Problemas Da Guerra e Da Paz

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--Problemas da Guerra e da Paz Clausewitz De acordo com Clausewitz: - A guerra é a continuação da política por outros meios. - Violência/duelo são os meios da guerra. - Para haver fim em uma guerra é preciso aniquilar toda e qualquer resistência de seu adversário (desarmamento total do inimigo). - "A guerra é um ato de violência destinado a forçar o adversário a se submeter a nossa vontade." - O objetivo da guerra é a vitória. - A guerra não é autonôma (não há guerra pela guerra). - A guerra não é independente (depende da política). - Calculo de probabilidade é obter tendêcias e padrões do seu oponente para deduzir o próximo passo dele. - A guerra é um instrumento político, surge sempre de uma situção política e só resulta de um motivo político. - Tática = formas/possibilidades/meios de utilizar recursos em guerra. - Estratégia = fins/para que/como os recursos são utilizados. Aplicar os meios disponíveis tendo em vista objetivos específicos. Keegan De acordo com os elementos do texto "Uma História da Guerra de Keegan": - A guerra não pode ser uma continuação da política pois ela precede o Estado, a diplomacia e a estratégia. A guerra é quase tão antiga quanto o próprio homem. - A guerra faz parte da cultura humana e de seu instinto, nele há a capacidade de matar. - Clausewitz criou uma teoria de como a guerra deveria ser, em vez de tratar como ela realmente é. - Clausewitz "fingia que não via" quando lhe parecia maisconviniente. Era um idealizador. - A guerra é uma manifestação da cultura socialmente produzida. - Cita povos guerreiros = cossacos (campanha de 1812 da Russia), samurais (casta guerreira japonesa), klepths (guerrilhos gregos), mamulucos (escravos/guerreiros muçulmanos), habitantes da Ilha de Páscoa. Clausewitz X Keegan - Comparação entre os dois sustentando o ponto de vista de Keegan. John Keegan critica Clausewitz afirmando que a teoria da guerra deste último era baseada em uma ideologia de como a guerra deveria ser e não como ela realmente é. De fato, Keegan refuta a teoria de Clausewitz de que a guerra é uma continuação da política pois a guerra precede o Estado, a política e até mesmo qualquer tipo de diplomacia. Em sua teoria, Clausewitz estaria ignorando por inteiro as guerras de natureza "primitiva" ou pré-estatal, aonde não há definição nem legitimidade de portadores e não-portadores de armas. Para Keegan, a guerra é um fator cultural, faz parte do instinto humano, é o conflito de culturas diferentes. Clausewitz estaria sendo indiferente a essas guerras, que também aconteceram em sua época, devido ao seu foco nas guerras européias, em especial as Napoleônicas. Clausewitz, para Keegan, era um produto de sua época, derivado do Iluminismo e um idealizador de sua sociedade. Estava muito apegado a princípios de seu passado como oficial do Estado e falhou de ver que a guerra é sempre uma expressão cultural, um determinante de formas culturais e, asvezes, como no caso dos cossacos, a própria cultura. Ao considerar essas guerras onde a questão cultural possui um peso mais importante que qualquer atividade política, como, por exemplo, os zulus, os habitantes da Ilha de Páscoa e os mamelucos, a teoria de Clausewitz se torna, inevitavelmente, enganadora. Grotius - O uso da força como última saída. - Criação de lei para tornar ilícitos motivos que levam a guerra. - Denominar de crime a guerra sem motivo tem como objetivo diminuir sua frequência. - Conceito de "guerra justa" é justificada pela moral, princípio de justiça, afronta recebida. - A paz é nada mais que uma interrupção de periodos de guerra. Paz nada mais é do que a não-guerra. - A guerra só se justifica se for guerra justa (ter causa legitima para entrar em guerra). - Princípio igualitário de retaliação: se um te ataca você pode ataca-lo com mesma força que ele te atacou, nunca mais força do que o ataque sofrido. - Causas legitimas p/ guerra = defesa, recuperação do que nos pertence e a punição - A guerra é permitida para defender a vida. - A guerra é permitida somente contra o agressor. - A guerra é permitida num perigo certo e presente. - A guerra é permitida p/ defender os membros (partes do corpo). - A guerra é permitida p/ defender o pudor (a honra). - Só a guerra justa é legitima, se os governantes acreditarem nisso o número de guerras cai (é o que Grotius almeja com seu texto).

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--Problemas da Guerra e da PazClausewitzDe acordo com Clausewitz:- A guerra é a continuação da política por outros meios. - Violência/duelo são os meios da guerra. - Para haver fim em uma guerra é preciso aniquilar toda e qualquer resistência de seu adversário (desarmamento total do inimigo). - "A guerra é um ato de violência destinado a forçar o adversário a se submeter a nossa vontade."- O objetivo da guerra é a vitória. - A guerra não é autonôma (não há guerra pela guerra).- A guerra não é independente (depende da política). - Calculo de probabilidade é obter tendêcias e padrões do seu oponente para deduzir o próximo passo dele. - A guerra é um instrumento político, surge sempre de uma situção política e só resulta de um motivo político. - Tática = formas/possibilidades/meios de utilizar recursos em guerra.- Estratégia = fins/para que/como os recursos são utilizados. Aplicar os meios disponíveis tendo em vista objetivos específicos. KeeganDe acordo com os elementos do texto "Uma História da Guerra de Keegan": - A guerra não pode ser uma continuação da política pois ela precede o Estado, a diplomacia e a estratégia. A guerra é quase tão antiga quanto o próprio homem. - A guerra faz parte da cultura humana e de seu instinto, nele há a capacidade de matar. - Clausewitz criou uma teoria de como a guerra deveria ser, em vez de tratar como ela realmente é.- Clausewitz "fingia que não via" quando lhe parecia maisconviniente. Era um idealizador. - A guerra é uma manifestação da cultura socialmente produzida. - Cita povos guerreiros = cossacos (campanha de 1812 da Russia), samurais (casta guerreira japonesa), klepths (guerrilhos gregos), mamulucos (escravos/guerreiros muçulmanos), habitantes da Ilha de Páscoa. Clausewitz X Keegan - Comparação entre os dois sustentando o ponto de vista de Keegan. John Keegan critica Clausewitz afirmando que a teoria da guerra deste último era baseada em uma ideologia de como a guerra deveria ser e não como ela realmente é. De fato, Keegan refuta a teoria de Clausewitz de que a guerra é uma continuação da política pois a guerra precede o Estado, a política e até mesmo qualquer tipo de diplomacia. Em sua teoria, Clausewitz estaria ignorando por inteiro as guerras de natureza "primitiva" ou pré-estatal, aonde não há definição nem legitimidade de portadores e não-portadores de armas. Para Keegan, a guerra é um fator cultural, faz parte do instinto humano, é o conflito de culturas diferentes. Clausewitz estaria sendo indiferente a essas guerras, que também aconteceram em sua época, devido ao seu foco nas guerras européias, em especial as Napoleônicas.Clausewitz, para Keegan, era um produto de sua época, derivado do Iluminismo e um idealizador de sua sociedade. Estava muito apegado a princípios de seu passado como oficial do Estado e falhou de ver que a guerra é sempre uma expressão cultural, um determinante de formas culturais e, asvezes, como no caso dos cossacos, a própria cultura. Ao considerar essas guerras onde a questão cultural possui um peso mais importante que qualquer atividade política, como, por exemplo, os zulus, os habitantes da Ilha de Páscoa e os mamelucos, a teoria de Clausewitz se torna, inevitavelmente, enganadora. Grotius - O uso da força como última saída. - Criação de lei para tornar ilícitos motivos que levam a guerra. - Denominar de crime a guerra sem motivo tem como objetivo diminuir sua frequência. - Conceito de "guerra justa" é justificada pela moral, princípio de justiça, afronta recebida. - A paz é nada mais que uma interrupção de periodos de guerra. Paz nada mais é do que a não-guerra.- A guerra só se justifica se for guerra justa (ter causa legitima para entrar em guerra).- Princípio igualitário de retaliação: se um te ataca você pode ataca-lo com mesma força que ele te atacou, nunca mais força do que o ataque sofrido. - Causas legitimas p/ guerra = defesa, recuperação do que nos pertence e a punição- A guerra é permitida para defender a vida. - A guerra é permitida somente contra o agressor. - A guerra é permitida num perigo certo e presente. - A guerra é permitida p/ defender os membros (partes do corpo). - A guerra é permitida p/ defender o pudor (a honra). - Só a guerra justa é legitima, se os governantes acreditarem nisso o número de guerras cai (é o que Grotius almeja com seu texto). - O problema com a guerrajusta: É muito fácil arranjar um motivo qualquer para justificar a guerra e chama-la de guerra justa. Townshend e John Childs (The Shape of Modern War e The Military Revolution) - Personagem principal de ambos os textos é o Estado moderno centralizado; o processo de construção da guerra moderna é em larga medida um fenômeno que depende de avanços administrativos, tecnológicos e ideológicos. Não há guerra moderna sem o Estado. - Estado é a força gerenciadora da modernidade, é o instrumento que desenha o mundo moderno, definido por ele (leitura Hobbesiana) e administrado por ele (leitura Marxista). - Instrumental de fazer a guerra é a voz mais aguda do Estado.- Estado é a conjugação de vários monopólios de poder. - Muitas das expropriações de poderes do Estado são atingidos através da força. Instrumento do Estado é especialmente a força. - Vai procurar organizar modos mais efetivos e eficientes para o uso dessa força. Vinculo é baseado a subordinação ao poder público; subordinação pode se dar através de coerção (vinculo entre o povo e o Estado). - Os homens livres são aqueles que possuem armas. - A guerra precisa da coesão do Estado para ser vitoriosa; união perante o povo; coesão nacional e exclusão do resto. O resto está abaixo de mim (discurso nacionalista). - Por trás das armas, há uma ideologia forte que o permite a matar. - Segunda Guerra Mundial é a que não há distinção entre combatentes e não-combatentes, população civil muito abalada.

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--Dia 12-03-12Guerra enquanto cultura -John Keegan, Historiador militar britânico critica a teoria da guerra de Clausewitz. A guerra não é só continuação da política. É uma expressão da cultura. As civilizações nasceram da guerra e em algumas sociedades ela é a própria cultura. Além disso, a guerra precede o Estado.John Keegan, no entanto, reconhece que para entender Clausewitz é preciso considerar seu contexto, ou seja, a cultura regimental.( escolas militares da nobreza, uma espécie de clube restrito para os nobres). A guerra precede o Estado e muitas vezes, incentivou a criação de Estado Nação, o fortaleceu. Exercito surge como elemento unificador em termos de identidade. Exemplos: Ilha de Páscoa – O líder tinha o maná = poder de profecias e o tabu= é considerado pelo seus iguais por ser um grande guerreiro. A guerra pra eles era cultural, quem era o melhor guerreiro era considerado o líder da ilha. Outro exemplo: Samurais (nobreza japonesa). Portugueses chegaram lá no século 16, mas levaram coisas diferentes que chamaram atenção e despertaram uma preocupação nos japoneses porque usavam armas de fogo.Dia 20-03-12A ideia da guerra justa teve umpapel fundamental para os fundadores do Direito Internacional. Avisavam o “Jus ao Bellum”, o direito de fazer a guerra e o “Jus In BellO” o direito dentro da guerra.Michael Walzer é um dos teorizadores modernos. Ele argumenta que as intervenções militares devem ser analisadas por “motivos e conseqüências.” A regra para Walzer é o respeito à soberania, mas há pelo menos quatro exceções que poderiam justificar a intervenção militar:Exceções à regra da soberania e não-intervenção (do art.7) (Teoria da guerra justa): Ações que legitimariam a ação contra outro Estado.1-Ataque Preemptivo: Quando há clara ameaça à soberania do Estado. (É aquele ataque que vc sabe que vai acontecer amanhã e por isso é justificado, vc ataca hoje para evitar problemas no futuro). O preemptivo não é o preventivo, que diz, vc vai atacar pq vc tem alguns indícios que no futuro vc vai ser atacado. Ex: Ataque dos Estados ao Iraque2-Contra- Intervenção: Intervenção para equilibrar uma anterior. Exemplo: Americanos usaram esse argumento em 65 para entrar no Vietnã.3-Humanitária: Resgatar pessoas ameaçadas de um massacre. Justificada dentro da Política Internacional para evitarmassacres. O que ajudou a firmar esse princípio foi um documento criado por Boutos Gari, o Agenda para Paz, em 1999. Foi Secretário Geral da ONU, é um cristão- egípcio. A partir daqui começaram a juntar os conceitos de soberania e DH.4-Direito de Assistir movimentos separatistas que demonstram possuir representatividade. (Intervenção política) Essa é a mais problemática de todos. Ex: Promover uma intervenção na Síria na situação que está seria muito perigoso, pq vc não tem critério objetivo para definir, então é complicado.Direito de auto defesa é consagrado, se o Estado for atacado ele tem o direito de se defender. Pra fazer valer a regra da soberania e não intervenção precisa haver poder.Walzer diz que a soberania existe no papel, mas que na verdade é uma grande hipocresia das grandes potencias pois no final fazem o que lhe interessa.-Doutrina da Guerra Justa: Direito cristão de se defender pq quem atacava rompia com o mandamento não matarás, então isso geraria o direito de defesa. Jus Ad bellum= direito de autodefesa e Jus in bello =como vc deve agir em meio a guerra, é mais complicado pq vc lida com uma situação de proporcionalidade e outras coisas.Estudos de Guerra e Paz – Resumo- O que é a Guerra? ( Clausewitz)Definição Nada mais é do que um duelo em uma escala mais vasta. Pensemos em dois lutadores, cada um tenta, por meio de sua força física, submeter o outro a sua vontade; o seu objetivo imediato é abater o adversário a fim de torná-lo incapaz de toda e qualquer resistência. A guerra é pois um ato de violência destinado a forçar o adversário a submeter-se à nossa vontade. A violência constitui, portanto, o meio; o fim será impor a nossa vontade ao inimigo.Ações Recíprocas 1ª = Uso Ilimitado da força; violência. Num assunto tão delicado como é a guerra, os erros devido a bondade da alma são precisamente a pior das coisas. Aquele que utiliza sem piedade a força e não recua perante nenhuma efusão de sangue ganha vantagem sobre os que não agem da mesma forma.*Se as guerras das nações civilizadas são bem menos destruidoras que as de nações não civilizadas, isso se deve a situação social dos Estados. O conflito entre os homens depende de dois elementos diferentes: Sentimento de Hostilidades (uso das paixões; emoções nas guerras entre bárbaros) e a Intenção Hostil (uso da razão, lógica, inteligência que predomina nas guerras entre Estados). O Estado é um ator racional que busca sua sobrevivência e o alcance de seus interesses (Visão realista)2ª = O objetivo é desarmar o inimigo e fazê-lo sesubmeter a sua vontade. É o objetivo de qualquer ato de guerra. Para que se consiga abater o inimigo e fazê-lo sucumbir a sua vontade, é preciso que se desarme por completo ou o coloque em tal situação de ameaça que ele resolva se entregar.3ª = Maximo desenvolvimento de forças (firmeza de vontade é um fator determinante para a vitória da guerra). Se se quer vencer o adversário, deve-se proporcionar o esforço à sua força de resistência. Esse é produto de dois fatores inseparáveis: a extensão de meios de que dispõe o adversário e a firmeza de sua vontade.Passar do abstrato a realidadeGuerra Absoluta = É a guerra perfeita; planejada.Guerra Real = É a guerra que acontece na realidade, dependendo do acaso.A guerra real pode ser transformada em abstrata?1) Se a guerra fosse um ato isolado que surgisse bruscamente e sem conexão com a vida anterior do Estado2) Se ela consistisse numa decisão única ou em varias simultâneas 3) Se ela envolvesse uma decisão completa em si própria e se não tivesse que considerar a situação política.*Cada uma das partes se esforça pra prever a ação da outra, tirando suas conclusões e adaptando sua própria ação. É importante que ao invés de subestimar, se superestime o inimigo.- “A guerra é a continuação da Política por outros meios” é considerada o ultimo recurso, quando a diplomacia falha, para prevalecer a vontade dosEstados. A guerra não é somente um ato político, mas um verdadeiro instrumento, uma continuação das relações políticas.O objetivo político como móbil inicial da guerra fornece a dimensão do fim a atingir pela ação militar, assim como os esforços necessários. Só há guerra quando algum interesse do Estado é ameaçado; a política norteia a guerra.A maior parte da guerra é inação, que se trata do planejamento, treinamento de soldados e outros fatores. Esse tempo depende, pois, de motivos internos e faz parte da verdadeira duração da ação. A ação militar dura de longe a menor parte do tempo.A atividade da guerra toma duas formas distintas: a defesa e o ataque, que são muito diferentes e contam com uma força desigual. São considerados polos da guerra e, no geral, o ataque é mais importante, ma o acaso pode acabar modificando isso.Uma causa capaz de paralisar a guerra é o conhecimento imperfeito da situação. O general só conhece com precisão uma situação: a sua. Esse

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conhecimento imperfeito, se levarmos em consideração a tendência de superestimar o adversário, contribui muito para fazer parar a ação militar.Nenhuma atividade depende tão completamente e universalmente do acaso como a guerra. O acidental e a sorte desempenham, pois com o acaso, um grande papel na guerra. Como um jogo de probabilidades e possibilidades.A coragem e a segurança são princípiosabsolutamente essenciais à guerra, pois a arte da guerra nunca atinge o absoluto e o certo; fica sempre na margem para o acidental.Tríade de ClausewitzNa guerra encontra-se uma surpreendente trindade em que está, antes de qualquer coisa, a violência original do seu elemento, o ódio e animosidade, que é preciso considerar como cego impulso natural, depois, o jogo de probabilidades e do acaso, que fazem dela uma livre atividade da alma, e, finalmente, a sua natureza subordinada de instrumento da política por via da qual ela pertence à razão pura.No topo encontra- se o governo, que representa a razão e política; num dos lados o povo, que representa a emoção e as paixões; e no outro lado o exercito que significa o planejamento e o jogo de probabilidades.

New and Old Wars – Mary KaldorComo disse Clausewitz, guerra é uma atividade social. A partir do século XVII até o XX a guerra passou a ser/ter relação direta com o Estado. Aquelas que não tinham essa condição não eram consideradas guerras, eram ilegais (Só o estado pode fazer guerra).Guerra é reconhecidamente o mesmo fenômeno: uma construção do centralizado, “racional”, hierarquicamente organizado, territorial estado moderno. A guerra está se tornando um anacronismo (antiquada, que se opõe aos hábitos de uma época).Esse capítulo tem como meta descrever as velhas guerras, esse tipo de guerra épredominantemente Europeu.Guerra e emergência de Estado ModernoA noção de guerra como uma atividade do estado foi firmemente estabilizado apenas com o fim do século XVIII. As guerras alimentaram a criação dos Estados-nação; o Estado detém o monopólio da violência legitima.Com a consolidação dos Estados, os monarcas passaram a investir em uma formação de exércitos para proteção de seus territórios. De acordo com Keegan, o estabelecimento de uma tropa permanente, a criação de companhias e regimentos, se tornaram o instrumento para assegurar o controle das forças armadas pelo Estado. O exército deixa de ser formado por mercenários e passa ater os “homens do rei” que vão lutar pela nação.Interesse do Estado se tornou a justificação legitima para guerra. Uma vez que esse interesse se tornou a legitimação dominante, reivindicações de justa causa por atores não-estatais não poderiam mais ser buscados através de meios violentos.Todos os tipos de estados de guerra são caracterizados por regras. Pelo fato de guerras serem consideradas uma atividade aprovada socialmente, que tem que ser organizada e justificada, requer guerras.Pacificação Interna – consolidou o Estado, incluindo a introdução de relações monetárias, o uso de formas violentas de punição e o estabelecimento de agencias civís para coletar taxas, Particularmente importante foram a distinção entre policiamilitar e civil, responsável por leis domésticas e ordem.Enquanto interesses racionais do estado foram reivindicados para ser o objetivo das guerras, causas mais emotivas foram sempre requeridas para instaurar lealdade e para persuadir homens a arriscarem suas vidas.No fim do século XVIII, foi possível definir a atividade da guerra pelas distinções feitas entre publico e privado; interno e externo; econômico e político; civil e militar e sobretudo a distinção entre guerra e paz.Guerra absoluta = é melhor interpretada como um conceito ideal abstrato. É perfeita.Pra Clausewitz guerra era uma atividade racional, mesmo quando envolvia sentimentos e paixões.Guerras Reais diferem de Guerras Absolutas por duas razões:1ª = O objetivo político pode ser limitado e/ou o “apoio” popular ser insuficiente2ª = guerras são sempre caracterizadas pelo que Clausexitz chama de “atrito; fricção” – problemas de logística, informações pobres, clima incerto, indisciplina, e outros que tornam a guerra diferente do que nos planos dos Estados.Duas teorias principais do Estado de Guerra: Teoria de Atrito e teoria de manobra.Teoria do Atrito significa que a vitoria é garantida com o abatimento do inimigo, é geralmente associado com estratégias de defesa e com grande concentração de força. Teoria de manobra depende de surpresa. Nesse caso mobilidade e dispersão são importantespara criar incerteza e para ativar velocidade.Para Clausewitz, batalha era a apenas a atividade da guerra, o momento decisivo, que ele compara com o pagamento no caixa do supermercado. A mobilização da guerra e a aplicação da força eram os fatores mais importantes.3 elementos/ causas das guerras totais do século XX- Avanço tecnológico (armas, ferrovias, telégrafo).- Codificação da guerra: acordos e tratados que legitimam a guerra; justificativa para guerra.- Alianças: Potencializaram a destruição.Em resumo, Guerras Modernas, desenvolvidas no século XIX, envolveram guerra entre estados com crescente ênfase no tamanho e mobilidade, e uma necessidade crescente de organização racional e doutrina cientifica para lidar com essa conglomeração de forças.As guerras totais do século XXPrimeiramente, as guerras da primeira metade do século foram totais e envolveram uma vasta mobilização das energias nacionais ambas para lutar e dar suporte as lutas através da produção de armas e necessidades.Chegaram o mais perto possível das guerras totais de Clausewitz = 1ª e 2ª GM. Culminando no descobrimento de armas nucleares.Em uma guerra total, a esfera publica tenta incorporar toda a sociedade, eliminando a distinção entre publico e privado. Uma vez que as guerras envolveram mais e mais pessoas, a justificativa de guerra nos termos de interesse de estado setorna vazia. Homens vão pra guerra por uma variedade de razões, mas socialmente violência legitimada necessita de um objetivo em comum no qual o soldado individual pode acreditar e compartilhar com outros.Na primeira GM o que “move” o exército é o patriotismo e na segunda as ideologias/ ideais da época.A ideia de que guerra é ilegítima começa a ganhar força após o trauma da Primeira Guerra Mundial. Hoje em dia o uso da força só é justificável em caso de auto- defesa ou quando sancionado pela comunidade internacional.O final lógico da trajetória tecnológica das guerras modernas, claro, são as armas de destruição em massa, particularmente, armas nucleares.Uma História da Guerra – John KeeganA guerra não é continuação da política por outros meios. O mundo seria mais fácil de compreender se esta frase de Clausewitz fosse verdade. O

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pensamento de Clausewitz está incompleto. Ele implica a existência de Estados, de interesses de Estado e de cálculos racionais sobre como eles podem ser atingidos. Contudo, a guerra precede o Estado, a diplomacia e a estratégia por vários milênios.A cultura parece ser a grande determinante de como os seres humano se comportam. Somo animais culturais e é a riqueza de nossa cultura que nos permite aceitar nossa indiscutível potencialidade para a violência, mas também acreditar que sua expressão é uma aberração cultural.Opacifismo foi elevado a um ideal: o porte legal de armas foi aceito como uma necessidade prática.Pelo modelo de Clausewitz, pressupunha-se que a guerra tinha um começo e um fim. O que não se levava em conta era a guerra sem inicio ou final, a guerra de povos sem Estado, nos quais não havia distinção entre portadores legais e ilegais de armas, uma vez que todos os homens eram guerreiros.Naquela época, cossacos eram contratados para lutar pelo rei, e para eles a guerra não era política, mas uma cultura e um modo de vida.É no plano cultural que a resposta de Clausewitz à pergunta “o que é a guerra” é falha. Talvez pudesse ter percebido que a guerra barca muito mais que a política, que sempre uma expressão de cultura, com frequência um determinante de formas culturais, e em algumas sociedades, é a própria cultura.Embora bom historiador, Clausewitz permitiu que as duas instituições – Estado e Regimento – que circunscreviam sua percepção do mundo dominassem seu pensamento de tal forma que não conseguiu observar quão diferente a guerra pode ser em sociedades nas quais tanto Estado como regimento são conceitos alienígenas.Ilha de Páscoa = a população da ilha conseguiu, ao longo de anos, desenvolver sua vida e até mesmo uma escrita, mas alguma coisa errada aconteceu e a vida começou a ficar brutal. A pirâmide de clãs descendentes do chefe fundador aglutinou-se emdois grupos e passaram a guerrear pelo poder. Clausewitz pode ter acreditado que a guerra era a continuação da política. A política, no entanto, é praticada para servir à cultura e os polinésios, em seu amplo mundo, tinham criado a cultura mais benéfica que se conhecia.Os Zulus = eram gentis com os estrangeiros, levavam uma vida tranquila e pastoril e eram notavelmente obedientes à lei, mas não deixavam de lutar e guerrear. As batalhas eram ritualizadas, de repente esse estilo, tipicamente primitivo, foi substituído. A ascensão e queda da nação Zulu oferece uma advertência terrível às deficiências da analises de Clausewitz.Mamelucos = Havia uma característica excelente do sistema: era totalmente nãohereditário. Jihad= guerra santa, muçulmanos não podem lutar contra muçulmanos. Seu ponto forte era a Cavalaria e ao lutar com outros povos mais avançados acabavam perdendo muitas batalhas, mas mesmo assim continuaram lutando apenas com seus artifícios.Samurais = Fechavam seu país ao mundo exterior e fixavam fortemente as tradições segundo as quais tinham vivido e mandado por mil anos. Para eles as armas de fogo causam instabilidade social e representavam a cultura ocidental; Alem de não haver necessidade de seu uso por causa de sua posição geográfica. Os japoneses formavam uma única unidade cultural. A reação Tokugawa prova quão errado Clausewitz estava,demonstrando tão bem como a guerra pode ser, entre muitas outras coisas, a perpetuação de uma cultura por intermédio de seus próprios meios. Em nosso tempo, a guerra não tem sido apenas um modo de resolver disputas entre Estados, mas também um veículo por meio do qual os amargurados, os esbulhados, os descamisados, os massas famintas ansiosas por respirar com liberdade expressam sua raiva, seu ciúme e seu impulso encurralado à violência.O esforço de pacificação não é motivado por cálculos de interesse político, mas por repulsa às consequências da guerra. A guerra pode estar deixando de ser recomendada aos seres humanos como um meio desejável ou produtivo e, evidentemente, racional, de resolver seus descontentamentos. Não se trata de mero idealismo. A guerra tornou-se realmente um flagelo, como as moléstias o foram ao longo de boa parte da historia da humanidade.As revoluções vindas de “baixo” (povo) são mais poderosas do que as vindas de “cima” (elite/ governo) O povo tem mais força e suas revoluções tem mais chance de se completarem.Clausewitz dizia que a guerra deveria ter início e fim, tinha que seguir a hierarquia e seguir os modelos; ser toda certinha. Já Keegan diz que a guerra vai acontecer de acordo com as sociedades envolvidas, que cada sociedade tem sua maneira de guerrear, varia de acordo com a cultura.Strategy In The Contemporary WorldA teoriasurge para tornar a guerra viável e menos custosa; o ramo da teoria social preocupado com o uso da força para atingir os objetivos de uma comunidade com a outra, de modo a limitar os custos sociais. Objetivos de maximizar os esforços e minimizar os custos. Mostra como a guerra pode ser racional.Estrategia é a aplicação calculada da violência coletiva, com algum propósito. Clausewitz insiste que a política permeia todos os níveis da ação militar.Teoria Estratégica se concentra no uso da força pra avançar ou defender interesses comuns.A característica mais importante da guerra, pela perspectiva da teoria estratégica, é sua natureza “instrumental” (?).Estrategia era, essencialmente, uma busca por vantagens sobre alguns fatores como terrenos, armas, e outros. Vitoria verdadeira, capaz de de decidir grandes questões política, requerem que as forças inimigas sejam não apenas repelidas ou reduzidas, mas destruídas.Montecuccoli foi conhecido por ter declarado que o principal objetivo da guerra era a vitoria e que qualquer tipo de honra, prestigio viria com ela. Ele ainda insiste, em um tempo em que nenhum governo possuía algo parecido com um exercito, que vitória requer intenso planejamento e preparação, e um grande montante de dinheiro.Sua preocupação era pensar quantos soldados, homens seriam necessários para cada operação. Pensa no que funciona. Olhava oadversário e “calculava” como poderia responder a altura. Combinava a experiência dos soldados com regras e normas; avanço intelectual dando os melhores resultados práticos.O objetivo da teoria, segundo ele, seria o de ativar melhor controle prático e não de sistematizar o conjunto de formas que conflitos sociais poderiam ter. Tem que se vencer com simplicidade, gastar recursos é desperdício. Defesa e ataque apresentam lógica diferente.Para ele a estratégia é universal, mas para os soldados é melhor lutar contra outros soldados, do que contra civis = Guerra interna X Guerra externa. Vauban = Para ele a criação de barreiras diminuiria custos para seu lado e aumentaria os custos pro outro. Olhou como poderia tornar a guerra menos violenta e mais fácil para a França.A teoria não apenas organiza a violência, mas arranja uma forma de substituí-la, diminuí-la. É necessário que existam diversas funções para serem exercidas; uma subdivisão dos homens existência de uma base que ligue os homens ao seu exercito; defendia a comunicação.Jomini é considerado o oposto de Clausewitz; para ele as ações deferiam ser simultâneas na guerra e os estudos eram a chance dos soldados de ganharem fama. Atualmente todos os bons exércitos do mundo usam suas regras. A motivação do exercito era fundamental, percebeu que existia uma ação recíproca nas ações. Ataque é maisvantajoso que defesa, a vitoria depende da derrota do inimigo.A essência do sucesso militar está em fazer decisões racionais.- Violência é o fator básico que governa a guerra. Guerra tem 2 naturezas: limitada e ilimitada. É na verdade como um jogo, que depende do acaso.

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*Guerra no mar era uma estratégia natural para competição estratégica entre os Estados e demanda mais, em termos de tecnologia, do que as guerras “normais”; na terra. O custo da guerra é muito alto, não vale a pena.Sea Power = Quem comandasse o mar poderia fazer o que quisesse militarmente, enquanto continuando a prover os bens materiais para o povo. O ponto crucia para manter seguro o comando do poder no mar seria derrotar a esquadra; frota do inimigo, que deveria acontecer em batalha.Corbett concluiu que as forças armadas da marinha podiam ter uma grande influencia na guerra, mas os efeitos de sua estratégia foram inerentemente indiretos, atritantes e consumidores de tempo.A conduta da guerra no mar sempre é influenciada por ideias econômicas e interesses.O tradicional objetivo da estratégia naval é o de comandar os mares através de esquadras de batalha superiores.Air Power = Em um determinado ponto de vista, estratégia aérea deveria focar na destruição das indústrias de guerra e na estrutura civil sobre um grande período. Na segunda guerra mundial aviões ocuparam o lugar dos navios porserem mais eficientes. Forças aéreas são indispensáveis habilitadores das modernas operações de “combined-arms”.A promessa central da estratégia política era preservar a utilidade política da guerra, limitando os custos sociais e subordinando sua violência ao controle racional. Apesar das diferenças entre as duas guerras mundiais, o resultado foi o mesmo: superiores recursos econômicos e sociais provaram ser mais importantes que qualquer estratégia das forças armadas. Os custos sociais das guerras dos povos são muito altas e o principal objetivo da estratégia é manter esses sob controle. Teorias estão condenadas a encontrarem uma realidade histórica que vai torná-las obsoletas.What is peace? – David Cortright- Idealismo X RealismoO idealista pensa no progresso da humanidade, é mais liberal. Pensa que a natureza do homem pode mudar; acredita que o mundo pode ser diferente e com isso a guerra pode ser evitada (Lógica Kantiana – democracia mutua, interdependência econômica e cooperação internacional).Os realistas são mais pessimistas, se apegam a história para mostrar que não dá para mudar. A natureza humana é egoísta, medrosa, covarde e não é capaz de mudar. Os Estados buscam prestigio e sucesso. A guerra é uma constante (Hobbes)*O momento anterior às catástrofes é sempre muito pessimista e o posterior otimista.A ideia de paz está sempre condicionadaa ideia de guerra. Não dava para pensar em paz sem saber o conceito de guerra.As guerras entre Estados passaram a ser raras e até mesmo deixaram de acontecer São substituídas pelas novas guerras, que evidenciam uma mudança na forma como a guerra é lutada.*O que mudos não foi a natureza da guerra, mas seu formato. A guerra ainda é a continuação da política por outros meios, mas a forma como ela acontece está diferente (violência sexual, violência religiosa, e outros exemplos) e por conta dessas mudanças, as OI’s passaram a pensar em maneiras de resolver os conflitos sem violência.A estratégia de violência no novo paradigma utiliza terror e desestabilização para ganhar controle de território e população.4 fases de ação interacional para prevenir e controlar violências armadas: diplomacia preventiva, esforços para fazer paz, mantenedores de paz e construtores de paz.Por muito tempo a paz foi vista como algo ruim. Paz é mais do que a ausência de guerra, é também a manutenção da ordem e da sociedade. Paz genuína significa progresso através de um mundo mais livre e justo.Paz Negativa = Ausência de guerra, fácil de enxergar. É a paz das RI*Violência direta – é visível e a ausência dessa é considerada paz negativa.*Violência indireta – é aquela que não gera uma ação, é provocada por uma omissão, não é tão perceptível.Paz Positiva= Ausência dequalquer tipo de violência. Mais ampla e mais justaQuando a guerra fria acaba, em tese, o mundo está em paz, mas tais conflitos continuam acontecendo. Por isso a conceituação de Paz como “ausência de violência” é incompleta, inconsistente.O desafio para praticantes da paz é encontrar maneiras pelas quais comunidades podem resolver diferenças sem violência física. Nesse contexto, paz é entendida como um processo dinâmico e não um final. O objetivo é também identificar e transformar as condições que causam guerra.*Poder Cooperativo = ação coletiva baseada no consenso mutuo.*Poder Coercitivo = Compele ações através de “ameaças” ou uso de força.A tensão entre ordem e justiça mostra um pouco os motivos pelos quais a paz é tão complicada. A ideia de paz é frágil por ter ideias diversas. Aqueles que buscam fazer a paz tentam implantar um novo conceito de violência e não violência, ao invés dos conceitos de guerra e paz.- Pacifismo Pacifistas são aqueles que acreditam que guerras podem ser prevenidas e com suficiente comprometimento da justiça pode ser abolida. Envolve muito mais do que apenas a não violência.Pacifismo e patriotismo são ideias conflitantes.Conflitos são essenciais e muito importantes. A evolução do homem; do mundo se deu através dos conflitos. O problema é a cara que os conflitos tomam. O pacifista não é contra os conflitos e sim contra osconflitos violentos.Pacifismo é caracterizado pela coletividade e se torna muito mais forte em momentos de tensão. Opõe-se a guerra, mas não se omite diante dela. A maioria daqueles que trabalham pela paz procuram evitar a guerra, mas estão dispostos a aceitar algum uso de força limitado para autodefesa.Para a política internacional o pacifismo não faz sentido porque envolve a própria eliminação do Estado. Para as RI a guerra é sempre uma opção.Peace and International Relations (Paz e Política internacional)Ontologia é como as coisas são; como o mundo é e epistemologia é o que sabemos/ conhecemos sobre o mundo. É o conhecimento que ocorre da Ontologia.A nossa ideia de paz decorre da maneira como vemos o mundo.Para as RI a paz é vista, geralmente, como um fim. Mas a paz é também um processo, não é preciso apenas chegar na paz, mas construí-la. A paz é vista como objetivo para uma ideia de segurança.- A paz nas 3 teorias “Macro” das RI = Realismo, Liberalismo e MarxismoPara o realismo a paz é conseguida quando se alcança mais poder que as outras pessoas (diante de uma ameaça existe a necessidade de sempre se ter mais). Poder Hegemônico – tem a capacidade de impor certas normas, valores.Para o liberalismo a paz é um conjunto de ideias que devem ser compartilhadas universalmente. Vê como o mundo deveria ser e não como realmente é. (Ideal de pazcomo valores compartilhados). O idealismo busca o ideal da paz; a Lógica é a mesma do liberalismo, sendo que este apresenta um caráter mais econômico.Para o Marxismo a paz não é apenas uma ausência de guerra. Ele não pensa nos Estados, mas nas classes sociais. Sua visão de paz é mais ampla.- Tipos de Violência*Direta = Violência visível, na forma de agressão. Conseguimos perceber suas causas/ consequências. É a violência que as ri ESTUDAM.*Indireta = Não é a mesma ao longo dos tempos e muda de acordo com os atores envolvidos. É muitas vezes banalizado e por isso difícil de

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visualizar. É pautada no razoável/ médio. Evidencia uma assimetria entre a realidade e o potencial humano.*Cultural = Combina violência direta e estrutural. É um tipo de violência que se destina a determinados segmentos da sociedade (Ex.: Holocausto).Não se pode pensar em Ri sem falar em Politicas Publicas.Paz negativa é o tipo de paz perfeita para os realistas e liberais. É a ausência de guerra e é como o mundo atua hoje em diaCausas da GuerraA explicação da guerra pode ser reduzida a um fenômeno, mas é impossível garantir. Qualquer evento social complexo não pode ser explicado com apenas uma variável, pois ao fazê-lo muitas informações ficam de fora.A paz é inviável.Se alguém quer a paz/ prevenir a guerra, diferentes medidas devem ser tomadas.Deterrence Quando há aameaça do uso de da força contra alguém para que essa não faça algo que não é desejado.Causas Imediatas e Estruturais As imediatas funcionam como “gatilho” para o inicio das guerras. São as mais visíveis que dão origem a um fenômeno. Já as estruturais, como o nome diz, encontram-se na estrutura, quando combinadas com as causas imediatas fornecem melhores explicações.*As causas estruturais por si só não geram guerras, mas criam um cenário favorável para que haja guerra.Causas Eficientes e Permissivas As eficientes são motivações, elementos ligados a um evento especifico. Estão mais ligadas aos atores que estão envolvidos nesses fenômenos. Já as permissivas são um pouco mais sutil, elas se encontram no sistema. Não promovem ativamente a guerra, mas permitem que ela aconteça.Causas Necessárias e Suficientes As necessárias têm que estar presentes para que a guerra aconteça. A arma é uma causa necessária para que haja guerra, mas não é suficiente. As causas suficientes, se presentes, conseguem explicar a guerra, porem não podem estar sozinhas. Pode ser vista como uma motivação bem forte.*As causas são complexas demais para serem limitadas a apenas um fenômeno.- Frustração surge quando uma expectativa não é realizada. Essa ideia ajuda a explicar ações mais violentas. É difícil aceitar uma explicação baseada nesse fator, pois perde a racionalidade. Surgeda subjetividade humana.Erros de percepção = toma a guerra como um erro, seja ele de calculo, de julgamento e outros. É um tipo de desentendimento. * Racionalidade é buscar uma finalidade especifica na política internacional e não o contrario de irracional.Eficiente é agir visando o menor gasto possível.Causas conscientes dizem que a guerra é um instrumento político legitimo. É quando há a vontade e se faz a guerra. Causas inconscientes são atribuídas a fraquezas do psicológico dos indivíduos. Podem apresentar ligação com erros de percepção. Grupos envolvem uma identidade coletiva que as pessoas costumam aderir. Criam essa identidade que refletem nas manifestações populares. Favorecem gestos violentos. A coletividade dá a falsa ideia de proteção.Direito InternacionalRegas (leis) X Violência = O que está nas regras é considerado legitimo/ valido.O medo justifica a lógica das medidas tomadas: quais serão as estratégias, os meios de se defender e/ou agredir.A base do medo aterrorizante é a relação entre o “eu e o outro” (quem eu sou e o que eu quero; até onde o outro vai e o que ele busca) Quanto maiores forem as disparidades entre esses lados maiores são as chances de haver conflito.Definimos-nos a partir de certos valores e normas e o outro, por não ser igual, acaba gerando “estranhamento”. O conflito está em como essas diferentes identidadesse relacional e são tratadas.- A necessidade que o individuo tem de achar “o outro”; aquele que se opõe; de criar laços de diferença que causam medo e terror e são capazes de justificar certos comportamentos e ações.As identidades, diferentes de alguns outros elementos, são mais difíceis de serem extintas.Existem padrões (regras) que são seguidos sem questionamento; por causa da figura de autoridade; mesmo que essas regras vão de encontro com sua consciência, que sejam normas desconfortáveis.Ao obedecer normas, é possível justificar os atos pelos erros ou ainda pela ordem dos outros (A culpa é delegada a outra pessoa; o próprio só está intermediando).A satisfação de ver outro alguém se “dando mal” é normal e difícil de justificar, mas quando somos capazes de racionalizar e delegar a culpa se torna mais fácil.*Racionalização da força = busca de justificativa para o uso da violência (para o bem da humanidade, para um bem maior). Ao racionalizar a força existe a intenção de desumanizar.A preocupação em ser eficiente no que foi designado; na sua função, faz com que o individuo deixe de lado o sofrimento e as perdas humanas.A tendência do individuo é terceirizar tudo; inclusive a culpa.O problema da obediência está ligado ao valor legal e moral.O homem bom é aquele que não vai contra a coletividade.A nossa percepção de nós mesmos costuma sermelhor do que realmente é, temos também a tendência de menosprezar o outro.Freud diz que o bom e o mal; o justo e o injusto estão atrelados à ideia de regra.Direito e a GuerraQuando os estados impõem enforcement (punição) o direito deixa de ser contratual e passa a ser ____________________________.O direito internacional regulamenta o uso da força (que chama bastante atenção).Foi criado para regulamentar todas as atividades sociais.Assimetria entre percepção e realidade. Nós acreditamos que o Direito Internacional regula apenas o uso da força, mas isso não é verdade, pois a “guerra” tem participação mínima nisso. O direito internacional regula nossa vida toda; é obedecido na maioria das vezes e quando não, vira noticia. Tem falhas, mas é muito preciso e eficiente.- Por que os Estados obedecem as regras?*Imagem/ Medo de Estigma*Por serem atores políticos racionais que querem sempre aumentar seu ganho (valores substantivos)*Valores Funcionais*Inércia (por costume, como algo natural)- Quebra das regrasOs estados as quebram quando acreditam que naquele momento existe algo mais importante, mas sempre encontram uma justificativa para tal atitude na própria lei ambiguidade, censura e justificativa.**Reciprocidade = evita arbitrariedade, é plenamente válida e amplamente aceita.

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Para os realistas o Direito Internacional é o exercício depoder.O Direito humanitário se preocupa como, quando e contra quem a força pode ser utilizada.Jus Ad Bellum = regula quando a força pode ser usada (legitima defesa, repelir ameaças)Jus In Bello = Como se deve comportar uma vez que a guerra começou, com regras de como proteger aqueles que não são soldados. (Conselho de segurança = diz quando é e quando não é legitimo o uso da força/ Direito de Genebra = se preocupa com as pessoas, mesmo as que são combatentes).Direito de Haia = meios e mecanismos de fazer a guerra.Direito da não reciprocidade Direito Humano = Se alguém desobedece as regras, outros não devem fazê-lo. Todos devem obedecer às normas.

Paz DemocráticaDemocracias não guerreiam entre si. Essa ideia é defendida pelo liberalismo, que acredita na interdependência econômica e normativa, na cooperação.Nenhuma razão para tal conceito é suficiente sozinha. Existem 5 correntes:*Instituições Internacionais = Não se sabe dizer se forma as instituições que geraram a paz ou o contrario. Os Estados se ligam por interesses comuns a essas instituições e acabam não fazendo guerra e democracias, geralmente, compartilham uma serie de instituições.*Distancia = países distantes raramente fazem guerra, por ser mais difícil e custoso.*Alianças = Geralmente relacionadas a defesa, por darem a ideia de paz ser mais facilmente mantida pela presença depotencias. Pelos países que se aliam terem interesses comuns e por garantir certo equilíbrio.*Riqueza/ Desenvolvimento = Guerras são custosas e na maioria das vezes não valem a pena o esforço.*Estabilidade Política = É, de fato, mais difícil que aconteçam guerras entre democracias estáveis.O autor cria dois modelos que deveriam ser seguidos e que se complementam- Modelo normativo/ cultural = Que tem normas (SPC e autodeterminação, como um “espelho”), que respeitam as culturas, percepções e praticas políticas. Para democracias instáveis. Resolução de conflitos pacificamente. Esse modelo só serve para relacionamentos entre Estados democráticos, as formas de governo não democráticas não são reconhecidas por não respeitarem a vontade de seu “povo”.- Modelo estrutural/ institucional = precisa de procedimentos (como a aprovação domestica e internacional), que seriam necessários para que as democracias entrassem em guerra e isso leva certo tempo.As OI e II garantem previsibilidade/ transparência às ações dos Estados.Conclusões Democracia X Democracia = não entra em guerra pela Paz democrática, existem normas e regras para essas relações.Democracia X Não Democracia = Ainda guerreiam entre si, portanto o conceito não serve para essa situação.Não Democracia X Não Democracia = É mais comum encontrarmos guerras nessas situações.