Processos Superficiais – Tensão...

42
Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 1 Processos Superficiais – Tensão Superficial Tensão Superficial - As forças que atuam sobre as moléculas/átomos que estão na superfície são diferentes das forças que atuam sobre as moléculas/átomos no interior do líquido. - Para aumentar ou diminuir a superfície disponível (a interface), mudando o formato do líquido, será necessário realizar trabalho, por causa das forças diferentes que atuam sobre as moléculas/átomos na superfície.

Transcript of Processos Superficiais – Tensão...

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 1

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    - As forças que atuam sobre as moléculas/átomos que estão na superfície são diferentes das forças que atuam sobre as moléculas/átomos no interior do líquido.

    - Para aumentar ou diminuir a superfície disponível (a interface), mudando o formato do líquido, será necessário realizar trabalho, por causa das forças diferentes que atuam sobre as moléculas/átomos na superfície.

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 2

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Diagrama (sistema idealizado) para definir a tensão Superficial (γ)

    - para aumentar a área, trabalho precisa ser realizado sobre o líquido.

    - Isto é: dw = Fg·dxlíquido

    arame

    - Podemos suspender um pequeno objeto no arame corrediço para equilibrar a força de tensão superficial do líquido sobre o arame.

    Peso do arame mais o peso do objeto pendurado.

    Força de tensão superficial exercida pela película sobre o arame corrediço.

    - no equilíbrio: |F| = |Fg| = f

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 3

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial - Definição- Define-se tensão superficial () como a força por

    unidade de comprimento exercida por uma superfície do líquido.

    - Pois a força necessária para esticar o filme ou camada líquida é proporcional ao comprimento l.

    - Como a película tem duas superfícies:

    - Como f = |Fg| = m·g, sendo que m é a massa total do arame deslizante e do corpo suspenso, a tensão superficial pode ser obtida experimentalmente, utilizando a relação: = m·g/(2·l).

    - Unidades de Tensão Superficial: N/m, dyn/cm, erg/cm2 ou J/m2 …

    - assim a tensão superficial é:

    f α 2 l

    f =γ⋅(2 l) γ =f

    2 l

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 4

    - a tensão superficial é uma propriedade de um líquido que varia com a temperatura.

    - na temperatura crítica (a temperatura em que a diferença entre as forças no líquido e no gás desaparecem), a tensão superficial vai a zero.

    - como se realiza trabalho quando se muda a área, é possível correlacionar este trabalho com uma das funções de estados da termodinâmica.

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 5

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    - Pois temos que o trabalho necessário para expandir a superfície, na Figura a baixo, devido ao deslocamento dx é:

    área expandida

    - Esta expressão mostra que a tensão superficial pode ser interpretada como energia por unidade de área, e que se trata de uma energia mecânica , não, térmica.

    γ=dwad A

    dwa=γdA

    dwa = f·dx ou dwa = ·(2l)·dx

    - Assim teremos que:

    dx

    γ=dwa

    (2 l)⋅dx

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 6

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.

    - Para uma variação (transformação) reversível na área de um líquido que ocorre a T e p constantes temos que:

    - Três implicações desta equação:

    (1) integrando: wa(máx.) = G → G = ·A

    (2)

    (3) dG = -S·dT + V·dp + ·dA

    dG=dwa

    γ=(∂G∂ A )T , p ,n j

    dwa=γdAmas:dG=γdA

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 7

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial Formulação Termodinâmica. As vezes a tensão superficial de uma fase condensada é chamada de energia de Gibbs de superfície.

    - Devemos lembrar que o sentido espontâneo de um processo é na direção em que há diminuição da energia de Gibbs.

    - como temos que um processo espontâneo a T e p constantes G < 0

    - como > 0 (sempre)- logo um processo espontâneo a T e p constantes ocorre com uma

    diminuição na área, isto é, A < 0.

    *** A esfera é o objeto mais compacto, ela tem a menor área para qualquer volume dado.

    dG=γdA

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 8

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.Exercício:

    a) Qual a razão entre a área do cubo (Ac) e da esfera (Af) para o caso da Figura abaixo, sendo que a aresta do cubo (a) é de 3,00 cm?

    b) E no caso da esfera ter o mesmo volume do cubo do item a? Calcule a razão entre a área do cubo e da esfera novamente.

    c) Calcule a variação de área se a esfera do item b se divide em mil esferas de volumes iguais?

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 9

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.

    - Considere o seguinte sistema isolado e constituído de duas fases e a interface entre as duas.

    - Suponha que a interface seja ligeiramente deslocada de I para I’.

    - Com isto as variações nas energias são:

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 10

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.

    Com isto as variações nas energias são:

    em M1 dU1 = T·dS1 – p1·dV1

    em M2 dU2 = T·dS2 – p2·dV2

    na superfície (interface) dU = T·dS + ·dA

    (para a superfície dV = 0)

    * lembre-se que para a superfície não tem volume, logo não há o termo p·dV e que dwa = ·dA.

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 11

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial Formulação Termodinâmica.

    - com isto a variação total de energia é:

    dU = dU1 + dU2 + dU = T·d(S1 + S2 + S) – p1·dV1 – p2·dV2 + ·dA

    dU = T·dS – p1·dV1 - p2·dV2 + ·dA

    - como: V = V1 + V2 dV1 = dV – dV2

    dU = T·dS – p1·dV + (p1 - p2) ·dV2 + ·dA- logo:

    dU1 = T·dS1 – p1·dV1dU2 = T·dS2 – p2·dV2dU = T·dS + ·dA

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 12

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.

    dU = T·dS – p1·dV + (p1 - p2) ·dV2 + ·dA

    (p1 - p2) ·dV2 + ·dA = 0

    - se T e V são constantes, dV = 0 e dS = 0, pois:

    - então no equilíbrio a energia está num mínimo, dU = 0.

    dS=(∂ S∂T )V dT +(∂ S∂V )T dV

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 13

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.

    (p1 - p2) ·dV2 + ·dA = 0- No equilíbrio:

    - Que pode ser reescrita como:eq. de Laplace-Young

    - Se a interface é plana e a superfície B é cilíndrica e perpendicular à interface

    interface

    Superfície B - a área não varia, isto é: dA = 0- e sendo dV2 0

    Logo: p1 = p2

    A pressão tem o mesmo valor nas duas fases que estão separadas pelo plano (a interface).

    p2−p1=γ( ∂ A∂V 2)

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 14

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.- Se a interface não é plano, o deslocamento da interface envolverá uma variação em área.- Isto conduzirá, por sua vez, a uma diferença de pressões entre as duas fases.

    M2

    M1

    dR

    R

    I’

    ICalota

    Ângulo sólido

    raio de curvatura da calota

    Superfície delimitante cônica

    w

    - como a área da calota é: A =w·R2 dA = 2·w·R·dR- e o volume de M2 até a calota é: V2 = w·R3/3

    dV2 = w·R2·dR

    p2 = p1 + 2·/R

    (p1 - p2) ·dV2 + ·dA = 0

    - logo: (p2 – p1)w·R2·dR = ·2·w·R·dR

    - como:

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 15

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.

    p2 = p1 + 2·/R

    - Esta equação exprime o fato fundamental de que a pressão dentro de uma fase cuja superfície é convexa () é maior do que a pressão exterior.

    p2p1 p2 > p1

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 16

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial

    Formulação Termodinâmica.

    Bolhas, cavidades e gotículas

    - Bolha: região em que o vapor está confinado em uma fina película de um líquido (duas superfície);

    - Cavidade: região em que o vapor está confinado no interior do líquido (uma superfície);

    - Gotícula: pequeno volume de líquido imerso em seu vapor (uma superfície).

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 17

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial Formulação Termodinâmica.- Se a interface não é esférica mas possui como raios principais de curvatura r1 e r2 , então:

    - Esta diferença de pressão através da superfície é a causa física da ascensão e da depressão capilar.

    - no caso de uma bolha, o aumento de pressão é de: p2 - p1 = 4/R

    Isto porque são duas interfaces convexas

    21

    11'rr

    pp

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 18

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Ascensão Capilar e Depressão Capilar

    a b

    (2 - 1)·g·h = 2·/R

    - a condição de equilíbrio é que nos pontos a e b a pressão seja a mesma ;

    H

    - isto é p1 + 2·g·z = p´2 + 2·g· (z – h)

    - como: p´2 = p´1 + 2·/R e p´1 = p1 + 1·g·h

    - Logo:

    Fase 2

    Fase 1

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 19

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial

    Ascensão Capilar e Depressão Capilar

    - da equação: (2 - 1)·g·h = 2·/R- tem-se a relação entre a depressão capilar (h) e a tensão superficial e as

    densidades (1 e 2).

    - com isto temos o seguinte:

    - se a superfície do líquido for côncava () equivale a dizer que R é negativo assim a depressão capilar h será negativa. O líquido sobe. Tem-se aí uma elevação capilar (Ascensão Capilar).

    - esta equação mostra que para o calculo de a partir da depressão capilar, exige o conhecimento de como o raio de curvatura (R) está relacionado com o raio do tubo (r ).

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 20

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Ascensão Capilar e Depressão Capilar

    Ângulo de Contato: é o ângulo dentro do líquido entre a parede do tubo e a tangente a superfície do líquido na parede do tubo.

    - da figura teremos que: r/R = sen r/R = sen( - 90) R = -r/cos

    - assim:

    líquido ar

    hrg 1221cos (2 - 1) ·g·h = 2·/R

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 21

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Ascensão Capilar e Depressão Capilar- Sendo h a depressão capilar é conveniente substituir por H = -h a ascensão capilar.

    - Com isto temos o seguinte: se < 90 o menisco do líquido é côncavo () H é +- se > 90 o menisco do líquido é convexo () H é - Os líquidos que molham a superfície do tubo possuem < 90 e os que não molham > 90.

    para fazer medidas escolhe-se tubos suficientemente estreitos, pois ≈ 0 ou ≈ 180 em virtude da dificuldade em medir .

    Hrg 1221cos hrg 122

    1cos

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 22

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Exercícios:

    1) A densidade do mercúrio a 25,0 °C é 13,53 g·cm-3 e γ = 0,484 N·m-1. Qual seria a depressão capilar do mercúrio em um tubo de vidro de diâmetro interno igual a 1,0 mm, se admitirmos θ = 180°? Despreze a densidade do ar.

    2) Em um tubo de vidro, a água exibe uma ascensão capilar de 2,0 cm a 20,0 °C. Se ρ = 0,9982 g·cm-3 e γ = 72,75 x 10-3 N·m-1, calcule o diâmetro do tubo ( θ = 0°).

    Tensão Superficial

    Ascensão Capilar e Depressão Capilar

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 23

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial

    Propriedade de Pequenas partículas

    líquido

    vapor

    po

    po

    Interface plana

    p2

    r

    p

    gota pressão de vapor

    p2 > p

    - líquido em equilíbrio com seu vapor

    - na gota o aumento de pressão aumenta o potencial químico.

    Vejamos as consequências disto ………….

    líquido

    vapor

    p1

    p

    se uma gota é suspensa

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 24

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    - assim tendo a equação de Kelvin:

    - Calcule qual deve ser a razão p/po para a água a 25,0 °C, considerando as situações em que o raio da gota de água são de (a) 1,0 x 10-6 m e (b) 1,0 x 10-9 m. A tensão superficial da água a 25 °C é 72 x 10-3 N/m.

    Tensão Superficial Propriedade de Pequenas partículas

    ln( ppo)= Vl

    RT2γr

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 25

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial Métodos para determinar a tensão superficial (γ)

    Medida da ascensão capilar

    - o método consiste em medir a altura correspondente à ascensão capilar em um capilar de raio conhecido.

    - para a maioria dos líquidos, em um capilar de vidro, o ângulo de contato, θ, é igual a zero:

    γcosθ=12 (

    ρ2−ρ1 )grH

    densidade do líquido densidade do vaporascensão capilar

    raio do capilar

    - considerando as aproximações: θ ≈ 0° e ρliq – ρvap ≈ ρliq = ρ

    γ=12ρgrH

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 26

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial Métodos para determinar a tensão superficial (γ)

    Medida da ascensão capilar

    γ=12ρgrH

    - para medidas mais precisas deve-se considerar a densidade do vapor, ρvap, e levar em conta o volume do líquido que se encontra acima da parte inferior do menisco;

    γ=12 (

    ρlig−ρvap )gr(H +r /3 )

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 27

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial Métodos para determinar a tensão superficial (γ)

    Medida da massa da gota- determinando a massa de uma gota que se forma lentamente e cai da extremidade de um tubo de ponta polida;

    - a gota se desprende do tubo quando seu peso for suficiente para vencer a força correspondente à tensão superficial que mantém a gota aderida ao tubo;

    m·g = 2π·r·γ

    - esta equação necessita de um fator de correção (ϕ) pelo fato da gota não se desprender totalmente do tubo, e também, porque a força devido à tensão superficial não atua exatamente na vertical;

    m·g = 2π·r·γ·ϕ- ϕ depende de r/(v)1/3, sendo que v é o volume da gota (calculado a partir de m e ρ do líquido)

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 28

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial Métodos para determinar a tensão superficial (γ)

    Medida da massa da gota

    - para valores de r/(v)1/3 entre 0,7 e 1,0 → Φ ≈ 0,6

    - assim pode-se fazer medidas relativas, pois para dois líquidos diferentes;

    em um mesmo tubom1·g = 2π·r·γ1·ϕ1

    m2·g = 2π·r·γ2·ϕ2

    γ1γ2 =

    m1ϕ 2m2ϕ 1

    se os volumes das gotas não forem muito diferentes

    Φ1 ≈ Φ2γ1γ2=

    m1m2

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 29

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial Métodos para determinar a tensão superficial (γ)

    Método do anel ou da balança – tensiômetro de Du Mouy

    anel platina-irídio

    - o anel é suspenso no braço de uma balança

    - mede-se a força necessária para destacar o anel da superfície do líquido. A força necessária para que o anel se desprenda da superfície do líquido é igual à necessária para vencer a tensão superficial, ou seja; F = 4 π R γ

    - e a tensão superficial é: γ= F4 π R

    β

    raio médio do anel

    β: o fator de correção que é função de R3/v e de R/r, sendo v o volume do líquido sob o anel e r o raio do fio.

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 30

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial

    Interface líquido líquido

    - a tensão interfacial entre duas fases líquidas e é designada por .

    - se puxar as duas fases de forma a separá-las formaremos uma interface líquido vapor.

    - a interface líquido vapor, na fase , tem uma energia de Gibbs superficial de v (energia de Gibbs por unidade de área) e o mesmo é válido para a fase , isto é, v .

    - O aumento da energia de Gibbs nesta transformação é:

    área unitária

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 31

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Interface líquido líquido- O aumento da energia de Gibbs nesta transformação, a T e p constantes, é:

    Este aumento é chamado de energia ou trabalho de adesão, entre as fases e (energia ou trabalho por unidade de área).

    este aumento na energia de Gibbs é chamado de energia ou trabalho de coesão.

    Área de uma face

    ΔG=w Aαβ=γαv+γβv−γαβ

    ΔG=wcα=2γα v

    - Se seccionarmos uma coluna da fase pura , formaremos a superfície de área igual a 2 A e:

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 32

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Interface líquido líquido- O mesmo vale para a fase , isto é:

    - então: ou

    - Com isto tem-se que:

    * quando:* quando = 0 não há resistência ao aumento da interface entre as fases e ; os dois líquidos misturam-se espontaneamente.Neste caso o trabalho de adesão é a média do trabalho de coesão dos dois líquidos.

    ccA www 21

    21 Acc www 2

    1

    Aw

    ccA www 21

    ΔG=wcβ=2γβv

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 33

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Interface líquido sólido

    - De maneira análoga a interface líquido líquido temos que:

    - Embora sv e sl não sejam mensuráveis, é possível obtermos uma relação entre sv - sl, o ângulo de contato () e lv.

    w Asl=γ sv+γ lv−γ sl

    w Asl=γ sv−γ sl+γ lv

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 34

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Interface líquido sólido

    relação entre sv - sl, o ângulo de contato () e lv.

    - Se deformarmos ligeiramente a superfície líquida, de forma que a área da interface sólido líquido aumenta de dAsl temos que:

    sólido

    arlíquido

    dAsl

    dAlv = dAsl·cos

    a T e p constantesdG=γsldA sl+γsvdAsv+γ

    lvdAlv

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 35

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial

    Interface líquido sólido

    - da figura temos que: dAsv = -dAsl e dAlv = dAsl·cos

    sólido

    arlíquido

    dAsl

    dAlv = dAsl·cos

    - então:

    - se consideramos que não há variação em ;

    - dessa forma, podemos definir sls, o coeficiente de espalhamento, para o líquido sobre o sólido como:

    dG=(γsl−γsv+γlvcosθ)dA sl

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 36

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial Interface líquido sólido

    - O coeficiente de espalhamento pode ser definido por:

    Assim se:

    - se sls é + (G/Asl) é – isto é, a energia de Gibbs diminuirá a medida que a interface sólido líquido aumenta, o líquido se espalhará espontaneamente.

    - se sls = 0 a configuração é estável (equilíbrio) com relação a variação de área

    - se sls é – (G/Asl) é + o líquido irá se contrair e diminuir Asl espontanea-mente.

    sls=−( ∂G∂ A sl)dG=(γsl−γsv+γlvcosθ)dA sl

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 37

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Tensão Superficial

    Interface líquido sólido

    - como temos que:

    - logo:

    - Se o líquido é estável quanto as variações em sua área, isto é: sls = 0.

    dG=(γsl−γsv+γlvcosθ)dA sl

    sls=−( ∂G∂ A sl)sls=γsv−γsl−γlvcosθ

    γsv−γsl=γlvcosθ

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 38

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Interface líquido sólido

    - tendo que:

    - e lembrando que:

    - logo:

    cos lvslsv

    sllvsvslAw

    )cos1( lvslAw

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 39

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Interface líquido sólido

    - Tendo a seguinte equação:

    - Podemos fazer a seguinte análise:

    - Se = 0

    - O trabalho de adesão entre o sólido e o líquido é igual ao trabalho de coesão do líquido.- O líquido espalha indefinidamente sobre a superfície, uma vez que energeticamente o sistema é indiferente ao fato do líquido estar em contato com si mesmo ou com o sólido ( se wAsl > wcl o líquido molha mas não indefinidamente).

    - Se = 180 - Não há dispêndio de energia para separar o sólido do líquido.- O líquido não molha o sólido e não se espalha sobre ele.

    )cos1( lvslAw

    )2(2 lvlclvsl

    A wmasw

    0slAw

    lc

    slA ww

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 40

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial Coeficiente de espalhamento para um líquido sobre outro líquido

    - é definido da mesma forma que para um líquido sobre o sólido, exceto que o cos =1 = 0.

    - assim:

    - A medida que um líquido se espalha sobre a superfície de outro, as tensões interfaciais variam, consequentemente s varia.- um exemplo: Benzeno/água

    sαβ=γβ v−γαβ−γα v

    área unitária

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 41

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialTensão Superficial

    Coeficiente de espalhamento para um líquido sobre outro líquido- um exemplo: Benzeno/água

    - Benzeno em água pura:1) No início sba 9 x 10-3 N·m-1 (sba > 0, há espalhamento).

    2) Quando a água está saturada com benzeno e o benzeno saturado com água (sba)sat -2 x 10-3 N·m-1 (sba < 0, não há espalhamento).

    3) Benzeno a mais que é adicionado aglomera-se como uma lente na superfície.

    - Se s = 0 = v - v os líquidos são miscíveis.

  • Físico-química III/DAQBI/UTFPR - João Batista Floriano 42

    Processos Superficiais – Tensão Superficial

    Exercício:

    A 20,0 °C a tensão interfacial entre água e benzeno é 35 mN·m-1. Se γ = 28,85 mN·m-1 para o benzeno e 72,75 mN·m-1 para a água (assumindo que θ = 0),

    calcule

    a) o trabalho de adesão entre a água e o benzeno;

    b) o trabalho de coesão para o benzeno e para a água;

    c) o coeficiente de espalhamento para o benzeno sobre a água.

    Tensão Superficial

    líquido sobre outro líquido

    Processos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialSlide 8Processos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialSlide 16Processos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialSlide 22Slide 23Slide 24Slide 25Slide 26Slide 27Slide 28Slide 29Processos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialProcessos Superficiais – Tensão SuperficialSlide 42