Primeiro Artigo

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Leitores do In Blog, semana que vem teremos as eleições municipais em todo país e, por esse motivo, resolvi trazer a tona uma ocorrido ainda no início deste ano com o ex- secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo e que agora é candidato a vereador, Floriano Pesaro, portanto, olho nele pessoal. Histórico Floriano e Alckmin, foto contida no site do candidato Muitos sabem que fui perseguido, ameaçado e acusado de racismo por cobrar satisfações da Prefeitura quanto aos problemas gerados pela Escola de Samba Vai-vai. Pois bem, acontece que, conseguir com que as leis sejam cumpridas já é uma tarefa árdua, imaginem vocês quando há interesses eleitorais por trás de uma questão, como comprova o texto abaixo. Por mais incrível, no amplo sentindo da incredibilidade, o ex-secretário desfilou na escola de samba, pediu voto e tentou impedir que fiscalização fizesse seu papel! Não me causa estranhamento que o mesmo também estivera envolvido em outros problemas, como o caso FINATEC , e o fracasso do PROJOVEM , que após publicarmos no In Blog, fomos “gentilmente” sugestionados a retirar a matéria através de ligação do próprio para meu celular. O “pedido” Conheci pessoalmente o secretário Floriano Pesaro e confesso que sempre tive uma boa impressão dele até os últimos episódios que o envolveram relatados em duas matérias na Folha de São Paulo dos dias 06 e 07 de Fevereiro deste ano. Na primeira, segundo o jornal, Floriano afirma ter pedido para o sub-prefeito e secretário das sub-prefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo, um “afrouxamento” da fiscalização para o evento de comemoração da Vai-vai e sugere que o mesmo tenha aceito sua solicitação – “Até as 22h, ele segura a onda” disse o ex-secretário à Folha (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0602200803.htm ). Prevaricação?

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Leitores do In Blog, semana que vem teremos as eleições municipais em todo país e, por esse motivo, resolvi trazer a tona uma ocorrido ainda no início deste ano com o ex-secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo e que agora é candidato a vereador, Floriano Pesaro, portanto, olho nele pessoal.

Histórico

Floriano e Alckmin, foto contida no site do candidato

Muitos sabem que fui perseguido, ameaçado e acusado de racismo por cobrar satisfações da Prefeitura quanto aos problemas gerados pela Escola de Samba Vai-vai.

Pois bem, acontece que, conseguir com que as leis sejam cumpridas já é uma tarefa árdua, imaginem vocês quando há interesses eleitorais por trás de uma questão, como comprova o texto abaixo.

Por mais incrível, no amplo sentindo da incredibilidade, o ex-secretário desfilou na escola de samba, pediu voto e tentou impedir que fiscalização fizesse seu papel! Não me causa estranhamento que o mesmo também estivera envolvido em outros problemas, como o caso FINATEC, e o fracasso do PROJOVEM, que após publicarmos no In Blog, fomos “gentilmente” sugestionados a retirar a matéria através de ligação do próprio para meu celular.

O “pedido”

Conheci pessoalmente o secretário Floriano Pesaro e confesso que sempre tive uma boa impressão dele até os últimos episódios que o envolveram relatados em duas matérias na Folha de São Paulo dos dias 06 e 07 de Fevereiro deste ano.

Na primeira, segundo o jornal, Floriano afirma ter pedido para o sub-prefeito e secretário das sub-prefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo, um “afrouxamento” da fiscalização para o evento de comemoração da Vai-vai e sugere que o mesmo tenha aceito sua solicitação – “Até as 22h, ele segura a onda” disse o ex-secretário à Folha (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0602200803.htm).

Prevaricação?

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Não sei se entendi direito, mas pelo pouco que sei o nome dado para essa atitude, se comprovada, chama-se prevaricação, um dos crimes praticados por funcionário público contra a administração:

Art. 319 do Código Penal- Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de

ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou

sentimento pessoal:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

O pedido de retardamento da fiscalização, somente para permitir que a comemoração continuasse para que os foliões tivessem um pouco mais de alegria, até poderia ser encarado como “interesse ou sentimento pessoal” ou então como um ato de benevolência do secretário, contudo, ao ler a segunda matéria que me referi anteriormente, ainda na Folha, comecei a ter dúvidas sobre suas reais motivações.

O texto assinado pela jornalista Renata Lo Prete (07/02/2008 – http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0702200801.htm), relata que Floriano, durante o carnaval, além de desfilar pela Vai-vai, pediu votos na sua concentração para sua futura candidatura ao cargo de vereador na cidade. Em um primeiro momento relutei em crer nessa hipótese, pois o considero uma pessoa de inteligência admirável e de muita compostura, supondo que o mesmo saberia fazer contas, entenderia facilmente que, se a escola não conseguiu eleger seu presidente (Thobias da Vai-vai), muito pouco lhe serviria para ser eleito fora o fato de ser crime eleitoral pedir votos antes do período legalizado.

Matarazzo nega

Matarazzo, com vereador Gilberto Natalini e Beto Mendes. Foto retirada do site do ilustre e correto vereador.

Diante das denúncias da Folha, enviei um e-mail ao Andrea Matarazzo solicitando maiores informações. Rapidamente obtive a resposta de que o pedido nunca fora feito a ele e mesmo que tivesse sido, seria prontamente negado – “Nem o Floriano faria isto e nem eu aceitaria. A fiscalização tem que cumprir a lei independente de onde e quem. É assim que temos procedido e por isto temos credibilidade”.

Fui então checar com a fonte, a jornalista Cinthia Rodrigues, para confirmar a declaração. Fato confirmado, Floriano havia falado à Folha.

Sendo assim, posso deduzir que, ou a Folha de São Paulo fez afirmações mentirosas, não tendo critérios ao publicar suas matérias ou Floriano falou o que não devia, usou

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o nome de quem não podia, estava no lugar errado, na hora errada e defendendo a causa errada. Relevando-se a falta de princípios éticos ao desfilar por uma escola que sequer se dá ao trabalho de seguir as leis municipais, abusando da truculência para amedrontar legítimos servidores públicos que tentam cumprir seus deveres conforme já relatado em outros artigos, creio mais na segunda hipótese.

Antes de redigir este artigo, enviei um e-mail ao próprio secretário para que o mesmo tivesse a oportunidade de se manifestar, negando, explicando ou confirmando suas declarações, mas não obtive resposta alguma. Eu queria ter perguntado também sobre os motivos que teria para deixar sua sala trancada nas tardes de sexta enquanto trabalhava no Governo do Estado, mas achei indelicado.

Nesse ínterim, apenas para satisfazer minha curiosidade, fui pesquisar o orçamento da SMADS e deparei-me com um número assombroso, R$ 245 milhões em 2007. Levando em consideração um levantamento feito pela própria secretaria, que identificou cerca de 12 mil moradores de rua, cheguei a conclusão de que estes poderiam viver muito bem com as políticas assistencialistas. Faça as contas: R$ 245 mi / 12 mil moradores de rua / 12 meses = quase R$ 1.700,00 por mês para cada morador, muito mais do que ganha metade da população.

Luciano Gama, mais Vai-vai e Serviço Funerário

Luciano Gama e Alckmin, em foto retirada do site dele.

Mas, caros leitores, Floriano não está sozinho nesta vã tentativa de arrecadar votos, outros estão no mesmo barco, dentre eles, posso citar o vereador Celso Jatene e o caso do ex-assessor da Sub-Sé, Luciano Gama. Comenta-se que o último havia virado conselheiro da escola após ser responsável pela liberação dos eventos de rua. Denunciei o caso em 2005 e o mesmo foi exonerado de suas funções no primeiro dia útil de 2006.

É claro que não deve ter sido somente por causa das minhas denúncias, talvez tenha tido algo a ver com outra solicitação de afrouxamento da lei. Para resumir, em maio de 2006, o Serviço Funerário da Prefeitura contratou uma empresa sem licitação e o ex-diretor responsável pelo acordo (Luciano) diz que o superintendente sabia de tudo. A demonstração, feita inclusive sem assinatura de contrato, previa a instalação de divisórias no novo prédio do Serviço Funerário, no bairro do Canindé. O trabalho foi

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realizado, mas depois que a reportagem da Rádio Bandeirantes descobriu toda ilegalidade, as divisórias foram retiradas do local.

Segue a transcrição de trechos da entrevista feita em 08/05/06, para que não restem dúvidas:

Repórter: o senhor Luis Carlos Pisani sabe que não deveria ter aceitado a proposta

oferecida pelo então diretor do Serviço Funerário, Luciano Gama. De forma

completamente ilegal, a empresa foi escolhida sem que houvesse abertura de licitação e

o negócio foi fechado sem assinatura de nenhum papel, muito menos contrato, como

admite o ex-diretor financeiro do Serviço Funerário, Luciano Gama. Luciano Gama- foi feito um acordo com a empresa na base da confiança. Repórter: sem papel nenhum? Luciano Gama- sem papel nenhum, na boca. Repórter: isso é comum? Luciano Gama: isso é, (gagueja) nem sei se é comum, eu sei que foi uma coisa que aconteceu e que a gente tratou dessa forma naquele momento lá, em função da necessidade que a gente tinha de fazer. Repórter: e o ex-diretor vai além: segundo ele, o negócio teria recebido aval do

superintendente do Serviço Funerário. O senhor que autorizou o serviço? O senhor que

autorizou o serviço?

Luciano Gama: fomos nós sim… Repórter: o senhor e quem mais? Luciano Gama: o superintendente do Serviço Funerário, Dr. Celso.

Procurado pela reportagem, o superintendente do Serviço Funerário negou que tivesse autorizado a contratação irregular da empresa L.Pisani. Irritado, Celso Caldeira garantiu que sabia apenas que o prédio precisava apenas de novas divisórias.

Repórter: O dr. Luciano disse que o senhor sabia que ia ser feito um acordo informal

para que depois se regularizasse isso e como a empresa envolvida já havia prestado

serviço antes para administração pública, se achou natural que ela fizesse esse

serviço?

Celso Caldeira: eu sinto muito, o senhor vá atrás dele, porque por ele eu não respondo.

De boas intenções…

Como vocês podem ver, caros leitores, o mundo é redondo e a história é cíclica. Se essa moda de afrouxar a lei pegar…

O fato é que se Floriano não é mal intencionado, é no mínimo, displicente ao dar tais declarações e participar destes eventos. A presença dele aos eventos da escola, não traz nada de positivo a seu cargo e apenas dá margem a interpretações. Veja bem, a prefeitura não coíbe os desmandos da escola como a lei manda, mesmo assim distribui dinheiro a agremiação ao mesmo tempo em que um secretário municipal nela pede votos e é usado para atestar a legitimidade das ações que a envolve, este ainda não se dá por satisfeito e pede, ou diz pedir, a outra autoridade que segure uma fiscalização de uma irregularidade! Mais absurdo impossível!

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Diante dessas situações, assumo, desde já, um compromisso com vocês, se Floriano for eleito, publicarei todas sextas-feiras o resumo da semana dele como vereador, durante os 4 anos de mandato. É o mínimo que posso fazer!

Precisa de mais? Precisa! Ao ouvir o primeiro jingle da campanha do candidato Geraldo Alckmin contra o então prefeito Gilberto Kassab, qual não foi a minha surpresa ao ver o tema ser cantado por ninguém menos que Thobias da Vai-vai! Isso mesmo, agora, todos nós, somos palhaços! Primeiro a escola conta com a “simpatia” dos apoiadores de Alckmin, depois trabalha em sua campanha. O que podemos esperar desse belo time? As urnas responderão.

Apenas para constar, juntamente com Edson Aparecido, aquele do esquema de compra de votos, também denunciado pelo In Blog, Floriano e Gama, são os maiores críticos da gestão atual, coisa que não entendo. Antes de Alckmin olhar as parcerias dos outros seria bom dar uma espiada nas dele.

Parafraseando um slogan do Floriano, “Dê mais que esmola, dê óculos para essa turma”!