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Forum Permanente de Magistério – O Estudante surdo e a Formação de Professores

Mesa redonda: “Igualdade de condições de aprendizagem: libras como língua de acesso ao currículo escolar”

Profa.Dra. Ivani Rodrigues Silva

CEPRE/FCM/UNICAMP

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Igualdade de condições de aprendizagem: libras como língua de acesso ao currículo escolar

A importância da escrita na escola não se resume apenas ao seu papel central no conteúdo de LP, mas permeia o ensino de outras disciplinas e é também a forma de avaliação privilegiada pela escola.

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“Igualdade de condições de aprendizagem: libras como língua de acesso ao currículo escolar

A ‘crise’não é privilegio deste grupo de alunos, mas para eles há uma situação mais complexa ainda:

1) Não reconhecimento dos surdos como parte de minorias lingüísticas e da necessidade de LIBRAS como língua comum entre professor ouvinte e aluno surdo;

2) Falta de material específico para o ensino de português como L2 para surdos.

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“Igualdade de condições de aprendizagem: libras como língua de acesso ao currículo escolar

O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Porto” –CEPRE

partindo de uma perspectiva educacional bilíngüe, oferece subsídios teóricos e práticos para professores da rede regular de ensino e alunos de graduação advindos de diferentes cursos como pedagogia, letras e lingüística;

Organiza cursos de língua de sinais ministrados por professores surdos e ouvintes, assim como encontros periódicos com professores da rede para formação docente.

2 disciplinas na grade do Curso de Fonoaudiologia que trata de aspectos da surdez.

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Nosso objetivo é contribuir para o estágio atual da discussão desencadeada tanto pelo impacto do decreto 5626 como pela política de inclusão que coloca o tema da surdez e escolarização em destaque e põe foco na necessidade de se pensar no ensino bilíngüe para surdos e na formação de professores.

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Apesar de tudo há “resistência” Ivani: Você gosta de deficiente auditivo? Eliana: é.. Ivani: Você gosta mais, né? Eliana: Sei lá, essa é uma palavra muito pesada, eu

não gosto dela [meio desconcertada] Ivani: O que você fala que seu filho tem...? Eliana: Ele tem deficiência auditiva, ah...esse

negócio de surdez é feio...surdo...(risos) É uma palavra muito pesada

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Luzia: Lá em casa o pai, também, muito de vez em quando tenta fazer um sinal e faz tudo errado e fica bravo se [alguém] corrige ele [...]

Roberto: Olha, para mim os sinais é uma ponte, mas não é a estrada...a estrada é a convivência e a verbalização...

Magda: É um incentivo, é verdade, mas não é tudo...

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Para focalizar esse tema elegemos um conceito que deve ser (re)pensado a fim de que se possa entender o diferente em toda a sua complexidade: o conceito de bilingüismo

O bilingüismo de minorias é sempre visto como um problema a ser erradicado, enquanto o que envolve línguas de prestígio é sempre visto positivamente.

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O bilingüismo de minorias é considerado um entrave:

A língua minoritária vai dificultar ou mesmo impedir a aquisição da língua de maior prestígio;

Temor da convivência entre duas línguas representaria sobrecarga ao cérebro provocando confusão mental e dificuldade de comunicação

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O bilíngüe não exibe comportamentos idênticos nas duas línguas;

A sua competência pode ser modificada a depender das necessidades impostas por sua história pessoal e pelas exigências de sua comunidade de fala;

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PRÁTICA DE LEITURA DE TEXTOS – cujo objetivo é levar o aluno surdo a ampliar a capacidade de leitura, assim como resgatar dentro do grupo a relatividade das leituras (intertextualidade);

PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS – cujo objetivo é possibilitar ao aluno surdo oportunidades significativas de produzir textos e lidar com as condições de produção da escrita (quando se escreve, para quem se escreve, o que se escreve, por que se escreve);

PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA - a partir das práticas de leitura e produção de textos, esse é o momento de instrumentalizar o aluno surdo para a produção e conseqüente auto-correção de seus textos, levando-o a familiarizar-se com as regras de convenções da escrita. (Geraldi, 1984)

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Considerações Finais:

A escola é reprodutora do que acontece no nível macro da sociedade e, como tal, toma a linguagem como um sistema homogêneo e deliberadamente dá as costas ao “híbrido’, ao diferente – o que favorece a exclusão e a rejeição da diferença e contribuí para a manutenção do estereótipo, sempre calcado na falta e na ‘deficiência’.

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A surdez tomada como ‘diferença visual’ (Skliar, 1998) provoca a emergência de uma escrita qualitativamente diferente daquela a qual estamos habituados e exige de todos nós um distanciamento maior daquela visão grafocêntrica da escrita (“o português surdo” para fazer uma analogia com o termo cunhado por Maher (1996) para salientar as diferenças entre o português padrão e o “português índio”

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A “oralidade” (Libras) do surdo na escrita do Português

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Figura 9: Escrita da receita de bolo

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Ao utilizar a escrita de outra forma o aluno surdo deixa sua marca de identidade (De Certeau, 2003:97) e mostra sua criatividade (as táticas) ao utilizar caminhos fora da ordem estabelecida (para o português, nesse caso) “embora tenham como material os vocábulos das línguas recebidas”.

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O que se pretendeu nesse texto não foi defender que o aluno surdo não precisa aprender a normal culta da LP, mas a necessidade de se compreender que as suas dificuldades (os “erros”) com o português escrito estão relacionadas: 1) tanto à maneira como são apresentados à escrita via escola (ensino monolíngüe em português); 2) quanto por lidarem com o português como segunda língua/língua estrangeira.

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Nos Programas do CEPRE há o empenho, desde a década de 90, para o fortalecimento de LIBRAS como língua de instrução do aluno surdo – promoção e difusão de LIBRAS para os familiares, para os professores de surdos da escola regular, para alunos de graduação, etc.

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Referências consultadas: Cavalcanti, M.C. (1999) – Estudos sobre Educação bilingue e

escolarização em contextos de minorias linguisticas no Brasil. In D.E.L.T.A., 15, pp385-417.

De Certeau, M (2003) – A invenção do cotidiano: 1. artes de fazer. Trad. Ephraim Alves. Petrópolis: Vozes.

Maher, T. (2007) – Do casulo ao movimento: A suspensão das certezas na educação bilingue e intercultural, Mercado de Letras, 2007.

Skliar, C.B. (1998) – Um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre. Mediação.

Silva, I.R. (2005) – As representações do surdo na escola e na família: entre a (in)visibilização da diferença e da ‘deficiência’. Tese de Dourotado. IEL/UNICAMP.

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Textos: LIBRAS como língua de partidaPortuguês como língua alvo

LIBRAS – ‘língua forte’ do aluno surdo (Hammel, 2004)

Curso de Libras para famílias, estagiários, alunos de graduação