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VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Diferencial no Ensino/Aprendizado: um Estudo Sobre o Projeto de Práticas Logísticas (PPL) da Faculdade de Americana e sua Relação com a Vivência Organizacional Prof. Marcos Jair Ribeiro Faculdade de Americana – FAM Prof. Eryvelton Baldin Faculdade de Americana – FAM RESUMO O presente trabalho procura mostrar como é necessário, nos dias atuais, um diferencial no ensino-aprendizagem dos cursos superiores. O curso superior de Tecnologia em Logística propõe-se a formar profissionais qualificados que tenham visão sistêmica e contingencial dos problemas que interferem na vida administrativa de uma empresa. Como objetivo, procurou-se evidências de que o Projeto oferece um diferencial para o aprendizado da aplicação na organização. Na revisão da literatura foram abordados assuntos como: processo de ensino-aprendizagem; gerenciamento da cadeia de suprimentos; conceitos de kaizen. O método empregado foi de pesquisa exploratória com aplicação de questionários em duas categorias de alunos: participantes pela primeira vez e os que já participaram de etapas anteriores. A pesquisa mostrou que, para 95% dos entrevistados, o PPL é uma ferramenta relevante na interface ensino-aprendizagem. Também, para cerca de 98% dos respondentes, foi constatado que o Projeto é um diferencial para o curso. A pesquisa mostra que podem-se estudar outros aspectos do Projeto e também outros trabalhos que possam ser implantados ou implementados. Palavras-chave: ensino-aprendizagem; visão sistêmica; práticas logísticas; ensino- administração; melhoria contínua. ABSTRACT This paper aims to show how, nowadays, it is necessary a differential in terms of teaching-learning of superior courses. The superior course of Technology in Logistics proposes to prepare qualified professionals that have global and systemic vision of the problems that interfere in the business life of a company. As an objective, we looked for evidences that the Project offers a differential for the learning of application in the organization. When we revised the literature, subjects such as teaching-learning process, supply chain management, concepts of kaizen were studied. The method we used was of explored research by applying questionnaires in two categories of students: the ones that participate for the first time and the ones that have already participated in previous phases. The research showed that, for 95% of the interviewees, the PPL is a relevant tool in the interface teaching-learning. Also, for about 98% of the repliers, it was found that the Project is a differential for the course. The research shows that other aspects of the Project can be studied and also other papers can be developed or implemented. Key-words: teaching-learning; systemic vision; Logistics Practices; teaching- management; continuous improvement.

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Diferencial no Ensino/Aprendizado: um Estudo Sobre o Projeto de Práticas Logísticas (PPL) da Faculdade de Americana e sua Re lação com a Vivência

Organizacional Prof. Marcos Jair Ribeiro Faculdade de Americana – FAM Prof. Eryvelton Baldin Faculdade de Americana – FAM

RESUMO O presente trabalho procura mostrar como é necessário, nos dias atuais, um diferencial no ensino-aprendizagem dos cursos superiores. O curso superior de Tecnologia em Logística propõe-se a formar profissionais qualificados que tenham visão sistêmica e contingencial dos problemas que interferem na vida administrativa de uma empresa. Como objetivo, procurou-se evidências de que o Projeto oferece um diferencial para o aprendizado da aplicação na organização. Na revisão da literatura foram abordados assuntos como: processo de ensino-aprendizagem; gerenciamento da cadeia de suprimentos; conceitos de kaizen. O método empregado foi de pesquisa exploratória com aplicação de questionários em duas categorias de alunos: participantes pela primeira vez e os que já participaram de etapas anteriores. A pesquisa mostrou que, para 95% dos entrevistados, o PPL é uma ferramenta relevante na interface ensino-aprendizagem. Também, para cerca de 98% dos respondentes, foi constatado que o Projeto é um diferencial para o curso. A pesquisa mostra que podem-se estudar outros aspectos do Projeto e também outros trabalhos que possam ser implantados ou implementados. Palavras-chave: ensino-aprendizagem; visão sistêmica; práticas logísticas; ensino- administração; melhoria contínua.

ABSTRACT This paper aims to show how, nowadays, it is necessary a differential in terms of teaching-learning of superior courses. The superior course of Technology in Logistics proposes to prepare qualified professionals that have global and systemic vision of the problems that interfere in the business life of a company. As an objective, we looked for evidences that the Project offers a differential for the learning of application in the organization. When we revised the literature, subjects such as teaching-learning process, supply chain management, concepts of kaizen were studied. The method we used was of explored research by applying questionnaires in two categories of students: the ones that participate for the first time and the ones that have already participated in previous phases. The research showed that, for 95% of the interviewees, the PPL is a relevant tool in the interface teaching-learning. Also, for about 98% of the repliers, it was found that the Project is a differential for the course. The research shows that other aspects of the Project can be studied and also other papers can be developed or implemented. Key-words: teaching-learning; systemic vision; Logistics Practices; teaching-management; continuous improvement.

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INTRODUÇÃO Nota-se, nos últimos anos, uma grande expansão de cursos de graduação

dentro das faculdades existentes e também a abertura de muitas novas Instituições de Ensino Superior (IES). Neste cenário os cursos precisam buscar diferenciais para que possam despertar o interesse nos alunos que passam a contar com um número maior de escolhas tanto de IES quanto de cursos.

Segundo dados o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) o Brasil contava, no ano de 2002, com 1.637 IES, esse número passou para 2.252 IES em 2008, com um crescimento de 37% no período. Já o número de cursos de educação tecnológica passou de 636, em 2002, para 4.355, em 2008, apresentando um crescimento de mais de 684%.

Por um lado parece que este movimento trouxe, para muitos, a oportunidade de ingressar em um curso superior, mas, por outro lado também parece ser nítido que traz uma redução no valor das mensalidades. E, como nos ensina Martins (2002), uma forma de oferecer um produto a um preço mais baixo é buscar uma modificação no projeto do produto ou no projeto do processo.

O processo de ensino, que corresponderia ao projeto do processo, não parece ter sofrido grandes transformações ao longo dos últimos anos. A destacar apenas pela evolução da tecnologia, mas que não chega a ser grandemente transformada, como pode-se notar nos escritórios empresariais. No processo de ensino/aprendizagem esta evolução tecnológica não oferece grandes transformações, pois ainda percebe-se a transmissão do conhecimento sendo feita com o uso do antigo e bom quadro de giz.

O aluno formado, que corresponderia ao produto, também não parece apresentar grandes diferenças nos últimos tempos. Sendo assim, parece ficar evidente que uma forma de diminuir o “valor de venda” dos cursos de ensino superior é oferecendo um processo diferenciado. Essa diferenciação vai depender do nível de inovação que cada curso, faculdade ou universidade tem condições de oferecer.

Com este estudo pretende-se buscar evidências de que o Projeto de Práticas Lógicas (PPL), adotado no Curso Superior de Tecnologia em Logística da Faculdade de Americana (FAM), contribui como um diferencial para o processo de ensino/aprendizagem do curso.

O trabalho está estruturado com uma introdução de forma a posicionar o leitor a respeito do tema proposto e a apresentação do Projeto bem como do curso onde o Projeto é aplicado. Em seguida, passou-se a elaboração do problema de pesquisa, objetivos e estabelecimentos das hipóteses e pressupostos. O tópico dois foi reservado para a revisão da literatura. No tópico três dedicou-se à explicação a cerca dos métodos utilizados no trabalho. Para os resultados foi reservado o tópico quatro. O último tópico ficou destinado às discussões dos resultados e considerações finais, bem como as limitações do estudo. 1.1 Apresentação do Projeto de Práticas Logísticas (PPL)

A dificuldade de aproximar o universo acadêmico/teórico do mundo real vem criando inúmeros impasses no processo de formação de profissionais altamente qualificados e; principalmente; preparados para as demandas do mercado de trabalho.

Uma das metodologias de ensino/aprendizagem que possibilita uma redução desta distância é a pesquisa de campo:

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A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. Ciência e áreas de estudo, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia Social, Psicologia da Educação, Pedagogia, Política, Serviço Social, usam freqüentemente a pesquisa de campo para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições, com o objetivo de compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade. Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento bibliográfico. Exige também a determinação das técnicas de coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão empregadas para o registro e análise. Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem predominantemente quantitativa ou qualitativa. Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente quantitativa, o pesquisador se limita à descrição factual deste ou daquele evento, ignorando a complexidade da realidade social (MARCONI e LAKATOS apud FRANCO, 1985, p. 35).

No primeiro semestre do Curso Superior de Tecnologia em Logística, os alunos são expostos à uma gama de disciplinas de caráter mais introdutório e básico, no entanto, já se deparam com disciplinas que fundamentam todo o trabalho que será desenvolvido ao longo dos demais semestres.

A partir do segundo semestre do Curso, os alunos começam a se deparar com disciplinas altamente técnicas cuja aplicabilidade e eficácia só podem ser compreendidas por completo através da observação no ambiente real de negócios.

Por meio do PPL procura-se buscar a integração destas disciplinas, ou seja, promover a interdisciplinaridade. Esta interdisciplinaridade será desenvolvida por meio do Projeto e contará com a carga horária atribuída para as disciplinas intituladas “Projeto Integrador I, II, III e IV” que totalizam 160 horas.

O PPL é desenvolvido com base em Pesquisa de Campo em que os alunos, orientados a trabalhar em equipes de, no máximo 8 integrantes, identificará uma empresa da região que possua a área de Logística organizada para proceder com os estudos práticos. A determinação da empresa objeto de estudo deve respeitar o prazo estabelecido no cronograma e ser oficializada através da entrega de um documento denominado “Anexo 1” devidamente preenchido ao professor coordenador do projeto. A empresa objeto de estudo apresentada pela equipe poderá receber ou não o deferimento do professor coordenador. Para esta decisão, este deverá avaliar a capacidade de a empresa possuir as atividades logísticas práticas que se pretende observar. O deferimento será evidenciado também neste documento intitulado “Anexo 1”.

O objetivo do projeto é dar ao aluno a capacidade de contrapor os conhecimentos adquiridos em sala de aula com as práticas organizacionais.

Ao longo de cada semestre, o professor titular de cada disciplina, evidencia os tópicos a serem desenvolvidos em suas aulas de acordo com seus planos de ensino previamente estabelecidos e disponibilizados no Portal Universitário que é a rede de Intranet da faculdade para a troca de informações entre professores e alunos. Estes tópicos são observados pelos alunos dentro da organização objeto da pesquisa. Subsídios legais são fornecidos aos alunos para que possam lograr êxito no contato com as empresas que serão os campos de pesquisa.

Por meio destes estudos os alunos têm a oportunidade do primeiro contato com as atividades logísticas dentro de seu contexto de utilização na prática. Como

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conclusão, as equipes elaboram e apresentam um documento que contém a pesquisa de campo documentada e analisada criticamente à luz dos conhecimentos bibliográficos.

De forma geral, o projeto procura explorar uma visão tanto macro como micro do processo logístico da empresa objeto do estudo. Desta forma, um mapeamento da Supply Chain Management – SCM (em Português, Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos), assim como um mapeamento dos fluxos de informação e de materiais da empresa é demandado.

No terceiro e quarto semestres, além do mapeamento logístico, os alunos trabalham no sentido de desenvolver uma análise das informações obtidas junto às empresas e sugerir Melhorias aos Processos (Kaizen). 1.2 Processo de Avaliação do PPL

O processo de avaliação do PPL dá-se em várias etapas interdependentes e que priorizam; em sua concepção; a interdisciplinaridade ao longo de todo o processo.

Durante o desenvolvimento do Projeto, ao longo dos quatro semestres letivos totalizando dois anos; os alunos são avaliados em uma série de momentos inter-relacionados. O processo de avaliação vem evoluindo ao longo dos semestres para poder atender cada vez mais às expectativas dos docentes e discentes em relação ao projeto.

Até junho de 2010 a Avaliação do Projeto se deu da seguinte maneira: 1. Ao longo do semestre letivo, os professores participantes do projeto são

orientados a solicitar; pelo menos uma vez ao final do primeiro bimestre; prévia do projeto. Por meio da avaliação desta prévia pretende-se acompanhar o andamento das atividades de pesquisa das equipes e iniciar as correções necessárias nos documentos apresentados do ponto de vista metodológico e técnico. Esta atividade é optativa pelos professores que podem julgar mais adequada a avaliação exclusivamente ao final do projeto, que culmina com a apresentação à Banca. Ou ainda, trabalhar em sala de aula periodicamente junto às equipes o que elimina a necessidade de solicitação de uma prévia do projeto. Os professores podem também considerar notas para a prévia, desde que esta nota tenha impacto exclusivamente no processo de avaliação da disciplina desse professor.

2. Ao final do período indicado no cronograma do projeto para a entrega dos mesmos, tem-se o seguinte processo de avaliação que divide-se entre apresentação e trabalho escrito:

A apresentação do projeto é realizada por todos os integrantes da equipe e possui um peso de 40% da média final do projeto. A nota de apresentação é aferida por meio da média aritmética simples obtida em relação às notas atribuídas pelos avaliadores presentes na Banca de Avaliadores.

São observados os seguintes itens na apresentação: a - qualidade do material utilizado na apresentação (cores, letras, formatação,

esquemas, entre outras); b - clareza e objetividade dos apresentadores; c - observação dos horários destinados a cada equipe (início e fim); d - domínio do assunto apresentado (exposição e respostas às perguntas dos

integrantes da banca).

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São atribuídas notas de um a 10 para cada item analisado (de “a” até “d”). A média das notas dos itens é considerada como a nota final dada pelo avaliador que vai compor a média geral, juntamente com os demais avaliadores.

O Projeto final é entregue impresso, aos professores das disciplinas envolvidas e para os integrantes da Banca de Avaliação e tem um peso de 60% da média final do projeto, para tanto:

a - 40% do peso são referentes às notas aferidas/atribuídas pelos integrantes das bancas e;

b - 20% referentes às notas atribuídas pelos professores das disciplinas envolvidas no projeto. Três dias antes do início das apresentações, os professores informam suas notas relativas aos projetos por meio de formulário específico e o Coordenador do Projeto computa as notas

1.2 O Curso Superior de Tecnologia em Logística da FAM.

O curso de Superior de Tecnologia em Logística da Faculdade de Americana teve início em janeiro de 2008 pelo ato legal de autorização Portaria MEC nº 556/07, publicado no Diário Oficial de 14 de novembro de 2007, com o conceito MB, sendo aprovadas 200 vagas. O curso funciona de segunda a sexta feira no período noturno, sendo oferecidas atividades teóricas e práticas em regime semestral com ingresso anual.

O quadro atual é de 200 alunos, distribuídos por períodos; com 116 alunos no primeiro período e 84 alunos no terceiro período.

O corpo docente atual conta com 11 professores sendo 20% doutores; 30% mestres e 50% de especialistas. Esses professores também contam com atividades profissionais ativa em empresas da região.

Apesar do grande potencial industrial, comercial e econômico a região da cidade de Americana, região metropolitana de Campinas, estado de São Paulo, carece de profissionais na área de tecnologia em logística para pequenas, médias e grandes empresas, públicas ou privadas. A proposta da criação do curso superior de tecnologia em Logística se deu devido à peculiaridade da região onde concentram-se em torno de 10% do PIB brasileiro onde estão presentes grandes empresas que operam com logística. Presentes nos setores de comercialização, de importação/exportação, hospitalar, industrial, grandes lojas de departamentos, e empresas prestadoras de serviços.

O curso superior de Tecnologia em Logística propõe-se a suprir essa lacuna e formar profissionais qualificados que tenham visão sistêmica e contingencial dos problemas que interferem na vida administrativa de uma empresa, optando pelas melhores alternativas táticas ou estratégicas para resolvê-los.

Como o curso é tecnólogo, de curta duração, não é previsto o tradicional trabalho de conclusão de curso (TCC), assim, o PPL torna-se uma espécie de TCC, inclusive pela exigência de submissão à banca examinadora. 1.1 Problema

Os alunos que participam do Projeto de Práticas Logísticas (PPL) têm melhores condições de aplicar os conceitos estudados em sala de aula em sua vivência organizacional? 1.2 Objetivos

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O presente tem como objetivo geral buscar evidências de que o Projeto de Práticas Logísticas (PPL) oferece um diferencial para o aprendizado e que este possa ser aplicado na vivência organizacional.

Como objetivos específicos do estudo pode-se relacionar: - Realizar levantamento de dados sobre o aprendizado alcançado com o PPL. - Entender a percepção dos alunos sobre os principais impactos que o projeto provoca. - Levantar os principais motivos que levam os alunos a participarem do projeto. - Avaliar a viabilidade (continuidade) do projeto. - Estimular a reflexão sobre o PPL e as constantes melhorias que devam ser implementadas.

1.3 Pressupostos e hipóteses

O estudo parte do pressuposto de que o PPL representa um diferencial no processo de ensino e aprendizagem conduzido pelo Curso Superior de Tecnologia em Logística da Faculdade de Americana (FAM). Uma hipótese para o pressuposto do diferencial citado é que existe uma certa facilidade proporcionada pelo PPL, para os alunos que participam do projeto, em aplicar os conceitos discutidos na sala de aula nas organizações das quais venham a fazer parte. 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Processo de ensino/aprendizagem

As pessoas diferenciam-se umas das outras e são diversas as variáveis, que, segundo Gil (2010), podem ser sexo, idade, estatura, peso estado civil, nível intelectual, expectativas profissionais, satisfação com o ensino. Dentro destas variáveis, pode-se dizer que a forma com que os alunos avaliam o Projeto de Práticas Logísticas pode variar em relação às variáveis apresentadas.

Para Lowman (2007), o ensino eficiente deve ser aquele em que o aprendizado ativo não se dá apenas com fatos básicos, teorias e métodos, mas também das relações entre os diferentes ramos do conhecimento.

Para Gil (2010), a simples aquisição de conhecimentos não é suficiente para que os propósitos dos cursos universitários sejam alcançados. Já que este é o objetivo mais importante dos cursos universitários. Para o autor, é necessário desenvolver o conhecimento por meio de atividades práticas e a universidade tem que proporcionar esta atividade aos seus alunos.

Continuando com o pensamento de Gil (2010), as aulas expositivas são importantes para alcançar muitos objetivos cognitivos dos cursos. Mas as aulas não se resumem só nestes objetivos de transmissão de algum conteúdo cognitivo, como também para o aprimoramento do conhecimento. Com isso, parte do aprendizado deverá ser compreendido com a pesquisa bibliográfica, outras leituras, resolução de problemas, redação, tarefas de observação e experiência prática.

Na mesma linha de pensamento, Lowman (2007, p. 213), afirma que “frequentar a aula é essencial para dominar o conteúdo universitário”, mas que grande parte do aprendizado acontece fora da sala de aula. Assim, para o autor, parte do aprendizado do aluno vem de suas leituras realizadas de maneira isolada, ou seja, sozinho.

Lowman (2007), afirma que a resolução de problemas pode contribuir para o alcance de muitos objetivos. Para o autor, as disciplinas como a Matemática, Física, Química, Engenharia e Informática, talvez até pelas próprias características, já

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propõem a resolução de problemas dentro das tarefas colocadas para os estudantes. Essa resolução ajuda para que o estudante compreenda de maneira mais eficiente os princípios gerais da disciplina. Com isso, favorece o aprendizado autônomo, a análise conceitual do problema, identificação de diferentes formas para encontrar a solução de um problema e a colocar em prática as soluções encontradas. Ainda, essa atividade pode estimular o desenvolvimento de atitudes como a busca e a habilidade para trabalhar com a ambiguidade, o medo e a ansiedade. Pode ainda contribuir para aumentar a confiança na capacidade de solucionar problemas, aumentar a disposição para aceitar novas percepções e até adiar julgamento. Portanto, para muitos estudantes, o problema pode ser a principal fonte de motivação para o estudo.

Lowman (2007), nos ensina que os estudantes não adquirem habilidades para solucionar problemas diretamente pela realização de exercícios ou por osmose e, assim, são necessárias práticas. Trabalhos escritos são requeridos na maioria das disciplinas dos cursos universitários, sobretudo nos de Ciências Humanas. Esses trabalhos, frequentemente, exigem muito esforço e garantem pouca satisfação tanto para os estudantes quanto aos professores. Mais uma justificativa para que busque-se sempre trabalhar com atividades alternativas e a análise de problemas pode ser uma delas.

Para Smith (2004), este baixo nível de engajamento dos alunos é evidenciado por meio da não leitura dos textos básicos antes de cada aula, do desejo de que o professor dê a aula, da relutância dos alunos em desenvolver trabalhos escritos dentro e fora da aula e o uso indevido da Internet.

Bressan et al. (2010), mostram que, em entrevistas realizadas com alunos, os mesmo revelaram que nem sempre se prepararam para as aulas. Em muitos casos, relatam que nem sequer sabem o assunto a ser tratado nelas e que possuem uma preferência por avaliações com questões de múltipla escolha nos testes ou questões abertas com respostas fechadas que poderiam ser facilmente encontradas nos textos.

Os mesmos autores continuam dizendo que, além disso, muitos alunos demonstraram um falso pressuposto que os leva a uma expectativa de sempre ser promovido para o semestre seguinte e/ou obter a sua graduação com um mínimo de esforço e que poderiam ter uma melhoria em sua carreia pelo simples fato de obterem o diploma de graduação.

Com isso parece ter como consequência uma redução da importância da educação superior como meio de aprendizagem, para o desenvolvimento do pensamento crítico e para a aquisição de conhecimentos e competências que são, na verdade, os fatores de mobilidade na carreira (CELLY, 2007).

2.2 Gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management – SCM)

Diversos autores consideram ou ao menos inferem que o conceito do SCM é uma nova nomenclatura ou uma evolução derivada da logística integrada em um contexto maior (BALLOU, 2009). Nesta perspectiva, Lambert, Cooper e Pagh (1998) definem a Gestão da Cadeia de Suprimentos como sendo um processo de integração dos processos de negócios do usuário final até os fornecedores originais que providenciam produtos, serviços e informações que adicionam valor aos clientes e aos stakeholders.

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De acordo com Fleury et al. (2000), a gestão da cadeia de suprimentos é uma função de integração com a responsabilidade primária de conexão (sincronização) de funções de negócios e processos dentro e entre empresas em um modelo de negócio coerente e de alto desempenho. Inclui todas as atividades de gestão logística, bem como operações de fabricação, e impulsiona a coordenação dos processos e atividades com, e através de marketing, vendas, design de produto, finanças e tecnologia da informação.

É uma ferramenta que, usando a Tecnologia da Informação (TI) possibilita à empresa gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência. Nestes tempos modernos em que a exigência de consumo atingiu o limite extremo, o SCM permite às empresas alcançarem melhores padrões de competitividade.

Ainda de acordo com Fleury et al. (2000), o SCM planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de consumo até à origem, com o propósito de atender às exigências dos clientes. O SCM é mais holístico, sou seja, Inclui a coordenação e colaboração com os parceiros dos canais, que podem ser fornecedores, intermediários, prestadores de serviços terceirizados e clientes. Em essência, a gestão da cadeia de suprimentos integra a oferta e a gestão da demanda dentro e entre empresas.

A gestão da cadeia de suprimentos é uma função de integração com a responsabilidade primária de conexão (sincronização) de funções de negócios e processos dentro e entre empresas em um modelo de negócio coerente e de alto desempenho. Inclui todas as atividades de gestão logística, bem como operações de fabricação, e impulsiona a coordenação dos processos e atividades com, e através de marketing, vendas, design de produto, finanças e tecnologia da informação.

Assim pode-se dizer que a Logística são os fluxos de bens e serviços e informações do fornecedor até o consumidor final. Fluxos esses que podem ser antes, durante ou após o processo de fabricação. A cadeia de suprimento são todos os esforços no sentido de agregar valor ao produto ou serviço. Ou seja, para que um produto chegue até o consumidor final existe toda uma cadeia “trabalhando” de forma integrada para que este processo ocorra. Já o SCM é o gerenciamento da cadeia de suprimentos, assim é possível coordenar as funções da logística e cadeia de suprimentos de forma a fazer com os produtos e serviços cheguem até o consumidor final.

2.3 Conceito de Kaizen

Como no PPL, especificamente no terceiro e quarto semestres, os alunos trabalham para desenvolver uma análise das informações obtidas junto às empresas e sugerir Melhorias aos Processos (Kaizen), decidiu-se introduzir este tópico com um conceito geral de Kaizen.

Segundo Brunet e New (2003), Kaizen é uma palavra japonesa que quer dizer melhoria. Portanto envolve um conjunto de atividades no chão de fábrica ou outros locais de trabalho para melhorar as operações e o ambiente. Kaizen é um processo contínuo sempre em busca da qualidade e eficiência. Esta é uma metodologia de natureza incremental, ou seja, a busca por melhoras em processos que também já estão funcionando.

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Ainda, de acordo com os autores Brunet e New (2003), o Kaizen é participativo. Assim as ações são interativas e de cunho de inteligência e trabalho do pessoal, gerando benefícios intrínsecos da vida no trabalho dos empregados.

3 MÉTODOS

O tamanho da amostra é considerado como cota em que procurou aplicar os questionários em três categorias de alunos, aqueles que estão participando do PPL pela primeira vez, ou seja, ainda não concluíram nenhuma etapa do projeto; os que já participaram de etapas anteriores e continuam participando e uma terceira categoria que são os alunos que já se formaram.

O Curso Superior de Tecnologia em Logística é novo e só formou uma turma com 74 alunos em dezembro de 2010. Desta forma, utilizou a amostra de 90 alunos para o envio dos questionários. Esta amostra é considerada por Aaker et al. (2010) como fatores um grupo em que não apresenta subgrupos, portanto, um fator determinante do tamanho da amostra. Como, no caso deste estudo não verificou-se subgrupos significativos, optou-se por esta amostra.

Os questionários foram aplicados pelos autores em uma seção de apresentação do projeto para banca.

Os questionários foram elaborados com 10 questões utilizando-se a escala Likert. Foram definidos 5 níveis de grau de concordância: “Discordo totalmente; Discordo parcialmente; Nem concordo nem discordo; Concordo em grande parte e Concordo totalmente”. Foi acrescentada uma questão aberta para que os alunos pudessem fazer seus comentários em relação ao projeto conforme anexo 1.

De acordo com Mattar (2001), as escalas de Likert, ou escalas Somadas, requerem que os entrevistados indiquem seu grau de concordância ou discordância com declarações relativas à atitude que está sendo medida. Atribui-se valores numéricos e/ou sinais às respostas para refletir a força e a direção da reação do entrevistado à declaração. As declarações de concordância devem receber valores positivos ou altos enquanto as declarações das quais discordam devem receber valores negativos ou baixos.

As escalas Likert podem ser de 1 a 5, de 5 a 1, ou de +2 a -2, passando por zero. As declarações devem dar ao entrevistado a oportunidade de expressar respostas claras em vez de respostas neutras, ambíguas. Mattar (2001) explica que a cada célula de resposta é atribuído um número que reflete a direção da atitude dos respondentes em relação a cada afirmação. A pontuação total da atitude de cada respondente é dada pela somatória das pontuações obtidas para cada afirmação.

Mattar (2001) apresenta como as principais vantagens das Escalas Likert em relação às outras, pela simplicidade de construção; o uso de afirmações que não estão explicitamente ligadas à atitude estudada, permitindo a inclusão de qualquer item que se verifique, empiricamente, ser coerente com o resultado final; e ainda, a amplitude de respostas permitidas apresenta informação mais precisa da opinião do respondente em relação a cada afirmação. Como desvantagem, por ser uma escala essencialmente ordinal, não permite dizer quanto um respondente é mais favorável a outro, nem mede o quanto de mudança ocorre na atitude após expor os respondentes a determinados eventos.

Em toda a condução da pesquisa, a coordenação do curso teve total ciência e deu anuência total para os pesquisadores trabalharem.

Segundo Marconi e Lakatos (2002):

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Pesquisa de Campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.

Marconi e Lakatos (2002) apresentam os tipos de pesquisas de campo que podem ser quantitativo-descritivas, exploratórias e experimentais. Esta última, de acordo com as autoras: têm como objetivo testar uma hipótese tipo causa-efeito. Esse tipo de estudo utiliza projetos experimentais que incluem os seguintes fatores: grupo de controle, seleção da amostra probabilística e manipulação de variáveis independentes com o objetivo de controlar ao máximo os fatores pertinentes (Marconi e Lakatos, 2002). Pode ser utilizada no campo ou no laboratório. No estudo de campo, visa a compreensão de aspectos da sociedade. A pesquisa de laboratório é o estudo de pessoas, animais ou minerais em ambientes controlados, sendo o tipo de pesquisa mais difícil de ser conduzida.

Portanto, o Projeto de Práticas Logísticas consiste numa Pesquisa de Campo de caráter Exploratório Descritivo Combinado que tem por objetivo descrever completamente determinado fenômeno para o qual são realizadas análises tanto de caráter empírico como teórico.

Por se tratar de um Projeto Multidisciplinar e bastante abrangente, o PPL também possui características de outro tipo de Pesquisa; a Observação Direta Intensiva em Equipes.

Para Marconi e Lakatos (2002), a Técnica de Pesquisa chamada de Observação Direta Intensiva em Equipes

é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade... É um elemento básico de investigação científica, utilizado na pesquisa de campo e se constitui na técnica fundamental da Antropologia (MARCONI e LAKATOS, 2002).

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS TABELA 1: análise do questionário de avaliação do Projeto de Práticas Logísticas – PPL

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FONTE: elaborada pelos autores com base no questionário de pesquisa.

A tabela 1 apresenta, em números absolutos, a resposta às 10 questões fechadas da pesquisa. A pesquisa foi aplicada para uma amostragem de 90 alunos de um universo de 192 alunos participantes do Projeto de Práticas Logísticas no primeiro semestre de 2011. Esta amostra representa 47% do universo de alunos do curso Superior de Tecnologia em Logística.

A pesquisa procurou abordar aspectos relativos à relevância do Projeto de Práticas Logísticas dentro do processo de ensino-aprendizagem ao longo do curso e também questões relativas aos detalhes operacionais do mesmo como o grau de envolvimento dos docentes dentro do projeto, dificuldades encontradas pelos alunos para o desenvolvimento do mesmo, dentre outras questões relevantes.

A seguir, analisou-se o resultado da pesquisa de cada uma das questões.

Questão 1: Considero que o PPL ajuda a entender melhor os conceitos aprendidos em sala de aula.

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FIGURA 1: questão 1 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

Através da análise desta questão pode-se constatar que, dos alunos pesquisados, 95% consideram o PPL como uma ferramenta relevante na interface ensino-aprendizagem.

Questão 2: O PPL proporciona um avanço na aprendizagem ao auxiliar a colocação em prática dos conceitos da Logística.

FIGURA 2: questão 2 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

Mais uma vez, 95% dos respondentes afirmam que o Projeto proporciona uma visão mais pragmática na interface ensino-aprendizagem e que, consequentemente, atende seu principal objetivo que é o de aproximar o universo acadêmico das melhores práticas de mercado.

Questão 3: Participo do projeto porque entendo que me ajuda no aprendizado. FIGURA 3: questão 3 do questionário.

FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

Questão 4: Hoje eu consigo visualizar a importância do projeto e considero que o mesmo deve ser continuado.

FIGURA 4: questão 4 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

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Através da Análise das questões 3 e 4, pode-se perceber que a grande maioria dos alunos compreende a importância do projeto dentro de sua formação acadêmica. 94% dos alunos responderam satisfatoriamente em ambas as questões.

Questão 5: Um dos quesitos do projeto mais difíceis de se administrar é relativo à participação dos integrantes da equipe.

FIGURA 5: questão 5 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

Através da avaliação desta questão pode-se constatar que, um dos problemas/desvios observados durante o projeto e que, em hipótese seria um dos maiores problemas enfrentados pelos alunos, na verdade não foi apontado como tal. Questão 6: Considero que todos os professores do Curso de Logística envolvem-se igualitariamente no desenvolvimento do projeto.

FIGURA 6: questão 6 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

Através da análise desta questão pode-se confirmar a hipótese de que existe a necessidade iminente de conduzir o processo de forma que a participação de todos os docentes do curso envolvidos nas disciplinas do semestre dediquem mais tempo e atenção ao projeto. 45% dos alunos manifestaram descontentamento com o fato de não haver uma participação igualitária de todos os docentes no processo.

Questão 7: O momento mais complicado do projeto é a formação das equipes e a escolha da

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empresa objeto de estudo. FIGURA 7: questão 7 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

Esta questão foi incluída na pesquisa pois tinha-se o interesse de conhecer as reais dificuldades de se contatar e convencer as empresas à abrirem suas portas para que os alunos pudessem desenvolver o projeto. 71% do total dos respondentes considera esta uma questão de relevância no decorrer do projeto.

Questão 8: O momento mais importante do projeto é a apresentação para a banca.

FIGURA 8: questão 8 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

67% dos respondentes consideram o momento final do processo como sendo um dos momentos mais importantes ao longo do desenvolvimento do projeto.

Questão 9: No momento, considero que o projeto tem um formato adequando sem necessidade de grandes mudanças.

FIGURA 9: questão 9 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

Para 58% dos alunos respondentes o Projeto atual não necessita de grandes mudanças.

Questão 10: Considero que o PPL é o diferencial do Curso Superior de Tecnologia em Logística.

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FIGURA 10: questão 10 do questionário. FONTE: elaborada pelos autores com base nos resultados da pesquisa.

88% dos respondentes acreditam que o PPL seja um dos grandes diferenciais do Curso Superior de Tecnologia em Logística da Faculdade de Americana.

Nas respostas à questão 2 (aberta) foram feitos diversos comentários, sendo os mais relevantes e recorrentes como: Pontos fortes a banca está bem representada. O PPL é considerado importante para que os alunos coloquem em prática o que foi aprendido em aula. Os alunos têm pouco tempo para apresentação à banca. Disponibilizar mais tempo para o acompanhamento do andamento do desenvolvimento. Necessidade de um professor para acompanhar os grupos individualmente. O PPL deveria ter mais envolvimento dos professores. O PPL é um diferencial, sair do teórico para a prática. O projeto faz com que os alunos entendam melhor os conceitos e as práticas logísticas, tanto em apresentações, pesquisas na empresa, como interagir corretamente quando se faz um trabalho em grupo. 4.1 Considerações finais

A pesquisa revelou que para 95% dos entrevistados, o PPL é uma ferramenta relevante na interface ensino-aprendizagem comprovando, assim, o problema que motivou este estudo.

Outra importante consideração a ser feita diz respeito à questão 10 do questionário de pesquisa em que apresenta cerca de 98% dos respondentes considerando que o PPL é o diferencial do curso Superior de Tecnologia em Logística da Faculdade de Americana. Inclusive este foi o objetivo geral do estudo de onde os autores partiram do mesmo pressuposto/hipótese. 4.2 Limitações do estudo

Devido à limitação de recursos tanto financeiros como de tempo dos autores, o estudo ficou restrito à um único curso de uma única instituição de ensino. Como contribuições futuras, pode-se sugerir que se faça comparações com outros cursos da instituição, como é o caso do Projeto de Excelência (PROEX) que é desenvolvido na FAM no curso de Administração de Empresas. Outra sugestão poderia ser a comparação do Projeto de Práticas Logísticas com outros cursos de outras instituições que tenham um projeto parecido.

Outras contribuições serão bem vindas, uma vez que não foi a intenção do estudo esgotar todo o assunto. Ainda, faz parte do processo de pesquisa buscar o aperfeiçoamento de uma pesquisa realizada anteriormente, portanto, mais uma justificativa para que se possa dar continuidade no presente trabalho e que ainda tem-se muito a estudar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AAKER, David A.; KUMAR, V.; DAY, George S.. Pesquisa de Marketing. Trad. Reynaldo Cavalheiro Marcondes. 2. ed. 5. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010. BALLOU, Ronald H.. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. 1. ed. 21. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009. BRESSAN, Flávio; CARVALHO, Luiz Vieira de; JULIATO, Antônio Carlos; BORDÃO, Carlos José. Pro-ex – Programa de Práticas de Excelência em Admi nistração: ferramenta para a aprendizagem ativa. Disponível [on line] em :

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<http://www.ead.fea.usp.br/semead/12semead/resultado/trabalhosPDF/348.pdf>. Acesso em 13 jun. 2011. BRUNET, A. P.; NEW, S.. Kaizen in Japan: an empirical study. Intenational Journal of Operations & Production Management. Oxfor. Vol. 23. n. 12. p. 1426-1446. 2003. CELLY, Kirti S.. Fostering critical thinking in business courses: pedagogical innovations and strategies. The business Review. Cambridge: Hollywood. Summer 2007. Vol. 8, p. 148. FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F.. Logística Empresarial: a Perspectiva Brasileira. Coleção Coppead de Administração. São Paulo: Atlas, 2000. GIL, Antônio Carlos. Didática do ensino superior. 1. ed. 5. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010. LAMBERT, D. M.; COOPER, M. C.; PAGH, J. D.. Supply chain management: implementation issues and research opportunities. The international Journal of Logistics Management, v. 9, n. 2, p. 1-19, 1998. LOWMAN, Joseph. Dominando as técnicas de ensino. 1. ed. 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2007. MARCONI, M. D. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações . 3. ed. 4. reimpr. São Paulo: Atlas, 2002. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de marketing. 3. ed. comp. São Paulo: Atlas, 2001. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Resumo técnico Censo da educação superior 2008 (DADOS PRELIMINARES). Disponível [on line] em: <http://www.inep.gov.br/download/censo/2008/resumo_tecnico_2008_15_12_09.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2011. ANEXOS Anexo 1

Questionário aplicado aos alunos do primeiro e terceiro períodos, ano de 2011, do Curso Superior de Tecnologia em Logística da Faculdade de Americana (FAM). Prezado(a) aluno(a) do Curso Superior de Tecnologia em Logística,

Este questionário faz parte de um projeto de pesquisa conduzido pelos professores da Faculdade de Americana (FAM), Marcos J. Ribeiro e Eryvelton Baldin, com a finalidade de produzir um artigo para ser enviado ao XXII ENANGRAD (Encontro Nacional dos Cursos de Graduação em Administração). O tema da pesquisa é o Projeto de Práticas Logísticas – PPL, do qual você faz parte.

Marque com um “x” o seu grau de concordância em relação às afirmativas. Questão 1:

Grau de concordância

Dis

cord

o to

talm

ente

D

isco

rdo

parc

ialm

ente

N

em

conc

ordo

ne

m d

isco

rdo

Con

cord

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par

te

Con

cord

o to

talm

ente

1. Considero que o PPL ajuda a entender melhor os conceitos aprendidos em sala de aula.

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2. O PPL proporciona um avanço na aprendizagem ao auxiliar a colocação em prática dos conceitos da Logística.

3. Quando da matrícula no curso, não tinha ideia de como o PPL pudesse me ajudar.

4. Hoje eu consigo visualizar a importância do projeto.

5. Participo do Projeto porque entendo que me ajuda no aprendizado.

6. Considero que todos os professores do Curso de Logística envolvem-se igualitariamente no desenvolvimento do projeto.

7. O momento mais complicado do projeto é a formação das equipes.

8. O momento mais importante do projeto é a apresentação para a banca.

9. No momento, considero que o projeto tem um formato adequado sem necessidade de grandes mudanças.

10. Considero que o PPL é o diferencial do Curso Superior de Tecnologia em Logística.

Questão 2: Espaço reservado para seus comentários gerais a respeito do PPL em relação

aos pontos fortes, pontos fracos e oportunidades de melhoria.

Caso queira receber o resultado da pesquisa, por favor, deixe seu nome e endereço eletrônico (e-mail). Nome (opcional): ____________________________________________________ e-mail (opcional): ___________________________________________________

Obrigado por sua colaboração, as respostas serão cuidadosamente analisadas e irão ajudar na melhoria contínua desse processo de ensino/aprendizagem. Professores: Marcos J. RIBEIRO Eryvelton BALDIN