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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM FUNDAÇÃO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL ESCOLA BOSQUE PROFESSOR EIDORFE MOREIRA

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM

FUNDAÇÃO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ESCOLA BOSQUE PROFESSOR EIDORFE MOREIRA

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM

FUNDAÇÃO CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ESCOLA BOSQUE PROFESSOR EIDORFE MOREIRA

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UMA AÇÃO COLETIVA

Equipe Coordenadora:

Ana Wilma Cordeiro da Luz

Cilene Maria Valente da Silva

Kátia do Socorro S. Homobono

Maria do Socorro Pereira Lima

Maria de Fátima Costa e Silva

Maria do Socorro Monteiro Cabral

Sônia Maria dos Anjos Mendes

Outeiro-Belém-Pa

1999

SUMÁRIO

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I. JUSTIFICATIVA

II. OBJETIVOS

III. CONTEXTUALIZANDO A ESCOLA BOSQUE

Origem e Denominação

Localização e Entorno

Arquitetura

IV. O FAZER PEDAGÓGICO NO COTIDIANO DA ESCOLA BOSQUE

Uma concepção de Educação Ambiental

Revendo a concepção de Educação Infantil

Ensino Fundamental: Em busca de uma escola inclusiva

Ensino Médio Profissionalizante: Uma Experiência em Construção

Redes de Conhecimentos: Uma Proposta em Construção para a Educação de

Jovem e Adultos

V. PROJETOS E ESPAÇOS ALTERNATIVOS

Laboratório de Informática

Sala de Leitura

Projeto Herbário

Coleção Zoológica

Educação Nutricional

Plantas Medicinais

Horta

Viveiro de mudas

Escritório Piloto de Ecoturismo

Núcleo de Linguagem arte e cultura – NULAC

Laboratório Pedagógico

Videoteca

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Biblioteca

Brinquedoteca

BIBLIOGRAFIA

Anexos

INTRODUÇÃO

As novas exigências da cidadania que é identificada por avançar idéias da educação

científica dos modelos prontos, ressalta a necessidade de um novo cenário para a educação,

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através da reflexão coletiva na construção do Projeto-Político Pedagógico. Compreendê-lo é o

passo inicial para efetivá-lo.

“A construção do Projeto Pedagógico pelo coletivo, objetiva a

democratização do ensino, cujo núcleo é a democratização do

saber que passa agora a se diferenciar da democratização das

relações internas, sem no entanto se desvincular delas”

(Pimenta apud Silva [s/d])

Observa-se, portanto, a importância da democratização do ensino e essa concepção,

para permear no convívio educacional só será possível através da integração das idéias que

outrora eram fragmentadas.

A construção do Projeto Político Pedagógico implicará a explicitação da filosofia que

a escola vai expressar com esse novo perfil, pois deve-se verificar o que está contido no

Regimento Escolar, enquanto crença filosófica que poderá contribuir na construção de tão

almejado projeto.

A reflexão crítica do grupo participante na efetivação do Projeto Político Pedagógico,

deverá acontecer permanentemente a reflexão acerca do currículo e outros componentes do

fazer escolar.

Na certeza de que a essência da escola é a realização do seu próprio Projeto Político

Pedagógico, ressalta-se que esse propósito estará sempre em elaboração, tendo em vista que

ele poderá ter vários pontos de partida mas não existirá um ponto final, isto é, a escola deverá

ter consciência do que pretende, do que há, do que precisa, de onde vai partir e para onde

quer ir. Inclui também nessa efetivação do projeto, os conceitos que se tem de educação, de

escola, de ensino, de pessoa, de sociedade, etc. Isso significa a necessidade de fundamentos

teóricos a respeito do que se vai pôr em prática, partindo da concepção de que escola é

instituição que precisa se organizar através de um trabalho voltado para pessoas que vão

construir conhecimentos.

I. JUSTIFICATIVA

Entendemos hoje a escola como uma instância de luta para transformação social.

Assim, é concebida como lugar que reflete as contradições da sociedade na qual ela está

inserida, logo, nela estão presentes os processos sociais contraditórios de reprodução e

transformação. Nesse contexto, ela sofre também múltiplas determinações: tanto contém o

que há de conservador na sociedade, quanto os germens da transformação social. Desse

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modo, a escola está envolvida nos jogos das contradições e, por isso, deve ser um espaço de

ação na luta por uma sociedade mais justa.

No entanto, nada na história e na sociedade é feita repentinamente, e a transformação

tão almejada não é construída somente na escola, mas num movimento recíproco: escola –

sociedade / sociedade – escola e, em uma instância educacional, a direção determinante será

do social para a escola. Desse modo, nem a sociedade, nem a escola são neutras.

Querendo ou não a ação educativa em geral, a escola em particular, estão

comprometidas com determinada perspectiva filosófico-política. Se a escola e a sociedade

não têm clara essa concepção filosófica pautada na visão de homem, mundo e sociedade, a

ação educativa tende a esvaziar-se e apoiar-se no senso comum, que muitas vezes perpassa a

ideologia dominante. Ou seja, uma ideologia respaldada pelo autoritarismo, descompromisso,

alienação, divisão de classe, etc.

Historicamente foi essa a trajetória educacional dessa sociedade, tendo como resultado

indivíduos inquestionáveis, alienantes e alienados, acríticos e desprovidos de qualquer noção

criativa. Em função desse resultado é que pesquisadores, professores e estudiosos da área

educacional têm tido atualmente como objeto de estudo o Projeto Político-Pedagógico, tanto

no âmbito nacional, estadual como municipal, em busca da melhoria de ensino.

É comum ouvirmos falar sobre a necessidade do Projeto Político-Pedagógico, não

somente no contexto educacional macro, mas principalmente no escolar. Daí surgirem os

questionamentos do que venha a ser o Projeto Político-Pedagógico.

É certo, que para alguns a resposta a tal questionamento está clara, entretanto, para a

maioria, ainda se faz presente a importância de sua definição como marco que norteará a

ação pedagógica de todos que fazem a escola, de acordo com suas necessidades.

Mas afinal, o que é o Projeto Político-Pedagógico? No sentido etimológico, o termo

projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projicere que significa lançar para

diante, plano, intento, desígnio. Empresa, empreendimento, redação provisória de lei. Plano

geral de identificações (Ferreira, 1995: 144).

Projeto Político-Pedagógico logo, é a projeção dos fins da educação, dos objetivos a

serem atingidos, dos caminhos a serem percorridos, dos meios a serem adotados.

Desse modo torna-se claro a necessidade de uma nova postura, no sentido de reverter

a equivocada função que a escola vem efetivando. Partindo do entendimento do que seja o

pensar e o agir do Projeto Político-Pedagógico para a instituição educativa possa tornar-se

agente de mudanças, que objetive a transformação social.

Nessa premissa, vê-se que a escola tem a necessidade de construir um projeto que

tenha sempre em seu bojo a vinculação estreita com a realidade, com o contexto social mais

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amplo, exigindo portanto, um compromisso com a prática educativa e que assim construa

cidadãos conscientes, críticos e participativos, capazes de questionar os seus direitos com

conhecimento de causa e assim conquistar seu espaço na sociedade.

Assim sendo, o Projeto Político-Pedagógico contempla um duplo objetivo. Segundo

Marx, “os homens são produtos das circunstâncias sociais e da educação e, portanto, os novos

homens são produtos de circunstâncias distintas e de uma educação distinta. Mas não se deve

esquecer que as circunstâncias são mudadas precisamente pelos homens e que o próprio

educador precisa ser educado”. Portanto, só haverá mudanças na estrutura social se houver

formação de um novo homem para atuar nesta sociedade. Entretanto, essa estrutura social só

irá mudar se houver a formação desse novo homem.

O projeto é educacional e também político porque de alguma forma tem que

impulsionar a concretização do projeto histórico nacional, já que os educadores têm que

tomar consciência de que seu trabalho é uma das formas de politização mais efetiva. Essa

conscientização não é e nem pode ser fruto do espontaneísmo ou do voluntarismo, mas

conseqüência da organização e participação política como pré-requisitos, tanto da elaboração

como da execução de um projeto alternativo.

Compreende-se que na construção do Projeto Político-Pedagógico, o educador deve

ter consciência do que pretende, do que há, do que precisa, de onde vai partir e para onde

quer ir. Deve-se, contudo, principiar definindo o tipo de homem que interessa educar e o tipo

de sociedade que se quer promover.

O objetivo prioritário do Projeto Político-Pedagógico é o homem, até porque o homem é

projeto, significando essencialmente um ser inacabado em sua plena realização “o homem,

cada homem e qualquer homem, pode ser e será criador de sua própria história e não mais

objeto da história de algum outro” (Garaudy, 1977 : 36)

É o homem e seu pleno desenvolvimento como ser transcendente que deve ocupar todo

o horizonte de nossas preocupações.

A concepção de homem que permeia o projeto educativo deve considerar todas as

dimensões e as potencialidades do ser e assentar-se em suas possibilidades reais e na

compreensão de sua situação específica no mundo. Portanto, temos que projetar a imagem do

homem que buscamos necessariamente, através dos traços e contradições do presente,

somamos aos que permitam vislumbrar esse caminho até a sociedade do futuro. É no presente

– que nos amarra fortemente à realidade – e no futuro – que nos impulsiona a superar os

paradoxos do presente – que se encerra a popularidade que nos obriga à conquista de “um

homem cada vez mais homem” e de “uma vida mais humana”.

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Na construção do novo Projeto Político-Pedagógico implica explicitar a filosofia que a

escola vai expressar nesse novo perfil de homem tomando como ponto de partida a proposta

original da Escola Bosque enquanto linha filosófica que poderá contribuir nessa almejada

construção.

Deste modo, esta linha procura desenvolver na Escola Bosque um trabalho que alia

currículo mínimo obrigatório a currículos específicos que abarcam a questão ambiental,

questão esta, prioritária de nosso tempo uma vez que a educação ambiental visa destacar “que

o indivíduo torna-se consciente de sua condição humana, ao estabelecer relação com os outros

seres humanos e com o meio ambiente onde está inserido. É relacionando-se com o

semelhante e com a natureza que esse indivíduo objetiva-se em essência enquanto ser

histórico e social, produtivo, criador, que transforma a si próprio e ao mundo”. (Ponte, 1994 :

12)

Neste contexto a educação ambiental permeará todo o trabalho pedagógico e de pesquisa

buscando as inter-relações entre o ambiente natural , social e cultural, objetivando envolver

crianças, jovens e adultos, que terão deste modo, condições e responsabilidades em pensar,

discutir e agir a favor da melhoria do ambiente em que vivem.

Assim sendo, esta linha de trabalho chama a atenção para que possamos perceber que a

ameaça à natureza e à miséria são decorrentes da crise de percepção humana, que nos tem

levado a um olhar inadequado do mundo. Neste enfoque, temos que adquirir um novo olhar,

baseado na cientificidade e na sistematicidade que nos mostra os sistemas vivos integrados,

desde a menor bactéria até a sociedade, e sobre esta nova ótica obviamente estamos

integrados.

É propósito desta linha de trabalho também, fazer refletir sobre nosso papel como

integrante deste sistema. O que estamos fazendo para o progresso que ora vivenciamos

chegue até nós de forma menos desastrosa? O que fazer para minimizar a crise ecológica que

vivemos no planeta terra?

Sabemos que o que se observa ao longo da história é que em nome do progresso, da

ciência e do desenvolvimento notamos a instauração de imensas zonas de miséria, fome,

destruição ambiental, desemprego, marginalidade opressiva, ociosidade, solidão, angustia,

exclusão social, etc.

Logo é preciso que se diga que não haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser

em escala planetária e com a condição de que se opere uma autêntica revolução política,

social e cultural reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais, o que

resume em um novo conceito de crescimento econômico, contrariando o atual que tem como

finalidade do trabalho social regulada de maneira unívoca por uma economia baseada no

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lucro e em relações de poder nem sempre democráticos, levando assim a dramáticos impasses

como a que pesa sobre o Terceiro Mundo conduzindo a algumas de suas regiões a uma

pauperização absoluta e de certa forma irreversível.

OBJETIVOS

Construir uma gestão democrática com vistas a conferir à escola a importância estratégica

que lhe é devida como espaço legítimo das ações educativas e como agente de prestação

de serviços educacionais de boa qualidade, consolidada na implantação de seu Projeto

Político-Pedagógico;

Conhecer melhor a realidade da Escola Bosque de modo a construir uma gestão

democrática conferindo a mesma a importância estratégica que lhe é devida como Centro

de Referência em Educação Ambiental, cujo marco norteador do processo educativo,

visando a melhoria da qualidade de vida de sua clientela nos diversos níveis de ensino;

Encaminhar um processo de diagnose com a comunidade intra e extra escolar através de

pesquisas sócio-antropológicas;

Construir e ampliar ações que possibilitem a participação de todos os segmentos da

Comunidade escolar;

Garantir que a Educação Ambiental seja o fio condutor do processo educativo;

Fortalecer o Conselho Escolar enquanto mecanismo de viabilização da gestão

democrática;

Dinamizar o Conselho de Ciclo como elemento integrador da ação pedagógica entre

técnicos, professores, pais e alunos visando o aperfeiçoamento do processo educativo de

modo participativo e qualitativo.

III. CONTEXTUALIZANDO A ESCOLA BOSQUE

Origem e Denominação:

A Escola Bosque assim inicialmente designada, pelos primeiros que a conceberam

possível, os membros do CONSILHA (Conselho de representantes da Ilha de Caratateua) o

qual surgiu em 1991 como uma nova expressão de luta popular, uma vez que este nasceu da

necessidade de fortalecer a luta popular pela melhoria da qualidade de vida dos moradores da

ilha. Quando o CONSILHA se estabeleceu oficialmente em 06/01/91 estavam presentes

diversos representantes do movimento popular organizado da Ilha, entre os quais podemos

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citar o Sociólogo Mariano Klautau que muito contribuiu com a efetivação do Projeto. Luta

essa que foi encampada por outros membros do CONSILHA como a Arquiteta Dula de Lima,

a qual idealizou o projeto arquitetônico compatível com a região. Era preciso contribuir

respeitando a fauna e a flora nativa dos 120.000 m² onde hoje é a Escola Bosque.

O Centro de Referência em Educação Ambiental – Escola Bosque Professor Eidorfe

Moreira, instituído pela Lei Municipal Nº 7.747 de 02 de janeiro de 1995, reordenada pelas

Leis Delegadas nº 002 de 20 de novembro de 1995 e Nº 003 de 28 de dezembro de 1995,

criado pelo Decreto Municipal Nº 2883/96 de 13 de junho de 1996, com sede neste

município, na rua Nossa Senhora da Conceição, s/n, Distrito de Outeiro – Ilha de Caratateua,

é uma Fundação de direito público, sem fins lucrativos, com prazo de duração indeterminado,

vinculada ao Gabinete do Prefeito.

É relevante antes de prosseguirmos, saber quem foi o homem que deu nome a Escola. Um

homem do qual ele mesmo afirmava ter “Tendências Solitárias”, temperamento retraído,

esquivando-se sempre de todas as homenagens que lhe quiseram prestar, bem como à

participação em instituições culturais científicas ou literárias. O filósofo da geografia, que tão

bem estudou e conceituou a Amazônia dedicando especial atenção à Belém, sem esquecer de

sua parte insular, o qual se chamou Eidorfe Moreira.

Eidorfe Moreira (morreu em 2 de janeiro de 1899 aos 77 anos de idade), professor,

geógrafo, filósofo e escritor, debruçou-se especificamente sobre a região amazônica, mas

produziu ainda obras de cunho geográfico-literário e sobre a história cultural do Pará, como

bem fala o professor e filósofo Dr. Benedito Nunes – em nota crítica escrita para a edição de

suas obras reunidas:

“Eidorfe Moreira considerou o que há de mais

específico nessa ciência (a Geografia) e, sem recorrer a

elementos que lhe sejam estranhos, distendeu até suas extremas

possibilidades o ponto de vista geográfico. Esse ponto de vista

que permite um contato em extensão e profundidade tanto com

a extensão exterior quanto com a realidade humana, torna-se

uma posição problemática que força o pensamento a iniciar a

sua trajetória filosófica, no intuito de interpretar a vida

tomando por base a amplitude cósmica do universo, onde o

homem está em constante diálogo com a natureza”.

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Eidorfe Moreira foi o mais Paraense dos Paraibanos que aqui viveram e razões não

faltam para essa justa homenagem.

Esta Escola objetiva desenvolver atividades educativas que preparem indivíduos para

conviver de maneira propositiva dentro do contexto em que vivemos, reconhecendo que é

necessária a formação de cidadãos que tenham por objetivo fundamental a compatibilização

entre desenvolvimento e respeito ao meio ambiente, tendo o homem como mediador dessa

relação. Neste sentido, isso se inicia na Escola Bosque, no âmbito da Educação Básica –

compreendendo-se Ensino Infantil, Fundamental e Médio – tendo ainda a opção de Técnico

Profissionalizante em Meio Ambiente com habilitação em Ecoturismo, Fauna e Flora (cuja

instalação dos cursos foi imprescindível para preencher lacuna existente no Sistema Formal

de Ensino da Região Norte, devendo preparar jovens para o bom gerenciamento dos bens

naturais da Amazônia, tão carente de pessoas especializadas – técnicos – para lidar com a sua

fauna, flora e meio físico) tendo como apoio para essa realização: laboratórios, biblioteca,

auditório, espaço para exposições e área de plantio. A escola é principalmente, um espaço

aberto à população.

A Escola Bosque como Centro de Referência em Educação Ambiental, também se

dedica à Educação não Formal buscando fornecer subsídios à pesquisa e atuando em

programas especialmente voltados à demanda comunitária.

Localização e Entorno:

A Escola Bosque localiza-se na Ilha de Caratateua, à 35 Km do centro urbano do

município de Belém, à rua Nossa Senhora da Conceição, s/nº, bairro de São João do Outeiro.

A Ilha de Caratateua, possuí uma área total de 31.449.074.467 m², sendo

11.934.297.051 m² de área urbana e 19.514.777.416 m² de área rural, distante 20 Km de

Belém ao Norte do Centro Urbano de Belém, possui uma área de 3.226.66 hª, com acesso

pela Rodovia Augusto Montenegro, situando-se a área estudada, entre os paralelos de 01º 13’

e 01º e 17’, entre os meridianos de 48º 25’ e 48º 30’. É separada da sede do Distrito de

Icoaraci a sudoeste, e da Ilha de Mutum, a sudeste pelo Furo do Rio Maguari, da Baía de

Santo Antônio, e da Ilha de Mosqueiro, a noroeste do município.

O Distrito Administrativo de Outeiro teve seu início na história, quando várias de

suas áreas serviram de cemitérios para os índios nos tempo antes da fundação de Belém

(especialmente no bairro que hoje chama-se Itaiteua)

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A ilha era chamada por eles de Caratateua, que no dialeto Tupi-guarani, quer dizer,

“lugar das grandes batatas”). Os Portugueses batizaram de Outeiro, que para eles quer dizer

“pequenos morros”.

Em abril de 1731, o Governador da Província do Grão-Pará, Capitão Geral Alexandre

de Souza Freire, concedeu Outeiro à terceiros (através da carta das sesmarias, que oficializava

a doação de terras a particulares, objetivando sua ocupação).

A segunda fase da colonização de Outeiro deu-se no ano de 1893, quando foi criada a

colônia de Outeiro (Núcleo Modelo de Colonização), uma segunda hospedaria em Outeiro foi

implantada na antiga colônia agrícola, onde funcionava as dependências do Centro de

Formação e Aperfeiçoamento de Praças – CFAP, que recebeu em 14 de abril de 1893, 14

famílias Italianas, que deram o pontapé definitivo na colonização de Outeiro.

Até meados de 1990, Outeiro era subordinada ao Distrito de Icoaraci. No ano de 1994

aos 12 de janeiro, foi decretado pelo prefeito Hélio Gueiros a criação das 8 (oito)

Administrações Regionais de Belém, assim Outeiro passaria a ser Distrito e teria sua própria

autonomia (inclusive foi criado o plano diretor das ilhas de Outeiro e Mosqueiro) O intuito só

passou a vigorar à partir da gestão do Prefeito Edmilson Rodrigues em 1997, que oficializou

a de Belém em 08 distritos.

Observando a forma geográfica da Ilha de Caratateua, onde se localiza a Escola

Bosque, a mesma pode ser comparada a uma taça, com maior largura de 10 km voltada para a

Baía de Santo Antônio e a menor de 6 km ladeada pelo Furo do Maguari, que a liga com a

Baía de Guajará, fazendo parte do contexto insular de Belém.

A referida ilha é mais conhecida como Outeiro, cuja denominação é usada por

geomorfólogos para descrever os aspectos geográficos e as pequenas elevações que a ilha

possui.

A Lei nº 7806, de julho de 1996, dispõe apenas sobre a existência de quatro bairros na

ilha: bairro da Brasília, de São João do Outeiro, do Itaiteua e da Água Boa. Entretanto,

existem também os bairros do Fidélis, do Fama e do Tucumaeira. O bairro mais antigo é o de

Itaiteua onde se originou a concentração populacional na ilha. Composta de sete praias: do

Amor, do Outeiro (do Barro Branco, dos Artistas e Praia Grande), da Brasília e do Redentor,

a Ilha de Caratateua se constitui numa alternativa de lazer à população de Belém.

Com a construção da ponte Enéas Pinheiro, que liga Belém a Outeiro, a ilha sofreu

um processo de ocupação intensa, facilitando o acesso da população aos balneários existente

na ilha, chegando a registrar taxa de crescimento de 13,15%, conforme dados do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE , senso de 1993

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Caratateua sofreu um processo de ocupação sem precedentes, pois em 1991, o número

de habitantes correspondia a 7.682; em 1993 aumentou para 12.461; segundo dados

fornecidos pela Agência Distrital local, o número de habitantes estava estimulado em 35.000,

o que já era preocupante naquele momento, tendo em vista que a ilha não possuía infra-

estrutura para atender nem metade daquele quantitativo. Atualmente, segundo o senso do

IBGE/2000,o Distrito de Outeiro-DAOUT, possui uma população de 26.225 habitantes,

sendo sua área de extensão de 111,395 e densidade demográfica 235,42, distribuídas em sete

bairros (Brasília, São João do Outeiro, Água Boa, Fama, Tucumaeira , Fidelis e Itaiteua)

Dentre estes, temos quatro bairros que apresentam grandes índices populacionais:

Brasília: área de 2.776.779,051 m², população 5.158;

São João do Outeiro: área 5.587.524,047 m², população 7.693;

Itaiteua: área 2.112.567,153 m², população 1.245;

Água Boa: área 1.457.434,972 m², população 5.676;

No momento da inauguração da Escola Bosque, em 1996, a estrutura econômica local

era de baixa renda das famílias. As condições de vida da população eram precárias e

deficientes. A mão-de-obra vinculava-se ao emprego informal, condicionada à venda de

alimentos nas praias, com inúmeras tabernas, pequenos armarinhos e mercearias que

compunham o perfil econômico da ilha.

No que se refere à saúde, o distrito possui apenas uma Unidade de Saúde (Programa

Família Saudável), com 12 leitos, urgência e emergência, e o ambulatório (São João do

Outeiro) e extensão do programa para os bairros do Fama e do Fidélis, para atender toda a

população local, assim como uma Unidade Fluvial Pedro Pomar (Intinerante)

No que tange à educação, a comunidade outeirense conta com:

Unidades Escolares Municipais:

- Escola Bosque Prof. Eidorfe Moreira (São João do Outeiro)

- Escola Municipal Monsenhor José Maria Azevedo (Itaiteua)

- Escola Municipal da Brasília (Brasília)

- Escola Municipal Helder Fialho (Brasília), possuindo um anexo no bairro do

Fidelis.

Unidades Escolares Estaduais:

- Escola Estadual do Outeiro (São João do Outeiro)

- Escola Estadual Geny Gabriel (Água Boa)

- Escola Estadual da Brasília (Brasília)

Unidades de Educação Infantil:

- U.E.I de Itaiteua (Itaiteua)

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- U.E.I Comunidade Estrelisa

Unidades Conveniadas com a rede municipal:

- Escola de produtores rurais (Itaiteua)

- Escola Colônia do Fidelis (Itaituea)

Quanto à Segurança Pública, observamos uma grande carência deste serviço, uma vez que

temos apenas uma delegacia para atender a demanda da Ilha, que vem se agravando devido

ao aumentando desordenado da populaçãoo e ao grande índice de violência, principalmente

na segunda -feira , quando da realização de festas no Areião , Caldeirão do Alan entre outros.

Apesar de tudo temos apenas dois órgãos responsáveis pela segurança na Ilha:

- Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praça (CFAP)

- Delegacia de Polícia Civil do Outeiro.

A economia da ilha de Caratateua esta representada pelo comércio varejista

(mercadinhos, armarinhos, farmácias, estâncias, etc...) , por atividades comerciais (hotéis,

pousadas, restaurantes, bares, casas noturnas, etc...), e por prestadores de serviços autônomos,

possuindo 3 pequenas feiras livres: São João do Outeiro, comunidade água boa, e Brasília.

ARQUITETURA

O Projeto arquitetônico da Escola Bosque, elaborado por Dula Maria Bento de Lima e

Milton José Pinheiro Monte, caracteriza-se por sua estrutura leve e elementos vazados

integrando o espaço construído ao espaço natural.

As instalações físicas ocupam 3% de uma área total de 12ha de floresta tropical

preservada. A arquitetura dos prédios valoriza e adapta-se às condições ambientais de maneira

a permitir uma consistência harmônica entre o homem e o meio ambiente. Priorizou-se o

aspecto octogonal para as salas de aula característica diferenciada da escola.

Os módulos que integram a estrutura física da escola, compreendem:

pórtico (entrada principal da escola):

bloco administrativo: composto de (vários) cinco espaços onde funcionam: a secretaria da

escola, o setor administrativo da Fundação com sala de espera, sala de computação, sala

da direção e sala de reuniões;

setor pedagógico: sala dos professores, coordenação pedagógica, sala de

acompanhamento em orientação educacional, cinco banheiros.

o prédio denominado multiuso, possui forma octogonal, com seis salas conjugadas,

janelas envidraçadas, dois banheiros, ao centro um jardim de inverno , funcionam como

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laboratório pedagógico, sala de leitura e as demais salas para a educação infantil, podendo

sofrer novas adaptações conforme sejam necessárias;

do mesmo formato, octogonal, existe o espaço cultural Chico Mendes, com alguma

alteração na forma das salas, pois as mesmas possuem portas largas de treliça em

madeira, sem janelas mas com ventilação, nestas salas funcionam o Escritório Piloto de

Ecoturismo, sala do curso de Ecoturismo, Atelier de arte, lanchonete, a Coordenadoria

de Desenvolvimento Comunitário – CDC – espaço reservado à comunidade, dois

banheiros .

a escola possui ainda, como parte de sua estrutura física: uma biblioteca, uma

brinquedoteca, 15 salas de aula divididas em três blocos, além de três salas de aula

separadas umas das outras , todas as salas de aula são de formato octogonal. Os 3 blocos

possuem banheiros e pátios para recreação e estão divididos entre si por alamedas sem

calçamento e ajardinadas denominando-se de trilhas:

em seqüência aos espaços físicos, há um prédio que comporta a videoteca e uma sala de

aula;

outro prédio com um Laboratório Multidisciplinar onde são realizados diversos cursos e

oficinas;

ao lado deste encontra-se o Laboratório de Biologia com Coleção Zoológica e o Herbário;

uma área de alimentação com um restaurante amplo, aberto nas laterais, com vista para o

lago em formato de borboleta que o liga ao espaço Chico Mendes; possui uma cozinha

ampla. No mesmo prédio da cozinha há sala do nutricionista e um almoxarifado com

recepção. Este prédio possui dois banheiros e bebedouros;

caminhando pelas trilhas da Escola Bosque pode-se ainda visualizar os alojamentos

compostos de dois prédios com 8 quartos com banheiros;

um pouco distante do portão principal da escola, num segundo portão, localiza-se o

auditório, cuja arquitetura define-se como moderna, possuindo escadaria na entrada,

banheiros nas laterais receptivas, camarins com banheiros, uma sala para reuniões e outra

para o setor de educação física O auditório possui infra-estrutura física para comportar

300 pessoas;

próximo ao auditório há espaços alternativos para a prática da educação física ainda sem

edificações.

Além dos espaços já mencionados, a escola dispõe ainda de seis anexos distribuídos

em: três unidades em Cotijuba, uma unidade em Jutuba I e uma unidade em Jutuba II.

Fazendo o atendimento em Educação Infantil, Ciclo Básico I, II e III.

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Para finalizar sobre a estrutura física da Escola Bosque, convém ressaltar que a escola

possui um local denominado "bosquinho" que é considerado histórico, pois foi onde toda a

história de criação da mesma começou. Este lugar serve como alternativa para variadas

atividades lúdicas / pedagógicas.

Atrelado a tudo isso, faz parte do patrimônio da Escola o Parque Zoobotânico, uma

área de 13ha localizada próximo à sede da Instituição, constituindo-se num laboratório vivo

para o desenvolvimento de pesquisas e atividades desenvolvidas pelo Centro de Referência

em Educação Ambiental Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira.

O FAZER PEDAGÓGICO NO COTIDIANO DA ESCOLA BOSQUE

“Reconhecendo que a Escola não é o único local de aprendizado e que o

processo educativo não se inicia nem se esgota no espaço escolar, torna-se

fundamental dialogar com o conhecimento que as pessoas têm acerca do

ambiente, aprendido informalmente e empiricamente em sua vivência e

prática social, respeitando-as, questionando-as, levando-as a repensarem o

aprendido. Enfim, possibilitando que elas formulem e expressem suas ideias

e descobertas, e elaborem seus enunciados e propostas” (Meyer, 1991, p. 42)

UMA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

As relações entre o homem e o meio ambiente em que vive, deve ser entendida como

o lugar onde mora o outro além de si próprio, e que se repartido, pode vir a ser “mundo” não

só para a sobrevivência, mas também um lugar de emancipação de um número cada vez

maior de pessoas.

Porém, o que se observou, foi que com o surgimento da sociedade moderna o homem

transpôs todos os limites naturais através do uso indiscriminado de tecnologias pesadas,

marcadas pela utilização excessiva do espaço natural, o que se agravou com o advento da

sociedade industrial, onde o homem começa a gerar para si, a qualquer custo, maior conforto

e benefícios. Vivemos aí a centralização na individualidade, característica do Renascimento,

que permeia até hoje as relações entre os seres humanos.

Isso reflete um estilo de vida insustentável dos segmentos mais ricos que exercem

imensa pressão sobre o meio ambiente, enquanto os segmentos mais pobres não têm

condições de serem atendidos em suas necessidades de alimentação, saúde, moradia e

educação.

16

Page 17: Primeiro Ppp Eb

“(...) Ao avanço tecnológico-industrial, com a integração

seletiva de determinados contingentes de população,

corresponde o retrocesso econômico em regiões periféricas e a

exclusão de um amplo expectro do grupo social, aos quais é

negado o acesso ao emprego, a educação e a uma renda

familiar estável. Torna-se importante frisar que segundo a

dinâmica deste sistema, não existiriam possibilidades

concretas de melhoria das condições e da qualidade de vida

para a maioria da humanidade” (Rattner, 1993, p. 178)

Esse modelo de desenvolvimento, apoiado na modernização econômica, mas sem

contrapartidas sociais e políticas, gerou a concentração de riquezas e desigualdades

econômicas e sociais em nível mundial, o que é agravado pelo capitalismo que atribui a cada

região da vida social uma independência que na realidade não existe, gerando entre outras

coisas a compartimentalização do conhecimento científico como se a sociedade pudesse ser

apreendida em fatias econômicas, sociológicas, tecnológicas e psicológicas.

A educação, como não poderia deixar de ser, padece desse mal social intrínseco à sua

existência, uma vez que vivenciamos um processo de fragmentação na nossa prática

cotidiana, na separação entre o econômico e o simbólico numa sociedade gerada sob o

capitalismo e essa fragmentação é parte constitutiva do conhecimento produzido sobre a

realidade.

Esse modelo civilizatório está sendo questionado, uma vez que os problemas atuais,

entre eles o ambiental, exige uma visão mais global que supere as abordagens fragmentadas,

disciplinares, mecanicistas, as quais não conseguem atacar os problemas em suas raízes,

acabando por escamoteá-los e é nessa perspectiva que reside a emergência da Educação

Ambiental, que surge como um instrumento democrático, participativo, transformador da

realidade enquanto processo conscientizador do ser humano, contribuindo para a formação de

postura reflexiva para com a problemática ambiental global.

A problemática sócio-ambiental, em amplitude e complexidade anima o ser humano a

elaborar variadas explicações a questões ainda não resolvidas, o que ratifica a necessidade de

transformação na estrutura e processo do conhecimento científico ocidental, arraigado à visão

pontual, caracteristicamente mecanicistas, reducionista o que implica mudanças

comportamentais, formas de pensar e agir.

Nesse sentido, a democracia é condição, e meta fundamental, que permite a todos

proporem alternativas e soluções, e a educação ambiental como educação política está

empenhada na formação da cidadania local, nacional, continental e planetária, baseando-se no

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Page 18: Primeiro Ppp Eb

diálogo de culturas e de conhecimento entre povos, gerações e gêneros, buscando a mudança

de valores, atitudes, como forma de superação de um estágio de desenvolvimento forjado pela

cultura humana, incompatível com suas necessidades atuais.

“Como pode o homem utilizar os elementos da situação se ele

não é capaz de intervir nela, decidir, engajar-se e assumir

pessoalmente a responsabilidade de suas escolhas? Sabemos

quão precárias são as condições de liberdade do homem

brasileiro, marcado por uma tradição de inexperiência

democrática, marginalização econômica, política, cultural.

Daí a necessidade de uma educação para a libertação: é

preciso saber escolher e ampliar as possibilidades de opção”.

(Saviani – 1986, p.43)

Em razão dessa necessidade de transformação, a Educação ambiental, é instrumento

para a transformação gradual do homem e da sociedade capitalista em que está inserido, para

uma sociedade pautada dentro de um desenvolvimento com bases sustentáveis visando a

melhoria da qualidade de vida da população.

Sustentabilidade pressupõe o tratamento concomitante das dimensões econômica,

social, ecológica, sob uma postura ética que visa equidade social entre as nações ricas e

pobres, assim como entre gerações e segundo esse raciocínio, não se pode falar em igualdade

entre nações, quando inúmeros países são carecedores de infra-estrutura e serviços a oferecer

como saneamento básico, educação, moradia e lazer

“A maior parte dos problemas ambientais têm suas raízes na

miséria, que, por sua vez, é gerada por políticas e modelos

econômicos concentradores de riquezas e geradores de

desemprego e degradação ambiental. Tais modelos são

adotados nos países pobres como os nossos por imposição dos

países ricos, interessados na exploração dos nossos recursos

naturais.” (DIAS, 1994, p.9).

Uma das recomendações de Tibilisi assegura o caráter transformador da Educação

Ambiental uma vez que possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de

induzir mudanças de atitudes, objetivando a construção de uma nova visão das relações dos

seres humanos com o seu meio e adoção de novas posturas individuais e coletivas em relação

ao ambiente. Ela estimula a formação de uma sociedade socialmente justa e ecologicamente

equilibrada.

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Page 19: Primeiro Ppp Eb

Neste contexto, surgiu a necessidade de dar-se respostas através da educação

ambiental à alguns problemas sócio-ambientais que afligem a sociedade, uma vez que a

grandeza territorial da Amazônia, as pressões internas e externas exigem a conservação de sua

biodiversidade aliada a um gerenciamento de seus recursos naturais em bases sustentáveis e

duradouras.

Sendo o Estado do Pará, a sua parte mais significativa, por ocupar uma área que reúne

em diversidade e volume, quase todos os recursos naturais renováveis ou não, presentes na

Amazônia e sendo sua capital, Belém, a única capital do país que possui um conjunto de ilhas

adjacentes, cerca de 100, entre ilhas e ilhotas, ficou presente a necessidade de implantar-se no

Pará, unidade de transformação de recursos humanos habilitados, comprometidos com o

equilíbrio ambiental e com as formas de produção e trabalho.

A complexidade das questões ambientais nos colocou frente ao grande desafio de

construir uma proposta de Educação ambiental que levasse em conta todas as contradições

inerentes ao processo histórico social vivenciado cotidianamente pela sociedade moderna.

Nesse Sentido, o processo de construção pedagógica de educação ambiental no

contexto da globalização fundamenta-se no diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento

reformulou das práticas e concepções que permitam uma maior aproximação do real em sua

multidimensionalidade.

Azevedo, enfatiza a que cada indivíduo tece ao longo de suas vidas, múltiplas e

complexas relações que podem ser expressivas através das redes sociais onde se dão as

relações interpessoais, culturais e das relações de poder existente na sociedade e que

atravessam todas essas outras relações.

O desafio do processo pedagógico, segundo os trabalhos de Paulo Freire, enfatiza que

a leitura do mundo que de cada indivíduo faz é construída a partir da sua realidade concreta e

virtual, concebendo assim, validade às leituras populares, sem por isso desconsiderar as

leituras mais elaboradas e assim, permitindo interpretações de problemas ambientais mediante

horas dialógicas entre pessoas com distintas leituras.

Pensar a problemática ambiental na sua multiplicidade e complexidade é o ponto de

partida do processo pedagógico, que segundo Reigota (1999) é um processo aberto, em

permanente mutação, sem respostas fechadas e verdades absolutas, sem um conhecimento

específico a ser adotado, mas idéias a serem discutidas, desconstruídas e reconstruídas.

A proposta pedagógica da Escola Bosque, enquanto síntese dialética, configura-se a

partir das seguintes premissas: a inserção da Educação Ambiental de caráter propositivo; A

formação do sujeito holístico, sujeito da totalidade histórica, capaz de compreender-se no

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Page 20: Primeiro Ppp Eb

meio ambiente como aquele que propõe e intervém qualitativamente nesse ambiente buscando

a sustentação econômica, política e social.

“Nesse contexto a Educação Ambiental como instrumento

propiciador de transformação de valores, atitudes, atividades

práticas ante os problemas concretos, trabalhará no domínio

cognitivo, por meio de informações que permitam o

conhecimento de fatos, conceitos e necessariamente no

domínio afetivo, quando promove a conscientização crítica,

através da percepção do meio e da sensibilização ante a

realidade.” (Tanner, 1978)

Essas premissas nos remetem aos eixos temáticos que nortearão as ações pedagógicas

em sala de aula: SER HUMANO-NATUREZA-SOCIEDADE-TRABALHO-CULTURA.

A integração entre esses elementos se faz necessária para o desenvolvimento das ações

educativas uma vez que buscamos a concepção de homem, enquanto sujeito da natureza que

constrói a si mesmo e a sociedade, o que não pode ser concebido de maneira desarticulada do

modo como esse sujeito se relaciona com o seu meio ambiente.

O trabalho desenvolvido na Escola Bosque tem como linha norteadora a discussão e o

repensar da ação humana no meio ambiente e das condições sócio-históricas dessa

intervenção, uma vez que toda forma de pensar e agir se insere numa situação sócio-histórica

concreta e deve ser compreendida sempre, tendo-se em vista configuração coletiva específica.

Esse trabalho tem a pesquisa como princípio metodológico, como atitude, que significa base

da produção científica e base da educação, ancorada no manejo e produção do conhecimento,

capaz de construir um diálogo crítico com a realidade.

O educando sujeito de sua história que pensa a realidade, que tem direito de conhecer e

transformar com autonomia a tempo e o espaço no qual se insere. Esse sujeito deve e precisa

conhecer o saber sistematizado para não ser por ele dominado. O educando necessita

conhecer a arte, a filosofia, as ciências e a cultura da humanidade para afirmar sua cultura ,

deve conhecer sua história e assumir-se enquanto sujeito que faz história, e para tanto a escola

deve assegurar a unidade do conhecimento constituindo-se num movimento de ação-reflexão-

ação, prática-teoria-prática, e dentro da práxis pedagógica, ele é o sujeito que busca uma nova

determinação em termos de patamar crítico da cultura elaborada. Ou seja, o educando é o

sujeito que busca adquirir novos conhecimentos , habilidades e modo de agir. É para isso

que busca a escola. Ir à escola, forma institucionalizada de educação da sociedade moderna,

não tem por objetivo a permanência no estágio cultural em que está, mas sim, a aquisição de

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Page 21: Primeiro Ppp Eb

um novo patamar, a partir da ruptura que se processa pela (re) construção ativa do

conhecimento sistematizado.

Dentro dessa perspectiva, o educando não deve ser considerado, pura e simplesmente,

como uma massa a ser informada, mas sim como sujeito, capaz de construir a si mesmo,

através de atividades, desenvolvendo seus sentidos, entendimentos, inteligência etc. pois são

as experiências e desafios externos que possibilitam ao ser humano, através da ação-reflexão-

ação, o crescimento, o amadurecimento, o descobrir-se enquanto cidadão.

As atividades baseadas nesses aspectos proporcionam atitudes de pesquisa que

subsidiam a prática pedagógica na escola de forma regular e progressiva que no processo a

construir um currículo vivo de trabalho.

Os alunos da Escola Bosque desde os níveis iniciais da Educação Infantil, passando

pelo Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, estão vinculados a pesquisa e análise

dos problemas sócio-ambientais da Ilha de Caratateua e para tanto se utilizam de todo o

instrumental científico na compreensão desses problemas e sua superação.

Assim, a Escola Bosque busca trabalhar a (re) construção do conhecimento a partir de

metodologias, que visam a resignificação deste espaço escolar, transformando-o em um

espaço vivo de interações, aberto ao real e as suas múltiplas dimensões. O trabalho

desenvolvido nos projetos traz uma nova perspectiva para entendermos o processo da

construção do conhecimento. O ato de aprender deixa de ser um simples ato de memorizar, de

repassar conteúdos. Todo conhecimento é construído em estrita relação com o contexto onde

o (a) aluno (a) está inserido (a), sendo por isso, impossível separar os aspectos cognitivos,

emocionais e sociais presentes no processo.

Considerando a criança como pertencente a uma família

que seta inserida numa sociedade, com uma determinada

cultura, em um determinado momento histórico, torna-se

necessário ao pensar/construir uma proposta curricular que

respeite essa realidade , a partir do desvelamento da mesma,

possibilitando o surgimento de discussões das questões

prementes à formação da cidadania. Traduzir esses sentimentos,

que norteiam as diretrizes de uma educação de qualidade em

uma proposta curricular, implica no comprometimento político

de respeito a criança como sujeito de direito. (Projeto Político-

pedagógico da Escola Cabana. Prefeitura municipal de

Belém,2002)

21

Page 22: Primeiro Ppp Eb

Essa prática busca enfatizar o respeito e a valorização das diferenças individuais a e

pluralidade sócio-cultural, contrapondo-se às propostas segregacionistas e excedentes. A

efetivação da inclusão social, implica em lutas sociais , mudanças de mentalidade e valores,

inscrição em leis e legislação social, planejamento e implementação de políticas públicas.

REVENDO A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL :

Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós

sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma

coisa. (Paulo freire)

A Educação Infantil constitui hoje, um segmento importante do processo educativo.

Na reflexão que se faz no momento atual. acerca da evolução deste segmento de ensino,

percebe-se que ela configurou-se ao longo da história, apenas para abrigar, guardar e proteger

a criança em espaço pouco estruturado sem nenhum objetivo educativo, retirando assim suas

possibilidades de participação na sociedade, enquanto cidadãos.

A partir do século XVII, com as mudanças na organização da sociedade, surge um

outro sentimento de infância que ocorre com a "cumplicidade sentimental da família" (Aries,

1991). A criança passa a ser considerada um ser incompleto e puro que necessita de um

período de preparo e aprendizagem antes de ingressar no mundo adulto, porém em razão de

sua pureza (natural da essência infantil) essa aprendizagem precisaria também cumprir um

papel moral, preservando-a da corrupção do meio e fortalecendo seu caráter.

Entre nós, o atendimento às crianças provindas de famílias de baixa renda já nasceu

obedecendo parâmetros assistencialistas quando muito procurou reproduzir uma pálida e

distorcida visão da prática pedagógica das pré-escolas frequentadas por crianças de classe

média, que procuravam pautar-se em procedimentos "mais científicos". Assim surgem as

diferentes tendências, como nos fala Sônia Kramer.

A Tendência Romântica concebe a pré-escola como um "jardim de infância", onde a

criança é "sementinha" ou "plantinha" que brota e a professora a "jardineira". Tal concepção,

demonstra que a criança por ser inocente necessita ser educada, moralizada, com isto deixam

de considerar os aspectos sociais e culturais que interferem tanto nas crianças quanto nas

professoras e até mesmo, no próprio papel que exerce a pré-escola.

A Tendência Cognitivista trata a criança como sujeito que pensa e a pré-escola é o

lugar de tornar as crianças inteligentes: "A educação deve favorecer o desenvolvimento

cognitivo" (idem Kramer, 1989). Nesta concepção a finalidade maior está na preparação da

criança, visando o sucesso no desempenho escolar principalmente das crianças de baixo nível

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Page 23: Primeiro Ppp Eb

sócio-econômico, evitando os fracassos futuros. Assim, os objetivos da educação, nesta

concepção, consistem na formação de homens criativos, inventivos e descobridores e "não a

criança histórica e socialmente situada, com suas atividades reais e significativas, em função

do seu contexto sócio-cultural de origem". (idem Kramer)

Ainda, segundo Kramer, na Tendência Crítica a pré-escola é lugar de trabalho, a

criança e o professor são cidadãos, sujeitos ativos, cooperativos e responsáveis - a educação

deve favorecer a transformação do contexto social. Aqui privilegia-se os fatores sociais e

culturais, como os mais relevantes para o processo educativo visto que toda a vida humana

está impregnada de significados e influências do meio social e cultural por meios de

processos que ocorrem em diversos níveis. Então, educar na pré-escola, tem um significado

importante, por considerarmos a interação entre crianças e seus pares, tendo como mediador o

professor para que conduza o processo de aprendizagem partindo dessa vivência cotidiana de

conhecimentos da realidade dessas crianças, no sentido de construir a autonomia, a

cooperação crítica e criativa.

As diferentes formas de considerar a criança, têm implicações na construção de sua

subjetividade. A inserção direta no mundo dos adultos, a convivência com eles, suas histórias,

suas crenças, suas festas, enriquecia a experiência da criança, ao lado disso, a convivência

mais coletiva, possibilitava uma maior rigidez nas trocas afetivas e nos papéis sociais.

Essa retrospectiva histórica da pré-escola nos leva a questionar sobre o que significa

ser criança hoje e qual o lugar a elas reservado na sociedade atual.? Que "tipo" de educação

realiza o que acredito necessário? Essas são questões que nos puxam maior reflexão e nos

levam a discutir e rever um pouco nossas idéias de criança e de escola, que são na verdade,

nossas idéias sobre a pessoa humana.

"Ela é alguém hoje, em sua casa, na rua, no trabalho, no clube,

na igreja, na creche, na pré-escola, ou na escola, construindo-se

a partir das relações que estabelecem cada uma destas instâncias

ou em todas elas geradas por homens e mulheres que pertencem a

classe sociais, têm e produzem cultura, vinculam-se a uma

religião, possuem laços étnicos e perspectivas diversas segundo

seu sexo. As crianças já nascem com uma história. Assim elas

fazem e se fazem na cultura, pertencem a uma classe social e vão

se fazendo nessa história, cidadãs de pouca idade que

são..."(Kramer e Souza, 1991, p. 70)

Refletir sobre o que Sônia Kramer nos fala, tem sido um pouco do que estamos

discutindo com as professoras deste segmento de ensino e nossa Escola, buscando melhor

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Page 24: Primeiro Ppp Eb

entender e atender nossas crianças, que para muitas destas, a infância é uma fase bastante

reduzida, uma vez que precocemente estão inseridas no mundo adulto e do trabalho. Portanto,

pensar que a escola precisa aprender a trabalhar com a criança concreta que está aí inserida

numa classe social, determina condições de acesso com permanência de sucesso ou não, mas

que devemos respeitá-la em sua diversidade cultural e social.

Educação Infantil: buscando significado na interação entre sujeitos

Embora a educação pré-escolar exista no Brasil há bastante tempo, somente agora ela

aparece numa lei geral de educação. Ganhou um capítulo próprio, é tratada na seção II, do

capítulo II da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), sancionada em 20 de

dezembro de 1996.

A Educação Infantil é entendida como a primeira etapa

de educação básica, é o reconhecimento de que a educação

começa nos primeiros anos de vida e é essencial para o

cumprimento de sua finalidade, afirmada no Art. 22 da Lei: "A

educação básica tem por finalidade desenvolver o educando,

assegurar-lhe a formação comum indispensável para o

exercício da cidadania e fornece-lhe meios para progredir no

trabalho e em estudos posteriores".

O pressuposto de que a educação escolarizada é importante para crianças de 0 a 6

anos, é fundamental, pois nos permite reconhecer que essa função deve atender as

peculiaridades das crianças , bem como as características da pré-escola.

A criança se desenvolve antes e fora da instituição de educação infantil: na família, no

contexto social, em toda parte onde esteja, em decorrência de fatores genéticos, ambientais,

culturais e humanos. A educação infantil não pode ser mais vista apenas pela aprendizagem x

desenvolvimento. Hoje parece-nos válido falar simultaneamente em desenvolvimento,

aprendizagem e em construção do conhecimento.

Levar em conta o sujeito singularizado significa arriscar-se em uma perspectiva

diferente, esquecendo práticas de conformização, ajustada a modelos preestabelecidos,

substituindo-as por práticas que ofereçam condições para afirmação da competência

comunicativa do sujeito capaz de fala e ação.

Vygotsky afirma que o bom ensino é aquele que se adianta ao desenvolvimento, ou

seja, à capacidade de promoção, de avanços no desenvolvimento do aluno. Por isso é

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necessário repensar o agir pedagógico da educação infantil que muitas vezes se apresenta

alienante ou espontaneísta, transformando naquele que atenda às necessidades reais das

crianças de classes populares. Este novo agir pedagógico supõe pensar na função social da

pré-escola, pensar em porque ela é necessária, a quem ela se dirige, que contribuições ela

deve dar às crianças e que benefício social ela deve oferecer à comunidade como um todo. É

preciso esclarecer que função é essa e como ela se caracteriza na prática.

Kramer enfatiza que "reconhecer o papel social da pré-

escola significa justamente reconhecer como legítimos e, mais

do que isso, assumir, junto com a escola pública, a tarefa de

universalização dos conhecimentos. Reconhecer o papel social

da pré-escola significa compreender que ela tem função de

contribuir com a escola. Nem inútil, nem incapaz de resolver

todos os problemas futuros, nem tão pouco importante em e

por si mesma, a pré-escola tem sim , como papel social o de

valorizar os conhecimentos que as crianças possuem e

garantir a aquisição de novos conhecimentos, exercendo o que

me acostumei a chamar de função pedagógica da pré-escola

para diferenciá-la das demais".

Encarar a educação infantil na sua função pedagógica, é a nosso ver, considerarmos as

crianças como seres sociais e portanto, indivíduos que vivem em sociedade. Por isso,

precisamos atentar para o modo como elas se inserem no grupo social e seus valores, para

sua história de vida, linguagem, para os trabalhos que executam e os brinquedos com os quais

brincam, para que cada uma seja valorizada e possa desenvolver sua autonomia, criatividade,

responsabilidade, criticidade e solidariedade com os demais, integrando a escola, família e a

comunidade.

Para Kramer uma proposição de educação infantil em que as crianças desenvolvam,

construam, adquiram conhecimento e se tornem autônomas, implica pensar ainda, a formação

permanente dos profissionais que atuam. Eles precisam de condições capazes de viabilizar,

um tipo

de educação que não apenas eleve seus números, ou seja o acesso e permanência, a qualidade

do serviço prestado à população. É preciso que esses profissionais tenham acesso ao

conhecimento produzido na área de educação infantil e da cultura geral, pois assim, poderão

repensar sua prática e reconstruir seu novo agir pedagógico, visto que, a partir de reflexão

sobre o desenvolvimento infantil e a aprendizagem escolar, os profissionais vão conhecendo

as condições em que esta se dá, de modo a proporcionar proveitosas situações de ensino.

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Enfim, a pré-escola que queremos deve ser a que forma seres pensantes, reflexivos e

capazes de desencadear significados de suas manifestações, tornando-os sujeitos autônomos,

críticos e solidários, como nos diz ainda Vygotsky, "é nas relações com os outros que

construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental". Segundo este

teórico, na medida em que o sujeito interage com o objeto e o seu meio sócio-cultural, ele vai

produzindo sua capacidade de conhecer.

Portanto, é fundamental que a educação infantil parta de atividades que tenham um

significado concreto para a vida das crianças, que as faça progredir cada vez mais, levando-as

por uma visão nova e diferente, assim, ao mesmo tempo em que estão aprendendo, as

crianças estão reformulando seus próprios mecanismos de aprender, bem como a construção

do conhecimento ultrapassa o localismo e pode favorecer o acesso aos conhecimentos da

cultura dominante. Esta, sim, é a verdadeira função pedagógica a que referimos para a pré-

escola.

Neste sentido e diante do que foi observado nos itens anteriores, as áreas de

conhecimento e expressões integrantes na pré-escola deve trabalhar "simultaneamente no

contexto sócio-cultural em que as crianças estão inseridas, no seu desenvolvimento e no seu

processo de construção dos conhecimentos, bem como no saber acumulado historicamente"

(Kramer, 1989). É preciso, no entanto, definir os pontos básicos a serem trabalhados, tais

como: Linguagem, Afetividade, Raciocínio Lógico e Ludicidade, por acreditar que é nas

inter-relações entre aprendizado e desenvolvimento que o professor pode criar um enfoque

que corresponda as característica de globalização e as necessidades de concretização

apresentado pelo pensamento da criança na faixa de 4 a 6 anos.

Linguagem

A fala infantil indica, a forma como a criança pode expressar e relacionar elementos

de sua experiência. Por trás da fala, que às vezes achamos engraçado, há toda a seriedade do

pensamento das crianças, que procura conhecer o mundo conversando sobre ele com outras

pessoas. Segundo Vygotsky, a conquista da linguagem representa um marco no

desenvolvimento do homem: "A capacitação especificamente humana para a linguagem

habilita as crianças a providenciarem instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, a

superarem a ação impulsiva, a planejarem a solução para um problema antes de sua execução

e a controlarem seu próprio comportamento. Signos e palavras constituem para as crianças

primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. As funções

cognitivas e comunicativas da linguagem tornam-se então base de uma forma nova e superior

de atividade nas crianças, distinguindo-as dos outros animais (Vygotsky, 1984). Sendo assim,

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a linguagem tanto expressa o pensamento da criança como age como organizadora desse

pensamento.

Afetividade

A vida emocional sadia contribui muito para o desenvolvimento satisfatório. Na

educação infantil a sociabilidade exerce um papel essencial, visto que, é na infância que

desencadeiam-se sentimentos hostis e defensivos que se bem analisados podem responder por

boa parte das resistências à aprendizagem. Não será tarefa fácil, exige que o educador

desmonte e depois remonte a rede de relações com a aprendizagem que a criança traçou no

decorrer de seu desenvolvimento bio-psico-afetivo.

Como nos fala, Zilma de Oliveira "Cognição não é, pois um processo apenas mental,

mas parte da ação e dos significados que ela aponta, ou seja, desejos, portanto plenos de

Afetividade". Esta posição é desafiante para nós educadores de crianças pequenas, mas

acreditamos que é na relação dialógica que será possível proposições e transformações que

deverão proporcionar novas perspectivas na relação com crianças em sala de aula e prover um

melhor aprendizado.

Raciocínio Lógico

Na pré-escola através da interação entre as crianças e o seu modo de brincar, elas

aprendem a jogar, a contar, a distribuir, a distinguir e a organizar, desenvolvendo noções e

representações matemáticas. É nessa etapa que a práxis pedagógica deve estar voltada para a

organização e o aprofundamento dessas idéias no sentido de incentivar e desafiar:

A interiorização das ações-construção das imagens mentais. Este processo redimensiona

seu curso com a aquisição da noção de que os objetos têm permanência, independente de

estarem ou não, sendo vistos (mais ou menos aos 8 meses de idade). A permanência do

objeto dá novo salto de desenvolvimento com aquisição da linguagem, quando esta se

torna processo interdependente do pensamento.

Análise de situações, fenômenos e fatos no sentido de estabelecer relações e superar a

leitura bruta dos mesmos.

Levantamento, investigação, estabelecimento de princípios de causalidades.

Discussão, realização de agrupamentos e inclusões ( I Fórum de Educação da Rede

Municipal de Belém – 1997, p. 42).

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Atividades Lúdicas

Brincar é uma atividade cotidiana na vida das crianças. Desde as épocas mais antigas crianças

brincam, procuram decifrar o mundo através de adivinhas, faz-de-conta, jogos com bolas,

arcos, cordas, bonecos e outras ações lúdicas.

O brinquedo é a estrada que a criança percorre para entender os conflitos, para

desfazer os temores, para explorar o desconhecido. A repetição, o fazer sempre de novo, tão

presente e intrínseco no brinquedo "Favorece o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo da

criança, dado que contem todas as tendências do desenvolvimento de forma condensada".

(Vygotsky, 1993. P. 117).

Quem ensina, sabe que o ambiente lúdico é o mais propício para a aprendizagem.

Aliás é o único que produz verdadeira aprendizagem e por conseguinte o que promove o

desenvolvimento da criança. Segundo Walter Benjamen "A essência do brincar não é um

simples fazer, mas um fazer sempre de novo, transformação da experiência mais comovente

em hábito". Brincando as crianças recriam o mundo, refazem os fatos, para não mudá-los

simplesmente ou para contestá-los, mas para adequá-los à capacidade de assimilação, aos

filtros de compreensão.

"E aí há dois filtros: o cognitivo e o afetivo. Algo pode caber no

cognitivo, mas não no afetivo. O brinquedo e o jogo facilitam o

trânsito do cognitivo para o afetivo (Vital Dionet).

Portanto, brincar é típico da criança, se a infância é uma idade de jogo, se a atividade

mais extensa, mais intensa, mais característica da infância é a ludicidade, não se pode

conceber a infância sem o brinquedo. Impedir-lhe o brincar, equivale a roubar-lhe a infância,

a antecipar a vida adulta.

Avaliação

A avaliação é uma questão polêmica, mais ainda quando se trata da criança, pois é

mais fácil avaliar conteúdos de aprendizagem do que comportamentos. Por isso, uma

Proposta Pedagógica deve ser fundamentada e orientada por princípios que redimensionem os

diversos aspectos da ação humana.

Nesta sentido, na avaliação do desenvolvimento global da criança o que importa não é

a quantidade de comportamentos evidenciados, mas a qualidade das experiências vivenciadas

que levam à construção de novos conhecimentos.

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Não se trata, contudo, de categorizar os alunos em relação a estágios de

desenvolvimento que eles teriam ou não cumprindo plenamente, atribuindo-lhes

qualificativos problemáticos como 'imaturo" e outros, mas de melhor conhecer o nível

evolutivo apresentado pelas crianças no decorrer do processo de escolarização. O

acompanhamento da criança é uma responsabilidade permanente de todos os adultos que

convivem com ela. Nesse sentido, deve ser considerado um processo de múltiplas dimensões

que ocorre de modo contínuo durante o ano escolar.

Importa avaliar não uma conduta isolada do aluno, um procedimento específico do

professor ou uma característica da escola, mas um conjunto de evidências, tentando articulá-

las qualitativamente, no decorrer de um certo período. Nesse acompanhamento sistemático,

cada criança é vista como parâmetro de si mesma, pois aquilo que uma criança compreenda

ou realiza não pode servir de base para avaliação de outras crianças embora da mesma idade

cronológica

Concordamos com Jussara Hoffmann, ao apontar que "Redimensionar a prática

avaliativa da pré-escola compreende avaliar sua própria especificidade, ou seja, refletir

sobre a dimensão em que aborda a problemática da educação infantil em nosso país, e em

que medida a criança garante, no Projeto político-social, seu direito de ser verdadeiramente

criança.”

"A própria legislação no que diz respeito à Educação Infantil,

estabelece o ato de avaliar enquanto processo de inclusão, ao

estabelecer na Lei 9.394/96 (LDB-Art.31), que a avaliação

neste nível de ensino, far-se-á através do acompanhamento de

registro do desenvolvimento da criança, sem o objetivo de

promoção, mesmo para o ensino fundamental, assim como, a

resolução 003/96 do Conselho Municipal de Educação

(Art.16), que estabelece avaliação enquanto processo contínuo

de obtenção de informações, visando ao aprimoramento do

trabalho da escola". ( I Fórum de Educação da Rede

Municipal de Belém – 1997).

Neste sentido, sugerimos que a prática de avaliação na Educação Infantil torne-se uma

ação permanente, processual, numa perspectiva de acompanhamento, onde o educador possa

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observar atento o curioso sobre as manifestações de cada criança e refletir sobre o significado

dessas manifestações em termos de seu desenvolvimento (Hoffmann, ).

A prática avaliativa necessita ser entendida como um processo promotor de avanços,

como espaços de reflexão sobre as práticas pedagógicas e da vida, do professor e dos alunos,

que ao retornarem a elas, mais que julgá-las, as aperfeiçoam e reformulam, tornando-as mais

comprometidas e qualificadas.

Na Educação Infantil, constituem em recurso de avaliação a observação e os registros

de certos episódios que ocorrem em classe, visto que, na relação cotidiana com os alunos, o

professor encontra valiosas oportunidades para compreender a forma pelo qual eles a

prendem diferentes situações e reagem a elas, e como essa forma se modifica ou não no

decorrer da escolarização. A observação e o relatório servem como memória pedagógica de

cada turma. O professor muito aprende ao registrar a caminhada de cada aluno, pois,

testemunha os sucessos, os avanços, conquistas e dificuldades, ao invés de só permanecer nas

constatações frias. Um trabalho assim, fruto de observações diárias registradas em anotações

contínuas, reflete a ação educativa, presta atenção às manifestações do aluno, encaminha

novas buscas. Assim, estaremos nos empenhando em construir algo novo, em nos

reconstruirmos enquanto educadores e cidadãos responsáveis coletivamente pelas nossas

ações.

ENSINO FUNDAMENTAL: EM BUSCA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA

Vivemos em um mundo de constantes mudanças, as quais se fazem sentir em diversos

níveis e aspectos. Mudam os ordenamentos econômicos e sociais, os modelos teóricos e com

eles os conceitos, as práticas, as relações entre as pessoas. Enfim, a forma de interagir com o

mundo. Na educação não poderia ser diferente.

No processo histórico da educação no Brasil, por exemplo, percebe-se que, de acordo

com o contexto que se apresenta, o sistema educacional modifica-se para atender as

necessidades emergentes daquele momento. Assim a educação acaba não recebendo a atenção

que deveria ter e não é tratada com a devida seriedade.

A realidade vivenciada no cotidiano das escolas sob influência da concepção

tradicional de educação, traz-nos a visão de propostas pedagógicas construída

predominantemente sob a ótica em que o aluno é um sujeito passivo, subordinado ao

professor, que detém os conhecimentos e os transmite aos poucos para assimilação acrítica

pelos alunos.

30

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Na realidade essa assimilação constitui-se numa pseudo-aprendizagem caracterizada

pela simples memorização que logo se extingue, haja vista não traduzir questões significativas

para o aluno. Os currículos sob a ótica dessa concepção tradicional, estão engajados em uma

proposta elitista que prima e defende a cultura erudita como única e verdadeira, portanto

como única fonte de conhecimento e saber.

Essa prática pedagógica revela em seu fazer o “adestramento” como pré-requisito para

a aprendizagem, o que reflete no seu ensinar os condicionamentos de uma escolarização que

sempre recorrerá à memória e à repetição.

O professor nessa concepção, ainda se coloca e é colocado na posição daquele que

possui o conhecimento e tem a tarefa de transmitir aos alunos conhecimentos cristalizados. A

relação tende a ser unilateral e linear, prevalecendo o que o professor diz, monopolizando

com isso o espaço de sala de aula.

Em outro extremo, vemos propostas pedagógicas pela não diretividade do processo de

construção do conhecimento, cujo espontaneísmo é a marca principal. Nessas práticas o

professor não ocupa o espaço de orientador do processo, de problematizador da experiência,

mas tão somente de facilitador.

Se por um lado, é equivocado ter-se o processo de ensino aprendizagem centrada no

professor, por outro, centrá-lo tão somente no aluno, sem a relação dialética e dialógica entre

sujeito que aprende e sujeito que ensina, constitui-se também num equívoco.

Mais adiante, predominou o aspecto reprodutivo da educação, ou seja, caiu-se num

pessimismo quando se afirmava que a educação servia apenas para reproduzir uma estrutura

social desigual. Difundiu-se que a escola apenas reproduzia relações de poder e dominação.

É importante compreender-se que o sistema escolar constitui-se numa construção

histórica que não teve como preocupação atender os interesses da camada popular ou dos

indivíduos, mas da própria sociedade, da classe dominante.

Apesar de se constatar o caráter reprodutivo da educação, vislumbrou-se a

possibilidade desta também gerar o novo. Nesta perspectiva encontra-se alguns importantes

teóricos como Gramsci, Willis, Gadotti, Freire, entre outros.

Segundo Willis (1989) não existia uma reprodução pura, uma vez que as pessoas não

absorvem os materiais simbólicos e culturais da forma como são repassados, mas fazem uma

reelaboração do mesmo, assimilando-os de acordo com sua própria bagagem cultural, há

presente a subjetividade do indivíduo.

Já com o construtivismo, enfoque pedagógico influenciado pela obra de Piaget é

enfatizado o papel ativo do aluno na construção do conhecimento. O que se pode constatar no

fato, foi a grande ênfase no cognitivismo na prática pedagógica construtivista,

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desconsiderando-se outras dimensões importantes no processo pedagógico, como a dimensão

social e afetiva.

É com a teoria sócio-interacionista cuja base encontra-se em Vygotsky que propaga-se

um novo enfoque com relação ao pensamento e a linguagem, aprendizagem e

desenvolvimento, escola e vida. A questão da aprendizagem deixa de ser colocada na relação

sujeito x objeto e passa a enfocar as questões de interação sujeito x meio e das linguagens

que fazem a mediação desta interação.

A partir de Vygotsky, passamos a entender melhor a relação existente entre a

cooperação dentre pares e o potencial de aprendizagem. Ele cria os conceitos de

“desenvolvimento real” e “zona de desenvolvimento proximal”, para estabelecer uma visão

mais adequada da relação entre desenvolvimento e aprendizagem. Para aquele autor,

“desenvolvimento real”, seriam as funções mentais do indivíduo, que já estão estabelecidas,

decorrentes das etapas de desenvolvimento já inteiramente compridas pelo sujeito, seria o

desenvolvimento observável, verificável. A interatividade também está presente no conceito

de zona de desenvolvimento proximal, ao se afirmar que aquilo que podemos fazer em

parceria é aquilo que seremos capazes de fazer sozinho amanhã .

Vygotsky concebe a relação pensamento x linguagem como auto-constitutiva,

considerando a linguagem organizadora do pensamento e vice-versa, numa interatividade

permanente. A linguagem, portanto, teria um papel muito importante, pois para ele, a criança

percebe o mundo não só através dos olhos, mas também com a fala. A diferença entre as

duas é que a primeira implica uma percepção globalizada, integral, enquanto a fala essencial

analítica, requer processamento sequencial. Isso significa dizer que, cada elemento percebido

é rotulado separadamente e, em seguida, estes elementos são conectados, gerando uma

sentença estruturada. Portanto, a criança usa a fala não só para perceber, mas para pensar. A

fala solitária é uma forma da criança organizar suas percepções do mundo e planejar

soluções para os problemas que tem de resolver.

Com base nestas considerações é que apresentamos a proposta pedagógica dos Ciclos

Básicos I, II, III e IV da Escola Bosque. A proposta que defendemos concebe a escola como

um espaço no qual o aluno possa desenvolver-se física, afetiva e intelectualmente com

liberdade, desenvolvendo seu senso crítico, conhecendo e conquistando seus direitos,

exercitado sua organização e vivenciando sua historia e sua cultura.

“Os ciclos representam a possibilidade de construção de um

espaço efetivo de continuidade, de percepção do trabalho

pedagógico enquanto processo, não amarrado a tempos anuais

e conteúdos sequenciados, em uma linearidade e fragmentação

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que comprometam a compreensão dos fenômenos sociais

enquanto totalidades. Partimos da compreensão de que o

desenvolvimento humano não ocorre através de um caminho

previsível, universal e linear. Ao contrário, se processa de

forma dialética, através de sucessivos movimentos de rupturas e

situações de desequilíbrio que provocam reorganizações na

formação global dos indivíduos” (Projeto Político-pedagógico

da Escola Cabana 2003 pag. 36).

Entendemos que a formação do aluno não se limita a aquisição dos primeiros hábitos

ou de conhecimento de forma acrítica e passiva, mas deve corresponder a um plano de

desenvolvimento do cidadão participante, crítico e responsável.

O principal papel reservado ao educando consiste no redescobrimento do

conhecimento que já dispõe, no sentido de aperfeiçoá-lo, generalizá-lo, aproximando-os

progressivamente do conhecimento científico e universal. Esta reformulação do conhecimento

que o educando deverá viabilizar dará condições de interagir positivamente em sua realidade,

tanto a curto como a médio e a longo prazos. Ele deixa de ser um receptáculo passivo de

informações para tornar-se um ser que se transforma inteiro junto com a renovação dos seus

conhecimentos. O movimento cognitivo constante deverá ser o que parte do cotidiano do

aluno em direção ao conhecimento universal e sistemático, retornando ao cotidiano para

reexplicá-lo no sentido de uma leitura crítica de sua realidade local, possibilitando uma

intervenção propositiva nessa realidade e, a partir do local, refletir as questões que desafiam a

possibilidade de um futuro sustentável para o planeta. Nesse movimento ocorre a permanente

formação de conceitos que irão se reformular tantas vezes quanto forem necessários, e em

função do processo de captação e compreensão do mundo por parte dele.

O professor será o mediador dessa integração, estimulando o educando a recuperar em

seu cotidiano fenômenos e problemas relevantes social e cientificamente orientando-o a

observá-los criteriosamente e a investigar suas relações e interações, proporcionando assim,

situações apropriadas a tais estudos. Isto sem perder de vista a necessidade de dosar o

aprofundamento e os limites espaço-temporal de abordagem de cada assunto, de acordo com

as possibilidades intelectuais do educando. O professor deixa, assim, de ser um transmissor

de conhecimentos prontos, para tornar-se o orientador da aprendizagem de seus alunos.

O direito ao exercício da cidadania, numa perspectiva inclusiva, abrange os aspectos

pessoal, social, cultural, econômico e político e , sendo a Escola Bosque/ Escola Cabana

33

Page 34: Primeiro Ppp Eb

comprometida com a aprendizagem para todos, há a implicação de não se ignorar que existem

crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais, e para assegurar esse

direito, estamos investindo na superação de práticas segregacionistas no contexto escolar

através da efetiva inclusão das crianças nas turmas de ensino regular, considerando cada uma

delas em sua diversidade e potencialidades.

Compreendendo o trabalho pedagógico como articulador do processo de

desenvolvimento dos educandos, não trabalhamos na ótica de valorização apenas dos bens

sucedidos, por isso desenvolvemos um trabalho articulado onde o conjunto de profissionais

da escola possam ser responsável pelo conjunto de educandos que nela estudam através do

Plano Pedagógico de Apoio PPA, o qual constitui-se de suma importância para que a escola

trabalhe na lógica da aprendizagem com sucesso, da valorização dos educandos e de que o

trabalho já realizado possa ser aprimorado, redimensionado, no sentido de considerar as reais

necessidades dos educandos.

Nesse contexto estamos oportunizando a inclusão de propostas que garantam o

processo, concebendo os educandos como sujeitos fundamentais para a consolidação de uma

educação inclusiva e de qualidade.

Nesta perspectiva temos a concepção de homem como sujeito do processo histórico,

de construtor do conhecimento coletivo a partir de sua vivência, partindo do pressuposto de

que a educação é um ato coletivo, solidário, construindo a partir de uma ação dialógica, onde

professor e aluno, mediatizados por esta realidade buscam entendê-las para nela atuarem,

transformando-a .

Para alcançar estes objetivos a escola precisará fazer uso de uma metodologia

participativa, pois o aprendizado deverá ser caracterizado de forma prática, ativa e crítica,

oferecendo ao aluno um acompanhamento individualizado, respeitando o seu ritmo de

aprendizagem, com vista a um crescimento pessoal e coletivo. Neste aspecto vemos a

importância da organização do ensino em ciclos, pois garantimos mais dinamicidade ao

processo.

Convém ressaltarmos que a opção pela organização em ciclos procura dar conta

também das particularidades presentes na passagem do Ciclo Básico II para o III,

evidenciadas pela ampliação da quantidade de disciplinas pelo caráter pluridoscente de

organização do espaço de sala de aula e ainda, pela presença mais dirigida e acentuada no que

se refere à ciência.

A decisão sobre o que e como ensinar em relação a determinada área do conhecimento

está diretamente ligada ao modo como pensamos o mundo e a ciência. Se concebermos a

ciência como neutra e o mundo como uma somatória das partes que o constituem,

34

Page 35: Primeiro Ppp Eb

constituiremos um ensino em que a ciência é apresentada como um conjunto de fatos,

hipóteses e teorias, desvinculados do social, um ensino em que as teorias assumem a

dimensão de verdades absolutas, inalteráveis e nas quais se desconsidera o fato de que o

conhecimento é produzido por indivíduos, em determinada época , em determinado contexto

político-sócio-econômico.

Tão fundamental quanto definir quais conteúdos e metodologias serão desenvolvidos

ao longo do ensino fundamental é ter claro que tratamento daremos a esses conteúdos, de

maneira a garantir a apropriação do conhecimento pelos alunos.

Nesse contexto, o conteúdo pedagógico proposto pelas disciplinas não vêm preso a um

modelo diretivo, ao contrário, ele propicia uma participação mais efetiva do educando, dando

a ele o direito de concorrer com o erro e de utilizar as suas habilidades seguindo seu próprio

ritmo, suas percepções das reais possibilidades biopsíquicas.

Os procedimentos e materiais didáticos apropriados a tal perspectiva de ensino serão

necessariamente variados. Mas, o fundamental será a maneira como deverão ser selecionados,

utilizados e combinados. O principal material didático será a própria realidade do educando e

a técnica de ensino básica constituirá na observação, problematização e investigação da

mesma, tendo como suporte o panorama político, econômico e cultural da sociedade em que

está inserido.

Do ponto de vista prático, o conteúdo pedagógico dá ao professor condições de

elaborar atividades que coloca o educando diante de situações reais, com a tarefa concreta a

desempenhar, para lhe deixar tempo de apreciar as dificuldades e resolvê-las e permitir,

também, escolher a situação mais eficaz, considerando suas próprias possibilidades.

A escola deverá tornar-se o espaço de integração entre o conhecimento produzido pelo

senso comum, presente na realidade cotidiana do aluno e o conhecimento sistemático e

universal produzido pelas diferentes ciências. Deverá ser o espaço de ampliação da

compreensão que o educando traz da sua própria realidade, na medida em que proporciona

condições para conhecê-la e analisá-la criticamente através de formas mais elaboradas do

conhecimento.

“Esta concepção rompe radicalmente com a lógica da escola

seriada, mudando os critérios para a enturmação dos alunos,

que jamais se justificam pela diferença de classe, etnia, gênero

e/ou ritmos da aprendizagem homogeneizadas na composição

das turmas no s ciclos” ( Projeto Político-Pedagógico da

Escola Cabana 2003, p 36)

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Page 36: Primeiro Ppp Eb

Visando a superação da retenção, evasão escolar, fragmentação do saber, enfim, do

processo de exclusão que está posto, é que nos propusemos a implementar na organização do

Ensino Fundamental os ciclos de formação, constituídos em Ciclos Básicos I (6,7 e 8 anos), II

(9 e 10 anos), III (11 e 12 anos) e IV (13 e 14 anos), com duração de 3, 2 ,2 e 2 anos

respectivamente. Pretende-se que a não retenção seja viabilizada , não apenas pela qualidade

social do ensino desenvolvido cotidianamente , mas também por estratégias que permitam um

acompanhamento constante daquele que revelarem maior dificuldade.

A organização do Ensino Fundamental em ciclos promove uma continuidade no

processo de aprendizagem no qual toda a comunidade escolar é sujeito interativo. Os ciclos

por seu caráter , contribuem para que sejam respeitados o ritmo, o tempo e as experiências de

cada aluno, favorecem o trabalho coletivo dos educadores, a ação interdisciplinar e a

participação de pais no acompanhamento e avaliação do aluno e da instituição escolar.

“Não se trata de simples reorganização do tempo cronológico

da escola; é, antes, a possibilidade de construção de um

espaço efetivo de continuidade, de percepção do trabalho

pedagógico enquanto processo, não amarrado a tempo anuais,

a conteúdos sequenciados numa liberdade e fragmentação que

comprometem a compreensão da totalidade”. ( I Fórum de

Educação da RMB, 97 )

Acreditar que é possível transformar a realidade pela qual passa a educação brasileira

é condição básica para se ir ao encontro de propostas inovadoras na área educacional , pois

se faz necessário o compromisso no acompanhamento sistemático dos educandos, tomando

como base uma avaliação reflexiva e processual que venha contribuir para o desenvolvimento

efetivo do mesmo.

“ A noção de ciclo é pedagogicamente funcional por

corresponder melhor a evolução de aprendizagem de

competências específicas, mediante uma organização

curricular mais coerente com a distribuição dos conteúdos ao

longo do período de escolarização ( ... ) assegurando a

continuidade do processo educativo adaptando-se ações

pedagógicas aos diferentes ritmos de aprendizagem dos

educandos ( MEC, in Caderno Pedagógico 9 ).

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Page 37: Primeiro Ppp Eb

Em cada ciclo existe um conjunto de princípios e conhecimentos que norteiam e

aprofundam o trabalho pedagógico e o caminho percorrido desde o primeiro ano do primeiro

ciclo até o último ano do quarto ciclo, atentando para o fato de que cada educando tem suas

características próprias em suas diferentes idades e situações sócio-cultural, fazendo com que

a escola tenha um movimento pedagógico flexível voltado sempre para o sucesso escolar dos

seus educandos.

A escola deve entender que o aluno só aprende bem aquilo que está, de alguma forma,

relacionado com a sua realidade, com a sua vivência. Por isso a escola deve preocupar-se com

o “para quê” e “ por quê” determinados conteúdos precisam ser estudados pelos alunos; em

que situações ele irá utilizá-los, não simplesmente no aspecto prático deste conteúdo, mas de

sua relevância social para a vida destes.

Para isto deverá ser operacionalizado um currículo que esteja centrado na coletividade

em relação com o meio concreto onde está inserida. O conteúdo programático, então, deverá

partir da reflexão, análise e entendimento das experiências desta coletividade, buscando a

sistematização e produção de novos conhecimentos.

Neste sentido, a proposta da Escola Bosque vem trazer novas perspectivas, uma vez

que tem como princípio filosófico a formação de uma ética e consciência ambiental, norteada

pelo desenvolvimento econômico com justiça social, sem que implique na degradação

ambiental, sob pena de promover danos irreparáveis ao homem, a vida.

Acreditamos que há perspectivas reais de se realizar um movimento de produção com

vistas a atender aos interesses da camada popular, pois, a partir de uma leitura mais dialética

pode-se perceber que a reprodução traz em seu bojo um movimento de produção que terá

determinado resultado de acordo com os interesses que se defendem.

O trabalho pedagógico vivenciado nos ciclos de formação da Escola Bosque

fundamenta-se no rompimento com a lógica fragmentadora do processo escolar e na

flexibilização dos tempos de aprender-ensinar-desenvolver, possibilitando aos educando uma

formação integral, humanizadora, socializadora e facilitadora da constuição de sua identidade

cultural, ambiental e auto-estima positiva.

Na Escola Bosque, o currículo tem o tema gerador como concepção para o estudo da

realidade e a Pedagogia de Projetos como princípio metodológico em todos os níveis de

ensino da escola, acreditando que os projetos desenvolvidos pela Instituição contemplam as

necessidades dos educandos no processo de construção do conhecimento. Nessa perspectiva,

o fazer pedagógico na escola funamenta-se nas seguintes fases:

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1. Fundamentação teórica – viabilizada através de estudos periódicos e seminários internos,

acompanhados e orientados por professores da escola, convidados e ciclos de formação da

COED.

2. Levantamento bibliográfico – Organizado pela equipe de professores da escola,

objetivando organizar um acervo do material disponível sobre a região estuarina para

suporte na elaboração de material didático.

3. Pesquisa sócio-antropológica/ Estudo da realidade.

4. Organização e aplicação dos conhecimentos num processo norteado no conceito de

interdisciplinalidade e viabilizado através dos projetos desenvolvidos pela escola.

E nesse processo a atuação do educador é fundamental:

“ ( ... ) os profissionais da educação desviaram-se do que é

nuclear, essencial, para fixar-se apenas nas questões da escola

( ... ) Os profissionais da escola foram reduzidos a seres

competentes apenas em educação escolar e sem entenderem os

processos sociais e educativos mais amplos, consequentemente

acabam por não ser competentes nem mesmo em educação

escolar. Para mim, a competência do educador, tem como pré-

requisito básico a capacidade de entender muito bem por onde

passa o educativo na sociedade (Arroyo 1987 , p 18).”

Faz-se necessário não só considerar o potencial de intelectualidade do professor ,

como auxiliá-lo a desvendar o seu real papel na sociedade, fazê-lo ver a dimensão social de

seu trabalho. Esse repensar precisa envolver uma reflexão da teoria educacional que deve ser

vista como teoria social que irá contribuir para a compreensão do espaço educacional como

esfera pública engajada no fortalecimento pessoal e social na perspectiva de formar líderes e

não apenas mão-de-obra qualificada. Com relação a essa dimensão, Giroux (1992, p 32 ),

faz interessante colocação:

“A tarefa central para a categoria de intelectual

transformadores é tornar o pedagógico mais político e o

político em pedagógico. No primeiro caso, isto significaria

inserir a educação diretamente na esfera política,

aprimorando tanto uma disputa por significado como uma luta

a respeito de relações de poder (...), por outro lado tornar o

político mais pedagógico significa utilizar formas da

pedagogia que tratem os estudantes como agentes críticos, que

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problematizem o conhecimento , utilizem o diálogo e tornem o

conhecimento significativo, de tal modo a fazê-lo crítico para

que seja emancipatório”

Portanto, cabe-nos desvelar o papel desempenhado pela linguagem e pelo poder nas

escolas e uma delas consiste na transmissão do conhecimento de forma acrítica. Questionar,

refletir acerca desse papel no âmbito educacional levaria a busca de uma proposta educacional

que valorizasse a linguagem , as experiências , enfim, a cultura das classes populares,

entendida como esfera de luta, como representação de um povo que anseia pela emancipação.

Para Giroux, o que necessitamos é combinar esperança com árdua prática e trabalho

intelectual.

Esperança que Paulo Freire considera fundamental:

“Eu não posso desistir da esperança porque eu sei,

primeiro , que ela é ontológica. Eu sei que não posso

continuar sendo humano se eu faço desaparecer de mim a

esperança e a briga por ela . A esperança não é uma doação .

Ela faz parte de mim como o ar que respiro. Se não houver ar,

eu morro. Se não houver esperança, não tem porque

continuar a história.”

Sendo assim, há que se resgatar esse elemento ao ato pedagógico, a esperança de que

se pode no espaço cultural reproduzir algo e não apenas ficar restrito à reprodução. A

pedagogia precisa estar associado a uma política cultural, a qual prima pela valorização da

bagagem cultural do indivíduo, para que este tenha uma leitura mais clara, consciente e

crítica de si e da sua realidade. O espaço escolar também deve estar engajado na produção e

luta por expressão . Que se ouça não só a voz do aluno, como também a do professor ,da

escola e da comunidade, não como elementos antagônicos mas em interação, numa

perspectiva dialética em que estão presentes especificidades, relações de dominação,

subordinação em busca de autonomia, poder e significado.

Avaliação

Comumente a avaliação vem sendo compreendida como um instrumento de poder, que

pune o erro dentro de um contexto de ensino onde a função do professor é “dar a aula, dar a

matéria e a nota”.

Utilizar a avaliação dessa forma representa uma dura ameaça para os alunos gerando

infelicidade enormes, castigos familiares, baixa da auto-estima e desestímulos em prosseguir

os estudos.

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Desta forma, mede-se o conhecimento do aluno através de instrumentos apropriados

( estes, provas, exercícios de verificação), numa visão de mundo harmônico, onde os

indivíduos devem adaptar-se como seres passivos. A necessidade de cumprirem o programa

impede que se considerem as proposições dos alunos, forjando uma ação do conhecimento em

favor da memorização e do condicionamento. A avaliação, em nossas escolas, infelizmente,

ainda está voltada para um modelo educacional que visa, conscientemente ou não, a

reproduzir uma sociedade autoritária.

(...) Quando se deixa para avaliar no final de determinado

processo, corre-se o risco de, em não se alcançando os

resultados desejados, perderem-se os recursos e desperdiçar-se

o tempo despendido no decurso da ação. ^prevendo-se

avaliações mais freqüentes, têm-se a oportunidade de corrigir

os rumos e aperfeiçoar os procedimentos com um custo de

tempo e de recursos cada vez menor. (Paro, p 35 )

Logo, o educador não pode agir inconscientemente. Cada passo de sua ação deverá

estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde está

encaminhado os resultados de sua ação. Daí ser necessário, portanto, repensar a avaliação.

Para tal, devemos ver a educação como um instrumento de transformação social que se volta

para a compreensão e superação da realidade, a partir do apropriar-se de informações que

possibilitem o pensar, o refletir e o dirigir as ações, de acordo com as necessidades

historicamente sentidas pelo homem.

Nesta perspectiva, temos de nos utilizar da avaliação democrática, voltada para as

potencialidades e possibilidades de crescimento dos alunos, descartando, assim, a visão

meramente classificatória. Temos que transformá-la em um instrumento de diagnóstico do

processo de ensino, a partir de uma atitude de permanente observação e reflexão sobre a

prática, para realimentá-la . Portanto, os “erros” e “fracassos” dos alunos devem ser

considerados como fatos que fornecem pistas para indicar novas formas de ação.

A questão que se coloca Comumente é : como viabilizar esta questão no cotidiano da

sala de aula?

Inicialmente devemos buscar mecanismos que envolvam diferentes sujeitos do

processo educativo ( responsáveis, técnicos professores ), enquanto agentes que contribuem

para a formação dos (as) alunos (as), nas suas diferentes dimensões: afetiva, social, cultural e

política, que devem, continuamente, indicar novos rumos, redimensionando a prática

pedagógica.

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Page 41: Primeiro Ppp Eb

Faz-se necessário, que o compromisso com o processo, leve o professor a registrar

todos os dias, do primeiro ao último dia de aula, fatos relevantes, relacionados a construção

do conhecimento. Os conteúdos essenciais e significativos, eleitos como fundamentais para

aquele momento e explicitado pelos objetos, ajudarão o professor nas anotações dos avanços

e dificuldades dos alunos.

Além deste tipo de registro, o professor deve oportunizar que se faça a auto-avaliação,

na qual o aluno terá a oportunidade de demonstrar os conhecimentos construídos, além de

discutir as suas dificuldades.

Assim, o professor necessita utilizar no seu dia-a-dia um instrumento que possibilite

avaliar o seu aluno constantemente, Para tal propomos uma ficha de acompanhamento que

garanta esse processo de forma bastante satisfatória.

Essa avaliação contínua, estarão presentes aspectos de caráter formal e político, pois

não basta que o aluno elabore e reelabore conhecimentos, mas que ele saiba o que fazer com

tais conhecimentos no sentido de garantir sua cidadania.

Além da ficha de acompanhamento individual propomos a utilização sistemática de

um diário de classe redefinido nas discussões da Escola Cabana, o qual oportuniza o registro e

acompanhamento do processo de aprendizagem do aluno. Assim como a utilização da

observação sistemática do aluno nesse processo.

Outro instrumento que poderá ser utilizado consiste no conselho de ciclo, enquanto

instância avaliativa, possibilitando a superação de práticas fragmentadas, em especial nos

Ciclos III e IV, onde o trabalho tem como desafio a efetivação de uma prática interdisciplinar,

garantindo uma avaliação mais abrangente da escola em seus vários aspectos, infra-estrutura,

organização e outros fundamentais para se buscar a retomada e resignação do espaço

educacional, ajudando a romper com práticas avaliativas centradas no (a) aluno (a), sob a

ótica de um único professor de forma a construir alternativas pedagógicas que auxiliem

educandos e educadores na superação das dificuldades apresentadas. ( individuais e

coletivas).

ENSINO MÉDIO/PROFISSIONALIZANTE: uma experiência em construção

O trabalho no contexto mundial passa por profundas transformações, exigindo, a cada

dia, um trabalhador mais preparado para enfrentar as mudanças que se apresentam. Nessas

circunstâncias, a responsabilidade dos educadores consiste em repensar novos meios para

definir o perfil do profissional capaz de enfrentar o avanço tecnológico e o processo de

globalização da economia. A década de 90, coloca novos desafios aos educadores no impasse

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de rever suas prioridades para a educação nos marcos de novas dinâmicas de desenvolvimento

que implicam em avanços tecnológicos e intercâmbios científicos em perspectivas regional,

nacional e internacional. A prática educativa e suas relações com o mercado, a

competitividade, as formas de gestão, a democratização do saber são aspectos críticos que

requerem atenção renovada.

Nesse panorama, a educação e a aquisição de conhecimentos passam a ser vista como

elementos fundamentais com possibilidade de desenvolvimento econômico, político e social.

Com o mundo em desenfreado processo de transformação causado entre outros

fatores, pelas mudanças no processo produtivo, provocadas pelo rápido crescimento

científico-tecnológico, pela urbanização crescente e desordenada, provocando uma revolução

ambiental de tal que mais parece um filme de ficção com cenários de horror e destruição.

Nessa visão, como pano de fundo onde a relação ser humano-natureza passa por diversas

reflexões, surge a Educação ambiental como geradora de outros sentidos de se estar no

mundo, de repensar o homem como sujeito historicamente construído.

A relação ser humano com a natureza e a sociedade se expressa através do trabalho. E

é no trabalho que se intensificam as relações do homem com outros homens. Portanto

acreditamos está no ser humano todo o suporte da mudança e transformação da sociedade,

neste sentido, o trabalho deve ser desalienante, onde o homem é sujeito e não objeto executor

de ordens cegas.

Neste contexto, a proposta pedagógica do ensino Médio e Profissionalizante da

Funbosque deve ser aquela que proporcione ao educando acesso ao saber científico e

tecnológico, que fundamenta o trabalho e que possibilita a participação na sua vida social e

política.

Compreendemos que a verdadeira dimensão social da educação está pautada numa

concepção político-filosófica, através da qual se busca propiciar o desenvolvimento integral

do educando, devendo ser um dos instrumentos que possibilitem à este educando o pleno

exercício de seus direitos de cidadão.

O Ensino Médio e Profissionalizante da Escola Bosque busca oportunizar aos alunos o

acesso a habilitações profissionais voltadas para o desenvolvimento de novas formas de

manejo de recursos naturais renováveis; dar acesso a um ensino de qualidade, voltado aos

interesses ambientais e capaz de propor modelos de desenvolvimento socialmente

sustentáveis nas áreas de atuação de seus futuros profissionais e desenvolver ações

curriculares que proporcionem a construção do conhecimento, através de pesquisa crítica,

criativa e participativa, visando a autonomia dos sujeitos.

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conceber a escola como um espaço de múltiplas possibilidades é também entendê-la como um

terreno fértil para a construção de sujeitos sociais cientes de seu papel na história e no mundo.

a escola é palco que reune diversos atores, cada um representante de um desejo, de um saber,

de valores , individuos dividindo o espaço físico das contradições ideológicas e sociais em

que se constiui a escola.

ao longo do seu processo histórico o homem busca consolidar através da educação sua

formação, objetivando superar os instintos e humanizar a pessoa, ou por outro lado, a própria

deformação da condição de humano que deve ser cotidianamente fortalecida apesar dos

apelos de desumanização da pessoa humana.

a realidade social na atualidade faz emergir como necessidade determinante a constante

formação do individuo, exigência esta cada dia mais pungente.

hoje, uma verdade absoluta impulsiona o homem: o desafio de estar preparado para enfrentar

as transformações que se apresentam.

a razão primeira da escola bosque implantar o ensino médio responde a um desejo da própria

comunidade, comunidade esta carente de escolas que oportunizassem a continuidade na

formação escolar.

outro fator relevante corresponde ao poder público, uma vez que a premissa norteadora das

políticas públicas de educação implantadas a partir de 1997 pela secretaria municipal de

educação vem ao encontro dos anseios da comunidade de caratateua, ávida por uma escola

que viabilize os seus sonhos e mude sua realidade.

o ensino médio ofertado na escola bosque segue as orientações da ceb e do cne, procurando

dessa forma consubstancia-se em conformidade com a legislação em vigor, como também,

reconhece a especificidade da temática ambiental ser o eixo da pesquisa basilar prevista na

proposta pedagógica em todos os segmentos educaionais ofertados na referida escola .

num cenário mundial marcado por conflitos étnicos, desemprego e vertiginosa substituição

tecnólogica, as atenções colocam a escola no centro das discussões, com um destaque para a

formação a nível médio, pois acredita-se que esta contribua para a aprendizagem de

competências, o desenvolvimento de habilidades, visando á formação de indivíduos mais

43

Page 44: Primeiro Ppp Eb

criticos, sensíveis as diferenças de qualquer natureza e dispostos aceita-las a fim de possiblitar

o convívio pacifico entre os povos.

como em outros países com indicadores sóciais contrastrantes e injustos, surgem , no brasil,

outros focos de atenção: o desafio de promover o desenvolvimento sustentável, mesmo sob os

ditames da globalização.tecer o fio condutor de uma sociedade equilibrada sob o tripé da

sustentabilidade, não parece tarefa fácil ou que possa ser atingida a curto prazo. por outro

lado, esta mesma perspectiva impulsiona reforça a necessidade de individuos propositivos.

na proposta pedagógica adotada na escola bosque, o cuurriculo procura assegurar a formação

humanista de alunos aptos a atuar com modelos alternativos de gestão dos recursos naturais,

com qualidade social suficiente para compreender as novas formas de organização do

trabalho, capazes de enfrentar a dinâmica do mercado e idenrtificar novas oportunidades, para

discutir políticas publicas regulares que de fato beneficiem toda a comunidade.

REDES DE CONHECIMENTOS: Uma Proposta em Construção para a Educação

de Jovem e Adultos

Os (as) alunos (as) trabalhadores (as) carregam a respeito da escola uma visão que a

concebe como fonte de instrumentos que lhes possibilitam melhorias no âmbito profissional,

o que corresponde à uma compreensão que reafirma uma percepção de organização social

sustentada numa atribuição diferenciada de prestígio e status tendo como referência a divisão

social do trabalho, demonstrando uma aceitação da educação como único meio disponível de

ascensão e mobilidade social, o que corrobora para a legitimação da ordem dominante, diz

CAPORALINI. Entretanto, apesar de compreendermos que a escola não pode trabalhar

resumidamente em cima das aspirações profissionais dos alunos, não podemos descartar a

visão construída por eles sobre o papel da instituição, assim como não podemos negar a real

necessidade que eles possuem em adquirir instrumentos que lhes possibilitem lutar por

melhorias de vida.

Assim acreditamos que o educador enquanto articulador do processo ensino e

aprendizagem, deve contribuir da melhor maneira possível e inovador, instrumentalizar os

seus alunos através dos conhecimentos básicos da leitura e da escrita, oportunizando uma

ação integrada entre teoria e prática, priorizando estratégias metodológicas na formação da

competência formal e política do (a) aluno (a) enquanto cidadão (a).

44

Page 45: Primeiro Ppp Eb

Neste caso, compreendemos que cabe a Escola Bosque, contribuir para a fomentação

de princípios que primem pela sólida construção de valores, fortemente sedimentados sobre

uma ética ambiental que vislumbre a relação ser humano e natureza sob uma perspectiva que

transcenda a mera visão harmônico-preservacionista, com o intuito de colaborar para o

florescimento de discussões comunitárias, que tenham como objetivo apontar meios concretos

para que a apropriação das riquezas naturais da região se dêem de uma forma não-predatória,

mas através de práticas economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente

equilibradas.

Nas condições de vida do (a) aluno (a) trabalhador (a) o maior espaço que ele tem é

dedicado ao trabalho. O espaço que lhe estar a par das coisas do mundo é bem reduzido e a

escola não pode deixar de proporcionar a ele relacionamento aos conteúdos formais,

conteúdos com possibilidades de tratar assuntos relativos a seu dia-a-dia, a seu trabalho e as

informações atuais.

De acordo com os ideais Freiriano, o movimento de libertação das classes oprimidas

está ligado ao sentido libertador da ação educativa que se concretiza na instauração do

processo de reflexão de sua realidade.

Agrava-se na Educação Brasileira o desânimo que dificulta o processo de ensino-

aprendizagem dos (as) alunos (as) do Ensino Noturno, quando a escola não estimula a ousadia

de práticas docentes adequadas para quebrarem o medo que esses alunos (as) têm de se

expressarem, falando ou escrevendo, o medo que eles têm de errarem.

O currículo em construção da Educação de Jovens e Adultos, traz em sua essência ao

ideais da Escola Cabana, cuja a ação político-pedagógica e cultural está comprometida com o

resgate da cidadania dos nossos educandos.

Nesse processo cremos que nos são fundamentais os ensinamentos construtivistas

Freirianos e sócio-interacionista de Vygotsky, que não ensinam receitas prontas, mas apontam

para importância de se reconstruir a prática pedagógica continuamente, criando oportunidades

para que a equipe de atores envolvidos no processo de criação e construção do conhecimento,

reconstruam o seu fazer pedagógico voltado de fato para uma ação sócio-político-cultural,

que esteja comprometida com a formação do ser humano integral e possibilite a construção de

uma sociedade justa.

Pensar uma nova proposta curricular para a Educação de Jovens e Adultos, significa

primeiro, definir a concepção de escola, que se quer, para quem e para que.

Valores e princípios que orientam a construção que queremos precisam estar,

intrisicamente ligados a concretização dessa escola, pelo seu instrumento básico de

organização, que é o currículo.

45

Page 46: Primeiro Ppp Eb

Essa perspectiva de pensar no currículo, traduz uma visão progressista e

emancipatória, ou seja, passa-se de uma escola cristalizada, à escola cuja construção do

currículo em processo não abre mão do tempo histórico onde vive os alunos.

Só faz sentido pensar currículo como forma de problematizar as questões econômicas,

sociais e culturais, como aglutinador vivido. As vivências do indivíduo se fazem com o

sentido da totalidade, e, como tal, precisam ser recuperadas de modo a considerar essa

totalidade como elemento fundamental e necessário à construção do currículo.

Deve-se ter essa totalidade como referência da organização das disciplinas e do

conhecimento, vistos até então como fatos fragmentados e hierarquizados, que refletem a

escola e uma sociedade de classes.

Essa totalidade busca um trabalho integrado dos diferentes sujeitos da educação,

chegando a implementar uma atitude interdisciplinar, pois entende-se que o conhecimento se

constrói a partir da relação com o outro e com o objeto a ser conhecido.

“(...) e as várias áreas do conhecimento se articulam entre si,

formando uma totalidade, que procuram dar conta de

estabelecer relações cada vez mais ampla da realidade local,

onde o educando passa a compreender as totalizações que

permitem revelar as contradições mais amplas, presentes nas

relações locais” (Anézia Viero).

Tradicionalmente o currículo da educação de Jovens e Adultos tem assumido um

caráter técnico consensual baseado na seqüência de conteúdos, distribuição de carga horária e

grades curriculares, onde a apropriação do conhecimento tem se dado de forma estanque e

fragmentada.

O saber sistematizado dos conhecimentos das Ciências, Filosofia e Artes, que

expressam a ação humana e possibilite ao aluno trabalhador se relacionar com diversas

dimensões do conhecimento, somado aos que trazem de suas experiências sócio-político-

culturais, constituem nossa proposta de Currículo Interdisciplinar, proporcionando ao aluno

um processo de ensino-aprendizagem em condições para ele recriar e relembrar estes

conhecimentos.

Essa proposta curricular que trata as vivências escolares de forma crítica, democrática,

libertadora e transformadora, está pautada na participação dos sujeitos na construção de uma

nova prática educativa. E essa prática se amplie para dimensão social, onde todos disponham

de possibilidades de viver a igualdade de direitos de escolher, de decidir, tendo à disposição

as atividades culturais e os conhecimentos científicos e técnicos.

46

Page 47: Primeiro Ppp Eb

É importante trazer para a escola, a realidade em que vive os alunos trabalhadores e

trabalhadoras, para que possam refletir melhor sobre a cidade, o país, o mundo, as relações de

trabalho, as relações de gênero, os direitos humanos, os valores ambientais dentre outros. Que

a escola do jovens e adultos possa ser um espaço de encontros onde possam falar de si de suas

experiências, e que sejam valorizados como pessoas, como trabalhadores (as) com uma

função social digna.

Tendo em vista a construção coletiva do Currículo Interdisciplinar, é que propomos a

organização da Educação de Jovens e Adultos em Ciclos de formação denominados de Redes

de Conhecimento, tendo como principio as Totalidades de Conhecimento, que segundo

Konder, 1995:

Para dialética marxista o conhecimento é totalizante e

atividade humana em geral e um processo de totalização que

nunca alcança uma etapa definitiva e acabada (...) Qualquer

objeto que o homem possa perceber ou criar e parte de um

todo. Em ação empreendida o ser humano se defronta,

inevitavelmente com problemas interligados. Por isso para

encaminhar uma solução o ser humano precisa ter noção de

conjunto. A visão de conjunto permite ao homem descobrir a

estrutura significativa da realidade com que se defronta, numa

situação dada. E é essa estrutura significativa – que a visão de

conjunto proporciona - que é chamada de totalidade. A

totalidade é mais que a soma das partes que a constituem. A

maneira que se articula uma totalidade os elementos que a

compõe, assumem características que não teriam, caso

permanecessem fora do conjunto. Há totalidades mais

importantes mais abrangentes e totalidades menos

abrangentes: as menos abrangentes, é claro, fazem parte das

outras. A maior ou menor abrangência de uma totalidade

depende do nível de generalização do pensamento e dos

objetivos concretos dos homens em cada situação dada. Se eu

estou empenhado em analisar as questões sendo vividas pelo

país, o nível de totalização que me é necessário é o da visão de

conjunto da sociedade brasileira, da sua economia, da sua

história, das suas contradições atuais. Se, porém, eu quiser

aprofundar a minha analise e quiser entender a situação do

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Page 48: Primeiro Ppp Eb

Brasil no quadro mundial, vou precisar de um nível de

totalização mais abrangente: vou precisar de uma visão de

conjunto do capitalismo, a sua gênese, da sua evolução, dos

seus impasses no mundo de hoje. Para trabalhar

dialeticamente com conceito de totalidade é muito importante

sabermos qual é o nível de totalização exigidos pelo conjunto

de problemas com estamos nos defrontando, e é muito

importante, também, nunca esquecermos que a totalidade é

apenas um momento de um processo de totalização que nunca

alcança uma etapa definitiva e acabada... .

Em síntese, Redes de Conhecimentos: (Anexo II)

Buscam assegurar a unidade do conhecimento constituindo-se num movimento de ação-

reflexão-ação de apreensão do mundo;

Constituem o Ciclo de Educação de Jovens e Adultos proporcionando a estes a

continuidade dos seus estudos no Ensino Médio;

Cada Rede de Conhecimento tem a duração de um semestre, desta forma o educando pode

a cada período semestral pode avançar em seus estudos, se por acaso precisa afastar-se da

escola, recomeçará do ponto interrompido sem precisar iniciar novamente;

Tem na perspectiva da avaliação emancipatória sua ação de contínuo processo de

diagnóstico do processo de construção do conhecimento e outro;

A ação interdisciplinar das Redes de Conhecimento do Ciclo de Educação de Jovens e

Adultos precisa constituir-se através de projetos de trabalho, organizados coletivamente

pelos professores das Redes;

Os conteúdos significativos das diversas áreas do conhecimento deverão constituir-se para

o aluno enquanto desveladores da realidade;

Nas totalidades de 01 (um) a 04 (quatro), os educadores deverão desenvolver o

processo educativo nos campos conceituais, onde a iniciação do processo ensino-

aprendizagem possa ser construído por um profissional “generalista”, para que a

fragmentação seja rompida neste momento.

Nas totalidades de 05 (cinco) a 08 (oito), a ação interdisciplinar, começará a ser

introduzida com profissionais das áreas de conhecimento e a construção e reconstrução de

conceitos seja estabelecida no cotidiano da sala de aula, e os conteúdos desenvolvidos devem

ter o propósito de estarem a serviço destes conceitos.

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Page 49: Primeiro Ppp Eb

A freqüência do aluno (a) em relação ao processo de apropriação construção do

conhecimento, não deve ser considerada como uma dificuldade ao avanço do aluno (a). Por

este motivo é que o Poder Público deve buscar meios para, quando o mesmo (a) estiverem

ausentes, seja garantido o direito a aprendizagem.

AVALIAÇÃO

“A avaliação tem perspectiva, emancipatória, onde professores

e alunos envolvidos no processo do conhecimento. Que de

acordo com Ana Maria Saul, ela tem dois objetivos: “iluminar

o caminho da transformação e beneficiar as audiências no

sentido de torná-las auto-determinantes”. (SEMED –1996, p.

61)

A avaliação perde o caráter classificatório e ganha possibilidades de perceber as

dificuldades, necessidades interesses e avanços quanto ao processo de aprendizagem. A

avaliação não é para rotular e/ou eliminar aqueles que não conhecem os códigos, mas para

que o (a) professor (a) crie desafios cognitivos que confluem os (as) alunos (as), fazendo com

que se apropriem do saber. (SEMED – 1996, p.15)

Com isso propomos que o (a) aluno (a) seja avaliado (a) de forma global e

permanente, em todos os componentes curriculares das totalidades, superando com a

fragmentação.

Com este processo estão envolvidos todos do grupo: professor avalia alunos, os alunos

avaliam o professor e ambos se auto-avaliam. A efetivação deste processo acontece de várias

formas, envolvendo trabalhos individuais e em grupo, através de reuniões com professores

com ou sem a presença dos alunos.

Para fins de transferência, o aluno receberá o histórico escolar da Totalidade

concluída, com parecer descritivo, especificando todos os conceitos e sua validação detalhada

em todas áreas de conhecimento. O registro detalhado facilitará o estudo, a avaliação e a

classificação do aluno pela instituição que o receber.

No caso de transferência do (a) aluno (a) que estiver cursando a Totalidade, deve ser

emitida a transferência, com a observação da série ou etapa equivalente a ser matriculado (a).

REDES DE CONHECIMENTO

1 2 3 4 5 6 7 8

49

Page 50: Primeiro Ppp Eb

V. PROJETOS INTERDISCIPLINARES E ESPAÇOS ALTERNATIVOS

O paradigma positivista, durante décadas, orientou o conhecimento dividido em

partes. Esse propósito simplificava a elaboração curricular educacional em um certo número

de disciplinas importantes à organização do ensino na escola. No entanto, a idéia da

fragmentação do conhecimento se contrapõe ao entendimento de fenômenos científicos mais

complexos discutidos no mundo pós-moderno. Portanto, a necessidade de repensar a

concepção curricular na escola é pertinente, sobretudo no que tange a relação das várias

disciplinas no currículo e de que forma elas podem explicar a complexidade do saber sob

diferentes pontos de vista.

O entendimento que Piaget aborda sobre a problemática, é, que, as disciplinas podem

se relacionar considerando três aspectos: multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.

A discussão sobre esses três níveis de ensino, se confundem quando da efetivação de

práticas educacionais que procuram conceituá-los, pois tratam-se de concepções que podem

corresponder a uma novo paradigma educacional.

Assim, ao conceber a multidisciplinaridade como a contribuição de várias disciplinas

para estudar um objeto, sem a preocupação de relaciona-las entre si; a interdisciplinaridade

quando houver interação entre várias áreas do conhecimento, proporcionando um estudo mais

estruturado do objeto, considerando vários conceitos em torno de unidades mais globais

atrelados por diferentes disciplinas; e, o estudo macro da tessitura do conhecimento que gerou

um determinado elemento como a transdiscipinaridade, a Escola Bosque se sobressai com

práticas interdisciplinares por meio da efetivação de projetos, que dismistificam o pensamento

positivista do saber fragmentado.

Nessa perspectiva, a Escola Bosque, por apresentar estudos e práticas pertinentes às

questões ambientais, procura a efetivação de projetos interdisciplinares que propiciem tanto

ao educador quanto ao educando uma visão global do conhecimento, seja na teoria ou na

prática do fazer pedagógico.

Ao discutir a concepção interdisciplinar nos horários de estudos, os professores da

Escola Bosque buscam desenvolver projetos que permitam o total envolvimento do sujeito

com questões que problematizem a realidade da qual ele faz parte. Assim, vários projetos já

50

Page 51: Primeiro Ppp Eb

implantados na Escola dizem respeito a perspectiva da qualidade de vida da comunidade da

ilha de Caratateua, o que é visualizado pela responsabilidade individual de cada agente que

integra as ações que dizem respeito aos projetos.

Não seria diferente o pensar no trabalho interdisciplinar para a Escola Bosque, tendo

em vista o seu ambiente físico, a sua proposta de ensino, a concepção integral do ser humano

e os seus objetivos pautados na qualidade de ensino e em melhorar, através de práticas

educativas, a vida daqueles que fazem o dia-a-dia da escola.

A concepção de interdisciplinaridade conduz o sujeito à busca de novos

conhecimentos através da pesquisa, diluída na troca, no diálogo no respeito ao pensamento do

outro, no passar do subjetivo ao coletivo.

Segundo Fazenda (1988), “ no projeto interdisciplinar não se ensina, nem se aprende:

vive-se, exerce-se”. Nessa perspectiva, os projetos efetivados na Escola Bosque é concebido

como metodologia educacional que procura trabalhar as áreas do conhecimento, sem

privilegiar esta ou aquela, mas priorizar todas, pois entende-se que a interdisciplinaridade é

uma perspectiva que conduz à pesquisa de novos conhecimentos.

PROJETO: LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

"Mais que uma tendência, uma realidade".

Justificativa

Toda proposta educativa para ser consistente, deve estar respaldada em um

princípio básico que é o compromisso de todos aqueles que vão através do seu exercício

diário, efetivá-la. Este compromisso passa também pela questão metodológica. A Escola

Bosque, dentro de sua proposta filosófico-metodológica, inclui a busca permanente de

alternativas pedagógicas que possam contribuir com o processo de construção do

conhecimento do educando.

Diante de tal pressuposto, o Programa de Informática Educativa surge como uma

alternativa concreta na busca por melhores condições de ensino no âmbito educacional.

Através dessa alternativa norteamos nossas práticas educativas tendo como ponto

de sustentação as linhas pedagógicas e científicas inseridas no Projeto da Escola, as quais se

referem respectivamente aos conhecimentos adquiridos através de práticas diárias

sistematizadas em sala de aula e aos conhecimentos produzidos através de projetos de

pesquisa científica conveniados com outras Instituições.

51

Page 52: Primeiro Ppp Eb

Nessa perspectiva, a Escola Bosque procura alicerçar suas linhas pedagógicas e

científicas na construção do conhecimento dentro de uma didática voltada para a educação

ambiental, visando a formação do sujeito em sua totalidade. Para tanto, propõe uma

metodologia interdisciplinar e multidisciplinar, que possa romper com o tradicionalismo

característico das propostas educacionais conhecidas historicamente. Na verdade, a

metodologia interdisciplinar pressupõe a busca da totalidade, isto é, a articulação entre todos

os saberes. Trabalhar interdisciplinarmente é situar o educando no contexto no qual está

inserido, buscando relacionar o que ele aprende com o processo histórico-cultural. Essa

relação é fundamental para o fortalecimento de uma sociedade do conhecimento, onde o

funcionamento cognitivo do ser humano passa a ser o resultado de toda uma herança cultural,

estabelecida ao longo das relações sociais e afetivas vivenciadas por ele.

Tomando como base o projeto de Informática Educativa, em consonância com o

Projeto da Escola, as atividades no laboratório de informática devem favorecer o aspecto

participativo e proporcionar a interação educandoeducadormáquina. Esta interação

garante ao educando refletir sobre o que está construindo, elaborar seu pensamento,

reestruturando-o, e de modo gradativo ir produzindo conhecimentos cada vez mais

complexos. Nesse processo vários aspectos fundamentais ao desenvolvimento do educando

são envolvidos, tanto ao nível do cognitivo como ao afetivo e social.

O educando ao interagir com o computador adquire sentido de domínio sobre um

elemento de tecnologia mais moderna e poderosa, ao mesmo tempo em que estabelece

contatos íntimos com algumas das idéias mais profundas das ciências, da matemática e da arte

de construção de modelos intelectuais. Ao ensinar o computador a pensar, embarcam numa

exploração do mundo como pensam, e pensar sobre o pensamento, envolve a criança numa

experiência que outrora não foi vivida nem pela maior parte dos adultos.

Assim sendo, a informática educativa tem dado importantes contribuições ao

processo ensino-aprendizagem, uma vez que, além de oferecer ao educando a oportunidade de

construir seu conhecimento através da tecnologia informatizada, interagindo com recursos

avançados na exploração de programas educativos, possibilita a interação de vários processos

que o levam a uma produção final.

Objetivos

Favorecer o acesso da comunidade escolar às novas tecnologias, possibilitando uma

formação crítica e conectada com o mundo moderno.

52

Page 53: Primeiro Ppp Eb

Promover práticas interdisciplinares fundamentadas na pesquisa como princípio educativo

a partir da realização de projetos de ensino e/ou de aprendizagem facilitados pelos

recursos de informática;

Favorecer o desenvolvimento do pensamento lógico, a criatividade, a concentração e a

memória dos educandos;

Propiciar ambiente que favoreça a atitude de diálogo, participação, cooperação e

socialização entre os diversos atores do processo educativo.

Metodologia de Atendimento

O trabalho será realizado em conjunto com os demais professores, afim de integrar as

atividades de sala de aula com o laboratório. De acordo com o objetivo do PROINFO, os

computadores tem como prioridade atender os alunos do ensino fundamental, entretanto

oportunizamos o acesso aos alunos dos outros segmentos da escola.

EDUCAÇÃO INFANTIL: Os alunos deste segmento são atendidos uma vez por mês. Como

são alunos que provavelmente continuarão na escola nos anos seguintes, terão a oportunidade

de freqüentar as aulas na sala de informática, são atendidas 04 turmas.

SOFTWARE UTILIZADO: É fundamental termos clareza da importância na escolha dos

software utilizado, visto que alguns são co-responsáveis pela melhoria da aprendizagem,

enquanto outros não indicam evidências favoráveis neste sentido. Desta forma utilizamos

softwares que desenvolvem a percepção visual, coordenação motora fina óculo-manula,

concentração e raciocínio lógico.

CBI, CBII, CBIII e CBIV: Todos os alunos deste segmento tem horário garantido na sala de

informática sessões de atendimento que variam de 1(uma) hora a 45´ uma vez por semana.

São atendidos num total de 31 turmas

SOFTWARE UTILIZADO: Colocamos a disposição desses alunos os seguintes softwares:

Editor de Texto(Microsoft Word), Planilha de cálculo(Excel), Programa de

Apresentação(Power Point), Paint, Micromundos, Cd-rom interativos e a Internet como

recurso no auxílio da pesquisa.

EJA: Os alunos (as) da I, II totalidades são atendidos semanalmente na sala de informática,

com sessões de atendimento que variam de 1 (uma) hora e ½ até 3 horas, no total de três

turmas.

Os alunos (as) da III e IV totalidades são atendidos (as) a partir do agendamento e

necessidade do (a) professor (a) .

SOFTWARE UTILIZADO: : Colocamos a disposição desses alunos os seguintes softwares:

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Page 54: Primeiro Ppp Eb

Editor de Texto(Microsoft Word), Excel, Paint, Cd-rom interativos e a Internet como

recurso no auxílio a pesquisa.

ENSINO TECNICO E MÉDIO: Os alunos deste segmento não possuem atendimento fixo

semanal na sala de informática, disponibilizamos o horário de 17:00 às 18:30 para que estes

alunos digitem seus trabalhos e realizem suas pesquisas orientadas por algum professor (a) de

acordo com a necessidade da turma e podem ser atendidos no 3º turno conforme a

disponibilidade de horário da sala. Foram atendidas todas as turmas de médio e técnico.

SOFTWARE UTILIZADO: Editor de Texto(Microsoft Word), Excel, Power - Point, e

Internet

PROJETO BRINQUEDOTECA: ESPAÇO DE LAZER E CULTURA

Justificativa

A brinquedoteca da Escola Bosque, denominada Sapucaia, surge com o objetivo de

garantir o espaço físico e temporal suprimido do brincar, bem como a sua expressão,

garantindo a preservação histórico-cultural das brincadeiras tradicionais.

A brinquedoteca é um dos lugares em que a atividade lúdica é permitida e reforçada,

que pode ter como instrumentos: brinquedos, jogos e outros materiais lúdicos. Entretanto este

não se caracteriza como único lugar para brincar ou se expressar dentro de uma instituição

escolar, mas um lugar em que se pode generalizar a prática das atividades ocorridas para além

das paredes desse espaços servindo apenas de referência.

É um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a

uma grande variedade de brinquedos dentro de um ambiente lúdico. È um ambiente onde

tudo convida a explorar, a sentir e a experimentar.

Oferece um espaço físico e temporal, terá como decorrência natural a possibilidade

das crianças interagirem umas com as outras, assim como com os adultos, perpetuando-se de

forma paralela a cultura lúdica tradicional. Ao mesmo tempo, a criança estará se

desenvolvendo de forma integral e aprendendo, constituindo os objetos e os brinquedos a ela

disponíveis, meios através dos quais poderá descobrir o mundo e construir seus

conhecimentos a respeito dele.

Assim, a brinquedoteca é um espaço privilegiado que reúne a possibilidade e o

potencial para desenvolver as características lúdicas assim mencionadas. È hoje um dos

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Page 55: Primeiro Ppp Eb

caminhos mais interessantes que pode ser oferecido às crianças de qualquer idade. O intuito é

resgatar, na vida dessas crianças, o espaço fundamental da brincadeira que vem

progressivamente se perdendo e comprometendo de forma preocupante o desenvolvimento

infantil como um todo.

Objetivos

Desenvolver ações que possibilite aos educandos trabalhar o seu imaginário lúdico

através do brincar, do dramatizar, do criar , do refletir a fim de que possa tornar-se um

sujeito global que relaciona-se com o social, respeitando a sua individualidade buscando

construir seus conhecimentos a partir das brincadeiras promovidas no grupo. Como

também:

Resgatar brincadeiras e jogos folclóricos que anteriormente eram desenvolvidos nas ruas

ou na família e que, atualmente, estão sem espaço para se manifestar;

Criar um espaço de convivência que propicie interações espontâneas e desprovidas de

preconceitos;

Valorizar os brinquedos e as atividades lúdicas e criativas;

Valorizar a infância e as brincadeiras como as necessidades intrínsecas ao ser humano,

porém , aprendidas no convívio social;

Desenvolver o senso de responsabilidade;

Propiciar um espaço agradável que contribua para que a criança seja mais feliz;

Metodologia

O trabalho a ser desenvolvido no espaço da brinquedoteca se dará da seguinte

maneira:

Brincadeiras livres, dando oportunidade às crianças par explorarem o espaço, bem como

jogos e brincadeiras existentes. Nessas ocasiões, as intervenções dos brinquedos será o

mínimo possível, fazendo a mediação no tocante às relações aluno x aluno.

Atividades dirigidas, como jogos e recreações internas e externas.

Realizações de mini oficinas (confecção de brinquedos com sucatas, jogos educativos,

dobraduras.

PROJETO: HERBÁRIO

Justificativa

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A Amazônia como verdadeiro e diversificado banco genético do mundo, mostra-nos

a todos instantes que precisa ser descoberta a fim de podermos usá-la, mas sempre com a

perspectiva de um desenvolvimento sustentável para esta e as futuras gerações.

O município de Belém, tem sua localização na foz do rio amazonas, é privilegiada

em detrimento a outras cidades, por possuir uma parte continental e outra insular. O fato de

Belém estar inserida na Amazônia não significa que não tenha peculiaridades, tanto na área

da Flora como da Fauna, que a tornam ímpar no mundo.

A melhor forma de se vê a Flora é por certo ao natural, porém pelo porte e pela

diversidade de espécies fica inviável preservar uma área que contenha todas as espécies vivas.

Neste sentido é que criaram formas de manter as plantas secas e conservadas, em herbários.

Herbário é a coleção taxonômica cientifica que adiciona, em armário ou caixa pronta coleção

cientifica de plantas inteiras ou ramos com folhas, flores e, se possíveis frutos dissecadas e

preparadas para estudo, e procurando manter, o melhor possível a forma e posição de seus

órgãos, como quando vivas. Grandes quantidades de material botânico coletado pôr vários

pesquisadores e grandes expedições, que são conservados através da criação de herbários,

estes além de guardar espécimes já extintos, conserva a memória de vários ambientes que já

foram descaracterizado pela ação do homem.

O herbário de hoje é uma fonte de informações que atende não só a botânica

sistemática, a anatomia, a ecologia, a dendrologia e etc., mas também a áreas afins que

necessitam trabalhar com plantas, como zootecnia, fitotecnia, química e etc., que fornece

instrumentos de trabalho para o taxonomista.

O herbário da Fundação escola Bosque busca atender não somente a instituição,

como também se dedica a prestar outros serviços para a comunidade local. Com o

fornecimento de informações adicionais sobre plantas coletadas, identidade e catalogada,

como também sobre floração, frutificação, usos, sinônimos, autores dos nomes científicos,

ocorrência geográfica e freqüência. Terá informações sobre plantas medicinais, florestais,

frutíferas, tóxicas, ornamentais etc...

Objetivos

Geral:

Implantar uma coleção de referência didático-científica de amostras botânicas (exsicatas,

carpoteca, sementeca e xiloteca), representativas da flora do Município de Belém.

Específico:

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Page 57: Primeiro Ppp Eb

Especializar professores e alunos em inventários florísticos e coleta de material botânico;

Coletar, identificar, catalogar e conservar amostras botânicas da flora de região para

subsidiar pesquisas relacionadas à biodiversidade vegetal .

Colecionar espécimes identificados se possível, representativo da vegetação do município

de Belém desde a parte continental e até a insular ;

Adquirir material botânico através de coletas realizadas periodicamente pela Escola, como

também com outras instituições e/ ou através de doações ou trocas com outros herbários.

Deter conhecimento de aspectos botânicos da Flora belenense, principalmente aquelas de

interesse humanitário, cultural e místico religioso;

Identificar as plantas nativas, frutíferas, medicinais, tóxicas e ornamentais, com nomes

populares, científicos, famílias etc...

Manter um arquivo sobre as características dos ambientes do município;

Identificar plantas tóxica, objetivando o seu controle ou, no caso de intoxicação,

auxiliando na identificação;

Confeccionar Kits pedagógicos para apoio das escolas da rede municipal;

Servir como centro de treinamento em botânica, especialmente em taxonomia e

dendrologia e

Apoiar os alunos e professores do ensino fundamental, principalmente na disciplina de

ciências e do ensino profissional em Meio ambiente da Escola;

Metodologia

1- Coleta de material botânico: a aquisição de material botânico consiste na coleta através

de Inventários e excursões periódicas, em áreas previamente selecionadas do município de

Belém. Essa coleta é realizada por professores e alunos, com o apoio de pesquisadores de

outras instituições, na qual é retirado uma parte (galho) do espécime vegetal vivo,

preferencialmente fértil, isto é, o material tem de conter flores e/ou frutos, que através da

utilização de tesoura de poda, podão ou facão. Também é feita a coleta de frutos e sementes,

assim como de amostras de madeiras para incrementar a xiloteca, sementeca e carpoteca do

herbário.

2- Posteriormente a secagem do material é feita sua identificação, classificação e

nomeclatura da espécie Herborizacão: esta técnica consiste na prensagem, secagem e

preparação do material coletado em campo. Após a coleta, o material é prensado da

seguinte forma;

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Coloca-se a amostra do material botânico entre papel jornal previamente cortado no

tamanho adequado (30cm X 42cm) a largura da estufa;

Coloca-se essa amostra entre duas folhas de papel panamá (chupão), em seguida entre as

folhas de alumínio (corrugado), sendo estas do mesmo tamanho do papel jornal;

Após sucessivas camadas desse processo, amarra-se o lote, numa prensa (treliça de

madeira) a qual será colocada na estufa, na posição vertical para favorecer a convecção do

ar quente, retirando a umidade. Em seguida. este material é colado em cartolina branca de

tamanho padrão (30cm x 42 cm) de modo que o material seja visto tanto de seu lado

superior (ventral) e inferior (dorsal). No canto inferior direito da cartolina coloca-se uma

etiqueta contendo informações gerais da amostra e no canto superior esquerdo, um

pequeno envelope no qual será colocado pedaços da amostra que se desprende.

As excicatas são depositadas em prateleiras horizontais, dentro dos armários de aço.

Tendo uma organização geral (Sistema de Cronquist), cada família é enumerada e os

gêneros e espécies são arrumados em ordem alfabética dentro de cada famílias. Todo o

material adquirido pelo herbário, receberá um número no livro registro de incorporação

de material.

A organização também será feita por espécies de interesse específicos de grupos como:

Espécies vegetais de interesse comercial para silvicultura. manejo florestal.

conservação, indústria madeireira e para recuperação de áreas degradadas

Espécies vegetais de interesse medicinal, tóxico, religioso e místico.

Espécies vegetais de interesse alimentar e condimentar.

Espécies vegetais de interesse folclórico artesanal especialmente cestaria transados e

artesanato de madeira.

Espécies para conservação, especialmente aquelas raras, endémicas vulneráveis,

ameaçadas e em perigo de extinção.

PROJETO: COLEÇÕES ZOOLÓGICAS

Justificativa

O projeto Coleções Zoológicas da FUNBOSQUE é resultante de inventários

realizados em duas ilhas pertencentes ao município de Belém, são elas: Cotijuba e Mosqueiro.

Os exemplares coletados durante os invetários são de fundamental relevância por

representarem parte da biodiversidade das ilhas de nosso município.

Dessa forma, o referido projeto tem como objetivo tornar-se uma coleção de

referência, documentando o acervo representativo da fauna das ilhas de Belém, bem como

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uma coleção didática, utilizando exemplares como recurso didático de Educação Ambiental,

destinados a todos os alunos das habilitações técnicas e do Ensino Fundamental desta

Instituição, assim como à comunidade escolar da Rede Municipal de Ensino, instituições

particulares ou Comunidade de Caratateua e adjacências e Belém, tendo a Educação

Ambiental como eixo Central.

PROJETO: CLUBE DE CIÊNCIAS

Justificativa

A Escola bosque enquanto Centro de referência em Educação Ambiental, tem por

finalidade possibilitar o diálogo entre homem e ambiente promovendo uma interação

equilibrada entre os interlocutores, entendendo que qualquer mudança entre eles, afetará

necessariamente este equilíbrio, comprometendo a qualidade de vida.

Considerando que só uma educação propositiva permitirá uma verdadeira

internalização de valores e atitudes que permitam uma intervenção de maneira crítica na

resolução dos problemas sócio-ambientais e que tal só será possível mediante uma

compreensão multidisciplinar e científica dos processos naturais, políticos , sociais e

culturais.

Nesse cenário, surge o Clube de Ciências, enquanto projeto aglutinador da Escola e

comunidade, proporcionando um espaço para o desenvolvimento científico básico, que

permita a compreensão e integração do ser humano com seu meio.

A autonomia do Clube permite a professor e aluno a liberdade de deixar a sala de

aula e partir ao encontro do ambiente natural, orientando-o para a solução de questões

científicas, o que neste caso especificamente, se traduz na observação, estudo, levantamento

de hipóteses e análise dos problemas sócio-ambientais.

O aluno enquanto agente participativo do processo ensino aprendizagem, constrói

seu próprio conhecimento de maneira livre e espontânea, ganhando autonomia e gosto pela

formação científica, tornando-se um indivíduo íntegro, participativo e criativo capaz de se

inserir numa sociedade dinâmica que exige mais a cada dia que passa e na qual a qualidade

de vida das gerações presentes e futuras é direito e responsabilidade de cada indivíduo.

Objetivos

Demonstrar a evolução da ciência ao longo dos anos;

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Transmitir saberes sobre a forma como a Ciência interpreta o meio envolvente;

Desenvolver procedimentos e métodos inerentes à forma como a ciência analisa e estuda

os fenômenos e situações;

Aquirir competência e prática de recolha, seleção, interpretação, organização,

apresentação e tratamento de informações;

Desenvolver atitudes de persistência, rigor, gosto pela investigação, autonomia,

argumentação coerente e objetiva, cooperação, trabalho em grupo, respeito pelos outros e

apreço pela sua colaboração;

Aumentar o interesse e o desejo de aprender, formando no aluno uma atitude científica

diante dos fatos e fenômenos da natureza.

Metodologia

Formas de dinamização através do desenvolvimento de projetos, excursões, visitas a

feiras, indústrias, jornais, museus e outros clubes de ciências, assim como realização de

experiências variadas.

PROJETO: VIVEIRO DE MUDAS

JustificativaA região Amazônica, rica em espécies vegetais, inclui-se nossas florestas nativas,

que com sua grandeza, biodiversidade que asseguraram o equilíbrio entre a população de

insteis, plantas e o manejo natural de pragas.

Neste contexto o estimulo ao (re) plantio de essências florestais e frutíferas é a de

melhorar a forma de resgatas a valorização da terra como mantenedora de vida, assim como a

preservação de espécies regionais. Suprindo-se essa necessidade desenvolveu-se na área da

Escola Bosque o projeto para a produção de mudas de espécies florestais e frutíferas,

englobando-se a necessidade do conhecimento básico e a conscientização de produzir mudas

para conservar, enriquecer, dando alternativas de melhoria das condições de vida através de

realizações trabalhos educativos com os alunos e comunitários, sempre voltados ao

ensinamento concreto da importância da educação ambientai para o nosso meio e como fonte

de matéria prima para a agricultura resultando cm produto de valor comercial e industrial.

Objetivos:

Geral:

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A escola como formadora de profissionais técnicos e voltados sua linha e diretrizes

para a educação ambiental torna-se necessário para o aprendizado ações concretas. Neste

parâmetro associar a produções de miúdas dando ênfase a educação ambiental realizando

práticas com alunos do CB 1 ao 2º grau. É de suma importância para esse profissional se

habilitar ao mercado de trabalho e despertar a fundamental necessidade de se praticar no dia-

a-dia. Das espécies e desta maneira estará concretizando a educação ambiental.

Específicos:

Melhorar a qualidade de vida; Enriquecer o ambiente; Oferecer sombra, abrigo e alimento; Organizar e embelezar áreas; Proporcionar conforto ambiental no meio urbano; Fornecer matéria prima; Aumentar a fonte de renda.

Metodologia

Para proporcionar condições didáticas as aulas praticas da habilitação flora, dando condições de aprendizagem mais completa associando a necessidades de produção de mudas com práticas de conservação e educação ambiental, implantando-se um viveiro com uma sementeira e cinco canteiros cobertos de palha e sombúte onde toda metodologia de produção é passada aos alunos desde a colheita de frutos e sementes, seu preparo, germinação na sementeira e sua repicagem como os cuidados de viveiro.

Atendendo a necessidades de associar a produção de mudas como práticas de

conservação e Educação Ambiental, para enriquecer as áreas da escola e da ilha.

A clientela é formada por alunos do CB ao 2º grau e nos cursos para comunidade e

outras escolas.

PROJETO: HORTA

A Horta como eixo norteador da Construção do conhecimento nos Ciclos BásicosI eII.

Justificativa

O Projeto Horta busca promover a integração entre o currículo formal e a educação

ambiental nos ciclos básicos I e II, através da dinamização de atividades em horticultura.

Nesse contexto o trabalho desenvolvido oportuniza ao educando a articulação entre

os conhecimentos teóricos-práticos relevantes a efetivação de atividades que poderão vir a ser

úteis à melhoria da sua qualidade de vida, uma vez que a partir deste projeto, serão

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Page 62: Primeiro Ppp Eb

sistematizados em sala de aula atividades envolvendo situações problemas onde será

trabalhado o mapeamento do terreno, o reconhecimento da área, unidades de medida,

produção de textos, o valor nutricional das hortaliças, higiene, o que favorecerá o

desenvolvimento de novos hábitos alimentares e o conhecimento interdisciplinar e

sistemático do valor nutricional as diversas culturas, procurando sempre ampliar essas

discussões até o espaço familiar.

Essa relação entre o conhecimento científico e prático é um dos objetivos do projeto

maior que fundamenta a prática pedagógica, o qual baseia-se num estudo sócio-ambiental da

Ilha de Caratateua.

PROJETO: PLANTAS MEDICINAIS

A Região amazônica é rica em aspectos vegetais com grande poder medicinal.

Justificativa

A busca de novos medicamentos nas florestas tropicais compreende a esperança

concreta para muita gente e o caminho mais curto para pesquisadores que resgatam através da

ciência, o saber popular.

Na perspectiva de utilização das plantas medicinais que se perpetua de geração a

geração, se integra aos projetos da Escola Bosque o Projeto de Plantas Medicinais,

envolvendo alunos da educação infantil ao ensino médio profissionalizante.

O projeto objetiva resgatar, no âmbito escolar o conhecimento popular, no sentido de

resgatar os aspectos da medicina popular, o conhecimento empírico da comunidade; sua

tradição quanto ao uso das plantas medicinais, incentivando seu cultivo; a utilização das

técnicas de manipulação de remédios caseiros como forma natural de preservar a medicina

alternativa.

As ações no projeto, possibilitam à comunidade conhecer e ter acesso aos benefícios

da flora medicinal, de forma que se faça o levantamento da farmacopéia natural em Outeiro e

nas ilhas adjacentes para contribuir no estudo da medicina científica, na cura de doenças que

vão do sofrimento natural ao social.

Portanto, a execução deste projeto, além de incentivar o cultivo das plantas

medicinais e a utilização correta das técnicas de manejo, que possibilita às populações menos

privilegiadas a aquisição de medicamentos sem efeito colaterais; medicamentos de baixo

custo, proporcionando uma atividade lucrativa, através da venda de sua produção.

62

Page 63: Primeiro Ppp Eb

PROJETO : ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA

Justificativa

A região amazônica, devido suas características peculiares, apresenta uma grande

variedade de alimentos que são consumidos pela população, como as proteínas que vêm dos

animais, peixes, mariscos e quelônios; as frutas que são rica em vitaminas, sais minerais e os

carboidratos que vêm de outras fontes vegetais.

Pensando na perspectiva de valorizar e explorar essa biodiversidade dessas espécies

vegetais e animais, surge na Escola Bosque, como ação educativa, o Projeto de Educação

Alimentar. Essa proposta cria condições de desenvolvimento econômico, social e cultural às

comunidades das ilhas que compõem o município de Belém.

Condizente com a proposta educacional da Escola Bosque, tendo em vista que a

mesma objetiva principalmente contribuir para a formação de uma nova ética social e

ambiental, a alimentação alternativa propicia o aproveitamento máximo dos alimentos,

oportunizando à comunidade escolar um cardápio variado, de alto valor nutritivo com

produtos regionais. Esclarece ainda, sobre os meios pelos quais esses alimentos são

adquiridos, verificando junto à comunidade, a existência de espaços para a sua produção.

Assim, o projeto de Alimentação Alternativa contribui para que a comunidade possa

estabelecer uma fonte de informação dos alimentos mais convenientes para uma boa saúde,

sobretudo porque uma boa saúde está interligada através de uma boa alimentação, até porque

sabe-se que comer bem não significa comer tudo e que o bom aproveitamento dos alimentos

melhora a qualidade de vida humana.

Objetivos

Gerais:

Contribuir para que a Educação Alimentar que seja integrada por hábitos saudáveis,

estabelecendo uma fonte de informação dos alimentos mais convenientes para uma boa saúde,

Diagnosticando os princípios básicos da alimentação escolar e comunitária, como também

intensificar na escola um programa de Educação Alimentar, com o aproveitamento integra!

dos alimentos. Propiciando na prática alimentar um cardápio variado, de alto valor nutritivo,

com produtos de nossa região. Detectando os hábitos alimentares da comunidade, os meios

63

Page 64: Primeiro Ppp Eb

pelo qual são adquiridos esses alimentos, como também verificar a existência de espaços

( quintais,), para sua produção. Pois desta maneira, podemos produzir e conseguir alimentos

de fácil aquisição, por um preço menor.

Específicos:

Diagnosticar os princípios básicos da alimentação escolar, introduzindo na escola a

merenda alternativa, tendo o aproveitamento integral dos alimentos, com um cardápio

variado, de alto valor nutritivo, de componentes de nossa região.

Criar para os pais, professores e alunos, um ponto de apoio, por intermédio do qual

possam modificar o destino das novas gerações, tornando-as mais bem alimentadas e

portanto, mais sadias.

Incentivar a produção de alimentos, assim cimo utilizar os mesmos na safra pela fácil

aquisição, por um preço menor.

.

Metodologia

Este projeto foi efetivado na escola no ano de 1996, tendo a participação dos alunos,

professores e cornunitários, onde são realizadas ações de intercâmbio tais como cursos de:

Alimentação Alternativa, Horta Comunitária, Pomar Doméstico, Plantas Medicinais, nas

comunidades de Outeiro, como também nas ilhas adjacentes, para ocorrer a verdadeira função

da Escola, que é Educar para a vida.

A partir de uma diagnose foi constatado que a grande maioria das comunidades

desconhecem o valor nutricional dos alimentos e por falta de informações, jogam fora as

partes mais ricas dos alimentos, que são as cascas, talos, folhas de tubérculos e sementes,

olhando que é lixo. Desenvolvemos ações, pela qual a Escola Bosque, juntamente com sua

Coordenação Comunitária, uniu forças para desenvolver projetos, para o bom

desenvolvimento dessas comunidades

PROJETO : LABORATÓRIO PEDAGÓGICO

Justificativa

O Projeto do Laboratório Pedagógico está articulado a uma proposta maior de

educação ambiental na formação de educandos críticos, criativos, capazes de atuar no meio

social numa perspectiva de melhoria na qualidade de vida tanto individual como coletiva.

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Page 65: Primeiro Ppp Eb

Nesta concepção situa-se a proposta do Laboratório Pedagógico, dentro de um

trabalho voltado para subsidiar a prática cotidiana do professor e o sucesso na construção do

conhecimento do educando.

Objetivos

Propiciar um espaço de construção de materiais pedagógicos interdisciplinares, visando o

intercâmbio de idéias de profissionais da rede em benefício da melhoria da prática

educativa.

Investigar o processo de construção do conhecimento do educando;

Criar estratégias de atendimento educacional complementar as atividades de sala de aula;

Integrar as atividades desenvolvidas no laboratório de aprendizagem com o trabalho de

sala de aula;

Construir jogos pedagógicos dentro do enfoque da educação ambiental para subsidiar a

prática pedagógica do professor de sala de aula.

Realizar atividades pedagógicas dentro do enfoque da Educação Ambiental,

possibilitando a aquisição do conhecimento do educando.

Atender aos alunos do P.P.A- Plano Pedagógico de Apoio.

Metodologia

Entre outras atividades desenvolvidas, são oferecidas oficinas diversas que envolvem

a teoria e a prática, buscando o aprender de forma lúdica, criativa, afetiva intensificando e

ampliando o conhecimento socializado, confeccionando também, jogos pedagógicos dentro

de uma perspectiva sócio-ambiental, onde são articulados as três habilitações (fauna,flora e

ecoturismo) existentes na escola, os quais servirão de recursos alternativos aos educadores.

PROJETO: NULAC – Núcleo de Linguagem Arte e Cultura

Justificativa

Uma escola alegre, prazerosa e educativa seria o espaço ideal para nossos alunos de

classes populares onde muitas vezes por diversos fatores, trazem uma carga de agressividade

muito grande, auto-estima abalada, algumas dificuldades de aprendizagem devido a fatores

sociais, culturais e econômicos por que passam suas famílias como: desnutrição, separação de

pais, semi-analfabetismo, situação econômica precária que obriga esses pais a saírem para o

trabalho o dia todo deixando seus filhos sem um devido acompanhamento e com isso a mercê

de más companhias que muitas vezes levam ao envolvimento com drogas e gangues.

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Page 66: Primeiro Ppp Eb

Essa realidade nos remete a um modelo de escola adequado a esse tipo de clientela,

sendo assim, a Escola Bosque tendo como eixo norteador em seu projeto Pedagógico a

Educação Ambiental, se preocupa com o tipo de homem (mulher) que se quer formar e

cumprir sua função social na construção de cidadãos para atuarem nesta sociedade.

Neste sentido o NULAC se propõe a oportunizar a vivência e o desenvolvimento das

diversas linguagens, possibilitando a pesquisa e a divulgação das manifestações culturais,

regionais e universais numa pesquisa sócio-ambiental. Busca resgatar a história do povo que

aos poucos vem sendo esquecida e que tem grande riqueza cultural.

A arte chega para expressar esta história, envolvendo os alunos, professores e

comunidade, com a música, o teatro, a pintura, a cultura, a dança, poesia , etc, como fontes

emanadoras de alegria, prazer e conhecimento numa perspectiva sócio-ambiental.

Objetivos

Enfatizar a temática ambiental nas diversas atividades desenvolvidas pelo grupo.

Promover e incentivar as produções artísticas pelos alunos e professores.

Pesquisar, resgatando e valorizando a cultura amazônica e universal.

Possibilitar o aprimoramento da sensibilidade estética através da ampliação da vivência

artística.

Metodologia

O projeto NULAC tem suas ações desenvolvidas através dos subprojetos os quais buscam

oportunizar o despertar da sensibilidade dos alunos enquanto ser humano.

CRIARTE - Através do teatro desenvolve atividades

GINGA DA LIBERDADE – Através da capoeira

UIRAPURU – Através da música

MEHACRAN -

PROJETO: VIDEOTECA

Justificativa

Como a Escola Bosque pressupõe uma metodologia mais construtiva dentro de uma

visão interdisciplinar voltada para a Educação Ambiental, é fundamental que utilize também,

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Page 67: Primeiro Ppp Eb

como apoio didático de sua prática metodológica, os recursos tecnológicos. Porém, não basta

apenas eleger o (s) recurso (s), sem reconhecer sua eficiência na contribuição do processo de

educação formal do educando. Entendendo que os recursos audiovisuais ocupam um lugar de

hierarquia em relação a outros recursos, o Projeto Videoteca: um espaço de entretenimento,

cultural e conhecimento, assume um lugar importante no processo ensino-aprendizagem dos

alunos da Escola Bosque, podendo inclusive, provocar mudanças no contexto escolar,

tornando-o mais atualizado e dinâmico.

O acervo reúne aproximadamente 500 vídeos sobre questões relacionadas a

preservação ambiental, História, Geografia, Ciências, Artes, O Negro, A Mulher, Racismo, a

Ocupação do Solo Urbano e Rural, Saúde, Violência e outros.

Objetivos

Tendo como objetivo a utilização do vídeo como recurso didático e auxiliar do

professor no processo ensino-aprendizagem, a Videoteca é um espaço educativo para

complementar as atividades desenvolvidas em sala de aula. O trabalho da Videoteca, se

programado seletivamente, permite o desenvolvimento maior do potencial do educando, o

que aliás é o objetivo de todo educador.

No âmbito das artes, o espaço da videoteca servirá de divulgador da produção

cinematográfica nacional e estrangeira, visto que a "sétima arte" constitui a linguagem

artística visual mais completa e freqüentada de nossa época, constituindo importante fator de

desbloqueio ou bloqueio ideológico.

Outros Acervos

TV Escola

- Projeto Arte na Escola da Fundação Ioschp e a Universidade Federal do Pará., CEAL da

Prefeitura Municipal de Belém.

Metodologia

Firmará convênio com uma locadora, para subsidiar as sessões especiais como: Infantis,

Cinema Brasileiro, Festival Oscarito, Relembrando o Oscar, Festival Charles Chaplin,

Musicais e outros que acontecerá no auditório em dias alternados dependendo da

disponibilidade do referido espaço.

Apresentar vídeos educativos e produções cinematográficas;

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Page 68: Primeiro Ppp Eb

Atualizar a catalogação das fitas por temática;

Reproduzir as fitas que já estão gravadas para ampliação do acervo da videoteca;

Registrar as atividades realizadas nos diversos espaços da escola, para serem

posteriormente editadas em fita.

Empréstimo de acervo mediante preenchimento de um cadastro.

PROJETO: BIBLIOTECA

Projeto Organização e administração da Biblioteca

O projeto tem por finalidade estabelecer a política de serviços da Biblioteca da Escola

Bosque, da sua administração, atendimento e organização.

Nele é exposto a importância deste organismo de informação voltado para uma nova

visão do espaço, afastando a idéia apenas de guarda, empréstimo e consulta de livros, e indo

além destes serviços. A Biblioteca é vista então como um espaço educativo com variedades

de ações que devem ser efetivados a serviço de seu(s) usuário(s). É um espaço que se propõe

a informar e produzir informação, que são fatores de desenvolvimento que movem o mundo

com este trabalho, a Biblioteca objetiva proporcionar à comunidade escolar e profissional,

acesso as informações sobre Educação Ambiental e Formal, despertando em ambos a

construção do conhecimento da educação pela pesquisa, numa atitude dialógica. Assim

também, como propiciar aos alunos e demais usuários, um leque de atividades culturais que

estimule a construção e reconstrução do conhecimento cientifico, fomentando a iniciativa e

inovando o cotidiano educativo.

PROJETO: ESCRITÓRIO PILOTO DE ECOTURISMO

A iniciativa de implementar o Escritório Piloto de Ecoturismo, insere-se no contexto

de fortalecimento do processo de formação e aprimoramento técnico-científico dos estudantes

da Escola Bosque, aliada a busca de maior inserção na comunidade, ênfase nas ilhas de

Belém, a efetivação de parcerias com órgãos públicos, iniciativas privada e entidade da

Sociedade civil, articulação com a Rede Municipal de Ensino e ações integradas com a

Prefeitura Municipal de Belém.

A perspectiva é de que enquanto uma experiência piloto, o Ecoturismo possa

constituir-se num locus de diálogo e trocas permanentes com outras agências formadoras, a

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Page 69: Primeiro Ppp Eb

exemplo da U.F.Pa, CEFET, CESEP, SENAC, e outros, com os órgãos e instâncias oficiais

de turismo - Belemtur, Paratur e Conselho Municipal de Turismo, entidades da sociedade

civil e iniciativa privada.

Importante destacar que os objetivos, bem como as atividades a serem desenvolvidas

ora propostos, são resultantes das atividades curriculares desenvolvidas, das pesquisas de

campo como o Inventário da Oferta Turística e Pesquisa de Demanda na Ilha de Cotijuba, o

Inventário Ambiental e Cultural da Ilha de Mosqueiro, da participação em eventos, do

planejamento e condução de Trilhas Interpretativas nas ilhas de Jutuba, Mari-Mari e no

Parque Ambiental de Mosqueiro, da recepção de grupos de visitantes e de escolas na Escola

Bosque.

O Escritório Piloto de Ecoturismo objetiva contribuir para o processo de formação e

aprimoramento técnico-científico dos estudantes da Habilitação Técnico em Ecoturismo da

Escola Bosque; Busca o estabelecimento de parceiros com órgãos públicos, iniciativa privada

e entidades das sociedade civil; Promover ações integradas com a Rede Municipal de Ensino

e órgãos da PMB e valorizar o patrimônio natural e cultural das ilhas de Belém.

ECOTURISMO E CULTURA: A EXPERIÊNCIA DO AUTO DO CÍRIO DA ESCOLA

BOSQUE

Justificativa

A Prefeitura Municipal de Belém através da Fundação Centro de Referência em Educação

Ambiental Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira realiza pelo 6º ano consecutivo o

Projeto Auto do Círio – com o tema: “Nas Trilhas da Fé”, que propõe como forma de

exercitar e tornar próximo do aluno as manifestações culturais amazônidas, oportunizando o

preparo de sua clientela para a função turística do Círio, uma vez que está localizada numa

região onde a riqueza natural e cultural são os principais fatores para desencadear um

desenvolvimento econômico, alicerçado pelo turismo, em lugar, da exploração direta de seus

recursos naturais.

Nessa perspectiva, a Escola Bosque com sua prática voltada para a Educação Ambiental, vem

por meio do Escritório Piloto de Ecoturismo desenvolver neste projeto oficinas objetivando a

fabricação de produtos que fazem parte da quadra nazarena como a confecção de terços de

cerâmica e sementes, brinquedos populares entre outros, proporcionando assim o resgate e a

valorização do artesanato paraense; palestras com temáticas alusivas ao Círio de Nazaré, além

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Page 70: Primeiro Ppp Eb

da celebração da trasladação e do círio, sob forma de cortejo pelas trilhas da Escola Bosque

incluindo várias paradas nas quais são apresentadas diversas expressões culturais.

Nesse conjunto, buscar a integração da questão ambiental em harmonia com a pluralidade

cultural, aliada a fé emanada do povo, leva-nos a refletir, discutir e amadurecer a assertiva de

que a humanidade necessita abrandar seus sentimentos em prol do bem comum, convergindo

para um único destino: A Paz Mundial.

Objetivo

Proporcionar aos professores, alunos, funcionários da FUNBOSQUE, aos moradores da

Ilha de Caratateua, aos visitantes e turistas e a comunidade belenense, um maior contato com

as manifestações artístico-culturais paraense, como também mostrar a importância do Círio de

Nazaré para o fomento da atividade turística.

Metodologia

O Projeto Auto do Círio envolve a comunidade escolar, moradores da Ilha de Caratateua

e convidados de diversas instituições envolvidas com a preservação do patrimônio natural e

cultural, assim como o desenvolvimento regional, e outros órgãos, empresas voltadas para o

fomento da atividade turística no Estado do Pará.

Com o intuito de inicialmente realizarmos um planejamento participativo, o Escritório Piloto

de Ecoturismo – EPE tem como premissa básica, a definição de ações educativas que

contribuam para a soma de atividades direcionadas a realização do Auto do Círio, que inclui a

realização de diversas oficinas destacando-se: produção de textos e gravuras, as de brinquedos

populares; os de terços de cerâmica e sementes; arranjos com flores tropicais; expressões

corporais.....; palestras com temáticas referentes a história do Círio, como também a relação

do Círio de Nazaré com o turismo e a cultura popular além da trasladação e do Círio

Ecológico realizada sob forma de cortejo pelas trilhas da Escola Bosque, no qual são

apresentadas no percurso da romaria diversas performances que demonstram a visão poética e

artística protagonizada por professores, alunos, funcionários, comunidade local, e distintos

grupos culturais que retratam a magnitude da cultura regional amazônida.

Diagnóstico Participativo

Envolvimento e participação efetiva dos alunos de todos os segmentos da Escola Bosque

no cortejo da trasladação e do Círio Ecológico;

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Participação e envolvimento de professores, alunos funcionários da Escola Bosque,

membros da comunidade de Tucumaeira e Cotijuba na realização das oficinas;

Parcerias com diversas instituições do setor público e da iniciativa privada que apóiam a

realização do Projeto Auto do Círio.

Palestras E Oficinas

Palestra: “A História do Círio de Nazaré”

Palestra: “ O Círio de Nazaré e o Turismo”

Palestra: “O Círio de Nazaré e a Cultura Popular”

Oficina: Brinquedos Populares ( uso de material reciclado, garrafas pet, miriti....);

Oficina: Terços de Cerâmica e Sementes;

Oficina: Arranjos com Flores Tropicais;

Oficina: Dicção e Expressão Corporal.

Resultados Obtidos

Elaboração de painéis com produção de textos e gravuras feitos pelos alunos da educação

infantil até o ensino técnico profissional, incluindo os alunos do anexo da ilha de

Cotijuba;

Formação de agentes multiplicadores, na perspectiva de disseminar os condicionantes

culturais que identificam o resgate e a valorização da cultura paraense no Auto do Círio;

Sensibilização da comunidade escolar, acerca da relevância do Círio de Nazaré para o

fomento da atividade turística;

Valorização dos diversos grupos culturais que expressam a identidade cultural amazônida

e colaboram nas apresentações do Projeto Auto do Círio.

PROJETO: SALA DE LEITURA

Justificativa:

A leitura não se inicia somente quando entramos na escola; este processo se inicia na

família e no meio sócio-histórico, onde esta se insere.

O processo de leitura quando estimulado desde a infância propicia a formação de um

ser mais criativo e crítico que expõe idéias e compreende o mundo que o cerca. Assim sendo

observa-se que a sala de leitura tem muito a contribuir neste processo.

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Nesse sentido, todo investimento feito neste processo de estimulação será de suma

importância para a melhoria da qualidade de vida do indivíduo, conscientizando-o ao uso

racional dos recursos da natureza estabelecendo uma relação de respeito com meio o

ambiente.

Entendendo a sala de leitura como espaço privilegiado de construção do

conhecimento e da cidadania buscaremos desenvolver atividades que desenvolvam a

abordagem sócio-ambiental no e para além do espaço escolar.

A Escola Cabana propõe o desenvolvimento de ações pedagógicas capazes de

proporcionar aos alunos(as) uma educação integral voltada para a cidadania , para um

processo dinâmico de transformação do conhecimento, uma vez que a escola poderá

constituir-se num espaço-tempo de estímulo a reflexão, à troca de experiências, à leitura, ao

debate e à produção própria numa linguagem interdisciplinar.

Nessa perspectiva a sala de leitura é um espaço educativo que se destina `a construção

do conhecimento; visando um fazer pedagógico significativo e compartilhado

“ Mesmo numa época em que proliferam os recursos

audiovisuais e as “máquinas” ou “mecanismos” de ensinar...,

mesmo numa época em que a informática se impõe com todo o

seu poder econômico e processual, pode-se (re) afirmar: Nada

– equipamento algum – substitui a leitura” (RANGEL, 1995)

O conceito de leitura vem se aprimorando no cotidiano acadêmico e prático:

“ Vista num sentido amplo, independente do contexto escolar, e

para além do texto escrito, permite compreender e valorizar

melhor cada passo do aprendizado das coisas, cada

experiências” (MARTINS,1991)

“ Ler é saber que o sentido pode ser outro”

(ORLANDI,1988)

“Aprender a ler significa também aprender a ler o mundo, dar

sentido a ele e nós próprios”

(MARTINS, 1988)

Esta perspectiva para o ato de ler permite a descoberta de características comuns e

diferenças entre indivíduos, grupos sociais, as várias culturas, incentivando então a postura

crítica do leitor.

Podemos dizer então, que a leitura favorece a remoção de barreiras educacionais de

que tanto se fala concedendo oportunidades mais justas de educação principalmente através

da promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual.

72

Page 73: Primeiro Ppp Eb

O trabalho interdisciplinar exige uma mudança de postura metodológica; e para

isto é preciso estarmos em constante estudo em busca de fundamentar cada vez mais nossa

prática pedagógica.

A partir de estudos e debates realizados no nosso cotidiano escolar compreendemos

que a Pedagogia de Projetos possibilita um trabalho mais contextualizado à realidade dos

alunos(as), o que se configura no dia a dia na qualificação do nosso fazer pedagógico.

Neste ano de 2002 o tema escolhido pelo coletivo da escola a ser trabalhado foi: “A

vida na Terra: o futuro depende de nós”; o referido tema será o eixo central de nossas

atividades na perspectiva de buscar uma interação com os projetos desenvolvidos pelos

professores(as) no cotidiano da sala de aula.

Objetivos:

Proporcionar uma maior interação com o mundo da leitura formal e informal;

Desenvolver o hábito e o gosto pela leitura;

Contribuir na formação da cidadania interativa com o meio sócio-ambiental;

Incentivar a criatividade e a ludicidade;

Desenvolver a criticidade, a sensibilidade e a auto-estima;

Contribuir para a superação das dificuldades dos alunos do P.P.A. (Plano Pedagógico de

apoio);

Propiciar maior interação entre o Projeto Sala de Leitura e as temáticas desenvolvidas nos

projetos das turmas a serem atendidas.

Plano de Ação:

Entendemos que a metodologia é um dos pilares para atingirmos nossos objetivos .

Neste sentido, faz-se necessário realizarmos um trabalho vinculado aos projetos

desenvolvidos nas salas de aula, procurando envolver os alunos(as) como partícipe do

processo da construção do conhecimento, apresentando as atividades de forma didática e

clara, trabalhando com seu imaginário e espírito crítico e criativo. Procurando, sempre,

sensibilizá-los para importância da Leitura nas nossas vidas.

A nossa proposta de ação se apresentará como uma fonte de contribuição e

interlocução dos projetos a serem desenvolvidos nas sala de aula pelos professores:

Educação Infantil, CBI e CBII - 1º semestre 2002

Subtema: A Ilha de Caratateua e suas diversidades

73

Page 74: Primeiro Ppp Eb

Inicialmente começaremos uma conversa informal e construção das regras de convivência

na sala de Leitura. Em seguida conversaremos sobre o projeto da referida turma e

apresentaremos nossa proposta de trabalho buscando o apoio desta para formatarmos e

desenvolvermos as atividades propostas

Educação Infantil:

As professoras das turmas de Educação Infantil definiram no planejamento 2002 que

trabalhariam com o Projeto: Cultura e Lazer na Ilha de Caratateua. Com o objetivo de

trabalhar fazendo interlocução com o projeto destas turmas a Sala de leitura propõe:

Trabalhar com contos e lendas regionais ( Boto, curupira, Açaí, Vitória Régia e Matinta

Perera). Onde faremos a apresentação, interpretação e dramatização das referidas lendas.

Tendo como culminância um livro com a coletânea dos melhores desenhos que retratam as

lendas trabalhadas.

CBI 2º ano CBI concluinte e CBII

Projeto: Brincando e aprendendo com as diversidades da Ilha de Caratateua.

Neste sentido propomos estar trabalhando com rimas poéticas, trava-línguas, histórias

relacionadas à temática e culminaremos nosso trabalho com a confecção coletiva de um livro

sobre as brincadeiras que eles(as) mais gostam.

CBI concluinte e CBII iniciante

Projeto: O processo de Colonização da Ilha de Caratateua. O trabalho será

desenvolvido com temática identidade utilizando alguns livros do nosso acervo: O menino

mais bonito do mundo; Diversidade; Eu nunca vou Crescer.

Após este trabalho inicial, pretendemos construir coletivamente um mapa de identidade

familiar das referidas turmas.

CBII iniciante e CBII concluínte

Projeto: Água . Começaremos nosso trabalho estudando a temática utilizando os seguintes

livros do nosso acervo: Para Que serve a Água; O Ciclo da Água; A nuvem; Sou o Pingo d”

Água.

Faremos também uma interpretação da música de Guilherme Arantes : Planeta Água.

A culminância deste trabalho será a construção coletiva de um livro com seguinte título: O

Passeio da Gotinha

74

Page 75: Primeiro Ppp Eb

CII iniciante e CBII concluinte

Projeto: Turismo . Propomos estar trabalhando a produção textual a partir de cartões postais

de Belém e Outeiro e revista VER-O-PARÁ. Como culminância propomos fazer um livro

com coletânea dos melhores textos produzidos pelos alunos(as)

CBII iniciante

Projeto: Plantas Medicinais. Trabalharemos com produções textuais sobre a temática e

culminaremos com a construção coletiva de um atlas das Plantas medicinais estudadas pelos

alunos(as).

CBI

Projeto: Animais. Com esta turma, propomos trabalhar produções textuais sobre a temática a

partir de alguns livros de nosso acervo que abordam o referido tema e, em especial,

trabalharemos a metamorfose da Borboleta; seus aspectos psicológicos, a questão da

identidade..., a transformação de comportamentos ... fazendo a culminância com a construção

coletiva de um livro com o seguinte título: A história da Borboleta.

CBII

Projeto: Atividades Econômicas da Ilha de Caratateua. Neste sentido estaremos

trabalhando produções textuais sobre a temática que culminará com uma cartilha sobre o

assunto.

CBII

Projeto Ocupação da Ilha de Caratateua. Logo, trabalharemos textos a cerca da temática

que culminará com um álbum seriado sobre o assunto.

Anexos (ILHAS)

Projeto: A Ilha de (Cotijuba, Jutuba e Paquetá) e suas diversidades. Considerando a

dificuldade de deslocamento dos professores da Sala de Leitura para as referidas Ilhas

propomos duas atividades: 1ª - Álbum seriado com o conto “Uma História meio ao

contrário”/2ª – Árvore Ambiental

CBIII

75

Page 76: Primeiro Ppp Eb

Considerando que existe um número muito grande de turmas deste ciclo faremos opção de

trabalhar com duas turmas neste semestre e mais duas no próximo. Foi definido pelo coletivo

dos professores(as) deste ciclo juntamente a Coordenação Pedagógica que as turmas a serem

trabalhadas neste 1º semestre é a 504 e 604.

O projeto destas turmas é O processo de colonização da Ilha de Caratateua. Diante

desta temática trabalharemos produções textuais voltados para o tema assim como alguns

aspectos sócio-linguísticos observados na comunidade das referidas turmas.

A culminância do trabalho será a construção coletiva de uma revista de história em

quadrinho com a referida temática.

Vale ressaltar que o atendimento na sala de leitura será por turma, de 15 em 15 dias. Ou

seja semanas alternadas: a primeira e a terceira semana de cada mês estaremos com as

turmas e a Segunda e última semana de cada mês estaremos com os alunos(as) indicados pelo

P.P.A (Plano Pedagógico de Apoio)

PROJETO: BOM VERÃO LIXO NÃO

Justificativa

O acúmulo do lixo é um dos problemas mais sério em nossa sociedade desde o

surgimento das primeiras cidades a cerca de 10 mil anos atrás. Ao longo desse período, as

cidades cresceram significativamente , o que agravou o problema do lixo. As primeiras

cidades tinham entre 3 a 5 mil habitantes, enquanto hoje as cidades possuem até 20 milhões

de habitantes.

Com o advento da revolução Industrial, no século XIX ( por volta de 1840-1850 ), o tipo

de lixo produzido pelos centros urbanos foi modificado. A sociedade industrial passou a

produzir bens materiais inorgânicos e não biodegradáveis. Além disso, com o crescimento

populacional, o volume de lixo nas cidades aumentou. Na metade do século XX, com a

explosão populacional, o crescimento das cidades e o aumento do consumo, a produção de

lixo aumentou consideravelmente.

Todos nós produzimos lixo como resultado de nossas atividades ( restos de alimentos,

embalagens descartáveis, papel, etc). Sabemos que algumas pessoas produzem mais lixo do

que outras, mas no final todos nós somos responsáveis pelo lixo produzido. Cada pessoa em

Belém produz mais de um quilo de lixo por dia ( exatamente 1,3 kg) e como sabemos o lixo

urbano é um problema para a sociedade na medida em que ocupa espaços, prejudica o meio

ambiente e ocasiona doenças.

76

Page 77: Primeiro Ppp Eb

Todos os cidadãos podem contribuir com suas ações para a redução do lixo urbano. Ações

individuais podem, ao longo do tempo, influenciar as políticas públicas locais, estaduais e

federais.

Nesse contexto a Escola Bosque enquanto Centro de Referência em Educação ambiental,

oportunizou a efetivação do presente projeto que emergiu da necessidade de um trabalho na

perspectiva de uma ação inversa a lógica urbana do aumento da produção e mau

acondicionamento do lixo, que revela já fazer parte do cotidiano das Ilhas de Caratateua e

Cotijuba e que se agrava no período de veraneio, em virtude da grande procura destes

balneários por parte da população da região metropolitana de Belém e cidades circunvizinhas,

possibilitando a sensibilização da comunidade através do reconhecimento dos problemas e

conseqüências do tratamento incorreto para com o lixo produzido nas praias.

Objetivos

Sensibilizar a comunidade para os problemas sócio-ambientais das Ilhas;

Intervir na problemática ambiental na busca de uma sociedade sustentável;

Oportunizar práticas pedagógicas na educação formal e não formal;

Fomentar atitudes corretas em relação a produção e acondicionamento do lixo;

Divulgar formas de redução, reutilização e reciclagem do lixo produzido;

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos que residem e freqüentam a orla de

Belém.

Metodologia

Teve como princípio a ação educativa e a participação de professores e alunos da Escola

Bosque na Ilha de Caratateua e do Anexo da Faveira na Ilha de Cotijuba, sendo desenvolvido

em etapas interdependentes.

1- Sensibilização

Conversa com os alunos sobre os prováveis problemas sócio-ambientais das ilhas e

possíveis forma de intervenção;

Conversa com os coletores de lixo que atuam nas praias das Ilhas de Caratateua e

cotijuba, visando a integração entre estes e os envolvidos no projeto.

2- Diagnóstico participativo

Pesquisa de campo desenvolvida por alunos e professores;

Reconhecimento da realidade local em suas múltiplas dimensões histórica, cultural e

sócio-econômica;

77

Page 78: Primeiro Ppp Eb

Mobilização de alunos, professores, coletores de lixo e comunidade, para discussão e

adequação das propostas na busca de soluções para os problemas detectados nas praias.

3- Intervenção

Palestra a comunidade: “Causas e conseqüências do acumulo de lixo nas praias”,

Distribuição de cartazes educativos para serem afixados em restaurantes, bares e

barracas da orla;

Sensibilização corpo a corpo e entrega de material informativo sobre o lixo;

Limpeza das praias e melhor acondicionamento do lixo produzido pelos veranistas;

Integração entre escola , comunidade e veranistas através de passeio ciclístico, corrida

ecológica, torneio esportivo, gincana e luau..

Resultados obtidos ( Em Anexo)

VI - AÇÕES COMPLEMENTARES

Produção do livro e da peça “ RAÍZES DA AMAZÔNIA”

A produção do livro e da peça teatral é o resultado do programa de cooperação entre a

Prefeitura Municipal de Belém e a Prefeitura de Pontassieve - Itália

SINOPSE

As vezes, o homem, movido pela ambição de ter se esquece do ser; quando procura o

bem material só provoca o mal; quando não pensa, não sente; quando não reflete, não sabe

que pode estar doente.

O homem ambicioso, na corrida pela riqueza acaba matando a natureza; na ânsia de

desmatar, se esquece de plantar e, se ele não preservar, pode não se curar.

“ Raízes da Amazônia “ procura mostrar a história de um homem ambicioso que só

pensava em si próprio mesmo que tivesse que destruir para construir suas riquezas. Ignorava

aos apelos da única filha que tanto amava a natureza. Um certo dia, seu destino e sua vida

mudaram totalmente. Perdido, na imensa floresta e doente, defrontou-se com as entidades

mitológicas e, na figura do índio, profundo conhecedor da flora amazônica tratou o homem

com plantas medicinais e o salvou das doenças que o atormentava e de sua ambição.

78

Page 79: Primeiro Ppp Eb

Ambientada na riqueza das figuras do Curupira, da sedução do Boto, da beleza da

Vitória-régia e da força do Uirapuru, além dos poderes do Pajé e das plantas medicinais e de

toda a floresta amazônica, encenamos “Raízes da Amazônia”.

I Seminário Sócio-Ambiental nas Ilhas de Caratateua e Cotijuba

O Projeto MEGAM, desenvolvido no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, sob a

coordenação da Professora Edna Castro, tem como objetivo compreender as transformações

ocorridas pela ação humana no Estuário Amazônico, prioriza abordagens no território da

Região Metropolitana de Belém, sendo que algumas de suas pesquisas se desenvolveram e

interagiram com atividades nas ilhas de Caratateua e Cotijuba.

Tendo a escola Bosque anexos na porção insular de Belém, local onde se desenvolvem

atividades de diversos órgãos de pesquisa e ensino, as quais resultam em produções e que,

socializadas com professores da rede municipal de ensino, poderão ser instrumentos no

processo de construção do conhecimento, a FUMBOSQUE o MEGAM o NAEA/UFPA

organizaram este seminário que teve como objetivo repertoriar os estudos feitos e intensificar

a interatividade sistemática entre pesquisadores e professores da rede municipal de ensino.

Plano Emergencial Pedagógico: Uma alternativa ao sucesso escolar.

O Plano Emergência Pedagógico –PEP. Surgiu a partir de discussões realizadas em

reunião pedagógica, no início do segundo semestre letivo, onde foram levantadas questões

referentes a aprendizagem de alguns educandos oriundos principalmente de CBI e CBII.

O plano foi desenvolvido pelos espaços e projetos da escola: Laboratório Pedagógico,

Laboratório de Informática, Sala de Leitura, Clube de Ciências e NULAC ( Núcleo de

Linguagem, Arte e Cultura) durante sete semanas.

Pensamos num trabalho pedagógico voltados para atender os interessados educandos, algo

que estimulasse o desejo de aprender. Nessas condições nos apoiamos em algumas lendas

Amazônicas como por exemplo: Curupira, Açaí, Vitória Régia, Boto e Matinta Perera.

As lendas se constituem, para muitos de nossos alunos em bagagem cultural própria de sua

realidade, uma vez que o místico da ilha de Caratateua, onde fica a escola é muito presente. O

próprio ambiente escolar possui aspectos que favorecem a relação com o cenária imaginário

de muitas lendas.

Outro condicionamento para a escolha do trabalho com lendas é que através delas os

educandos, além de sistematizarem conhecimentos acadêmicos, estariam valorizando e

79

Page 80: Primeiro Ppp Eb

resgatando aspectos de nossa cultura, uma vês que as lendas são narrações que apresentam

caráter maravilhoso, onde fatos históricos são reelaborados pela imaginação popular.

Objetivo

Envolver os projetos e espaços num mutirão pedagógico utilizando as lendas amazônicas

como importante fator de contribuição no processo ensino/aprendizagem dos alunos que

seriam atendidos pelo PEP, desenvolvendo a leitura, a escrita e o raciocínio lógico

matemático.

Metodologia

Iniciamos o projeto com uma conversa informal com todos os educandos envolvidos, no

sentido de esclarecermos o significado do PEP, a necessidade de estarem fazendo parte do

mesmo e a forma como o projeto estava organizado e a importância de algumas lendas,

envolvendo as várias áreas do conhecimento.

Feito isso os alunos foram distribuídos em grupos de 08 a 10 alunos, perfazendo um total

de 117 , atendidos em horário inverso ao da sala de aula. Esses grupos foram denominados de

Água, Fogo, Terra, Ar, Luz e Sol, acompanhados pelos professores para os respectivos

espaços pedagógicos.

Laboratório de Informática Educativa

Desenvolveu suas atividades a partir de lenda amazônica “O Curupira” . Inicialmente era

feita a leitura da lenda, posteriormente o aluno descrevia oralmente o que havia entendido

sobre a lenda, o texto produzido oralmente ia para o computador para ser estruturado na

linguagem escrita e receber os desenhos sobre a história. Ainda no computador, exploramos o

software “Cidade da Matemática”, onde trabalhamos a interpretação e a resolução de

problemas matemáticos.

Laboratório Pedagógico

O trabalho iniciou com uma conversa informal sobre a “Lenda do Açaí”, onde cada aluno

falou o que sabia sobre o assunto, em seguida reconstruíram a lenda através de textos

ilustrativos. Exploramos o açaí como alimento, seu valor nutritivo e protéico bem como a

cultura alimentar do povo paraense, quando foi elaborado o texto “Como eu gosto do açaí” .

Após o entendimento sobre a lenda, os alunos refletiram sobre os impactos ambientais

provocados pela retirada dos açaizais. Após essas considerações, os alunos elaboraram um

80

Page 81: Primeiro Ppp Eb

texto sobre a importância dos açaizeiros para o homem e sua vida na terra. O conhecimento

lógico matemático foi trabalhado de forma contextualizada.

Brinquedoteca

Inicialmente oportunizamos aos alunos explorarem o espaço de forma bem descontraída,

para sua satisfação pessoal de prazer e alegria, satisfazendo a necessidade primeira do ser

humano, que é a felicidade. Em seguida apresentamos a lenda a ser trabalhada “Lenda da

Mandioca”, levando em consideração os conhecimentos prévios trazidos pelos alunos.

Enfatizamos a importância que a mandioca exerce na alimentação em nossa região. Após

isso, os alunos recriaram o texto, oralmente, na forma de desenho, bem como na produção

textual.

Clube de Ciências

Iniciamos as atividades explorando o espaço Biologia, com visitas monitoradas, por ser

este bastante estimulante para a prendizagem dos alunos. Em seguida, fizemos um breve

diálogo, e atividades com bingos dos invertebrados, treino ortográfico, etc. Após esse

primeiro momento apresentamos a “Lenda da Vitória-Régia”, quando foram feitas leituras e

interpretações orais, assim como pesquisa das palavras desconhecidas no dicionário., após o

que, cada aluno recriou o texto a partir de seu entendimento. Fizemos ainda, a abordagem de

problemas matemáticos a partir da lenda.

Sala de Leitura

Desenvolvemos nosso trabalho a partir da “Lenda da Matinta Perera”com a qual

introduzimos atividades condizentes com as dificuldades dos alunos. A partir daí realizamos

atividades votadas para a linguagem oral e escrita, imaginação e fantasia, atividades de

concentração e raciocínio lógico individual e coletivo, atividades de recortes e colagens de

jornais e revistas. A ludicidade também foi valorizada como meio de amenizar a “falta de

interesse” presente em alguns alunos.

Curso Militância Sócio Ambiental

Justificativa:

O Centro de referencia em Educação Ambiental Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira ao

longo de sua existência ,tornou-se não somente um centro de referencia em Educação Ambiental para

81

Page 82: Primeiro Ppp Eb

a rede municipal de ensino ,como para além da fronteira do município de Belém ,Estado do Pará e até

do Brasil , comprovado através de conquista de vários projetos premiados nacionalmente.

Nesse cenário ,o presente projeto “Militância Socio-Ambiental’ surgiu com a

necessidade de instrumentalizar nossos alunos e comunidade a maior qualificação do

“Exercício da Cidadania Ecológica” além de contribuir para participarem de eventos

locais ,nacionais e, porque não internacionais como foi a “Rio + 10” que na época foi nosso

tema gerador do projeto, onde alguns de nossos alunos foram selecionados a participarem

dessa conferência.

Nessa perspectiva o curso de Militância socio-ambiental tem como justificativa

principal a formação socio-ambiental e política (“ética ecológica”), envolvendo não só alunos

da Escola Bosque mas toda a comunidade da ilha de Caratateua e adjacentes, utilizando uma

pedagogia crítica e ambientalista onde os educandos possam ter a competência de saber

relacionar os elementos e conceitos sócio, históricos, ambientais e políticos transmitidos e

construídos na relação processo ensino-aprendizagem, com seu cotidiano. Potencializando e

qualificando esse educando ao “exercício da cidadania ecológica” , tendo a compreensão do

desenvolvimento do Sistema Capitalismo Moderno ou sem fronteiras( processo de

Globalização) tipicamente contraditório em seus vários aspectos.

Diante dessa realidade descrita, nós professores da Escola Bosque propomos o

projeto Militância Sócio-ambiental para contribuir positivamente no avanço da consciência

crítica e sensibilização diante as questões da Educação Ambiental da população de nossa

comunidade, além de atender os encaminhamentos de suas lutas com maior qualificação e

obterem melhores resultados.

Objetivos:

O fazer pedagógico da Escola Bosque em consonância com os princípios da Escola

Cabano prioriza o estudo da realidade da ilha de Caratateua e adjacentes no processo de ensino-

aprendizagem. Nesse sentido a escola tem efetuado estudos relevantes a respeito da organização social

da ilha, e seus efeitos em situações práticas de seu cotidiano, como por exemplo a relação da

sociedade organizada da ilha com várias esferas de poder. Nessa perspectiva o projeto Militância

Sócio-ambiental tem como objetivos gerais :

Proporcionar oportunidades de socialização dos conhecimentos produzidos na Escola Bosque.

Integra de forma definitiva a Escola com a comunidade das ilhas através de práticas pedagógicas

de ensino, pesquisa e extensão.

Oportunizar a comunidade à comunidade escolar e sociedade civil organizada, eventos diversos

direcionado a uma militância política objetivando conquistas sociais mais urgentes, assim como a

82

Page 83: Primeiro Ppp Eb

formação de cidadãos com uma visão crítica global, contribuindo assim no processo de construção

de uma sociedade sustentável dentro do conceito de “ecocidadania”.

Buscar parcerias com organizações governamentais e não governamentais para o desenvolvimento

de eventos, caracterizando assim um projeto de extensão.

Objetivos Específicos :

Cursos de capacitação dos alunos para participarem de eventos de abrangência local, nacional e

internacional, como foi o caso da “Rio+10”.

Curso de formação de agentes ambientais, capacitando nossos alunos à participarem do projeto

“Bom Verão, Lixo não, desenvolvido pela escola durante o período de férias nas praias de

Caratateua e Cotijuba.

Cursos de capacitação dos representantes de turmas da Escola objetivando o processo de eleição

do Conselho Escolar.

Metodologia :

Os cursos são realizados na própria escola, com duração mínima de 80 horas, efetuadas através de

blocos com temas específicos.

Seminários com duração mínima de 8 horas realizadas tanto por professos da Escola Bosque,

como convidados de outras instituições governamentais ou não governamentais.

Oficinas envolvendo alunos da escola, comunidade monitorados por professores da escola e

lideres comunitários.

NAP - NÚCLEO DE ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

Justificativa :

O NAP atua de forma interdisciplinar buscando atender os objetivos propostos, atendendo e orientando os alunos da escola, assim como suas famílias.

Objetivos :

Acompanhar de forma sistemática a aprendizagem dos alunos nos vários aspectos que envolvem o sujeito no processo do conhecimento, tais como: Cognitivo, Social, Afetivo e Comportamental.

Proporcionar momentos de reflexão, auto conhecimento e acompanhamento, dos(as) alunos(as) para melhor relação com a escola e a inclusão deste neste espaço.

Acompanhar os adolescentes e as crianças., buscando orienta-los para que possam superar as fases conflituosas, inerentes ao desenvolvimento humano.

Metodologia :

83

Page 84: Primeiro Ppp Eb

Através de oficinas, dinâmica de grupos, mini-cursos, participação em reuniões, palestras e

atendimentos individuais e em grupo os nossos alunos; Além de visitas domiciliares às famílias de

nossos alunos.

I Caminhada Ecológica Pela Paz

A I Caminhada Ecológica pela Paz, coordenada pela Escola Bosque, encerrou a

programação da Semana do Meio Ambiente promovida por vário órgãos da Prefeitura

Municipal de Belém. O evento aconteceu numa segunda –feira, por uma razão preocupante

para toda a comunidade da Ilha, pois neste dia a violência sempre aumenta em Outeiro, em

virtude das aparelhagens de som que se instalam na localidade para promover festas públicas.

O evento teve a participação de aproximadamente mil alunos, além dos alunos da escola

Bosque tivemos a participação das Escolas Municipais Monsenhor Azevedo do bairro de

Itaiteua e Helder Fialho do bairro da Brasília e das Escolas Estaduais do Outeiro do bairro de

São João do Outeiro e Geni do Bairro de Água Boa.

PRÊMIOS RECEBIDOS

1999 - Projeto Açaí . Prêmio de incentivo ao ensino Fundamental – Mec e Fundação

BUNGE.

200 – Projeto Ilha de Caratateua : um estudo sócio-ambiental .

2001 – Projeto A questão do lazer na Ilha de Caratateua.

PARCERIAS

SESAN – Projeto Biorremediação do aterro Sanitário do Aura.

SEMMA: PDAVE – Plano Diretor de Arborização (áreas verdes) com estágio

remunerados para alunos do ensino profissionalizante.

EIDAI – Estágio remunerado para alunos do ensino técnico profissionalizante.

MPEG – Capacitação de professores.

NAEA/MEGAM – Pesquisa Sócio-Ambiental na ilha de Caratateua.

PREFEITURA DE PONTASIEVE E PMB – Produção de livro e peça sobre a cultura

Amazônica.

84

Page 85: Primeiro Ppp Eb

BIBLIOGRAFIA

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87

Page 88: Primeiro Ppp Eb

A N E X O S

88

Page 89: Primeiro Ppp Eb

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

REDES DE CONHECIMENTOS

Á

R

E

A

S

D

O

1 2 2 3 4 5 6 7 8

Conhecimento

Da

Linguagem

e Expressão

Português 4 4 4 4

Ling. Estrang. 2 2 2 2

Arte

Educação

2 2 2 2

Ed. Física 2 2 2 2

Conhecimento Ciências 3 3 3 3

89

Page 90: Primeiro Ppp Eb

C

O

N

H

E

C

I

M

E

N

T

O

Do

Mundo Fisico-

Natural

Matemática 4 4 4 4

Conhecimentos

Históricos

Geograficos,

Político e

Social

História 3 3 3 3

Geografia 3 3 3 3

Complemento

Curricular

Informática

Educativa 2 2 2 2

TOTAL 25 25 25 25

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

90

Page 91: Primeiro Ppp Eb

Área com dimensão interdisciplinar CBI CBII CBIII CBIV

Linguagem

Língua Portuguesa

Língua Estrangeira Moderna

Educação Física

Educação Artística

X

-

-

-

X

-

-

-

4

2

2

2

4

2

2

2

Ciências

da

Natureza Ciências

Matemática

X

X

X

X

3

4

3

4

Ciências

Da

Sociedade

Estudos sociais

História

Geografia

Cultura Religiosa

X

-

-

-

X

-

-

-

-

3

3

1

-

3

3

1

Complemento

Curricular Informática Educativa X X X X

Carga Horária Semanal 20 20 24 24

Carga horária Anual 800 800 880 880

91

Page 92: Primeiro Ppp Eb

92