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XII Seminário da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo 30 de setembro a 02 de outubro de 2015 – Natal/RN
Produção de dissertações na área de políticas públicas nos programas de pós-graduação em turismo: breve
considerações sobre aspectos metodológicos
Anna Karenina Chaves Delgado1
Resumo: O presente artigo busca traçar breves considerações acerca da produção acadêmica sobre políticas públicas dos programas de pós-graduação em turismo reconhecidos pela CAPES, para tanto, observa quais são os principais métodos utilizados pelas pesquisas, assim como, o principal componente do arcabouço teórico em trinta dissertações. A imprecisão metodológica de algumas pesquisas, assim como, problemas técnicos relativos aos bancos de dados das instituições pesquisadas foram limitações da pesquisa. No que se refere aos seus resultados pode-se perceber que a maioria dos estudos se declaram descritivos, tendo como principal procedimento o estudo de caso e a entrevista como instrumento de coleta de dados mais enfatizado. A teoria/ arcabouço teórico mais citado é o estudo das diretrizes dos programas, ou seja, verificar empiricamente se o que discorre a diretriz(es) do programa(s) foi de fato efetivado. Com base nas análises feitas infere-se que apesar das evoluções dentro dos estudos acadêmicos de políticas públicas dentro do turismo, ainda há um longo caminho a percorrer para que estas possam dar conta de parte da complexidade do fenômeno. O caminho sugerido pela pesquisa é através da busca de arcabouços teóricos de outras áreas e a partir de uma maior diversificação metodológica.
Palavras-chave: Pesquisa científica. Metodologia. Análise de políticas públicas. Turismo.
1. Introdução
A análise de políticas públicas é assunto recorrente dentro da ciência política, vários são os
estudos que discutem as instituições políticas, o conteúdo das políticas, assim como, os interesses
que estão envolvidos no processo. A principal correntes de policy analisys é a norte-americana
formada autores como Dye (2004), Parsons (2007), Dunn (2008), entre outros; são vários os
modelos criados por estes pesquisadores para avaliar as políticas públicas, no entanto, estes
modelos refletem a realidade americana, desta forma, como pensar em formas de análise para
entender as políticas dentro da realidade brasileira?
Com este questionamento em mente, a pesquisa busca tecer breves considerações sobre a
forma como os estudos acadêmicos de turismo (dentro das pós-graduação em turismo) tem
analisados fatores relacionados a política e a gestão pública do setor. Tendo este objetivo em
mente, delineou-se a seguinte questão: qual(is) teoria(s)/ abordagens são utilizadas para servir de
1 Bacharel em Turismo pela UFPB. Mestre em Turismo pela UFRN. Doutoranda em Administração pela UFPE.
Professora do IFPE - campus Barreiros. E-mail: [email protected].
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arcabouço para as construções das pesquisas que versam sobre políticas públicas dentro dos
programas de pós-graduação em turismo brasileiros reconhecidos pela CAPES?
Para realizar a pesquisa fez-se breves discussões sobre os principais métodos utilizados por
estes estudos no que se refere a abordagem (qualitativa, quantitativa e quali-quanti), objetivos
(exploratória, descritiva e explicativa), procedimentos (experimental, bibliográfica, documental,
pesquisa de campo, levantamento, survey, estudo de caso, pesquisa-ação e etnografia),
instrumento de pesquisa (entrevista, questionário, observação, documento e formulário) e técnica
de análise de dados (análise de conteúdo, análise de discurso, grounded theory, expositivista,
diagnóstico e interpretativista). Os conceitos destes métodos foram retiradas das pesquisas de Gil
(2007), Flick (2004) e Sakata (2002).
O presente estudo é de natureza exploratória (com relação aos seus objetivos),
quantitativo (no que se refere a abordagem) com instrumento de pesquisa as dissertações
presentes nos diversos bancos de dados das universidades/ programas de pós-graduação em
turismo. O instrumento utilizado para analisar os dados da pesquisa foi a estatística descritiva
(frequência simples, frequência acumulada e cruzamento de frequências) por meio de software
especializado. A hipótese em que se baseia o artigo é de que os estudos neste campo estão
ganhando maior robustez metodológica com a utilização de diferentes teorias-base.
2 . Produção científica em turismo
Apesar do turismo ser um campo relativamente recente de estudos no Brasil, nos últimos
anos com a criação de novos programas de pós-graduação em turismo (stricto sensu) percebe-se
certa evolução de pesquisa na área, no entanto, várias pesquisas apontam para a necessidade de
elaboração de estudos mais aprofundados.
Sakata (2002) ao analisar a produção acadêmica em turismo no período de 1990 - 2002 (na
Universidade de São Paulo - USP, Universidade Ibero Americana - UNIBERO e Universidade do Vale
do Itajaí - Univali) afirma que os métodos mais frequentes utilizados em dissertações são o
exploratório (com relação aos objetivos) e pesquisa de campo (com relação ao procedimento). No
que se refere a instrumentos de coleta, análise de documentos e registros foi a forma mais
utilizada (41%), seguida pelo questionário (25%), formulário (24%) e a observação (16%). Por fim,
a forma de análise dos dados mais apresentada foi a expositiva, depois a diagnóstico e por fim, a
interpretativista.
Rejowski (2010) afirma que houve avanços nas pesquisas cientificas em turismo, colocando
que no exterior estes avanços estão mais relacionados a constituição de um construtor teórico e
principalmente metodológico, enquanto que no Brasil, a evolução se deu mais no campo da
diversificação do objeto de estudo. No entanto afirma, que tanto no Brasil como no exterior ainda
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são raros os estudos que integram diferentes áreas de conhecimento. A autora sugere a realização
de pesquisas inovadoras de maior envergadura, saindo da periferia e ‘mergulhando’ no âmago da
produção científica em turismo no Brasil.
Momm e Santos (2010) fazem uma pesquisa sobre o conhecimento científico produzido
nos cursos de pós-graduação (stricto sensu) em turismo e áreas correlatas no Brasil no período de
2000 a 2006, um dos fatores enfatizados é que há uma grande dispersão e desequilíbrio no
desenvolvimento do conhecimento científico na área, afirmando que as classes temáticas com
maior hierarquia são patrimônio turístico, política turística e serviços turísticos.
Considera-se que, para se consolidar a institucionalização científica do campo de estudo do Turismo no Brasil, é necessário que haja reflexões e reestruturações no
campo de estudo por parte do meio acadêmico e demais profissionais responsáveis por desenvolver pesquisas no campo do Turismo. (MOMM; SANTOS,
2010, p. 84).
3. Formulações teóricas para o estudo de políticas públicas
O estudo das políticas públicas pode se basear em diversas vertentes, como a análise de
indicadores variados, utilização de princípios da teoria política, levantamento da opinião de
agentes envolvidos no processo de implementação sobre as possíveis dificuldades/ facilidades de
determinada política, entre outras.
O estudo de políticas públicas com base em indicadores especialmente de cunho
econômico-social é uma formulação comum em estudos econômicos, atualmente, estudos que
versem apenas sobre indicadores clássicos como produto interno bruto (PIB), PIB per capita e
renda parecem muito reducionistas, desta forma, novos indicadores que busquem medir
concentração de renda, qualidade de vida, acesso a informação, nível educação, etc. podem
também contribuir para entender o impacto de políticas públicas.
Com relação a teoria política a análise de políticas públicas pode se basear principalmente
nos seguintes aspectos: (a) polity (que seria o ordenamento/ institucionalização do sistema
político), (b) politics (processos políticos, geralmente de caráter conflituoso, onde são delimitados
os objetivos da política, assim como, a inclusão ou exclusão de determinado tema da agenda
política), e (c) policy (configuração dos programas políticos, o conteúdo da política em si). O
arcabouço teórico de análise das políticas públicas, segundo Frey (2000), pode estar baseado num
melhor ordenamento do sistema político (polity), nas forças que interferem no processo decisório
(politics) ou nos resultados de um sistema político (policy). A vertente de policy analysis completa
não trata apenas de examinar os resultados de determinada política (policy), mas também
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compreende o entendimento do processo político, o conteúdo das políticas públicas e a inter-
relação estabelecida entre as instituições políticas, tendo em vista que essas inter-relações
interferem no processo político.
O neo-institucionalismo é outra vertente que poderia ser utilizada dentro do estudo de
políticas públicas, em sua classificação histórica afirma que é mais profícuo estudar as interações
políticas humanas por meio de dois fatores, são eles: o contexto das estruturas de regras (criações
humanas) e de forma sequencial (longitudinal), para tanto, apresenta a path dependence
(dependência de trajetória) criada por Paul Pierson como fundamento. (SANDERS, 2006).
A dependência de trajetória apregoa que fatores em questão num momento histórico
particular determinam variações nos resultados dos países, sociedade e sistemas, ou seja, eventos
passados influenciam a situação atual, de acordo com esta lógica, ao traçar determinado caminho
há barreiras ou facilidades de determinados arranjos institucionais passados que obstruirão ou
facilitarão uma escolha atual. (SANDERS, 2006). A avaliação de Pierson busca entender quais são
os custos destas barreiras.
O estudo da governança pública é outra possibilidade. A princípio, deve-se conceituar, o
que vem a ser governança, esta pode ser entendida como uma consecução de reformas
administrativas e de Estado objetivando ação conjunta que seja eficaz, transparente e
compartilhada pelo Estado, empresas e sociedade civil; objetivando soluções inovadoras de
problemas sociais e criando possibilidades e chances de um desenvolvimento futuro sustentável
para todos os participantes. (KISSLER; HEIDEMANN, 2006). A teorização a cerca da governança
pública é extensa e envolve vários possíveis modelos de governança.
4. Procedimentos Metodológicos
Os programas de pós-graduação selecionados para participar da pesquisa foram aqueles
que constam no cadastro da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES)
como programas recomendados dentro da área de 'Administração, Ciências contábeis e Turismo',
com subárea 'Turismo'. De acordo com pesquisa feita no site da CAPES (2015) existem oito
programas de pós-graduação (figura 1 abaixo).
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Figura 1: Programas de Pós-graduação em Turismo recomendados pela CAPES Fonte: Site da CAPES (2015).
Assim, foram acessados os sites de todas as instituições recomendadas pela CAPES, os
programas disponibilizados pelo Universidade de São de Paulo (USP) e Universidade Federal do
Paraná (UFPR) foram excluídos da amostra em decorrência de não possuírem nenhuma
dissertação/ tese em seu banco de dados2, assim como, os programas de doutoramento da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade do Vale do Itajaí (Univali).
Desta forma, a amostra foi selecionada com base nas produções de mestrado (acadêmico/
profissional) dos programas de pós-graduação das seguintes instituições: Universidade Estadual do
Ceará (UECE), Universidade Anhembi Morumbi (UAM), Universidade de Brasília (UnB), UFRN,
Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Univali. Na tabela 1 segue a produção destes programas no
período de 2005 - 2015 (1a etapa).
Com base neste recorde amostral, foi realizada uma pesquisa nas bases de dados dos
referidos programas de pós-graduação/ universidades no período de março a maio de 2015, nos
casos em que houve problemas técnicos nas respectivas bases de dados também se recorreu a
pesquisa nos sites Domínio público e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (IBICT). A
princípio, as universidades que apresentaram problemas técnicos em seu banco de dados foram a
UECE (em todas as dissertações), nas dissertações do ano de 2005 da UAM constavam apenas os
resumos dos trabalhos, parte das dissertações de 2014 e todas as de 2015 da UFRN, 24
dissertações da UCS e 27 da Univali. Nas situações em que não foi possível localizar as dissertações
por meio do banco de dados do respectivo programa recorreu-se a pesquisa em outras bases de
2 A inexistência de teses/ dissertações em seu banco de dados se deve ao fato dos respectivos programas estarem
iniciando suas atividades.
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dados. No entanto, nem todas as dissertações foram localizadas, sendo assim, o espaço amostral
foi reduzido (2a etapa) conforme ilustra a tabela 1.
UECE UAM UnB UFRN UCS Univali TOTAL
1a Etapa 67 188 26 64 123 188 657
2a Etapa - 149 26 52 99 161 487
3a Etapa - 5 7 8 3 7 30
Tabela 1: Produção pós-graduação em turismo, período 2005 - 2015. Fonte: Dados da pesquisa (2015).
As dissertações selecionadas na 2a etapa tiveram seus títulos, resumos e palavras-chave
analisadas (amostra de 487 trabalhos). Todos os trabalhos que fizeram menção ss expressões
'política(s) de turismo', 'política(s) pública(s)', 'política', 'gestão pública' e 'governança pública',
foram separados para análise. Assim, teve-se uma amostra de 30 dissertações (3a etapa)3. Segue
abaixo lista das dissertações selecionadas.
Nome Título Instituição Ano
Leandro Benedini Brusadin Estudo do Programa Nacional de Municipalização do Turismo no estado de São Paulo: estudo de caso do município de Altinópolis - S.P
UAM 2005
Robinson Luiz Mendes Ribeiro Políticas públicas de turismo e o processo de inclusão/ exclusão social
UAM 2005
Luciana Carla Sagi Capacidade institucional para a gestão do turismo: estudo de caso do estado de Santa Catarina
UAM 2006
Maria Adriana Sena Bezerra Teixeira
A prática do turismo de natureza em hotéis de selva do estado do Amazonas e sua relação com as ações estratégicas da política nacional de ecoturismo
UCS 2006
Maria Helena Mattos Barbosa dos Santos
A importância das políticas públicas para o desenvolvimento do turismo cultural em Florianópolis e Porto Alegre
Univali 2006
Hernanda Tonini Estado e turismo: políticas públicas e enoturismo no Vale dos Vinhedos
UCS 2007
Maria Claúdia S. de G. Franco Hospitalidade e eventos de motivação política UAM 2007
Alessandra Santos dos Santos O turismo rural sob a perspectiva do 'novo rural': uma análise das políticas públicas para o setor nos estados brasileiros
Univali 2008
Lina Juliana Tavares Viana Políticas públicas para espaço destinado ao turismo cultural: análise do sistema turístico cultural do aglomerado urbano de Itajaí
Univali 2008
Marisa Santos Sanson Relação e interação das políticas públicas de turismo e de meio ambiente em SC: uma realidade bem (in)tencionada
Univali 2008
Tamisa Ramos Vicente Vamos cirandar políticas públicas de turismo e cultura UCS 2008
3 Com o intuito de aumentar a amostra buscou-se estabelecer contato via e-mail/ redes sociais com oito ex-alunos dos
referidos programas, sendo, três deles da UAM e cinco da UECE, no entanto, apenas um dos ex-alunos respondeu e enviou a dissertação (Leandro Benedini Brusadin).
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Univali 2009
Carla Ferreira Cruz Redes de prevenção à exploração sexual de crianças no turismo: estudo de caso Belém-PA
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Girlaine Fernandes de Andrade Turismo e desenvolvimento socioeconômico: realidade ou mito em um destino Marajoara
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Jurandir Chaves de Oliveira Regionalização do turismo em MG: estudo da governança na trilha dos Inconfidentes
UAM 2009
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Cálidon Costa da Conceição Políticas públicas de turismo no estado do Amapá no período de 2003 a 2007
Univali 2010
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UFRN 2010
Pamela de Medeiros Brandão Análise da rede política do turismo brasileiro UFRN 2010
Aline Rodrigues Mendes Vieira Planejamento e políticas públicas de turismo: análise dos módulos operacionais do PRT no Polo São Luis - MA
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Celia Cristina L. Fabiano O turismo e a sua contribuição na manutenção e na preservação da pesca artesanal e da cultura tradicional na Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo - RJ
UnB 2011
Darlyne Fontes Virginio Gestão pública do turismo: uma análise dos impactos da política macro de regionalização turística no período 2004-2011 no estado do Rio Grande do Norte, Brasil
UFRN 2011
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UFRN 2011
Raquel Fernandes de Macedo Fatores de sucesso ou insucesso do turismo ambientalmente sustentável: percepção das autoridades públicas no Polo Costa das Dunas do Rio Grande do Norte
UFRN 2011
Getúlio Lima de Queiroz A influência das políticas na gestão pública do turismo no município de Manacapuru-AM, no período de 1996 a 2008
Univali 2012
Suênia de Fátima Silva Galvão Interface cultural, política e organizacional do projeto "Caminhos do Frio - rota cultural" no contexto da regionalização do turismo no brejo paraibano
UFRN 2012
Ana Carolina de Araújo Fatores que influenciam a efetivação de ações para o desenvolvimento do turismo municipal: uma análise no contexto do PRT no Rio Grande do Norte no ano de 2012
UFRN 2013
Quadro 1: Dissertações disponíveis sobre políticas públicas (2005 - 2015). Fonte: Dados da pesquisa (2015).
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5. Resultados da pesquisa
5.1 Limitações da pesquisa
A primeira questão a ser enfatizada é a dificuldade de acesso as teses/ dissertações de
programas de pós-graduação em turismo. Em decorrência, possivelmente, de problemas de
natureza técnica, todo o banco de dissertações da UECE estava inacessível (no período de
realização da pesquisa), assim como, parte dos bancos das demais instituições analisadas, em
alguns casos, o problema de links quebrados foi contornado por meio da busca das referidas
pesquisas no site do IBICT (como foi a situação da UnB), no entanto, em outras situações nem
mesmo a busca em outras bases de dados foi suficiente para sanar o problema. Tendo em vista o
curto período de tempo em que foi realizada a pesquisa, também não foi possível obter respostas
de todos os pesquisadores cujos trabalhos não estavam disponíveis, sendo assim, pretende-se
fazer uma pesquisa posteriormente que inclua o resgate de todas as teses/ dissertações
indisponíveis nas referidas bases de dados.
5.2 Dados da pesquisa: apresentação e análise
Ao analisar as respectivas produções com relação a abordagem de pesquisa (quantitativa,
qualitativa e quali-quanti) percebe-se uma clara predominância de pesquisas qualitativas, apenas
três pesquisas foram classificadas por seus autores de outra forma. No entanto, ao confrontar as
análises feitas em uma das referidas pesquisas, percebe-se que houve uma imprecisão por parte
do autor em classificá-la como mista, sendo na verdade uma pesquisa qualitativa. Desta forma,
foram identificadas uma pesquisa de cunho qualitativo e outra quanti-quali, com utilização de
estatística descritiva (em ambas) e análise de aglomerados (na pesquisa quantitativa).
A classificação da pesquisa com relação aos seus objetivos obteve resultados mais
diferenciados, com predomínio de pesquisas do tipo descritiva, conforme tabela 2. Por outro lado,
ainda se nota uma grande concentração nos métodos exploratório e descritivo, correspondendo a
mais de 85% dos casos, vale salientar, que a maioria dos trabalhos classificados como descritivos
colocaram como subcategoria a pesquisa exploratória, sendo as pesquisas mais precisamente
classificadas como descritiva-exploratória. Em apenas três casos os autores classificaram suas
pesquisas como puramente descritivas.
Tipo de pesquisa Frequência Per. val. Per. Acum.
Exploratória 10 33,33 33,33
Descritiva 16 53,33 86,67
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Explicativa 4 13,33 100
Total 30 100 -
Tabela 2: Pesquisa com relação aos objetivos Fonte: Dados da pesquisa (2015).
Com relação, a classificação da pesquisa segundo seus procedimentos, percebe-se que nem
todos os pesquisadores afirmam o tipo de pesquisa. Em nove pesquisas não foi percebida
qualquer classificação neste sentido, no entanto, a partir de uma análise das referidas pesquisas
pode-se perceber a classificação da pesquisa quanto aos procedimentos.
Tipo de pesquisa Frequência Per. val. Per. Acum.
Pesquisa de campo 6 20 20
Estudo de caso 24 80 100
Total 30 100 -
Tabela 3: Pesquisa com relação aos procedimentos Fonte: Dados da pesquisa (2015).
A elaboração de um instrumento de coleta de dados envolve um estudo (de natureza
bibliográfica e/ou documental) detalhado do objeto de análise. Com o intuito de elaborar um
instrumento que de fato possa atingir seus objetivos. Desta forma, buscou-se entender qual era a
teoria/ fundamento/ abordagem que está por trás das pesquisas. Em muitas situações este
elemento(s) ficou claro, em outros casos, notou-se a utilização de um conjunto de autores/
referências sem uma destinação muito clara. Em três dos estudos analisados a confluência de
diversos autores embasando as pesquisas não tornou possível a identificação mais precisa de uma
abordagem/ teoria que norteasse de forma mais ampla a pesquisa e elaboração do instrumento,
nestes casos classificou-se como bibliografia variada, nos demais casos conseguiu-se classificar
uma ou duas abordagens norteadoras, de acordo com a tabela 4.
Abordagem Frequência Perc. val Perc. acum.
Diretrizes do programa 9 30 30
Indicadores 4 13,33 43,33
Intervencionismo 3 10 53,33
Bibliografia variada 3 10 63,33
Teoria política 2 6,67 70
Bramwell (2001) 1 3,33 73,33
Dodds; Butler (2010) 1 3,33 76,66
Dádiva de Mauss 1 3,33 79,99
Governança 1 3,33 83,32
História oral 1 3,33 86,65
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Myanaki et al (2007) 1 3,33 89,98
Módulos do programa 1 3,33 93,31
Novo rural - Graziano da Silva 1 3,33 96,64
Teoria de rede 1 3,33 100
Total 30 100 -
Tabela 4: Principais Abordagens das pesquisas Fonte: Dados da pesquisa (2015).
A utilização da análise baseada em diretrizes do programa foi a mais utilizada, ou seja, a
partir da análise do documento da(s) política(s) pública(s) busca-se perceber se na visão de
determinado agente o que discorre as diretrizes vem sendo de fato implementado, este agente
avaliador mostrou-se variado em algumas situações eram representantes de órgãos públicos do
turismo (agente mais comum), em outras pesquisas era o próprio autor baseado em um estudo
documental ou até mesmo a população local. Uma variante desta abordagem é análise feita por
meio de módulos do programa, onde ao invés de enfatizar as diretrizes busca-se entender se os
módulos vem sendo implementados da forma que discorre a política.
Os indicadores aparecem em segundo lugar, estes também são variados, na maioria dos
estudos percebe-se a utilização de indicadores econômicos (como produto interno bruto - PIB, PIB
per capita, renda apropriada, etc.) além do índice de desenvolvimento humano (IDH), índice de
Gini, educação da população, longevidade, porcentagem da população que vivem em domicílios
(com água encanada, com energia elétrica, e com geladeira). Nesta situação questiona-se como o
pesquisador trata a possibilidade de variáveis espúrias, pode-se apresentar melhorias (ou piora)
da situação da população que coincidam como um incremento da atividade turística sem que
estas estejam diretamente ligadas, com a presença de uma variável externa (ou até mesmo mais
de uma) que esteja por trás destes resultados. Utiliza-se outros tipos de indicadores como
capacidade de carga e o índice de regionalização. Houve duas pesquisas que relacionaram
indicadores com a análise das diretrizes/ módulos da política.
Outras três pesquisas valeram-se do discurso intervencionista, a partir da utilização de
vários autores que pregam a necessidade eminente de um maior intervencionismo estatal buscam
analisar a presença/ ausência de aspectos como órgãos públicos municipais/ estaduais voltados ao
planejamento do turismo, atuação destes órgãos como gestores (analisando suas ações) e
instrumentos (plano/ programa/ projeto) de planejamento turístico municipal/ estadual.
A teoria política (formada pelas 'instâncias' policy, politics e polity) foi enfatizada em dois
estudos, em um deles trabalhou-se em conjunto com o institucionalismo histórico. A pesquisa
realizada com o viés da teoria de redes também enfatizou dois importantes aspectos da teoria
política, a análise de políticas públicas e as policy networks.
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Outras abordagens de análise como a de Bramwell (2001) que traz os instrumentos
políticos a serem desenvolvidos para a elaboração de políticas públicas, Dodds e Butler (2010)
apresentam as principais barreiras para o desenvolvimento de políticas públicas na Espanha, a
abordagem de José Graziano da Silva tendo como base a leitura do novo rural brasileiro, a dádiva
de Mauss e a teoria de governança pública também aparecem nas pesquisas estudadas.
Como prosseguimento da metodologia tem-se a coleta dos dados, os principais
instrumentos utilizados para este fim foram a entrevista do tipo semiestruturada e a observação
não-participante (conforme tabela 4). Enquanto instrumento único de coleta, a entrevista foi a
ferramenta preferida, no entanto, ao considerar os casos em que houve utilização de mais de um
instrumento de pesquisa, a observação aparece em primeiro lugar. Também pode-se observar as
combinações de abordagens de múltiplos instrumentos utilizados, no gráfico 1.
Gráfico 1: Instrumentos de coleta de dados Fonte: Dados da pesquisa (2015).
Instrumento Frequência Perc. val.
Entrevista estruturada 5 16,66
Entrevista semiestruturada 9 30
Entrevista não-estruturada 5 16,66
Observação participante 4 13,33
Observação não-participante 11 36,66
Questionário fechado 1 3,33
Questionário aberto 1 3,33
Tabela 5: Instrumentos de coleta de dados (subtipos) Fonte: Dados da pesquisa (2015).
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À respeito da análise de dados, notou-se que em uma das pesquisas levantadas, o estudo
de caso foi classificado como método principal sendo secundariamente acompanhado de uma
pesquisa-ação, onde relata-se uma ampla participação da pesquisadora com intuito de
modificação da realidade local.
Das trinta pesquisas estudas, treze pesquisas não faziam nenhuma menção as ferramentas
utilizadas. A partir de uma leitura destas pesquisas, categorizou-se alguns destes trabalhos como
'interpretativistas' (três dissertações), já que estas afirmaram adotar métodos rigorosos/ críticos,
apresentando análises subjetivistas, sem, no entanto, afirmarem nenhum instrumento de análise
de dados. Desta forma, dos trabalhos classificados como método de análise de dados
interpretativista apenas em dois deles seus autores de fato afirmaram utilizá-lo como método de
análise. Os demais trabalhos foram categorizados como utilizando os instrumentos de
expositivismo e diagnóstico, em cinco trabalhos percebe-se a utilização de diagnóstico, a partir da
utilização de indicadores, modelo de governança entre outros, notou-se a intenção de diagnosticar
a implementação da política pública, assim como, suas possíveis dificuldade. Em outros cinco
trabalhos observou-se uma apresentação de dados/ informações, em alguns casos, acompanhado
de pouco teor crítico, estes foram entendidos como expositivistas.
Tipo de análise Frequência Per. Val. Per. Acum.
Análise de conteúdo 9 30 30
Interpretativismo 5 16,67 46,67
Diagnóstico 5 16,67 63,34
Expositivismo 5 16,67 80,01
Análise do discurso 4 13,33 93,34
Análise documental 1 3,33 96,67
Estatística descritiva 1 3,33 100
Total 30 100 -
Tabela 6: Análise de dados Fonte: Dados da pesquisa (2015).
Outro fator importante de ser mencionado é a imprecisão da descrição da análise de
dados. Em três trabalhos, utilizou-se o termo análise de conteúdo sem estar presente na pesquisa
os procedimentos relativos a esta, ou seja, sem nenhum indicativo de que esta análise tenha sido
de fato feita. De acordo, com Bardin (1977) a análise de conteúdo envolve a pré-análise, análise do
material (codificação, categorização e quantificação da informação) e o tratamento dos
resultados. Na fase de análise são escolhidas a unidade de registro e a unidade de contexto. Não
foram percebidas as unidades em três pesquisas.
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Cabe salientar que uma das pesquisas categorizada como 'análise de conteúdo' também
utilizou estatística descritiva. Assim, como outra que além da 'análise de conteúdo' se valeu da
análise do discurso. Em nenhum dos trabalhos pesquisados houve a utilização da análise do
discurso foucaltiano, as análises feitas foram com relação ao discurso do sujeito coletivo de
Lefèvre e Lefèvre (2000) ou Orlandi (2001). Os trabalhos analisados de fato possuíam expressões
chaves/ discursos-síntese (LEFÈRVE; LEFÈRVE, 2000), assim como, o dispositivo de interpretação
(ORLANDI, 2001).
Ao cruzar as variáveis objetivos da pesquisa com análise de dados, notam-se indícios da
relação entre as variáveis, onde estudos categorizados como expositivistas são exploratórios em
80% dos casos, conforme tabela XX a seguir marcado de cinza. Já com relação ao análise de
discurso pode-se notar que 75% dos estudos foram de caráter descritivo, enquanto, 60% dos que
fizeram diagnóstico e interpretativismo também são descritivos (marcados em vermelho). Por fim,
40% das pesquisas interpretativistas são explicativas (marcada em amarelo).
Objetivos Análise de Dados
Expositivista Diagnóstico Interpretativista A. C A.D Documental
Exploratória 4 40% 80%
13,33%
1 10% 20%
3,33%
0
4 40%
44,44% 13,33%
1 10% 25%
3,33%
0
Descritiva 1 6,25% 20%
3,33%
3 18,75%
60% 10%
3 18,75%
60% 10%
4 25%
44,44% 13,33%
3 18,75%
75% 10%
1 6,25% 100% 3,33%
Explicativa 0 1 25% 20%
3,33%
2 50% 40%
6,67%
1 25%
11,11% 3,33%
0 0
Tabela 7: Cruzamento de frequências entre análise de dados versus objetivos da pesquisa. Fonte: Dados da pesquisa (2015).
6. Considerações finais
A necessidade de pesquisas acadêmicas de turismo que busquem novas abordagens é
imperativa para um maior desenvolvimento da área, no que se refere a construção de
conhecimento e maior reconhecimento do campo por seus pares refletindo em investimentos e
diversos outros impactos positivos para a expansão do campo. No entanto, estudos bibliométricos
sobre a produção acadêmica do turismo tem mostrado que o setor não tem evoluído de forma tão
rápida, possivelmente, o fato de ser um campo de estudos relativamente recente, com a presença
de um número pequeno de programas de pós-graduação possa explicar a lenta evolução.
XII Seminário da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo 30 de setembro a 02 de outubro de 2015 – Natal/RN
Ao analisar dissertações que versam sobre políticas públicas dentro de programas de turismo o
primeiro fator que se percebeu foi a inconsistência dos bancos de dados de algumas
universidades/ programas de pós-graduação com um bloqueio parcial e até mesmo total de suas
produções. Num cenário onde busca-se o desenvolvimento de conhecimento do campo, não
parece interessante bloquear o acesso a parte das poucas pesquisas da área.
Com base nos artigos analisados percebe-se uma melhora com relação ao panorama
traçado por Sakata (2002), pelo menos no que se refere a produção em políticas públicas. Notou-
se mais pesquisas descritivas e até mesmo algumas explicativas, no entanto, a quantidade de
pesquisas exploratórias, assim como, o alto número de instrumentos de análise de dados
expositivistas, diagnóstico e as imprecisões da análise de conteúdo pode denotar a falta de
maturidade das produções. A concentração da abordagem de forma quase que absoluta em
pesquisas qualitativas significa que a temática (políticas públicas) é vislumbrado por um número
restrito de atores, em várias dissertações não houve rigor ao selecionar a amostra, assim, um
número restrito de atores diagnóstica ou expõe sua visão de determinada política pública que
pode ser diametralmente oposta a opinião de um outro ator do mesmo grupo representativo,
assim, acredita-se que a utilização de outra abordagem como a pesquisa quali-quanti ou mesmo
da técnica snowball de forma mais ampla pode favorecer o estudo do fenômeno. Outro fator a
destacar é a necessidade de adotar métodos de análise de dados mais rigorosos, não é porque a
pesquisa é qualitativa que não se pode usar métodos mais rigorosos, pelo contrário, as pesquisas
qualitativas devem ser tão rigorosas cientificamente quanto as quantitativas.
A hipótese inicial da pesquisa foi corroborada parcialmente, tendo em vista, que houve
evoluções metodológicas, mas que estas não foram tão amplas como se esperava. As bases
teóricas utilizadas como arcabouço das dissertações mostraram-se pouco estruturadas e similares.
Conforme dados da pesquisa, juntando a análise de diretrizes/ módulos/ indicadores/
intervencionismo tem-se mais da metade das questões avaliadas (17 dissertações). Estas segundo
a classificação de Frey (2000) ficam restritas as policies em sua maioria e de forma marginal a
politics, questões como a relação entre os atores, disputas de interesse e análise crítica das
diretrizes das políticas ainda são pouco exploradas.
Desta forma, propõe-se uma maior utilização de teorias de outros campos de estudo
(como a ciência política, administração, sociologia, geografia e economia) para realizar análises de
políticas públicas mais aprofundadas tendo por suporte metodologias que são usadas dentro do
turismo, mas ainda de forma pouco representativa como as pesquisas explicativas, pesquisa-ação
e fenomenologia, sempre adotando procedimentos rígidos.
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