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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM
FUNDAÇÃO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ESCOLA BOSQUE PROFESSOR EIDORFE MOREIRA
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM
FUNDAÇÃO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ESCOLA BOSQUE PROFESSOR EIDORFE MOREIRA
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UMA AÇÃO COLETIVA
Equipe Coordenadora:
Ana Wilma Cordeiro da Luz
Cilene Maria Valente da Silva
Kátia do Socorro S. Homobono
Maria do Socorro Pereira Lima
Maria de Fátima Costa e Silva
Maria do Socorro Monteiro Cabral
Sônia Maria dos Anjos Mendes
Outeiro-Belém-Pa
1999
SUMÁRIO
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I. JUSTIFICATIVA
II. OBJETIVOS
III. CONTEXTUALIZANDO A ESCOLA BOSQUE
Origem e Denominação
Localização e Entorno
Arquitetura
IV. O FAZER PEDAGÓGICO NO COTIDIANO DA ESCOLA BOSQUE
Uma concepção de Educação Ambiental
Revendo a concepção de Educação Infantil
Ensino Fundamental: Em busca de uma escola inclusiva
Ensino Médio Profissionalizante: Uma Experiência em Construção
Redes de Conhecimentos: Uma Proposta em Construção para a Educação de
Jovem e Adultos
V. PROJETOS E ESPAÇOS ALTERNATIVOS
Laboratório de Informática
Sala de Leitura
Projeto Herbário
Coleção Zoológica
Educação Nutricional
Plantas Medicinais
Horta
Viveiro de mudas
Escritório Piloto de Ecoturismo
Núcleo de Linguagem arte e cultura – NULAC
Laboratório Pedagógico
Videoteca
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Biblioteca
Brinquedoteca
BIBLIOGRAFIA
Anexos
INTRODUÇÃO
As novas exigências da cidadania que é identificada por avançar idéias da educação
científica dos modelos prontos, ressalta a necessidade de um novo cenário para a educação,
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através da reflexão coletiva na construção do Projeto-Político Pedagógico. Compreendê-lo é o
passo inicial para efetivá-lo.
“A construção do Projeto Pedagógico pelo coletivo, objetiva a
democratização do ensino, cujo núcleo é a democratização do
saber que passa agora a se diferenciar da democratização das
relações internas, sem no entanto se desvincular delas”
(Pimenta apud Silva [s/d])
Observa-se, portanto, a importância da democratização do ensino e essa concepção,
para permear no convívio educacional só será possível através da integração das idéias que
outrora eram fragmentadas.
A construção do Projeto Político Pedagógico implicará a explicitação da filosofia que
a escola vai expressar com esse novo perfil, pois deve-se verificar o que está contido no
Regimento Escolar, enquanto crença filosófica que poderá contribuir na construção de tão
almejado projeto.
A reflexão crítica do grupo participante na efetivação do Projeto Político Pedagógico,
deverá acontecer permanentemente a reflexão acerca do currículo e outros componentes do
fazer escolar.
Na certeza de que a essência da escola é a realização do seu próprio Projeto Político
Pedagógico, ressalta-se que esse propósito estará sempre em elaboração, tendo em vista que
ele poderá ter vários pontos de partida mas não existirá um ponto final, isto é, a escola deverá
ter consciência do que pretende, do que há, do que precisa, de onde vai partir e para onde
quer ir. Inclui também nessa efetivação do projeto, os conceitos que se tem de educação, de
escola, de ensino, de pessoa, de sociedade, etc. Isso significa a necessidade de fundamentos
teóricos a respeito do que se vai pôr em prática, partindo da concepção de que escola é
instituição que precisa se organizar através de um trabalho voltado para pessoas que vão
construir conhecimentos.
I. JUSTIFICATIVA
Entendemos hoje a escola como uma instância de luta para transformação social.
Assim, é concebida como lugar que reflete as contradições da sociedade na qual ela está
inserida, logo, nela estão presentes os processos sociais contraditórios de reprodução e
transformação. Nesse contexto, ela sofre também múltiplas determinações: tanto contém o
que há de conservador na sociedade, quanto os germens da transformação social. Desse
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modo, a escola está envolvida nos jogos das contradições e, por isso, deve ser um espaço de
ação na luta por uma sociedade mais justa.
No entanto, nada na história e na sociedade é feita repentinamente, e a transformação
tão almejada não é construída somente na escola, mas num movimento recíproco: escola –
sociedade / sociedade – escola e, em uma instância educacional, a direção determinante será
do social para a escola. Desse modo, nem a sociedade, nem a escola são neutras.
Querendo ou não a ação educativa em geral, a escola em particular, estão
comprometidas com determinada perspectiva filosófico-política. Se a escola e a sociedade
não têm clara essa concepção filosófica pautada na visão de homem, mundo e sociedade, a
ação educativa tende a esvaziar-se e apoiar-se no senso comum, que muitas vezes perpassa a
ideologia dominante. Ou seja, uma ideologia respaldada pelo autoritarismo, descompromisso,
alienação, divisão de classe, etc.
Historicamente foi essa a trajetória educacional dessa sociedade, tendo como resultado
indivíduos inquestionáveis, alienantes e alienados, acríticos e desprovidos de qualquer noção
criativa. Em função desse resultado é que pesquisadores, professores e estudiosos da área
educacional têm tido atualmente como objeto de estudo o Projeto Político-Pedagógico, tanto
no âmbito nacional, estadual como municipal, em busca da melhoria de ensino.
É comum ouvirmos falar sobre a necessidade do Projeto Político-Pedagógico, não
somente no contexto educacional macro, mas principalmente no escolar. Daí surgirem os
questionamentos do que venha a ser o Projeto Político-Pedagógico.
É certo, que para alguns a resposta a tal questionamento está clara, entretanto, para a
maioria, ainda se faz presente a importância de sua definição como marco que norteará a
ação pedagógica de todos que fazem a escola, de acordo com suas necessidades.
Mas afinal, o que é o Projeto Político-Pedagógico? No sentido etimológico, o termo
projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projicere que significa lançar para
diante, plano, intento, desígnio. Empresa, empreendimento, redação provisória de lei. Plano
geral de identificações (Ferreira, 1995: 144).
Projeto Político-Pedagógico logo, é a projeção dos fins da educação, dos objetivos a
serem atingidos, dos caminhos a serem percorridos, dos meios a serem adotados.
Desse modo torna-se claro a necessidade de uma nova postura, no sentido de reverter
a equivocada função que a escola vem efetivando. Partindo do entendimento do que seja o
pensar e o agir do Projeto Político-Pedagógico para a instituição educativa possa tornar-se
agente de mudanças, que objetive a transformação social.
Nessa premissa, vê-se que a escola tem a necessidade de construir um projeto que
tenha sempre em seu bojo a vinculação estreita com a realidade, com o contexto social mais
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amplo, exigindo portanto, um compromisso com a prática educativa e que assim construa
cidadãos conscientes, críticos e participativos, capazes de questionar os seus direitos com
conhecimento de causa e assim conquistar seu espaço na sociedade.
Assim sendo, o Projeto Político-Pedagógico contempla um duplo objetivo. Segundo
Marx, “os homens são produtos das circunstâncias sociais e da educação e, portanto, os novos
homens são produtos de circunstâncias distintas e de uma educação distinta. Mas não se deve
esquecer que as circunstâncias são mudadas precisamente pelos homens e que o próprio
educador precisa ser educado”. Portanto, só haverá mudanças na estrutura social se houver
formação de um novo homem para atuar nesta sociedade. Entretanto, essa estrutura social só
irá mudar se houver a formação desse novo homem.
O projeto é educacional e também político porque de alguma forma tem que
impulsionar a concretização do projeto histórico nacional, já que os educadores têm que
tomar consciência de que seu trabalho é uma das formas de politização mais efetiva. Essa
conscientização não é e nem pode ser fruto do espontaneísmo ou do voluntarismo, mas
conseqüência da organização e participação política como pré-requisitos, tanto da elaboração
como da execução de um projeto alternativo.
Compreende-se que na construção do Projeto Político-Pedagógico, o educador deve
ter consciência do que pretende, do que há, do que precisa, de onde vai partir e para onde
quer ir. Deve-se, contudo, principiar definindo o tipo de homem que interessa educar e o tipo
de sociedade que se quer promover.
O objetivo prioritário do Projeto Político-Pedagógico é o homem, até porque o homem é
projeto, significando essencialmente um ser inacabado em sua plena realização “o homem,
cada homem e qualquer homem, pode ser e será criador de sua própria história e não mais
objeto da história de algum outro” (Garaudy, 1977 : 36)
É o homem e seu pleno desenvolvimento como ser transcendente que deve ocupar todo
o horizonte de nossas preocupações.
A concepção de homem que permeia o projeto educativo deve considerar todas as
dimensões e as potencialidades do ser e assentar-se em suas possibilidades reais e na
compreensão de sua situação específica no mundo. Portanto, temos que projetar a imagem do
homem que buscamos necessariamente, através dos traços e contradições do presente,
somamos aos que permitam vislumbrar esse caminho até a sociedade do futuro. É no presente
– que nos amarra fortemente à realidade – e no futuro – que nos impulsiona a superar os
paradoxos do presente – que se encerra a popularidade que nos obriga à conquista de “um
homem cada vez mais homem” e de “uma vida mais humana”.
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Na construção do novo Projeto Político-Pedagógico implica explicitar a filosofia que a
escola vai expressar nesse novo perfil de homem tomando como ponto de partida a proposta
original da Escola Bosque enquanto linha filosófica que poderá contribuir nessa almejada
construção.
Deste modo, esta linha procura desenvolver na Escola Bosque um trabalho que alia
currículo mínimo obrigatório a currículos específicos que abarcam a questão ambiental,
questão esta, prioritária de nosso tempo uma vez que a educação ambiental visa destacar “que
o indivíduo torna-se consciente de sua condição humana, ao estabelecer relação com os outros
seres humanos e com o meio ambiente onde está inserido. É relacionando-se com o
semelhante e com a natureza que esse indivíduo objetiva-se em essência enquanto ser
histórico e social, produtivo, criador, que transforma a si próprio e ao mundo”. (Ponte, 1994 :
12)
Neste contexto a educação ambiental permeará todo o trabalho pedagógico e de pesquisa
buscando as inter-relações entre o ambiente natural , social e cultural, objetivando envolver
crianças, jovens e adultos, que terão deste modo, condições e responsabilidades em pensar,
discutir e agir a favor da melhoria do ambiente em que vivem.
Assim sendo, esta linha de trabalho chama a atenção para que possamos perceber que a
ameaça à natureza e à miséria são decorrentes da crise de percepção humana, que nos tem
levado a um olhar inadequado do mundo. Neste enfoque, temos que adquirir um novo olhar,
baseado na cientificidade e na sistematicidade que nos mostra os sistemas vivos integrados,
desde a menor bactéria até a sociedade, e sobre esta nova ótica obviamente estamos
integrados.
É propósito desta linha de trabalho também, fazer refletir sobre nosso papel como
integrante deste sistema. O que estamos fazendo para o progresso que ora vivenciamos
chegue até nós de forma menos desastrosa? O que fazer para minimizar a crise ecológica que
vivemos no planeta terra?
Sabemos que o que se observa ao longo da história é que em nome do progresso, da
ciência e do desenvolvimento notamos a instauração de imensas zonas de miséria, fome,
destruição ambiental, desemprego, marginalidade opressiva, ociosidade, solidão, angustia,
exclusão social, etc.
Logo é preciso que se diga que não haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser
em escala planetária e com a condição de que se opere uma autêntica revolução política,
social e cultural reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais, o que
resume em um novo conceito de crescimento econômico, contrariando o atual que tem como
finalidade do trabalho social regulada de maneira unívoca por uma economia baseada no
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lucro e em relações de poder nem sempre democráticos, levando assim a dramáticos impasses
como a que pesa sobre o Terceiro Mundo conduzindo a algumas de suas regiões a uma
pauperização absoluta e de certa forma irreversível.
OBJETIVOS
Construir uma gestão democrática com vistas a conferir à escola a importância estratégica
que lhe é devida como espaço legítimo das ações educativas e como agente de prestação
de serviços educacionais de boa qualidade, consolidada na implantação de seu Projeto
Político-Pedagógico;
Conhecer melhor a realidade da Escola Bosque de modo a construir uma gestão
democrática conferindo a mesma a importância estratégica que lhe é devida como Centro
de Referência em Educação Ambiental, cujo marco norteador do processo educativo,
visando a melhoria da qualidade de vida de sua clientela nos diversos níveis de ensino;
Encaminhar um processo de diagnose com a comunidade intra e extra escolar através de
pesquisas sócio-antropológicas;
Construir e ampliar ações que possibilitem a participação de todos os segmentos da
Comunidade escolar;
Garantir que a Educação Ambiental seja o fio condutor do processo educativo;
Fortalecer o Conselho Escolar enquanto mecanismo de viabilização da gestão
democrática;
Dinamizar o Conselho de Ciclo como elemento integrador da ação pedagógica entre
técnicos, professores, pais e alunos visando o aperfeiçoamento do processo educativo de
modo participativo e qualitativo.
III. CONTEXTUALIZANDO A ESCOLA BOSQUE
Origem e Denominação:
A Escola Bosque assim inicialmente designada, pelos primeiros que a conceberam
possível, os membros do CONSILHA (Conselho de representantes da Ilha de Caratateua) o
qual surgiu em 1991 como uma nova expressão de luta popular, uma vez que este nasceu da
necessidade de fortalecer a luta popular pela melhoria da qualidade de vida dos moradores da
ilha. Quando o CONSILHA se estabeleceu oficialmente em 06/01/91 estavam presentes
diversos representantes do movimento popular organizado da Ilha, entre os quais podemos
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citar o Sociólogo Mariano Klautau que muito contribuiu com a efetivação do Projeto. Luta
essa que foi encampada por outros membros do CONSILHA como a Arquiteta Dula de Lima,
a qual idealizou o projeto arquitetônico compatível com a região. Era preciso contribuir
respeitando a fauna e a flora nativa dos 120.000 m² onde hoje é a Escola Bosque.
O Centro de Referência em Educação Ambiental – Escola Bosque Professor Eidorfe
Moreira, instituído pela Lei Municipal Nº 7.747 de 02 de janeiro de 1995, reordenada pelas
Leis Delegadas nº 002 de 20 de novembro de 1995 e Nº 003 de 28 de dezembro de 1995,
criado pelo Decreto Municipal Nº 2883/96 de 13 de junho de 1996, com sede neste
município, na rua Nossa Senhora da Conceição, s/n, Distrito de Outeiro – Ilha de Caratateua,
é uma Fundação de direito público, sem fins lucrativos, com prazo de duração indeterminado,
vinculada ao Gabinete do Prefeito.
É relevante antes de prosseguirmos, saber quem foi o homem que deu nome a Escola. Um
homem do qual ele mesmo afirmava ter “Tendências Solitárias”, temperamento retraído,
esquivando-se sempre de todas as homenagens que lhe quiseram prestar, bem como à
participação em instituições culturais científicas ou literárias. O filósofo da geografia, que tão
bem estudou e conceituou a Amazônia dedicando especial atenção à Belém, sem esquecer de
sua parte insular, o qual se chamou Eidorfe Moreira.
Eidorfe Moreira (morreu em 2 de janeiro de 1899 aos 77 anos de idade), professor,
geógrafo, filósofo e escritor, debruçou-se especificamente sobre a região amazônica, mas
produziu ainda obras de cunho geográfico-literário e sobre a história cultural do Pará, como
bem fala o professor e filósofo Dr. Benedito Nunes – em nota crítica escrita para a edição de
suas obras reunidas:
“Eidorfe Moreira considerou o que há de mais
específico nessa ciência (a Geografia) e, sem recorrer a
elementos que lhe sejam estranhos, distendeu até suas extremas
possibilidades o ponto de vista geográfico. Esse ponto de vista
que permite um contato em extensão e profundidade tanto com
a extensão exterior quanto com a realidade humana, torna-se
uma posição problemática que força o pensamento a iniciar a
sua trajetória filosófica, no intuito de interpretar a vida
tomando por base a amplitude cósmica do universo, onde o
homem está em constante diálogo com a natureza”.
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Eidorfe Moreira foi o mais Paraense dos Paraibanos que aqui viveram e razões não
faltam para essa justa homenagem.
Esta Escola objetiva desenvolver atividades educativas que preparem indivíduos para
conviver de maneira propositiva dentro do contexto em que vivemos, reconhecendo que é
necessária a formação de cidadãos que tenham por objetivo fundamental a compatibilização
entre desenvolvimento e respeito ao meio ambiente, tendo o homem como mediador dessa
relação. Neste sentido, isso se inicia na Escola Bosque, no âmbito da Educação Básica –
compreendendo-se Ensino Infantil, Fundamental e Médio – tendo ainda a opção de Técnico
Profissionalizante em Meio Ambiente com habilitação em Ecoturismo, Fauna e Flora (cuja
instalação dos cursos foi imprescindível para preencher lacuna existente no Sistema Formal
de Ensino da Região Norte, devendo preparar jovens para o bom gerenciamento dos bens
naturais da Amazônia, tão carente de pessoas especializadas – técnicos – para lidar com a sua
fauna, flora e meio físico) tendo como apoio para essa realização: laboratórios, biblioteca,
auditório, espaço para exposições e área de plantio. A escola é principalmente, um espaço
aberto à população.
A Escola Bosque como Centro de Referência em Educação Ambiental, também se
dedica à Educação não Formal buscando fornecer subsídios à pesquisa e atuando em
programas especialmente voltados à demanda comunitária.
Localização e Entorno:
A Escola Bosque localiza-se na Ilha de Caratateua, à 35 Km do centro urbano do
município de Belém, à rua Nossa Senhora da Conceição, s/nº, bairro de São João do Outeiro.
A Ilha de Caratateua, possuí uma área total de 31.449.074.467 m², sendo
11.934.297.051 m² de área urbana e 19.514.777.416 m² de área rural, distante 20 Km de
Belém ao Norte do Centro Urbano de Belém, possui uma área de 3.226.66 hª, com acesso
pela Rodovia Augusto Montenegro, situando-se a área estudada, entre os paralelos de 01º 13’
e 01º e 17’, entre os meridianos de 48º 25’ e 48º 30’. É separada da sede do Distrito de
Icoaraci a sudoeste, e da Ilha de Mutum, a sudeste pelo Furo do Rio Maguari, da Baía de
Santo Antônio, e da Ilha de Mosqueiro, a noroeste do município.
O Distrito Administrativo de Outeiro teve seu início na história, quando várias de
suas áreas serviram de cemitérios para os índios nos tempo antes da fundação de Belém
(especialmente no bairro que hoje chama-se Itaiteua)
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A ilha era chamada por eles de Caratateua, que no dialeto Tupi-guarani, quer dizer,
“lugar das grandes batatas”). Os Portugueses batizaram de Outeiro, que para eles quer dizer
“pequenos morros”.
Em abril de 1731, o Governador da Província do Grão-Pará, Capitão Geral Alexandre
de Souza Freire, concedeu Outeiro à terceiros (através da carta das sesmarias, que oficializava
a doação de terras a particulares, objetivando sua ocupação).
A segunda fase da colonização de Outeiro deu-se no ano de 1893, quando foi criada a
colônia de Outeiro (Núcleo Modelo de Colonização), uma segunda hospedaria em Outeiro foi
implantada na antiga colônia agrícola, onde funcionava as dependências do Centro de
Formação e Aperfeiçoamento de Praças – CFAP, que recebeu em 14 de abril de 1893, 14
famílias Italianas, que deram o pontapé definitivo na colonização de Outeiro.
Até meados de 1990, Outeiro era subordinada ao Distrito de Icoaraci. No ano de 1994
aos 12 de janeiro, foi decretado pelo prefeito Hélio Gueiros a criação das 8 (oito)
Administrações Regionais de Belém, assim Outeiro passaria a ser Distrito e teria sua própria
autonomia (inclusive foi criado o plano diretor das ilhas de Outeiro e Mosqueiro) O intuito só
passou a vigorar à partir da gestão do Prefeito Edmilson Rodrigues em 1997, que oficializou
a de Belém em 08 distritos.
Observando a forma geográfica da Ilha de Caratateua, onde se localiza a Escola
Bosque, a mesma pode ser comparada a uma taça, com maior largura de 10 km voltada para a
Baía de Santo Antônio e a menor de 6 km ladeada pelo Furo do Maguari, que a liga com a
Baía de Guajará, fazendo parte do contexto insular de Belém.
A referida ilha é mais conhecida como Outeiro, cuja denominação é usada por
geomorfólogos para descrever os aspectos geográficos e as pequenas elevações que a ilha
possui.
A Lei nº 7806, de julho de 1996, dispõe apenas sobre a existência de quatro bairros na
ilha: bairro da Brasília, de São João do Outeiro, do Itaiteua e da Água Boa. Entretanto,
existem também os bairros do Fidélis, do Fama e do Tucumaeira. O bairro mais antigo é o de
Itaiteua onde se originou a concentração populacional na ilha. Composta de sete praias: do
Amor, do Outeiro (do Barro Branco, dos Artistas e Praia Grande), da Brasília e do Redentor,
a Ilha de Caratateua se constitui numa alternativa de lazer à população de Belém.
Com a construção da ponte Enéas Pinheiro, que liga Belém a Outeiro, a ilha sofreu
um processo de ocupação intensa, facilitando o acesso da população aos balneários existente
na ilha, chegando a registrar taxa de crescimento de 13,15%, conforme dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE , senso de 1993
12
Caratateua sofreu um processo de ocupação sem precedentes, pois em 1991, o número
de habitantes correspondia a 7.682; em 1993 aumentou para 12.461; segundo dados
fornecidos pela Agência Distrital local, o número de habitantes estava estimulado em 35.000,
o que já era preocupante naquele momento, tendo em vista que a ilha não possuía infra-
estrutura para atender nem metade daquele quantitativo. Atualmente, segundo o senso do
IBGE/2000,o Distrito de Outeiro-DAOUT, possui uma população de 26.225 habitantes,
sendo sua área de extensão de 111,395 e densidade demográfica 235,42, distribuídas em sete
bairros (Brasília, São João do Outeiro, Água Boa, Fama, Tucumaeira , Fidelis e Itaiteua)
Dentre estes, temos quatro bairros que apresentam grandes índices populacionais:
Brasília: área de 2.776.779,051 m², população 5.158;
São João do Outeiro: área 5.587.524,047 m², população 7.693;
Itaiteua: área 2.112.567,153 m², população 1.245;
Água Boa: área 1.457.434,972 m², população 5.676;
No momento da inauguração da Escola Bosque, em 1996, a estrutura econômica local
era de baixa renda das famílias. As condições de vida da população eram precárias e
deficientes. A mão-de-obra vinculava-se ao emprego informal, condicionada à venda de
alimentos nas praias, com inúmeras tabernas, pequenos armarinhos e mercearias que
compunham o perfil econômico da ilha.
No que se refere à saúde, o distrito possui apenas uma Unidade de Saúde (Programa
Família Saudável), com 12 leitos, urgência e emergência, e o ambulatório (São João do
Outeiro) e extensão do programa para os bairros do Fama e do Fidélis, para atender toda a
população local, assim como uma Unidade Fluvial Pedro Pomar (Intinerante)
No que tange à educação, a comunidade outeirense conta com:
Unidades Escolares Municipais:
- Escola Bosque Prof. Eidorfe Moreira (São João do Outeiro)
- Escola Municipal Monsenhor José Maria Azevedo (Itaiteua)
- Escola Municipal da Brasília (Brasília)
- Escola Municipal Helder Fialho (Brasília), possuindo um anexo no bairro do
Fidelis.
Unidades Escolares Estaduais:
- Escola Estadual do Outeiro (São João do Outeiro)
- Escola Estadual Geny Gabriel (Água Boa)
- Escola Estadual da Brasília (Brasília)
Unidades de Educação Infantil:
- U.E.I de Itaiteua (Itaiteua)
13
- U.E.I Comunidade Estrelisa
Unidades Conveniadas com a rede municipal:
- Escola de produtores rurais (Itaiteua)
- Escola Colônia do Fidelis (Itaituea)
Quanto à Segurança Pública, observamos uma grande carência deste serviço, uma vez que
temos apenas uma delegacia para atender a demanda da Ilha, que vem se agravando devido
ao aumentando desordenado da populaçãoo e ao grande índice de violência, principalmente
na segunda -feira , quando da realização de festas no Areião , Caldeirão do Alan entre outros.
Apesar de tudo temos apenas dois órgãos responsáveis pela segurança na Ilha:
- Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praça (CFAP)
- Delegacia de Polícia Civil do Outeiro.
A economia da ilha de Caratateua esta representada pelo comércio varejista
(mercadinhos, armarinhos, farmácias, estâncias, etc...) , por atividades comerciais (hotéis,
pousadas, restaurantes, bares, casas noturnas, etc...), e por prestadores de serviços autônomos,
possuindo 3 pequenas feiras livres: São João do Outeiro, comunidade água boa, e Brasília.
ARQUITETURA
O Projeto arquitetônico da Escola Bosque, elaborado por Dula Maria Bento de Lima e
Milton José Pinheiro Monte, caracteriza-se por sua estrutura leve e elementos vazados
integrando o espaço construído ao espaço natural.
As instalações físicas ocupam 3% de uma área total de 12ha de floresta tropical
preservada. A arquitetura dos prédios valoriza e adapta-se às condições ambientais de maneira
a permitir uma consistência harmônica entre o homem e o meio ambiente. Priorizou-se o
aspecto octogonal para as salas de aula característica diferenciada da escola.
Os módulos que integram a estrutura física da escola, compreendem:
pórtico (entrada principal da escola):
bloco administrativo: composto de (vários) cinco espaços onde funcionam: a secretaria da
escola, o setor administrativo da Fundação com sala de espera, sala de computação, sala
da direção e sala de reuniões;
setor pedagógico: sala dos professores, coordenação pedagógica, sala de
acompanhamento em orientação educacional, cinco banheiros.
o prédio denominado multiuso, possui forma octogonal, com seis salas conjugadas,
janelas envidraçadas, dois banheiros, ao centro um jardim de inverno , funcionam como
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laboratório pedagógico, sala de leitura e as demais salas para a educação infantil, podendo
sofrer novas adaptações conforme sejam necessárias;
do mesmo formato, octogonal, existe o espaço cultural Chico Mendes, com alguma
alteração na forma das salas, pois as mesmas possuem portas largas de treliça em
madeira, sem janelas mas com ventilação, nestas salas funcionam o Escritório Piloto de
Ecoturismo, sala do curso de Ecoturismo, Atelier de arte, lanchonete, a Coordenadoria
de Desenvolvimento Comunitário – CDC – espaço reservado à comunidade, dois
banheiros .
a escola possui ainda, como parte de sua estrutura física: uma biblioteca, uma
brinquedoteca, 15 salas de aula divididas em três blocos, além de três salas de aula
separadas umas das outras , todas as salas de aula são de formato octogonal. Os 3 blocos
possuem banheiros e pátios para recreação e estão divididos entre si por alamedas sem
calçamento e ajardinadas denominando-se de trilhas:
em seqüência aos espaços físicos, há um prédio que comporta a videoteca e uma sala de
aula;
outro prédio com um Laboratório Multidisciplinar onde são realizados diversos cursos e
oficinas;
ao lado deste encontra-se o Laboratório de Biologia com Coleção Zoológica e o Herbário;
uma área de alimentação com um restaurante amplo, aberto nas laterais, com vista para o
lago em formato de borboleta que o liga ao espaço Chico Mendes; possui uma cozinha
ampla. No mesmo prédio da cozinha há sala do nutricionista e um almoxarifado com
recepção. Este prédio possui dois banheiros e bebedouros;
caminhando pelas trilhas da Escola Bosque pode-se ainda visualizar os alojamentos
compostos de dois prédios com 8 quartos com banheiros;
um pouco distante do portão principal da escola, num segundo portão, localiza-se o
auditório, cuja arquitetura define-se como moderna, possuindo escadaria na entrada,
banheiros nas laterais receptivas, camarins com banheiros, uma sala para reuniões e outra
para o setor de educação física O auditório possui infra-estrutura física para comportar
300 pessoas;
próximo ao auditório há espaços alternativos para a prática da educação física ainda sem
edificações.
Além dos espaços já mencionados, a escola dispõe ainda de seis anexos distribuídos
em: três unidades em Cotijuba, uma unidade em Jutuba I e uma unidade em Jutuba II.
Fazendo o atendimento em Educação Infantil, Ciclo Básico I, II e III.
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Para finalizar sobre a estrutura física da Escola Bosque, convém ressaltar que a escola
possui um local denominado "bosquinho" que é considerado histórico, pois foi onde toda a
história de criação da mesma começou. Este lugar serve como alternativa para variadas
atividades lúdicas / pedagógicas.
Atrelado a tudo isso, faz parte do patrimônio da Escola o Parque Zoobotânico, uma
área de 13ha localizada próximo à sede da Instituição, constituindo-se num laboratório vivo
para o desenvolvimento de pesquisas e atividades desenvolvidas pelo Centro de Referência
em Educação Ambiental Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira.
O FAZER PEDAGÓGICO NO COTIDIANO DA ESCOLA BOSQUE
“Reconhecendo que a Escola não é o único local de aprendizado e que o
processo educativo não se inicia nem se esgota no espaço escolar, torna-se
fundamental dialogar com o conhecimento que as pessoas têm acerca do
ambiente, aprendido informalmente e empiricamente em sua vivência e
prática social, respeitando-as, questionando-as, levando-as a repensarem o
aprendido. Enfim, possibilitando que elas formulem e expressem suas ideias
e descobertas, e elaborem seus enunciados e propostas” (Meyer, 1991, p. 42)
UMA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
As relações entre o homem e o meio ambiente em que vive, deve ser entendida como
o lugar onde mora o outro além de si próprio, e que se repartido, pode vir a ser “mundo” não
só para a sobrevivência, mas também um lugar de emancipação de um número cada vez
maior de pessoas.
Porém, o que se observou, foi que com o surgimento da sociedade moderna o homem
transpôs todos os limites naturais através do uso indiscriminado de tecnologias pesadas,
marcadas pela utilização excessiva do espaço natural, o que se agravou com o advento da
sociedade industrial, onde o homem começa a gerar para si, a qualquer custo, maior conforto
e benefícios. Vivemos aí a centralização na individualidade, característica do Renascimento,
que permeia até hoje as relações entre os seres humanos.
Isso reflete um estilo de vida insustentável dos segmentos mais ricos que exercem
imensa pressão sobre o meio ambiente, enquanto os segmentos mais pobres não têm
condições de serem atendidos em suas necessidades de alimentação, saúde, moradia e
educação.
16
“(...) Ao avanço tecnológico-industrial, com a integração
seletiva de determinados contingentes de população,
corresponde o retrocesso econômico em regiões periféricas e a
exclusão de um amplo expectro do grupo social, aos quais é
negado o acesso ao emprego, a educação e a uma renda
familiar estável. Torna-se importante frisar que segundo a
dinâmica deste sistema, não existiriam possibilidades
concretas de melhoria das condições e da qualidade de vida
para a maioria da humanidade” (Rattner, 1993, p. 178)
Esse modelo de desenvolvimento, apoiado na modernização econômica, mas sem
contrapartidas sociais e políticas, gerou a concentração de riquezas e desigualdades
econômicas e sociais em nível mundial, o que é agravado pelo capitalismo que atribui a cada
região da vida social uma independência que na realidade não existe, gerando entre outras
coisas a compartimentalização do conhecimento científico como se a sociedade pudesse ser
apreendida em fatias econômicas, sociológicas, tecnológicas e psicológicas.
A educação, como não poderia deixar de ser, padece desse mal social intrínseco à sua
existência, uma vez que vivenciamos um processo de fragmentação na nossa prática
cotidiana, na separação entre o econômico e o simbólico numa sociedade gerada sob o
capitalismo e essa fragmentação é parte constitutiva do conhecimento produzido sobre a
realidade.
Esse modelo civilizatório está sendo questionado, uma vez que os problemas atuais,
entre eles o ambiental, exige uma visão mais global que supere as abordagens fragmentadas,
disciplinares, mecanicistas, as quais não conseguem atacar os problemas em suas raízes,
acabando por escamoteá-los e é nessa perspectiva que reside a emergência da Educação
Ambiental, que surge como um instrumento democrático, participativo, transformador da
realidade enquanto processo conscientizador do ser humano, contribuindo para a formação de
postura reflexiva para com a problemática ambiental global.
A problemática sócio-ambiental, em amplitude e complexidade anima o ser humano a
elaborar variadas explicações a questões ainda não resolvidas, o que ratifica a necessidade de
transformação na estrutura e processo do conhecimento científico ocidental, arraigado à visão
pontual, caracteristicamente mecanicistas, reducionista o que implica mudanças
comportamentais, formas de pensar e agir.
Nesse sentido, a democracia é condição, e meta fundamental, que permite a todos
proporem alternativas e soluções, e a educação ambiental como educação política está
empenhada na formação da cidadania local, nacional, continental e planetária, baseando-se no
17
diálogo de culturas e de conhecimento entre povos, gerações e gêneros, buscando a mudança
de valores, atitudes, como forma de superação de um estágio de desenvolvimento forjado pela
cultura humana, incompatível com suas necessidades atuais.
“Como pode o homem utilizar os elementos da situação se ele
não é capaz de intervir nela, decidir, engajar-se e assumir
pessoalmente a responsabilidade de suas escolhas? Sabemos
quão precárias são as condições de liberdade do homem
brasileiro, marcado por uma tradição de inexperiência
democrática, marginalização econômica, política, cultural.
Daí a necessidade de uma educação para a libertação: é
preciso saber escolher e ampliar as possibilidades de opção”.
(Saviani – 1986, p.43)
Em razão dessa necessidade de transformação, a Educação ambiental, é instrumento
para a transformação gradual do homem e da sociedade capitalista em que está inserido, para
uma sociedade pautada dentro de um desenvolvimento com bases sustentáveis visando a
melhoria da qualidade de vida da população.
Sustentabilidade pressupõe o tratamento concomitante das dimensões econômica,
social, ecológica, sob uma postura ética que visa equidade social entre as nações ricas e
pobres, assim como entre gerações e segundo esse raciocínio, não se pode falar em igualdade
entre nações, quando inúmeros países são carecedores de infra-estrutura e serviços a oferecer
como saneamento básico, educação, moradia e lazer
“A maior parte dos problemas ambientais têm suas raízes na
miséria, que, por sua vez, é gerada por políticas e modelos
econômicos concentradores de riquezas e geradores de
desemprego e degradação ambiental. Tais modelos são
adotados nos países pobres como os nossos por imposição dos
países ricos, interessados na exploração dos nossos recursos
naturais.” (DIAS, 1994, p.9).
Uma das recomendações de Tibilisi assegura o caráter transformador da Educação
Ambiental uma vez que possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de
induzir mudanças de atitudes, objetivando a construção de uma nova visão das relações dos
seres humanos com o seu meio e adoção de novas posturas individuais e coletivas em relação
ao ambiente. Ela estimula a formação de uma sociedade socialmente justa e ecologicamente
equilibrada.
18
Neste contexto, surgiu a necessidade de dar-se respostas através da educação
ambiental à alguns problemas sócio-ambientais que afligem a sociedade, uma vez que a
grandeza territorial da Amazônia, as pressões internas e externas exigem a conservação de sua
biodiversidade aliada a um gerenciamento de seus recursos naturais em bases sustentáveis e
duradouras.
Sendo o Estado do Pará, a sua parte mais significativa, por ocupar uma área que reúne
em diversidade e volume, quase todos os recursos naturais renováveis ou não, presentes na
Amazônia e sendo sua capital, Belém, a única capital do país que possui um conjunto de ilhas
adjacentes, cerca de 100, entre ilhas e ilhotas, ficou presente a necessidade de implantar-se no
Pará, unidade de transformação de recursos humanos habilitados, comprometidos com o
equilíbrio ambiental e com as formas de produção e trabalho.
A complexidade das questões ambientais nos colocou frente ao grande desafio de
construir uma proposta de Educação ambiental que levasse em conta todas as contradições
inerentes ao processo histórico social vivenciado cotidianamente pela sociedade moderna.
Nesse Sentido, o processo de construção pedagógica de educação ambiental no
contexto da globalização fundamenta-se no diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento
reformulou das práticas e concepções que permitam uma maior aproximação do real em sua
multidimensionalidade.
Azevedo, enfatiza a que cada indivíduo tece ao longo de suas vidas, múltiplas e
complexas relações que podem ser expressivas através das redes sociais onde se dão as
relações interpessoais, culturais e das relações de poder existente na sociedade e que
atravessam todas essas outras relações.
O desafio do processo pedagógico, segundo os trabalhos de Paulo Freire, enfatiza que
a leitura do mundo que de cada indivíduo faz é construída a partir da sua realidade concreta e
virtual, concebendo assim, validade às leituras populares, sem por isso desconsiderar as
leituras mais elaboradas e assim, permitindo interpretações de problemas ambientais mediante
horas dialógicas entre pessoas com distintas leituras.
Pensar a problemática ambiental na sua multiplicidade e complexidade é o ponto de
partida do processo pedagógico, que segundo Reigota (1999) é um processo aberto, em
permanente mutação, sem respostas fechadas e verdades absolutas, sem um conhecimento
específico a ser adotado, mas idéias a serem discutidas, desconstruídas e reconstruídas.
A proposta pedagógica da Escola Bosque, enquanto síntese dialética, configura-se a
partir das seguintes premissas: a inserção da Educação Ambiental de caráter propositivo; A
formação do sujeito holístico, sujeito da totalidade histórica, capaz de compreender-se no
19
meio ambiente como aquele que propõe e intervém qualitativamente nesse ambiente buscando
a sustentação econômica, política e social.
“Nesse contexto a Educação Ambiental como instrumento
propiciador de transformação de valores, atitudes, atividades
práticas ante os problemas concretos, trabalhará no domínio
cognitivo, por meio de informações que permitam o
conhecimento de fatos, conceitos e necessariamente no
domínio afetivo, quando promove a conscientização crítica,
através da percepção do meio e da sensibilização ante a
realidade.” (Tanner, 1978)
Essas premissas nos remetem aos eixos temáticos que nortearão as ações pedagógicas
em sala de aula: SER HUMANO-NATUREZA-SOCIEDADE-TRABALHO-CULTURA.
A integração entre esses elementos se faz necessária para o desenvolvimento das ações
educativas uma vez que buscamos a concepção de homem, enquanto sujeito da natureza que
constrói a si mesmo e a sociedade, o que não pode ser concebido de maneira desarticulada do
modo como esse sujeito se relaciona com o seu meio ambiente.
O trabalho desenvolvido na Escola Bosque tem como linha norteadora a discussão e o
repensar da ação humana no meio ambiente e das condições sócio-históricas dessa
intervenção, uma vez que toda forma de pensar e agir se insere numa situação sócio-histórica
concreta e deve ser compreendida sempre, tendo-se em vista configuração coletiva específica.
Esse trabalho tem a pesquisa como princípio metodológico, como atitude, que significa base
da produção científica e base da educação, ancorada no manejo e produção do conhecimento,
capaz de construir um diálogo crítico com a realidade.
O educando sujeito de sua história que pensa a realidade, que tem direito de conhecer e
transformar com autonomia a tempo e o espaço no qual se insere. Esse sujeito deve e precisa
conhecer o saber sistematizado para não ser por ele dominado. O educando necessita
conhecer a arte, a filosofia, as ciências e a cultura da humanidade para afirmar sua cultura ,
deve conhecer sua história e assumir-se enquanto sujeito que faz história, e para tanto a escola
deve assegurar a unidade do conhecimento constituindo-se num movimento de ação-reflexão-
ação, prática-teoria-prática, e dentro da práxis pedagógica, ele é o sujeito que busca uma nova
determinação em termos de patamar crítico da cultura elaborada. Ou seja, o educando é o
sujeito que busca adquirir novos conhecimentos , habilidades e modo de agir. É para isso
que busca a escola. Ir à escola, forma institucionalizada de educação da sociedade moderna,
não tem por objetivo a permanência no estágio cultural em que está, mas sim, a aquisição de
20
um novo patamar, a partir da ruptura que se processa pela (re) construção ativa do
conhecimento sistematizado.
Dentro dessa perspectiva, o educando não deve ser considerado, pura e simplesmente,
como uma massa a ser informada, mas sim como sujeito, capaz de construir a si mesmo,
através de atividades, desenvolvendo seus sentidos, entendimentos, inteligência etc. pois são
as experiências e desafios externos que possibilitam ao ser humano, através da ação-reflexão-
ação, o crescimento, o amadurecimento, o descobrir-se enquanto cidadão.
As atividades baseadas nesses aspectos proporcionam atitudes de pesquisa que
subsidiam a prática pedagógica na escola de forma regular e progressiva que no processo a
construir um currículo vivo de trabalho.
Os alunos da Escola Bosque desde os níveis iniciais da Educação Infantil, passando
pelo Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, estão vinculados a pesquisa e análise
dos problemas sócio-ambientais da Ilha de Caratateua e para tanto se utilizam de todo o
instrumental científico na compreensão desses problemas e sua superação.
Assim, a Escola Bosque busca trabalhar a (re) construção do conhecimento a partir de
metodologias, que visam a resignificação deste espaço escolar, transformando-o em um
espaço vivo de interações, aberto ao real e as suas múltiplas dimensões. O trabalho
desenvolvido nos projetos traz uma nova perspectiva para entendermos o processo da
construção do conhecimento. O ato de aprender deixa de ser um simples ato de memorizar, de
repassar conteúdos. Todo conhecimento é construído em estrita relação com o contexto onde
o (a) aluno (a) está inserido (a), sendo por isso, impossível separar os aspectos cognitivos,
emocionais e sociais presentes no processo.
Considerando a criança como pertencente a uma família
que seta inserida numa sociedade, com uma determinada
cultura, em um determinado momento histórico, torna-se
necessário ao pensar/construir uma proposta curricular que
respeite essa realidade , a partir do desvelamento da mesma,
possibilitando o surgimento de discussões das questões
prementes à formação da cidadania. Traduzir esses sentimentos,
que norteiam as diretrizes de uma educação de qualidade em
uma proposta curricular, implica no comprometimento político
de respeito a criança como sujeito de direito. (Projeto Político-
pedagógico da Escola Cabana. Prefeitura municipal de
Belém,2002)
21
Essa prática busca enfatizar o respeito e a valorização das diferenças individuais a e
pluralidade sócio-cultural, contrapondo-se às propostas segregacionistas e excedentes. A
efetivação da inclusão social, implica em lutas sociais , mudanças de mentalidade e valores,
inscrição em leis e legislação social, planejamento e implementação de políticas públicas.
REVENDO A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL :
Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós
sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma
coisa. (Paulo freire)
A Educação Infantil constitui hoje, um segmento importante do processo educativo.
Na reflexão que se faz no momento atual. acerca da evolução deste segmento de ensino,
percebe-se que ela configurou-se ao longo da história, apenas para abrigar, guardar e proteger
a criança em espaço pouco estruturado sem nenhum objetivo educativo, retirando assim suas
possibilidades de participação na sociedade, enquanto cidadãos.
A partir do século XVII, com as mudanças na organização da sociedade, surge um
outro sentimento de infância que ocorre com a "cumplicidade sentimental da família" (Aries,
1991). A criança passa a ser considerada um ser incompleto e puro que necessita de um
período de preparo e aprendizagem antes de ingressar no mundo adulto, porém em razão de
sua pureza (natural da essência infantil) essa aprendizagem precisaria também cumprir um
papel moral, preservando-a da corrupção do meio e fortalecendo seu caráter.
Entre nós, o atendimento às crianças provindas de famílias de baixa renda já nasceu
obedecendo parâmetros assistencialistas quando muito procurou reproduzir uma pálida e
distorcida visão da prática pedagógica das pré-escolas frequentadas por crianças de classe
média, que procuravam pautar-se em procedimentos "mais científicos". Assim surgem as
diferentes tendências, como nos fala Sônia Kramer.
A Tendência Romântica concebe a pré-escola como um "jardim de infância", onde a
criança é "sementinha" ou "plantinha" que brota e a professora a "jardineira". Tal concepção,
demonstra que a criança por ser inocente necessita ser educada, moralizada, com isto deixam
de considerar os aspectos sociais e culturais que interferem tanto nas crianças quanto nas
professoras e até mesmo, no próprio papel que exerce a pré-escola.
A Tendência Cognitivista trata a criança como sujeito que pensa e a pré-escola é o
lugar de tornar as crianças inteligentes: "A educação deve favorecer o desenvolvimento
cognitivo" (idem Kramer, 1989). Nesta concepção a finalidade maior está na preparação da
criança, visando o sucesso no desempenho escolar principalmente das crianças de baixo nível
22
sócio-econômico, evitando os fracassos futuros. Assim, os objetivos da educação, nesta
concepção, consistem na formação de homens criativos, inventivos e descobridores e "não a
criança histórica e socialmente situada, com suas atividades reais e significativas, em função
do seu contexto sócio-cultural de origem". (idem Kramer)
Ainda, segundo Kramer, na Tendência Crítica a pré-escola é lugar de trabalho, a
criança e o professor são cidadãos, sujeitos ativos, cooperativos e responsáveis - a educação
deve favorecer a transformação do contexto social. Aqui privilegia-se os fatores sociais e
culturais, como os mais relevantes para o processo educativo visto que toda a vida humana
está impregnada de significados e influências do meio social e cultural por meios de
processos que ocorrem em diversos níveis. Então, educar na pré-escola, tem um significado
importante, por considerarmos a interação entre crianças e seus pares, tendo como mediador o
professor para que conduza o processo de aprendizagem partindo dessa vivência cotidiana de
conhecimentos da realidade dessas crianças, no sentido de construir a autonomia, a
cooperação crítica e criativa.
As diferentes formas de considerar a criança, têm implicações na construção de sua
subjetividade. A inserção direta no mundo dos adultos, a convivência com eles, suas histórias,
suas crenças, suas festas, enriquecia a experiência da criança, ao lado disso, a convivência
mais coletiva, possibilitava uma maior rigidez nas trocas afetivas e nos papéis sociais.
Essa retrospectiva histórica da pré-escola nos leva a questionar sobre o que significa
ser criança hoje e qual o lugar a elas reservado na sociedade atual.? Que "tipo" de educação
realiza o que acredito necessário? Essas são questões que nos puxam maior reflexão e nos
levam a discutir e rever um pouco nossas idéias de criança e de escola, que são na verdade,
nossas idéias sobre a pessoa humana.
"Ela é alguém hoje, em sua casa, na rua, no trabalho, no clube,
na igreja, na creche, na pré-escola, ou na escola, construindo-se
a partir das relações que estabelecem cada uma destas instâncias
ou em todas elas geradas por homens e mulheres que pertencem a
classe sociais, têm e produzem cultura, vinculam-se a uma
religião, possuem laços étnicos e perspectivas diversas segundo
seu sexo. As crianças já nascem com uma história. Assim elas
fazem e se fazem na cultura, pertencem a uma classe social e vão
se fazendo nessa história, cidadãs de pouca idade que
são..."(Kramer e Souza, 1991, p. 70)
Refletir sobre o que Sônia Kramer nos fala, tem sido um pouco do que estamos
discutindo com as professoras deste segmento de ensino e nossa Escola, buscando melhor
23
entender e atender nossas crianças, que para muitas destas, a infância é uma fase bastante
reduzida, uma vez que precocemente estão inseridas no mundo adulto e do trabalho. Portanto,
pensar que a escola precisa aprender a trabalhar com a criança concreta que está aí inserida
numa classe social, determina condições de acesso com permanência de sucesso ou não, mas
que devemos respeitá-la em sua diversidade cultural e social.
Educação Infantil: buscando significado na interação entre sujeitos
Embora a educação pré-escolar exista no Brasil há bastante tempo, somente agora ela
aparece numa lei geral de educação. Ganhou um capítulo próprio, é tratada na seção II, do
capítulo II da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), sancionada em 20 de
dezembro de 1996.
A Educação Infantil é entendida como a primeira etapa
de educação básica, é o reconhecimento de que a educação
começa nos primeiros anos de vida e é essencial para o
cumprimento de sua finalidade, afirmada no Art. 22 da Lei: "A
educação básica tem por finalidade desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornece-lhe meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores".
O pressuposto de que a educação escolarizada é importante para crianças de 0 a 6
anos, é fundamental, pois nos permite reconhecer que essa função deve atender as
peculiaridades das crianças , bem como as características da pré-escola.
A criança se desenvolve antes e fora da instituição de educação infantil: na família, no
contexto social, em toda parte onde esteja, em decorrência de fatores genéticos, ambientais,
culturais e humanos. A educação infantil não pode ser mais vista apenas pela aprendizagem x
desenvolvimento. Hoje parece-nos válido falar simultaneamente em desenvolvimento,
aprendizagem e em construção do conhecimento.
Levar em conta o sujeito singularizado significa arriscar-se em uma perspectiva
diferente, esquecendo práticas de conformização, ajustada a modelos preestabelecidos,
substituindo-as por práticas que ofereçam condições para afirmação da competência
comunicativa do sujeito capaz de fala e ação.
Vygotsky afirma que o bom ensino é aquele que se adianta ao desenvolvimento, ou
seja, à capacidade de promoção, de avanços no desenvolvimento do aluno. Por isso é
24
necessário repensar o agir pedagógico da educação infantil que muitas vezes se apresenta
alienante ou espontaneísta, transformando naquele que atenda às necessidades reais das
crianças de classes populares. Este novo agir pedagógico supõe pensar na função social da
pré-escola, pensar em porque ela é necessária, a quem ela se dirige, que contribuições ela
deve dar às crianças e que benefício social ela deve oferecer à comunidade como um todo. É
preciso esclarecer que função é essa e como ela se caracteriza na prática.
Kramer enfatiza que "reconhecer o papel social da pré-
escola significa justamente reconhecer como legítimos e, mais
do que isso, assumir, junto com a escola pública, a tarefa de
universalização dos conhecimentos. Reconhecer o papel social
da pré-escola significa compreender que ela tem função de
contribuir com a escola. Nem inútil, nem incapaz de resolver
todos os problemas futuros, nem tão pouco importante em e
por si mesma, a pré-escola tem sim , como papel social o de
valorizar os conhecimentos que as crianças possuem e
garantir a aquisição de novos conhecimentos, exercendo o que
me acostumei a chamar de função pedagógica da pré-escola
para diferenciá-la das demais".
Encarar a educação infantil na sua função pedagógica, é a nosso ver, considerarmos as
crianças como seres sociais e portanto, indivíduos que vivem em sociedade. Por isso,
precisamos atentar para o modo como elas se inserem no grupo social e seus valores, para
sua história de vida, linguagem, para os trabalhos que executam e os brinquedos com os quais
brincam, para que cada uma seja valorizada e possa desenvolver sua autonomia, criatividade,
responsabilidade, criticidade e solidariedade com os demais, integrando a escola, família e a
comunidade.
Para Kramer uma proposição de educação infantil em que as crianças desenvolvam,
construam, adquiram conhecimento e se tornem autônomas, implica pensar ainda, a formação
permanente dos profissionais que atuam. Eles precisam de condições capazes de viabilizar,
um tipo
de educação que não apenas eleve seus números, ou seja o acesso e permanência, a qualidade
do serviço prestado à população. É preciso que esses profissionais tenham acesso ao
conhecimento produzido na área de educação infantil e da cultura geral, pois assim, poderão
repensar sua prática e reconstruir seu novo agir pedagógico, visto que, a partir de reflexão
sobre o desenvolvimento infantil e a aprendizagem escolar, os profissionais vão conhecendo
as condições em que esta se dá, de modo a proporcionar proveitosas situações de ensino.
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Enfim, a pré-escola que queremos deve ser a que forma seres pensantes, reflexivos e
capazes de desencadear significados de suas manifestações, tornando-os sujeitos autônomos,
críticos e solidários, como nos diz ainda Vygotsky, "é nas relações com os outros que
construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental". Segundo este
teórico, na medida em que o sujeito interage com o objeto e o seu meio sócio-cultural, ele vai
produzindo sua capacidade de conhecer.
Portanto, é fundamental que a educação infantil parta de atividades que tenham um
significado concreto para a vida das crianças, que as faça progredir cada vez mais, levando-as
por uma visão nova e diferente, assim, ao mesmo tempo em que estão aprendendo, as
crianças estão reformulando seus próprios mecanismos de aprender, bem como a construção
do conhecimento ultrapassa o localismo e pode favorecer o acesso aos conhecimentos da
cultura dominante. Esta, sim, é a verdadeira função pedagógica a que referimos para a pré-
escola.
Neste sentido e diante do que foi observado nos itens anteriores, as áreas de
conhecimento e expressões integrantes na pré-escola deve trabalhar "simultaneamente no
contexto sócio-cultural em que as crianças estão inseridas, no seu desenvolvimento e no seu
processo de construção dos conhecimentos, bem como no saber acumulado historicamente"
(Kramer, 1989). É preciso, no entanto, definir os pontos básicos a serem trabalhados, tais
como: Linguagem, Afetividade, Raciocínio Lógico e Ludicidade, por acreditar que é nas
inter-relações entre aprendizado e desenvolvimento que o professor pode criar um enfoque
que corresponda as característica de globalização e as necessidades de concretização
apresentado pelo pensamento da criança na faixa de 4 a 6 anos.
Linguagem
A fala infantil indica, a forma como a criança pode expressar e relacionar elementos
de sua experiência. Por trás da fala, que às vezes achamos engraçado, há toda a seriedade do
pensamento das crianças, que procura conhecer o mundo conversando sobre ele com outras
pessoas. Segundo Vygotsky, a conquista da linguagem representa um marco no
desenvolvimento do homem: "A capacitação especificamente humana para a linguagem
habilita as crianças a providenciarem instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, a
superarem a ação impulsiva, a planejarem a solução para um problema antes de sua execução
e a controlarem seu próprio comportamento. Signos e palavras constituem para as crianças
primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. As funções
cognitivas e comunicativas da linguagem tornam-se então base de uma forma nova e superior
de atividade nas crianças, distinguindo-as dos outros animais (Vygotsky, 1984). Sendo assim,
26
a linguagem tanto expressa o pensamento da criança como age como organizadora desse
pensamento.
Afetividade
A vida emocional sadia contribui muito para o desenvolvimento satisfatório. Na
educação infantil a sociabilidade exerce um papel essencial, visto que, é na infância que
desencadeiam-se sentimentos hostis e defensivos que se bem analisados podem responder por
boa parte das resistências à aprendizagem. Não será tarefa fácil, exige que o educador
desmonte e depois remonte a rede de relações com a aprendizagem que a criança traçou no
decorrer de seu desenvolvimento bio-psico-afetivo.
Como nos fala, Zilma de Oliveira "Cognição não é, pois um processo apenas mental,
mas parte da ação e dos significados que ela aponta, ou seja, desejos, portanto plenos de
Afetividade". Esta posição é desafiante para nós educadores de crianças pequenas, mas
acreditamos que é na relação dialógica que será possível proposições e transformações que
deverão proporcionar novas perspectivas na relação com crianças em sala de aula e prover um
melhor aprendizado.
Raciocínio Lógico
Na pré-escola através da interação entre as crianças e o seu modo de brincar, elas
aprendem a jogar, a contar, a distribuir, a distinguir e a organizar, desenvolvendo noções e
representações matemáticas. É nessa etapa que a práxis pedagógica deve estar voltada para a
organização e o aprofundamento dessas idéias no sentido de incentivar e desafiar:
A interiorização das ações-construção das imagens mentais. Este processo redimensiona
seu curso com a aquisição da noção de que os objetos têm permanência, independente de
estarem ou não, sendo vistos (mais ou menos aos 8 meses de idade). A permanência do
objeto dá novo salto de desenvolvimento com aquisição da linguagem, quando esta se
torna processo interdependente do pensamento.
Análise de situações, fenômenos e fatos no sentido de estabelecer relações e superar a
leitura bruta dos mesmos.
Levantamento, investigação, estabelecimento de princípios de causalidades.
Discussão, realização de agrupamentos e inclusões ( I Fórum de Educação da Rede
Municipal de Belém – 1997, p. 42).
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Atividades Lúdicas
Brincar é uma atividade cotidiana na vida das crianças. Desde as épocas mais antigas crianças
brincam, procuram decifrar o mundo através de adivinhas, faz-de-conta, jogos com bolas,
arcos, cordas, bonecos e outras ações lúdicas.
O brinquedo é a estrada que a criança percorre para entender os conflitos, para
desfazer os temores, para explorar o desconhecido. A repetição, o fazer sempre de novo, tão
presente e intrínseco no brinquedo "Favorece o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo da
criança, dado que contem todas as tendências do desenvolvimento de forma condensada".
(Vygotsky, 1993. P. 117).
Quem ensina, sabe que o ambiente lúdico é o mais propício para a aprendizagem.
Aliás é o único que produz verdadeira aprendizagem e por conseguinte o que promove o
desenvolvimento da criança. Segundo Walter Benjamen "A essência do brincar não é um
simples fazer, mas um fazer sempre de novo, transformação da experiência mais comovente
em hábito". Brincando as crianças recriam o mundo, refazem os fatos, para não mudá-los
simplesmente ou para contestá-los, mas para adequá-los à capacidade de assimilação, aos
filtros de compreensão.
"E aí há dois filtros: o cognitivo e o afetivo. Algo pode caber no
cognitivo, mas não no afetivo. O brinquedo e o jogo facilitam o
trânsito do cognitivo para o afetivo (Vital Dionet).
Portanto, brincar é típico da criança, se a infância é uma idade de jogo, se a atividade
mais extensa, mais intensa, mais característica da infância é a ludicidade, não se pode
conceber a infância sem o brinquedo. Impedir-lhe o brincar, equivale a roubar-lhe a infância,
a antecipar a vida adulta.
Avaliação
A avaliação é uma questão polêmica, mais ainda quando se trata da criança, pois é
mais fácil avaliar conteúdos de aprendizagem do que comportamentos. Por isso, uma
Proposta Pedagógica deve ser fundamentada e orientada por princípios que redimensionem os
diversos aspectos da ação humana.
Nesta sentido, na avaliação do desenvolvimento global da criança o que importa não é
a quantidade de comportamentos evidenciados, mas a qualidade das experiências vivenciadas
que levam à construção de novos conhecimentos.
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Não se trata, contudo, de categorizar os alunos em relação a estágios de
desenvolvimento que eles teriam ou não cumprindo plenamente, atribuindo-lhes
qualificativos problemáticos como 'imaturo" e outros, mas de melhor conhecer o nível
evolutivo apresentado pelas crianças no decorrer do processo de escolarização. O
acompanhamento da criança é uma responsabilidade permanente de todos os adultos que
convivem com ela. Nesse sentido, deve ser considerado um processo de múltiplas dimensões
que ocorre de modo contínuo durante o ano escolar.
Importa avaliar não uma conduta isolada do aluno, um procedimento específico do
professor ou uma característica da escola, mas um conjunto de evidências, tentando articulá-
las qualitativamente, no decorrer de um certo período. Nesse acompanhamento sistemático,
cada criança é vista como parâmetro de si mesma, pois aquilo que uma criança compreenda
ou realiza não pode servir de base para avaliação de outras crianças embora da mesma idade
cronológica
Concordamos com Jussara Hoffmann, ao apontar que "Redimensionar a prática
avaliativa da pré-escola compreende avaliar sua própria especificidade, ou seja, refletir
sobre a dimensão em que aborda a problemática da educação infantil em nosso país, e em
que medida a criança garante, no Projeto político-social, seu direito de ser verdadeiramente
criança.”
"A própria legislação no que diz respeito à Educação Infantil,
estabelece o ato de avaliar enquanto processo de inclusão, ao
estabelecer na Lei 9.394/96 (LDB-Art.31), que a avaliação
neste nível de ensino, far-se-á através do acompanhamento de
registro do desenvolvimento da criança, sem o objetivo de
promoção, mesmo para o ensino fundamental, assim como, a
resolução 003/96 do Conselho Municipal de Educação
(Art.16), que estabelece avaliação enquanto processo contínuo
de obtenção de informações, visando ao aprimoramento do
trabalho da escola". ( I Fórum de Educação da Rede
Municipal de Belém – 1997).
Neste sentido, sugerimos que a prática de avaliação na Educação Infantil torne-se uma
ação permanente, processual, numa perspectiva de acompanhamento, onde o educador possa
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observar atento o curioso sobre as manifestações de cada criança e refletir sobre o significado
dessas manifestações em termos de seu desenvolvimento (Hoffmann, ).
A prática avaliativa necessita ser entendida como um processo promotor de avanços,
como espaços de reflexão sobre as práticas pedagógicas e da vida, do professor e dos alunos,
que ao retornarem a elas, mais que julgá-las, as aperfeiçoam e reformulam, tornando-as mais
comprometidas e qualificadas.
Na Educação Infantil, constituem em recurso de avaliação a observação e os registros
de certos episódios que ocorrem em classe, visto que, na relação cotidiana com os alunos, o
professor encontra valiosas oportunidades para compreender a forma pelo qual eles a
prendem diferentes situações e reagem a elas, e como essa forma se modifica ou não no
decorrer da escolarização. A observação e o relatório servem como memória pedagógica de
cada turma. O professor muito aprende ao registrar a caminhada de cada aluno, pois,
testemunha os sucessos, os avanços, conquistas e dificuldades, ao invés de só permanecer nas
constatações frias. Um trabalho assim, fruto de observações diárias registradas em anotações
contínuas, reflete a ação educativa, presta atenção às manifestações do aluno, encaminha
novas buscas. Assim, estaremos nos empenhando em construir algo novo, em nos
reconstruirmos enquanto educadores e cidadãos responsáveis coletivamente pelas nossas
ações.
ENSINO FUNDAMENTAL: EM BUSCA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA
Vivemos em um mundo de constantes mudanças, as quais se fazem sentir em diversos
níveis e aspectos. Mudam os ordenamentos econômicos e sociais, os modelos teóricos e com
eles os conceitos, as práticas, as relações entre as pessoas. Enfim, a forma de interagir com o
mundo. Na educação não poderia ser diferente.
No processo histórico da educação no Brasil, por exemplo, percebe-se que, de acordo
com o contexto que se apresenta, o sistema educacional modifica-se para atender as
necessidades emergentes daquele momento. Assim a educação acaba não recebendo a atenção
que deveria ter e não é tratada com a devida seriedade.
A realidade vivenciada no cotidiano das escolas sob influência da concepção
tradicional de educação, traz-nos a visão de propostas pedagógicas construída
predominantemente sob a ótica em que o aluno é um sujeito passivo, subordinado ao
professor, que detém os conhecimentos e os transmite aos poucos para assimilação acrítica
pelos alunos.
30
Na realidade essa assimilação constitui-se numa pseudo-aprendizagem caracterizada
pela simples memorização que logo se extingue, haja vista não traduzir questões significativas
para o aluno. Os currículos sob a ótica dessa concepção tradicional, estão engajados em uma
proposta elitista que prima e defende a cultura erudita como única e verdadeira, portanto
como única fonte de conhecimento e saber.
Essa prática pedagógica revela em seu fazer o “adestramento” como pré-requisito para
a aprendizagem, o que reflete no seu ensinar os condicionamentos de uma escolarização que
sempre recorrerá à memória e à repetição.
O professor nessa concepção, ainda se coloca e é colocado na posição daquele que
possui o conhecimento e tem a tarefa de transmitir aos alunos conhecimentos cristalizados. A
relação tende a ser unilateral e linear, prevalecendo o que o professor diz, monopolizando
com isso o espaço de sala de aula.
Em outro extremo, vemos propostas pedagógicas pela não diretividade do processo de
construção do conhecimento, cujo espontaneísmo é a marca principal. Nessas práticas o
professor não ocupa o espaço de orientador do processo, de problematizador da experiência,
mas tão somente de facilitador.
Se por um lado, é equivocado ter-se o processo de ensino aprendizagem centrada no
professor, por outro, centrá-lo tão somente no aluno, sem a relação dialética e dialógica entre
sujeito que aprende e sujeito que ensina, constitui-se também num equívoco.
Mais adiante, predominou o aspecto reprodutivo da educação, ou seja, caiu-se num
pessimismo quando se afirmava que a educação servia apenas para reproduzir uma estrutura
social desigual. Difundiu-se que a escola apenas reproduzia relações de poder e dominação.
É importante compreender-se que o sistema escolar constitui-se numa construção
histórica que não teve como preocupação atender os interesses da camada popular ou dos
indivíduos, mas da própria sociedade, da classe dominante.
Apesar de se constatar o caráter reprodutivo da educação, vislumbrou-se a
possibilidade desta também gerar o novo. Nesta perspectiva encontra-se alguns importantes
teóricos como Gramsci, Willis, Gadotti, Freire, entre outros.
Segundo Willis (1989) não existia uma reprodução pura, uma vez que as pessoas não
absorvem os materiais simbólicos e culturais da forma como são repassados, mas fazem uma
reelaboração do mesmo, assimilando-os de acordo com sua própria bagagem cultural, há
presente a subjetividade do indivíduo.
Já com o construtivismo, enfoque pedagógico influenciado pela obra de Piaget é
enfatizado o papel ativo do aluno na construção do conhecimento. O que se pode constatar no
fato, foi a grande ênfase no cognitivismo na prática pedagógica construtivista,
31
desconsiderando-se outras dimensões importantes no processo pedagógico, como a dimensão
social e afetiva.
É com a teoria sócio-interacionista cuja base encontra-se em Vygotsky que propaga-se
um novo enfoque com relação ao pensamento e a linguagem, aprendizagem e
desenvolvimento, escola e vida. A questão da aprendizagem deixa de ser colocada na relação
sujeito x objeto e passa a enfocar as questões de interação sujeito x meio e das linguagens
que fazem a mediação desta interação.
A partir de Vygotsky, passamos a entender melhor a relação existente entre a
cooperação dentre pares e o potencial de aprendizagem. Ele cria os conceitos de
“desenvolvimento real” e “zona de desenvolvimento proximal”, para estabelecer uma visão
mais adequada da relação entre desenvolvimento e aprendizagem. Para aquele autor,
“desenvolvimento real”, seriam as funções mentais do indivíduo, que já estão estabelecidas,
decorrentes das etapas de desenvolvimento já inteiramente compridas pelo sujeito, seria o
desenvolvimento observável, verificável. A interatividade também está presente no conceito
de zona de desenvolvimento proximal, ao se afirmar que aquilo que podemos fazer em
parceria é aquilo que seremos capazes de fazer sozinho amanhã .
Vygotsky concebe a relação pensamento x linguagem como auto-constitutiva,
considerando a linguagem organizadora do pensamento e vice-versa, numa interatividade
permanente. A linguagem, portanto, teria um papel muito importante, pois para ele, a criança
percebe o mundo não só através dos olhos, mas também com a fala. A diferença entre as
duas é que a primeira implica uma percepção globalizada, integral, enquanto a fala essencial
analítica, requer processamento sequencial. Isso significa dizer que, cada elemento percebido
é rotulado separadamente e, em seguida, estes elementos são conectados, gerando uma
sentença estruturada. Portanto, a criança usa a fala não só para perceber, mas para pensar. A
fala solitária é uma forma da criança organizar suas percepções do mundo e planejar
soluções para os problemas que tem de resolver.
Com base nestas considerações é que apresentamos a proposta pedagógica dos Ciclos
Básicos I, II, III e IV da Escola Bosque. A proposta que defendemos concebe a escola como
um espaço no qual o aluno possa desenvolver-se física, afetiva e intelectualmente com
liberdade, desenvolvendo seu senso crítico, conhecendo e conquistando seus direitos,
exercitado sua organização e vivenciando sua historia e sua cultura.
“Os ciclos representam a possibilidade de construção de um
espaço efetivo de continuidade, de percepção do trabalho
pedagógico enquanto processo, não amarrado a tempos anuais
e conteúdos sequenciados, em uma linearidade e fragmentação
32
que comprometam a compreensão dos fenômenos sociais
enquanto totalidades. Partimos da compreensão de que o
desenvolvimento humano não ocorre através de um caminho
previsível, universal e linear. Ao contrário, se processa de
forma dialética, através de sucessivos movimentos de rupturas e
situações de desequilíbrio que provocam reorganizações na
formação global dos indivíduos” (Projeto Político-pedagógico
da Escola Cabana 2003 pag. 36).
Entendemos que a formação do aluno não se limita a aquisição dos primeiros hábitos
ou de conhecimento de forma acrítica e passiva, mas deve corresponder a um plano de
desenvolvimento do cidadão participante, crítico e responsável.
O principal papel reservado ao educando consiste no redescobrimento do
conhecimento que já dispõe, no sentido de aperfeiçoá-lo, generalizá-lo, aproximando-os
progressivamente do conhecimento científico e universal. Esta reformulação do conhecimento
que o educando deverá viabilizar dará condições de interagir positivamente em sua realidade,
tanto a curto como a médio e a longo prazos. Ele deixa de ser um receptáculo passivo de
informações para tornar-se um ser que se transforma inteiro junto com a renovação dos seus
conhecimentos. O movimento cognitivo constante deverá ser o que parte do cotidiano do
aluno em direção ao conhecimento universal e sistemático, retornando ao cotidiano para
reexplicá-lo no sentido de uma leitura crítica de sua realidade local, possibilitando uma
intervenção propositiva nessa realidade e, a partir do local, refletir as questões que desafiam a
possibilidade de um futuro sustentável para o planeta. Nesse movimento ocorre a permanente
formação de conceitos que irão se reformular tantas vezes quanto forem necessários, e em
função do processo de captação e compreensão do mundo por parte dele.
O professor será o mediador dessa integração, estimulando o educando a recuperar em
seu cotidiano fenômenos e problemas relevantes social e cientificamente orientando-o a
observá-los criteriosamente e a investigar suas relações e interações, proporcionando assim,
situações apropriadas a tais estudos. Isto sem perder de vista a necessidade de dosar o
aprofundamento e os limites espaço-temporal de abordagem de cada assunto, de acordo com
as possibilidades intelectuais do educando. O professor deixa, assim, de ser um transmissor
de conhecimentos prontos, para tornar-se o orientador da aprendizagem de seus alunos.
O direito ao exercício da cidadania, numa perspectiva inclusiva, abrange os aspectos
pessoal, social, cultural, econômico e político e , sendo a Escola Bosque/ Escola Cabana
33
comprometida com a aprendizagem para todos, há a implicação de não se ignorar que existem
crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais, e para assegurar esse
direito, estamos investindo na superação de práticas segregacionistas no contexto escolar
através da efetiva inclusão das crianças nas turmas de ensino regular, considerando cada uma
delas em sua diversidade e potencialidades.
Compreendendo o trabalho pedagógico como articulador do processo de
desenvolvimento dos educandos, não trabalhamos na ótica de valorização apenas dos bens
sucedidos, por isso desenvolvemos um trabalho articulado onde o conjunto de profissionais
da escola possam ser responsável pelo conjunto de educandos que nela estudam através do
Plano Pedagógico de Apoio PPA, o qual constitui-se de suma importância para que a escola
trabalhe na lógica da aprendizagem com sucesso, da valorização dos educandos e de que o
trabalho já realizado possa ser aprimorado, redimensionado, no sentido de considerar as reais
necessidades dos educandos.
Nesse contexto estamos oportunizando a inclusão de propostas que garantam o
processo, concebendo os educandos como sujeitos fundamentais para a consolidação de uma
educação inclusiva e de qualidade.
Nesta perspectiva temos a concepção de homem como sujeito do processo histórico,
de construtor do conhecimento coletivo a partir de sua vivência, partindo do pressuposto de
que a educação é um ato coletivo, solidário, construindo a partir de uma ação dialógica, onde
professor e aluno, mediatizados por esta realidade buscam entendê-las para nela atuarem,
transformando-a .
Para alcançar estes objetivos a escola precisará fazer uso de uma metodologia
participativa, pois o aprendizado deverá ser caracterizado de forma prática, ativa e crítica,
oferecendo ao aluno um acompanhamento individualizado, respeitando o seu ritmo de
aprendizagem, com vista a um crescimento pessoal e coletivo. Neste aspecto vemos a
importância da organização do ensino em ciclos, pois garantimos mais dinamicidade ao
processo.
Convém ressaltarmos que a opção pela organização em ciclos procura dar conta
também das particularidades presentes na passagem do Ciclo Básico II para o III,
evidenciadas pela ampliação da quantidade de disciplinas pelo caráter pluridoscente de
organização do espaço de sala de aula e ainda, pela presença mais dirigida e acentuada no que
se refere à ciência.
A decisão sobre o que e como ensinar em relação a determinada área do conhecimento
está diretamente ligada ao modo como pensamos o mundo e a ciência. Se concebermos a
ciência como neutra e o mundo como uma somatória das partes que o constituem,
34
constituiremos um ensino em que a ciência é apresentada como um conjunto de fatos,
hipóteses e teorias, desvinculados do social, um ensino em que as teorias assumem a
dimensão de verdades absolutas, inalteráveis e nas quais se desconsidera o fato de que o
conhecimento é produzido por indivíduos, em determinada época , em determinado contexto
político-sócio-econômico.
Tão fundamental quanto definir quais conteúdos e metodologias serão desenvolvidos
ao longo do ensino fundamental é ter claro que tratamento daremos a esses conteúdos, de
maneira a garantir a apropriação do conhecimento pelos alunos.
Nesse contexto, o conteúdo pedagógico proposto pelas disciplinas não vêm preso a um
modelo diretivo, ao contrário, ele propicia uma participação mais efetiva do educando, dando
a ele o direito de concorrer com o erro e de utilizar as suas habilidades seguindo seu próprio
ritmo, suas percepções das reais possibilidades biopsíquicas.
Os procedimentos e materiais didáticos apropriados a tal perspectiva de ensino serão
necessariamente variados. Mas, o fundamental será a maneira como deverão ser selecionados,
utilizados e combinados. O principal material didático será a própria realidade do educando e
a técnica de ensino básica constituirá na observação, problematização e investigação da
mesma, tendo como suporte o panorama político, econômico e cultural da sociedade em que
está inserido.
Do ponto de vista prático, o conteúdo pedagógico dá ao professor condições de
elaborar atividades que coloca o educando diante de situações reais, com a tarefa concreta a
desempenhar, para lhe deixar tempo de apreciar as dificuldades e resolvê-las e permitir,
também, escolher a situação mais eficaz, considerando suas próprias possibilidades.
A escola deverá tornar-se o espaço de integração entre o conhecimento produzido pelo
senso comum, presente na realidade cotidiana do aluno e o conhecimento sistemático e
universal produzido pelas diferentes ciências. Deverá ser o espaço de ampliação da
compreensão que o educando traz da sua própria realidade, na medida em que proporciona
condições para conhecê-la e analisá-la criticamente através de formas mais elaboradas do
conhecimento.
“Esta concepção rompe radicalmente com a lógica da escola
seriada, mudando os critérios para a enturmação dos alunos,
que jamais se justificam pela diferença de classe, etnia, gênero
e/ou ritmos da aprendizagem homogeneizadas na composição
das turmas no s ciclos” ( Projeto Político-Pedagógico da
Escola Cabana 2003, p 36)
35
Visando a superação da retenção, evasão escolar, fragmentação do saber, enfim, do
processo de exclusão que está posto, é que nos propusemos a implementar na organização do
Ensino Fundamental os ciclos de formação, constituídos em Ciclos Básicos I (6,7 e 8 anos), II
(9 e 10 anos), III (11 e 12 anos) e IV (13 e 14 anos), com duração de 3, 2 ,2 e 2 anos
respectivamente. Pretende-se que a não retenção seja viabilizada , não apenas pela qualidade
social do ensino desenvolvido cotidianamente , mas também por estratégias que permitam um
acompanhamento constante daquele que revelarem maior dificuldade.
A organização do Ensino Fundamental em ciclos promove uma continuidade no
processo de aprendizagem no qual toda a comunidade escolar é sujeito interativo. Os ciclos
por seu caráter , contribuem para que sejam respeitados o ritmo, o tempo e as experiências de
cada aluno, favorecem o trabalho coletivo dos educadores, a ação interdisciplinar e a
participação de pais no acompanhamento e avaliação do aluno e da instituição escolar.
“Não se trata de simples reorganização do tempo cronológico
da escola; é, antes, a possibilidade de construção de um
espaço efetivo de continuidade, de percepção do trabalho
pedagógico enquanto processo, não amarrado a tempo anuais,
a conteúdos sequenciados numa liberdade e fragmentação que
comprometem a compreensão da totalidade”. ( I Fórum de
Educação da RMB, 97 )
Acreditar que é possível transformar a realidade pela qual passa a educação brasileira
é condição básica para se ir ao encontro de propostas inovadoras na área educacional , pois
se faz necessário o compromisso no acompanhamento sistemático dos educandos, tomando
como base uma avaliação reflexiva e processual que venha contribuir para o desenvolvimento
efetivo do mesmo.
“ A noção de ciclo é pedagogicamente funcional por
corresponder melhor a evolução de aprendizagem de
competências específicas, mediante uma organização
curricular mais coerente com a distribuição dos conteúdos ao
longo do período de escolarização ( ... ) assegurando a
continuidade do processo educativo adaptando-se ações
pedagógicas aos diferentes ritmos de aprendizagem dos
educandos ( MEC, in Caderno Pedagógico 9 ).
36
Em cada ciclo existe um conjunto de princípios e conhecimentos que norteiam e
aprofundam o trabalho pedagógico e o caminho percorrido desde o primeiro ano do primeiro
ciclo até o último ano do quarto ciclo, atentando para o fato de que cada educando tem suas
características próprias em suas diferentes idades e situações sócio-cultural, fazendo com que
a escola tenha um movimento pedagógico flexível voltado sempre para o sucesso escolar dos
seus educandos.
A escola deve entender que o aluno só aprende bem aquilo que está, de alguma forma,
relacionado com a sua realidade, com a sua vivência. Por isso a escola deve preocupar-se com
o “para quê” e “ por quê” determinados conteúdos precisam ser estudados pelos alunos; em
que situações ele irá utilizá-los, não simplesmente no aspecto prático deste conteúdo, mas de
sua relevância social para a vida destes.
Para isto deverá ser operacionalizado um currículo que esteja centrado na coletividade
em relação com o meio concreto onde está inserida. O conteúdo programático, então, deverá
partir da reflexão, análise e entendimento das experiências desta coletividade, buscando a
sistematização e produção de novos conhecimentos.
Neste sentido, a proposta da Escola Bosque vem trazer novas perspectivas, uma vez
que tem como princípio filosófico a formação de uma ética e consciência ambiental, norteada
pelo desenvolvimento econômico com justiça social, sem que implique na degradação
ambiental, sob pena de promover danos irreparáveis ao homem, a vida.
Acreditamos que há perspectivas reais de se realizar um movimento de produção com
vistas a atender aos interesses da camada popular, pois, a partir de uma leitura mais dialética
pode-se perceber que a reprodução traz em seu bojo um movimento de produção que terá
determinado resultado de acordo com os interesses que se defendem.
O trabalho pedagógico vivenciado nos ciclos de formação da Escola Bosque
fundamenta-se no rompimento com a lógica fragmentadora do processo escolar e na
flexibilização dos tempos de aprender-ensinar-desenvolver, possibilitando aos educando uma
formação integral, humanizadora, socializadora e facilitadora da constuição de sua identidade
cultural, ambiental e auto-estima positiva.
Na Escola Bosque, o currículo tem o tema gerador como concepção para o estudo da
realidade e a Pedagogia de Projetos como princípio metodológico em todos os níveis de
ensino da escola, acreditando que os projetos desenvolvidos pela Instituição contemplam as
necessidades dos educandos no processo de construção do conhecimento. Nessa perspectiva,
o fazer pedagógico na escola funamenta-se nas seguintes fases:
37
1. Fundamentação teórica – viabilizada através de estudos periódicos e seminários internos,
acompanhados e orientados por professores da escola, convidados e ciclos de formação da
COED.
2. Levantamento bibliográfico – Organizado pela equipe de professores da escola,
objetivando organizar um acervo do material disponível sobre a região estuarina para
suporte na elaboração de material didático.
3. Pesquisa sócio-antropológica/ Estudo da realidade.
4. Organização e aplicação dos conhecimentos num processo norteado no conceito de
interdisciplinalidade e viabilizado através dos projetos desenvolvidos pela escola.
E nesse processo a atuação do educador é fundamental:
“ ( ... ) os profissionais da educação desviaram-se do que é
nuclear, essencial, para fixar-se apenas nas questões da escola
( ... ) Os profissionais da escola foram reduzidos a seres
competentes apenas em educação escolar e sem entenderem os
processos sociais e educativos mais amplos, consequentemente
acabam por não ser competentes nem mesmo em educação
escolar. Para mim, a competência do educador, tem como pré-
requisito básico a capacidade de entender muito bem por onde
passa o educativo na sociedade (Arroyo 1987 , p 18).”
Faz-se necessário não só considerar o potencial de intelectualidade do professor ,
como auxiliá-lo a desvendar o seu real papel na sociedade, fazê-lo ver a dimensão social de
seu trabalho. Esse repensar precisa envolver uma reflexão da teoria educacional que deve ser
vista como teoria social que irá contribuir para a compreensão do espaço educacional como
esfera pública engajada no fortalecimento pessoal e social na perspectiva de formar líderes e
não apenas mão-de-obra qualificada. Com relação a essa dimensão, Giroux (1992, p 32 ),
faz interessante colocação:
“A tarefa central para a categoria de intelectual
transformadores é tornar o pedagógico mais político e o
político em pedagógico. No primeiro caso, isto significaria
inserir a educação diretamente na esfera política,
aprimorando tanto uma disputa por significado como uma luta
a respeito de relações de poder (...), por outro lado tornar o
político mais pedagógico significa utilizar formas da
pedagogia que tratem os estudantes como agentes críticos, que
38
problematizem o conhecimento , utilizem o diálogo e tornem o
conhecimento significativo, de tal modo a fazê-lo crítico para
que seja emancipatório”
Portanto, cabe-nos desvelar o papel desempenhado pela linguagem e pelo poder nas
escolas e uma delas consiste na transmissão do conhecimento de forma acrítica. Questionar,
refletir acerca desse papel no âmbito educacional levaria a busca de uma proposta educacional
que valorizasse a linguagem , as experiências , enfim, a cultura das classes populares,
entendida como esfera de luta, como representação de um povo que anseia pela emancipação.
Para Giroux, o que necessitamos é combinar esperança com árdua prática e trabalho
intelectual.
Esperança que Paulo Freire considera fundamental:
“Eu não posso desistir da esperança porque eu sei,
primeiro , que ela é ontológica. Eu sei que não posso
continuar sendo humano se eu faço desaparecer de mim a
esperança e a briga por ela . A esperança não é uma doação .
Ela faz parte de mim como o ar que respiro. Se não houver ar,
eu morro. Se não houver esperança, não tem porque
continuar a história.”
Sendo assim, há que se resgatar esse elemento ao ato pedagógico, a esperança de que
se pode no espaço cultural reproduzir algo e não apenas ficar restrito à reprodução. A
pedagogia precisa estar associado a uma política cultural, a qual prima pela valorização da
bagagem cultural do indivíduo, para que este tenha uma leitura mais clara, consciente e
crítica de si e da sua realidade. O espaço escolar também deve estar engajado na produção e
luta por expressão . Que se ouça não só a voz do aluno, como também a do professor ,da
escola e da comunidade, não como elementos antagônicos mas em interação, numa
perspectiva dialética em que estão presentes especificidades, relações de dominação,
subordinação em busca de autonomia, poder e significado.
Avaliação
Comumente a avaliação vem sendo compreendida como um instrumento de poder, que
pune o erro dentro de um contexto de ensino onde a função do professor é “dar a aula, dar a
matéria e a nota”.
Utilizar a avaliação dessa forma representa uma dura ameaça para os alunos gerando
infelicidade enormes, castigos familiares, baixa da auto-estima e desestímulos em prosseguir
os estudos.
39
Desta forma, mede-se o conhecimento do aluno através de instrumentos apropriados
( estes, provas, exercícios de verificação), numa visão de mundo harmônico, onde os
indivíduos devem adaptar-se como seres passivos. A necessidade de cumprirem o programa
impede que se considerem as proposições dos alunos, forjando uma ação do conhecimento em
favor da memorização e do condicionamento. A avaliação, em nossas escolas, infelizmente,
ainda está voltada para um modelo educacional que visa, conscientemente ou não, a
reproduzir uma sociedade autoritária.
(...) Quando se deixa para avaliar no final de determinado
processo, corre-se o risco de, em não se alcançando os
resultados desejados, perderem-se os recursos e desperdiçar-se
o tempo despendido no decurso da ação. ^prevendo-se
avaliações mais freqüentes, têm-se a oportunidade de corrigir
os rumos e aperfeiçoar os procedimentos com um custo de
tempo e de recursos cada vez menor. (Paro, p 35 )
Logo, o educador não pode agir inconscientemente. Cada passo de sua ação deverá
estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde está
encaminhado os resultados de sua ação. Daí ser necessário, portanto, repensar a avaliação.
Para tal, devemos ver a educação como um instrumento de transformação social que se volta
para a compreensão e superação da realidade, a partir do apropriar-se de informações que
possibilitem o pensar, o refletir e o dirigir as ações, de acordo com as necessidades
historicamente sentidas pelo homem.
Nesta perspectiva, temos de nos utilizar da avaliação democrática, voltada para as
potencialidades e possibilidades de crescimento dos alunos, descartando, assim, a visão
meramente classificatória. Temos que transformá-la em um instrumento de diagnóstico do
processo de ensino, a partir de uma atitude de permanente observação e reflexão sobre a
prática, para realimentá-la . Portanto, os “erros” e “fracassos” dos alunos devem ser
considerados como fatos que fornecem pistas para indicar novas formas de ação.
A questão que se coloca Comumente é : como viabilizar esta questão no cotidiano da
sala de aula?
Inicialmente devemos buscar mecanismos que envolvam diferentes sujeitos do
processo educativo ( responsáveis, técnicos professores ), enquanto agentes que contribuem
para a formação dos (as) alunos (as), nas suas diferentes dimensões: afetiva, social, cultural e
política, que devem, continuamente, indicar novos rumos, redimensionando a prática
pedagógica.
40
Faz-se necessário, que o compromisso com o processo, leve o professor a registrar
todos os dias, do primeiro ao último dia de aula, fatos relevantes, relacionados a construção
do conhecimento. Os conteúdos essenciais e significativos, eleitos como fundamentais para
aquele momento e explicitado pelos objetos, ajudarão o professor nas anotações dos avanços
e dificuldades dos alunos.
Além deste tipo de registro, o professor deve oportunizar que se faça a auto-avaliação,
na qual o aluno terá a oportunidade de demonstrar os conhecimentos construídos, além de
discutir as suas dificuldades.
Assim, o professor necessita utilizar no seu dia-a-dia um instrumento que possibilite
avaliar o seu aluno constantemente, Para tal propomos uma ficha de acompanhamento que
garanta esse processo de forma bastante satisfatória.
Essa avaliação contínua, estarão presentes aspectos de caráter formal e político, pois
não basta que o aluno elabore e reelabore conhecimentos, mas que ele saiba o que fazer com
tais conhecimentos no sentido de garantir sua cidadania.
Além da ficha de acompanhamento individual propomos a utilização sistemática de
um diário de classe redefinido nas discussões da Escola Cabana, o qual oportuniza o registro e
acompanhamento do processo de aprendizagem do aluno. Assim como a utilização da
observação sistemática do aluno nesse processo.
Outro instrumento que poderá ser utilizado consiste no conselho de ciclo, enquanto
instância avaliativa, possibilitando a superação de práticas fragmentadas, em especial nos
Ciclos III e IV, onde o trabalho tem como desafio a efetivação de uma prática interdisciplinar,
garantindo uma avaliação mais abrangente da escola em seus vários aspectos, infra-estrutura,
organização e outros fundamentais para se buscar a retomada e resignação do espaço
educacional, ajudando a romper com práticas avaliativas centradas no (a) aluno (a), sob a
ótica de um único professor de forma a construir alternativas pedagógicas que auxiliem
educandos e educadores na superação das dificuldades apresentadas. ( individuais e
coletivas).
ENSINO MÉDIO/PROFISSIONALIZANTE: uma experiência em construção
O trabalho no contexto mundial passa por profundas transformações, exigindo, a cada
dia, um trabalhador mais preparado para enfrentar as mudanças que se apresentam. Nessas
circunstâncias, a responsabilidade dos educadores consiste em repensar novos meios para
definir o perfil do profissional capaz de enfrentar o avanço tecnológico e o processo de
globalização da economia. A década de 90, coloca novos desafios aos educadores no impasse
41
de rever suas prioridades para a educação nos marcos de novas dinâmicas de desenvolvimento
que implicam em avanços tecnológicos e intercâmbios científicos em perspectivas regional,
nacional e internacional. A prática educativa e suas relações com o mercado, a
competitividade, as formas de gestão, a democratização do saber são aspectos críticos que
requerem atenção renovada.
Nesse panorama, a educação e a aquisição de conhecimentos passam a ser vista como
elementos fundamentais com possibilidade de desenvolvimento econômico, político e social.
Com o mundo em desenfreado processo de transformação causado entre outros
fatores, pelas mudanças no processo produtivo, provocadas pelo rápido crescimento
científico-tecnológico, pela urbanização crescente e desordenada, provocando uma revolução
ambiental de tal que mais parece um filme de ficção com cenários de horror e destruição.
Nessa visão, como pano de fundo onde a relação ser humano-natureza passa por diversas
reflexões, surge a Educação ambiental como geradora de outros sentidos de se estar no
mundo, de repensar o homem como sujeito historicamente construído.
A relação ser humano com a natureza e a sociedade se expressa através do trabalho. E
é no trabalho que se intensificam as relações do homem com outros homens. Portanto
acreditamos está no ser humano todo o suporte da mudança e transformação da sociedade,
neste sentido, o trabalho deve ser desalienante, onde o homem é sujeito e não objeto executor
de ordens cegas.
Neste contexto, a proposta pedagógica do ensino Médio e Profissionalizante da
Funbosque deve ser aquela que proporcione ao educando acesso ao saber científico e
tecnológico, que fundamenta o trabalho e que possibilita a participação na sua vida social e
política.
Compreendemos que a verdadeira dimensão social da educação está pautada numa
concepção político-filosófica, através da qual se busca propiciar o desenvolvimento integral
do educando, devendo ser um dos instrumentos que possibilitem à este educando o pleno
exercício de seus direitos de cidadão.
O Ensino Médio e Profissionalizante da Escola Bosque busca oportunizar aos alunos o
acesso a habilitações profissionais voltadas para o desenvolvimento de novas formas de
manejo de recursos naturais renováveis; dar acesso a um ensino de qualidade, voltado aos
interesses ambientais e capaz de propor modelos de desenvolvimento socialmente
sustentáveis nas áreas de atuação de seus futuros profissionais e desenvolver ações
curriculares que proporcionem a construção do conhecimento, através de pesquisa crítica,
criativa e participativa, visando a autonomia dos sujeitos.
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conceber a escola como um espaço de múltiplas possibilidades é também entendê-la como um
terreno fértil para a construção de sujeitos sociais cientes de seu papel na história e no mundo.
a escola é palco que reune diversos atores, cada um representante de um desejo, de um saber,
de valores , individuos dividindo o espaço físico das contradições ideológicas e sociais em
que se constiui a escola.
ao longo do seu processo histórico o homem busca consolidar através da educação sua
formação, objetivando superar os instintos e humanizar a pessoa, ou por outro lado, a própria
deformação da condição de humano que deve ser cotidianamente fortalecida apesar dos
apelos de desumanização da pessoa humana.
a realidade social na atualidade faz emergir como necessidade determinante a constante
formação do individuo, exigência esta cada dia mais pungente.
hoje, uma verdade absoluta impulsiona o homem: o desafio de estar preparado para enfrentar
as transformações que se apresentam.
a razão primeira da escola bosque implantar o ensino médio responde a um desejo da própria
comunidade, comunidade esta carente de escolas que oportunizassem a continuidade na
formação escolar.
outro fator relevante corresponde ao poder público, uma vez que a premissa norteadora das
políticas públicas de educação implantadas a partir de 1997 pela secretaria municipal de
educação vem ao encontro dos anseios da comunidade de caratateua, ávida por uma escola
que viabilize os seus sonhos e mude sua realidade.
o ensino médio ofertado na escola bosque segue as orientações da ceb e do cne, procurando
dessa forma consubstancia-se em conformidade com a legislação em vigor, como também,
reconhece a especificidade da temática ambiental ser o eixo da pesquisa basilar prevista na
proposta pedagógica em todos os segmentos educaionais ofertados na referida escola .
num cenário mundial marcado por conflitos étnicos, desemprego e vertiginosa substituição
tecnólogica, as atenções colocam a escola no centro das discussões, com um destaque para a
formação a nível médio, pois acredita-se que esta contribua para a aprendizagem de
competências, o desenvolvimento de habilidades, visando á formação de indivíduos mais
43
criticos, sensíveis as diferenças de qualquer natureza e dispostos aceita-las a fim de possiblitar
o convívio pacifico entre os povos.
como em outros países com indicadores sóciais contrastrantes e injustos, surgem , no brasil,
outros focos de atenção: o desafio de promover o desenvolvimento sustentável, mesmo sob os
ditames da globalização.tecer o fio condutor de uma sociedade equilibrada sob o tripé da
sustentabilidade, não parece tarefa fácil ou que possa ser atingida a curto prazo. por outro
lado, esta mesma perspectiva impulsiona reforça a necessidade de individuos propositivos.
na proposta pedagógica adotada na escola bosque, o cuurriculo procura assegurar a formação
humanista de alunos aptos a atuar com modelos alternativos de gestão dos recursos naturais,
com qualidade social suficiente para compreender as novas formas de organização do
trabalho, capazes de enfrentar a dinâmica do mercado e idenrtificar novas oportunidades, para
discutir políticas publicas regulares que de fato beneficiem toda a comunidade.
REDES DE CONHECIMENTOS: Uma Proposta em Construção para a Educação
de Jovem e Adultos
Os (as) alunos (as) trabalhadores (as) carregam a respeito da escola uma visão que a
concebe como fonte de instrumentos que lhes possibilitam melhorias no âmbito profissional,
o que corresponde à uma compreensão que reafirma uma percepção de organização social
sustentada numa atribuição diferenciada de prestígio e status tendo como referência a divisão
social do trabalho, demonstrando uma aceitação da educação como único meio disponível de
ascensão e mobilidade social, o que corrobora para a legitimação da ordem dominante, diz
CAPORALINI. Entretanto, apesar de compreendermos que a escola não pode trabalhar
resumidamente em cima das aspirações profissionais dos alunos, não podemos descartar a
visão construída por eles sobre o papel da instituição, assim como não podemos negar a real
necessidade que eles possuem em adquirir instrumentos que lhes possibilitem lutar por
melhorias de vida.
Assim acreditamos que o educador enquanto articulador do processo ensino e
aprendizagem, deve contribuir da melhor maneira possível e inovador, instrumentalizar os
seus alunos através dos conhecimentos básicos da leitura e da escrita, oportunizando uma
ação integrada entre teoria e prática, priorizando estratégias metodológicas na formação da
competência formal e política do (a) aluno (a) enquanto cidadão (a).
44
Neste caso, compreendemos que cabe a Escola Bosque, contribuir para a fomentação
de princípios que primem pela sólida construção de valores, fortemente sedimentados sobre
uma ética ambiental que vislumbre a relação ser humano e natureza sob uma perspectiva que
transcenda a mera visão harmônico-preservacionista, com o intuito de colaborar para o
florescimento de discussões comunitárias, que tenham como objetivo apontar meios concretos
para que a apropriação das riquezas naturais da região se dêem de uma forma não-predatória,
mas através de práticas economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente
equilibradas.
Nas condições de vida do (a) aluno (a) trabalhador (a) o maior espaço que ele tem é
dedicado ao trabalho. O espaço que lhe estar a par das coisas do mundo é bem reduzido e a
escola não pode deixar de proporcionar a ele relacionamento aos conteúdos formais,
conteúdos com possibilidades de tratar assuntos relativos a seu dia-a-dia, a seu trabalho e as
informações atuais.
De acordo com os ideais Freiriano, o movimento de libertação das classes oprimidas
está ligado ao sentido libertador da ação educativa que se concretiza na instauração do
processo de reflexão de sua realidade.
Agrava-se na Educação Brasileira o desânimo que dificulta o processo de ensino-
aprendizagem dos (as) alunos (as) do Ensino Noturno, quando a escola não estimula a ousadia
de práticas docentes adequadas para quebrarem o medo que esses alunos (as) têm de se
expressarem, falando ou escrevendo, o medo que eles têm de errarem.
O currículo em construção da Educação de Jovens e Adultos, traz em sua essência ao
ideais da Escola Cabana, cuja a ação político-pedagógica e cultural está comprometida com o
resgate da cidadania dos nossos educandos.
Nesse processo cremos que nos são fundamentais os ensinamentos construtivistas
Freirianos e sócio-interacionista de Vygotsky, que não ensinam receitas prontas, mas apontam
para importância de se reconstruir a prática pedagógica continuamente, criando oportunidades
para que a equipe de atores envolvidos no processo de criação e construção do conhecimento,
reconstruam o seu fazer pedagógico voltado de fato para uma ação sócio-político-cultural,
que esteja comprometida com a formação do ser humano integral e possibilite a construção de
uma sociedade justa.
Pensar uma nova proposta curricular para a Educação de Jovens e Adultos, significa
primeiro, definir a concepção de escola, que se quer, para quem e para que.
Valores e princípios que orientam a construção que queremos precisam estar,
intrisicamente ligados a concretização dessa escola, pelo seu instrumento básico de
organização, que é o currículo.
45
Essa perspectiva de pensar no currículo, traduz uma visão progressista e
emancipatória, ou seja, passa-se de uma escola cristalizada, à escola cuja construção do
currículo em processo não abre mão do tempo histórico onde vive os alunos.
Só faz sentido pensar currículo como forma de problematizar as questões econômicas,
sociais e culturais, como aglutinador vivido. As vivências do indivíduo se fazem com o
sentido da totalidade, e, como tal, precisam ser recuperadas de modo a considerar essa
totalidade como elemento fundamental e necessário à construção do currículo.
Deve-se ter essa totalidade como referência da organização das disciplinas e do
conhecimento, vistos até então como fatos fragmentados e hierarquizados, que refletem a
escola e uma sociedade de classes.
Essa totalidade busca um trabalho integrado dos diferentes sujeitos da educação,
chegando a implementar uma atitude interdisciplinar, pois entende-se que o conhecimento se
constrói a partir da relação com o outro e com o objeto a ser conhecido.
“(...) e as várias áreas do conhecimento se articulam entre si,
formando uma totalidade, que procuram dar conta de
estabelecer relações cada vez mais ampla da realidade local,
onde o educando passa a compreender as totalizações que
permitem revelar as contradições mais amplas, presentes nas
relações locais” (Anézia Viero).
Tradicionalmente o currículo da educação de Jovens e Adultos tem assumido um
caráter técnico consensual baseado na seqüência de conteúdos, distribuição de carga horária e
grades curriculares, onde a apropriação do conhecimento tem se dado de forma estanque e
fragmentada.
O saber sistematizado dos conhecimentos das Ciências, Filosofia e Artes, que
expressam a ação humana e possibilite ao aluno trabalhador se relacionar com diversas
dimensões do conhecimento, somado aos que trazem de suas experiências sócio-político-
culturais, constituem nossa proposta de Currículo Interdisciplinar, proporcionando ao aluno
um processo de ensino-aprendizagem em condições para ele recriar e relembrar estes
conhecimentos.
Essa proposta curricular que trata as vivências escolares de forma crítica, democrática,
libertadora e transformadora, está pautada na participação dos sujeitos na construção de uma
nova prática educativa. E essa prática se amplie para dimensão social, onde todos disponham
de possibilidades de viver a igualdade de direitos de escolher, de decidir, tendo à disposição
as atividades culturais e os conhecimentos científicos e técnicos.
46
É importante trazer para a escola, a realidade em que vive os alunos trabalhadores e
trabalhadoras, para que possam refletir melhor sobre a cidade, o país, o mundo, as relações de
trabalho, as relações de gênero, os direitos humanos, os valores ambientais dentre outros. Que
a escola do jovens e adultos possa ser um espaço de encontros onde possam falar de si de suas
experiências, e que sejam valorizados como pessoas, como trabalhadores (as) com uma
função social digna.
Tendo em vista a construção coletiva do Currículo Interdisciplinar, é que propomos a
organização da Educação de Jovens e Adultos em Ciclos de formação denominados de Redes
de Conhecimento, tendo como principio as Totalidades de Conhecimento, que segundo
Konder, 1995:
Para dialética marxista o conhecimento é totalizante e
atividade humana em geral e um processo de totalização que
nunca alcança uma etapa definitiva e acabada (...) Qualquer
objeto que o homem possa perceber ou criar e parte de um
todo. Em ação empreendida o ser humano se defronta,
inevitavelmente com problemas interligados. Por isso para
encaminhar uma solução o ser humano precisa ter noção de
conjunto. A visão de conjunto permite ao homem descobrir a
estrutura significativa da realidade com que se defronta, numa
situação dada. E é essa estrutura significativa – que a visão de
conjunto proporciona - que é chamada de totalidade. A
totalidade é mais que a soma das partes que a constituem. A
maneira que se articula uma totalidade os elementos que a
compõe, assumem características que não teriam, caso
permanecessem fora do conjunto. Há totalidades mais
importantes mais abrangentes e totalidades menos
abrangentes: as menos abrangentes, é claro, fazem parte das
outras. A maior ou menor abrangência de uma totalidade
depende do nível de generalização do pensamento e dos
objetivos concretos dos homens em cada situação dada. Se eu
estou empenhado em analisar as questões sendo vividas pelo
país, o nível de totalização que me é necessário é o da visão de
conjunto da sociedade brasileira, da sua economia, da sua
história, das suas contradições atuais. Se, porém, eu quiser
aprofundar a minha analise e quiser entender a situação do
47
Brasil no quadro mundial, vou precisar de um nível de
totalização mais abrangente: vou precisar de uma visão de
conjunto do capitalismo, a sua gênese, da sua evolução, dos
seus impasses no mundo de hoje. Para trabalhar
dialeticamente com conceito de totalidade é muito importante
sabermos qual é o nível de totalização exigidos pelo conjunto
de problemas com estamos nos defrontando, e é muito
importante, também, nunca esquecermos que a totalidade é
apenas um momento de um processo de totalização que nunca
alcança uma etapa definitiva e acabada... .
Em síntese, Redes de Conhecimentos: (Anexo II)
Buscam assegurar a unidade do conhecimento constituindo-se num movimento de ação-
reflexão-ação de apreensão do mundo;
Constituem o Ciclo de Educação de Jovens e Adultos proporcionando a estes a
continuidade dos seus estudos no Ensino Médio;
Cada Rede de Conhecimento tem a duração de um semestre, desta forma o educando pode
a cada período semestral pode avançar em seus estudos, se por acaso precisa afastar-se da
escola, recomeçará do ponto interrompido sem precisar iniciar novamente;
Tem na perspectiva da avaliação emancipatória sua ação de contínuo processo de
diagnóstico do processo de construção do conhecimento e outro;
A ação interdisciplinar das Redes de Conhecimento do Ciclo de Educação de Jovens e
Adultos precisa constituir-se através de projetos de trabalho, organizados coletivamente
pelos professores das Redes;
Os conteúdos significativos das diversas áreas do conhecimento deverão constituir-se para
o aluno enquanto desveladores da realidade;
Nas totalidades de 01 (um) a 04 (quatro), os educadores deverão desenvolver o
processo educativo nos campos conceituais, onde a iniciação do processo ensino-
aprendizagem possa ser construído por um profissional “generalista”, para que a
fragmentação seja rompida neste momento.
Nas totalidades de 05 (cinco) a 08 (oito), a ação interdisciplinar, começará a ser
introduzida com profissionais das áreas de conhecimento e a construção e reconstrução de
conceitos seja estabelecida no cotidiano da sala de aula, e os conteúdos desenvolvidos devem
ter o propósito de estarem a serviço destes conceitos.
48
A freqüência do aluno (a) em relação ao processo de apropriação construção do
conhecimento, não deve ser considerada como uma dificuldade ao avanço do aluno (a). Por
este motivo é que o Poder Público deve buscar meios para, quando o mesmo (a) estiverem
ausentes, seja garantido o direito a aprendizagem.
AVALIAÇÃO
“A avaliação tem perspectiva, emancipatória, onde professores
e alunos envolvidos no processo do conhecimento. Que de
acordo com Ana Maria Saul, ela tem dois objetivos: “iluminar
o caminho da transformação e beneficiar as audiências no
sentido de torná-las auto-determinantes”. (SEMED –1996, p.
61)
A avaliação perde o caráter classificatório e ganha possibilidades de perceber as
dificuldades, necessidades interesses e avanços quanto ao processo de aprendizagem. A
avaliação não é para rotular e/ou eliminar aqueles que não conhecem os códigos, mas para
que o (a) professor (a) crie desafios cognitivos que confluem os (as) alunos (as), fazendo com
que se apropriem do saber. (SEMED – 1996, p.15)
Com isso propomos que o (a) aluno (a) seja avaliado (a) de forma global e
permanente, em todos os componentes curriculares das totalidades, superando com a
fragmentação.
Com este processo estão envolvidos todos do grupo: professor avalia alunos, os alunos
avaliam o professor e ambos se auto-avaliam. A efetivação deste processo acontece de várias
formas, envolvendo trabalhos individuais e em grupo, através de reuniões com professores
com ou sem a presença dos alunos.
Para fins de transferência, o aluno receberá o histórico escolar da Totalidade
concluída, com parecer descritivo, especificando todos os conceitos e sua validação detalhada
em todas áreas de conhecimento. O registro detalhado facilitará o estudo, a avaliação e a
classificação do aluno pela instituição que o receber.
No caso de transferência do (a) aluno (a) que estiver cursando a Totalidade, deve ser
emitida a transferência, com a observação da série ou etapa equivalente a ser matriculado (a).
REDES DE CONHECIMENTO
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49
V. PROJETOS INTERDISCIPLINARES E ESPAÇOS ALTERNATIVOS
O paradigma positivista, durante décadas, orientou o conhecimento dividido em
partes. Esse propósito simplificava a elaboração curricular educacional em um certo número
de disciplinas importantes à organização do ensino na escola. No entanto, a idéia da
fragmentação do conhecimento se contrapõe ao entendimento de fenômenos científicos mais
complexos discutidos no mundo pós-moderno. Portanto, a necessidade de repensar a
concepção curricular na escola é pertinente, sobretudo no que tange a relação das várias
disciplinas no currículo e de que forma elas podem explicar a complexidade do saber sob
diferentes pontos de vista.
O entendimento que Piaget aborda sobre a problemática, é, que, as disciplinas podem
se relacionar considerando três aspectos: multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.
A discussão sobre esses três níveis de ensino, se confundem quando da efetivação de
práticas educacionais que procuram conceituá-los, pois tratam-se de concepções que podem
corresponder a uma novo paradigma educacional.
Assim, ao conceber a multidisciplinaridade como a contribuição de várias disciplinas
para estudar um objeto, sem a preocupação de relaciona-las entre si; a interdisciplinaridade
quando houver interação entre várias áreas do conhecimento, proporcionando um estudo mais
estruturado do objeto, considerando vários conceitos em torno de unidades mais globais
atrelados por diferentes disciplinas; e, o estudo macro da tessitura do conhecimento que gerou
um determinado elemento como a transdiscipinaridade, a Escola Bosque se sobressai com
práticas interdisciplinares por meio da efetivação de projetos, que dismistificam o pensamento
positivista do saber fragmentado.
Nessa perspectiva, a Escola Bosque, por apresentar estudos e práticas pertinentes às
questões ambientais, procura a efetivação de projetos interdisciplinares que propiciem tanto
ao educador quanto ao educando uma visão global do conhecimento, seja na teoria ou na
prática do fazer pedagógico.
Ao discutir a concepção interdisciplinar nos horários de estudos, os professores da
Escola Bosque buscam desenvolver projetos que permitam o total envolvimento do sujeito
com questões que problematizem a realidade da qual ele faz parte. Assim, vários projetos já
50
implantados na Escola dizem respeito a perspectiva da qualidade de vida da comunidade da
ilha de Caratateua, o que é visualizado pela responsabilidade individual de cada agente que
integra as ações que dizem respeito aos projetos.
Não seria diferente o pensar no trabalho interdisciplinar para a Escola Bosque, tendo
em vista o seu ambiente físico, a sua proposta de ensino, a concepção integral do ser humano
e os seus objetivos pautados na qualidade de ensino e em melhorar, através de práticas
educativas, a vida daqueles que fazem o dia-a-dia da escola.
A concepção de interdisciplinaridade conduz o sujeito à busca de novos
conhecimentos através da pesquisa, diluída na troca, no diálogo no respeito ao pensamento do
outro, no passar do subjetivo ao coletivo.
Segundo Fazenda (1988), “ no projeto interdisciplinar não se ensina, nem se aprende:
vive-se, exerce-se”. Nessa perspectiva, os projetos efetivados na Escola Bosque é concebido
como metodologia educacional que procura trabalhar as áreas do conhecimento, sem
privilegiar esta ou aquela, mas priorizar todas, pois entende-se que a interdisciplinaridade é
uma perspectiva que conduz à pesquisa de novos conhecimentos.
PROJETO: LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
"Mais que uma tendência, uma realidade".
Justificativa
Toda proposta educativa para ser consistente, deve estar respaldada em um
princípio básico que é o compromisso de todos aqueles que vão através do seu exercício
diário, efetivá-la. Este compromisso passa também pela questão metodológica. A Escola
Bosque, dentro de sua proposta filosófico-metodológica, inclui a busca permanente de
alternativas pedagógicas que possam contribuir com o processo de construção do
conhecimento do educando.
Diante de tal pressuposto, o Programa de Informática Educativa surge como uma
alternativa concreta na busca por melhores condições de ensino no âmbito educacional.
Através dessa alternativa norteamos nossas práticas educativas tendo como ponto
de sustentação as linhas pedagógicas e científicas inseridas no Projeto da Escola, as quais se
referem respectivamente aos conhecimentos adquiridos através de práticas diárias
sistematizadas em sala de aula e aos conhecimentos produzidos através de projetos de
pesquisa científica conveniados com outras Instituições.
51
Nessa perspectiva, a Escola Bosque procura alicerçar suas linhas pedagógicas e
científicas na construção do conhecimento dentro de uma didática voltada para a educação
ambiental, visando a formação do sujeito em sua totalidade. Para tanto, propõe uma
metodologia interdisciplinar e multidisciplinar, que possa romper com o tradicionalismo
característico das propostas educacionais conhecidas historicamente. Na verdade, a
metodologia interdisciplinar pressupõe a busca da totalidade, isto é, a articulação entre todos
os saberes. Trabalhar interdisciplinarmente é situar o educando no contexto no qual está
inserido, buscando relacionar o que ele aprende com o processo histórico-cultural. Essa
relação é fundamental para o fortalecimento de uma sociedade do conhecimento, onde o
funcionamento cognitivo do ser humano passa a ser o resultado de toda uma herança cultural,
estabelecida ao longo das relações sociais e afetivas vivenciadas por ele.
Tomando como base o projeto de Informática Educativa, em consonância com o
Projeto da Escola, as atividades no laboratório de informática devem favorecer o aspecto
participativo e proporcionar a interação educandoeducadormáquina. Esta interação
garante ao educando refletir sobre o que está construindo, elaborar seu pensamento,
reestruturando-o, e de modo gradativo ir produzindo conhecimentos cada vez mais
complexos. Nesse processo vários aspectos fundamentais ao desenvolvimento do educando
são envolvidos, tanto ao nível do cognitivo como ao afetivo e social.
O educando ao interagir com o computador adquire sentido de domínio sobre um
elemento de tecnologia mais moderna e poderosa, ao mesmo tempo em que estabelece
contatos íntimos com algumas das idéias mais profundas das ciências, da matemática e da arte
de construção de modelos intelectuais. Ao ensinar o computador a pensar, embarcam numa
exploração do mundo como pensam, e pensar sobre o pensamento, envolve a criança numa
experiência que outrora não foi vivida nem pela maior parte dos adultos.
Assim sendo, a informática educativa tem dado importantes contribuições ao
processo ensino-aprendizagem, uma vez que, além de oferecer ao educando a oportunidade de
construir seu conhecimento através da tecnologia informatizada, interagindo com recursos
avançados na exploração de programas educativos, possibilita a interação de vários processos
que o levam a uma produção final.
Objetivos
Favorecer o acesso da comunidade escolar às novas tecnologias, possibilitando uma
formação crítica e conectada com o mundo moderno.
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Promover práticas interdisciplinares fundamentadas na pesquisa como princípio educativo
a partir da realização de projetos de ensino e/ou de aprendizagem facilitados pelos
recursos de informática;
Favorecer o desenvolvimento do pensamento lógico, a criatividade, a concentração e a
memória dos educandos;
Propiciar ambiente que favoreça a atitude de diálogo, participação, cooperação e
socialização entre os diversos atores do processo educativo.
Metodologia de Atendimento
O trabalho será realizado em conjunto com os demais professores, afim de integrar as
atividades de sala de aula com o laboratório. De acordo com o objetivo do PROINFO, os
computadores tem como prioridade atender os alunos do ensino fundamental, entretanto
oportunizamos o acesso aos alunos dos outros segmentos da escola.
EDUCAÇÃO INFANTIL: Os alunos deste segmento são atendidos uma vez por mês. Como
são alunos que provavelmente continuarão na escola nos anos seguintes, terão a oportunidade
de freqüentar as aulas na sala de informática, são atendidas 04 turmas.
SOFTWARE UTILIZADO: É fundamental termos clareza da importância na escolha dos
software utilizado, visto que alguns são co-responsáveis pela melhoria da aprendizagem,
enquanto outros não indicam evidências favoráveis neste sentido. Desta forma utilizamos
softwares que desenvolvem a percepção visual, coordenação motora fina óculo-manula,
concentração e raciocínio lógico.
CBI, CBII, CBIII e CBIV: Todos os alunos deste segmento tem horário garantido na sala de
informática sessões de atendimento que variam de 1(uma) hora a 45´ uma vez por semana.
São atendidos num total de 31 turmas
SOFTWARE UTILIZADO: Colocamos a disposição desses alunos os seguintes softwares:
Editor de Texto(Microsoft Word), Planilha de cálculo(Excel), Programa de
Apresentação(Power Point), Paint, Micromundos, Cd-rom interativos e a Internet como
recurso no auxílio da pesquisa.
EJA: Os alunos (as) da I, II totalidades são atendidos semanalmente na sala de informática,
com sessões de atendimento que variam de 1 (uma) hora e ½ até 3 horas, no total de três
turmas.
Os alunos (as) da III e IV totalidades são atendidos (as) a partir do agendamento e
necessidade do (a) professor (a) .
SOFTWARE UTILIZADO: : Colocamos a disposição desses alunos os seguintes softwares:
53
Editor de Texto(Microsoft Word), Excel, Paint, Cd-rom interativos e a Internet como
recurso no auxílio a pesquisa.
ENSINO TECNICO E MÉDIO: Os alunos deste segmento não possuem atendimento fixo
semanal na sala de informática, disponibilizamos o horário de 17:00 às 18:30 para que estes
alunos digitem seus trabalhos e realizem suas pesquisas orientadas por algum professor (a) de
acordo com a necessidade da turma e podem ser atendidos no 3º turno conforme a
disponibilidade de horário da sala. Foram atendidas todas as turmas de médio e técnico.
SOFTWARE UTILIZADO: Editor de Texto(Microsoft Word), Excel, Power - Point, e
Internet
PROJETO BRINQUEDOTECA: ESPAÇO DE LAZER E CULTURA
Justificativa
A brinquedoteca da Escola Bosque, denominada Sapucaia, surge com o objetivo de
garantir o espaço físico e temporal suprimido do brincar, bem como a sua expressão,
garantindo a preservação histórico-cultural das brincadeiras tradicionais.
A brinquedoteca é um dos lugares em que a atividade lúdica é permitida e reforçada,
que pode ter como instrumentos: brinquedos, jogos e outros materiais lúdicos. Entretanto este
não se caracteriza como único lugar para brincar ou se expressar dentro de uma instituição
escolar, mas um lugar em que se pode generalizar a prática das atividades ocorridas para além
das paredes desse espaços servindo apenas de referência.
É um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a
uma grande variedade de brinquedos dentro de um ambiente lúdico. È um ambiente onde
tudo convida a explorar, a sentir e a experimentar.
Oferece um espaço físico e temporal, terá como decorrência natural a possibilidade
das crianças interagirem umas com as outras, assim como com os adultos, perpetuando-se de
forma paralela a cultura lúdica tradicional. Ao mesmo tempo, a criança estará se
desenvolvendo de forma integral e aprendendo, constituindo os objetos e os brinquedos a ela
disponíveis, meios através dos quais poderá descobrir o mundo e construir seus
conhecimentos a respeito dele.
Assim, a brinquedoteca é um espaço privilegiado que reúne a possibilidade e o
potencial para desenvolver as características lúdicas assim mencionadas. È hoje um dos
54
caminhos mais interessantes que pode ser oferecido às crianças de qualquer idade. O intuito é
resgatar, na vida dessas crianças, o espaço fundamental da brincadeira que vem
progressivamente se perdendo e comprometendo de forma preocupante o desenvolvimento
infantil como um todo.
Objetivos
Desenvolver ações que possibilite aos educandos trabalhar o seu imaginário lúdico
através do brincar, do dramatizar, do criar , do refletir a fim de que possa tornar-se um
sujeito global que relaciona-se com o social, respeitando a sua individualidade buscando
construir seus conhecimentos a partir das brincadeiras promovidas no grupo. Como
também:
Resgatar brincadeiras e jogos folclóricos que anteriormente eram desenvolvidos nas ruas
ou na família e que, atualmente, estão sem espaço para se manifestar;
Criar um espaço de convivência que propicie interações espontâneas e desprovidas de
preconceitos;
Valorizar os brinquedos e as atividades lúdicas e criativas;
Valorizar a infância e as brincadeiras como as necessidades intrínsecas ao ser humano,
porém , aprendidas no convívio social;
Desenvolver o senso de responsabilidade;
Propiciar um espaço agradável que contribua para que a criança seja mais feliz;
Metodologia
O trabalho a ser desenvolvido no espaço da brinquedoteca se dará da seguinte
maneira:
Brincadeiras livres, dando oportunidade às crianças par explorarem o espaço, bem como
jogos e brincadeiras existentes. Nessas ocasiões, as intervenções dos brinquedos será o
mínimo possível, fazendo a mediação no tocante às relações aluno x aluno.
Atividades dirigidas, como jogos e recreações internas e externas.
Realizações de mini oficinas (confecção de brinquedos com sucatas, jogos educativos,
dobraduras.
PROJETO: HERBÁRIO
Justificativa
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A Amazônia como verdadeiro e diversificado banco genético do mundo, mostra-nos
a todos instantes que precisa ser descoberta a fim de podermos usá-la, mas sempre com a
perspectiva de um desenvolvimento sustentável para esta e as futuras gerações.
O município de Belém, tem sua localização na foz do rio amazonas, é privilegiada
em detrimento a outras cidades, por possuir uma parte continental e outra insular. O fato de
Belém estar inserida na Amazônia não significa que não tenha peculiaridades, tanto na área
da Flora como da Fauna, que a tornam ímpar no mundo.
A melhor forma de se vê a Flora é por certo ao natural, porém pelo porte e pela
diversidade de espécies fica inviável preservar uma área que contenha todas as espécies vivas.
Neste sentido é que criaram formas de manter as plantas secas e conservadas, em herbários.
Herbário é a coleção taxonômica cientifica que adiciona, em armário ou caixa pronta coleção
cientifica de plantas inteiras ou ramos com folhas, flores e, se possíveis frutos dissecadas e
preparadas para estudo, e procurando manter, o melhor possível a forma e posição de seus
órgãos, como quando vivas. Grandes quantidades de material botânico coletado pôr vários
pesquisadores e grandes expedições, que são conservados através da criação de herbários,
estes além de guardar espécimes já extintos, conserva a memória de vários ambientes que já
foram descaracterizado pela ação do homem.
O herbário de hoje é uma fonte de informações que atende não só a botânica
sistemática, a anatomia, a ecologia, a dendrologia e etc., mas também a áreas afins que
necessitam trabalhar com plantas, como zootecnia, fitotecnia, química e etc., que fornece
instrumentos de trabalho para o taxonomista.
O herbário da Fundação escola Bosque busca atender não somente a instituição,
como também se dedica a prestar outros serviços para a comunidade local. Com o
fornecimento de informações adicionais sobre plantas coletadas, identidade e catalogada,
como também sobre floração, frutificação, usos, sinônimos, autores dos nomes científicos,
ocorrência geográfica e freqüência. Terá informações sobre plantas medicinais, florestais,
frutíferas, tóxicas, ornamentais etc...
Objetivos
Geral:
Implantar uma coleção de referência didático-científica de amostras botânicas (exsicatas,
carpoteca, sementeca e xiloteca), representativas da flora do Município de Belém.
Específico:
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Especializar professores e alunos em inventários florísticos e coleta de material botânico;
Coletar, identificar, catalogar e conservar amostras botânicas da flora de região para
subsidiar pesquisas relacionadas à biodiversidade vegetal .
Colecionar espécimes identificados se possível, representativo da vegetação do município
de Belém desde a parte continental e até a insular ;
Adquirir material botânico através de coletas realizadas periodicamente pela Escola, como
também com outras instituições e/ ou através de doações ou trocas com outros herbários.
Deter conhecimento de aspectos botânicos da Flora belenense, principalmente aquelas de
interesse humanitário, cultural e místico religioso;
Identificar as plantas nativas, frutíferas, medicinais, tóxicas e ornamentais, com nomes
populares, científicos, famílias etc...
Manter um arquivo sobre as características dos ambientes do município;
Identificar plantas tóxica, objetivando o seu controle ou, no caso de intoxicação,
auxiliando na identificação;
Confeccionar Kits pedagógicos para apoio das escolas da rede municipal;
Servir como centro de treinamento em botânica, especialmente em taxonomia e
dendrologia e
Apoiar os alunos e professores do ensino fundamental, principalmente na disciplina de
ciências e do ensino profissional em Meio ambiente da Escola;
Metodologia
1- Coleta de material botânico: a aquisição de material botânico consiste na coleta através
de Inventários e excursões periódicas, em áreas previamente selecionadas do município de
Belém. Essa coleta é realizada por professores e alunos, com o apoio de pesquisadores de
outras instituições, na qual é retirado uma parte (galho) do espécime vegetal vivo,
preferencialmente fértil, isto é, o material tem de conter flores e/ou frutos, que através da
utilização de tesoura de poda, podão ou facão. Também é feita a coleta de frutos e sementes,
assim como de amostras de madeiras para incrementar a xiloteca, sementeca e carpoteca do
herbário.
2- Posteriormente a secagem do material é feita sua identificação, classificação e
nomeclatura da espécie Herborizacão: esta técnica consiste na prensagem, secagem e
preparação do material coletado em campo. Após a coleta, o material é prensado da
seguinte forma;
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Coloca-se a amostra do material botânico entre papel jornal previamente cortado no
tamanho adequado (30cm X 42cm) a largura da estufa;
Coloca-se essa amostra entre duas folhas de papel panamá (chupão), em seguida entre as
folhas de alumínio (corrugado), sendo estas do mesmo tamanho do papel jornal;
Após sucessivas camadas desse processo, amarra-se o lote, numa prensa (treliça de
madeira) a qual será colocada na estufa, na posição vertical para favorecer a convecção do
ar quente, retirando a umidade. Em seguida. este material é colado em cartolina branca de
tamanho padrão (30cm x 42 cm) de modo que o material seja visto tanto de seu lado
superior (ventral) e inferior (dorsal). No canto inferior direito da cartolina coloca-se uma
etiqueta contendo informações gerais da amostra e no canto superior esquerdo, um
pequeno envelope no qual será colocado pedaços da amostra que se desprende.
As excicatas são depositadas em prateleiras horizontais, dentro dos armários de aço.
Tendo uma organização geral (Sistema de Cronquist), cada família é enumerada e os
gêneros e espécies são arrumados em ordem alfabética dentro de cada famílias. Todo o
material adquirido pelo herbário, receberá um número no livro registro de incorporação
de material.
A organização também será feita por espécies de interesse específicos de grupos como:
Espécies vegetais de interesse comercial para silvicultura. manejo florestal.
conservação, indústria madeireira e para recuperação de áreas degradadas
Espécies vegetais de interesse medicinal, tóxico, religioso e místico.
Espécies vegetais de interesse alimentar e condimentar.
Espécies vegetais de interesse folclórico artesanal especialmente cestaria transados e
artesanato de madeira.
Espécies para conservação, especialmente aquelas raras, endémicas vulneráveis,
ameaçadas e em perigo de extinção.
PROJETO: COLEÇÕES ZOOLÓGICAS
Justificativa
O projeto Coleções Zoológicas da FUNBOSQUE é resultante de inventários
realizados em duas ilhas pertencentes ao município de Belém, são elas: Cotijuba e Mosqueiro.
Os exemplares coletados durante os invetários são de fundamental relevância por
representarem parte da biodiversidade das ilhas de nosso município.
Dessa forma, o referido projeto tem como objetivo tornar-se uma coleção de
referência, documentando o acervo representativo da fauna das ilhas de Belém, bem como
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uma coleção didática, utilizando exemplares como recurso didático de Educação Ambiental,
destinados a todos os alunos das habilitações técnicas e do Ensino Fundamental desta
Instituição, assim como à comunidade escolar da Rede Municipal de Ensino, instituições
particulares ou Comunidade de Caratateua e adjacências e Belém, tendo a Educação
Ambiental como eixo Central.
PROJETO: CLUBE DE CIÊNCIAS
Justificativa
A Escola bosque enquanto Centro de referência em Educação Ambiental, tem por
finalidade possibilitar o diálogo entre homem e ambiente promovendo uma interação
equilibrada entre os interlocutores, entendendo que qualquer mudança entre eles, afetará
necessariamente este equilíbrio, comprometendo a qualidade de vida.
Considerando que só uma educação propositiva permitirá uma verdadeira
internalização de valores e atitudes que permitam uma intervenção de maneira crítica na
resolução dos problemas sócio-ambientais e que tal só será possível mediante uma
compreensão multidisciplinar e científica dos processos naturais, políticos , sociais e
culturais.
Nesse cenário, surge o Clube de Ciências, enquanto projeto aglutinador da Escola e
comunidade, proporcionando um espaço para o desenvolvimento científico básico, que
permita a compreensão e integração do ser humano com seu meio.
A autonomia do Clube permite a professor e aluno a liberdade de deixar a sala de
aula e partir ao encontro do ambiente natural, orientando-o para a solução de questões
científicas, o que neste caso especificamente, se traduz na observação, estudo, levantamento
de hipóteses e análise dos problemas sócio-ambientais.
O aluno enquanto agente participativo do processo ensino aprendizagem, constrói
seu próprio conhecimento de maneira livre e espontânea, ganhando autonomia e gosto pela
formação científica, tornando-se um indivíduo íntegro, participativo e criativo capaz de se
inserir numa sociedade dinâmica que exige mais a cada dia que passa e na qual a qualidade
de vida das gerações presentes e futuras é direito e responsabilidade de cada indivíduo.
Objetivos
Demonstrar a evolução da ciência ao longo dos anos;
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Transmitir saberes sobre a forma como a Ciência interpreta o meio envolvente;
Desenvolver procedimentos e métodos inerentes à forma como a ciência analisa e estuda
os fenômenos e situações;
Aquirir competência e prática de recolha, seleção, interpretação, organização,
apresentação e tratamento de informações;
Desenvolver atitudes de persistência, rigor, gosto pela investigação, autonomia,
argumentação coerente e objetiva, cooperação, trabalho em grupo, respeito pelos outros e
apreço pela sua colaboração;
Aumentar o interesse e o desejo de aprender, formando no aluno uma atitude científica
diante dos fatos e fenômenos da natureza.
Metodologia
Formas de dinamização através do desenvolvimento de projetos, excursões, visitas a
feiras, indústrias, jornais, museus e outros clubes de ciências, assim como realização de
experiências variadas.
PROJETO: VIVEIRO DE MUDAS
JustificativaA região Amazônica, rica em espécies vegetais, inclui-se nossas florestas nativas,
que com sua grandeza, biodiversidade que asseguraram o equilíbrio entre a população de
insteis, plantas e o manejo natural de pragas.
Neste contexto o estimulo ao (re) plantio de essências florestais e frutíferas é a de
melhorar a forma de resgatas a valorização da terra como mantenedora de vida, assim como a
preservação de espécies regionais. Suprindo-se essa necessidade desenvolveu-se na área da
Escola Bosque o projeto para a produção de mudas de espécies florestais e frutíferas,
englobando-se a necessidade do conhecimento básico e a conscientização de produzir mudas
para conservar, enriquecer, dando alternativas de melhoria das condições de vida através de
realizações trabalhos educativos com os alunos e comunitários, sempre voltados ao
ensinamento concreto da importância da educação ambientai para o nosso meio e como fonte
de matéria prima para a agricultura resultando cm produto de valor comercial e industrial.
Objetivos:
Geral:
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A escola como formadora de profissionais técnicos e voltados sua linha e diretrizes
para a educação ambiental torna-se necessário para o aprendizado ações concretas. Neste
parâmetro associar a produções de miúdas dando ênfase a educação ambiental realizando
práticas com alunos do CB 1 ao 2º grau. É de suma importância para esse profissional se
habilitar ao mercado de trabalho e despertar a fundamental necessidade de se praticar no dia-
a-dia. Das espécies e desta maneira estará concretizando a educação ambiental.
Específicos:
Melhorar a qualidade de vida; Enriquecer o ambiente; Oferecer sombra, abrigo e alimento; Organizar e embelezar áreas; Proporcionar conforto ambiental no meio urbano; Fornecer matéria prima; Aumentar a fonte de renda.
Metodologia
Para proporcionar condições didáticas as aulas praticas da habilitação flora, dando condições de aprendizagem mais completa associando a necessidades de produção de mudas com práticas de conservação e educação ambiental, implantando-se um viveiro com uma sementeira e cinco canteiros cobertos de palha e sombúte onde toda metodologia de produção é passada aos alunos desde a colheita de frutos e sementes, seu preparo, germinação na sementeira e sua repicagem como os cuidados de viveiro.
Atendendo a necessidades de associar a produção de mudas como práticas de
conservação e Educação Ambiental, para enriquecer as áreas da escola e da ilha.
A clientela é formada por alunos do CB ao 2º grau e nos cursos para comunidade e
outras escolas.
PROJETO: HORTA
A Horta como eixo norteador da Construção do conhecimento nos Ciclos BásicosI eII.
Justificativa
O Projeto Horta busca promover a integração entre o currículo formal e a educação
ambiental nos ciclos básicos I e II, através da dinamização de atividades em horticultura.
Nesse contexto o trabalho desenvolvido oportuniza ao educando a articulação entre
os conhecimentos teóricos-práticos relevantes a efetivação de atividades que poderão vir a ser
úteis à melhoria da sua qualidade de vida, uma vez que a partir deste projeto, serão
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sistematizados em sala de aula atividades envolvendo situações problemas onde será
trabalhado o mapeamento do terreno, o reconhecimento da área, unidades de medida,
produção de textos, o valor nutricional das hortaliças, higiene, o que favorecerá o
desenvolvimento de novos hábitos alimentares e o conhecimento interdisciplinar e
sistemático do valor nutricional as diversas culturas, procurando sempre ampliar essas
discussões até o espaço familiar.
Essa relação entre o conhecimento científico e prático é um dos objetivos do projeto
maior que fundamenta a prática pedagógica, o qual baseia-se num estudo sócio-ambiental da
Ilha de Caratateua.
PROJETO: PLANTAS MEDICINAIS
A Região amazônica é rica em aspectos vegetais com grande poder medicinal.
Justificativa
A busca de novos medicamentos nas florestas tropicais compreende a esperança
concreta para muita gente e o caminho mais curto para pesquisadores que resgatam através da
ciência, o saber popular.
Na perspectiva de utilização das plantas medicinais que se perpetua de geração a
geração, se integra aos projetos da Escola Bosque o Projeto de Plantas Medicinais,
envolvendo alunos da educação infantil ao ensino médio profissionalizante.
O projeto objetiva resgatar, no âmbito escolar o conhecimento popular, no sentido de
resgatar os aspectos da medicina popular, o conhecimento empírico da comunidade; sua
tradição quanto ao uso das plantas medicinais, incentivando seu cultivo; a utilização das
técnicas de manipulação de remédios caseiros como forma natural de preservar a medicina
alternativa.
As ações no projeto, possibilitam à comunidade conhecer e ter acesso aos benefícios
da flora medicinal, de forma que se faça o levantamento da farmacopéia natural em Outeiro e
nas ilhas adjacentes para contribuir no estudo da medicina científica, na cura de doenças que
vão do sofrimento natural ao social.
Portanto, a execução deste projeto, além de incentivar o cultivo das plantas
medicinais e a utilização correta das técnicas de manejo, que possibilita às populações menos
privilegiadas a aquisição de medicamentos sem efeito colaterais; medicamentos de baixo
custo, proporcionando uma atividade lucrativa, através da venda de sua produção.
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PROJETO : ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA
Justificativa
A região amazônica, devido suas características peculiares, apresenta uma grande
variedade de alimentos que são consumidos pela população, como as proteínas que vêm dos
animais, peixes, mariscos e quelônios; as frutas que são rica em vitaminas, sais minerais e os
carboidratos que vêm de outras fontes vegetais.
Pensando na perspectiva de valorizar e explorar essa biodiversidade dessas espécies
vegetais e animais, surge na Escola Bosque, como ação educativa, o Projeto de Educação
Alimentar. Essa proposta cria condições de desenvolvimento econômico, social e cultural às
comunidades das ilhas que compõem o município de Belém.
Condizente com a proposta educacional da Escola Bosque, tendo em vista que a
mesma objetiva principalmente contribuir para a formação de uma nova ética social e
ambiental, a alimentação alternativa propicia o aproveitamento máximo dos alimentos,
oportunizando à comunidade escolar um cardápio variado, de alto valor nutritivo com
produtos regionais. Esclarece ainda, sobre os meios pelos quais esses alimentos são
adquiridos, verificando junto à comunidade, a existência de espaços para a sua produção.
Assim, o projeto de Alimentação Alternativa contribui para que a comunidade possa
estabelecer uma fonte de informação dos alimentos mais convenientes para uma boa saúde,
sobretudo porque uma boa saúde está interligada através de uma boa alimentação, até porque
sabe-se que comer bem não significa comer tudo e que o bom aproveitamento dos alimentos
melhora a qualidade de vida humana.
Objetivos
Gerais:
Contribuir para que a Educação Alimentar que seja integrada por hábitos saudáveis,
estabelecendo uma fonte de informação dos alimentos mais convenientes para uma boa saúde,
Diagnosticando os princípios básicos da alimentação escolar e comunitária, como também
intensificar na escola um programa de Educação Alimentar, com o aproveitamento integra!
dos alimentos. Propiciando na prática alimentar um cardápio variado, de alto valor nutritivo,
com produtos de nossa região. Detectando os hábitos alimentares da comunidade, os meios
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pelo qual são adquiridos esses alimentos, como também verificar a existência de espaços
( quintais,), para sua produção. Pois desta maneira, podemos produzir e conseguir alimentos
de fácil aquisição, por um preço menor.
Específicos:
Diagnosticar os princípios básicos da alimentação escolar, introduzindo na escola a
merenda alternativa, tendo o aproveitamento integral dos alimentos, com um cardápio
variado, de alto valor nutritivo, de componentes de nossa região.
Criar para os pais, professores e alunos, um ponto de apoio, por intermédio do qual
possam modificar o destino das novas gerações, tornando-as mais bem alimentadas e
portanto, mais sadias.
Incentivar a produção de alimentos, assim cimo utilizar os mesmos na safra pela fácil
aquisição, por um preço menor.
.
Metodologia
Este projeto foi efetivado na escola no ano de 1996, tendo a participação dos alunos,
professores e cornunitários, onde são realizadas ações de intercâmbio tais como cursos de:
Alimentação Alternativa, Horta Comunitária, Pomar Doméstico, Plantas Medicinais, nas
comunidades de Outeiro, como também nas ilhas adjacentes, para ocorrer a verdadeira função
da Escola, que é Educar para a vida.
A partir de uma diagnose foi constatado que a grande maioria das comunidades
desconhecem o valor nutricional dos alimentos e por falta de informações, jogam fora as
partes mais ricas dos alimentos, que são as cascas, talos, folhas de tubérculos e sementes,
olhando que é lixo. Desenvolvemos ações, pela qual a Escola Bosque, juntamente com sua
Coordenação Comunitária, uniu forças para desenvolver projetos, para o bom
desenvolvimento dessas comunidades
PROJETO : LABORATÓRIO PEDAGÓGICO
Justificativa
O Projeto do Laboratório Pedagógico está articulado a uma proposta maior de
educação ambiental na formação de educandos críticos, criativos, capazes de atuar no meio
social numa perspectiva de melhoria na qualidade de vida tanto individual como coletiva.
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Nesta concepção situa-se a proposta do Laboratório Pedagógico, dentro de um
trabalho voltado para subsidiar a prática cotidiana do professor e o sucesso na construção do
conhecimento do educando.
Objetivos
Propiciar um espaço de construção de materiais pedagógicos interdisciplinares, visando o
intercâmbio de idéias de profissionais da rede em benefício da melhoria da prática
educativa.
Investigar o processo de construção do conhecimento do educando;
Criar estratégias de atendimento educacional complementar as atividades de sala de aula;
Integrar as atividades desenvolvidas no laboratório de aprendizagem com o trabalho de
sala de aula;
Construir jogos pedagógicos dentro do enfoque da educação ambiental para subsidiar a
prática pedagógica do professor de sala de aula.
Realizar atividades pedagógicas dentro do enfoque da Educação Ambiental,
possibilitando a aquisição do conhecimento do educando.
Atender aos alunos do P.P.A- Plano Pedagógico de Apoio.
Metodologia
Entre outras atividades desenvolvidas, são oferecidas oficinas diversas que envolvem
a teoria e a prática, buscando o aprender de forma lúdica, criativa, afetiva intensificando e
ampliando o conhecimento socializado, confeccionando também, jogos pedagógicos dentro
de uma perspectiva sócio-ambiental, onde são articulados as três habilitações (fauna,flora e
ecoturismo) existentes na escola, os quais servirão de recursos alternativos aos educadores.
PROJETO: NULAC – Núcleo de Linguagem Arte e Cultura
Justificativa
Uma escola alegre, prazerosa e educativa seria o espaço ideal para nossos alunos de
classes populares onde muitas vezes por diversos fatores, trazem uma carga de agressividade
muito grande, auto-estima abalada, algumas dificuldades de aprendizagem devido a fatores
sociais, culturais e econômicos por que passam suas famílias como: desnutrição, separação de
pais, semi-analfabetismo, situação econômica precária que obriga esses pais a saírem para o
trabalho o dia todo deixando seus filhos sem um devido acompanhamento e com isso a mercê
de más companhias que muitas vezes levam ao envolvimento com drogas e gangues.
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Essa realidade nos remete a um modelo de escola adequado a esse tipo de clientela,
sendo assim, a Escola Bosque tendo como eixo norteador em seu projeto Pedagógico a
Educação Ambiental, se preocupa com o tipo de homem (mulher) que se quer formar e
cumprir sua função social na construção de cidadãos para atuarem nesta sociedade.
Neste sentido o NULAC se propõe a oportunizar a vivência e o desenvolvimento das
diversas linguagens, possibilitando a pesquisa e a divulgação das manifestações culturais,
regionais e universais numa pesquisa sócio-ambiental. Busca resgatar a história do povo que
aos poucos vem sendo esquecida e que tem grande riqueza cultural.
A arte chega para expressar esta história, envolvendo os alunos, professores e
comunidade, com a música, o teatro, a pintura, a cultura, a dança, poesia , etc, como fontes
emanadoras de alegria, prazer e conhecimento numa perspectiva sócio-ambiental.
Objetivos
Enfatizar a temática ambiental nas diversas atividades desenvolvidas pelo grupo.
Promover e incentivar as produções artísticas pelos alunos e professores.
Pesquisar, resgatando e valorizando a cultura amazônica e universal.
Possibilitar o aprimoramento da sensibilidade estética através da ampliação da vivência
artística.
Metodologia
O projeto NULAC tem suas ações desenvolvidas através dos subprojetos os quais buscam
oportunizar o despertar da sensibilidade dos alunos enquanto ser humano.
CRIARTE - Através do teatro desenvolve atividades
GINGA DA LIBERDADE – Através da capoeira
UIRAPURU – Através da música
MEHACRAN -
PROJETO: VIDEOTECA
Justificativa
Como a Escola Bosque pressupõe uma metodologia mais construtiva dentro de uma
visão interdisciplinar voltada para a Educação Ambiental, é fundamental que utilize também,
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como apoio didático de sua prática metodológica, os recursos tecnológicos. Porém, não basta
apenas eleger o (s) recurso (s), sem reconhecer sua eficiência na contribuição do processo de
educação formal do educando. Entendendo que os recursos audiovisuais ocupam um lugar de
hierarquia em relação a outros recursos, o Projeto Videoteca: um espaço de entretenimento,
cultural e conhecimento, assume um lugar importante no processo ensino-aprendizagem dos
alunos da Escola Bosque, podendo inclusive, provocar mudanças no contexto escolar,
tornando-o mais atualizado e dinâmico.
O acervo reúne aproximadamente 500 vídeos sobre questões relacionadas a
preservação ambiental, História, Geografia, Ciências, Artes, O Negro, A Mulher, Racismo, a
Ocupação do Solo Urbano e Rural, Saúde, Violência e outros.
Objetivos
Tendo como objetivo a utilização do vídeo como recurso didático e auxiliar do
professor no processo ensino-aprendizagem, a Videoteca é um espaço educativo para
complementar as atividades desenvolvidas em sala de aula. O trabalho da Videoteca, se
programado seletivamente, permite o desenvolvimento maior do potencial do educando, o
que aliás é o objetivo de todo educador.
No âmbito das artes, o espaço da videoteca servirá de divulgador da produção
cinematográfica nacional e estrangeira, visto que a "sétima arte" constitui a linguagem
artística visual mais completa e freqüentada de nossa época, constituindo importante fator de
desbloqueio ou bloqueio ideológico.
Outros Acervos
TV Escola
- Projeto Arte na Escola da Fundação Ioschp e a Universidade Federal do Pará., CEAL da
Prefeitura Municipal de Belém.
Metodologia
Firmará convênio com uma locadora, para subsidiar as sessões especiais como: Infantis,
Cinema Brasileiro, Festival Oscarito, Relembrando o Oscar, Festival Charles Chaplin,
Musicais e outros que acontecerá no auditório em dias alternados dependendo da
disponibilidade do referido espaço.
Apresentar vídeos educativos e produções cinematográficas;
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Atualizar a catalogação das fitas por temática;
Reproduzir as fitas que já estão gravadas para ampliação do acervo da videoteca;
Registrar as atividades realizadas nos diversos espaços da escola, para serem
posteriormente editadas em fita.
Empréstimo de acervo mediante preenchimento de um cadastro.
PROJETO: BIBLIOTECA
Projeto Organização e administração da Biblioteca
O projeto tem por finalidade estabelecer a política de serviços da Biblioteca da Escola
Bosque, da sua administração, atendimento e organização.
Nele é exposto a importância deste organismo de informação voltado para uma nova
visão do espaço, afastando a idéia apenas de guarda, empréstimo e consulta de livros, e indo
além destes serviços. A Biblioteca é vista então como um espaço educativo com variedades
de ações que devem ser efetivados a serviço de seu(s) usuário(s). É um espaço que se propõe
a informar e produzir informação, que são fatores de desenvolvimento que movem o mundo
com este trabalho, a Biblioteca objetiva proporcionar à comunidade escolar e profissional,
acesso as informações sobre Educação Ambiental e Formal, despertando em ambos a
construção do conhecimento da educação pela pesquisa, numa atitude dialógica. Assim
também, como propiciar aos alunos e demais usuários, um leque de atividades culturais que
estimule a construção e reconstrução do conhecimento cientifico, fomentando a iniciativa e
inovando o cotidiano educativo.
PROJETO: ESCRITÓRIO PILOTO DE ECOTURISMO
A iniciativa de implementar o Escritório Piloto de Ecoturismo, insere-se no contexto
de fortalecimento do processo de formação e aprimoramento técnico-científico dos estudantes
da Escola Bosque, aliada a busca de maior inserção na comunidade, ênfase nas ilhas de
Belém, a efetivação de parcerias com órgãos públicos, iniciativas privada e entidade da
Sociedade civil, articulação com a Rede Municipal de Ensino e ações integradas com a
Prefeitura Municipal de Belém.
A perspectiva é de que enquanto uma experiência piloto, o Ecoturismo possa
constituir-se num locus de diálogo e trocas permanentes com outras agências formadoras, a
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exemplo da U.F.Pa, CEFET, CESEP, SENAC, e outros, com os órgãos e instâncias oficiais
de turismo - Belemtur, Paratur e Conselho Municipal de Turismo, entidades da sociedade
civil e iniciativa privada.
Importante destacar que os objetivos, bem como as atividades a serem desenvolvidas
ora propostos, são resultantes das atividades curriculares desenvolvidas, das pesquisas de
campo como o Inventário da Oferta Turística e Pesquisa de Demanda na Ilha de Cotijuba, o
Inventário Ambiental e Cultural da Ilha de Mosqueiro, da participação em eventos, do
planejamento e condução de Trilhas Interpretativas nas ilhas de Jutuba, Mari-Mari e no
Parque Ambiental de Mosqueiro, da recepção de grupos de visitantes e de escolas na Escola
Bosque.
O Escritório Piloto de Ecoturismo objetiva contribuir para o processo de formação e
aprimoramento técnico-científico dos estudantes da Habilitação Técnico em Ecoturismo da
Escola Bosque; Busca o estabelecimento de parceiros com órgãos públicos, iniciativa privada
e entidades das sociedade civil; Promover ações integradas com a Rede Municipal de Ensino
e órgãos da PMB e valorizar o patrimônio natural e cultural das ilhas de Belém.
ECOTURISMO E CULTURA: A EXPERIÊNCIA DO AUTO DO CÍRIO DA ESCOLA
BOSQUE
Justificativa
A Prefeitura Municipal de Belém através da Fundação Centro de Referência em Educação
Ambiental Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira realiza pelo 6º ano consecutivo o
Projeto Auto do Círio – com o tema: “Nas Trilhas da Fé”, que propõe como forma de
exercitar e tornar próximo do aluno as manifestações culturais amazônidas, oportunizando o
preparo de sua clientela para a função turística do Círio, uma vez que está localizada numa
região onde a riqueza natural e cultural são os principais fatores para desencadear um
desenvolvimento econômico, alicerçado pelo turismo, em lugar, da exploração direta de seus
recursos naturais.
Nessa perspectiva, a Escola Bosque com sua prática voltada para a Educação Ambiental, vem
por meio do Escritório Piloto de Ecoturismo desenvolver neste projeto oficinas objetivando a
fabricação de produtos que fazem parte da quadra nazarena como a confecção de terços de
cerâmica e sementes, brinquedos populares entre outros, proporcionando assim o resgate e a
valorização do artesanato paraense; palestras com temáticas alusivas ao Círio de Nazaré, além
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da celebração da trasladação e do círio, sob forma de cortejo pelas trilhas da Escola Bosque
incluindo várias paradas nas quais são apresentadas diversas expressões culturais.
Nesse conjunto, buscar a integração da questão ambiental em harmonia com a pluralidade
cultural, aliada a fé emanada do povo, leva-nos a refletir, discutir e amadurecer a assertiva de
que a humanidade necessita abrandar seus sentimentos em prol do bem comum, convergindo
para um único destino: A Paz Mundial.
Objetivo
Proporcionar aos professores, alunos, funcionários da FUNBOSQUE, aos moradores da
Ilha de Caratateua, aos visitantes e turistas e a comunidade belenense, um maior contato com
as manifestações artístico-culturais paraense, como também mostrar a importância do Círio de
Nazaré para o fomento da atividade turística.
Metodologia
O Projeto Auto do Círio envolve a comunidade escolar, moradores da Ilha de Caratateua
e convidados de diversas instituições envolvidas com a preservação do patrimônio natural e
cultural, assim como o desenvolvimento regional, e outros órgãos, empresas voltadas para o
fomento da atividade turística no Estado do Pará.
Com o intuito de inicialmente realizarmos um planejamento participativo, o Escritório Piloto
de Ecoturismo – EPE tem como premissa básica, a definição de ações educativas que
contribuam para a soma de atividades direcionadas a realização do Auto do Círio, que inclui a
realização de diversas oficinas destacando-se: produção de textos e gravuras, as de brinquedos
populares; os de terços de cerâmica e sementes; arranjos com flores tropicais; expressões
corporais.....; palestras com temáticas referentes a história do Círio, como também a relação
do Círio de Nazaré com o turismo e a cultura popular além da trasladação e do Círio
Ecológico realizada sob forma de cortejo pelas trilhas da Escola Bosque, no qual são
apresentadas no percurso da romaria diversas performances que demonstram a visão poética e
artística protagonizada por professores, alunos, funcionários, comunidade local, e distintos
grupos culturais que retratam a magnitude da cultura regional amazônida.
Diagnóstico Participativo
Envolvimento e participação efetiva dos alunos de todos os segmentos da Escola Bosque
no cortejo da trasladação e do Círio Ecológico;
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Participação e envolvimento de professores, alunos funcionários da Escola Bosque,
membros da comunidade de Tucumaeira e Cotijuba na realização das oficinas;
Parcerias com diversas instituições do setor público e da iniciativa privada que apóiam a
realização do Projeto Auto do Círio.
Palestras E Oficinas
Palestra: “A História do Círio de Nazaré”
Palestra: “ O Círio de Nazaré e o Turismo”
Palestra: “O Círio de Nazaré e a Cultura Popular”
Oficina: Brinquedos Populares ( uso de material reciclado, garrafas pet, miriti....);
Oficina: Terços de Cerâmica e Sementes;
Oficina: Arranjos com Flores Tropicais;
Oficina: Dicção e Expressão Corporal.
Resultados Obtidos
Elaboração de painéis com produção de textos e gravuras feitos pelos alunos da educação
infantil até o ensino técnico profissional, incluindo os alunos do anexo da ilha de
Cotijuba;
Formação de agentes multiplicadores, na perspectiva de disseminar os condicionantes
culturais que identificam o resgate e a valorização da cultura paraense no Auto do Círio;
Sensibilização da comunidade escolar, acerca da relevância do Círio de Nazaré para o
fomento da atividade turística;
Valorização dos diversos grupos culturais que expressam a identidade cultural amazônida
e colaboram nas apresentações do Projeto Auto do Círio.
PROJETO: SALA DE LEITURA
Justificativa:
A leitura não se inicia somente quando entramos na escola; este processo se inicia na
família e no meio sócio-histórico, onde esta se insere.
O processo de leitura quando estimulado desde a infância propicia a formação de um
ser mais criativo e crítico que expõe idéias e compreende o mundo que o cerca. Assim sendo
observa-se que a sala de leitura tem muito a contribuir neste processo.
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Nesse sentido, todo investimento feito neste processo de estimulação será de suma
importância para a melhoria da qualidade de vida do indivíduo, conscientizando-o ao uso
racional dos recursos da natureza estabelecendo uma relação de respeito com meio o
ambiente.
Entendendo a sala de leitura como espaço privilegiado de construção do
conhecimento e da cidadania buscaremos desenvolver atividades que desenvolvam a
abordagem sócio-ambiental no e para além do espaço escolar.
A Escola Cabana propõe o desenvolvimento de ações pedagógicas capazes de
proporcionar aos alunos(as) uma educação integral voltada para a cidadania , para um
processo dinâmico de transformação do conhecimento, uma vez que a escola poderá
constituir-se num espaço-tempo de estímulo a reflexão, à troca de experiências, à leitura, ao
debate e à produção própria numa linguagem interdisciplinar.
Nessa perspectiva a sala de leitura é um espaço educativo que se destina `a construção
do conhecimento; visando um fazer pedagógico significativo e compartilhado
“ Mesmo numa época em que proliferam os recursos
audiovisuais e as “máquinas” ou “mecanismos” de ensinar...,
mesmo numa época em que a informática se impõe com todo o
seu poder econômico e processual, pode-se (re) afirmar: Nada
– equipamento algum – substitui a leitura” (RANGEL, 1995)
O conceito de leitura vem se aprimorando no cotidiano acadêmico e prático:
“ Vista num sentido amplo, independente do contexto escolar, e
para além do texto escrito, permite compreender e valorizar
melhor cada passo do aprendizado das coisas, cada
experiências” (MARTINS,1991)
“ Ler é saber que o sentido pode ser outro”
(ORLANDI,1988)
“Aprender a ler significa também aprender a ler o mundo, dar
sentido a ele e nós próprios”
(MARTINS, 1988)
Esta perspectiva para o ato de ler permite a descoberta de características comuns e
diferenças entre indivíduos, grupos sociais, as várias culturas, incentivando então a postura
crítica do leitor.
Podemos dizer então, que a leitura favorece a remoção de barreiras educacionais de
que tanto se fala concedendo oportunidades mais justas de educação principalmente através
da promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual.
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O trabalho interdisciplinar exige uma mudança de postura metodológica; e para
isto é preciso estarmos em constante estudo em busca de fundamentar cada vez mais nossa
prática pedagógica.
A partir de estudos e debates realizados no nosso cotidiano escolar compreendemos
que a Pedagogia de Projetos possibilita um trabalho mais contextualizado à realidade dos
alunos(as), o que se configura no dia a dia na qualificação do nosso fazer pedagógico.
Neste ano de 2002 o tema escolhido pelo coletivo da escola a ser trabalhado foi: “A
vida na Terra: o futuro depende de nós”; o referido tema será o eixo central de nossas
atividades na perspectiva de buscar uma interação com os projetos desenvolvidos pelos
professores(as) no cotidiano da sala de aula.
Objetivos:
Proporcionar uma maior interação com o mundo da leitura formal e informal;
Desenvolver o hábito e o gosto pela leitura;
Contribuir na formação da cidadania interativa com o meio sócio-ambiental;
Incentivar a criatividade e a ludicidade;
Desenvolver a criticidade, a sensibilidade e a auto-estima;
Contribuir para a superação das dificuldades dos alunos do P.P.A. (Plano Pedagógico de
apoio);
Propiciar maior interação entre o Projeto Sala de Leitura e as temáticas desenvolvidas nos
projetos das turmas a serem atendidas.
Plano de Ação:
Entendemos que a metodologia é um dos pilares para atingirmos nossos objetivos .
Neste sentido, faz-se necessário realizarmos um trabalho vinculado aos projetos
desenvolvidos nas salas de aula, procurando envolver os alunos(as) como partícipe do
processo da construção do conhecimento, apresentando as atividades de forma didática e
clara, trabalhando com seu imaginário e espírito crítico e criativo. Procurando, sempre,
sensibilizá-los para importância da Leitura nas nossas vidas.
A nossa proposta de ação se apresentará como uma fonte de contribuição e
interlocução dos projetos a serem desenvolvidos nas sala de aula pelos professores:
Educação Infantil, CBI e CBII - 1º semestre 2002
Subtema: A Ilha de Caratateua e suas diversidades
73
Inicialmente começaremos uma conversa informal e construção das regras de convivência
na sala de Leitura. Em seguida conversaremos sobre o projeto da referida turma e
apresentaremos nossa proposta de trabalho buscando o apoio desta para formatarmos e
desenvolvermos as atividades propostas
Educação Infantil:
As professoras das turmas de Educação Infantil definiram no planejamento 2002 que
trabalhariam com o Projeto: Cultura e Lazer na Ilha de Caratateua. Com o objetivo de
trabalhar fazendo interlocução com o projeto destas turmas a Sala de leitura propõe:
Trabalhar com contos e lendas regionais ( Boto, curupira, Açaí, Vitória Régia e Matinta
Perera). Onde faremos a apresentação, interpretação e dramatização das referidas lendas.
Tendo como culminância um livro com a coletânea dos melhores desenhos que retratam as
lendas trabalhadas.
CBI 2º ano CBI concluinte e CBII
Projeto: Brincando e aprendendo com as diversidades da Ilha de Caratateua.
Neste sentido propomos estar trabalhando com rimas poéticas, trava-línguas, histórias
relacionadas à temática e culminaremos nosso trabalho com a confecção coletiva de um livro
sobre as brincadeiras que eles(as) mais gostam.
CBI concluinte e CBII iniciante
Projeto: O processo de Colonização da Ilha de Caratateua. O trabalho será
desenvolvido com temática identidade utilizando alguns livros do nosso acervo: O menino
mais bonito do mundo; Diversidade; Eu nunca vou Crescer.
Após este trabalho inicial, pretendemos construir coletivamente um mapa de identidade
familiar das referidas turmas.
CBII iniciante e CBII concluínte
Projeto: Água . Começaremos nosso trabalho estudando a temática utilizando os seguintes
livros do nosso acervo: Para Que serve a Água; O Ciclo da Água; A nuvem; Sou o Pingo d”
Água.
Faremos também uma interpretação da música de Guilherme Arantes : Planeta Água.
A culminância deste trabalho será a construção coletiva de um livro com seguinte título: O
Passeio da Gotinha
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CII iniciante e CBII concluinte
Projeto: Turismo . Propomos estar trabalhando a produção textual a partir de cartões postais
de Belém e Outeiro e revista VER-O-PARÁ. Como culminância propomos fazer um livro
com coletânea dos melhores textos produzidos pelos alunos(as)
CBII iniciante
Projeto: Plantas Medicinais. Trabalharemos com produções textuais sobre a temática e
culminaremos com a construção coletiva de um atlas das Plantas medicinais estudadas pelos
alunos(as).
CBI
Projeto: Animais. Com esta turma, propomos trabalhar produções textuais sobre a temática a
partir de alguns livros de nosso acervo que abordam o referido tema e, em especial,
trabalharemos a metamorfose da Borboleta; seus aspectos psicológicos, a questão da
identidade..., a transformação de comportamentos ... fazendo a culminância com a construção
coletiva de um livro com o seguinte título: A história da Borboleta.
CBII
Projeto: Atividades Econômicas da Ilha de Caratateua. Neste sentido estaremos
trabalhando produções textuais sobre a temática que culminará com uma cartilha sobre o
assunto.
CBII
Projeto Ocupação da Ilha de Caratateua. Logo, trabalharemos textos a cerca da temática
que culminará com um álbum seriado sobre o assunto.
Anexos (ILHAS)
Projeto: A Ilha de (Cotijuba, Jutuba e Paquetá) e suas diversidades. Considerando a
dificuldade de deslocamento dos professores da Sala de Leitura para as referidas Ilhas
propomos duas atividades: 1ª - Álbum seriado com o conto “Uma História meio ao
contrário”/2ª – Árvore Ambiental
CBIII
75
Considerando que existe um número muito grande de turmas deste ciclo faremos opção de
trabalhar com duas turmas neste semestre e mais duas no próximo. Foi definido pelo coletivo
dos professores(as) deste ciclo juntamente a Coordenação Pedagógica que as turmas a serem
trabalhadas neste 1º semestre é a 504 e 604.
O projeto destas turmas é O processo de colonização da Ilha de Caratateua. Diante
desta temática trabalharemos produções textuais voltados para o tema assim como alguns
aspectos sócio-linguísticos observados na comunidade das referidas turmas.
A culminância do trabalho será a construção coletiva de uma revista de história em
quadrinho com a referida temática.
Vale ressaltar que o atendimento na sala de leitura será por turma, de 15 em 15 dias. Ou
seja semanas alternadas: a primeira e a terceira semana de cada mês estaremos com as
turmas e a Segunda e última semana de cada mês estaremos com os alunos(as) indicados pelo
P.P.A (Plano Pedagógico de Apoio)
PROJETO: BOM VERÃO LIXO NÃO
Justificativa
O acúmulo do lixo é um dos problemas mais sério em nossa sociedade desde o
surgimento das primeiras cidades a cerca de 10 mil anos atrás. Ao longo desse período, as
cidades cresceram significativamente , o que agravou o problema do lixo. As primeiras
cidades tinham entre 3 a 5 mil habitantes, enquanto hoje as cidades possuem até 20 milhões
de habitantes.
Com o advento da revolução Industrial, no século XIX ( por volta de 1840-1850 ), o tipo
de lixo produzido pelos centros urbanos foi modificado. A sociedade industrial passou a
produzir bens materiais inorgânicos e não biodegradáveis. Além disso, com o crescimento
populacional, o volume de lixo nas cidades aumentou. Na metade do século XX, com a
explosão populacional, o crescimento das cidades e o aumento do consumo, a produção de
lixo aumentou consideravelmente.
Todos nós produzimos lixo como resultado de nossas atividades ( restos de alimentos,
embalagens descartáveis, papel, etc). Sabemos que algumas pessoas produzem mais lixo do
que outras, mas no final todos nós somos responsáveis pelo lixo produzido. Cada pessoa em
Belém produz mais de um quilo de lixo por dia ( exatamente 1,3 kg) e como sabemos o lixo
urbano é um problema para a sociedade na medida em que ocupa espaços, prejudica o meio
ambiente e ocasiona doenças.
76
Todos os cidadãos podem contribuir com suas ações para a redução do lixo urbano. Ações
individuais podem, ao longo do tempo, influenciar as políticas públicas locais, estaduais e
federais.
Nesse contexto a Escola Bosque enquanto Centro de Referência em Educação ambiental,
oportunizou a efetivação do presente projeto que emergiu da necessidade de um trabalho na
perspectiva de uma ação inversa a lógica urbana do aumento da produção e mau
acondicionamento do lixo, que revela já fazer parte do cotidiano das Ilhas de Caratateua e
Cotijuba e que se agrava no período de veraneio, em virtude da grande procura destes
balneários por parte da população da região metropolitana de Belém e cidades circunvizinhas,
possibilitando a sensibilização da comunidade através do reconhecimento dos problemas e
conseqüências do tratamento incorreto para com o lixo produzido nas praias.
Objetivos
Sensibilizar a comunidade para os problemas sócio-ambientais das Ilhas;
Intervir na problemática ambiental na busca de uma sociedade sustentável;
Oportunizar práticas pedagógicas na educação formal e não formal;
Fomentar atitudes corretas em relação a produção e acondicionamento do lixo;
Divulgar formas de redução, reutilização e reciclagem do lixo produzido;
Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos que residem e freqüentam a orla de
Belém.
Metodologia
Teve como princípio a ação educativa e a participação de professores e alunos da Escola
Bosque na Ilha de Caratateua e do Anexo da Faveira na Ilha de Cotijuba, sendo desenvolvido
em etapas interdependentes.
1- Sensibilização
Conversa com os alunos sobre os prováveis problemas sócio-ambientais das ilhas e
possíveis forma de intervenção;
Conversa com os coletores de lixo que atuam nas praias das Ilhas de Caratateua e
cotijuba, visando a integração entre estes e os envolvidos no projeto.
2- Diagnóstico participativo
Pesquisa de campo desenvolvida por alunos e professores;
Reconhecimento da realidade local em suas múltiplas dimensões histórica, cultural e
sócio-econômica;
77
Mobilização de alunos, professores, coletores de lixo e comunidade, para discussão e
adequação das propostas na busca de soluções para os problemas detectados nas praias.
3- Intervenção
Palestra a comunidade: “Causas e conseqüências do acumulo de lixo nas praias”,
Distribuição de cartazes educativos para serem afixados em restaurantes, bares e
barracas da orla;
Sensibilização corpo a corpo e entrega de material informativo sobre o lixo;
Limpeza das praias e melhor acondicionamento do lixo produzido pelos veranistas;
Integração entre escola , comunidade e veranistas através de passeio ciclístico, corrida
ecológica, torneio esportivo, gincana e luau..
Resultados obtidos ( Em Anexo)
VI - AÇÕES COMPLEMENTARES
Produção do livro e da peça “ RAÍZES DA AMAZÔNIA”
A produção do livro e da peça teatral é o resultado do programa de cooperação entre a
Prefeitura Municipal de Belém e a Prefeitura de Pontassieve - Itália
SINOPSE
As vezes, o homem, movido pela ambição de ter se esquece do ser; quando procura o
bem material só provoca o mal; quando não pensa, não sente; quando não reflete, não sabe
que pode estar doente.
O homem ambicioso, na corrida pela riqueza acaba matando a natureza; na ânsia de
desmatar, se esquece de plantar e, se ele não preservar, pode não se curar.
“ Raízes da Amazônia “ procura mostrar a história de um homem ambicioso que só
pensava em si próprio mesmo que tivesse que destruir para construir suas riquezas. Ignorava
aos apelos da única filha que tanto amava a natureza. Um certo dia, seu destino e sua vida
mudaram totalmente. Perdido, na imensa floresta e doente, defrontou-se com as entidades
mitológicas e, na figura do índio, profundo conhecedor da flora amazônica tratou o homem
com plantas medicinais e o salvou das doenças que o atormentava e de sua ambição.
78
Ambientada na riqueza das figuras do Curupira, da sedução do Boto, da beleza da
Vitória-régia e da força do Uirapuru, além dos poderes do Pajé e das plantas medicinais e de
toda a floresta amazônica, encenamos “Raízes da Amazônia”.
I Seminário Sócio-Ambiental nas Ilhas de Caratateua e Cotijuba
O Projeto MEGAM, desenvolvido no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, sob a
coordenação da Professora Edna Castro, tem como objetivo compreender as transformações
ocorridas pela ação humana no Estuário Amazônico, prioriza abordagens no território da
Região Metropolitana de Belém, sendo que algumas de suas pesquisas se desenvolveram e
interagiram com atividades nas ilhas de Caratateua e Cotijuba.
Tendo a escola Bosque anexos na porção insular de Belém, local onde se desenvolvem
atividades de diversos órgãos de pesquisa e ensino, as quais resultam em produções e que,
socializadas com professores da rede municipal de ensino, poderão ser instrumentos no
processo de construção do conhecimento, a FUMBOSQUE o MEGAM o NAEA/UFPA
organizaram este seminário que teve como objetivo repertoriar os estudos feitos e intensificar
a interatividade sistemática entre pesquisadores e professores da rede municipal de ensino.
Plano Emergencial Pedagógico: Uma alternativa ao sucesso escolar.
O Plano Emergência Pedagógico –PEP. Surgiu a partir de discussões realizadas em
reunião pedagógica, no início do segundo semestre letivo, onde foram levantadas questões
referentes a aprendizagem de alguns educandos oriundos principalmente de CBI e CBII.
O plano foi desenvolvido pelos espaços e projetos da escola: Laboratório Pedagógico,
Laboratório de Informática, Sala de Leitura, Clube de Ciências e NULAC ( Núcleo de
Linguagem, Arte e Cultura) durante sete semanas.
Pensamos num trabalho pedagógico voltados para atender os interessados educandos, algo
que estimulasse o desejo de aprender. Nessas condições nos apoiamos em algumas lendas
Amazônicas como por exemplo: Curupira, Açaí, Vitória Régia, Boto e Matinta Perera.
As lendas se constituem, para muitos de nossos alunos em bagagem cultural própria de sua
realidade, uma vez que o místico da ilha de Caratateua, onde fica a escola é muito presente. O
próprio ambiente escolar possui aspectos que favorecem a relação com o cenária imaginário
de muitas lendas.
Outro condicionamento para a escolha do trabalho com lendas é que através delas os
educandos, além de sistematizarem conhecimentos acadêmicos, estariam valorizando e
79
resgatando aspectos de nossa cultura, uma vês que as lendas são narrações que apresentam
caráter maravilhoso, onde fatos históricos são reelaborados pela imaginação popular.
Objetivo
Envolver os projetos e espaços num mutirão pedagógico utilizando as lendas amazônicas
como importante fator de contribuição no processo ensino/aprendizagem dos alunos que
seriam atendidos pelo PEP, desenvolvendo a leitura, a escrita e o raciocínio lógico
matemático.
Metodologia
Iniciamos o projeto com uma conversa informal com todos os educandos envolvidos, no
sentido de esclarecermos o significado do PEP, a necessidade de estarem fazendo parte do
mesmo e a forma como o projeto estava organizado e a importância de algumas lendas,
envolvendo as várias áreas do conhecimento.
Feito isso os alunos foram distribuídos em grupos de 08 a 10 alunos, perfazendo um total
de 117 , atendidos em horário inverso ao da sala de aula. Esses grupos foram denominados de
Água, Fogo, Terra, Ar, Luz e Sol, acompanhados pelos professores para os respectivos
espaços pedagógicos.
Laboratório de Informática Educativa
Desenvolveu suas atividades a partir de lenda amazônica “O Curupira” . Inicialmente era
feita a leitura da lenda, posteriormente o aluno descrevia oralmente o que havia entendido
sobre a lenda, o texto produzido oralmente ia para o computador para ser estruturado na
linguagem escrita e receber os desenhos sobre a história. Ainda no computador, exploramos o
software “Cidade da Matemática”, onde trabalhamos a interpretação e a resolução de
problemas matemáticos.
Laboratório Pedagógico
O trabalho iniciou com uma conversa informal sobre a “Lenda do Açaí”, onde cada aluno
falou o que sabia sobre o assunto, em seguida reconstruíram a lenda através de textos
ilustrativos. Exploramos o açaí como alimento, seu valor nutritivo e protéico bem como a
cultura alimentar do povo paraense, quando foi elaborado o texto “Como eu gosto do açaí” .
Após o entendimento sobre a lenda, os alunos refletiram sobre os impactos ambientais
provocados pela retirada dos açaizais. Após essas considerações, os alunos elaboraram um
80
texto sobre a importância dos açaizeiros para o homem e sua vida na terra. O conhecimento
lógico matemático foi trabalhado de forma contextualizada.
Brinquedoteca
Inicialmente oportunizamos aos alunos explorarem o espaço de forma bem descontraída,
para sua satisfação pessoal de prazer e alegria, satisfazendo a necessidade primeira do ser
humano, que é a felicidade. Em seguida apresentamos a lenda a ser trabalhada “Lenda da
Mandioca”, levando em consideração os conhecimentos prévios trazidos pelos alunos.
Enfatizamos a importância que a mandioca exerce na alimentação em nossa região. Após
isso, os alunos recriaram o texto, oralmente, na forma de desenho, bem como na produção
textual.
Clube de Ciências
Iniciamos as atividades explorando o espaço Biologia, com visitas monitoradas, por ser
este bastante estimulante para a prendizagem dos alunos. Em seguida, fizemos um breve
diálogo, e atividades com bingos dos invertebrados, treino ortográfico, etc. Após esse
primeiro momento apresentamos a “Lenda da Vitória-Régia”, quando foram feitas leituras e
interpretações orais, assim como pesquisa das palavras desconhecidas no dicionário., após o
que, cada aluno recriou o texto a partir de seu entendimento. Fizemos ainda, a abordagem de
problemas matemáticos a partir da lenda.
Sala de Leitura
Desenvolvemos nosso trabalho a partir da “Lenda da Matinta Perera”com a qual
introduzimos atividades condizentes com as dificuldades dos alunos. A partir daí realizamos
atividades votadas para a linguagem oral e escrita, imaginação e fantasia, atividades de
concentração e raciocínio lógico individual e coletivo, atividades de recortes e colagens de
jornais e revistas. A ludicidade também foi valorizada como meio de amenizar a “falta de
interesse” presente em alguns alunos.
Curso Militância Sócio Ambiental
Justificativa:
O Centro de referencia em Educação Ambiental Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira ao
longo de sua existência ,tornou-se não somente um centro de referencia em Educação Ambiental para
81
a rede municipal de ensino ,como para além da fronteira do município de Belém ,Estado do Pará e até
do Brasil , comprovado através de conquista de vários projetos premiados nacionalmente.
Nesse cenário ,o presente projeto “Militância Socio-Ambiental’ surgiu com a
necessidade de instrumentalizar nossos alunos e comunidade a maior qualificação do
“Exercício da Cidadania Ecológica” além de contribuir para participarem de eventos
locais ,nacionais e, porque não internacionais como foi a “Rio + 10” que na época foi nosso
tema gerador do projeto, onde alguns de nossos alunos foram selecionados a participarem
dessa conferência.
Nessa perspectiva o curso de Militância socio-ambiental tem como justificativa
principal a formação socio-ambiental e política (“ética ecológica”), envolvendo não só alunos
da Escola Bosque mas toda a comunidade da ilha de Caratateua e adjacentes, utilizando uma
pedagogia crítica e ambientalista onde os educandos possam ter a competência de saber
relacionar os elementos e conceitos sócio, históricos, ambientais e políticos transmitidos e
construídos na relação processo ensino-aprendizagem, com seu cotidiano. Potencializando e
qualificando esse educando ao “exercício da cidadania ecológica” , tendo a compreensão do
desenvolvimento do Sistema Capitalismo Moderno ou sem fronteiras( processo de
Globalização) tipicamente contraditório em seus vários aspectos.
Diante dessa realidade descrita, nós professores da Escola Bosque propomos o
projeto Militância Sócio-ambiental para contribuir positivamente no avanço da consciência
crítica e sensibilização diante as questões da Educação Ambiental da população de nossa
comunidade, além de atender os encaminhamentos de suas lutas com maior qualificação e
obterem melhores resultados.
Objetivos:
O fazer pedagógico da Escola Bosque em consonância com os princípios da Escola
Cabano prioriza o estudo da realidade da ilha de Caratateua e adjacentes no processo de ensino-
aprendizagem. Nesse sentido a escola tem efetuado estudos relevantes a respeito da organização social
da ilha, e seus efeitos em situações práticas de seu cotidiano, como por exemplo a relação da
sociedade organizada da ilha com várias esferas de poder. Nessa perspectiva o projeto Militância
Sócio-ambiental tem como objetivos gerais :
Proporcionar oportunidades de socialização dos conhecimentos produzidos na Escola Bosque.
Integra de forma definitiva a Escola com a comunidade das ilhas através de práticas pedagógicas
de ensino, pesquisa e extensão.
Oportunizar a comunidade à comunidade escolar e sociedade civil organizada, eventos diversos
direcionado a uma militância política objetivando conquistas sociais mais urgentes, assim como a
82
formação de cidadãos com uma visão crítica global, contribuindo assim no processo de construção
de uma sociedade sustentável dentro do conceito de “ecocidadania”.
Buscar parcerias com organizações governamentais e não governamentais para o desenvolvimento
de eventos, caracterizando assim um projeto de extensão.
Objetivos Específicos :
Cursos de capacitação dos alunos para participarem de eventos de abrangência local, nacional e
internacional, como foi o caso da “Rio+10”.
Curso de formação de agentes ambientais, capacitando nossos alunos à participarem do projeto
“Bom Verão, Lixo não, desenvolvido pela escola durante o período de férias nas praias de
Caratateua e Cotijuba.
Cursos de capacitação dos representantes de turmas da Escola objetivando o processo de eleição
do Conselho Escolar.
Metodologia :
Os cursos são realizados na própria escola, com duração mínima de 80 horas, efetuadas através de
blocos com temas específicos.
Seminários com duração mínima de 8 horas realizadas tanto por professos da Escola Bosque,
como convidados de outras instituições governamentais ou não governamentais.
Oficinas envolvendo alunos da escola, comunidade monitorados por professores da escola e
lideres comunitários.
NAP - NÚCLEO DE ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO
Justificativa :
O NAP atua de forma interdisciplinar buscando atender os objetivos propostos, atendendo e orientando os alunos da escola, assim como suas famílias.
Objetivos :
Acompanhar de forma sistemática a aprendizagem dos alunos nos vários aspectos que envolvem o sujeito no processo do conhecimento, tais como: Cognitivo, Social, Afetivo e Comportamental.
Proporcionar momentos de reflexão, auto conhecimento e acompanhamento, dos(as) alunos(as) para melhor relação com a escola e a inclusão deste neste espaço.
Acompanhar os adolescentes e as crianças., buscando orienta-los para que possam superar as fases conflituosas, inerentes ao desenvolvimento humano.
Metodologia :
83
Através de oficinas, dinâmica de grupos, mini-cursos, participação em reuniões, palestras e
atendimentos individuais e em grupo os nossos alunos; Além de visitas domiciliares às famílias de
nossos alunos.
I Caminhada Ecológica Pela Paz
A I Caminhada Ecológica pela Paz, coordenada pela Escola Bosque, encerrou a
programação da Semana do Meio Ambiente promovida por vário órgãos da Prefeitura
Municipal de Belém. O evento aconteceu numa segunda –feira, por uma razão preocupante
para toda a comunidade da Ilha, pois neste dia a violência sempre aumenta em Outeiro, em
virtude das aparelhagens de som que se instalam na localidade para promover festas públicas.
O evento teve a participação de aproximadamente mil alunos, além dos alunos da escola
Bosque tivemos a participação das Escolas Municipais Monsenhor Azevedo do bairro de
Itaiteua e Helder Fialho do bairro da Brasília e das Escolas Estaduais do Outeiro do bairro de
São João do Outeiro e Geni do Bairro de Água Boa.
PRÊMIOS RECEBIDOS
1999 - Projeto Açaí . Prêmio de incentivo ao ensino Fundamental – Mec e Fundação
BUNGE.
200 – Projeto Ilha de Caratateua : um estudo sócio-ambiental .
2001 – Projeto A questão do lazer na Ilha de Caratateua.
PARCERIAS
SESAN – Projeto Biorremediação do aterro Sanitário do Aura.
SEMMA: PDAVE – Plano Diretor de Arborização (áreas verdes) com estágio
remunerados para alunos do ensino profissionalizante.
EIDAI – Estágio remunerado para alunos do ensino técnico profissionalizante.
MPEG – Capacitação de professores.
NAEA/MEGAM – Pesquisa Sócio-Ambiental na ilha de Caratateua.
PREFEITURA DE PONTASIEVE E PMB – Produção de livro e peça sobre a cultura
Amazônica.
84
BIBLIOGRAFIA
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olhar que resignifique a Educação Municipal de Belém. Documento do I Fórum
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SECRETARIA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Em busca da Unidade
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WEBER, Max. Conceitos Básicos de Sociologia. São Paulo – SP: Moraes Ltda, 1989.
87
A N E X O S
88
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
REDES DE CONHECIMENTOS
Á
R
E
A
S
D
O
1 2 2 3 4 5 6 7 8
Conhecimento
Da
Linguagem
e Expressão
Português 4 4 4 4
Ling. Estrang. 2 2 2 2
Arte
Educação
2 2 2 2
Ed. Física 2 2 2 2
Conhecimento Ciências 3 3 3 3
89
C
O
N
H
E
C
I
M
E
N
T
O
Do
Mundo Fisico-
Natural
Matemática 4 4 4 4
Conhecimentos
Históricos
Geograficos,
Político e
Social
História 3 3 3 3
Geografia 3 3 3 3
Complemento
Curricular
Informática
Educativa 2 2 2 2
TOTAL 25 25 25 25
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL
90
Área com dimensão interdisciplinar CBI CBII CBIII CBIV
Linguagem
Língua Portuguesa
Língua Estrangeira Moderna
Educação Física
Educação Artística
X
-
-
-
X
-
-
-
4
2
2
2
4
2
2
2
Ciências
da
Natureza Ciências
Matemática
X
X
X
X
3
4
3
4
Ciências
Da
Sociedade
Estudos sociais
História
Geografia
Cultura Religiosa
X
-
-
-
X
-
-
-
-
3
3
1
-
3
3
1
Complemento
Curricular Informática Educativa X X X X
Carga Horária Semanal 20 20 24 24
Carga horária Anual 800 800 880 880
91
92