Projeto A Social

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A Social Uma peça para jovens corações deliquentes

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Projeto da peça A Social

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A SocialUma peça para jovens corações deliquentes

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A Cia. Artera surgiu após a finalização de um curso livre de teatro desenvolvido pelo Projeto Ademar Guerra. Artera é a junção de arte e era (tempo), enxergamos o artista como aquele que se inscreve em seu tempo através da arte. Fundada em 2004 com o principal compromisso de apresentar um teatro como um exercício de reflexão e não apenas como forma de entretenimento. Depois de anos de trabalho e mais experientes, novos encontros se deram, outras parcerias contribuíram para o amadurecimento ético/estético, geralmente existe um conjunto de assuntos que nós como um grupo de artistas gostamos de tratar e que tem a ver normalmente com identidade, intolerância, preconceito e as minorias. Hoje nossos integrantes são oriundos da EAD (Escola de Arte Dramática da USP). De 2012 à 2014 fizemos o espetáculo: “Não conte a ninguém”, texto de Ricardo Corrêa, promoveu a discussão da sexualidade no universo juvenil.

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Este projeto surgiu de depoimentos e relatos através do meu encontro com jovens adolescentes no Programa Vocacional nas aulas de teatro. Ali nos encontros existia a possibilidade de resiniéficar a vida deles e a minha. Eu vi nos olhares a busca por pertencimento à vida, à família, à escola, ao mundo. Fui entendendo aos poucos o meio em que vivem, pude constatar uma juventude diferente da minha. Os jovens que ali estavam na sala de ensaio estavam procurando o que? O que eu poderia oferecer, a não ser o que estava empírico na minha trajetória. Também comecei a fazer teatro na periferia, me vi refletido há alguns anos atrás naqueles corações juvenis em busca de entender o teatro como um lugar mágico e de transformação. Quando eu era jovem me via submerso, sufocado, como se estivesse numa piscina afogado. Eu sempre tive o teatro como salvação dessa gigante piscina que vivemos. Eu percebi uma juventude com total ausência de perspectiva e valores, onde brincam confiando demais uns nos outros. Sem medo, se aventurando em “sociais”, roles, encontros e festas, regado a estimulantes, como eles mesmo dizem, brincam de um jogo chamado “confia em mim”, uma brincadeira que pode ser vista a princípio com ingenuidade, ou um momento de paquera, como no “verdade ou desafio”. Nesta brincadeira quando se diz que “confia” no outro, lhe dá total liberdade de fazer o que quiser com seu oponente. Confesso que isso me causou um estranhamento: O que quiser? Achei moderno. Mas perigoso. E de fato os relatos que colhi há casos de violência, de inconsequência, uma juventude que não mede riscos e danos nesta época em que a intolerância e os valores estão aniquilados. Esta questão me trouxe a busca por relatos e depoimentos destes meninos e meninas que frequentam estas “sociais”, o material colhido é de riquíssimo valor, pude sentir a carência, a timidez, a insensatez, a dor e a busca. A dramaturgia começou a ganhar corpo, voz, onde cinco personagens fictícios, invadem um casarão abandonado para um encontro com as diferenças. Contudo, penso que somos, na nossa imperfeição, aquilo que nos é imposto pelos sistemas e estruturas sociais que nos inserimos, o que nos acontece é uma espécie de loucura cotidiana. Uma infelicidade no amago de nosso ser, passamos a ser algo que no fundo estranhamos. Desejo fazer um relato de seres humanos cheios de perspectivas, de esperança, é isso que vislumbramos nas avenidas onde os olhares sem perdem em lugares infinitos e impossíveis de compreensão, jovens com seus fones de ouvidos ensimesmados nas paisagens urbanas. Realidade ou ficção? É provável que estes jovens anunciem a trilha sonora daquilo que não se pode ter ou ser. Algo fundamental da vida se perdeu em meio aos smartphones, algo se ganha, mudamos para algo assustador. Ou não. Essa peça surge como um instante fugaz, surge como um sonho, um respiro entre uma memória e outra. Afinal, a vida é sonho e também é um jogo. Nossa montagem fala disso.

A Social

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Porque deste Projeto?

Uma das fases mais difíceis da vida é a adolescência. Ela é um misto de medo, descoberta, incerteza e fim do mundo por qualquer motivo. Desta forma, o desejo desta produção é de expor os conflitos enfrentados e aceitações de adolescentes, mostrando o jovem como um participante da sociedade e não apenas um coadjuvante desta. Seduzir o espectador jovem para a peça, oferecendo a possibilidade dele visitar o seu dilema e apresentar maneiras de como lidar com o mesmo, criativamente. O adolescente passa por desequilíbrios e instabilidades que configuram um comportamento que é perturbado e perturbador para o mundo adulto, mas necessário para o adolescente, que o levará na construção de sua identidade. Para que isso ocorra, o adolescente deve-se desprender do seu mundo infantil e enfrentar o mundo adulto. O grupo de amigos, a família e a sociedade têm um papel importante porque é a partir da concepção que os outros têm dele que o adolescente vai formando seu autoconceito. O adolescente apresenta uma vulnerabilidade especial para assimilar os impactos projetivos de pais, irmãos, amigos e de toda a sociedade. Ou seja, é um receptáculo propício para encarregar-se dos conflitos dos outros e assumir os aspectos mais doentios do meio em que vive. Isto é o que atualmente presenciamos em nossa sociedade, que projeta suas próprias falhas nos assim chamados excessos da juventude, responsabilizando-os pela delinquência, pela aderência as drogas, pela prostituição, etc. Enfim, o adolescente se apresenta como vários personagens e, as vezes, frente aos próprios pais, porém com mais frequência frente a diferentes pessoas do mundo externo, que nos poderiam dar dele versões totalmente contraditórias sobre sua maturidade, sua bondade, sua capacidade, sua afetividade, seu comportamento e, inclusive, num mesmo dia, sobre seu aspecto físico.

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Os personagens

LÉO – O GAY NERD: Léo é o gay do grupo, o mais bem resolvido da trama, ele sempre tirou notas boas e sempre se saiu bem em projetos e atividades da escola. Ele faz aulas de teatro e cuida da sua avó doente que teve um derrame. Ele se relaciona com um menino chamado Alan na aula de natação, esse menino sem encarar a pressão que sofria pela sua família, com relação à sua sexualidade comete suicídio. Com a falta da mãe, ele se cobra e exige muito de si mesmo, um desempenho escolar excepcional, depositando muita pressão em si. O rapaz que, nitidamente, foca especificamente nos estudos, ainda mais depois do choque diante da perda do seu primeiro amor.

PATRICIA – A BONITA: Ela é a garota que tem mais dinheiro, mimada e popular. Mata aula para fazer compras no shopping. A situação do casamento de seus pais é complicada, e ela não tem muito tempo para ‘receber carinho’ dos dois, logo, compensam comprando coisas para ela, como brincos e maquiagem. No decorrer da peça, eles se perguntam se na próxima semana iriam continuar amigos, se iriam se comunicar pelos corredores da escola e ela confessa, que seus amigos não a deixariam fazer isso. Na busca da identidade, o adolescente recorre ao comportamento defensivo à busca de uniformidade, surgindo um espírito de grupo muito forte, onde o adolescente tende a mostrar-se tão inclinado. Esse processo pode ser tão intenso que, o grupo dita as regras em relação à modas, vestimenta, costumes, preferências de todos os tipos, entre outros. Diante do conflito em casa, Patrícia se apega ao seu grupo buscando segurança e estima pessoal, tornando o afeto pelo grupo muito forte. Com isso, ela obedece as regras, agindo da maneira que o grupo espera, falando, fazendo tudo o que lhe é pedido. Esse fenômeno transfere ao grupo grande parte da dependência que anteriormente se tinha com a família, com os pais especificamente.

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Os personagens

EDU – O LUTADOR DE JIU JITSU: Tem um pai que foi de uma gangue de skinheads, o seu pai relata que também já fez coisas erradas, mas não foi pego e que o problema é deixar com que os outros descubram quando algo errado é feito. O pai de Edu também cobra o esforço da parte do filho para ser o melhor no quesito esporte. Ele tenta fazer para agradar o pai. No caso de Edu, ele necessita da aprovação do pai, o que o leva a fazer coisas que ele não gosta para conseguir tal aprovação. Para o esportista, a formação do seu autoconceito é baseado nas concepções do pai.

GABI – A GRÁVIDA: Fechada, tímida e quieta, cria uma máscara para lidar com as pessoas. Ela utiliza da mentira para chamar atenção das pessoas. Vive com uma tia cabelereira que a rejeita pelo fato da gravidez. Uma menina frágil que busca sempre estar fora de casa para não ter que conviver com seus próprios dilemas

WILL – O DELINQUENTE: O jovem estereotipado como delinquente, podemos perceber seu comportamento excêntrico, quando chega diferente dos demais, e ainda destruindo os objetos da casa que eles invadem. Com sua rebeldia, desafia a todo o momento seus colegas. Demonstra comportamentos como: fumar, portar drogas, provoca e ameaça os demais com uma arma. Ao retratar sobre sua família, ele demonstra com naturalidade aos seus colegas o ambiente hostil que aparenta ser sua casa, onde representa ter total falta de desrespeito e desvalorização dos membros da família por parte tanto de seu padrasto, como de sua mãe. Will menospreza a si próprio em vários momentos, dizendo não ter nada e que não é nada comparado aos outros. Uma vez que o pai de Wiil está morto e era única referência para ele.

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A SOCIAL

“A vida é sonho e também é um jogo” Adolescentes invadem uma casa abandonada através de um aplicativo para realizar uma festa chamada “A social”. A peça gira em torno de um jogo chamado “Confia em mim”, os cinco jovens confinados, se deparam com suas vidas que se cruzam, o tempo que transcorre na memória, tecendo um universo caótico e submerso de uma juventude sem perspectivas e valores. Em virtude de terem cometido pequenos delitos, eles fazem confissões e passam a aceitar suas diferenças.

PÚBLICO ALVO

“A SOCIAL” é um espetáculo para jovens adolescentes. Mas pode ser vista por todo mundo, familiares, universitários e admiradores da cena teatral contemporânea brasileira ligada à temática juvenil.

Sinopse da Peça

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Realização: Cia Artera de Teatro. Dramaturgia: Ricardo Corrêa. Direção: Thiago Ledier.

Elenco: Ana Cândida Tardivo, Davi Reis, Mariana Blanski, Thiago Carreira e Ricardo Corrêa.

Músicas e Direção Musical: Pedro Rabello Tenca

Músicos: Pedro Rabello Tenca

Cenário: Jade Chemin

Figurino: Cy Teixeira

Iluminação: Fran de Barros

Operador de luz: Janielle Castro

Produção executiva: Vila Arte

Ficha técnica

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Agradeço a atenção e me coloco à disposição para mais contato

Produção Fernanda Péis (11) 9 9418- 1440

(11) 3494-1511

[email protected]