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Programa IRACEMa: Sustentabilidade na Educação a Distância ANDREA CAVALCANTI MACEDO Universidade Federal Rural de Pernambuco [email protected] MARIZETE SILVA SANTOS [email protected] JOSÉ DE LIMA ALBUQUERQUE Universidade Federal Rural de Pernambuco [email protected] RODOLFO ARAÚJO DE MORAES FILHO Universidade Federal Rural de Pernambuco [email protected]

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Programa IRACEMa: Sustentabilidade na Educação aDistância

 

 

ANDREA CAVALCANTI MACEDOUniversidade Federal Rural de [email protected] MARIZETE SILVA [email protected] JOSÉ DE LIMA ALBUQUERQUEUniversidade Federal Rural de [email protected] RODOLFO ARAÚJO DE MORAES FILHOUniversidade Federal Rural de [email protected] 

 

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Programa IRACEMa: Sustentabilidade na Educação a Distância

Resumo

Com a mudança dos meios de produção desde a Revolução Industrial, o homem passa a

causar impactos cada vez maiores ao meio ambiente, visto que os meios de produção

deixaram de ser artesanais para serem máquinas que utilizavam energia a vapor a partir da

queima de combustíveis fósseis - inicialmente o carvão. Esses impactos vêm sendo discutidos

desde a década de 70 em eventos da Organização das Nações Unidas (ONU) que têm o

objetivo de alcançar a cooperação mundial em busca de soluções para os problemas

ambientais. Autores afirmam que a chave para a sustentabilidade é a educação e que é

necessário preparar os jovens para atuar dentro de uma cultura sustentável. Neste sentido, uma

pesquisadora de um Programa de Pós-Graduação lançou, na Semana Nacional do Meio

Ambiente 2014, o Programa IRACEMa, cujo objetivo é oportunizar o acesso à informação

nas comunidades onde há polos de educação a distância para que se construa uma

conscientização ambiental no sentido de repensar o seu cotidiano e voltar suas ações para uma

cultura sustentável de preservação do meio ambiente. Assim, neste artigo, apresentamos os

primeiros resultados das ações do Programa IRACEMa.

Palavras-Chave: Sustentabilidade; Educação a Distância; Polos.

Abstract

After the changes brought by the Industrial Revolution, the human impact on the environment

has been increasingly stronger, since the means of production were no longer based on craft,

but on machines that used steam power from the burning of fossil fuels, initially coal. These

impacts has been discussed since the 70s in events held by the United Nations (UN), aiming

to achieve global cooperation to seek solutions for environmental problems. Authors claim

that the key to sustainability is education and what is needed to prepare young people

to act in a sustainable culture. In this sense, during the National Environment Week 2014, a

researcher of the Post-Graduation Program launched the IRACEMa program, with the main

objective to widen the access to information in communities where the education centers

operate, to raise environmental awareness and rethink daily actions, thus directing their efforts

at a sustainable culture of environmental preservation. Therefore, we present in this paper the

first results of the IRACEMa program.

Keywords: Sustainability; Distance Education; Centers.

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Introdução

As ações do homem sempre causaram algum tipo de impacto no meio ambiente. Após

a Revolução Industrial, quando ocorreu uma intensa modificação nos meios de produção (que

passaram a ser altamente poluentes devido à queima de combustíveis fósseis como o carvão),

esses impactos começaram a ser sentidos com mais frequência e cada vez mais têm afetado a

vida no planeta.

Segundo Camargo (2012), os anos seguintes à II Guerra Mundial marcaram o início

das discussões por diversos grupos e organizações não-governamentais (ONGs) referentes a

este modelo de produção que predominava desde a Revolução Industrial. Ao final da década

de 1960, as discussões sobre meio ambiente e desenvolvimento foram intensificadas.

Nesta época, a Organização das Nações Unidas começou a organizar eventos que

tinham como foco o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, e houve o início formal

dos debates entre governos, ONGs e sociedade sobre os impactos ambientais e o

desenvolvimento, traçando metas para desacelerar o esgotamento dos recursos naturais.

Verificou-se que a educação deve ser parte fundamental em tal processo e que se faz

necessária uma reorganização do modelo de ensino atual para tornar possível promover uma

cultura de sustentabilidade.

De acordo com Jacobi (2005), a falta de informação é um dos principais responsáveis

pela postura de não responsabilidade da população. E, para alterar este cenário, é necessário

oportunizar meios de informação e incentivo às boas práticas ambientais que possibilitem

mudanças de hábito nas comunidades.

Para Sachs (1980 apud BARBIERI, 1997, p. 110), desenvolvimento sustentável ou

ecodesenvolvimento deve ser o “desenvolvimento socialmente desejável, economicamente

viável e ecologicamente prudente”. Dessa forma, o Programa IRACEMa, idealizado por uma

pesquisadora de um Programa de Pós-Graduação, foi concebido como uma estratégia visando

a sustentabilidade nos polos de apoio presencial.

Visto que os polos de educação a distância estão localizados em municípios das cinco

regiões do País, principalmente no interior, a ideia é envolver estes polos dentro da proposta

de sustentabilidade, buscando conscientizar as comunidades onde os mesmos estão

localizados para a importância de adotar uma cultura sustentável.

O Programa prevê quatro grandes ações: replantio do Pau-Brasil nos municípios que

sediam polos UAB, coleta seletiva, produção de material multimídia e formação de pessoal

para multiplicar a ideia de sustentabilidade e atuar em seus três pilares.

Revisão Bibliográfica

As constantes ações do homem em busca do desenvolvimento vêm causando impactos

ambientais cada vez maiores. Para Shigunov Neto et al (2009), a Revolução Industrial é o

marco na História onde ocorre a intensificação dos problemas ambientais através processo de

urbanização e consequente diminuição dos recursos naturais, caracterizado pela transição do

feudalismo para o surgimento do sistema de produção capitalista.

De acordo com Alves (2014), a população mundial apresentou o maior crescimento

demográfico no século XX: avançou de 1,6 bilhão de habitantes em 1900 para 6 bilhões, em

2000, já tendo alcançado o patamar dos 7 bilhões em 2011 (UNFPA, 2011). Ainda segundo o

Fundo das Nações Unidas (2011), este crescimento recorde no século XX deve-se, entre

outros fatores, à redução dos índices de mortalidade. Assim, neste modelo de produção atual,

torna-se necessário consumir uma maior quantidade de matéria-prima para satisfazer as

necessidades de uma população cada vez maior e de uma sociedade cada vez mais

consumista, na qual as pessoas são valorizadas pelo que possuem: as marcas comerciais que

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consomem as classificam, além de hierarquiza-las (LUZZI, 2007); apresenta-se, portanto,

como um modelo de desenvolvimento “insustentável tanto em termos ambientais quanto

sociais” (ALVES, 2014, p. 227).

Segundo Bursztyn e Persegona (2008), a humanidade apresenta uma evolução

contraditória no que se refere ao desenvolvimento:

A evolução histórica da humanidade revela uma dialética do progresso: por um lado, ele produz avanços da longevidade e redução da mortalidade

natural; mas, por outro, provoca riscos cada vez maiores, que ameaçam a

própria vida a longo prazo. A crise ambiental da atualidade é um reflexo dessa evolução contraditória da civilização (p. 14).

Segundo Scotto, Carvalho e Guimarães (2010), o desenvolvimento era o ideal de

progresso identificado como crescimento: econômico, tecnológico, urbano, caminho a ser

seguido pelas sociedades rumo ao desenvolvimento, ainda que este desenvolvimento fosse às

custas de um crescente endividamento e exploração de recursos naturais e da força de trabalho

humano.

Desde os anos 70, vários eventos relacionados ao meio ambiente vêm sendo realizados

pela Organização das Nações Unidas (ONU), tais como: Conferência das Nações Unidas

sobre o Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), Conferência das Nações Unidas para o

Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992), Cúpula Mundial sobre

Desenvolvimento Sustentável (Johanesburgo, 2002), Conferência das Nações Unidas sobre

Desenvolvimento Sustentável (Rio de Janeiro, 2012), dentre outros. Estes eventos reuniram

líderes mundiais de vários países, sociedade civil, ONGs, entre outras instituições e buscavam

uma cooperação mundial em busca de soluções para os problemas ambientais.

Dentre os resultados destes eventos, está a Carta de Belgrado (1975), que tratava de

questões pertinentes à Educação Ambiental sob a luz do desenvolvimento sustentável, ainda

que este termo não fosse utilizado à época, tratando como objetivos: conscientização,

conhecimento, atitudes, habilidades, capacidade de avaliação e participação.

Também foram assinados documentos que direcionariam as discussões sobre as

temáticas. O mais abrangente foi o Programa das Nações Unidas para o Século XXI (Agenda

21), que trouxe parâmetros para a atuação dos governos e da sociedade civil, propondo

medidas para alcançar seus objetivos, dentre elas a criação de comissões para promover o

desenvolvimento sustentável com os governos federal, estaduais e municipais (PEARSON

EDUCATION DO BRASIL, 2011). Ou seja, a proposição de uma agenda para tratar da

questão do desenvolvimento sustentável desde a esfera dos municípios até o Governo Federal.

Segundo Alves (2014),

A despeito das boas intenções das conferências de população, desenvolvimento e meio ambiente, as atividades antrópicas continuam

degradando a natureza, sem uma solução concreta para evitar o colapso

ambiental, tema que passou a ser a questão mais sensível e urgente da atualidade (p. 224).

Para Oliveira (2012, p. 72), os pilares da sustentabilidade (ambiental, social e

econômico):

O conceito do Triple Bottom Line, surgido do estudo realizado por

Elkington (1994), no inglês, é conhecido por 3P (People, Planet e Profit); no português, seria PPL (Pessoas, Planeta e Lucro). Analisando-os

separadamente, tem-se: Econômico, cujo propósito é a criação de

empreendimentos viáveis, atraentes para os investidores; Ambiental, cujo

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objetivo é analisar a interação de processos com o meio ambiente sem lhe

causar danos permanentes; e Social, que se preocupa com o estabelecimento

de ações justas para trabalhadores, parceiros e sociedade. Juntos, no entanto, estes três pilares se relacionam de tal forma que a

interseção entre dois pilares resulta em viável, justo e vivível, e dos três,

resultaria no alcance da sustentabilidade.

Segundo Nascimento, Mendonça e Cunha (2012), há autores que relacionam os três

aspectos do “Triple Bottom Line” (ambiental, social e econômico) para analisar a

sustentabilidade. Segundo os autores,

A relação da discussão da sustentabilidade (...) a respeito dos três pilares,

segue uma linha em que não se deve vê-la como definida para uma

organização isolada, mas, sim, para um sistema econômico-social-ecológico

completo e, dessa forma, faz sentido a relação com os sistemas de inovação e o relacionamento que ele pressupõe em termos de instituições, corporações,

conhecimentos e agentes diversos (p. 636).

Educação e Desenvolvimento Sustentável

Segundo Mayor (1998), a educação é parte fundamental dentro do processo de

aquisição de nova uma cultura sustentável:

a educação é a chave do desenvolvimento sustentável, autossuficiente – uma educação fornecida a todos os membros da sociedade, segundo modalidades

de ensino e com a ajuda de tecnologias, de tal maneira que cada um se

beneficie de chances reais de se instruir ao longo da vida. Devemos estar

preparados, em todos os países, para remodelar o ensino, de forma a promover atitudes e comportamentos que sejam portadores de uma cultura

da sustentabilidade (MAYOR, 1998, p. 46).

Acreditando que a educação é condição indispensável para o desenvolvimento

sustentável e com o desafio de estimular a mudança de atitude e comportamento nas

populações, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

(UNESCO), através da Assembleia Geral das Nações Unidas, anunciou, pela Resolução nº

57/254, a Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, com

duração de 2005 a 2014 (UNESCO, 2005).

A Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável é uma ideia simples em

sua essência, mas com implicações complexas, uma vez que o esgotamento dos recursos

naturais ao longo dos séculos de exploração despreocupada tornaram a situação atual crítica,

sendo agora necessário aprender a viver de forma sustentável (UNESCO, 2005).

De acordo com Rossato e Neto (2014),

as questões ambientais estão cada vez mais presentes no cotidiano da

sociedade, contudo, a educação ambiental é essencial em todos os níveis dos processos educativos e em especial nos anos iniciais da escolarização, já que

é mais fácil conscientizar as crianças sobre as questões ambientais do que os

alunos (p. 102).

Segundo Loureiro (2003), nos anos 70 e 80, a Educação Ambiental teve iniciativas

individuais para a conservação dos recursos naturais, além da inclusão como disciplina nos

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currículos dos sistemas de ensino abordando conteúdos como princípios e noções de

Ecologia.

Em 1988, a Educação Ambiental foi incluída na Constituição Federal. Nela, o Poder

Público foi encarregado de “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a

conscientização pública para a preservação do meio ambiente” (Art. 225, § 1º, VI).

O Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) foi a primeira iniciativa

governamental realizada por um convênio entre o Ministério da Educação e o Ministério do

Meio Ambiente. Foi lançado em 1994 com o objetivo de atuar nas linhas: educação ambiental

através do ensino formal, educação no processo de gestão ambiental, realização de campanhas

específicas de educação ambiental para usuários de recursos naturais, cooperação com os que

atuam nos meios de comunicação, articulação intra e interinstitucional e criação de uma rede

de centros especializados em educação ambiental (LOUREIRO, 2003).

Na Lei 9.795/99, a Educação Ambiental foi definida como “processos por meio dos

quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,

atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum

do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (Art. 1º), devendo ser

discutida de forma integrada, contínua e permanente no âmbito dos currículos das instituições

de ensino.

Segundo Eça (2010), a longo prazo, a educação pode contribuir para enfrentar os

graves problemas do planeta através do preparo dos jovens para uma nova cultura, onde o

desenvolvimento sustentável faça parte dos princípios da sociedade. Para isto, é necessário

que o modelo tradicional de educação seja revisto, pois a escola tradicional não prepara o

aluno a ter um pensamento crítico:

Na escola vive-se rotineiramente, joga-se pelo seguro, para os alunos terem

bons resultados nos exames, porque a escola e a sociedade acreditam que ter

resultados nos exames é um passaporte para o sucesso na vida futura. E os exames, normalmente, avaliam conhecimentos e capacidades que não são

necessariamente importantes para um futuro sustentável (EÇA, 2010, p. 19).

Para Steers (apud EÇA, 2010), é necessária uma completa reorganização da escola

para que haja a promoção de uma nova consciência sustentável:

Para que as escolas promovam ativamente a criatividade em cada criança, temos um grande caminho a percorrer, temos que virar tudo do avesso. E

isso vai criar muitos problemas a toda a gente que trabalha no setor da

educação. A criatividade requer um tipo de “espaço” raro nas escolas

dirigidas por objetivos que dificilmente poderão deixar entrar o acidental das descobertas não esperadas que surgem, às vezes, quando se procuram outras

coisas completamente diferentes (STEERS apud EÇA, 2010, p. 19).

Segundo Jacobi (2003),

A postura de dependência e de desresponsabilização da população decorre

principalmente da desinformação, da falta de consciência ambiental e de um

déficit de práticas comunitárias baseadas na participação e no envolvimento dos cidadãos, que proponham uma nova cultura de direitos baseada na

motivação e na co-participação da gestão ambiental (p. 192).

Para Édis Milaré este processo de conscientização realiza-se com a comunidade a fim

de inseri-la para participar ativamente de questões que lhes dizem respeito:

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Não se trata de impor modelos aos cidadãos, como numa prática de

cooptação da sociedade para que esta se adapte à vontade dos órgãos do

Estado ou do poder econômico; cuida-se, isso sim, de conclamá-los à participação consciente do gerenciamento de questões que, individual e

coletivamente, lhes dizem respeito. Trata-se, consequentemente, de um

processo educativo a realizar-se com a comunidade e não para a

comunidade, até porque na vivência ensino-aprendizagem, adequadamente estruturada, a pessoa é o sujeito e não objeto da ação educativa (MILARÉ,

2011, p. 636 apud SOUZA, 2014, p. 99)

Segundo Navarro (2014), o Estado, bem como toda a sociedade devem colaborar

solidariamente na prevenção de danos ambientais. No entanto, para a participação da

sociedade é necessário que haja uma conscientização, o que só pode ser atingido por meio da

educação ambiental.

Para Gadotti (2008),

Sem uma educação para uma vida sustentável, a Terra continuará apenas sendo considerada como espaço de nosso sustento e de nosso domínio

técnico-tecnológico, um ser para ser dominado, objeto de nossas pesquisas,

ensaios e, algumas vezes, de nossa contemplação (p. 63).

Segundo Macêdo (2013), a educação a distância torna-se uma ferramenta essencial

para permitir o acesso à educação à população, tendo em vista que o modelo presencial possui

uma capacidade limitada sua pela infraestrutura física.

Programa IRACEMa (Informar, Repensar, Agir, Conscientizar e Educar para a preservação

do Meio ambiente)

O Programa IRACEMa foi concebido com a proposta de promover ações de

conscientização para a adoção de uma cultura sustentável nos municípios onde os polos de

educação a distância estão localizados e na sede do Programa de Pós-Graduação. Através das

ações, busca-se oportunizar o acesso à informação nestas comunidades para que haja uma

conscientização ambiental no sentido de repensar o seu cotidiano e voltar suas ações para

adoção de uma cultura sustentável e de preservação do meio ambiente.

No Brasil, os cursos superiores a distância ministrados nas Instituições Públicas de

Ensino Superior (IPES) são ofertados de maneira semipresencial. Nestes casos, os estudantes

contam com estruturas auxiliares em seus municípios, as quais são denominadas Polos de

Apoio Presencial. Estes espaços são instalados nos municípios, geralmente em escolas

municipais do interior, onde há pouca ou nenhuma oferta de cursos superiores.

Segundo dados do SisUAB1, no Brasil há 674 polos de apoio presencial ativos em

todos os estados do Brasil, abrangendo cidades do interior, o que confirma a ideia da grande

amplitude das ações de educação a distância no país, conforme representado na Figura 1.

1O SisUAB é uma plataforma de suporte para a execução, acompanhamento e gestão de processos da UAB. Através dela, os

coordenadores UAB, coordenadores de curso, coordenadores de polos presenciais e colaboradores CAPES de todo o Brasil podem cadastrar os dados de suas Instituições e ter acesso às informações sobre instituições, polos, cursos, material didático,

articulações, colaboradores e mantenedores. O acesso é restrito através de login e senha pelo site<http://sisuab.capes.gov.br/sisuab/Login_input.action>. Acesso em: 06.06.2014.

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Figura 1 - Representação dos polos presenciais da UAB

Fonte: SisUAB (adaptado pela autora)

Estão previstas quatro grandes ações no Programa: replantio do Pau-Brasil nos

municípios que possuem polos de educação a distância, coleta seletiva, produção de material

multimídia e formação de pessoal para multiplicar a ideia de sustentabilidade.

Ação 1: Replantio do Pau-Brasil nos municípios que possuem polos de EaD

O Pau-Brasil foi declarado como Árvore Nacional do Brasil, de acordo com a Lei nº

6.607, de 07 de dezembro de 1978, e encontra-se na lista oficial das espécies da flora

brasileira ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente. Segundo Barbedo et al

(2002), a exploração descontrolada iniciada desde os tempos da colonização portuguesa na

costa brasileira até os dias atuais é um dos exemplos de distúrbio causado à Mata Atlântica.

A ação Renascimento do Pau-Brasil está sendo realizada por meio da distribuição de

mudas para o plantio da árvore nos municípios que sediam polos UAB e entre colaboradores

da Sede do Programa de Pós-Graduação, tendo em vista a condição de Árvore Nacional, sua

ameaça de extinção e o seu potencial de arborização urbana.

Ação 2: Coleta Seletiva

Segundo Lagarinhos e Tenório (2012), fatores como o aumento da população

associado ao desenvolvimento tecnológico resultam em uma demanda cada vez maior por

novas tecnologias. Esses fatores reduzem o ciclo de vida dos produtos, uma vez que a

sociedade está sempre em busca de produtos de última geração, o que contribui para o

aumento do descarte destes bens. Assim, aumenta-se o volume destinado para aterros, bem

como o consumo de recursos naturais para a geração de novos produtos.

Busca-se, através da conscientização da população, promover campanhas para

estímulo à coleta seletiva e controle de desperdício de materiais.

- Campanha “Adote um Copo”

Esta campanha busca conscientizar os estudantes e funcionários dos polos de educação

a distância e da sede do Programa de Pós-Graduação a reduzirem a utilização de copos

descartáveis, através da adoção de copos permanentes (canecas, garrafas, squeezes, xícaras

etc.) para água e/ou café.

- Gincana da Reciclagem

Segundo Pinheiro et al (2014), em função dos debates que vinham acontecendo a nível

mundial acerca dos limites de desenvolvimento do modelo capitalista, desde as décadas de 60

e 70 tenta-se pensar e implementar a questão da gestão de resíduos. No entanto, segundo a

Associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), apenas 14% dos

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municípios brasileiros possuem o serviço de coleta seletiva, sendo 86% destes localizados nas

regiões sul e sudeste.

A campanha foi lançada na Semana do Meio Ambiente (junho/2014) com o objetivo

de recolher materiais recicláveis (papel e plástico) nos municípios dos polos UAB buscando

informar e conscientizar os estudantes, funcionários e a comunidade em geral sobre os tipos

de materiais recicláveis e os procedimentos que devem ser adotados para a separação do

material. A culminância da ação será na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

(outubro/2014), quando haverá premiação para os polos que arrecadarem a maior quantidade

de material que será doado para associações e/ou cooperativas de reciclagem, buscando

trabalhar nos três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico, através da

atenção ao meio ambiente e estímulo à geração de emprego e renda nos municípios.

Ação 3: Produção de material multimídia

Entre os objetivos do Programa IRACEMa está a produção e distribuição de materiais

lúdicos às crianças. Para Santos (2010), “a palavra lúdico vem do latim ludus e significa

brincar. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos e é relativa

também à conduta daquele que joga que brinca e que se diverte” (p. 2-3).

Nesta perspectiva os materiais desenvolvidos, como jogos e brinquedos, procuram

estimular o raciocínio das crianças e conscientizar da importância da preservação do meio

ambiente. Visa ainda desenvolver diversas habilidades e contribuir com a aprendizagem e

novas descobertas com o tema sustentabilidade.

Ação 4: Formação de pessoal

O primeiro Programa de Formação Continuada foi planejado com 75 horas, sendo 15

horas em Legislação em Educação a Distância; 15 horas de Tutoria; 15 horas de Produção de

Material Didático Complementar; 15 horas em Gestão de Polos e 15 horas dedicadas a

Elaboração de Projetos de Intervenção.

A disciplina Legislação em Educação a Distância teve como foco o estudo das

principais diretrizes que permeiam a educação superior a distância no Brasil, abordando

especificamente Políticas Públicas para Educação a Distância; a Educação a Distância na Lei

de Diretrizes e Bases da Educação n°. 9394/96; Decretos e Portarias que regulamentam a

Educação a Distância e o Sistema Universidade Aberta do Brasil.

A disciplina de Tutoria que buscou discutir aspectos relacionados ao papel do tutor na

educação a distância, às competências e habilidades do tutor e o que um aluno deve saber ao

ingressar em um curso a distância.

Na disciplina de Produção de Material Didático Complementar tratou-se do processo

de elaboração do material didático complementar na modalidade a distância; o processo de

elaboração do material didático complementar no contexto da EAD; Orientações pedagógicas

básicas para elaboração do material didático complementar no contexto da EaD. A disciplina

teve como olhar o novo leitor na atualidade e com base neste leitor discutiu as orientações de

como deve ser o texto da EaD.

A disciplina Elaboração de Projetos de Intervenção tratou de conceitos; reflexões

sobre pesquisa, ensino e extensão; as particularidades do desenvolvimento de projetos de

intervenção na educação a distância; orientações para elaboração de projetos de intervenção;

modelos de projetos, além da socialização de experiências.

A disciplina Gestão de Polos trata dos principais aspectos de gerenciamento de polos

presenciais na modalidade a distância sob o ponto de vista da inovação, sustentabilidade e

empreendedorismo; funcionamento dos polos presenciais e apresentação de metodologias e

experiências que podem contribuir para melhorar a gestão destes polos.

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Metodologia

O presente estudo classifica-se como uma pesquisa predominantemente qualitativa,

que enfatiza a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das percepções

(BOGDAN; BIKLEN, 1994), com elementos quantitativos, que traduzem as informações em

números para classificá-las e analisá-las (SILVA; MENEZES, 2001).

Quanto aos objetivos, é classificada como uma pesquisa descritiva, que busca

observar, analisar e registrar os fenômenos, sem manipulá-los (CERVO et al, 2007). Quanto

aos procedimentos técnicos, inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a partir de

material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos sobre o tema

(GIL, 1991 apud SILVA; MENEZES, 2001, p. 22), com coleta de dados que serviram para o

embasamento teórico do trabalho.

O público-alvo atendido pelo Programa são os alunos, funcionários e comunidades dos

polos de apoio presencial de educação a distância, que são os locais onde as ações são

realizadas.

Ações do Programa:

- Renascimento do Pau-Brasil;

- Coleta seletiva;

- Produção de material multimídia;

- Formação de pessoal.

Apresentação e Análise dos Resultados

Ação 1: Renascimento do Pau-Brasil

Com a campanha Renascimento do Pau-Brasil busca-se promover o replantio desta

árvore nos municípios onde há polos de educação a distância. Para tanto, inicialmente foi

realizada uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação e um professor da Instituição,

onde o mesmo fez a doação de 50 mudas de Pau-Brasil para o Programa IRACEMa, que se

responsabilizou em encaminhar esta doação com 03 exemplares das mudas para cada polo e

entre funcionários da sede do Programa de Pós-Graduação que manifestaram interesse em

participar da campanha.

Em Pesqueira (PE), foi realizada uma parceria entre o polo presencial e a Secretaria de

Meio Ambiente do município para divulgação e acompanhamento das ações do Programa

IRACEMa. O Polo recebeu a doação de três mudas de Pau-Brasil e fez o plantio destas em

três escolas da cidade: Escola Municipal Centro Educacional Dr. Carlito Didier Pitta, Escola

Municipal Santo Antônio e Escola Municipal Clarisse de Freitas Valença (Figuras 2 e 3).

Figura 2 - Plantio das mudas no Centro Educacional Dr. Carlito Didier Pitta (esquerda) e na Escola

Municipal Santo Antônio (direita)

Fonte: Programa IRACEMa

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O plantio das mudas nestas escolas foi realizado com a presença de alunos de algumas

turmas do Ensino Fundamental, que ouviram atentamente às explicações sobre a importância

da planta e os cuidados necessários, prestadas pela Coordenadora Adjunta do Polo e pelo

Coordenador da Secretaria do Meio Ambiente, onde foi acordado o compromisso com as

crianças para cuidar da árvore. As crianças, em sistema de rodízio, ficaram responsáveis por

aguar a planta.

Figura 3 - Plantio na Escola Municipal Clarisse de Freitas Valença

Fonte: Programa IRACEMa

Na sede do Programa de Pós-Graduação, os funcionários foram consultados sobre o

interesse em plantar, em sua propriedade ou em um espaço público, uma muda de Pau-Brasil.

Cinquenta e seis por cento demonstraram interesse em participar desta ação, conforme

Gráfico 1.

Gráfico 1 - Interesse em plantar uma muda de Pau-Brasil

Fonte: Dados da pesquisa

Ação 2: Coleta Seletiva

Com o início da campanha ‘Adote um Copo’, pesquisou-se nos polos UAB quanto ao

hábito dos funcionários e alunos em utilizar o próprio copo (caneca, garrafa etc.) Foi

verificado que 9% geralmente usam o próprio copo, 46% indicaram que às vezes fazem a

utilização de copos não-descartáveis, enquanto 36% informaram que raramente fazem uso

destes utensílios, e 9% nunca os utiliza, conforme Gráfico 2. Estes dados nos permitem

verificar que ainda são poucas as iniciativas para a redução da utilização de copos

descartáveis nos polos UAB.

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Gráfico 2 - Utilização de copos não-descartáveis nos polos UAB

Fonte: Dados da pesquisa

Entre os polos UAB, verifica-se que 46% dos funcionários e alunos utilizam de 1 a 3

copos descartáveis por pessoa por dia, enquanto 36% usam de 4 a 5 copos descartáveis e 18%

apontam a utilização de mais de 5 copos descartáveis por pessoa por dia nos polos, conforme

Gráfico 3.

Gráfico 3 - Utilização de copos descartáveis nos polos UAB

Fonte: Dados da pesquisa

Visto que nos polos pesquisados há mais de 2.700 alunos matriculados, podemos

calcular o quantitativo estimado, considerando o uso de dois copos por pessoa/dia, conforme

Tabela 1:

Tabela 1 - Estimativa de utilização de copos descartáveis em polos UAB

Polos Cursos Alunos Utilização / dia

Afrânio (PE) 07 134 268

Cabrobó (PE) 03 171 342

Camaçari (BA) 13 362 724

Carpina (PE) 11 552 1.104

Ipojuca (PE) 07 100 200

Limoeiro (PE) 10 432 864

Palmares (PE) 09 234 468

Pesqueira (PE) 14 464 928

Piritiba (BA) 06 187 374

Recife (PE) 10 277 554

Total 2.913 5.826 Fonte: Polos UAB

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A partir da análise dos dados, podemos observar que em uma estimativa onde se

considera a utilização de dois copos descartáveis por pessoa/dia, o número de copos utilizados

ultrapassa 5.500 unidades. No entanto, conforme pode ser observado no Gráfico 2, 36%

utilizam de 4 a 5 copos, enquanto 18% afirmam utilizar mais de 5 copos descartáveis por dia,

onde é possível concluir que o número de copos utilizados pode ser bem superior a esta

estimativa.

Na sede do Programa de Pós-Graduação, já existe um início de conscientização no que

se refere à redução do uso de copos descartáveis. Foi observado que 41% dos funcionários

informaram que já utilizavam seu próprio copo ou garrafa antes do início da campanha. No

entanto, 47% informaram que utilizam de 1 a 3 copos, enquanto 7% utilizam de 4 a 5 copos e

também 7% utilizam mais que 5 copos plásticos por dia, conforme Gráfico 4, o que demonstra

que a campanha ainda é necessária para conscientizar parte do público.

Gráfico 4 – Utilização de copos descartáveis na sede do Programa de Pós-Graduação

Fonte: Dados da pesquisa

Na Figura 4, pode ser observado o cartaz da campanha fixado na sede do Programa de

Pós-Graduação, onde os funcionários realizaram a compra de canecas, garrafas e xícaras e

onde todos os copos descartáveis foram recolhidos.

Figura 4 - Cartaz da campanha 'Adote um Copo' na sede do Programa de Pós-

Graduação

Fonte: Programa IRACEMa

A campanha da Gincana da Reciclagem vem sendo realizada em polos de educação a

distância de Pernambuco (Afrânio, Cabrobó, Carpina, Limoeiro, Palmares, Pesqueira e

Recife) e Bahia (Camaçari e Piritiba). O objetivo é que os alunos, funcionários e a

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comunidade dos polos de educação a distância mobilizem-se para arrecadar material

reciclável (papel e plástico) para doação a associações e/ou cooperativas de reciclagem dos

próprios municípios. Esta ação está em andamento e terá sua culminância na Semana

Nacional de Ciência e Tecnologia/2014. Buscando estimular a competitividade e envolver o

público dos polos, o polo que conseguir a maior arrecadação de material será premiado no

evento.

Na sede do Programa de Pós-Graduação, os funcionários foram consultados sobre o

hábito de separar o lixo e 65% indicaram que não fazem qualquer separação no lixo

doméstico, enquanto apenas 6% afirmaram que realizam a separação de todo o material

reciclável, conforme Gráfico 5, o que ressalta a necessidade de campanhas educativas para a

população.

Gráfico 5 - Separação do lixo reciclável pelos funcionários da sede do Programa de Pós-

Graduação

Fonte: Dados da pesquisa

Ação 3: Produção de material multimídia

Entre os primeiros materiais desenvolvidos estão um quebra-cabeças que, segundo

Jesus (2013) “estimula muitas habilidades ao mesmo tempo: concentração, raciocínio,

socialização e aspectos cognitivos”. O quebra-cabeça possui a temática do Programa

IRACEMa e um jogo da memória com as representações das campanhas realizadas pelo

Programa até o momento (Renascimento do Pau-Brasil, Adote um Copo e Gincana da

Reciclagem), conforme Figura 5.

Figura 5 – Jogos: jogo da memória (esquerda) e quebra-cabeças (direita)

Fonte: Programa IRACEMa

A produção de material multimídia envolve: site para divulgação das informações do

Programa, como campanhas e conteúdos desenvolvidos, fã page no facebook, cartilha, jogos

(jogo da memória, quebra-cabeça, etc.), vídeos entre outros. Os materiais estão sendo

produzidos para todas as campanhas.

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Ação 4: Formação de pessoal

O primeiro Programa de Formação Continuada acontece entre os dias 18 de agosto e

05 de setembro de 2014. Este primeiro curso envolve 331 participantes, entre tutores

presenciais, virtuais, professores, coordenadores de polo, entre outros, que atuam diretamente

com educação a distância ou que realizaram seleção para participar do Programa e é realizado

a distância através da Plataforma Moodle, Figura 6.

Figura 6 – Formação Continuada na Plataforma Moodle

Considerações Finais

Com o Programa IRACEMa, foi verificada a necessidade de atuação nos polos de

educação a distância como estratégia para promover a conscientização das comunidades para

viver de forma sustentável. Com a relevância do tema na atualidade, a inserção destes polos

mostra-se importante dada à amplitude que as ações realizadas em educação a distância

podem oferecer, atingindo municípios de todas as regiões do País, especialmente em

municípios do interior dos estados.

Inicialmente, foram propostas ações em quatro áreas: replantio do Pau-Brasil, coleta

seletiva, produção de material multimídia e formação de pessoal, com o intuito de incentivar

as boas práticas ambientais que possibilitem mudanças de hábito das comunidades dos polos

de apoio presencial.

Entre as ações pretendidas no Programa, podemos citar: 5Rs (Repensar, Reduzir,

Reaproveitar, Reciclar, Recusar consumir produtos que gerem impacto socioambiental

significativo), gerenciamento de resíduos eletroeletrônicos, gerenciamento de resíduos

orgânicos e criação de metodologias de incentivo e acompanhamento e outras ações que

podem surgir de acordo com a evolução do Programa.

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