Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira...

77
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA DE RECOMPENSA ALIMENTAR: ENFOQUE SOBRE O SISTEMA SEROTONINÉRGICO AMANDA ALVES MARCELINO DA SILVA RECIFE-2011

Transcript of Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira...

Page 1: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA DE RECOMPENSA

ALIMENTAR: ENFOQUE SOBRE O SISTEMA

SEROTONINÉRGICO

AMANDA ALVES MARCELINO DA SILVA

RECIFE-2011

Page 2: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

2

AMANDA ALVES MARCELINO DA SILVA

PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA DE RECOMPENSA

ALIMENTAR: ENFOQUE SOBRE O SISTEMA

SEROTONINÉRGICO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Nutrição do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal

de Pernambuco para obtenção do título de

Mestre em Nutrição.

Orientadora: Prof. Drª. Sandra Lopes de

Souza

RECIFE-2011

Page 3: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

3

Silva, Amanda Alves Marcelino da

Programação do sistema de recompensa alimentar: enfoque

sobre o sistema serotoninérgico / Amanda Alves Marcelino da

Silva. – Recife: O Autor, 2011.

76

folhas: il., fig.; 30 cm.

Orientador: Sandra Lopes de Souza

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de

Pernambuco. CCS. Nutrição, 2011.

Inclui bibliografia e anexo.

1. Desnutrição perinatal. 2. Programação. 3. Sistema de recompensa. 4. Motivação. 5. Serotonina. I. Souza, Sandra Lopes de. II.Título.

UFPE

616.39 CDD (20.ed.) CCS2011-053

Page 4: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

4

Page 5: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

5

Dedicatória

A minha mãe Valdenice e minha irmã Angélica

Meu eterno agradecimento.

Pelo o que hoje me tornei, graças à confiança que depositaram em mim.

Por acreditar em mim nos momentos em que eu mesma fraquejei.

Por mostrar que eu podia tornar meus sonhos possíveis mesmo quando todos me mostravam o

contrário.

Por me apoiar incondicionalmente durante minha trajetória.

Por vibrarem com minhas vitórias.

Por mostrar que errar faz parte do aprendizado e nos torna seres melhores.

Dedico-lhes mais esta conquista, pois vocês foram a verdadeira razão de minha fé, luta e

perseverança.

Amo vocês!

Page 6: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

6

Agradecimentos

A Deus,

Que apesar de minha falta de fé e egoísmo sempre esteve ao meu lado, a dar-me

força e determinação para ser capaz de transpor os obstáculos ao longo desta

trajetória.

A minha mãe Valdenice

Pelo amor incondicional, por dedicar sua vida para me fazer feliz, por me dar

a estrutura para seguir meus sonhos, por me mostrar que eu sou capaz de ir

sempre além, por me mostrar que todos nós temos fraquejas e medos, mas que

eles não podem ser maiores do que nossos desejos e objetivos, por ser meu porto

seguro, por ser um recanto de paz, amor e compreensão, por dar sentido a

minha vida, por fazer todo meu esforço, minhas noites de sono, minhas horas

de estudo valerem a pena. Porque é por você e para você que eu fui capaz de

chegar até aqui. Não existem palavras capazes de descrever a honrar a

satisfação em ser sua filha, apesar de nem sempre minhas atitudes e palavras

proferidas condizerem com isso. Meu eterno agradecimento!

A minha irmã Angélica,

Meu amor eterno e parte de mim, a parte mais bonita, doce e delicada. Alguém

que tem nome de flor do nome não poderia ser diferente! Mais que uma irmã e

companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que

ilumina meu caminho, com amor, fé a cada oração, a cada torcida pela

minha vitória, que nunca me deixou desistir, que nos momentos de desespero,

me deu a paz e equilíbrio que eu necessitava.

Serei eternamente grata a Deus por ter vindo por mais uma vida como sua

irmã. Amo você!

Sem vocês eu não sou nada, mas com vocês sinto-me completa,

Meus sinceros agradecimentos.

Page 7: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

7

Agradecimentos

À orientadora Sandra Lopes pelo apoio, pela dedicação, por estar ao meu lado nas decisões

importantes da vida. Por mostrar meus pontos fracos e que eles são fonte de aprendizado constante.

Por ser minha inspiração profissional. Por ter cumprido sua promessa, de me oferecer o caminho do

aprendizado eterno, por me permitir ser curiosa, por me proporcionar oportunidades únicas, por me

engrandecer a cada conversar, a cada conselho. Agradeço especialmente pela paciência e

compreensão, apesar de minha “humildade”, sei que sou uma pessoa difícil de orientar. Mas acredito

que você fez um excelente trabalho, pois você não é apenas uma orientadora, mas uma amiga, uma

parceira, alguém em que se pode confiar. Ao longo desses anos houve impasses, mas acredito que

todos serviram para provar que nossa relação não era apenas aluno-professor, mas um forte

sentimento de amor, amizade, carinho e respeito. Obrigada, por me ajudar a sonhar e fazer de meu

sonho realidade.

À Bertrand Kaeffer pelo apoio e contribuições valiosas para a concretização deste trabalho.

À Silvano Batista pela amizade, apoio em momentos difíceis, pelas palavras de conforto nos

momentos de desânimo, por dar-me esperança mostrando que meu esforço não seria em vão, por

acreditar em mim. Por todos os momentos decisivos em que tive sua fé e sua força espiritual. Meus

sinceros agradecimentos.

As minhas eternas amigas Thacianna Barreto e Marthyna Pessoa, pela amizade, admiração, apoio nos

momentos difíceis, por ter certeza de que independente do resultado, vocês duas sempre estariam

ao meu lado. Por demonstrar que existe amizade desinteressada. Agradeço carinhosamente por ter

em vocês uma base de sustentação, por ter de vocês amor, carinho, respeito, a certeza de que apesar

da falta de tempo, quando estamos juntas é como nunca tivéssemos nos separado. Sinto-me honrada

por ter vocês na minha vida. Amo vocês! Obrigada por fazer parte dessa conquista e das muitas que

ainda virão.

A minha eterna “chefinha” Lisiane Oliveira, pelo aprendizado, compreensão e carinho durante todos

esses anos. Sem você eu não teria chegado tão longe. Seus ensinamentos, durante minha iniciação

científica foram fundamentais para esta realização e para me tornar o que sou hoje. Meus sinceros

agradecimentos.

À Manuela Figueiroa pela amizade, pela confiança depositada em mim e no trabalho. Por acreditar

que eu posso sempre fazer muito mais. Por ser tão especial e principalmente pelas contribuições

valiosas ao longo desse trabalho. Meus sinceros agradecimentos.

Aos meus amigos, Bruno Galvão e Diego Nunes, pela eterna paciência, compreensão e conselhos. Por

me mostrar que a maior virtude do homem é saber perdoar. Por estarem ao meu lado por todos

Page 8: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

8

esses anos, por me apoiarem nos momentos difíceis, principalmente por me ouvirem nos momentos

de “surto”, por me ajudarem a fazer escolha certa. Sei que nem sempre agir de forma a merecer a

amizade de vocês. Mas fico profundamente feliz, pois apesar de meus erros eu sempre senti o amor,

o carinho e amizade de vocês.

À Aline Isabel pela amizade, paciência e compreensão ao longo desses anos. Pelo incentivo em etapas

decisivas de minha vida acadêmica, pelo conforto em momentos difíceis. Agradeço especialmente

pelo apoio e solicitude durante a execução deste trabalho.

À Tássia Ferreira pela amizade, apoio. Pelas conversas que tanto aliviaram nos momentos de

desânimo. Pelo privilégio de sua presença e confiança num momento tão importante da minha vida.

Obrigada, você faz parte dessa conquista.

À Mayara Brasil (minha estagiária), pelo apoio, pela parceria e paciência durante a execução deste

trabalho. Aprendi muito com você serei eternamente grata pelo o que você fez por mim, e por ter

suportado trabalhar ao meu lado. Obrigada pela torcida, você faz parte dessa conquista.

À Gisélia Muniz e Taisy Ferro pela amizade, apoio, e principalmente pela paciência ao me ouvir. Vocês

são muito especiais para mim, não só pela ajuda durante todas as fases desse trabalho, mas por

tornar essa etapa tão difícil, num grande prazer, afinal o que dizer das “reuniões científicas na casa de

Gisa”, fonte ampla de conhecimento. Obrigada pela honra e satisfação de tê-las na minha vida.

À Heloísa Mirelle e Thays Marinho pela amizade e apoio nos momentos difíceis e especialmente pela

compreensão e paciência ao me ouvir.

À Renata Campina (Renatinha), Kelli Ferraz e Matilde Cesiana, agradeço pela confiança, pelo apoio em

momentos decisivos da minha vida, por me ouvirem, pela paciência, e por tornar o trabalho no

laboratório tão gratificante e prazeroso.

A todos colegas de laboratório, Livia Almeida, Larissa Almeida, Carolina Peixoto, America Palmeira,

Iracema Melo Adriano Bento, Antonio Santos, Filippe Falcão, obrigada pela paciência, apoio, foi um

prazer conhecê-los. Meus sinceros agradecimentos.

A turma de Pós-Graduação em Nutrição 2009 pelo apoio e companheirismo ao longo desta etapa

Aos meus eternos mestres Raul Manhães, Elizabeth Nascimento, Maria do Carmo Fraga, Paulo

Padovan, Rosangela Coelho, Armando Marsden, Sandra Ferreira vossos ensinamentos serão eternos

para mim e sempre farão parte de minhas escolhas e decisões.

Aos meus alunos que me serviram de estímulo para concluir este trabalho e para seguir adiante.

A Pós-Graduação em Nutrição pela oportunidade de enriquecimento acadêmico.

A Neci Nascimento, Cecilia Arruda e Franciane pelo apoio, disponibilidade e principalmente paciência.

Page 9: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

9

A Universidade Federal de Pernambuco por ter me oferecido a estrutura suficiente de seguir meus

objetivos, por me fazer crescer profissionalmente. Por ser meu segundo lar!

A CAPES e a FACEPE pelo apoio financeiro.

A todos que contribuíram direta e indiretamente para o que hoje me tornei.

Page 10: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

10

“Pense como uma pessoa de ação e aja como uma

pessoa que pensa."

Henri Louis Bergson

Page 11: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

11

RESUMO

A desnutrição em períodos iniciais da vida é capaz de promover alterações permanentes nas

estruturas encefálicas responsáveis pelo controle da ingestão alimentar. Achados laboratoriais

reforçam a teoria da programação. Entretanto vários mecanismos e processos celulares

precisam ser esclarecidos a cerca da programação do comportamento alimentar. O acesso a

alimentos palatáveis é considerado atualmente um dos preditores de desordens metabólicas,

entre elas a obesidade. Animais desnutridos são hiperfágicos. Esta hiperfagia foi relacionada

com modificações no sistema serotoninérgico. Na continuidade de investigação desses

achados, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da desnutrição perinatal sobre

a motivação alimentar e a ação do sistema serotoninérgico sobre o consumo de alimento

palatável. Nesse estudo, foram utilizados ratos da linhagem Wistar divididos em dois grupos

segundo a dieta oferecida às mães durante a gestação e a lactação: Nutrido (N, dieta com 17%

de caseína) e Desnutrido (D dieta com 8% caseína). Foram avaliados: a) Peso corporal durante

o período de lactação até os 35 dias de vida e aos 180 dias de vida. b) Comportamento

motivacional diante de recompensa alimentar, através do Runway Task. Este teste foi

realizado dos 60 aos 82 dias de vida, compreendendo 11 sessões alternadas de treinamento,

onde o animal era exposto à recompensa por 5min. c) Sequência comportamental de saciedade

com alimento palatável. Durante 60min os comportamentos de alimentação, limpeza e

descanso foram filmados e posteriormente observados. d) Ingestão de alimento palatável sob

efeito de ISRS. Animais sofreram privação alimentar de 4h. 1h antes da avaliação da ingestão

foi aplicado o ISRS (10mg/kg, por via intraperitoneal). Conforme a hipótese lançada

inicialmente, o presente trabalho demonstrou que a desnutrição perinatal aumenta a motivação

pela recompensa a alimentar, apesar do atraso cognitivo apresentado pelos animais

desnutridos. A desnutrição perinatal aumenta a motivação pelo alimento palatável e favorece a

ação da serotonina sobre a ingestão desse tipo alimento através de sua ação no sistema de

recompensa alimentar

Palavras-chave: desnutrição perinatal, programação, sistema de recompensa, motivação,

serotonina

Page 12: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

12

ABSTRACT

Malnutrition in early periods of life can promote permanent changes in brain structures

responsible for control of food intake. Experimental findings reinforce the hypothesis of

programming. However several mechanisms and cellular processes need to be clarified about

the programming of feeding behavior. The access to palatable foods is now considered one of

the predictors of metabolic disorders, including obesity. Malnourished animals are

hyperphagic. This hyperphagia was associated with changes in the serotonergic system. On

further investigation of these findings, this study aimed to evaluate the effects of perinatal

malnutrition on the serotoninergic regulation of hedonic control of eating behavior. In this

study, we used Wistar rats were divided into two groups according to the diet offered to

mothers during pregnancy and lactation: Control (C, diet with 17% casein) and Low protein

(LP diet with 8% casein). We evaluated: a) Body weight during the lactation period until 35

days and 180 days of life. b) motivational behavior for food reward, through the Task

Runway. This test was conducted from 60 to 82 days of life, including 11 alternate sessions of

training, where the animal was exposed to the reward for 5min. c) behavioral sequence of

satiety with food palatable. 60min behaviors during feeding, grooming and resting were

videotaped and later observed. d) Ingestion of palatable food under the effect of SSRIs.

Animals were fasted for 4h. 1 h before intake assessment was used SSRIs (10mg/kg,

intraperitoneally). According to the initial hypothesis, this study showed that perinatal

malnutrition increases motivation for food rewards, despite the delay made by the cognitive

malnourished animals. Perinatal malnutrition increases motivation for food palatable and

promotes the action of serotonin on the intake of such food by their action on the system

reward.

Keywords: perinatal malnutrition, programming, system of reward, motivation, serotonin

Page 13: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

13

LISTA DE FIGURA

1. Relação entre o controle homeostático e não-homeostático do balanço

energético.

2. Principais vias da sinalização para a ingestão alimentar. Figura modificada de

Erllasson-Albertson, 2005.

3. Esquema da conexão entre o sistema gustatório e o comportamento

alimentar. Modificado de Yamamoto, 2008.

4. Ação da serotonina sobre o controle homeostático da ingestão alimentar. Figura

retirada de Heisler et al., 2006.

5. Curva hipotética de velocidade de crescimento mostrando o efeito da inibição do

crescimento área (a, b, c, d) e subsequente catch-up (d, e, f). Retirada do artigo "Catch-

up growth",Williams, 1981.

6. Esquema dos grupos experimentais

7. Representação esquemática da estrutura runway

8. Esquema de treino do teste de motivação a recompensa alimentar

9. Descrição dos Parâmetros Avaliados durante a Sequência Comportamental de

Saciedade

FIGURAS DO ARTIGO

FIGURA 1A: Peso corporal dos grupos experimentais do 6º ao 35º dia de vida.

FIGURA 1B: Peso corporal dos grupos experimentais aos 180 dias de vida.

FIGURA 2A-D: Avaliação do número de direção reversa, pausas, latência para sair da caixa

inicial e para reagir a caixa alvo.

FIGURA 3: Avaliação da latência para iniciar o consumo da recompensa

Page 14: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

14

FIGURA 4: Velocidade para realização da tarefa completa

FIGURA 5: Ingestão de alimento palatável e ISRS

FIGURA 6: Sequencia comportamental de Saciedade (SCS)

FIGURA 7: Avaliação dos comportamentos da SCS

FIGURA 8: Taxa de alimentação da SCS

Page 15: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

15

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Composição das dietas experimentais oferecidas durante o período de gestação e

lactação.

TABELA 2- Informação Nutricional do Alimento palatável*

Page 16: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

16

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 16

REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................ 18

Controle do Balanço energético................................................................................................18

Serotonina e Comportamento alimentar ...................................................................................22

Adaptações as fontes de energia do ambiente........................................................................... 25

HIPÓTESE ............................................................................................................................... 31

OBJETIVOS ............................................................................................................................. 32

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 33

RESULTADOS ........................................................................................................................ 40

DISCUSSÃO ............................................................................................................................ 61

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 67

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 68

ANEXOS.................................................................................................................................. 76

Page 17: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

17

INTRODUÇÃO

O baixo peso ao nascer está relacionado ao elevado risco para desenvolvimento de

obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares na vida adulta (HALES e BARKER, 1992). A

causa mais frequente de alterações do peso corporal em períodos precoces da vida é o aporte

nutricional materno durante a gestação e lactação (PAGE, MALIK et al., 2009). A

incompatibilidade entre o ambiente energético fetal e a disponibilidade de nutrientes em outras

fases da vida é importante preditor de doenças metabólicas (GLUCKMAN e HANSON,

2004). A desnutrição precoce modula estrutura e função de mecanismos responsáveis pela

manutenção do balanço energético (BELLINGER, SCULLEY et al., 2006). O equilíbrio

energético é mantido por inúmeras substâncias estimuladas pelo padrão dietético do indivíduo

que atuam, particularmente, sobre o hipotálamo (WYNNE, STANLEY et al., 2005). Entre os

vários fatores que influenciam a ingestão alimentar e o ganho de peso estão qualidade e

disponibilidade dos alimentos (SCLAFANI, 2001). A ação da desnutrição sobre mecanismos

encefálicos da regulação da ingestão alimentar e sua relevância para etiologia da obesidade é

evidente, porém pouco compreendida (ZHENG, LENARD et al., 2009). Os mecanismos

moleculares, celulares e comportamentais, subjacentes a esse fenômeno, ainda são pouco

esclarecidos para explicar sua amplitude de prejuízos à saúde, sendo na atualidade alvo de

intensa investigação científica. O nosso grupo de pesquisa trabalha no tema a mais de uma

década, e vem esclarecendo importantes pontos a cerca da homeostase energética desses

organismos. Alguns dos nossos resultados indicam que a desnutrição perinatal promove, na

idade adulta, aumento da ingestão alimentar e preferência por alimentos palatáveis (dados não

publicados). A preferência por estes tipos de alimentos é frequentemente associada a respostas

hedônicas, como a palatabilidade e o prazer (YAMAMOTO, 2006). O consumo de alimento

palatável é modulado por estruturas encefálicas constituintes do sistema de recompensa

alimentar (ADAN, VANDERSCHUREN et al., 2008). Os dados mais abundantes sobre a

neurotransmissão desse processo envolvem a dopamina, porém dados científicos vêm

apontando um potencial papel para a serotonina (KRANZ, KASPER et al., 2010).

Inicialmente reconhecida por atuar estimulando a saciedade (homeostática), a serotonina tem

sido relacionada atualmente a indução do consumo de alimento palatável (hedônica) (KRANZ,

Page 18: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

18

KASPER et al., 2010). Assim, esse neurotransmissor parece exercer efeitos opostos sobre a

fome e saciedade a depender das qualidades sensoriais e calóricas do alimento. Entretanto, a

literatura ainda é escassa em relação aos mecanismos subjacentes do papel do sistema

serotoninérgico no controle hedônico.

Dentro deste contexto, o presente trabalho teve como objetivo investigar os efeitos da

desnutrição perinatal sobre a motivação alimentar e o possível envolvimento do sistema

serotoninérgico sobre o controle hedônico do comportamento alimentar nesses organismos.

Sobre as observações da relação entre a desnutrição perinatal e a preferência a alimento

palatável, o presente estudo hipotetizou que a desnutrição estimula o consumo de alimentos

densamente energéticos (palatáveis) através mecanismos envolvendo o sistema

serotoninérgico.

Page 19: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

19

REVISÃO DE LITERATURA

Controle do balanço energético

O balanço energético é o resultado entre a quantidade de energia adquirida,

metabolizada e armazenada pelo organismo (WYNNE, STANLEY et al., 2005). O seu

controle depende de uma rede complexa de conexões entre estruturas encefálicas e do trato

gastrintestinal, além de estímulos sensoriais (olfato, paladar, visão) e propriedades inerentes ao

alimento. Existem dois níveis de controle: a) homeostático, envolvendo o hipotálamo e o trato

gastrintestinal; b) não homeostático, expresso pelo sistema de recompensa que inclui regiões

encefálicas como a área tegmentar ventral (VTA) e o núcleo Accumbens (MAGNI, DOZIO et

al., 2009) (Figura 1).

Figura 1: Relação entre o controle homeostático e não-homeostático do balanço

energético.

O hipotálamo integra sinais aferentes do trato gastrointestinal e do encéfalo para

produzir sinais eferentes de controle da ingestão alimentar e do gasto energético (SIMPSON,

Page 20: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

20

MARTIN et al., 2009). Os núcleos hipotalâmicos arqueado (ARC), paraventricular (PVN),

ventromedial (VMN), dorsomedial (DMH) e área hipotalâmica lateral (LHA) possuem

interconexões envolvidas nesse controle (SIMPSON, MARTIN et al., 2009). O núcleo

arqueado é integrador dos estímulos periféricos, neurais e sensoriais (BOURET e SIMERLY,

2006). Neste núcleo são co-expressos o neuropeptídeo Y (NPY) e a proteína relacionada ao

gene agouti (AgRP), indutores do consumo alimentar, e a pró-ópio-melanocortina (POMC) e o

transcrito relacionado à cocaína e anfetamina (CART), indutores da saciedade (WYNNE,

STANLEY et al., 2005). Os núcleos paraventricular, dorsomedial e área hipotalâmica lateral

contêm os neurônios de segunda ordem (WYNNE, STANLEY et al., 2005). Esses processam

as informações recebidas do arqueado, ou mesmo da periferia e de outras regiões do encéfalo,

para efetuar os ajustes em direção a homeostase energética (WYNNE, STANLEY et al.,

2005). As duas populações neuronais do núcleo arqueado são sensíveis a sinais liberados pelo

trato gastrintestinal, pelo tecido adiposo (estoque de energia), e pelos níveis de nutrientes

circulantes (BERTHOUD e MORRISON, 2008). No entanto, é importante ressaltar que o

nível de controle homeostático pode sofrer a influência de fatores hedônicos (KELLEY e

BERRIDGE, 2002). O Sistema de Recompensa, quando ativado por estímulos palatáveis, pode

prolongar o tempo de uma refeição retardando a resposta do sistema homeostático

(ERLANSON-ALBERTSSON, 2005) (Figura 2).

Page 21: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

21

NPYOREXINA

MCHa-MSH

Término daingestão alimentar

Prolongação da ingestão alimentar

Sensível ao paladar: RecompensaAlimento Palatável

Informação sobre o paladar e conteúdo energético

Sinais da periferiaGhrelinaInsulina

PYYCCK

HIPOTÁLAMO

PVN

DMH

VMH

LH

ARQUEADO

Centro de Recompensa

Accumbens

OpióidesDopaminaSerotonina

Tronco Encefálico

Ingestão alimentar

-

Figura 2: Principais vias da sinalização para a ingestão alimentar. Figura modificada de

Erllasson-Albertson, 2005.

As vias hedônicas são estimuladas por alimentos palatáveis, ricos principalmente em

lipídios e carboidratos (ERLANSON-ALBERTSSON, 2005). Três princípios norteiam o

sistema de recompensa alimentar: a) Liking- reação consciente relacionada a mecanismos

cognitivos, cujo principal estímulo é a palatabilidade. Um alimento palatável é prazeroso e

estimula de forma positiva o sistema gustatório (YAMAMOTO, 2008). As informações da

palatabilidade são processadas em receptores distintos distribuídos nas papilas linguais (NaCl-

salgado, HCl-ácido, sacarose-doce, quinino-amargo, ácido glutâmico-umami). A informação

de cada célula converge para o sistema nervoso central, onde serão gerados a percepção

cognitiva e os aspectos emocionais da informação palatável (YAMAMOTO, 2008) (Figura 3);

b) Wanting- mecanismo de motivação que está implicado no desejo de ingerir um

determinado tipo de alimento, podendo ser um estímulo não-condicionado ou aprendido

(BERRIDGE e KRINGELBACH, 2008). Pode apresentar um período de Incentivo Saliente,

que reflete um estímulo condicionado atribuído a algum elemento de motivação, gerando um

Page 22: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

22

estado compulsivo semelhante aquele induzido por drogas de abuso (crack, cocaína)

(BERRIDGE e KRINGELBACH, 2008). Vale salientar que este mecanismo não tem impacto

hedônico ou de prazer, apenas reflete “o querer” sem necessariamente gostar da recompensa

(BERRIDGE e KRINGELBACH, 2008); c) Learning- aprendizado relacionado a experiências

passadas. Esse componente está relacionado à memória a longo prazo e processos de

compulsão (BERRIDGE e KRINGELBACH, 2008). O aprendizado pode contribuir para o

desenvolvimento e manutenção da adição. O comportamento alimentar pode ser modificado

por associação entre o aprendizado e experiências gustatórias relacionadas ou não ao prazer

(YAMAMOTO, 2006). Quando a ingestão do alimento é neutra ou livre de componentes

aversivos está associada a sensações hedônicas positivas (YAMAMOTO, 2006).

Figura 3: Esquema da conexão entre o sistema gustatório e o

comportamento alimentar. Modificado de Yamamoto, 2008.

Os componentes do controle hedônico da ingestão alimentar são traduzidos e

integrados através do sistema cortico-mesolímbico formado pelo núcleo Accumbens, estriado

ventral, área tegmentar ventral, córtex pré-frontal, hipocampo e amígdala (BERRIDGE,

ROBINSON et al., 2009). O caminho percorrido pela informação palatável é mais complexo,

pois depende do valor nutricional (ricos em carboidratos ou gordura) e sensitivo do alimento

(visão, cheiro, sabor, textura) (ROLLS, 2006). As informações alimentares que estimulam os

receptores sensitivos serão processadas em diferentes regiões encefálicas a depender do tipo

Page 23: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

23

de sentido (ROLLS, 2006). Assim, poderá ocorrer no córtex temporal (visão), no bulbo

olfatório (olfato), no tálamo (textura) e no núcleo trato solitário (paladar) (ROLLS, 2006). Em

seguida, as informações serão moldadas pelo núcleo Accumbens e área tegmentar ventral

(ROLLS, 2006). A região da amígdala transforma as informações recebidas dessas regiões em

estímulos emocionais (prazer), enquanto o hipocampo registra a “experiência prazerosa” na

memória (KELLEY e BERRIDGE, 2002).

O controle alimentar hedônico utiliza como principais neurotransmissores a dopamina,

a serotonina, a noradrenalina e os opióides (ERLANSON-ALBERTSSON, 2005). A dopamina

é apontada como principal neurotransmissor do sistema de recompensa alimentar

(BERRIDGE e ROBINSON, 1998). Os corpos celulares dopaminérgicos localizados na área

tegmentar ventral são os principais produtores de dopamina envolvida no controle hedônico da

ingestão alimentar (KELLEY e BERRIDGE, 2002). Esses neurônios apresentam projeções

para o núcleo Accumbens, amígdala, córtex pré-frontal, e hipocampo (KELLEY e

BERRIDGE, 2002). Por outro lado, os mecanismos utilizados pelo sistema serotoninérgico

nesse processo ainda são pouco conhecidos. A ação desse transmissor sobre a cascata da

recompensa alimentar parece ocorrer por modulação da neurotransmissão dopaminérgica

(BLUM, BRAVERMAN et al., 2000). Além desses, algumas substâncias liberadas pela

periferia agem sobre o sistema de recompensa alimentar. Receptores para insulina, leptina

(FIGLEWICZ, EVANS et al., 2003) e ghrelina (NALEID, GRACE et al., 2005) foram

identificados na área tegmentar ventral e substância Negra. Esses achados indicam que a

resposta hedônica também pode ser modulada por fatores homeostáticos.

Serotonina e comportamento alimentar

Há mais de três décadas é reconhecido o papel da serotonina sobre o comportamento

alimentar (BLUNDELL, 1977). A administração de inibidores seletivos de recaptação de

serotonina (ISRS), precursores ou agonistas de receptores serotoninérgicos, de forma geral,

inibem a ingestão alimentar por 18estimular a saciedade (um fenômeno homeostático)

(BLUNDELL, 1984; DOURISH, 1995; SIMANSKY, 1996). A serotonina encefálica localiza-

se nos núcleos da raphe do tronco encefálico (FULLER e WONG, 1990). Esse

neurotransmissor possui sete famílias de receptores designados de 5HT1R – 5HT7R,

Page 24: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

24

subdivididas em 17 subtipos. Os principais receptores implicados na regulação da ingestão

alimentar são o 5-HT1B e o 5-HT2C (para revisão ver MAGALHAES, DE FREITAS et al.,

2010). Neurônios NPY/AgRP e POMC/CART do núcleo arqueado do hipotálamo apresentam

receptores 5-HT1B e 5-HT2C, que quando estimulados inibem a via orexigênica e estimulam a

anorexigênica resultando em saciedade (HEISLER, JOBST et al., 2006) (Figura 4). Terminais

serotoninérgicos fazem sinapse com neurônios que expressão POMC através do receptor 5-

HT2C, por outro lado através da ativação de 5-HT1B neurônios que expressam NPY e AgRP são

inibidos assim como sua ação inibitória sobre POMC através de projeções GABAérgicas

(HEISLER, JOBST et al., 2006). Estes resultados indicam que a serotonina, no controle

homeostático do balanço energético, promove saciedade por estimular neurônios

anorexigênicos e inibir ao mesmo tempo os orexigênicos no núcleo arqueado do hipotálamo.

Figura 4: Ação da serotonina sobre o controle

homeostático da ingestão alimentar. Figura retirada de

(HEISLER, JOBST et al., 2006).

Em algumas situações, a serotonina pode exercer efeito oposto sobre o balanço

energético, ou seja, estimular a ingestão de alimento. Essa ação ocorre através dos

mecanismos do controle hedônico do consumo de alimentos palatáveis (GRAY e COOPER,

1996). Embora os mecanismos ainda sejam pouco conhecidos, acredita-se que essa ação seja

indireta, através da modulação da serotonina sobre a neurotransmissão dopaminérgica (ALEX

e PEHEK, 2007). Essa hipótese se baseia no fato que a estimulação ou inibição de neurônios

dos núcleos da raphe produz, respectivamente, aumento e diminuição na liberação da

dopamina no núcleo Accumbens (YOSHIMOTO e MCBRIDE, 1992). Ademais a

Page 25: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

25

administração direta de serotonina dentro da área tegmentar ventral ou no núcleo Accumbens,

aumenta os níveis de dopamina extracelular (GUAN e MCBRIDE, 1989; PARSONS e

JUSTICE, 1993). O núcleo Accumbens contém elevada densidade de receptores 5-HT1B

(BRUINVELS, PALACIOS et al., 1993; O'DELL e PARSONS, 2004). O receptor 5-HT1B

pode ser o principal envolvido no papel da serotonina sobre o controle hedônico do

comportamento alimentar, por sua capacidade de modular a liberação da dopamina em áreas

sistema mesolímbico (BERRIDGE e PECINA, 1995; YAN e YAN, 2001). A utilização de

agonista de 5HT1A também promove consumo de alimento palatável (DOURISH, COOPER et

al., 1988). O antagonista seletivo do receptor 5HT3 (ondansetron) reduz o consumo de

alimento palatável (VAN DER HOEK e COOPER, 1994). Outras evidências apontam relação

entre polimorfismo do gene que expressa o receptor 5HT2A (PRADO-LIMA, CRUZ et al.,

2006). Esses achados, em conjunto, corroboram para o efeito ubíquo da serotonina sobre o

comportamento alimentar, estimulando a saciedade no controle homeostático e o consumo de

alimento palatável no controle hedônico.

Os efeitos da serotonina sobre o controle do balanço energético podem ser alterados a

depender do histórico nutricional precoce dos indivíduos. Mudanças na reatividade para

diferentes tratamentos farmacológicos foram observadas em animais adultos com histórico de

desnutrição perinatal (ALMEIDA, TONKISS et al., 1996a). Foi observado redução da ação

anoréxica de um inibidor seletivo de recaptação da serotonina (citalopram) em organismos que

foram desnutridos durante a lactação (BARRETO MEDEIROS, CABRAL FILHO et al.,

2002). Sabe-se que os níveis de serotonina no sistema nervoso central estão aumentados

durante o período pós-natal em animais desnutridos (MANJARREZ, CHAGOYA et al.,

1994). O consumo alimentar de animais com histórico de desnutrição perinatal não foi

reduzido com agonista do receptor 5-HT1B (LOPES DE SOUZA, OROZCO-SOLIS et al.,

2008). A redução da ingestão alimentar durante as duas primeiras semanas de gestação reduziu

a ação hipofágica da serotonina da prole, efeito associado a diminuição dos níveis

hipotalâmicos do receptor 5HT2C (PORTO, SARDINHA et al., 2009). Esses dados sugerem

que os mecanismos de controle serotoninérgico sobre a ingestão alimentar possam estar

alterados de forma permanente em organismos com histórico de desnutrição perinatal. Dessa

Page 26: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

26

forma, os ajustes promovidos pela desnutrição favorecem o balanço energético positivo por

reduzir a ação da serotonina sobre mecanismos homeostáticos e aumentar sobre os hedônicos.

Adaptações as fontes de energia do ambiente

A sensação de fome é condição inerente a sobrevivência das espécies. Por essa

sensação, o organismo sinaliza a necessidade de energia celular necessária a sua homeostase.

Em direção proporcional a complexidade do organismo, está o conjunto de mecanismos que

controlam a aquisição, utilização e armazenamento de energia potencial. Submetido as

condições do meio, os organismos necessitam lançar mão de ajustes nesses mecanismos para

garantir o fluxo de energia necessária a sua sobrevivência. A evolução das espécies está

intimamente relacionada a essa capacidade. A disponibilidade de alimento durante a pré-

história constituiu uma formidável pressão de seleção contribuindo de maneira drástica para a

seleção natural descrita por Charles Darwin (CONSTANZO, 2001). Em um ambiente escasso

de fontes de energia, a competição por essas se torna então a base da seleção natural que

reproduzirá as informações mais eficientes no manuseio da energia (WALLACE, CHISOLM

et al., 2010). As adaptações as fontes de energia podem ocorrer em diferentes níveis: a)

através de mutações do DNA que promoverão modificações na anatomia do organismo a fim

de permitir a exploração de fontes de energia alternativa, o que resultará no surgimento de

novas espécies; b) Através de mutações do DNA mitocondrial, o que permitirá através da

expressão de genes da bioenergética ajustes celulares regionais dentro da mesma espécie; c)

Com modificações epigenômicas em controladores da bioenergética celular, o que permite

ajustes as flutuações de curto prazo do ambiente energético (WALLACE, CHISOLM et al.,

2010). Quanto mais eficientes essas adaptações, mais evoluída se torna a espécie, e mais

complexos se tornam os mecanismos de controle da homeostase energética.

Muitas das diferenças que distinguem o homem dos outros primatas têm implicações

sobre a utilização de energia. Quando o homem se tornou bípede, economizou 35% da

energia necessária para locomoção (LEONARD, SNODGRASS et al., 2007). Por outro lado,

mais energia foi destinada a sua encefalização (LEONARD, SNODGRASS et al., 2007). O

homem moderno utiliza 20-25% da sua taxa metabólica basal para o encéfalo, contra 8-10%

Page 27: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

27

dos outros primatas e 3-5% dos outros mamíferos (LEONARD e ROBERTSON, 1994).

Devido a essas modificações o homem está ocupando o mais elevado grau evolutivo. O tecido

nervoso, devido a sua complexidade e especialização, se desenvolve lentamente necessitando

de alguns anos para atingir o maior grau de maturação. Isso gera consequentemente um

período de vulnerabilidade as influências do ambiente (FORBES, STERN et al., 1978). Esse

foi definido como “período crítico do desenvolvimento” porque permite alterações estruturais

e funcionais do tecido nervoso de forma irreversível e permanente (DOBBING, 1964). A

dependência que os mecanismos de controle do balanço energético tem do sistema nervoso

central, permite que esses estejam vulneráveis as informações ambientais e se adaptem a elas

durante o período crítico (BELLINGER, LILLEY et al., 2004). Modificações do ambiente

nutricional ideal, durante a gestação e/ou lactação, geram alternativas de compensação

metabólica que mantêm a sobrevivência do individuo nesse meio (COTTRELL e OZANNE,

2007). Entre as alternativas estão ajustes na expressão e secreção de hormônios periféricos

como a leptina e a insulina, de neuropeptideos orexigênicos como o NPY e o AgRP e

anorexigênicos como a POMC e o CART (BISPHAM, GOPALAKRISHNAN et al., 2003;

DESAI, GAYLE et al., 2005). Esses ajustes em resposta ao ambiente nutricional incidente na

fase de vulnerabilidade do crescimento e desenvolvimento poderão conduzir a doenças

metabólicas na vida adulta se houver modificações desse ambiente ao longo da vida (SMART,

1981; BARKER, 1997; LANGLEY-EVANS e SCULLEY, 2006). Surgiram várias hipóteses

para esclarecer os mecanismos subjacentes desse processo, com vários estudos datando da

década de 40 aos dias atuais (FORSDAHL, 1977; WADSWORTH, BURNELL et al., 1985;

BARKER e OSMOND, 1986; HALES e BARKER, 1992; GLUCKMAN e HANSON, 2004;

ARMITAGE, TAYLOR et al., 2005).

No oeste da Holanda, entre 1944 e 1945, ocorreu um período de fome aguda num

centro urbano, denominado “Dutch Hunger Winter” (BURGER 1948). Este foi resultado de

um embargo alemão sobre as ferrovias, impedindo o transporte da região, associado a um forte

inverno que levou ao congelamento dos rios (BURGER 1948). Esta recessão provocou

redução gradativa da ingestão de calorias de 1800 Kcal/pessoa para níveis abaixo de 1000

Kcal/pessoa no decorrer de cinco meses. Esse período terminou abruptamente com a

dominação dos países aliados à Holanda e com uma maciça distribuição de alimentos para a

Page 28: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

28

população atingida (BURGER 1948). Os indivíduos que foram expostos, na vida uterina, a

restrição alimentar prolongada durante o “Dutch Hunger Winter” apresentaram restrição do

crescimento após o nascimento e alterações metabólicas na vida adulta, tais como, intolerância

à glicose e resistência à insulina (RAVELLI, STEIN et al., 1976).

Algumas hipóteses surgiram para explicar os possíveis mecanismos envolvidos na relação

entre o padrão dietético de fases iniciais da vida e suas consequências morfofuncionais na vida

adulta. Em 1992 surgiu a Hipótese do Fenótipo Protetor sugerida por Hales e Barker (HALES

e BARKER, 1992). Segundo esta hipótese, o indivíduo submetido durante o período intra-

uterino à dieta deficiente em nutrientes, desenvolveria uma resposta adaptativa com o objetivo

de maximizar a eficiência quanto à aquisição, armazenamento e o uso de energia, para manter-

se neste meio e para garantir o crescimento do feto (HALES e BARKER, 1992). Esse fenótipo

continuaria a beneficiar o indivíduo, se a condição de nutrição deficiente permanecesse

durante a vida pós-natal (HALES e BARKER, 1992). Na presença de nutrição adequada ou

abundante, estas adaptações se tornariam fatores predisponentes ao desenvolvimento de

doenças na vida adulta (HALES e BARKER, 1992; 2001). Hipóteses mais recentes remetem a

mecanismos epigenéticos. Estudos têm identificado aumento na metilação do DNA e

mudanças covalentes de histonas em genes envolvidos no metabolismo, com consequentes

modificações na expressão fenotípica (WATERLAND e JIRTLE, 2004; OROZCO-SOLIS,

LOPES DE SOUZA et al., 2009). Essas hipóteses visam, em conjunto, o esclarecimento das

mudanças fisiológicas em diferentes níveis (molecular, celular e comportamental) induzidas

por situações do ambiente energético perinatal.

A obesidade na vida adulta associada ao “catch up” do crescimento está relacionada a

alterações de mecanismos que regulam o balanço energético (COUPE, GRIT et al., 2009).

Quando é removida a causa de retardo do crescimento, geralmente a restrição alimentar,

ocorre aumento na velocidade de crescimento, fenômeno denominado Catch-up growth

(PRADER, TANNER et al., 1963). Este fenômeno foi observado pela primeira vez em ratos

desnutridos que apresentaram elevada taxa de crescimento durante fase de realimentação

(OSBORNE TB, 1914). Inicialmente recebeu a definição de “período de compensação do

crescimento” (BOHMAN, 1955). O “catch-up” pode ser completo ou incompleto (Figura 5)

dependendo do grau de retardo e tempo disponível para recuperação (WILLIAMS, 1981).

Page 29: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

29

Estudos desse fenômeno têm levantado a questão: O “catch-up” é apenas um fenômeno

normal da infância ou a interação da dieta entre os períodos pré e pós-natal que geram

respostas deletérias a longo-prazo? Atualmente as pesquisas com desnutrição perinatal e

efeitos da realimentação tentam identificar os efeitos a longo prazo do “catch-up growth”.

Algumas evidências associam o consumo de dietas densamente energéticas, após período de

restrição alimentar, como fator preditor de doenças cardiometabólicas na vida adulta

(LANGLEY-EVANS e SCULLEY, 2006; GUILLOTEAU, ZABIELSKI et al., 2009). Em

humanos, a desnutrição materna seguida de rápido crescimento pós-natal associa-se a

obesidade na vida adulta (BIESWAL, AHN et al., 2006; JIMENEZ-CHILLARON,

HERNANDEZ-VALENCIA et al., 2006). Assim como pode promover alterações pancreáticas

e renais gerando respectivamente hipertensão e diabetes na vida adulta (LANGLEY-EVANS,

LANGLEY-EVANS et al., 2003; CASIMIR, DE ANDRADE et al., 2011).

Page 30: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

30

Figura 5: Curva hipotética de velocidade de

crescimento mostrando o efeito da inibição do

crescimento área (a, b, c, d) e subsequente catch-up (d,

e, f). Retirada do artigo "Catch-up growth",

(WILLIAMS, 1981).

A expressão de genes hipotalâmicos responsáveis pela síntese de peptídeos que controlam

a ingestão alimentar é alterada em indivíduos que sofreram rápido crescimento na fase de

recuperação nutricional (COUPE, GRIT et al., 2009). Verifica-se aumento na expressão de

peptídeos orexigênicos (NPY e AgRP) e redução de anorexigênicos (POMC e CART)

(CRIPPS, MARTIN-GRONERT et al., 2009). No período em que a disponibilidade de

nutrientes era limitada, essas adaptações apresentam papel chave para garantir o “catch-up

growth”, porém na medida em que se tornam permanentes podem ser responsáveis pela

hiperfagia e preferência por alimentos densamente energéticos, geralmente palatáveis, na vida

adulta (BELLINGER, LILLEY et al., 2004; ARCHER, RAYNER et al., 2005). Mecanismos

envolvidos com estimulação de substâncias que levam ao prazer e desejo por alimentos

palatáveis podem ter um papel relevante promovendo reforço para maior ingestão (LOWE e

BUTRYN, 2007). A combinação da restrição alimentar durante o período perinatal, rápido

crescimento e elevada ingestão de alimentos densamente energéticos na vida adulta induz ao

ganho de peso e consequente obesidade (ERHUMA, BELLINGER et al., 2007).

Page 31: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

31

Diante do exposto nessa revisão, podemos verificar componentes fisiológicos que

favoreçam o desequilíbrio do balanço energético para o lado positivo. Somado a isso, estamos

inserido em um contexto socioeconômico que favorece a ingestão de alimentos palatáveis.

Sendo utilizados em grande escala, devido a suas propriedades organolépticas e seu baixo

custo, portanto é necessário o entendimento a cerca dos mecanismos de controle do balanço

energético para modificar este tipo de alimento e torná-los preferidos ao consumo.

Page 32: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

32

HIPÓTESE

A desnutrição perinatal estimula o consumo de alimento palatável na vida adulta por

alterações de componentes motivacionais e da ação do sistema serotoninérgico sobre o

consumo desse tipo de alimento.

Page 33: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

33

OBJETIVOS

Objetivo geral:

Avaliar o efeito da desnutrição perinatal sobre a motivação alimentar e a ação do

sistema serotoninérgico no consumo de alimento palatável.

Objetivos específicos:

Nos diferentes grupos experimentais avaliar:

O ganho ponderal;

A ingestão alimentar;

A motivação do animal frente ao estímulo de recompensa alimentar;

A sequência comportamental de saciedade em resposta a alimento palatável;

A ação de inibidor seletivo de recaptação da serotonina (ISRS) sobre o consumo de

alimento palatável.

Page 34: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

34

MATERIAL E MÉTODOS

Delineamento experimental

Animais

Foram utilizados ratos albinos da linhagem Wistar provenientes do biotério de

criação do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco. Para obtenção

dos animais experimentais, ratos adultos (120 dias) foram acasalados na proporção de 1 fêmea

para 1 macho. A prenhez foi diagnosticada pela presença de espermatozóide no esfregaço

vaginal, e confirmada pelo ganho de peso corporal da fêmea. O dia seguinte a este foi

considerado o dia 0 da gestação. No dia 0 as fêmeas gestantes foram transferidas para gaiolas

individuais, e durante toda a gestação e lactação receberam as dietas experimentais,

normoprotéica (caseína 17%) ou dieta hipoprotéica (caseína a 8%), de acordo com os grupos

experimentais. Após o nascimento dos filhotes foi realizada uma randomização com filhotes

de várias mães do mesmo grupo experimental e em seguida foi realizada a sexagem para a

formação das maternidades com 6 filhotes machos por mãe. Durante todo o experimento, os

animais foram mantidos em condições padrão de biotério (temperatura de 22 20C, sob ciclo

claro/escuro invertido de 12 horas, luz acesa às 18 horas), recebendo ração e água ad libitum,

segundo recomendação ética do COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal).

Todos os procedimentos foram aprovados de acordo com a Comissão de Ética em

Experimentação Animal (CEEA) da UFPE- processo nº 23076.024837/2009-11 (vide anexo).

Obtenção dos Grupos Experimentais

Inicialmente, os grupos experimentais foram obtidos aleatoriamente de acordo com a

dieta experimental oferecida durante a gestação e lactação: fêmeas gestantes formaram os

seguintes grupos segundo dieta consumida durante a gestação e lactação (Figura 6):

- Grupo Controle (C): as fêmeas receberam dieta normoprotéica a base de caseína 17%

(tabela 1) durante a gestação e lactação.

Page 35: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

35

- Grupo Desnutrido (D): as fêmeas receberam dieta hipoprotéica a base de caseína 8% (tabela

1) durante a gestação e lactação.

Tabela 1- Composição das dietas experimentais oferecidas durante o período de

gestação e lactação.

Constituintes Dieta hipoprotéica (8%)

Dieta normoprotéica (17%)

G % 100,00 100,0

Proteínas 8,10 17,30

Carboidrato 75,10 65,90

Lipídios 7,00 7,00

Fibras 5,00 5,00

Vitaminas 1,00 1,00

Minerais 3,50 3,50

Metionina 0,30 0,30

% Kcal 362,48 363,44

Figura 6: Esquema dos grupos experimentais

Page 36: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

36

Procedimentos experimentais

Peso Corporal e Ingestão Alimentar

O peso corporal foi aferido diariamente durante do 1º ao 35º dia de vida pós-natal. O

registro da ingestão alimentar foi realizado aos 150 dias de idade. Neste momento, os animais

sofreram privação alimentar de 4h, após este período, foi disponibilizada dieta padrão (Labina

– Purina) com peso conhecido. A ingestão alimentar foi avaliada durante o período de uma

hora. A avaliação do alimento palatável foi realizada obedecendo ao mesmo procedimento da

dieta padrão. Para as medidas de peso corporal e ingestão alimentar foi utilizada balança

eletrônica com capacidade para 4 Kg e sensibilidade 0,1g (Marte, modelo S-4000).

Teste de Motivação (Runway Task Incentive)

Aos 60 dias de vida, todos os animais foram submetidos ao teste de motivação, após

privação alimentar de 4 horas. Este teste consiste de um paradigma comportamental, o qual

gera curvas de aquisição de aprendizado, bem como a velocidade e trajetória percorridas que

expressam a motivação do animal frente ao estímulo da recompensa (PECINA, CAGNIARD

et al., 2003). O teste foi realizado sempre entre 12 e 14 horas.

Estrutura do Runway Task

A estrutura do runway task é formada por duas caixas (Inicial e Alvo) nas

extremidades de um corredor. A caixa alvo apresenta mobilidade podendo se localizar a

diferentes distâncias da caixa inicial (Figura 7).

Caixa Inicial Caixa Alvo Centro de corrida

Caixa Alvo

120 cm 150cm

Figura 7: Representação esquemática da estrutura runway

Page 37: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

37

Os compartimentos apresentaram as seguintes medidas: uma caixa inicial (19x14x30), um

centro de corrida (150x14x30), e uma caixa alvo (19x14x30). As caixas eram feitas de

acrílico, enquanto que o centro de corrida era de polipropileno. Uma câmera de vídeo (câmera

de infravermelho 1/3 480-linha chipsony) ficou localizada centralmente, de forma a filmar

todos os compartimentos, conforme a distância (15 cm a 150 cm) entre a caixa inicial e alvo.

Dentro da caixa alvo continha um recipiente com aproximadamente 5g cookies (Chocookies

chocolate Nabisco®

- Tabela 2).

Treino Runway Task

Os treinos foram conduzidos durante 11 sessões em dias alternados (22 dias) cada

sessão teve duração de 5min. Nas três primeiras sessões os ratos foram colocados diretamente

na caixa alvo (com as portas fechadas) durante 5 minutos com acesso a recompensa. Os

animais foram adaptados aos cookies chocolate (Nabisco®) nas três primeiras sessões, para

extinguir o comportamento de neofobia. Da 4ª sessão do treino, caixa inicial foi localizada 15

cm da caixa alvo. O animal ficou no caixa inicial durante 30 seg com a porta fechada, então a

porta se elevou e o animal pode prosseguir pelo centro de corrida. Se o animal não saía da

caixa inicial em 3 min, ele era gentilmente movido para a caixa alvo. Na sessão 5 a caixa

inicial se afastou 30cm da caixa alvo, para 60 cm na 6ª sessão, 75cm na 7ª, 90cm na 8ª, 120cm

na 9ª e 150m da 10-11 sessões (Figura 8).

A tarefa completa foi traduzida pela velocidade de execução, calculada por cada

sessão. Este parâmetro foi obtido dividindo o tempo de latência de reação a caixa alvo pelo

comprimento de cada dia. A saída da caixa inicial e a entrada na caixa alvo foram registradas

quando as quatro patas do animal se encontravam dentro dos compartimentos. O teste de

motivação foi finalizado quando o animal entrou na caixa alvo e iniciou o consumo da

recompensa em 30 seg.

Page 38: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

38

5 sessão 30 cm

6 sessão60cm

7 sessão75 cm

8 sessão90cm

9 sessão120cm

10 sessão150cm

11 sessão150cm

Pré- exposição ao alvo Incentivo ao aprendizado Performance Treinado

Figura 8. Esquema de treino do teste de motivação a recompensa alimentar

Durante os 5min de teste, foram avaliados: o tempo de latência (em segundos) para sair da

caixa inicial, o tempo de latência (em segundos) para reagir ao caixa alvo, o número de pausas

e direção reversa na rota da corrida até o alvo (incluindo retração dos passos, acompanhado de

comportamento exploratório - cheirar), e o tempo de latência (em segundos) para iniciar o

consumo da recompensa simultaneamente a reação a caixa alvo.

Tabela 2- Informação Nutricional do Alimento palatável*

Porção de 30g ( 2 unidades)

Quantidade por porção

Valor calórico 147 kcal

Carboidratos 19g

Açúcares 10g

Proteínas 1,8g

Gorduras totais 7,3g

Gorduras saturadas 3,4g

Gorduras trans 0,3g

Fibra alimentar 1,1g

Sódio 63mg

(*) Informações contidas na embalagem do produto: Chocookies Chocolate-Nabisco

Sequência Comportamental de Saciedade

Para a avaliação das sequências comportamentais de saciedade, os animais foram

inicialmente submetidos a uma breve privação alimentar por quatro horas (HALFORD e

Page 39: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

39

BLUNDELL, 1998). Após este período, foi oferecida a dieta, e durante 60 minutos foi

avaliado o consumo alimentar e a duração dos comportamentos de alimentação limpeza e

descanso característicos a sequência de comportamentos relacionados à saciedade (quadro 1).

O registro dos dados foi filmado (Câmeras de infravermelho-1/3 480 linha chipsony) e

posteriormente analisado por um observador treinado.

A sequência comportamental de saciedade foi realizada em 4 etapas, com todos os

animais dos 2 grupos experimentais, a partir dos 150 dias de vida:

Experimento 1: Nesta análise a SCS foi avaliada imediatamente após a oferta de dieta padrão

de biotério (Labina-Purina).

Experimento 2: Nesta análise a SCS foi avaliada imediatamente após a oferta de alimento

palatável (Cookies-chocolate, Nabisco®).

Experimento 3: Nesta análise a SCS foi avaliada 1h após a aplicação de solução salina

1ml/100g (0,9% de NaCl, por via intraperitoneal), e imediatamente após a oferta de dieta

padrão do biotério.

Experimento 4: Nesta análise a SCS foi avaliada 1 h após a aplicação de fluoxetina 1ml/100g

(10mg/kg, por via intraperitoneal) e imediatamente após a oferta de dieta padrão do biotério.

Foi registrada, durante um período de 60 minutos, a duração dos seguintes comportamentos:

Page 40: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

40

Quadro 1: Descrição dos Parâmetros Avaliados durante a Sequência Comportamental de Saciedade

Sequência Comportamental de Saciedade

Parâmetro Avaliado Descrição

ALIMENTAÇÃO

O registro desse comportamento foi iniciado imediatamente quando o rato

foi observado junto ao comedouro iniciando a ingestão de ração. O mesmo foi

finalizado no momento em que o rato abandonou o comedouro.

LIMPEZA

O rato procedeu inicialmente o lamber de patas anteriores e movimentos

dessas sobre a cabeça continuando-se com o lamber da região ventral, do

dorso e das patas posteriores.

REPOUSO

O rato foi observado em posição de descanso, apresentando o corpo

repousado sobre o assoalho da gaiola.

ATIVIDADE Incluem outros comportamentos como: locomoção, cheirar, levantar as patas

anteriores e explorar a área.

INGESTÃO

ALIMENTAR

Foi obtida pela diferença do peso da ração antes e após a observação

comportamental.

Avaliação da ingestão de alimento palatável sob estimulo de um inibidor seletivo de

recaptação de serotonina durante a idade adulta

Nessa análise, foram utilizados animais previamente privados (por quatro horas) de

alimento. Os animais receberam fluoxetina (10mg/kg de peso corporal) ou solução salina (Na

cl 0,9%) no volume de 1ml/100g de peso corporal via intraperitoneal. Uma hora após as

injeções, foi disponibilizado alimento palatável (Chocookies- chocolate Nabisco®) em

quantidade conhecida. Após uma hora, o alimento foi removido e pesado para obtenção do

consumo por diferença entre a quantidade oferecida e a rejeitada.

Análises estatísticas

Os dados foram apresentados em média e erro padrão sendo utilizado ANOVA,

seguido de Bonferroni. O nível de significância foi considerado P igual ou menor que 0.05.

Todos os dados foram analisados usando o programa GraphPad Prism 5, versão 7.

Page 41: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

41

RESULTADOS

O artigo original deste estudo é intitulado “Efeito da desnutrição perinatal sobre

aspectos motivacionais da recompensa alimentar e da ação serotoninérgica sobre a ingestão

de alimento palatável.” Será submetido como artigo original ao periodico The Journal of

Neuroscience- Behavioral/Systems/Cognitive, classificado como Qualis A1 pela CAPES.

Neste artigo foi verificado o papel da desnutrição perinatal sobre o comportamento

motivacional, assim como a influência de ISRS sobre a ingestão de alimento palatável. Foi

demonstrado que a desnutrição perinatal aumenta a motivação por recompensa alimentar, bem

como o possível papel favorecedor da serotonina sobre a ingestão de alimento palatável.

Page 42: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

42

Effect of perinatal malnutrition on the motivational aspects of food reward and serotonin action on the intake of

palatable food

Authors:

Amanda Alves Marcelino da Silva1, Lisiane Santos Oliveira

3, Tássia Karin Ferreira Borba

2, Mayara Brasil de Sá

Leitão1, Raul Manhães de Castro

1, Sandra Lopes de Souza

2

1. Departamento de Nutrição – Universidade Federal de Pernambuco. – Recife- PE, Brazil.

2. Departamento de Anatomia – Universidade Federal de Pernambuco, Recife – PE, Brazil.

3 CAV-UFPE-Centro Acadêmico de Vitória UFPE, Vitória de Santo Antão-PE, Brazil.

Corresponding Author: Sandra Lopes de Souza

Corresponding author: Universidade Federal de Pernambuco- Departamento de Anatomia – UFPE

Av. Prof. Moraes Rego, 1235- Cidade Universitária CEP:50670901-Recife-PE-Brasil

Fone: 55 81 2126 8567

/Fax: 55 81 21268554

E-mail: [email protected]

Title: Effect of perinatal malnutrition on the motivational aspects of food reward and

serotonin action on the intake of palatable food

Abstract

Malnutrition in early periods of life can promote permanent changes in brain structures

responsible for control of food intake. Several mechanisms and cellular processes need to be

clarified about the programming of feeding behavior. Thus, this study aimed to evaluate the

effects of perinatal malnutrition on the serotonergic regulation of hedonic control of eating

behavior. In this study, we used Wistar rats were divided into two groups according to the diet

offered to mothers during the perinatal period: Control (C, diet with 17% casein) and Low

protein (LP diet with 8% casein). We evaluated: a) Body weight during the lactation period

until 35 days and 180 days of life. b) motivational behavior before food reward via the

Runway. This test was conducted from 60 to 82 days of life, including 11 alternate sessions of

training, where the animal was exposed to the reward for 5min. c) SCS with palatable food.

60min behaviors during feeding, cleaning, and resting were observed. d) Ingestion of palatable

food under the effect of SSRIs. Animals were fasted for 4h. 1h assessment was used SSRIs

(10mg/kg, pi). Perinatal malnutrition increases motivation for food reward, despite the

Page 43: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

43

cognitive delay. The palatable food disrupts the behavioral sequence of satiety and the

serotonergic system contributes to these events, increasing intake of palatable foods.

Keywords: perinatal malnutrition, programming, motivation, system reward, serotonin.

Introduction

Studies demonstrate that a relationship exists between this critical window of

development and programming in an individual (1-3). Both factors are associated with

nutritional status and fetal outcome, and this mother-son has aroused interest in the scientific

world because of the relationship between these factors and the risk of diseases in adulthood

(3). Nutritional manipulations have shown that according to the ontogeny of each phase

(gestation, lactation or early childhood) and the species to be studied, the critical window of

development can open up, and lack or excess of nutrients act by directing the body to remain

metabolically about this condition (4-5). The process by which early insults at critical stages of

development lead to permanent changes in tissue structure and function is known as

intrauterine programming (4, 6).

Based on this concept, it is observed that the key point between perinatal diet and the

emergence of the metabolic syndrome, is the maintenance of energy balance. This balance can

be defined as the balance between supply and energy expenditure and is dependent on feeding

behavior, which represents an adaptive response from the demand of the internal environment

is modulated by the opportunities and limitations imposed by the external environment (7),

through the complex interaction between peripheral and central mechanisms that control the

processes of hunger and satiety (8). In general two types of systems are responsible for

regulating eating behavior, a homeostatic and other hedonic (9). The hypothalamus is capable

of integrating peripheral signals and central homeostatic control of this behavior (10). Within

peripheral, the hypothalamus receives signals of hunger and satiety from the gastrointestinal

tract, pancreas, liver and adipose tissue (11). While the cortical and limbic areas, such as the

prefrontal cortex, nucleus accumbens and ventral tegmental area, participate in the hedonic

aspects of food intake related to pleasure and sense of reward from eating. The access to

palatable foods (which by definition are foods rich in fat or carbohydrates), and incorporate

subjective values brings qualities to the food such as taste, texture. These properties are able to

stimulate the motivational behavior of the individual.

The dopamine has a fundamental action in the motivation of appetite, this pathway

consists of dopaminergic cell bodies located in the ventral tegmental area and projects to

multiple nodes, including the nucleus accumbens, amygdala, prefrontal cortex and

hippocampus (12). Another neurotransmitter involved with the ingestion of palatable food is

serotonin (13) This action appears to be dependent on its effect on dopaminergic

neurotransmission (14). The stimulation or inhibition of neurons of the nucleus raphe

produces, respectively, increase and decrease in dopamine release in the nucleus accumbens,

one of the key areas related to the hedonic control (15). Besides the direct administration of

serotonin in the ventral tegmental area or nucleus accumbens increases extracellular dopamine

levels (16-17)

The high prevalence of obesity today indicates that in the presence of palatable foods,

the homeostatic control can be overwhelmed, experiencing excessive food intake. Our

Page 44: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

44

hypothesis is that malnutrition increases the motivation for the reward and that changes in the

serotonergic system are involved with the highest intake of palatable food. Therefore this

study aimed to examine whether protein malnutrition can alter the hedonic control of eating

behavior, through a possible serotonergic system programming.

Materials and Methods

Subjects

Virgin female Wistar rats (n=6) weighing 250-300g were obtained and maintained in the

laboratory with an inverted light/dark cycle of 12 hours (lights on at 6:00 p.m.) for 15 days for

adaptation, with water and a standard diet (Purina do Brasil S/A) ad libitum. The animals were

maintained at a room temperature of 22° ±2C. After the adaptation period, females were

assigned in a proportion of one female for one male. After confirmation of mating by

visualization of spermatozoa in a vaginal smear, the females rats were housed individually and

fed with either a control diet (17% casein) or low protein (8% casein). The day of the birth

was considered day zero. Day one after birth, pups were divided into male and female groups

and six male pups were assigned per dam. The experimental groups were classified in

accordance with the diet consumed during the perinatal period, undernutrition (8% casein)

(n=10, male) and control (17%casein) (n= 10, male). Female pups were discarded from the

study to prevent variations due to sex-related differences in metabolic programming. After

weaning at 21 days of age, both groups received a high fat diet until 35 days of postnatal life.

From the 36th

to 180th

day of life, all animals were fed a standard diet. All experiments were

performed in accordance with recommendations from the Brazilian Committee of Animal

Experiments – COBEA, and were approved by the Ethics Committee on Animal

Experimentation from Centre for Biological Sciences from the Federal University of

Pernambuco.

Food Intake and body weight (experiment 1)

Body weight was measured daily during the 1st to the 35th day of life. We performed the

analysis of dietary intake of standard diet for 150 days. The animals were isolated, suffered

food deprivation for 4 hours, after which it was provided a standard diet (Labina - Purina) with

known weight. Dietary intake was assessed for 1 hour. For measures of body weight and food

intake was used electronic scale with a capacity of 4 kg and 0.1 g sensitivity (Marte, model S-

4000).

Runway Task Incentive (Experiment 2)

At 60 days all animals (control and low protein) were subjected to runway task incentive, after

food deprivation for 4 hours. This test consists of a behavioral paradigm, which generates

curves of acquisition of learning, as well as speed and trajectory traveled that express the

motivation of the animal the stimulus of reward (PECIÑA et al., 2003). The test was

performed between 12 to 14h. The runway apparatus consisted of three compartments: a start

box (19x14x30), a central runway (150x14x30), and a goal box (19x14x30). The boxes were

transparent acrylic and opaque polypropylene apparatus. Sliding doors separated the start and

goal boxes from the runway alley. The images were captured by system of video camera

positioned in the center of the runway in order to visualize the entire apparatus. The start box

Page 45: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

45

could be moved anywhere along the alley to be close as 15cm from the goal box as far as

150cm from the goal box. A dish in the goal box contained 5 grams of cookies (Chocookies-

chocolate- Nabisco). To extinguish any neophobia, rats were habituated to Chocookies-

chocolate-Nabisco during the first 3 sessions. Runway training was conducted in 11 sessions

on alternating days (22d training period) each session consisted of 5min. The animals were

deprived of food for 4 hours. This was followed by one test trial per session in two further

sessions (12 and 13). On the first three training sessions, rats were simply placed directly in

the closed goal box and allowed to eat the reward that found there for 5 min. On training

session 4, the start box was placed 15cm away from the reward. A rat was placed in the start

box in the start box for 30 sec with door closed; then the door was elevated, and the rat was

allowed to proceed into the runway. If a rat did not leave the start box within 3min, the rat was

gently pushed toward the goal box. The start box was moved to 30 cm from the goal on

session 5, to 60 cm on session 6, to 75cm on session 7, to 90 cm on session 8, 120 cm on

session 9 and 150 cm 10-12. The task completion speed was completed for each session by

dividing the latency to reach the goal box by the runway length on that day. Exit from the start

box was recorded when all four limbs of the animal were outside the start box, and entry of the

goal box was recorded when all four limbs of the animal were inside the goal box. Once the

rat enter of the goal box and began eating, it was allowed to consume the reward for 30 sec

before being retrieved. Incentive runway behavior analysis of (1) latency of leave the start

box, (2) latency to reach the goal box, (3) number of pause in the runway, (4) number of

reversals of direction in the runway en route to the goal (involving retracing o steps and

usually accompanied by investigatory sniffing), (5) latency to being eating the reward.

Behavioral Satiety Sequence (BSS) (Experiment 3)

The BSS study occurred on the 150th a day of life. The analysis of the behavioral satiety

sequence was performed essentially as described by Halford et al (1998). Feeding and non-

feeding behaviors during a 60 min test meal were continuously scored by a highly trained

experimenter, blind to the nutritional status of the animals, and recorded on a videotape to be

re-examined by a second skilled observer. Behaviors were categorized as: eating (ingesting

food, gnawing, chewing or holding food in paws), grooming (body care movements with the

mouth or forelimbs), and resting (sitting or lying in a resting position or sleeping). Other

measure scored from the behavioral observation of feeding was rate (amount of food

consumed (g)/ analysis of BSS duration (min). To promote feeding, food was removed from

home cages 4h before the onset of the test and the presentation of food took place 1 h before

the onset of the dark cycle. Food was weighed at the beginning and end of each session. The

behavioral sequence of satiety was conducted in four stages, with all four experimental groups

of animals, after 150 days of life: (a) In this analysis, BSS was assessed immediately after the

provision of standard diet (Labina-Purina). (b) BSS was assessed immediately after the supply

of palatable food (chocolate, Chocookies, Nabisco®). (c) BSS was measured 1h after

application of saline1ml/100g body weight (0.9% NaCl, intraperitoneally) and immediately

after the provision of standard diet. (d) BSS was assessed 1h after administration of fluoxetine

1ml/100g body weigth (10mg/kg, intraperitoneally) and immediately after the provision of

standard diet.

Palatable food Intake and SIRS (Experiment 4)

Page 46: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

46

After 48 hours of assessment BSS animals were first deprived of food for 4 hours. And one

hour before the assessment was applied1ml/100g fluoxetine (10mg/kg/ intraperitoneally).

Palatable food (chocolate Chocookies-Nabisco®) was available with known weight and

observed for 1 h food intake of the animal.

Data analysis

Experimental results are expressed as means ± S.E.M. All data were analyzed using a

GraphPad Prism 5 program. Body weight, runway performance and data from the BSS were

analyzed using a two-way ANOVA followed by the Bonferroni test for multiple comparisons

between groups. Statistical significance was set at P<0.05.

Results

Figure (1A-B)

Body Weight

From the 6th day of life until the 35th day of life, the body weight the offspring undernutrition

(10,41 ±4,19) (p<0,05) was lower significantly than control (15,71±5,46) (Figura 1A). This

growth retardation persisted after 180 days of life, (370,3 ± 0,7) for the malnourished animals

compared to the control group (435,7 ±0,7) (Figura 1B).

Runway performance

Evaluation of the number reverse direction, pauses, latency of leave the start box, latency to

reach the goal box

Figure (2A-D)

Malnourished animals (0.70 ± 0.10, 0.40 ± 0.10) had fewer reverse direction compared to

control (1.40 ± 0.13, 1.70 ± 0.13) during sessions 5 and 8 (Figure 2A). Between sessions 8 and

9 malnourished animals (0.4 ± 0.08, 0.3 ± 0.08) had fewer breaks compared to control animals

(1.00 ± 0.10, 0.70 ± 0.09) (Figure2B).The evaluation of the response latency to target box

showed that malnourished animals (20.90 ±0.30, 19.60±0.40) had higher latency only during

sessions 5 and 7 in relation to its control (13.90 ±0.35, 13.20±0.24). During the 8 session

malnourished animals (11.60± 0.27) had a lower latency than the control (32.20±0.56) (Figure

2C). The latency to leave the start box was greater for the malnourished animals (3.90±0.19,

3.0 ± 0.015) also during the sessions 5 and 7compared to control (2.50 ± 0.12, 2,00 ±0.08).

During the 8 session malnourished animals (2.00 ±0.07) had a lower latency than the control

(2.50±0.07) (Figure 2D).

Assessment of latency for consumption of food reward

Figure (3A-B)

Page 47: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

47

During the adaptation sessions, the malnourished animals (247.0±1.00, 187.5 ± 0.90,

48.0±048) showed a higher latency for consumption of food reward compared to control

(193.3±0,90; 145.40±0.90, 31.30±0.30) (Figure3A). During pre-exposure sessions (5, 6, 7) the

malnourished animals (58.30 ± 0.75, 59.50 ±0.85, 57.20±0.60) had higher consumption of

latency to reward ratio the control (48.80±0.45, 44.40±0.47, 42.60±0.55) .During the learning

incentives the malnourished animals (48.80±0.68,36.90±0.50) showed lower latency for

consumption of food reward compared to control (70.30 ± 0.80, 43,50 ± 0.41). During the last

two sessions, 10 and 11 the malnourished animals (42.90±0.27, 38.80 ±0.29) showed longer

latency to reward consumption compared to control (35.0±0.33; 33.60 ±0.31) (Figure 3B)

Speed

Figure 4

During the pre-exposure the malnourished animals (1.72 ± 0.09) had a lower speed (Figure 4)

than control animals (3.75 ± 0.16) in session 5. At the stage of learning incentives, the

malnourished animals (5.88 ± 0.17) had lower speed only in session 7 compared to control

(6.86±0.18). And maintained higher speed during the sessions in 8 (9.66±0.20) and 9

(13.20±0.29) and stage-trained, 10 sessions (17.07 ± 0.27) and 11 (18.07±0.31) compared to

control animals (6.07±0.23; 12.13±26; 15.18± 0.25; 16.10±0.27).

Palatable Food Intake and ISRS

Figure (5A-B)

Malnourished animals (8.20 ± 0.14) showed a higher intake of dietary pattern in relation to

control (6.13 ± 0.13). The intake of dietary pattern under the effect of SSRIs was greater in

malnourished (6.13 ± 0.13) animals than control (4.10 ± 0.13). (Figure 5A). The intake of

palatable food was greater in malnourished animals (16.40 ± 0.17) compared to control (13.53

± 0.15). Under the effect of SSRI ingestion of palatable food was greater in malnourished

animals (15.23 ± 0.20) compared to control (11.30 ± 0.18) (Figure 5B). By comparing the

pattern of food intake (6.32 ± 0.11; 4.10 ± 0.13) and palatable (13.53± 0.15; 11.30 ± 0.18)

under the effect of SSRIs in the control group was observed that the reduction in intake of

both diets. A comparison of food intake pattern and palatable under the effect of SSRIs in the

malnourished group, it was demonstrated that the reduction of standard diet (8.20 ± 0.14; 6.13

± 0.13) but not palatable food (16.40 ± 0.17; 15.23 ± 0.20).

Behavioral Satiety Sequence (BSS)

Figure s (6A-F, 7A-F, 8)

Each 5-min period was quantified duration of the behaviors of feeding, cleaning and rest and

no statistical differences between experimental groups during the 12 evaluation periods

(Figure 6). The point of satiety occurred at 37 minutos for control-diet standard (Figure 6A),

and 40 minutes for the malnourished-diet standard (Figure 6B). The feeding rate (Figure 7)

diet standard intake was not significantly different between the malnourished (1.2 ± 0.07) and

control (1.2 ± 0.07) groups. When observed the effect of selective inhibitor of serotonin

reuptake on the BSS, the point of satiety occurred at 27 minutes for the control-fluoxetine

Page 48: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

48

(Figure 6C) and 28 minutes for the fluoxetine-malnourished (Figure 6D). The rate of feed

intake of standard diet under the effect of SSRI was greater (p <0.01, two-way ANOVA

followed by Bonferroni test) for the malnourished (1.2 ± 0.07) than for the control (0.74 ±

0.06). The point of satiety was not seen during the evaluation of BSS with palatable food

(cookies) between control (Figure 6E) and malnutrition (Figure 6F). The feeding rate was

higher (p <0.001, Two-way ANOVA followed by Bonferroni test) for the malnourished (1.4 ±

0.06) than for the control (1.09 ± 0.05).

Discussion

Malnutrition increases the perinatal behavior motivational before the food reward, translated

by the higher speed to run the entire job, in other words is to follow through and respond to

reward food. It promotes reducing the rate of distraction, observed by the lower number of

breaks and reverse direction during the learning incentives. Although increase the latency to

respond to food reward during the stages of adaptation and pre-exposure.

Protein malnutrition in the perinatal period causes a reduction in body weight that persists

after nutritional recovery. Data on body weight in adulthood these individuals are still

controversial. This fact is related to the period and type of malnutrition that occurs as well as

the type of diet consumed during nutritional recovery. Thus we observe a higher body weight

in rats malnourished during the perinatal period that were fed diets hypercaloric during the

recovery phase (2), or for life (3), or persistent weight reduction when normocaloric diet was

consumed (4 - 7).

During pre-exposure test conducted in this study motivation, the highest latencies to exit the

box and respond to the initial target box can indicate delay of learning promoted by

malnutrition. However, when activity was repeated by the training phase, learning incentives,

this deficit was minimized. The malnutrition was related in mice and human learning and

memory deficits (18-19). Nutritional restriction in early life affect the formation of the

hippocampus, a structure that plays an important role in learning and memory (20). The

prenatal malnutrition decreased 20% in the number of neurons in the CA1 region of

hippocampus (21). These neurons are essential for the process of learning and memory.

Transmitters important in learning and spatial memory are affected by malnutrition, such as

reduction in the density of GABAergic neurons (22-23), the levels of acetylcholine and the

muscarinic M2 receptor density in pyramidal cells CA1 and CA3 of the hippocampus (24-26).

The temporary deficit observed in the test of motivation for this study agrees with

observations reported in children with low birthweight, which show mild cognitive

impairment, but that disappears over time (27).

Moreover, evidence indicates that some neural changes, caused by malnutrition may be offset

by environmental stimulation (28-29). The sensory stimulation of palatable food possibly

acted as a reinforcement learning in this study (30). This effect can offset the cognitive deficits

induced by malnutrition (30). This learning is not just the ability to learn tasks, but also the

formation of "memory food" generated by the content of calories and sensory quality (taste,

odor) of the reward (31). Thus, we observed that despite the higher latency to consume the

reward during the adaptation phase and pre-exposure, this behavior was reversed at the stage

of learning incentives. In this phase, we found that perinatal malnutrition increased the speed

Page 49: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

49

to perform the entire task. This performance was associated with a reduction in the number of

distractions that route (verified by pauses and reverse directions). These results agree with

observations of reduced anxiety and increased impulsivity observed in malnourished animals

(32).

Malnourished animals have high levels of brain dopamine (33). There is influence of

dopaminergic system activation in the nucleus accumbens and VTA on the hedonic control of

eating behavior (34). Exposure to palatable food increases dopamine release in the nucleus

accumbens, which in turn stimulates locomotor activity, leading the search for food (35).

This study suggests that perinatal malnutrition exacerbates the components "learning" and

"wanting" hedonic control of eating behavior by increasing the motivation for the reward. The

elevation of extracellular dopamine, mainly in the nucleus accumbens and ventral tegmental

area facilitates the components "wanting" and "learning" and emphasizes the motivation for

food reward (36). Most studies emphasize the role of dopamine on the hedonic control (37-

39). The activity of other neurotransmitters on this behavior has been neglected in recent

decades, among them is serotonin. We know that malnutrition promotes high concentration of

brain serotonin. Therefore, we associate the best performance of malnourished animals

compared to food reward with high levels of serotonin. One of the first studies on this subject

demonstrated action of serotonin in the taste reactivity (13). The relationship of serotonergic

neurotransmission with dopamine may be one of the mechanisms used by serotonin to act to

control hedonic food (40). Serotonergic neurons regulate the mesolimbic dopaminergic

neurotransmission in the region through different receptor subtypes (14, 41). The 5-HT1A, 5-

HT1B, 5-HT2A, 5-HT3 and 5-HT4 stimulate dopamine release, while the 5-HT2C receptor

inhibits (14)

The analysis of behavioral sequence of satiety with food pattern showed that perinatal

malnutrition has not slowed the firing of satiety. These findings agree with a study that

describes delay in the firing of satiety in malnourished bodies (42). These conflicting results

may be due to the age at which this study developed a behavioral analysis, with 35 days of

life, described as a phase of metabolic compensation. When the same authors studied the

fullness of life to 240 days with intake of high fat diet, this result has been preserved. But

when we compare the analysis in relation to diets, standard and high fat, we observed that the

latter delayed the shooting of satiety in both groups analyzed (42)

We found that palatable food did not act on the satiety, and that malnutrition does not alter this

fact. The palatable food is able to overcome the regulatory cascade of homeostatic control,

mainly concentrated in the hypothalamus. They are able to prolong the meal, by enhancing

food reward system, especially the dopaminergic system and opioid (43). Although

malnutrition has not contributed to a change in the firing of satiety, it promoted the increase of

feed rate palatable. This demonstrates the greater vulnerability of the pathways that regulate

food intake in individuals with a history palatable malnutrition. Malnutrition leads to

inhibition of pathways located in the hypothalamus responsible for satiety and enhance ways

that promote food intake, resulting in greater food intake (44). Yet the brain mechanisms that

stimulate the ingestion of palatable food are concentrated in the food reward system (12).

Some studies show that malnutrition can promote dependency on substances that act on the

reward system, including opioids, cannabinoids and dopamine (45-47). These substances are

Page 50: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

50

involved with the sensation of pleasure promoted by the use of drugs and food palatable (48-

49). Although the role of malnutrition on the hedonic control of eating behavior is still

neglected. The above systems may be behind the increased intake of palatable food in

individuals with history of malnutrition.

The behavioral sequence with SSRIs showed a similar pattern between the groups. The rate of

feed intake of standard diet was higher in animals with a history of malnutrition. Malnutrition

was able to inhibit the hypophagic action of serotonin by low responsiveness 5HT1B receptor

(50). Just as the study cited, this study demonstrated the vulnerability of the regulatory

mechanisms of the serotonergic system on food intake. Malnutrition led to increase in food

intake of standard diet and palatable, with greater importance to the latter. This study showed

that malnutrition reduces perinatal hypophagic action of serotonin on food intake, with lower

efficiency when the diet is palatable. The hypophagic action of serotonin is reduced in

organisms with a history of perinatal malnutrition (50-51).

This effect may be related to low responsiveness of serotonin receptors involved in controlling

food intake promoted by malnutrition in early life periods (50). Given that serotonin stimulates

satiety, low responsiveness this may be a mechanism of metabolic compensation, caused by

nutrient restriction period (52). On the other hand, the smallest action of serotonin on palatable

food consumption can be associated to its stimulating action on this type of food. Thus, we

suggest that perinatal malnutrition acts molding serotonergic mechanisms of control of food

intake by sides, reducing its effect on satiety and increasing its action on the intake of food

energy. The result of these two effects would increase the higher energy acquisition by these

organisms.

Conclusions

Malnutrition stimulates perinatal motivational behavior, increasing the consumption of

palatable food. Moreover, the action of serotonin on hedonic components seems to be more

effective in individuals with history of malnutrition, which would promote greater intake of

such food.

References

1. Bertram CE, Hanson MA. Animal models and programming of the metabolic syndrome. Br Med Bull. 2001;60:103-21. 2. Armitage JA, Taylor PD, Poston L. Experimental models of developmental programming: consequences of exposure to an energy rich diet during development. J Physiol. 2005 May 15;565(Pt 1):3-8. 3. Wells JC. The thrifty phenotype as an adaptive maternal effect. Biol Rev Camb Philos Soc. 2007 Feb;82(1):143-72. 4. Barker DJ, Clark PM. Fetal undernutrition and disease in later life. Rev Reprod. 1997 May;2(2):105-12. 5. Smart JL. Under nutrition during early life and its effects on animal development and behaviour. Neuropharmacology. 1981 Dec;20(12B):1251-2. 6. Lucas A. Programming by early nutrition in man. Ciba Found Symp. 1991;156:38-50; discussion -5. 7. Blundell JE, Rogers PJ, Hill AJ. Behavioural structure and mechanisms of anorexia: calibration of natural and abnormal inhibition of eating. Brain Res Bull. 1985 Oct;15(4):371-6. 8. Wynne K, Stanley S, McGowan B, Bloom S. Appetite control. J Endocrinol. 2005 Feb;184(2):291-318.

Page 51: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

51

9. Berthoud HR. Interactions between the "cognitive" and "metabolic" brain in the control of food intake. Physiol Behav. 2007 Aug 15;91(5):486-98. 10. Magalhaes CP, de Freitas MF, Nogueira MI, Campina RC, Takase LF, de Souza SL, et al. Modulatory role of serotonin on feeding behavior. Nutr Neurosci. 2010 Dec;13(6):246-55. 11. Morton GJ, Cummings DE, Baskin DG, Barsh GS, Schwartz MW. Central nervous system control of food intake and body weight. Nature. 2006 Sep 21;443(7109):289-95. 12. Kelley AE, Berridge KC. The neuroscience of natural rewards: relevance to addictive drugs. J Neurosci. 2002 May 1;22(9):3306-11. 13. Gray RW, Cooper SJ. d-fenfluramine's effects on normal ingestion assessed with taste reactivity measures. Physiol Behav. 1996 Jun;59(6):1129-35. 14. Alex KD, Pehek EA. Pharmacologic mechanisms of serotonergic regulation of dopamine neurotransmission. Pharmacol Ther. 2007 Feb;113(2):296-320. 15. Yoshimoto K, McBride WJ. Regulation of nucleus accumbens dopamine release by the dorsal raphe nucleus in the rat. Neurochem Res. 1992 May;17(5):401-7. 16. Guan XM, McBride WJ. Serotonin microinfusion into the ventral tegmental area increases accumbens dopamine release. Brain Res Bull. 1989 Dec;23(6):541-7. 17. Parsons LH, Justice JB, Jr. Serotonin and dopamine sensitization in the nucleus accumbens, ventral tegmental area, and dorsal raphe nucleus following repeated cocaine administration. J Neurochem. 1993 Nov;61(5):1611-9. 18. Wang L, Xu RJ. The effects of perinatal protein malnutrition on spatial learning and memory behaviour and brain-derived neurotrophic factor concentration in the brain tissue in young rats. Asia Pac J Clin Nutr. 2007;16 Suppl 1:467-72. 19. Ranade SC, Rose A, Rao M, Gallego J, Gressens P, Mani S. Different types of nutritional deficiencies affect different domains of spatial memory function checked in a radial arm maze. Neuroscience. 2008 Apr 9;152(4):859-66. 20. Morgane PJ, Austin-LaFrance R, Bronzino J, Tonkiss J, Diaz-Cintra S, Cintra L, et al. Prenatal malnutrition and development of the brain. Neurosci Biobehav Rev. 1993 Spring;17(1):91-128. 21. Lister JP, Blatt GJ, DeBassio WA, Kemper TL, Tonkiss J, Galler JR, et al. Effect of prenatal protein malnutrition on numbers of neurons in the principal cell layers of the adult rat hippocampal formation. Hippocampus. 2005;15(3):393-403. 22. Andrade JP, Paula-Barbosa MM. Protein malnutrition alters the cholinergic and GABAergic systems of the hippocampal formation of the adult rat: an immunocytochemical study. Neurosci Lett. 1996 Jun 28;211(3):211-5. 23. Wiggins RC, Fuller G, Enna SJ. Undernutrition and the development of brain neurotransmitter systems. Life Sci. 1984 Nov 19;35(21):2085-94. 24. McGaugh JL. Dissociating learning and performance: drug and hormone enhancement of memory storage. Brain Res Bull. 1989 Oct-Nov;23(4-5):339-45. 25. Lamberty Y, Gower AJ. Cholinergic modulation of spatial learning in mice in a Morris-type water maze. Arch Int Pharmacodyn Ther. 1991 Jan-Feb;309:5-19. 26. Almeida SS, Tonkiss J, Galler JR. Malnutrition and reactivity to drugs acting in the central nervous system. Neurosci Biobehav Rev. 1996 Autumn;20(3):389-402. 27. Richards M, Hardy R, Kuh D, Wadsworth ME. Birth weight and cognitive function in the British 1946 birth cohort: longitudinal population based study. BMJ. 2001 Jan 27;322(7280):199-203. 28. Rosenzweig MR, Bennett EL, Diamond MC, Wu SY, Slagle RW, Saffran E. Influences of environmental complexity and visual stimulation on development of occipital cortex in rat. Brain Res. 1969 Jul;14(2):427-45. 29. De Oliveira LM, Almeida Sde S. Effects of malnutrition and environment on the acquisition and extinction of avoidance behavior in rats. Physiol Behav. 1985 Jan;34(1):141-5. 30. Tracy AL, Jarrard LE, Davidson TL. The hippocampus and motivation revisited: appetite and activity. Behav Brain Res. 2001 Dec 14;127(1-2):13-23. 31. Goldberg RF, Perfetti CA, Schneider W. Perceptual knowledge retrieval activates sensory brain regions. J Neurosci. 2006 May 3;26(18):4917-21.

Page 52: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

52

32. Almeida SS, Tonkiss J, Galler JR. Prenatal protein malnutrition affects exploratory behavior of female rats in the elevated plus-maze test. Physiol Behav. 1996 Aug;60(2):675-80. 33. Valdomero A, Isoardi NA, Orsingher OA, Cuadra GR. Pharmacological reactivity to cocaine in adult rats undernourished at perinatal age: behavioral and neurochemical correlates. Neuropharmacology. 2005 Mar;48(4):538-46. 34. Bassareo V, Di Chiara G. Modulation of feeding-induced activation of mesolimbic dopamine transmission by appetitive stimuli and its relation to motivational state. Eur J Neurosci. 1999 Dec;11(12):4389-97. 35. Mogenson GJ, Wu M. Electrophysiological and behavioral evidence of interaction of dopaminergic and gustatory afferents in the amygdala. Brain Res Bull. 1982 Jun;8(6):685-91. 36. Pecina S, Cagniard B, Berridge KC, Aldridge JW, Zhuang X. Hyperdopaminergic mutant mice have higher "wanting" but not "liking" for sweet rewards. J Neurosci. 2003 Oct 15;23(28):9395-402. 37. Wilson C, Nomikos GG, Collu M, Fibiger HC. Dopaminergic correlates of motivated behavior: importance of drive. J Neurosci. 1995 Jul;15(7 Pt 2):5169-78. 38. Berridge KC, Robinson TE. What is the role of dopamine in reward: hedonic impact, reward learning, or incentive salience? Brain Res Brain Res Rev. 1998 Dec;28(3):309-69. 39. Robinson S, Sandstrom SM, Denenberg VH, Palmiter RD. Distinguishing whether dopamine regulates liking, wanting, and/or learning about rewards. Behav Neurosci. 2005 Feb;119(1):5-15. 40. Di Giovanni G, Di Matteo V, Pierucci M, Esposito E. Serotonin-dopamine interaction: electrophysiological evidence. Prog Brain Res. 2008;172:45-71. 41. Parent A, Descarries L, Beaudet A. Organization of ascending serotonin systems in the adult rat brain. A radioautographic study after intraventricular administration of [3H]5-hydroxytryptamine. Neuroscience. 1981;6(2):115-38. 42. Orozco-Solis R, Lopes de Souza S, Barbosa Matos RJ, Grit I, Le Bloch J, Nguyen P, et al. Perinatal undernutrition-induced obesity is independent of the developmental programming of feeding. Physiol Behav. 2009 Mar 2;96(3):481-92. 43. Erlanson-Albertsson C. How palatable food disrupts appetite regulation. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2005 Aug;97(2):61-73. 44. Bouret SG, Simerly RB. Developmental programming of hypothalamic feeding circuits. Clin Genet. 2006 Oct;70(4):295-301. 45. Vazquez V, Giros B, Dauge V. Maternal deprivation specifically enhances vulnerability to opiate dependence. Behav Pharmacol. 2006 Dec;17(8):715-24. 46. Lindblom J, Johansson A, Holmgren A, Grandin E, Nedergard C, Fredriksson R, et al. Increased mRNA levels of tyrosine hydroxylase and dopamine transporter in the VTA of male rats after chronic food restriction. Eur J Neurosci. 2006 Jan;23(1):180-6. 47. Morel LJ, Giros B, Dauge V. Adolescent exposure to chronic delta-9-tetrahydrocannabinol blocks opiate dependence in maternally deprived rats. Neuropsychopharmacology. 2009 Oct;34(11):2469-76. 48. Solinas M, Goldberg SR. Motivational effects of cannabinoids and opioids on food reinforcement depend on simultaneous activation of cannabinoid and opioid systems. Neuropsychopharmacology. 2005 Nov;30(11):2035-45. 49. Mahler SV, Smith KS, Berridge KC. Endocannabinoid hedonic hotspot for sensory pleasure: anandamide in nucleus accumbens shell enhances 'liking' of a sweet reward. Neuropsychopharmacology. 2007 Nov;32(11):2267-78. 50. Lopes de Souza S, Orozco-Solis R, Grit I, Manhaes de Castro R, Bolanos-Jimenez F. Perinatal protein restriction reduces the inhibitory action of serotonin on food intake. Eur J Neurosci. 2008 Mar;27(6):1400-8. 51. Barreto-Medeiros JM, Feitoza EG, Magalhaes K, Cabral-Filho JE, Manhaes-De-Castro FM, De-Castro CM, et al. Malnutrition during brain growth spurt alters the effect of fluoxetine on aggressive behavior in adult rats. Nutr Neurosci. 2004 Feb;7(1):49-52. 52. Sellayah D, Sek K, Anthony FW, Watkins AJ, Osmond C, Fleming TP, et al. Appetite regulatory mechanisms and food intake in mice are sensitive to mismatch in diets between pregnancy and postnatal periods. Brain Res. 2008 Oct 27;1237:146-52.

Page 53: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

53

FIGURES

Figure 1

6 11 16 21 26 31 350

500

1000

1500

2000

2500

Control

Low protein

**

* **

*

*

Days

Gain

Weig

ht

(%

)

0

200

400

600Control

Low protein

*

Body W

eig

ht

(g)

A B

FIGURE 1: Body weigth of subjected to perinatal undernutrition. (A) Representation of body weigth during the posnatal period and (B) 180 days of life. Values represented as mean ± SEM, * p<0.05 (A) (Anova Repeated-Measures followed by Bonferroni test), (B) Test T for comparison between groups, p<0.05.

Page 54: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

54

Figure 2

5 6 7 8 9 10 110

1

2

3

*

*

*

Session

Num

ber

Dir

. R

eve

rsals

5 6 7 8 9 10 110

1

2

3

*

*

*

Session

Num

ber

pauses

5 6 7 8 9 10 110

10

20

30

40

50

*

*

*

*

Session

Late

ncy (

s)

5 6 7 8 9 10 110

2

4

6

8

10

Control

Low protein

*

*

*

Session

Late

ncy o

utp

ut

(s)

A B

C D

FIGURE 2: Effect of malnutrition on the number and duration of distractions motivation for testing from 60 to 82 days of life.(A) Number of the reverse direction (B) number of pauses (C) Latency to reach the goal box (D). Latency of leave the start box. Values expressed as mean ± SEM. ANOVA-Repeated Measures followed by Bonferroni test, * p <0.001.

Page 55: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

55

Figure 3

1 2 30

50

100

150

200

250

300

Control

Low protein

*

*

*

Session

Rew

ard

late

ncy

(s)

5 6 7 8 9 10 110

50

100

150

Control

Low protein

* **

*

* **

Session

Rew

ard

late

ncy (

s)

AB

FIGURE 3 – Effect of malnutrition on the latency to reward motivation for testing from 60 to 82 days of life. (A) Representation of the latency for consumption of food reward during the adaptation sessions. (B) Latency to reward during sessions 5-11. Values represented as mean ± SEM. ANOVA Repeated-Measures,followed by Bonferroni test,*p<0.001.

Page 56: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

56

Figure 4

4 5 6 7 8 9 10 110

5

10

15

20

25

Control

Low protein

*

*

*

*

*

*

Incentive LearningGoal pre-exposure Trained

Session

Sp

eed

(cm

/s)

FIGURE 4- Effect of malnutrition on the speed test of motivation from 60 to 82 days of life. Values represented as mean ± SEM. ANOVA Repeated-Measures, followed by Bonferroni test, * p <0.001.

Page 57: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

57

Figure 5

standard diet standard diet - fluox0

5

10

15

20

25

** ##

Inta

ke (

Kcal/g b

ody w

eig

ht*

100)

Cookies Cookies - Fluox 0

5

10

15

20

25

* *#

Inta

ke

(K

ca

l/g

bo

dy w

eig

ht*

10

0)

A

B

Control Low protein

FIGURE 5- Effect of selective reuptake inhibitor (SSRI) on food intake in malnourished animals. (A) Intake of standard diet under the effect of fluoxetine (SSRI). (B) Intake of cookies under the effect of fluoxetine. Values represented as mean ± SEM. Two-way ANOVA followed by Bonferroni test, * difference between groups, # difference between test, p <0.001.

Page 58: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

58

Figure 6

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

100

200

300

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

100

200

300

400

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

100

200

300

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

100

200

300

400

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

100

200

300

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

100

200

300

Feeding Resting Grooming

Period

Tim

e (

s)

A

C

B

D

E F

FIGURE 6- Effect of malnutrition on behavioral sequence of satiety in rats after 150 days of age. (A) Control-Standard diet (n = 10), (B) Malnourished-Standard diet (n = 10), (C) Control-Fluoxetine (n = 10), (D) Malnourished-Fluoxetine (n = 10), (E) Cookies-Control (n = 10), (F)- Malnourished-Cookies (n = 10). The animals fasted for 4 hours. After fasting were evaluated for 1 hour the following behaviors: feeding, grooming and resting. The transition point between the feeding behavior and the rest is shown. Data expressed as mean

Page 59: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

59

Figure 7

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

50

100

150

200

250

300Feeding

Resting

Grooming

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

50

100

150

200

250

300

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

50

100

150

200

250

300

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

50

100

150

200

250

300

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

50

100

150

200

250

300

Period

Tim

e (

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120

50

100

150

200

250

300

A) B)

C) D)

E) F)

FIGURE 7- Effect of malnutrition on behavioral sequence of satiety within each behavioural category per period in rats after 150 days of age . (A) Control-Standard diet (n = 10), (B) Low protein-Standard diet (n = 10), (C) Control-Cookies (n = 10), (D) Low protein-Cookies (n = 10), (E) Control- Fluoxetine (n = 10), (F) Low protein-Fluoxetine (n = 10).

Page 60: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

60

Figure 8

Saline Standard diet-Fluox Cookies - Fluox 0

5

10

15

20

Control

Low protein

**

*

Inta

ke

(K

ca

l/g

bo

dy w

eig

ht*

10

0)

FIGURE 7- Evaluation of the feeding rate during the behavioral sequence of satiety. Data were presented as mean. Two-way ANOVA followed by Bonferroni test, * p <0.001

Page 61: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

61

Table 1-Composition of diets offered during pregnancy and lactation

Low protein

(8%)

Normoprotein

(17%)

G % 100,00 100,0

Protein 8,10 17,30

Carbohydrate 75,10 65,90

Lipids 7,00 7,00

Fibers 5,00 5,00

Vitaminas 1,00 1,00

Minerals 3,50 3,50

Methionine 0,30 0,30

% Kcal 362,48 363,44

Table 2 - Nutritional Information of Food palatable *

(*) Information contained in the product: Nabisco Chocolate-Chocookies

Portion of 30g (2 unit)

Quantity (g)

Caloric value 147 kcal

Carbohydrate 19g

Sugars 10g

Protein 1,8g

Total fat 7,3g

Saturated fat 3,4g

Trans fat 0,3g

Fibers 1,1g

Sodium 63mg

Page 62: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

62

DISCUSSÃO

A desnutrição perinatal aumenta o comportamento motivacional diante da recompensa

alimentar, traduzido pela maior velocidade para executar a tarefa completa, ou seja percorrer

todo trajeto e reagir a recompensa alimentar. Promove redução do índice de distração,

observado pelo menor número de pausas e direção reversa durante a fase de incentivo ao

aprendizado. Embora aumente a latência para reagir à recompensa alimentar durante as fases

de adaptação e pré-exposição.

A desnutrição protéica no período perinatal promove redução do peso corporal que

persiste após recuperação nutricional. Em ratos, maior ganho de peso foi observado durante a

fase de recuperação com dietas hipercalóricas (BOL, DELATTRE et al., 2009). No entanto, os

dados de peso corporal desses indivíduos na vida adulta ainda são controversos na literatura.

Esse fato está relacionado ao tipo de desnutrição e período que ocorre, bem como do tipo de

dieta consumida durante a recuperação nutricional. Assim, podemos observar maior peso

corporal em ratos desnutridos (déficit de proteína) no período perinatal que foram alimentados

com dietas hipercalóricas durante a fase de recuperação (BIESWAL, AHN et al., 2006), ou

durante toda a vida (PARENTE, AGUILA et al., 2008), ou persistente redução de peso

quando dieta normocalórica foi consumida (SMART e PREECE, 1973; PLAGEMANN,

HARDER et al., 2000; REMMERS, FODOR et al., 2008; OROZCO-SOLIS, LOPES DE

SOUZA et al., 2009). A restrição de calorias durante a gestação ou lactação seguida de

recuperação nutricional promove sustentado ganho de peso em relação ao controle

(MANUEL-APOLINAR et al., 2010; PALOU et al., 2010). Entretanto esse efeito não é

observado quando ocorre ingestão de dieta normocalórica (PALOU et al., 2010).

Na fase de pré-exposição do teste de motivação realizado neste estudo, as maiores latências

para sair da caixa inicial e reagir à caixa alvo podem indicar atraso de aprendizado promovido

pela desnutrição. Entretanto, quando houve atividade repetida pelo treinamento, fase de

incentivo ao aprendizado, esse déficit foi minimizado. A desnutrição precoce foi relacionada,

em ratos e humanos a déficit de aprendizado e memória (WANG e XU, 2007; RANADE,

ROSE et al., 2008). A agressão nutricional no início da vida prejudica a formação do

Page 63: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

63

hipocampo, estrutura que desempenha importante papel na memória e

aprendizado(MORGANE, AUSTIN-LAFRANCE et al., 1993). A desnutrição protéica pré-

natal reduziu 20% do número de neurônios da região CA1 do hipocampo (LISTER, BLATT et

al., 2005). Estes neurônios são essenciais para o processo de aprendizado e memória. A

desnutrição protéica promoveu alterações degenerativas na arborização hipocampal na vida

adulta em ratos (ANDRADE, MADEIRA et al., 1995; ANDRADE, CASTANHEIRA-VALE

et al., 1996). Transmissores importantes no processo de aprendizagem e memória espacial são

afetados pela desnutrição, como a redução na densidade de neurônios gabaérgicos (WIGGINS,

FULLER et al., 1984; ANDRADE, CASTANHEIRA-VALE et al., 1996), dos níveis de

acetilcolina e da densidade de receptores M2 muscarínicos nas células piramidais CA1 e CA3

do hipocampo (MCGAUGH, 1989; LAMBERTY e GOWER, 1991; ALMEIDA, TONKISS et

al., 1996b). O déficit temporário observado no teste de motivação do presente estudo concorda

com observações relatadas em crianças com baixo peso ao nascer que mostram ligeiro déficit

cognitivo, mas que desaparece ao longo do tempo (RICHARDS, HARDY et al., 2001). Por

outro lado, nosso estudo apresenta dados opostos aqueles relatados por Landon et al

(LANDON, DAVISON et al., 2007) que observou prejuízos na capacidade de adaptação a

tarefas com reforço em ratos com histórico de restrição alimentar. Esses dados conflitantes

podem ser devido ao tipo de desnutrição, pois no estudo de Landon foi realizada restrição do

valor energético, enquanto no presente estudo, temos a desnutrição protéica apenas.

Por outro lado, evidências indicam que algumas alterações neurais, ocasionadas pela

desnutrição podem ser compensadas pela estimulação ambiental (ROSENZWEIG, BENNETT

et al., 1969; DE OLIVEIRA e ALMEIDA SDE, 1985; LIMA, OLIVEIRA et al., 1999). A

estimulação sensorial do alimento palatável possivelmente agiu como reforço ao aprendizado

no presente estudo (TRACY, JARRARD et al., 2001). Esse efeito pode compensar os déficits

cognitivos induzidos pela desnutrição (TRACY et al., 2001). Este aprendizado não se resume

à capacidade de apreender tarefas, mas também a formação de “memória alimentar” gerada

pelo teor de calorias e qualidade sensorial (sabor, odor) da recompensa (DAVIDSON,

MORELL et al., 2000; GOLDBERG, PERFETTI et al., 2006). Assim, observamos que apesar

da maior latência para consumir a recompensa durante a fase de adaptação e pré-exposição,

esse comportamento foi revertido na fase de incentivo ao aprendizado. Nessa fase, observamos

Page 64: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

64

que a desnutrição perinatal aumentou a velocidade para realização da tarefa completa que

corresponde à relação entre o trajeto percorrido e o tempo para reação a recompensa. Um fator

associado a esse desempenho foi a redução do número de distrações nesse percurso (verificado

pelas pausas e direções reversas). Esses resultados concordam com as observações de redução

da ansiedade e aumento da impulsividade observados em animais desnutridos (ALMEIDA e

DE-OLIVEIRA, 1994; ALMEIDA, TONKISS et al., 1996a).

Animais desnutridos apresentam níveis elevados de dopamina encefálica

(VALDOMERO, VELAZQUEZ et al., 2007). Existe influência da ativação do sistema

dopaminérgico no núcleo accumbens e VTA, sobre o controle hedônico do comportamento

alimentar (BASSAREO e DI CHIARA, 1999). A exposição ao alimento palatável aumenta a

liberação da dopamina no núcleo accumbens, que por sua vez estimula a atividade locomotora,

induzindo a procura pelo alimento (MOGENSON e WU, 1982).

O presente trabalho sugere que a desnutrição perinatal acentua os componentes

“learning” e o “wanting” do controle hedônico do comportamento alimentar aumentando a

motivação pela recompensa. A elevação extracelular de dopamina, principalmente no núcleo

accumbens e na área tegmentar ventral, facilita os componentes “wanting” e “learning” e

acentua a motivação para a recompensa alimentar (WILSON, NOMIKOS et al., 1995;

PECINA, CAGNIARD et al., 2003). A maioria dos estudos enfatiza o papel da dopamina

sobre o controle hedônico (WILSON, NOMIKOS et al., 1995; BERRIDGE e ROBINSON,

1998; ROBINSON, SANDSTROM et al., 2005). A atividade de outros neurotransmissores

sobre este comportamento tem sido negligenciada nas últimas décadas, entre eles está a

serotonina. Sabemos que a desnutrição promove elevada concentração de serotonina

encefálica (MANJARREZ, CHAGOYA et al., 1994). Assim, poderíamos associar a melhor

performance de animais desnutridos frente a recompensa alimentar com os níveis elevados de

serotonina. Um dos primeiros estudos nesse sujeito demonstrou ação da serotonina na

reatividade ao paladar (GRAY e COOPER, 1996). A relação da neurotransmissão

serotoninérgica com a dopaminérgica pode ser um dos mecanismos utilizados pela serotonina

para atuar no controle hedônico alimentar (DI GIOVANNI, DI MATTEO et al., 2008).

Neurônios serotoninérgicos regulam a neurotransmissão dopaminérgica na região mesolimbica

através de diferentes subtipos de receptores (PARENT, DESCARRIES et al., 1981; ALEX e

Page 65: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

65

PEHEK, 2007). Os receptores 5-HT1A, 5-HT1B, 5-HT2A, 5-HT3 e 5-HT4 estimulam a liberação

de dopamina, enquanto o receptor 5-HT2C a inibe (ALEX e PEHEK, 2007). O núcleo

accumbens sofre a modulação de neurônios serotoninérgicos (DE DEURWAERDERE e

SPAMPINATO, 1999). O estímulo serotoninérgico em áreas em áreas hedônicas parece

incentivar a ingestão de alimentos palatáveis que por sua vez pode atuar sobre o hipotálamo

retardando o disparo da saciedade (PRATT, BLACKSTONE et al., 2009).

A análise da sequência comportamental de saciedade com alimento padrão mostrou

que a desnutrição perinatal não retardou o disparo de saciedade. Esses achados não concordam

com estudo que descreve retardo no disparo de saciedade em organismos desnutridos

(OROZCO-SOLIS, LOPES DE SOUZA et al., 2009). Esses resultados conflitantes podem ser

devido à idade na qual este estudo realizou a análise comportamental, aos 35 dias de vida, fase

descrita como de compensação metabólica. Quando os mesmos autores estudaram a saciedade

aos 240 dias de vida com a ingestão de dieta hiperlipídica, este resultado foi preservado.

Porém quando comparamos as análises em relação às dietas utilizadas, padrão e hiperlipídica,

observamos que esta última retardou o disparo da saciedade em ambos os grupos analisados

(OROZCO-SOLIS, LOPES DE SOUZA et al., 2009).

Verificamos que o alimento palatável não atua sobre a saciedade, e que a desnutrição

não altera esse fato. O alimento palatável é capaz de sobrepor à cascata de regulação do

controle homeostático, concentrado principalmente no hipotálamo. São capazes de prolongar a

refeição, mobilizando o sistema de recompensa alimentar, especialmente o sistema

dopaminérgico e opioídes (ERLANSON-ALBERTSSON, 2005). Embora a desnutrição não

tenha promovido alterações no disparo da saciedade, ela promoveu aumento da taxa de

alimentação palatável. Isso demonstra a maior vulnerabilidade das vias que regulam a ingestão

alimentar palatável em indivíduos com histórico desnutrição. A saciedade é dependente da

atividade e harmonia dessas vias. A desnutrição acarreta inibição das vias localizadas no

hipotálamo responsáveis pela saciedade e potencializam as vias promotoras de ingestão

alimentar, promovendo maior ingestão alimentar (BOURET e SIMERLY, 2006). Entretanto

os mecanismos encefálicos que estimulam a ingestão do alimento palatável estão concentrados

no sistema de recompensa alimentar (KELLEY e BERRIDGE, 2002). Alguns estudos

demonstram que a desnutrição é capaz de promover a dependência por substâncias que agem

Page 66: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

66

no sistema de recompensa, entre elas opiáceos, canabinóides e dopamina (LINDBLOM,

JOHANSSON et al., 2006; VAZQUEZ, GIROS et al., 2006; MOREL, GIROS et al., 2009).

Estas substâncias estão envolvidas com a sensação de prazer promovidas pelo uso de drogas e

do alimento palatável (SOLINAS e GOLDBERG, 2005; MAHLER, SMITH et al., 2007).

Embora o papel da desnutrição sobre o controle hedônico do comportamento alimentar ainda

seja negligenciado. Os sistemas supracitados podem estar por trás da maior ingestão de

alimento palatável em indivíduos com histórico de desnutrição.

A sequência comportamental com o ISRS mostrou padrão semelhante entre os grupos

testados. A taxa de alimentação de ingestão de dieta padrão foi superior nos animais com

histórico de desnutrição. A desnutrição foi capaz de inibir a ação hipofágica da serotonina,

através da hiporesponsividade do receptor 5HT1B (LOPES DE SOUZA, OROZCO-SOLIS et

al., 2008). Da mesma forma que o estudo anteriormente citado, o presente trabalho

demonstrou a vulnerabilidade dos mecanismos regulatórios do sistema serotoninérgico sobre a

ingestão alimentar.

A desnutrição promoveu aumento no consumo alimentar de dieta padrão e palatável,

com maior importância para este último. Este trabalho observou que a desnutrição perinatal

reduz a ação hipofágica da serotonina sobre a ingestão alimentar, com menor eficácia quando

a dieta é palatável. A ação hipofágica da serotonina é reduzida em organismos com histórico

de desnutrição perinatal (BARRETO MEDEIROS, CABRAL FILHO et al., 2002; LOPES DE

SOUZA, OROZCO-SOLIS et al., 2008). Esse efeito pode estar relacionado à

hiporesponsividade de receptores serotoninérgicos envolvidos com o controle da ingestão

alimentar promovida pela desnutrição em períodos iniciais da vida (LOPES DE SOUZA,

OROZCO-SOLIS et al., 2008). Sabendo-se que a serotonina estimula a saciedade, essa

hiporesponsividade pode ser um mecanismo de compensação metabólica, ocasionado pelo

período de restrição de nutrientes (SELLAYAH, SEK et al., 2008). Por outro lado, a menor

ação anoréxica da serotonina sobre o consumo de alimento palatável pode estar associado a

sua ação estimuladora dentro do sistema de recompensa (ERLANSON-ALBERTSSON,

2005). Assim, podemos sugerir que a desnutrição perinatal atua moldando mecanismos

serotoninérgicos de controle da ingestão alimentar por dois lados, diminuindo sua ação sobre

Page 67: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

67

saciedade e aumentando sua ação sobre a ingestão de alimentos energéticos. O resultado

desses dois efeitos potencializaria a maior aquisição de energia por esses organismos.

Page 68: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

68

CONCLUSÃO

A desnutrição perinatal estimula o comportamento motivacional, aumentando o

consumo do alimento palatável. Ademais, a ação da serotonina sobre componentes hedônicos

parece ser mais efetiva em indivíduos com histórico de desnutrição, o que promoveria a maior

ingestão desse tipo de alimento.

Page 69: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

69

REFERÊNCIAS

ADAN, R. A. et al. Anti-obesity drugs and neural circuits of feeding. Trends Pharmacol Sci [S.I.], v. 29, n. 4, p. 208-17, Apr 2008. ALEX, K.; PEHEK, E. Pharmacologic mechanisms of serotonergic regulation of dopamine neurotransmission. Phamacol. Ther. [S.I.], v. 113, n. 2, p. 296-320, 2007. ALMEIDA, S. S.; DE-OLIVEIRA, L. M. Acquisition and extinction of jumping, two-way shuttle-box and bar press avoidance responses in malnourished rats: effects of shock intensity. Braz J Med Biol Res [S.I.], v. 27, n. 10, p. 2443-52, Oct 1994. ALMEIDA, S. S. et al. Malnutrition and reactivity to drugs acting in the central nervous system. Neurosci Biobehav Rev [S.I.], v. 20, n. 3, p. 389-402, Autumn 1996a. ______. Prenatal protein malnutrition affects the social interactions of juvenile rats. Physiol Behav [S.I.], v. 60, n. 1, p. 197-201, Jul 1996b. ANDRADE, J. P. et al. The dendritic trees of neurons from the hippocampal formation of protein-deprived adult rats. A quantitative Golgi study. Exp Brain Res [S.I.], v. 109, n. 3, p. 419-33, Jun 1996. ______. Effects of long-term malnutrition and rehabilitation on the hippocampal formation of the adult rat. A morphometric study. J Anat [S.I.], v. 187 ( Pt 2), p. 379-93, Oct 1995. ARCHER, Z. A. et al. Hypothalamic energy balance gene responses in the Sprague-Dawley rat to supplementation of high-energy diet with liquid ensure and subsequent transfer to chow. J Neuroendocrinol [S.I.], v. 17, n. 11, p. 711-9, Nov 2005. ARMITAGE, J. A. et al. Experimental models of developmental programming: consequences of exposure to an energy rich diet during development. J Physiol [S.I.], v. 565, n. Pt 1, p. 3-8, May 15 2005. BARKER, D. J. Maternal nutrition, fetal nutrition, and disease in later life. Nutrition [S.I.], v. 13, n. 9, p. 807-13, Sep 1997. BARKER, D. J.; OSMOND, C. Infant mortality, childhood nutrition, and ischaemic heart disease in England and Wales. Lancet [S.I.], v. 1, n. 8489, p. 1077-81, May 10 1986. BARRETO MEDEIROS, J. M. et al. Early malnourished rats are not affected by anorexia induced by a selective serotonin reuptake inhibitor in adult life. Nutr Neurosci [S.I.], v. 5, n. 3, p. 211-4, Jun 2002. BASSAREO, V.; DI CHIARA, G. Modulation of feeding-induced activation of mesolimbic dopamine transmission by appetitive stimuli and its relation to motivational state. Eur J Neurosci [S.I.], v. 11, n. 12, p. 4389-97, Dec 1999. BELLINGER, L. et al. Prenatal exposure to a maternal low-protein diet programmes a preference for high-fat foods in the young adult rat. Br J Nutr [S.I.], v. 92, n. 3, p. 513-20, Sep 2004. ______. Exposure to undernutrition in fetal life determines fat distribution, locomotor activity and food intake in ageing rats. Int J Obes (Lond) [S.I.], v. 30, n. 5, p. 729-38, May 2006.

Page 70: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

70

BERRIDGE, K. C.; KRINGELBACH, M. L. Affective neuroscience of pleasure: reward in humans and animals. Psychopharmacology (Berl) [S.I.], v. 199, n. 3, p. 457-80, Aug 2008. BERRIDGE, K. C.; PECINA, S. Benzodiazepines, appetite, and taste palatability. Neurosci Biobehav Rev [S.I.], v. 19, n. 1, p. 121-31, Spring 1995. BERRIDGE, K. C.; ROBINSON, T. E. What is the role of dopamine in reward: hedonic impact, reward learning, or incentive salience? Brain Res Brain Res Rev [S.I.], v. 28, n. 3, p. 309-69, Dec 1998. BERRIDGE, K. C. et al. Dissecting components of reward: 'liking', 'wanting', and learning. Curr Opin Pharmacol [S.I.], v. 9, n. 1, p. 65-73, Feb 2009. BERTHOUD, H. R.; MORRISON, C. The brain, appetite, and obesity. Annu Rev Psychol [S.I.], v. 59, p. 55-92, 2008. BIESWAL, F. et al. The importance of catch-up growth after early malnutrition for the programming of obesity in male rat. Obesity (Silver Spring) [S.I.], v. 14, n. 8, p. 1330-43, Aug 2006. BISPHAM, J. et al. Maternal endocrine adaptation throughout pregnancy to nutritional manipulation: consequences for maternal plasma leptin and cortisol and the programming of fetal adipose tissue development. Endocrinology [S.I.], v. 144, n. 8, p. 3575-85, Aug 2003. BLUM, K. et al. Reward deficiency syndrome: a biogenetic model for the diagnosis and treatment of impulsive, addictive, and compulsive behaviors. J Psychoactive Drugs [S.I.], v. 32 Suppl, p. i-iv, 1-112, Nov 2000. BLUNDELL, J. E. Is there a role for serotonin (5-hydroxytryptamine) in feeding? Int J Obes [S.I.], v. 1, n. 1, p. 15-42, 1977. ______. Serotonin and appetite. Neuropharmacology [S.I.], v. 23, n. 12B, p. 1537-51, Dec 1984. BOHMAN, V. Compensatory growth in beef cattle. The effect of hay maturity. J. Animal Sei. [S.I.], v. 14, p. 249-255, 1955. BOL, V. V. et al. Forced catch-up growth after fetal protein restriction alters the adipose tissue gene expression program leading to obesity in adult mice. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol [S.I.], v. 297, n. 2, p. R291-9, Aug 2009. BOURET, S. G.; SIMERLY, R. B. Developmental programming of hypothalamic feeding circuits. Clin Genet [S.I.], v. 70, n. 4, p. 295-301, Oct 2006. BRUINVELS, A. T. et al. Autoradiographic characterisation and localisation of 5-HT1D compared to 5-HT1B binding sites in rat brain. Naunyn Schmiedebergs Arch Pharmacol [S.I.], v. 347, n. 6, p. 569-82, Jun 1993. BURGER , J. D., HR SANDSTEAD. Malnutrition and Starvation in Western Netherlands, September 1944 to July 1945. The Hague: General State Printing Office [S.I.], 1948. CASIMIR, M. et al. A role for pancreatic beta-cell secretory hyperresponsiveness in catch-up growth hyperinsulinemia: Relevance to thrifty catch-up fat phenotype and risks for type 2 diabetes. Nutr Metab (Lond) [S.I.], v. 8, n. 1, p. 2, Jan 18 2011. COTTRELL, E. C.; OZANNE, S. E. Developmental programming of energy balance and the metabolic syndrome. Proc Nutr Soc [S.I.], v. 66, n. 2, p. 198-206, May 2007.

Page 71: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

71

COUPE, B. et al. The timing of "catch-up growth" affects metabolism and appetite regulation in male rats born with intrauterine growth restriction. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol [S.I.], v. 297, n. 3, p. R813-24, Sep 2009. CRIPPS, R. L. et al. Programming of hypothalamic neuropeptide gene expression in rats by maternal dietary protein content during pregnancy and lactation. Clin Sci (Lond) [S.I.], v. 117, n. 2, p. 85-93, Jul 2009. DAVIDSON, T. et al. Memory and macronutrient regulation. In.: Berthoud HR, Seely RJ, editors. Boca Raton: CRC Press [S.I.], p. 203-217, 2000. DE DEURWAERDERE, P.; SPAMPINATO, U. Role of serotonin(2A) and serotonin(2B/2C) receptor subtypes in the control of accumbal and striatal dopamine release elicited in vivo by dorsal raphe nucleus electrical stimulation. J Neurochem [S.I.], v. 73, n. 3, p. 1033-42, Sep 1999. DE OLIVEIRA, L. M.; ALMEIDA SDE, S. Effects of malnutrition and environment on the acquisition and extinction of avoidance behavior in rats. Physiol Behav [S.I.], v. 34, n. 1, p. 141-5, Jan 1985. DESAI, M. et al. Programmed obesity in intrauterine growth-restricted newborns: modulation by newborn nutrition. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol [S.I.], v. 288, n. 1, p. R91-6, Jan 2005. DI GIOVANNI, G. et al. Serotonin-dopamine interaction: electrophysiological evidence. Prog Brain Res [S.I.], v. 172, p. 45-71, 2008. DOBBING, J. The Influence of Early Nutrition on the Development and Myelination of the Brain. Proc R Soc Lond B Biol Sci [S.I.], v. 159, p. 503-9, Feb 18 1964. DOURISH, C. T. Multiple serotonin receptors: opportunities for new treatments for obesity? Obes Res [S.I.], v. 3 Suppl 4, p. 449S-462S, Nov 1995. DOURISH, C. T. et al. The 5-HT1A agonist 8-OH-DPAT increases consumption of palatable wet mash and liquid diets in the rat. Psychopharmacology (Berl) [S.I.], v. 94, n. 1, p. 58-63, 1988. ERHUMA, A. et al. Prenatal exposure to undernutrition and programming of responses to high-fat feeding in the rat. Br J Nutr [S.I.], v. 98, n. 3, p. 517-24, Sep 2007. ERLANSON-ALBERTSSON, C. How palatable food disrupts appetite regulation. Basic Clin Pharmacol Toxicol [S.I.], v. 97, n. 2, p. 61-73, Aug 2005. FIGLEWICZ, D. P. et al. Expression of receptors for insulin and leptin in the ventral tegmental area/substantia nigra (VTA/SN) of the rat. Brain Res [S.I.], v. 964, n. 1, p. 107-15, Feb 21 2003. FORBES, W. B. et al. Effect of chronic protein malnutrition on experimentally induced seizures in the rat. Exp Neurol [S.I.], v. 62, n. 2, p. 475-81, Nov 1978. FORSDAHL, A. Are poor living conditions in childhood and adolescence an important risk factor for arteriosclerotic heart disease? Br J Prev Soc Med [S.I.], v. 31, n. 2, p. 91-5, Jun 1977. FULLER, R. W.; WONG, D. T. Serotonin uptake and serotonin uptake inhibition. Ann N Y Acad Sci [S.I.], v. 600, p. 68-78; discussion 79-80, 1990.

Page 72: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

72

GLUCKMAN, P. D.; HANSON, M. A. The developmental origins of the metabolic syndrome. Trends Endocrinol Metab [S.I.], v. 15, n. 4, p. 183-7, May-Jun 2004. GOLDBERG, R. F. et al. Perceptual knowledge retrieval activates sensory brain regions. J Neurosci [S.I.], v. 26, n. 18, p. 4917-21, May 3 2006. GRAY, R. W.; COOPER, S. J. d-fenfluramine's effects on normal ingestion assessed with taste reactivity measures. Physiol Behav [S.I.], v. 59, n. 6, p. 1129-35, Jun 1996. GUAN, X. M.; MCBRIDE, W. J. Serotonin microinfusion into the ventral tegmental area increases accumbens dopamine release. Brain Res Bull [S.I.], v. 23, n. 6, p. 541-7, Dec 1989. GUILLOTEAU, P. et al. Adverse effects of nutritional programming during prenatal and early postnatal life, some aspects of regulation and potential prevention and treatments. J Physiol Pharmacol [S.I.], v. 60 Suppl 3, p. 17-35, Oct 2009. HALES, C. N.; BARKER, D. J. Type 2 (non-insulin-dependent) diabetes mellitus: the thrifty phenotype hypothesis. Diabetologia [S.I.], v. 35, n. 7, p. 595-601, Jul 1992. ______. The thrifty phenotype hypothesis. Br Med Bull [S.I.], v. 60, p. 5-20, 2001. HEISLER, L. K. et al. Serotonin reciprocally regulates melanocortin neurons to modulate food intake. Neuron [S.I.], v. 51, n. 2, p. 239-49, Jul 20 2006. JIMENEZ-CHILLARON, J. C. et al. Reductions in caloric intake and early postnatal growth prevent glucose intolerance and obesity associated with low birthweight. Diabetologia [S.I.], v. 49, n. 8, p. 1974-84, Aug 2006. KELLEY, A. E.; BERRIDGE, K. C. The neuroscience of natural rewards: relevance to addictive drugs. J Neurosci [S.I.], v. 22, n. 9, p. 3306-11, May 1 2002. KRANZ, G. S. et al. Reward and the serotonergic system. Neuroscience [S.I.], v. 166, n. 4, p. 1023-35, Apr 14 2010. LAMBERTY, Y.; GOWER, A. J. Cholinergic modulation of spatial learning in mice in a Morris-type water maze. Arch Int Pharmacodyn Ther [S.I.], v. 309, p. 5-19, Jan-Feb 1991. LANDON, J. et al. Global undernutrition during gestation influences learning during adult life. Learn Behav [S.I.], v. 35, n. 2, p. 79-86, May 2007. LANGLEY-EVANS, S. C. et al. Nutritional programming of blood pressure and renal morphology. Arch Physiol Biochem [S.I.], v. 111, n. 1, p. 8-16, Feb 2003. LANGLEY-EVANS, S. C.; SCULLEY, D. V. The association between birthweight and longevity in the rat is complex and modulated by maternal protein intake during fetal life. FEBS Lett [S.I.], v. 580, n. 17, p. 4150-3, Jul 24 2006. LEONARD, W.; ROBERTSON, M. Evolutionary perspectives on human nutrition: the influence of brain and body size on diet and metabolism. Am. J. Hum. Biol. [S.I.], v. 6, p. 77-88, 1994. LEONARD, W. R. et al. Effects of brain evolution on human nutrition and metabolism. Annu Rev Nutr [S.I.], v. 27, p. 311-27, 2007.

Page 73: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

73

LIMA, J. et al. Effects of early concurrent protein malnutrition and evironmental stimulation on the central nervous system and behavior. Nutr. Neurosci [S.I.], v. 1, p. 439-448, 1999. LINDBLOM, J. et al. Increased mRNA levels of tyrosine hydroxylase and dopamine transporter in the VTA of male rats after chronic food restriction. Eur J Neurosci [S.I.], v. 23, n. 1, p. 180-6, Jan 2006. LISTER, J. P. et al. Effect of prenatal protein malnutrition on numbers of neurons in the principal cell layers of the adult rat hippocampal formation. Hippocampus [S.I.], v. 15, n. 3, p. 393-403, 2005. LOPES DE SOUZA, S. et al. Perinatal protein restriction reduces the inhibitory action of serotonin on food intake. Eur J Neurosci [S.I.], v. 27, n. 6, p. 1400-8, Mar 2008. LOWE, M. R.; BUTRYN, M. L. Hedonic hunger: a new dimension of appetite? Physiol Behav [S.I.], v. 91, n. 4, p. 432-9, Jul 24 2007. MAGALHAES, C. P. et al. Modulatory role of serotonin on feeding behavior. Nutr Neurosci [S.I.], v. 13, n. 6, p. 246-55, Dec 2010. MAGNI, P. et al. Feeding behavior in mammals including humans. Ann N Y Acad Sci [S.I.], v. 1163, p. 221-32, Apr 2009. MAHLER, S. V. et al. Endocannabinoid hedonic hotspot for sensory pleasure: anandamide in nucleus accumbens shell enhances 'liking' of a sweet reward. Neuropsychopharmacology [S.I.], v. 32, n. 11, p. 2267-78, Nov 2007. MANJARREZ, G. G. et al. Early nutritional changes modify the kinetics and phosphorylation capacity of tryptophan-5-hydroxylase. Int J Dev Neurosci [S.I.], v. 12, n. 8, p. 695-702, Dec 1994. MANUEL-APOLINAR L et al.. Fetal malnutrition affects hypothalamic leptin receptor expression after birth in male mice. Arch Med Res. 2010 May;41(4):240-5. MCGAUGH, J. L. Dissociating learning and performance: drug and hormone enhancement of memory storage. Brain Res Bull [S.I.], v. 23, n. 4-5, p. 339-45, Oct-Nov 1989. MOGENSON, G. J.; WU, M. Neuropharmacological and electrophysiological evidence implicating the mesolimbic dopamine system in feeding responses elicited by electrical stimulation of the medial forebrain bundle. Brain Res [S.I.], v. 253, n. 1-2, p. 243-51, Dec 16 1982. MOREL, L. J. et al. Adolescent exposure to chronic delta-9-tetrahydrocannabinol blocks opiate dependence in maternally deprived rats. Neuropsychopharmacology [S.I.], v. 34, n. 11, p. 2469-76, Oct 2009. MORGANE, P. J. et al. Prenatal malnutrition and development of the brain. Neurosci Biobehav Rev [S.I.], v. 17, n. 1, p. 91-128, Spring 1993. NALEID, A. M. et al. Ghrelin induces feeding in the mesolimbic reward pathway between the ventral tegmental area and the nucleus accumbens. Peptides [S.I.], v. 26, n. 11, p. 2274-9, Nov 2005. O'DELL, L. E.; PARSONS, L. H. Serotonin1B receptors in the ventral tegmental area modulate cocaine-induced increases in nucleus accumbens dopamine levels. J Pharmacol Exp Ther [S.I.], v. 311, n. 2, p. 711-9, Nov 2004. OROZCO-SOLIS, R. et al. Perinatal undernutrition-induced obesity is independent of the developmental programming of feeding. Physiol Behav [S.I.], v. 96, n. 3, p. 481-92, Mar 2 2009.

Page 74: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

74

OSBORNE TB, M. L. The supression of growth and the capacity to grow. J. Biol. Chem. [S.I.], v. 18, p. 95-106, 1914. PAGE, K. C. et al. Maternal and postweaning diet interaction alters hypothalamic gene expression and modulates response to a high-fat diet in male offspring. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol [S.I.], v. 297, n. 4, p. R1049-57, Oct 2009. PALOU M et al. Moderate caloric restriction in lactating rats programs their offspring for a better response to HF diet feeding in a sex-dependent manner. J Nutr Biochem. 2010 Oct 20. PARENT, A. et al. Organization of ascending serotonin systems in the adult rat brain. A radioautographic study after intraventricular administration of [3H]5-hydroxytryptamine. Neuroscience [S.I.], v. 6, n. 2, p. 115-38, 1981. PARENTE, L. B. et al. Deleterious effects of high-fat diet on perinatal and postweaning periods in adult rat offspring. Clin Nutr [S.I.], v. 27, n. 4, p. 623-34, Aug 2008. PARSONS, L. H.; JUSTICE, J. B., JR. Serotonin and dopamine sensitization in the nucleus accumbens, ventral tegmental area, and dorsal raphe nucleus following repeated cocaine administration. J Neurochem [S.I.], v. 61, n. 5, p. 1611-9, Nov 1993. PECINA, S. et al. Hyperdopaminergic mutant mice have higher "wanting" but not "liking" for sweet rewards. J Neurosci [S.I.], v. 23, n. 28, p. 9395-402, Oct 15 2003. PLAGEMANN, A. et al. Hypothalamic nuclei are malformed in weanling offspring of low protein malnourished rat dams. J Nutr [S.I.], v. 130, n. 10, p. 2582-9, Oct 2000. PORTO, L. C. et al. Impairment of the serotonergic control of feeding in adult female rats exposed to intra-uterine malnutrition. Br J Nutr [S.I.], v. 101, n. 8, p. 1255-61, Apr 2009. PRADER, A. et al. Catch-up growth following illness or starvation. An example of developmental canalization in man. J Pediatr [S.I.], v. 62, p. 646-59, May 1963. PRADO-LIMA, P. S. et al. Human food preferences are associated with a 5-HT(2A) serotonergic receptor polymorphism. Mol Psychiatry [S.I.], v. 11, n. 10, p. 889-91, Oct 2006. PRATT, W. E. et al. Selective serotonin receptor stimulation of the medial nucleus accumbens causes differential effects on food intake and locomotion. Behav Neurosci [S.I.], v. 123, n. 5, p. 1046-57, Oct 2009. RANADE, S. C. et al. Different types of nutritional deficiencies affect different domains of spatial memory function checked in a radial arm maze. Neuroscience [S.I.], v. 152, n. 4, p. 859-66, Apr 9 2008. RAVELLI, G. P. et al. Obesity in young men after famine exposure in utero and early infancy. N Engl J Med [S.I.], v. 295, n. 7, p. 349-53, Aug 12 1976. REMMERS, F. et al. Neonatal food restriction permanently alters rat body dimensions and energy intake. Physiol Behav [S.I.], v. 95, n. 1-2, p. 208-15, Sep 3 2008. RICHARDS, M. et al. Birth weight and cognitive function in the British 1946 birth cohort: longitudinal population based study. BMJ [S.I.], v. 322, n. 7280, p. 199-203, Jan 27 2001. ROBINSON, S. et al. Distinguishing whether dopamine regulates liking, wanting, and/or learning about rewards. Behav Neurosci [S.I.], v. 119, n. 1, p. 5-15, Feb 2005.

Page 75: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

75

ROLLS, E. T. Brain mechanisms underlying flavour and appetite. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci [S.I.], v. 361, n. 1471, p. 1123-36, Jul 29 2006. ROSENZWEIG, M. R. et al. Influences of environmental complexity and visual stimulation on development of occipital cortex in rat. Brain Res [S.I.], v. 14, n. 2, p. 427-45, Jul 1969. SCLAFANI, A. Psychobiology of food preferences. Int J Obes Relat Metab Disord [S.I.], v. 25 Suppl 5, p. S13-6, Dec 2001. SELLAYAH, D. et al. Appetite regulatory mechanisms and food intake in mice are sensitive to mismatch in diets between pregnancy and postnatal periods. Brain Res [S.I.], v. 1237, p. 146-52, Oct 27 2008. SIMANSKY, K. J. Serotonergic control of the organization of feeding and satiety. Behav Brain Res [S.I.], v. 73, n. 1-2, p. 37-42, 1996. SIMPSON, K. A. et al. Hypothalamic regulation of food intake and clinical therapeutic applications. Arq Bras Endocrinol Metabol [S.I.], v. 53, n. 2, p. 120-8, Mar 2009. SMART, J. L. Under nutrition during early life and its effects on animal development and behaviour. Neuropharmacology [S.I.], v. 20, n. 12B, p. 1251-2, Dec 1981. SMART, J. L.; PREECE, J. Maternal behavior of undernourished mother rats. Anim Behav [S.I.], v. 21, n. 3, p. 613-9, Aug 1973. SOLINAS, M.; GOLDBERG, S. R. Motivational effects of cannabinoids and opioids on food reinforcement depend on simultaneous activation of cannabinoid and opioid systems. Neuropsychopharmacology [S.I.], v. 30, n. 11, p. 2035-45, Nov 2005. TRACY, A. L. et al. The hippocampus and motivation revisited: appetite and activity. Behav Brain Res [S.I.], v. 127, n. 1-2, p. 13-23, Dec 14 2001. VALDOMERO, A. et al. Increased rewarding properties of morphine in perinatally protein-malnourished rats. Neuroscience [S.I.], v. 150, n. 2, p. 449-58, Dec 5 2007. VAN DER HOEK, G. A.; COOPER, S. J. Ondansetron, a selective 5-HT3 receptor antagonist, reduces palatable food consumption in the nondeprived rat. Neuropharmacology [S.I.], v. 33, n. 6, p. 805-11, Jun 1994. VAZQUEZ, V. et al. Maternal deprivation specifically enhances vulnerability to opiate dependence. Behav Pharmacol [S.I.], v. 17, n. 8, p. 715-24, Dec 2006. WADSWORTH, J. et al. The influence of family type on children's behaviour and development at five years. J Child Psychol Psychiatry [S.I.], v. 26, n. 2, p. 245-54, Mar 1985. WALLACE, D. C. et al. Statistical mechanics model for the transit free energy of monatomic liquids. Phys Rev E Stat Nonlin Soft Matter Phys [S.I.], v. 81, n. 4 Pt 1, p. 041201, Apr 2010. WANG, L.; XU, R. J. The effects of perinatal protein malnutrition on spatial learning and memory behaviour and brain-derived neurotrophic factor concentration in the brain tissue in young rats. Asia Pac J Clin Nutr [S.I.], v. 16 Suppl 1, p. 467-72, 2007.

Page 76: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

76

WATERLAND, R. A.; JIRTLE, R. L. Early nutrition, epigenetic changes at transposons and imprinted genes, and enhanced susceptibility to adult chronic diseases. Nutrition [S.I.], v. 20, n. 1, p. 63-8, Jan 2004. WIGGINS, R. C. et al. Undernutrition and the development of brain neurotransmitter systems. Life Sci [S.I.], v. 35, n. 21, p. 2085-94, Nov 19 1984. WILLIAMS, J. P. Catch-up growth. J Embryol Exp Morphol [S.I.], v. 65 Suppl, p. 89-101, Oct 1981. WILSON, C. et al. Dopaminergic correlates of motivated behavior: importance of drive. J Neurosci [S.I.], v. 15, n. 7 Pt 2, p. 5169-78, Jul 1995. WYNNE, K. et al. Appetite control. J Endocrinol [S.I.], v. 184, n. 2, p. 291-318, Feb 2005. YAMAMOTO, T. Neural substrates for the processing of cognitive and affective aspects of taste in the brain. Arch Histol Cytol [S.I.], v. 69, n. 4, p. 243-55, Dec 2006. ______. Central mechanisms of roles of taste in reward and eating. Acta Physiol Hung [S.I.], v. 95, n. 2, p. 165-86, Jun 2008. YAN, Q. S.; YAN, S. E. Activation of 5-HT(1B/1D) receptors in the mesolimbic dopamine system increases dopamine release from the nucleus accumbens: a microdialysis study. Eur J Pharmacol [S.I.], v. 418, n. 1-2, p. 55-64, Apr 20 2001. YOSHIMOTO, K.; MCBRIDE, W. J. Regulation of nucleus accumbens dopamine release by the dorsal raphe nucleus in the rat. Neurochem Res [S.I.], v. 17, n. 5, p. 401-7, May 1992. ZHENG, H. et al. Appetite control and energy balance regulation in the modern world: reward-driven brain overrides repletion signals. Int J Obes (Lond) [S.I.], v. 33 Suppl 2, p. S8-13, Jun 2009.

Page 77: Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade ... · companheira, minha verdadeira alma-gêmea, meu anjo da guarda. Angel que ilumina meu caminho, com amor, fé a cada

Universidade Federal de PemambucoCentro de Ciências Biológicas

Av. Prof. Nelson Chaves, s/n50670-420 / Recife - PE - Brasil

fones: (55 81) 2126 884 O I 2126 8351fax: (55 81) 2126 8350

www.ccb.ufpe.br

Ofício nO220109 Recife, 11 de novembro de 2009.

Comissão de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da UFPEPara: Prof.: Sandra Lopes de SouzaDepartamento: Anatomia 1UFPEProcesso nO23076.024837/2009-11

Os membros da Comissão de Ética em Experimentação Animal do Centro de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco (CEEA-UFPE) avaliaram seu projeto de

pesquisa intitulado: "PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA DE RECOMPENSA AUMENTAR: UM

ENFOQUE SOBRE O SISTEMA SEROTONINÉRGICO"

Concluímos que os procedimentos descritos para a utilização experimental dos animais

encontram-se de acordo com as normas sugeridas pelo Colégio Brasileiro para

Experimentação Animal e com as normas internacionais estabelecidas pelo National Institute of

Health Guide for Care and Use of Laboratory Animais as quais são adotadas como critérios de

avaliação e julgamento pela CEEA-UFPE.

Encontra-se de acordo com as normas vigentes no Brasil, especialmente a Lei 9.605-

art. 32 e Decreto 3. 179-art 17, de 21/09/1999, que trata da questão do uso de animais para fins

científicos.

Diante do exposto, emitimos ~parecer favorável aos protocolos experimentais

realizados.

Atenciosamente,

Observação: Aluno de pós-graduação: Amanda AlvesMarcelino da Silva; Origem dos animais: Biotério doDepartamento de Nutrição/UFPE; Animais: Ratos,linhagem: Wistar; Sexo: Machos e fêmeas; Idade:Adultos e filhotes; N° de Animais previsto no projeto:60 animais ..

M~~í:~C Presidenle~AUFPe

CCB: Integrar para desenvolver

/