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     AEADEPAR - Associação Educacional das Assembleias de Deus no Estado do Paraná

    IBADEP - Instituto Bíblico da Assembleia de

    Deus - Ensino e Pesquisa

     Av. Bras il, S/N° - Eletrosul - Cx. Postal 248

    85980-000 - Guaíra - PR

    Fone/Fax: (44) 3642-2581

    E-mail:  [email protected] 

    Site: www.ibadep.com r

    Aluno(a) 

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.ibadep.com/http://www.ibadep.com/http://www.ibadep.com/http://www.ibadep.com/mailto:[email protected]

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    Digitalizado por

    Pro etas Ma ores

    Pesquisado e adaptado pela EquipeRedatorial para Curso exclusivo do IBADEP InstitutoBíblico da Assembleia de Deus - Ensino e Pesquisa.

    Com auxílio de adaptação e esboço de váriosensinadores.

    4a Edição - 0utubro/2005

    Impressão e acabamento: Gráfica Lex Ltda

    To os os ir eito s re se rva os ao IBADEP

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    Diretorias

    CIEADEP

    Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra

    Pr. Ival Teodoro da Silva - PresidentePr. Moisés Lacour- 1o Vice-Presidente

    Pr. Aparecido Estorbem - 2o Vice-Presidente

    Pr. Edilson dos Santos Siqueira - 1o Secretário

    Pr. Samuel Azevedo dos Santos - 2 o Secretário

    Pr. Hercílio Tenório de Barros - 1o Tesoureiro

    Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2° Tesoureiro

    IBADEP

    Pr. M. Douglas Scheffel Jr.

    Coordenador

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    Cremos

    1)  Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: O Pai, Filho e o Espír it o Santo. (Dt 6.4; Mt28.19; Mc 12.29).

    2)   Na inspiração verbal da Bíb lia Sagrada , única regrainfalível de fé normativa para a vida e o carátercristão (2Tm 3.14-17).

    3)   Na concepção vir gina l de Jesus, em sua mor te

    vicária e expiatória, em sua ressurreição corporaldentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is7.14; Rm 8.34 e At 1.9).

    4)   Na pecaminos ida de do homem qu e o destituiu daglória de Deus, e que somente o arrependimento e afé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo éque pode restaurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19).

    5)   Na necessida de absoluta do novo nascimento pela féem Cristo e pelo poder a tuante do Espírito Santo e daPalavra de Deus, para tornar o homem digno doReino dos Céus (Jo 3.3-8).

    6)   No per dão dos pecados , na salvação presente e perfeita e na et er na justificação da alma recebidosgratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado

     por Jesus Cris to em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13;3.24-26 e Hb 7.25; 5.9).

    7)   No batismo bíb lico efetuado por imersão do cor pointeiro uma só vez em águas, em nome do Pai, doFilho e do Espírito Santo, conforme determinou oSenhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2 .12 ) .  

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    8)   Na necessida de e na possib ilidade que temos deviver vida santa mediante a obra expiatória eredentora de Jesus no Calvário, através do poder

    regenerador, inspirador e santificador do EspíritoSanto, que nos capacita a viver como fiéistestemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e lPe 1:15).

    9)   No batismo bíb lico no Espír ito Santo qu e nos é dado por Deus media nt e a inter cessão de Cristo, com aevidência inicial de falar em outras línguas,conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46;19.1-7).

    10)  Na atua lidade dos dons espirituais dis tribuídos peloEspírito Santo à Igreja para sua edificação, conformea sua soberana vontade (ICo 12.1-12).

    11)  Na Segunda Vinda premilenia l de Cristo, em duasfases distintas. Primeira - invisível ao mundo, paraarrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da GrandeTribulação; segunda - visível e corporal, com sua

    Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durantemil anos (lTs 4.16. 17; ICo 15.51- 54; Ap 20.4; Zc14.5; Jd 14).

    12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunalde Cristo, para receber recompensa dos seus feitosem favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10).

    13)  No juízo vindouro qu e recompensará os fiéis e

    condenará os infiéis (Ap 20.11-15).14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e

    de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).

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    Metodologia de Estudo

    Para obter um bom aproveitamento, o alunodeve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempoe esforço no afã de galgar um degrau a mais em suaformação.

    Lembre-se que você é o autor de sua história eque é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidadede raciocínio e de solução de problemas, bem como seintegre na problemática atual, para que possa vir a ser umelemento útil a si mesmo e à Igreja em que está i nserido.

    Consciente desta realidade, não apenas acumuleconteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos

     por fazer . Tent e seguir o rot eiro suger ido abaixo ecomprove os resultados:

    1. Devocional:

    a)  Faça uma oração de agradecimento a Deus pela suasalvação e por proporcionar-lhe a oportunidade deestudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para oReino de Deus;

     b)  Com a sua humildade e oração, Deus irá iluminar edirecionar suas faculdades mentais através do EspíritoSanto, desvendando mistérios contidos em suaPalavra;

    c)  Para melhor aproveitamento do estudo, temos queser organizados, ler com precisão as lições, meditarcom atenção os conteúdos.

    2. Local de estudo:Você precisa dispor de um lugar próprio para

    estudar em casa. Ele deve ser:

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    a)  Bem arejado e com boa iluminação (de preferência,que a luz venha da esquerda);

     b)  Isolado da circulação de pessoas;

    c)  Longe de sons de rádio, televisão e conversas.

    3. Disposição:Tudo o que fazemos por opção alcança bons

    resultados. Por isso adquira o hábito de estudarvoluntariamente, sem imposições. Conscientize-se daimportância dos itens abaixo:

    a)  Estabelecer um horário de estudo extraclasse,dividindo-se entre as disciplinas do currículo(dispense mais tempo às matérias em que tiver maiordificuldade);

     b)  Reservar, diariamente, algum tempo para descansoe lazer. Assim, quando estudar, estará desligado deoutras atividades;

    c)  Concentrar-se no que está fazendo;d)  Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa,tronco ereto), para evitar o cansaço físico;

    e)   Não passar para outra lição antes de dominar bem oque estiver estudando;

    f)   Não abusar das capacidades físicas e mentais .Quando perceber que está cansado e o estudo não

    alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa paradescansar.

    4. Aproveitamento das aulas:Cada disciplina apresenta características próprias,

    envolvendo diferentes comportamentos: raciocínio,analogia, interpretação, aplicação ou simplesmentehabilidades motoras. Todas, no

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    entanto, exigem sua participação ativa. Paraalcançar melhor aproveitamento, procure:

    a)  Colaborar para a manutenção da disciplina na sala

    de aula; b)  Participar ativamente das aulas, dandocolaborações espontâneas e perguntando quando algonão lhe ficar bem claro;

    c)  Anotar as observações complementares do monitorem caderno apropriado.

    d)  Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.

    Estudo extraclasse:

    Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve:

    a)  Fazer diariamente as tarefas propostas;

     b)  Rever os conteúdos do dia;c)  Preparar as aulas da semana seguinte. Se constataralguma dúvida, anote-a, e apresenta ao monitor na

    aula seguinte. Procure não deixar suas dúvidas seacumulem.

    d)  Materiais que poderão ajudá- lo:

    "Mais que uma versão ou tradução da BíbliaSagrada;

    ■  Atlas Bíblico;

    ■  Dicionário Bíblico;■  Enciclopédia Bíblica;

    ■  Livros de Histórias Gerais e Bíblicas;

    ■  Um bom dicionário de Português;

    ■  Livros e apostilas que tratem do mesmo assunto.

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    e)  Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente:

    ■  A necessidade de dar a sua colaboração pessoal;

    ■  O direito de todos os integrantes opinarem.

    6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações:

    a)  Revise toda a matéria antes da avaliação;

     b)  Permaneça calmo e seguro (você estudou!);

    c)  Concentre-se no que está fazendo;

    d)  Não tenha pressa;

    e)  Leia atentamente todas as questões;

    f)   Resolva primeiro as questões mais acessíveis;g)  Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a

     prova.

    Bom Desempenho!

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    Currículo de Matérias

      Educação Geral

    História da IgrejaEducação Cristã

    Geografia Bíblica

      Ministério da Igreja

    Ética Cristã / Teologia do Obreiro

    Homilética / Hermenêutica

    Família Cristã £Q AdministraçãoEclesiástica

      Teologia

    Bibliologia

    A Trindade

    Anjos, Homem, Pecado e Salvação

    Heresiologia

    Eclesiologia / Missiologia

      Bíblia

    Pentateuco

    Livros Históricos

    Livros PoéticosProfetas Maiores

    Profetas Menores

    Os Evangelhos / Atos

    Epístolas Paulinas / Gerais

    Apocalipse / Escatologia

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    Abreviaturas

    a.  C. - antes de Cristo.

    ARA - Almeida Revista e AtualizadaARC - Almeida Revista e CorridaAT - Antigo Testamento

    BV - Bíblia VivaBLH - Bíblia na Linguagem de Hojec. - Cerca de, aproximadamente,ci.cap. - capítulo; caps. - capítulos,cf. - confere, compare.

    d.   C. - depois de Cristo.e.   g. - por exemplo.Fig. - Figurado.fig. - figurado; figuradamente.gr. - gregohb. - hebraicoi.  e. - isto é.IBB - Imprensa Bíblica BrasileiraKm - Símbolo de quilometrolit. - literal, literalmente.

    LXX - Septuaginta (versão grega do AntigoTestamento)m - Símbolo de metro.MSS - manuscritos

     NT - Novo Testamento

     NVI - Nova Versão Int er naciona l p. - página .ref. - referência; refs. - referênciasss. - e os seguintes (isto é, os versículos consecutivos

    de um capítulo até o seu final. Por exemplo: lPe 2.1ss,significa lPe 2.1-25).séc. - século (s).v. - versículo; vv. - versículos.

    ver - veja

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    ndice

    Introdução Geral aos Profetas Maiores ......... ........ ......... 15

    Lição 1 - 0 Livro de Isaías ......... ......... ........ ... ........ .. 17

    Lição 2 - 0 Livro de Jeremias ........ ........ ......... ....... .... 41

    Lição 3 - 0 Livro de Lamentações ......... ......... ........ .... 65

    Lição 4 - 0 Livro de Ezequiel ........ ........ ......... ....... .... 87

    Lição 5 - 0 Livro de Daniel ........ ......... ........ ........ ... 111

    Referências Bibliográficas........................................ 137

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    Introdução GeralProfetas Maiores

    Os livros proféticos consistem em número dedezessete, sendo que, cinco são considerados maiores e

    doze menores.Os nomes maiores e menores não se referem àimportância pessoal do profeta, mas ao tamanho do livro eà extensão do ministério exercido. Cada um dos trêslivros, Isaías, Jeremias, ou Ezequiel, é em si mesmo maiordo que todos os doze livros dos profetas menores,tomados em conjunto.

    A destruição da nação foi consumada em dois

     per íodos .■  O Reino do Norte caiu (732-722 a.C.). Antes desse

     per íodo e durante ele houve: Isaía s;■ O Reino do Sul caiu (605-587 a.C.). Neste houve: Isaías,

    Jeremias, Ezequiel e Daniel.

    Os Cinco Maiores

      Isaías. O grande profeta da redenção. É um livro ricoem profecias messiânicas, mesclado com maldiçõessobre as nações pecadoras. Mensagem: Deus tem umremanescente1, para o qual existe em futuro glorioso.

    Que remanesce; restante, remanente.  15

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      Jeremias. O profeta chorão. Viveu desde os tempos deJosias até o cativeiro. Tema principal : a reincidência1, ocativeiro e a restauração dos judeus.

      Lamentações. É uma série de clamores de Jeremias,

    lamentando as a flições de Israel.  Ezequiel. É um livro de impressionantes metáforas(emprego de uma palavra em sentido diferente do

     próprio por ana logia ou semelhança) qu e descrevemclaramente a triste condição do povo de Deus e ocaminho, a exaltação e a glória futura.

      Daniel. É um livro de biografia pessoal e visõesapocalípticas acerca dos acontecimentos da história

    secular e sagrada.

    O fato histórico que deu ocasião à obra dos profetas foi a apos tasia das dez trib os no fim do reina do deSalomão (ver sobre lRs 12). Como medida política, paraconservar separados os dois reinos, o Reino do Norte(Israel) adotou como religião oficial. O culto do Bezerro,um aspecto da religião do Egito. Logo depois adicionou o

    culto de Baal, que também teve grande influência no Reinodo Sul (Judá).

     Nessa crise, quando o povo estava abandonandoDeus e se entregando à idolatria das nações vizinhas, equando o nome de Deus estava desaparecendo do espíritodo povo e o plano divino, que visavam à redenção final domundo, reduzia-se a zero, nesse tempo surgiram os

     profetas.

    Obstinação, pertinácia, teimosia.  16

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    Lição 1

    O Livro de Isaías

    Autor: Isaías.

    Data: Cerca de 700 - 680 a .C.

    Isaías   Tema: Juízo e Salvação.

    Palavras-Chave: Salvação. Redentor.Justiça, Paz e Consolo.Versículo-chave Is 7 14 e 61.1-3

    Os sessenta e seis capítulos de Isaías podemser divididos naturalmente em duas seções: 1-39 e 40- 66.Em certos aspectos, Isaías é uma Bíblia em miniatura. Suadupla divisão ressalta o julgamento e salvação,

    correspondendo aos temas principais do AntigoTestamento e Novo Testamento.

     Nas divisões de Isaía s e da Bíblia , o fio que asata1 é a obra redentora de Cristo.

    A primeira seção de Isaías (1-39).Contém quatro grandes blocos de profecias.

    (1)   Nos capítulos 1-12, Isaías adver te e denu ncia Judá

     pela sua idolatria , imoralida de e injustiças sociaisdurante um período de prosperidade enganadora.Entrelaçadas com a mensagem da condenaçãovindoura há importantes profecias messiânicas (Is2.4; 7.14; 9.6,7; 11.1-9), e o

    Prender, cingir ou apertar com laçada ou nó; amarrar .17

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    testemunho do profeta a respeito da própria purif icação e de seu encargo para o ministér io profét ico (Is 6).

    (2)   Nos capítulos 13-23, Isaías condena as nações

    contemporâneas por causa de seus pecados.(3)  Os capítulos 24-35 contêm um amplo leque de promessas profét icas de salvação e ju ízo futuros.

    (4)  Os capítulos 36-39 registram a história seletiva do reiEzequias, que forma um paralelo com 2Reis 18.13-20.21.

    A segunda seção (40-66).

    Traz algumas das profecias mais profundas daBíblia a respeito da grandeza de Deus e da vastidão de seu plano de redenção.

    Estes capítulos inspiraram esperança e consoloao povo de Deus durante os anos finais do reinado deEzequias (Is 38.5) e nos séculos seguintes. Estão repletosde revelações a respeito da glória e poder de Deus, e desua promessa em restaurar um remanescente justo e

    frutífero em Israel e entre as nações, como plenademonstração de seu amor redentor.

    Tais promessas, e seu respectivo cumprimentotêm conexão especial com o sofrimento e contêm os“cânticos do servo” (ver Is 42.1 -4; 49.1-6; 50.4-9;  52.13; 53.12). Elas avançam além daexperiência dos exilados, e prevêem a vinda futura deJesus Cristo e a sua morte expiatória (Is 53).

    O profeta prediz que o Messias vindouro farácom que a justiça brilhe com fulgor 1, e que a salvaçãochegue às nações como uma tocha ardente (Is 60-66).Condena a cegueira espiritual (Is 42.18-25) e

    Brilho, cintilação, clarão, esplendor .18

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    recomenda a oração intercessória e a labuta 1  espiritual pelo povo de Deus, para qu e todas as promessas seja mcumpridas (cf. Is 56.6-8; 62.1,2 6,7; 66.7-18).

    PropósitoFica patente o tríplice propósito de Isaías.  Confrontar a própria nação, e outras naçõescontemporâneas, com a Palavra do Senhor, mostrando-lhes seus pecados e o conseqüente castigo divino;  Profetizar esperança à geração futura de exilados

     juda icos , que ser ia restaurada do cativeir o, e à qualDeus redimiria como luz aos gentios;  Mostrar que Deus enviaria o Messias davídico, cujasalvação abrangeria todas as nações da terra, suscitandoesperança no povo de Deus, tanto do antigo como donovo concerto.

    O Autor

    O contexto histórico do ministério de Isaías (o

    nome Isaías significa „O Senhor Salva‟), filho de Amoz,foi centrado em Jerusalém durante os reinados de quatroreis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1).Considerando que o rei Uzias tenha morrido em 740 a.C.(cf. Is 6.1), e Ezequias, em 687 a.C., o ministério deIsaías abrangeu mais de meio século.

    Segundo a tradição, Isaías foi serrado ao meio

    (cf. Hb 11.37) pelo filho de Ezequias, o ímpio reiManassés (c. 680 a.C.). Segundo parece, Isaías provinha de uma família inf lu ent e de Jerusalém. Era umhomem cultíssimo, e tinha o dom da poesia. Ele era

    Trabalho, lida, labor; labutação .19

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    familiarizado com a realeza, e aconselhava os reis notocante à política externa de Judá. E considerado o maisliterário e influente dos profetas.

    Era casado com uma profetisa, e tinha doisfilhos, cujos nomes representavam mensagens simbólicas ànação.

    Isaías era contemporâneo de Oséias e Miquéias.Profetizou durante a expansão ameaçadora do ImpérioAssírio, o colapso de Israel (o Reino do Norte), e odeclínio espiritual e moral de Judá (o Reino do Sul).Advertiu o rei Acaz, de Judá, a não buscar ajuda dos

    assírios contra Israel e a Síria. Advertiu o rei Ezequias,depois da queda de Israel em 722 a.C., a não fazer aliançascom nações estrangeiras e contra a Assíria. Exortou-os,enfim, a confiarem somente no Senhor (7.3-7; 30.1-17).Isaías desfrutou de sua maior influência durante o reinadode Ezequias.

    Alguns estudiosos questionam a autoria deIsaías quanto à totalidade do livro que lhe leva o nome.

    Eles lhe atribuem somente os capítulos 1-39. Os capítulos40-66 são atribuídos a outro autor, ou autores, que teriamvindo um século e meio mais tarde. Não existe, porém,nenhum fato bíblico que nos leve a rejeitar a autoria deIsaías para todo o livro.

    As mensagens de Isaías, nos capítulos 40-66,destinados aos exilados judaicos em Babilônia, muito

    tempo depois de sua morte, enfatizam o poder de Deus emrevelar eventos futuros específicos através dos seus profetas (Is 42.8,9; 44.6-8; 45.1; 47.1-11; 53 .1-12). Seaceitarmos os fenômenos das visões e revelações

     profét icas (cf. Ap 1.1; 4.1 a 22.21), cai por ter ra oobstáculo principal à crença de que Isaías realmenteescreveu o livro inteiro. As evidências que sustentam esta

     pos ição são abunda nt es , e podem ser classif icadas em duas

    categorias:

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    (1)   As evidências internas, no próprio livro, que incluemo título em 1.1, e os numerosos paralelos e

     pensamentos marcant es ent re ambas as seções dolivro. Um exemplo notável é a expressão “o Santo deIsrael”, que  ocorre doze vezes nos capítulos 1-39, ecatorze nos capítulos 40 a 66, mas somente seisvezes no restante do AT. Nada menos que vinte ecinco formas verbais hebraicas aparecem nas duasdivisões de Isaías. Expressões estas não encontradasem nenhum outro lugar dos livros proféticos do AT.

    (2)   As evidências externas incluem o testemunho do

    Talmude1

      e do próprio NT, que atribui todo o livroao profeta Isaías, confira:

    Mt 12.17-21 Is 42.1-4;Mt 3.3 e Lc 3.4 Is 40.3;

    Jo 12.37-41 Is 6.9,10 e 53.1;

    At 8.28-33 Is 53.7-9;

    Rm 9.27 e 10.16-21 Is 10, 53 e 65.

    Data

    O profeta coloca que ele profetizou durante osreinados de “Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá”(Is 1.1). Alguns aceitam que o seu chamado para

    o ofício profético tenha sido feito no ano em que o reiUzias morreu, cerca de 740 a.C. (Is 6.1,8). Entretanto, é

     provável qu e ele tenha começado durant e a últ ima décadado reinado de Uzias.

    1   Nome próprio deriva do de um verbo hebraico, cognato do acádico e do

    ugarítico, que tinha o sentido de aprender, estudar.

    O substantivo comum desse verbo significa discípulo, no hebraico. O

    Talmude é uma coletânea de preceitos rabínicos, de decisões legais e decomentários sobre a legislação mosaica .

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    Por Isaías mencionar a morte do rei da Assíria,Senaqueribe, que morreu em cerca de 680 a.C. (Is 37.37-38), ele deve ter sobrevivido a Ezequias por alguns anos.

    A tradição diz que Isaías foi martirizado durante oreinado de Manassés, filho de Ezequias. Muitos acreditamque a forma “serrados” em Hebreus11.37 é uma referênciaà morte de Isaías.

    A primeira parte do livro pode ter sido escritanos primeiros anos de Isaías, e os capítulos posteriores,após a sua retirada da vida pública.

    Se Isaías começa profetizando em cerca de 750

    a.C., o seu ministério pode ter se sobreposto aosministérios de Amós e Oséias em Israel, bem como o deMiquéias em Judá.

    Características Especiais Oito aspectos

     básicos caracter izam o livro deIsaías.

    (1)  Em grande parte, estão escritas em forma poéticas, eé insuperável como jóia literária na beleza, poder eversatilidade;

    (2)  É chamado “o profeta evangélico”, porque, dentretodos os livros do Antigo Testamento, suas profeciascontêm as declarações mais plenas e claras sobreJesus Cristo;

    (3)  Sua visão da cruz (Is 53) é a profecia mais detalhadasobre a morte expiatória de Jesus;

    (4)  É o mais teológico e extenso de todos os livros profét icos do AT. O per íodo de temp o ali tratadoremonta à criação dos céus e da terra (Is 42.5), eolha para o futuro, aos novos céus e nova terra (Is65.17; 66.22).

    (5)  Contém mais revelação a respeito da natureza,

    majestade e santidade de Deus do que qualquer

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    outro livro profético do AT. O Deus de Isaías éSanto e Todo-Poderoso, aquele que julgará o pecadoe a iniqüidade dos seres humanos e nações. Suaexpressão predileta para Deus é “o Santo de Israel”;  

    (6)  Isaías, cujo nome significa “o Senhor salva”, é o profeta da salvação. Ele emprega a palavra“salvação” quase três vezes mais do que todos osdemais livros proféticos do AT. Isaías revela queo propósito divino da salvação será somenterealizado em conexão com o Messias;

    (7)  Isaías faz freqüentes referências aos eventos

    redentores da história de Israel: e.g., o Êxodo (Is4.5,6; 11.15; 31.5; 43.16,17), a destruição deSodoma e Gomorra (Is 1.9) e a vitória de Gideãocontra os midianitas (Is 9.4; 10.26; 28.21). Alémdisso, faz alusões 1 ao cântico profético de Moisés emDeuteronômio 32 (Is 1.2; 30.17; 43.11,13);

    (8)  Isaías é juntamente com Deuteronômio e os Salmos,um dos livros do AT mais citados e aludidos no N T.

    O Livro de Isaías ante o Novo Testamento

    Isaías profetiza a respeito de João Batista comoaquele destinado a ser o precursor 2 do Messias (Is 40.3-5;cf. Mt 3.1-3). Seguem-se muitas de suas profeciasmessiânicas sobre a vida e ministério de Jesus Cristo:

    ■  Encarnação e divindade (Is 7.14; Mt 1.22,23 e Lc1.34,35; Is 9.6,7; Lc 1.32,33; 2.11);

    1 Menção, referência, relação.  

    2  Que vai adiante. Que anuncia um sucesso, ou a chegada de alguém. Que

     precede. Que faz prever , prepara os atos, o sur to de outras figura s. 

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    do reino do Messias, havia de ser estabelecido sobre aterra, com seu centro em Jerusalém; que esse reinoseria universal; e, finalmente, que a glória e grandeza

    dele ultrapassariam qualquer coisa conhecidaanteriormente. As passagens são numerosas demais para especificar, e o per íodo refer ido é o futuro per íodo Messiânico.

     As predições contra Babilônia, Assíria, Filístia, Moabe,Síria, Egito, Dumá, Arábia e Tiro t êm sido, maiormentecumpridas, mas há aspectos destas profecias que aindaesperam seu cumprimento durante o período que virá

    depois desta presente dispensação cristã. Todas asnações são consideradas por Deus como “a gota de um

     balde” (Is 40.15), mas Deus dispõe dessa gota.   Quando chegamos às profecias messiânicas,

    encontramos-nos em águas profundas e ricas, enenhuma parte da Sagrada Escritura é mais abundantenisto do que Isaías. O Messias é repetidamente

     prometido e predito: em 4.2 como o Renovo, e Fruto da

    Terra; em 7.14 como o Emanuel, nascido da virgem; em9.6 como Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai daEternidade, e Príncipe da Paz; em 11.1 como “umRebento1   do tronco de Jessé”; em 28.16 como a Pedr a

     preciosa da esquina ; em 32.1-2 como o Rei que reina ráem justiça e como o homem que será escudo e abrigo datempestade; em 42.1 como o Eleito Servo de Deus; em

    42.6,7 como o Redentor de Israel e como uma Luz parailuminar os gentios; e em 61.1 vemos o ungidoMensageiro de Deus, enviado a pregar, sarar e libertar.

    1  Broto que dá origem a outra planta; refilho, renovo. Filho; descendente .

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     Neste livro, os sofr imentos do Messias são ma isclaramente preditos do que em qualquer outra parte doAntigo Testamento, especialmente nos capítulos 50, 52 e

    53. “Os sofrimentos e exaltação de Cristo são claramentedeclarados como se o profeta tivesse estado ao pé da cruz,e visto Cristo em Ressurreição”.Tudo isto é, de fato, umarevelação, e podia ser conhecido somente com o Espíritode Deus comunicando ao seu servo escolhido.

    Profecias1 Messiânicas

    A pregação de Isaías referiu-se ao presente.Achou a sua ocasião e objetivos na necessidade ecircunstâncias dos seus dias. Porém, ela constantemente iaalém do atual e do imediato, até o futuro do propósitodivino.

    O estabelecimento do reino futuro é ligadocom a vinda de um Libertador, um Rei que será da casa deDavi. Sua metrópole será Sião, purificada e regenerada

     pelo juízo.Junto aos seus primeiros discursos, Isaías põe

    uma breve profecia (Is 2.2-4) tirada de Miquéias (ou deoutro profeta mais antigo), em que o destino futuro deSião é descrito. Isto serve como base de uma chamada aoarrependimento.

    1  Profecia: A mensagem de Deus anunciada por meio de um Profeta a

    respeito da vida religiosa e moral do seu povo “Acima de tudo, porém,

    lembrem disto: Ninguém pode explicar, por si mesmo, uma profecia dasEscrituras Sagradas. Pois nenhuma mensagem profética veio da vontade

    humana, mas as pessoas eram guiadas pelo Espírito Santo quando

    anunciavam a mensagem que vinha de Deus (2Pe 1.20-21 - BLH). As

     profecias tratam, às vezes, do futuro, mas geralmente se prendem às

    necessidades presentes das pessoas”. 

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      A grandeza desta profecia vê-se quando érelacionada com as circunstâncias do momento. Quando areligião e a moralidade estavam decadentes; quando Israel,

    em vez de converter as nações ao culto a | Jeová, era perver tido pela s suas superst ições; quando as nações, em vezde vir render homenagem ao Deus deJacó, ameaçavam esmagar totalmente seu povo.

    Isaías repete com autoridade a profecia que prediz asupremacia espiritual de Sião, e o estabelecimento da pazuniversal. É possível haver uma alusão messiânica noCapítulo 4.2: “ Naquele dia o renovo de Jeová se

    tornará em beleza e glória, e o fruto da terra em orgulho eadorno para os de Israel que tiverem escapado”.  O Targum1 dos judeus tem as palavras„ parafraseadas assim: “ Naquele dia será o Messias de Jeová

     formoso e glorioso

    A promessa do Emanuel.

    “ Portanto o Senhor mesmo vos dará (a vós,casa de Davi, e rei Acaz) um sinal: eisdonzela conceberá e dará á luz um filho, e pôr -lhe-á onome de Emanuel. Ele comerá manteiga e mel, quandoSouber rejeitar o mal e escolher o bem.  Pois antes,Será desolada a terra, ante cujos dois reis tu (Acaz),

    tremes de medo” (Is 7.14-16). Sabemos de Mateus 1.21-25 que o completoJe final cumprimento desta estranha profecia deu -se comI o nascimento de Cristo. Contudo, havemos de entender* que, em algum sentido, houve cumprimento parcial eI suficiente nos dias de Acaz para servir- lhe de “sinal” eAprovar a veracidade do profeta.

    1   Conjunto de traduções e comentários de textos bíblicos que datam doséc. VI a.C.  

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    Nascimento e reinado do Príncipe da Paz (Is 9.1-7).

    A casa de Davi era representada por um príncip e infiel e após tata na pessoa de Acaz. Seus

    inimigos tramaram a destruição dela. Teria parecidodebalde esperar a libertação da parte de Acaz, mas, com aindomável coragem da inspiração, Isaías proclama que éainda o propósito de Deus restabelecer seu reino de Paz e

     just iça por meio de um descendente de Davi.O nome quádruplo deste Príncipe declara a sua

    natureza maravilhosa, e proclama ser Ele, de maneiraextraordinária e misteriosa, o representante de Jeová. Seu

    advento é ainda futuro, mas é certo: “O  zelo do Senhor dosexércitos cumprirá isto” (Is 9.7). 

    Em outra profecia (Is 11.1, etc.), descreve-seo caráter deste Rei e seu governo. O Espírito de Jeová emtoda a sua plenitude descansará sobre Ele. A paz doParaíso será restaurada à natureza (Is 11.1-9).

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    Questionário

    ■  Assinale com “X” as alternativas corretas  

    1. Aponte com coerência o tema do livro de Isaías...a ) Juízo e Salvação

     b)  Paz e Alegriac)  Tristeza e Juízo

    2 d)Q Renovo e Justiça

    2. Um dos propósitos de Isaías eraa)  Entregar a mensagem divina do juízo às sete

    nações estrangeiras ao redor de Judá b)  Ocultar da própria nação os seus pecados e o

    conseqüente castigo divinoc)  Profetizar tristeza à geração futura de exilados

     judaicos , e à qual Deus exter minaria futuramente

    d) Mostrar que Deus enviaria o Messias davídico,cuja salvação abrangeria todas a s nações da terr a

    3. As profecias de Isaías têm três aspectos diferentes, erefere-se a

    a) Israel, à Igreja e ao rei de Judá b) Judá , à Edom e ao Messia sc) Israel, às Nações e ao Messias

    d)   Q Judá, ao Egito e ao Messiase) ■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado  f

    Apesar de Isaías ser um “profeta messiânico”, seu  livro não é citado e aludido no Novo TestamentoIsaías profetiza a respeito de João Batista comoaquele destinado a ser o precursor do Messias

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    Sião Inviolável

    “Outra série de profecias se refere a Sião queera ameaçada de destruição. Isaías assevera a sua

     per manência. Polít icos mundanos tramaram uma aliançacom o Egito: uma política sem fé, e fatal. Em contrastecom essa política está a pedra provada, a pedra de esquinaque Jeová pôs em Sião”.  

    A linguagem é figurativa dos sólidos e custososalicerces do templo. Qual é essa pedra de fundamentoseguro? Não a cidade, nem o templo, nem a casa de Davi,mas o plano divino do qual o templo éo símbolo. Jeová pôs os alicerces do seu reino em Sião,mas o edifício precisa ser levantado com a linha do

     julga ment o e da just iça. A fé é a condição para umasegurança tranqüila no meio do perigo (Is 28.16, etc.).

    Esta profecia é repetida em Salmos 118.22: “Aedra que os edificadores rejeitaram tem-se tornado arincipal da esquina”.   Tem seu cumprimento em Cristo,

    como a incorporação pessoal do propósito divino, ofundamento do reino de Deus na Igreja (Mt 21.42; At 4.11;Rm 9.33; lPe 2.6).

    As Nações

    Segue-se uma série de profecias acerca dasnações, mormente ameaçadas de juízo. Contudo, o

     propósit o afirma do em (Is 2.2 e 11.10) transparece emvários trechos.

    Mas, a profecia atinge o seu auge quando Isaíasantecipa a reconciliação desses inimigos inveterados, oEgito e a Assíria, com Israel e um com o outro, sendoIsrael a vítima de ambos - o vínculo que os une.

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    “Será conhecido Jeová pelo Egito, e os egípcios

    conhecerão a Jeová naquele dia. Eles servirão com

     sacrifícios e ofertas, farão votos a Jeová e os cumprirão... Naquele dia haverá estrada do Egi to para a Assíria. Entrará o assí rio no Egito e o egípcio na Assíria; e osegípcios servirão com os assírios. Naquele dia será Israelo terceiro com o Egito e com a Assíria, uma benção nomeio da terra” (Is 19.21-24). 

    Estas nações representam as nações do mundo;a sua reconciliação representa a incorporação dos seusmais ferrenhos inimigos do reino de Deus. Esta prediçãonunca poderá ser cumprida literalmente nela, porquedeixaram de existir, mas será realizada naquela grande pazmundial (no Milênio) que é a esperança de todos os povos.

    Cumprimento das Profecias

    As profecias de Isaías receberam um notável, emboraincompleto, cumprimento durante a própria

    vida dele. O juízo caiu sobre Judá. A aliança entre a Síria(Arã - Filho de Sem (Gn 10.22), antepassado dos sírios). ASíria, que se estendia desde o nordeste da Palestina até osvales dos rios Tigre e Eufrates (Nm 23.7) e Israel fracassou.

    A Assíria provou ser o maior perigo, mas não podiatomar um passo além do que Deus permitia. Quando elaameaçou a existência do seu povo, o Senhor desse povointerveio, como Isaías tinha predito. A libertação deJerusalém do poder de Senaqueribe foi a mais evidenteatestação da sua comissão divina. Isso demonstrou que oSanto de Israel estava no meio de seu povo. Não tinha deintroduzir o porvir que ele esperava.

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    Parece ter antecipado brevemente o advento doRei perfeito e a regeneração do povo, talvez durante a sua

     própria vida . O prop ós ito divino lhe foi revelado, mas otempo e a maneira do cumprimento desse propósito não lheforam revelados. Ele os avistou de longe, tão claramenteque lhes pareciam próximos. E isso não deve surpreender-nos.

    Se os discípulos de Cristo, no momento crítico,quando Ele ia deixá-los, foram advertidos de que não lhescompetia saber os tempos ou as épocas “E disse-lhes: Nãovos pertence saber os tempos ou as estações que o Paiestabeleceu pelo seu próprio poder ” (At 1.7), não é deestranhar que esse conhecimento f osse vedado aos profetasdo Antigo Testamento.

    Eles “ inquiriram e indagaram... que tempo ouque ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estavaneles indicava”, e foi-lhes revelado, algumas vezes pelo

    curso dos acontecimentos interpretados por esse Espírito,outras vezes, sem dúvida, pelo ensino desse mesmoEspírito, que as suas profecias não foram para eles, masuma futura geração “da qual salvação inquiriram etrataram diligentemente os profetas que profetizaram da

     graça que vos foi dada   (lPe 1.10 etc.).

    O Servo do Senhor

    A descrição do Servo do Senhor apresentada no“Livro da Consolação” (capítulos 40 -66) é especialmenteinteressante. Á luz do Novo Testamento fica bem claroque, através de Jesus Cristo, as profecias acerca do Servodo Senhor tiveram o seu cumprimento.

    Jesus reúne duas grandes figuras dele próprioapresentado no Antigo Testamento ao falar em Marcos10.45 que “O  Fi lho do homem (mencionado no livro de

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    Daniel) não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”.  

    Também os apóstolos fazem freqüentes alusões a

    esse Servo do Senhor, que sofreu por nós.

    O Método

    Isaías não era nenhum recluso 1, vivendo à artedos homens comuns. Residia na capital. Ali, no entro davida nacional, exerceu o seu ministério.

    Quase todos os seus discursos são dirigidos o

     povo de Jerusalém, ou a indivíduosnela res ident es.Sua própria família fazia parte da sua mensagem.

    Sua mulher era profetisa (Is 8.3). Dois de Seusfilhos, como os de Oséias, tinham nomes significativos.Sear-Jasube: “um restante voltará” (Is .3). Não voltar do

    cativeiro, mas voltar a Jeová, como lemos em Isaías 10.20-22. O outro Maer-Salal-Hás- Baz: “ Apressando-se ao

    despojo

    2

     , apressurou-se à presa ''   (Is 8.1), significa a próxima qu eda de Samaria e Damasco.Assim, Isaías podia dizer, nos dias mais

    enebrosos, “Eis que eu e os filhos que Jeová me tem ado somos para sinais e portentos3   em Israel da parte arte doSenhor dos exércitos, que habita no monte de ião ” (Is8.18).  

    Podemos entender que Isaías reuniu em redor e

    si um bando de fiéis discípulos que entesouraram as luas palavras na memória, e guarda ram as profecias ue t inha mescrito um livro selado para a multidão sdescrente (Is 8.16;29.11).

    1 Encerrado, preso, encarcerado. Que vive em convento.

    2

     Coisa ou p essoa arrebatada ou apreendida com violência ou rapacidade.

    3  Coisa ou sucesso maravilhoso; prodígio .

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    Uma vez vemo-lo tomando uma tábua eescrevendo nela algum aviso enigmático 17, para chamar a

    atenção dos transeuntes

    18

      (Is 8.1; 30.8). Em outra ocasiãovemo-lo atravessando as ruas de Jerusalém, descalço e nu,um quadro vivo dos cativos do Egito e Etiópia que seriamlevados pelo vitorioso rei Sargão (Is 20.2) .

    Ele evidentemente ocupou uma posição deautoridade singular em Jerusalém. Era o destemido críticodo covarde Acaz; o conselheiro do bem- intencionado, mas

    vacilante Ezequias. Quando precisava de uma testemunhadurante seu serviço profético, podia ele chamar a principalautoridade eclesiástica da cidade (Is 8.2).

    A variedade das suas atividades é notável. Nãosomente era um reformador social e r eligioso, um pregadorde justiça e piedade, mas um estadista precavido.

    Ele observava os movimentos políticos do dia,nacionais e estrangeiros. Apreciou-os do ponto de vistadivino. Mas, embora assim vivesse entre seu povo,intensamente interessado em tudo que dizia respeito ao

     bem estar deles, olhava também sobre os povos em redor,marcava seus movimentos e predisse o seu destino.

    Olhou para um porvir em que Israel, purificado

     pelo fogo do ju ízo, havia de realizar a sua vocação, e ser ocentro donde o reconhecimento espiritual seria parailuminar as nações do mundo.

    17  Relativo a, ou que contém enigma. Obscuro, misterioso. Difícil de

    compreender, ou interpretar.18  Indivíduos que vão andando ou passando; passantes, caminhantes,andantes, viandantes.

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    A Vocação

    A chave para a boa compreensão do ministériode Isaías encontra-se no relatório da sua chamada aoserviço profético, contado no capítulo seis. Ele teve umavisão de Deus revelado em glória, e o resultado foi oreconhecimento da sua própria impureza e do seu povo.Então, ele recebe uma purificação divina, e, ouvindo queDeus precisa de um mensageiro, 'Sente-se encorajado a seoferecer para a tarefa.

    Essa visão deu caráter a todo o futuroministério de Isaías. A majestade, a santidade, e a glóriade Deus são os temas que enchem e subjugam o Seuespírito.

    Parece evidente que esta visão era a primeirachamada de Isaías ao seu ministério profético, e não,Como alguns têm pensado uma segunda chamada. Por que,então, encontra-se a narrativa onde está, e não, Como era

    de esperar, no começo do livro? A resposta mais provávelé que era originalmente prefixada a uma Coleção de

     profecias per tencentes ao reina do de Acaz, publicadaseparadamente, e retida nessa posição quando as váriascoleções subordinadas foram reunidas.

    A Teologia

    Isaías é o mais notável de todos os profetas.Parece quase uma presunção tentar escolher quaisquerelementos especiais e distintivos do seu ensino. Masmesmo Isaías teve suas características distint ivas.

    Cada profeta é teólogo. Seu ensino descansasobre esse aspecto do caráter divino que tem sidoespecialmente impresso sobre seu espírito. Isaías era um

    teólogo proeminente.

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    A visão em que recebeu sua vocação foi umarevelação da glória de Jeová, exigindo os supremos

    atributos de majestade e santidade. Uma profundaimpressão desses atributos dominava seu espírito, istoformou a sua visão das relações de Jeová, dando ainspiração e a idéia predominante do seu ensino. Notamos,repetidas vezes em Isaías, a referência a Jeová como o“Santo de Israel”.  

    Mais tarde no seu ministério, a doutrina deDeus como o Santo de Israel veio a ser ainda mais salienteno seu ensino. Naquela crise, quando a política dosestadistas mundanos em Jerusalém ameaçou envolver Judánuma aliança com o Egito, levando-o, assim, á ruína queveio sobre Samaria, Isaías sem hesitação aconselhou osseus patrícios a confiarem no Santo de Israel. Se ficassemquietos e obedecessem à mensagem e se conformassemcom a vontade divina, então, no seu tempo, Ele seria

    misericordioso e os livraria da opressão do tirano assírio.Mas o povo era descrente; o espírito mundano preva lecia. “ Assim disse o Senhor Jeová, o Santo de Israel:voltando   (da vossa política mundana) e descansando,

     sereis salvos; no sossego e na confiança estará a vossaorça, mas não a quisestes” (Is 30.15).  

    Zombaram do profeta e seus companheiros,repetindo a sua célebre frase: “ Fazei que o Santo de Israel

    desapareça diante de nós” (Is 30.11), e, em vez de procurar o Santo de Israel, ma ndaram seus embaixadores pedir auxílio ao Egit o, e puseram sua confia nça nos carrose nos cavaleiros (Is 31.1).

    Calmamente Isaías continua a proclamar a suadupla mensagem de juízo e libertação. “ Assim diz o Santode Israel. Porque rejeitais esta palavra   (a saber, aexortação profética de confiar em Jeová), e confiais 

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    na opressão  (que era preciso empregar para extorquir 1 meios para comprar a ajuda do Egito) e perversidade  (asaber, a política de intrigas secretas) e sobre elas vosestribais, portanto esta iniqüidade vos será como umabrecha que, prestes a cair, forma barriga num alto muro,cuja queda vem de repente, num momento” (Is 30.12,13).  

    Contudo, Jeová protegerá Jerusalém, como o pássaro-mã e, adeja ndo2  sobre seu ninho para proteger seusfilhotes . “Protegendo e livrando, passando e pondo asalvo” como outrora adejou sobre as casas dos israelitas,

    ao mesmo tempo em que destruiu os egípcios (Is 31.5).

    “O Livro da Consolação”  (Capítulos 40 a 66)

    Ainda que concordem que esta parte tambémfosse escrita (ou falada) por Isaías, devemos tomar sentidonas suas características especiais. Até o fim do capítulo 39

    o nome de Isaías é mencionado 16 vezes. De 40 a 66, nemuma só vez.

    Este fato é suficiente em si para desfazer aidéia de que seja de algum impostor, fingindo ser o grande

     profeta, pois em tal caso ele havia de menciona r ro nomede Isaías ao menos uma vez.

    O livro parece ser dividido em três partes pelarepetição das palavras: “Para os ímpios não há paz, diz

     Jeová” no fim dos capítulos 48 e 57.  O Servo de Jeová é o tema desenvolvido neste

    livro. Primeiro o servo é Israel (Is 41.8-16),

    1 Adquirir com violência; obter por extorsão.

    2   Mover as asas para manter-s e em equilíbrio no ar; bater as asas; voar.  

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     por ém, ma is adiante o t ítulo Ser vo é aplicável ao Messias(Is 42.1-7).

    Depois vemos a cegueira e a surdez do servo -Israel (Is 42.18, etc.), e a sua reabilitação (Is 43.8; 44.1;48.6). Até aqui é claramente a nação de Israel que é oServo de Jeová.

    Israel é o povo que Ele tem escolhido paracumprir seus propósitos para o mundo, e apesar do seucompleto fracasso fica sendo o Servo de Jeová... Mas,apesar desse fracasso e dessa humilhação de Israel, overdadeiro S ervo de Jeová está oculto na nação.

     No começo da segunda divisão da profecia Elefala, dirigindo-se às nações, e descrevendo a sua vocação eobra, sua aparente falha atual, e seu final êxito: “ Ouvi-me,ilhas, e escutai povos de longe, Jeová chamou-me desde oventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção domeu nome, fez a minha boca como espada aguda, na

     sombra da sua mão me escondeu” (Is 49.1-2). A primeira vista, pode-se supor que o profetamesmo é quem fala. Mas não é assim. O Servo de Jeováainda está identificado com Israel (v.3). Mas em quesentido? Pois o primeiro serviço do Servo é para comIsrael mesmo: “ Para suscitar as tribos de Jacó e restauraros que de Israel têm sido preservados” (v. 6).  

    Assim, o Servo é ao mesmo tempo identificado

    com Israel e distinto dele. Mais uma vez no capítulo 50 oServo fala, descrevendo a sua vocação divina, suaexperiência de oposição e perseguição, e sua certeza detriunfo de força divina (Is 50.4 -9).

    Assim, passo a passo somos levados para essetrecho sagrado em que culmina o ensino do profetaconcernente ao Servo de Jeová. Presume-se ter acontecidoa volta da Babilônia (Is 52.7-12). Então, mais uma vez odiscurso profético volta para o Servo;

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    mas enquanto antes ele mesmo falava, agora é Jeová quemfala, e descreve o resultado da sua obra. Seu sucesso eexaltação estarão de acordo com a sua humilhação,despertando a admiração de nações e reis, que ficammudos de atônitos que estão (Is 52.13-15). Mas a surpresanão era somente para as nações. Falando em nome dosseus compatriotas, o profeta lamenta a incredulidade geralcom que fora recebido...

    O que tenha sido a idéia precisa que o retrato o Servo deJeová, sofredor e triunfante, apresentava ao profeta e aos

    seus contemporâneos, é impossível adivinharmos, mas não podemos duvidar de que foi prop os to pelo Espírito aapontar para Cristo. Somente nele recebe a sua completa

    explicação.Para nós é natural considerar esta grande profecia, e todaa série de profecias, à luz doseu cumprimento em Cristo.E fácil fazer isto, mas em fazê-lo perdemos alguma coisados métodos pelos quais Deus ensinou seu povo em

    tempos passados, r evivificou e fortaleceu a sua fé. Maisuma vez deve observar que esta exposição da chamada,obra e vitória o servo do Senhor era uma verdade para seu

     próprio tempo. Nessa cris e da histór ia de Israel os qu e

    tinham ouvidos para ouvir precisa vam ser ensinados obrequal era a vocação da sua nação, qual o propósito or quetinha sido criada e conservada tão maravilhosamente.Precisavam saber que, apesar do fr acasso de Israel,

     prop ós ito divino havia de ser rigorosament e consumado.Mais do que eles podiam ter esperado, já se

    cumpriu, e nesse cumprimento está a garantia para nós eque os propósitos de Deus caminham para umaconsumação maior e mais gloriosa do que podemosimaginar.

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    Questionário

    ■  Assinale com “X” as alternativas corret as

    6.  A profecia às nações atinge o seu auge quando Isaíasa)  Antecipa a reconciliação do Egito e a Assíria, com

    Judá e um com o outro (Judá a vítima) b)  Antecipa a reconciliação de Israel e a Assíria, com

    Judá e um com o outro (Israel a vítima)c)   Antecipa a reconciliação de Judá e o Egito, com

    Israel e um com o outro (Judá a vítima)d)  Antecipa a reconciliação do Egito e a Assíria, com

    Israel e um com o outro (Israel a vítima)

    7.  Quanto ao profeta Isaías, é incerto afirmar quea)  Residia no interior. Era um homem simples,

    carregador de sicômoros (semelhante a Amós) b)  Sua mulher era profetisa. Dois de seus filhos, como

    os de Oséias, tinham nomes significativos

    c)  Quase todos os seus discursos são dirigidos ao povode Jerusalém

    d)   Observava os movimentos políticos do dia,

    nacionais e estrangeiros

    8.  Dos capítulos 40 ao 66 de Isaías, os chamam dea)  O Livro da Exortação

     b)  O Livro da Consolaçãoc)  O Livro da Reconciliaçãod)  O Livro da Edificação

    ■  Marque “C” para Certo e “E” para Errado  

    9.  A chave para a boa compreensão do ministério deIsaías encontra-se em Isaías 6

    10.  O Servo de Jeová é o tema desenvolvido noLivro da Consolação (Isaías 40 - 66)

    40

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      A história de Judá, principalmente durante o períododos reis: Josias (capítulos 1-6), Joaquim (7-20) eZedequias (21-25; 34), inclusive a queda de Jerusalém

    (capítulo 39);  Eventos internacionais que envolvia Babilônia e outrasnações (25-29; 46-52).

    Assim como Ezequiel, Jeremias pratica váriasações simbólicas a fim de ilustrar de modo claro a suamensagem profética: o cinto podre (Jr 13.1-14), a seca (Jr14.1-9), a proibição divina de não se casar ou ter filhos(Jr 16.1-9), o oleiro22  e o barro (Jr 18.1-11), o vaso do

    oleiro, que se fragmentou (Jr 19.1-13), os dois cestos defigos (Jr 24.1-10), o jugo no seu pescoço (Jr 27.1-11), acompra de um terr eno na sua cidade nat al (Jr 32.6-15) e as

     pavimento de t ijolos de Faraó (Jr 43.8-13).A compreensão clara que Jeremias tinha da sua

    chamada profética (Jr 1.17), juntamente com as fr eqüentesreafirmações de Deus (Jr 3.12; 7.2,27 28; 11.2,6 13.12,13;

     proc la mar com ousadia e fé a palavra profét ica a Judá ,apesar de esta nação sempre reagir com hostilidade,rejeição e perseguição (Jr 15.20,21).

    Após a destruição de Jerusalém, Jeremias foilevado contra sua vontade ao Egito, onde continuou

     profet izando até a sua morte (Jr 43 e 44).

    O livro foi escrito:

      Para fornecer um registro permanente doministério profético de Jeremias e sua mensagem;

      Para revelar o inevitável juízo divino por ter o povotransgredido o concerto e persistido em sua rebeliãocontra Deus e sua palavra;

    Aquele que trabalha em olaria. Ceramista .42

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     Para demonstrar a autenticidade e autoridade da palavra profét ica. Muitas das profecia s de Jer emia sforam cumpridas durante a própria vida do profeta (Jr16.9; 20.4; 25.1-14; 27.19-22; 28.15-17; 32.10-13;34.1-5;); outras que envolviam o futuro distante, foramcumpridas posteriormente, ou ainda estão por secumprir (Jr 23.5,6; 30.8,9; 31.31-34; 33.14-16).

    O ministério profético de Jeremias foi dirigidoao Reino do Sul, Judá, durante os últimos quarenta anosde sua história (626-586 a.C.). Ele viveu para ser

    testemunha das invasões babilônicas de Judá, queresultaram na destruição de Jerusalém e do templo.Como o chamado de Jeremias propunha-se a

    que ele profetizasse à nação durante os últimos anos deseu declínio2 3 e queda, é compreensível que o livro do

    24

     profeta esteja cheio de prenú ncios sombrios . O cená rioenvolve as seguintes localidades:

    Babilônia.

     Nome de uma região e de sua capital (BLH n10.10; 2Rs 20.12). A cidade foi construída na pmargemesquerda do rio Eufrates, onde agora existe o raque ;> Gênesis 11.1-9 conta como a construção de uma orre alinão foi terminada porque Deus confundiu a íngua falada

     pelos seus cons trutores.

    Judá.

    Reino localizado no sul da Palestina. Foiformado quando as dez tribos do Nort e se revoltaram ontraRoboão e formaram o Reino de Israel sob o “ comando deJeroboão I, em 931 a.C. (lRs 12).

    Ato de declinar; declinação. Diminuição gradativa de força, de Valor, deintensidade.34 Anúncio de coisa futura; prognóstico.

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    Jeremias, filho de sacerdote, nasceu ecresceu na aldeia sacerdotal de Anatote (mais de 6 km ao

    nordes te de Jerusalém) durante o reinado do ímpio reiManadurante o décimo terceiro ano do reinado do bom reiJosias, e apoiou seu movimento de reforma.

     Não demor ou em perceber , no entanto, que asmudanças não estavam resultando numa verdadeiratransformação de sentimentos do povo. Jeremias advertiuque, a não ser que houvesse verdadeiro arrependimento emescala nacional, a condenação e a destruição viriam derepente.

    Este livro profético revela que Jeremias,frequentemente chamado de “o profeta das lágrimas”, era ucoração sensível equebrantado (Jr 8.21-9.1). Seuespírito sensível tornou mais intenso o seu sofrimento, àmedida que a Palavra de Deus ia sendo repudiada por seusfamiliares e amigos, pelos sacerdotes e reis, e pela

    totalidade do povo de Judá. Embora fosse solitário erejeitado durante toda a sua vida, não deixou de ser um dosmais ousados e corajosos profetas. Apesar da grandeoposição, cumpriu fielmente sua chamada profética paraadvertir seus concidadãos de que o juízo divino estava às

     por tas.“Nunca foi   imposto sobre um homem mortal

    ardo mais esmagador. Em toda a história da raça judaica,

    nunca houve semelhante exemplo de intensa sinceridade, sofrimento sem alívio, proclamação destemida damensagem de Deus e intercessão incansável de um profetaem favor do seu povo como se observa no ministério de

     Jeremias. Mas, a tragédia de sua vida foi esta: pregava aouvidos surdos e só recebia ódio em troca do seu amor aoscompatriotas” (Farley).  

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    Data

    Jeremias profetizou a Judá durante os reinadosde Josias, Jeoaquim, Jeconias e Zedequias. O seu chamadoé datado em 626 a.C., e o seu ministério continuou até

     pouco tempo depois da qu eda de Jerusalém, em 586 a.C. O profeta Sofonia s precedeu ligeir ament e a Jer emias, e Naum, Habacuqu e e Obadia s foram contemporâneocontemporâneo mais jovem, profetizando na Babilônia de

    593 a 571 a.C.Em 612 a.C., a Assíria foi conquistada por umacoalizão babilônica. Cerca de quatro anos depois da mortedo rei Josias, o Egito foi derrotado por Babilônia na

     batalha de Carqu emis (605 a.C.; ver Jr 46.2). Naquelemesmo ano o exército babilônico de Nabucodonosorinvadiu a Palestina, capturou Jerusalém e deportou algunsdos jovens mais seletos de Jerusalém para Babilônia, entre

    eles Daniel e seus três amigos.Uma segunda campanha contra Jerusalém

    ocorreu em 597 a.C., ocasião em que foram levados dezmil cativos à Babilônia, entre os quais Ezequiel.

    Durante todo esse tempo, as advertências profét icas de Jer emias a respeito do ju ízo divinoiminente passaram despercebidas pela nação. A últimainvasão babilônica tomou Jerusalém, o templo e atotalidade do reino de Judá em 586 a.C.

    Características Especiais

    Sete aspectos principais caracterizam o livro deJeremias:

    (1)  É o segundo maior livro da Bíblia, pois contém mais

     palavras (não capítulos) do qu e qualquer outro livro,exceto Sa lmos;

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    (2)  A vida e as tribulações pessoais de Jeremias como profeta são revela das com ma ior profundidade e

    detalhes do que as de qualquer outro profeta doAntigo Testamento;

    (3)  Está permeado ' com as tr istezas, angústias e prantosdo “profeta das lágrimas” por causa da rebeldia deJudá. Apesar de sua mensagem severa, Jeremiassentia tristeza e quebrantamentos profundos porcausa do povo de Deus. Mesmo assim, sua maiorlealdade era dedicada a Deus, e sua mais profundatristeza era a mágoa sofrida por Deus;

    (4)  Sua palavra-chave é “rebelde” (usada trezevezes), e seu tema perpétuo é o inescapável juízodivino em retribuição à rebeldia e apostasia;

    (5)  Sua maior revelação teológica é o conceito do “novoconcerto”, que Deus estabeleceria com seu povo fielnum tempo futuro de restauração (Jr 31.31 -34);

    (6)  Sua poesia é tão eloquente e lírica quantoqualquer outra obra poética da Bíblia, com usoabundante de metáforas excelentes, frases vividas e

     passagens memoráveis;(7)  Há mais referências à nação de Babilônia nas

     profecia s de Jer emias (Jr 16.4) do qu e em todo orestante da Bíblia.

    O Livro de Jeremias ante o Novo Testamento

    O emprego principal do livro de Jeremias no Novo Testament o diz respeito à sua profecia de um “novoconcerto” (Jr 31.31-34). Embora Israel e Judá tivessemtransgredido, repetidas vezes, os concertos com Deus,sendo, posteriormente, arruinados como castigo por suarebeldia, Jeremias profetizou a respeito

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    de um dia em que Deus faria com eles um novo concerto(Jr 31.31). O NT deixa claro que esse novo concerto foi

    instituído com a morte e ressurreição de Jesus Cristo (Lc22.20; cf. Mt 26.26-29; Mc 14.22-25), está sendocumprido agora na Igreja, que é o povo de Deus segundoo novo concerto (Hb 8.8-13), e chegará ao seu clímax nagrande salvação de Israel (Rm 11.27). Outras passagensmessiânicas de Jeremias aplicadas a Jesus no NT são:■  O Messias como o Bom Pastor e o Justo Renovo de

    Davi (Jr 23.1-8; Mt 21.8,9; Jo 10.1-18; ICo 1.30;

    2Co 5.21);■  O choro amargo em Ramá (Jr 31.15), cumprido na

    época em que Herodes procurou matar o meninoJesus (Mt 2.17,18);

    ■  O zelo messiânico pela pureza da casa de Deus (Jr7.11)  , demonstrado por Jesus quando purificou otemplo (Mt 21.13; Mc 11.17).

    Texto e Mensagem

    O texto.

    O livro de Jeremias em seu estado atual écomposto de textos em forma poética e de textos em formade prosa. Os textos em prosa apresentam em geral melhorestado de conservação do que os textos poéticos. Alémdisso, a tradução grega do Antigo Testamento, chamada

    Septuaginta1, apresenta um texto

    1  Versão do AT para o grego, feito entre 285 e 150 a.C. em Alexandria,

    no Egito, para os muitos judeus que ali moravam e que não conheciam ohebraico. O nome “Septuaginta” vem, segundo a lenda, dos setenta ousetenta e dois tradutores que a produziram. A Bíblia de Jesus e dos seus

    discípulos foi a Bíblia Hebraica, mas a LXX foi a Bíblia de Paulo e dasigrejas da Dispersão. A maioria das citações do AT no NT é tirada da

    LXX. Os livros Apócrifos faziam parte do cânon da LXX.  

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    consideravelmente mais curto do que o texto hebraicomassorético (2.700 palavras a menos).

    Este fato deve ser explicado em alguns lugares por er ros de copis tas (por exemp lo, repet ição em Jr 39.4 -13; 51.44b-49a), em outros lugares por adiçõessecundárias no texto, ainda não existentes no tempo datradução da LXX (cf. Jr 34.14 -16).

    A mudança de estilo.

    A princípio há uma nota de esperança na

    mensagem de Jeremias. A reforma ainda é possível. Oexílio (cativeiro) ainda pode ser evitado (Jr 4.3; 6.8).“Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos

     farei habitar neste lugar ” (Jr 7.3). Este é o sentido das profecias que precedem ao

    reinado de Josias (Jr 2-6), embora nestes também de vezem quando apareça um reconhecimento da gravidade docaso. Talvez o profeta visse a superficialidade da reforma;talvez também o ensino fosse colorido pelo estado dascoisas durante o reinado de Jeoaquim, quando as profeciasforam escritas.

     Nas profecias dos primeir os anos de Joaquim,esperança e desespero alternam. Ainda se faz a oferta de

     perdão, mas a impressão deixada pelos dis cursos deste per íodo é qu e o profeta está inteir ament e convencido de

    que as condições de perdão nunca seriam aceitas.O povo pronuncia a sua própria sentença.Quando Jeová pleiteou com eles: “ Convertei-vos cada umdo seu mau caminho, e melhorai os vossos caminhos e osvossos feitos”. A resposta deles, em obras, e não em

     palavras, foi: “ Mas eles dizem: Não há esperança, porqueapós as nossas imaginações andaremos; e fará cada um

     segundo o propósi to do seu malvado coração ” (Jr 18.12).  

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    Q Juízo vem a ser inevitável.

    Do quinto ano de Jeoaquim em diante, asentença é lavrada. Jeremias é proibid o de interceder mais

     pelo povo (Jr 7.16; 11.14; 14.11). Porvent ura poder iahaver um aviso mais terrível do que o seguinte: “Tu, pois,não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ouoração, nem me importunes, porque eu não te ouvirei” (Jr7.16).

    Esperança no porvir.

     Na agonia da sua nação. O profeta predisse uma

    ressurreição para novidade de vida. As promessas estãocolecionadas no “Livro da Consolação” (Jr 30 - 35); umasérie de profecias que ele foi especialmente instruído aescrever como recordação do propósito divino. Estas

     profecias inc lu em os segu intes pensamentos :  A perpetuação1 de Israel (Jr 4.27; 5.10,18; 10.24;

    30.11).  À volta do Exílio (Jr 3.12; 16.14,15; 30.10;

    31.20). O rei messiânico (Jr 23.5,6).

    O destino das nações.

    Ele tem uma mensagem para as nações tantocomo para Israel. Ele fala de um livro de profecias contraas nações, alguma parte do qual está incorporada noexistente Livro de Jeremias (Jr 25.13): “ E trarei sobreesta terra todas as palavras que disse contra ela, tudo

    quanto está escrito neste livro, que profetizou Jeremiascontra todas estas nações”. 

    Sua mensagem às nações, como a Israel, era emsua maioria de Juízo (Jr 12.14; 25.29; 25.31;46.10)  . Mas, a mensagem tem palavras de esperançatambém (Jr 3.17; 16.19; 33.9; 48.47; 49.6,39).

    Ato ou efeito de perpetuar(-se); perpetuamento .50

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    Questionário

    Assinale com “X” as a lternativas corretas  

     Não é um aspecto histór ico que está entrelaçado nasmensagens proféticas de Jeremiasa)  A vida e ministério do profeta Jeremias

     b)  A reconstrução do templo após o cativeiro

    c)  A história de Judá, principalmente durante o per íodo dos reis: Jos ia s, Joa quim e Zedequias,inclusive a queda de Jerusalém

    d)  Eventos internacionais que envolviam Babilôniae outras nações

    O cenário do livro de Jeremias envolve as seguinteslocalidades:a)  Egito e Israel

     b)  Assíria e JudáBabilônia e Judác)  Pérsia e Israel

    Quanto aos aspectos principais que caracterizam olivro de Jeremias, é incoerente dizer que a® É o maior

    livro da Bíblia, pois contém mais pa lavras (nãocapítulos)

     b)  Está permeado com as tristezas, angústias e prantosde Jeremias, devido à rebeldia de Judá

    c)  Sua maior revelação teológica é o conceito do“novo concerto”  

    d)  É o livro da Bíblia que mais têm referências ànação de Babilônia

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    ■  Marque “C” para Certo e “E” para Errado  

    4.  [ ]livro de Jeremias, nada mais, nada menos, foraescrito para fornecer um registro permanente de seu

    ministério profético e sua mensagem5.  [ ]O livro de Jeremias em seu estado atual é composto

    de textos em forma poética e de textos em forma de prosa

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    Reis da poca de Jeremias

    Josias (Jeová Cura).

    Décimo sexto rei de Judá, que reinou 31 anos(640-609 a.C.) depois de Amom, seu pai (2Rs 21.26).Promoveu uma reforma religiosa, baseada no Livro da Lei(2Rs 22-23). Foi morto na batalha travada com o Faraó

     Neco, em Megido (2Rs 23.28-30).

    Jeoacaz (Jeová Prendeu).

    Décimo sétimo rei de Judá, filho e sucessor deJosias. Foi mau e, após três meses de reinado, foi levado,

    em 609 a.C, pelo faraó Neco para o Egito, onde morreu -Obs. também chamado Salum (2Rs 23.31; 2Cr36.1-4).

    Jeoaquim (Jeová Firma).

    Décimo oitavo rei de Judá, filho de Josias.Reinou 11 anos (609-598 a.C.), em lugar de Joacaz. Ofaraó Neco mudou o seu nome de Eliaquim para Jeoaquim

    (2Rs 23.34-24.5), Jeoaquim queimou o rolo que continhauma mensagem de Jeremias (Jr 36).

    Joaquim (Jeová Estabelece).

    Décimo nono rei de Judá, que reinou três mesesem 598 a.C., depois de Jeoaquim, seu pai. Foi um mau rei,sendo levado preso para a Babilônia (2Rs 24.6-17) elibertado mais tarde (2Rs 25.27-30). Joaquim também era

    chamado de Conias (ARA Jr 37.1) e Jeconias (Jr22.24,28).

    Zedequias (Justiça de Jeová).

    Vigésimo e último rei de Judá, que reinou 11anos (598-587 a.C.) em lugar de Joaquim, seu sobrinho(2Rs 24.17). O rei Zedequias revoltou-se contra

     Nabucodonosor, qu e o derrotou, castigou cruelmente e

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    destruiu Jerusalém (Jr 21.1-10; 37.1-21; 38.14-28; 2Rs24.18-25.7).

    Manassés tinha deixado a Josias uma medonhaherança de iniqüidade, mas ele a enfrentou no poder deDeus, e seu reinado foi notável pela reforma religiosa.Cinco anos depois da chamada de Jeremias, acharam oLivro da Lei, no templo; a leitura desse livro resultou emconfissão de pecado e na destruição da idolatria e dossacerdotes idólatras.

    Infelizmente Josias foi, sem mandamentodivino, batalhar com Neco, rei do Egito, e foi morto na

     batalha de Megido - cidade localizada per to dos va les deSarom e de Jezreel, onde cruzavam duas importantes rotascomerciais, foi fortificada por Salomão (lRs 9.15) etornou-se cenário de grandes batalhas (Jz 5.19- 21; 2Rs23.29).

    Com ele morreu a esperança de Judá. Ele foiseguido por Joacaz, que reinou somente três meses. Entãoveio Joaquim ao trono, e com ele o dia de loucura e

    idolatria voltaram.A reforma de Josias tinha vindo tarde demais;

    era uma obra superficial e por isso apenas provisória; o pecado era um cancro 1, minando o próprio coração do povo. Foi “escrito com um ponteiro de ferro e com a pontade um diamante” (Jr 17.1).  

    O Pecado de Judá

    Jeremias denuncia a nação por sua grandeiniqüidade. O pecado estava tão arraigado na natureza do

     povo, qu e a idolatria e a maldade eram coisas iner entes àssuas vidas. Por causa da sua infidelidade a Deus, o povodeixaria sua terra e seria levado como escravo (Jr 17.1 -4).

    Fig. Mal que aos poucos vai minando um organismo .54

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    O Livro

    O livro de Jeremias é uma combinação de

    história, biografia e profecia, que nos leva ao âmago doséculo, e delineia o caráter do profeta mais evidentementedo que qualquer outro livro profético.

    A mensagem era de arrependimento e aviso de ju ízo vindouro. Como Amós e Oséias, ele baseou seuensino sobre a relação de Jeová a Israel. Jeová tinhaescolhido Israel e feita aliança com ele; tinha-o trazido doEgito e conduzido através do deserto. Tinha continuado a

    instruí-lo pelo ministério dos seus profetas “ Desde o diaem que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje ” (Jr7.25).

    Como Oséias, Jeremias emprega as figuras dematrimônio e filiação para descrever a intimidade darelação de Israel a Jeová, e os deveres implicados nessarelação. “Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo:

     Assim diz o Senhor: Lembro-me de ti, da beneficência datua mocidade e do amor dos teus desposórios, quandoandavas após mim no deserto, numa terra que se não

     semeava” (Jr 2.2). Lembro-me de ti. No começo da história de

    Israel, o povo de Deus confiava nEle com profundadevoção. A comunhão com Deus era tão profunda que anação era considerada a esposa do Senhor (cf. Jr 3.14;

    31.32; Is 54.5). Agora, porém, toda a casa de Israel tinhaabandonado a Deus para seguir outros deuses (Jr7.4,5,25).

    “Virão com choro, e com súplicas os levarei;

     guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, emque não tropeçarão; porque sou um pai para Israel, e

     Efraim é o meu primogênito” (Jr 31.9). 

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    O Profeta e a sua Chamada

    Seu livro é uma autobiografia, um volume de

    “confissões” pessoais, pelo qual aprendemos a conhecê -lo,tanto na sua fraqueza como na sua força, e a simpatizarcom ele no seu longo e árduo ministério.

    Era sacerdote, e a sua morada era em Anatote,uma aldeia a quatro quilômetros ao nordeste de Jerusalém.Seu ministério ativo era exercido na sua maioria emJerusalém, mas continuou a morar em Anatote - cidade queficava no território da tribo de Benjamim, onde moravam

    sacerdotes (Js 21.18; J r 1.1).Era apenas um moço quando “a palavra de

    Jeová veio a ele”, e então quis desculpar -se da árduatarefa (Jr 1.6).

     Not emos logo ao começo a sua timidez natural,e sua relutância para enfrentar o serviço proposto. Asmesmas características reaparecem mais tarde, quando elequis fugir para algum lugar solitário (Jr 9.2; 20.9).

    Jeremias não era o homem que uma escolhahumana teria preferido para uma missão tão difícil; masDeus escolhe os fracos para seus instrumentos, para que o

     poder com qu e Ele os reveste seja evident emente todo Seu.

    Seus sofrimentos.

    O ministério do profeta foi um prolongadomartírio. Não somente era na sua natureza um peso que

     bem podia ter esma ga do o espír ito mais for te; não somenteeste teve de se colocar sozinho contra a nação; mas eraobjeto de amarga perseguição; a sua própria vida está em

     per igo.Seus vizinhos em Anatote procuravam matá-lo

    (Jr 11.18). Sua própria família o perseguia (Jr 12.6).

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    O sacerdote, que era o principal oficial, pô-lono tronco por profanar (como ele pensava) o átrio dotemplo com as suas profecias, sempre se opuseram a ele,

    tanto em Jerusalém como na Babilônia (Jr 28.1;29.8)  , procurando com as suas mentiras lisonjeiras1 neutralizar a sua mensagem.

    Durante o sitio2  de Jerusalém, ele foi lançadona cadeia, acusado de tentar desertar e ir aos caldeus (Jr37.14). Foi arrastado para o Egito pelos homens que otinham consultado e que não tinham fé nem coragem paraseguir seu conselho (Jr 43.1 -7).

    Finalmente, se a tradição diz a verdade, ele foiapedrejado em Daphne, no Egito, pelo povo irado,impaciente com as suas denúncias da idolatria.

    Adoração de ídolos.

    Deus proíbe a adoração de qualquer imagem,seja de um deus falso ou do próprio Deus verdadeiro (Êx20.3-6). As nações que existiam ao redor de Israel eram

    idólatras, e Israel muitas vezes caiu nesse pecado (Jr 10.3 -5; Am 5.26-27). Entre outras, eram adoradas as imagens deBaal, Astarote e Moloque e o Poste- ídolo.

    Suas queixas e denúncias.

    Gostaríamos de pensar que ele tivesse sofridotoda esta perseguição com mansidão, paciência e perdão. Émuito natural que ele lastime 3 a sua sorte, e até amaldiçoe

    o dia do seu nascimento (Jr 15.10; 20.14).

    1 Que lisonjeia; adulador, l isonjeador. P rometedor; satisfatório.  2  Sitio: Sitiar - Cercar com tropas “Porém, se ela não fizer paz contigo,

    mas te fizer guerra, então, a sit iarás (Dt 20.12)”.  3

      Deplorar, lamentar, compadecer. Causar dor a; afligir, angustiar. Ter pena de; apiedar -se, compadecer -se, condoer-s e de.  

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    A fé de muitos cristãos tem falhado, e, emmomentos de desânimo, eles têm desejado nunca ternascido. Quando ele duvida da justiça do governo

    divino (Jr 12.1), ou mesmo se queixa de ter sidoenganado (Jr 20.7), podemos simpatizar com o desespero eo abatimento humano que, por um momento, perde seucontato com Deus, e desmaia exausto e desesperado.

    Mas ficamos atônitos, e até horrorizados aoouvir as suas maldições dos inimigos, e a sua apaixonadainvocação da vingança divina contra eles (Jr 11.20; 15.15;17.18; 18.19; 20.11). Estas imprecações atingem um

    terrível auge no texto (Jr 18.19-21), etc.

    “Olha para mim, Senhor, e ouve a voz dos que

    contendem comigo. Porventura, pagar-se-á mal por bem? Pois cavaram uma cova para a minha alma; lembra-te deque eu compareci na tua presença, para falar por seu bem,

     para desviar deles a tua indignação. Portanto, entrega seus filhos à fome e entrega-os ao poder da espada; e sejam suasmulheres roubadas dos filhos e fiquem viúvas; e seusmaridos sejam feridos de morte, e os seus jovens, feridos àespada na peleja”. 

    Porém, sejamos justos para com Jeremias. A provocação era tremenda. Seus ma iores /esforços a favordos seus patrícios foram recompensados com ciladas contraa sua vida, ou apelos veementes pela sua morte. Não

    havemos de julgá-lo pelo modelo do evangelho. Elemanifesta o espírito de Elias e Eliseu e não o de Cristo.Era o espírito de Zacarias, cujas palavras ao

    morrer foram: “Veja-o Jeová, e o retribua” (2Cr 24.22), enão o de Estevão: “Senhor, não lhes imputes este pecado! (At 7.60). Podemos admitir que algum ressentimento

     pessoa l se mis turasse com estas

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    imprecações, mas t inham um sentido ainda mais profundo.Foram, se bem que de; um modo imperfeito, a expressãode um desejo do triunfo completo da retidão, da

    manifestação da justiça divina no mundo.Devemos reconhecer quão profundamente o

     profeta sentiu que a sua causa era a causa de Deus. Que ahonra do Altíssimo requeria que vindicasse e defendesseseu servo, e derrubasse seus inimigos.

     Nesses tempos a idéia de uma futuraretribuição ou recompensa dos males do mundo não foi

     bem compreendida, e homens piedosos esperavam ver os justos juízos de Deus manifestos nesta vida presente.

    Outro lado do seu caráter.

     Não devemos esquecer o outro la do do caráterde Jeremias; a terna simpatia da sua natureza, a profundatristeza com que ele via sua pátria correndo loucamente

     para a ruína “ Ah! Entranhas minhas, entranhas minhas! Estou ferido no meu coração! O meu coração ruge; não me

    osso calar, porque tu, ó minha alma, ouviste o som datrombeta e o alarido da guerra   (Jr 4.19)”. “Oh! Se eu

    udesse consolar-me na minha tristeza! O meu coraçãodesfalece em mim  (Jr 8.18)”, confiado no caráter de Deus,revelado e provado na longa história da sua proteção aoseu povo.

    Um tipo de Cristo.

    Apesar do espírito contrário ao de Cristo queele demonstrava quando denunciava seus inimigos, tem-sediscernido em Jeremias um tipo de Cristo. O sofredorsolitário, difamado e perseguido pelos chefes religiosos do

     país , em tempos quando ele caminhava para a ruína , vem aser uma figura daquele que sofreu tantas coisas dosanciãos e principais sacerdotes e escribas quando fez à

    nação a última oferta da

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    misericórdia divina para com um povo rebelde, antes queseu povo fosse espalhado numa dispersão comparada coma qual o exílio de setenta anos podia parecer de poucos

    dias.

    Modos de agir.

    Podemos contemplá-lo no seu serviço, dando asua mensagem nos lugares públicos, nos átrios do templo,no palácio real, nas portas da cidade, nos dias de festa ou

     jejum, quando o povo da roça vinha à cidade para o culto(Jr 7.2; 17.19; 19.14; 22.1; 26.2; 35.2; 36.5,10).

    Vemo-lo empregando um simbolismo quenecessitava uma laboriosa viagem (Jr 13.1-7); deduzindouma lição de aviso ao ver o oleiro trabalhando com a suaroda (Jr 18.1), levando um grupo de anciãos para o vale deHinom1  e quebrando ali um vaso de barro para ilustrarquão facilmente Jerusalém podia ser destruída (Jr 19.1).

    Ele toma os recabitas e prova a sua lealdade ao preceito do Pai, para cont rastá-la com o desprezo de Israel para com a Lei de Deus (Jr 35.1).

     No últ imo sít io de Jerusalém, ele prova a suaconfiança no cumprimento das suas profecias de umarestauração final, por exercer seu direito, como parentemais próximo, de resgatar um campo em Anatote, onde,talvez, os caldeus estivessem nesse momento acampados(Jr 32).

    1  Vale situado a sudoeste de Jerusalém, entre a estrada que vai para Belém

    e a que vai para o mar Morto. Estava na divisa entre Judá e Benjamim (Js

    15.8). Ali se queimavam crianças no culto a Moloque (2Rs 23.10). Maistarde era lugar onde se queimava lixo. Geena é a forma grega do hebraicoge-hinom, que quer dizer “vale de Hinom”.  2

      Tribo Midianita que adorava o Deus verdadeiro. Eles viviam em ba rracase não tomavam bebidas a lcoólicas (Jr 35).  

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    Sua Missão

    Podemos reconhecer no caráter de Jeremias umaespecial aptidão para a sua missão. Aquele coração terno esimpático melhor podia sentir e expressar a inefáveltristeza divina sobre o povo culpado, esse amor eterno quenunca era mais forte do que no momento quando pareciatransformado em ira e vingança.

    A missão de Jeremias concernia não somente aIsrael, mas às nações; ele era o expositor do plano divino

    naquele século de convulsão e movimento. Seu serviçoha via de ser “arrancar e demolir, para derrubar e destruir”,mas também “para edificar e plantar” (Jr  1.10).Em outras palavras, para anunciar a remoção da ordem

    existente, para dar lugar à outra.

    O Cumprimento das Profecias de Jeremias

    Se perguntarmos como as profecias de Jeremiastêm sido cumpridas, podemos primeiramente apontar pararestauração dos judeus à sua própria terra depois doCativeiro. E se esse fraco grupo de exilados voltados, quedificilmente durante os séculos se manteve em face dosvizinhos inimigos, parece uma insignificante realizaçãodos brilhantes quadros de prosperidade.

    Que diremos? De um lado a incredulidadehumana impedia o desenvolvimento do propósito divino,de maneira que Deus não podia (digamo-lo comreverência) cumprir toda a sua vontade. Toda a profecia écondicional, como Jeremias mesmo repetidas vezes afirma.Do outro lado, não é assim que Paulo ensina que nãodevemos presumir que os propósitos de

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    Deus referente a Israel já tenham recebido um completocumprimento? Não podemos dizer dogmaticamente como,quando ou onde, mas ainda esperamos a consolação de

    Israel.“Minhas irmãs e meus irmãos, quero que vocês

    conheçam uma verdade secreta para que não pensem que são muito sábios . A verdade é esta: A teimosia do povo de Israel não durará para sempre, mas somente até que onúmero completo de não-judeus venha para Deus   (Rm11.25 - BLH)”.  

    Mas se nos parece que falta alguma coisa no

    cumprimento das promessas da restauração de Israel, émuito diferente com essas outras bem características

     profecia s de Jer emias.A Nova Aliança tem sido estabelecida na

    dispersão espiritual do evangelho, numa lei escrita peloEspírito nos corações dos homens; e, na nova revelação, osmeios de perdão e purificação têm sido fornecidos edeclarados aos homens.

     Na encarnação, Deus veio habit ar ent re oshomens de maneira muito mais íntima do que Jeremias

     podia ter ant ecipado. Tudo, e mais do que tudo doessencial espírito do justo Renovo cumpre-se em Cristo, overdadeiro herdeiro da linhagem de Davi. Nele ficademonstrado o profundo sentido do nome de Deus comincessante intercessão.

    Para Ele todas as nações são congregadas, e suaIgreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que enchetudo, é a atual testemunha ao mundo (infelizmente commuitos defeitos e fracassos!) da verdade que Ele revelou:“O Senhor é a nossa justiça  

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    Questionário

    ■  Assinale com “X” as alternativas corretas  

    6.  Reis da época de Jeremiasa)  Roboão, Abias, Asa e Josafá

     b)  Jeorão, Acazias, Joás e Amaziasc)  Jotão, Acaz, Ezequias e Manassésd)   Josias, Jeoacaz, Jeoaquim e Zedequias

    7.  Quanto a Jeremias é incoerente afirmar quea)  Sua mensagem era de paz, consolação e renovação

     b)  Como Amós e Oséias, ele baseou seu ensino sobre arelação de Jeová a Isr ael

    c)  Como Oséias, emprega as figuras de matrimônio efiliação para descrever a intimidade da relação deIsrael a Jeová

    d)   Era sacerdote, e a sua morada era em Anatote, umaaldeia próxima a Jerusalém

    8. A missão de Jeremiasa)  Concernia somente a Israel, não às nações

     b)  Era ocultar o plano divino naquele século deconvulsão e movimento

    c)  Era somente: “arrancar e demolir, para   derrubar edestruir” 

    d)   Era anunciar a remoção da ordem existente, paradar lugar à outra

    ■  Marque “C” para Certo e “E” para Errado  

    9. O ministério de Jeremias foi um prolongadomartírio, até mesmo sua própria família o perseguia

    10.  Jeremias já tinha uma idade avançada quando “a   palavra de Jeová veio a ele”, por ém, nã o titubeou  

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    Lição 3

    O Livro de Lamentações

    Lamentações

    Autor: Jeremias.Data: Cerca de 586 - 585 a .C.

    Tema: Tristeza Presente eEsperança Futura.

    Palavras-Chave: Dificuldades,

    Angústia, Pecado, Oração.Versículo-chave: Lm 1.1

    O título mais completo, “As Lamentações deJeremias” é encontrado nos manuscritos gregos e naSeptuaginta. Mas, o Talmude e os escritores rabínicos sereferem a ele simplesmente como “Lamentações” ( qinoth)ou “Como!” ('ekhah), a palavra inicial no hebraico.

    O título deste livro deriva-se do subtítulo dasversões grega e latina do Antigo Testamento - “AsLamentações de Jeremias”. O Anti go Testamento hebraicoo inclui como um dos cinco rolos (juntamente com Rute,

    Ester, Eclesiastes e Cantares) da terceira parte da Bíbliahebraica, os hagiógrafos (“Escritos Sagrados”). Cada umdesses cinco livros era tradicionalmente lido num eventodeterminado do ano litúrgico judaico.

    Este se lia no nono dia do mês de abe (meadosde julho/agosto), quando, então, os judeus relembravam adestruição de Jerusalém.

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    A Septuaginta colocou Lamentaçõesimediatamente após o profeta Jeremias, onde aparece namaioria das bíblias de hoje.

    Cada uma das cinco lamentações é completa emsi mesma:■  1ª lamentação (cap. 1). Descreve a devastação de

    Jerusalém e o lamento do profeta sobre ela, ao clamara Deus com alma angustiada. Às vezes a sualamentação é personificada, como se fosse a da

     própria Jerusalém (Lm 1.12-22).■  2

    a  lamentação (cap. 2). Jeremias descreve a causadessa devastação como. resultado da ira de Deuscontra um povo rebelde que se recusou a arrepender-se. O inimigo de Judá foi o instrumento do juízo deDeus.

    ■  3a  lamentação (cap. 3). Exorta a nação a lembrar- seque Deus realmente é misericordioso e fiel e que Eleé bom para aqueles que nEle esperam.

    ■  4a

      lamentação (cap. 4). Reitera os temas dos trêsanteriores.■  5a  lamentação (cap. 5). Após a confissão do pecado

    e da necessidade de misericórdia de Judá, Jeremias pede que Deus restaure seu povo ao favor divino.

    As cinco lamentações do livro, quecorrespondem aos cinco capítulos, têm vinte e doisversículos cada (exceto o capítulo 3, que tem vinte e dois

    multiplicados por três: ou seja, sessenta e seis versículos);vinte e dois é a quantidade de letras do alfabeto hebraico.Os quatro primeiros poemas são acrósticos alfabéticos,isto é, cada versículo (ou no capítulo 3, cada conjunto detrês versículos) começa com uma letra diferente doalfabeto hebraico, de modo sucessivo, de  Alefe a Tau. 

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    Essa estrutura alfabética, além de ser uma ajuda paraa memória, realiza duas coisas:

      Transmite a idéia, de que as lamentações sãocompletas e abrangem tudo, desde A até Z ( Álefe a Tau). 

      Pressupõe que o profeta se proíbe decontinuar com prantos e gemidos intermináveis. Oslamentos chegam ao fim, assim como algum dia ochegaria para o exílio e a reedificação de Jerusalém.

    Jeremias escreveu uma série de lamentações a fim deexpressar sua intensa tristeza e dor emocional por causada trágica devastação de Jerusalém, que compreende:

      A queda humilhante da monarquia e do reinodavídicos;

      A destruição total dos muros da cidade, dotemplo, do palácio real e da cidade em geral;

      A lamentável deportação da maioria dossobreviventes para a distante Babilônia.

    “Jeremias  ficou sentado chorando, elamentou sobre Jerusalém com esta Lamentação ”, diz umsubtítulo do livro na Septuaginta e na Vulgata Latina. Nolivro, a mágoa do profeta jorra como a de um enlutado nosepultamento de um amigo íntimo que teve morte trágica.

    As lamentações reconhecem que a tragédia erao juízo divino contra Judá pelos longos séculos derebeldia contra Deus. Chegara o dia da prestação de

    contas, e foi