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“Projecto de Desenvolvimento de um Sistema de Documentação e Partilha de Informação” Relatório da Formação sobre Monitoria da Governação com base no Orçamento de Estado =Nampula= 10 a 12 de Maio, 2011

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“Projecto de Desenvolvimento de um Sistema de

Documentação e Partilha de Informação”

Relatório da Formação sobre Monitoria da Governação com

base no Orçamento de Estado

=Nampula=

10 a 12 de Maio, 2011

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1 Introdução O IESE, no âmbito do Projecto Partilha de Informação, levou a cabo uma formação destinada às

Organizações da Sociedade Civil (OSC) de Nampula nos dias 10 a 12 de Maio em matéria de monitoria e

advocacia da governação com base no Orçamento de Estado (OE). Esta formação foi organizada em

parceria com a Plataforma da Sociedade Civil de Nampula e reuniu 14 (catorze) OSC.

A formação teve como objectivo capacitar as OSC em matéria de análise orçamental, bem como

monitoria e advocacia da governação local com base no orçamento de Estado. Com vista a alcançar este

objectivo, utilizou-se a abordagem participativa e aplicada dos conteúdos do Manual do IESE (Módulo

de Formação sobre Orçamento).

A formação foi facilitada por dois assistentes de investigação do IESE (Fernanda Massarongo e Michael

Sambo), e teve lugar numa das salas de conferência do complexo Copacabana na cidade de Nampula. A

Plataforma, através do seu coordenador – Luís Huamusse, mobilizou a formação e os participantes, bem

como se responsabilizou na organização do espaço e logística no decurso da formação. O IESE por sua

vez providenciou o material de formação e facilitou a formação.

2 A Formação Antes da formação realizou-se um encontro de concertação e informação tendo em vista o

aprofundamento do conhecimento mútuo entre o IESE e a Plataforma, delineamento de expectativas, e

aprimoramento dos aspectos preparativos da formação. O encontro, teve lugar no edifício onde funciona

a Plataforma da Sociedade Civil e a Akilizetho, uma das OSC empenhadas na monitoria da governação,

e permitiu aos formadores ter melhor conhecimento da estrutura organizacional das OSC bem como uma

noção básica sobre os participantes e tipos de actividades em que os participantes estão envolvidos.

Ademais falou-se sucintamente sobre a continuidade da parceria e como garantir a efectividade na

aplicação da formação.

A formação decorreu entre os dias 10 e 12 de Maio, no período das 8.30 às 16 horas. A abertura da

formação foi feita pelo coordenador da plataforma, Luís Huamusse, à qual seguiu-se a sessão de

introdução e quebra-gelo que permitiu a auto-apresentação de todos os participantes. Prosseguiu-se

depois com o plano de formação discorrendo por todos os pontos do programa (ver anexo 1 parte

referente à estrutura do curso).

A formação terminou com a elaboração de planos de advocacia por três redes temáticas das OSCs

(Educação, Agricultura e Governação) a serem implementados, os quais serão monitorados pela

Plataforma da Sociedade Civil em parceria com o IESE.

À formação seguiram-se três actividades: (i) uma sessão de avaliação individual, que tinha em vista

conhecer a relevância, os impactos, e a utilidade da formação para os utentes, bem como avaliar os

formadores, o material e aspectos gerais da formação, procurando também colher opiniões e sugestões

dos participantes; (ii) uma sessão de reflexão colectiva em torno da formação, comentários gerais e

balanço colectivo; e finalmente (iii) a sessão de fecho oficial pelo coordenador da Plataforma seguido da

entrega de certificados de participação que por atraso da sua chegada fez-se a apenas alguns que ainda se

encontravam no local, ficando outros por levantar nos escritórios da Akilizetho.

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2.1 Participantes

Participaram da formação 14 OSC representantes das Redes Temáticas (designação usada na estrutura

organizativa da Plataforma da SC de Nampula, referindo se a fóruns de organizações que trabalham

sobre determinado assunto, ex. Educação, Água Saneamento, Governação, etc.), respectivamente:

(i) Rete Temática de Educação – APEA (Associação de Promoção Pedagógica de Educação de

Adultos), CFD (Criança Família e Desenvolvimento), FAWEMO (Fórum da Mulher

Moçambicana Trabalho para a Rapariga), ACADER (Associação de Camponeses para o

Desenvolvimento Rural) e NIVENYEÉ (Associação de Pessoas vivendo com HIV e SIDA e

Simpatizantes);

(ii) Rede Temática de Governação – AKILIZETHO-ADS (Associação para o Desenvolvimento

Sustentável – trabalha para a melhoria da interacção entre a sociedade civil, governo local e

outros actores de desenvolvimento); OLIPA-OPES (Organização de Desenvolvimento

Sustentável – trabalhando para melhoria das capacidades da sociedade civil: comités

comunitários e conselhos consultivos locais);

(iii) Rede Temático de Agricultura e Recursos Naturais – AENA (Associação Nacional de

Extensão Rural), CARE Moçambique – NPL, ADAP-ST (Associação para o

Desenvolvimento Agro-Pecuário), FÓRRUM TERRA e AMR (Associação da Mulher

Rural).

(iv) Rede temática de Saúde e HIV/Sida – MONASO (trabalhando no fortalecimento da

sociedade civil para melhoria da sua intervenção em mitigação e combate ao HIV/SIDA);

Ao todo participaram da formação 15 pessoas (cada OSC representada por um membro com excepção da

Akilizetho que se fez representar com dois membros) e não houve representantes de instituições do

governo. É de salientar que as várias OSC participantes têm bom relacionamento com o governo,

actuando em certa medida como parceiros. (vide, anexo 3 – Lista de Participantes).

O nível de conhecimento inicial do global dos participantes segundo a auto-avaliação, realizada após a

formação, revelou-se ser baixo, com 57% dos participantes indicando conhecimentos insuficientes no

início da formação e 36% dos participantes se identificaram no nível de conhecimento médio, contra

apenas 7% que assumiu ter, desde o início da formação, bons conhecimentos sobre a matéria de

monitoria e advocacia da governação com base no orçamento do Estado. As expectativas dos

participantes no entanto concentravam-se principalmente em que a formação traria um bom nível de

conhecimentos sobre a matéria como nos mostra o gráfico seguinte (Fig. 1).

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Figure 1: Conhecimentos iniciais vs Espectativas

2.2 Métodos utilizados A formação consistiu em sessões expositivas com recurso a materiais audiovisuais. Durante a exposição

os participantes podiam interromper e apresentar questões ou contribuições. No entanto, mesmo que os

participantes não o fizessem, os formadores buscavam sempre fazer pausas e levantar questões de

compreensão, com vista a avaliar o acompanhamento dos conteúdos. Além da exposição, as

apresentações vinham sempre intercaladas com exercícios e debates em pequenos grupos e em plenária.

Os grupos eram formados aleatoriamente por alternância de ordem de disposição dos assentos ou mesmo

grupos por proximidade na ordem dos assentos, e nalguns casos por fóruns temáticos.

As lições apresentadas eram separadas por intervalos para descontracção e lanche, nos quais os

participantes tinham a oportunidade de reflectir mais sobre o assunto, comentar entre si com maior

profundidade e interagir com os formadores tanto no sentido de aprofundar os temas tratados quanto para

diálogo sobre outros assuntos.

2.3 Material distribuído Para a formação, foi distribuído a cada participante o seguinte material essencial:

1 Manual: “Módulo de Formação sobre Orçamento” – produzido pelo IESE;

Uma cópia da Lei Orçamental 2011;

1 Bloco de notas A4;

Uma esferográfica e

Uma pasta.

Além destes materiais, foi distribuído material de suporte e adicional:

Uma cópia da compilação de Leis: Monitoria da Governação Local Pela Sociedade Civil –

Aspectos Legais; baixado do site do CAICC (www.caicc.org.mz);

E vários IDeIAS (boletim do IESE) subordinados aos temas de governação, cidadania, sociedade

civil e política.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%

Conhecimentos Iniciais vs Espectativas

Conhecimentos iniciais dos participantes

Expectativas

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3 Resultados imediatos da formação Ao longo da formação os participantes foram submetidos a uma série de exercícios práticos de

compreensão e de aplicação. Entre os vários exercícios, os participantes fizeram uma análise SWOT

(FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) das OSC a nível da província, da qual

constataram os seguintes pontos apresentados no diagrama que se segue.

Este exercício foi de carácter reflexivo e levou aos participantes a fazerem uma introspecção do

funcionamento das OSC em Nampula.

Durante a última sessão, sobre “orçamento e advocacia”, os participantes foram submetidos a um

exercício prático e de aplicação por (3) grupos de trabalho, que consistia em “Planificar uma campanha

de advocacia”. Os três grupos escreveram seus planos de monitoria constituídos por: questão a advogar;

objectivos; pesquisa; intervenientes chaves e acções práticas que o grupo pretende levar a cabo. O

exercício resultou em três planos de advocacia que os participantes se comprometeram a aprimorar e

implementar. Os planos resultantes foram nos seguintes temas e objectivos:

Rede Temática de Agricultura e Recursos Naturais: Gestão sustentável dos 20% proveniente

da Exploração madeireira.

o Objectivo: Assegurar o uso sustentável do valor dos 20%

o Estratégias:

Organizar encontros de sensibilização pública;

•Falta de informação de documentos normativos

•Exclusão das OSC dos Concelhos Consultivos

•Manipulação por vias do poder executivo

•Desunião das OSC e suas Agendas

•Depêndência financeira

•Possível conflicto OSC vs governo

•Advocacia superficial

•Dependência financeira

•Falta de quadros qualificados/OE

•Reduzido nº de OSC na área de governação e aspectos orçamentais

•Ausência de monitoria (planos e Programas)

•Pouco conhecimento do papel das OSC

•Pouca acção de Advocacia, Estudos e divulgação

•Pouca visibilidade das OSC

•Pressão dos doadores sobre o governo

•Existência de legislação sobre participação de cidadãos e OSC

•Vontade política e abertura do governo

•Facilidade de mobilização de recursos

•Existência de plataforma de diálogo

•Gerência de conhecimentos

•Interacções a nível distrital

•Existência das OSC

•Reconhecimento das OSC pelo governo

•Formação da Plataforma

•Organização em Redes temáticas

•Reconhecimento dos mecanismos de participação

•Capacidade de se posicionar para reformas

•Vontade das OSC em participar na monitoria do OE

Força Oportunidades

AmeaçasFraquezas

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Rede Temática de Governação: Como tornar os Conselhos Consultivos mais representativos e

activos.

o Objectivo: Tornar os conselhos consultivos locais mais envolvidos nos processos de

desenvolvimento locais; Os objectivos específicos são: fazer representar a sociedade

civil nos conselhos consultivos locais e melhorar a transparência e prestação de contas

por parte do governo local.

o Estratégias:

Mobilização de seguidores: através de rádios comunitárias locais;

Fazer lobby com membros parlamentares provinciais e o governo provincial;

bem como sensibilizar os membros da sociedade civil a nível local.

Rede Temática da Educação: Deficiente qualidade de ensino básico na Província de Nampula.

o Objectivo: Melhorar a qualidade de ensino básico (ter menos alunos por turmas)

o Estratégia:

Planificação das actividades a realizar

Contacto com os intervenientes chaves

Entrevistas;

Análise dos dados reconhecidos/ recolhidos na inentrevista;

Sensibilização dos intervenientes;

Divulgação dos resultados da pesquisa.

Todos os grupos ficaram com a responsabilidade de discutir com outros membros das respectivas OSC e

posteriormente das redes temáticas a que pertencem sobre o plano traçado em resultado da formação a

fim de melhorar o plano e o implementarem.

Dada a necessidade de acompanhamento dos formandos no que respeita a estes planos, concordou-se que

estes deviam submeter os respectivos planos de advocacia já debatidos e melhorados à Plataforma da

Sociedade Civil e esta ao IESE até ao dia 8 de Junho de 2011.

Após a formação o quadro de conhecimentos sobre a temática mudou em relação ao diagnóstico sobre

antes da formação. Enquanto no estágio inicial apenas 7% dos participantes avaliava os seus

conhecimentos sobre a matéria como bons, com a formação 100% dos participantes sentiu ter adquirido

conhecimentos sobre a matéria acima da média, isto é, 71% sentiu ter alcançado um bom nível de

conhecimento sobre orçamento, orçamentação e monitoria e advocacia da governação com base neste

instrumento bem como ao longo de todo processo e o restante 29% sentiu ter alcançado excelentes

resultados (vide a figura 2).

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Figure 2 Resultados alcançados

Os questionários demonstram assim que a formação alcançou os objectivos desejados e teve resultados

plausíveis chegando a ultrapassar as expectativas dos participantes (Vide fig. 3).

Figure 3 Resultados alcançados VS Expectativas

4 Avaliação A avaliação nos mostra que para 100% dos participantes, a formação foi adequada à sua função, a mesma

percentagem achou que os objectivos eram claros. Todos os aspectos relativos ao funcionamento do

curso foram positivamente avaliados pela maioria dos participantes, com excepção do aspecto relativo a

duração da formação que 50% dos participantes pesou pela negativa e 50% pela positiva como nos

demonstra a figura 4.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Insuficiente Médio Bom Excelente

Resultados alcançados

Resultados alcançados

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Insuficiente Médio Bom Excelente

Resultados da Formação vs Expectativas

Resultados alcançados

Expectativas

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Figure 4 Avaliação de aspectos relativos ao funcionamento do curso

:

Os formadores foram avaliados positivamente em todos os aspectos. A classificação foi tendente a

excelente nos três aspectos avaliados: clareza na transmissão dos conteúdos, domínio dos assuntos

transmitidos e o favorecimento de um clima apropriado de debate; porém no aspecto relativo aos

métodos utilizados a classificação revelou que os métodos foram bons mas não necessariamente os

melhores.

Os pontos fortes e fracos da formação identificados pelos participantes foram:

Pontos fortes

Capacidade técnica de transmissão dos

formadores;

Metodologia participativa e paciência

dos formadores

Material de formação e Preparação dos

Facilitadores

Troca de experiências

Clareza dos temas abordados

Experiência dos formadores

Pontos Fracos

Duração curta da formação

Poucas actividades práticas e Exemplos

concretos

Poucos métodos participativos

Abordagem generalista (não contextual

ao nível provincial e distrital)

Neste aspecto sobre os pontos fortes e fracos os participantes deram suas observações, e foi notória a

frequência da indicação da duração como sendo um ponto fraco por este ter sido curto e foi apontado que

alguns dos exercícios de análise orçamental não foram concluídos pelo factor tempo. Apesar destes

pontos fracos, todos os participantes afirmaram que recomendariam a outras pessoas ou OSC a

participarem desta formação, pois na sua perspectiva aumenta os conhecimentos sobre orçamento,

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

Insuficiente Médio Bom Excelente

Funcionamento do Cursoa) Os objectivos do módulo eram claros?

b) O conteúdo do módulo é adequado à função que desempenha?c) O módulo está bem estruturado?

d) Os manuais e textos de apoio distribuídos foram adequados, em quantidade e qualidade?e) Os meios audiovisuais utilizados foram adequados?

f) A duração da formação, relativamente ao conteúdo, foi adequada?g) O local (instalações) da realização da formação foi adequado?h) Os debates levantados durante a formação foram adequados?

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monitoria e advocacia da governação, bem como pelo facto de encorajar a participação das OSC no

processo de governação.

5 Desafios No que diz respeito aos formadores, o principal desafio foi que a maioria das OSC participantes não

estava directamente envolvida em actividades de monitoria. Nota-se no entanto que os participantes

ficaram sensibilizados a desenvolver monitoria com base no orçamento.

Ficou no entanto o desafio de garantir o acompanhamento dos planos de advocacia elaborados pelas OSC

(o que envolve recolher cópia do plano final de cada OSC e monitorar a sua implementação). Importa

salientar que este passo poderá ser alcançado se os planos respectivos forem enviados tanto para a

Plataforma quanto para o IESE.

Maputo, 4 de Julho de 2011,

Por:

Michael Godet Sambo

____________________

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ANEXO 1:

INFORME SOBRE A FORMAÇÃO

Formação sobre monitoria da governação com base no orçamento do Estado

1. Contexto e Grupo alvo

A maior parte das organizações da sociedade civil em Moçambique, particularmente as que desenvolvem

a sua acção a nível local, lutam com carência de meios humanos, materiais e financeiros. Em particular,

verifica-se o fraco domínio dos instrumentos de análise da governação e das ferramentas de monitoria da

governação para empreenderem de forma eficaz as acções de advocacia junto às autoridades públicas.

Estes factores justificam em parte a situação diagnosticada no estudo promovido pelo MASC sobre A

Monitoria da Governação em Moçambique e que se pode resumir na frase seguinte: “a visibilidade do

envolvimento das OSC na monitoria e advocacia da governação é ainda baixa...”.

2. Objectivos do Projecto/ Formação

Entre os objectivos do IESE, como uma instituição de pesquisa, figuram também: “a participação em

iniciativas de educação formal e informal sobre investigação e questões de desenvolvimento económico

e social;” e “a prestação de serviços, não lucrativos, de assessoria em áreas da sua competência

relacionadas com os seus programas de pesquisa”. Neste âmbito, o IESE está a desenvolver um projecto

de âmbito nacional denominado “Desenvolvimento de um sistema de documentação e partilha de

informação” que tem como objectivo:

Desenvolver a capacidade das organizações da sociedade civil na monitoria e advocacia de

aspectos essenciais da governação a nível local, nomeadamente relativos aos orçamentos locais e

à prestação de serviços aos cidadãos. As organizações da sociedade civil necessitam dessa

capacidade técnica de recolha, análise e avaliação da informação relevante para a governação

para poderem acompanhar e influenciar, ou apoiar, os decisores políticos na realização dos

interesses dos cidadãos.

Com vista a materialização deste objectivo, o IESE leva a cabo várias actividades, entre elas a abertura e

manutenção da página Web http://www.iese.ac.mz/mongov/pages/mongov.php, cursos de formação em

monitoria e advocacia da governação com base no orçamento, actividades de monitoria e assessoria às

OSCs no âmbito formativo, divulgação do boletim informativo e de um sistema de partilha de

informação on-line (biblioteca virtual) www.panbox.co.mz/iese/ entre outras.

3. Conteúdo da formação

A formação envolve temas interligados sobre a temática de monitoria e advocacia da governação,

cobertos pelo manual desenvolvido à luz dos objectivos do projecto. A primeira parte da formação é

genérica e pretende criar o ambiente de interacção entre os participantes na sessão de formação. A

segunda e terceira partes apresentam as motivações para fazer análise orçamental e fornece os conceitos

básicos na análise orçamental (composição do orçamento, ciclo orçamental e funções do orçamento). A

quarta parte discute os sistemas de orçamento aberto e toca em aspectos como a transparência

orçamental, participação e prestação de contas. A quinta parte aborda as oportunidades de participação da

sociedade civil no orçamento. A sexta parte foca a discussão nas habilidades básicas necessárias para

fazer uma análise orçamental. Finalmente a última parte discute a advocacia no contexto do orçamento

de Estado.

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4. Estrutura do Curso

PARTE I – Introdução à Análise Orçamental

PARTE II – Introdução ao Estudo do Orçamento

o Porque se interessar por análise orçamental

o Conceitos de orçamento

o Porque o orçamento de Estado é importante

o Necessidade de trabalho orçamental aplicado

PARTE III – Conceitos Básicos sobre Orçamento

o Composição do orçamento

o Ciclo orçamental

o Ciclo de planeamento e orçamentação em Moçambique

o Porque é necessário orçamentar?

PARTE IV – Orçamento Aberto

o Sistema de orçamento aberto

o Transparência

o Participação

PARTE V – Participação da Sociedade Civil no Processo Orçamental

o Sociedade civil e o orçamento

o Oportunidade para participação da sociedade civil

PARTE VI – Habilidades Básicas para Análise Orçamental

o O que se aprende ao analisar o orçamento?

o Técnicas de análise orçamental

PARTE VII – Orçamento e Advocacia

o O que é advocacia

o Planificar uma campanha de advocacia

o Advocacia na prática

o Usando o trabalho orçamental para fortalecer estratégias de advocacia

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5. Agenda da Formação

Instituto de Estudos Económicos e Sociais

Programa de Formação

Nampula – Plataforma da Sociedade Civil (PSC)

10 a 12 de Maio

Monitoria e Advocacia da Governação com Base no OGE

Horário Descrição Responsável

Dia 10 de Maio

8h00 - 8h30 Chegada e registo de participantes

8h30 - 9h30 Abertura; Introdução: Quebra-Gelo, Regras de Conduta, Expectativas. PSC - Luís Huamusse

9h30 - 10h00 Tea Breack

10h00 - 12h30 Introdução ao Estudo do Orçamento

12h30 - 13h30 Almoço

13h30 - 16h00 Conceitos Básicos sobre Orçamento

16h30 - Outras actividades (Busca de orçamentos locais)/ reflexão/ etc.

Dia 11 de Maio

8h00 - 8h30 Chegada

8h30 - 10h30 Orçamento Aberto

10h30 - 11h00 Tea Break

11h00 - 13h00 Participação da SC no processo orçamental

13h00 - 14h00 Almoço

14h00 - 16h00 Habilidades básicas para análise orçamental

16h30 - Outras actividades / reflexão/ etc.

Dia 12 de Maio

8h00 - 8h30 Chegada

8h30 - 10h30 Orçamento e advocacia

10h30 - 11h00 Tea Break

11h00 - 13h00 Trabalhos Práticos em grupos de análise dos orçamentos locais

13h00 - 14h00 Almoço

14h00 - 15h30 Questões gerais/ considerações & avaliação da formação

16h00 Sessão de encerramento PSC - Luís Huamusse

www.iese.ac.mz

http://www.iese.ac.mz/mongov/pages/formcap.php

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6. Formadores

A equipe de formadores será composta por elementos do IESE, nomeadamente, Michael Godet

Sambo e Fernanda Massarongo

Contactos,

[email protected] / [email protected]

[email protected]

[email protected]

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ANEXO 2

FICHA DE AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO

(Inclui Síntese das respostas à vermelho)

Com vista a melhorar o processo de Formação, gostaríamos que com sinceridade

preenchesse esta Ficha de Avaliação, relativa ao Curso/Módulo em que participou.

A sua colaboração e contribuição é de grande importância para nós.

Muito obrigado.

1. Identificação da Formação

Formação sobre: M&A da Governação com base no OGE Local: Nampula – Copa-cabana

Duração: _____3 dias________ Data de Início: __10/__05/2011 Data de Fim _12/_05/2011

Use a seguinte escala de avaliação:

1

Insuficiente

2

Médio

3

Bom

4

Excelente

2. Conhecimentos iniciais 1 2 3 4

Ao se apresentar nesta formação/módulo, os seus conhecimentos

sobre as temáticas abordadas eram: 57% 36% 7% 0%

3. Expectativas 1 2 3 4

Esta formação/módulo correspondeu as suas expectativas e foi útil

para seu trabalho? 0% 7% 71% 21%

4. Formadores

Refira a sua opinião sobre o desempenho do (s) Formador (es):

Formador (a) O formador

transmitiu com

clareza os assuntos

abordados? (%)

O formador

conseguiu criar

um clima propício

à participação? %

O formador

domina o

assunto que

expôs? (%)

Os métodos

utilizados foram

os mais

adequados? (%)

1 2 3 4 1 2 3 5 1 2 3 4 1 2 3 4

Fernanda M. 8 38 54 46 54 46 54 8 0 77 15

Michael S. 8 31 62 46 54 8 31 62 8 0 77 15

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5. Funcionamento do Curso/Módulo

Indique a sua opinião sobre os seguintes itens (%):

ITEMS 1 2 3 4

a) Os objectivos do módulo eram claros? 50 50

b) O conteúdo do módulo é adequado à função que desempenha? 7 36 57

c) O módulo está bem estruturado? 14 50 36

d) Os manuais e textos de apoio distribuídos foram adequados, em

quantidade e qualidade?

7 43 50

e) Os meios audiovisuais utilizados foram adequados? 7 50 43

f) A duração da formação, relativamente ao conteúdo, foi adequada? 14 36 43 7

g) O local (instalações) da realização da formação foi adequado? 7 36 57

h) Os debates levantados durante a formação foram adequados? 14 29 57

6. Resultados alcançados (%) 1 2 3 4

Esta formação/módulo correspondeu as suas expectativas e foi útil para seu

trabalho? 71 29

7. Na sua opinião, quais os principais “pontos fortes” e “pontos fracos” deste

curso/módulo?

PONTOS FORTES

____________________________

____________________________

____________________________

____________________________

________

PONTOS FRACOS

____________________________

____________________________

____________________________

____________________________

________

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8. Que sugestões de melhoria gostaria de fazer?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

____________

9. Que outras áreas de formação sente que tem necessidade e gostaria de participar?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

______

10. Quais são os assuntos deste módulo/formação que despertaram maior interesse da sua

parte e que gostaria de aprofundar?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

______

11. Como pensa em aprofundar?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_________

12. Aconselharia outras pessoas/OSCs a participarem desta formação/módulo? Sim

Não.

Porquê?______________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_________

13. Comentários

Nome (Facultativo): __________________________________________________________

Data de preenchimento: ___12/__05/2011. OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO

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ANEXO 3 IESE

Instituto de Estudos Sociais e

Económicos

Projecto Partilha de Informação/ Formação - Nampula: Data: _10 - 12_/Maio/ 2011

Lista de Presença Presença

# Nome OSC Rede Temática Área de Formação Cell e-mail 10 11 12

1 Ilda Comia Murrula FAWEMO Educação Professora 826817330 * * *

2 Belo Afonso Muetanene ADAP-SF Agricultura Eng. Agrónomo 826124442 [email protected] * * *

3 Maria da Glória Severino ACADER Educação e Saúde Assist. Programas 826372911 * * *

4 Fátima Bernardo Jaime CARE Agricultura Técnico Agrónomo 826862390 [email protected] * * *

5 Ana Palmira Paulo Nivenyeé Educação Professora 848568505 * * *

6 José Santana Dias OLIPA-ODES Governação desenvolvimento 825710695 * * *

7 Rosa Malene Akilizetho Governação Gestão de Educação 825839162 [email protected] * * *

8 Olga Loforte Akilizetho Governação Comunicação Social 826803590 [email protected] * * x

9 Graciol Consula Fórum Terra Agricultura Eng. Agrónomo 825726560 [email protected] * * *

10 Pedro Gaspar Sampo AENA-NPL Agricultura Contabilista 842012422 [email protected] * * *

11 Jamal Ibraimo CFD/ARES Educação T. Infância 824373300 [email protected] * * *

12 Luís Huamusse PSC Cooedenador Plataforma Jurista 821884060 [email protected] * * *

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13 Rafael Victor Muequia APEA Educação Industrial/Profess 826924290 * * *

14 Costa Simeão Vasco AMR Agricultura Agro-pecuária 826354657 [email protected] * * *

15 António Simione MONASO Governação Associativismo 820262380 [email protected] * * *

Formadores

Fernanda Massarongo

Michael Godet Sambo

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Anexo 4 (Planos de Advocacia das OSC participantes)