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As novas tecnologias na aprendizagem de pessoas com necessidades educativas especiais

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As novas tecnologias na aprendizagem de pessoas com necessidades educativas especiais

Professora Ana Nicolaça Monteiro

As novas tecnologias na aprendizagem de pessoas com necessidades educativas especiais

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As novas tecnologias na aprendizagem de pessoas com necessidades educacionais especiais 3

Recursos de tecnologia assistiva 10

Ampliando as possibilidades com o uso da Comunicação Alternativa (CA) 12

Referências bibliográficas 17

SUMÁRIO

As novas tecnologias na aprendizagem de pessoas com necessidades educativas especiais

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AS NOVAS TECNOLOGIAS NA APRENDIZAGEM DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Fonte: http://escadaparaaeducaoinclusiva.blogspot.com.br/2012/05/aniversario-do-bloggerparabens.html.

As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, linguísticas ou outras. Neste conceito devem incluir-se crianças com deficiência ou superdotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações imigradas ou nômades, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais (Declaração de Salamanca, UNESCO, 1994).

Comunicar-se é uma ação fundamental quando pensamos na vida em sociedade. Comunicação compreende a capacidade de falar de diversas maneiras (figuras, gestos, escrita, expressões faciais etc.). O processo de comunicação em sociedade é reconhecido como primordial porque envolve a compreensão de mensagens e a expressão de desejos, necessidades, solicitações etc. entre as pessoas que compartilham de um mesmo convívio.

A linguagem oral é reconhecida como o meio de comunicação mais utilizado pelas pessoas, mas algumas, por diversos fatores (físicos, neurológicos, emocionais e cognitivos), não podem fazer uso dela.

A ausência da comunicação oral pode resultar em problemas de interação social e de aprendizagem. Nesses casos, além de inúmeros outros, pode-se empregar a comunicação alternativa com o intuito de facilitar as ações das pessoas com distúrbios da comunicação expressiva e/ou da compreensão.

Muito se fala no uso de tecnologias na área da educação, mas será que tais recursos são utilizados adequadamente?

O que é tecnologia assistiva?

Para Bersch (2008), tecnologia assistiva é um termo novo utilizado para identificar vários recursos e serviços que podem proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência. Com eles, é possível promover inclusão social e situações de vida independente.

Para o Comitê de Ajudas Técnicas (BRASIL, 2007c):

Tecnologia Assistiva é considerada uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.

O uso da tecnologia assistiva possibilita a participação de pessoas com dificuldades de aprendizagem, deficiências e mobilidade reduzida em práticas diversas que nem sempre são realizadas por falta de recursos adequados.

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A tecnologia assistiva é organizada em algumas categorias, considerando a ISO 9999/2002 como classificação internacional de recursos.

Auxílios para a vida diária e vida prática

Materiais e produtos que promovem a autonomia e a independência em tarefas diárias. Podem, também, facilitar o cuidado de pessoas em situação de necessidade de auxílio em algumas atividades (vestir-se, cozinhar, alimentar-se, tomar banho etc.).

Talheres modificados e suportes para utensílios. Fonte: http://tecassistiva.blogspot.com.br/2011/06/categorias-de-tecnologias-assistivas.html.

Roupas desenhadas para facilitar o vestir e o despir. Fonte: http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com.br/2010/01/o-que-e-tecnologia-assistiva.html.

Abotoadores. Fonte: http://www.mnsuprimentos.com.br/menu/?p=450#2.

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Barras de apoio. Fonte: http://www.simplesdecoracao.com.br/cuidados-com-o-idoso-no-design-de-interiores-e-arquitetura-2/.

CAA - comunicação aumentativa e alternativa

A comunicação aumentativa e alternativa destina-se às pessoas sem fala ou escrita funcional ou, ainda, em situações de dificuldade entre uma necessidade comunicativa e a habilidade em falar e/ou escrever.

As pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são recursos utilizados em situações nas quais a pessoa precisa expressar desejos, sentimentos, questões e entendimentos.

Conheça um pouco mais sobre esses sistemas nos links:

BLISS: http://www.redetec.org.br/inventabrasil/bliss.htm.

PCS: http://www.assistiva.com.br/ca.html#pcs.

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Fonte: http://www.comunicacaoalternativa.com/media/capa/ComoEstou.jpg.

Os vocalizadores (pranchas com produção de voz) e o computador com softwares específicos possibilitam a função comunicativa.

Fonte: http://especialid.blogspot.com.br/2009/09/caa-comunicacao-aumentativa-e.html.

Fonte: http://arivieiracet.blogspot.com.br/2011/03/plano-de-aee-e-propostas-de-intervencao.html.

Recursos de acessibilidade ao computador

Os recursos de acessibilidade ao computador são um conjunto de hardware e software elaborado para tornar o computador acessível às pessoas que apresentam privações motoras e sensoriais. Por exemplo: teclados e mouses modificados (com acionadores variados); ponteiras de cabeça; softwares de reconhecimento de voz.

Fonte: http://www.tecnologiaoutonal.com.br/2010/08/20/3%C2%BA-congresso-muito-especial-de-tecnologia-assistiva/.

Existem os “equipamentos de saída”, como síntese de voz, softwares leitores de texto (OCR), impressoras Braille, monitores diferenciados, teclados e mouses adaptados ou utilizados por movimento e cabeça, órteses para digitação e tela sensível ao toque.

Fonte: http://www.tecnologiaoutonal.com.br/2010/08/20/3%C2%BA-congresso-muito-especial-de-tecnologia-assistiva/.

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Fonte: http://maonarodablog.com.br/tags/adaptacoes/.

Sistemas de controle de ambiente

Utilizados por pessoas com limitações motoras, os sistemas de controle remoto servem para ligar, desligar e ajustar as funções de aparelhos eletroeletrônicos. O controle pode ser elaborado de forma a ser acionado por comando de voz, sopro, piscar de olhos, tração e pressão.

Projetos arquitetônicos para acessibilidade

Hoje, projetos arquitetônicos podem garantir acesso, funcionalidade e mobilidade a pessoas em diferentes condições sensorial e física.

Adaptações estruturais são necessárias em casas, ambientes de trabalho e espaços de convívio social (mobiliário, rampas, adaptações em banheiros, elevadores etc.) que precisam eliminar ou reduzir as barreiras físicas.

Móveis com altura para pessoas em cadeira de rodas. Fonte: http://www.bengalalegal.com/apartamento-adaptado.

Órteses e próteses

As próteses são peças artificiais utilizadas em partes ausentes do corpo. As órteses garantem um posicionamento adequado aos segmentos corporais. São confeccionadas sob medida. Podem ser utilizadas em funções manuais, como a escrita, a digitação, o manejo de objetos (talheres, itens para higiene pessoal etc.).

Fonte: http://www.ortopedicoshop.com.br/ecommerce_site/produto_9795_3897_Splints-Adaptacoes-B316.

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Uso de órteses como “anéis” para os dedos hipermóveis. Fonte: http://sindromedeehlersdanlos.blogspot.com.br/2008/08/criana-com-sndrome-de-ehlers-danlos.html.

Órtese em um braço para manejar um lápis. Fonte: http://astecnologiasnaeducaoespecial.blogspot.com.br/2011/05/orteses-e-proteses.html.

Adequação postural

As pessoas precisam de segurança para realizar as tarefas diárias sem ter medo de cair ou preocupação com o desconforto.

Pessoas em cadeiras de roda passam muito tempo em uma mesma posição e, por isso, precisam de assentos e encostos adequados às suas medidas. Na adequação postural, os recursos devem promover conforto às pessoas em diversas situações (deitadas, sentadas ou em pé).

Os estabilizadores ortostáticos e as almofadas de leito podem atender a tais necessidades de adequação postural.

Mesa ortostática. Fonte: http://gabryelmarcelino.blogspot.com.br/2010/08/mesa-ortostatica.html.

Auxílios de mobilidade

Alguns equipamentos podem auxiliar na melhoria da mobilidade pessoal. São eles: andadores, bengalas, muletas, carrinhos e cadeiras de rodas (manuais ou motorizadas), scooters e outros veículos adequados.

Scooter. Fonte: http://www.francoortopedia.com.br/produtos/sgrd/375801.jpg.

Auxílios para cegos ou para pessoas com visão subnormal (baixa visão)

Os equipamentos para o auxílio de pessoas cegas ou com baixa visão devem garantir a independência delas na realização de várias tarefas, por exemplo: usar calculadora, verificar as horas em um relógio, escrever (com ou sem auxílios ópticos, lentes, lupas e telelupas).

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Celular para quem tem baixa visão. Fonte: http://www.pautas.incorporativa.com.br/a-mostra-release.php?id=1042.

Lupas. Fonte: http://www.centrocelpro.com.br/baixa_visao.htm.

Jogo de xadrez para cegos. Fonte: http://voxelshow.com.br/index.php/site/view/25_premio_design_do_mcb.

Fita métrica em Braille. Fonte: http://tantoslivros.blogspot.com.br/2011/03/acessibilidades-visita-ao-intermarche.html.

Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo

Os auxílios para pessoas com surdez ou déficit auditivo são apoios compostos por vários equipamentos, por exemplo: sistemas de alerta tátil-visual, aparelhos para surdez, celulares com chamadas por vibração e mensagens escritas, telefones com teclado-teletipo (TTY) etc.

Telefones com teclado — teletipo tty

Telefones com teclado-teletipo (TTY). Fonte: http://www.aguasdelindoia.sp.gov.br/site/imagens/uploads/telefonenet.JPG.

Adaptações em veículos

As adaptações em veículos não só atendem à necessidade de manejo dos recursos básicos de um carro como facilitam o embarque e o desembarque

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em diversos tipos de veículos por meio de elevadores e rampas.

Fonte: http://autos.novidadediaria.com.br/curiosidades/carros-adaptados-para-deficientes.

Conclusão

A tecnologia assistiva deve ser vista como um recurso para facilitar as ações da pessoa com deficiência que apresenta dificuldades na realização da forma autônoma das funções cotidianas.

Vários profissionais poderão compor a equipe de serviços relacionados a ela, como educadores, psicólogos, terapeutas, fonoaudiólogos, médicos, assistentes sociais, arquitetos, designers, engenheiros etc. O planejamento realizado por essa equipe deverá favorecer o processo de ensino e aprendizagem, mas isso só será possível se o usuário participar ativamente, já que é necessário identificar o contexto e as necessidades funcionais da pessoa que utilizará os recursos.

RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

Uma notícia publicada na revista Sentidos (http://revistasentidos.uol.com.br/inclusao-social/65/artigo224408-2.asp) destacou a proposta do MEC que ofereceu recursos de tecnologia assistiva para escolas interessadas em aprimorar a inclusão e o conhecimento de alunos com deficiência.

Excerto da notícia:

A sala pode atender, além de alunos com deficiência, aqueles que possuem altas habilidades (superdotação), dislexia, hiperatividade e déficit de atenção. Há uma lista de 42 itens para a formação dos recursos multifuncionais, que compreendem de jogos pedagógicos a lupas eletrônicas, para pessoas de baixa visão.

Para estudantes com deficiência física

Foi apresentado teclado com colmeia, que consiste em uma placa sobressalente de acrílico com furos. Essa placa é incorporada ao teclado convencional e permite que a pessoa digite uma tecla por vez.

Fonte: http://www.galvaofilho.net/assistiva/Mascar2g.htm.

O plano inclinado é um suporte que serve para encaixar o livro sobre uma mesa ou superfície plana. Possibilita o processo de leitura sem o auxílio de outra pessoa.

Fonte: http://assistiva.mct.gov.br/catalogo/plano-inclinado-com-garras.

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Dois computadores, sendo um deles notebook, são disponibilizados por sala, segundo a proposta do MEC. Os equipamentos contêm recursos de adaptação e trazem junto uma TV LCD que permite ao aluno o acompanhamento da atividade.

Para as crianças com baixa visão ou cegueira

A impressão em Braille permite que todo o material digitado pelo professor seja lido pelos alunos com deficiência visual.

Fonte: http://www.pucminas.br/nai/imagens/gerais/imagem_braile_impressao.jpg.

O globo terrestre tátil apresenta os traços dos territórios e os pontos importantes em alto relevo, permitindo que o usuário tenha a ideia de dimensão.

Fonte: http://www.aerorig.com.br/pedagogico.htm.

O soroban é utilizado para efetuar qualquer tipo de cálculo matemático. Considerado uma espécie de

ábaco, é retangular, com hastes verticais que são preenchidas por elementos móveis (bolinhas).

Fonte: http://caetanistas78.blogspot.com.br/2011_10_01_archive.html.

É importante lembrar que a confecção do material em relevo nem sempre é suficiente para promover a aprendizagem. Muitos cegos e deficientes visuais encontram dificuldade durante o processo de apropriação do que é transmitido.

Fique atento à aquisição e à elaboração dos materiais em relevo. Apresente atividades e sempre considere a opinião do usuário. Isso permitirá que o material seja reestruturado para atender às necessidades específicas de cada pessoa.

Para alunos com deficiência intelectual, na fala, autismo, síndrome de Down e surdos

Os softwares de comunicação aumentativa e alternativa utilizam símbolos que possibilitam a elaboração de painéis de comunicação. Estes podem ser utilizados no computador, que, durante a seleção de uma figura (por meio do teclado), emite uma voz gravada ou sintetizada. Outro recurso encontrado é o teclado digital personalizado em cores e tamanhos.

Jogos, por exemplo, dominós de associação (ideias e de frases), peças de Lego, dominós de animais e frutas em Libras, também são utilizados.

O esquema corporal – uma espécie de quebra-cabeça com peças em formato de partes do corpo humano - existe em papel e em bonecos.

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AMPLIANDO AS POSSIBILIDADES COM O USO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA (CA)

Uma forma de garantir a acessibilidade comunicativa a essa população consiste no emprego dos recursos de comunicação alternativa. A Comunicação Alternativa - CA é uma das áreas da TA que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Busca então, através da valorização de todas as formas expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios desta metodologia, construir e ampliar sua via de expressão. (Fonte: http://www.bengalalegal.com/ca-comunicacao-alternativa).

A comunicação alternativa pode integrar recursos (pranchas, livro de comunicação, álbum, computador, Eyegaze1, comunicador etc.), símbolos (gráficos, gestos, sinais, vocalização, fotos e objetos), estratégias (imitação e faz de conta) e técnicas (segurar, escanear códigos, apontar com as mãos ou olhos etc.).

Para Manzini (2006), a definição do termo “comunicação alternativa” é discutida por alguns autores com ressalvas sobre a terminologia, entendida como se a fala pudesse ser substituída. Um termo indicado para evitar tal confusão seria “comunicação suplementar” ou “comunicação ampliada”. De qualquer forma, o uso desse recurso é adotado como “apoio suplementar à fala”.

A utilização do recurso não pode substituir a fala, mas deve contribuir com ações que garantam a comunicação por meios alternativos. Manzini (2006) ainda discorre sobre dois objetivos referentes à comunicação alternativa: o de promover e suplementar a fala e o da necessidade de garantir 1 “O Sistema Eyegaze™ habilita as pessoas a se comunicarem com o mundo usando apenas o movimento de seus olhos. Simplesmente por olhar para as teclas do controle exibido em uma tela por uma fração de segundo, os usuários podem executar uma grande variedade de funções, incluindo a síntese de voz, controle ambiental (controle de luzes e eletrodomésticos), e de digitação.” (Fonte: http://www.tectivabrasil.com/produtos_eyegaze.html).

uma maneira alternativa de comunicação a uma pessoa que não começou a falar.

A comunicação alternativa apresenta, ainda, duas subdivisões: comunicação apoiada e comunicação não apoiada.

A comunicação apoiada, para Manzini (2006), engloba as formas de comunicação que possuem expressão linguística na forma física e fora do corpo do usuário (como pranchas de comunicação com fotografias, objetos reais, miniaturas de objetos, sistemas computadorizados e outros símbolos gráficos).

Alguns usuários, por terem dificuldades motoras, precisam dos chamados “recursos adaptados”, conhecidos como “recursos de comunicação apoiada”. Essas pessoas dependerão também de alguém para selecionar e indicar os estímulos que serão interpretados. Por exemplo: um aluno que precisa de alguém para manusear um material confeccionado apontando figuras e fotos para se comunicar.

Na comunicação não apoiada, a pessoa utiliza-se de sinais, piscar de olhos, movimentos corporais, gestos para indicar “sim” ou “não”. As expressões são produzidas pelo próprio usuário com ações que não dependem de outra pessoa.

Capovilla (2001) define sistemas suplementares e/ou alternativos de comunicação como um conjunto de elementos organizados com o intuito de sustentar a comunicação expressiva. Apresenta dois tipos, a saber: os sistemas sem ajuda (as mensagens são produzidas por um membro do corpo do indivíduo) e os sistemas com ajuda (quando o indivíduo precisa de algo exterior ao seu corpo para transmitir uma mensagem).

A escrita e a língua de sinais são utilizadas quando o aluno não consegue falar, mas as duas ações precisam de habilidades motoras. Por isso, nem todos conseguem utilizá-las.

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Alguns exemplos de comunicação alternativa:

Fonte: http://depalavraempalavrainclusao.blogspot.com.br/2011/06/o-que-e-comunicacao-alternativa.html.

Fonte: http://rededucacaosocial.blogspot.com.br/2011/06/o-que-e-um-sistema-de-simbolos-graficos.html.

Fonte: http://sindromedosanjos.blogspot.com.br/2012_03_01_archive.html.

Fonte: http://construireincluir.blogspot.com.br/2011/06/comunicacao-alternativa-e-metodo-teacch.html.

Escolha do sistema

Meios alternativos para comunicação devem oferecer condições desejáveis para o aluno. É primordial estabelecer quais os tipos de estímulos que esse sistema deverá conter:

- O sistema utilizará objetos concretos?

- Ele será composto por fotografias, figuras ou desenhos?

- Terá como base um sistema de símbolos gráficos (pictográficos, ideográficos ou aleatórios)?

- O sistema será combinado?

- A ortografia será utilizada?

- O sistema será composto por sinais gestuais?

Os questionamentos apresentados são apenas possibilidades, por isso é importante que os avaliadores verifiquem como o usuário reage diante dos recursos em situações reais.

Para avaliar o aluno e a situação na qual o sistema será utilizado, deve-se verificar:

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1. As habilidades físicas do usuário: acuidade visual e auditiva; habilidades perceptivas; fatores de fadiga; habilidades motoras tais como preensão manual, flexão e extensão de membros superiores, habilidade para virar páginas.

2. As habilidades cognitivas: compreensão, expressão, nível de escolaridade, fase de alfabetização.

3. O local onde o sistema será utilizado: casa, escola, comunidade.

4. Com quem o sistema será utilizado: pais, professores, amigos, comunidade em geral.

5. Com qual objetivo o sistema será utilizado: ensino em sala de aula, comunicação entre amigos.

É indicado um levantamento das habilidades já existentes e do potencial do aluno. De posse da avaliação, será possível elaborar o recurso a ser utilizado.

Observação: Para realizar o mapeamento, será necessária a participação do professor, da família, do fonoaudiólogo e, se possível, de uma equipe multidisciplinar.

Com os dados obtidos na avaliação, será possível pensar em qual será a forma, se deve conter vocabulário específico, se será utilizado em sala ou em outros espaços, se o vocabulário será composto com figuras ou mesmos objetos, letras e palavras (MANZINI, 2006).

Desenvolvimento das ajudas técnicas

Manzini (2006) detalha cada etapa do processo de desenvolvimento das ajudas técnicas da seguinte forma:

É possível ilustrar e animar as situações destacadas nos quadros abaixo?

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Fonte: Adaptado de Manzini (2006).

As discussões e as propostas foram apresentadas com o intuito de orientar os profissionais da educação na localização, análise e sistematização de informações e soluções que possibilitem a utilização de diversos objetos no processo de ensino e aprendizagem de pessoas com necessidades educacionais especiais, atentando ao fato de que cada caso deve ser analisado diante das necessidades específicas de cada pessoa e de cada contexto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AINSCOW, M.; PORTER, G.; WANG, M. Caminhos para escolas inclusivas. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1997.

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: CEDI - Centro Especializado Em Desenvolvimento Infantil, 2008.

CAPOVILLA, Fernando C. Comunicação alternativa: modelos teóricos e tecnológicos, filosofia educacional e prática clínica. In: CARRARA, Kester (org.). Educação, universidade e pesquisa. Marília: Unesp-Marília-Publicações; São Paulo: Fapesp, 2001. P. 179-208.

CAPOVILLA, Fernando C. et al. Home use of a computerized pictographic-syllabic-vocalic AAC system in cerebral palsy: preliminary data. Proceedings of the 7th Biennial Conference of the International Society for Augmentative and Alternative Communication, Vancouver, Canada, 1996. P. 463-4.

BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Comitê de Ajudas Técnicas (CORDE/SEDH/PR). Ata da Reunião III, de abril de 2007a. Disponível em: http://www.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata%20III%2019%20e%2020%20abril2007.doc, acesso em: 2.jun.2012.

________. Ata da Reunião V, de agosto de 2007b. Disponível em: http://www.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_V_CAT1.doc, acesso em: 2.jun.2012.

________. Ata da Reunião VII, de dezembro de 2007c. Disponível em: http://www.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_VII_Reunião_do_Comite_de_Ajudas Técnicas.doc, acesso em: 2.jun.2012.

MANZINI, Eduardo José. Portal de ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógico especial para educação,

capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: recursos para comunicação alternativa. 2ª ed. Brasília: MEC; SEESP, 2006. 52 p. Ilustrado.