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Revista Científica do CEDS (ISSN 2447-0112) Nº 6 Jan/Jul-2017 Disponível em: http://www.undb.edu.br/ceds/revistadoceds/ Processo de estanqueidade à água: Avaliação da fachada do prédio Banco do Estado do Maranhão BEM no cumprimento à norma da ABNT NBR 15575/13¹ Ayanna Lima² Daniele Costa² Prof. Dr. Claudemir Gomes Santana³ RESUMO: O presente estudo se propôs a realizar uma análise do desempenho da fachada do antigo prédio do banco do Estado do Maranhão BEM, quanto ao processo de estanqueidade estabelecida na NBR 15575-4 de 2013, onde classifica regiões nacionalmente de acordo com o clima local e disposição dos ventos, estabelecendo os paramentos mínimos de qualidade para uma boa resistência a percolação nas fachadas prediais. De forma a identificar os possíveis problemas quanto à estanqueidade no prédio, uma das primeiras obras da era modernista da cidade de São Luís da década de 60, segundo os preceitos do nível de qualidade de estanqueidade da norma de hoje. PALAVRAS-CHAVES: Estanqueidade; Desempenho da fachada; Resistência a percolação. INTRODUÇÃO A principal e primordial função da habitação é o abrigo. Com o passar do tempo e o desenvolvimento de suas habilidades, o homem bandeou- se a utilizar materiais inéditos do seu meio ambiente criando abrigos cada vez mais elaborados. Nesse desenvolvimento histórico, novas técnicas e tecnologias foram utilizadas para que a habitação também pudesse cumprir com êxito a sua função de proteger o homem dos intemperes da natureza. _____________________________ 1 Paper apresentado à disciplina Direito Urbanístico e Ambiental, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco UNDB. 2 Alunas do 8° Período, do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da UNDB. 3 Professor Dr. orientador.

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Processo de estanqueidade à água: Avaliação da fachada do

prédio Banco do Estado do Maranhão – BEM no cumprimento à

norma da ABNT NBR 15575/13¹

Ayanna Lima²

Daniele Costa²

Prof. Dr. Claudemir Gomes Santana³

RESUMO: O presente estudo se propôs a realizar uma análise do desempenho da fachada do antigo prédio do banco do Estado do Maranhão – BEM, quanto ao processo de estanqueidade estabelecida na NBR 15575-4 de 2013, onde classifica regiões nacionalmente de acordo com o clima local e disposição dos ventos, estabelecendo os paramentos mínimos de qualidade para uma boa resistência a percolação nas fachadas prediais. De forma a identificar os possíveis problemas quanto à estanqueidade no prédio, uma das primeiras obras da era modernista da cidade de São Luís da década de 60, segundo os preceitos do nível de qualidade de estanqueidade da norma de hoje.

PALAVRAS-CHAVES: Estanqueidade; Desempenho da fachada; Resistência

a percolação.

INTRODUÇÃO

A principal e primordial função da habitação é o abrigo. Com o

passar do tempo e o desenvolvimento de suas habilidades, o homem bandeou-

se a utilizar materiais inéditos do seu meio ambiente criando abrigos cada vez

mais elaborados. Nesse desenvolvimento histórico, novas técnicas e

tecnologias foram utilizadas para que a habitação também pudesse cumprir

com êxito a sua função de proteger o homem dos intemperes da natureza.

_____________________________

1 Paper apresentado à disciplina Direito Urbanístico e Ambiental, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB.

2 Alunas do 8° Período, do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da UNDB.

3 Professor Dr. orientador.

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Na arquitetura, a fachada de uma edificação significa cada uma das

faces exteriores do edifício. Também é um dos principais elementos

responsáveis na busca de proteção contra intempéries, por isso, é de suma

importância escolher o tipo de material adequado e de qualidade para tal

função, proporcionando que a mesma possa cumprir a sua função de proteção.

Este trabalho tratará, de forma específica, sobre a capacidade da

fachada em proteger a edificação contra a penetração da água da chuva.

Tema esse de grande relevância, se considerado que grande parte das

manifestações patológicas no interior e no exterior das fachadas são

provocadas justamente pela penetração da umidade, sendo ela pela incidência

da chuva ou pelo solo.

Água só é interessante à construção durante o período de execução

das obras. Concluídos os trabalhos, o líquido frequentemente torna-se um

empecilho. Em tempos chuvosos, acumulado nas fachadas de edifícios, por

exemplo, provoca manchas e reduz a vida útil dos materiais (OLIVEIRA, 2008).

Isso é muito válido para as fachadas de uma edificação, pois

dependendo do material utilizado pode acontecer uma grande retenção de

líquidos através dos porros do mesmo deixando-a bastante permeável. Já

quando o material faz o inverso, e tem a capacidade de impedir ou melhor

resistência a penetração dessa água em seus porros, dar-se o nome de

estanqueidade.

O quão permeável poderá ser a fachada está diretamente

relacionada a alguns fatores como, por exemplo, a finalidade da edificação em

questão, o meio no qual a edificação está inserida, a sensibilidade dos

usuários, entre outros. Portanto, para avaliar a estanqueidade de fachadas,

devem ser fixados alguns parâmetros e utilizada algumas ferramentas para

mensurar a permeabilidade da mesma. (RODRIGUES, 2010).

O presente trabalho teve como objetivo a avaliação do processo de

estanqueidade a água, seguindo os parâmetros descritos na norma da ABNT

NBR 15575/13 – Edifícios Habitacionais de até cinco pavimentos –

Desempenho, analisando os requisitos de desempenho aceitável desse

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processo de maneira teórica, visto que não serão realizados os ensaios

técnicos específicos requeridos pela norma.

Foi utilizado como objeto de estudo deste trabalho, para avaliar o

processo de estanqueidade da água na fachada, o prédio do antigo Banco do

Estado do Maranhão – BEM, localizado no centro histórico da cidade de São

Luís, no estado do Maranhão.

1 HISTÓRICO DO PRÉDIO ESTUDADO

Para este caso, vai ser utilizado como objeto de estudo a fachada

do antigo Banco do Estado do Maranhão – BEM, que se caracteriza por ser um

prédio de estilo modernista construído na década de 60, após o alargamento

da Rua do Egito, e com a construção da Av. Magalhães de Almeida e da Av.

Getúlio Vargas que transformaram o eixo de crescimento da cidade renovando

a linguagem da mesma com diversas construções.

O Prédio foi construído em 1970 e logo após foi tombado pelo

Patrimônio Histórico. Virou ainda um local de grande visitação popular, por

causa da área social, localizada na cobertura do edifício que disponibiliza uma

vista privilegiada da cidade. (São Luís 360º, 2015). Em resumo, temos um

grande e importante prédio, que contém uma fachada composta em alvenaria

de tijolo e argamassa com janelas de estrutura metálica e vidro como pode ser

observado nas Figuras 01 e 02.

A edificação possui 12 andares e já foi considerado o mais alto de

São Luís. Depois de passar 10 anos abandonado, a antiga sede do extinto

Banco do Estado do Maranhão (BEM) foi leiloada em 2009 e desapropriada

pela Prefeitura de São Luís, após, a desapropriação ocorreu por meio do

Decreto Municipal nº 36.364, assinado no dia 10 de fevereiro de 2009.

Atualmente o mesmo encontra-se fechado e sem uso. (São Luís

360º, 2015).

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Figura 01 – Fachada do prédio BEM

Fonte: Arquivo pessoal.(2017)

Figura 02 – Elementos que compõem a fachada do prédio BEM

Fonte: Arquivo pessoal.(2017)

2 ESTANQUEIDADE

A palavra estanqueidade é conceituada como “impermeável a

líquido”, seguindo esse conceito, o processo de estanqueidade em sistemas de

vedações externas e internas se dá pela capacidade desses sistemas de

impedir a penetração de fluidos. Através da estanqueidade se classifica o

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quanto determinado material tem facilidade ou não de percolação de água por

meio de seus poros, contudo a avaliação ainda depende de fatores como, o

meio que a edificação está inserida e o uso da edificação.

Para o tipo de fachada de alvenaria de tijolo e argamassa com

janelas de estrutura metálica e vidro do prédio do Banco do Estado do

Maranhão, tem-se como base a norma de desempenho a parte 4 da 15575-4

de 2013 que estabelece requisitos e métodos de avaliação de desempeno de

sistemas de vedações verticais internas (SVVIE) de habitações e seus

elementos, porém aplicável em edifícios de até 5 pavimentos e também até a

data da sua divulgação, no entanto o prédio será avaliado segundo os critérios

de desempenho da NBR visto que esse estudo busca avaliar tal prédio da

década de 60 segundo os critérios de estanqueidade de hoje.

O método e avaliação da norma se dá por ensaios previsto de

compressão excêntrica com 3 repetições, tendo como referência as próprias

tabelas com quantitativos e qualitativos mínimos a ser alcançados para se ter

uma boa qualidade para uso. Especificamente para avaliação de

estanqueidade, é subdivida em 2 partes: infiltração de água dos SVVIE

(fachadas) e umidade nas vedações verticais externas e internas em

consequência da ocupação do prédio.

2.1 Infiltração de água dos SVVIE (fachadas)

Para ser estanque, a norma estabelece índices conforme

especificado na Tabela 1 de acordo com a região climática e indicação das

posições dos ventos de acordo com a Figura 03.

“Os sistemas de vedação vertical externa da edificação habitacional, incluindo a junção entre a janela e a parede, devem permanecer estanques e não apresentar infiltrações que proporcionem borrifamentos, escorrimentos ou formação de gotas de água aderentes na face interna, podendo ocorrer pequenas manchas de umidade, com áreas limitadas aos valores indicados na tabela

abaixo.” (ABNT/NBR 15575, 2013)

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Tabela 1: Condições e ensaio de estanqueidade à água de sistemas

de vedações verticais externas.

Fonte: NBR 15575

Figura 03 - Condições de exposição conforme as regiões brasileiras.

Fonte: NBR 15575

Descreve ainda os métodos de avaliação por ensaios de acordo

com o sistema e vedação vertical, podendo ser os: por análise de projeto,

ensaios de tipo em laboratório de acordo com anexo C da NBR em questão e a

realização de ensaio em laboratório seguindo a NBR 10821, parte 3 que trata

de métodos de ensaio.

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2.2 Umidade nas vedações verticais externas e internas em consequência

da ocupação do prédio

Critério que visa a não infiltração de líquido por meio das faces das

paredes quando em contato com áreas molhadas, especifica que “A

quantidade de água que penetra não deve ser superior a 3 cm³, por um

período de 24 h, numa área exposta com dimensões de 34 cm x 16 cm.”

Fazendo uso do ensaio de estanqueidade de acordo com o descrito no anexo

D da norma ABNT/NBR 15.575/13, sendo que o caráter M é o menor nível

aceitável para as premissas do projeto.

3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS PROVOCADAS PELA UMIDADE

Quando a edificação está sujeita à ação da água em locais onde

não há uma impermeabilização adequada, a mesma apresentará uma grande

possibilidade de surgimentos de diversas patologias que poderão comprometer

a vida útil da edificação, a segurança do seu usuário e a estética do imóvel.

As paredes externas das edificações possuem função de proteger

os interiores da edificação contra a ação dos agentes agressivos do meio

ambiente, tais como sol, chuva, vento, etc. Devido os revestimentos das

paredes externas possuírem porosidade ou fissuras e também o substrato

(alvenaria) possuir fissuras entre a argamassa de revestimento, a umidade

penetra e fica acumulada até que se evapore para a face exterior do

revestimento ou se permeie para o interior dos revestimentos internos,

causando com isso algum tipo de manifestação patológica. (DIAS, 2003 apud

SILVA, 2006).

Há diversas formas da umidade penetrar na fachada da edificação.

A chuva é descrita por muitos pesquisadores como um dos principais

responsáveis pelos problemas de umidade na fachada. No entanto, o fato da

água acumular ou escoar na superfície da fachada pode ocorrer em função de

fatores como: umidade de infiltração decorrente da ação da água de chuva, o

projeto do edifício em relação a impermeabilização das fundações e baldrame,

as condições climáticas do local, a presença de defeitos nas superfícies das

áreas molhadas, o tipo de material que compõe a fachada e etc.

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Já no caso de falhas de impermeabilização, danos típicos

provocados pela umidade ascendente (ARAÚJO, 2003 apud SILVA, 2006),

encontra-se como consequência o surgimento de:

• Manchas na base das construções;

• Destruição dos rebocos e da argamassa de ligação, pela

formação de sulfatos e pela sua consequente subida;

• Formação de bolores;

• Aumento da dispersão de calor proveniente do interior do edifício;

• Alvenarias das paredes mais frias onde se verificam com muita

facilidade fenômenos de condensação;

• Ambiente insalubre;

• Destacamento das camadas superficiais em algumas pedras e no

tijolo, por efeito da cristalização de sais.

A umidade não é apenas uma causa de patologias, ela age também

como um meio necessário para que grande parte das patologias em

construções ocorra. Ela é fator essencial para o aparecimento de

eflorescências, ferrugens, mofo, bolores, perda de pinturas, de rebocos e até a

causa de acidentes estruturais (VERÇOZA, 1991).

Para recuperar as áreas afetadas, é importante antes de tudo,

identificarmos o agente deteriorador do revestimento da fachada do prédio a

ser trabalhado, já que a água permite a migração de fungos para a superfície

dos mesmos. Deve-se ainda realizar a manutenção periódica da fachada para

evitar o aparecimento de umidade na edificação.

3.1 Possíveis Manifestações Patológicas Provenientes da Umidade no

prédio BEM

A fachada do prédio Banco do Estado do Maranhão é composta por

alvenaria de tijolo e argamassa, sendo toda revestida de pintura. Logo assim,

entre tais patologias que podem surgir provenientes da umidade na fachada do

edifício com este tipo de revestimento como afirma Silva (2006) e Verçoza

(1991), pode-se destacar:

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a. Eflorescência: onde uma das causas do seu aparecimento de

formações salinas na superfície dos seus materiais é pela presença

de umidade. A mesma causa manchas esbranquiçadas que surgem

nas superfícies pintadas causando transtornos estéticos.

b. Saponificação: é o aparecimento de manchas na superfície

pintada, devido à presença de um certo grau de umidade.

c. Manchas causadas por pingos de chuva: quando temos uma

pintura recém-executada que é tomada por pingos de chuvas. Tal

acontecimento traz à superfície pintada diversas manchas.

d. Manchas e bolor: causadas pela absorção de umidade pelo

revestimento da fachada.

e. Fissuras e mofo: onde a umidade ocorre por meio de infiltrações

ou por meio de vazamento de tubulações.

f. Bolhas: normalmente aparecem pelo inchaço da massa corrida

por absorção de umidade.

Já sabemos que nas fachadas, a umidade geralmente é proveniente

de infiltrações de água de chuva. O objetivo deste paper, portanto, será

abordar a estanqueidade à água de chuva das fachadas, discorrendo sobre

prováveis causas de infiltrações de água e possíveis formas de evitar tais

infiltrações.

3.2 Manifestações Patológicas Encontradas

A seguir, será apresentado alguns registros fotográficos das

manifestações patológicas proveniente da umidade encontrada na fachada do

prédio estudado.

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Manifestações detectadas: Bolor (Figura 04)

Causas prováveis: Causada pela umidade, seja por meio de infiltração, ou

por meio de vazamentos de tubulações. A presença de umidade e pouca

ventilação são os fatores responsáveis. Conforme explicado por Verçoza

(1991), a umidade abaixo de 75% e temperatura entre 10 e 35° C. propiciam a

formação de bolor.

Figura 04: Bolor encontrado na fachada do edifício BEM.

Fonte: Arquivo pessoal.(2017)

Manifestações detectadas: Bolhas (umidade). (Figura 04)

Causas prováveis: Absorção de umidade pela parede externa, gerando perda

de coesão do reboco e diminuindo a aderência da pintura na parede causando

inchaço na mesma.

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Figura 05: Bolhas de umidade encontrada na fachada do edifício BEM.

Fonte: Arquivo pessoal.(2017)

Manifestações detectadas: Manchas e bolor. Figura 06 (A e B)

Causas prováveis: Absorção de umidade pela tinta do revestimento da

fachada.

Figura 06 (A, B): Manchas e bolor encontrados na fachada do

edifício BEM.

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

A B

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Manifestações detectadas: Umidade (eflorescência) (Figura 07)

Causas prováveis: Fluxo de água por capilaridade (absorção) ou pressão

(permeabilidade), a mesma também pode ser causado pelo excesso de cal na

camada do emboço.

Figura 07: Umidade encontrada na fachada do edifício BEM.

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

CONCLUSÃO

Como foi possível demonstrar nas Figuras de 05 a 07, foram

identificadas várias manifestações patológicas, mostrando que pelo fato de ser

uma construção antiga, da década de 70, a fachada provavelmente atenderia

as especificações de estanqueidade da época, entretanto, seriam necessárias

adequações na estrutura para atender as exigências da atual ABN/NBR

15.575/13.

É indiscutível a importância da temática estanqueidade nas

edificações, estando diretamente ligada a capacidade de ser durável no tempo

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com eficácia. Tanto, que é notória a quantidade de trabalhos acadêmicos de

engenharia voltados para essa temática, a fim de entender esse processo, seja

por falhas na construção, falta de especificação no projeto ou por falta de

estabelecer a importância da manutenção preventiva do edifício que

tradicionalmente não se tem nas construções brasileiras.

Como dito acima, todo tipo de construção está sujeita as

intempéries naturais. É dever dos profissionais envolvidos bem como os

usuários quando instruídos, proporcionar que a edificação permaneça durável

no decorrer de determinado período, garantido sua principal função: abrigo e

funcionalidade, aliado ainda aos novos fatores atrelados a vivência humana:

qualidade, estética, sustentabilidade e sustentabilidade.

Logo a estanqueidade é qualidade primordial para que uma

construção permaneça “saudável”, pois além de ser fator impulsor sobre

diversos tipos de patologias nas fachadas como o aparecimento de bolhas,

manchas de mofos, bolor entre outros, ela também é porta de entradas para

outros tipos de patologias não relacionadas diretamente com a umidade. Assim

a NBR 155754 se mostra como item de consulta indispensável de segurança e

qualidade a longo prazo, a fim de garantir um desempenho positivo no

confronto constante entre a água e as edificações estando de acordo com os

parâmetros necessários que a condição ambiental de cada região brasileira

requer.

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REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 15575: Edificações habitacionais — Desempenho - parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE. 2013.

ABNT. NBR 10821-3: Esquadrias para edificações Parte 3: Esquadrias externas e internas – Métodos de ensaio.2017.

Gauzin-Müller, Dominique. Arquitetura Ecológica. Tradução: Celina Olga de Souza e Caroline Fretin de Freitas. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011.

RODRIGUES, ALEX. Estanqueidade de Alvenaria revestida com diferentes argamassas e acabamentos: Aplicação da NBR 15575-4/2008. 2010. Departamento de engenharia Civil Porto Alegre.

VERÇOZA, E. J. Patologia das Edificações. Porto Alegre, Editora Sagra, 1991. 172p.

SILVA, FABRICIO. Caracterização das Manifestações Patológicas Presentes em Fachadas de Edificações Multipavimentados da Cidade de Ijuí/RS. Departamento de Tecnologia, Curso de engenharia civil Injuí/RS, 2006.

SIGNIFICADOS. Significado de fachada. Disponível em:<https://www.significados.com.br/fachada/> Acesso em 05 de Maio de 2017.

OLIVEIRA, THIAGO. Beirada seca. Disponível em:<http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/137/artigo286530-1.aspx> Acesso em 05 de Maio de 2017.

SÃO LUÍS 360º. Observatório turístico panorâmico de São Luís. Disponível em:<http://www.saoluis360.com.br/c/sao-luis/visoes-panoramicas/> Acesso em 05 de Maio de 2017.