equilíbrio financeiro e o fornecimento

necessário para algumas regiões. Como é Brasil, o sistema tem

que ser interligado e assim sendo, não devemos falar em preço

diferenciado porque um Estado gera ou não gera.

O senhor acredita que ainda usamos pouco a energia

solar? Como o Estado poderia aproveitar melhor esses recursos

renováveis?

O grande problema da energia solar é o custo dos

equipamentos, devido ao pouco uso, eles ainda são caros.

Depois de instalados tem ainda a manutenção, têm determinados

componentes que a cada cinco a seis anos devem ser

substituídos e têm um preço alto. Não devemos pensar só no

preço da instalação da energia. Uma forma do governo incentivar

seria tirar um pouco dos impostos estaduais e federais que são

cobrados, porque praticamente tudo que envolve a energia solar

é importado ainda. O governo também ajudaria se incentivasse

a fabricação nacional das células fotovoltaicas, como o invensor

que é um dos componentes mais caros. Só com essa ajuda

que a energia fotovoltaica vai ser mais competitiva, ela terá um

crescimento garantido em nosso país sim, principalmente para

as regiões Norte e Nordeste.

O que representa ser um Engenheiro Eletricista para o

senhor, que tem muitos anos de carreira?

Para mim é uma satisfação. O homem no sentido geral tem

suas realizações na vida e suas necessidades, eu vejo que fui feliz

em ter entrado nesse caminho da eletricidade. Eu me realizei,

trabalhava com gosto. Sempre foi a realização de um trabalho

bem feito e com isso eu tive, graças a Deus, relativo sucesso. Se

fosse para voltar atrás, absolutamente, escolheria essa profissão

de novo.

O engenheiro eletricista precisa acreditar um pouco naquilo que não se vê. Ele não tem percepção

visível da eletricidade, só através de instrumentos como a medição. Para trabalhar com isso é preciso

ter um pensamento um pouco abstrato.

ENTR

EVIS

TA

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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 003/2016

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A ideia era levar uma discussão em torno do Sistema

CONFEA/CREA e Mútua (Conselho Federal de Engenharia e

Agronomia/Conselho Regional de Engenharia e Agronomia)

em defesa das profissões que fazem parte do Sistema. Assim

foi realizada mais uma edição do Congresso Nacional de

Profissionais (CNP), que aconteceu no início de setembro, em

Foz do Iguaçu, no Paraná.

No evento também foram abordados eixos temáticos, como

a Defesa e Fortalecimento da Engenharia e da Agronomia junto

à sociedade; Tecnologia e Inovação e Carreira e Prerrogativas

da Engenharia e da Agronomia. Para isso foram realizadas

cinco reuniões preparatórias, ocorridas entre maio e junho, nas

cidades de Gurupi, Araguaína, Araguatins, Guaraí e Paraíso, que

antecederam o Congresso Estadual que aconteceu em Palmas

no mês de junho. O CNP, em Foz, foi a fase final das discussões,

que resultou na junção de propostas de todo o Brasil.

CN

P

Congresso levantapropostas paraaperfeiçoamento do Sistema

Crédito: Assessoria CONFEA

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RC Tocantins

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Na primeira etapa, 774 profissionais de todo o País

participaram dos debates, sendo 594 delegados – com

direito a voto – e 180 convidados – com direito a voz. A Mesa

Diretora dos Trabalhos (MDT) do Plenário foi coordenada pelo

presidente do Conselho Federal, José Tadeu da Silva, e pelo

conselheiro federal William Barbosa. A primeira atividade do

Congresso foi eleger os secretários e relatores da mesa, dentre

eles, a engenheira civil Suzy Moreno, delegada representante

do CREA-TO como 1ª relatora.

Suzy explica que o Congresso de

Profissionais é um fórum qualificado

para a discussão das grandes questões

nacionais que possuem interface com

Sistema. De acordo com ela, os temas

tratados revelaram a preocupação da

categoria com o momento político/

econômico que o Brasil atravessa e a sua

repercussão para a engenharia nacional.

“A percepção e as expectativas

da categoria diante desse cenário

é o maior ganho que o profissional

tem ao participar de eventos dessa

natureza. A possibilidade de discutir os

grandes temas nacionais em um fórum

qualificado com certeza traz ganhos

imediatos para a classe profissional, uma

vez que é possível fazer um registro dos

avanços pelo qual o Sistema já passou

e lançar as diretrizes para os projetos futuros cujo objetivo é

fortalecimento do Sistema CONFEA/CREA e Mútua, assim como

um maior reconhecimento profissional”, ponderou.

Em relação ao fortalecimento da Engenharia, no Congresso,

de acordo com Suzy, ficou evidenciado que os profissionais

almejam que o Sistema CONFEA/CREA e Mútua adote práticas

que possam dar maior visibilidade à profissão e a sociedade.

Outra reivindicação do Congresso é que o Sistema possa manter

uma maior articulação com os poderes constituídos com o

objetivo de defender os interesses da categoria, demonstrando

que a engenharia, como ciência aplicada, possibilita o

desenvolvimento nas mais diversas áreas.

“Por outro lado, tivemos um amplo debate sobre as

resoluções do CONFEA. Quase todas em relação a sombreamento

de atividades para as profissões regulamentadas, através

dessas resoluções. Assim ficando evidenciado que as

resoluções devem passar por revisões periódicas”, enfatizou.

DIVERGÊNCIASNo evento, também se estabeleceu uma controvérsia

em relação a modificação da Lei 5194/66, que resultou na

proposição de algumas alterações. “Como é um ponto longe

do consenso é um assunto que, com certeza, ainda será pauta

de muitos outros encontros, uma vez que a simplicidade da

Lei beneficia a categoria, por permitir ao Sistema CONFEA/

CREA e Mútua a legislar através de resoluções, o que tornaria o

processo mais ágil”, explicou.

A engenheira também disse que, no evento, muitas posições

foram se consolidando, como a preocupação com o sistema de

ensino da engenharia. Ela contou que, na reunião, um número

significativo das propostas apresentadas evidenciou este tema,

que acabou levantando debates polêmicos promovidos pela

Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC) sobre o

ensino a distância.

De acordo com Suzy, também houve propostas sobre o

funcionamento do Sistema CONFEA/CREA e Mútua. Algumas

foram aprovadas e outras ainda necessitam de maiores

debates internos. “Estas propostas trazem no seu bojo

CN

P

Crédito: Assessoria CONFEA

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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 003/2016

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assuntos complexos que devem ser tratados de forma mais

pormenorizada, como, por exemplo, a remuneração para os

presidentes dos Conselhos e eleições eletrônicas via internet.”

A engenheira lembrou que todas as propostas apresentadas

no Congresso tiveram como objetivo a melhoria de processos,

entretanto algumas encontram resistências internas no

próprio Sistema, haja vista a quantidade de profissionais e de

especialidades que o conjunto abriga. “As propostas levadas

pelo Tocantins na sua maioria tiveram o êxito esperado e podem

ser acompanhados pelo site do CONFEA”.

MUDAR PRA MELHORO congresso foi finalizado com 54 propostas aprovadas.

Para o delegado representante do CREA-TO o engenheiro

civil Daybson Dias de Sousa os debates foram interessantes,

com profundidade e calorosos. “Tivemos oportunidade de

aprofundar as questões. A proposta mais importante é a que

trata do exame de proficiência onde os oito grupos de trabalho,

unanimemente, aprovaram a proposição, pois entenderam

que é uma demanda da sociedade que exige os melhores

profissionais”, salientou.

Daybson ainda ressaltou que o Congresso atua como

tribunal e define as metas a cada três anos, além dos rumos

do Sistema. “Aqui no Tocantins já temos definições, como por

exemplo: a terceira empresa para os profissionais, ou seja, cada

profissional pode ter até no máximo três empresas”, mencionou.

O coordenador da Comissão de Ética Profissional do

CREA-TO e delegado representante do Regional, engenheiro

ambiental Cassius Ferreira Gariglio, lembra que o congresso

tem a finalidade de propor

mudanças, alternativas e

melhorias para o Sistema.

“O CNP nos trouxe

muitas possibilidades de

melhorias, atualizações,

regulamentos, legislações

e aperfeiçoamentos

tecnológicos. Ele é um

congresso que não tem

caráter deliberativo, mas

é uma consulta que para a

categoria é muito importante

a fim de escutar o que os

profissionais querem, o que

eles pensam e quais são

os avanços pretendidos

para o futuro. Isso para a

categoria faz uma enorme

diferença, principalmente

para as engenharias mais

modernas e emergentes,

como Ambiental, Florestal,

de Produção, que ainda estão

buscando seu espaço perante

as engenharias mães, que são: a Agronomia, a Elétrica e a Civil”.

O coordenador considera que sua participação foi

importante para alavancar as propostas específicas para a

área. “A nossa categoria atualmente está em um momento de

transformação, visto que o nosso planeta precisa dessas ações,

que são pautadas na sustentação ambiental das atividades

industriais, comerciais e atividades físicas. Então tudo isso é

uma interatividade ambiental”, finalizou.

CN

P

Crédito: Assessoria CONFEA

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RC Tocantins

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Pare e reflita: você é uma pessoa feliz? Você tem sonhado?

Os seus sonhos têm se transformado em metas de vida?

Desafiadoras as perguntas, não é mesmo?! Os questionamentos

foram propostos pelo engenheiro civil e coach Newton Vieira

durante a palestra “A Reinvenção Profissional do Engenheiro -

ferramentas para obtenção de sucesso profissional e pessoal

do engenheiro moderno”, realizada pelo Conselho Regional de

Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-TO) aos estudantes

e profissionais de Palmas.

Parafraseando Gonzaguinha com a eterna canção “O que é,

o que é”, e levando o público a “cantar e cantar a beleza de ser

um eterno aprendiz”, a palestra chamou à atenção dos presentes

e ainda trouxe conceitos de coaching, inteligência emocional,

física quântica, psicologia positiva e neurociência.

Na visão de Newton, as mudanças desejadas, em todos

os pilares da vida, são possíveis, desde que a pessoa aja de

maneira certa e na hora correta. “O poder da ação é a chave

para construção do futuro desejado”, afirma. O evento também

propôs uma reflexão sobre as ferramentas e conhecimentos que

beneficiam os profissionais no campo de trabalho em meio à

atualidade brasileira.

O palestrante e coaching acredita que o poder do

Reinvenção Profissional do EngenheiroO EQUILÍBRIO É O PONTO DE ENCONTROENTRE A VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

DES

ENVO

LVIM

ENTO

Engenheiro civil e Coach Newton Vieira

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Revista Crea Tocantins Ano 01 Ed. 003/2016

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desenvolvimento pessoal é de fundamental importância, no

atual cenário político e econômico do país, pois o foco das

pessoas e dos profissionais deve estar na certeza de que é

possível construir um futuro de sucesso a partir do poder da

própria ação. “O entendimento de quem é responsável pela

criação da própria realidade, neste momento de crise, poderá

abrir um leque de oportunidades e mudar o foco do problema

para possíveis soluções”, completa.

Ele ainda frisou que um dos papéis do coaching, que

engloba ferramentas de inteligência emocional, é trabalhar

diretamente com o profissional e com o ser humano, tanto na

Engenharia, como em outras áreas, uma vez que, o profissional

está sempre envolvido em relações, habitualmente, com outros

seres humanos, além de si mesmo.

INTELIGÊNCIA EMOCIONALO especialista ressalta que por essa razão um dos focos da

palestra é sobre a inteligência emocional e a necessidade do ser

humano em autodesenvolver o seu interior. Segundo ele, para

esse autoconhecimento acontecer é preciso deixar um pouco a

cognição e desenvolver a emoção.

“Trabalhando a sua própria emoção, naturalmente o

profissional começa a se relacionar melhor a ter percepção mais

aguçada das outras pessoas. E na Engenharia também é assim.

O engenheiro é um ser humano como qualquer outra pessoa,

então internamente ele já tem isso dentro de si. Não é nada novo,

muitas vezes, talvez por crença ou pela própria profissão, ele é

induzido a ser mais cognitivo, mas internamente, como qualquer

pessoa, ele tem o lado emocional. Então na medida em que você

aplica ferramentas que desenvolvem isso, ele passa a melhorar

a percepção e a quebrar vícios”, explica.

Newton também garantiu que esse não é um trabalho árduo.

Mas que pode ser desenvolvido por todos à medida que a pessoa

começa a se soltar, aprender e dar mais valor às suas emoções

e as do próximo. “Você começa a se relacionar melhor com os

outros. Isso é um esforço cognitivo inicial, mas vai virando um

esforço gostoso, algo natural. Daqui a pouco você consegue

mudar interiormente e quando você muda interiormente muda

também toda sua realidade. Focar no problema não resolve o

problema. O foco tem que ser em você”, desafiou o entrevistado.

PARTICIPANTESPara a estudante de Engenharia Civil Thaísa da Silva Teles,

a palestra foi interessante. Ela acredita que os ensinamentos

que adquiriu podem ajudar as pessoas a mudarem a percepção

de que todo engenheiro é um profissional que age apenas

pela razão. “Nós também temos o lado emocional forte para

atravessar os muros da universidade”, comentou.

Já o acadêmico Vinicius Ferreira Rocha disse que gostou

da palestra porque segundo ele, ela trabalhou temas que não

são comuns na Engenharia e que geralmente não são discutidos

dentro da sala de aula. “Sair da zona de conforto do que se trata

habitualmente a nossa profissão é bem interessante. Ainda

mais quando o assunto envolve aspectos ligados ao emocional

e também ao crescimento interpessoal dos profissionais”,

enfatizou.

O estudante disse que buscou refletir após o evento,

principalmente nas temáticas tratadas pelo coaching que

envolvem as questões profissionais e emocionais. “Se não estou

bem em uma parte da minha vida, consequentemente, isso vai

influenciar no meu emocional, financeiro e profissional. Acredito

que é preciso encontrar um equilíbrio e desta forma ir em busca

da tão sonhada felicidade”, finaliza.

O conceito de coaching surgiu nas

universidades norte-americanas para definir

um tutor particular. O coaching preparava os

alunos para exames de determinada matéria.

Com o tempo passou a ser usado também

para se referir a um instrutor ou treinador de

cantores, atletas ou atores.

A palavra coaching vem da palavra

inglesa “coach” e significa treinador. Esse

treinador tem o objetivo de encorajar e

motivar o seu cliente a atingir um objetivo,

ensinando novas técnicas que facilitem

seu aprendizado. (com informações do site

“Significados”).

DES

ENVO

LVIM

ENTO

COACHING

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RC Tocantins

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Profissional habilitado(a) e em dia com o CREA:

legalidade, responsabilidade e ética profissional.

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