PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA … · i universidade federal do rio grande do norte...

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i UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA (PPGPSI/UFRN) NECESSIDADES E APOIO SOCIAL EM FAMILIARES DE PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA MÔNICA GUIMARÃES KLEMIG GOMES DE MELO BRITTO NATAL/RN 2018

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i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA (PPGPSI/UFRN)

NECESSIDADES E APOIO SOCIAL EM FAMILIARES DE PACIENTES EM CUIDADOS

PALIATIVOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

MÔNICA GUIMARÃES KLEMIG GOMES DE MELO BRITTO

NATAL/RN

2018

ii

MÔNICA GUIMARÃES KLEMIG GOMES DE MELO BRITTO

Dissertação elaborada sob orientação da Profa.

Dra. Eulália Maria Chaves Maia e apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Psicologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para a obtenção do título de

Mestre em Psicologia.

NATAL

2018

III

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas,

Letras e Artes - CCHLA

CDU 364-787.2 RN/UF/BS-CCHLA

1. Cuidados paliativos - Dissertação. 2. Unidade de terapia

intensiva - Dissertação. 3. Família - Dissertação. 4. Apoio

social - Dissertação. I. Maia, Eulália Maria Chaves. II. Título.

Britto, Monica Guimaraes Klemig Gomes de Melo.

Necessidades e apoio social em familiares de pacientes em

cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva / Monica

Guimaraes Klemig Gomes de Melo Britto. - Natal, 2018.

94f.: il.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ciências

Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em

Psicologia.

Orientadora: Profa. Dra. Eulália Maria Chaves Maia.

IV

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Programa de Pós-Graduação em Psicologia

A dissertação “NECESSIDADES E APOIO SOCIAL EM FAMILIARES DE PACIENTES

EM CUIDADOS PALIATIVOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA”, elaborada por

Monica Guimarães Klemig Gomes de Melo Britto, foi considerada

________________________ pelos membros da Banca Examinadora e

___________________ pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia, como requisito

parcial à obtenção do título de MESTRE EM PSICOLOGIA.

Natal, RN, ____ de _____________ de 2018

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Profa. Dra. Eulália Maria Chaves Maia (Presidente da Banca)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

___________________________________________

Profa. Dra. Rodrigo da Silva Maia (Examinador Externo)

Centro Universitário Facex - UNIFACEX

___________________________________________

Profa. Dra. Weruska Alcoforado Costa (Examinadora Externa)

Hospital Universitário Onofre Lopes- HUOL

V

No dia em que a morte bater á sua porta

Que lhe oferecerás?

Porei diante de minha hóspede o vaso

Cheio de minha vida.

Não a deixarei ir de mãos vazias.

(Rabindranath Tagore)

VI

Á todos os familiares que participaram desta pesquisa

VII

AGRADECIMENTOS

A gratidão é algo muito especial que emana o bem que recebemos em algum momento

e que sempre deve ser transmitido adiante. Aqui venho agradecer a Deus que em Sua infinita

bondade e misericórdia ilumina e guia meus passos. Minha fé e a certeza de que tudo na vida

tem seu momento e propósito conforta minha alma e me faz continuar a caminhar.

Á minha família, por ter compreendido e apoiado minha escolha e renúncias para que

esse mestrado se concretizasse. Não posso deixar de expressar a gratidão por fazer parte de uma

família que tem em sua origem a garra pela busca em manter os valores morais e éticos,

atrelados ao estudo e esforço para o bem. Sou feliz por conseguir manter nossas raízes.

Ao meu grande parceiro, companheiro e amado marido, César, por te resgatado em

mim algo que estava adormecido e reascendido o prazer no estudo. Á você toda a minha

gratidão pela compreensão e parceria no dia-a-dia, ajudando para que eu pudesse conciliar as

tarefas acadêmicas com os compromissos de casa e, em especial, com os pequenos Gigi e Guga.

Por eles e para eles tudo faz sentido.

À minha orientadora, minha “mãe da ciência”, Profa. Dra. Eulália Maria Chaves Maia,

por todo seu suporte com afeto; pela sua espera paciente no período em que precisei seguir por

outros caminhos, para que depois de um tempo pudesse retornar ao seu colo. Jamais esquecerei

pelo que fez e faz por mim. Á você minha eterna gratidão!

Aos amigos que me apoiaram, acreditando e reforçando em mim o desejo por seguir o

mestrado. Vocês que, mesmo distantes sinto-as bem pertinho pela energia maravilhosa que

compartilham comigo. Ás ex estagiárias, minhas lindas que sempre diziam que este caminho

eu teria que percorrer.

Nesta caminhada uma surpresa grande, encontrar irmãos, parceiros, confidentes,

pessoas que vivem a alegria de cada conquista. Turma maravilhosa: Rodrigo, Karina,

VIII

Alessandra, Maria Helena, Brenda, Elan e Júlia. Muito legal estar com vocês neste grupo da

Pós. E vamos adiante!

Não poderia deixar de agradecer uma amiga em especial que se tornou um “anjo” na

minha vida. Ela que conseguiu, na sua forma especial de ser, me colocar “nos eixos” em muitos

momentos. Jamais você se livrará de mim. Agradeço a Hedyanne, por tudo que já fez e

acrescentou à minha vida.

Aos amigos de trabalho e de instituição, que fizeram e fazem dos dias momentos

melhores e agradáveis. Meu muito obrigado a Casa de Saúde São Lucas pela permissão de que

a pesquisa se concretizasse. Meus agradecimentos a vocês, em especial a Dr. Miguel Sicolo,

uma referência de profissional que instiga diariamente a busca por mais conhecimento e

aprimoramento na assistência junto aos nossos pacientes.

A todos e todas da turma do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da

UFRN (PPGPsi/UFRN) de 2016 por estes dois anos experiência e descobrimentos.

Aos Prof. Dr. Marlos Bezerra e Dra. Maihana Dantas, pelas contribuições como leitores

nas bancas dos seminários de dissertação. Muito bom tê-los por perto.

Aos Profs. Dr. Rodrigo Maia e Dra. Weruska Alcoforado, meu imenso agradecimento,

inicialmente, por aceitar participar da defesa desta dissertação. Meu muito obrigado!

Por fim, agradeço imensamente a todos os familiares que contribuíram para a construção

do meu interesse sobre o tema desta pesquisa, bem como para a elaboração deste trabalho.

Debruçar-me sobre o universo dos Cuidados Paliativos foi uma das experiências mais

gratificantes para mim. Ter a oportunidade de estar junto e acolher muitas dores e delícias na

vivência com as dinâmicas familiares, principalmente em momento tão delicado como na perda

iminente de um ser amado, me faz eternamente grata. Cuidar de todos vocês fez um grande

sentido neste momento enquanto pesquisadora mas também como ser humano. Á todos vocês

meu carinho e gratidão.

IX

Sumário

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................11

LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................................12

RESUMO .........................................................................................................................................13

ABSTRACT .....................................................................................................................................14

1. Introdução .................................................................................................................................15

2 . Referencial Teórico ......................................................................................................................19

2.1 Cuidados Paliativos na Unidade de Terapia Intensiva ..............................................................19

2.2 A família vivenciando os Cuidados Paliativos na UTI ..............................................................25

2.3 Necessidades dos familiares de pacientes na UTI .....................................................................30

2.4 Apoio Social como fator de proteção .......................................................................................33

2. Objetivos...................................................................................................................................38

3.1 Geral .......................................................................................................................................38

3.2 Específicos ..............................................................................................................................38

3. Método .....................................................................................................................................39

4.1 Delineamento do estudo ..........................................................................................................39

4.2 Participantes ............................................................................................................................39

4.3 Instrumentos............................................................................................................................41

4.3.1 Questionário sociodemográfico ........................................................................................41

4.3.2 Inventário de Necessidades e Estressores de Familiares de Terapia Intensiva -INEFTI .....41

4.3.3 Escala de Apoio Social - EAS ...........................................................................................42

4.4 Aspectos Éticos .......................................................................................................................43

4.5 Coleta dos dados .....................................................................................................................43

4.6 Análise dos dados ....................................................................................................................45

4. Resultados e discussão ..............................................................................................................47

5.1 Caracterização da amostra .......................................................................................................47

5.2 Relação entre as necessidades e o apoio social percebido .........................................................50

4.3 Necessidades dos familiares de pacientes em cuidados paliativos na UTI ...........................51

5.4 Apoio social percebido pelos familiares recebendo Cuidados Paliativos na UTI .......................55

5.5 Potenciais relações entre variáveis sociodemográficas, necessidades e percepção de apoio social

dos familiares de pacientes em CP na UTI .....................................................................................57

X

5. Conclusão .................................................................................................................................72

6. Referências ...............................................................................................................................76

ANEXO ............................................................................................................................................90

APÊNDICE ......................................................................................................................................93

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Perfil geral dos familiares............................................................................ 47

Tabela 2 – Correlação entre as dimensões do instrumentos INEFTI e EAS................ 51

Tabela 3 – Comparação das dimensões do INEFTI..................................................... 52

Tabela 4 – Comparação múltiplas entre as dimensões do INEFTI.................................52

Tabela 5 - Comparação entre dimensões sobre EAS.....................................................55

Tabela 6 - Comparação múltiplas entre as dimensões da EAS......................................55

Tabela 7 - Comparação dos itens do INEFTI por idade ...............................................58

Tabela 8 – Comparação dos itens do INEFTI por estado civil .................................... 59

Tabela 9 – Comparação dos itens do INEFTI por afirmação se possui ensino superior

.......................................................................................................................................61

Tabela 10 - Comparação dos itens do INEFTI por afirmação se é aposentado ........... 65

Tabela 11 – Comparação dos itens do INEFTI por renda familiar ..............................67

Tabela 12 – Comparação dos itens do INEFTI por grau parentesco ............................68

Tabela 13 – Comparação dos itens da EAS por afirmação se é aposentado ................69

Tabela 14 - Comparação dos itens da EAS por renda familiar ....................................70

XII

LISTA DE SIGLAS

CSSL: Casa de Saúde São Lucas

UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte

CP: Cuidados Paliativos

UTI: Unidade de Terapia Intensiva

RN: Rio Grande do Norte

INEFTI: Inventário de Necessidades e Estressores em Terapia Intensiva

EAS: Escala de Apoio Social

MS: Ministério da Saúde

TCLE: Termo de Consentimento Livre Esclarecido

XIII

RESUMO

Cuidados Paliativos são ações que visam amenizar sintomas desagradáveis, provocados por

uma doença como também pelo tratamento. Objetivam melhorar a qualidade de vida dos

pacientes, abrangendo o cuidado à família e à comunidade. No contexto hospitalar, a Unidade

de Terapia Intensiva é um dos ambientes onde eles podem ocorrer, tendo também a família

como objeto de intervenção, estudo e investigação psicológica, visto que este grupo de pessoas

têm necessidades específicas e apresentam alterações emocionais durante o acompanhamento

da internação neste ambiente. Ademais, no contexto de assistência à família de pacientes em

Cuidados Paliativos surge a relevância de verificar a percepção de apoio social no

enfrentamento desta realidade. A literatura aponta o apoio social como proteção que resguarda

o indivíduo de riscos ocasionados por crises patológicas, sendo essencial para a promoção da

saúde. Objetivou-se investigar necessidades e percepções de apoio social em familiares de

pacientes em Cuidados Paliativos na Unidade de Terapia Intensiva. Trata-se de uma pesquisa

quantitativa, de natureza exploratória e corte transversal com 52 familiares de hospital privado

em Natal. Foram utilizados questionário sociodemográfico, Inventário de Necessidades e

Estressores de Familiares em Terapia Intensiva e Escala de Apoio Social. A análise se deu por

meio da estatística descritiva e inferencial, além do uso de softwares de processamento

estatístico de dados. Em relação ao perfil dos respondentes, foi possível verificar que eram

familiares: mulheres (88,46%), acima de 45 anos (55,77%), filhas (59,62%), casadas ou com

união estável (44,23%), com ensino superior (65,39%), católicas (65,39%) e renda familiar

acima de 4 salários-mínimos (67,31%). Os resultados sugerem apoio social satisfatório, com

significância estatística á dimensão afetiva (M: 90,0) apontam associações significativas entre

itens deste apoio e variáveis como maior renda familiar com os participantes aposentados. A

presença de necessidades esteve relacionada as dimensões segurança (M: 3,87) e informação

(M: 3,68). Evidências apontam para a presença de relação significativa entre itens destas e

aspectos relacionados a idade, escolaridade, renda familiar, com especial atenção para

intervenções junto á família de pacientes em CP e sua rede de relacionamentos, aqui

representada pela família e equipe de saúde. É aconselhado o desenvolvimento de estratégias

que atendam às necessidades deste grupo.

Palavras-chave: Cuidados paliativos; Unidade de terapia intensiva; família; apoio social.

XIV

ABSTRACT

Palliative Care are actions that aim to alleviate unpleasant symptoms caused by a disease as

well as by treatment. They aim to improve the patients' quality of life, encompassing care for

the family and the community. In the hospital context, the Intensive Care Unit is one of the

environments where it can occur, with the family also being the object of intervention, study

and psychological investigation. This group of people have specific needs and present

emotional changes during the follow-up of hospitalization in this environment. In addition, in

the context of assistance to the family of patients in Palliative Care the relevance of verifying

the perception of social support in the confrontation of this reality arises. The literature points

to social support as a shield, that protects the individual from risks caused by pathological

crises, and therefore is essential for the promotion of health. The objective of this study is to

investigate the needs and perceptions of social support in family members of patients in

Palliative Care in the Intensive Care Unit. This is a quantitative, exploratory and cross-sectional

study among 52 relatives of a private hospital in Natal. Sociodemographic questionnaire,

Inventory of Needs and Stressors of Families in Intensive Care and Social Support Scale were

used. The analysis was based on descriptive and inferential statistics, in addition to the use of

statistical data processing software. Regarding the profile of the respondents, it was possible to

verify that they were familiar: women (88,46%), over 45 years (55,77%), daughters (59,62%),

married or have a stable marriage (44,23%), with higher education (65,39%), catholics

(65,39%) and family income above 4 wage -minimums (67,31%). The results suggest

satisfactory social support, with statistical significance to the affective dimension (M: 90,0),

and point to significant associations between items of this support and variables such as higher

family income with retired participants. The presence of needs was related to the dimensions

of security (M: 3,87) and information (M: 3,68). Evidence indicates the presence of a significant

relationship between these items and aspects related to age, schooling, family income, with

special attention to interventions with regard to the family of patients in PC and their network

of relationships, represented here by the family and health team. It is advisable to develop

strategies that meet the needs of this group.

Keywords: Palliative care; Intensive Care Unit; family; social support.

15

1. Introdução

O fenômeno da morte está inserido dentro do campo de estudos na psicologia do

desenvolvimento. Nas diversas fases da vida a morte é compreendida de maneiras diferentes,

motivo para que esta temática seja discutida na área da saúde (Hohendorff & Melo, 2009).

Assim como o nascer, a morte faz parte do processo de vida do ser humano, sendo considerada

natural biologicamente (Combinato & Queiroz, 2006; Vicensi, 2016). De acordo com a teoria

de Erikson (1959) o ser humano passa por fases que são caracterizadas por crises, sendo estas

esperadas e relevantes para que ocorra o desenvolvimento. A morte se torna esperada, sendo

considerada a última etapa do ciclo vital (Eizirik, Polanczyk, & Eizirik, 2013).

A vivência do processo do morrer vem passando por mudanças, começando pelo local

onde a morte vem mais ocorrendo. No passado as pessoas morriam em suas casas, ao lado dos

familiares e interagindo com tudo que representava sua vida (Ariès, 2003). Na atualidade, a

morte vem ocorrendo em ambientes hospitalares, onde a tecnologia e o fazer médico se faz

presente, principalmente na Unidade de Terapia Intensiva - UTI (Coelho & Yankaskas, 2017;

Mazutti, Nascimento & Fumis, 2016). Com os avanços no campo da saúde, os recursos para o

controle de doenças, principalmente as crônicas, vem prolongando o processo de morte dos

pacientes, gerando mudanças na forma de vivenciá-lo (Vicensi, 2016). Uma das perspectivas

de assistência diante da proximidade da morte são os Cuidados Paliativos (CP).

Os CP são ações que visam amenizar sintomas desagradáveis, provocados por uma

doença como também pelo tratamento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO,

2017), CP são uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes (adultos e

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crianças) e suas famílias que enfrentam problemas associados a doenças potencialmente fatais.

Previne e alivia o sofrimento através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento

da dor e outros problemas, sejam eles físicos, psicossociais ou espirituais.

O cuidar envolve atos humanos no processo de assistir o indivíduo, a família e a

comunidade, englobando tanto valores humanitários quanto científicos (Silva, Campos &

Pereira, 2011). Desta forma, os CP ampliam a perspectiva de cuidado, de forma contínua e

específica com foco no controle da dor e compreendendo os diversos aspectos

biopsicossocioespirituais do paciente e sua família (Silva, Souza, Pedreira, Santos & Faustino,

2013).

É possível prestar assistência dentro da perspectiva dos CP em diferentes contextos,

como clínica dia, hospices, em domicílio, nos hospitais, além de serviços de consultoria e

suporte para o enfrentamento do luto (Melo & Caponero, 2009). Com relação ao contexto

hospitalar, os CP podem ocorrer nos diversos setores em que o paciente estiver internado, como

na UTI, local onde se faz relevante proporcionar uma atenção específica e continuada ao

paciente e sua família (Mazutti, et al., 2016; Silva et al., 2013).

Diante de qualquer doença que ameace a vida os CP podem e devem ser aplicados,

inclusive desde o seu início, tanto nos casos em que existe a possibilidade do paciente se

beneficiar com os recursos disponíveis na UTI, para ajudar em sua recuperação, quanto nas

situações em que a probabilidade de sobrevida é pequena (Silva et al., 2011). Autores reforçam

a relevância da utilização dos CP como forma de assistência, concomitante aos curativos, com

foco na prevenção e tratamento do sofrimento do paciente e seus familiares (Fonseca, Mendes

& Fonseca, 2012; Freitas & Pereira, 2013; Mendonça, Moreira & Carvalho, 2012).

A internação na UTI desperta sentimento de insegurança, ansiedade e temor da morte

que podem exacerbar, no paciente e em seus familiares, a crise desencadeada pelo adoecimento

(Sell, Sell, Nascimento, Padilha & Carvalho, 2012; Passos et al., 2015). De acordo com Erikson

17

(1959), este tipo de crise não é esperada no desenvolvimento do indivíduo, causando uma

mobilização de forças para supera-la, visto que ocorre situacionalmente (Papalia, 2013).

Quando um membro da família adoece e é internado, instala-se uma crise marcada pela

doença grave e isto pode gerar uma desorganização das relações entre estes membros, como

também um desequilíbrio nos papéis ocupados por cada um. Neste contexto, a família também

necessita de apoio no enfrentamento das adversidades ocasionadas por este momento (Silva &

Andreoli, 2010; Camponogara et al., 2013).

Diante dos sentimentos e suas fragilidades, torna-se importante inserir, na prática

assistencial em UTI, o atendimento aos familiares (Frizon, Nascimento, Bertoncello & Martins,

2011). No processo da assistência global ao paciente em UTI, a família também é inserida,

devendo também ser objeto de intervenção, estudo e investigação psicológica (Soares, 2007),

visto que também possuem necessidades.

As necessidades são conceituadas como algo essencial, exigido pelas pessoas e que,

quando supridas, aliviam ou diminuem a aflição e a angústia imediatas e melhoram a percepção

de bem-estar (Freitas, Kimura & Ferreira, 2007). Para Ferreira (2008), quando a pessoa recebe

o diagnóstico de doença fora de possibilidade de cura, a família sofre junto com ela e o impacto

é sempre muito doloroso. Diferentes reações ocorrem, diante disso, entre os grupos familiares,

gerando a necessidade de compreender as mesmas para um melhor cuidado. Nesse sentido,

quando se trata de pacientes em situação de CP ou contexto no qual a perspectiva de

recuperação é muito pequena, o cuidado assume uma importância maior, visto que os familiares

têm necessidades específicas e apresentam frequências elevadas de estresse, distúrbios do

humor e ansiedade durante o acompanhamento da internação na UTI (Soares, 2007).

Outro constructo que merece atenção na realidade em questão, é o apoio social

percebido, que refere-se ao conjunto de informação que leva o indivíduo a crer que é amado e

apoiado, tendo valor e estima, pertencendo a uma rede de comunicação e de obrigações mútuas

18

(Cobb, 1976). Em condições de fragilidade, como no caso de doença na família, este constructo

se torna relevante, inclusive sendo fator de proteção determinante à saúde das pessoas,

contribuindo para o bem-estar físico, emocional, social, entre outros. Os conceitos dentro da

temática precisam ser bem diferenciados para não gerar conflito, visto que há diferenças entre

o apoio social recebido e o percebido. Este último refere-se ao suporte reconhecido como

disponível caso precise (Gonçalves, Pawlowski, Bandeira & Piccininni, 2011).

A seguir, o texto foi estruturado em seis partes. A fundamentação teórica que contempla

o aprofundamento das temáticas sobre os CP, a família, suas necessidades, a percepção de apoio

social, considerando conceitos, emoções, sendo desafios para sua prática na UTI. Em seguida,

foram expostos os objetivos geral e específicos. O método foi explicitado apresentando a

amostra, instrumentos utilizados, descrição do local de pesquisa, relato dos procedimentos

adotados para coleta e análise dos dados, bem como os aspectos éticos considerados. Na

sequência, foram apresentados os resultados e as discussões, com ênfase na caracterização da

amostra, suas necessidades, nas percepções de apoio social, além das relações encontradas entre

os constructos e dados sociodemográficos. Por fim, são apontadas as considerações finais. As

referências, os anexos e os apêndices foram inseridos como últimos elementos da dissertação.

19

2 . Referencial Teórico

2.1 Cuidados Paliativos na Unidade de Terapia Intensiva

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o espaço do hospital destinado à assistência ao

paciente grave que precisa de cuidados contínuos e ininterruptos, por meio de uma equipe de

saúde qualificada e equipamentos avançados e sofisticados (Alcantara, Sant’Anna & Souza,

2013). Neste espaço prevalece a técnica no lidar com os aparelhos, e sua dinâmica de

funcionamento exige habilidades e conhecimentos tecnológicos específicos e especializados

(Passos et al., 2015).

Trata-se de um recurso disponível na maioria dos hospitais de grande porte, destinado

ao tratamento de pacientes gravemente enfermos, considerados especiais pela sua condição

física e psicológica, bem como pela demanda de cuidados que necessitam e que são fornecidos

(Condes et al., 2012). Para muitos, ainda é um ambiente novo e desconhecido, possuidor de

diversos aparelhos e procedimentos nunca vistos e ameaçadores, tanto para o paciente quanto

para sua família (Barth, Weigel, Dummer, Machado & Tisott, 2016; Vasconcelos et al., 2016).

Na estruturação de uma UTI, alguns aspectos relevantes devem ser considerados com

relação ao bem-estar, conforto, privacidade e maior proximidade dos pacientes internados.

Busca-se evoluir na construção das UTIs, a partir do desenvolvimento de um ambiente que

cause menos estranhamento àqueles que delas precisam (Orlando, 2002). Os leitos em que os

pacientes ficam devem ser separados, o espaço precisa obedecer aos padrões preestabelecidos,

como também a quantidade de médicos e equipe de enfermagem deve ser proporcional a

quantidade de leitos existentes (MS, 2010).

20

Além das diferentes disposições, visto que cada UTI tem sua estrutura, as características

ambientais específicas devem existir para restabelecer os pacientes considerados graves

(Condes et al., 2012). Aparelhagem como monitores, respiradores, bombas de infusão,

cateteres, sondas, entre outros insumos, são utilizados pela equipe médica e de enfermagem de

acordo com a necessidade do paciente (Resolução n°07, 2010). Condes et al (2012) ainda refere

que algumas UTIs procuram, juntamente ao aspecto tecnológico, introduzir aparatos que

servem como suporte ao paciente como, relógios, sons, televisão, espaço para fotos de família,

entre outros objetos úteis para o paciente.

Há um rigor na rotina o que faz do espaço distinto de qualquer outro local que seja

familiar para o paciente. A esta realidade dá-se o nome de processo de mecanização da UTI,

caracterizado por uso de equipamentos, formulários a ser preenchidos, instruções e regras a ser

obedecidas, isolamento, luz constante, ruídos, entre outros aspectos adversos ao ambiente

(Vicensi, 2016).

Assim, além dos avanços nas esferas tecnológica e medicamentosa, verifica-se na UTI

a necessidade do desenvolvimento dos aspectos humanos, sendo um desafio para os

profissionais de saúde, aliar o conhecimento técnico ao cuidado humanizado (Alcantara et al.,

2013; Passos et al., 2015). Estudos têm evidenciado a necessidade de unir esses dois aspectos,

técnico e humano, de forma equilibrada, com o objetivo de atender as necessidades emocionais

com o uso da tecnologia (Alcantara et al., 2013; Fernandes & Silva, 2016; Passos et al., 2015;

Reis, Gabarra & Moré, 2016).

Há uma crescente demanda de encaminhamentos para esta unidade, em função de alguns

fatores, como o avanço tecnológico no tratamento de inúmeras doenças e o aumento na

sobrevida da população e de pessoas com doenças graves. Assim, esta realidade de assistência

tornou-se indispensável diante da nova conjuntura evolutiva da assistência à saúde, com

21

controle das enfermidades crônico-não infecciosas (Monteiro, Magalhães, Carneiro & Machado

2016; Santos, Almeida & Rocha, 2012).

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM,2016) as admissões na UTI devem ser

baseadas em: diagnóstico e necessidade do paciente; serviços médicos disponíveis na

instituição; priorização de acordo com a condição do paciente; disponibilidade de leitos; e

potencial benefício para o paciente com as intervenções terapêuticas e prognóstico. Além disto,

alguns itens devem ser considerados neste processo como: diagnóstico clínico, gravidade da

doença, idade, comorbidades, prognóstico, proposta de tratamento, resposta ao tratamento já

instituído, parada cardíaca recente, avaliação da qualidade de vida prévia e desejos do paciente

e dos familiares (Garcia, 2004).

A evolução do paciente grave na UTI pode se dar de forma satisfatória, levando a sua

recuperação, mas também pode ocorrer das medidas de suporte avançado de vida não atinjam

os objetivos de evitar a morte, o que vai demandar uma abordagem diferenciada que vise o

conforto do paciente, sem ações curativas (Coelho & Yankaskas, 2017). Assim, na rotina

assistencial da UTI situações antagônicas são vivenciadas, ora salvando vidas, ora prolongando

o sofrimento, quando o paciente encontra-se fora das possibilidades de cura, sendo inevitável

sua morte (Santos et al., 2016).

Mesmo com o avanço na medicina para a cura e tratamento de comorbidades, ainda se

tem altos números de casos em que o quadro avançado da doença faz o paciente necessitar de

atenção paliativa (Mendonça et al., 2012). Verifica-se na UTI a presença de pacientes que

podem se recuperar quanto os que estão em fase avançada da doença, considerado em final de

vida (Vicensi, 2016).

Novas percepções e práticas na UTI estão diretamente relacionadas à questão da morte

e do morrer com dignidade, na intenção de evitar tratamentos fúteis que só prolongam o

sofrimento do paciente e sua família, sendo campo de estudo relevante para a saúde (Mazutti et

22

al., 2016; Vicensi, 2016). Como medida de não proporcionar essa condição negativa e que,

muitas vezes, só geram uma sobrevida dos pacientes mas sem benefício algum, pode-se fazer

uso da prática de Cuidados Paliativos (CP), inclusive na UTI, sendo considerada uma filosofia

de cuidado neste ambiente (Silva et al., 2013).

Seu conceito evoluiu ao longo do tempo passando a dar relevância à pessoa doente,

às suas necessidades como também as da família, ou seja o corpo ou órgão doente, a idade e

tipo de doença deixaram de ser prioritário do cuidado (Burlá & Py, 2014). Eles focam na

qualidade de vida dos pacientes e suas famílias, quando diante de doença que ameace a vida,

além de prevenir e aliviar o sofrimento por meio da identificação precoce, avaliação correta e

tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais (WHO, 2017).

A partir da definição acima pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Byock (2009)

elenca princípios que clarificam o conceito (Gomes & Othero, 2016):

• A morte deve ser compreendida como um processo natural, parte da vida, e a qualidade de

vida é o principal objetivo clínico;

• Os Cuidados Paliativos não antecipam a morte, nem prologam o processo de morrer;

• A família deve ser cuidada com tanto empenho como o doente. Paciente e familiares formam

a chamada unidade de cuidados;

• O controle de sintomas é um objetivo fundamental da assistência. Os sintomas devem ser

rotineiramente avaliados e efetivamente manejados;

• As decisões sobre os tratamentos médicos devem ser feitas de maneira ética. Pacientes e

familiares têm direito a informações acuradas sobre sua condição e opções de tratamento; as

decisões devem ser tomadas de maneira compartilhada, respeitando-se valores étnicos e

culturais;

• Cuidados Paliativos são necessariamente providos por uma equipe interdisciplinar;

23

• A fragmentação da saúde tem sido uma consequência da sofisticação da medicina moderna.

Em contraposição, os Cuidados Paliativos englobam, ainda, a coordenação dos cuidados e

provêm a continuidade da assistência;

• A experiência do adoecimento deve ser compreendida de uma maneira global e, portanto, os

aspectos espirituais também são incorporados na promoção do cuidado;

• A assistência não se encerra com a morte do paciente, mas se estende no apoio ao luto da

família, pelo período que for necessário.

Os CP podem ser oferecidos no curso inicial de uma doença progressiva, avançada e

incurável, devendo ser aplicados como um continuum, em diversas etapas do curso da doença

(Burlá & Py, 2014). A OMS (2007) pontua que eles podem e devem ser oferecidos

concomitantemente ao cuidado curativo, pois não são excludentes para a prevenção e

tratamento do sofrimento do paciente e seus familiares (Freitas & Pereira, 2013; Monteiro,

Magalhães, Féres-Carneiro & Machado, 2016; Moritz et al., 2008). Algumas discussões acerca

deste tema tem enfatizado a importância da integração precoce entre CP e curativos a todas as

pessoas com doenças ameaçadoras da vida, considerando as necessidades dos pacientes e seus

familiares (Mazutti, et al., 2016; Mendonça et al., 2012; OMS, 2007).

Os CP não são incompatíveis com a UTI pois muitas vezes torna-se necessário fazer a

transição dos cuidados intensivos terapêuticos para os intensivos facilitadores de alívio dos

sintomas desagradáveis, até a morte (Fonseca & Fonseca, 2010). Neste ambiente eles vem

sendo desenvolvidos, inclusive sendo campo de estudo e pesquisa, promovendo uma assistência

diferenciada tanto ao paciente quanto a família, favorecendo um processo de morte sem dor,

com conforto e dignidade, principalmente nas situações de final de vida (Fonseca et al., 2012;

Mazutti, et al., 2016; Sanches, Nascimento & Lima, 2014).

Cabe enfatizar a diferença existente entre CP, enquanto modalidade de intervenção e

cuidados de fim de vida, que são parte importante do primeiro. Neste processo tem-se a

24

assistência que o paciente deve receber durante a última etapa de sua vida, a partir do momento

em que se constata o declínio progressivo da sua condição de vida com a proximidade da morte

(Watson, Lucas, Hoy & Wells, 2009).

Em estudo com idosos em CP na UTI verificou-se cinco domínios de qualidade nos

cuidados ao final de vida (Fonseca et al., 2012). São eles: controlar a dor e manejar

adequadamente os sintomas; evitar o prolongamento inapropriado da vida, com sofrimento

desnecessário, por meio do uso de medidas curativas; manter a autonomia do paciente; aliviar

o estresse e; fortalecer as relações com familiares. Estes domínios fazem parte das intervenções

em CP e enfatizam a complexidade deste cuidado centrado no paciente e em sua família.

Os CP também são uma opção para dar suporte aos profissionais de saúde na assistência

ao paciente que esteja em fase final de vida, na medida em que estabelece práticas mais

individualizadas e humanizadas, levando em consideração as necessidades do paciente e sua

família. Na UTI eles também dão suporte aos pacientes e familiares, podendo proporcionar um

ambiente mais confortável, a melhor cura e maior conscientização a respeito da terminalidade

da vida (Coelho & Yankaskas, 2017).

Como maneira de facilitar o desenvolvimento de uma boa prática de CP na UTI, a

implantação de protocolos se torna relevante, visto que podem auxiliar nas tomadas de decisões

e condutas levando em consideração o equilíbrio entre ações paliativas e curativas em condições

críticas (Coelho & Yankaskas 2017; Silva et al., 2013; Vicensi, 2016). Esta medida também

favorece a interação junto aos familiares, sujeitos que vem sendo inseridos nos ambientes de

UTI e que fazem parte no processo assistencial dos CP (Alves, Andrade, Melo, Cavalcante &

Angelim, 2015; Monteiro, Magalhães & Machado, 2017; Pinheiro, Martins, Rafael & Lima,

2016; Silva et al., 2013).

25

2.2 A família vivenciando os Cuidados Paliativos na UTI

A família vem passando por mudanças ao longo do tempo demandando novas formas

de entende-la e lidar frente suas necessidades. Aspectos históricos, culturais e socioeconômicos

têm forte influência na sua compreensão como também determinando as novas configurações

de relacionamento entre os seus membros como também com o mundo (Falceto & Waldemar,

2013).

Segundo Souza (2010), entende-se como família a unidade social de proximidade

diretamente ligada ao paciente através do amor podendo ou não ter laços legais ou de

consanguinidade. Embora também tenham papéis e funções, o seu principal valor são os

relacionamentos que são insubstituíveis (Carter & McGoldrick, 1995).

Segundo Erikson (1959) o ser humano passa por fases que são caracterizadas por crises,

sendo estas esperadas e relevantes para que ocorra o desenvolvimento. Entende-se por crise um

estado psicológico onde o fator desencadeante é o desequilíbrio entre a percepção da

dificuldade, a importância do problema e os recursos disponíveis para sua solução (Aguiar,

1998). Vale destacar a existência de crises inesperadas, ou seja, que não fazem parte do processo

evolutivo do indivíduo, sendo a doença uma delas.

Com relação a família, esta passa por transições coincidindo com as crises do

desenvolvimento do indivíduo, precisando lidar com períodos em que ajustes são necessários

para o estabelecimento de seu equilíbrio (Falceto & Waldemar, 2013). Elas reagem as crises

com padrões de comportamento construídos ao longo da vida. Há discussão acerca das fases do

desenvolvimento da família e sua forma de lidar com as doenças, principalmente as crônicas

(Rolland, 1995).

As doenças crônicas, são aquelas que apresentam início gradual, com duração longa ou

incerta, que, em geral, apresentam múltiplas causas e cujo tratamento envolva mudanças de

26

estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que, usualmente, não leva à cura (MS,

2014). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) elas são as que têm uma ou mais das

seguintes características: são permanentes, produzem incapacidade/deficiências residuais, são

causadas por alterações patológicas irreversíveis, exigem uma formação especial do doente para

a reabilitação, ou podem exigir longos períodos de supervisão, observação ou cuidados.

Para haver o desdobramento de uma doença crônica do ponto de vista do

desenvolvimento, faz-se necessário compreender a inter-relação entre três fios evolutivos: a

doença e os ciclos de vida do indivíduo e da família (Rolland, 1995). Segundo o autor para cada

fase existe tarefas desenvolvimentais psicossociais que exigem forças, atitudes ou mudanças

familiares diferentes.

A família é de vital importância nas questões referentes aos processo saúde/doença do

seu familiar. Quando ocorre uma hospitalização se dá um rompimento do equilíbrio

estabelecido entre seus membros, necessitando de uma reorganização para lidar a nova

realidade (Freitas, Mussi & Menezes, 2012; Frizon, Nascimento & Bertoncello 2012; Sell et

al., 2012).

Famílias com maior capacidade de se ajustar e reagir às adversidades enfrentam melhor

as dificuldades da vida (Falceto & Waldemar, 2013). Somado a esta habilidade tem-se o apoio

efetivo que pode contribuir para melhorar a condição emocional dos familiares (Sell et al.,

2012).

Normalmente o processo do adoecer provoca fragilidade emocional no paciente e em sua

família, visto que não esperam nem estão preparados para lidar com tal realidade, podendo se

exacerbar frente necessidade de internação hospitalar, principalmente se esta for em UTI. A

permanência de um membro familiar na unidade pode ser interpretada como uma ameaça a

vida, somado ao distanciamento físico entre as partes (Sell et al., 2012). Assim, quando se fala

em admissão na UTI tanto o paciente quanto seus familiares experimentam uma grande crise

27

que é marcada pelo desequilíbrio físico e emocional (Reis, et al., 2016), o que vai demandar da

equipe ações para dar suporte aos envolvidos neste processo.

A UTI traz um paradoxo no que concerne à sua função: para alguns pacientes e

familiares ela é um local para se morrer, enquanto que para outros presta a melhor assistência

em virtude do aparato tecnológico que oferece a quem necessita (Vicensi, 2016). Para esta

autora, existe também a visão de que o espaço passa uma percepção de hostilidade a quem ali

chega. Esta dicotomia acerca da função da UTI remete na visão de que ao mesmo tempo em

que é local de recuperação para pacientes graves, também é espaço de morte o que gera medo

e angústia.

Para pacientes e familiares, a internação na UTI é considerado um acontecimento

estressante envolvendo fatores como: risco de morte, incertezas frente o tratamento e

recuperação, medo de não ter bons resultados, do prognóstico, ansiedade, tristeza, sofrimento,

impotência além de limitações com o afastamento do familiar (Frizon et al., 2011; Passos et al.,

2015). Com isto, é necessário saber qual o significado que esta realidade tem para a família

como também suas implicações para a vida e a rotina dos seus membros sendo, desta forma,

possível compreender suas atitudes, comportamentos, expectativas e percepções relacionadas a

hospitalização (Sell et al., 2012).

Com relação ao distanciamento, a literatura evidencia que é prejudicial à recuperação

do paciente como também ao bem-estar do família, visto que é uma realidade o ambiente da

UTI promover o afastamento do paciente da sua família, havendo, deste modo, necessidade de

maior atenção e cuidado e este grupo específico por parte dos profissionais que fazem parte da

equipe de saúde (Vidal, Araújo, Perreault & Azevedo, 2013). Uma possibilidade de amparo,

tanto para o paciente quanto para seus familiares, é a visita que, segundo estudo, pode contribuir

para a melhora do estado emocional dos familiares (Nunes, 2017).

28

Algumas reações emocionais são evidenciadas na família, tais como: medo, culpa,

ansiedade, angústias, além do sofrimento pela separação com o membro da família internado

(Maestri, Nascimento, Bertoncello & Martins, 2012; Santos & Garegnato, 2013; Souza, Barilli,

& Azeredo, 2014; Spohr, Freitas, Ilha, Nicola & Gehlen, 2013). Diante dos diversos

sentimentos que eles podem vivenciar nesta situação de crise, torna-se importante inserir, na

prática assistencial em UTI, o atendimento a este grupo (Frizon, et al., 2011).

Para o indivíduo internado, a família constitui o grupo social mais importante e tem a

função de auxiliar na estabilidade emocional, felicidade e bem-estar de seus membros (Puggina

et al., 2014). Ela faz parte do processo de atendimento à saúde do paciente, precisando receber

cuidados durante a vivência na UTI, para que possa lidar com tal situação, devendo também ser

objeto de intervenção, estudo e investigação psicológica (Soares, 2007), visto que também

possuem necessidades.

Entendendo a família como extensão do paciente, faz-se necessário expandir o cuidado

aos familiares com oferecimento de apoio e confiança a estes (Gotardo & Silva, 2005; Silva et

al., 2011). O cuidar envolve atos humanos no processo de assistir o indivíduo, a família e a

comunidade, englobando tanto valores humanitários quanto científicos (Silva et al., 2011).

O processo de cuidar da família na assistência deve envolver acolhimento, que faz parte

da base de atuação da equipe paliativista, compreendendo todas as dimensões físicas,

emocionais, sociais e espirituais envolvidas (Silva et al., 2013). Desta forma, a assistência aos

familiares é de responsabilidades de todos da UTI (Soares, 2007), sendo uma discussão atual,

visto que está preconizado na Política Nacional de Atenção ao Paciente Crítico (MS, 2005).

No que concerne à família frente os CP, estudos têm mostrado que a inserção dos CP na

UTI pode contribuir na diminuição do tempo usado na determinação dos objetivos e

tratamentos, unindo aos desejos e valores do paciente/família (Mazutti et al., 2016). Para isso,

29

se faz necessário que o atendimento aos familiares seja parte do cuidado nas instituições, com

foco ampliado para eles (Alcantara et al., 2013; Silva et al., 2013).

Assim, assistência centrada no binômio paciente/família deve ocorrer durante todo o

processo de doença do indivíduo (Silva et al., 2013), com a integração da família nos CP (Freitas

& Pereira, 2013). Os profissionais precisam estabelecer laços com a família, o que facilitará no

diálogo franco sobre as situações limítrofes e que exigem decisões, discutindo os CP com ela

(Alcantara et al., 2013).

Com relação aos pacientes idosos, população que vem fazendo uso da assistência em UTI,

estudos verificam que a família é consultada durante o processo de definição deste tipo de

assistência a qual proporcionará a oportunidade de intervir sob outro prisma, oferecendo

conforto, alívio e respeito à autonomia do paciente e de seus familiares (Fonseca & Fonseca

2010; Fonseca et al., 2012). A inclusão da família nos processos decisórios engloba o respeito

pelos seus desejos e dos pacientes, compreendendo tanto o contexto individual quanto as

diversas nuances que geram a internação do idoso, havendo também atenção aos aspectos

globais e ao contexto familiar dos pacientes (Fonseca & Fonseca, 2010).

Cabe aqui reforçar que muito se tem a fazer junto aos familiares de pacientes em CP na

UTI. Estudos tem enfatizado que ainda é precária a atenção dada a eles, o que compromete a

assistência e fere o que está preconizado pelas diretrizes dos CP, inclusive nas UTIs (Freitas &

Pereira, 2013; Souza et al., 2014; Vargas et al., 2013). Pesquisas fazem-se necessárias com

intuito de evidenciar a relevância de práticas em saúde junto aos familiares, como também para

oferecer subsídios ao desenvolvimento de ações direcionadas a esta população.

30

2.3 Necessidades dos familiares de pacientes na UTI

O termo necessidade tem sua origem no latim necessitare significando “qualidade ou

caráter de necessário”; já a palavra necessário significa “aquilo que é essencial, indispensável,”

(Amora, 2014).

A terminologia necessidade pode ser analisada de formas diferentes. De acordo com a

teoria da motivação humana de Maslow é um estado de tensão que funciona como força

motivadora e determina a ação. Outra maneira é seguir uma abordagem que visa o alcance de

objetivos, sendo a necessidade uma lacuna entre o estado real do indivíduo e seus objetivos

(Liss, 1994).

Quando se vivencia um estado de desequilíbrio, o indivíduo busca a resolução para

retornar a condição anterior, de equilíbrio. Este movimento acontece frente situações de crise

nas quais se cria condições em busca de melhor bem-estar possível (Boss, Bryant & Mancini,

2017; Jamison, Ganong & Proulx, 2017; Walsh, 2016).

Em contextos de doenças, esta realidade é bem evidente nos pacientes e seus familiares,

visto que exige das pessoas envolvidas a busca por soluções para os seus problemas, em direção

de suas forças e potencialidades (Horta & Fernandes, 2018). Eventualmente, faz-se relevante

algum tipo de auxílio para que este retorno aconteça e a equipe de saúde pode contribuir neste

processo (Gotardo & Silva, 2005). Uma alternativa é o trabalho do psicólogo na equipe,

ajudando para a manutenção, prevenção ou reversão dos desequilíbrios existentes (Alves et al.,

2015).

Leske (1986) conceitua as necessidades dos familiares como algo essencial, exigido

pelas pessoas e que, quando supridas, aliviam e melhoram a percepção de bem-estar. A partir

deste conceito e fazendo relação com o processo de doença e hospitalização, muitas demandas

surgem, no grupo familiar, e estas vão depender de como este vai apreender e elaborar a

31

realidade inesperada, visto que não existe uma forma única de lidar com as adversidades

(Minozzo & Costa, 2013; Walsh, 2016).

Alguns autores afirmam que apesar de existir necessidades comuns aos seres humanos,

particularidades individuais também são evidenciadas, o que tem relação com a fisiologia e o

ambiente em que se está inserido, além do aspecto cultural. Desta forma, ao se intervir com

famílias, deve-se buscar compreender as dinâmicas de funcionamento que sofrem mudanças ao

longo do ciclo de evolução de vida (Carter & McGoldrick, 1995).

Na UTI, atender as reais necessidades da família representa uma maneira de prestar

assistência e cuidado. A intenção é proporcionar a qualidade de vida dos envolvidos, visto que

considerando as suas necessidades obtém-se possível equilíbrio para o enfrentamento do

contexto crítico (Mendonça et al., 2012).

O primeiro estudo envolvendo familiares foi realizado por Molter (1979) no qual

descreveu as necessidades percebidas e seu grau de importância pelos familiares de pacientes

críticos. A autora construiu um questionário com 45 itens que foram pontuados de acordo com

o seu grau de importância.

O trabalho de Molter foi replicado por Leske (1986) que fez uma reorganização

randômica do instrumento e passou a receber o nome de Critical Care Family Needs Inventory

(CCFNI), composto pelas mesmas 45 necessidades. Após isto realizou uma análise fatorial na

qual observou cinco dimensões: suporte, conforto, informação, proximidade e segurança

(Leske, 1991).

O CCFNI tem sido utilizado na sua forma original, mas também vem sendo traduzida e

adaptada por diferentes países e populações, nos seus respectivos idiomas, inclusive no Brasil

(Freitas, 2005). Neste país, inicialmente foi realizada uma adaptação transcultural e validação

do instrumento por Castro (1999) que identificou as necessidades mais importantes para os

32

familiares, analisando também a relação entre o nível de estresse vivenciado com o grau de

satisfação das necessidades.

A partir do estudo de Castro o instrumento passou a ser chamado de Inventário de

Necessidades e Estressores de Familiares em Terapia Intensiva (INEFTI). Ele foi validado em

escala de razão por Morgon e Guiradello (2004) com familiares de pacientes internados na UTI.

Cabe pontuar que diversos aspectos irão influenciar nas necessidades dos familiares tais

como fatores físicos, emocionais, interacionais, entre outros (Fortunatti, 2014). Este autor

realizou um estudo de revisão de literatura utilizando o CCFNI e foi verificado que a cultura

influencia as necessidades dos familiares. Segundo o autor, alguns relatos sugerem que crenças,

valores, religião, além da localização geográfica influenciaria na forma de priorizar as suas

necessidades (Fortunatti, 2014).

Vários estudos tem evidenciado as necessidades de familiares sob diferentes enfoques. A

maioria são de caráter qualitativo, investigando a importância e a satisfação deles,

principalmente em relação a UTI (Camponogara et al., 2013; Ribeiro & Santos, 2008; Spohr et

al., 2013). Porém, tem crescido o número de estudos de caráter quantitativo, inclusive utilizando

o INEFTI, tanto avaliando as necessidades dos parentes em UTI adulto quanto em contextos de

bebês e crianças (Almeida et al., 2012; Escobar, Yañez & Palencia, 2014; Puggins et al., 2014;

Silva et al., 2014; Soares et al., 2010; Proença et al., 2017).

Existem evidências de demandas emergentes durante a experiência na UTI relacionadas

a comunicação, conforto, apoio, segurança e proximidade (Almeida et al., 2012; Camponogara

et al., 2013; Fortunatti, 2014; Maestri et al., 2012; Puggina et al., 2014; Spohr et al., 2013).

Dentre as demandas evidenciadas, a informação surge como um dos aspectos prioritários

nas necessidades dos familiares (Fernandes & Silva, 2016; Reis et al., 2016; Souza, Barilli &

Azeredo, 2014). Outros estudos acrescentam a segurança como outra necessidade evidente nas

avaliações feitas pelos familiares (Fabrellas Pérez & Ribas, 2007; Silva et al., 2014).

33

Com relação a comunicação, alguns estudos tem a evidenciado como ferramenta para

manter a família informada sobre a realidade do paciente (Soares, 2007; Soares, Santos &

Gasparino, 2010; Spohr et al., 2013), como também a relevância do compartilhamento de

decisões por meio de comunicação interdisciplinar, aberta e verdadeira com familiares

(Gristina, De Gaudio, Mazzon & Curtis, 2011; Knickle, Mc Naughton & Downar, 2012).

Avaliando as necessidades dos familiares na UTI é possível implementar ações que

venham a promover acolhimento e práticas de humanização em prol do bem-estar e equilíbrio

deles. Porém, a equipe encontra limitações em considerar o contexto familiar e social como

parte integrante da assistência ao paciente, que gera a necessidade de capacitação,

sensibilização e estímulo para que ocorra uma mudança nesta perspectiva (Alves et al., 2015;

Monteiro et al., 2017; Proença et al., 2017).

2.4 Apoio Social como fator de proteção

Ao longo da vida, o indivíduo pode ou não receber ajuda. Quando ocorre, vem de uma

rede social composta por grupo de pessoas com os quais mantém contato ou algum tipo de

vínculo social (Bowling, 1997). Esta rede pode ser formada por relacionamentos tanto mais

próximos (familiares e amigos íntimos) como também formais (outras pessoas e grupos), sendo

um movimento mútuo (Cobb, 1976; Canesqui & Barsaglini, 2012).

Fazendo parte desta rede tem-se o apoio (ou suporte) social que refere-se ao conjunto

de informação que leva o indivíduo crer que é amado e apoiado, tendo valor e estima

pertencendo a uma rede de comunicação e de obrigações mútuas (Cobb, 1976). Segundo Caplan

(1974), ele é um sistema formado por relações formais e informais através do qual um indivíduo

recebe ajuda emocional, cognitiva e material para enfrentar situações geradoras de estresse.

34

O apoio social é um construto complexo e multidimensional que se relaciona com a

saúde e bem-estar do indivíduo, ajudando-o na compreensão da influência positiva ou negativa

das relações, na forma como este lida com as adversidades ao longo do desenvolvimento

(Marôco, Campos, Vinagre & Pais-Ribeiro, 2013). Ele é disponibilizado pela rede de

relacionamentos do sujeito e tem sido descrito como uma percepção subjetiva da qualidade do

suporte avaliado pelo indivíduo, necessitando ser individualizado, integral e dinâmico

(Rodrigues & Ferreira, 2012).

A rede social e o apoio social são considerados como recursos importantes e que podem

favorecer no enfrentamento de diferentes situações difíceis. Este último abrange a estrutura da

rede de relacionamentos sociais e a adequação de sua função, sobretudo o grau de satisfação da

pessoa com o apoio que recebe. Sua existência está relacionada à dimensão estrutural e

institucional ligada ao indivíduo e tem sido fortemente associada com desfechos positivos

(Amendola, Alvarenga & Oliveira, 2011).

Autores clássicos nesta temática afirmam a existência de dimensões funcionais para o

apoio social (Bowling, 1997; Norbeck & Tilden, 1981; Östergren, Hanson, Isacsson & Tejler,

1991; Sherbourne & Stewart, 1991), sendo elas:

a) Apoio emocional: que diz respeito a receber demonstrações de afeto positivo e

empatia, ser encorajado a expressar sentimentos de confiança empatia, carinho, amor,

confiança, estima, afeto, escuta e interesse. Este apoio busca estimar a habilidade da rede social

em satisfazer as necessidades individuais em relação a problemas emocionais, confidenciais e

de encorajamento em momentos difíceis da vida (Östergren et al.,1991);

b) Apoio afetivo: refere-se a demonstrações físicas de afeto, como por exemplo, o toque,

o abraço, entre outros;

c) Interação social positiva: diz respeito a companhia, ter alguém com quem se distrair

e fazer coisas agradáveis;

35

d) Apoio de informação: relaciona-se a informações utilizadas pela pessoa para lidar

com problemas. Este apoio é medido através da disponibilidade de aconselhamentos, sugestões,

diretrizes e informações;

e) Apoio instrumental ou material: reflete a disponibilidade de serviços práticos e

recursos materiais, onde estão incluídos, em situações emergenciais, a ajuda em dinheiro ou o

auxílio nas tarefas da casa, por exemplo.

Ainda investigando as causas do apoio social, Bullock (2004) refere que ele é

determinado pelas relações interpessoais correspondentes às funções emocional, informativa e

instrumental, que podem influenciar no seu grau de satisfação, a depender da disponibilidade e

qualidade. O apoio emocional está ligado ao afeto, amor, empatia, respeito; o informativo está

relacionado as sugestões, informações, conselhos e opiniões; e o instrumental se refere ao

auxílio financeiro, tempo dedicado e disponibilização de recursos, bens e serviços.

Esta temática vem sendo debatida por décadas, em diversos campos de estudo, como a

psicologia e a sociologia (Canesqui & Barsaglini, 2012). Na área da saúde, os estudos iniciais

foram relacionados aos efeitos do apoio social sobre os diferentes estressores quer sejam,

sociais, biológicos, ambientais, individuais e coletivos, que afetavam a fragilidade dos

indivíduos e geravam quadros crônicos, psicológicos e psicossomáticos (Norbeck & Tilden,

1983).

Para Cobb (1976) o apoio social tem caráter protetivo, determinante da saúde das

pessoas. Estudos tem enfatizado que, em condições inadequadas de apoio, há risco de

comprometimento da saúde, inclusive de morte, como em caso de população jovem e adulta

(Félix et al., 2016; Kleiman & Liu, 2014). Desta forma, em situações adversas de estresse, como

no caso de contextos com consequências negativas de doenças graves, o apoio social é

considerado fator de proteção, pois a disponibilidade de ter alguém que forneça ajuda ou apoio

emocional contribui para o enfrentamento da realidade (Sherbourne & Stewart, 1991).

36

Cabe aqui diferenciar o apoio social percebido do recebido. O primeiro refere-se ao

suporte reconhecido como disponível caso precise, já o segunde descreve o suporte social que

foi recebido por alguém (Cramer, Henderson & Scott, 1997). Ambos são relevantes porém

sofrem influências diferentes, pela ótica de quem analisa, por exemplo, um indivíduo pode

receber um determinado tipo de apoio mas não percebe-lo como tal. No caso deste estudo, o

primeiro será considerado para análise.

Neste sentido, é relevante se destacar a percepção que o indivíduo tem sobre o apoio

que recebe. Este tipo de apoio sofre influência de acordo com o significado que é dado pela

pessoa em determinada situação pela satisfação ou não com o auxílio recebido e a qualidade do

relacionamento mantido com o provedor (Gonçalves et al., 2011).

Em pesquisa recente, foram investigados instrumentos utilizados para medir o apoio

social através de artigos publicados no período de 2009 a 2014 e concluiu-se que este constructo

associa-se à promoção de benefícios para a saúde (Dantas, Alchieri & Maia, 2015). Estes dados

soma ao que Cobb (1976) apontava acerca dos efeitos do apoio social efetivo na redução dos

custos nos cuidados médicos.

Vem sendo uma crescente a quantidade de pesquisas abordando a relação do apoio

social e saúde. Tem-se encontrado evidências nos campos da longevidade, gravidez, puerpério,

familiares cuidadores, entre outros (Dantas, Araújo, Revorêdo, Pereira & Maia, 2015). No que

se refere a familiares de pacientes em UTI tem estudos direcionados a população de pais em

UTI neonatal como frente de algumas doenças crônicas na adolescência, porém verifica-se uma

carência relacionada ao grupo de familiares de pacientes adultos o que estimula a produção

científica neste campo. Diante disto, lança-se a hipótese de que seja relevante verificar o apoio

social percebido por eles, especificamente em contextos de CP na UTI.

Em UTI, as famílias descrevem positivamente o apoio percebido com a interação com

outros familiares, nas quais há o compartilhamento de experiências (Reis et al., 2016). Com

37

relação aos familiares de pacientes em risco de morte, estudo tem evidenciado que eles

concebem a estrutura familiar como relevante e fonte de maior apoio (Nunes, Gomes, Reis

Santos & Oliveira, 2017). Isto é explicado pelo movimento familiar em se voltar para a

internação, gerando maior união entre os membros e a manutenção dos processos

autorregulatórios da dinâmica familiar (Reis, et al., 2016; Santos, 2013). Assim, esta esfera

ainda é vista como forte estrutura de ajuda no processo de enfrentamento de situações de

doenças e hospitalizações.

Algumas reflexões e relações desenvolvidas por alguns estudos foram evitadas, pelo uso

indiscriminado dos conceitos de suporte, apoio e rede social o que poderia comprometer a

construção teórica acerca do apoio social, além de não terem foco investigativo. Considerando

a deficiência no conhecimento público nessa área, reforça-se, pois, a necessidade de maior

investigação do apoio social junto a familiares de pacientes em CP na UTI.

38

3. Objetivos

3.1 Geral

Investigar a existência de correlação entre as necessidades e o apoio social percebido

pelos familiares de pacientes em cuidados paliativos na UTI.

3.2 Específicos

a) Avaliar as necessidades dos familiares de pacientes em cuidados paliativos internados na

UTI;

b) Caracterizar o apoio social percebido pelos familiares de pacientes em cuidados paliativos

na UTI;

c) Averiguar potenciais correlações entre necessidades, apoio social e aspectos sócio

demográficos dos participantes.

39

4. Método

4.1 Delineamento do estudo

Trata-se de pesquisa com caráter exploratório, quantitativo, transversal e correlacional.

Segundo Gray (2012) o delineamento correlacional verifica a relação entre variáveis e a força

desta relação, porém isto não implica em uma relação de causa. Já o corte transversal envolve

obter informações de uma única vez a partir de pessoas em uma série de diferentes condições

que, espera-se, são significativas para a mudança (Breakwel, Fife-Schaw, Hammond, & Smith,

2010).

4.2 Participantes

O número de participantes foi definido por amostragem não probabilística por

julgamento (Bussab & Bolfarine, 2005). O cálculo amostral se deu com base no levantamento

de quantidade de pacientes internados na UTI, no último ano, entre Julho de 2014 a Junho 2015,

que antecedeu ao início do projeto de pesquisa, neste mesmo hospital. Foram encontradas

registro de 1402 pacientes internados na UTI durante o período assinalado, o que representa

aproximadamente 59 pacientes internados mensalmente. Para o cálculo amostral, considerou-

se que pelo menos um familiar destes pacientes frequente a Unidade de Terapia Intensiva para

acompanhar o quadro clínico do mesmo. Estimando o Erro Amostral de 5% e Nível de

Confiança de 95%, obteve-se uma amostra de acordo com o seguinte balanço:

40

No qual N seria o tamanho da população, logo 59. Z representa o valor crítico

correspondente ao grau de confiança desejado, que é de 95% (erro amostral de 5%), sendo Z =

1,96. π é a proporção populacional de indivíduos que pertence à categoria que será estudada.

Contudo, quando não se sabe sobre esta proporção, pode-se atribuir o valor de 0,5, conforme

Levine, Stephan, Krenhbiel e Berenson (2013). Assim:

𝑛 =59 . 1,962 . 0,5 . 0,5

0,052(59 − 1) + 1,962 . 0,5 . 0,5

𝑛 =56,6636

0,145 + 0,9604=

56,6636

1,1054= 51,26

Como indivíduos são seres de valores discretos e não contínuos, o resultado deve ser

arredondado. Utilizando regras da lógica matemática, o valor passou a ser igual a

aproximadamente, sendo assim, foram entrevistados 52 familiares. Cabe aqui informar que não

foi possível selecionar para o cálculo amostral a quantidade de pacientes em CP que estavam

internados na UTI, visto ser comum o paciente passar a receber este tipo de assistência após

entrar na unidade, como também outros casos que no início da internação não se enquadravam

na condição específica e após intercorrências de ordens diversas, passou a ser cuidado dentro

da perspectiva em questão.

Foram incluídos na amostra familiares de pacientes em cuidados paliativos internados

em prazo mínimo de 24 horas na UTI, respeitando o preconizado nas avaliações estatísticas

específicas de internação na unidade. Os participantes devem ter idade entre 19 e 59 anos e

deverão aceitar participar da pesquisa, mediante a assinatura do termo de consentimento livre e

esclarecido. Foram excluídos os familiares idosos a partir de 60 anos em função das

)1()1(

)1(22

2

cp

c

ZN

NZn

41

peculiaridades cognitivas deste período do desenvolvimento, conforme Moraes, Marino e

Santos (2010).

A pesquisa se deu na UTI de um hospital geral privado na cidade do Natal/ RN, local

composto por dez leitos, sendo dois de isolamento. Cabe informar que o familiar participante

da pesquisa foi o identificado como cuidador e responsável pelo paciente, visto que se mantinha

mais presente e participativo na rotina e acompanhamento ao mesmo na UTI, como também

era o membro que participava nos processos decisórios relacionados aos cuidados do seu ente.

Assim, foi considerado um familiar por cada paciente internado na unidade.

4.3 Instrumentos

A escolha dos instrumentos para a realização deste trabalho se deu por estes

possibilitarem avaliar os aspectos referidos nos objetivos do presente trabalho, como também

serem utilizados em outros estudos com população semelhante. São eles:

4.3.1 Questionário sociodemográfico

Trata-se de uma entrevista estruturada elaborada pela pesquisadora que tem como

objetivos obter informações sociodemográficas e clínicas como como idade, sexo, estado civil,

escolaridade/tempo de estudo, profissão, renda familiar, religião, além de características de sua

condição de moradia, bem como a relação de parentesco com o paciente (Apêndice A);

4.3.2 Inventário de Necessidades e Estressores de Familiares de Terapia Intensiva -INEFTI

42

Trata-se de um instrumento derivado do Critical Care Family Needs Inventory

(CCFNI), adaptado e validado para a cultura brasileira, que avalia a importância das

necessidades de familiares de pacientes em UTI e a satisfação com o atendimento nesta unidade.

O instrumento aborda necessidades relacionadas a cinco dimensões: Informação, Segurança,

Proximidade Suporte e Conforto (Anexo A). A versão disponível em português é composta por

43 itens (Castro, 1999; Morgon & Guirardello, 2004). O sistema de pontuação adotado foi o

mesmo do CCFNI, com variação de 1 a 4 (não importante a importantíssimo e insatisfeito a

totalmente satisfeito), de forma a facilitar a comparação com outros estudos, portanto o escore

total do instrumento pode variar de 43 a 172. Conforme adotado em alguns estudos, as

necessidades com média ≥ a 3 foram definidas com importantes (Freitas et al., 2007; Lee &

Lau, 2003; Tin, French & Leung, 1999). A distribuição dos itens por dimensão adotada neste

estudo foi: segurança com 7 itens (1, 5, 14, 17, 33, 40, 41), proximidade com 9 itens (6, 10, 29,

34, 37, 38, 39, 42, 43), informação com 8 itens (3, 4, 11, 13, 15, 16, 19, 36), conforto com 6

itens (8,20,21,23,28,32) e suporte com 13 itens (2, 7, 9, 12, 18, 22, 24, 25, 26, 27, 30, 31, 35).

4.3.3 Escala de Apoio Social - EAS

Para avaliar a percepção do apoio social por esses familiares, foi utilizada a Escala de

Apoio Social (EAS), validada para a realidade brasileira por Griep (2003). Ela é uma escala

composta por 19 itens (Anexo B), tipo likert, contendo cada um, cinco alternativas que variam,

com respostas que vão do nunca (1) ao sempre (5). Esta escala mensura a frequência com que

o indivíduo percebe que pode contar com pessoas que o apoiem em situações diversas,

contendo, em sua versão original, cinco dimensões funcionais de apoio social: a) apoio

emocional (itens 2,8,15,18) – relacionada à percepção de pessoas em quem confiar ou para falar

de seus problemas; b) apoio afetivo (itens 5,9,19) - associada a demonstrações de afeto, tais

43

como pessoas que o amem e o façam sentir querido; c) interação social positiva (itens

6,10,13,17) - envolve aspectos referentes a ter com quem se distrair e fazer coisas agradáveis,

como, por exemplo, atividades de lazer; d) apoio de informação (itens 3,7,12,16) – refere-se à

presença de informações que podem ajudar o indivíduo a lidar com problemas; e) apoio material

(itens 1,4,11,14) - reflete a disponibilidade de apoio em serviços práticos, tais como pessoas

para preparar suas refeições, e que o leve ao médico (Griep, Chor, Faerstein, Werneck & Lopes,

2005; Sherbourne & Stewart, 1991).

Na verificação dos resultados, a soma da pontuação obtida pelas questões de cada uma

das dimensões é dividida pelo escore máximo possível na mesma dimensão, que varia de acordo

com o número de perguntas. O resultado do total de pontos obtidos dividido pela pontuação

máxima da dimensão é multiplicado por 100 (Chor, Griep, Lopes & Faerstein, 2001). É

relevante enfatizar que não existem pontos de corte que classifiquem o indivíduo de maneira

qualitativa (Griep, 2003). Assim, quanto mais próximo de 100, for a pontuação na escala,

melhor o apoio social percebido (Chor et al., 2001).

4.4 Aspectos Éticos

O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sob o número 1.618.239, seguindo,

portanto as diretrizes da Res. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. A participação dos

sujeitos foi voluntária, assim, estes formalizaram que concordavam em participar da pesquisa

mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B).

4.5 Coleta dos dados

44

Inicialmente, foi realizado o estudo piloto nos meses de Julho e Agosto de 2016, com 6

participantes, quantidade equivalente a 10% do total da amostra de sujeitos calculados para

significância do resultado que foi de 52 sujeitos. Durante esta fase, foi observado que os

familiares tiveram uma boa compreensão e aceitação dos instrumentos, como também que não

havia necessidade de mudanças nos instrumentos utilizados, o que favoreceu o seguimento da

pesquisa, conforme planejado.

Além da adequação dos instrumentos escolhidos, o estudo piloto pode evidenciar a

forma de aplicação e adaptação de perguntas que necessitavam de explicação visto que não

estavam sendo compreendidas. Neste momento foi verificada a necessidade de adequar uma

abordagem explicativa aos participantes para que compreendessem melhor os objetivos da

pesquisa como também as perguntas dos instrumentos.

Após o estudo piloto foi iniciada a coleta de dados que se deu no período compreendido

entre Agosto/2016 a Julho/2017. A pesquisa foi apresentada aos familiares dos pacientes que

se enquadravam nos critérios de inclusão. Quando o convite era aceito, o participante assinava

o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) para, na sequência, participar da

pesquisa.

O contato com os participantes foi realizado no período em que tinham membro da

família internado na UTI. Como a pesquisadora atua como profissional de psicologia na referida

instituição, a coleta foi facilitada pela sua constante presença e conhecimento de todos dos casos

clínicos internados na UTI.

Posteriormente, os instrumentos foram aplicados em forma de entrevista,

individualmente, realizada a partir da explicação por parte do pesquisador, para garantir a

compreensão homogênea acerca do material a ser utilizado. Foi realizada a entrevista

semiestruturada, com aplicação do questionário sociodemográfico, contendo dados

45

socioeconômicos, seguida dos instrumentos INEFTI e EAS, nesta sequência. A aplicação dos

instrumentos foi realizada em um único encontro.

Após a coleta as informações foram armazenadas em banco de dados para serem

utilizadas na dissertação. Os dados obtidos serão analisados com detalhes na seção a seguir.

4.6 Análise dos dados

O banco de dados foi construído em formato EXCEL, versão 2010, para realização das

tabelas descritivas e aplicação de testes estatísticos utilizou-se o programa Statistical Package

for the Social Science (SPSS), versão 20.0. A correção dos instrumentos foi realizada com base

nas recomendações específicas da literatura especializada. Após a computação dos dados foram

analisados os histogramas e suas respectivas curvas normais, bem como o Teste de normalidade

de Shapiro Wilks a fim de subsidiar a decisão sobre o tratamento estatístico dos dados. Assim,

todas as variáveis não apresentaram distribuição normal, o que determinou o uso de teste

estatísticos não paramétricos.

Nas avaliações dos itens e dimensões dos dois instrumentos, analisaram-se estatísticas

descritivas de medidas de tendência e de dispersão dos dados, como por exemplo: mínimo,

máximo, média e desvio padrão. Além disso, nos dados sociodemográficos, realizou-se análise

descritiva por meio de distribuições de frequências absolutas e relativas (%), sendo

apresentadas em tabelas e/ou gráficos. Optou-se por analisar itens dos instrumentos, e não suas

dimensões, em virtude de ser possível fazer comparações com a literatura de referência que

evidencia as análises desta forma.

Para responder ao objetivo geral e investigar se existe relação entre as necessidades e o

apoio social percebido pelos familiares de pacientes em cuidados paliativos na UTI, foi

utilizado o Teste não paramétrico de Correlação de Spearman.

46

Na comparação entre as dimensões dentro de cada instrumento avaliado, aplicou-se teste

não paramétrico de Kruskal-Wallis, para um nível de significância de 5%. Este cálculo buscou

responder aos objetivos: (a) Avaliar as necessidades dos familiares de pacientes em CP

internados na UTI; e (b) Caracterizar o apoio social percebido pelos familiares de pacientes em

CP na UTI.

Além disso, a fim de investigar possíveis relações entre variáveis sociodemográficas, as

necessidades e o apoio social nos participantes, foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-

Whitney. Esses se remetem ao seguinte objetivo: (c) averiguar potenciais relações entre

necessidades, apoio social e aspectos sociodemográficos em familiares de pacientes em CP na

UTI. Salienta-se que no uso da estatística inferencial foi adotado como significante um nível de

5% para o erro alfa, assim a hipótese nula foi rejeitada quando p<0,05.

A confiabilidade dos dados foi verificada através do índice de alfa de Cronbach, que

avaliou as dimensões dos instrumentos quanto à frequência sobre a Escala de Apoio Social -

EAS e o nível de importância com relação ao Inventário de Necessidade e Estressores de

Familiares em Terapia – INEFTI. Foi obtido um alfa de Cronbach acima de 0,70, o que

classifica a consistência dos dados como satisfatória em ambos os instrumentos de pesquisa.

47

5. Resultados e discussão

5.1 Caracterização da amostra

Neste tópico, foram evidenciados os dados referentes ao aspectos sociodemográficos

dos familiares. Na Tabela 1, tem-se o perfil dos participantes avaliados.

Tabela 1: Perfil geral dos familiares

Perfil do entrevistado Frequência absoluta %

Sexo Feminino 46 88,46

Masculino 6 11,54

Faixa etária Até 45 anos 23 44,23

Acima de 45 anos 29 55,77

Estado civil

Casado/União estável 23 44,23

Solteiro 15 28,85

Divorciado 13 25,00

Viúvo 1 1,92

Afirmação se fica sozinha maior

parte do dia

Não 37 71,15

Sim 15 28,85

Grau de escolaridade

Ensino fundamental 1 1,92

Ensino médio 17 32,69

Ensino superior 34 65,39

Afirmação se é aposentado Não 39 75,00

Sim 13 25,00

Renda familiar Até 4 salários mínimos 17 32,69

Acima de 4 salários mínimos 35 67,31

Religião

Católica 34 65,39

Espírita 7 13,46

Outra religião 7 13,46

Não possui 4 7,69

Grau parentesco

Filho 31 59,62

Outro grau de parentesco 15 28,85

Cônjuge 6 11,53

Total 52 100

48

Na amostra de participantes foi evidenciada, com relação ao sexo, uma grande diferença,

sendo a maioria composta por mulheres. Este dado corrobora com a literatura no que se refere

ao perfil de cuidadores composto por mulheres (Camponogara et al., 2013; Escobar, Yañez, &

Palencia, 2014; Fumis, Razani, Faria, & Schettino, 2015; Lucchese, Citero, De Marco,

Andreoli, & Nogueira-Martins, 2008; Almeida et al., 2012; Soares, Santos, & Gasparino, 2010).

Este contexto dos estudos reflete o papel chave da mulher na sociedade e em especial no grupo

familiar, desempenhando ações de cuidado.

Com relação a idade, 55% dos familiares tinham acima de 45 anos, com variação entre

46 e 60 anos, sendo a média de 44,46 anos com desvio padrão de 12,04. Já os demais

participantes apresentaram idade até 45 anos (44%), entre 20 e 45 anos. Este dado corrobora

com literaturas nacionais e internacionais que evidenciam o mesmo perfil de idade dos

familiares (Camponogara et al., 2013; Menléndez, 2010; Santana-Cabrera, Ramírez-Rodríguez,

& Garcia-Martul, 2007). Em contrapartida, outro estudo verificou que a maioria dos idosos

internados, em condições de fim de vida, eram cuidados por também idosos (Monteiro et al.,

2017), o que vem sendo uma crescente em virtude do processo de longevidade pelo qual a

população vem vivenciando com o avanço da medicina e os processos de tratamentos de

doenças crônicas (Anjos et al., 2015).

Quanto ao estado civil, 44% são casados ou mantém união estável, 28% são solteiros,

25% divorciados e 1% viúvos. Cabe aqui ressaltar que este dado está em conformidade com a

literatura a respeito do estado civil dos familiares (Soares et al., 2010). Quanto ao grau de

parentesco em relação ao paciente, os filhos são a maioria, enquanto que outro parentesco é

composto por irmãos, sobrinhos, netos e cunhados, e a grande minoria são cônjuges. Neste

quesito, outras pesquisas também obtiveram os mesmos resultados (Fabrellas et al., 2007;

Puggina et al., 2014). Mesmo com as mudanças atuais com relação aos novos arranjos

49

familiares, verifica-se filhos adotando a responsabilidade no cuidado e acompanhamento do

genitor doente.

Com relação aos aspectos socioeconômicos como a escolaridade, renda familiar e

atividade remunerada, a maioria dos familiares apresentam formação superior (65%), renda

familiar acima de 4 salários mínimos (67%) e exercem atividade remunerada (75%). Este perfil

foi semelhante ao encontrado em outros estudos (Fumis et al., 2015; Serra et al., 2009). Outra

pesquisa comparativa das necessidades dos familiares em UTI em contextos públicos e privados

evidenciou-se, neste último, indivíduos com nível superior em maior prevalência que no

primeiro (Freitas et al., 2007).

Em outro trabalho em contexto público prevaleceu familiares com grau de escolaridade

que variou entre fundamental e médio (Almeida et al.,2012). Diferentemente do encontrado na

literatura a escolaridade dos participantes também está em consonância com a realidade social

da população estudada que tem mais acesso à educação e oportunidade de investir neste campo.

Relacionado a escolaridade, a variável ocupação mereceu atenção nesta pesquisa, na

qual a grande maioria dos participantes tinha vida produtiva exercendo trabalho ligado a

profissão. Porém, diferiu de estudos no qual os participantes foram pessoas em fase

economicamente produtiva, até pela idade que apresentavam, mas com nível de escolaridade

baixo (Escobar, et al., 2014; Soares et al., 2010).

A religião católica foi predominante em 34 familiares, seguida da espírita que manteve

a mesma porcentagem com relação as outras religiões. Ainda houveram 4 participantes que

informaram não ter religião. Tal dado tem relação ao fato de que o catolicismo ser a religião

predominante no Brasil, além de que as pessoas batizadas se consideram desta religião, mesmo

não praticando-a (Almeida & Monteiro,2001; IBGE, 2010).

Pesquisas sobre a influência da religião no processo de enfrentamento dos familiares

diante a doença de um membro da família mostra que a católica prevalece (Fumis et al., 2015;

50

Almeida et al., 2012; Proença et al., 2017; Soares et al., 2010). Outro aspecto que se apresentou

como relevante na experiência dos referidos familiares foi o suporte espiritual, exercido tanto

pelas enfermeiras, quanto por líderes religiosos. Neste contexto, a fé se apresentou como a única

alternativa possível diante do prognóstico reservado (Kisorio & Langley, 2016; Pinheiro et al.,

2016).

A religião é considerada um suporte social relevante, visto que as pessoas podem

encontrar nela a ajuda que necessitam diante de momentos difíceis na vida, como a doença

grave de um familiar (Franqueira, Magalhães, & Féres-Carneiro, 2015; Monteiro et al., 2017;

Nunes et al., 2017). Estudos tem enfatizado que, diante do fim de vida, várias questões

perpassam este processo, dentre elas as religiosas o que ajudarão no enfrentamento da realidade

(Lima, Amazonas, & Menezes, 2012; Monteiro et al., 2017).

Os tópicos a seguir procuram oferecer os resultados á luz dos objetivos investigados e

suas discussões na pesquisa. Será seguida a ordem de acordo com o objetivo geral e os

específicos.

5.2 Relação entre as necessidades e o apoio social percebido

O objetivo geral do presente estudo buscou responder a seguinte questão de pesquisa:

Existe relação entre as necessidades e o apoio social em familiares de pacientes em CP na UTI?

Para responder a este questionamento foi utilizado o Teste de Correlação de Spearman a fim de

investigar possíveis relações entre os referidos aspectos.

Ao comparar os instrumentos utilizados, EAS e INEFTI, pode-se constatar que não se

tem evidências de correlações estatisticamente significantes entre as dimensões (Tabela 2). Este

resultado pode ser explicado através da análise de que o apoio social percebido não influencia

51

nas necessidades apresentadas pelos familiares, o que enfatiza a questão da subjetividade do

indivíduo, ou seja o que é relevante para um não o é para o outro.

Outra explicação para tal fenômeno seria o fato das questões terem escalas e pontuações

diferentes para as respostas, além de que o instrumento INEFTI apresenta maior número de

itens, o que foi verificado em estudo, utilizando instrumentos equivalentes (Tamanini,

Dambros, D’Ancona, Palma & Neto, 2004). Assim, os instrumentos, mesmo investigando

aspectos que se cruzam, enquanto conceitos, não tem influência um sobre o outro.

Ao avaliar as dimensões dentro de cada instrumento, tem-se correlações

estatisticamente significantes, sendo classificados de forma geral entre moderada e forte. Com

relação ao INEFTI este resultado também foi verificado na análise dos itens em estudo nacional

(Freitas et al., 2007).

Tabela 2: Correlação entre as dimensões do instrumentos INEFTI e EAS

Variáveis EAS E1 E2 E3 E4 E5 INEFTI I1 I2 I3 I4 I5

EAS 1 0,80* 0,93* 0,92* 0,75* 0,88* 0,14 0,07 0,08 0,17 0,03 0,20

E1 – Material 1 0,64* 0,64* 0,46* 0,56* 0,20 0,02 0,10 0,22 0,13 0,25

E2 – Emocional 1 0,87* 0,73* 0,81* 0,19 0,11 0,18 0,17 0,08 0,22

E3 – Informação 1 0,63* 0,82* 0,11 -0,01 0,04 0,12 -0,01 0,22

E4 – Afetivo 1 0,70* 0,07 0,27 0,02 0,18 -0,06 0,06

E5 - Interação social 1 0,04 0,11 0,01 0,11 -0,08 0,06

INEFTI 1 0,53* 0,84* 0,67* 0,78* 0,89*

I1 – Segurança 1 0,43* 0,53* 0,24 0,36*

I2 – Proximidade 1 0,58* 0,54* 0,63*

I3 – Informação 1 0,36* 0,45*

I4 – Conforto 1 0,68*

I5 – Suporte 1

*Valor - p < 0,05

a. Necessidades dos familiares de pacientes em cuidados paliativos na UTI

O primeiro objetivo específico do presente trabalho buscou responder a seguinte questão

de pesquisa: Quais as necessidades que os familiares de paciente em CP na UTI tem? Como

52

resposta a esta questão foram verificados os resultados referentes a mediana dos itens de

necessidade, com relação a importância e suas dimensões.

Analisando as dimensões do INEFTI obteve-se evidências de diferença estatística entre

elas. (Tabela 3). Nesta verificou-se que as dimensões Informação e Segurança foram as

consideradas mais importantes para os familiares. Este resultado é corroborado por outras

pesquisas que verificam a importância das duas dimensões pelos familiares. Nestes foi também

utilizado o INEFTI para avaliar as necessidades dos familiares (Fortunatti, 2014; Lucchese et

al., 2008; Almeida et al., 2012).

Tabela 3: Comparação das dimensões do INEFTI

Dimensão Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média DP Valor - p

(1) Segurança 3,29 4,00 3,86 4,00 4,00 3,87 0,19

< 0,001

(2) Proximidade 2,67 4,00 3,28 3,50 3,78 3,52 0,36

(3) Informação 3,13 4,00 3,50 3,75 3,88 3,68 0,24

(4) Conforto 2,00 4,00 2,83 3,17 3,50 3,19 0,45

(5) Suporte 1,85 4,00 3,15 3,46 3,65 3,38 0,43

DP: Desvio Padrão

Na Tabela 4 o teste de comparação múltiplas, oferece a evidência que as dimensões de

segurança e informação apresentaram maior nível de importância. De acordo com os dados

abaixo verifica-se que as duas dimensões se destacam, apresentando diferença significativa, o

que fazem delas as mais relevantes.

Tabela 4: Comparação múltiplas entre as dimensões do INEFTI

Comparação Diferença significativa Comparação Diferença significativa

01 – 02 ** 02 - 04 **

01 – 03 NS 02 - 05 NS

01 – 04 ** 03 - 04 **

01 – 05 ** 03 - 05 **

02 – 03 NS 04 - 05 NS

**Significativo NS-Não Significativo

53

Outra pesquisa usando o instrumento modificado verificou que a qualidade das

informações estava associado com resultados positivos no que se refere a conhecimento das

necessidades e o aumento da satisfação dos familiares (Neves et al., 2009). Este dado reforça a

relevância da equipe em fornecer informações e facilitar para que haja um canal de

comunicação aberto, efetivo e afetivo com os familiares.

O aspecto informacional é de extrema relevância para a família que se sente mais

confiante e segura quando orientada e informada sobre o que ocorre na UTI com seu ente

querido, visto que a falta de clareza das informações é considerada um fator negativo

(Camponogara et al., 2013). Acrescenta-se a necessidade da família em ter atenção de um

profissional para saber informações que vai desde situações sobre como o ente querido passou

a noite até notícias sobre o tratamento e prognóstico (Proença et al., 2017).

Com relação a dimensão segurança, estudos verificaram que ela tem relevância para os

familiares visto que está relacionada às necessidades de sentir-se seguro, menos ansioso e

temeroso quanto ao quadro clínico e prognóstico de se seu ente querido (Puggina et al., 2014;

Soares et al., 2010). Neste sentido, faz-se premente a implementação de medidas que

comtemplem dados sobre a rotina da UTI, os cuidados prestados no ambiente, com informações

precisas e claras, o que atende a necessidade de segurança deles. Aqui cabe acrescentar que, em

estudo com familiares em UTI neonatal, as necessidades de informação, segurança e suporte

estão interligadas, pois informações claras e objetivas sobre a evolução do paciente diminuem

os sentimentos de desconforto e a angústia da família, otimizando a comunicação entre equipe

e família (Silva et al., 2014).

Em se tratando de familiares de pacientes em CP, a literatura nacional e internacional

enfatiza a relevância da comunicação, como aspecto fundamental para intermediar as relações,

sendo facilitadora na resolução de problemas e manutenção do bem-estar (Almeida & Garcia,

2015; Fabrellas et al., 2007; Fortunatti,2014; Vasconcelos et al., 2016).

54

A comunicação é um fator importante no processo de humanização, estando

interligados. Porém, ainda se tem fragilidades nas equipes, pois são escassas as ações para

otimizar e melhorar as práticas nesta área (Coelho & Yankaskas, 2017; Félix et al., 2014;

Proença et al., 2017). Isto pode se dar em virtude de diversos aspectos como, a rotina agitada

da equipe, com foco no paciente, a falta de conhecimentos ligados ao processo informacional e

sua importância, além da falta de profissionais habilitados, como o psicólogo, que possa

contribuir junto a equipe, com ações interdisciplinares em prol da humanização do serviço

(Alves et al., 2015; Hermes & Lamarca, 2013; Moreira, Martins & Castro, 2012; Rezende,

Gomes & Machado, 2014).

Como proposta para a resolução desta lacuna, uma equipe de CP se torna importante

para que possa oferecer condições que facilitem o diálogo e discussões. Esta equipe pode atuar

como suporte à UTI oferecendo assistência especializada e intermediando a relação entre

intensivistas e familiares que, às vezes, é conflituosa (Fonseca & Fonseca, 2010).

É comum as famílias desejarem informações mas procuram não decidir sobre as

condutas junto ao seu ente querido, confiando na equipe médica esta tarefa. De acordo com

Higginson et al. (2016) as famílias querem informação e entendimento sobre o processo, mesmo

não desejando ter grande envolvimento nele, julgando a tomada de decisões como conceito

negativo. Frente a este aspecto peculiar da família, reforça-se a importância da equipe ter

cuidado com relação a como será desenvolvido o canal de comunicação.

Autores nesta área pontuam que ao estabelecer a comunicação eficaz necessária,

consegue-se compreender as expectativas do paciente e família o que é relevante na vivência

dos CP (Mazutti et al., 2016). Estudos reforçam a importância de se utilizar de comunicação

empática, efetiva e afetiva no atendimento à demanda da família, nos contextos de

terminalidade de vida, respeitando os limites de cada um (Silva et al., 2011; Souza et al., 2014).

55

5.4 Apoio social percebido pelos familiares recebendo Cuidados Paliativos na UTI

O segundo objetivo específico do presente trabalho buscou responder a seguinte questão

de pesquisa: Qual o apoio social percebido pelos familiares na UTI vivendo ações de CP com

ente querido? Como resposta a esta questão de pesquisa foram verificados os resultados

referentes a mediana dos escores de apoio social.

Analisando as dimensões da EAS tem-se evidências de diferenças estatística entre elas

(ver Tabela 5). Verifica-se que a dimensão afetiva apresentou maior escore.

Tabela 5: Comparação entre as dimensões da EAS

Dimensão Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média DP CV Valor - p

(1) Material 30,00 100,00 65,00 80,00 92,50 76,73 18,65 24,31

< 0,001

(2) Emocional 30,00 100,00 67,50 85,00 97,50 80,19 18,23 22,73

(3) Informação 30,00 100,00 67,50 85,00 100,00 81,83 18,45 22,54

(4) Afetivo 40,00 100,00 86,67 100,00 100,00 90,00 15,37 17,08

(5) Interação social 35,00 100,00 70,00 82,50 97,50 81,83 16,66 20,36

DP: Desvio Padrão CV: Coeficiente de Variação

Na Tabela 6 o teste de comparação múltiplas, oferece a evidência que a dimensão afetiva

apresentou maior pontuação com relação a frequência.

Tabela 6: Comparação múltiplas entre as dimensões da EAS

Comparação Diferença significativa Comparação Diferença significativa

01 - 02 NS 02 - 04 **

01 - 03 NS 02 - 05 NS

01 - 04 ** 03 - 04 **

01 - 05 NS 03 - 05 NS

02 - 03 NS 04 - 05 **

**Significativo NS-Não Significativo

Diferente dos resultados desta pesquisa, a literatura tem evidenciado que os familiares

tem percebido apoio emocional proveniente de diferentes esferas como da própria família,

comunidade, instituições religiosas (Epperly, 2000; Ferriss, 2002; Menezes, Moré & Barros,

56

2015; Rodrigues & Ferreira, 2012). Aqui cabe inferir que muitas vezes o próprio familiar tem

a atitude de pedir ajuda, nos aspectos informacional, físico e afetivo para pessoas de sua rede,

inclusive profissionais de saúde (Santos, 2013).

Com relação e equipe hospitalar, Menezes et al, (2015) referindo-se a familiares de

crianças hospitalizadas, constataram que eles percebem o apoio emocional da equipe, tanto

médica e de enfermagem, quanto profissionais de apoio, como limpeza e nutrição. Este dado é

significativo, visto que a vivência hospitalar estimula o desenvolvimento de vínculos entre a

família e os profissionais que ali trabalham, contribuindo no enfrentamento da situação

estressante e isto pode amenizar o sofrimento inerente ao processo.

Em situações estressantes, o vínculo com pessoas com quem pode contar tranquiliza e

protege a família de sentimentos negativos, melhorando o bem-estar e amenizando o

sofrimento, a angústia e o medo (Santana, Zanin & Maniglia, 2008). Como fazendo parte da

rede de suporte à família, a equipe hospitalar precisa estar atenta a necessidade e a importância

de se buscar meios de compreende-la e atendê-la de forma mais humanizada e acolhedora,

fazendo dela e do paciente uma única unidade, pois somente por meio de atitudes como estas é

que pode-se entender a realidade e os sentimentos que estes possuem, e desta forma, dar o

suporte necessário a esses familiares (Vasconcelos et al., 2016).

As famílias vivenciando a hospitalização buscam apoio dos demais membros do grupo

familiar e de sua rede social na tentativa de se adaptar a essa nova experiência, redimensionando

papéis e fortalecendo-se em suas condições (Nunes et al., 2017). Esta realidade está em

conformidade com a literatura que afirma ser o suporte social e familiar um determinante

importante no ajustamento familiar em situações de adoecimento e perdas (Lima et al., 2012;

Santos, 2013).

Outro aspecto relacionado ao apoio social emocional é a religião. Por meio desta a

família pode ter sua ansiedade e sofrimento amenizado, visto que normalmente tem aflorado

57

suas questões de ordem religiosa em situações de sofrimento com o membro da família

internado (Lima et al., 2012). Assim, a religião contribui no encorajamento em momentos

difíceis da vida, como frente a possibilidade de morte de um ente querido.

5.5 Potenciais relações entre variáveis sociodemográficas, necessidades e percepção de

apoio social dos familiares de pacientes em CP na UTI

O terceiro objetivo específico do presente trabalho visou responder o seguinte

questionamento: Quais as relações entre as necessidades, apoio social e aspectos

sociodemográficos em familiares de pacientes que estão na UTI em CP? Para tanto, foram

investigadas as possíveis relações entre os aspectos supracitados.

Analisando os resultados da EAS com os aspectos sociodemográficos, não houveram

evidências de diferenças estatística com relação as variáveis: sexo, faixa etária, estado civil, se

fica sozinho maior parte do dia, ensino superior, os aposentados e o grau de parentesco.

Com relação ao INEFTI e as variáveis sociodemográficas não houveram evidências de

diferenças estatística com as seguintes: sexo, faixa etária, estado civil, se fica sozinho a maior

parte do dia, grau de escolaridade, aposentados, renda familiar e grau de parentesco. Foi

utilizado o teste Kruskal Wallis para analisar os itens dos instrumentos com relação a variável

grau de parentesco, enquanto o teste de Mann-Whitney para avaliar as outras variáveis

sociodemográficas.

Foi encontrada evidência de diferença estatística no item 17 do INEFTI - “Estar seguro

que o melhor tratamento possível está sendo dado ao paciente” - com relação à faixa etária. De

acordo com a Tabela 7, os pacientes acima de 45 anos tiveram maior média sobre o respectivo

atributo.

58

Tabela 7: Comparação dos itens do INEFTI por idade

Itens Até 45 anos Acima de 45 anos

Valor-p Mediana Média Desvio padrão Mediana Média Desvio padrão

1 4,00 3,87 0,34 4,00 3,86 0,35 0,938 2 4,00 3,74 0,54 4,00 3,62 0,56 0,351

3 4,00 3,78 0,42 4,00 3,93 0,26 0,123

4 4,00 3,30 0,82 4,00 3,48 0,78 0,389

5 4,00 3,87 0,34 4,00 3,83 0,38 0,680

6 4,00 3,61 0,58 4,00 3,66 0,48 0,894

7 4,00 3,35 0,83 3,00 3,31 0,76 0,730

8 3,00 2,74 0,92 3,00 3,14 0,83 0,099

9 4,00 3,74 0,69 4,00 3,66 0,67 0,421

10 3,00 3,13 0,76 3,00 2,76 1,12 0,308

11 4,00 3,57 0,51 4,00 3,69 0,47 0,359

12 4,00 3,74 0,54 4,00 3,69 0,60 0,812

13 4,00 3,83 0,39 4,00 3,93 0,26 0,244

14 4,00 3,83 0,39 4,00 3,72 0,65 0,726

15 4,00 3,91 0,29 4,00 3,83 0,38 0,375

16 4,00 3,87 0,34 4,00 3,83 0,38 0,680

17 4,00 3,78 0,42 4,00 3,97 0,19 0,042*

18 3,00 2,65 1,03 3,00 2,69 1,07 0,886

19 4,00 3,83 0,39 4,00 3,83 0,38 0,989

20 3,00 3,09 0,85 4,00 3,41 0,82 0,113

21 4,00 3,43 0,73 4,00 3,48 0,69 0,817

22 3,00 3,35 0,78 3,00 2,90 0,94 0,064

23 3,00 2,57 1,08 2,00 2,38 1,12 0,536

24 4,00 3,39 0,89 4,00 3,31 0,93 0,725

25 4,00 3,57 0,51 4,00 3,69 0,66 0,179

26 4,00 3,48 0,59 4,00 3,38 0,90 0,925

27 3,00 3,26 0,86 4,00 3,48 0,83 0,259

28 4,00 3,74 0,45 4,00 3,62 0,68 0,648

29 3,00 3,39 0,66 4,00 3,48 0,63 0,598

30 3,00 3,30 0,76 4,00 3,55 0,63 0,205

31 4,00 3,43 0,73 4,00 3,52 0,69 0,642

32 3,00 3,17 0,94 4,00 3,41 0,78 0,346

33 4,00 3,83 0,39 4,00 3,83 0,38 0,989

34 4,00 3,43 0,79 4,00 3,66 0,48 0,387

35 3,00 3,09 0,95 3,00 3,14 0,95 0,814

36 4,00 3,30 1,02 3,00 2,93 1,00 0,118

37 4,00 3,65 0,49 4,00 3,76 0,44 0,405

38 4,00 3,57 0,66 4,00 3,66 0,72 0,437

39 4,00 3,78 0,42 4,00 3,83 0,60 0,296

40 4,00 3,96 0,21 4,00 3,93 0,26 0,698

41 4,00 3,91 0,29 4,00 3,97 0,19 0,425

42 4,00 3,91 0,29 4,00 3,90 0,31 0,843

43 4,00 3,17 1,19 3,00 3,07 1,10 0,558 *Valor - p < 0,05

O item em destaque faz parte da dimensão segurança e tem a representação da

necessidade da família em ter garantido que a melhor assistência está sendo dada ao seu ente

querido. Em estudo internacional sobre as necessidades mais importantes para os familiares de

pacientes em UTI, os autores verificaram que a amostra composta por pessoas acima dos 45

59

anos identificaram a segurança, associada a confiança, como a necessidade mais importante

(Fabrellas et al., 2007). Em contrapartida, em outros dados na literatura, os familiares de idade

em torno de 40-42 anos tem reconhecido a segurança como relevante (Proença et al., 2017;

Puggina, et al., 2014). Ainda em estudo sobre as necessidade de famílias que receberam alta da

UTI, a idade ficou entre 21- 25 anos identificando a necessidade destacada (item 17) como a

segunda mais importante, dentro da dimensão segurança (Escobar et al., 2014).

Estes dados evidenciam o quanto é relevante para a família ter assegurada que a

assistência prestada ao seu familiar doente é a melhor. Em pesquisa acerca das necessidades

dos familiares á luz do INEFTI, as famílias americanas consideraram o item 17 o mais

importante (Fortunatti, 2014), porém, nesta pesquisa não se obteve dados sociodemográficos

acerca do grupo pesquisado. Isto recai sobre a responsabilidade dos profissionais em

desenvolver excelentes práticas de cuidado na assistência junto aos pacientes em CP na UTI de

forma mais acolhedora e aberta.

Continuando a análise de itens do INEFTI, tem-se evidências de diferença estatística

dos itens 17 “Estar seguro que o melhor tratamento possível está sendo dado ao paciente” e 39

“Receber informações sobre o paciente no mínimo uma vez ao dia” com relação ao estado civil.

Na Tabela 8 os familiares solteiros tiveram maior média sobre os respectivos atributos.

Tabela 8: Comparação dos itens do INEFTI por estado civil

Itens Casado/União Consensual Solteiro

Valor-p Mediana Média Desvio padrão Mediana Média Desvio padrão

1 4,00 3,83 0,39 4,00 3,90 0,31 0,464 2 4,00 3,70 0,56 4,00 3,66 0,55 0,727

3 4,00 3,87 0,34 4,00 3,86 0,35 0,938

4 4,00 3,48 0,85 4,00 3,34 0,77 0,389

5 4,00 3,78 0,42 4,00 3,90 0,31 0,263

6 4,00 3,61 0,58 4,00 3,66 0,48 0,894

7 3,00 3,22 0,95 3,00 3,41 0,63 0,662

8 3,00 2,83 0,83 3,00 3,07 0,92 0,303

9 4,00 3,65 0,71 4,00 3,72 0,65 0,651

10 3,00 2,96 0,98 3,00 2,90 1,01 0,823

11 4,00 3,74 0,45 4,00 3,55 0,51 0,167

12 4,00 3,70 0,56 4,00 3,72 0,59 0,707

13 4,00 3,96 0,21 4,00 3,83 0,38 0,152

14 4,00 3,78 0,42 4,00 3,76 0,64 0,736

60

15 4,00 3,87 0,34 4,00 3,86 0,35 0,938

16 4,00 3,74 0,45 4,00 3,93 0,26 0,059

17 4,00 3,78 0,42 4,00 3,97 0,19 0,042*

18 3,00 2,74 1,05 3,00 2,62 1,05 0,660

19 4,00 3,78 0,42 4,00 3,86 0,35 0,456

20 4,00 3,35 0,83 3,00 3,21 0,86 0,521

21 4,00 3,43 0,73 4,00 3,48 0,69 0,817

22 3,00 3,00 0,90 3,00 3,17 0,89 0,439

23 3,00 2,74 1,18 2,00 2,24 0,99 0,103

24 4,00 3,30 0,88 4,00 3,38 0,94 0,590

25 4,00 3,57 0,73 4,00 3,69 0,47 0,701

26 4,00 3,26 0,96 4,00 3,55 0,57 0,394

27 4,00 3,39 0,94 4,00 3,38 0,78 0,656

28 4,00 3,61 0,50 4,00 3,72 0,65 0,182

29 3,00 3,30 0,63 4,00 3,55 0,63 0,129

30 4,00 3,43 0,84 3,00 3,45 0,57 0,626

31 4,00 3,52 0,73 4,00 3,45 0,69 0,554

32 4,00 3,43 0,84 3,00 3,21 0,86 0,236

33 4,00 3,74 0,45 4,00 3,90 0,31 0,140

34 4,00 3,65 0,71 4,00 3,48 0,57 0,133

35 4,00 3,39 0,78 3,00 2,90 1,01 0,068

36 3,00 2,87 1,01 4,00 3,28 1,00 0,100

37 4,00 3,65 0,49 4,00 3,76 0,44 0,405

38 4,00 3,52 0,85 4,00 3,69 0,54 0,668

39 4,00 3,61 0,72 4,00 3,97 0,19 0,008*

40 4,00 3,91 0,29 4,00 3,97 0,19 0,425

41 4,00 3,96 0,21 4,00 3,93 0,26 0,698

42 4,00 3,83 0,39 4,00 3,97 0,19 0,093

43 4,00 3,09 1,16 4,00 3,14 1,13 0,856 *Valor - p < 0,05

Os dois itens significativos fazem parte das dimensões segurança e proximidade,

respectivamente. O estado civil aparece em alguns estudos que oferecem dados contrários ao

obtido nesta pesquisa. Neles, os familiares são casados (Freitas et al., 2007), estando, inclusive,

na condição de cônjuge do paciente (Almeida et al., 2012). O resultado desta pesquisa tem

relação direta com o perfil de pacientes que estavam em CP na UTI, composto por mulheres

viúvas, em sua grande maioria. Assim, as mesmas passavam a ser cuidadas por filhos.

Somando-se a isso tem também a perspectiva comum do filho solteiro ser o que fica na tarefa

de cuidador do ente querido, o que justifica a alta média dos itens 17 e 39.

Em estudo com familiares em UTI neonatal, também se obteve uma amostra composta

por pessoas casadas atribuindo a maior necessidade relacionada ao item de segurança citado

nesta pesquisa (Soares et al., 2010). Com relação a este dado, tem-se a explicação de que

61

normalmente quem responsabiliza-se pelo cuidado do bebê é a própria mãe, considerada a

familiar principal cuidadora.

Uma alternativa que pode oferecer maior sentimento de segurança como também de

proximidade em relação ao paciente, além da satisfação com o serviço prestado, é o processo

de mudança nas rotinas de visitação nas UTIs (Macedo, Santos, Miranda, Terra & Alves 2016).

Algumas tem implementado a visitação aberta como dispositivo adotado na humanização dos

serviços em saúde no Brasil (Camponogara et al., 2013; MS, 2010; Spohr et al., 2013), ou seja,

o familiar podendo permanecer no ambiente ou fazer visitas a qualquer momento.

Durante a visita, os familiares tem a oportunidade de saber informações acerca do

membro familiar internado, bem como sentir-se mais próximos dele, o que gera segurança

(Nunes, 2017). Neste momento é possível proporcionar aos parentes a participação da rotina de

cuidados e saber mais informações acerca da condição e evolução clínica do seu ente querido.

Este dado é corroborado em pesquisa que buscou avaliar ansiedade, depressão e satisfação com

a abertura de visitas para parentes em UTI no Brasil (Fumis et al., 2015).

Itens do INEFTI tiveram evidências de diferença estatística quando comparados com o

nível de escolaridade. O item 16, “Saber que tratamento médico está sendo dado ao paciente”,

obteve maior média pelos familiares com ensino superior; já o 36, “Ajudar a cuidar do paciente

na UTI”, apresentou menor média frente o nível ensino superior (Tabela 9).

Tabela 9: Comparação dos itens do INEFTI por afirmação se possui ensino superior

Itens Sim Não

Valor-p Mediana Média Desvio padrão Mediana Média Desvio padrão

1 4,00 3,85 0,36 4,00 3,89 0,32 0,720 2 4,00 3,68 0,53 4,00 3,67 0,59 0,951

3 4,00 3,88 0,33 4,00 3,83 0,38 0,626

4 4,00 3,41 0,82 4,00 3,39 0,78 0,837

5 4,00 3,85 0,36 4,00 3,83 0,38 0,854

6 4,00 3,68 0,47 4,00 3,56 0,62 0,554

7 3,00 3,29 0,84 3,50 3,39 0,70 0,816

8 3,00 2,97 0,94 3,00 2,94 0,80 0,816

9 4,00 3,74 0,62 4,00 3,61 0,78 0,546

10 3,00 2,97 0,97 3,00 2,83 1,04 0,678

11 4,00 3,65 0,49 4,00 3,61 0,50 0,800

62

12 4,00 3,68 0,64 4,00 3,78 0,43 0,793

13 4,00 3,91 0,29 4,00 3,83 0,38 0,404

14 4,00 3,79 0,41 4,00 3,72 0,75 0,811

15 4,00 3,88 0,33 4,00 3,83 0,38 0,626

16 4,00 3,94 0,24 4,00 3,67 0,49 0,010*

17 4,00 3,91 0,29 4,00 3,83 0,38 0,404

18 3,00 2,71 1,03 3,00 2,61 1,09 0,795

19 4,00 3,85 0,36 4,00 3,78 0,43 0,500

20 3,50 3,32 0,77 3,00 3,17 0,99 0,699

21 4,00 3,44 0,79 3,50 3,50 0,51 0,843

22 3,00 3,15 0,93 3,00 3,00 0,84 0,419

23 2,00 2,35 1,12 3,00 2,67 1,03 0,320

24 3,50 3,21 0,98 4,00 3,61 0,70 0,122

25 4,00 3,65 0,65 4,00 3,61 0,50 0,548

26 4,00 3,38 0,85 4,00 3,50 0,62 0,854

27 4,00 3,29 0,94 4,00 3,56 0,62 0,436

28 4,00 3,71 0,46 4,00 3,61 0,78 1,000

29 3,50 3,38 0,70 4,00 3,56 0,51 0,476

30 4,00 3,41 0,74 4,00 3,50 0,62 0,786

31 4,00 3,56 0,66 3,00 3,33 0,77 0,229

32 3,00 3,29 0,84 4,00 3,33 0,91 0,735

33 4,00 3,88 0,33 4,00 3,72 0,46 0,150

34 4,00 3,59 0,70 3,50 3,50 0,51 0,310

35 3,00 3,06 1,07 3,00 3,22 0,65 0,935

36 3,00 2,88 1,04 4,00 3,50 0,86 0,025*

37 4,00 3,76 0,43 4,00 3,61 0,50 0,249

38 4,00 3,59 0,74 4,00 3,67 0,59 0,846

39 4,00 3,82 0,58 4,00 3,78 0,43 0,357

40 4,00 3,94 0,24 4,00 3,94 0,24 0,962

41 4,00 3,91 0,29 4,00 4,00 0,00 0,199

42 4,00 3,91 0,29 4,00 3,89 0,32 0,792

43 4,00 3,03 1,19 4,00 3,28 1,02 0,583 *Valor - p < 0,05

Ambos os itens fazem parte da dimensão informação, considerada como muito

importante em diversos estudos. Tanto em pesquisas com familiares de pacientes adultos quanto

em contexto de UTI pediátrica e neonatal, a dimensão informação recebe atenção, visto que as

famílias exprimem o desejo de obter mais detalhes sobre o que ocorre com seu ente querido

(Barth et al., 2016; Fernandes & Silva, 2016; Nunes, 2017; Silva et al., 2014; Soares et al.,

2010).

Neste dado faz-se importante pensar que quanto maior nível de escolaridade do familiar,

mais necessidade tem de obter informação sobre o tratamento médico dado ao paciente. Esta

realidade é compatível com aspectos ligados ao acesso a informação e a busca pela mesma

63

ativamente, o que faz dos familiares atuantes e participantes no processo assistencial do

membro familiar doente.

Existe uma carência significativa na relação entre familiares e médicos e a comunicação

estabelecida entre eles. Em se tratando de CP na UTI, familiares tem relatado dificuldade no

acesso ao profissional e quando este encontro ocorre tem-se conflito a respeito do prognóstico

(Fumis, Nishimoto & Deheinzelin, 2008). Com isto, a equipe de saúde necessita desenvolver o

diálogo, com a excelência na comunicação, como ferramenta que auxilie os familiares na

vivência do momento de crise, acolhendo e dando suporte a eles (Nunes et al., 2017).

Uma alternativa para esta lacuna seria o fornecimento de folhetos informativos sobre

doenças crônicas graves, reuniões de suporte e informação guiadas por um médico de

paliativista, profissionais da enfermagem e trabalhadores sociais ou capelães (Carson et al.,

2016), como também um profissional especialista em comunicação para facilitar e mediar as

reuniões familiares (Curtis et al., 2016). Assim, seria possível otimizar a rede de comunicação

para melhorar e atender a demanda familiar gerando satisfação com o serviço prestado.

Com relação a escolaridade, o grau de nível superior foi evidenciado em pesquisas

realizadas em instituições públicas e privadas (Camponogara et al., 2013; Freitas et al., 2007).

Em contrapartida, foi encontrado um estudo cuja amostra de familiares apresentou níveis de

escolaridade menores, com identificação de necessidades de informação também presentes

(Fabrellas et al., 2007). Cabe aqui ressaltar que as condições socioeconômicas e culturais

impactam na forma como, tanto pacientes quanto familiares, lidam com a vivência em UTI e a

doença crítica, gerando em algumas situações conflitos que podem ser sanados via ações

individualizadas de cuidado, por parte da equipe (Barth et al., 2016). Assim, se faz relevante o

desenvolvimento de estratégias para melhorar a relação dos envolvidos no processo assistencial

em UTI, com foco nas necessidades dos clientes que recebem o serviço, ajustando-se à realidade

intelectual de cada um.

64

Nesta pesquisa, os participantes consideraram menos importante ajudar nos cuidados

junto ao paciente enquanto o mesmo estava na UTI. Quando se refere a familiares de crianças

e bebês, a literatura traz que estes sentem-se satisfeitos participando da rotina de cuidados, o

que também foi verificado pela equipe de enfermagem (Silva et al., 2014; Soares et al., 2010).

Este dado pode ter relação com o movimento materno de cuidar dos filhos, o que pode ser

intensificado nos processos de doença/hospitalização. No que tange ao paciente adulto, as

famílias devem ser encorajadas a cuidar do paciente, visto que este movimento é considerado

positivo para a aproximação e união entre os membros durante a internação na UTI (Ribeiro &

Santos, 2008).

Em levantamento acerca das experiências dos membros da família com cuidados de fim

de vida, em UTI adulto, o envolvimento traria paz de espírito após a morte do paciente, visto

que eles acreditavam que seus parentes hospitalizados eram capazes de escutar, sentir a

presença e se sentir cuidados por eles (Kisorio & Langley, 2016). Ademais, mesmo que

depositando confiança na equipe frente aos cuidados prestados, a família sente necessidade de

participar do processo de doença/hospitalização do familiar, desejando manter-se participativa

e próxima ao paciente, principalmente em situações de fim de vida (Macedo et al., 2016).

Outra variável que apresentou evidências de diferença estatística foi com relação a

ocupação, na qual os participantes aposentados tiveram maior média com relação ao item 8,

“Ter uma boa lanchonete no hospital” (Tabela 10). Em estudo comparativo com relação as

necessidades dos familiares em hospital público e privado, foi verificado que, neste último, os

participantes valorizavam o item considerando-o dentro das necessidades de conforto o que

corrobora com o dado encontrado na pesquisa (Freitas et al., 2007). Este resultado pode estar

associado ao maior grau de instrução e renda deste grupo que se torna mais exigente com

relação aos serviços que a instituição oferece.

65

Ademais, ao acompanhar os familiares de pacientes na UTI, especificamente os que tem

seu ente em CP, é verificado que os mesmos sentem uma necessidade de permanecer nas

instalações do hospital, mesmo sabendo que só podem visitar os paciente nos horários limitados

para isto. Neste sentido, a lanchonete se torna necessária para que possam ter o suporte para

fazer suas refeições, sem precisar sair e consequentemente se distanciar mais do paciente.

Tabela 10: Comparação dos itens do INEFTI por afirmação se é aposentado

Itens Sim Não

Valor-p Mediana Média Desvio padrão Mediana Média Desvio padrão

1 4,00 3,92 0,28 4,00 3,85 0,37 0,486 2 4,00 3,62 0,51 4,00 3,69 0,57 0,462

3 4,00 3,92 0,28 4,00 3,85 0,37 0,486

4 4,00 3,62 0,65 4,00 3,33 0,84 0,289

5 4,00 3,92 0,28 4,00 3,82 0,39 0,379

6 4,00 3,77 0,44 4,00 3,59 0,55 0,301

7 4,00 3,62 0,51 3,00 3,23 0,84 0,159

8 4,00 3,38 0,87 3,00 2,82 0,85 0,044*

9 4,00 3,77 0,44 4,00 3,67 0,74 0,931

10 3,00 2,77 1,09 3,00 2,97 0,96 0,555

11 4,00 3,69 0,48 4,00 3,62 0,49 0,621

12 4,00 3,77 0,60 4,00 3,69 0,57 0,508

13 4,00 3,92 0,28 4,00 3,87 0,34 0,620

14 4,00 3,69 0,85 4,00 3,79 0,41 0,781

15 4,00 3,77 0,44 4,00 3,90 0,31 0,245

16 4,00 3,85 0,38 4,00 3,85 0,37 1,000

17 4,00 4,00 0,00 4,00 3,85 0,37 0,136

18 3,00 2,69 1,25 3,00 2,67 0,98 0,861

19 4,00 4,00 0,00 4,00 3,77 0,43 0,059

20 4,00 3,38 0,96 3,00 3,23 0,81 0,376

21 4,00 3,62 0,51 4,00 3,41 0,75 0,455

22 3,00 3,15 0,69 3,00 3,08 0,96 0,937

23 2,00 2,38 1,12 3,00 2,49 1,10 0,751

24 4,00 3,77 0,44 4,00 3,21 0,98 0,062

25 4,00 3,62 0,87 4,00 3,64 0,49 0,509

26 4,00 3,54 0,66 4,00 3,38 0,81 0,608

27 4,00 3,62 0,51 4,00 3,31 0,92 0,413

28 4,00 3,77 0,44 4,00 3,64 0,63 0,573

29 4,00 3,62 0,51 3,00 3,38 0,67 0,313

30 4,00 3,69 0,48 3,00 3,36 0,74 0,153

31 4,00 3,62 0,51 4,00 3,44 0,75 0,553

32 3,00 3,31 0,75 4,00 3,31 0,89 0,789

33 4,00 3,77 0,44 4,00 3,85 0,37 0,530

34 3,00 3,46 0,52 4,00 3,59 0,68 0,264

35 4,00 3,46 0,66 3,00 3,00 1,00 0,162

36 3,00 3,15 0,99 3,00 3,08 1,04 0,866

37 4,00 3,77 0,44 4,00 3,69 0,47 0,600

38 4,00 3,77 0,44 4,00 3,56 0,75 0,497

39 4,00 3,92 0,28 4,00 3,77 0,58 0,371

40 4,00 3,92 0,28 4,00 3,95 0,22 0,734

41 4,00 4,00 0,00 4,00 3,92 0,27 0,308

42 4,00 3,92 0,28 4,00 3,90 0,31 0,788

66

43 4,00 3,23 1,01 4,00 3,08 1,18 0,799 *Valor - p < 0,05

Com relação a renda familiar, os participantes que tinham acima de 4 salários mínimos

tiveram maior média em dois itens: 18, “Ter um lugar em que possa ficar sozinho enquanto

estiver no hospital” e; 31, “Saber quais os outros profissionais podem me ajudar” (ver Tabela

11). Estes itens foram pouco relatado na literatura como sendo necessidade relevante para esta

população (Freitas et al., 2007). Porém, quando se trata de familiares de crianças estes itens são

considerados relevantes (Silva et al., 2014).

Com base em levantamento feito pelo IBGE (2010), a renda familiar está classificada

em E, quando vai até dois salários-mínimos (SM), D quando varia entre 2 a 4 SM, C, ficando

entre 4 e 10 SM, B, de 10 a 20 SM e A quando é acima de 20 SM. Nesta pesquisa, os

participantes se enquadraram na classificação C e B, resultado que corrobora com pesquisa

realizada em ambiente privado onde os participantes identificam como necessidades aspectos

ligados ao maior suporte e conforto (Freitas et al., 2007).

Outro estudo evidencia a importância do suporte (dimensão que tem os itens deste

resultado) para as famílias em situações de fragilidade, como doença e hospitalização (Escobar

et al., 2014). Mesmo sendo competência de toda a equipe, alguns estudos tem apontado a

importância do psicólogo atuando junto as famílias com intuito de amenizar o sofrimento,

facilitar o canal de interação entre a tríade paciente-família-equipe, além de oferecer apoio e

conforto, do ponto de vista emocional (Alves et al., 2015; Macedo et al., 2016; Nunes, 2017).

Isto reforça a relevância deste profissional agregando valor na assistência, inclusive nos CP

(Hermes & Lamarca, 2013; Melo, Valero & Menezes, 2013; Rezende, Gomes & Machado,

2014).

67

Tabela 11: Comparação dos itens do INEFTI por renda familiar

Itens Até 4 salários mínimos Acima de 4 salários mínimos

Valor-p Mediana Média Desvio padrão Mediana Média Desvio padrão

1 4,00 3,82 0,39 4,00 3,89 0,32 0,542 2 4,00 3,53 0,72 4,00 3,74 0,44 0,355

3 4,00 3,88 0,33 4,00 3,86 0,36 0,805

4 3,00 3,41 0,62 4,00 3,40 0,88 0,636

5 4,00 3,82 0,39 4,00 3,86 0,36 0,755

6 4,00 3,47 0,62 4,00 3,71 0,46 0,158

7 3,00 3,24 0,83 4,00 3,37 0,77 0,540

8 3,00 2,71 0,77 3,00 3,09 0,92 0,136

9 4,00 3,53 0,80 4,00 3,77 0,60 0,151

10 3,00 2,59 1,06 3,00 3,09 0,92 0,107

11 3,00 3,47 0,51 4,00 3,71 0,46 0,090

12 4,00 3,71 0,59 4,00 3,71 0,57 0,958

13 4,00 3,82 0,39 4,00 3,91 0,28 0,341

14 4,00 3,76 0,75 4,00 3,77 0,43 0,408

15 4,00 3,76 0,44 4,00 3,91 0,28 0,142

16 4,00 3,76 0,44 4,00 3,89 0,32 0,231

17 4,00 4,00 0,00 4,00 3,83 0,38 0,072

18 2,00 2,18 0,95 3,00 2,91 1,01 0,016*

19 4,00 3,88 0,33 4,00 3,80 0,41 0,466

20 3,00 3,18 0,95 3,00 3,31 0,80 0,695

21 3,00 3,41 0,51 4,00 3,49 0,78 0,306

22 3,00 2,88 0,78 3,00 3,20 0,93 0,108

23 3,00 2,47 0,94 2,00 2,46 1,17 0,960

24 4,00 3,53 0,62 4,00 3,26 1,01 0,554

25 4,00 3,65 0,49 4,00 3,63 0,65 0,899

26 3,00 3,24 0,83 4,00 3,51 0,74 0,165

27 3,00 3,35 0,70 4,00 3,40 0,91 0,490

28 4,00 3,59 0,80 4,00 3,71 0,46 0,853

29 4,00 3,41 0,71 4,00 3,46 0,61 0,922

30 3,00 3,35 0,61 4,00 3,49 0,74 0,296

31 3,00 3,12 0,70 4,00 3,66 0,64 0,002*

32 4,00 3,24 0,97 3,00 3,34 0,80 0,855

33 4,00 3,76 0,44 4,00 3,86 0,36 0,413

34 4,00 3,59 0,51 4,00 3,54 0,70 0,909

35 3,00 3,24 0,66 3,00 3,06 1,06 0,851

36 4,00 3,12 1,17 3,00 3,09 0,95 0,692

37 4,00 3,59 0,51 4,00 3,77 0,43 0,176

38 4,00 3,65 0,61 4,00 3,60 0,74 0,990

39 4,00 3,94 0,24 4,00 3,74 0,61 0,185

40 4,00 4,00 0,00 4,00 3,91 0,28 0,218

41 4,00 4,00 0,00 4,00 3,91 0,28 0,218

42 4,00 3,88 0,33 4,00 3,91 0,28 0,717

43 3,00 2,88 1,22 4,00 3,23 1,09 0,347 *Valor - p < 0,05

Analisando a variável grau de parentesco, os filhos ou outros parentes (irmão, sobrinho

e neto) obtiveram diferença estatística em itens que fazem parte de três dimensões: informação,

conforto e segurança, respectivamente. 19 “Saber exatamente o que está sendo feito para o

paciente”, 28 “Ter certeza que tudo está bem para deixar o hospital por algum tempo” e 40

68

“Sentir que o pessoal do hospital se interessa pelo paciente” (Tabela 12). Esses dados tiveram

maior média nos respectivos itens.

Tabela 12: Comparação dos itens do INEFTI por grau parentesco

Itens Cônjuge Filho Outros

Valor-p Mediana Média DP Mediana Média DP Mediana Média DP

1 4,00 3,83 0,41 4,00 3,87 0,34 4,00 3,87 0,35 0,970 2 3,50 3,50 0,55 4,00 3,68 0,48 4,00 3,73 0,70 0,339

3 4,00 3,67 0,52 4,00 3,94 0,25 4,00 3,80 0,41 0,148

4 3,50 3,50 0,55 4,00 3,48 0,85 3,00 3,20 0,77 0,320

5 4,00 3,83 0,41 4,00 3,87 0,34 4,00 3,80 0,41 0,822

6 4,00 3,67 0,52 4,00 3,58 0,56 4,00 3,73 0,46 0,692

7 3,00 3,17 0,75 3,00 3,35 0,75 4,00 3,33 0,90 0,753

8 3,00 2,83 0,75 3,00 3,06 0,85 3,00 2,80 1,01 0,593

9 4,00 3,67 0,52 4,00 3,65 0,80 4,00 3,80 0,41 0,824

10 3,00 2,83 0,98 3,00 2,74 1,03 4,00 3,33 0,82 0,161

11 4,00 3,67 0,52 4,00 3,68 0,48 4,00 3,53 0,52 0,632

12 4,00 3,83 0,41 4,00 3,74 0,58 4,00 3,60 0,63 0,559

13 4,00 3,83 0,41 4,00 3,94 0,25 4,00 3,80 0,41 0,376

14 3,50 3,50 0,55 4,00 3,77 0,62 4,00 3,87 0,35 0,145

15 4,00 3,83 0,41 4,00 3,90 0,30 4,00 3,80 0,41 0,617

16 4,00 3,67 0,52 4,00 3,87 0,34 4,00 3,87 0,35 0,439

17 4,00 3,67 0,52 4,00 3,90 0,30 4,00 3,93 0,26 0,204

18 2,50 2,33 0,82 3,00 2,65 1,11 3,00 2,87 0,99 0,517

19 3,50 3,50 0,55 4,00 3,81 0,40 4,00 4,00 0,00 0,023*

20 3,00 3,33 0,52 4,00 3,26 0,89 3,00 3,27 0,88 0,988

21 3,00 3,17 0,41 4,00 3,58 0,67 3,00 3,33 0,82 0,113

22 3,00 3,17 0,75 3,00 2,97 0,91 4,00 3,33 0,90 0,330

23 3,00 2,83 1,17 2,00 2,26 1,06 3,00 2,73 1,10 0,253

24 3,50 3,33 0,82 4,00 3,26 1,00 4,00 3,53 0,74 0,681

25 3,00 3,00 1,10 4,00 3,68 0,48 4,00 3,80 0,41 0,082

26 3,00 3,33 0,52 4,00 3,39 0,88 4,00 3,53 0,64 0,689

27 3,50 3,50 0,55 4,00 3,29 0,97 4,00 3,53 0,64 0,849

28 3,00 3,17 0,41 4,00 3,77 0,62 4,00 3,67 0,49 0,006*

29 3,00 3,33 0,52 4,00 3,45 0,62 4,00 3,47 0,74 0,767

30 3,50 3,50 0,55 4,00 3,39 0,76 4,00 3,53 0,64 0,849

31 3,50 3,50 0,55 4,00 3,45 0,81 4,00 3,53 0,52 0,975

32 3,00 3,17 0,75 4,00 3,32 0,87 4,00 3,33 0,90 0,758

33 3,50 3,50 0,55 4,00 3,90 0,30 4,00 3,80 0,41 0,058

34 4,00 3,67 0,52 4,00 3,55 0,68 4,00 3,53 0,64 0,934

35 3,50 3,50 0,55 3,00 3,00 1,00 3,00 3,20 0,94 0,529

36 3,00 3,00 0,63 3,00 3,03 1,11 4,00 3,27 0,96 0,649

37 3,00 3,33 0,52 4,00 3,74 0,44 4,00 3,80 0,41 0,091

38 3,50 3,50 0,55 4,00 3,55 0,81 4,00 3,80 0,41 0,441

39 4,00 3,67 0,52 4,00 3,77 0,62 4,00 3,93 0,26 0,324

40 4,00 3,67 0,52 4,00 3,97 0,18 4,00 4,00 0,00 0,009*

41 4,00 4,00 0,00 4,00 3,94 0,25 4,00 3,93 0,26 0,815

42 4,00 3,67 0,52 4,00 3,90 0,30 4,00 4,00 0,00 0,068

43 4,00 3,50 0,84 3,00 3,00 1,13 4,00 3,20 1,26 0,469 *Valor - p < 0,05

É evidente que os familiares se mantém preocupados com seu ente. Na situação de fim

de vida eles verbalizam anseios acerca do cuidado prestado ao paciente, buscando ter garantido

69

que o melhor está sendo oferecido a eles (Félix et al., 2014). Corroborando com os dados

encontrados, estudo que avaliou as necessidades de familiares de pacientes em UTI neonatal

verificou estes itens fazendo parte das mais relevantes para eles (Soares et al., 2010). Porém,

neste mesmo estudo os participantes foram composto por mães, visto que foi realizada em uma

UTI neonatal, ambiente onde quem mais acompanha o bebê é a mãe.

Os familiares que se enquadravam na variável aposentado tiveram maior média em

relação aos itens 3 “Pessoa para lhe dar bons conselhos em uma situação de crise” e 4 “Pessoa

para levá-la ao médico” (ver Tabela 13). Este dado corrobora com a literatura que evidencia a

busca por suporte social por parte dos familiares filhos que tem pais internados em UTI (Lima

et al., 2012). Aqui cabe acrescentar o compartilhamento de experiências entre familiares que

vivenciam a mesma situação, fazendo parte de uma rede de apoio comum e que pode favorecer

a criação de ajudas mútuas (Reis et al., 2016).

Este resultado traz reflexão acerca da necessidade de se desenvolver uma política de

atenção aos familiares que estão com parentes em CP internados na UTI, visto que tal contexto

causa muita fragilidade nestes sujeitos que acabam por demandar mais cuidado. É comum

familiares sinalizarem que não conseguem tomar atitudes frente situações simples do cotidiano,

o que exige uma mobilização maior das pessoas próximas, sejam parentes, amigos, e até

profissionais no oferecimento de suporte á eles.

Tabela 13: Comparação dos itens da EAS por afirmação se é aposentado

Itens Sim Não

Valor-p Mediana Média Desvio padrão Mediana Média Desvio padrão

1 5,00 4,15 1,34 4,00 3,95 1,15 0,350 2 5,00 4,31 1,18 4,00 4,13 0,98 0,340

3 5,00 4,69 0,63 4,00 4,10 0,91 0,038*

4 5,00 4,38 0,87 4,00 3,59 1,21 0,031*

5 5,00 4,69 0,85 5,00 4,56 0,82 0,482

6 4,00 4,31 0,85 4,00 4,21 0,92 0,792

7 5,00 4,31 0,85 4,00 3,97 1,22 0,502

8 5,00 4,38 1,19 4,00 4,08 0,98 0,193

9 5,00 4,46 1,05 5,00 4,44 0,82 0,619

10 4,00 4,15 0,99 4,00 4,00 1,03 0,631

11 4,00 3,46 1,61 4,00 3,87 1,28 0,449

70

12 5,00 4,38 0,87 4,00 4,03 1,06 0,285

13 4,00 4,23 0,83 4,00 3,92 0,98 0,353

14 4,00 3,46 1,39 4,00 3,90 1,12 0,327

15 5,00 4,38 1,04 4,00 3,74 1,27 0,086

16 4,00 4,15 0,80 4,00 3,87 1,22 0,648

17 4,00 4,15 0,80 4,00 4,08 0,96 0,911

18 4,00 4,08 0,86 4,00 3,72 1,15 0,385

19 5,00 4,62 0,87 5,00 4,41 0,99 0,468 *Valor - p < 0,05

A variável renda familiar com relação a itens do EAS obteve evidências de diferença

estatística em cinco deles: 2, “Pessoa para lhe ouvir quando você precisar falar”; 3, “Pessoa

para lhe dar bons conselhos em uma situação de crise”; 6, “Pessoa para se divertir junto”; 7,

“Pessoa para lhe dar informações que a ajude a compreender uma determinada situação” e 17,

“Pessoa com quem fazer coisas agradáveis”. Neste caso, os familiares com renda familiar acima

de 4 salários mínimos tiveram maior média nos respectivos atributos (Tabela 14).

Tabela 14: Comparação dos itens da EAS por renda familiar

Itens Até 4 salários mínimos Acima de 4 salários mínimos

Valor-p Mediana Média Desvio padrão Mediana Média Desvio padrão

1 4,00 3,71 1,36 5,00 4,14 1,09 0,249 2 4,00 3,65 1,22 5,00 4,43 0,81 0,022*

3 3,00 3,82 0,95 5,00 4,46 0,78 0,020*

4 3,00 3,41 1,23 4,00 3,97 1,12 0,090

5 5,00 4,35 1,06 5,00 4,71 0,67 0,302

6 4,00 3,76 1,09 5,00 4,46 0,70 0,021*

7 3,00 3,59 1,12 5,00 4,29 1,10 0,024*

8 4,00 3,82 1,01 5,00 4,31 1,02 0,079

9 5,00 4,35 1,06 5,00 4,49 0,78 0,934

10 4,00 3,94 0,97 4,00 4,09 1,04 0,496

11 4,00 3,47 1,42 5,00 3,91 1,34 0,225

12 4,00 3,88 1,05 5,00 4,23 1,00 0,220

13 4,00 3,71 1,05 4,00 4,14 0,88 0,117

14 4,00 3,53 1,18 4,00 3,91 1,20 0,204

15 3,00 3,47 1,28 5,00 4,11 1,18 0,062

16 3,00 3,59 1,12 4,00 4,11 1,11 0,090

17 3,00 3,65 1,00 4,00 4,31 0,80 0,018*

18 3,00 3,41 1,06 4,00 4,00 1,06 0,052

19 5,00 4,06 1,25 5,00 4,66 0,73 0,052 *Valor - p < 0,05

Os participantes desta pesquisa, por fazerem parte de um camada social privilegiada,

com maior condição financeira, detém maior acesso a redes de apoio que acabam por auxiliar

frente a realidade de hospitalização – doença - fim de vida. De modo geral, as famílias utilizam

71

estratégias de enfrentamento nestes contextos, sendo uma delas o apoio social, evidenciado na

literatura como um dos mais utilizados (Lima et al., 2012; Menezes et al., 2015; Santos, 2013).

Cabe informar que faz-se relevante ter o cuidado para não confundir estratégias de

enfrentamento com foco no apoio social do apoio percebido pelos familiares, o que pode gerar

confusão nas análises visto que são constructos diferentes. Acrescenta-se neste ponto da análise

a carência na literatura acerca do apoio social percebido pela família em UTI, o que dificulta

análises e comparações com outros estudos.

72

6. Conclusão

O objetivo do presente estudo foi verificar correlação entre percepção de apoio social e

as necessidades dos familiares de pacientes em CP na UTI. Não houve evidências para se

acreditar na relação entre percepção de apoio social e necessidades nos familiares estudados, o

que surpreendeu a pesquisadora, visto que esperava-se uma relação entre eles. Diante desta

realidade, se faz necessário outras pesquisas que possam corroborar ou refutar os achados.

Considera-se que tal propósito não foi alcançado, em virtude da amostra de participantes

ter sido pequena, o que pode ter prejudicado nos resultados. Na análise destes, foi verificada

uma literatura ainda escassa quando se trata de familiares fazendo parte deste grupo específico

na UTI, o que dificulta análises comparativas, no que se refere ao apoio social como também

as suas necessidades.

Dentre as dimensões de apoio social, a afetiva foi a que se destacou, sendo considerada

a mais importante para os familiares. Este tipo de apoio pode ser obtido pela própria família,

comunidade e instituições religiosas, também pelos profissionais de saúde que são considerados

fonte importante, mas que nem sempre estão disponíveis e capacitados para tal.

Com base nos resultados sobre apoio social percebido, entende-se que fatores protetivos

de possuir maior renda esteve associado a itens do apoio social, além do grupo composto por

aposentados que tiveram significância estatística nos familiares em questão. Mesmo obtendo

boa percepção de apoio social, é importante alertar os profissionais sobre este grupo de pessoas

que necessita ser apoiado e acolhido frente a situação de fim de vida de um ente querido na

UTI. A literatura enfatiza a carência de ações por parte da equipe que precisa evoluir neste

campo.

73

Os achados deste estudo também apontam para a presença de necessidades dos

familiares. Elas se caracterizaram por demandas de informação e segurança, primordialmente,

o que pode gerar sentimentos negativos e insatisfações, quando não atendidas. A idade acima

de 45 anos, filhos solteiros, com escolaridade equivalente ao ensino superior, renda familiar

acima de 4 salários mínimos, além da condição de estar aposentado, apareceram como aspectos

relacionados as necessidades, carecendo de mais pesquisas a fim de aprofundar a compreensão

dessa relação.

Apesar das limitações encontradas pelas equipes de UTIs, sugere-se a criação e o

fortalecimento de estratégias com foco no atendimento ás necessidades dos familiares. Assim,

além do familiar cuidador, deve ser dada especial atenção as intervenções junto à rede de

relacionamentos que se mantém, aqui composta especialmente pela família e pela equipe de

saúde. Acrescenta-se a utilização de suporte religioso como fonte de apoio social, reconhecido

na literatura como relevante.

O papel do psicólogo junto aos familiares na UTI, em especial nas equipes de CP, pode

ajudar no fortalecimento e estreitamento dos laços entre as famílias e a equipe, inclusive,

proporcionando uma melhor comunicação entre eles. Além disto, o trabalho do psicólogo

contribui para a compreensão dos aspectos psicológicos que fazem parte do processo de doença/

hospitalização e fim de vida.

Os familiares de pacientes internados apresentam diversas formas de vivenciar a

hospitalização do seu membro doente e tem necessidades que merecem atenção e cuidados por

parte dos profissionais da equipe de saúde. Quando se trata de pacientes em CP, as demandas

da família se altera, exigindo mais desta equipe.

A assistência junto aos familiares de pacientes em CP na UTI pressupõe avaliação

dinâmica das situações de risco emocional e prontidão para identificar problemas de forma a

poder atuar, a depender do problema encontrado, de maneira a impedir um resultado

74

desfavorável, como por exemplo, distúrbios emocionais nestes familiares. A ausência de

cuidado e assistência à família compromete a perspectiva de cuidado integral ao paciente.

Como sugestões, apoia-se maior investimento por parte das equipes de saúde em

fornecer maior assistência aos familiares em UTI quando fragilizados pela possibilidade de

morte de um membro da família, como também o desenvolvimento de pesquisas com maior

número de participantes para se analisar resultados que venham a corroborar com os obtidos.

Ademais, sabe-se que os CP nas UTIs é um campo de prática já desenvolvido no país,

favorecendo uma melhor assistência no momento da morte neste ambiente. Aspecto pouco

explorado é a compreensão das necessidades dos familiares no contexto de CP. Assim, como a

internação de um membro da família na UTI mobiliza emoções neste grupo, o que caracteriza

uma crise situacional e gera necessidade de mecanismos adaptativos, a realidade dos CP pode

fazer emergir reações que são acompanhadas de demandas que merecem ser atendidas no

cuidado aos mesmos. Dentre as necessidades tem-se: de receber informações, conforto, suporte,

sentir-se seguro e próximo.

Diante disso, o presente estudo busca dar visibilidade ás necessidades dos familiares de

pacientes sob CP na UTI que não podem ser ignoradas tendo em vista que o cuidado deve

promover a integralidade da assistência ao paciente e sua família, dentro do modelo

biopsicossocial para compreender a saúde. Além da relevância em obter informações acerca do

apoio social percebido pela família o que pode influenciar no enfrentamento da realidade crítica

em questão, contribuindo para o bem-estar e prevenindo possíveis complicações.

Estudos mostraram que várias esferas da vida de membros da família são afetados,

incluindo financeiro, relacionamentos, educação e trabalho, tempo de lazer e atividades sociais.

Neste sentido o apoio social pode ser um recurso relevante que venha a oferecer acolhimento e

atenção frente as demandas que possam emergir.

75

Os dados provenientes dessa pesquisa podem ser relevantes, também, para o

conhecimento científico e acadêmico visto que cada vez mais as pessoas doentes estão sendo

encaminhadas às UTIs, utilizando os recursos materiais, tecnológicos e humanos existentes,

mas também recebendo os CP, quando a cura não é mais possível. Junto com eles, sua família,

com toda a subjetividade envolvida no processo de internação.

Limitações foram evidenciadas neste estudo. Além da número reduzido de participantes,

que mesmo obedecendo cálculo para determinar amostragem, gerou a reflexão sobre

possibilidade de ter interferido nos resultados. Outra limitação encontrada foi em relação a ter

familiares cuidadores com idade superior a 60 anos, visto que muitos destes foram excluídos

da pesquisa em função dos critérios de seleção, mesmo sendo verificado condições emocionais

e, principalmente, cognitivas para participar da pesquisa. Cabe aqui a reflexão de melhor

avaliação acerca deste critério de exclusão para pesquisas futuras.

Em conclusão, as famílias expressam interações sistêmicas adaptativas e resilientes

frente ao processo de hospitalização, utilizando recursos próprios, da equipe de saúde e da rede

de apoio social e espiritual. Assim, infere-se que os profissionais de saúde devem aprimorar

seus saberes e ações de cuidado com a família, promovendo práticas interdisciplinares, ao

encontro das demandas desta clientela para que possam ser supridas e gerem uma satisfação, e

com isto possa amenizar o sofrimento relacionado ao lidar com a realidade em questão.

Com isso, faz-se relevante o desenvolvimento de pesquisas sobre a temática com intuito

de aumentar e corroborar com o que os estudos já evidenciam sobre a realidade estabelecida e

que precisa de mais envolvimento e aceitação pela equipe de saúde que assiste o paciente na

UTI. Os CP na UTI são uma realidade factível por tudo que vem sendo vivenciado nos atuais

contextos de envelhecimento populacional e avanço da medicina.

76

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90

ANEXO A

91

ANEXO B

ESCALA DE APOIO SOCIAL –EAS (Griep,2003)

Se precisar com frequência você conta com

alguém

Nunca Raramente Ás vezes Quase

Sempre

Sempre

1. que a ajude se ficar de cama

2. para lhe ouvir quando você precisar falar

3. para lhe dar bons conselhos em uma situação de

crise

4. para levá-la ao médico

5. que demonstre amor e afeto por você

6. para se divertir junto

7. para lhe dar informações que a ajude a

compreender uma determinada situação

8. em quem confiar ou para falar de você ou sobre

seus problemas

9. que lhe dê um abraço

10. com quem relaxar

11. para preparar refeições, se você não puder

prepará-las

12. de quem você realmente quer conselhos

13. com quem distrair a cabeça

14. para ajudá-la nas tarefas diárias, se você ficar

doente

15. para compartilhar preocupações e medos mais

íntimos

16. para dar sugestões de como lidar com um

problema pessoal

17. com quem fazer coisas agradáveis

18. que compreenda seus problemas

19. que você ame e que faça você se sentir querida

92

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO SÓCIO-DEMOGRÁFICO

Nome (Iniciais): __________ Sexo:( ) Feminino ( ) Masculino Idade: ________

Estado Civil: ( ) solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) união consensual ( )

divorciado/separado(a) ( ) Viúva ( ) Outro_________

Quantas pessoas moram com o Sr(a)? _______ (Incluí-lo na contagem)

Quantos cômodos têm sua casa? _______________

Fica sozinho a maior parte do dia? ( )Sim ( )Não

Escolaridade:( ) Nunca estudou ( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Superior ( ) Pós-

graduado

( )Completo ( )Incompleto

Aposentado(a) e/ou Pensionista? ( )Sim ( )Não

Renda Familiar (Salário Mínimo – SM): ( ) Menos de 1 SM ( ) 1 SM ( ) 2 SM (

)3 SM ( ) 4 SM ( ) 5 SM ( ) Mais de 5 SM

Religião: ( ) Católica ( ) Evangélica ( ) Espírita ( ) Outra ( ) Não tem

Profissão_______________________________________________________________

Grau de parentesco com o paciente: ( ) cônjuge ( ) filho(a) ( ) irmão(ã) ( ) outros

93

APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Este é um convite para você participar da pesquisa “necessidades e apoio social em

familiares de pacientes sob cuidados paliativos em unidade de terapia intensiva”, que tem

como pesquisador responsável pela Profª Drª Eulália Maria Chaves Maia, de autoria da

psicóloga Monica Guimarães Klemig Gomes de Melo Britto.

Esta pesquisa pretende investigaras necessidades dos familiares de pacientes sob cuidados

paliativos em Unidade de Terapia Intensiva como também o apoio social percebido por estes

familiares. Sua participação é livre, o que significa que você poderá desistira qualquer

momento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo.

O motivo que nos leva a fazer este estudo consiste em levantar, analisar e satisfazer as

necessidades dos familiares de pacientes sob cuidados paliativos em UTI como também o

apoio social recebido, utilizando, de forma objetiva, instrumentos de avaliação das

necessidades dos familiares de pacientes em UTI, além de realizar o levantamento do apoio

social percebido pelos familiares no lidar com a realidade de ter um membro da família sob

cuidados paliativos em UTI. A partir destas duas avaliações pretende-se correlacionar o apoio

social com as necessidades dos familiares em UTI.

Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a)a uma entrevista individual, com o

objetivo de responder a um questionário sobre informações pessoais e de saúde, Inventário

de Necessidades e Estressores de Familiares de Terapia Intensiva (INEFTI) e Escala de Apoio

Social (EAS). O tempo para preenchimento destes instrumentos é de 45 minutos.

Os riscos envolvidos com sua participação são mínimos, ou seja, o risco que você corre é

semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina. Pode acontecer um

desconforto em função do relato da vivência do familiar de um paciente da UTI, o qual será

94

minimizado através de medidas de apoio psicológico no momento da entrevista e possíveis

encaminhamentos. Você pode se recusar a responder as perguntas que lhe cause

constrangimento de qualquer natureza.

Quanto aos benefícios, você ajudará no desenvolvimento do levantamento de necessidades

emergentes dos familiares em contexto de UTI, como também na compreensão de presença

ou não de apoio social que venha a influenciar nestas necessidades contribuindo para o

manejo de cada familiar em suas necessidades. Caso seja verificada a necessidade de

acompanhamento com psicólogo a partir da sua participação nessa pesquisa, você terá

assistência por parte da equipe de psicologia do hospital durante o período em que o seu

familiar estiver internado na UTI.

Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta

pesquisa, você terá direito a indenização.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum

momento. Os dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa na sala

do Grupo de Estudos Psicologia e Saúde (GEPS), no Laboratório de Psicologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por um período de 5 anos, e a divulgação dos

resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. Se você tiver algum gasto que

seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite.

Você ficará com uma via deste Termo e qualquer dúvida que você tiver a respeito desta

pesquisa, poderá perguntar diretamente para Eulália Maria Chaves Maia, na Sala 616 do

Laboratório de Psicologia, Setor Verde do Campus Universitário Central da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte ou pelo telefone 3215-3592, Ramal 220.

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em

Pesquisa da UFRN, no endereço CP 1666, Natal/RN, CEP: 59078-970 ou pelo

telefone(84)3215-3135. Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará

para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa

“necessidades e apoio social em familiares de pacientes sob cuidados paliativos em unidade

de terapia intensiva”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em

congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

95

Natal ____ / ____/ ____.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo pesquisa “necessidades e apoio social em

familiares de pacientes sob cuidados paliativos em unidade de terapia intensiva”, declaro que

assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente

e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como

manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal ____ / ____/ ____.

___________________________________________________________________________ Profa. Dra. Eulália Maria Chaves

Impressão

datiloscópica do

participante