Professor Edley . Expansão Européia e Conquista da América.
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Estado Moderno
Uma série de condições que podem ser vinculadas à desestruturação do Feudalismo concorreu para isso, tais como:
– As revoltas camponesas contra a exploração feudal;
– O desenvolvimento do comércio e ascensão da Burguesia;
– O enfraquecimento do Poder da Nobreza Feudal.
Portugal
Revolução de Avis
Em 1383, com a morte do Rei D. Fernando, que não deixou sucessor do sexo masculino, a Dinastia de Borgonha chegou ao final.
A Rainha, D. Leonor Teles, assumiu o poder como Regente e estava disposta a entregar o Trono Português à sua Filha Beatriz, casada com o Rei de Castela.
Comerciantes e Banqueiros interessados na atividade marítima não concordavam com a anexação do País ao Reino de Castela, pois queriam Preservar a Independência Política de Portugal sob o comando de um Rei que apoiasse o Crescimento Comercial.
Com tal objetivo, esses grupos uniram-se em torno de D. João, irmão bastardo do Rei falecido, para torná-lo Soberano e Lutar contra as intenções do Rei de Castela.
Como D. João era também Mestre da Ordem da Cavalaria de Avis, esse movimento ficou conhecido como Revolução de Avis.
Expansão Marítimo-Comercial
Como o Tráfego Marítimo-Comercial pelo Mar Mediterrâneo era controlado por Gênova e Veneza, restava aos Portugueses uma alternativa para chegar ao Mercado Oriental – as Índias:
Encontrar um caminho para o Oriente pelo Oceano Atlântico, tendo como base os Projetos de alguns navegadores da época.
Desse modo, teve início o período das Grandes Navegações – termo usado para designar o ciclo de viagens marítimas de longa distância realizadas pelos Europeus, principalmente Portugueses e Espanhóis –, que expandiram os limites do Mundo Conhecido pelas sociedades européias até então.
Elas desconheciam terras como a América, a Oceania e grande parte da África e da Ásia.
Conheciam parcialmente o Oceano Atlântico e desconheciam os Oceanos Pacífico e Índico.
O Que São Especiarias
A palavra Especiaria deriva do Latim Especia, que significa “substância ativa e valiosa”.
As Especiarias eram utilizadas principalmente em remédios, perfumes, temperos e conservação de alimentos.
Muitas regiões agropastoris da Europa sofriam com a falta de forragem de inverno (folhas e grãos) para alimentar o gado.
Assim, grande quantidade de animais era abatida no outono, a sua carne tinha de ser conservada para o consumo até o inverno seguinte.
Disso decorria a valorização dos condimentos, pois conservavam a carne e melhoravam seu sabor e aroma.
Além das Especiarias, usava-se o Sal, que era o conservante mais barato e comum.
Os Grandes Riscos das Viagens
Nem tudo foi “um mar de rosas” na Era das Grandes Navegações. É preciso considerar as dificuldades e os riscos envolvidos nessas travessias intercontinentais pioneiras.
Durante o Século XV, como ainda não se tinha certeza sobre o tamanho e a forma exata do Planeta, quase todos tinham receio das longas viagens marítimas, inclusive pelo Oceano Atlântico conhecido na época como “Mar Tenebroso”. Além disso, fantasias e lendas criavam um clima de insegurança entre os marinheiros.
Entretanto, a possibilidade de enriquecimento e de ascensão social fazia com que muitos participassem das grandes viagens, mesmo temendo o mar. O tempo e a experiência marítima foram mostrando que muitos medos eram justificados (tempestades e naufrágios) e outros eram imaginários (monstros marinhos e abismos, por exemplo).
Por outro lado, a vida dos marinheiros nos navios nunca foi fácil. As acomodações eram imundas rústicas e apertadas, e as viagens longas e desconfortáveis. Muitos morriam de escorbuto, devido à escassez de legumes e verduras (fontes de Vitamina C) na alimentação.
Sobreviver a todas essas dificuldades era uma Façanha.
Navegações Portuguesas
Fases da Expansão
A conquista de Ceuta – um rico centro de negócios dominado pelos Muçulmanos – no Norte da África, em 1415, marca o início da Expansão Portuguesa.
Ela foi coordenada pelo Filho do Rei de Portugal, Infante D. Henrique (que ficou conhecido como D. Henrique, o Navegador).
Saqueada pelos Portugueses, Ceuta perdeu parte de sua importância como centro comercial, pois os Muçulmanos deixaram de abastecê-la.
– Périplo Africano
Com o aperfeiçoamento das Técnicas de Navegação, ao longo do Século XV os portugueses foram avançando pelo Atlântico, sempre contornando o Continente Africano, o que ficou conhecido como Périplo Africano.
Nesse percurso, iam estabelecendo feitorias, que serviam de entrepostos para a obtenção de produtos do seu interesse (ouro, sal, marfim e pimenta, entre outros produtos).
Navegações Portuguesas
Ao mesmo tempo, participavam da Escravização dos Africanos, que por vários séculos foram comercializados entre a África, a América e a Europa.
Assim, a Burguesia e a Coroa Portuguesa enriqueciam cada vez mais, financiando a continuidade do processo de expansão.
O quadro do próximo slide, indica os momentos mais importantes do processo de Expansão Marítima Portuguesa após a conquista de Ceuta e antes da chegada à América.
Navegações Espanholas
Colombo e a América
Depois disso, os Monarcas deram atenção aos planos do Genovês Cristóvão Colombo, que lhes apresentou um Projeto de Navegação para atingir às Índias.
Baseando-se na idéia de que a Terra era Esférica, Colombo pretendia atingir o Oriente dando a voltar em torno do Mundo, ou seja, partiria da Europa e seguiria em direção a Oeste.
Com Três Embarcações (Santa Maria, Pinta e Niña), cedidas pelos Reis Espanhóis, Colombo e sua tripulação partiram do porto de Palos, em 3 de Agosto de 1492.
Em 12 de Outubro, chegaram em Terras que pensavam ser as Índias.
Por isso, seus habitantes foram chamados de Índios.
Navegações Espanholas
Tratado de Tordesilhas
Após a chegada de Colombo à América, os Reis da Espanha apressaram-se em Garantir seus Direitos de Posse sobre a Nova Terra.
Para isso, pediram a Intervenção do Papa Alexandre VI (também Espanhol), uma autoridade respeitada entre os Reinos Católicos.
Assim, em 4 de Maio de 1943, por meio de um documento chamado de Bula Inter Coetera, o Papa estabeleceu que as terras que viriam a ser chamadas de América seriam divididas entre os Reis de Portugal e Espanha.
Um Meridiano (linha imaginária) situado a 100 Léguas a Oeste das Ilhas de Cabo Verde seria a linha divisória dessas terras:
Tudo o que estivesse a Oeste pertenceria à Espanha, e tudo o que estivesse a Leste pertenceria à Portugal.
Navegações Espanholas
Com base na Bula, os Espanhóis teriam assegurada a posse das Terras Americanas descobertas ou ainda por descobrir.
Restaria a Portugal posse das Terras Africanas.
Incomodado com a divisão estabelecida, o Governo português forçou a negociação de um novo acordo direto com a Coroa espanhola, conhecido pelo nome de Tratado de Tordesilhas, por meio do qual se deslocava a linha imaginária para 370 Léguas a Oeste das Ilhas de Cabo Verde.
Ratificado por ambas as partes, esse contrato novamente definia que as Terras a Oeste dessa linha pertenceriam à Coroa da Espanha, enquanto que as Terras a Leste seriam dos Reis de Portugal.
O “Mundo Descoberto” foi, assim, dividido entre Portugueses e Espanhóis.
Obviamente, outros Reis, com o da França e o da Inglaterra, não concordaram com essa divisão, conforme veremos mais adiante.
Referência Bibliográfica
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 1 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.
COLÔMBO, Cristóvão. Diários da Descoberta da América: As Quatro Viagens e o Testamento – Porto Alegre, L&PM, 1999.
BARRACLOUGH, Geoffrey (coord.). Atlas da Histórica do Mundo – São Paulo, Folha de São Paulo/Times Book, 1985.
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