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PREVISÃO DA RADIAÇÃO GLOBAL HORIZONTAL E ILUMINÂNCIA UTILIZANDO REDES NEURAIS ARTIFICIAIS Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia da Computação Rafael Lopes Mendonça Orientador: Prof. Dr. Mêuser Jorge Silva Valença Coorientador: Prof. Dr. Francisco Jaime Bezerra Mendonça

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  • PREVISO DA RADIAO GLOBAL HORIZONTAL E ILUMINNCIA UTILIZANDO REDES NEURAIS

    ARTIFICIAIS

    Trabalho de Concluso de Curso

    Engenharia da Computao

    Rafael Lopes Mendona Orientador: Prof. Dr. Muser Jorge Silva Valena Coorientador: Prof. Dr. Francisco Jaime Bezerra Mendona

  • Rafael Lopes Mendona ii

    Universidade de Pernambuco Escola Politcnica de Pernambuco

    Graduao em Engenharia de Computao

    RAFAEL LOPES MENDONA

    PREVISO DA RADIAO GLOBAL HORIZONTAL E ILUMINNCIA UTILIZANDO REDES NEURAIS

    ARTIFICIAIS

    Monografia apresentada como requisito parcial para obteno do diploma de Bacharel em Engenharia de Computao pela Escola Politcnica de Pernambuco

    Universidade de Pernambuco.

    Recife, dezembro de 2014.

  • iii

  • Rafael Lopes Mendona iv

    Dedico este trabalho minha famlia, em especial a minha me Maria Genisete e ao meu pai Jaime Mendona, e todos aqueles que fizeram e fazem parte da minha

    trajetria.

  • v

    Agradecimentos

    Agradeo a Deus por me dar cada segundo da minha vida.

    Agradeo todo o apoio e dedicao incondicional que recebi, em toda minha

    vida, dos meus pais. Que sempre me incentivaram a seguir minha carreira

    acadmica e desejam que eu siga em frente para atingir degraus ainda mais altos. E

    eles, sem dvidas, foram fundamentais para que eu conseguisse ingressar em duas

    Universidades pblicas. S tenho que agradecer aos meus pais e nunca esquecer

    dos ensinamentos que eles me deram.

    Apesar de ter estudado grande parte da minha vida escolar para as cincias

    humanas, decidi no ano do vestibular fazer Engenharia. Para mim uma grande

    felicidade poder estar concluindo a minha graduao, no curso de Engenharia da

    Computao.

    Tenho muito que agradecer tambm aos meus amigos de Universidade, sem

    os quais estes 6 anos de graduao, com certeza, no seriam to bem aproveitados

    academicamente, profissionalmente e pessoalmente.

    Em particular agradeo tambm aos meus irmos que servem de exemplos

    para que eu trilhe o meu caminho to bem quanto os deles. Ao meu padrinho que

    me incentivou desde a infncia a estudar informtica, me oferecendo cursos e

    inclusive sendo meu professor em um deles.

    Agradeo a todos que de alguma forma me ajudaram a seguir em frente para

    que eu no desistisse dos meus objetivos, e principalmente no deixasse de sonhar

    e acreditar na minha capacidade em torn-los realidade.

  • Rafael Lopes Mendona vi

    Resumo

    Devido ao crescimento industrial, a obteno de recursos energticos se

    tornou um dos grandes problemas econmicos e ambientais. Para aliar o

    desenvolvimento a preservao, necessrio o incentivo a fontes de energia

    renovveis que causem o menor impacto ambiental. O Brasil possui um grande

    potencial para a obteno da energia solar ainda pouco explorado, principalmente

    na regio Nordeste. At o ano de 2013, a energia solar no pas no possua preo

    de referncia, j que o seu uso se restringe ainda, pesquisa e a sistemas

    residenciais isolados. Como incentivo aos produtores de energia, o estado de

    Pernambuco realizou o primeiro leilo de energia solar em dezembro de 2013. O

    prprio estado comprou um volume de energia correspondente a 18% do total

    consumido pelo governo. O uso de RNAs (Redes Neurais Artificiais) para prever as

    variveis radiomtricas e meteorolgicas pode auxiliar a obteno de um maior

    aproveitamento dessa fonte de energia. Sendo assim este trabalho tem como

    objetivo utilizar RNAs para prever a radiao global horizontal e a iluminncia na

    estao solarimtica e anemomtica da rede SONDA (Sistema de Organizaao

    Nacional de Dados Ambientais) em Petrolina, Pernambuco. As RNAs utilizadas so

    a Radial Basis Function Network (RBFN) e a Multi-Layer Perceptron (MLP), as quais

    iro prever a radiao global horizontal e a iluminncia futura a partir dos valores

    anteriores. Os resultados obtidos sero comparados com o modelo de Persistncia

    para analisar qual das redes apresentou o melhor desempenho.

    Palavras-Chave: Previso da radiao global horizontal e iluminncia, RBFN, MLP,

    energia solar

  • vii

    Abstract

    Due to the industrial growth, to obtain energy resources has become a major

    economic and environmental problems. To ally the development with the

    preservation is necessary to encourage renewable energy sources that cause the

    least environmental impact. Brazil has a large solar potential still unexplored,

    especially in the Northeast. By the year 2013 the solar energy in the country did not

    have a reference price, since its use is restricted to research and isolated residential

    systems. As an incentive for energy producers, the state of Pernambuco held the first

    auction of solar power on December 2013. Pernambuco bought an amount of energy

    that corresponds 18% of the total consumed by the government. The use of ANNs

    (Artificial Neural Networks) to provide radiometric and meteorological variables can

    help to achieve a better use of this energy source. Thus, this work aims to use ANN

    to predict the global horizontal radiation and the illuminance in the solarimetric and

    anemometer station of SONDA network (National Organization System of

    Environmental Data - Sistema de Organizao Nacional de Dados Ambientais in

    portuguese) in Petrolina, Pernambuco. The ANNs used are Radial Basis Function

    Network (RBFN) and Multilayer Perceptron (MLP) and both will predict the future

    global horizontal radiation and illumiance from previous values. The results will be

    compared with the Persistence model to analyze which of the networks has the best

    performance.

    Keywords: Prediction of global horizontal radiation and illuminance, RBFN, MLP,

    solar energy

  • Rafael Lopes Mendona viii

    Sumrio

    Captulo 1 Introduo 1

    1.1 Motivao 1

    1.2 Objetivos 2

    1.1.1 Objetivo geral 2

    1.1.2 Objetivos especficos 2

    1.3 Estrutura da monografia 2

    Captulo 2 Fundamentao Terica 4

    2.1 Energia Solar 4

    2.1.1 Iluminncia 5

    2.1.2 Radiao global horizontal 7

    2.1.3 Energia Solar no Brasil 9

    2.1.4 Projeto SONDA 9

    2.2 Redes Neurais 11

    2.2.1 Multi-Layer Perceptron 14

    2.2.2 Algoritmo Backpropagation 15

    2.2.3 Critrio de parada 17

    2.2.4 Radial Basis Function Network 18

    2.2.4.1 Estrutura da Rede RBFN 19

    2.2.4.2 Treinamento da Rede RBFN 20

    2.2.5 Modelo de Persistncia 20

    Captulo 3 Metodolgia 22

    3.1 Aquisio e Tratamento dos Dados 22

    3.2 Simulao com a MLP 24

  • ix

    3.2.1 Simulaes com a MLP para radiao 26

    3.2.1 Simulaes com a MLP para iluminncia 27

    3.3 Simulao com a RBFN 29

    3.4 Anlise Estatstica 31

    3.4.1 Teste Shapiro-Wilk 32

    3.4.2 Teste F 32

    3.4.3 Teste T-Student 33

    3.4.4 Teste da soma dos Postos de Wilcoxon 34

    Captulo 4 Resultados 35

    4.1 Resultados da Radiao Global Horizontal 35

    4.2 Resultados da Iluminncia 37

    4.2.1 Determinar a melhor configurao para a rede MLP 37

    4.2.2 Comparao entre as redes neurais utilizadas 40

    Captulo 5 Concluso e Trabalhos Futuros 42

    5.1 Concluses 42

    5.2 Trabalhos Futuros 43

    Bibliografia 44

    Apndice A 46

    Estudo da Quantidade de Neurnios na Camada Escondida e

    Topologias MLP Para Dados de Iluminncia 46

  • Rafael Lopes Mendona x

    ndice de Figuras

    Figura 1. Sensibilidade mdia do olho humano para diferentes comprimentos de

    onda. 6

    Figura 2. Mapa com a mdia anual do total dirio de radiao solar global

    incidente no Brasil ................................................................................................. 8

    Figura 3. Distribuio das estaes da rede SONDA no territrio brasileiro .......... 10

    Figura 4. Variveis medidas pelas estaes do projeto SONDA ............................ 11

    Figura 5. Ilustrao do neurnio biolgico e do neurnio artificial .......................... 12

    Figura 6. Arquitetura MLP com quatro camadas .................................................... 15

    Figura 7. Ponto de parada do treinamento da rede utilizando validao cruzada. . 18

    Figura 8. Topologia da rede RBFN. ........................................................................ 19

    Figura 9. Estudo do EMQ por nmero de neurnios na camada escondida para

    e . ............................................................................................. 28

    Figura 10. Topologia para a configurao da MLP com e . ......... 28

    Figura 11. Estudo do spread e da quantidade de neurnios na camada escondida

    para os dados de iluminncia. ............................................................................. 30

    Figura 12. Estudo do EMQ para as 48 configuraes utilizadas na MLP com os

    dados de radiao global horizontal. ................................................................... 36

    Figura 13. Estudo do EMQ por nmero de neurnios na camada escondida para

    e . ............................................................................................. 46

    Figura 14. Topologia para a configurao da MLP com e . ......... 47

    Figura 15. Estudo do EMQ por nmero de neurnios na camada escondida para

    e . ............................................................................................. 47

    Figura 16. Topologia para a configurao da MLP com e . ......... 47

    Figura 17. Estudo do EMQ por nmero de neurnios na camada escondida para

    e . ............................................................................................. 47

    Figura 18. Topologia para a configurao da MLP com e . ......... 47

    file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452916file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452916file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452917file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452917file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452918file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452919file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452920file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452921file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452922file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452923file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452924file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452924file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452925file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452926file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452926file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452927file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452927file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452928file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452928file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452929file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452930file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452930file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452931file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452932file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452932file:///E:/monografia-Rafael%20Lopes%20Mendonca_Corrigida_final.docx%23_Toc406452933

  • xi

    ndice de Tabelas

    Tabela 1. Iluminncias por classe de tarefas visuais ................................................ 6

    Tabela 2. Estudo de correlao linear das variveis de radiao global horizontal e

    iluminncia em tempos anteriores ....................................................................... 24

    Tabela 3. EMQs mdios obtidos pela simulao dos dados de radiao na MLP .. 26

    Tabela 4. Teste Shapiro-Wilk para as configuraes utilizadas na MLP com os

    dados de radiao ............................................................................................... 36

    Tabela 5. Teste Wilcoxon para as configuraes utilizadas na MLP com os dados

    de radiao .......................................................................................................... 37

    Tabela 6. Teste Shapiro-Wilk para as configuraes utilizadas na MLP com os

    dados de iluminncia ........................................................................................... 38

    Tabela 7. Teste F para as configuraes utilizadas na MLP com os dados de

    iluminncia .......................................................................................................... 38

    Tabela 8. Teste Wilcoxon para as configuraes utilizadas na MLP com os dados

    de iluminncia ..................................................................................................... 39

    Tabela 9. Teste Shapiro-Wilk para as redes neurais MLP e RBFN utilizando os

    dados de iluminncia ........................................................................................... 40

    Tabela 10. Teste Wilcoxon para as redes neurais MLP e RBFN utilizando os

    dados de iluminncia ........................................................................................... 40

  • Rafael Lopes Mendona xii

    Tabela de Smbolos e Siglas

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    BSRN baseline Surface Radiation Network

    CPTEC Centro de Previso do Tempo e Estudos Climticos

    EMQ Erro Mdio Quadrtico

    IDE Integrated Development Environment (Ambiente integrado de

    desenvolvimento)

    INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

    Matlab Matrix laboratory

    MLP Multi-Layer Perceptron

    NBR Norma Brasileira

    PPG-EC Programa de Ps-Graduao stricto sensu em Engenhraria de

    Computao

    RNAs Redes Neurais Artificiais

    RNA Rede Neural Artificial

    RBFN Radial Basis Neural Network

    SONDA Sistema de Organizao Nacional de Dados Ambientais

  • Captulo 1 Introduo

    Rafael Lopes Mendona 1

    Captulo 1

    Introduo

    Este captulo aborda a motivao e os objetivos deste trabalho, alm da

    estrutura organizacional dos contedos a serem discutidos.

    1.1 Motivao

    Cada vez mais a conscincia ecolgica e a preocupao com o meio

    ambiente vem aumentando, sendo um dos temas mais recorrentes da sociedade

    moderna. Nesse sentido, a busca por fontes energticas renovveis e que causem o

    menor impacto no meio ambiente tem sido essencial para a garantia de um futuro

    melhor.

    A disponibilidade e o uso da energia se relaciona diretamente com o

    desenvolvimento da sociedade e da nao [1]. Dessa forma, para que haja

    desenvolvimento econmico necessrio um maior consumo de energia e para aliar

    o desenvolvimento a preservao do meio ambiente necessrio recorrer a fontes

    que no sejam combustveis fsseis ou no renovveis de forma geral.

    O Brasil hoje possui como matriz energtica a energia proveniente de usinas

    hidroeltricas, alm de parques elicos e estaes de energia solar. Porm essas

    ltimas fontes de energia ainda so pontuais e no representam uma parcela

    significativa da produo energtica do pas. O incentivo pesquisa nas reas de

    previso de recursos energticos elicos e solar tem sido aliados no

    desenvolvimento de projetos pelo pas. Tais pesquisas fornecem dados que

    permitem o aproveitamento desses recursos ainda pouco explorados [2].

    Agindo dessa forma o Brasil deixar de ser dependente de uma nica fonte

    de energia e assim no sofrer em perodos de estiagem, como tem acontecido

    neste ano de 2014, na regio Sudeste do pas.

    A produo de energia solar cresce 50% ao ano no mundo, mas ainda

    representa cerca de 1% da matriz energtica mundial, e no Brasil representa apenas

    0,01% do total. As dificuldades para o uso da energia solar ainda est no custo para

  • Captulo 1 Introduo

    Rafael Lopes Mendona 2

    a captao da energia por meio das clulas fotovoltaicas e a previso da

    disponibilidade dos recursos energticos solares da regio onde ser instalada a

    estao [6].

    1.2 Objetivos

    1.1.1 Objetivo geral

    Este trabalho tem como objetivo geral realizar a configurao de RNAs

    (Redes Neurais Artificiais) com arquiteturas MLP (Multi-Layer Perceprton) e RBFN

    (Radial Basis Neural Network) para prever a radiao global horizontal e a

    iluminncia na estao solarimtica e anemomtica da cidade de Petrolina,

    Pernambuco. A previso tem como base valores anteriores de radiao global

    horizontal e de iluminncia da mesma estao. A avaliao dos resultados obtidos

    realizada atravs da comparao entre ambas arquiteturas e com os resultados

    obtidos pelo Modelo de Persistncia.

    1.1.2 Objetivos especficos

    1. Tratar os dados de entrada;

    2. Normalizar os dados de entrada;

    3. Realizar diferentes combinaes dos parmetros das arquiteturas MLP e

    RBFN para obter o melhor resultado;

    4. Validar os resultados obtidos;

    5. Comparar os resultados das arquiteturas entre si e com o Modelo de

    Persistncia.

    1.3 Estrutura da monografia

    Este trabalho est dividido em 5 captulos: Introduo, Fundamentao

    Terica, Metodologia, Anlise dos Resultados e Consideraes Finais. O captulo 2,

    Fundamentao Terica, descreve os conceitos necessrios para o entendimento

    deste trabalho, energia solar e redes neurais artificiais, com destaque para as

    arquiteturas MLP e RBFN.

  • Captulo 1 Introduo

    Rafael Lopes Mendona 3

    O captulo 3, Metodologia, descreve os procedimentos utilizados para a

    realizao deste trabalho, desde a coleta e tratamento dos dados at a anlise

    estatstica.

    O captulo 4, Anlise dos Resultados, apresenta os resultados obtidos aps

    as simulaes e as comparaes entre as arquiteturas e o Modelo de Persistncia.

    Por fim, no captulo 5, de Consideraes Finais, so apresentados todos os

    resultados obtidos, concluses e propostas para trabalhos futuro.

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 4

    Captulo 2

    Fundamentao Terica

    Este captulo apresenta uma breve explicao dos assuntos necessrios para

    o entendimento do trabalho proposto.

    2.1 Energia Solar

    Existem trs principais meios de transformao da energia solar em energia:

    Sistema Solar Trmico, Sistema Solar Fotovoltaico e o Sistema Termossolar.

    A energia solar trmica captada por painis solares trmicos, denominados

    coletores solares. Estes so os sistemas mais simples e econmicos os quais so

    utilizados para o aquecimento da gua, de ambientes ou de processos industriais.

    Esses painis so simples e sua funo transferir o calor da radiao solar para a

    gua ou leo que esto armazenados no seu interior, os quais sero utilizados como

    fonte de calor.

    A energia solar fotovoltaica captada por sistemas capazes de gerar energia

    eltrica atravs das clulas fotovoltaicas, as quais so distribudas em mdulos ou

    painis solares fotovoltaicos. Estes sistemas so capazes de transformar a radiao

    solar diretamente em energia eltrica atravs do efeito fotovoltaico, presente em

    alguns materiais, sendo o silcio o mais usado.

    A energia termosolar ou energia solar concentrada captada atravs de

    sistemas que inicialmente produzem calor utilizando conjuntos de espelhos, ou

    concentradores, que tem como objetivo concentrar a radiao solar e transformar o

    calor em energia eltrica. Essa forma um tipo de energia solar trmica com o

    objetivo principal de gerar energia eltrica. Esta a maneira menos utilizada para

    explorar a energia solar, devido ao alto custo e complexidade.

    Fazendo uma comparao dos sistemas supracitados, a energia solar trmica

    a mais eficiente e mais econmica, porm restrita energia trmica, ou seja, no

    produz energia eltrica. A energia fotovoltaica a mais utilizada, inclusive em

    satlites, pois a mais confivel e a mais verstil das trs. No entanto, ainda

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 5

    apresenta um alto custo de implantao e dificuldades em armazenar a energia

    eltrica produzida. J a energia solar concentrada indicada para grandes

    instalaes devido ao alto custo de implantao. [11]

    Alm da produo de energia eltrica, a energia solar pode ser utilizada para

    a reduo do consumo desta atravs do uso da iluminao natural. Pesquisas

    mostram que 20 a 30% do consumo de energia eltrica em estabelecimentos

    comerciais so decorrentes do uso da iluminao artificial. [10]

    Para que o uso da iluminao natural reduza o consumo da energia eltrica

    necessrio o conhecimento da iluminncia da regio e que os projetos arquitetnicos

    sejam baseados nestes dados. Atravs do estudo da iluminncia esses projetos

    precisam determinar o melhor posicionamento e dimensionamento das janelas, para

    que se obtenha um sistema de iluminao natural eficiente e que este no

    prejudique o sistema de refrigerao do local.

    2.1.1 Iluminncia

    A iluminncia ou iluminamento est relacionada quantidade de luz visvel,

    ou seja, que o olho humano capaz de perceber. Sendo a iluminncia a relao

    entre o fluxo luminoso, que a potncia luminosa total irradiada por uma fonte de

    luz, e a superfcie sobre a qual este fluxo incide [5]. A unidade de medida da

    iluminncia o lux (lx), a relao de um fluxo luminoso de 1 lmen, gerado por

    uma fonte de luz pontiforme, que incide em uma rea de .

    O olho humano possui dois tipos de clulas sensveis luz, que so os

    bastonetes e os cones. O primeiro detecta os nveis de luminosidade e

    responsvel pela viso noturna, viso denominada escotpica. O segundo, os

    cones, fornecem a capacidade de percepo das cores e so responsveis pela

    viso diurna, viso denominada fototpica. A sensibilidade do olho humano est

    diretamente relacionada variao do comprimento de onda. Ele capaz de

    perceber apenas uma faixa do espectro eletromagntico, que compreende o

    intervalo de comprimento de onda entre e nanmetros, tendo como valor

    mximo para comprimentos de onda prximos a para os bastonetes, e

    para os cones.

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 6

    Na figura 1 est representada a sensibilidade do olho humano desde altos

    nveis de iluminncia, viso fotpica, at baixos nveis de iluminncia, viso

    escotpica.

    De acordo com a Norma Brasileira (NBR) 5413, da Associao Brasileira de

    Normas Tcnicas (ABNT), para cada tipo de ambiente deve ser fornecido um

    determinado nvel de iluminncia ideal, que est relacionado ao tipo de atividade

    realizada no local. A seguir na Tabela 1 esto representados os nveis de

    iluminncia e o tipo de ambiente que este nvel est relacionado.

    Tabela 1. Iluminncias por classe de tarefas visuais

    [Fonte: Retirada do site: http://www.labcon.ufsc.br/anexos/13.pdf]

    Iluminncia (lux) TIPO DE AMBIENTE/ATIVIDADE

    CLASSE A (reas de uso

    contnuo e/ou execuo de

    tarefas simples)

    20 30 50 reas pblicas com arredores escuros

    50 75 100 Orientao simples para permanncia curta

    100 150 200 Recintos no usados para trabalho contnuo; depsitos

    Sensibilidade mdia do olho humano para diferentes comprimentos de

    onda.

    [Fonte: [5] ]

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 7

    CLASSE B (reas de trabalho

    em geral)

    200 300 500 Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto

    de maquinaria, auditrio

    500 750 1.000 Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho mdio

    de maquinaria, escritrios

    1.000 1.500 2.000 Tarefas com requisitos especiais: gravao manual,

    inspeo, indstrias de roupas

    CLASSE C (reas dom tarefas

    visuais minuciosas)

    2.000 3.000 5.000 Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrnica de

    tamanho pequeno

    5.000 7.500 10.000 Tarefas visuais muito exatas, montagem de

    microeletrnica

    10.000 15.000 20.000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia

    2.1.2 Radiao global horizontal

    A radiao representa a energia disponvel aos processos fsicos e biolgicos

    que ocorrem na superfcie terrestre. a diferena entre os fluxos totais da radiao

    incidente e a emitida e/ou refletida pela superfcie medida, normalmente em plano

    horizontal. Durante o dia o saldo de radiao em uma superfcie qualquer tende a

    ser positivo, pois representa o perodo de brilho solar no qual os fluxos incidentes,

    global e atmosfrico so superiores s fraes refletidas e/ou emitidas. Da mesma

    forma, durante noite normalmente o saldo de radiao negativo, j que o fluxo

    incidente passa a ser apenas atmosfrico e a energia emitida pela superfcie

    superior a este, gerando um saldo de radiao negativo. [6][11]

    Apesar do territrio brasileiro possuir regies com caractersticas climticas

    distintas, a mdia anual da radiao global distribuda com uniformidade no pas,

    apresentando mdias anuais relativamente altas. O valor mdio mximo de 6,5

    registrado no norte do estado da Bahia, regio de clima semi-rido com

    baixa precipitao ao longo do ano e com a menor mdia anual de cobertura de

    nuvens do Brasil. J a menor mdia anual de radiao solar global, 4,5

    registrada no litoral norte de Santa Catarina, regio que possui chuvas bem

    distribudas ao longo do ano. Os valores de radiao solar global incidente em

    qualquer regio do territrio brasileiro so superiores aos da maioria dos pases da

    Unio Europia, como Alemanha, Frana e Espanha, onde projetos de

    aproveitamento de recursos solares so amplamente disseminados. [6]

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 8

    Os valores da radiao global horizontal obtidos no projeto SONDA (Sistema

    de Organizao Nacional de Dados Ambientais) tem periodicidade de 1 min e

    representam a mdia da radiao global horizontal medidas em Watts por metro

    quadrado ( ).

    A Figura 2 apresenta um mapa com a mdia anual do total dirio de radiao

    solar global incidente no territrio brasileiro.

    Mapa com a mdia anual do total dirio de radiao solar global incidente no

    Brasil

    [Fonte: Atlas Brasileiro de Energia Solar [1] ]

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 9

    2.1.3 Energia Solar no Brasil

    Localizado na sua maior parte na regio intertropical, o Brasil possui grande

    potencial para gerao de energia solar durante o ano todo. A utilizao da energia

    solar traz benefcios a longo prazo para o pas, possibilitando o desenvolvimento de

    regies isoladas onde o custo para insero da rede eltrica convencional

    extremamente alto, e de baixo retorno financeiro do investimento.

    Nas regies Sul e Sudeste do pas, devido a caracterstica climtica, o

    principal uso da energia solar at o momento para realizar o aquecimento de gua

    em estabelecimentos residenciais e comerciais. Nestas regies uma parcela

    significativa do consumo de energia eltrica destinada ao aquecimento de gua,

    principalmente nas residncias, o que tem contribudo para o crescimento do

    aproveitamento da enegia solar. J a regio Norte e Nordeste, apresenta como

    principal uso da energia solar a gerao fotovoltaica de energia eltrica, visando

    principalmente o atendimento de comunidades isoladas da rede de energia eltrica e

    ao desenvolvimento regional. [2]

    O fomento ao desenvolvimento de tcnicas e sistemas para o aproveitamento

    da energia solar no pas conta com o apoio tcnico, cientfico e financeiro de

    instituies brasileiras, alm do suporte de organismos internacionais. um

    incentivo para o uso sustentvel dos recursos naturais e manuteno do

    desnvolvimento econmico do pas, principalmente de regies que antes no tinham

    acesso a energia eltrica.

    2.1.4 Projeto SONDA

    Sistema de Organizao Nacional de Dados Ambientais (SONDA) um

    projeto implantado e gerenciado pelo Centro de Previso do Tempo e Estudos

    Climticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ele tem

    como objetivo principal implementar uma infraestrutura fsica e de recursos humanos

    destinada montagem e melhoramento da base de dados de superfcie necessria

    ao levantamento dos recursos de energia solar e elica no Brasil e o consequente

    planejamento de seu uso. [13]

    Segundo o INPE, a falta de investimento em larga escala nas fontes de

    energias renovveis solar e elica se deve falta de informaes precisas e

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 10

    confiveis sobre a disponibilidade e variabilidade desses recursos. Desta forma o

    projeto SONDA tem como objetivo suprir essa necessidade, fornecendo um banco

    de dados e ferramentas para o uso apropriado pelo setor de energia.

    Para coletar essas informaes o projeto possui uma rede de estaes

    distribudas por todo territrio brasileiro, sendo classificadas como Solarimtricas,

    Anemomtricas ou Solarimtricas e Anemomtricas. Cada tipo de estao mede um

    conjunto de variveis distintas. A Figura 3 apresenta um mapa do Brasil com a

    localizao das estaes do projeto.

    Alm dos dados medidos pelos sensores o projeto conta com uma etapa de

    validao dos dados que garante a sua confiabilidade, visto que fatores ambientais

    Distribuio das estaes da rede SONDA no territrio brasileiro

    [Fonte : Retirada do site: http://sonda.ccst.inpe.br/index.html]

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 11

    ou mesmo acidentais podem interferir na medio dos sensores. O processo de

    validao realizado pelo projeto est de acordo com a estratgia de controle de

    qualidade de dados adotada pela Baseline Surface Radiation Network (BSRN), para

    os dados de radiao, e de acordo com a Webmet.com para os dados Meterolgicos

    e anemomtricos.

    A Figura 4 apresenta as variveis medidas pelas estaes do projeto SONDA.

    2.2 Redes Neurais

    As Redes Neurais Artificiais (RNAs) so tcnicas computacionais que

    apresentam modelos matemticos inspirados no comportamento e funcionamento do

    crebro humano. Elas tem como base as redes neurais biolgicas as quais

    apresentam 10 bilhes de neurnios interconectados capazes de processar milhares

    de informaes simultanemante [15].

    Variveis medidas pelas estaes do projeto SONDA

    [Fonte : Retirada do site : http://sonda.ccst.inpe.br/basedados/index.html ]

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 12

    Os neurnios biolgicos so formados pelos dentritos, conjunto de terminais

    de entrada pelos quais recebem os sinais, pelo corpo central no qual a informao

    processada, e pelos axnios que so os terminais de sada.

    Os neurnios possuem um limiar excitatrio que define se a intensidade do

    estmulo recebido suficiente ou no para disparar o impulso nervoso. Sendo assim

    caso o estmulo recebido tenha sido menor que o limiar excitatrio, o impulso

    nervoso no ocorrer. De forma contrria, caso o estmulo seja maior, o impulso

    nervoso ser gerado e ser o mesmo, independente da intensidade do estmulo

    recebido.

    Em 1943 McCulloch e Pitts propuseram os neurnios artificiais, unidade da

    rede neural artificial (RNA) com o objetivo de realizar as mesmas funes do

    neurnio biolgico. Ao contrrio do crebro humano, as grandes RNAs apresentam

    apenas centenas ou milhares de neurnios artificiais.

    A figura 5 ilustra os dois tipos de neurnios supracitados.

    O modelo proposto por McCulloch e Pitts formado pelo conjunto de entradas

    (dentritos), pela unidade de processamento e (corpo celular) e pela sada

    (axnio), sendo o produto de cada entrada e o seu peso associado o

    equivalente a sinapse do neurnio biolgico. O peso representa a importncia de

    cada entrada associada ao neurnio. Sendo assim, quanto maior a importncia da

    entrada, maior ser o seu peso. O somatrio de todos os produtos, isto , das

    Ilustrao do neurnio biolgico e do neurnio artificial

    [Fonte: Retirada do site: http://meus-projetos.blogspot.com.br/2010/05/redes-

    neurais-artificiais-2_03.html]

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 13

    sinapses, usado como parmetro para a funo de ativao , expressa pela

    Equao 1.

    Sendo utilizado para encontrar a sada de cada neurnio, que

    calculada de acordo com a funo de ativao utilizada. H diversas funes de

    ativao que podem ser usadas nas RNA propostas na literatura, sendo as mais

    recorrentes a funo linear, sigmide logstica e a tangente hiperblica [15]. As

    Equaes 2, 3 e 4 representam as funes de ativao supracitadas, na mesma

    ordem.

    A sada calculada da rede neural depende dos valores dos pesos de cada

    neurnio, uma vez que a sada obtida pela multiplicao dos valores de entrada e

    o seu peso associado. Dessa forma fundamental para o sucesso da RNA a correta

    escolha dos pesos que a constitui [15] e eles devem ser ajustados atravs de

    algoritmos de aprendizagem. Este aprendizado pode ser supervisionado (quando a

    resposta do problema conhecida pela rede), no supervisionado (quando a rede

    no conhece a resposta do problema), ou por reforo (quando um supervisor externo

    avalia a resposta fornecida pela rede) podendo esse algoritmo ser executado ao fim

    de cada iterao do treinamento da rede, ou em lote, ao fim do treinamento inteiro

    da rede [4].

    A partir da unio de neurnios artificiais em uma ou mais camadas, possvel

    a construo das RNAs. As primeiras arquiteturas destas redes foram a Perceptron

    e a Adaline, sendo os dois modelos capazes de solucionar apenas problemas

    linearmente separveis, onde o primeiro modelo lida apenas com sadas discretas,

    enquanto o segundo permite respostas no universo contnuo. Tal diferena se deve

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 14

    funo de ativao escolhida pelos modelos propostos, uma funo linear para a

    arquitetura Perceptron e uma funo sigmide para a Adaline.

    Essas duas arquiteturas foram fundamentais para o estudo das Redes

    Neurais Artificiais (RNAs) futuras, como o Multi-Layer Perceprton (MLP) e Radial

    Basis Neural Network (RBFN), que sero abordados na sequncia.

    2.2.1 Multi-Layer Perceptron

    uma das redes neurais mais encontradas na literatura. A MLP uma rede

    de propagao unidirecional baseada na rede Perceptron, porm apresenta pelo

    menos uma camada de neurnios intermediria ou escondida. As camadas so

    conjuntos de neurnios que executam no mesmo nvel de hierarquia. Sendo assim,

    a MLP apresenta no mnimo trs camadas, a camada de entrada onde os neurnios

    representam as variveis de entrada do problema, a camada intermediria ou

    escondida que responsvel pela soluo de problemas no linearmente

    separveis, sendo possvel a aproximao de qualquer funo matemtica [3] e a

    camada de sada que representa a resposta da rede e onde se encontra a varivel

    desejada.

    Os neurnios da camada escondida possuem geralmente uma funo de

    ativao sigmoidal que pode ser a logstica ou a tangente hiperblica. J a camada

    de sada, alm da funo de ativao sigmoidal, tambm podem apresentar a

    funo de ativao linear.

    A rede MLP do tipo feedforward, ou seja, as informaes das camadas so

    transmitidas em uma nica direo. Sempre da camada de entrada para a camada

    escondida e, posteriormente, da camada escondida para a camada de sada.

    Os neurnios da rede MLP so conectados atravs de ligaes com pesos,

    que so inicialmente aleatrios, e que ao longo do treinamento so otimizados.

    Desta forma, a MLP, assim como outras arquiteturas de rede neural, precisa de um

    algoritmo de treinamento para calcular os seus pesos timos. Por apresentarem uma

    ou mais camadas escondidas, a complexidade do treinamento das redes MLP

    diretamente proporcional quantidade de camadas escondidas.

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 15

    Arquitetura MLP com quatro camadas

    [Fonte: elaborao prpria]

    A Figura 6 representa uma rede MLP com duas camadas escondidas.

    O aprendizado das redes MLP feito de forma supervisionada. Sendo assim,

    possvel calcular o erro na sada da rede e corrigir os pesos para que a rede se

    aproxime do valor esperado. Porm no se conhece o erro nas camadas

    intermedirias, o que dificulta na correo dos pesos dos neurnios desta camada

    [8].

    O algoritmo de treinamento mais encontrado na literatura o Back-

    propagation desenvolvido por Paul Werbos em 1974 [16]. Este algoritmo utiliza a

    retropropagao do erro encontrado na sada.

    2.2.2 Algoritmo Backpropagation

    O algoritmo backpropagation dividido em duas fases: a fase forward, na

    qual a propagao do sinal progressiva - da camada de entrada para a camada de

    sada - e os valores dos pesos no so alterados. Apenas a partir da sada da rede

    calculado o erro encontrado. O erro calculado pela diferena entre o valor

    calculado pela rede e o valor desejado. Nesse momento iniciada a segunda fase

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 16

    do algoritmo, a fase backward, na qual a propagao do sinal regressiva - da

    camada de sada camada de entrada - e os pesos so ajustados de acordo com a

    regra delta generalizada.

    O backpropagation utiliza os parmetros de taxa de aprendizado e o

    momento , sendo a taxa de aprendizado correspondente ao tamanho do passo em

    direo correo do erro, e o momento o parmentro de convergncia da rede, o

    qual diminui a incidncia de mnimos locais [15].

    A Equao 5 apresenta o clculo realizado para reajustar os pesos.

    Onde o novo valor atribudo ao i-simo peso do neurnio ,

    o valor atual do i-simo peso do neurnio no instante , e

    mede a

    sensibilidade do neurnio ao qual o peso em questo liga o neurnio .

    : A sensibilidade calculada segundo a Equao 6 para os neurnios

    da camada de sada, e de acordo com a Equao 7 para os neurnios

    das outras camadas:

    Sensibilidade na camada de sada,

    Onde a sada desejada, a sada encontrada aps o treinamento da

    rede e a derivada da funo de ativao da camada de sada.

    Sensibilidade nas outras camadas,

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 17

    Onde a sensibilidade propagada pelo i-simo neurnio da camada

    imediatamente frente, o peso do neurnio e o nmero de neurnios

    na camada de sada.

    2.2.3 Critrio de parada

    Durante o treinamento de uma rede neural artificial (RNA) dois problemas

    podem ocorrer, problemas ocasionados pela quantidade de pocas de treinamento.

    So eles o overfitting e o underfitting. O primeiro se deve ao treinamento excessivo

    da rede, fazendo com que esta decore os padres e perca a sua capacidade de

    generalizao. O segundo problema se deve ao treinamento insuficiente da rede,

    fazendo com que a rede no aprenda com os padres fornecidos e assim no possa

    generalizar. O nmero de pocas uma varivel do treinamento que depende

    necessariamente do problema na qual a RNA submetida.

    Sendo assim necessrio determinar um critrio de parada que evite os dois

    problemas supracitados, e um dos critrios de parada mais utilizados a validao

    cruzada. Para a validao cruzada necessrio dividir a base de dados do problema

    em trs partes: treinamento, validao e teste. O conjunto de treinamento utilizado

    para ajustar os pesos da rede, de acordo com o algoritmo de treinamento escolhido.

    Aps cada poca, a rede previamente treinada, com os pesos ajustados, o conjunto

    de dados de validao cruzada inserido na RNA e feita a verificao da diferena

    entre a sada encontrada e a sada desejada. Sendo os pesos mantidos fixos nessa

    etapa, sendo eles inditos a cada poca para o conjunto de validao. Enquanto o

    erro de validao cruzada estiver diminuindo, a rede continuar generalizando.

    No momento em que o erro de validao cruzada comear a aumentar

    enquanto o de treinamento continuar a diminuir, isto pode sugerir que a rede est

    comeando a decorar os padres presentes no conjunto de dados de treinamento,

    sendo este o ponto de parada para o treinamento dos dados. Em seguida inserido

    o conjunto de teste na RNA para realizar a avaliao do desempenho que esta

    obteve.

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 18

    Ponto de parada do treinamento da rede utilizando validao cruzada.

    [Fonte : elaborao prpria]

    A Figura 7 apresenta um grfico no qual possvel visualizar o momento que

    deve ser realizada a parada do treinamento da rede.

    O algoritmo de treinamento utilizado neste trabalho o algoritmo

    Backpropagation.

    2.2.4 Radial Basis Function Network

    As Redes de Funes de Base Radial (Radial Basis Function Network -

    RBFN) so redes neurais provenientes da Anlise Numrica, que tem por finalidade

    a aproximao de funes utilizando como funo de ativao as funes de base

    radial. Sua origem remete ao ano de 1988, desenvolvida com o intuito de realizar a

    interpolao de dados em espaos multidimensionais, sendo consideradas

    aproximadoras universais de funes [14]. Apresenta similaridade com a arquitetura

    MLP, porm a RBFN consiste em uma camada de entrada, apenas uma camada

    intermediria e uma camada de sada. Essas redes so capazes de solucionar

    problemas no linearmente separveis, pois apresentam uma camada intermediria

    e utilizam a funo de ativao de base radial no linear. As funes de base radial

    so funes que recebem nmeros reais como entrada, que dependem apenas da

    distncia a partir da origem, ou sobre algum ponto definido como o centro, tendo o

    seu valor mximo quando a distncia for zero. Para calcular a distncia supracitada,

    a funo normalmente utilizada a funo euclidiana definida na Equao 8.

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 19

    Topologia da rede RBFN.

    [Fonte : elaborao prpria]

    Onde e so os pontos nos quais a distncia entre eles so calculadas.

    2.2.4.1 Estrutura da Rede RBFN

    As RBFN so unidirecionais e apresentam funes de ativao no lineares

    da camada de entrada para a camada intermediria, e funes de ativao lineares

    da camada intermediria para a camada de sada. A camada de entrada realiza a

    interface entre o modelo e o meio. A Figura 8 representa a topologia da rede RBFN.

    A cada dado de entrada da rede ser calculada a sua distncia a cada

    neurnio da camada intermediria, sendo a camada de sada responsvel pela

    construo do padro de sada da rede. Nas RBFN a generalizao ocorre durante a

    interpolao de pontos no pertencentes ao conjunto de dados de treino, mas que

    estejam em sua vizinhana em uma superfcie multidimensional.

    A funo de ativao mais utilizada a Gaussiana, descrita na Equao 9.

    Esta a funo de base radial utilizada como funo de ativao na transformao

    da camada de entrada para a camada intermediria.

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 20

    Onde so os dados de entrada da rede, e so o centro e a disperso

    da i-sima funo de base radial.

    2.2.4.2 Treinamento da Rede RBFN

    O tipo de treinamento mais comumente encontrado na literatura para as redes

    RBFN do tipo hbrido, o qual possui duas fases:

    No supervisionada, que ocorre na definio dos parmetros das

    funes de base radial da camada intermediria;

    Supervisionada, momento em que os pesos que ligam a camada

    intermediria camada de sada so ajustados.

    Na primeira fase normalmente so usados algoritmos de clusterizao, por

    exemplo o k-mdias, para identificar os pontos centrais das funes radiais. O

    conjunto de pontos centrais reflete com preciso a distribuio dos dados, dessa

    forma o algoritmo divide os dados de entrada em subconjuntos , com o objetivo de

    minimizar a funo definida na Equao 10.

    Onde a mdia dos pontos pertencentes ao conjunto calculado de

    acordo com a Equao 11.

    2.2.5 Modelo de Persistncia

    O modelo de persistncia um modelo no qual o dado a ser previsto possui o

    mesmo valor do resultado da observao imediatamente anterior ao dado de

    entrada. A Equao 12 define o modelo de Persistncia.

    A utilidade deste modelo servir de referncia para previses de curto prazo,

    onde no ocorrem grandes variaes dos dados em um curto espao de tempo. O

  • Captulo 2 Fundamentao Terica

    Rafael Lopes Mendona 21

    modelo de Persistncia usado como critrio de avaliao dos resultados obtidos

    pelas redes neurais. Este modelo pode apresentar, para previses de poucas horas

    frente, desempenho melhor que o obtido pelas RNAs [8].

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 22

    Captulo 3

    Metodolgia

    Neste captulo sero apresentadas as etapas de desenvolvimento deste

    trabalho, aquisio e tratamento dos dados, alm da definio dos parmetros das

    arquiteturas MLP e RBFN.

    3.1 Aquisio e Tratamento dos Dados

    Os dados de radiao global horizontal e de iluminncia foram retirados do

    projeto SONDA (Sistema de Organizao Nacional de Dados Ambientais), um

    projeto implantado e gerenciado pelo Centro de Previso do Tempo e Estudos

    Climticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os dados

    escolhidos foram coletados na estao Solarimtrica e Anemomtrica da cidade de

    Petrolina, Pernambuco. Foram coletados os dados de Janeiro de 2013 Julho de

    2014, o que representa uma amostra de um pouco mais de ano e meio de dados. Os

    sensores coletam a radiao global horizontal e a iluminncia a cada 1 minuto, ou

    seja, 830.880 valores coletados pelos sensores, para cada varivel.

    Para cada ms gerado uma planilha com os dados solarimtricos da

    estao do projeto SONDA. Foram adquiridos 19 arquivos com estes dados da

    estao de Petrolina. Os valores de radiao global e iluminncia foram retirados

    dos 19 arquivos e inseridos em planilhas separadas, uma para cada varivel,

    representando dessa forma uma srie temporal para os dados escolhidos.

    Em alguns momentos os sensores por motivos adversos no foram capazes

    de mensurar o valor, sendo representados por N/A para os valores invlidos. Estes

    valores foram substitudos pela mdia dos dois valores acima somados aos dois

    valores abaixo do que estava invlido. Esta substituio representada pela

    Equao 13.

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 23

    Onde representa o ndice na srie temporal do valor coletado e representa

    um valor vlido medido pelo sensor.

    Alm destes valores o projeto SONDA realiza uma anlise dos dados, feita a

    cada ms, que disponibilizada junto com o arquivo dos dados adquiridos pelos

    sensores. De acordo com a anlise, menos de 5% dos valores obtidos podem ser

    considerados incorretos ou suspeitos, os quais tm a possibilidade de estarem

    incorretos. Sendo assim, os dados foram utilizados desconsiderando essa pequena

    taxa de incerteza dos dados obtidos.

    Os dados de radiao possuem uma enorme variao, tendo como valor

    mximo e como valor mnimo . Os valores negativos

    de radiao se devem ao fato que durante noite normalmente o fluxo incidente

    passa a ser apenas atmosfrico, e a energia emitida pela superfcie superior a este

    fluxo, o que representa um saldo negativo de radiao.

    J os dados de iluminncia esto compreendidos entre e

    .

    Para que os dados fiquem compreendidos em um intervalo menor

    necessrio utilizar uma funo de normalizao dos dados, representada pela

    Equao 14.

    Onde e representam os limites mximos e mnimos que os dados podem

    alcanar aps a normalizao. Neste trabalho foi utilizado o valor de para e

    para , para os dados de radiao, e para e para , para os dados

    de iluminncia.

    Aps a normalizao dos dados foi realizada a transformao da srie

    temporal para um srie que apresenta valores a cada 30 min, ao invs de dados a

    cada um minuto como foram obtidos do projeto SONDA. Para tanto, foi feita a mdia

    a cada conjunto de 30 valores da srie. Dessa forma a quantidade de linhas nas

    planilhas de dados foi reduzida evitando problemas de uso excessivo da mmoria.

    Em seguida foi realizada a defasagem dos dados em 48 colunas, para que

    seja feito o estudo de correlao linear dos valores das colunas em relao a

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 24

    primeira coluna, que contm o dados que serviram de base para a defasagem. A

    partir dos valores obtidos pela correlao ser definida a quantidade de colunas de

    entrada para a RNA. De acordo com a correlao realizada as 12 primeiras colunas

    possuem uma correlao relevante para a radiao, e as 14 primeiras para a

    iluminncia, sendo essas as quantidades mximas de variveis selecionadas para o

    arquivo de entrada. A Tabela 2 apresenta o resultado obtido com o estudo da

    correlao linear realizado.

    Tabela 2. Estudo de correlao linear das variveis de radiao global horizontal e

    iluminncia em tempos anteriores

    T T

    30min

    T

    1h

    T

    1h30min

    T

    2h

    T

    2h30min

    T

    3h

    T

    3h30min

    T

    4h

    T

    4h30

    T

    5h

    T

    5h30min

    T

    6h

    T

    6h30

    Radio global horizontal

    1 0,92 0,84 0,76 0,69 0,61 0,53 0,45 0,36 0,28 0,20 0,13 0,05 -0,01

    Iluminncia

    1 0,99 0,96 0,92 0,86 0,80 0,72 0,64 0,56 0,47 0,38 0,29 0,20 0,11

    3.2 Simulao com a MLP

    Para realizar a previso da radiao global horizontal utilizando a arquitetura

    MLP (Multi-Layer Perceptron) necessria a definio de alguns parmetros

    utilizados pela RNA (Rede Neural Artificial). Entre os parmetros configurveis da

    MLP esto:

    Dados de entrada da rede neural;

    Dados de Target (alvo);

    Nmero de neurnios na camada de entrada;

    Nmero de camadas intermedirias e a quantida de neurnios em cada

    uma delas;

    Nmero de neurnios na camada de sada;

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 25

    Funo de ativao da camada de entrada para camada intermediria;

    Funo de ativao da camada intermediria para a camada de sada;

    Critrios de parada;

    Equao para o clculo do erro.

    Para este trabalhos alguns parmetros foram previamente definidos:

    Apenas uma camada intermediria;

    Funo tangente hiperblica como a funo de ativao da camada de

    entrada para camada intermediria;

    Funo linear com a funo de ativao da camada intermediria para

    a camada de sada;

    Erro mdio quadrtico para o clculo do erro.

    A funo de ativao tangente hiperblica tem como limite inferior -1 e 1 como

    superior. A Equao 15 apresenta esta funo.

    O critrio de parada tem como objetivo minimizar o risco de ocorrncia de

    overfitting da rede. O Erro Mdio Quadrtico (EMQ) ser utilizado para auxiliar na

    parada do treinamento. Caso ocorram 6 aumentos do EMQ da validao, o

    treinamento ser interrompido mesmo que haja reduo do EMQ do conjunto de

    treinamento. A Equao 16 define o Erro mdio Quadrtico.

    Onde o valor mdio para o instante , e o valor previsto para o

    instante .

    A definio da quantidade de neurnios na camada intermediria foi baseada

    na anlise do EMQ obtido pela simulao da rede com valores de neurnios entre 2

    e 105, simulados de forma iterativa. Dessa forma foram realizadas simulaes para

    diversos valores de neurnios na camada escondida e foi escolhida a rede que

    apresentou o menor EMQ.

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 26

    A quantidade de neurnios na camada de sada definida pela previso que

    se deseja realizar. Devido periodicidade dos dados de entrada serem de 30

    minutos, para que se possa prever 1 hora adiante necessrio utilizar dois

    neurnios na camada de sada. Para que seja possvel prever 1 hora frente so

    necessrias duas colunas de dados como Target.

    A partir dos dados de entrada so gerados aletoriamente os conjuntos de

    dados de treinamento, teste e validao. Neste trabalho foram utilizados 50% dos

    dados de entrada para gerar o conjunto de dados de treinamento, 25% para o

    conjunto de dados de validao e 25% dos dados de entrada para gerar o conjunto

    de dados de teste. Os pesos tambm so gerados aleatoriamente a cada simulao

    da rede.

    Foram realizadas 30 simulaes e ao final de cada simulao foi gerado um

    arquivo contendo os valores das duas colunas de dados previstos tanto para as

    simulaes feitas para a radiao global horizontal, quanto para a iluminncia, sendo

    para cada coluna a previso dos dados 30 minutos frente.

    3.2.1 Simulaes com a MLP para radiao

    Os dados de radiao foram simulados atravs da ferramenta Neural Toolbox

    da IDE do software Matlab, para configuraes diferentes entre si devido a taxa de

    aprendizagem e o momento . Porm os resultados obitidos para o estudo da

    mdia dos EMQs dos valores desnormalizados foram extremamente altos. A Tabela

    3 apresenta os resultados obtidos no estudo da mdia dos EMQs para os valores de

    radiao simulados em uma configurao usada na MLP e a comparao com o

    modelo de persistncia.

    Tabela 3. EMQs mdios obtidos pela simulao dos dados de radiao na MLP

    Valores desnormalizados Valores normalizados

    MLP com = 0,2 e = 0,6 Persistncia MLP com = 0,2 e = 0,6 Persistncia

    1,9155E+48 2,7854E+10 0,111726 0,06471

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 27

    Sendo assim, foi necessrio a utilizao de outra ferramenta de simulao

    para a validao dos resultados obtidos. Para tanto foi utilizado o simulador

    implementado na linguagem JAVA pelos alunos de mestrado do Programa de Ps-

    Graduao stricto sensu em Engenhraria de Computao (PPG-EC) da

    Universidade de Pernambuco.

    Os resultados obtidos nesse simulador foram similares aos obtidos no

    MatLab, sendo utilizados apenas os valores normalizados para a anlise dos

    resultados obitdos. Os dados de radiao global horizontal foram simulados no

    projeto desenvolvido em JAVA em 48 configuraes diferentes para a MLP, e no

    foram feitas simulaes na rede RBFN. Estas configuraes alm de variarem a taxa

    de aprendizado e o momento , tambm apresentam diferentes valores para a

    quantidade de neurnios na camada de entrada e na camada escondida.

    3.2.1 Simulaes com a MLP para iluminncia

    Foram definidas quatro configuraes diferentes para simular os dados de

    iluminncia com a MLP. Estas configuraes possuem variaes na taxa de

    aprendizado e o momento , e para cada uma foi feito o estudo da melhor

    quantidade de neurnios na camada escondida. Porm todas as configuraes

    apresentam 12 neurnios na camada de entrada e 2 na camada de sada, o que

    representa 12 valores de entrada para a previso de 1 hora frente.

    As configuraes utilizadas foram:

    e ;

    e ;

    e ;

    e ;

    O estudo da quantidade de neurnios na camada escondida realiza

    simulaes da rede, variando a quantidade de neurnios na camada escondida de 2

    a 105. A cada iterao so adicionados dois neurnios a camada escondida. O valor

    da taxa de performance armazenado a cada iterao, para que se possa definir

    qual quantidade de neurnios apresentou o melhor desempenho.

    A Figura 9 apresenta o resultado obtido para a primeira configurao,

    e .

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 28

    Topologia para a configurao da MLP com e .

    [Fonte : MatLab]

    Estudo do EMQ por nmero de neurnios na camada escondida para

    e .

    [Fonte : elaborao prpria]

    Como pode ser observado na Figura 9, 4 foi a quantidade de neurnios que

    apresentou o menor erro mdio quadrtico, sendo esta a quantidade utilizada para

    esta primeira configurao. Desta forma a topologia dessa configurao foi definida

    como mostra a Figura 10.

    Foram realizados os mesmos estudos para as outras trs configuraes. Os

    resultados obtidos para as outras configuraes foram:

    e : 6 neurnios na camada escondida;

    e : 4 neurnios na camada escondida;

    e : 10 neurnios na camada escondida;

    O Apndice A contm os grficos e a topologia de cada configurao.

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 29

    3.3 Simulao com a RBFN

    Da mesma forma que foram definidos os parmetros para a MLP, a Rede com

    Funo Base Radial (RBFN) tambm precisa ser configurada para que o melhor

    desempenho da rede seja obtido. Alguns dos parmetros da RBFN so:

    Quantidade de neurnios na camada de entrada;

    Quantidade de neurnios na camada intermediria;

    Quantidade de neurnios na camada de sada;

    Funo de ativao de base radial;

    Critrios de parada;

    Spread, valor de disperso.

    A quantidade de neurnios nas camadas de entrada e de sada deve ser a

    mesma utilizada na rede MLP, para que seja possvel realizar a comparao das

    arquiteturas utilizadas.

    Para a simulao na rede RBFN foi preciso gerar arquivos separados para o

    treinamento e testes da rede, diferente da rede MLP, na qual o prprio algoritmo

    gerava aleatoriamente os conjuntos de treinamento, testes e validao, seguindo os

    percentuais definidos para cada conjunto. Sendo assim, foram gerados 30 arquivos

    para treinamento, sendo um para cada iterao do algoritmo da rede RBFN, e um

    arquivo de teste.

    As RBFN utilizam funes gaussianas como funo de ativao da camada

    intermediria, e uma funo de ativao linear na camada de sada. A Equao 17

    define a funo gaussiana.

    Onde o valor de entrada do neurnio.

    Esta funo tem o seu valor mximo no centro e este valor decresce a medida

    que se afasta do centro. possvel ajustar os resultados alterando o valor de

    disperso da funo. Valores de disperso maiores fazem com que a aproximao

    da funo seja mais suave. Um valor de disperso baixo far com que uma

    quantidade menor de neurnios seja necessria para aproximar a funo que varia

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 30

    Estudo do spread e da quantidade de neurnios na camada escondida para os

    dados de iluminncia.

    [Fonte : Elaborao prpria]

    rapidamente, porm para uma funo de curva suave ser necessria uma

    quantidade maior de neurrios, o que acarretar problemas de generalizao.

    Para definir o valor de disperso foi realizado um estudo a partir da simulao

    da rede RBFN de forma iterativa. Atravs da ferramenta Neural Toolbox da IDE do

    software Matlab possvel executar um algoritmo no qual o valor do spread

    testado iterativamente para diferentes quantidades de neurnios, at que um critrio

    de parada seja atingido. Atravs desse estudo escolhida a melhor taxa de

    disperso e a quantidade de neurnios na camada escondida. As simulaes

    realizadas pele estudo variou a taxa de disperso de a , para

    e neurnios na camada intermediria. Foi selecionada a configurao que

    obteve o melhor desempenho.

    A Figura 11 apresenta o resultado obtido para o estudo do spread e da

    quantidade de neurnios na camada escondiada par os dados de iluminncia.

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 31

    De acordo com o estudo foi selecionado o valor para o spread e 25

    neurnios na camada escondida.

    Apenas os dados de ilumincia foram simulados com a RBFN, pois os dados

    de radiao apresentaram resultados no satisfatrios para o erro mdio quadrtico

    com os valores desnormalizados.

    3.4 Anlise Estatstica

    Aps a simulao das redes os resultados foram salvos em arquivos que

    contm as duas colunas de valores de radiao global horizontal, sendo a primeira

    coluna referente ao valor 30 minutos frente, e a segunda coluna referente ao valor

    da radiao 1 hora frente.

    Para que seja possvel realizar as comparaes entre as redes simuladas e a

    anlise estatstica, os dados precisam ser desnormalizados, para que sejam

    comparados aos valores originais. A Equao 18 utilizada para desnormalizar os

    dados.

    Onde:

    o valor desnormalizado;

    o valor do elemento atual;

    o valor mnimo de no conjunto original;

    o valor mximo de no conjunto original;

    o limite inferior, neste trabalho o valor inferior -0,85;

    o limite superior, neste trabalho o valor superior 0,85;

    Aps gerar os arquivos com os dados desnormalizados, estes valores so

    comparados com os valores originais para que se possa obter o EMQ de cada

    resultado obtido. Dessa forma para cada arquitetura foram coletados 30 EMQs, e

    para que se possa identificar o desempenho da rede calculado a mdia dos 30

    EMQs.

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 32

    Tambm foi calculado o EMQ para o modelo de Persistncia, sendo este

    utilizado como um mtrica de anlise dos resultados obtidos nas redes MLP e

    RBFN. Ou seja, estas duas redes devem apresentar uma performance superior ao

    desempenho do modelo de Persistncia, para que possam ser consideradas

    eficientes e necessrias.

    Alm da comparao das redes utilizando o a mdia dos 30 EMQs foram

    realizados testes estatsticos que avaliam qual arquitetura possui o melhor

    desempenho na previso da radiao global horizontal. Os testes estatstico

    utilizaram os 30 EMQs de cada arquitetura como entrada para realizar a anlise de

    desempenho. Para realizar esta anlise utilizou-se o software matemtico R, pois

    este possui ferramentas prontas para realizar todos os testes utilizados. Este

    software utiliza como padro um nvel de significncia previamente definido com o

    valor de 0,05.

    As prximas sees descrevem cada teste realizado, quais os objetivos de

    cada um e como cada um analisa os resultados encontrados.

    3.4.1 Teste Shapiro-Wilk

    O objetivo do Teste Shapiro-Wilk verificar se os dados esto normalmente

    distribudos. Para que se possa avaliar as premissas supracitadas, necessria a

    formulao das hipteses nula e alternativa da seguinte forma:

    Hiptese nula: a amostra provm de uma populao Normal;

    Hiptese alternativa: a amostra no provm de uma populao Normal.

    Para cada conjunto de teste executado deve-se analisar o p-value encontrado

    e comparar com o nvel de significncia previamente definido como 0,05. Caso o p-

    value seja menor que , a hiptese nula deve ser rejeitada e a amostra no deve ser

    considerada normalmente distribuda.

    3.4.2 Teste F

    O objetivo do Teste F verificar se as varincias entre dois conjuntos de

    dados so estatisticamente iguais, ou seja, provenientes de uma mesma populao.

    Da mesma forma que foram definidas as hipteses para o teste anterior

    necessria a formulao para este teste tambm, feita da seguinte forma:

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 33

    Hiptese nula: as amostras possuem varincias estatisticamente

    iguais;

    Hiptese alternativa: as amostras no possuem varincias

    estatisticamente iguais.

    Para cada conjunto de teste executado deve-se verificar o p-value calculado,

    e caso este seja menor que o nvel de significncia a hiptese nula deve ser

    rejeitada e as amostras no possuem varincias estatisticamente iguais.

    Com os resultados deste teste, como descrito na seo anterior possvel

    determinar se o conjunto de dados pode ser utilizado por testes paramtricos. Para

    tanto o conjunto de dados necessita ter suas amostras normalmente distribudas e

    com varincias estatisticamente iguais, caso contrrio deve-se aplicar testes no

    paramtricos.

    3.4.3 Teste T-Student

    O teste T-Student realiza a anlise das mdias dos valores de duas amostras

    independentes, e tem como objetivo verificar se as mdias de cada uma das

    amostras so estatisticamente iguais, ou se h alguma diferena entre elas. Caso

    haja alguma diferena entre elas, a amostra que tiver a maior mdia, ser

    considerada como a de melhor desempenho.

    Este teste paramtrico e dessa forma deve ser aplicado somente se os

    resultados dos testes anteriores obtiverem como resposta que a amostra

    normalmente distribuda e que elas pertencem a uma mesma populao, ou seja,

    suas varincias so estatisticamente iguais.

    Assim como os outros testes, para analisar o resultado obtido necessrio ter

    formulado previamente as hipteses nulas e alternativas.

    Hiptese nula: as mdias das amostras analisadas so

    estatisticamente iguais;

    Hiptese alternativa: as mdias das amostras analisadas no so

    estatisticamente iguais.

  • Captulo 3 Metodologia

    Rafael Lopes Mendona 34

    Caso o p-value encontrado seja menor que o nvel de significncia , a

    hiptese nula rejeitada e a amostra que tiver a maior mdia considerada a de

    melhor desempenho.

    Neste trabalho sero comparadas as arquiteturas utilizadas, MLP e RBFN, e

    caso a hiptese nula seja rejeitada, a topologia que apresentar a maior mdia de

    taxa de acerto ser considerada a de melhor desempenho para a previso da

    radiao global horizontal.

    3.4.4 Teste da soma dos Postos de Wilcoxon

    Teste no paramtrico que utiliza as posies que os valores dos dados

    amostrais de duas populaes independentes ocupam, quando colocados em ordem

    crescente, com o objetivo de verificar a hiptese nula de que as amostras provm de

    populaes com medianas iguais. A hiptese alternativa a que as duas populaes

    tem medianas diferentes.

    Hiptese nula: as medianas das amostras analisadas so

    estatisticamente iguais;

    Hiptese alternativa: as medianas das amostras analisadas no so

    estatisticamente iguais.

    Apesar de ser um teste no paramtrico, este teste til para comprovar os

    resultados e determinar se estes no so normais ou no possuem varincias

    estatisticamente iguais.

    Da mesma forma que os testes anteriores, calculado o p-value e este deve

    ser comparado com o nvel de significncia . Caso esse valor seja menor que , a

    hiptese nula deve ser rejeitada, o que determina que h diferena significativa entre

    as duas amostras.

  • Captulo 4 Resultados

    Rafael Lopes Mendona 35

    Captulo 4

    Resultados

    Neste captulo, sero apresentados os resultados obtidos nas simules das

    Redes Neurais Artificiais para as variveis de radiao global horizontal e

    iluminncia, e a comparao com o modelo de persistncia. Alm disso, ser feita

    uma anlise estatstica, realizada com os valores dos erros mdios quadrticos de

    cada configurao utilizada para as arquiteturas escolhidas, isto , Multi-Layer

    Perceptron (MLP) e Radial Basis Function Network (RBFN).

    4.1 Resultados da Radiao Global Horizontal

    Os resultados apresentados a seguir foram obtidos com o uso dos dados da

    varivel de radiao normalizados, de acordo com a Seo 3.1. Isto se deve ao fato

    de que os resultados obtidos com os dados desnormalizados no foram satisfatrios,

    o que pode representar uma necessidade de utilizao de outras variveis para que

    se possa predizer os valores futuros de radiao global horizontal.

    Sendo assim, foi determinado um conjunto de 48 configuraes diferentes

    para serem simuladas na rede neural MLP, as quais possuem variaes na

    quantidade de neurnios na camada de entrada e intermediria, alm de valores

    diferentes para a taxa de aprendizagem e momento.

    Para cada configurao foi calculado o erro mdio quadrtico, e para

    configuraes com a mesma quantidade de neurnios na camada de entrada e

    intermediria foi calculado o erro mdio absoluto EMA. As configuraes que

    apresentaram o melhor desempenho foram hachuradas com a cor azul.

    A Figura 12 apresenta o resultado obtido pelo estudo do EMQ das

    configuraes utilizadas.

  • Captulo 4 Resultados

    Rafael Lopes Mendona 36

    Estudo do EMQ para as 48 configuraes utilizadas na MLP com os dados

    de radiao global horizontal.

    [Fonte : elaborao prpria]

    Com a definio das trs melhores configuraes, pode ser feita a anlise

    estatstica dos dados. O primeiro teste realizado foi o de Shapiro-Wilk para verificar

    se as amostras podem ser consideradas normalmente distribudas. A Tabela 4

    apresenta o resultado obtido por esse teste.

    Tabela 4. Teste Shapiro-Wilk para as configuraes utilizadas na MLP com os dados

    de radiao

    p-value p-value < 0,05

    MLP_E4_A04_B08_N12 3,362E-08 Sim

    MLP_E6_A02_B06_N12 1,586E-08 Sim

    MLP_E12_A04_B06_N16 2,354E-08 Sim

  • Captulo 4 Resultados

    Rafael Lopes Mendona 37

    De acordo com os resultados obtidos, as amostras no so normalmente

    distribudas. Sendo assim a anlise das amostras deve ser feita por um teste no

    paramtrico. Neste trabalho o teste utilizado foi o teste da Soma dos Postos de

    Wilcoxon. As hipteses para este teste foram determinadas da seguinte forma:

    Hiptese nula: o desempenho das redes neurais com as duas

    configuraes utilizadas so consideradas estatisticamente iguais;

    Hiptese alternativa: o desempenho da rede neural com a configurao

    direita, denominada por Y, melhor que a configurao esquerda,

    denominada por X.

    A Tabela 5 apresenta o resultado obtido por esse teste.

    Tabela 5. Teste Wilcoxon para as configuraes utilizadas na MLP com os dados de

    radiao

    X Y p-value

    MLP_E4_A04_B08_N12 MLP_E6_A02_B06_N12 1.542e-08

    MLP_E4_A04_B08_N12 MLP_E12_A04_B06_N16 1.285e-07

    MLP_E6_A02_B06_N12 MLP_E12_A04_B06_N16 4.242e-06

    Como pode ser observado na Tabela 5, os valores dos p-values so inferiores

    ao nvel de significncia previamente determinado com o valor . A configurao

    que apresentou melhor desempenho foi a MLP_E6_A02_B06_N12, que tem

    neurnios de entrada, taxa de aprendizagem , momento e

    neurnios na camada escondida.

    4.2 Resultados da Iluminncia

    4.2.1 Determinar a melhor configurao para a rede MLP

    Para cada conjunto de 30 simulaes na rede MLP, para uma mesma

    configurao, foi realizado o teste de Shapiro-Wilk. A Tabela 6 apresenta o p-value

    obtido para cada configurao utilizada.

  • Captulo 4 Resultados

    Rafael Lopes Mendona 38

    Tabela 6. Teste Shapiro-Wilk para as configuraes utilizadas na MLP com os dados

    de iluminncia

    p-value p-value < 0,05

    MLP_02_06 0,1734 Sim

    MLP_02_08 0,3078 Sim

    MLP_04_06 0,4388 Sim

    MLP_04_08 0,3078 Sim

    Como pode ser obervado na Tabela 6, as amostras no so normalmente

    distribudas, pois todas apresentam o p-value menor que a taxa de significncia

    previamente definida com o valor de .

    Com esse resultado as amostras no podem ser analisadas por testes

    paramtricos, j visto que, para tanto, necessrio que as amostras sejam

    normalmente distribudas e que possuam varincias estatisticamente iguais. Para

    verificar se as amostras possuem varincias estatisticamente iguais realizado o

    teste F. A Tabela 7 apresenta o resultado obtido por este teste.

    Tabela 7. Teste F para as configuraes utilizadas na MLP com os dados de

    iluminncia

    p-value p-value < 0,05

    MLP_02_06 MLP_02_08 0,003219 Sim

    MLP_02_06 MLP_04_06 3,26E-06 Sim

    MLP_02_06 MLP_04_08 2,17E-09 Sim

    MLP_02_08 MLP_04_06 0,05535 No

    MLP_02_08 MLP_04_08 0,000482 Sim

    MLP_04_06 MLP_04_08 0,09537 No

  • Captulo 4 Resultados

    Rafael Lopes Mendona 39

    Como pode ser observado na Tabela 7, apenas dois testes com as amostras

    apresentaram varincias estatisticamente iguais. So as duas linhas que no

    possuem o p-value menor que a taxa de significncia, previamente definida com o

    valor de .

    Desta forma as amostras no sero analisadas pelo teste T de Student,

    sendo realizada a anlise pelo teste da Soma dos Postos de Wilcoxon. As hipteses

    para este teste foram determinadas da seguinte forma:

    Hiptese nula: o desempenho das redes neurais com as duas

    configuraes utilizadas so consideradas estatisticamente iguais;

    Hiptese alternativa: o desempenho da rede neural com a configurao

    direita, denominado por Y, melhor que a configurao esquerda,

    denominada por X.

    A Tabela 8 apresenta o resultado obtido por esse teste.

    Tabela 8. Teste Wilcoxon para as configuraes utilizadas na MLP com os dados de

    iluminncia

    X Y p-value

    MLP_02_06 MLP_02_08 0,000479

    MLP_02_06 MLP_04_06 0,001356

    MLP_02_06 MLP_04_08 4,253E-11

    MLP_02_08 MLP_04_06 0,5165

    MLP_02_08 MLP_04_08 2,03E-6

    MLP_04_06 MLP_04_08 8,97E-10

    Como pode ser obeservado na Tabela 8, a configurao que utiliza a taxa de

    aprendizado e o momento apresentou o menor p-value. Sendo

    assim, a que apresentou o melhor desempenho definida como a melhor

    configurao para a MLP utilizando os dados de iluminncia. O prximo passo

    realizar a anlise desta rede neural com a RBFN.

  • Captulo 4 Resultados

    Rafael Lopes Mendona 40

    4.2.2 Comparao entre as redes neurais utilizadas

    Para realizar a anlise estatstica das duas arquiteturas, so realizados os

    mesmos testes que foram feitos para analisar as diferentes configuraes da rede

    MLP. Desta forma realizado o teste Shapiro-Wilk com os valores das duas redes.

    O resultado deste teste est representado na Tabela 9.

    Tabela 9. Teste Shapiro-Wilk para as redes neurais MLP e RBFN utilizando os

    dados de iluminncia

    p-value p-value < 0,05

    MLP_04_08 0,003483 Sim

    RBFN 0,2452 Sim

    Como pode ser obervado na Tabela 9, as amostras no so normalmente

    distribudas, pois todas apresentam o p-value menor que a taxa de significncia

    previamente definida com o valor de . Sendo assim, a anlise das duas redes

    neurais foi realizada utilizando apenas o teste da Soma dos Postos de Wilcoxon. As

    hipteses para este teste foram determinadas da seguinte forma:

    Hiptese nula: o desempenho das redes neurais com as arquiteturas

    MLP e RBFN so consideradas estatisticamente iguais;

    Hiptese alternativa: o desempenho da rede neural com a arquitetura

    RFBN melhor do que com a arquitetura MLP.

    A Tabela 10 apresenta o resultado obtido pelo teste Wicoxon para as redes

    neurais utilizadas.

    Tabela 10. Teste Wilcoxon para as redes neurais MLP e RBFN utilizando os dados

    de iluminncia

    p-value

    RBFN MLP_04_08 p-value < 2,2E-16

  • Captulo 4 Resultados

    Rafael Lopes Mendona 41

    O resultado, como pode ser visto na Tabela 10, apresenta um p-value muito

    menor do que o nvel de significncia. Desta forma, a Rede com Funo Base Radial

    (RBFN) apresentou um melhor desempenho comparado a Multi-Layer Perceptron

    (MLP).

  • Captulo 5 Concluso e Trabalhos Futuros

    Rafael Lopes Mendona 42

    Captulo 5

    Concluso e Trabalhos Futuros

    5.1 Concluses

    A energia solar uma fonte de energia renovvel ainda pouco explorada,

    sendo necessrio o desenvolvimento de projetos e pesquisas que auxiliem no

    crescimento do uso desse recurso natural. Essa fonte de energia pode ser

    diretamente transformada em energia eltrica atravs de painis solares com clulas

    fotovoltaicas, assim como pode auxiliar na reduo do consumo de energia eltrica,

    utilizando a iluminao natural como fonte de calor para aquecimento de gua e

    ambientes.

    Este trabalho de concluso de curso teve como objetivo utilizar duas

    arquiteturas de redes neurais artificiais para predizer a radiao global horizontal e a

    iluminncia para 1 hora frente, e comparar os resultados obtidos para determinar

    qual das arquiteturas obteve o melhor resultado. Tanto a radiao quanto a

    iluminncia so variveis que auxiliam no estudo e desenvolvimento de projetos que

    utilizam a energia solar como fonte de energia. Desta forma, este trabalho sugere o

    incentivo ao desenvolvimento de pesquisas que proporcionem conhecimentos

    necessrios para a implantao desses projetos.

    A base de dados utilizada foi obtida no projeto SONDA (Sistema de

    Organizaao Nacional de Dados Ambientais), e a estao de coleta dos dados

    escolhida est localizada na cidade de Petrolina, no estado de Pernambuco.

    Os resultados obtidos pelas simulaes das RNAs com os dados de radiao

    global horizontal apresentaram valores muitos altos para os dados desnormalizados.

    Esse resultado sugere que, para que seja possvel predizer essa varivel,

    necessrio o uso de outras variveis em conjunto. Porm, para este trabalho foram

    utilizados os valores de radiao normalizados, os quais foram simulados apenas na

  • Captulo 5 Concluso e Trabalhos Futuros

    Rafael Lopes Mendona 43

    arquitetura Multi-Layer Perceptron (MLP). Foram utilizadas 48 configuraes

    diferentes para a simulao dessa varivel na MLP.

    Atravs dos testes estatsticos, foi possvel determinar que a configurao da

    MLP, para a varivel de radiao que apresentou o melhor desempenho foi a

    MLP_E6_A02_B06_N12. Esta configurao tem neurnios de entrada, taxa de

    aprendizagem , momento e neurnios na camada escondida.

    Para as simulaes realizadas com os dados de iluminncia, o resultado

    obtido se apresentou coerente para os valores desnormalizados e foi possvel utilizar

    as duas arquiteturas previamente definidas. Foram utilizadas 4 configuraes

    diferentes para as simulaes dessa varivel na MLP, que foram comparadas com o

    desempenho obtido pela Rede com Funo Base Radial (RBFN).

    A partir dos testes estatsticos foi, comprovado que a RBFN apresentou

    melhor desempenho que as 4 configuraes escolhidas para a MLP.

    5.2 Trabalhos Futuros

    Como trabalhos futuros, pretende-se a realizao de um estudo mais

    aprofundado da predizao da radio global horizontal, como a definio de quais

    variveis auxiliam na previso, estudo do uso de outras arquiteturas de redes

    neurais, e outras configuraes para os parmetros utilizados por esse trabalho.

    Desta forma ser possvel determinar quais fatores influenciam de forma positiva

    para a predio da radiao.

  • Bibliografia

    Rafael Lopes Mendona 44

    Bibliografia

    [1] ATLAS BRASILEIRO DE ENERGIA SOLAR. Disponvel em: <

    http://sonda.ccst.inpe.br/publicacoes/atlas_solar.html> Acesso em: 11 de

    outubro de 2014.

    [2] ATLAS DE ENERGIA ELTRICA DO BRASIL ANEEL. Disponvel em:

    Acesso em: 23 de novembro de 2014.

    [3] BRAGA, A. de P.; CARVALHO, A. P. de Leon Filho; LUDEMIR, T. Redes

    Neurais Artificiais: Teoria e Aplicaes. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

    [4] CARVALHO, Andr Ponce de Leon F.. Redes Neurais Artificiais. Disponvel

    em: Acesso em: 11 de

    outubro de 2014.

    [5] DA SILVA LEAL, SRGIO; TIBA, CHIGUERU. Medidas e modelagem da

    iluminncia para diversas condies de cu no Nordeste do Brasil. 2006.

    Dissertao (Mestrado). Programa de Ps-Graduao em Tecnologias

    Energticas e Nucleares, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.

    [6] GALVANI, EMERSON; ESCOBEDO, JOO FRANCISCO; PEREIRA, ANDR

    BELMONT. Balano de radiao e fluxo de calor no solo em ambiente natural

    e protegido cultivado com pepineiro. Bragantina, Campinas, v.60, n. 2, 2001.

    Disponvel em: Acesso em: 11 de outubro de 2014.

    [7] GEIGER, R. Manual de microclimatologia: o clima da camada de ar junto ao

    solo. 3.ed. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 1961. 556p.

    [8] HAYKIN, S. Redes Neurais: Princpios e Prticas. Bookman, 2007.

    [9] Jornal do Comrcio. Governo de Pernambuco compra energia solar.

    Disponvel em:

    Acesso em:

    22 de setembro de 2014.

  • Bibliografia

    Rafael Lopes Mendona 45

    [10] LAM, J. C. And LI, D. H., (1999) An analysis of daylighting and solar heat for

    cooling dominated office buildings, Solar Energy, Vol. 64, No. 4, pp. 251-262.

    [11] MONTEITH, J.L; UNSWORTH, M.H. Principles of environmental physics.

    2.ed. London: Edward Arnald, 1990. 291p.

    [12] NEO SOLAR ENERGIA. Energia solar. Disponvel em:

    Acesso em

    11 de outubro de 2014.

    [13] REDE SONDA. Sobre o projeto SONDA. Disponvel em:

    Acesso em: 11 de outubro

    de 2014.

    [14] SOUZA,Rodrigo C. T. de. Previso de Sries Temporais Utilizando Rede

    Neural Treinada por Filtro de Kalman e Evoluo Diferencial. 2008.

    Dissertao de Mestrado (Mestrado em Engenharia de Produo e Sistemas)

    Pontificia Universidade Catlica do Paran PUCPR, Curitiba, 2008

    [15] VALENA SILVA, J. M. Fundamentos das Redes Neurais. [S.I.]: Livro Rapido,

    2011.

    [16] WERBOS J., P. Beyond Regression: New tools for prediction and analysis in

    behavioral sciences. Tese (Doutorado) Havard University, 1974.

  • Apndice A

    Rafael Lopes Mendona 46

    Apndice A

    Estudo da Quantidade de

    Neurnios na Camada Escondida e

    Topologias MLP Para Dados de

    Iluminncia

    Para a MLP_02_08 o resultado para o teste da quantidade de neurnios na

    camada escondida apresentou o seguinte resultado:

    Como pode ser observado, a quantidade de neurnios que apresentou o

    melhor desempenho foi 6. Portanto, a topologia para esta configurao da MLP,

    para valores de iluminncia, foi a respresentada pela Figura 14.

    Estudo do EMQ por nmero de neurnios na camada escondida para

    e .

    [Fonte : elaborao prpria]

  • Apndice A

    Rafael Lopes Mendona 47

    Para a MLP_04_06 o resultado para o teste da quantidade de neurnios na

    camada escondida apresentou o seguinte resultado:

    Como pode ser observado, a quantidade de neurnios que apresentou o

    melhor desempenho foi 4. Portanto a topologia para esta configurao da MLP, para

    valores de iluminncia, foi a respresentada pela Figura 16.

    Topologia para a configurao da MLP com e .

    [Fonte : MatLab]

    Estudo do EMQ por nmero de neurnios na camada escondida para

    e .

    [Fonte : elaborao prpria]

  • Apndice A

    Rafael Lopes Mendona 48

    Para a MLP_04_08 o resultado para o teste da quantidade de neurnios na

    camada escondida apresentou o seguinte resultado:

    Como pode ser observado, a quantidade de neurnios que apresentou o

    melhor desempenho foi 10. Portanto, a topologia para esta configurao da MLP,

    para valores de iluminncia, foi a representada pela Figura 18.

    Topologia para a configurao da MLP com e .

    [Fonte : MatLab]

    Estudo do EMQ por nmero de neurnios na camada escondida para

    e .

    [Fonte : elaborao prpria]

  • Apndice A

    Rafael Lopes Mendona 49

    Topologia para a configurao da MLP com e .

    [Fonte : MatLab]