PROCAD-NF UFPB/UFMG PATRIMÔNIOS - CONEXÕES … · Desde o ingresso da primeira turma, em 2005, as...

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1 PROCAD-NF UFPB/UFMG PATRIMÔNIOS - CONEXÕES HISTÓRICAS I - JUSTIFICATIVA O Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), aprovado em 2003 pelos órgãos deliberativos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi reconhecido e credenciado pela CAPES em novembro de 2004, constituindo-se como Mestrado Acadêmico, com Área de Concentração denominada História e Cultura Histórica, que expressa a articulação entre o processo histórico, a produção do conhecimento e a sua transmissão, desdobrando-se em duas linhas de pesquisa, História Regional e Ensino de História e Saberes Históricos. Desde o ingresso da primeira turma, em 2005, as atividades de qualificação de mestres somam 28 (vinte e oito) dissertações, o que representa a culminância dos esforços acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão dos docentes do Departamento de História UFPB e dos grupos de pesquisas que se organizaram antes da criação mesma do seu mestrado. É importante destacar a vocação regional do PPGH/UFPB que recebeu, em suas primeiras quatro seleções, inscrições de candidatos egressos de diferentes instituições de ensino superior localizadas em diversos estados do Nordeste e do Sudeste do Brasil. Desde 2005, o mestrado em história do PPGH-UFPB tem primado por uma formação de alta qualidade de recursos humanos de pós-graduação, incentivando seus alunos a vivenciar múltiplas e variadas atividades de cunho acadêmico, promovendo eventos relativos e próximos às linhas de pesquisa e aos projetos dos grupos de pesquisa, de forma a confirmar os objetivos delineados quando de sua criação. Seus docentes e discentes vinculam-se a grupos de pesquisa 1 que têm procurado assumir um caráter interinstitucional, uma vez que congregam pesquisadores da 1 Os grupos de pesquisa dos quais participam docentes e discentes vinculados ao PPGH-UFPB, com cadastro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, são: “Ensino de História e Saberes Históricos”, “Estado e Sociedade no Nordeste Colonial”, “Sociedade e Cultura no Nordeste Oitocentista” e “GEPHiS20 - Grupo de Estudos e Pesquisa em História do Século XX”.

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PROCAD-NF UFPB/UFMG

PATRIMÔNIOS - CONEXÕES HISTÓRICAS

I - JUSTIFICATIVA

O Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), aprovado em 2003 pelos

órgãos deliberativos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi reconhecido e

credenciado pela CAPES em novembro de 2004, constituindo-se como Mestrado

Acadêmico, com Área de Concentração denominada História e Cultura Histórica, que

expressa a articulação entre o processo histórico, a produção do conhecimento e a sua

transmissão, desdobrando-se em duas linhas de pesquisa, História Regional e Ensino

de História e Saberes Históricos.

Desde o ingresso da primeira turma, em 2005, as atividades de qualificação de

mestres somam 28 (vinte e oito) dissertações, o que representa a culminância dos

esforços acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão dos docentes do Departamento

de História UFPB e dos grupos de pesquisas que se organizaram antes da criação

mesma do seu mestrado. É importante destacar a vocação regional do PPGH/UFPB que

recebeu, em suas primeiras quatro seleções, inscrições de candidatos egressos de

diferentes instituições de ensino superior localizadas em diversos estados do Nordeste

e do Sudeste do Brasil.

Desde 2005, o mestrado em história do PPGH-UFPB tem primado por uma

formação de alta qualidade de recursos humanos de pós-graduação, incentivando seus

alunos a vivenciar múltiplas e variadas atividades de cunho acadêmico, promovendo

eventos relativos e próximos às linhas de pesquisa e aos projetos dos grupos de

pesquisa, de forma a confirmar os objetivos delineados quando de sua criação.

Seus docentes e discentes vinculam-se a grupos de pesquisa1 que têm procurado

assumir um caráter interinstitucional, uma vez que congregam pesquisadores da

1 Os grupos de pesquisa dos quais participam docentes e discentes vinculados ao PPGH-UFPB, com cadastro no

Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, são: “Ensino de História e Saberes Históricos”, “Estado e Sociedade no Nordeste Colonial”, “Sociedade e Cultura no Nordeste Oitocentista” e “GEPHiS20 - Grupo de Estudos e Pesquisa em História do Século XX”.

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Universidade Federal de Pernambuco e/ou da Universidade Federal de Campina

Grande, ao mesmo tempo em que estimulam a participação de alunos dos cursos de

graduação, notadamente o Curso de Graduação em História, mas também o do

Programa Estudante Convênio-Movimentos Sociais do Campo (PEC-MSC) e de outros

cursos como Pedagogia, Turismo, Economia, Ciências Sociais, Serviço Social e

Biblioteconomia. O desenvolvimento de atividades de pesquisa, mas também de

extensão, além da realização de eventos e organização de publicações têm sido não só

a meta perseguida por tais grupos, mas também o resultado de suas ações nos últimos

anos.

O Programa de Pós-Graduação em História da UFMG, por sua vez, com cursos de

mestrado e doutorado, com a recomendação da CAPES e a instalação da primeira

turma de doutorado em 1999, foi antecedido pelo mestrado em História, cujas

atividades se iniciaram no segundo semestre de 1990. Ao longo deste período, pode-se

constatar uma transformação e o amadurecimento significativo do Programa, refletido

na avaliação da Capes de 2006, que o distinguiu com a nota 6, com produção

significativa de seus grupos de pesquisa2.

Com dezesseis anos de pós-graduação e mais de trezentas defesas realizadas,

entre dissertações e teses, o sucesso e o reconhecimento do PPGH-UFMG reflete o

empenho de professores e discentes para o aumento do índice de publicação,

participação em eventos e internacionalização de suas atividades, gerando um fecundo

alargamento de contatos intelectuais e de ricas perspectivas sobre o papel da

universidade no mundo contemporâneo.

O encontro acadêmico entre estas duas experiências em Pós-Graduação, com

suas peculiaridades e trajetórias distintas, pode dar início a um processo de

aproximação e convergência de interesses comuns, não apenas institucionais, mas,

principalmente, de fortalecimento da cultura histórica local e nacional.

2 Os grupos de pesquisa dos quais participam docentes e discentes vinculados ao PPGH-UFMG, com cadastro no

Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, são: “Pesquisa e Produção de Material Didático para o Ensino de História do Brasil”, “História de Minas e do Brasil: Espaço, Cultura e Sociedade”, “Escravidão, Mestiçagem, Trânsito de Culturas, Globalização: séculos XV ao XX”, “República: Núcleo de Pesquisa, Documentação e Memória”, “Coleção Brasiliana: Escrita e Leituras da Nação (1931-1941)”, “Cultura Artística e Metodologias na Pesquisa em Artes Visuais”, “Perspectiva Pictorum”, “História e Linguagens” e “Programa de História Oral”.

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Esta oportunidade pode vir a se concretizar a partir da realização deste projeto

de parceria vinculado ao Programa Nacional de Cooperação Acadêmica – Novas

Fronteiras (PROCAD-NF), representando a possibilidade de consolidação institucional e

acadêmica do PPGH-UFPB e a confirmação do nível de excelência buscado pelo PPGH-

UFMG, com o desenvolvimento das atividades previstas no PROCAD-NF que

certamente confirmarão estes objetivos.

Com uma proposta integradora, centrada na temática Patrimônios, os dois

Programas de Pós-Graduação e os Grupos de Pesquisas que constituirão as equipes de

trabalho do PROCAD-NF pretendem realizar atividades que aproximem e fortaleçam a

pesquisa e o ensino de história em nível de pós-graduação, buscando dar a este

projeto um conteúdo que ultrapasse a formalidade dos convênios da cooperação

acadêmica e tenha um alcance acadêmico que se estenda para além do eventual e do

efêmero dos programas que se encerram em si mesmos.

Desta forma, o PROCAD-NF oferece a pesquisadores, docentes e discentes dos

PPGH-UFPB e do PPGH-UFMG, uma oportunidade especial para ampliarem seus

horizontes de atuação acadêmica e intelectual, fortalecendo as ações desenvolvidas

nos referidos programas de pós-graduação, freqüentemente realizadas

individualmente por docentes que lideram grupos de pesquisa, ministram aulas e

orientam mestres e doutores em mais de um programa de pós-graduação.

Com as missões de trabalho e de estudo, alunos e docentes de ambos os

programas poderão fortalecer conhecimentos na área específica de Patrimônios e nas

áreas correlatas definidas pelos grupos de pesquisa, por meio da realização de

pesquisas em acervos documentais, imagéticos, pictóricos e bibliográficos, para

fundamentação e ampliação do tema central proposto pelas equipes. Além disso, com

a realização dos estágios pós-doutorais, os docentes do PPGH-UFPB poderão dar

continuidade à sua formação, cuja repercussão certamente será sentida

posteriormente na qualidade presente no exercício de suas funções e atividades

acadêmicas.

Convém ressaltar que realização do projeto PROCAD-NF – PPGH-UFPB/PPGH-

UFMG, pode representar a oportunidade de que seja instalado, em 2012, o nível de

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doutorado no PPGH-UFPB, o que significa respaldar e consagrar os esforços que vêm

sendo ensejados por esta instituição.

“Patrimônios - Conexões Históricas”. O que se pretende discutir dentro deste

recorte? Trata-se de perceber patrimônios como aquilo que se constitui, que se

constrói no fazer do cotidiano entre os vários grupos que compõem a sociedade

brasileira e que, de maneiras distintas se encontram, se superpõem, se mesclam ou se

fundem no processo histórico. No Vocabulario Portuguez de Raphael Bluteau,

publicado em Portugal entre 1712 e 1728, além da interpretação latina de bens

deixados por herança, toma-se também a acepção por bens de qualquer natureza e

coisas justamente adquiridas3. Portanto, patrimônio difere de herança, tornando-se

um conceito ampliado.

Pensar patrimônios significa, assim, considerar todo este universo multifacetado,

constituído em diferentes espaços históricos e diferentes temporalidades; universo

que engendra valores - patrimônios, portanto - culturais, políticos, intelectuais,

técnicos, da forma de viver, morais, das representações, das crenças, enfim,

patrimônios no sentido de se estabelecer ou de se conhecer melhor os mecanismos de

conformação daquilo que se costuma chamar de universo cultural brasileiro, com sua

origem fincada no período colonial, mas que estende seu legado até a

contemporaneidade.

As Conexões Históricas, desse modo, complementam o sentido de Patrimônios,

já que subentendem não uma história comparada, na acepção mais tradicional deste

tipo de enfoque, mas sim conexões em espaços e temporalidades que não são,

necessariamente, paralelos. Trata-se de passar por comparações que não recriem os

vícios da história comparada tradicional, permitindo terminar, de uma vez por todas,

3 BLUTEAU, D. Raphael. Vocabulario Portuguez e Latino Aulico, Anatomico, Architectonico, Bellico, Botanico,

Brasilico, Comico, Crítico, Chimico, Dogmatico, Dialectico, Dendrologico, Ecclesiastico, Etymologico, Economico, Florifero, Forense, Fructifero, Geographico, Geometrico, Gnomonico, Hydrographico, Homonymico, Hierologico, Ichtyologico, Indico, Isagogico, Laconico, Liturgico, Lithologico, Medico, Musico, Meteorologico, Nautico, Numerico, Neoterico, Ortographico, Optico, Ornithologico, Poetico, Philologico, Pharmaceutico, Quidditativo, Qualitativo, Quantitutivo(sic), Rethorico, Rústico, Romano, Symbolico, Synonimico, Syllabico, Theologico, Terapteutico, Technologico, Uranologico, Xenophonico, Zoologico, AUTORIZADO COM EXEMPLOS DOS MELHORES ESCRITORES PORTUGUEZES, E LATINOS; E OFFERECIDO A EL REY DE PORTUGUAL, D. JOÃO V, PELO PADRE D. RAPHAEL BLUTEAU CLERIGO REGULAR, DOUTOR NA SAGRADA Theologia, Prêgador da Raynha de Inglaterra, Henriqueta Maria de França, & Calificador no sagrado Tribunal da Inquisição de Lisboa. Coimbra: No Collegio das Artes da Companhia de JESU Anno de 1712. Com todas as licenças necessarias. Disponível em: <http://www.ieb.usp.br/>. Acesso em 08 out. 2008.

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com a falsa idéia de que fronteiras locais, regionais e nacionais bastam para se ter uma

determinada História. Assim, é possível desligar-se daquilo, por exemplo, que a

História nacional do século XIX nos obrigou a pensar até agora: a criação de fronteiras

nacionais como fator determinante para as explicações históricas. Neste sentido, as

conexões históricas pensadas neste projeto nos apontam para o abandono da idéia de

fronteiras pré-estabelecidas, sobretudo quando essas fronteiras têm apenas as

dimensões do nacional, em detrimento das demais, do local em detrimento do global.

Ou seja, a concepção de Conexões Históricas nos leva a problematizar a idéia de uma

história insular e tradicional.

Dentro deste recorte proposto surge uma categoria indispensável para se

estabelecer este tipo de conexões históricas que ora pensamos: a de sociabilidades,

que necessariamente evoca a idéia de mobilidade: contatos e diásporas. Portanto, ao

estudar essas conexões, estaremos analisando identidades que não são estáticas, que

se constroem a partir de sociabilidades que fluem no tempo e no espaço e que,

necessariamente, têm que ser compreendidas como algo em movimento. Trata-se de

estudar conflitos, mas também acordos, táticas e estratégias de ação e de resistência

que acontecem simultaneamente e vão se constituindo como patrimônios, tudo

acontecendo ao mesmo tempo, tanto nos espaços públicos quanto nos espaços

privados, formando esta rede de sociabilidades que aparece como pano de fundo

destes patrimônios.

O que se pretende com o projeto “Patrimônios - Conexões Históricas”, portanto,

é gerar impactos significativos e contribuir, de forma inovadora, para a construção de

um novo conceito de patrimônios, que fuja da definição usual do termo e estabeleça

proximidades entre a História dos diferentes espaços/tempos estudados pelos

pesquisadores vinculados ao projeto. Estudos esses que se referem, por exemplo, às

mediações culturais barrocas, presentes nesses espaços, mas de características

marcadamente distintas e mestiças, mas também englobando as culturas políticas, as

formas de trabalho, os saberes e culturas escolares, a ciência e os saberes tradicionais,

os sertões, as territorialidades, as identidades e etnias e suas origens, as formas de

alimentação e os circuitos mercantis e de abastecimento, a noção de Estado e Nação, a

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circularidade material/ cultural e de indivíduos, as religiosidades e cosmogonias, os

povos indígenas, as cidades e a urbanidade, num conjunto heterogêneo de temas que

podem se estender do século XV ao século XXI, no sentido de que se compreende o

processo histórico como um fluxo contínuo que não pode ser compartimentado de

forma estanque com rótulos cronológica ou espacialmente definidos, como colonial,

imperial ou republicano, no primeiro caso, ou como Minas Gerais ou Paraíba, no

segundo caso.

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II - OBJETIVOS

1. Consolidar os grupos de pesquisa participantes e os respectivos Programas de

Pós-Graduação envolvidos no PROCAD-NF;

2. Estabelecer redes de pesquisa e de cooperação em âmbito

nacional/internacional a partir das atividades do PROCAD-NF;

3. Estimular o desenvolvimento de novas áreas e grupos de pesquisa;

4. Fomentar a formação de mestres e doutores e estimular os estágios pós-

doutorais a partir do PROCAD-NF;

5. Integrar alunos de graduação aos grupos de pesquisa visando estimular a

continuidade de sua formação acadêmica.

6. Constituir bancos de dados/acervos a partir do desenvolvimento das atividades

do PROCAD-NF;

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III - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A pergunta do antropólogo José Reginaldo Santos Gonçalves, “como

aprendemos a usar a palavra patrimônio?”, leva-nos a concordar com suas

observações. Devemos postular que a palavra patrimônio deve ser mesmo uma

“categoria de pensamento”, justamente porque ela não está restrita às sociedades do

Ocidente, e sempre esteve presente nos mais diferentes contextos históricos e

culturais. O autor reconhece, entretanto, que a palavra patrimônio sedimentou-se no

cotidiano dos vernáculos contemporâneos:

Patrimônio está entre as palavras que usamos com mais freqüência no cotidiano. Falamos dos patrimônios econômicos e financeiros, dos patrimônios imobiliários; referimo-nos ao patrimônio econômico e financeiro de uma empresa, de um país, de uma família, de um indivíduo; usamos também a noção de patrimônios culturais, arquitetônicos, históricos, artísticos, etnográficos, ecológicos, genéticos; sem falar nos chamados patrimônios intangíveis, de recente e oportuna formulação no Brasil. Parece não haver limite para o processo de qualificação dessa palavra.

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Tratar-se-ia de uma “autoconsciência cultural” o fato de que as sociedades

modernas tenham adquirido um senso comum de “sociedades patrimoniais” afeitas ao

ter e ao ser? Podemos exemplificar com a noção de liberdade como patrimônio

político a partir do que Marcel Mauss define como “possibilidade de escolha”. Diremos

que a liberdade como patrimônio aparece muito tardiamente na história e tratar-se-ia

de uma palavra estranha ao próprio direito romano, mito de origem do direito

moderno. A categoria liberdade eleva-se como patrimonial na mesma medida em que

ela também institucionaliza a sua eliminação contingente: a responsabilidade civil e

criminal que, segundo Mauss, definiria a liberdade patrimonial dos modernos. Para

ele, em que pese os vínculos com a tradição da dogmática cristã do pecado original e o

4 GONÇALVES, José Reginaldo Santos. O patrimônio como categoria de pensamento. In: ABREU, Regina; CHAGAS,

Mário. (Orgs.). Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 21. No artigo, o autor destaca a originalidade da contribuição dos antropólogos à construção e ao entendimento da categoria patrimônio, a partir da ambigüidade da noção antropológica de cultura, pp. 21-29. Por sua vez, a historiadora Françoise Choay considera que a palavra “patrimônio”, na origem ligada “às estruturas familiares, econômicas e jurídicas de uma sociedade estável, enraizada no espaço e no tempo”, com o sentido de bens de herança transmitidos dos pais aos filhos, tornou-se um conceito “nômade”, a partir da sua requalificação por esses diversos adjetivos (genético, natural, histórico, cultural, dentre outros). Nômade e, ao mesmo tempo, palavra-chave de nossa sociedade errante, “constantemente transformada pela mobilidade e ubiqüidade de seu presente”. In: ____ A Alegoria do Patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade; Editora da Unesp, 2001, p.11.

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surgimento da individualidade, isto é, a “pessoa metafísica”, sem a qual não haveria de

se impor “à consciência individual a noção de liberdade pura”.5

Podemos distinguir essa perspectiva sociológica clássica de patrimônio da

formulada pela sociologia das ausências (expandir o presente) e das emergências

(contrair o futuro), de Boaventura de Sousa Santos, ao admitir o fim da equação

moderna entre raízes e opções, subtítulo que deu ao seu magistral ensaio, “A queda

do Angelus Novus”, onde demonstra a profunda crise dos dualismos modernos. Agora

podemos exemplificar com o que Boaventura de Sousa Santos designa como os

“códigos barrocos”, onde as escalas e os tempos se misturam. Para ele, “o que é mais

espantoso e original nestes códigos é o facto de, apesar de serem intrinsecamente

provisórios e facilmente descartáveis, serem dotados de uma grande consistência

enquanto duram. Por isso, eles são tão intensamente mobilizadores quanto

convincentemente substituíveis”. O autor sustenta que os códigos barrocos, como

patrimônios, “são formações discursivas e performativas que funcionam através da

intensificação e da mestiçagem”. Mas de que mestiçagem estamos falando? Primeiro

devemos nos acercar de sua tangibilidade: “Existe mestiçagem sempre que duas ou

mais referências, acções ou identificações sociais ou culturais autônomas se misturam

ou interpenetram a tal ponto e de tal modo que as novas referências daí emergentes

patenteiam a sua herança mista”. Boaventura de Sousa Santos parece mais à vontade

com os fatores tangíveis da mestiçagem do que com a contingência desse patrimônio,

diríamos mesmo de suas ambigüidades. Vejamos: “A mestiçagem é, em si mesma,

politicamente ambivalente. Muitas vezes ao serviço de projectos de regulação e até de

opressão, pode, no entanto, ser igualmente mobilizada para projectos

emancipatórios”6.

Com efeito, para avançar nas nossas definições vamos permanecer com

Boaventura de Sousa Santos, visto que ele admite que um dos principais códigos

5 MAUSS, Marcel. Categorias Coletivas de Pensamento e Liberdade [1921]. In: ____ Ensaios de Sociologia. São

Paulo: Perspectiva, 2005, pp. 373-376. 6 SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006,

pp. 68-69. As citações respeitaram a vontade do autor, mantendo-se a ortografia vigente em Portugal. Decerto que essas opções não rasuram a língua portuguesa como um patrimônio comum de portugueses e de brasileiros. Não mencionemos aqui os países africanos, onde a “última flor do Lácio” é escrita e falada, não por todos os habitantes, mas pelas elites políticas, econômicas e culturais das capitais e cidades portuárias, embora seja “língua oficial” em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

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barrocos do século 20 foi a construção da categoria “patrimônio comum da

humanidade”7. O patrimônio comum da humanidade não condiz com a idéia de

propriedade nem de herança, pois somente pode ser declarado como tal aquilo que

existe como condição primacial, isto é, como raiz sem opções: o espaço sideral, a vida

na terra, os continentes, as humanidades históricas e, numa época de culturalismos, as

paisagens culturais. Se a idéia de liberdade como patrimônio está indelevelmente

associada à configuração do contrato social nas modernas sociedades e

contemporâneas, a nomeação de algo como patrimônio comum implica que a própria

humanidade inclua-se como natureza histórica e, portanto, portadora de “novas raízes

de vida na Terra”. Com a criação da UNESCO, em 1945, sob o trauma da barbárie

fascista e dos julgamentos de Nuremberg, dois grandes movimentos caminham

paralelos na nomeação de um patrimônio comum: os defensores das culturas

materiais erigidas pelos grupos humanos em suas conexões continentais e oceânicas,

classificados de humanistas, estruturalistas, culturalistas; e, os defensores da vida

planetária, designados de preservacionistas, ambientalistas, ecologistas. O contexto da

Guerra Fria (1946-1991) e a insistência dos “Mundos Coloniais” na segunda metade do

século 20 mostraram, segundo Boaventura de Sousa Santos, “a dificuldade em

descolonizar o gosto, a avaliação estética e as noções de singularidade e de

preciosidade”. Inobstante, na década de 1980, passa a ser cunhada uma nova

categoria patrimonial, paisagens culturais, que avançou junto aos organismos

internacionais, especialmente pela ação da UNESCO, na busca de um conceito que

conectasse uma enormidade de anseios. No ano de 1992, foi possível, então,

universalizar a categoria patrimonial de paisagens culturais, a partir de três consensos:

1) as paisagens intencionalmente criadas pelo homem; 2) as paisagens evolutivas

(relíquias, fósseis, paisagens vivas); e, 3) as paisagens associativas. De modo que

patrimônios culturais e naturais são misturados, tornam-se híbridos e mestiços:

patrimônio comum da humanidade. Vencemos então os dualismos de raízes e opções,

característicos da modernidade eurocêntrica com os nossos códigos barrocos? Talvez

7 Inicialmente a expressão originou-se como doutrina de direito internacional e de relações internacionais. Ela foi

formulada pela primeira vez no ano de 1967, pelo embaixador de Malta junto às Nações Unidas, Arvid Pardo, sobre a regulação internacional dos oceanos e dos fundos marinhos.

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caminhemos para uma reposta afirmativa para essa questão: “As diferentes espécies

de mestiçagem que eles produzem entre raízes e opções são bem a prova de que o

dualismo das raízes e opções se encontra ainda presente neles, ainda que apenas

como ruína, como uma memória ou um desconforto”8.

Embora reconhecendo a eficácia conceitual da sociologia das ausências e das

emergências de Boaventura de Sousa Santos, precisamos adentrar nos campos

historiográficos e alavancar as relações possíveis de Patrimônios – Conexões

Históricas, para consubstanciar um projeto dessa envergadura. Entremos com Jacob

Burckhardt, historiador do século 19, que ilumina, até os dias em curso, A Cultura do

Renascimento na Itália. Não por acaso, Burckhardt abre a parte IV do livro, “A

descoberta do mundo e do homem” com a tópica “as viagens dos italianos” tentando

demonstrar que a deliberada busca dos vínculos atlânticos por parte dos “italianos”

era também um desprender-se da Europa antiga. Para ele, “formada nos

ensinamentos da Antiguidade, a mente italiana se voltava agora para a descoberta do

universo exterior, e à sua representação na linguagem e na forma”. Entre o século XIII,

quando os genoveses chegam às ilhas Canárias, na embocadura do Atlântico Sul, aos

patrimônios anunciados pela primeira viagem de Cristóvão Colombo para Oeste, no

final do século XV, significativas experiências náuticas são processadas entre homens e

culturas. Assim Burckhardt expressa sua dimensão de humanista pesquisador dos

humanismos renascentistas: “O verdadeiro descobridor, porém, não é o homem que

tem a sorte de primeiro tropeçar em alguma coisa, mas sim que encontra aquilo que

vem procurando. Só um homem assim está ligado aos pensamentos e interesses de

seus antecessores, e este relacionamento irá determinar também o relato que ele faz

de suas buscas”9.

Mais extraordinários ainda são os passos seguintes desse historiador

oitocentista. Ao tratar das ciências naturais, das investigações científicas e observações

astronômicas, das coleções botânicas que repercutem nas artes e na pintura, das

coleções de animais exóticos e das práticas de deslocamentos, Burckhardt chega

finalmente aos que poderíamos designar como “patrimônios humanos”. Mais

8 SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo. Op. cit., pp. 76-81.

9 BURCKHARDT, Jacob. A Cultura do Renascimento na Itália. [1.ª ed. 1860]. Brasília: Editora UnB, 1991, pp. 171-172.

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cauteloso do que nós, ele fala de “tipos humanos”, ao narrar as idiossincrasias de um

influente homem da Igreja:

Não faltavam sequer coleções de tipos humanos. O famoso Cardeal Ippolito Medici, filho bastardo de Giuliano, duque de Nemours, mantinha em sua estranha corte uma tropa de bárbaros que falavam nada menos que vinte línguas diferentes e eram, todos eles, espécimens perfeitos de sua raça. Entre os soldados havia incomparáveis voltigeurs do melhor sangue de mouros norte-africanos. Arqueiros tártaros, negros praticantes de luta livre, mergulhadores indianos e turcos, que em geral acompanhavam o cardeal em suas expedições de caça. Quando ele foi surpreendido por uma morte prematura (1535), este grupo variegado carregou o corpo nos ombros, de Itri a Roma, e mesclou sua confusão de idiomas e gesticulação violenta aos lamentos gerais pela morte do generoso cardeal.

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Nessa narração de Burckhardt poderíamos falar de Patrimônios – Conexões

Históricas? Talvez ainda não por se tratar de um caso singular, mas parece evidente

que as transumâncias de indivíduos, flora e fauna, culturas e projetos se

mundializavam cada vez mais em decorrência da Primeira Modernidade11. Com efeito,

o próprio Burckhardt pode ser novamente citado para, dessa vez, explicitar as

conexões históricas entre as longas temporalidades. Na parte III, desse seu livro

clássico, intitulada “O reflorescimento da Antiguidade”, o autor leva o leitor ao seu

final com a tópica “A decadência dos humanistas no século XVI”, onde explica a

“influência enganosa da Antiguidade” sobre as estruturas mentais da sociedade

renascentista e humanista. Burckhardt pensa as temporalidades como conexões,

fluxos e refluxos, diremos como apropriações, categorias de pensamentos, formas de

vida, muitas vezes dilaceradas em experiências frustrantes, outras vezes modelares e

construtoras de novas utopias. Temos então um século, o XVI, que se cansou dos

humanistas:

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BURCKHARDT, Jacob. A Cultura do Renascimento na Itália, op. cit., p. 177. 11

Denominamos de Primeira Modernidade quando o “mundo atlântico” começa a tomar forma, na metade do século 16, e, por mais dois séculos, quando os “filhos da escravidão” plasmam os trópicos e forjam patrimônios crioulos e barrocos. THORNTON, John. A África e os Africanos na Formação do Mundo Atlântico: 1400-1800. Rio de Janeiro: Campus, 2004; BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Cia. das Letras, 1992; SUBRAHMANYAM, Sanjay. Connected Histories: Notes Toward a Reconfiguration of Early Modern Eurasia. In: LIEBERMAN, V. (ed.). Beyond Binary Histories. Re-imagining Eurasia to c.1830. Michigan: Michigan Press, 1999, pp.289-316. PAIVA, Eduardo França & ANASTASIA, Carla Maria Junho. (Orgs.). O Trabalho mestiço: maneiras de pensar e formas de viver - séc. XVI a XIX. 1 ed. São Paulo: Annablume, 2002; PAIVA, Eduardo França & IVO, Isnara Pereira. (Orgs.) Escravidão, Mestiçagem e Histórias Comparadas. São Paulo/Belo Horizonte: Annablume/PPGH-UFMG, 2008;GRUZINSKI, Serge. Les quatre parties du monde; hitoire d’une mondialisation. Paris: Éditions de La Martinière, 2004.

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Exatamente por conceberem a Antiguidade de maneira dogmática − isto é,

por tomarem-na como modelo de todo o pensamento e ação − sua influência neste aspecto era perniciosa. Mas o fato de haver existido uma época em que se idolatrava com devoção exclusiva o mundo antigo e seus produtos não era culpa dos indivíduos. Deveu-se a uma providência histórica; e toda a cultura das eras que se seguiram, e das ainda por vir, se baseia no fato de assim ter sido, de que todas as finalidades da vida, exceto essa única, foram então deliberadamente postas de lado.

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Com efeito, os historiadores não mais trabalham com a perspectiva de

“providências históricas” nem os providencialismos teleológicos se afiguram mais nos

ofício de Clio. Mas o que se retém da hipótese de Burckhardt é o fato de que o peso

das temporalidades não é assim tão evanescente, como se fossem poeiras deslocadas

pelos ventos. Pelo contrário, em termos de territorialidades e temporalidades, talvez

se devesse pensar mais em conexões históricas.

Na dimensão da categoria patrimônio que estamos a defender, precisamos

discutir agora as premissas da cultura material e as ordens de destino. Para isso, vamos

dialogar, a partir de agora, com Fernand Braudel e seu operativo projeto

historiográfico, Civilização Material, Economia e Capitalismo: séculos XV-XVIII,

composto por três volumes. Braudel começa o capítulo 1 (As estruturas do cotidiano) −

deixemos de lado a Introdução Geral e o Prefácio ao Volume 1 − e, utilizando-se do seu

consagrado estilo imperativo, traz à tona a relação materialidade e humanidade.

Assim, não nos parece irônico que esse primeiro capítulo tenha sido batizado de “O

peso do número”. Vejamos:

Vida material são homens e coisas, coisas e homens. Estudar as coisas − os alimentos, as habitações, o vestuário, o luxo, os utensílios, os instrumentos

monetários, a definição de aldeia ou cidade −, em suma tudo aquilo de que o homem se serve, não é a única maneira de avaliar sua existência cotidiana. Também o número dos que partilham as riquezas da terra faz sentido. E o sinal exterior que diferencia à primeira vista o universo atual das humanidades anteriores a 1800 é realmente o recente e extraordinário aumento de pessoas: em 1979, pululam. Ao longo dos quatro séculos deste livro, a população do globo por certo duplicou; ora, na época em que vivemos, ela duplica de trinta em trinta anos ou de quarenta em quarenta anos. Evidentemente, por causa do progresso material. Mas nesse progresso o número de pessoas é ao mesmo tempo causa e conseqüência.

12

BURCKHARDT, Jacob. A Cultura do Renascimento na Itália, op. cit., p. 164.

14

(...)

Perante estas realidades básicas, pouco falta para que tudo pareça secundário. O certo é que é das pessoas que temos de partir. Só depois poderemos falar das coisas.

13

A lembrança de Braudel passa a ser visceral para nós: só podemos falar de

patrimônios e conexões porque existiu e existe − até quando existirá? − a humanidade

em números. Por isso, ao imaginarmos o “livro dos homens e dos animais selvagens”,

humanidade e natureza, podemos aludir a uma mulher africana que cruzou o

Atlântico, desembarcou em alguma Capitania do Norte e teve como destino as Minas

Gerais, setecentistas, onde viveu e morreu como cozinheira, nos fundos dessas

alvenarias barrocas que hoje tanto apreciamos. Para isso, ela teve que descarnar

animais, depenar aves, descascar frutas, lavar tubérculos e, assim o fazia, na condição

de mulher escrava ou liberta, uma humanidade em número. E, como sugere a frase de

Braudel, ela não deixou de ser portadora de traços patrimoniais: “Um simples aroma

de cozinha pode evocar toda uma civilização”14. Uma história assim, para ser

devidamente elucidada, haverá de levar em conta as conexões atlânticas entre a

África, a América portuguesa e os quadros metropolitanos. A historiografia brasileira,

com trabalhos inovadores, vem se debruçando sobre as redes culturais oceânicas.15

Ainda situando nossa fundamentação a partir de Fernand Braudel, vamos

mencionar o Volume 2, de Civilização Material, o que vale a apropriação de outra

expressão que tende a validar os patrimônios: “os jogos das trocas”. Claro, estamos

13

BRAUDEL, Fernand. Civilização Material, Economia e Capitalismo: séculos XV-XVIII. Vol. 1 (As estruturas do cotidiano). [1967; 1979]. São Paulo: Martins Fontes, 1995, pp. 19-20.

14 BRAUDEL, Fernand. Civilização Material, Economia e Capitalismo: séculos XV-XVIII. Vol. 1 (As estruturas do cotidiano). Op. cit., p. 51.

15 Alguns estudos apontam para essas conexões: ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes: formação do Brasil no Atlântico sul. São Paulo: Cia das Letras, 2000; MELLO e SOUZA, Marina de. Reis Negros no Brasil Escravista: história da festa de coroação de Rei Congo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002; FURTADO, Júnia Ferreira. (org.) Diálogos Oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino português. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2001;FURTADO, Júnia Ferreira. (org.) Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica: Europa, Américas e África. São Paulo/Belo Horizonte: Annablume/PPGH-UFMG, 2008; FURTADO, Júnia Ferreira & LIBBY, Douglas Cole. (orgs.) Trabalho livre, trabalho escravo Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. São Paulo/Belo Horizonte: Annablume/PPGH-UFMG, 2006; PAIVA, Eduardo França. Escravidão e universo cultural na Colônia; Minas Gerais, 1716-1789. Belo Horizonte: EDUFMG, 2001; PAIVA, Eduardo França. (org.) Brasil-Portugal: sociedades, culturas e formas de governar no mundo português - séculos XVI-XVIII. São Paulo/Belo Horizonte: Annablume/PPGH-UFMG, 2006PAIVA, Eduardo França & ANASTASIA, Carla Maria Junho. (orgs.). O Trabalho mestiço... op. cit.; PAIVA, Eduardo França & IVO, Isnara Pereira. (orgs.) Escravidão, Mestiçagem... op. cit.; ROMEIRO, Adriana. Um visionário na corte de D. João V: milenarismo e revoltas nas Minas setecentistas. Belo Horizonte: UFMG, 2001.

15

nos sistemas regionais de produção e circulação, o que na “crônica global do

capitalismo” assevera as migrações e as diásporas de povos e culturas que transitam

de um continente a outro, cujo amparo histórico seria a própria modernidade. Braudel

dirá “a política, mais ainda a sociedade” que, em trocas interessadas e desiguais,

conexões densas, mas também cheias de porosidades, inocula em si mesma o vírus da

economia de mercado. Antes perguntamos, os mercados seriam patrimônios?

Realidades sociais tangíveis e especulativas, os mercados parecem mesmo datados

historicamente:

É claro que tal desenvolvimento se operou na escala do mundo, cuja população cresce por toda a parte, na Europa e fora da Europa, através do espaço islâmico, na Índia, na china, no Japão, até certo ponto na África e já através da América, onde a Europa recomeça seu destino. E em toda a parte há o mesmo encadeamento, a mesma evolução criadora: cidades praças fortes, cidades mosteiros, cidades administrativas, cidades no cruzamento nas estradas portadoras dos tráficos, na beira dos rios e dos mares. Essa mesma onipresença é a provas de que a economia de mercado, por toda a parte a mesma, com poucas modificações, é a base necessária, espontânea, banal, em suma, de qualquer sociedade que ultrapasse certo volume. Atingido o limiar, a proliferação das trocas, dos mercados e das mercadorias faz-se por si só. Mas essa economia de mercado subjacente é a condição necessária, não suficiente, para a formação de um processo capitalista.

16

Portanto, o aparecimento de um mercado mundial, possibilita, pela primeira vez,

a escala amplamente territorializada da história e da cultura, conectando pelos

oceanos os continentes povoados da Europa, Ásia, África e América, nunca mais

isolados de si e dos demais. Peguemos rapidamente a expressão de outro historiador,

que sabe dessas hibridações modernas: “o novo Moloch universal”.17 Trata-se, pois, de

uma revolução nas estruturas, mais rápida para os que a viveram, mais lenta para os

pósteros que viriam para “o tempo do mundo”, expressão que aparecerá no último

volume do projeto historiográfico de Fernand Braudel. Histórias conectadas, histórias

simultâneas, histórias coetâneas, histórias sucedidas e não apreendidas, histórias

narradas e monumentalizadas, histórias que jazem em túmulos jamais visitados, dos

vencidos e dos de baixo. Que sentido todas essas histórias teriam fora do “tempo do

16

BRAUDEL, Fernand. Civilização Material, Economia e Capitalismo: séculos XV-XVIII. Vol. 2 (Os jogos das trocas). São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 535.

17 GRUZINSKI, Serge. O Pensamento Mestiço. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 16.

16

mundo”? Abordemos o peso de um prefácio, como as dobraduras das Alterosas, em

menos de três páginas:

Felizmente, os historiadores estão habituados ao confronto com superabundâncias. Simplificam-nas dividindo a história em setores (história política, econômica, social, cultural). Sobretudo, aprenderam com os economistas que o tempo se divide em diversas temporalidades e assim se domestica, se torna, em suma, manejável: há as temporalidades de longa e muito longa duração, as conjunturas lentas e menos lentas, os desvios rápidos, alguns instantâneos, sendo os mais curtos muitas vezes os mais fáceis de detectar. Afinal, dispomos de meios nada desprezíveis para simplificar e organizar a história do mundo. E podemos distinguir um tempo vivido nas dimensões do mundo, o tempo do mundo, que no entanto não é, não deve ser, a totalidade da história dos homens. Esse tempo excepcional rege, conforme os lugares e as épocas, certos espaços e certas realidades. Mas outras realidades, outros espaços lhe escapam e lhe são estranhos.

18

Assim posto, diremos que os patrimônios são temporais na exata medida em que

são venerados ou esquecidos, conservados ou remodelados, erguidos ou derrubados,

deixados ou expropriados. Se bem interpretamos Braudel, podemos afirmar que os

historiadores possuem instrumentos e procedimentos para dar sentido às

temporalidades e conectar individualidades, comunidades, Estados, nações, regiões,

continentes, enfim patrimônios. Pensemos, portanto, para além das materialidades de

pedra e cal, dos restos fossilizados, dos artefatos etnográficos e dos indícios

memorialísticos, pensemos também em patrimônios intelectuais, espirituais,

intangíveis, narrativos, volitivos. Patrimônios – Conexões Históricas capazes de

apreendermos a enunciação de um conceito de humanidade histórica, proposto por

Pico della Mirandola, no Discurso Sobre a Dignidade do Homem, às portas da

modernidade criadora, citado por Burckhardt, esse historiador cultural, nascido na

Basiléia; “Só a ti é dado o poder de crescer e se desenvolver dependendo de tua

própria vontade. Em ti levas os germes da vida universal”19.

***

18

BRAUDEL, Fernand. Civilização Material, Economia e Capitalismo: séculos XV-XVIII. Vol. 3 (O tempo do mundo). São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 8.

19 BURCKHARDT, Jacob. A Cultura do Renascimento na Itália, op. cit., p. 215.

17

IV. INFRA-ESTRUTURA E CONTRAPARTIDA A SEREM APRESENTADAS PELAS EQUIPES

1. Disponibilização de espaços físicos e equipamentos para a instalação da

Coordenação e para a realização das atividades do PROCAD-NF;

2. Garantia da liberação/mobilidade docente/discente para a realização das

atividades previstas;

3. Recursos financeiros para publicação dos livros (Coleção Olhares – PPGH-UFMG

e Editora Annablume; Coleção História &... Reflexões – Editora Autêntica) e

para a realização dos seminários (despesas com diárias, materiais de divulgação

e passagens).

***

18

V - IDENTIFICAÇÃO DAS LINHAS DE ATUAÇÃO PRETENDIDAS APÓS O

TÉRMINO DO PROJETO

1. Desenvolvimento de atividades conjuntas visando a implantação/consolidação

do Doutorado no PPGH/Universidade Federal da Paraíba;

2. Ampliação do número de estágios pós-doutorais no Programa de Pós-

Graduação em História da UFMG;

3. Verticalização da produção intelectual dos grupos e da rede de pesquisa a ser

construída durante a vigência do PROCAD-NF;

4. Aprofundamento das relações entre a graduação/pós-graduação através da sua

participação nos grupos de pesquisa;

5. Aprofundamento da cooperação e da mobilidade entre os Programas.

***

19

VI - METAS E RESULTADOS ESPERADOS

1. Realização de 4 (quatro) estágios pós-doutorais de docentes do PPGH/UFPB no

PPGH/UFMG;

2. Realização de 12 (doze) missões de docência e pesquisa, sendo 6 (seis) no

PPGH/UFPB e 6 (seis) no PPGH/UFMG;

3. Realização de 12 (doze) missões de estudos, sendo 6 (seis) de alunos do

PPGH/UFPB no PPGH/UFMG e 6 (seis) de alunos do PPGH/UFMG no

PPGH/UFPB;

4. Implantação do Doutorado no PPGH/UFPB no ano de 2012;

5. Ampliação do número de Estágios Pós-Doutorais no PPGH-UFMG;

6. Realização de 2 (dois) eventos acadêmicos nas instituições participantes, nos

anos de 2010 (UFPB) e 2012 (UFMG);

7. Aumento da produção intelectual dos docentes e discentes que compõem a

equipe, considerando duas produções por ano de cada membro ( 4 anos para

os docentes e coordenadores de equipes, 1 ano para os discentes), o que

deverá totalizar 160 publicações ao término dos quatros anos de execução do

PROCAD-NF;

8. Ampliação das experiências de docência e pesquisa dos membros da equipe

através da sua participação nas atividades dos Programas envolvidos;

9. Ampliação da capacidade de orientação e co-orientação dos docentes

vinculados a ambos os programas;

10. Ampliação das oportunidades de acesso de graduados em História egressos da

UFPB e de outras instituições da região no PPGH/UFPB.

11. Constituição da rede de pesquisa “Patrimônios: Conexões Históricas”,

envolvendo os membros da equipe do PROCAD-NF;

12. Organização do I e do II Seminário “Patrimônios - Conexões Históricas”, nos

anos de 2010 e 2012 (em João Pessoa - PB e em Belo Horizonte - MG,

respectivamente), congregando participantes e convidados, com a finalidade

de fomentar as redes de pesquisa;

20

13. Publicação de duas obras com textos resultantes das pesquisas desenvolvidas

no âmbito do PROCAD, em coleções já existentes (Coleção “Olhares” – PPGH-

UFMG e Editora Annablume e Coleção “História & ... Reflexões” – Autêntica

Editora).

14. Constituir um sítio eletrônico com os resultados do PROCAD-NF PPGH-

UFPB/PPGH-UFMG, com links de acesso a partir dos sítios de ambos os

Programas de Pós-Graduação.

***

21

VII - ORÇAMENTO ANUAL DETALHADO POR EQUIPE

Coordenação de Pessoal de Nível Superior - CAPES Programa Nacional de Cooperação Acadêmica - PROCAD-NF

Planilha Orçamentária Anual - 1º ano - 2009

Título: “Patrimônios – Conexões Históricas”

Programa de Pós-Graduação CUSTEIO

Pessoa Física IES Líder História Pessoa Jurídica

BOLSAS

Coordenadora da equipe Passagem Diárias

Mestrado Sanduíche Aux.Moradia ME SW Doutorado Sanduíche Aux.Moradia DO SW Estág. Pós Doutoral Custeio

Nr. Valor Nr. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor

TOTAL

UFPB Carla Mary da Silva Oliveira

5.000,00 4 1.900,00 15 148,44 2 3 1.200,00 2 3 600,00 - - - - - - 1 5 3.300,00 42.126,60

Programa de Pós-Graduação CUSTEIO

Pessoa Física IES

Associada 1 História Pessoa Jurídica

BOLSAS

Coordenador da equipe Passagem Diárias

Mestrado Sanduíche Aux.Moradia ME SW Doutorado Sanduíche Aux.Moradia DO SW Estág. Pós Doutoral Custeio

Nr. Valor Nr. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor

TOTAL

UFMG Adriana Romeiro

5.000,00 3 1.900,00 30 140,19 1 3 1.200,00 1 3 600,00 - - - - - - - - - 20.305,70

TOTAL GERAL 10.000,00 7 13.300,00 45 6.432,30 3 9 10.800,00 3 9 5.400,00 - - - - - - 1 5 16.500,00 62.432,30

21

22

Coordenação de Pessoal de Nível Superior - CAPES Programa Nacional de Cooperação Acadêmica - PROCAD-NF

Planilha Orçamentária Anual - 2º ano - 2010

Título: “Patrimônios – Conexões Históricas”

Programa de Pós-Graduação CUSTEIO

Pessoa Física IES Líder História Pessoa Jurídica

BOLSAS

Coordenadora da equipe Passagem Diárias

Mestrado Sanduíche Aux.Moradia ME SW Doutorado Sanduíche Aux.Moradia DO SW Estág. Pós Doutoral Custeio

Nr. Valor Nr. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor

TOTAL

UFPB Carla Mary da Silva Oliveira

5.000,00 4 1.900,00 28 148,44 1 3 1.200,00 1 3 600,00 - - - - - - 1 5 3.300,00 38.656,32

Programa de Pós-Graduação CUSTEIO

Pessoa Física IES

Associada 1 História Pessoa Jurídica BOLSAS

Coordenador da equipe Passagem Diárias

Mestrado Sanduíche Aux.Moradia ME SW Doutorado Sanduíche Aux.Moradia DO SW Estág. Pós Doutoral Custeio

Nr. Valor Nr. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor

TOTAL

UFMG Adriana Romeiro

5.000,00 3 1.900,00 15 140,19 2 3 1.200,00 2 3 600,00 - - - - - - - - - 23.602,85

TOTAL GERAL 10.000,00 7 13.300,00 43 6.259,17 3 9 10.800,00 3 9 5.400,00 - - - - - - 1 5 16.500,00 62.259,17

22

23

Coordenação de Pessoal de Nível Superior - CAPES Programa Nacional de Cooperação Acadêmica - PROCAD-NF

Planilha Orçamentária Anual - 3º ano - 2011

Título: “Patrimônios – Conexões Históricas”

Programa de Pós-Graduação CUSTEIO

Pessoa Física IES Líder História Pessoa Jurídica

BOLSAS

Coordenadora da equipe Passagem Diárias

Mestrado Sanduíche Aux.Moradia ME SW Doutorado Sanduíche Aux.Moradia DO SW Estág. Pós Doutoral Custeio

Nr. Valor Nr. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor

TOTAL

UFPB Carla Mary da Silva Oliveira

5.000,00 4 1.900,00 15 148,44 2 3 1.200,00 2 3 600,00 - - - - - - 1 5 3.300,00 42.126,60

Programa de Pós-Graduação CUSTEIO

Pessoa Física IES

Associada 1 História Pessoa Jurídica BOLSAS

Coordenador da equipe Passagem Diárias

Mestrado Sanduíche Aux.Moradia ME SW Doutorado Sanduíche Aux.Moradia DO SW Estág. Pós Doutoral Custeio

Nr. Valor Nr. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor

TOTAL

UFMG Adriana Romeiro

5.000,00 3 1.900,00 30 140,19 1 3 1.200,00 1 3 600,00 - - - - - - - - - 20.305,70

TOTAL GERAL 10.000,00 7 13.300,00 45 6.432,30 3 9 10.800,00 3 9 5.400,00 - - - - - - 1 5 16.500,00 62.432,30

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24

Coordenação de Pessoal de Nível Superior - CAPES Programa Nacional de Cooperação Acadêmica - PROCAD-NF

Planilha Orçamentária Anual - 4º ano - 2012

Título: “Patrimônios – Conexões Históricas”

Programa de Pós-Graduação CUSTEIO

Pessoa Física IES Líder História Pessoa Jurídica

BOLSAS

Coordenadora da equipe Passagem Diárias

Mestrado Sanduíche Aux.Moradia ME SW Doutorado Sanduíche Aux.Moradia DO SW Estág. Pós Doutoral Custeio

Nr. Valor Nr. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor

TOTAL

UFPB Carla Mary da Silva Oliveira

5.000,00 4 1.900,00 28 148,44 1 3 1.200,00 1 3 600,00 - - - - - - 1 5 3.300,00 38.656,32

Programa de Pós-Graduação CUSTEIO

Pessoa Física IES

Associada 1 História Pessoa Jurídica BOLSAS

Coordenador da equipe Passagem Diárias

Mestrado Sanduíche Aux.Moradia ME SW Doutorado Sanduíche Aux.Moradia DO SW Estág. Pós Doutoral Custeio

Nr. Valor Nr. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor Nr. Mens. Valor

TOTAL

UFMG Adriana Romeiro

5.000,00 3 1.900,00 15 140,19 2 3 1.200,00 2 3 600,00 - - - - - - - - - 23.602,85

TOTAL GERAL 10.000,00 7 13.300,00 43 6.259,17 3 9 10.800,00 3 9 5.400,00 - - - - - - 1 5 16.500,00 62.259,17

***

24

25

VIII - CRONOGRAMA DETALHADO

ANO DE 2009

MESES

ATIVIDADES JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Missão de Estudos da Mestranda Paloma Porto Silva no PPGH-UFMG

X X X

Missão de Estudos do Mestrando Fabrício Gomes Alves no PPGH-UFMG

X X X

Missão de Estudos do Mestrando Paulo Geraldo da Rocha Jr. no PPGH-UFPB

X X X

Missão de Pesquisa e Docência do Prof. Eduardo França Paiva no PPGH-UFPB

X

Missão de Pesquisa e Docência do Prof. Magno Mello Moraes no PPGH-UFPB

X

Estágio Pós-Doutoral da Profa. Carla Mary da Silva Oliveira na UFMG

X X X X X

Missão de Pesquisa e Docência do Prof. Raimundo Barroso Cordeiro Jr. no PPGH-UFMG

X

ANO DE 2010

MESES

ATIVIDADES JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Missão de Estudos de 1 Mestrando do PPGH-UFPB (ingressante em 2009) no PPGH-UFMG

X X X

Missão de Estudos de 2 Mestrandos do PPGH-UFMG (ingressantes em 2009) no PPGH-UFPB

X X X

Missão de Pesquisa e Docência da Profa. Adalgisa Arantes Campos no PPGH-UFPB

X

Estágio Pós-Doutoral da Profa. Serioja Rodrigues Cordeiro Mariano na UFMG

X X X X X

Missão de Pesquisa e Docência da Profa. Cláudia Engler Cury no PPGH-UFMG

X

Missão de Pesquisa e Docência do Prof. Antonio Carlos Ferreira Pinheiro no PPGH-UFMG

X

I Seminário “Patrimônios – Conexões Históricas” (João Pessoa – PB)

X

Publicação dos resultados do I Seminário “Patrimônios – Conexões Históricas” (João Pessoa – PB)

X

26

ANO DE 2011

MESES

ATIVIDADES JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Missão de Estudos de 2 Mestrandos do PPGH-UFPB (ingressantes em 2010) no PPGH-UFMG

X X X

Missão de Estudos de 1 Mestrando do PPGH-UFMG (ingressante em 2010) no PPGH-UFPB

X X X

Missão de Pesquisa e Docência do Prof. João Pinto Furtado no PPGH-UFPB

X

Missão de Pesquisa e Docência do Prof. Mauro Lúcio Leitão Condé no PPGH-UFPB

X

Estágio Pós-Doutoral da Profa. Vilma de Lurdes Barbosa na UFMG

X X X X X

Missão de Pesquisa e Docência da Profa. Regina Maria Rodrigues Behar no PPGH-UFMG

X

ANO DE 2012

MESES

ATIVIDADES JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.

Missão de Estudos de 1 Mestrando do PPGH-UFPB (ingressante em 2011) no PPGH-UFMG

X X X

Missão de Estudos de 2 Mestrandos do PPGH-UFMG (ingressantes em 2011) no PPGH-UFPB

X X X

Missão de Pesquisa e Docência do Prof. Rodrigo Patto Sá Motta no PPGH-UFPB

X

Estágio Pós-Doutoral do Prof. Paulo Giovani Antonino Nunes na UFMG

X X X X X

Missão de Pesquisa e Docência da Profa. Regina Célia Gonçalves no PPGH-UFMG

X

Missão de Pesquisa e Docência do Prof. Elio Chaves Flores no PPGH-UFMG

X

II Seminário “Patrimônios – Conexões Históricas” (Belo Horizonte - MG)

X

Publicação dos resultados do II Seminário “Patrimônios – Conexões Históricas” (Belo Horizonte - MG)

X

***