PROGRAMA DE DESNVOLVIMENTO EDUCACIONAL – P D E · elaborar nossos planos de ensino levando em...

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“A IMPLANTAÇÃO DA PRÁTICA DO TENIS DE CAMPO ADAPTADO NA ESCOLA - LIMITES E POSSIBILIDADES” PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – P D E Professor Frederico José Venancio Mangrich (PDE) [email protected] Professor Fábio Múcio Stinghen (UTFPR) [email protected] Obrigado, Andréa, Fredinho e Ítalo, a linda família que DEUS me deu; Aos meus pais, Antonio e Lourdes, pelo apoio e amor incondicional; Aos meus colegas e equipe do PDE 2008, pela inspiração e bons exemplos; Ao Fabão, parceiro, exemplo de professor e até orientador; À Tetê (Maria Terezinha Borguezan), nossa responsável pelo PDE no NRE Curitiba; Acima de tudo, a DEUS!

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“A IMPLANTAÇÃO DA PRÁTICA DO TENIS DE CAMPO ADAPTADO NA

ESCOLA - LIMITES E POSSIBILIDADES”

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – P D E

Professor Frederico José Venancio Mangrich (PDE)

[email protected]

Professor Fábio Múcio Stinghen (UTFPR)

[email protected]

Obrigado,

Andréa, Fredinho e Ítalo, a linda família que DEUS me deu;

Aos meus pais, Antonio e Lourdes, pelo apoio e amor incondicional;

Aos meus colegas e equipe do PDE 2008, pela inspiração e bons exemplos;

Ao Fabão, parceiro, exemplo de professor e até orientador;

À Tetê (Maria Terezinha Borguezan), nossa responsável pelo PDE no NRE Curitiba;

Acima de tudo, a DEUS!

Resumo

Após a implementação de ações pedagógica sobre o tênis de campo adaptado á

escola durante o primeiro semestre do ano letivo de 2009, para os alunos das

turmas de oitava série do Colégio Estadual Professor Brandão. O processo se deu

em oito ações, todas elas cumpridas com sucesso. Atualmente o esporte tem sido

amplamente discutido enquanto elemento articulador das Diretrizes Curriculares de

Educação Física, suas características elitistas, por exigir dos alunos alto rendimento

técnico e físico tornaram sua presença nas aulas desta disciplina, um fator de

afastamento daqueles alunos com menor habilidade atlética, ou aptidões físicas

como força, agilidade, flexibilidade e outras. A inclusão de uma nova modalidade

esportiva adaptada ao espaço escolar, de forma coletiva, com idéias para novas

regras e materiais de jogo apresentadas pelos próprios alunos, serviu de mote para

o resgate das aulas de Educação Física para os alunos de oitava série, no que

tange aos valores intrínsecos da disciplina e a motivação de professor e alunos para

as aulas.

Palavras–chave: Educação Física, Tênis de Campo Adaptado, Esporte.

Abstract

This article examines the implementation of the Teaching Dossier: "The

Implementation of the Practice's Tennis Field Adapted School: Limits and

Possibilities", during the first semester of the academic year 2009 for students in

eighth grade classes of the State College Professor Brandão. The implementation

process took place in eight actions, all of them met with success. Today the sport

has been widely discussed as part of the articulator Curricular Physical Education.

Its features elitist, because it requires the students high technical performance and

physique made their presence in physical education classes, a factor of remoteness

of those students with less athletic ability or physical Valences as strength, agility,

flexibility and others. The inclusion of a new sport, adapted to the school area,

collectively, with ideas for new rules and game material submitted by the students,

served as a motto for the redemption of physical education classes for students in

eighth grade, as respect to the intrinsic values of discipline and motivation of

teachers and students to classes.

Keywords: Fitness, Tennis Field Adapted, Sports.

INTRODUÇÃO

O artigo relata as experiências com as ações desenvolvidas ao longo do PDE

(Programa de Desenvolvimento Educacional), com a implantação do Tênis de

Campo Adaptado ao Espaço Escolar (Teniscol), para os alunos de oitava série no

ano letivo de 2009, o conhecimento construído coletivamente e a inclusão da

modalidade no plano de ensino de Educação Física, além do material de jogo e

teórico elaborado para o Projeto e os resultados obtidos.

O elemento articulador proposto foi o esporte. Como sabemos, o esporte é o

conteúdo mais trabalhado nas aulas da disciplina. No entanto, devido às várias

influências sofridas através dos tempos pela mídia e pela própria formação dos

professores de Educação Física, o conteúdo esporte na escola assumiu um formato

estereotipado e excludente, não respeitando de forma geral as características e

limitações individuais, baseado na forma do esporte dito “de televisão” (DCE’s

2006), de natureza puramente competitiva, longe, portanto, de serem efetivo para

uma cultura escolar onde o esporte de competição é praticado por poucos, e em

locais como clubes, praças esportivas e agremiações.

Por outro lado, o esporte é um conteúdo comum no planejamento de

Educação Física, por ser uma atividade coletiva e de boa movimentação, com

ênfase no desenvolvimento de valências físicas de grande importância para os

alunos, tais como: Força, agilidade, coordenação fina e grossa e noção espaço

temporal. Além dessas, podemos citar os valores desenvolvidos na prática do

esporte escolar, como o respeito aos adversários, o jogo limpo (fair play), espírito de

equipe e o respeito às regras. (Pozzobon/Asquith – 2001)

Nesse sentido adotamos no Projeto “Teniscol” do PDE o elemento articulador

esporte, por já fazer parte da cultura escolar do Colégio Professor Brandão.

A utilização do Tênis de Campo foi idealizada a partir de conversas com

alguns dos alunos da oitava série, que praticavam esta modalidade em clubes,

descrevendo como eram divertidas as atividades desenvolvidas nas aulas pelos

professores, com o fito de motivar os alunos a pratica do Tênis, sempre de forma

lúdica e organização pedagógica.

A partir daí, desenvolvi pesquisa na Internet sobre o assunto, onde encontrei

vários exemplos de adaptação do Tênis de Campo para espaços reduzidos, que

tanto atendiam a faixa etária dos alunos quanto ao espaço disponível (Stucchi –

2005).

Com a pesquisa realizada e conhecendo a cultura escolar na qual lecionava,

começou-se a organizar o meu projeto.

Escolhida a oitava série “D”, do período da manhã para desenvolver as

atividades, por ser uma turma com alunos de diversas faixas etárias e origens, que

tinham grande identificação com o colégio e a Educação Física, além de ter gosto

por atividades que envolvessem criatividade e jogo.

Obviamente não deixou-se de trabalhar o mesmo conteúdo nas demais

turmas, partindo sempre das experiências vividas nas aulas com os alunos da

oitava série “D”.

A intenção ao desenvolver este projeto foi implantar no plano de ensino de

Educação Física, a modalidade Tênis de Campo de forma adaptada e simplificada,

numa abordagem pedagógica elaborada de modo a que os profissionais de

Educação Física também possam aplicar em suas aulas, o conhecimento

construído coletivamente, em primeiro lugar por mim e pelos alunos envolvidos e

depois durante a troca de conhecimento oportunizada no Grupo de Trabalho em

Rede (GTR – 2008/2009).

De acordo com os objetivos das Diretrizes Curriculares da Educação (DCE’s),

a Educação Física deve ser fundamentada nas reflexões suscitadas pela prática

pedagógica, que determinarão as necessidades atuais de ensino perante os alunos,

superando contradições e diferenças, além de valorizar a disciplina (DCE’s - 2006).

É fundamental assim, considerar os contextos e experiências de diferentes

regiões, escolas, professores, alunos e comunidades. Em outras palavras, devemos

elaborar nossos planos de ensino levando em conta a cultura escolar na qual

trabalhamos.

Idealizamos a interdisciplinaridade com a disciplina de inglês em particular, por

ser o idioma usado na modalidade para nomear golpes, pontuações e regras. Não

obstante, abrimos espaço para interlocução com todas aquelas disciplinas que

permitissem entender a Cultura Corporal em sua complexidade, ou seja, na relação

com as múltiplas dimensões da vida humana, tratadas pela Educação Física, em

acordo com o Projeto Político Pedagógico do colégio.

Pretendemos assim dar uma nova dimensão a prática esportiva escolar para

os alunos de oitava série, de forma reflexiva, no contexto das relações entre os

sujeitos envolvidos, partindo de um conteúdo estabelecido historicamente (o Tênis

de Campo), recriando este esporte de forma a construir conhecimento, por meio de

práticas lúdicas e das consequentes análises críticas do que dela for produzido.

DESENVOLVIMENTO

1. Plano de Trabalho

A disciplina de Educação Física do Colégio Estadual Professor Brandão antes

da promulgação das Diretrizes Curriculares, seguia uma linha tecnicista de trabalho

pedagógico, primando pela eficiência e correção dos movimentos das diferentes

modalidades esportivas previstas em listagens rígidas de conteúdos estabelecidos.

A avaliação do desempenho dos alunos baseava-se em seu desenvolvimento

nas aulas e na execução dos “educativos” relativos aos conteúdos curriculares,

originados ainda na Educação Física higienista (Neto – “A Educação Física Na

Escola” – 1992), e no tecnicismo, corrente educacional na qual se pautou a

disciplina durante muitos anos.

Assim, eram mais bem avaliados os alunos com desempenho próximo ao

atlético, nas modalidades que eram abordadas como conteúdo principal e inseridas

no programa de Educação Física uma a cada bimestre do ano (handebol, voleibol,

basquetebol e futsal), o que em longo prazo ocasionou uma série de problemas

para a disciplina:

- A limitação da elaboração do currículo e do planejamento das aulas à prática

das modalidades esportivas coletivas de quadra, em detrimento de outras

atividades fundamentais como jogos, de formação e recreativas;

- A baixa motivação dos alunos que não tinham habilidade e nem força física

para desenvolver bem a prática dos esportes abordados;

- As avaliações práticas puramente técnico-somatórias, onde os professores

exigiam perfeição na execução dos movimentos dos esportes abordados. Essas

avaliações que seguiam o calendário de provas do colégio, não permitiram

vislumbrar a realidade dos resultados obtidos no processo de ensino-aprendizagem;

- As avaliações teóricas, baseadas em “pseudo-pesquisas” literárias sobre os

esportes abordados, seu histórico, regras e principais competições. Além dessas,

exigiam-se relatórios sobre as aulas, para aqueles que não podiam participar e as

chamadas provas teóricas, onde o aluno tinha que descrever em termos técnicos a

execução dos movimentos e outros;

- A descaracterização da disciplina no contexto da escola, se tornando com o

tempo uma aula de prática desportiva, ou de recreação livre para alunos, que

escolhia qual das modalidades queriam praticar (a prática pela prática);

- A utilização da aula de Educação Física para reunião de turmas que

estivessem sem professores. Por vezes, duas ou três turmas eram reunidas numa

mesma aula, por falta de professores de outras disciplinas, ou por diversos motivos.

O professor era obrigado a improvisar uma atividade tentando atender a todos os

alunos.

É importante citar que essas dificuldades se originaram não da organização do

colégio, mas antes na descaracterização da disciplina no colégio, que durante anos

a fio priorizou as práticas desportivas repetidas em todas as séries do ensino

fundamental, a partir da quinta série e que com o tempo se tornaram práticas

monótonas e elitizantes uma vez que, como esporte de escola, as modalidades

coletivas de quadra sendo abordadas de forma puramente esportiva, se tornavam

efetivas somente para aqueles alunos que tinham maior capacidade atlética natural.

Com o início das discussões para elaboração das DCE’s da educação pública

do Paraná em 2006, foram criados os grupos de estudos de professores, que

disponibilizou novos textos e artigos, possibilitando vislumbrar e discutir/trocar

novas propostas para a Educação Física e mais precisamente para as oitavas

séries do Colégio. Desses grupos, participaram todos os professores lotados no

colégio, o que foi importante para a continuidade das discussões dentro da escola e

na consequente reformulação dos planejamentos.

Notamos com esses estudos, pesquisas e discussões, que a formação do

aluno cidadão perpassa pelas suas vivências na escola e pela sua participação na

função social da escola, assumindo seu papel numa sociedade mais justa e

democrática (Nagel – 2005).

Adotamos o esporte como elemento estrutural do Projeto de inserção do Tênis

de Campo na escola, pois como vimos, já faz parte da cultura escolar do Colégio

Professor Brandão e do plano de ensino dos professores, constante no Projeto

Político Pedagógico. Com o esporte, objetivamos resgatar os valores originais da

prática esportiva escolar e do jogo, como formadores de cidadãos prontos para

cumprir sua função na comunidade.

Sua versão adaptada se originará da criatividade dos alunos, embasada nos

pressupostos teóricos do material didático produzido no projeto. As dimensões

menores que as do tênis de campo original servirão para a prática dos alunos de

séries anteriores, que terão a oportunidade de conhecer os elementos fundamentais

do tênis de campo, praticando-o de forma adaptada.

Escolhemos o esporte, pois sua origem está no jogo. De

acordo com a classificação americana de jogos, o tênis é um esporte de

rede/parede e de rebatida/campo. O conhecimento em esportes deve

inicialmente ser adaptado/ajustado às características das crianças –

jogadores, que podem facilmente reproduzir diferentes jogos também

chamados de mini-jogos, estas práticas possibilitam a apreensão da

similaridade presente nos jogos de invasão, quando as crianças são

capazes de conservar os conhecimentos e táticas dos jogos para a

realização de outros jogos (SADI - 2008).

Assim, o construtivismo foi adotado como linha pedagógica fundamental, para

a implantação do Tênis de Campo Adaptado e elaborado o projeto como ponto de

partida para a reformulação das aulas de Educação Física no colégio e com isso

alcançar os seguintes objetivos:

- A motivação de todos os alunos à sua prática;

- Incentivo às atividades físicas e à prática de esportes individuais e coletivos

por parte de todos;

- Incentivar a cooperação e entrosamento entre os pares;

Para tornar a atividade atraente e simples de praticar, optamos por planejar

sua inserção na cultura escolar do Colégio Estadual Professor Brandão de forma

adaptada, construindo com os alunos, de forma dirigida, todos os elementos da

nova modalidade, que passou a se chamar Teniscol (tênis de campo na escola).

O bom humor e a alegria intrínsecos ao jogo, além das brincadeiras

organizadas, combinados ao bom relacionamento entre todos os envolvidos, foram

importantes para tornar o Tênis de Campo adaptado realidade na cultura escolar,

motivando assim para a participação dos alunos da oitava série na nova

modalidade.

Durante o desenvolvimento dos trabalhos no PDE no ano de 2008, elaborou-

se para o projeto o Caderno Pedagógico do Teniscol, que foi o material didático

orientador do trabalho pedagógico deste ano letivo.

Este Caderno foi organizado em sete unidades, sendo o documento/plano de

ensino que norteou as aulas de Educação Física para a turma oitava série “D” e

posteriormente para as outras turmas de oitava série, implantando no currículo da

disciplina e na cultura escolar a prática do Tênis de Campo Adaptado.

Cada unidade do Caderno Pedagógico foi dividida nos seguintes subitens:

- Justificativa;

- Objetivo da Unidade;

- Metodologia / Estratégias;

- Conteúdo da Unidade;

- Sugestões de Atividades;

- Avaliação.

Este material didático foi apresentado juntamente com o projeto do PDE:

“TENISCOL – O Tênis de Campo Adaptado ao Espaço Escolar”, ao Grupo de

Trabalho em Rede (GTR), concluído no primeiro semestre deste ano. Além desse

material, fora apresentado também os relatórios das ações de implementação do

projeto PDE no colégio. A seguir, relatarei as conclusões originadas das discussões

suscitadas durante o GTR 2008/2009.

2. Grupo de Trabalho em Rede (GTR)

Um dos maiores benefícios trazidos entre tantos outros pelo GTR, foi à

promoção da inclusão virtual e também digital de vários professores da Rede, como

forma de democratizar o acesso da educação básica aos conhecimentos teórico-

práticos específico das áreas/disciplinas trabalhados no Programa. No Grupo de

Trabalho, participaram inicialmente 14 professores de vários municípios

paranaenses, durante um ano aproximadamente. Deste total, oito professores

cumpriram as seis unidades que compunham o GTR. Estas unidades ficaram a

disposição durante dois meses e eram compostas de atividades que o professor

executava em sua escola.

Cada unidade teve um objetivo principal. A primeira unidade (Unidade 1) foi

destinada aos primeiros contatos entre o professor tutor e os professores cursistas.

Nesta unidade, os professores tinham a sua disposição Fórum e Diário. No Fórum,

os professores se apresentavam e expressavam suas expectativas com relação ao

curso. Já no Diário, os cursistas tinham que preencher uma espécie de currículo

com informações pessoais, como endereço, telefone e email, além de profissionais

como graduação e pós, escola de atuação e outros.

Todas estas tarefas tiveram resposta do professor tutor, conforme orientação

dada no Curso de Formação de Tutores realizado em 2008.

Já a segunda unidade (Unidade 2), Tivemos um período de estudos

orientados, com textos disponibilizados pelos Departamentos de Coordenação da

SEED, que serviram para aprofundar questões gerais referentes à política

educacional, além de questões específicas voltadas para a área de formação do

professor GTR. Coube ao professor tutor articular e auxiliar no desenvolvimento das

discussões e reflexão sobre as semelhanças e diferenças das opiniões expressas

no fórum, proporcionando credibilidade ao debate.

Na terceira unidade (Unidade 3), Expus o Objeto de Estudo, ou seja, o Projeto

de Implementação na Escola. O objetivo básico desta unidade era promover a

análise do Projeto PDE, por parte dos professores cursistas, o que proporcionou

análises e discussões sobre seus aspectos fundamentais.

Todas as análises feitas pelos cursistas foram socializadas no Diário da

Unidade 3. No Fórum de discussão, foram postadas análises sobre os textos que

fundamentaram teórica e metodologicamente a proposta de implementação na

escola, de acordo com a disciplina/área do PDE.

A quarta unidade (Unidade 4), apresento-se a proposta de Produção Didático-

Pedagógica utilizada pelo professor PDE, durante a implementação do Projeto.

Nesta unidade, foram preciosas as sugestões manifestadas nesse espaço,

socializadas pelo professor tutor com todos os participantes, por meio de uma

síntese, utilizando os recursos do blog, email ou fórum de discussão.

Além desses recursos, foi disponibilizado um fórum de discussão, onde o

professor participante discutisse a efetividade da proposta de material didático-

pedagógico, para a realidade da escola pública. Aqui, foi rica a discussão suscitada

pela inclusão de um esporte como o Tênis de Campo no espaço escolar, uma vez

que este é tido como esporte de elite, não condizente com a cultura da escola

pública.

Na quinta unidade (Unidade 5), socializo-se com os professores da rede as

experiências vividas durante o processo de implementação do Teniscol. Foram

fornecidos dados, informações e resultados obtidos durante as atividades na escola.

O Fórum foi o principal recurso para as interações entre o professor tutor e os

cursistas.

Nesta etapa, o professor tutor disponibilizou também links de artigos e textos

referentes ao projeto, procurando assim esclarecer as dúvidas que surgiram durante

as trocas de informações.

Finalmente na última unidade do curso (Unidade 6), foi realizada com os

participantes, a avaliação do curso e do projeto, com base nas orientações e

critérios disponibilizados na Biblioteca da Unidade 6.

A socialização da produção didático-pedagógica dos professores PDE,

constitui uma importante etapa do Programa. Esta etapa só é possível após uma

série de ações previstas no Programa que antecedem a preparação para a sua

publicação, começando pela verificação da qualidade do material recebido.

Alguns comentários feitos pelos professores participantes do GTR do Teniscol:

“ Assim o aluno vai ampliando seu conhecimento dialeticamente, não por

etapas, mas construindo o pensamento de forma espiralada.

Foi bom observar que os alunos se mostraram bastante motivados

diante das atividades propostas e isso se dá principalmente por eles tomarem

parte destas decisões.

A participação ativa dos alunos na avaliação discutindo o que funcionou

e o que não foi efetivo desenvolve no aluno seu senso crítico, fazendo o aluno

a refletir e organizar seus pensamentos a respeito das atividades realizadas

com os colegas, não ficando o jogo pelo jogo. A educação proporciona

orientações para um consumo racional, crítico visando à formação humana.

O professor tutor mostrou ser possível diversificar as atividades nas

aulas de Educação Física. “Além dessa possibilidade de implantar o teniscol,

mostrou como fazer este trabalho dentro de uma teoria crítica, tornando o curso

bastante positivo para os participantes”. Heidy Silva Pinto Donadio – Maringá

“O GTR veio para acrescentar o desenvolvimento das aulas no dia a dia

do professor. Os cursos propostos só enriqueceram as aulas ministradas por

nós professores. Creio que não teremos dificuldades em tentar implantar o

projeto proposto, pois é muito interessante.

Assim o GTR com certeza é pra somar, enriquecer nosso conteúdo”.

Amanda Cristiane Silvério – Cianorte

“A minha observação mais importante foi que o teniscol é uma grande

ideia que veio para complementar a nossa prática docente, é uma novidade na

nossa escola, e até quebrando alguns tabus de que o tênis é um esporte só da

elite. Fico feliz por ter participado de todo este projeto, tenho todos os textos, já

fiz debates na escola com o aluno, já trabalhamos com parte do material, e

esta sendo muito bem aceito. Eu acho que a nossa educação está precisando

e de grandes ideias como essa”. Elio Mann – Terra Rica

“Mostrar a preocupação em resolver as questões do jogo junto com os alunos mostra a eles as diversidades que o jogo e tudo na vida envolvem, não numa visão fragmentada da realidade, mas numa perspectiva onde estes conteúdos possam ser apresentados aos alunos [...] “a partir do princípio da simultaneidade, explicando a relação que mantêm entre si para desenvolver a compreensão de que são dados da realidade que não podem ser pensados nem explicados isoladamente” (p. 32) (SOARES, 1993).

3. Material Didático

O material didático escolhido para o desenvolvimento do Projeto Teniscol, foi o

Caderno Pedagógico. Intitulado “Teniscol – O Tênis de Campo Adaptado a Escola”,

foi organizado em uma unidade (Tênis de Campo), dividida em oito subunidades, de

forma a proporcionar a professor e alunos diversas atividades elencadas de forma a

dar uma sequência pedagógica ao projeto.

Foi o documento/plano de ensino que norteou as aulas de Educação Física,

para a turma oitava série “D”, durante o primeiro semestre de 2009.

Pelo ineditismo e ousadia da proposta, por vezes redefinimos atividades que

dele constavam, uma vez que na prática, a teoria muitas vezes não se processa

como o planejado.

Assim sendo, foi necessária a substituição ou até mesmo a eliminação de

várias atividades propostas, como a atividade de aulas de Teniscol para as turmas

do período da tarde, onde por falta de horário no contra turno, não tiveram

continuidade, sendo substituída por jogos esporádicos durante o recreio das turmas

da tarde e jogos em dias específicos de reposição de aulas (normalmente aos

Sábados).

Algumas atividades previstas não no Caderno Pedagógico, mas no próprio

Projeto também deixaram de serem realizadas, por não se adequarem a faixa etária

dos alunos, como as atividades de subir e descer escada equilibrando a bola na

raquete, ou a brincadeira “seguindo o chefe”, onde os alunos seguiriam um líder,

também equilibrando a bolinha na raquete.

As avaliações foram realizadas sempre no final das subunidades, em forma de

debates sobre o que foi vivenciado, tornando a disciplina mais efetiva e reflexiva,

uma vez que todos os envolvidos tinham a chance de analisar seu desempenho

durante as aulas.

Os subsídios que resultaram desse processo produziram informações e

conhecimento científico, que é o propulsor da transformação da realidade. Os

alunos são hoje mais críticos, motivados para a prática do Tênis e as demais

atividades propostas para a Educação Física do colégio Professor Brandão, nas

quais participam agora com outro olhar, descobrindo e exigindo do professor novas

formas de abordagem, com adaptações de regras e espaços, como foi no caso do

mini tênis, onde os alunos delimitaram uma quadra de tênis reduzida, partindo da

metade da quadra de vôlei, utilizando extensores amarrados a carteiras velhas, com

sacos de lixo estendidos sobre eles servindo como rede.

Alguns entenderam como o mini tênis, que havia sido proposto inicialmente. Já

outros, fizeram alusão ao tênis de mesa, e denominando o jogo de “ping-pong

gigante”, já que a contagem era simples (quem fizesse 10 pontos vencia a partida) e

as regras semelhantes as do tênis de mesa.

As atividades de desenvolvimento específico da modalidade foram bem

aceitas pelo grupo de alunos, sendo o paredão o exercício mais executado, muitas

vezes sem ter sido solicitado pelo professor, durante as aulas, em substituição a

outras atividades propostas. Nessas ocasiões o professor reiterava ao grupo a

necessidade de executar as atividades propostas inicialmente sem, no entanto

permitir por vezes que a troca fosse feita.

Com essa atitude, os alunos se sentiram a vontade para opinar sobre as

atividades propostas para o Teniscol e também nas regras que seriam adotadas

para a prática da modalidade no colégio.

3.1 – As Regras e o Jogo do Teniscol

Durante as atividades com a turma de oitava série “D”, foram definidas as

regras do jogo de Teniscol. Inicialmente, fizemos um exercício de reflexão sobre as

regras em sala, sem ter vivenciado ainda a prática da modalidade em si, tendo

apenas estudado as regras oficiais do Tênis de Campo.

Propõe-se, então aos alunos que pensassem em regras simples para o

Teniscol, baseadas nas regras do Tênis de Campo, levando-se em conta os

espaços disponíveis para a sua prática no colégio e o número de jogadores que a

nova modalidade poderia comportar.

Assim, as primeiras 10 regras elaboradas foram as seguintes:

1. O jogo será realizado na quadra de basquete descoberta do colégio ou no pátio

interno, onde será delimitada uma quadra medindo 16 metros de comprimento e 7

metros de largura, com uma linha central. Cada meia quadra deveria ser dividida

longitudinalmente em duas partes iguais;

2. O jogo começaria com um saque dado por um dos jogadores do fundo da quadra,

sempre no sentido da quadra adversária;

3. No saque, a bola não poderia bater na rede mais de uma vez. Batendo pela

segunda vez, o saque seria repassado ao adversário, sendo contado um ponto

para o mesmo;

4. A bola poderia bater uma vez apenas na quadra do jogador;

5. Após o saque, os jogadores poderiam se movimentar livremente pela sua meia –

quadra, a fim de alcançar e rebater a bolinha para o campo adversário;

6. O ponto seria computado, todas as vezes que a bolinha batesse na quadra do

adversário e este não conseguisse mandá-la de volta.

7. As partidas seriam disputadas em uma única parcial de 10 pontos, sendo que

para ser vencedor da mesma, o jogador deveria obter uma vantagem mínima de

dois pontos sobre o adversário. Os pontos seriam disputados de forma direta, sem

vantagem;

8. O jogador poderá rebater a bolinha, mesmo sem esta ter quicado em sua quadra;

9. Do Material de Jogo- A rede central será feita em tiras de sacolas de

supermercado, amarradas em fio de nylon grosso e presa em dois postes de

sustentação, a 1,30 m de altura do chão. Esta rede poderá ser substituída por

outra, feita de extensores elásticos com sacos de lixo, na mesma altura da

anterior. A bolinha será a de tênis original, ou as de frescobol. Serão permitidos

todos os tipos de raquete;

10. As partidas serão dirigidas por um árbitro principal e dois árbitros de linha.

Tendo definido as regras iniciais, e após executarmos os exercícios de

familiarização com os materiais de jogo, começamos a praticar o Teniscol, já com

os materiais produzidos em aula, que serviram como redes, raquetes e bolinhas.

3.2 Materiais de Jogo

A seguir, apresentamos alguns materiais utilizados no Teniscol:

Raquetes e bolinhas utilizadas nas partidas de Teniscol

Raquete produzida pelos alunos em papelão e fita

de embalagem, a partir de uma raquete de frescobol

Rede de “rabiola”, feita com fio de prumo e fitas de sacolas plásticas

de supermercado

Rede feita com saco de lixo, extensores e pregadores de roupa

As partidas de Teniscol serviram para depurar as regras estabelecidas,

substituindo aquelas que não eram aplicáveis, por outras. Este tipo de elaboração,

somente foi possível sob a égide do processo de construção coletiva do

conhecimento. Alunos e professor puderam reformular o conhecimento teórico

através das aulas práticas, nas partidas de Teniscol realizadas nos ambientes

selecionados do colégio, de forma a não permitir que nenhum dos alunos deixasse

de participar.

No mesmo processo, a prática do Teniscol também eliminou alguns materiais

de jogo pré - pesquisados pelo professor, ou idealizados pelos alunos, como a rede

de segurança de obras (difícil de conseguir e de cortar), ou as bolinhas de plástico

duro, pois não quicavam de forma satisfatória nos espaços escolhidos, que tem piso

áspero e um pouco irregulares.

Outro fator positivo de todo o processo, foi a tarefa constante de simplificar o

processo de implantação da nova modalidade. Enquanto esporte adaptado, o

Teniscol se fundamentou na fácil aplicação e no dinamismo, para com isso motivar

os alunos a sua prática.

“Procedimentos de facilitação para seu acesso e de desmistificação

devem ser utilizados, mostrando imagens mais comuns de movimentos

simples de um praticante, com estruturas de oportunidades e fácil

acesso para democracia da prática e a garantia de manutenção

constante destes valores através de práticas com o objetivo de

acompanhamento destas mudanças sociais.” (STUCCHI- 2004)

O rol de regras seguiu o objetivo maior da nossa proposta: A desmistificação do

tênis, como esporte de elite e a sua socialização na escola através de práticas

simples, proporcionando a todos, a experiência com o esporte, até então incomum

no ambiente escolar.

Já com a utilização da quadra de vôlei em algumas aulas, essas regras

sofreram algumas poucas alterações, a saber:

• Foram desconsideradas as divisões das duas metades da quadra;

• Passou-se a utilizar a rede de vôlei em alguns jogos, o que não foi muito bom,

pois algumas vezes não se percebia se a bolinha teria passado por cima ou pela

própria trama da rede de vôlei, mais larga que a de tênis;

• Realizamos partidas experimentais em duplas e também com equipes de três ou

até mesmo de seis jogadores;

• Nestas partidas permitiu-se que fosse dado mais de um toque pelas equipes

antes de mandar a bolinha para a quadra adversária, contanto que a bolinha não

batesse no chão.

Assim, passamos a seguir a Proposta de Implementação na Escola. Esta foi

descrita em oito ações, apresentadas a Direção e Equipe Pedagógica do colégio,

que prontamente acataram as ações e deram autorização para o desenvolvimento

das mesmas.

4. Proposta de Implementação na Escola

O Projeto do Teniscol aqui descrito foi apresentado aos alunos no início do ano

letivo de 2009, com o já citado aval da Direção e da Equipe Pedagógica.

Para o Grupo de Trabalho Em Rede (GTR), organizaram-se as fichas citadas a

seguir, onde se ordenou a sequência de eventos ocorridos na implementação do

projeto.

AÇÃO 01: Apresentação do Projeto

Na segunda quinzena de março foi exposto aos alunos da 8ª série o Projeto de

Implementação – TENISCOL – O TÊNIS DE CAMPO ADAPTADO A ESCOLA.

Com esse trabalho, os alunos vão conhecer uma nova modalidade, o tênis.

Claro, que este conhecimento e, além disso, a sua prática se deu de uma maneira

diferente, através de adaptações concebidas no processo pedagógico.

Após explanação das atividades que serão realizadas ao longo do semestre,

apresentei o histórico do tênis e suas regras e termos utilizados, característicos da

modalidade. Utilizamos o recurso da TV pendrive, com uma apresentação em

formato datashow, transformada em gif, que é aceito naquele recurso tecnológico.

Esta fase foi muito importante, pois com nossa explanação e o efeito da nova

unidade na motivação dos alunos foi positiva.

AÇÃO 02: Pesquisando mais um pouco sobre o Tênis e seus materiais de jogo

Na aula seguinte, fomos ao laboratório de informática, para pesquisarmos

outras fontes de informação sobre o histórico do tênis de campo.

Nesta mesma aula, alguns alunos perguntaram se já existia algum trabalho

semelhante ao que nós desenvolveríamos. Assim, entramos no site “youtube”, onde

alguns vídeos de mini tênis estão postados.

Isto serviu para que levássemos estes vídeos para a aula seguinte, onde foram

apresentados também materiais alternativos para o teniscol, como redes feitas com

material reciclado, raquetes de papelão e outros materiais que constam em nosso

projeto.

Ainda nesta aula os alunos conheceram ou reviram a raquete oficial de tênis, a

bolinha e a rede, ambas em tamanho oficial também.

Solicitamos ao final, que os alunos trouxessem para a próxima aula alguns

materiais, tais como: tesoura, cola, trena, papelão grosso, fita de embalagem,

sacolas plásticas de supermercado e sacos de lixo grossos.

AÇÃO 03: Pesquisando materiais alternativos para a prática do Teniscol

Na terceira aula do projeto, nós e os alunos trouxemos os materiais possíveis

de serem utilizados na prática do Teniscol.

Na sala de aula e depois, na quadra de vôlei do colégio, nos reunimos em uma

grande roda e depois, em pequenos grupos que se formaram espontaneamente,

elaboramos os materiais alternativos para a prática do Teniscol.

Vários materiais foram testados e aprovados ou não, como as bolinhas anti-

estresse, ótimas para iniciação de crianças das séries iniciais, ou a raquete feita de

papelão fino e fita de embalagem, onde constatamos que o papelão deveria ser

mais espesso.

Ao final da aula, alguns alunos já simulavam o Teniscol ou jogavam frescobol,

muito praticado em praias.

AÇÃO 04: Aplicando as atividades elaboradas pelo professor

Nas aulas seguintes, aplicamos as atividades constantes no projeto “Teniscol”

em seu caderno pedagógico.

Algumas atividades foram bem aceitas pelos alunos, porém outras foram

consideradas infantis pelos alunos da 8ª série. Assim, algumas foram adaptadas e

outras foram descartadas e substituídas pelo paredão, ou seja, bater a bola em uma

parede individualmente ou em duplas (o que levou alguns alunos a fazer

comparações com o squash!).

As atividades com escada (sobe-desce) controlando a bola foram substituídas

pelo controle da bola em movimento, quicando a bola na raquete, parado e em

movimento, quicando alto a bola na raquete, tentando dar uma, duas ou três voltas

em torno de si mesmo.

O ponto alto foi a livre troca de golpes em duplas, com distâncias pequenas

entre os alunos, que foram sendo aumentadas no decorrer da aula. Este exercício

foi o mais atrativo, por simular uma troca de golpes de uma partida de tênis, mesmo

sem a técnica específica da modalidade, o que não é o objetivo primário do

Teniscol.

AÇÃO 05: Discutindo as atividades, preparando para o jogo

A aula subsequente foi reservada para discussão sobre a aplicabilidade das

atividades desenvolvidas, para os alunos das séries do CBA, no período da tarde.

Foi opinião geral que as atividades com bolinhas e raquetes de brinquedo

seriam as prioridades durante as sessões com as crianças (o termo criança foi

curiosamente adotado pelos alunos, para se referirem aos menores), assim como

as brincadeiras de estafetas, envolvendo o material de jogo, como raquetes e

bolinhas.

A rede de tênis foi discutida e definiu-se que seria usada como experiência, a

rede de vôlei, por ser a mais prática para utilização e de fácil fixação. Com estas

observações, seguimos para a aula seguinte, com vontade de praticar o jogo em si.

AÇÃO 06: Atividades com a rede

Na aula seguinte, a primeira atividade desenvolvida com a rede foi sua

utilização na altura ideal para o Teniscol, ou seja, ao nível do solo. A rede de vôlei

foi então fixada nos postes de sustentação da quadra de vôlei, e a quadra foi

utilizada para, em primeiro lugar, executar uma troca de golpes, onde dividimos a

turma em seis grupos de cinco alunos, com três grupos de cada lado da rede.

Os grupos trocavam golpes livremente, de forma curta, com os alunos

formando duplas com o colega a sua frente na rede. A cada cinco minutos ocorria a

troca de grupos, indo o grupo que acabara de sair da rede para a parte do fundo da

quadra.

A cada rodada completa dos três grupos, a distância dos grupos para a rede

aumentava, tornando os golpes mais vigorosos, no entanto criando certa confusão

devido à distância maior entre os mesmos e o deslocamento lateral exigido.

Assim, descobrimos na prática o porquê das partidas serem de simples e de

duplas. Por fim, realizamos jogos de Teniscol, com direito a placar simples, como

numa partida de Futsal ou Handebol, com limite de cinco pontos, onde todos

puderam jogar, inclusive o professor e os estagiários que ali estavam observando a

aula.

AÇÃO 07: Seguindo com as atividades com rede: Quadras menores, redes

menores!

Nas duas aulas subsequentes, nos preocupamos com a adaptação para

espaços pequenos.

Com uma fita crepe, fizemos demarcações de 4,5m de largura, e 9m de

comprimento, em uma das meias – quadras de vôlei.

Foram pegas duas cadeiras escolares, sem o encosto e com dois elásticos de

bagageiro de motocicleta (extensores) presos às partes superiores das cadeiras,

jogamos por cima dos elásticos, dois sacos de lixo abertos. O efeito foi bom e

começamos a jogar com raquetes de frescobol e bolinha anti estresse, com

pontuação simples, de cinco pontos. O resultado foi bom, no entanto o jogo para os

alunos de 8ª série se tornou lento e trocamos a bolinha por uma de frescobol, mais

veloz.

AÇÃO 08: Avaliando...

Fizemos em sala, as avaliações com os alunos da 8ª série “D”, que registraram

sua opinião sobra e nova atividade, o que funcionou e o que não foi efetivo, sua

própria participação e a do professor. Tudo isso foi feito, com a condição de

continuar as aulas de Teniscol, o que nos deixou muito alegres com todo o

processo de implementação, enfim.

CONCLUSÃO

A implementação do Teniscol foi o ponto de mutação, a “curvatura da vara”

(SAVIANI-1990) para as aulas de Educação Física da turma oitava série “D”, e

depois para as demais turmas de oitava série do Colégio Estadual Professor

Brandão.

Com um planejamento elaborado de simples execução, conseguimos eliminar o

marasmo instalado a muito nas aulas da disciplina, a discriminação feita pelos

alunos mais hábeis aos de menor desempenho esportivo, nas modalidades

tradicionalmente abordadas no currículo da disciplina.

As dificuldades preestabelecidas para o trabalho com as turmas de oitava série

nada mais eram do que “dogmas”, preconceitos, estigmas, que já colocavam o

professor em dificuldades no seu trabalho com as turmas, dificuldades estas criadas

pelo próprio professor, mal preparado e com seu conhecimento estagnado, por

anos sem leitura e produção de conhecimento (capacitação).

A louvável aceitação do projeto por parte dos colegas professores, Direção e

Equipe Pedagógica do colégio deu ao professor PDE, a verdadeira dimensão da

ansiedade que todos esperavam por mudanças na sua prática pedagógica, nas

suas aulas, portanto.

Desenvolver projetos de ensino como o Teniscol, leva ao aprimoramento da

prática pedagógica, do ato de lecionar, uma vez baseado em estudos, seminários,

palestras e num documento de referência para todos os professores de Educação

Física: As Diretrizes Curriculares da Educação.

Ao adotar os valores e princípios ligados ao tênis de campo, foi nossa

pretensão e dever mostrar que o desenvolvimento da cultura esportiva vem

necessitando de maior qualidade no oferecimento por parte da escola, planejando

com mais coerência seus conteúdos, indicando objetivos mais claros para os alunos

de oitava série, que desconhecem os verdadeiros objetivos da prática do esporte de

lazer e, por influência indireta econômica, reconhecem a alta-competição, dando

qualidade apenas as competições.

O esporte adaptado é em primeiro plano, o meio para simplificar o

entendimento e a prática esportiva que o professor pretende ensinar, eliminando as

resistências com relação aqueles que não possuem aptidão atlética para o esporte.

Em segundo plano, é o mote para produzir conhecimento, com a pesquisa de

materiais para a realização do jogo no espaço escolar, elaborando regras para

organizar as partidas, desenvolvendo com isso novas relações sociais na

comunidade escolar e logo mais na sociedade, levando esse aprendizado para a

sua formação acadêmica, para o trabalho e para a vida.

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