Primeira turma EaD se forma em 2013 - UNESP: Câmpus de ... · sua próxima cerimônia de colação...

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Ensino público, gratuito e de qualidade — Ano XVI — 153 — Setembro — 2013 Primeira turma EaD se forma em 2013 Pela primeira vez, em seus 56 anos de existência, o Ibilce terá, em sua próxima cerimônia de colação de grau, uma turma de ensino semi- presencial. Serão cinquenta alunos, formados em Pedagogia pela parce- ria celebrada entre Unesp e Uni- vesp (Universidade Virtual do Es- tado de São Paulo). O objetivo do primeiro curso a distância promovido pela Unesp é oferecer a Licenciatura em Pedago- gia, como formação complementar para professores que já possuem gra- duação e atuam na rede pública de ensino. Para a professora Maria Eliza Brefere Arnoni a iniciativa tem se mostrado muito bem-sucedi- da, “uma vez que as disciplinas a distância são ministradas pelos mesmos docentes do curso pres- encial, por meio de vídeo-aulas e atividades em ambiente virtual” avalia. O governador Geraldo Alck- min, diante do sucesso do proje- to, anunciou a previsão de aber- tura de novos cursos da Univesp já em 2014. Todos os polos, inclusive o de Rio Preto, poderão ampliar o número de vagas. Leia mais: página 5 MARIANA GUIRADO PESQUISADORA DO IBILCE ANALISA DISCURSO DE AUTOAJUDA EM OBRAS PARA O PÚBLICO ADOLESCENTE PÁGINA 3 PÁGINA 4 PÁGINA 8 PROJETOS DE BIOENERGIA AUXILIAM NO CONTROLE DAS PRAGAS DA CANA-DE-AÇÚCAR CÓDIGOS DE BARRAS SÃO ANALISADOS EM PROJETO DE MESTRADO REALIZADO NO IBILCE

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Ensino público, gratuito e de qualidade — Ano XVI — 153 — Setembro — 2013

Primeira turma EaD se forma em 2013Pela primeira vez, em seus 56

anos de existência, o Ibilce terá, em sua próxima cerimônia de colação de grau, uma turma de ensino semi-presencial. Serão cinquenta alunos, formados em Pedagogia pela parce-ria celebrada entre Unesp e Uni-vesp (Universidade Virtual do Es-tado de São Paulo).

O objetivo do primeiro curso a distância promovido pela Unesp é oferecer a Licenciatura em Pedago-gia, como formação complementar para professores que já possuem gra- duação e atuam na rede pública de ensino.

Para a professora Maria Eliza Brefere Arnoni a iniciativa tem se mostrado muito bem-sucedi-da, “uma vez que as disciplinas a distância são ministradas pelos mesmos docentes do curso pres-encial, por meio de vídeo-aulas e atividades em ambiente virtual” avalia.

O governador Geraldo Alck-min, diante do sucesso do proje-to, anunciou a previsão de aber-tura de novos cursos da Univesp já em 2014. Todos os polos, inclusive o de Rio Preto, poderão ampliar o número de vagas.

Leia mais: página 5

MARIANA GUIRADO

PESQUISADORA DO IBILCE ANALISA DISCURSO

DE AUTOAJUDA EM OBRAS PARA O PÚBLICO

ADOLESCENTE

PÁGINA 3 PÁGINA 4 PÁGINA 8

PROJETOS DE BIOENERGIA AUXILIAM NO

CONTROLE DAS PRAGAS DA

CANA-DE-AÇÚCAR

CÓDIGOS DE BARRAS SÃO ANALISADOS EM

PROJETO DE MESTRADO REALIZADO NO IBILCE

notícias ibilce2EVENTO

João Paulo Vani

“A história nos mostra que o fas-cínio pela língua data de muito an-tes de nossas pretensões de estudar a sua materialidade, de épocas em que a escrita era considerada sa-grada, ou, até mesmo, de tempos longínquos, quando sinais grafados nas paredes conferiam poderes e proteção.” Foi assim que a Comissão Organizadora da XXV Semana de Le-tras começou o texto em celebração às bodas de prata, realizado entre os dias 9 e 13 de setembro.

Neste ano, participaram do even-tos profissionais como o cineasta Marcio Debellian, os escritores Antô-nio Geraldo Figueiredo Ferreira, Verônica Antonine Stigger e Marcelo Mirisola, e o professor Alberto Ikeda, do Instituto de Artes da Unesp.

O evento, anual, é de responsabi-lidade dos alunos do 3º ano do Curso de Licenciatura em Letras (diurno e noturno) e apresenta uma estru-tura de congresso, com atividades acadêmicas e artísticas planejadas de modo a promover diálogos en-tre os diversos campos disciplinares vinculados às áreas de Letras, Lin-guística e Educação.

De acordo com os professores Ar-naldo Franco Jr. e Maria Cláudia Ro-drigues Alves, membros da comissão organizadora do evento, a Semana de Letras é uma atividade voltada para a formação profissional dos alunos que a organizam. Os trabalhos re-alizados ao longo dos meses de pro-dução do evento representam uma oportunidade para os alunos desen-volverem habilidades e competên-cias num plano extradisciplinar.

EDITORIAL

A edição de setembro do Notí-cias Ibilce traz em sua matéria de capa a notícia da primeira tur-ma de curso semipresencial a ser formada no Instituto. A ino- vação constante e a nova moda- lidade de ensino ministrada pelos mesmos docentes do curso pre- sencial revelam as mudanças pelas quais a Universidade vem passando. Saiba mais sobre a parceria entre a Unesp e a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) na página 5.

São também destaques desta edição os trabalhos realizados pe-los nossos pesquisadores: na página 3, aluna do Programa de Pós-Gra- duação em Estudos Linguísticos conclui trabalho sobre discurso de autoajuda em obras voltadas ao público adolescente; na página 4, matéria revela como pesquisa rea- lizada por aluna do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia auxilia no controle das pragas da cana-de-açúcar.

Na página 7, nosso entrevistado, o professor Julio Cesar Torres, fala sobre os avanços, necessidades, aspectos legais e dificuldades pre-sentes no processo de implantação da Educação Especial no Brasil.

Confira na página 8 nossa pau-ta de pesquisa, na qual explica-mos alguns detalhes do estudo rea- lizado no Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional, o PROFMAT, sobre os segredos por trás dos códigos de barras, tão presentes em nosso dia a dia.

Uma ótima leitura!

Semana de Letras completa 25 anos em meio a elementos mágicos e melódicos da língua

Evento valoriza ingredientes como construção de conhecimento pela educação e manutenção da sociabilidade pela comunicação

RENAN FELIPE

DIRETOR: José Roberto Ruggiero

VICE-DIRETORA: Maria Tercília Vilela de Azeredo Oliveira COORDENAÇÃO: ACI — Assessoria de Comunicação e Imprensa

JORNALISTA RESPONSÁVEL: João Paulo Vani — MTb: 60.596/SP

CONSELhO EDITORIAL: Cláudia Maria de Lima — MTb: 22.829

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

UNESPUNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILhO”Câmpus de São José do Rio Preto

IBILCE — Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

Rua Cristovão Colombo, 2265 | Jd. Nazareth | CEP 15054-000 |

PABX: (17) 3221.2200 | FAX 3221.2500

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Comentários, dúvidas ou sugestões, entre em contato pelo e-mail:

[email protected]

EDIÇÃO: João Paulo Vani

REPORTAGENS E REVISÃO: Bárbara MarquesEder JunoEdoardo LoblHenrique PelicanoLetícia SantosLigya AlibertiMariana Guirado

DIAGRAMAÇÃO: Felipe Cipolato

TIRAGEM: 1.700 exemplares

Guiados pela complexidade encantadora das línguas, evento a explora em muitas de suas dimensões: semânticas, sintáticas, sonoras, visuais, semióticas, linguísticas e literárias

notícias ibilce 3LINGUÍSTICA

Leticia Santos

A pesquisadora Marília Molina Furlan, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísti-cos do Ibilce, analisou sob a ori-entação da professora Anna Flora Brunelli, do Departamento de Estu-dos Linguísticos e Literários, o discur-so de autoajuda para o público ado-lescente. Um dos objetivos principais da pesquisa era investigar a cenogra-fia (cenas de enunciação) e o ethos discursivo (imagem do sujeito enun-ciador projetada no próprio modo de enunciação do discurso) característi-co das obras analisadas, como, por exemplo, se elas se diferenciavam ou não das obras de autoajuda voltadas para o público adulto e se apresen-tavam divergências entre si. Os li- vros analisados foram comparados com outras obras, direcionadas para o público adulto, dos mesmo autores.

“Um dos critérios de seleção do material de análise, especificidade do público-alvo, foi relevante, na medida em que muitas obras de au-toajuda relacionadas à adolescên-cia se destinavam aos pais dos ado- lescentes ou a educadores, o que poderia interferir nos objetivos da minha pesquisa”, explica.

Para realizar sua pesquisa, Marília analisou quatro obras de autoajuda: “Tipo assim: adolescente”, de Jairo Bauer e Sonia Francine (2005); “O li- vro do adolescente: discutindo ideias e atitudes com o jovem de hoje”, de Mi-chele e Liliana Iococca (2008); “Por que estou assim? Os momentos difíceis da adolescência”, de Cybelle Weinberg

Pesquisadora do Ibilce analisa discurso de autoajuda em obras voltadas para o público adolescente

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suas medidas de autocontrole emocio- nal são as mais eficazes.

De acordo com a pesquisadora, o tipo de discurso analisado está re- lacionado com o sujeito pós-mo- derno, que busca diminuir suas fra- gilidades e dificuldades pessoais por buscar seu bem-estar e satis- fação pessoal e investe em um modelo de subjetividade típico da contempo-raneidade: uma pessoa autoconfiante, segura e determinada. Marília afirma que esse discurso promove o apaga-mento da alteridade constitutiva do sujeito.

O tipo de discurso analisado está

relacionado ao sujeito pós-moderno, que busca diminuir suas fragilidades

e dificuldades pessoais

Discurso relaciona-se à imagem do sujeito pós-moderno: autoconfiante, seguro e determinado

Trabalho desenvolvido no Ibilce identifica diferenças entre as obras de autoajuda voltadas aos públicos adulto e adolescente

(2007) e “Não faça tempestade em copo d’água para adolescentes”, de Richard Carlson (2001).

Marília diz que as obras apre-sentaram entre si diferentes ce-nografias e ethé discursivos. Cons- tatou-se um diálogo informal, a articu-lação de diversos gêneros e a presença de um enunciador que se apresenta como divulgador, e não como fonte de um saber. A pesquisadora notou tam-bém uma cenografia de sessão psico-terapêutica e um tom persuasivo pa-ra convencer o enunciatário de que

notícias ibilce4

Bárbara Marques

Com a necessidade de combat-er o ataque massivo das pragas da cana-de-açúcar, como a Diatraea saccharalis (Broca da Cana-de-açúcar) e a Mahanarva posticata (Cigarrinha da folha), a empresa Bioenergia do Brasil S/A estabele-ceu, em 2007, uma parceria com a empresa SMARTBIO Desenvolvimen-to Tecnológico para que estratégias de controle e manejo integrado de pragas fossem criadas, ao mesmo tempo em que decidiram implantar uma biofábrica para produzir o par-asitóide Cotesia flavipes, que atua como inseticida biológica no con-trole da praga da cana-de-açúcar Diatraea saccharalis sem agredir o meio ambiente. Ainda em 2007, a Biofábrica de Agentes de Controle Biológico foi criada, incluindo o projeto “Pesquisa e Desenvolvimen-to Experimental em Ciências Físicas e Naturais” no quadro de atividades da Bioenergia do Brasil. A fábrica conta com estrutura física de 2000 m² e equipamentos para manipu-lação do parasitóide Cotesia flavi-pes e dos fungos entomopatogêni-cos Beauveria spp. e Metarhizium spp.

Elaine Cristina Vicente Bovi, mes- tra e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação de Microbiologia no Ibilce e orientada pela professora Eleni Gomes, desenvolveu parte de seus experimentos no Laboratório de Bioquímica e Microbiologia Apli-cada do Ibilce. Segundo a pesqui-sadora, foi a partir do início dessas pesquisas que a empresa passou a enxergar que somente por meio do desenvolvimento de inteligência para promover o Manejo Integrado de doenças e pragas é que a via- bilidade econômica da produção de álcool seria assegurada. “Esse foi o principal motivo que levou a Bioe-

TOME CIÊNCIA

nergia do Brasil S.A. a implantar uma central de inteligência e produção de inimigos naturais e difundir essas estratégias para seus fornecedores e usinas vizinhas”, afirma.

A partir da criação dessa central de inteligência, a empresa pode desenvolver projetos de pesquisa aprovados em programas de Sub-venção Econômica Finep voltados para a área de controle biológico de pragas com o objetivo de me- lhorar e profissionalizar o controle biológico no Brasil e favorecer uma agricultura mais sustentável. Entre esses projetos está a pesquisa de

Projetos de Bioenergia desenvolvidos no Ibilce auxiliam no controle das pragas da cana-de-açúcar

DIVULGAÇÃO

Pesquisadora avalia e caracteriza mais de duzentos isolados fúngicos para o controle de pragas da cana-de-açúcar visando otimizar a produção de bioetanol

mestrado de Elaine, que avaliou em inúmeros testes para característi-cas comerciais mais de cem isola-dos fúngicos de diferentes regiões do Brasil, hospedeiros, anos, cul-turas agrícolas, universidades, in-stitutos de pesquisa e laboratórios comerciais. “Além disso, foi feita a caracterização molecular, estudo da diversidade e de agrupamento desses isolados fúngicos, utilizan-do oito marcadores SSRs (single sequence repeats). Foram obtidos haplotipos específicos para hospe-deiros, regiões e fontes de pesqui-sas”, afirma Elaine. Também foi possível identificar a maioria das cepas por meio dos alelos obtidos com os marcadores SSRs e manter o controle de Identidade Genética com base em marcadores micros-satélites desenvolvidos por meio de estudo da dinâmica populacional e diversidade genética dos fungos. A continuidade desse trabalho está em andamento em projeto de dou-torado no Programa de Pós-Gradu-ação em Microbiologia do Ibilce.

Elaine pode caracterizar a maioria dos isolados fúngicos por meio dos alelos obtidos com os marcadores

A continuidade desse trabalho está em

andamento em projeto de doutorado no Programa de Pós-graduação em Microbiologia do Ibilce

notícias ibilce 5

Mariana Guirado

Este será um ano atípico em relação às festividades de forma-tura no Ibilce. Além das turmas dos tradicionais cursos de gradu-ação, forma-se também a primeira turma do curso semipresencial de Pedagogia da Unesp/Univesp (Uni-versidade Virtual do Estado de São Paulo). A Univesp foi criada por meio do decreto nº 53.536/2008, como programa de expansão do ensino superior público do Gov-erno do Estado de São Paulo. No polo de Rio Preto, foram ofereci-das cinquenta vagas para o curso semipresencial, dez a mais que no curso presencial oferecido pelo câmpus.

A carga horária do novo curso a distância é a mesma na moda- lidade presencial, sendo dividida em 60% com atividades a distância, desenvolvidas por meio da plata-forma virtual de aprendizagem – o Teleduc –, e 40% em atividades presenciais, realizadas em dois

EaD

encontros semanais nas Universi-dades Polo. Para a aluna Renata Paiva, o curso é uma oportunidade para quem busca inovar em sala de aula. “Se o curso tivesse outro formato, não poderíamos estar na Universidade”, afirma.

O objetivo do primeiro curso a distância promovido pela Unesp é oferecer a Licenciatura em Pe- dagogia, como formação comple-mentar para professores que já possuem graduação “Eu acredito muito no nosso professor. Trabalhei quinze anos com formação conti-

Formam-se os alunos da primeira turma do curso de Pedagogia semipresencial da Unesp/Univesp

MARIANA GUIRADO

Polo do Ibilce pode abrir nova turma de Pedagogia e receber outros cursos semipresenciais em 2014

nuada, em nível de Ensino Funda-mental, e constatei a necessidade e o interesse dos professores pe-las questões conceituais de sua área de atuação e pedagógicas, daí considerar este curso, enquan-to modalidade de formação do pe- dagogo para alunos já graduados, uma opção interessante”, afirma Maria Eliza Brefere Arnoni, orien-tadora do Estágio Curricular Su-pervisionado no polo de Rio Preto.

Enquanto a Univesp oferece o suporte material, financeiro e tecnológico, o papel da Unesp é elaborar projetos acadêmicos, conteúdos, processo de seleção (vestibular) e avaliação dos alunos.

As disciplinas a distância são ministradas pelos mesmos do-centes do curso presencial, por meio de vídeo-aulas e atividades em ambiente virtual. O material elaborado para a plataforma vir-tual teve como desafio reunir as tecnologias de informação e co-municação, além de ferramentas para construção dos ambientes de aprendizagem. “A Unesp/Univesp criou a sua própria estrutura”, afirma o docente Edilson Moreira da Silva, orientador da turma no polo de Rio Preto, que não tem dúvidas quanto à qualidade do curso semipresencial: “As aulas presenciais e as vídeo-aulas se- guem o mesmo padrão”.

A aluna Roseclei Lujan, repre-sentante da turma, faz um alerta: “A própria Universidade precisa começar a questionar e a cola- borar para a desconstrução dessa ideia de EaD [Educação a Distân-cia] como uma educação inferior”.

Diante do sucesso na formação da primeira turma, o governador Geraldo Alckmin anunciou a pre-visão de abertura de novos cursos para 2014, inclusive para o polo de Rio Preto, que poderá ter uma no-va turma de Pedagogia.

Alunos da primeira turma do curso semipresencial de Pedagogia da Unesp/Univesp em reunião com seus orientadores e com o diretor do câmpus

As disciplinas a distância são ministradas pelos mesmos docentes do curso presencial, por meio de vídeo-aulas e

atividades em ambiente virtual.

notícias ibilce6

foi um presente que valeu uma vida”, diz o médico que, mais tarde, construiria o seu próprio telescópio. O médico falou sobre pedras alienígenas, pois, além de estudioso, é colecionador de me-teoritos.

Willian Mazoni, aluno do cur-so de Matemática do Ibilce e um dos responsáveis pelo Gamat, diz que este foi o melhor dos eventos promovidos pelo Grupo. “As pal-estras foram bem recebidas tan-to pela comunidade interna como pela externa, que interagiram e se encantaram”.

Apontando a gama de disci-plinas que a Astronomia pode abranger, Falsarella ressalta a im-portância do evento. “A Astrono-mia abrange matemática, física, química e até biologia. Assim, estudar astronomia é uma ótima forma de incentivar os alunos a estudarem todas essas discipli-nas”.

CURSO

Eder Juno

Conhecida como a mais antiga das ciências, a Astronomia é tida como um hábito das civilizações que nos antecederam, pelo pra-zer de observarem o céu. Contu-do, esse hábito vem se perdendo. Foi pensando nisso que o Gamat (Grupo Astronômico da Matemáti-ca) realizou no Ibilce, entre os di-as 2 e 5 de agosto, a I Semana de Astronomia. O evento foi aberto a toda a comunidade e deu con-tinuidade ao ciclo de palestras de Astronomia que acontece desde 2011 e é promovido pelo próprio grupo.

Dentre os palestrantes da Se-mana esteve o médico e astrôno-mo amador Nelson Falsarella, que desde muito cedo se interessou pelo assunto. Falsarella, aos 13 anos, ganhou de seu pai o primeiro telescópio e logo se apaixonou pela Astronomia: “O telescópio

Astronomia é discutida em evento realizado pelos alunos de Matemática do Ibilce

EDER JUNO

Palestras foram bem recebidas tanto pela comunidade interna como pela externa, que interagiram e se encantaram

Observar os astros e as estrelas é, desde os primórdios da civilização, um hábito do homem

DIVULGAÇÃOFRANCO-BRAZILIANNos dias 2 e 3 de outubro o Ibilce sediará o Franco-Brazilian work-shop on Coffee genomics at Unesp-Ibilce, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Genética, conjuntamente com o IRD, o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França e o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR). Durante o evento serão discutidos projetos realiza-dos em colaboração pelas três instituições.

BODAS DE PRATA IEntre os dias 14 e 18 de ou- tubro acontece a XXV Semana da Matemática do Ibilce. O evento, tradicionalmente organizado pe-los alunos dos cursos de Matemáti-ca, oferecerá diversas atividades acadêmicas e culturais.

BODAS DE PRATA IIO Programa de Educação Tuto-rial (PET) Matemática também comemora 25 anos de atuação. As celebrações acontecerão durante a XXV Semana da Matemática.

SEMANA NACIONAL DO LIVROA XXIV Semana Nacional do Livro, que acontece entre os dias 22 e 25 de outubro, mais uma vez, con-tará com atividades realizadas no Ibilce. Para a edição de 2013, os destaques da programação ficam por conta da VIII Feira Artística, com apresentações de grupos de música e dança, e também pe-las homenagens do centenário de Vinicíus de Moraes.

AÇÃO SOLIDÁRIAA ONG Proepad (Projeto Educa-cional Profissionalizante do Ado- lescente) promoverá uma ação para arrecadação de livros infan-tis. Colabore fazendo sua doação durante os eventos da XXIV Sema-na Nacional do Livro.

notícias ibilce 7

deficiência, o aluno apresenta to-da possibilidade de desenvolvimen-to cognitivo. A avaliação da apren-dizagem escolar é um tema muito complexo. Discutir a avaliação es-colar dos alunos com deficiência pressupõe, antes, discutir o currícu-lo escolar, o ensino, a forma como aprendem. Por exemplo: como pos-so avaliar da mesma maneira, com a mesma metodologia, um aluno surdo quando apresento a ele uma prova numa língua que não é a dele? Que tal seria para nós, tidos como “nor-mais”, respondermos uma prova de História do Brasil na língua japonesa? E como são bonitos os mapas geográf-icos em terceira dimensão. Mas co-mo os cegos podem se apropriar dos conceitos e conteúdos ensinados em Geografia? As aulas e as atividades escolares podem ser as mesmas pa-ra todos? Claro que não! Esse modelo de inclusão que o Brasil tem adota-do, sem garantir formação dos pro-fessores, infraestrutura e condições adequadas para trabalhar a inclusão, não funciona. O currículo escolar, os métodos de ensino, os materiais didáticos não são reformulados. Daí é muito fácil descarregar toda a culpa nos alunos com deficiência que são, muitas vezes, simplesmente jogados na escola e ficam esquecidos em al-gum canto da sala de aula.

NI) Este ano tivemos um polêmico projeto de lei que pretende cor-tar as verbas públicas destinadas às Apaes, transferindo os alunos para as escolas comuns. Qual sua opinião a respeito? Um tremendo absurdo! Como podem-os acabar como uma instituição de mais de cinquenta anos de história e bons serviços prestados? Temos, no Brasil, um péssimo hábito de copi-armos “modelos” prontos de outros países e tentar implementar aqui. Na maioria das vezes não funcionam. E parece que gostamos de destruir nos-sos próprios projetos. Pergunte aos pais de um aluno com deficiência o que eles acham de seu filho estar fre-quentando a escola regular ao invés da Apae. Você não encontrará me- lhor resposta, tenho certeza disso.

ENTREVISTA COM O PROFESSOR JULIO CESAR TORRES

Mariana Guirado

Julio Cesar Torres, professor do De-partamento de Educação, fala sobre educação especial no Brasil e sobre o polêmico projeto de lei que pretende cortar as verbas públicas destinadas às Apaes, associações que oferecem atendimento gratuito a alunos com necessidades educacionais especiais. Torres é coordenador do Projeto de Extensão Universitária “LIBRAS (Lín-gua Brasileira de Sinais) e a Edu-cação de Surdos” e líder do Grupo de Pesquisa em “História e Política Edu-cacional Brasileira” (CNPq).

NI) O que é educação especial? Como ter certeza de que um alu-no com deficiência está apto a fre-quentar a escola? É garantir o direito à educação bási-ca a todos os brasileiros. Garantir a aprendizagem de todos requer o reconhecimento das diferenças e a busca de estratégias pedagógicas que possibilitem que o deficiente aprenda. É a escola que tem de es-tar “apta” para receber o aluno com deficiência, não o contrário.

NI) As turmas que têm alunos com deficiência devem ser menores? Quantos alunos com deficiência po-dem ser colocados na mesma sala?

Educação Especial e o desafio da inclusão

MARIANA GUIRADO

Para Julio, garantir a aprendizagem de todos requer o reconhecimento das diferenças

Cada tipo de deficiência requer for-mas diferenciadas de organização das atividades escolares. As questões curriculares e as metodologias de en-sino também são diferentes.

NI) Para tornar a escola inclusiva, o que compete às diversas esferas de governo? Garantir, de fato, que a legislação seja cumprida. Em termos de apara-to legal, o Brasil encontra-se bastan-te avançado em diversos aspectos. O problema tem sido efetivar a in-clusão escolar e social das pessoas com deficiência. E, em minha opi- nião, para o atual contexto brasilei- ro, esse paradigma de inclusão de alunos com deficiência na escola re- gular não funciona!

NI) A aprendizagem dos alunos de inclusão é efetiva? Como devem ser avaliados? Claro! Se a escola garantir as condições para a aprendizagem dentro da especificidade de cada

Que tal seria para nós, tidos como “normais”,

respondermos uma prova de história do Brasil na

língua japonesa?

Pesquisador comenta projeto de lei que pretende cortar as verbas públicas destinadas às Apaes

8PESQUISA

henrique Pelicano

Eduardo Gomes da Silva, profes-sor de matemática e mestre pelo PROFMAT – Ibilce, escreveu a dis-sertação “Explorando vertentes matemáticas nos códigos de bar-ra”, sob a orientação do professor Jéfferson Luiz Rocha Bastos, do De-partamento de Matemática.

“O principal objetivo na di-vulgação do trabalho é oferecer conhecimento aos leitores so-bre o funcionamento e a estrutura matemática presentes nos códigos de barras e outros códigos identi-ficadores”, diz Gomes da Silva. O professor ainda comenta que os mecanismos que permitem a iden-tificação de várias informações de um produto foram analisados em

seu trabalho, bem como as for-mas de se detectar erros no pro-cessamento de dados, a partir de um olhar mais atento aos códigos de barras.

Na dissertação, também foram abordadas algumas atividades que podem ser direcionadas para a sa-la de aula da Educação Básica, co-mo jogos lineares finitos.Um dos códigos estudados no trabalho é denominado EAN-13, presente na maioria dos produtos comercia- lizados globalmente. Trata-se de um código composto por 13 dígitos, que originam as barras ao serem codificados de maneira binária. “Os dois ou três primeiros dígitos são de origem do produto, os qua-tro ou cinco seguintes informam dados sobre o fabricante do produ-

Matemático explora funcionamento e estrutura dos códigos de barra

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Os códigos de barras são usados em todo o mundo e permitem, entre outras coisas, identificar a origem dos produtos

to, na sequência os próximos dígi-tos representam dados específicos do produto. O último é o dígito de verificação, calculado por meio de critérios matemáticos”, explica o professor.

Gomes da Silva aponta que des-de o século XVII, com a criação das primeiras máquinas de cálculo, já se podia observar os primórdios do código de barra. “A primeira pa- tente de um código, que consistia na classificação por meio de pa-drões envolvendo circunferên-cias concêntricas de espessuras variáveis, ocorreu em 1952, sendo atribuída a Joseph Woodland e Ber-nard Silver. George J. Laurer, con-siderado o criador dos códigos de barras, com o UPC, uma sequência de 12 dígitos, a desenvolveu na dé-cada de 1970”, cita o professor.

O pesquisador diz que o “Banco Indutor de Trabalhos” do PROFMAT continha esse tema. “Sempre fiquei fascinado pela forma como os pro-dutos são facilmente registrados nos estabelecimentos comerciais. Os códigos de barras e demais códi-gos identificadores podem, sim, ser considerados bons exemplos da uti-lização e aplicação da Matemática com o objetivo de facilitar a vida cotidiana”, completa.

Códigos de barra são bons exemplos de

aplicação prática da Matemática, com o

objetivo de facilitar a vida cotidiana

Aritmética fornece o suporte matemático para os mecanismos de funcionamento dos códigos de barra