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Problema da Natureza dos Juízos Morais

Professor Domingos Faria

v180302

Colégio Pedro Arrupe

Filosofia

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Sumário

1 Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

2 Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

3 Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

4 Teoria do Emotivismo

5 Teoria do Subjetivismo

6 Teoria do Relativismo

7 Teoria do Objetivismo

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Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Sumário

1 Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

2 Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

3 Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

4 Teoria do Emotivismo

5 Teoria do Subjetivismo

6 Teoria do Relativismo

7 Teoria do Objetivismo

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Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Introdução ao Problema

O que são os valores?• Os valores são aquilo que nos faz dar importância a certas coisas e não

a outras, agir desta ou daquela maneira, escolher isto ou aquilo,preferir e optar por umas coisas em vez de outras.1

• Essas preferências são muitas vezes expressas através de juízos.Mas o que são juízos?

1P.e. geralmente damos importância à honestidade, à justiça, à democracia, à amizade ou ao conhecimento.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 4 / 44

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Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Introdução ao Problema

Emitir juízos consiste em atribuir certas propriedades ou característicasàquilo com que nos deparamos.

• Exemplos de juízos:1 Beethoven compôs mais de oito sinfonias.2 A Nona Sinfonia de Beethoven é sublime.3 Alguns estados norte-americanos aboliram a pena de morte.4 A pena de morte devia ser abolida.

• Os juízos (1) e (3) são diferentes dos juízos (2) e (4).• Quais são as diferenças?

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Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Introdução ao Problema

• Os juízos (1) e (3):• São puramente descritivos (pretende-se que o juízo corresponda à

realidade).• Têm valor de verdade (se descreverem corretamente a realidade, então

são verdadeiros).• São objetivos (independentes das diversas perspetivas das pessoas).• Designam-se como juízos de facto.

• Os juízos (2) e (4):• São, pelo menos em parte, normativos (pretende-se que a realidade

corresponda ao juízo).• Dizem-nos como as coisas devem ser.• Envolvem a pretensão de expressar uma determinada avaliação das

coisas.• Designam-se como juízos de valor.

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Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Exercícios

Juízo de facto ou de valor?1. O holocausto foi moralmente horrível. (Juízo de valor)2. O holocausto é considerado moralmente horrível. (Juízo de facto)3. A justiça é mais importante do que a liberdade. (Juízo de valor)4. A liberdade é mais importante do que a justiça. (Juízo de valor)5. Muitas pessoas valorizam a liberdade. (Juízo de facto)6. É bom que muitas pessoas valorizem a liberdade. (Juízo de valor)7. Há quem julgue que não é bom que muitas pessoas valorizem a liberdade.(Juízo de facto)8. Guimarães é a capital de Portugal. (Juízo de facto)

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Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Introdução ao Problema

Um tipo particular de juízo de valor são os juízos morais (os quais dizemrespeito aos valores morais2).

• Exemplos de juízos morais:• Matar pessoas inocentes é errado.• A pena de morte é injusta.• O aborto é moralmente errado.

• Mas qual é a natureza dos juízos morais?• O que significa dizer que “X é bom” ou “X é moralmente correto”?

Existem verdades morais?

2Os valores morais estão diretamente ligados com aquilo que devemos/não devemos fazer, o que significa que os juízosmorais são juízos que envolvem as noções de certo e de errado, justo e injusto, louvável e censurável, etc.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 8 / 44

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Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

Sumário

1 Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

2 Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

3 Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

4 Teoria do Emotivismo

5 Teoria do Subjetivismo

6 Teoria do Relativismo

7 Teoria do Objetivismo

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Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

Formulação do problema

Problema da natureza dos juízos morais:1 Os juízos morais têm valor de verdade?2 Se têm valor de verdade, são verdadeiros ou falsos independentemente

da perspetiva de quaisquer sujeitos?

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Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Sumário

1 Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

2 Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

3 Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

4 Teoria do Emotivismo

5 Teoria do Subjetivismo

6 Teoria do Relativismo

7 Teoria do Objetivismo

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Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Teorias

Duas famílias de teorias:• Não-cognitivismo: aqueles que respondem negativamente ao

problema 1. Os juízos morais não descrevem qualquer tipo de facto,não comunicam quaisquer verdades ou falsidades.

• Cognitivismo: aqueles que respondem afirmativamente ao problema 1.Os juízos morais descrevem algum tipo de facto, comunicam verdadesou falsidades.

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Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Sub-Teorias

Sub-teorias:• Não-cognitivismo:

• Emotivismo: os juízos morais são expressões de emoções: não têmvalor de verdade.

• Cognitivismo:• Subjetivismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor

de verdade depende da perspetiva do sujeito que faz o juízo.• Relativismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor de

verdade depende da perspetiva de cada cultura.• Objetivismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor de

verdade é independente da perspetiva de quaisquer sujeitos.

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Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Mapa de Teorias

Figura 1: Esquema de Teorias

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Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

Mapa de Teorias

Figura 2: Quadro de Teorias

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Teoria do Emotivismo

Sumário

1 Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

2 Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

3 Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

4 Teoria do Emotivismo

5 Teoria do Subjetivismo

6 Teoria do Relativismo

7 Teoria do Objetivismo

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Teoria do Emotivismo

Emotivismo

O emotivista defende as seguintes teses:• (T1) Os juízos morais são expressões de emoções: não têm valor de

verdade.• (T2) Não há factos morais.• (T3) «X é bom» ou «X é moralmente correto» significa «Viva X!»; «X

é mau» ou «X é moralmente errado» significa «Abaixo X!».Destas teses podemos concluir que:

• Quando usamos a linguagem moral estamos apenas a expressaremoções e a tentar provocar nos outros sentimentos semelhantes aosnossos.3

• Num debate moral não há propriamente quem tenha razão, ou seja,quem esteja a defender um ponto de vista verdadeiro.4

3Ao influenciar os sentimentos o emotivismo pode dar conta da educação moral.4Mesmo assim pode valer a pena debater esse assunto: uma pessoa pode querer levar a outra a mudar os seus sentimentos.

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Teoria do Emotivismo

Argumentos a favor do Emotivismo

Argumento do positivismo lógico:• O positivismo lógico (PL) afirma que só dois tipos de frases fazem

genuínas afirmações de verdade:• Empíricas (testáveis por intermédio da experiência sensível): “Está a

nevar”.• Analíticas (verdadeiras por definição): “Todos os celibatários são

solteiros”.

Com base no (PL) pode-se argumentar que:1 Qualquer genuína afirmação de verdade é empírica (testável por

intermédio da experiência) ou analítica (verdadeira por definição).2 As afirmações de carácter moral não são empíricas nem analíticas.3 ∴ As afirmações de carácter moral não são afirmações de verdade

genuínas. [De 1 e 2]Será este um bom argumento?Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 18 / 44

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Teoria do Emotivismo

Argumentos a favor do Emotivismo

Objeção ao argumento (PL):• A premissa (1) refuta-se a si mesma:

• A premissa é empírica (testável por intermédio da experiência)? Nãoparece.

• É analítica (verdadeira por definição)? Não parece.• Logo, nos seus próprios termos, (1) não é uma genuína afirmação de

verdade — e, por isso, não pode ser verdadeira.

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Teoria do Emotivismo

Argumentos a favor do Emotivismo

Argumento da parcimónia:1 Em filosofia, como em ciência, um ponto de vista é melhor se explica

certos aspetos da realidade da maneira mais simples.2 O emotivismo explica certos aspetos da moralidade da maneira mais

simples. (Ou seja, os juízos morais são apenas expressões de emoções,são exclamações sem qualquer valor de verdade.)

3 ∴ O emotivismo é melhor que os outros pontos de vista. [De 1 e 2]Será este um bom argumento?

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Teoria do Emotivismo

Argumentos a favor do Emotivismo

Objeção ao argumento da parcimónia:• Contra a premissa (2):

• O emotivismo nem sempre é simples, pois parece enfraquecer amoralidade ao negar a existência de razões morais.

• Mas em determinados assuntos temos razões morais para aceitarmosalgo como correto ou errado.

• Problemas internos do emotivismo:• Os juízos morais não são sempre emocionais.• P.e. podemos fazer juízo moral de que “se existirem extraterrestres

devemos tratá-los com respeito” sem exprimir qualquer emoção.

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Teoria do Emotivismo

Exercícios

Exercícios sobre o Emotivismo1. Por que razão o emotivismo é uma teoria não-cognitivista?2. Como define o emotivismo o “bem”?3. Como explica o emotivismo a educação moral?4. Explica o que é o positivismo lógico e como este suporta o emotivismo.5. Que objeção é feita ao positivismo lógico?6. Por que razão o emotivismo é uma teoria parcimoniosa?7. Para discussão: Os desacordos éticos podem por vezes ser resolvidosracionalmente? Porquê?8. Mini-Ensaio: escreve um texto que apresente em linhas gerais a tuareação inicial ao emotivismo. Parece-te plausível? Que te agrada edesagrada nesta perspetiva? Consegues pensar numa forma de mostrar queé falso?

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Teoria do Subjetivismo

Sumário

1 Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

2 Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

3 Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

4 Teoria do Emotivismo

5 Teoria do Subjetivismo

6 Teoria do Relativismo

7 Teoria do Objetivismo

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Teoria do Subjetivismo

Subjetivismo

O subjetivista defende as seguintes teses:• (T1) Os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor de

verdade depende da perspetiva do sujeito que faz o juízo.• (T2) Há factos morais, mas estes são subjetivos, pois só dizem respeito

aos sentimentos de aprovação ou reprovação das pessoas.• (T3) «X é bom» ou «X é moralmente correto» significa «Eu aprovo X»;

«X é mau» ou «X é moralmente errado» significa «Eu reprovo X».Destas teses podemos concluir que:

• Na ética só há opiniões pessoais e não verdades universais.5• Os juízos morais descrevem apenas os nossos sentimentos de aprovação

ou reprovação.

5Na ética cada um tem «a sua verdade»; assim, quando uma pessoa exprime um juízo moral não pode estar enganada.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 24 / 44

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Teoria do Subjetivismo

Argumentos a favor do Subjetivismo

Argumento do fomento da liberdade:1 Se o valor de verdade dos juízos morais não depende da perspetiva de

cada sujeito, então teremos limites na nossa liberdade de ação (pois, ovalor de verdade desses juízos será imposto por algo exterior ao sujeito).

2 Mas, não queremos ter limites na nossa liberdade de ação.3 ∴ O valor de verdade dos juízos morais depende da perspetiva de cada

sujeito. [De 1 e 2, por modus tollens]Será este um bom argumento?

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Teoria do Subjetivismo

Argumentos a favor do Subjetivismo

Objeção ao argumento do fomento da liberdade:• Contra (2):

• O subjetivismo não nos dá informações sobre como usar a liberdadede forma responsável .

• Seguindo o subjetivismo, nenhum ponto de vista, por muito monstruosoou absurdo que seja, pode ser considerado realmente errado ou pelomenos pior do que pontos de vista alternativos.6

• A educação moral deixa de fazer sentido.7

6O subjetivismo parece fazer da ética um domínio completamente arbitrário. P.e. se uma pessoa pensa que devemostorturar inocentes, então para essa pessoa é verdade que devemos torturar inocentes.

7P.e. se uma criança tiver um sentimento profundamente negativo em relação à escola, provavelmente pensará que não hámal algum em faltar às aulas. E o subjetivista terá de aceitar que, para ela, é verdade que não há mal algum em faltar às aulas.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 26 / 44

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Teoria do Subjetivismo

Argumentos a favor do Subjetivismo

Argumento do fomento da tolerância:1 Se o valor de verdade dos juízos morais depende da perspetiva de cada

sujeito, então cada um tem as suas preferências (não havendo umapreferência melhor ou pior).

2 Ora, se cada um tem as suas preferência (não havendo uma preferênciamelhor ou pior), então tornamo-nos mais tolerantes a respeito daspessoas com preferências diferentes.

3 ∴ Se o valor de verdade dos juízos morais depende da perspetiva decada sujeito, então tornamo-nos mais tolerantes. [De 1 e 2, porsilogismo hipotético]

Será este um bom argumento?

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Teoria do Subjetivismo

Argumentos a favor do Subjetivismo

Objeção ao argumento do fomento da tolerância:• Parece haver uma contradição neste argumento:

• Por um lado, sustenta-se que o bem depende da perspetiva de cadasujeito.

• Mas, por outro lado, está a pressupor que a tolerância é um bemobjetivo e, por isso, há pelo menos um bem que não depende daperspetiva de cada sujeito.8

• Para o subjetivista não há uma preferência ética melhor ou pior. Masisto tem graves consequências:

• Isso tira todo o sentido ao debate racional sobre questões morais.• Nunca é possível que alguém esteja enganado em questões morais.

8Além disso, será que devemos ser tolerantes para com todos os juízos de valor incluindo os das pessoas intolerantes?Imagine-se alguém a sustentar que “É bom e justo matar quem não concorda connosco”.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 28 / 44

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Teoria do Subjetivismo

Exercícios

Exercícios sobre o Subjetivismo1. O que caracteriza o subjectivismo moral?2. Como se define “bem” para o subjectivismo?3. De acordo com o subjetivista, a afirmação «Torturar inocentes não éerrado» pode ser verdadeira? Porquê?4. Quais são os argumentos principais a favor do subjetivismo?5. Que objeções se pode apresentar ao subjetivismo?6. Para discussão: Concordas com o subjetivismo moral?

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Teoria do Relativismo

Sumário

1 Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

2 Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

3 Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

4 Teoria do Emotivismo

5 Teoria do Subjetivismo

6 Teoria do Relativismo

7 Teoria do Objetivismo

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Teoria do Relativismo

RelativismoO relativista cultural defende as seguintes teses:

• (T1) Um juízo moral é verdadeiro numa sociedade quando os seusmembros acreditam que é verdadeiro; falso quando acreditam que éfalso.

• (T2) Os factos morais são relativos às sociedades, sendo diferentesconsoante as diferentes culturas.

• (T3) «X é bom» ou «X é moralmente correto» significa «A sociedadeaprova X»; «X é mau» ou «X é moralmente errado» significa «Asociedade reprova X».

Destas teses podemos concluir que:• O bem e o mal morais são convenções estabelecidas em cada

sociedade.• Na ética não há verdades universais; o certo e o errado variam de

sociedade para sociedade.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 31 / 44

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Teoria do Relativismo

Argumentos a favor do Relativismo

Argumento da diversidade cultural:1 Culturas diferentes têm códigos morais diferentes.92 Se culturas diferentes têm códigos morais diferentes, então não há umaverdade moral objetiva (pois, a verdade dos juízos morais é semprerelativa à cultura ou grupo social).

3 ∴ Não há uma verdade moral objetiva. [De 1 e 2, por modus ponens]Será este um bom argumento?

9Em sociedades diferentes prevalecem convicções morais diferentes acerca de assuntos como o aborto, a eutanásia, a penade morte, etc.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 32 / 44

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Teoria do Relativismo

Argumentos a favor do Relativismo

Objeção ao argumento da diversidade cultural:• Contra a premissa (1):

• Há algumas regras morais que todas as sociedades têm em comum (p.e.regras contra o homicídio).10

• Contra a premissa (2):• O facto de haver culturas com códigos morais diferentes não é uma

condição suficiente para que não haja uma verdade moral objetiva.11• Pode suceder que haja culturas com códigos morais errados.

10As sociedades podem diferir relativamente ao que encaram como exceções legítimas às regras.11P.e. o facto de haver diferentes opiniões relativamente à existência de Deus não é uma condição suficiente para

considerarmos que não há uma verdade objetiva acerca desse assunto.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 33 / 44

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Teoria do Relativismo

Argumentos a favor do Relativismo

Argumento da tolerância e coesão social:1 O relativismo cultural promove a tolerância entre sociedades

diferentes (pois, leva-nos a não ter uma atitude destrutiva em relaçãoaos outros povos e culturas).

2 O relativismo cultural promove a coesão social fundamental para asobrevivência da sociedade (pois, aceitamos como certo aquilo que amaioria determina).

3 Se o relativismo cultural promove a tolerância e a coesão social, entãoessa é uma teoria plausível.

4 ∴ O relativismo cultural é uma teoria plausível. [De 1-3]Será este um bom argumento?

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Teoria do Relativismo

Argumentos a favor do Relativismo

Objeção ao argumento da tolerância e coesão social:• Contra a premissa (1):

• A tolerância nem sempre é desejável.12• O relativismo cultural pode conduzir à aprovação da intolerância.13

• Contra a premissa (2):• O relativismo cultural conduz ao conformismo.14• A maioria pode estar enganada.

12Será que devemos tolerar as práticas das outras sociedades que nos parecem monstruosas? Parece que não.13Se uma sociedade entender que a intolerância é uma atitude correta, então a intolerância será aceitável nessa sociedade.14Um conformista limita-se a agir de acordo com as ideias dominantes na sociedade, anulando as suas opiniões pessoais.

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Teoria do Relativismo

Exercícios

Exercícios sobre o Relativismo1. O que caracteriza o relativismo cultural?2. Como se define “bem” para o relativista?3. Como tenta o relativista justificar a sua perspetiva apelando àdiversidade cultural?4. Como tenta o relativista justificar a sua perspectiva apelando à tolerânciae coesão social?5. Por que razão o relativismo cultural parece conduzir ao conformismo?6. O relativista pode defender coerentemente que todos devemos sertolerantes? Porquê?7. Para discussão: Concordas com o relativismo? Porquê?8. Ensaio: O que te agrada e desagrada nesta perspetiva relativista?

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Teoria do Objetivismo

Sumário

1 Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

2 Formulação do Problema da Natureza dos Juízos Morais

3 Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais

4 Teoria do Emotivismo

5 Teoria do Subjetivismo

6 Teoria do Relativismo

7 Teoria do Objetivismo

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Teoria do Objetivismo

Objetivismo (Perspectiva do Observador Ideal)O objetivista defende as seguintes teses:

• (T1) Os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor deverdade é estabelecido por boas razões (informadas e imparciais).

• (T2) Há factos morais, mas estes descrevem como nos sentiríamos sefossemos inteiramente racionais: informados15 e imparciais16.

• (T3) «X é bom» ou «X é moralmente correto» significa «DesejaríamosX se estivéssemos inteiramente informados e nos preocupássemosimparcialmente com todas as pessoas».

Destas teses podemos concluir que:• Na ética há verdades universais (estabelecidas pelas razões informadas

e imparciais).• Os juízos morais baseiam-se numa preocupação em considerar todas as

pessoas de igual modo; ou seja, baseiam-se em critérios transubjetivosde valoração.

15Basear as decisões numa avaliação correta da situação (conhecendo as circunstâncias, as alternativas, e as consequências).16Adotar um ponto de vista imparcial que considera do mesmo modo todas as pessoas.

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Teoria do Objetivismo

Argumentos a favor do Objetivismo

Argumento contra a intolerância:17

1 Se o juízo moral de que a intolerância é errada fosse apenas relativo ànossa sociedade, então seria aceitável que outras sociedades fossemintolerantes.

2 Mas não é aceitável que as outras sociedades sejam intolerantes (p.e.nazismo, Daesh, etc).18

3 ∴ O juízo moral de que a intolerância é errada não é relativo à nossasociedade. [De 1 e 2, por modus tollens]

Será este um bom argumento?

17Baseia-se na ideia de que a tolerância não é um valor meramente relativo às sociedades.18Ver aqui, aqui, e aqui.

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Teoria do Objetivismo

Argumentos a favor do Objetivismo

Objeção ao argumento contra a intolerância:• Contra a premissa (2):

• Um relativista poderá dizer que ao condenarmos a intolerância donazismo estamos apenas a exprimir os juízos morais da nossa própriasociedade.

• Mas daí não se segue que a tolerância seja um valor objetivo.• Crítica mais geral:

• O argumento não prova que os juízos morais são objetivos (mas que nomáximo a tolerância não é relativa à sociedade ou cultura).

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Teoria do Objetivismo

Argumentos a favor do Objetivismo

Argumento da imparcialidade:1 Se os juízos morais não são objetivamente verdadeiros (ou falsos),

então não podemos justificar os nossos juízos morais de um ponto devista imparcial.

2 Mas, podemos justificar os nossos juízos morais de um ponto de vistaimparcial (p.e.: A escravatura é injusta).19

3 ∴ Os juízos morais são objetivamente verdadeiros (ou falsos). [De 1 e2, por modus tollens]

Será este um bom argumento?

19Ver aqui.Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 41 / 44

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Teoria do Objetivismo

Argumentos a favor do Objetivismo

Objeção ao argumento da imparcialidade:• Como seria a vida humana se formos todos rigorosamente imparciais?• Contra a premissa (2) - objeção dos "santos morais":20

• Considere-se a vida de um santo moral, uma pessoa rigorosamenteimparcial do ponto de vista moral.

• Dificilmente esta pessoa poderia ter uma vida pessoal plenamenterealizada, pois daria exatamente a mesma atenção a todas as pessoas,independentemente de serem seus familiares e amigas ou não.

• Assim, as relações morais humanas perdem o sentido se não incluíremuma certa parcialidade.

20Argumento defendido pela filósofa Susan Wolf no artigo “Moral Saints” (1982).Professor Domingos Faria (v180302) Problema da Natureza dos Juízos Morais Colégio Pedro Arrupe Filosofia 42 / 44

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Teoria do Objetivismo

Exercícios

Exercícios sobre o objetivismo1. O que caracteriza objetivismo moral?2. Para um objetivista como é que desenvolvemos sentimentos racionais?Explique as duas condições de racionalidade propostas.3. Quais são os argumentos principais a favor do objetivismo? E queobjeções se podem apresentar a esses argumentos?4. De acordo com a teoria objetivista, como deveríamos aplicar os juízosmorais se fossemos eleitos para o Parlamento?5. Para discussão: o que te agrada e desagrada nesta perspetiva objetivista?6. Para discussão: concordas com o objetivismo? Porquê?7. Ensaio: escreve um pequeno texto de uma meia página onde relate assuas reações iniciais à perspetiva objetivista. Parece-te plausível? Porquê?

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Teoria do Objetivismo

Um vídeo sobre o problema da natureza dos juízos morais:• https://www.youtube.com/watch?v=FOoffXFpAlU

Para falar com o professor:• [email protected]• http://www.domingosfaria.net

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