2012 foi um ano que quase acabou, foi o ano que mais nos encontramose que firmamos um pacto olho-no-olho, como se pa era na época em quea gente não usava linguagem falada. A gente se olhou e começou agarantir que mãos fossem se dando em nós e, principalmente, sentamos,panoramicamente, os pés na terra de uma forma que ficou incomodonão nos perceber. Tempos mudam e com elas antigas fronteiras, o queenxergamos quando nos encontramos é muito mais que velhos valores einteresses pautados em uma lógica tão velha quanto à linguagem falada,difícil de enfrentar, mas não tão velha quanto nosso olho-no-olho edescobrimos isso a cada dia.

Nossa luta é dança, armas não nos ameaçam quando percebemos afragilidade da sociedade que encenamos até hoje. O fim do mundo émoral, antes de tudo, isso que se corroeu, antes do capitalismo e dosistema financeiro, a hipocrisia.

Pessoas conectadas se refletiram e celebraram no Festival Abaporu, nocarne de segunda, nos nossos encontros e oficinas, isso relatando o queacompanhamos de perto. Diversos outros momentos aconteceram eacontecem a cada dia. Flavia Biggs e o primeiro Rock Camp for Girls noBrasil aqui em Sorocaba, a galera do FyaBomb e Ideia Coletiva, juntandoa galera da produção Hip Hop da cidade e consolidando uma cenaregional imensa, Nativos, Trupé, o Cê com sua ocupação cada vez maisintegrada com a população da Chave em Votorantim e, como asfronteiras dos valores, nossas fronteiras ultrapassam os limitesgeográficos. Isso foi para citar uns poucos. A terra por aqui andatremendo, muitos percebem ja.

Se tudo tiver afundando a gente sabe numa piscada quem vive pelo rio,né? Então talvez 2012 seja mesmo o ano que o mundo começou aacabar. Esperamos ansiosos, com olhos de espelho, caminhando (àsvezes cambaleando), nus em sua direção.

O MUNDO QUASE ACABOU

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