Produção e nutrição do Panicum maximum BRS Zuri submetido ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical Produção e nutrição do Panicum maximum BRS Zuri submetido a tipos de ureia FABIANA DA ROCHA C U I A B Á - MT 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

Produção e nutrição do Panicum maximum BRS Zuri

submetido a tipos de ureia

FABIANA DA ROCHA

C U I A B Á - MT 2016

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

Produção e nutrição do Panicum maximum BRS Zuri

submetido a tipos de ureia

FABIANA DA ROCHA

Engenheira Agrônoma

Orientadora: Profª. Dra. WALCYLENE LACERDA MATOS PEREIRA SCARAMUZZA

Tese apresentada à Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Doutora em Agricultura Tropical.

C U I A B Á - MT 2016

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“Pelos prados e campinas verdejantes eu vou,

É o Senhor que me leva a descansar”

(Salmo 22)

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À minha família por me incentivar, acreditar no meu potencial e principalmente

por entender a minha ausência em todos esses anos,

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

À Deus pela benção concedida a cada dia, por me iluminar e guiar a

caminhos que nem eu mesma acreditava conseguir trilhar.

Ao Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical da Universidade

Federal de Mato Grosso pela oportunidade de realização do Doutorado.

À professora Dra. Walcylene Lacerda Matos Pereira Scaramuzza todo meu

respeito e gratidão, pela oportunidade, orientação, amizade, paciência,

compreensão, acolhimento, confiança, pelos ensinamentos transmitidos desde 2002,

na iniciação científica, no mestrado, no doutorado, na vida e, também por despertar

o meu interesse pela docência no ensino superior.

Aos professores Dr. Joadil Gonçalves de Abreu, Dr. José Fernando

Scaramuzza e Dra. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber pelos ensinamentos

compartilhados e dúvidas esclarecidas ao longo dos anos e pelos merecidos

“puxões de orelha” que contribuíram significativamente para a minha formação.

Ao professor Dr. José Lavres Júnior pela amizade, pelos ensinamentos e

sugestões na realização desse trabalho e pelo o empréstimo do clorofilômetro

SPAD.

Ao pesquisador Dr. João de Deus Gomes dos Santos Júnior pela atenção e

colaboração nas discussões desse trabalho.

Às empresas de Rondonópolis-MT: Boa Forma Sementes por fornecer as

sementes do Panicum maximum cv. BRS Zuri; às misturadoras de adubos, Adubos

Araguaia, Fertipar Fertilizantes, Yara Brasil e Fertilizantes Heringer pelo

fornecimento das ureias utilizadas no experimento.

Às funcionárias do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas, Maria

Minervina de Souza e Berenice Pereira Rodrigues pelo apoio, incentivo e carinho.

Aos estagiários do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas, Carolina

Roberta da Silva Corrêa, Kamila Paula Macedo, Rhayssa Canavaros de França

Calegari e Vinicius Sarubbi pela colaboração na realização do experimento.

Ao químico José Alcântara Filgueira e ao técnico Licínio José de Oliveira da

Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER)

pelo apoio e parceria na realização das análises químicas da forrageira.

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À Universidade de Cuiabá, nas pessoas de Ma. Alessandra Bittencourt

Crestani Rodrigues e Me. Clodoaldo Moreno da Paixão pela amizade e incentivo na

realização do meu doutoramento.

Aos meus irmãos Leandro da Silva Rocha e Paula Rocha pelo convívio,

carinho e respeito, meu fraterno agradecimento e também por tornarem-se meus

estagiários no decorrer do período experimental.

As minhas amigas Fabricia Nodari, Isabela Almeida, Ivanir Novais da Silva,

Lilian Renata de Oliveira, Lineuza Moreira, Patricia de Jesus Andrade e Samantha

Sousa Garcia que de perto ou de longe me acompanharam e torceram para que eu

cumprisse mais essa etapa de minha vida.

A todos meus alunos de graduação da Faculdade de Agronomia da

Universidade de Cuiabá, por ser meu incentivo na busca de aprimoramento como

docente.

À todos que direta ou indiretamente vislumbraram comigo a obtenção do título

de doutora.

Muitíssimo obrigada!

.

8

Produção e nutrição do Panicum maximum BRS Zuri submetido a tipos de

ureia

RESUMO - Objetivou-se avaliar as características nutritivas e produtivas do Panicum

maximum cv. BRS Zuri, mediante a adubação nitrogenada com fontes e doses de

ureias com inibidores de urease e ureia convencional quanto à produção de massa

seca na parte aérea e sistema radicular, número de folhas e perfilhos, valor SPAD,

concentração de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre em dois

crescimentos. O experimento foi instalado em casa de vegetação localizada na

Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá,

no período de novembro de 2014 a abril de 2015. O delineamento utilizado foi em

blocos casualizados, com quatro repetições, sendo os tratamentos dispostos em

esquema fatorial 5x4+1, constituído por cinco doses de nitrogênio 100, 200, 300, 400

e 500 mg dm-3 , quatro fontes comerciais de ureia granulada: Ureia (45% N); Ureia +

NBPT1 (46% N, 0,25% NBPT); Ureia + NBPT2 (45% N, NBPT sem concentração);

Ureia + Cu + B (45% N, 015% Cu e 0,4% B), mais a adicional testemunha, na qual

não se aplicou adubação nitrogenada, totalizando 84 unidades experimentais. A

adubação foi parcelada em três vezes, na análise do primeiro crescimento foram

consideradas as doses de N resultantes da soma dos dois primeiros parcelamentos

66,7; 133,3; 200,0; 266,7 e 333,3 mg dm-3, enquanto no segundo crescimento as

doses de N da última parcela 33,3; 66,7; 100,0; 133,3 e 166,7 mg dm-3, todas as

aplicações de ureias foram realizadas em cobertura. A interação de fontes e doses

de nitrogênio não influenciou a produção de massa seca e a nutrição do capim BRS

Zuri. As doses de nitrogênio incrementaram a produção de massa seca,

perfilhamento, folhas, concentração de N, P, K, Ca, Mg, S e valor SPAD. As fontes

de ureias influenciaram a produção de massa seca das raízes, altura, folhas,

perfilhamento, concentração de P, Ca, Mg e S e valor SPAD.

Palavras-chave: aditivos, urease, fertilizante estabilizado.

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Production and nutrition of Panicum maximum BRS Zuri subjected to

types of urea

ABSTRACT - This study aimed to evaluate the nutritional and productive

characteristics of Panicum maximum cv. BRS Zuri by nitrogen fertilization with

sources and doses ureas with urease and conventional urea inhibitors on the dry

matter production in the shoot and root, number of leaves and tillers, SPAD value,

concentration of nitrogen, phosphorus, potassium, calcium, magnesium and sulfur

into two growths. The experiment was conducted in a greenhouse located at the

Faculty of Agronomy of the Federal University of Mato Grosso, Cuiabá campus, from

November 2014 to April 2015. The design was a randomized complete block design

with four replications and treatments arranged in a factorial scheme 5x4 + 1

consisting of five nitrogen levels 100, 200, 300, 400 and 500 mg dm-3, four

commercial sources of granulated urea: urea (45% N); Urea + NBPT1 (46% N,

0.25% NBPT); Urea + NBPT2 (45% N, NBPT without concentration); Urea + Cu + B

(45% N, 015% Cu and 0.4% B), plus the additional witness, which did not apply

nitrogen fertilizer, totaling 84 experimental units. Fertilization was divided into three

times in the first growth analysis were considered the N doses resulting from the sum

of the first two installments 66.7; 133.3; 200.0; 266.7 and 333.3 mg dm-3, while

growth in the second N rates of the last installment 33.3; 66.7; 100.0; 133.3 and

166.7 mg dm-3, all applications ureas were performed on coverage. The interaction of

sources and doses of nitrogen did not affect the dry matter production and nutrition of

grass BRS Zuri. Nitrogen rates increased the dry matter yield, tillering, leaves,

concentration of N, P, K, Ca, Mg, S and SPAD value. The sources ureas influenced

the dry matter production of roots, height, leaves, tillering, concentration of P, Ca, Mg

and S and SPAD value.

Key words: additives, urease, stabilized fertilizer.

10

LISTA DE FIGURAS

Página

1 Inibição de metais (M) pela afinidade com grupos sulfidrila (S) da enzima

urease....................................................................................................................

22

2 Fórmula química do NBPT.................................................................................. 22

3 Fórmula química do NBPTO............................................................................... 23

4 Produção de massa seca da parte área (MS) no primeiro crescimento do

capim BRS Zuri em função das doses de N..........................................................

33

5 Produção de massa seca da parte área (MS) no segundo crescimento e

produção de massa seca total (MST) do capim BRS Zuri em função das doses

de N.....................................................................................................................

34

6 Número de folhas primeiro crescimento do capim BRS Zuri em função das

doses de N............................................................................................................

37

7 Número de perfilhos no primeiro crescimento do capim BRS Zuri em função

das doses de N.....................................................................................................

40

8 Número de perfilhos no segundo crescimento do capim BRS Zuri em função

das doses de N......................................................................................................

40

9 Concentração de N nas folhas emergentes (FE), lâminas de folhas recém-

expandidas (LR), lâminas de folhas maduras (LM) e colmos+bainhas (CB) no

primeiro crescimento do capim BRS Zuri em função das doses de N...................

41

10 Concentração de N nas folhas emergentes (FE), lâminas de folhas recém-

expandidas (LR), lâminas de folhas maduras (LM), colmos+bainhas (CB) e raiz

no segundo crescimento do capim BRS Zuri em função das doses de N.............

42

11 Eficiência de uso de N na parte aérea do capim BRS Zuri em função das

doses de N no primeiro crescimento.....................................................................

46

12 Concentração de Cálcio (Ca), Fósforo (P) e Enxofre (S) na parte área no

primeiro crescimento do capim BRS Zuri em função das doses de N...................

46

13 Concentração de Cálcio (Ca), Fósforo (P), Magnésio (Mg) e Potássio (K) na

parte área no segundo crescimento do capim BRS Zuri em função das doses

de N.......................................................................................................................

47

14 Concentração de Cálcio (Ca), Fósforo (P), Magnésio (Mg) e Potássio (K) na

parte área no segundo crescimento do capim BRS Zuri em função das doses

11

de N....................................................................................................................... 48

15 Valores SPAD em lâminas de folhas recém-expandidas do capim BRS Zuri

no segundo crescimento em função das doses de N............................................

49

12

LISTA DE TABELAS

Página

1 Caracterização química e granulométrica do Latossolo Vermelho utilizado no

experimento antes e depois da calagem...............................................................

27

2 Produção de massa seca das raízes do capim BRS Zuri, em função das

fontes de ureias.....................................................................................................

35

3 Altura no segundo crescimento do capim BRS Zuri em função das fontes de

ureias.....................................................................................................................

36

4 Número de folhas do capim BRS Zuri em função das fontes de

ureias.....................................................................................................................

37

5 . Número de perfilhos por planta no primeiro crescimento do capim BRS Zuri,

em função das fontes de ureias............................................................................

39

6 Concentração de fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) na

parte aérea no primeiro crescimento do capim BRS Zuri, em função das fontes

de ureias...............................................................................................................

45

7 Concentração de potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) na parte aérea,

no segundo crescimento do capim BRS Zuri, em função das fontes de

ureias.....................................................................................................................

45

8 Valor SPAD do capim BRS Zuri em função das fontes de

ureias.....................................................................................................................

48

13

SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 16

2.1 Panicum maximum cv. BRS Zuri.................................................................. 16

2.2 Nitrogênio (N) ................................................................................................ 17

2.3 Nitrogênio em gramíneas forrageiras.......................................................... 18

2.4 Ureia (CO(NH2)2) ............................................................................................ 20

2.5 Ureia com inibidores de urease.................................................................... 21

3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 26

3.1 Local do experimento e espécie................................................................... 26

3.2 Delineamento experimental.......................................................................... 26

3.3 Instalação e monitoramento do experimento............................................. 27

3.4 Altura, contagem de folhas e perfilhos....................................................... 28

3.5 Teor de clorofila por meio do valor SPAD................................................... 28

3.6 Colheita e separação das partes da planta................................................ 29

3.7 Secagem, pesagem e moagem do material................................................ 29

3.8 Produção de massa seca............................................................................. 29

3.9 Análises químicas do material vegetal....................................................... 30

3.10 Análises estatísticas................................................................................... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 31

4.1 Produção de massa seca da parte aérea e das raízes............................... 31

4.2 Altura das plantas......................................................................................... 35

4.3 Número de Folhas......................................................................................... 36

4.4 Número de Perfilhos...................................................................................... 37

4.5 Concentração de nitrogênio na parte aérea e nas raízes.......................... 41

4.6 Eficiência de Uso de N.................................................................................. 44

4.7 Concentração fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre................... 45

4.8 Estimativa do teor de clorofila em valor SPAD........................................... 47

4.9 Testemunha adicional................................................................................... 50

4.10 Considerações gerais e perspectivas futuras.......................................... 51

5 CONCLUSÕES................................................................................................... 52

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 53

14

1 INTRODUÇÃO

Com aproximadamente 212 milhões de cabeças, o Brasil tem o maior

rebanho comercial de bovinos do mundo. Dos estados brasileiros, Mato Grosso

lidera o ranking com cerca de 28 milhões de cabeças (ACRIMAT, 2014). A maior

parte desses animais é criada exclusivamente a pasto, pois, esse tipo de sistema de

produção constitui a forma mais econômica e prática de produzir e oferecer

alimentos para os bovinos, por isso, o pasto é a base de sustentação da pecuária

brasileira.

De acordo com estimativas do último Censo Agropecuário Brasileiro (IBGE,

2006), a área total de pastagens no Brasil, considerando-se as pastagens naturais e

plantadas, degradadas e em boas condições é de 172,3 milhões de hectares. Na

região Centro-Oeste de aproximadamente 57 milhões de hectares e em Mato

Grosso 23 milhões de hectares.

A baixa produtividade das pastagens é um dos maiores problemas da

pecuária brasileira, afetando diretamente a sustentabilidade do sistema produtivo.

Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária ressaltam que mais

de dois milhões de hectares de pastagem tem baixa produtividade em Mato Grosso,

o que corresponde a cerca de 9% do total da área voltada para pecuária (ACRIMAT,

2014). A baixa disponibilidade do nitrogênio é um dos principais efeitos da baixa

prodituvidade, o que resulta em queda acentuada da capacidade de suporte da

pastagem e do ganho de peso vivo dos bovinos.

Fertilizantes nitrogenados são fundamentais para a manutenção da

produtividade e longevidade dos pastos. A ureia, por ter elevada concentração de N

(44 a 46%), preço de N mais baixo, alta solubilidade e fácil fabricação é a fonte mais

15

utilizada na agricultura. A principal desvantagem é a possibilidade de elevadas

perdas de N por volatilização de amônia (NH3) quando aplicada na superfície do

solo, por causa da rápida hidrólise na presença da enzima urease.

As indústrias de fertilizantes têm desenvolvido tecnologias para aumentar a

eficiência do uso de N e minimizar as perdas por volatilização, destacando-se os

fertilizantes estabilizados, nos quais os grânulos de ureia são incorporados ou

revestidos com inibidores da urease como o tiofosfato de N-n-butiltriamida (NBPT),

sais de cobre (Cu) e boro (B). Entretanto, a eficiência desses inibidores é variável

em função das condições edafoclimáticas de cada região.

Vários são os trabalhos de pesquisa sobre o efeito da adubação nitrogenada

nas características agronômicas de gramíneas do gênero Panicum (Colozza et al.

(2000); Costa et al. (2006); Fabricio et al. (2010); Lavres Junior et al. (2010);

Manarim; Monteiro (2002); Masturcello et al. (2009); Monteiro (2014)). Porém, a cv.

BRS Zuri é uma forrageira ainda pouco estudada, pelo fato de ter sido lançada pela

Embrapa em 2014. Estudos relacionados com a nutrição e produção desse cultivar

são imprescindíveis para a recomendação da adubação adequada.

Tendo em vista que existe variação na exigência nutricional dentro da mesma

espécie forrageira conciliada com a falta de informações no que se refere às

pesquisas em Mato Grosso com fertilizantes estabilizados, testou-se a hipótese de

que as doses e fontes de ureias alteram a produção e nutrição do capim BRS Zuri,

por isso, objetivou-se avaliar a produção e nutrição do Panicum maximum cv. BRS

Zuri, mediante o estudo de doses e fontes de ureias com inibidores de urease e

ureia convencional aplicadas em cobertura.

16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Panicum maximum cv. BRS Zuri

A cultivar BRS Zuri foi lançada no mercado no ano de 2014, o nome Zuri

significa bom e bonito e, é resultado de seleções massais em populações derivadas

do Panicum maximum coletados na Tanzânia, no leste da África. Os trabalhos de

seleção foram coordenados pela Embrapa Gado de Corte em parceria com as

Embrapas: Acre; Cerrados; Gado de Leite; Pecuária Sul e Rondônia; juntamente

com a Universidade Federal de Dourados. Poucas são as informações disponíveis

na literatura sobre o cv. BRS Zuri, por isso, as citações que seguem foram baseadas

em dados da Embrapa (2015).

O capim BRS Zuri é uma planta cespitosa de porte ereto e alto, com folhas

verdes escuras, longas, largas e arqueadas, foi selecionada com base na

produtividade, vigor, capacidade de suporte, desempenho animal, resistência a

cigarrinhas das pastagens e resistência à mancha foliar causada pelo fungo

Bipolaris maydis. Tem tolerância moderada ao encharcamento do solo, semelhante

ao Tanzânia-1, porém se desenvolve melhor em solos bem drenados, sendo uma

opção para diversificação de pastagens nos biomas Amazônia e Cerrado.

Na fase implantação a saturação por bases deve estar entre 45 a 50%, na

camada de 0 a 0,2 m de profundidade. Os teores adequados de fósforo (P) no solo

(extrator Mehlich-1) variam de 4 a 21 mg dm-3 dependendo do teor de argila. Os

teores de potássio (K) não devem ser inferiores a 50 mg dm-3.

Do mesmo modo é importante a aplicação de 30 kg ha-1 de enxofre e no

mínimo 50 kg ha-1 de nitrogênio, se os teores de matéria orgânica forem inferiores a

17

1,6%. Na fase de manutenção, a reposição de cálcio e magnésio deve ser feita

sempre que os teores forem inferiores a 1,5 e 0,5 cmolcdm-3, respectivamente, na

camada de 0 a 0,2 m. Os teores de P no solo devem ser mantidos em cerca de 80%

dos teores da implantação e, os teores de K não devem ser inferiores a 50 mg dm-3.

A adubação nitrogenada deve ser aplicada de forma parcelada e a recomendação

anual varia de 120 a 150 kg ha-1.

2.2 Nitrogênio (N)

A atmosfera contém aproximadamente 78% de nitrogênio molecular (N2), mas

esse N não está diretamente disponível às plantas, sendo necessária a quebra da

tripla ligação (N≡N) para produzir amônia (NH3) ou nitrato (NO3-). Tais reações,

conhecidas como fixação do nitrogênio, podem ser realizadas por processo

industrial, natural e, por fixação biológica do nitrogênio (Taiz; Zeiger, 2009).

No solo o N é um elemento que tem dinâmica complexa, traduzida por grande

mobilidade e por diversas transformações em reações químicas e biológicas, sendo

passível de perdas no sistema: por lixiviação na forma de nitrato (NO3), por

volatilização na forma de amônia (NH3) e pelo processo de desnitrificação que gera

perdas gasosas de N na forma de óxido nitroso (N2O) e N2 (Furtini Neto et al., 2001).

O N é um dos nutrientes exigidos em maior quantidade pelas plantas e o que

mais limita o crescimento, sendo absorvido por fluxo de massa na forma de NH4+

(amônio) ou NO3- (nitrato), após absorção incorpora-se na planta na forma de

aminoácidos (Dechen; Nachtigall, 2007).

As principais reações bioquímicas dos vegetais envolvem a presença do N

(Taiz; Zeiger, 2009), geralmente representa de 10 a 50 g kg-1 de massa seca dos

tecidos vegetais, sendo componente de muitos compostos essenciais aos processos

de crescimento vegetal, como aminoácidos e proteínas. Participa com quatro átomos

no anel de porfirina da molécula de clorofila, interferindo diretamente na fotossíntese

e faz parte dos ácidos nucleicos (Mengel; Kirkby, 2001). Sua deficiência resulta em

clorose gradual das folhas mais velhas e redução do crescimento da planta (Souza;

Fernandes, 2006).

18

2.3 Nitrogênio em gramíneas forrageiras

O N é um elemento importante para o crescimento das gramíneas forrageiras,

pois acelera a formação e o crescimento de novas folhas, aumenta o perfilhamento,

melhora o vigor da rebrota e produção de massa de raízes, incrementando a

recuperação após o corte, resultando em maior produção e capacidade de suporte

dos pastos. A deficiência de nitrogênio pode ser evidenciada quando o capim

apresenta coloração das folhas velhas de verde pálido a amarelado, crescimento

vagaroso, florescimento retardado, pouco perfilhamento e sistema radicular pouco

desenvolvido (Werner, 1986).

Monteiro (2014), analisando a nutrição de N em lâminas de folhas recém-

expandidas (folhas diagnósticas) do capim Mombaça e Tanzânia, compilou níveis

críticos de 16,0 a 22,9 g kg-1. Valores SPAD da ordem de 20 a 25 indicam nítida

deficiência de nitrogênio, enquanto valores acima de 40, em geral, sugerem

forrageiras bem nutridas em N. Lavres Junior et al. (2010), em experimento com o

capim Mombaça, observaram níveis críticos de N nas folhas recém-expandidas de

22 e 17 g kg-1, respectivamente para o primeiro e segundo cortes. Com o objetivo

de avaliar o estado nutricional do capim Aruana quanto às doses de N (14; 112; 210;

294; 378 e 462 mg L-1) em solução nutritiva, Lavres Junior e Monteiro (2006)

verificaram valores SPAD de 25,1 a 52,6 e níveis críticos nas folhas diagnósticas de

28,4 e 34,1 g kg-1.

A concentração de nitrogênio aumentou linearmente nas folhas emergentes,

lâminas de folhas rerecém-expandidas, lâminas de folhas maduras, colmos mais

bainhas e raízes do Panicum maximum cv. Mombaça cultivado em substrato com

soluções nutritivas com doses de N: 0; 14; 42; 126; 210; 294; 378 e 462 mg L-1. As

lâminas de folhas recém-expandidas foram as mais adequadas para a avaliação do

estado nutricional em nitrogênio, com nível crítico de 16 a 16,5 g kg -1 associado ao

valor SPAD de 41 a 45 unidades (Manarim; Monteiro, 2003).

Em experimento com doses de ureia (0, 40, 80 e 120 mg dm-3) em Panicum

maximum cv. Massai, Martuscello et al. (2009) verificaram que as doses de N

exerceram efeito positivo na produção de massa seca total. A parte aérea funcionou

como principal dreno de nitrogênio, sem que houvesse influencia desse nutriente na

produção de massa seca do sistema radicular. Patês et al. (2007), em estudo com o

capim Tanzânia, constataram que a adubação com ureia contribuiu positivamente

19

para o aumento e desenvolvimento das taxas de aparecimento e alongamento foliar

e do colmo, como também para o número de perfilhos, número total de folhas e

comprimento final da folha.

No experimento em casa de vegetação com o Panicum maximum cv. Aruana,

Colozza et al. (2000) constataram que a adubação nitrogenada aumentou

significativamente o número de perfilhos, a produção de massa seca das raízes e

parte aérea, as concentrações de nitrogênio total, nitrato e os valores SPAD. Mello

et al. (2008) verificaram em estudo a campo que o incremento da adubação

nitrogenada proporcionou aumento na produção de massa seca do capim Mombaça,

tanto no período das águas como no da seca, nos dois anos avaliados.

Em pesquisa de adubação com ureia (0, 20, 40, 80 e 160 kg ha-1) no capim

Tanzânia em casa de vegetação, Nagano et al. (2011) concluíram que a altura de

corte a 20 cm do solo ocorreram as maiores produções de matéria seca nos três

ciclos de cultivos. As maiores produções de matéria seca foram obtidas com doses

intermediárias de N, diferente das plantas cortadas a 40 cm, em que as produções

máximas de matéria seca foram alcançadas com a maior dose de N aplicada, em

todos os ciclos de corte.

Os autores citados anteriormente verificaram também maior perfilhamento do

capim e as maiores respostas à adubação nitrogenada quanto à produção de

perfilhos que ocorreram no primeiro ciclo de cultivo, independente da altura de corte.

O teor de proteína bruta foi influenciado pelas doses de nitrogênio no primeiro ciclo e

na altura de corte a 20 cm, alcançando teor máximo de proteína bruta (12,5%) com a

aplicação de 80 kg ha-1 de N.

Costa et al. (2006) constataram que a adubação nitrogenada no cultivar

Vencedor afetou positiva e linearmente a produção de matéria seca e o tamanho

médio de folhas. A eficiência de utilização e a recuperação aparente de N foram

inversamente proporcionais às doses de N aplicadas. A qualidade da forragem

produzida foi melhorada pela adubação nitrogenada, apresentando maiores teores

de N.

Em estudo com cinco doses de N (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1),

Fabricio et al. (2010) verificaram que as adubações nitrogenada de até 200 kg ha-1

proporcionaram incremento na produção de massa seca e nos teores de proteína

bruta, no Panicum maximum cv. Tobiatã. Rodrigues et al. (2004) ressaltaram que o

teor de proteína bruta é resultado direto da concentração de nitrogênio na planta.

20

Desta forma se houver baixa disponibilidade de nitrogênio no solo, as plantas

manifestarão menor crescimento, reduzindo o teor de proteína bruta, podendo tornar

a forragem inapropriada para fins de nutrição animal.

2.4 Ureia (CO(NH2)2)

Dos fertilizantes nitrogenados utilizados na agricultura a ureia representa

cerca de 60% do mercado de fertilizantes, havendo clara preferência da indústria

pela fabricação de ureia, em comparação com outras fontes sólidas de nitrogênio

(como o sulfato de amônio, nitrato de amônio, fosfato de amônio, entre outros). A

produção de ureia a partir de amônia e gás carbônico, produzidos numa mesma

unidade, torna o produto menos oneroso, pelo fato de possuir teor de N bem mais

alto, comparada aos demais produtos, o que proporciona um preço mais atrativo por

tonelada de N. Por isso, a ureia tem o mais baixo custo de transporte e estocagem

por unidade de N contido (Kaneko et al., 2013).

É pouco provável que a ureia venha a ser substituída por outra fonte de

nitrogênio em curto prazo. A principal desvantagem dessa fonte nitrogenada é a

possibilidade de elevadas perdas de N por volatilização de amônia (NH3) quando

aplicada na superfície do solo, por causa da rápida hidrólise na presença da enzima

urease, que é comum na natureza e está presente em animais, plantas e

microrganismos (Cantarella, 2007; Cantarella; Montezano, 2014).

Ureases (ureia amido-hidrolase) são enzimas que catalisam a hidrólise da

ureia a uma taxa 1014 vezes mais rápida que a reação sem enzima, produzindo

amônia e gás carbônico (Ribeiro et al., 2013). A reação de hidrólise consome

prótons (H+) e provoca a elevação do pH ao redor das partículas, assim, mesmo em

solos ácidos, a ureia está sujeita a perdas de N por volatilização de NH3. Uma forma

de reduzir as perdas de N por volatilização seria a incorporação da ureia ao solo de

forma mecanizada (cerca de 5 cm), pela água da chuva ou irrigação (mínimo 10 a

20mm) (Cantarella; Montezano, 2014). Entretanto, em algumas situações a

incorporação com implementos agrícolas não é prática recomendada, por provocar

danos no sistema radicular, como por exemplo, em áreas de pastagens já

estabelecidas (Monteiro, 2014).

Dependendo do manejo adotado, essas perdas podem ser significativas,

comprometendo rendimento das culturas. Além do manejo, outros fatores também

21

interferem nas perdas de N através da volatilização, tais como: temperatura,

umidade, textura do solo e teor de matéria orgânica, intervindo diretamente no

aumento ou na diminuição da atividade da enzima urease, responsável pela

degradação da ureia (Okumura; Mariano, 2012)

2.5 Ureia com inibidores de urease

Os fertilizantes nitrogenados com aditivos (fertilizantes estabilizados)

contendo inibidores de urease têm sido empregados de modo crescente na

agricultura. A ureia com inibidor de urease retarda os picos de volatilização de NH3,

em relação à ureia convencional. Os inibidores bloqueiam a atividade da enzima

urease e, por consequência a hidrólise da ureia, diminuindo as perdas por

volatilização de amônia e aumentando o aproveitamento de N pelas plantas

(Cantarella, 2007; Chien et al., 2009; Tasca et al., 2009).

O inibidor de urease ocupa o local de atuação da urease, inativando,

retardando o início e reduzindo o grau de velocidade de volatilização de NH3 por

aproximadamente 14 dias. O atraso na hidrólise reduz a concentração de NH3

presente na superfície do solo, diminuindo o potencial de volatilização de NH3,

favorecendo o deslocamento da ureia para horizontes mais profundos do solo

(Contin, 2007). Trenkel (1997) ressaltou que os inibidores de urease previnem e

diminuem, ao longo de certo período de tempo, a transformação do N-amídico em

amônia e a hidrólise enzimática (urease) da ureia no solo, reduzindo as perdas por

volatilização e, também, as perdas adicionais por lixiviação do nitrato, aumentando a

eficiência da ureia.

De acordo com Soares (2011), a enzima urease contém um ou mais grupos

sulfidrila, que são partes ativas da molécula. A inibição provocada pelos metais é

devido à ligação do metal nestes grupos e a formação de sulfitos insolúveis,

consequentemente, o melhor inibidor será o que tiver maior afinidade com o grupo

sulfidrila e formar o composto sulfito mais insolúvel (Figura 1).

22

FIGURA 1. Inibição de metais (M) pela afinidade com grupos sulfidrila (S) da enzima

urease (E) (Shaw, 1954 citado por Soares, 2011).

O recobrimento da ureia com cobre (Cu) e ácido bórico (H3BO3) inibe a ação

da urease por competição ao sítio de ligação na enzima. A inibição da hidrólise da

ureia pela urease acontece devido à ligação do Cu aos grupos sulfidrila dessa

enzima, formando sulfitos insolúveis. O H3BO3 se encaixa simetricamente entre os

dois átomos de níquel do sítio ativo da urease, de forma geometricamente

semelhante ao substrato ureia (Nascimento, 2012).

O NBPT (tiofosfato de N-n-butiltriamida) é uma substância inibidora da urease

e, destaca-se como um dos inibidores mais promissores para a maximização do uso

da ureia em sistemas agrícolas. O inibidor NBPT (fórmula molecular C4H14N3PS)

retarda a hidrólise da ureia e pode contribuir para diminuir as perdas de amônia por

volatilização, pois, ocupa o local de atuação da enzima urease e, com isto, atrasa a

hidrólise da ureia e reduz o potencial de volatilização de NH3 na superfície do solo

(Cantarella et al., 2008). O NBPT (Figura 2) é um composto que apresenta

características de solubilidade e difusividade similares às da ureia e vem

proporcionando a obtenção dos melhores resultados.

FIGURA 2. Fórmula química do NBPT. (National Industrial Chemicals Notification

And Assessment Scheme, 2011)

O NBPT não é um inibidor direto da urease, deve ser convertido ao seu

análogo de oxigênio (fosfato de N-n-butiltriamida), denominado NBPTO (fórmula

molecular C4H11N3PO), que é o verdadeiro inibidor da urease (Figura 3). Ao impedir

23

a rápida hidrólise, o inibidor aumenta as chances de que chuvas ou irrigação

incorporem a ureia ao solo (Watson, 2000), esse inibidor de acordo com Cantarella

(2007) tem sido mais eficiente em retardar a hidrólise da ureia quando comparado à

aplicação direta de seu análogo NBPTO, provavelmente pela taxa de formação de

NBPT em NBPTO, que prolonga o efeito do inibidor, pois a degradação do NBPTO é

mais rápida.

CH3 (CH2)3 N P

H

O

NH2

NH2

FIGURA 3. Fórmula química do NBPTO (fosfato de N-n-butiltriamida) (Cantarella,

2007):

A formulação comercial contendo de 20% a 25% de NBPT está disponível no

mercado para ser misturada com fertilizantes nitrogenados, normalmente são

utilizadas concentrações que variam de 500 mg a 1000 mg NBPT kg-1 ureia. No

Brasil, a dose que vem sendo usada é de cerca de 530 mg kg-1. Há dúvidas quanto à

estabilidade do NBPT após sua aplicação à ureia, pois, o inibidor tende a perder

eficiência com o tempo de armazenamento (Cunha et al., 2011). Depois de aplicado

ao solo, o NBPT tende a ser menos eficiente em altas temperaturas, por ocorrer

maior atividade de urease, maior dissolução dos grânulos e maior evaporação da

solução do solo, que provoca a movimentação da ureia e da NH3 em direção à

superfície (Cantarella, 2007).

Em estudo com arroz irrigado submetido à aplicação de ureia tratada com

NBPT, Scivittaro et al. (2010) constataram que o uso de NBPT proporcionou maiores

produtividade de grãos e acumulação de nitrogênio apenas quando a aplicação de N

em cobertura antecedeu em 10 dias o início da irrigação. Cantarella et al. (2008)

concluíram que o uso de ureia com NBPT proporcionou reduções de 15 a 78% nas

perdas por volatilização na cultura da cana de açúcar. A adição de NBPT à ureia

ajudou a controlar as perdas de amônia, mas o inibidor foi menos efetivo quando

chuvas suficientes para incorporar a ureia no solo ocorreram de 10 a 15 dias, ou

mais, após a aplicação dos fertilizantes.

24

No experimento com o milho adubado com fontes de N (ureia convencional e

ureia tratada com NBPT) e quatro doses de N em cobertura (60, 120, 180 e 240 kg

ha-1), Silva et al. (2011) verificaram que as fontes e doses influenciaram na

produtividade e os teores de N da folha e dos grãos, enquanto os componentes de

produção (tamanho e diâmetro da espiga e porcentagem de palha e sabugo) não

foram alterados. A maior margem bruta de ganho da cultura do milho foi obtida com

aplicação de ureia tratada com NBPT, na dosagem de 180 kg ha-1. Cunha et al.

(2011) em estudo com a ureia convencional e ureia com NBPT em cobertura na

cultura do feijão, constataram que a ureia com inibidor não incrementou

significativamente a produtividade do feijoeiro.

Stafanato et al. (2013) constataram que a adição de cobre e boro no processo

de pastilhamento da ureia reduziu as perdas de amônia por volatilização em até

54 %, quando comparado com a ureia granulada comercial em aplicação superficial

num Planossolo Háplico em casa de vegetação. Rasquinho (2012), em experimento

em casa de vegetação com ureia convencional e ureia contendo inibidor da urease

NBPT, verificou que o uso da ureia com NBPT não foi eficiente no capim Aruana

cultivado num solo de alta fertilidade natural. Fernandes (2011) concluíram que as

fontes nitrogenadas Entec, nitrato de amônio, sulfato de amônio, Sulfammo e ureia,

na dose de 100 kg ha-1 proporcionaram efeito semelhante sobre a produtividade da

massa de matéria seca e composição bromatológica do capim Mombaça em

pastagem no cerrado de baixa altitude.

Na cultura do trigo, Prando et al. (2013) verificaram que o sulfato de amônio, a

ureia com inibidor de urease (NBPT) e a ureia revestida com polímeros não diferiram

da ureia convencional, no desempenho produtivo da cultura em sistema de

semeadura direta. A adubação de ureia com NBPT em cobertura aumentou a

produtividade da cultura do trigo, durante o perfilhamento, mas, seu uso não

promoveu aumento da produtividade quando a ureia foi aplicada no sulco, durante a

semeadura (Espindula et al, 2014).

No experimento com quatro fontes de ureia (uma convencional e três

revestidas por polímeros), Valderrama et al. (2014) constataram que as ureias

revestidas não diferiram da ureia convencional para o teor de nitrogênio foliar, índice

de clorofila foliar, altura de plantas, diâmetro do segundo internódio, altura de

inserção da primeira espiga, componentes de produção e a produtividade de grãos

de milho, tanto no cultivo safra como na safrinha. Resultados semelhantes foram

25

obtidos por Maestrelo et al. (2014), ao concluírem que o polímero que reveste a

ureia não foi eficiente nas condições de Cerrado, por proporcionar resultados

semelhantes aos da ureia convencional para as características agronômicas e a

produtividade de grãos de milho.

Em solos de textura argilosa, cultivados em sistema de plantio direto

consolidado sob condição de temperaturas amenas e precipitações pluviais bem

distribuídas, Mota et al. (2015) detectaram que o uso de fontes estabilizadas com

polímeros inibidores da enzima urease e da nitrificação do amônio não aumentaram

o rendimento de grãos em milho e eficiência agronômica de uso do N,

comparativamente à ureia comum e ao nitrato de amônio, independentemente da

dose de N aplicada em cobertura.

Zancanaro et al. (2013), em Itiquira-MT, nas safras de 2010/2011 e

2011/2012, compararam fontes de ureia (ureia convencional, ureia tratada com

NBPT, ureia recoberta com polímero de liberação lenta, ureia recoberta com enxofre

elementar e ureia recoberta com B e Cu) nas doses de 0, 60, 90 e 120 kg ha-1 e

concluíram que o rendimento do algodoeiro foi semelhante para todas as tecnologias

de tratamento de ureia avaliadas em ambas as safras.

26

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local do experimento e espécie

O experimento foi instalado em casa de vegetação localizada na Faculdade

de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato

Grosso, campus Cuiabá, no período de novembro de 2014 a abril de 2015. A

espécie estudada foi a forrageira Panicum maximum cv. BRS Zuri.

3.2 Delineamento experimental

O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, com quatro repetições,

sendo os tratamentos dispostos em esquema fatorial 5x4+1, constituído por cinco

doses de nitrogênio: 100, 200, 300, 400 e 500 mg dm-3 e quatro fontes comerciais de

ureia granulada: Ureia (45% N); Ureia + NBPT1 (46% N, 0,25% NBPT); Ureia +

NBPT2 (45% N, NBPT sem concentração); Ureia + Cu + B (45% N, 015% Cu e 0,4%

B), mais o tratamento adicional testemunha, no qual não se aplicou adubação

nitrogenada, totalizando 84 unidades experimentais. Os modelos matemáticos

considerados foram:

Yijk = µ + Fi + Dj + B1 + (FD)ij + eijk e Yh = µ + Ta + eh

Em que:

Yijk e Yh = variável dependente; µ = média geral do experimento para a variável;

Fi = efeito do i-ésimo nível do fator fontes; Dj = efeito do j-ésimo nível do fator doses;

27

B1 = efeito do 1-ésimo nível do fator bloco; (FD)ij = efeito da interação entre o i-ésimo

nível do fator fontes e j-ésimo nível do fator doses; eijk e eh = erro experimental; Ta =

efeito do tratamento adicional.

3.3 Instalação e monitoramento do experimento

O solo utilizado foi classificado como Latossolo Vermelho Distrófico segundo

a classificação de Embrapa (2013), coletado em novembro de 2014, na

profundidade de 0 a 0,2 m numa área de pastagem abandonada localizada no

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, campus São

Vicente, situado na BR 364, km 329. A amostra do solo foi colocada para secar ao ar

durante quinze dias, após esse período, a mesma foi peneirada em malha de 2 mm

a fim de separar pedras, torrões e restos vegetais obtendo-se, assim, a terra fina

seca ao ar (TFSA). As análises químicas e granulométricas (Tabela 1) foram

realizadas segundo metodologia da Embrapa (SILVA, 2009).

Vasos com capacidade de 6,5 dm-3 foram revestidos com sacos plásticos

que receberam seis quilos de solo seco. Visando elevar a saturação por bases para

50%, incorporou-se em cada vaso 2,5 g de calcário dolomítico (PRNT=100%). Após

incorporação, em cada vaso foi adicionada 586 mL de água destilada

(correspondente a 85% da máxima capacidade de retenção de água que foi

determinada conforme descrito por Bonfim-Silva et al. (2011), a umidade do solo foi

mantida a 85% durante todo o período experimental.

Decorridos 45 dias de incubação foi efetuada a adubação com 90 mg dm-3

de P2O5 (super fosfato simples: 20% P2O5, 18% Ca e 10% S). Após 15 dias da

aplicação do adubo, coletou-se aleatoriamente nos vasos, porções de solo obtendo-

se a amostra composta que foi enviada ao laboratório (Tabela 1).

TABELA 1. Caracterização química e granulométrica do Latossolo Vermelho

utilizado no experimento antes e depois da calagem

Calagem pH P K S Ca Mg Al H SB CTC V M.O. Areia Silte Argila

H2O CaCl2 mg/dm³ cmolc/dm³ % g/dm3 g/kg

Antes 5,2 4,4 2,4 34,0 7,0 0,5 0,2 0,4 2,0 0,8 3,2 24,7 9,2 340,0 146,0 514,0

Depois 5,7 5,0 5,1 36,0 21,1 1,9 0,9 0,0 3,2 2,9 6,1 47,5 21,3 333,0 152,0 515,0

28

Em cada vaso semearam-se 20 sementes da cultivar BRS Zuri (Panicum

maximum), depois de 15 dias após a emergência foi realizado o desbaste deixando-

se cinco plantas por vaso. No dia do desbaste foi realizada uma adubação básica

com micronutrientes: boro (ácido bórico), cobre (cloreto de cobre), zinco (cloreto de

zinco), molibdênio (molibdato de sódio) nas doses de 1,5; 2,5; 2,0 e 0,25 mg dm-3,

respectivamente, seguindo recomendações de Monteiro (2014). A cada quatro dias

os vasos foram remanejados dentro de cada bloco a fim de minimizar o efeito das

condições ambientais.

As doses de N foram aplicadas em cobertura e parceladas em três vezes

iguais de 33,33; 66,67; 100,00; 133,33 e 167,67 mg dm-3. Um dia após o desbaste

foram aplicados 10 mg dm-3 de K2O (cloreto de potássio 60% K2O) e a primeira dose

de N, quinze dias depois a segunda dose de N. Na análise do primeiro crescimento

foram consideradas as doses de N resultantes da soma dos dois primeiros

parcelamentos: 66,7; 133,3; 200,0; 266,7 e 333,3 mg dm-3, enquanto no segundo

crescimento as doses de N totais: 100; 200; 300; 400 e 500 mg dm-3, sendo que

todas as aplicações das ureias foram realizadas em cobertura e sem incorporação.

O primeiro corte da forrageira foi realizado 40 dias após o desbaste, na

ocasião foi aplicada a terceira dose de N e 10 mg dm-3 de K2O (cloreto de potássio

60% K2O). Durante o período experimental, dados diários de temperatura e umidade

relativa do ar foram registrados por meio do termo-higrometro digital, sendo que, a

variação de temperatura foi de 23 a 39°C e a umidade relativa de 41 a 90%.

Foram analisadas as seguintes variáveis: massa seca da parte aérea e da

raiz; número de perfilhos e folhas; altura da forrageira; valor SPAD; concentração de

nitrogênio e teor de proteína bruta nas folhas novas, lâminas de folhas recém-

expandidas, lâminas velhas, colmo+bainhas e raízes; fósforo, potássio, cálcio,

magnésio e enxofre na parte aérea total, eficiência de uso e acúmulo de nitrogênio.

3.4 Altura e contagem de folhas e perfilhos das plantas

A cada corte (1º e 2º crescimentos) foi medida a altura máxima da curvatura

foliar da forrageira, com auxílio de uma trena (média de três medições por vaso).

Contou-se também a quantidade de folhas e perfilhos em cada vaso e o colmo

principal (planta-mãe) foi incluído na contagem.

29

3.5 Teor de clorofila por meio do valor SPAD

A leitura do valor SPAD, para a determinação indireta do teor de clorofila, foi

realizada no terço médio das lâminas das folhas recém-expandidas com o uso do

clorofilômetro SPAD-502 (Soil and Plant Analysis Development) um dia antes do 1º e

2º cortes. O valor SPAD para cada unidade experimental foi obtido por meio da

média entre 10 leituras realizadas em cada vaso.

3.6 Colheita e separação das partes da planta

Foram realizados dois cortes nas plantas, sendo o primeiro a 20 cm do solo

e aos 40 dias após o desbaste e o segundo rente ao solo, 30 dias após o primeiro

corte. Em cada corte, a parte aérea da forrageira foi levada ao Laboratório de

Nutrição de Plantas e foi separada em: a) folhas emergentes (FE): folhas não

completamente expandidas, sem lígula visível; b) lâminas de folhas recém-

expandidas (LR): lâminas das duas folhas mais novas completamente expandidas,

com lígula visível; c) lâminas das demais folhas maduras totalmente expandidas

(LM): lâminas das demais folhas com lígula visível; e d) colmos + bainhas (CB):

colmos mais bainhas das folhas.

Na ocasião do segundo corte das plantas, as raízes também foram

coletadas, após separação do solo as raízes foram lavadas com água corrente e

água destilada, com o objetivo de evitar perdas das raízes no momento da lavagem

foi utilizada peneira de malha de 1 mm.

3.7 Secagem, pesagem e moagem do material

O material colhido e separado foi guardado em sacos de papel identificados

e colocado para secar em estufa de circulação forçada de ar a 65°C até atingir

massa constante, depois de seco foi pesado e moído em moinho tipo Willey.

3.8 Produção de massa seca

Por meio da soma da massa seca da parte aérea (LE+LR+LM+CB) foram

obtidas as produções de massa seca da forrageira, no entanto, a massa seca (MS)

30

das raízes foi obtida diretamente através da pesagem. Para obtenção da massa

seca total (MST) foi considerada a soma das produções de MS da parte aérea do

primeiro e segundo crescimento.

3.9 Análises químicas do material vegetal

O material vegetal moído foi acondicionado em sacos plásticos, identificados

e enviado ao Laboratório de Nutrição Animal da Empaer (Empresa Mato-grossense

de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural). Para a determinação da

concentração de N total nas frações do capim e fósforo, potássio, cálcio, magnésio e

enxofre na parte aérea utilizou-se a metodologia descrita por Sarruge e Haag (1974).

3.10 Análises estatísticas

Na análise estatística, os dados obtidos foram submetidos à análise de

variância com fatorial diferenciado, considerando o tratamento testemunha adicional,

sendo o nível de significância determinado pelo Teste F 5% de probabilidade e as

médias das fontes comparadas pelo Teste de Agrupamento Scott-Knott 5% de

probabilidade. O Teste de Dunnet foi aplicado quando houve significância entre a

interação fatorial x testemunha adicional. Equações de regressão foram ajustadas

para os efeitos das doses de N, sendo utilizados os programas Assistat, Sisvar e

Excel.

31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Produção de massa seca da parte aérea e massa seca das raízes

No primeiro e segundo crescimento do capim BRS Zuri não foi verificada

interação entre as fontes e doses. No entanto, verificou-se efeito isolado das doses

(Figura 4 e 5).

As produções de massa seca (MS) e massa seca total (MST) da parte aérea

ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão. A máxima produção de MS

observada no primeiro crescimento foi de 18,3 g/vaso na dose de 249,7 mg dm-3, no

segundo crescimento de 21,2 g/vaso na dose de 350,3 mg dm-3 e de 39,6 g/vaso na

dose de 360,2 mg dm-3 na produção de MST (Figura 4 e 5). Ajustes ao modelo

quadrático de regressão também foram observados por Colozza et al. (2000), no

primeiro crescimento do capim Aruana com a máxima produção na dose de

171 mg kg-1 e Nagano et al. (2011), verificaram produções máximas do capim

Tanzânia na dose de 184 mg dm-3. O incremento de produção com o aumento da

menor dose para a maior dose de N foi de 25% no primeiro e 30% no segundo

crescimento.

As fontes nitrogenadas não propiciaram diferenças na produção MS para os

dois crescimentos estudados, bem como na avaliação da MST da parte aérea.

Ureias com inibidores de urease resultaram em produções de MS similares ao

tratamento com ureia convencional, provavelmente, nas condições edafoclimáticas

do presente trabalho essas fontes não foram eficientes em promover a diminuição

nas taxas de volatilização da amônia. De acordo com Tasca et al. (2011) o uso de

inibidores de urease não necessariamente propiciam menores perdas de N, apenas

32

ocasionam atrasos no pico de volatilização. Esses dados também corroboram com

Rasquinho (2012), que não verificou diferenças na produção de massa seca do

capim Aruana adubado com ureia convencional e ureia com NBPT e com Fernandes

(2011), que não constatou diferenças entre cinco fontes de N na produção de massa

seca do capim Mombaça.

FIGURA 4. Produção de massa seca da parte área (MS) no primeiro crescimento do

capim BRS Zuri em função das doses de N.

Oliveira et al. (2014) constatou perdas de volatilização de amônia

semelhantes entre fontes de ureia com NBPT e ureia convencional em casa de

vegetação. De acordo com Rawluk et al. (2001), após a aplicação de ureia com

NBPT no solo, o inibidor tende a ser menos eficiente em altas temperaturas, pela

maior atividade da urease, dissolução dos grânulos e evaporação da solução do

solo. De acordo com Watson et al. (1994), em condições adversas quando o inibidor

(NBPT) é submetido a um longo período de exposição são necessárias maiores

concentrações de NBPTO para que então possa alcançar níveis de inibição que

seriam obtidos em condições favoráveis.

Segundo Lai e Tabatabai (1992) a atividade da urease também se intensifica

com a elevação da temperatura de 10 para 40°C, diminuindo a eficiência dos

33

inibidores de urease. Ressalta-se que a adubação nitrogenada utilizada no

experimento foi realizada em cobertura e sem incorporação, além disso, a

temperatura no decorrer do período experimental, variou de 23 a 39°C, o que pode

ter ocasionado maior perda da ureia por volatilização.

FIGURA 5. Produção de massa seca da parte área (MS) no segundo crescimento e

produção de massa seca total (MST) do capim BRS Zuri em função das

doses de N.

A produção de MS da parte aérea do capim BRS Zuri no segundo

crescimento foi maior em relação ao primeiro (Figura 4 e 5), esse fato pode ser

atribuído à necessidade de maior consumo de energia no primeiro crescimento para

o desenvolvimento e formação do sistema radicular e da estrutura da parte aérea.

No segundo crescimento com o sistema radicular formado a energia pode ser

destinada para o desenvolvimento da parte aérea com consequente aumento na

produção de massa seca.

Resultados semelhantes foram observados por Colloza et al. (2000) com o

capim Aruana, onde observaram produções de MS da parte aérea na ordem de

18 e 38 g/vaso; Manarim e Monteiro (2003) com o capim Mombaça produções de

34

23,1 e 41,2 g/vaso; Eichler et al. (2006) produções de 40 e 50 g/vaso também com o

capim Mombaça e Nagano et al. (2011), em estudo com o capim Tanzânia,

produções de 20 e 50 g/vaso, respectivamente, para o primeiro e segundo

crescimento.

Embora tenha havido aumento de produção de MS do primeiro (18,3 g/vaso)

para o segundo (21,2 g/vaso) crescimento, essas produções foram baixas,

comparadas aos experimentos supracitados, principalmente no segundo

crescimento. Após calagem e adubação com super fosfato simples, conforme

análise de solo (Tabela 1) o teor de P foi elevado de 2,4 (muito baixo) para

5,1 mg dm-3 (médio), provavelmente o alto poder de fixação de P do solo (textura

argilosa) conciliada com a quantidade aplicada de fósforo não foi suficiente para

aumentar a disponibilidade de P para adequado, consequentemente o P foi limitante

(Lei de Liebig) ao desenvolvimento do capim BRS Zuri.

O P tem grande importância no estabelecimento e perfilhamento de plantas

forrageiras, pois tem função energética (ATP) e atua na divisão celular, o que

favorece o desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea.

Patês et al. (2008) em estudo com doses de N (0, 50, 100 e 150 mg dm-3 , fonte

ureia) e duas doses de P2O5 (0 e 45 mg dm-3 , fonte super fosfato simples) com o

capim Tanzânia, verificaram menores produções de MS quando não foi aplicado P

independente da dose de N, comparado com a adubação de 45 mg dm-3 de P2O5,

verificou-se acréscimo na produção de MS de 40,7 g/vaso, que correspondeu a um

aumento de 754% em comparação à produção obtida sem aplicação de fósforo (5,4

g/vaso).

A interação entre fontes e doses de ureias não influenciou a produção de MS

das raízes. Verificou significância somente para as fontes isoladas de ureias

(Tabela 2).

TABELA 2. Produção de massa seca das raízes do capim BRS Zuri, em função das

fontes de ureias.

Fontes de Ureia Massa Seca (g/vaso)

NBPT1 9,24 a NBPT2 10,15 a Cu e B 7,75 b

Convencional 6,53 b Médias seguidas de letras iguais na linha não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Scott-Knott. CV (%): 18.

35

Maiores produções de MS das raízes foram verificadas nas ureias com

NBPTs, sendo menores nas fontes de ureias convencional e com Cu e B,

certamente o inibidor NBPT foi mais eficiente em inibir as perdas por volatilização.

Os incrementos das fontes com NBPTs foram de 36 e 29% comparados à produção

de MS das raízes da ureia convencional, esses incrementos, provavelmente, são

devido à redução de perdas de N por volatilização, já que o NBPT reduz a

velocidade de hidrólise da ureia o que possibilitou maior aproveitamento do

nitrogênio pelo sistema radicular capim BRS Zuri.

Resultados diferentes foram observados por Colozza et al. (2000), no capim

Aruana, no qual a produção de massa seca das raízes variou com o incremento das

doses de N e o ponto de máxima produção foi observado na dose de 262 mg kg-1.

Silva Filho et al. (2014) também verificaram ajuste no modelo quadrático na

produção de massa do capim Marandu, com menor produção nas maiores doses de

ureia aplicada ao solo.

4.2 Altura das plantas

No primeiro crescimento do capim BRS Zuri não foi verificada significância

na interação entre fontes e doses, também não foi significativa o efeito das doses e

fontes isoladas. No segundo crescimento também não foi observada interação

significativa entre as fontes e doses, entretanto, a altura das plantas foi influenciada

apenas pelas fontes de N (Tabela 3).

Silva Filho et al. (2014), em estudo com o capim Marandu adubado com

doses de ureias verificaram efeito quadrático na altura das plantas. Patês (2009), em

estudo com os capins Atlas e Tanzânia, verificou efeito linear das doses de N na

altura das plantas que variaram de 107,5 a 112,6 cm no capim Atlas e

71,5 a 95,5 cm no capim Tanzânia, esses resultados discordam dos verificados no

presente experimento, no qual as doses não influenciaram na altura do capim BRS

Zuri.

Nas fontes com inibidores de urease foram verificadas maiores alturas

(Tabela 3), incremento de 7% comparado com a ureia convencional. Provavelmente

os inibidores retardaram a hidrólise da ureia, o que favoreceu a absorção de N pelas

plantas, refletindo em maior altura.

36

TABELA 3. Altura no segundo crescimento do capim BRS Zuri em função das fontes

de ureias.

Fontes de Ureia Altura (cm)

NBPT1 79,30 a NBPT2 79,05 a Cu e B 78,70 a

Convencional 73,45 b Médias seguidas de letras iguais na linha não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Scott-Knott. CV (%): 10.

Dados semelhantes foram verificados por Kaneko (2013), na cultura do

algodão, onde observou que uso da ureia com NBPT e nitrato de amônio

proporcionaram maior altura de plantas que a ureia convencional, discordando de

Costa et al. (2001), constatou plantas mais altas de feijão quando adubadas com

ureia convencional em vista da ureia com NBPT. Na cultura do trigo, Espindula

(2010), também não verificou diferenças na altura de plantas adubadas com ureia

convencional e ureia com NBPT.

4.3 Número de folhas

Verificou-se efeito isolado das doses quanto ao número de folhas no

primeiro crescimento, os resultados ajustaram-se ao modelo quadrático de

regressão (Figura 6). O incremento no fornecimento de nitrogênio favoreceu a

emissão das folhas no capim BRS Zuri, sendo que a dose de N que proporcionou o

maior número de folhas (43 folhas por vaso) foi a de 249,39 mg dm-3. Resultados

semelhantes foram observados por Costa et al. (2006), no capim Vencedor, no qual

o número de folhas ajustou-se ao modelo quadrático de regressão, sendo o máximo

número de folhas observado na dose de 125,7 mg dm-3.

37

FIGURA 6. Número de folhas primeiro crescimento do capim BRS Zuri em função

das doses de N.

Tanto no primeiro como no segundo crescimento do capim BRS Zuri foi

constatada significância para as fontes de N (Tabela 4). Em ambos os crescimentos

as ureias com inibidores proporcionaram maior quantidade de emissão de folhas

comparadas a ureia convencional, os incrementos nas alturas foram de 15 e 14% no

primeiro e segundo crescimento, respectivamente, comparando as ureias com

inibidores com a convencional, provavelmente a ureia convencional teve maiores

perdas por volatilização de amônia o que diminuiu a disponibilidade de N na solução

do solo.

TABELA 4. Número de folhas do capim BRS Zuri em função das fontes de ureias.

Número de folhas por vaso

Fontes de Ureia 1º Crescimento 2º Crescimento NBPT1 39,20 a 40,45 a NBPT2 41,05 a 42,25 a Cu e B 38,40 a 41,10 a

Convencional 33,40 b 35,05 b Médias seguidas de letras iguais na linha não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Scott-Knott. CV (%): 14 (1º crescimento); 18 (2° crescimento).

38

O número de folhas da forrageira é uma característica importante, pois se

relaciona diretamente com o perfilhamento e produção de massa seca. Verifica-se

número de folhas praticamente similares no primeiro e segundo crescimento do

capim BRS Zuri (Tabela 4), normalmente no segundo crescimento a produção de

folhas é mais elevada, haja vista, que a planta já está estabelecida, certamente o

número de folhas foi influenciado pela baixa disponibilidade do P o que limitou o

desenvolvimento da forrageira. De acordo com Malavolta et al. (2000) o P atua em

processos de transferência e armazenamento de energia (ATP) desempenhando

papel fundamental no metabolismo vegetal, além de estimular a absorção de N pela

planta.

4.4 Número de Perfilhos

A interação entre as fontes e doses não foi significativa, no entanto, foi

verificado efeito isolado das fontes no primeiro crescimento (Tabela 5) e das doses

quanto ao número de perfilhos no primeiro e segundo crescimento (Figura 7 e 8).

No primeiro crescimento do capim BRS Zuri (Tabela 5) constatou-se maior

número de perfilhos para as fontes de ureia com NBPT2 e Cu e B, esses resultados

indicam que essas fontes foram mais eficientes em aumentar a recuperação de N,

por retardarem a hidrólise de ureia. De acordo com Tasca et al. (2011) em relação à

ureia convencional, a ureia com inibidor de urease retarda os picos de volatilização

de NH3, porém nem sempre proporciona menor perda quantitativa de N.

Rasquinho (2012), em estudo com o capim Aruana adubado com fontes de

ureia e ureia com NBPT não constatou interação entre as fontes e doses nos dois

crescimentos do capim, somente verificou significância para as doses que

ajustarem-se ao modelo linear de regressão. Colozza et al. (2000), em experimento

com o mesmo capim, verificou ajustes quadráticos no modelo de regressão no

perfilhamento nos dois crescimentos, a dose de máximo número de perfilhos foi de

150 e 233 mg dm-1, para o primeiro e segundo crescimento.

39

TABELA 5. Número de perfilhos por planta no primeiro crescimento do capim BRS

Zuri, em função das fontes de ureias.

Fontes de Ureia Perfilho por planta

NBPT1 7,55 b NBPT2 8,80 a Cu e B 8,40 a

Convencional 6,75 b Médias seguidas de letras iguais na linha não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Scott-Knott. CV (%): 17.

As doses de N influenciaram o perfilhamento do capim BRS Zuri os

resultados ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão (Figura 7 e 8). O

número perfilhos por vaso variou de 6,3 a 8,9 no primeiro crescimento e 7,3 a 10,2

no segundo crescimento. Comparando-se os dois períodos de crescimento do capim

BRS Zuri, o perfilhamento no segundo crescimento foi 38% superior à do primeiro.

Assim como ocorreu com a produção de massa seca, número de folhas, maior

perfilhamento foi constatado no segundo crescimento, pois, as plantas já estavam

com o sistema radicular formado, podendo direcionar energia para o perfilhamento.

A dose de nitrogênio que proporcionou o maior perfilhamento foi a de 239,22 (8,8

perfilhos) e 324,01 mg dm-3 (9,8 perfilhos) no primeiro e segundo crescimentos,

respectivamente.

Lavres Júnior e Monteiro (2003) em estudo com o capim-Mombaça,

atribuíram o aumento do perfilhamento do primeiro para o segundo corte, ao fato de

que, no período inicial, a forrageira concentra grande parte da energia para o seu

estabelecimento, com a formação do sistema radicular e da parte aérea, enquanto

que no segundo período de crescimento a planta já estabelecida e com maior

volume radicular tem a capacidade de absorver maior quantidade de nutrientes,

somado ao fato de que a ação do primeiro corte promove o desenvolvimento das

gemas basais, originando maior número de perfilhos.

40

FIGURA 7. Número de perfilhos no primeiro crescimento do capim BRS Zuri em

função das doses de N.

FIGURA 8. Número de perfilhos no segundo crescimento do capim BRS Zuri em

função das doses de N.

Para Cabral (2014) o primeiro crescimento de gramíneas forrageiras é mais

lento, comparativamente a rebrota, porque nesse momento os fotoassimilados são

utilizados para o estabelecimento do sistema radicular e parte aérea. Além disso, em

41

rebrota observa-se estímulo ao perfilhamento pela quebra da dominância apical, o

que acelera o crescimento de gramíneas forrageiras.

De acordo com as informações supracitadas e como relatadas para a

produção de MS e número de folhas, o perfilhamento no segundo crescimento pode

ter sido limitado pelo baixo suprimento de fósforo disponível no solo, uma vez que

esse nutriente estimula a emissão de perfilhos em forrageiras.

4.5 Concentração de nitrogênio na parte aérea e nas raízes

Para a concentração de nitrogênio do BRS Zuri tanto no primeiro como no

segundo crescimento, não foi observada interação significativa entre as fontes e

doses, verificou-se significância apenas para as doses de nitrogênio (Figura 9 e 10).

FIGURA 9. Concentração de N nas folhas emergentes (FE), lâminas de folhas

recém-expandidas (LR), lâminas de folhas maduras (LM) e

colmos+bainhas (CB) no primeiro crescimento do capim BRS Zuri em

função das doses de N.

A concentração de N em ambos os crescimentos e em todos os componentes

analisados (FE, LR, LM, CB e raiz), ajustaram-se ao modelo linear de regressão

(Figuras 9 e 10), à medida que se aumentou a dose de N ocorreu incremento na

42

concentração desse nutriente nas frações do capim BRS Zuri, sendo que as doses

de 333,3 e 500,0 mg dm-3, no primeiro e segundo crescimento, respectivamente, não

foram suficientes para a determinação da máxima concentração de N nessas

frações vegetais. Silveira e Monteiro (2010) verificaram no capim Tanzânia, ajuste

linear na concentração de N. Por ser um capim de lançamento recente no mercado,

recomendam-se estudos com doses de N mais elevadas do que as que foram

utilizadas nesse experimento, para verificar a máxima concentração de N no tecido

vegetal.

FIGURA 10. Concentração de N nas folhas emergentes (FE), lâminas de folhas

recém-expandidas (LR), lâminas de folhas maduras (LM),

colmos+bainhas (CB) e raiz no segundo crescimento do capim BRS

Zuri em função das doses de N.

De modo geral, no primeiro crescimento (Figura 9), as concentrações de

nitrogênio nas FE variaram de 14,32 a 27,70 g kg-1, nas LR de 13,22 a 26,99 g kg-1,

nas LM de 11,94 a 25,33 g kg-1 e nos CB de 8,02 a 17,77 g kg-1, enquanto no

segundo crescimento (Figura 10), as concentrações de nitrogênio nas FE variaram

de 19,55 a 28,87 g kg-1, nas LR de 17,31 a 26,99 g kg-1, nas LM de 17,54 a

43

26, 40 g kg-1, nos CB de 14,83 a 20,05 g kg-1 e nas raízes de 8,15 a 16,87 g kg-1.

As concentrações mais elevadas de N ocorreram na seguinte ordem

FE>LR>LM>CB, no primeiro crescimento e FE>LR>LM>CB>Raízes no segundo

crescimento. Fato esse justificado pela alta mobilidade de redistribuição do

nitrogênio das partes mais velhas (maduras) para os órgãos mais novos da

forrageira (folhas emergentes) com maior demanda nutricional. Esses resultados

corroboram com os verificados em outros trabalhos que sugerem o nível crítico de N

na faixa de 14 a 22 g kg -1 principalmente na folha diagnóstica do capim BRS Zuri.

Manarim e Monteiro (2003) obtiveram resultados semelhantes em CB tiveram

as menores concentrações de nitrogênio do que outros componentes da parte aérea

da planta, quando submetidos a doses do nutriente no meio de crescimento. A

concentração do nitrogênio nas raízes do capim Mombaça variou entre 8,2 e

18,6 g kg-1, concordando com os resultados aqui obtidos.

Incrementos lineares na concentração de N nas folhas diagnósticas do

capim Mombaça foram constatados por Manarim e Monteiro (2003) com variação de

8,8 a 18,5 g kg-1 no primeiro crescimento e 10,2 a 19,2 g kg-1 no segundo

crescimento. Colozza (1998) também observou incrementos lineares na

concentração de N nas LRs dos capins Aruana e Mombaça, com variação de 10,27

a 36,33 g kg-1 e de 12,85 a 43,56 g kg-1 no primeiro e 9,55 a 34,30 g kg-1 e 7,76 a

40,24 g kg-1 no segundo crescimento dos respectivos capins submetidos a doses de

N ( 0 a 300 mg kg-1).

Não foram constatadas diferenças entre as fontes estudadas (ureia com

NBPT1, ureia com NBPT2, ureia com Cu e B e ureia convencional) na concentração

de N nas frações do capim BRS Zuri. Esse resultado provavelmente se deve ao fato

de que as fontes utilizadas disponibilizaram o N em quantidades semelhantes na

solução do solo, além da equivalente perda por volatilização.

Cancellier (2013), na cultura do milho, verificou apenas o efeito das doses na

concentração de N na parte aérea, com ajuste no modelo linear. Valderrama et al.

(2014), verificaram efeito das doses com ajuste linear para o teor N nas folhas do

milho, as fontes nitrogenadas não diferiram significativamente, demonstrando que as

ureias com diferentes revestimentos não afetaram o estado nutricional (N) da planta.

44

4.6 Eficiência de Uso do Nitrogênio

A eficiência de uso do nitrogênio (EUN) em sistemas produtivos é

fundamental, pois à medida que a quantidade aplicada ultrapassa a capacidade da

planta em absorver o nutriente, o nitrogênio pode ser lixiviado ou acumular-se nos

tecidos, reduzindo sua eficiência de aproveitamento (DOUGHERTY; RHYKERD,

1985)

A eficiência de uso do nitrogênio (EUN) foi calculada pela forma descrita por

Siddiqqi e Glass (1981). Houve significância apenas para as doses de N no primeiro

crescimento do capim BRS Zuri (Figura 11). As fontes e interação fontes e doses

não foram significativas nos dois crescimentos do capim.

FIGURA 11. Eficiência de uso de N na parte aérea do capim BRS Zuri em função

das doses de N no primeiro crescimento.

Foi observado um decréscimo da EUN à medida que se aumentaram as

doses de N, isso indica que o decréscimo aconteceu devido ao menor

aproveitamento do nitrogênio pelo capim.

A falta de significância entre as fontes na eficiência de uso de N pode inferir

que a adubação com ureia com inibidores de urease tem ação semelhante a ureia

convencional nas condições em que foi realizado o experimento.

45

4.7 Concentração de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre na parte

aérea do capim BRS Zuri

No primeiro e segundo crescimento verificou-se significância isolada para

fontes de ureia (Tabela 6 e 7) e doses de nitrogênio (figura 12 e 13). No primeiro

crescimento não foi observada significância para as concentrações de potássio.

Entretanto observou-se significância nas concentrações de P, Ca, Mg e S na parte

aérea do capim BRS Zuri, onde maiores concentrações foram verificadas em plantas

adubadas com ureias com NBPT2 e Cu e B (Tabela 6). No segundo crescimento

constatou-se significância para o K, Ca e Mg, com maiores concentrações

verificadas em plantas adubadas com NBPT1 (Tabela 7).

TABELA 6. Concentração de fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S)

na parte aérea no primeiro crescimento do capim BRS Zuri, em função das fontes de

ureias.

Fontes de Ureia

Macronutrientes (g kg-1)

Ureia NBPT1

Ureia NBPT2

Ureia Cu e B

Ureia Convencional

P 1,19 b 1,31 a 1,43 a 1,10 b

Ca 6,95 b 7,71 a 7,24 a 6,57 b

Mg 7,73 b 8,09 a 8,16 a 6,85 b

S 1,09 b 8,09 a 8,16 a 0,99 b

Médias seguidas de letras iguais na linha não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Scott-Knott.

TABELA 7. Concentração de potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) na parte

aérea, no segundo crescimento do capim BRS Zuri, em função das fontes de ureias.

Fontes de Ureia

Macronutrientes (g kg-1)

Ureia NBPT1

Ureia NBPT2

Ureia Cu e B

Ureia Convencional

K 17,52 a 14,90 b 14,40 b 15,84 b

Ca 6,59 a 5,95 b 5,91 b 5,45 b

Mg 5,56 a 4,81 b 4,83 b 4,69 b

Médias seguidas de letras iguais na linha não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Scott-Knott.

As doses de N foram significativas para a concentração de cálcio, fósforo e

enxofre na parte aérea no primeiro crescimento do capim BRS Zuri (Figura 12), no

46

segundo crescimento observou-se significância para o cálcio, fósforo, magnésio e

potássio (Figura 13).

As concentrações de Ca, P e S no primeiro crescimento ajustaram-se ao

modelo quadrático de regressão (Figura 12), com concentrações máximas de

7,55 g kg-1 de Ca na dose de 285,82 mg dm-3, 1,52 g kg-1 de P na dose de

193,02 mg dm-3 e 1,35 g kg-1 de S na dose de 306,33 mg dm-3.

FIGURA 12. Concentração de Cálcio (Ca), Fósforo (P) e Enxofre (S) na parte área

no primeiro crescimento do capim BRS Zuri em função das doses de N.

No segundo crescimento do capim BRS Zuri (Figura 13) as concentrações

de K, P, Ca e Mg ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão. As

concentrações mínimas de K e P na parte aérea foram de 14,21 e 1,42 g kg-1, nas

doses de 330,27 e 347,55 mg dm-3, respectivamente. As concentrações máximas de

Ca e Mg na parte área foram de 6,44 e 4,51 g kg-1 nas doses de 318,39 e 295,59 mg

dm-3.

A redução na concentração tanto de P como de K no segundo crescimento

pode ser explicada pelo efeito diluição, em função do incremento de produção de

MS com o aumento da disponibilidade de N. A absorção de N normalmente promove

aumento na absorção de P, o N juntamente com o K são os macronutrientes

47

absorvidos em maiores quantidades pelas plantas, a absorção de N eleva a

demanda por K, logo o incremento na produção de massa seca pode levar à

menores concentrações de P e K no tecido vegetal em função do efeito diluição.

Ressalta-se também conforme discutido, que possivelmente os teores de P na

solução do solo foi fator limitante para o desenvolvimento do capim.

FIGURA 13. Concentração de Cálcio (Ca), Fósforo (P), Magnésio (Mg) e Potássio

(K) na parte área no segundo crescimento do capim BRS Zuri em função

das doses de N.

4.8 Estimativa do teor de clorofila em valor SPAD

Os valores SPAD não foram influenciados pela interação fontes e doses de

N em ambos os crescimentos do capim BRS Zuri, entretanto, verificou-se

significância isolada para as fontes (Tabela 8) e doses (Figura 14 e 15) nos dois

crescimentos do capim.

Maiores valores SPAD foram observados nas ureias com inibidores de

urease (Tabela 8), esses resultados sugerem que essas fontes foram mais eficientes

em aumentar a recuperação de N, por retardarem a hidrólise de ureia em vista da

48

ureia convencional. Rasquinho (2012), em estudo com o capim Aruana adubado

com fontes de ureia e ureia com NBPT também não constatou interação entre as

fontes e doses nos dois crescimentos do capim, os maiores valores obtidos de

SPAD foram de 39,9 e 42,6 nas doses de ureia e ureia com NBPT, respectivamente.

TABELA 8. Valor SPAD do capim BRS Zuri em função das fontes de ureias.

SPAD

Fontes de Ureia 1º Crescimento 2º Crescimento NBPT1 41,36 a 39,56 a NBPT2 40,23 a 39,54 a Cu e B 40,98 a 39,27 a

Convencional 37,40 b 34,98 b Médias seguidas de letras iguais na linha não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Scott-Knott. CV (%): 7,8 (1º crescimento); 7,9 (2° crescimento).

As leituras dos valores SPAD nas lâminas recém-expandidas em função das

doses de nitrogênio ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão (Figura 14 e

15), com valores máximos de SPAD de 43 e 41 nas doses de 273,85 e

333, 83 mg dm-3, respectivamente, para o primeiro e segundo crescimento do capim

BRS Zuri. O incremento das doses de N contribuiu para o aumento no valor SPAD,

esse fato era esperado, pois, a concentração de N na parte área aumentou com as

doses de N aplicadas, como o N está presente na molécula de clorofila, o aumento

no valor SPAD é justificável.

49

FIGURA 14. Valores SPAD em lâminas de folhas recém-expandidas do capim BRS

Zuri no primeiro crescimento em função das doses de N.

FIGURA 15. Valores SPAD em lâminas de folhas recém-expandidas do capim BRS

Zuri no segundo crescimento em função das doses de N.

Os valores SPAD no primeiro crescimento foram ligeiramente maiores

comparados ao segundo crescimento do capim BRS Zuri (Figura 14 e 15), Manarin e

Monteiro (2002) também verificaram que os valores SPAD no primeiro crescimento

do capim Mombaça foram sempre superiores aos valores observados ao segundo

crescimento. Lavres Junior e Monteiro (2006) em estudo com o capim Aruana

constataram valores SPAD de 52,6 e 42,1, para o primeiro e segundo crescimento,

respectivamente. Colozza et al. (2000) constataram efeito positivo das doses de N

no valor SPAD nas LR do capim Aruana, e com pontos de máximo valor SPAD de

41,2 e 43,3, correspondentes às doses de 255 e 374 mg kg-1 de N, respectivamente,

para o primeiro e segundo crescimento.

Costa et al. (2001) afirmam que com o aumento da disponibilidade de N para

a planta, mais clorofila é produzida nas folhas, resultando em aumento da

intensidade do verde, entretanto, o aumento de clorofila, atinge um patamar

designado como ponto de maturidade fotossintética, a partir do qual se mantém

50

invariável, mesmo com o aumento da concentração de N no tecido, o qual poderá

estar associado a outros compostos de reserva da planta.

4.9 Testemunha adicional

Em todas as variáveis analisadas foram observadas significâncias entre o

fatorial e a testemunha adicional. A média da testemunha em comparação com os

demais tratamentos sempre foi a mais baixa. O não fornecimento de nitrogênio às

plantas acarretou em menor número de folhas, perfilhos e consequente menor

produção de massa seca.

No primeiro crescimento o número de folhas, perfilhos, a altura, produção de

massa seca, concentração de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e

enxofre e valor SPAD foi maior do que no segundo crescimento, esse fato pode ser

devido ao N do solo proveniente da mineralização da matéria orgânica, no segundo

crescimento provavelmente a menor disponibilidade de N mineralizado refletiu na

rebrota de plantas com menor porte, sem perfilhamento, menor emissão de folhas e

clorose nas lâminas maduras que avançou para as folhas emergentes.

A sintomatologia de deficiência do N foi nítida em ambos crescimentos,

porém, foi mais pronunciada no segundo. Esse fato reforça a necessidade de se

realizar a adubação nitrogenada seja no estabelecimento como na manutenção de

áreas cultivadas com o capim BRS Zuri.

51

4.10 Considerações gerais e perspectivas futuras

Na literatura pesquisas relacionadas ao BRS Zuri e fontes com inibidores de

urease são escassas. Da mesma forma em que ainda não há consenso sobre a

eficiência dos fertilizantes com inibidores, principalmente em condições de

temperatura elevada, como as de Mato Grosso.

Faz-se necessários estudos complementares sobre as características

produtivas e nutricionais do capim BRS Zuri, por ser uma forrageira disponibilizada

recentemente no mercado, poucas pesquisas foram realizadas com a mesma.

Pesquisas em casa de vegetação e em campo são fundamentais para o melhor

entendimento acerca do estabelecimento e manutenção do BRS Zuri, essas

informações certamente contribuirão para o melhor manejo desse capim.

Sugere-se também o desenvolvimento de experimentos para verificar a

eficiência das ureias com inibidores de urease nas condições edafoclimáticas de

Mato Grosso. Experimentos que mensurem as perdas por volatilização, atividade de

urease no solo, eficiência agronômica, viabilidade econômica das ureias com

inibidores comparadas com fontes de ureia convencional e nitrato de amônio

(referência por não ter perdas por volatilização de amônia), bem como formas de

incorporação, parcelamento e irrigação são imprescindíveis.

52

5 CONCLUSÕES

As doses de N promoveram variações na produção de massa seca, número

de folhas, perfilhamento, concentrações de N, Ca, Mg, S e valor SPAD do capim

BRS Zuri;

As fontes de ureia influenciaram na produção de massa seca das raízes,

altura das plantas, folhas, perfilhamento, concentrações de P, Ca, Mg, S e valor

SPAD do capim BRS Zuri;

Ureias com inibidores de urease proporcionaram maiores incrementos na

produção e nutrição do capim BRS Zuri comparadas a ureia convencional.

53

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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