Projeto biografias

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Autor homenageado em 2003: Vinícius de Moraes Vinícius de Moraes foi um nome muito importante no meio cultural brasileiro. Diplomata de carreira destacou-se como poeta modernista, mas também como compositor e letrista popular. Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes nasce em 1913, no Rio de Janeiro, Onde morre, infelizmente, em 1980. Com apenas 15 anos, quando estava no curso secundário, começa a compor músicas populares. Em 1933, conclui o curso de direito. No mesmo ano, publica seu primeiro livro, a coletânea de poemas “O caminho para a Distância” em 1933. Em 1935, surge “Forma e Exegese”. Em 1938 vai estudar na Inglaterra e lança “Novos Poemas”. De volta ao Brasil, ingressa no Ministério das Relações Exteriores, em 1943. Nesse ano, o livro “Cinco Elegias” inaugura uma nova fase em sua poesia. De um início marcado fortemente pela religiosidade neossimbolista, o lírico Vinícius passa para uma tem ética mais próxima do amor, do erotismo e das angústias desejo. Fala mais do cotidiano, de temas sociais, e sua linguagem se torna mais coloquial. Em 1953 compõe seu primeiro samba “Quando tu passas por mim”, e publica a peça “Orfeu da Conceição”, em 1954. Em 1956 conhece o compositor Tom Jobim, sendo que duas de suas composições com Jobim foram “Chega de saudade” e “Outra vez”, gravadas por Elizeth Cardoso no disco “Canção do amor demais”, em 1958, com acompanhamento ao violão de João Gilberto. Ambas as músicas se tornam um marco da Bossa Nova. É de Vinicius a letra de “Garota de Ipanema”, a música brasileira mais conhecida em todo o mundo. Entre 1955 e 1956, prepara o roteiro do filme “Orfeu Negro”, do diretor francês Marcel Camus, que ganha o Oscar em 1959 de melhor filme estrangeiro. No início dos anos 60, compõe com outros músicos como Carlos Lyra, Edu lobo, Pixinguinha, Dorival Caymmi e Francis Hime. Com Baden Powell, cria afros sambas famosos como “Canto de Ossanha” e “Berimbau”. É aposentado do serviço em 1968 pelo regime militar. A partir de 1969, torna-se parceiro do violonista Toquinho, com quem faz shows no Brasil e no exterior até a sua morte. Porém, pode-se dizer que Vinícius de Moraes se imortalizou. Suas obras continuam a serem lidas e admiradas até hoje. Suas composições sempre são cantadas e interpretadas novamente. Quem contribui para a cultura nunca será esquecido.

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Autor homenageado em 2003: Vinícius de Moraes

Vinícius de Moraes foi um nome muito importante no meio cultural brasileiro. Diplomata de carreira destacou-se como poeta modernista, mas também como compositor e letrista popular.

Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes nasce em 1913, no Rio de Janeiro, Onde morre, infelizmente, em 1980.

Com apenas 15 anos, quando estava no curso secundário, começa a compor músicas populares. Em 1933, conclui o curso de direito. No mesmo ano, publica seu primeiro livro, a coletânea de poemas “O caminho para a Distância” em 1933. Em 1935, surge “Forma e Exegese”.

Em 1938 vai estudar na Inglaterra e lança “Novos Poemas”. De volta ao Brasil, ingressa no Ministério das Relações Exteriores, em 1943. Nesse ano, o livro “Cinco Elegias” inaugura uma nova fase em sua poesia.

De um início marcado fortemente pela religiosidade neossimbolista, o lírico Vinícius passa para uma tem ética mais próxima do amor, do erotismo e das angústias desejo. Fala mais do cotidiano, de temas sociais, e sua linguagem se torna mais coloquial.

Em 1953 compõe seu primeiro samba “Quando tu passas por mim”, e publica a peça “Orfeu da Conceição”, em 1954. Em 1956 conhece o compositor Tom Jobim, sendo que duas de suas composições com Jobim foram “Chega de saudade” e “Outra vez”, gravadas por Elizeth Cardoso no disco “Canção do amor demais”, em 1958, com acompanhamento ao violão de João Gilberto. Ambas as músicas se tornam um marco da Bossa Nova.

É de Vinicius a letra de “Garota de Ipanema”, a música brasileira mais conhecida em todo o mundo.

Entre 1955 e 1956, prepara o roteiro do filme “Orfeu Negro”, do diretor francês Marcel Camus, que ganha o Oscar em 1959 de melhor filme estrangeiro.

No início dos anos 60, compõe com outros músicos como Carlos Lyra, Edu lobo, Pixinguinha, Dorival Caymmi e Francis Hime. Com Baden Powell, cria afros sambas famosos como “Canto de Ossanha” e “Berimbau”.

É aposentado do serviço em 1968 pelo regime militar. A partir de 1969, torna-se parceiro do violonista Toquinho, com quem faz shows no Brasil e no exterior até a sua morte.

Porém, pode-se dizer que Vinícius de Moraes se imortalizou. Suas obras continuam a serem lidas e admiradas até hoje. Suas composições sempre são cantadas e interpretadas novamente. Quem contribui para a cultura nunca será esquecido.

Autor homenageado em 2004: Guimarães Rosa

Guimarães Rosa (1908 – 1967) foi escritor brasileiro. O romance “Grande Sertão: Veredas” é sua obra prima.

Fez parte do 3° Tempo do modernismo, caracterizado elo rompimento com as técnicas tradicionais do romance.

Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais. Filho de comerciante da região, ali fez seus estudos primários, seguindo em 1918 para Belo Horizonte, para casa de seus avós, onde estudou no colégio Arnaldo. Cursou medicina na Universidade de Minas Gerais, formando-se em 1930. Datam dessa fase seus primeiros contos, publicados na revista “O Cruzeiro”.

Depois de formado foi exercer a profissão em Itaguara, município de Itaúna, onde permaneceu por dois anos. Culto, sabia falar mais de nove idiomas. Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, voltou para Belo Horizonte para servir como médico voluntário da Força Pública. Posteriormente atuou como oficial médico no 9° batalhão de infantaria em Barbacena.

Em 1934 vai para o Rio de Janeiro, presta concurso para o Itamarati. Obtém o segundo lugar. Em 1936, participou de um concurso ao Prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras, com uma coletânea de contos chamada “Magma”, conquistando o primeiro lugar. Mas não publicou a obra. Em 1937, começou a escrever “Sagarana”, volume de contos, retratando a paisagem mineira, a vida das fazendas, dos vaqueiros e criadores de gado. Com a obra participa de um concurso mas não é classificado.

Entre os anos de 138 e 1944, foi nomeado cônsul-adjunto na cidade de Hamburgo, Alemanha. Quando o Brasil rompeu a aliança com a Alemanha, durante a Segunda Guerra, Guimarães foi preso, em 1942 e no ano seguinte foi para Bogotá, como Secretário da Embaixada Brasileira. Em 1945 vai rever os lugares onde passou a infância. Em 1946, depois de refazer a obra, publica “Sagarana”. O estilo era absolutamente novo, a paisagem mineira ressurgia viva e colorida. Sucesso de crítica e público, recebe o Prêmio da Sociedade Felipe d’Oliveira, esgotando-se, num mesmo ano, duas edições.

De 1946 a 1951, reside em Paris. Em 1952, em excursão ao estado de Mato Grosso, conviveu com os vaqueiros do oeste do Brasil, e escreve uma reportagem poética, “Com o Vaqueiro Mariano”, publicada no Correio da Manhã. Passados dez anos de sua estreia, Guimarães publica, em 1956, “Corpo de Baile” e “Grande Sertão: Veredas”.

A novela “Corpo de baile”, obra em dois volumes, com 822 páginas, publicada em janeiro de 1956, Guimarães continua a mesma apresentação focada em “Sagarana”, mas, agora com arrojadas experiências linguísticas. Em maio do mesmo ano, publica “Grande Sertão: Veredas”, narrativa épica, em seiscentas páginas onde apresenta o mundo dos jagunços e dois coronéis. A obra causa impacto, pela temática e pela linguagem caboclo-sertaneja.

Guimarães Rosa é promovido a embaixador, em 158, mas prefere não sair do Brasil, permanece no Rio de Janeiro. Em 1963 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, somente tomou posse em 1967. Três dias depois de tomar posse tem um infarto.

João Guimarães Rosa morre no Rio de Janeiro, no dia 19 de novembro de 1967.

Autora homenageada em 2005: Clarice Lispector

Clarice Lispector (1920 – 1977) foi uma das mais conceituadas escritoras brasileiras.

Clarice nasceu em Tchechelnik, na Ucrânia, mas seus pais imigraram para o Brasil pouco depois. Chegou a Maceió com dois meses de idade, com seus pais e duas irmãs. Em 1924 a família mudou-se para o Recife, e Clarice passou a frequentar o grupo escolar João Barbalho. Aos oito anos, perdeu a mãe. Três anos depois, transferiu-se com seu pai e sua irmãs para o Rio de Janeiro.

Em 1939 Clarice Lispector ingressou na faculdade de direito, formando-se em 1943. Trabalhou como redatora para a Agência Nacional e como jornalista no jornal “A noite”. Casou-se em 1943 com o diplomata Maury Gurgel Valente, com quem viveria muitos anos fora do Brasil. O casal teve dois filhos, Pedro e Paulo, este último afilhado do escritor Érico Veríssimo.

Seu primeiro romance foi publicado em 944, “Perto do Coração Selvagem”. No ano seguinte a escritora ganhou o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras. Dois anos depois publicou “O Lustre”.

Em 1954, começou a colaborar com a Revista Senhor, publicando contos.

Separada de seu marido, radicou-se no Rio de Janeiro. Em 1960 publicou seu primeiro livro de contos, “Laços de Família”, seguido de “A Legião Estrangeira” e de “A Paixão Segundo G. H.”, considerado um marco na literatura brasileira.

Em 1967 Clarice Lispector feriu-se gravemente num incêndio em sua casa, provocado por um cigarro. Sua carreira literária prosseguiu com os contos infantis de “A Mulher que matou os peixes”, “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” e “Felicidade Clandestina”.

Nos anos 1970, Clarice Lispector ainda publicou “Água Viva”, “A Imitação da Rosa” e “Onde Estivestes de Noite?”. Reconhecida pelo público e pela crítica, 1m 1976 recebeu o prêmio de Fundação Cultural do Distrito Federal, pelo conjunto de sua obra.

No ano seguinte publicou “A Hora da Estrela”, seu último romance, que foi adaptado para o cinema, em 1985.

Clarice Lispector morreu de câncer, na véspera de seu aniversário de 57 anos.

Autor homenageado em 2006: Jorge Amado

Jorge Amado (1912 – 2001) foi escritor brasileiro. O romance “Gabriela Cravo e Canela” recebeu os prêmios Jabuti e Machado de Assis. Seus livros foram traduzidos para quase todas as línguas. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 23. Iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista e de denúncia social. Passou por várias fases até chegar na fase voltada para crônicas de costumes. Politicamente comprometido com ideias socialistas foi preso duas vezes, uma em 1936 e outra em 1937. Exilado, viveu em Buenos Aires, França, Praga e em vários outros países com democracias populares. Voltou para o Brasil em 1952.

Entre suas obras adaptadas para a televisão, cinema e teatro estão “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, “Gabriela Cravo e Canela”, Tenda dos milagres” e Tieta do Agreste”.

Jorge Amado nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912. Filho do fazendeiro de cacau, João Amado de Faria e Eulália Leal Amado. Passou a infância na cidade de Ilhéus, onde aprendeu as primeiras letras. Cursou o secundário no Colégio Antônio Vieira em Salvador. Aos 12 anos foge do internato e vai para Itaporanga, em Sergipe, onde morava sua avó. Passu os anos da sua adolescência no meio do povo, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fortemente sua obra de romancista.

Começou com 14 anos a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da “Academia dos Rebeldes”, grupo de jovens que, juntamente com o “Arco e Flecha” e o “Samba”, desempenharam importante papel na renovação das letras baianas. Comandados por Pinheiro Viegas, figuraram-na Academia dos Rebeldes, além de Jorge Amado, os escritores João Cordeiro, Dias da Costa, Alves Ribeiro, Edson Carneiro, Valter da Silveira, e Clóvis Amorim.

Em 1927, com apenas 15 anos, ingressou como repórter no “Diário da Bahia” e também escrevia para a revista “A Luva”. Aos dezenove anos publicou seu primeiro romance “O País do Carnaval”. Nessa época já estava no Rio de Janeiro, em contato com nomes importantes da literatura. Foi redator chefe da revista carioca “Dom Casmurro”, em 1939.

Em 1933 lança seu segundo livro “Cacau”. Depois vieram vários romances que retratavam o dia a dia da cidade de Salvador, entre eles “Mar Morto”, 1936 e “Capitães de Areia”, 1937, que retratava a vida de menores delinquentes, sendo na época proibido pela censura do Estado Novo.

Jorge Amado foi casado com a escritora Zélia Gattai (1916 – 2008), que aos 63 anos começou a escrever suas memórias. Teve dois filhos João Jorge, sociólogo e autor de peças para teatro infantil, e Paloma, psicóloga, casada com o arquiteto Pedro Costa. É irmão do médico Joelson Amado e do escritor James Amado.

Recebeu vários prêmios e títulos honoríficos. Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia.

Jorge Leal Amado de Faria faleceu no dia 6 de agosto. Seu velório foi realizado no Palácio da Aclamação em Salvador. Foi cremado, a seu pedido, e suas cinzas foram colocadas ao pé de uma mangueira, em sua casa na Bahia.

Autor homenageado em 2007: Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues nasceu na cidade de recife – PE, em 23 de agosto de 1912, quinto filho dos catorze do casal Maria Esther Falcão e Mário Rodrigues.

Seu pai jornalista do Jornal do Recife, por problemas políticos resolve se mudar para o Rio de Janeiro em 1916, onde vem trabalhar como redator parlamentar do jornal Correio da Manhã.

Nelson Rodrigues é considerado um dos maiores dramaturgos brasileiros.

Suas obras são polêmicas e retratam a realidade da vida, talvez por esta razão ele seja alvo de críticas boas e ruins.

Entre os anos de 1941 e 1943, escreveu duas peças teatrais “A mulher Sem Pecado” e “Vestido de Noiva”.

Levou uma vida cheia de tristeza, perdeu 3 irmãos, o pai, seu filho foi preso e sua filha nasceu cega, surda e muda. O próprio Nelson foi internado várias vezes com tuberculose.

As amarguras, podridões e tragédias da vida foram transformadas em peças e livros.Usou uma linguagem simples e inovou os textos teatrais, por isso é considerado um renovador do teatro brasileiro.

Escreveu 17 peças, vários contos e 9 romances.Nelson Rodrigues morreu em 21 de dezembro de 1980 de trombose e insuficiência respiratória e

circulatória, depois de ter sofrido 7 paradas cardíacas.

Autor homenageado em 2008: Machado de Assis

Machado de Assis (1839 – 1908) foi escritor brasileiro. Um dos nomes mais importantes da nossa literatura, primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Foi um autor completo. Escreveu romances, contos, poesias, peças de teatro, inúmeras críticas, crônicas e correspondências.

Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho numa chácara no Morro do Livramento no Rio de Janeiro. Filho de José Machado de Assis, um mulato, pintor de paredes. Sua mãe Leopoldina Machado de Assis era lavadeira, de origem portuguesa da Ilha dos Açores. Perdeu a mãe ainda pequeno e o pai casa-se pela segunda vez. Para ajudar nas despesas da casa trabalhou vendendo doces. Frequentou por pouco tempo uma escola pública.

Logo cedo mostrou seus pendores intelectuais, aprendeu francês com uma amiga. Em 1851 morre seu pai. Em 1955 frequentava a tipografia de livraria de Francisco de Paula Brito, onde se publicava a revista Marmota Fluminense, em cujo número de 21 de janeiro sai seu poema “Ela”. Em 1856 entra na Tipografia Nacional, como aprendiz de tipógrafo, onde conhece o escritor Manuel Antônio de Almeida, de quem se torna amigo. Ali permaneceu até 1858.

Machado de Assis retorna, em 1858 para a livraria de Francisco de Paula Brito, onde se torna revisor. Sem abandonar a atividade Literária, passa a frequentar o mundo boêmio dos intelectuais do Rio de Janeiro. Logo passa a colaborar para vários jornais e revistas, entre eles Revista Ilustrada e o Jornal do Comércio. Em 1864 publica seu primeiro livro de poesias, “Crisálidas”.

Em 1867 inicia sua carreira de funcionário público. Por indicação do jornalista e político Quintino Bocaiuva, torna-se redator do Diário Oficial, onde logo foi promovido a assistente de diretor. Em 1869 casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, que o estimulou na carreira literária. Em 1872 publica seu primeiro romance “Ressurreição”

Costuma-se dividir a obra de Machado de Assis em duas fases distintas. A primeira fase apresenta o autor ainda preso a alguns princípios da escola romântica. A segunda apresenta o autor completamente definido dentro das ideias realistas. Em 1881 publica o romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, que marca a fase realista de sua obra, onde revela o seu talento na análise do comportamento humano, descobrindo, por trás dos atos aparentemente bons e honestos, a vaidade, o egoísmo e a hipocrisia.

Machado de Assis teve uma carreira meteórica, como funcionário público. Em 1873 foi nomeado primeiro oficial da Secretária de Estado do Ministério da Agricultura. Em 1880 já era oficial de gabinete. Em 1888 foi nomeado Oficial da Ordem da Rosa, por decreto imperial, pelos serviços prestados ao Estado. Em 1892 assume a direção geral do Ministério da Viação.

Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1896.

Aclamado presidente, por unanimidade, logo na primeira reunião, permaneceu no cargo até 1908. Ocupou a cadeira de número 23, cujo patrono Anterior era José de Alencar. Em sua homenagem, a academia é também chamada de “Casa de Machado de Assis”.

Em outubro de 1904 morreu sua companheira por 35 anos. Carolina Augusta, que além de revisora de suas obras era também sua enfermeira pois Machado de Assis Tinha a saúde abalada pela epilepsia. Após sua morte o romancista raramente saía de casa. Em sua homenagem dedicou o poema “Carolina”.

Joaquim Maria Machado de Assis morreu no Rio de janeiro no dia 29 de setembro de 1908. Foi enterrado no cemitério de São João Batista na mesma cidade onde nasceu e viveu toda a sua vida. Representando a Academia Brasileira de Letras o jurista Rui Barbosa fez um discurso em homenagem ao escritor.

Autor homenageado em 2009: Manuel BandeiraManuel Bandeira (1881-1968) foi poeta brasileiro. Foi também professor de Literatura, crítico

literário e crítico de arte. Inicialmente interessado em música e arquitetura, descobriu a poesia por acaso, na condição de doente, em repouso, para tratamento de uma tuberculose. Os temas mais comuns de sua obra são entre outros, a paixão pela vida, a morte, o amor e o erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância. Nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, no dia 19 de abril de 1881. Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira e de Francelina Ribeiro, abastada família de proprietários rurais, advogados e políticos. Seu avô materno Antônio José da Costa Ribeiro, foi citado por Bandeira no poema "Evocação do Recife". A casa onde morava, localizada no centro do Recife é citada como "a casa do meu avô".

Manuel viajou, junto com sua família, para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II. Em 1904 ingressou na faculdade de arquitetura, em São Paulo, mas abandonou o curso por ter contraído tuberculose. Voltou para o Rio de Janeiro onde tentou tratamento em estâncias climáticas em Teresópolis e Petrópolis. Em 1913 viajou para Suíça, em busca de cura, onde permaneceu mais de um ano no Sanatório de Chavadel, onde conheceu o jovem e mais tarde, famoso poeta francês Paul Éluard, internado na mesma clínica e que coloca Manuel Bandeira a par das inovações artísticas que vinham ocorrendo na Europa. Discutem sobre a possibilidade do verso livre na poesia. Esse aspecto técnico veio fazer parte da poesia de Bandeira, que foi considerado o mestre do verso livre no Brasil. Ingressou na literatura, em 1917, com o livro "A Cinza Das Horas", de nítida influencia Parnasiana e Simbolista. Em 1919 publicou "Carnaval", que representou sua entrada no movimento modernista. Em 1922, Bandeira morava no Rio de Janeiro e estava distante do grupo paulista que centralizava os ataques à cultura oficial e propunha mudanças. Para a Semana de Arte Moderna enviou o poema "Os Sapos", que lido por Ronald de Carvalho, tumultuou o Teatro Municipal.

Manuel Bandeira vai cada vez mais se engajando no ideário modernista, publica em 1924 "O Ritmo Dissoluto", e em 1930 publica "Libertinagem", obra de plena maturidade modernista. No poema "Evocação do Recife" que integra a obra Libertinagem, ao mesmo tempo em que tematiza a infância, faz uma descrição da cidade do Recife, no fim do século XIX. Incorpora também vários temas ligados à cultura popular e ao folclore.

Sempre achando que morreria cedo, por causa da sua doença, assistiu entre 1916 a 1920 a morte de sua mãe, seu pai e sua irmã. Foi eleito para Academia Brasileira de Letras, em 1940, ocupando a cadeira de nº24. Faleceu no dia 13 de outubro de 1968.

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Autor homenageado em 2010: Gilberto Freyre

Gilberto Freyre (1900-1987) foi sociólogo e ensaísta brasileiro. Autor de "Casa Grande & Senzala" que é considerada, a obra mais representativa sobre a formação da sociedade brasileira. Recebeu o Prêmio Internacional La Madonnina, Itália, Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, Grã-cruz de Santiago da Espanha, Portugal, entre outros.

Gilberto Freyre nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 15 de março de 1900. Filho do professor Alfredo Freyre e de Francisca de Melo Freyre. Teve como professor particular o inglês Williams. Com o pai, aprendeu latim e português. Estudou no Colégio Americano Batista, no Recife, onde se bacharelou em Letras, sendo o orador da turma. Aos 17 anos, foi para os Estados Unidos como bolsista, fixando-se no Texas, onde ingressou na Universidade de Baylor. Estudou artes liberais no nível de graduação e especializou-se em política e sociologia. Fez sua pós-graduação, na Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, obtendo o grau de mestre com o trabalho "Vida Social no Brasil em Meados do século XIX", orientado pelo antropólogo Franz Boas, radicado nos Estados Unidos, de quem recebeu grande influência intelectual.

Viajou para a Europa, visitando vários países, completando sua formação acadêmica. O hábito de escrever em jornais perdurou pela vida toda.

De volta ao Recife, se integrou a sociedade local, despertando grande interesse pelos problemas regionais. Foi professor de Sociologia da Escola Normal. Pela primeira vez se ministrava regularmente essa disciplina numa escola no Brasil. Com a Revolução de 30, acompanhou o governador ao exílio, em Portugal e depois viajou pela Europa e Estados Unidos, ministrando aulas, como visitante, em diversas universidades. De volta ao Recife, foi convidado pelo reitor da Universidade do Distrito Federal, o educador baiano Anísio Teixeira, para lecionar Sociologia. Tornou-se também técnico do serviço do Patrimônio Histórico Nacional.

Entre 1933 e 1937 escreveu três livros voltados para o problema da formação da sociedade patriarcal no Brasil: Casa Grande & Senzala, Sobrados e Mucambos e Nordeste. Nesse desenvolve teses geográficas, sendo considerado o pioneiro da ecologia. Na década de 40, Gilberto entra em confronto com o Governador Agamenon Magalhães, chegando a ser preso pela polícia da ditadura. Nas eleições de 2 de dezembro de 1945, foi eleito à Assembleia Constituinte, participando da elaboração da Constituição de 1946. Nela atuou nos setores ligados à ordem social e à cultura, tendo depois reunido seus discursos no livro "Quase Política".

Gilberto Freyre ganhou diversos prêmios e condecorações no Brasil e exterior. O Prêmio Anisfield-Wolf, USA, (1957), Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (conjunto de obras, em 1962), Prêmio Internacional La Madonnina, Itália (1969), "Sir - Cavaleiro Comandante do Império Britânico", distinção conferida pela Rainha da Inglaterra, (1971) Grã-cruz de D. Alfonso, El Sábio, Espanha, (1983).

Gilberto de Melo Freyre morreu no Recife, no dia 18 de julho de 1987.

Autor homenageado em 2011: Oswald de Andrade

Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor brasileiro. Fundou, junto com Tarsila, o Movimento

Antropófago. Foi uma das personalidades mais polêmicas do modernismo. Era militante político sendo

idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de

Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 1922.

Oswald de Andrade nasceu em São Paulo no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José

Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Formou-se em Direito pela

Faculdade do Largo de São Francisco. De família rica, fez várias viagens à Europa, onde entra em contato

com os movimentos de vanguarda. Estudou jornalismo literário e, em 1911 iniciou sua vida literária no

jornal humorístico "O Pirralho" que ele mesmo fundou. O semanário que circulou até 1917, contava entre

seus colaboradores, com o pintor Di Cavalcanti.

Em 1912, quando retornou de sua primeira viagem a Europa, adota as ideias futuristas e, desde

então, tornou-se um dos principais vultos do modernismo. Em 1916 lança a primeira redação do romance

"Memórias Sentimentais de João Miramar", romance que quebra toda a estrutura dos romances

tradicionais, pois apresenta capítulos curtíssimos e semi-independentes, num misto de prosa e poesia, que

no final da leitura formam um grande painel.

Além de ter sido o criador e principal divulgador da orientação "primitivista", com "O Pau-Brasil" e

com a "Antropofagia", Oswald escreveu os textos mais corrosivos da estética modernista. Sua participação

ativa na Semana de 22, é seguida da sua segunda viagem à Europa. Em Paris, na Sorbonne dá a

conferência "O Esforço Intelectual do Brasil Contemporâneo".

Oswald de Andrade lança em 18 de março de 1924, um dos mais importantes manifestos do

modernismo "Manifesto Pau-Brasil", publicado no Correio da Manhã. Explicando o nome do manifesto , o

autor diz "Pensei em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a primeira riqueza brasileira

exportada, denominei o movimento Pau-Brasil".

Em 1925 Oswald de Andrade lança o livro de poemas "Pau-Brasil", em que põe em prática os

princípios propostos no manifesto. O livro Pau-Brasil foi ilustrado por Tarsila do Amaral e apresenta uma

literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.

Em 1926 casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento

nativista, o seu "Manifesto Antropofágico" propõe que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie uma

cultura revolucionária própria. Nessa época, rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral

e casa-se com a escritora e militante política Patrícia Galvão, a Pagu. Em 1944, mais um casamento, com

Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permanece casado até o fim de sua vida.

José Oswald de Sousa Andrade morre em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.

Autor homenageado em 2012: Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade (1902–1987) foi poeta brasileiro. Foi um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, proprietários rurais decadentes. Estudou no colégio interno em Belo Horizonte, em 1916. Doente, regressa para Itabira, onde passa a ter aulas particulares. Em 1918, vai estudar em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, também no colégio interno.

Em 1921 começou a publicar artigos no Diário de Minas. Em 1922 ganha um prêmio de 50 mil réis, no Concurso da Novela Mineira, com o conto "Joaquim do Telhado".

Em 1923 matricula-se no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. Em 1925 conclui o curso. Nesse mesmo ano casa-se com Dolores Dutra de Morais. Funda "A Revista", veículo do Modernismo Mineiro. Drummond leciona português e Geografia em Itabira, mas a vida no interior não lhe agrada. Volta para Belo Horizonte, emprega-se como redator no Diário de Minas. Em 1928 publica "No Meio do Caminho", na Revista de Antropofagia de São Paulo, provocando um escândalo, com a crítica da imprensa. Diziam que aquilo não era poesia e sim uma provocação, pela repetição do poema. Como também pelo uso de "tinha uma pedra" em lugar de "havia uma pedra". Ainda nesse ano, ingressa no serviço público. Foi auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior de Minas.

Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", abrindo o livro com o "Poema de Sete Faces", que se tornaria um dos seus poemas mais conhecidos. Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro, vai trabalhar com o Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. Em 1940 publica "Sentimento do Mundo" influenciado pela Segunda Guerra Mundial. Em 1942 publica seu primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962, foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional.

Em 1946, foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto da obra. O modernismo exerceu grande influência em Carlos Drummond de Andrade. O seu estilo poético era permeado por traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo diante da vida, e de humor. Drummond fazia verdadeiros "retratos existenciais", e os transformava em poemas com incrível maestria.

Carlos Drummond de Andrade foi também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.

Em 1950, viaja para a Argentina, para o nascimento de seu primeiro neto, filho de Julieta, sua única filha. Nesse mesmo ano estreia como ficcionista. Em 1962 se aposenta do serviço público mas sua produção poética não para. Os anos 60 e 70 são produtivos. Escreve também crônicas para jornais do Rio de Janeiro. Em 1967, para comemorar os 40 anos do poema "No Meio do Caminho" Drummond reuniu extenso material publicado sobre ele, no volume "Uma Pedra no Meio do Caminho - Biografia de Um Poema". Em 1987 escreve seu último poema "Elegia de Um Tucano Morto".

Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987, doze dias depois do falecimento de sua filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.

Autor homenageado em 2013: Graciliano RamosGraciliano Ramos (1892-1953) foi escritor brasileiro. O romance "Vidas Secas" foi sua obra de

maior destaque. É considerado o melhor ficcionista do modernismo e o prosador mais importante da segunda fase do Modernismo. Suas obras embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro, apresentam uma visão crítica das relações humanas, que as tornam de interesse universal. Seus livros foram traduzidos para vários países. Seus trabalhos "Vidas Secas", "São Bernardo" e "Memórias do Cárcere", foram levados para o cinema. Recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, dos Estados Unidos, pela obra "Vidas Secas". Nasceu na cidade de Quebrangulo, Alagoas, no dia 27 de outubro de 1892. Era o primogênito de quinze filhos, de uma família de classe média do sertão nordestino. Passou parte de sua infância na cidade de Buíque, em Pernambuco, e parte em Viçosa, Alagoas. Fez seus estudos secundários em Maceió. Não cursou nenhuma faculdade.

Em 1910 foi com a família, morar em Palmeira dos Índios, Maceió, onde seu pai abriu um pequeno comércio. Em 1914 foi para o Rio de Janeiro trabalhar como revisor dos jornais Correio da Manhã e A Tarde. Voltou para a cidade de Palmeira dos Índios onde trabalhou com o pai, no comércio. Em 1927 foi eleito prefeito da cidade, assumindo o cargo em 1928. Mudou-se para Maceió, em 1930, onde assumiu a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado.

Graciliano Ramos estreou na literatura em 1933 com o romance "Caetés". Nessa época mantinha contato com José Lins do Rego, Raquel de Queiros e Jorge Amado. Em 1934 publicou o romance "São Bernardo" e em 1936 publicou "Angustia". Nesse mesmo ano, ainda no cargo de Diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado, foi preso sob acusação de participar do movimento de esquerda. Após sofrer humilhações e percorrer vários presídios, foi libertado em janeiro de 1937. Essas experiências pessoais e dolorosas de sua vida, foram retratadas no livro "Memórias do Cárcere", publicado após sua morte. O romance "Vidas secas", escrito em 1938 é a sua obra mais importante.

Graciliano Ramos seguiu para o Rio de Janeiro, onde fixou residência e foi trabalhar como Inspetor Federal de Ensino. Em 1945 ingressou no partido comunista brasileiro. Em 1951 foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores. Em 1952 viajou para os países socialistas do Leste Europeu, experiência descrita na obra "Viagem", publicada em 1954, após sua morte.

Graciliano Ramos morreu no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1953.

Autor homenageado em 2014: Millôr Fernandes

Millôr Fernandes (1923-2012) foi um desenhista, humorista, tradutor, escritor e dramaturgo

brasileiro. Era um artista com múltiplas funções e atividades. Escreveu nas revistas "O Cruzeiro” e "O

Pasquim".

Millôr Fernandes nasceu no Rio de Janeiro. Filho de um engenheiro, seu nome foi registrado na

certidão como Milton Viola Fernandes, mas por erro de caligrafia, ficou sendo Millôr o seu primeiro nome.

O pai do desenhista morreu quando ele tinha 2 anos. A mãe dele passou a sustentá-lo junto com mais 3

irmãos.

O grande incentivador da carreira de Millôr foi o seu tio, Antônio Viola, que o levou a publicar

desenhos no periódico "O Jornal". Assumiu as funções de repaginador e contínuo na revista "O Cruzeiro".

Com o espaço vago da publicidade da revista, criou a seção “Poste Escrito”. Também escreveu para a

revista "A Cigarra", onde ganhou um concurso de contos.

Millôr passou, em 1941, a ter uma coluna na revista "O Cruzeiro" chamada Pif Paf, onde assinava

com o pseudônimo de Vão Gogo. Os seus desenhos ganharam um prêmio importante na Exposição

Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires, em 1956. No outro ano, ganhou exposição

individual em obras apresentadas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Em 1968, passou a trabalhar na revista "Veja". Mas foi na revista "O Pasquim", fundada por ele,

que obteve grande repercussão, pois a publicação foi importante no combate à ditadura militar brasileira.

Millôr Fernandes também atuou dramaturgo e tradutor, nesta última atividade, traduziu obras de

Shakespeare, Molieré, Brecht e Tennessee Williams.

Faleceu no Rio de Janeiro, vítima de parada cardiorrespiratória, em março de 2012.