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Prevenção e Controle dos Riscos com Poeiras Explosivas R4. Eng. Ary de Sá CREA SP 69064 fone (051) 9982 6564 e-mail [email protected] fl. 1/103 Eng. Ary de Sá. Especialista em controle de poeiras explosivas, Higiene ocupacional e ventilação industrial. Com enfoque na segurança do trabalho. End. [email protected]. Fones 51 3212 3427 / 9982 6564 1-INTRODUÇÃO. 06 1.1. Gráfico Representando os Riscos com Explosões de Poeiras por atividade 09 1.2. Gráfico Representando os Riscos Com Explosões de Poeiras por causa 10 2. INCÊNDIOS. 11 2.1. Formas do produto no incêndio. 11 2.1.1. Empilhados 11 2.1.2. Armazenados em tulhas. 11 2.1.3. Depósitos. 12 2.1.4. Outros. 12 2.2. Definições de incêndios. 13 2.2.1. Material combustível. 13 2.3. Combustíveis. 14 2.3.1. Combustíveis sólidos. 15 2.3.2. Combustíveis sólidos especiais. 15 2.3.3. Sólidos metálicos. 15 2.4. Combustíveis Líquidos. 16 2.4.1. Líquidos inflamáveis. 16 2.4.2. Líquidos combustíveis. 16 2.4.3. Líquidos Voláteis. 16 2.4.4. Líquidos Não Voláteis. 16 2.5. Combustíveis Gasosos. 16 2.5.1. Gás inflamável. 16 2.5.2. Gás inerte 16 2.5.3. Riscos dos gases. 17 2.6. Terminologia da Combustão. 17 2.6.1. Combustível, solido, liquido ou gasosos 18 2.6.2. Comburente (Oxigênio) 18 2.6.3. Calor. 18 2.6.4. Reação em Cadeia 18 2.6.5. Ponto de Fulgor (Flash-point). 18 2.6.6. Ponto de Combustão (Fire-point) 18 2.6.7. Ponto de ignição (Flashover) 19 2.6.8. Combustão Incompleta Backdraft 19 2.6.9. BLEVE ou "Bola de Fogo" 20 3. EXPLOSÕES 21 3.1. Poeiras combustíveis. 21 3.2. Gases Inflamáveis: 21

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Eng. Ary de Sá.

Especialista em controle de poeiras explosivas,

Higiene ocupacional e ventilação industrial.

Com enfoque na segurança do trabalho.

End. [email protected].

Fones 51 3212 3427 / 9982 6564

1-INTRODUÇÃO. 061.1. Gráfico Representando os Riscos com Explosões de Poeiras por atividade 091.2. Gráfico Representando os Riscos Com Explosões de Poeiras por causa 10

2. INCÊNDIOS. 112.1. Formas do produto no incêndio. 11

2.1.1. Empilhados 112.1.2. Armazenados em tulhas. 112.1.3. Depósitos. 122.1.4. Outros. 12

2.2. Definições de incêndios. 132.2.1. Material combustível. 13

2.3. Combustíveis. 142.3.1. Combustíveis sólidos. 152.3.2. Combustíveis sólidos especiais. 152.3.3. Sólidos metálicos. 15

2.4. Combustíveis Líquidos. 162.4.1. Líquidos inflamáveis. 162.4.2. Líquidos combustíveis. 162.4.3. Líquidos Voláteis. 162.4.4. Líquidos Não Voláteis. 16

2.5. Combustíveis Gasosos. 162.5.1. Gás inflamável. 162.5.2. Gás inerte 162.5.3. Riscos dos gases. 17

2.6. Terminologia da Combustão. 172.6.1. Combustível, solido, liquido ou gasosos 182.6.2. Comburente (Oxigênio) 182.6.3. Calor. 182.6.4. Reação em Cadeia 182.6.5. Ponto de Fulgor (Flash-point). 182.6.6. Ponto de Combustão (Fire-point) 182.6.7. Ponto de ignição (Flashover) 192.6.8. Combustão Incompleta Backdraft 192.6.9. BLEVE ou "Bola de Fogo" 20

3. EXPLOSÕES 213.1. Poeiras combustíveis. 213.2. Gases Inflamáveis: 21

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3.3. poeiras metálicas 213.4. Explosões Primárias e Secundárias 223.5. Primarias 223.6. Secundarias. 22

4. TRANSIÇÃO DE INCÊNDIO A EXPLOSÃO. 234.1. Ensaio de Combustividade com Poeiras. 23

4.1.1. Conclusão. 254.2. Comentários. 254.3. Combustão Espontânea ou Autocombustão. 254.4. Explosões na história. 264.5. Explosões com metais combustíveis. 274.6. Fatores que Influem Sobre a Explosão de Pó. 27

4.6.1. Dimensões Da Partícula. 284.6.2. Concentração. 294.6.3. Umidade 304.6.4. Outras características das poeiras. 30

4.7. Características De Algumas Poeiras Explosivas Ensaiadas pela NFPA 314.7.1. Poeiras Agrícolas. 314.7.2. Poeiras carboníferas. 334.7.3. Poeiras metálicas. 34

4.8. Concentração de O2, Turbulência e Efeito de Gases Inflamáveis. 354.9. Fontes de Ignição das Nuvens de Poeira. 354.10. Materiais Inertes. 364.11. Fenômenos da explosão. 36

4.11.1. Efeitos da Velocidade de Aumento de Pressão. 374.11.2. Pressões Internas. 374.11.3. Efeitos da Duração da Sobre Pressão. 374.11.4. Deflagração e Detonação. 384.11.5. Deflagração. 384.11.6. Detonação. 38

4.12. Destrutividade Das Explosões De Poeiras. 385. GASES TÓXICOS. 406. ANÁLISE DE UM MODELO SIMULADO: 41

6.1. Simulação de uma Explosão com Poeiras de Cereais. 416.2. Tabelas de referência dos fenômenos. 426.3. Conclusões: 436.4. Efeitos Nos Trabalhadores Presentes no Túnel. 43

6.4.1. Efeito De Explosões Sobre Os Trabalhadores Presentes. 446.5. Consequências. 44

6.5.1. Danos Ao Patrimônio. 446.5.2. Processos e Origens de Acidentes Recentes. 456.5.3. Da Simulação. 45

7. METAIS COMBUSTÍVEIS. 467.1. Considerações Iniciais. 487.2. Temperaturas de: fusão, ebulição e ignição de matais puros e sólidos. 487.3. Propriedade dos principais metais combustíveis. 48

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7.4. Magnésio (MG). 487.4.1. Armazenagem: 497.4.2. Riscos Do Processo Industrial: 507.4.3. Controle De Incêndios Com Magnésio: 50

7.5. Titânio (Ti): 517.5.1. Armazenagem, manipulação e transporte do titânio : 527.5.2. Riscos do processo industrial do titânio. 527.5.3. Controle de incêndios com titânio: 53

7.6. Sódio (Na) 547.7. Lítio (Li) 547.8. Potássio (K): 547.9. ligas sódio potássio 547.10. Cuidados. 55

7.10.1. Armazenagem manipulação e transporte: 557.10.2. Riscos do processo industrial. 567.10.3. Controle de incêndios destes materiais: 57

7.11. Zircônio (Zr). 577.11.1. Características do metal. 57

7.11.1.1. Armazenagem, Manipulação e Transporte do Zircônio. 587.12. Háfnio (Hf. 58

7.12.1. Armazenagem, Manipulação e Transporte do Háfnio: 59 7.12.2. Riscos Dos Processos Industriais. 597.12.3. Controle de Incêndios Zircônio e Háfnio. 60

7.13. Cálcio (Ca) 607.14. Zinco (Zn. 607.15. Armazenagem, Manipulação e Transporte do Cálcio e Zinco. 607.16. Metais Normalmente não Combustíveis. 61

7.16.1. Alumínio. 617.16.2. Ferro e aço. 627.16.3. Metais radioativos. 627.16.4. Uranio. 637.16.5. Tório. 647.16.6. Plutônio. 647.15.6. Plutônio. 64

8. MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES DE POEIRAS. 65 8.1. Equipamentos auxiliares nas medidas de segurança. 65

8.1.1. Incêndios. 658.1.2. Confinamento. 668.1.3. Inertização. 678.1.4. Supressores. 678.1.5. Discos e janelas de ruptura. 688.1.6. Alivio de pressões internas. 698.1.7. Superdimensionamento. 698.1.8. Estanqueidade. 698.1.9. Controle das Faíscas por atrito de metais. 708.1.10. Eletricidade estática. 70

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8.1.11. Medidas de segurança com sistema de controle de emissões. 718.1.12. Umidificação. 718.1.12. Sistema de limpeza continua. 71

8.2. Poeiras metálicas, ou de metais. 729. SISTEMAS DE VENTILAÇÃO. 72

9.1. Definição. 729.1.1. VGD. Ventilação Geral Diluidora. 739.1.2. VLE, Ventilação Local Exautora. 74

9.1.2.1. VLE, Ventilação Local Exautora. 749.2. Cuidados no Projeto. 74

9.2.1. Estado Físico do Poluente. 759.2.1.1. Grau de Limpeza Desejado. 759.2.1.2. Composição Química. 759.2.1.3. Temperatura. 759.2.1.4. Viscosidade. 759.2.1.5. Umidade. 769.2.1.6. Combustividade. 769.2.1.7. Reatividade Química. 769.2.1.8. Carga. 769.2.1.9. Higroscopicidade. 77

9.3. Captadores. 779.3.1. Enclausurantes: 779.3.2. Cabinas fechadas: 779.3.3. Captores locais: 77

9.4. Rede de dutos: 779.5. Equipamentos de separação: 78

9.5.1. Via Seca. 789.5.1.1. Ciclones separadores. 799.5.1.2. Filtros de mangas. 799.5.1.3. Outros equipamentos de separação via seca. 80

9.5.2. Via Úmida . 809.5.2.1. Lavadores de ar. 809.5.2.2. Outros sistemas a Úmido. 80

9.5.3. Via Mista. 809.5.4. Via adsorção. 81

9.6. Via Precipitadores eletrostáticos. 8110. OBSERVÂNCIA DAS EMISSÕES. 8211. DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS. 83

11.1. Setor coureiro calçadista. 8511.2. Setor Madeireiro. 8511.3. Outros setores. 85

12. ESPAÇOS CONFINADOS NR 33. 8712.1. Definições. 8712.2. Espaços confinados na Agro indústria. 8912.4. Áreas Classificadas. 9012.5. Identificação Dos Riscos. 90

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12.5.1. Gradação Dos Riscos. 9112.5.1.1. Nível 1. IPVS (Atmosfera Iminentemente Perigosa a Saúde ou a Vida). 9112.5.1.2. Nivel 2. Não IPVS. 9112.5.1.3. Eliminados todos os riscos. 91

12.6. Sulfeto De Hidrogênio SH2. 9112.6.1. Características do Sulfeto De Hidrogênio. 9212.6.2. Exposição Contínua a Baixas Concentrações. 9212.6.3. Concentrações Medianas. 9212.6.4. Concentrações Perigosas. 9212.6.5. Concentrações Fatais 92

12.7. Monóxido de Carbono. 9312.7.1. Exposição Contínua. Limite de tolerância NR15 9312.7.2. Limite De Tolerância (Lt) = 39 Ppm 9312.7.3. Exposição a Baixas Concentrações. 9312.7.4. Exposição a Concentrações Medianas. 9312.7.5. Exposição a Concentrações Perigosas. 9312.7.6. Exposição a Concentrações Fatais. 93

12.8. Ventilação dos EC. 9412.8.1. VGE. Ventilação Geral Diluidora. 9512.8.2. VLE. Ventilação Local Exautora. 95

13. PROCESSOS DE MANUTENÇÃO. 9615. MÉTODOS DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR. 97 15.1. Identificação dos Riscos pela NFPA. 97 15.2. Materiais Extremamente Perigosos. 97 15.3. Materiais Perigosos. 98 15.4. Materiais Menos Perigosos. 98 15.5. Materiais de Efeitos Nocivos. 9816. RECOMENDAÇÕES. 100 16.1. Máquinas E Equipamento. 100 16.2. Projetos e Sistemas. 100 16.3. Medidas Gerais. 100

16.4. Classificação de Áreas. 101 16.4.1. A Definição Para Áreas Classificadas, Segundo Convenção. 101

16.4.2. Pronunciamento do IMETRO Di 2146 - Atmosferas 101

16.4.3. Conclusão. 10116.5. Exigências A Seguir. 102

17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 103

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1-INTRODUÇÃO.Da revisão 03. (capitulo 13 espaços confinados).“Atualmente, com a implementação da NR 33, bem como das áreas classificadas, temos sido consultados com frequência sobre os efeitos das poeiras explosivas nos Espaços Confinados, e nas áreas classificadas” bem como sobre os efeitos das substâncias tóxicas, inflamáveis, explosivas e inertes, ali presentes ou formadas durante trabalhos realizados nestes espaços. Desta feita resolvemos incrementar ao nosso trabalho os aspectos mais importantes da interação dos ambientes objeto sob o enfoque da NR33. Uma vez que por falta de conhecimento ou de interpretação, existe confusão no enfoque, o que traz muitos inconvenientes quanto ao acesso de alguns locais.

Temas por demais importantes, pois um acesso a espaço confinado prevê a possibilidade de riscos específicos e que para a segurança dos trabalhadores e ate das edificações são postas em riscos, pois, em função das dificuldades existentes para uma evacuação rápida, a ocorrência de situações de risco provocada pode redundar em eventos fatais para os ocupantes, como muito tem sido noticiado na mídia nos últimos tempos, dai a necessidade de quando definidos no mapa de riscos os locais objeto, os acessos, devem estar rigorosamente de acordo com o preceituado na NR 33.

Temos observado porem, que em varias indústrias que processam com poeiras explosivas, consideram como espaços confinados espaços de acesso restrito, ambientes adaptados para o controle de emissões de poeiras e ventilação dosmesmos, e ainda são locais de acesso constante e com características próprias para acesso dos trabalhadores.Com a segurança comprovada e em bom estado de manutenção e operação, estes devem ser na realidade considerados como, “áreas de acesso restrito ou áreas classificadas”.

Ainda sobre os questionamentos referentes a NR33, podemos asseverar, sem sombra de dúvidas, que estes episódios, quando ocorrem em espaços realmente confinados em caso de eventos passiveis de incêndios ou explosões, têm efeitos largamente ampliados, em face da resistência oferecida ao crescimento dos fenômenos causados pelo aumento das pressões internas geradas pela expansão gasosa dos combustíveis na forma de: poeiras, gases ou vapores combustíveis, emface da dificuldade de evacuar o local os riscos são sempre fatais. Isto ocorre em virtude da resistência oferecida pelos materiais usados em sua construção,

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culminando em destruições que podem inviabilizar o empreendimento. Ver imagens abaixo referentes a acidente em uma agroindústria que teve inicio em espaço confinado evoluindo para outras regiões através de seus elementos de ligação como transportadores, roscas, calhas etc., no item 4.6. Destrutividade de explosões com poeiras deste trabalho.

O porquê destas situações: partículas de poeiras decantadas sobre locais diversos e em caso haja uma combustão como a de uma brasa, provocado por algum trabalho a quente, e as partículas suspensas podem entrar em combustão muito rapidamente pois esta em suspensão bem separadas entre si, dai a rápida combustão com consequente explosão inicial, que rapidamente se espalha pela unidade com mais e mais explosões cada vez mais violentas e catastróficas.

Outra condição com um foco de calor presente em um espaço confinado passível de acumular poeiras em locais de difícil acesso como um conduto de vapor, óleo térmico ou superfície aquecida pela irradiação solar, estes em contato com o pó, o coloca em ignição, começando o incêndio partícula a partícula, iniciando as explosões já citadas acima.

Observamos porem, que como pode ser visto nas imagens abaixo o grande numero de acidentes acontecem quando de trabalhos de manutenção, desta forma ao classificar um ambiente devemos estar atentos aos trabalhos que são realizados nestes espaços e classifica-lo para atender as reais necessidades da norma de segurança.

Da revisão R.04. Capitulo 7 (poeiras metálicas).Nesta Revisão estamos inserindo um capítulo especifico sobre os incêndios e explosões causados por poeiras metálicas, observando que este trabalho é fruto de nossa vivencia e que sempre que novas situações que envolvam nossa presença onde ocorrerem estes riscos com consequências danosas, estaremos fazendo menção apenas dos fatos, omitindo as empresas envolvidas. Com o intuito de alertar a comunidade da segurança do trabalho para evitar futuros desastres em indústrias afins e com isso fornecer a comunidade de segurança do trabalho e interessados, elementos concretos, seus efeitos, e soluções possíveis, para evitar tais desastres e consequências geralmente fatais.

Os acidentes com poeiras metálicas ocorrem de maneira semelhante que com as demais poeiras já citadas neste trabalho nas revisões anteriores, estas poeiras

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metálicas como as demais, são produzidas em processos de produtivos, onde a matéria prima são metais diversos que ao serem processados, redundam em resíduos microscópicos de poeiras ou pequenos chips, que são os itens que servirão como matéria prima de fogos de artificio e outras aplicações industriais como matéria prima, estas poeiras metálicas segundo quadro abaixo, representam 10% das explosões com poeiras no mundo, observando que os incêndios e as explosões com estas poeiras metálicas ocasionam efeitos mais devastadores e de difícil contenção que os métodos tradicionais de uso comum para outras poeiras.

Neste trabalho fizemos ainda uma revisão geral, em diversos itens adequando-os às poeiras explosivas com elementos metálicos, para diferenciação com os demais cuidados ao manipula-las quanto a seu comportamento e com soluções especificas para os metais, devido a diferenciação com relação às poeiras de nosso conhecimento.

Abaixo, anexamos alguns gráficos de sinistros com poeiras da revista Stahl ocorridos em varias partes do mundo e suas principais causas. Trabalho elaborado por empresa especializada nesta área.

Os riscos de eventos com poeiras metálicas responsáveis por 10% dos acidentes destas explosões no mundo, conforme imagens abaixo devem ser um alerta para os profissionais da segurança uma vez que por serem de origem metálica, muitas vezes são desprezadas, e como se vera no trabalho, são poeiras de metais que implicam em cuidados maiores e de maior potencial de risco que as demais poeiras ate aqui vistas, uma vez que seu controle como se vera, prescinde de muita técnica e cuidados avançados, o capitulo foi motivado quando da investigação de um acidente de trabalho com perda de uma vida e um ferido gravemente.

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1.1. Gráfico Representando os Riscos com Explosões de Poeiras por

Atividade.

Fontes da revista STAHL

Neste gráfico, atualizado, podemos verificar as ocorrências, registradas em todo o planeta, de explosão de grãos, sendo cada parcela referente a um tipo de poeira explosiva. As poeiras de madeira 34% lideram os eventos, sendo seguidas pelas de origem vegetal: os grãos alimentícios.

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1.2. Gráfico Representando os Riscos Com Explosões de Poeiras por

Causa.

Fontes da revista STAHL

Neste gráfico, podemos verificar os fatores responsáveis pelos eventos, que têm sua predominância nas situações de faíscas mecânicas 30%, isto é, faíscas provocadas nas ocorrências de paradas de manutenção onde o uso de ferramentas de corte, solda, esmerilhamento, etc., são comuns. Os demais fatores são de menor proporção, porém, compõem o cenário atual no planeta.

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2. INCÊNDIOS.Os incêndios ocorrem com quaisquer materiais combustíveis; porém, para que isso aconteça, é necessário que a quantidade de material combustível seja muito grande e que as partículas do combustível tenham pouco espaço entre si, impedindo um contato direto e abundante com o oxigênio do ar. As partículas devem, entretanto, estar um pouco afastadas entre si, de maneira que, apesar da existência da fonte de ignição e da consequente combustão local, não seja permitida a propagação instantânea do calor de combustão às partículas localizadas nas camadas mais internas, devido à insuficiência de ar. Desta forma, a queima se dá por camadas desde que não sejam agitadas para entrar em suspensão, em locais onde as poeiras estejam depositadas ao longo das jornadas de trabalho, ou em uma das seguintes formas:

2.1. Formas do produto no incêndioPara que ocorra incêndio, o produto solido em forma de pedaços grandes, como achas de lenha ou tabuas, e terem propriedades combustíveis, quando submetido ao calor ou a chama direta, iniciando a combustão de cima para baixo, a medida que é consumido ate haver apenas o resíduo da combustão, ou seja as cinzas.

Acomodação do material participante para que ocorra o incêndio..2.1.1. Empilhadas.Com o aspecto de uma fogueira, quando de com materiais sólidos madeira lenha,com pedaços não muito grandes e em forma aproximada de cones ou dentro de silos, mas quando na forma de poeiras, forma normalmente uma pilha cônica devida seu o baixo atrito entre as partículas.

2.1.2. Armazenadas em tulha.Elementos combustíveis sólidos diversos quando armazenados dentro de depósitosde separadores dos filtros de mangas ou ciclones, de forma provisória durante a separação destes do fluxo gasoso, durante o processo produtivo e que será periodicamente esvaziado, como a moega dos filtros de separação e tulhas de recepção.

O incêndio por camadas, igualmente, é de difícil extinção, podendo se prolongar por várias horas ou dias após sua extinção, mesmo após ser debelado o incêndio, poderá espontaneamente reiniciar, pois o conteúdo calorifico presente pode ainda

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aquecer os matérias vizinhos, ate sua temperatura de combustão, e começar de novo.

2.1.3. Depósitos.Silos ou graneleiros, onde grandes dimensões e quantidades de grãos são armazenadas para abastecer o fluxo operacional, nestes temos as situações que ocorrem quando da carga e descarga de poeiras e que ficam depositadas em locais de difícil acesso, e ali permanecerem por longos períodos, em situações propicias podem provocar incêndios e explosões ate que não haja mais poeiras, em seguida devido as condições do local a carga de grãos entra em combustão ate ser extinta ou terminar o combustível.

2.1.4. Outros.Locais na própria planta objeto de limpeza ou transferência de material.Nestes incêndios, a ignição que ocorre em camadas deve ser controlada com cuidado, para evitar que o material depositado em estruturas, tubulações e locais de difícil visualização e limpeza seja colocado em suspensão, formando a nuvem de poeira, que evoluirá para explosão, pois há, no ambiente, os fatores de deflagração da mesma, isto é: combustível e comburente e foco calorifico.

Em um complexo industrial, no qual se processam produtos na forma de grãos, durante o trabalho de: movimentação, ensilagem, transporte, moagem transferência, e outras operações poeiras e estas ao serem agitadas de alguma forma, e entrarem em suspensão, com uma fonte térmica podem entrara em combustão se as poeiras geradas pelos grãos tiverem propriedades inflamáveis, estas poeiras na forma de pó sendo explosivas estão passiveis de entrar inflamar e explodirem. Um teste prático para o leigo exposto neste trabalho, é demonstrado no Item 4.1 Ensaio de Combustividade com Poeiras, poderá ajudar a definir suas propriedades combustíveis, para as precauções necessárias no manejo dos grãos e definir equipamentos e ações que assegurem o trabalho isento destes riscos. Com a implementação de sistemas de controle das poeiras geradas no processamento e movimentação dos produtos que as geram, e ou sistemas de alivio de pressões nos locais fechado, que não evitam as explosões mas aliviam seus efeitos devastadores.

Caso estas poeiras produzidas conforme visto acima e depositadas em locais diversos como estruturas, piso, maquinaria etc., entrem em suspensão e formaremuma nuvem, e que no local, haja os demais elementos do fogo; combustível, oxigênio e foco calor. Modernamente foi inserido o termo reação em cadeia ou o

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tetraedro do fogo, que é a auto alimentação do fenômeno enquanto permanecerem os elementos do fogo, haverá um inicio de incêndio que rapidamente evolui para explosões, crescentes e quando mais material é colocado em suspensão mais explosões ocorrem finalizando com enorme catástrofe que terminara com incêndio ate que todo material combustível acabe ou pela ação das brigadas de incêndio.

Na sequência, apresentamos, de forma sucinta, os fenômenos de incêndios e explosões, bem como a interação entre eles, nas poeiras de grãos alimentícios, de metais, de fármacos, de sintéticos etc., podendo ainda considerar qualquer substancia não classificada oficialmente, como combustível após uma analise simples como a considerada acima.

2.2. Definições de incêndios.Para que ocorra um incêndio, é necessário que haja no sistema os elementos fundamentais para que ocorra a combustão, ou seja, a matéria, solida liquida ou gasosa, como combustível o comburente que é o oxigênio presente no ar ou industrializado, e um fonte térmica para desencadear o processo de combustão, se este processo é expansivo, rápido e de difícil controle, que possa inclusive causar mortes e destruição do patrimônio, então é um incêndio, e devera ser combatido de acordo com suas características e generalidades.

Combustível, é o material que em contato com uma fonte térmica entra em combustão, gerando fogo, calor e luz, os combustíveis sólidos, necessitam de aquecimento para entrar em combustão através de suas substancias voláteis, os líquidos e gasosos, podem entrar diretamente em combustão conforme sua temperatura de ignição, ou receber pouco calor.

Chama-se de fogo ao resultado de um processo exotérmico de oxidação. Geralmente, um composto orgânico, como o papel, a madeira, plásticos, gás de hidrocarbonetos, gasolina e outros, susceptíveis a oxidação, em contato com uma substância comburente, como o oxigênio do ar, por exemplo, ao atingirem a energia de ativação, também conhecida como temperatura de ignição entram em combustão. A energia para inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faísca de uma chama, de um raio solar ou outra qualquer fonte térmica.

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Iniciada a reação de oxidação, também denominada combustão ou queima, o calor desprendido pela reação mantem o processo em atividade, ate que seja extinto ou que os elementos do fogo sejam consumidos.

Os produtos da combustão (principalmente vapor de água e gás carbônico), em altas temperaturas pelo calor desprendido da reação, emitem luz visível. O resultado é uma mistura de gases incandescentes emitindo energia. A isto se denomina chama ou fogo. O fogo não é, portanto nem sólido, liquido ou gasoso, é energia pura.

A composição dos gases que se desprendem, assim como a sua temperatura e disponibilidade do comburente, determina a cor da chama. No caso da combustão de madeira ou papel a chama é roxa, amarela ou alaranjada. Na queima de gases de hidrocarbonetos obtém-se uma chama azulada, e cores exóticas são obtidas quando são queimadas substâncias que contém elementos metálicos.

A cor do fogo é também usada para estimar a temperatura dos auto fornoindustriais, uma vez que a temperatura do fogo também varia de acordo com a cor da chama. Deve-se considerar aqui que há então vários fatores, entre eles o tipo de combustível e a temperatura do fogo que fazem o fogo ter determinada cor.Combustível é o elemento que serve de campo de propagação do fogo. Na natureza têm-se materiais orgânicos, que são todos combustíveis, e os inorgânicos, geralmente incombustíveis nas condições CNPT (condições normais de temperatura e pressão).

2.3. Combustíveis.Como combustível devemos entender ser todo o material, solido, liquido ou gasoso, passível de entrar em combustão, desprendendo com consequência, luz, calor e radiação térmica.

É todo material que pode entrar em combustão quando exposto a uma chama ou fonte térmica suficiente para iniciar o processo. São sólidos, líquidos ou gasosos, sendo que os sólidos e os líquidos se transformam primeiramente em gás pelo calor cedido pela fonte (voláteis) e posteriormente inflamam.

Os combustíveis que participam de um incêndio podem ser:

2.3.1. Combustíveis sólidos.A maioria dos corpos orgânicos (madeira, tecidos, papel, etc.) antes de se combinarem com o oxigênio para originar a combustão, transforma-se inicialmente

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em gases ou vapores voláteis para posteriormente entrar em combustão. Outros sólidos primeiro transformam-se em líquidos e posteriormente em gases, para então se queimarem.

Todo material combustível que se gaseifica para combinar com o oxigênio, possui em sua estrutura um ou mais dos seguintes elementos químicos, chamados elementos combustíveis: Carbono, Hidrogênio e Enxofre. Portanto, um material combustível é aquele que contêm na sua composição uma maior quantidade deum ou mais elementos combustíveis.

2.3.2. Combustíveis sólidos especiais.São várias as substâncias sólidas que apresentam riscos especiais de incêndioconforme sua reação pode ser classificada como:

2.3.2.1. Sólidos metálicos.Nestes casos como os metálicos (pirofóricos), são combustíveis em caso de incêndio é proibida a sua extinção com o uso de agua. Pois a agua reage com os metais desprendendo o Hidrogênio, que nesta condição é explosivo e acontece ate na ausência de Oxigênio, reagindo violentamente. Alguns itens já classificados: Sódio, Alumínio em pó, cálcio, Hidreto de sódio, Soda cáustica, Potássio, etc.

De forma semelhante à agua, alguns metais também reagem na presença do oxigênio do ar, quando sua superfície após usinagem ficar exposta ao ar, os riscos ocorrem em função de a quantidade de calor liberado, quando em contato com o ar, como exemplo, o carvão mineral em uma pilha exposta ao sol inicia sua combustão espontaneamente e mesmo sendo apagado, volta a queimar, também ocorre com o fosforo branco e o fosforo vermelho.

Como exemplo característico tem-se o iodo, que se apresenta na forma de cristais voláteis, e que apresenta o risco de explosão, quando misturado a outros produtos. ver capitulo 7 deste trabalho.

2.4. Combustíveis Líquidos.2.4.1. Líquidos inflamáveis.São aqueles que produzem vapores que em contato com o ar, em determinadas proporções e pela ação de uma fonte de calor, incendeiam-se com extrema rapidez. Para isso precisam no mínimo atingir os seu ponto de fulgor. O ponto defulgor é inferior a 37,8°C

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2.4.2. Líquidos combustíveis.São líquidos que possuem pontos de fulgor igual ou superior a 37,8°Cestes para inflamar necessitam inicialmente liberar pelo calor inicial suas substancias voláteis, para posteriormente inflamarem,

2.4.3. Líquidos Voláteis.São os que desprendem gases inflamáveis à temperatura ambiente. Ex.: álcool, éter, benzina, etc., e são muito rápidos para inflamar, pois seu ponto de combustão e ignição estão muito próximos.

2.4.4. Líquidos não Voláteis.São os que desprendem gases inflamáveis à temperaturas maiores do que a do ambiente. Ex.: óleo, graxa, etc., estes para entrarem em combustão precisam ser aquecidos, liberar seu compostos voláteis para então entrar em combustão.

2.5. Combustíveis Gasosos.Gás é uma substancia que no estado físico não tem forma, ocupando o espaço do recipiente que o contem.

O aumento de temperatura intensifica a movimentação das moléculas das substâncias gasosas em face de ser aumentado e a ligação entre elas praticamente deixam de existir, aumentando o volume do gas, e o recipiente ser do mesmo volume inicial, é criada uma pressão proporcional ao incremento de temperatura ‘lei de Boile e Mariot”.

2.5.1. Gás inflamável.É qualquer material que no estado gasoso, e sob temperatura ambiente e pressão atmosférica, queimará quando em contato com uma concentração normal de oxigênio no ar, sob a ação de uma fonte de calor.

2.5.2. Gás inerteÉ aquele que não sustenta a combustão, como, por exemplo, o nitrogênio, o gás carbônico, o argônio, o hélio, entre outros. São usados no controle de riscos muito perigosos, pois este preenchem os espaços do oxigênio substituindo-o por um gásinerte, desta forma não acorrerá combustão.

2.5.3. Riscos dos gases.Os riscos com gases representam um fator de alta importância para os profissionais da prevenção, são eles: combustão, explosão química e física, toxidade entre outros.

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Tendo em vista a sua extensa utilização industrial, domiciliar, comercial e medicinal, seus riscos não se limitam apenas ao local da sua produção, mas na sua utilização, armazenagem, transporte. Em todas estas etapas os operadores convivem com riscos inerentes a seu manuseio.

O perigo dos gases reside, principalmente, nas possibilidades de vazamentos, podendo formar com o ar atmosférico misturas explosivas, toxicas, inertes etc.

Quando escapam, podem facilmente atingir uma fonte de ignição onde se incendeiam rapidamente. Quando isto ocorre, o incêndio só poderá ser extinto após a supressão do fluxo do gás, pois, caso este continue, o gás poderá incendiar-se facilmente ou então produzir uma mistura explosiva com o ar, estabelecendo condições mais perigosas que o próprio incêndio devido a sua periculosidade pois os gases mais pesados (mais densos) tem maior possibilidade de inflamar pois escorrem junto ao piso e as residências serão invadidas pelos gases e fatalmente encontrarão uma chama qualquer, incendiando toda redondeza, como ocorreu na Índia em Bopal com centenas de mortes.

Enquanto os gases pesados se dissipam vagarosamente, embora as correntes de ar possam acelerar a difusão de qualquer gás. O gás canalizado rua (gás natural) e inúmeros outros gases utilizados na indústria são mais leves que o ar e, portanto, dissipa-se mais rapidamente que os vapores dos líquidos inflamáveis mais pesados que o ar (gás liquefeito do petróleo - GLP).

2.6. Terminologia da Combustão.Combustível é o elemento que serve de campo de propagação do fogo. Na natureza têm-se materiais orgânicos, que são todos combustíveis, e os inorgânicos, geralmente incombustíveis nas condições CNPT (condições normais de temperatura e pressão).

2.6.1. Combustível, solido, liquido ou gasosos.Os combustíveis sólidos são os formados por matéria orgânica, como lenha, papel. Etc. Os líquidos são aqueles que em condições normais se mantem no estado liquido, como gasolina, benzina etc. Os gasosos são aqueles que não contem forma definida e sim a forma do recipiente que o contem, suas características foram vistas acima.

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2.6.2. Comburente (Oxigênio)É o elemento ativador do fogo, que se combina com os vapores inflamáveis doscombustíveis, dando vida às chamas e possibilitando a expansão do fogo.

Compõe o ar atmosférico na porcentagem de 21%, sendo que o mínimo exigívelpara sustentar a combustão é de 16%.

2.6.3. Calor.É uma forma de energia geradora do incêndio. É o elemento que dá início ao fogo, é ele que faz o fogo se propagar. Pode ser uma faísca, uma chama ou até um superaquecimento em máquinas e aparelhos energizados, é quantificado tecnicamente em quilocalorias por hora (Kcal/h).

2.6.4. Reação em CadeiaOs combustíveis, após iniciarem a combustão, geram mais calor. Esse calorprovocará o desprendimento de mais gases ou vapores combustíveis, desenvolvendo uma transformação em cadeia ou reação em cadeia, que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra transformação.

2.6.5. Ponto de Fulgor (Flash-point).É a menor temperatura, na qual uma substância libera vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar, logo acima de sua superfície, que se incendiará pelo contato de uma fonte externa de calor. Entretanto, retirada a fonte de calor, a combustão não se manterá devido à insuficiência de vapores liberados a essa temperatura. É também chamado de Ponto de lampejo ou (Flash-point).

2.6.6. Ponto de Combustão (Fire-point)É a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar, logo acima de sua superfície, que se incendiará pelo contato com uma fonte externa de calor, havendo continuidade da combustão, mesmo retirando-se a fonte externa de calor. É também chamado de (Fire-point) ou Ponto de combustão. Normalmente este ponto é ligeiramente superior ao ponto de fulgor.

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2.6.7. Ponto de ignição (Flashover)É a temperatura mínima, na qual os vapores emanados de um corpo combustívelentram em combustão apenas ao contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer fonte de calor externo. Também é conhecido como Ponto de combustão

espontânea ou ponto de autoignição ou (Flashover).Na fase de queima livre, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente. Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma queima instantânea e concomitante desses produtos, o que poderá provocar uma explosão ambiental, ficando toda a área envolvida pelas

chamas. Esse fenômeno é conhecido como (Flashover). Flashover por definição é "a participação repentina de uma área ou compartimento em chamas do piso ao teto causado pelo feedback de radiação térmica “

O feedback de radiação térmica é a energia do fogo que irradia em volta do espaço (volume e conteúdo) do compartimento, das paredes, do piso, e do teto.

2.6.8. Combustão Incompleta Backdraft.Na fase de queima lenta em um incêndio, em não havendo renovação de ar, a

combustão é incompleta porque não há oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre permanece e as partículas de carbono não queimadas (bem como outros gases inflamáveis produtos da combustão) estão prontas para incendiar-se rapidamente, assim que o oxigênio for suficiente. Na presença de oxigênio, estando os corpos combustíveis na sua temperatura de ignição, esse ambiente explodirá,

ou seja, todos os corpos combustíveis, inclusive as partículas em suspensão no ar (poeiras explosivas) entram subitamente em combustão, explodindo em ambiente confinado. Este fenômeno é conhecido como (Backdraft)

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2.6.9. BLEVE ou "Bola de Fogo"boiling liquid expanding vapour explosion.Explosão pela expansão de um liquido armazenado por ebulição em um vaso de pressão.

É uma combinação de incêndio e explosão, com uma emissão intensa de calor radiante, em um intervalo de tempo muito pequeno.

O fenômeno pode ocorrer, por exemplo, em um tanque no qual um gás liquefeito é mantido abaixo de seu ponto de ebulição atmosférico. Se houver um vazamento instantâneo de um vaso de pressão, por

exemplo, devido a uma falha estrutural, todo, ou a maior parte de seu conteúdo, é expelido sob a forma de uma mistura turbulenta de gás e líquido, que se expande rapidamente dispersando-se no ar sob a forma de nuvem. A ignição dessa nuvem gera a "Bola de Fogo", que pode causar danos materiais e queimaduras a centenas de metros distando do inicio, podendo inclusive arrastar o objeto incandescente a distâncias muito grandes.

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3. EXPLOSÕES.Ocorrem frequentemente em unidades processadoras em referência, industrias que processem ou manufaturem produtos que possam evoluir para forma de poeiras eque possuam propriedades combustíveis; é necessário, porém, que as mesmas estejam dispersas no ar e em concentrações adequadas. Isto ocorre em pontos das instalações onde haja moagem, descarga, movimentação, transporte, etc., desde que sem controle de exaustão e que, obviamente, existam os fatores desencadeantes.

Lembramos que nesta revisão no item 7, especifico para explosões com poeiras metálicas estaremos tratando de causas e efeitos bem como do controle e explosões destas, que além de causarem muito mais prejuízo aos armazéns, são também mais difíceis de controlar, e mais fatais aos operadores, em face de seus efeitos tóxicos,térmicos e ou radioativos, em função de suas características inerentes.As explosões acontecem com:

3.1. Poeiras combustíveis.Farinhas de: trigo, milho, soja, cereais, e mais uma grande gama de produtos agrícolas, carboníferos, produtos químicos, fármacos, pigmentos, madeira, metais, couro, resinas diversas, sintéticas e papel, sendo alguns caracterizados no item 4.3.3.deste trabalho, com suas características inerentes aos efeitos de incêndios e explosões.

3.2. Gases Inflamáveis.Inflamáveis, dentro dos limites preconizados na NR.16. – LIE (limite inferior de explosividade) e LSE (limite superior de explosividade). Devem merecer cuidados semelhantes aos das poeiras, observando-se que as suas reações são mais rápidas e devastadoras do que as das poeiras.

3.3. Poeiras Metálicas.As poeiras metálicas objeto do item 7 deste trabalho, que ora adicionamos é um dos itens em que as explosões são mais violentes uma vez que as reações de combustão, muitas vezes ocorrem em ausência de oxigênio, no capitulo 7 esclarecemos de forma ampla todas as reações, segurança e manuseio dos mesmas

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3.4. Explosões Primárias e Secundárias.3.4.1. Primarias.A poeira depositada ao longo do tempo nos mais diversos locais da planta industrial, quando agitada ou colocada em suspensão e na presença de uma fonte de ignição com energia suficiente para a primeira deflagração, poderá inflamar e caso o ambiente seja confinado, poderá explodir após haver gases suficientes no recinto, e ainda persistir o incêndio. Ocorrera então a primeira explosão que agitara o ambiente, colocando mais material em suspensão e novas explosões ocorrerão cada vez mais fortes, passando para outros locais da edificação através de condutos dos elementos de comunicação. Embora a descrição demostre que são varias e sucessivas as explosões, nosso ouvido não consegue diferenciar, pois estão muito próximas umas das outras e ouvimos como um som único e longo.

3.4.2. Secundarias.As explosões primarias, colocam as poeiras depositadas nas estruturas e locais diversos, em suspensão, e estas ao caírem na forma de nuvem de pó, no recinto e encontrarem no percurso o foco calorífico, entram imediatamente em combustão, por terem uma superfície especifica grande em relação ao seu volume e massa, são oxidadas rapidamente aumentando o volume gasoso no local, e este volume por estar contido em um local exíguo, não consegue aliviar as crescentes pressões geradas, culminando com as explosões finais e catastróficas, caracterizada pela resistência do recinto, e dos elementos que interligam os setores, que pode ser um elevador de canecas, uma rosca transportadora, uma rede de dutos de ventilação, etc., ou o próprio recinto onde esta operação gasosa e inflamável se fundem.

Na sequência das explosões iniciais, todas as áreas vizinhas são agitadas pelas vibrações subsequentes. Isto fará com que mais pó depositado entre em suspensão e mais explosões ocorram, cada qual mais devastadora do que a anterior, este fenômeno pode atingir outras unidades do complexo industrial além daquele em que o processo se iniciou. Causando prejuízos irreversíveis ao patrimônio, paradas no processo produtivo. E, o que é pior, vidas são ceifadas ou ficam alijadas de sua capacidade laborativa, com as consequências por todos conhecidas (incapacidades totais e permanentes).

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4. TRANSIÇÃO DE INCÊNDIO A EXPLOSÃO.A mudança de incêndio para explosão pode ocorrer facilmente, desde que poeiras depositadas nas cercanias do fogo sejam agitadas, entrem em suspensão e ganhem concentração mínima. Como o local já contém os ingredientes necessários, o próximo passo é o desencadeamento das subsequentes explosões. Ao contrário, seas poeiras em suspensão causam uma explosão, as partículas de poeira que estãoqueimando saem da suspensão e espalham o fogo. Nestes termos, os danos podem ser consideravelmente maiores, quando o oxigênio é exaurido pelo consumo das reações, além dos gases, permanece o incêndio no local do sinistro com o material não consumido nas explosões, como os grãos de maiores dimensões, e nesta situação, seu controle é de difícil contenção devido aos estragos e dificuldade de chegar aos locais, sem falar na falta de oxigênio consumido e a consequente geração de gases tóxicos.

4.1. Ensaio de combustividade com Poeiras.Este ensaio simples, mas conclusivo feito na própria unidade e rapidamente ,nospermitira obter uma segurança relativa quanto a suas propriedades combustíveis,objeto da investigação ou de prevenção para os trabalhadores e ao patrimônio, e obviamente os cuidados ao manuseá-los. Qualificando e quantificando a geração nas instalações.

O exemplo ilustrado foi obtido em uma de nossas avaliações em campo. Num caso que ocorreu a explosão em silos de armazenagem de malte. Quando da fase inicial a do levantamento de dados, efetuamos este ensaio para que pudéssemos assegurar que se tratava de uma poeira explosiva, uma vez que o incêndio poderia ser criminoso. Posteriormente após a confirmação, passamos ao levantamento de todas as áreas envolvidas, como transportadores, desvios de fluxo, transferências, etc., verificando na ordem inversa ao ponto final que foram os silos dos e alvenaria. E com estes elementos confeccionar o laudo técnico do ocorrido.

Fruto de nosso trabalho, durante um levantamento em que ocorreu explosão com poeiras em silos de armazenagem de malte, onde fomos contratados para investigar o fenômeno que destruiu alguns silos e danificou outros.

O ensaio do produto, foi efetuado a partir de uma amostra do produto através de manipulação, onde foi pesada a amostra com se apresenta no processo, e posteriormente após passar por uma peneira de malha de 70 µ microns obtivemos os seguintes resultados.

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Amostra inicial 500 gr.Poeira peneirada 70 gr.Porcentagem em peso 14%No caso da analise uma indústria que processa 50 T. dia, e a geração é de 7000 kg por dia, que se não capturadas e separadas por sistemas de controle, ficam no ambiente aguardando o momento propicio para entrar combustão e causar uma enorme destruição no patrimônio.

POEIRAS DE MALTE.

Uma analise rápida, porem, conclusiva (se uma poeira pode ser ou não explosiva). Pode ser obtida na maioria das plantas de

armazenamento, como o exemplo acima, tomamos uma amostra do produto e após fazê-los passar por uma peneira de malha

adequada, fizemos sua quantificação em pó e grão, extraindo desta, elementos quantitativos (quantidade de pó da amostra e de produto)

grandes auxiliares no dimensionamento dos sistemas de controle posterior.

Passo seguinte á quantificação é o ensaio de combustividade, onde ambas as amostras pó e grão são colocadas sobre a placa de

amianto do bico de bunsen; o pó, para testar a auto combustão e o grão a combustibilidade, após o aquecimento nota-se pelo

desprendimento de fumaça branca, a emissão dos voláteis, que com mais calor, queima sem contato com a chama, levando também

o grão a queimar.

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4.1.1. Conclusão.Portanto concluímos que a poeira agrícola analisada é combustível e pelos fumos desprendidos, também é explosiva, fato que só confirmou o obvio que foi uma violenta explosão destruindo enormes silos de alvenaria, bem como boa parte do complexo industrial, observando porem, que no quadro do item três, subitem 3.3.3 temos uma tabela de elementos já qualificados em testes da NFPA, e temos ali a confirmação da evidencia levantada.

Poeiras agrícolas Ie. Si. Ge. Pmp Vmp T1 T2 E C P(1)

Malte de cevada 5,5 2,6 2,1 6,7 308 400 250 0,04 57 -

Estudo das consequências deste elementos nas instalações, poderão ser analisados conforme o exemplo enunciado com outros produtos, em nosso exemplo simuladono subitem 4.9. deste item, com o qual pode-se prever os efeitos de uma explosão com este produto, fato que pudemos ter a oportunidade de visualizar e documentar em nosso trabalho.

4.2. Comentários.As misturas combustíveis finamente pulverizadas são, em geral, muito perigosas. Os depósitos de poeiras combustíveis sobre vigas e máquinas em torno dos locais de transferência no transporte e beneficiamento são suscetíveis de incendiar com chamas. Ao entrarem em ignição, as poeiras combustíveis suspensas no ar podem produzir fortes explosões. Por outra parte, se as poeiras são agentes oxidantes e se acumulam sobre superfícies combustíveis, o processo de combustão se acelera consideravelmente no caso de incêndio. Se um agente oxidante finamente pulverizado é misturado com outras poeiras combustíveis, a violência da explosão resultante será muito mais grave do que se faltasse tal agente oxidante. Para sufocar ou deter os incêndios ou deflagrações de poeiras combustíveis se empregam materiais inertes, tais como a pedra cal, gases inertes, etc.

4.3. Combustão espontânea ou autocombustão.Lembramos ainda que uma das causas de incêndios florestais ocorrem por auto combustão quando o material seco ao ser aquecido pelos raios solares, ou outra fonte térmica, cigarro por ex. no primeiro aquecimento, libera suas substancias voláteis, estas tendo sua temperatura de ignição próxima da de liberação gasosa, entra em combustão espontânea, o termo auto combustão significa que os agentes são inerentes ao processo, ocorrem quando todas as variáveis são atendidas pelas condições existentes naquele momento, sem a contribuição humana.

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No caso dos eventos em indústrias, que manipulam produtos com baixatemperatura de ignição ocorre da mesma forma sendo neste caso o agente calorifico uma das fontes de energia presente ao processo, temos alguns exemplos característicos como: uma superfície aquecida, como condutos de vapor, óleo térmico etc. quando poeiras inflamáveis depositam-se sobre elas, ocorre o mesmo fenômeno do sol, só que com energia do sistema. Como ex. temos que o óleoaquecido numa frigideira inflama sem contato com a chama. Em poeiras metálicas o fenômeno é mais comum, pois algumas delas têm temperatura de ignição muito próxima a do ambiente, e pequenas oscilações de temperatura em secadores industriais, podem causar o fenômeno, em função da proximidade das temperaturas de ignição e combustão.

4.4. Explosões na história.Embora as explosões de poeiras tenham se contabilizado desde 1795 e os métodos para controlá-las tenham sido publicados pela mídia da epoca, ainda hoje elas seguem produzindo graves acidentes. Em menos de uma semana, no mês de dezembro de 1977, produziram-se importantes explosões em armazéns de grãos, com 54 vítimas fatais. Nos meses seguintes, foram contabilizadas outras explosões,com número adicional de mortes.

O ensaio acima serve como parâmetro para quantificação do material que é gerado em uma planta, durante sua movimentação e processamento. As imagens foram feitas durante uma análise que efetuamos em indústria que sofreu processode explosão com poeiras. Assim, pudemos definir as concentrações de poeiras passíveis de se formar e, no caso das explosões, quantificar seus efeitos destruidores, como se fosse uma carga explosiva previamente definida para implodir um prédio, uma ponte, etc.

Outros fenômenos documentados mais recentes, podem ser encontrados no site;http://www.csb.gov/ são acidentes acontecidos, documentados e estudados pela CSB, órgão oficial para estudos voltados a explosões com diversas substâncias encontradas em processos industriais, nos Estados Unidos.

Enquanto trabalhávamos neste revisão, Na cidade de Monte Negro, aconteceu uma explosão seguida de incêndio, de difícil controle, que ate o momento, já ceifou a vida de cinco operários, sendo que um ainda permanece, na UTI, veja informações no endereço: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/09/morre-o- quarto-trabalhador-

vitima-de-incendio-em-empresa-no-rs.html

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Observando que o fenômeno envolveu inicialmente uma explosão no setor das peneiras, evoluindo para incêndio na sequência.

4.5. Explosões com metais combustíveis.Nesta revisão, reservamos o capitulo especifico de numero 07 para o estudo deocorrências com metais combustíveis, uma vez que estes episódios podem ser iguaisou maiores que as explosões com materiais na forma de grãos ou madeira, seu manuseio, armazenamento e manipulação merecem cuidados especiais, pois algumas ligas metálicas podem entrar em combustão espontaneamente ao contato com o ar ambiente, seus incêndios, requerem medidas diversas dasconvencionais uma vez que se usando água como agente extintor, podem provocar a quebra da molécula de H2O liberando H2 agente explosivo, ainda com o uso de alguns agentes inertizantes no caso dos metais, podem gerar reações adversas com alguns agentes extintores e amplificar os efeitos devastadores das explosões.

Lembrando que estes produtos por serem agentes pirofóricos, entram em ignição de forma muito simples e seu grau de combustividade é aumentado pelas características dos metais e outros elementos presentes na cena do acidente, necessitando ainda cuidados especiais no seu manuseio, armazenagem e transporte.

Quanto a sua produção manuseio e embalagem, as industrias especializadas, trabalham com pequenas células de operação, distantes umas das outras, pois é impossível conseguir segurança plena e nestes locais, sempre haverá mortes,

Observando ainda que os incêndios são muito mais devastadores que outras poeiras, exigindo técnicas e cuidados especiais, na sua extinção, para não potencializar ainda mais seus efeitos.

4.6. Fatores que influem sobre a explosão de pó.A possibilidade da explosão de uma nuvem de pó está condicionada à dimensão de suas partículas e sua concentração em grs./m³ de ar, às impurezas, à concentração de oxigênio e à potência da fonte de ignição.

As explosões de pó se produzem frequentemente em série. Muitas vezes, a deflagração inicial é muito pequena em quantidade; porém, possui suficiente intensidade para colocar o pó das cercanias em suspensão ou romper peças de

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máquinas ou instalações dentro do edifício, como os coletores de pó, com o que se criam nuvens cada vez maiores, através das quais podem se propagar explosões secundárias e terciárias, cada qual mais devastadora do que a anterior.

Não é raro produzir-se uma série de explosões, as quais se propaguem de um edifício a outro, desde que haja comunicação por elementos de transporte entre eles, como esteiras, tubulações, elevadores de canecas, roscas transportadoras, dentre outros.

O perigo de uma classe determinada de poeira está relacionado com sua facilidade de ignição e com a gravidade da explosão resultante. Para tal, foi desenvolvido nos EUA um equipamento experimental para testar poeiras explosivas, com sensores diversos que permitem conhecer as características das poeiras explosivas. A sensibilidade de ignição se dá em função da temperatura de ignição e da energia necessária, enquanto que a gravidade da explosão vem determinada pela pressão máxima de explosão e pela máxima velocidade de crescimento da pressão. Para facilitar as comparações dos dados de explosividade derivados dos ensaios mencionados, todos os resultados se relacionam com uma poeira de carvão conhecida como “Pittsburg”, tomando-se uma amostra com concentração de 0,5 kg/m3 (kg de pó de carvão por m3 de ar), exceto nas poeiras metálicas.

4.6.1. Dimensões da Partícula.

Quanto menor for a dimensão da partícula de pó, torna-se mais fácil para a nuvem entrar em ignição devido sua baixa densidade, e visto ser sua superfície especifica grande e quando a reação de oxidação é muito rápida entrando em combustão e librando seus voláteis, que serão o estopim das explosões vondouras. As dimensões da partícula influem também sobre a velocidade de crescimento da pressão: para uma dada concentração de pó em peso, um pó formado por partículas grossas mostra uma velocidade de aumento de pressão mais baixa do que o mesmo pó fino. A concentração mínima necessária para que haja explosão, a temperatura de ignição e a energia necessária para a ignição, por sua vez, diminuem conforme se reduz a dimensão da partícula de pó. Numerosos estudos indicam este efeito em grande variedade de poeiras.

A dimensão da partícula faz aumentar também a capacidade elétrica das nuvens de pó, ou seja, o tamanho das cargas elétricas que podem se acumular na partícula da nuvem. Como a capacidade elétrica dos sólidos se dá em função de sua superfície, a possibilidade que se produzam descargas eletrostáticas de

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suficiente intensidade para colocar em ignição a nuvem de pó aumenta ao se reduzir a dimensão média da partícula. Porém, para que se produzam descargas eletrostáticas, são requeridas, dentre outros, consideráveis quantidades de pó em grandes volumes, com forças dielétricas relativamente altas, e consequentemente, longas períodos de relaxação. A causa de uma explosão de pó também pode ser atribuída a outros fatores, a não ser que existam provas definitivas a demonstrar ter sido esta a causa provável.

As dimensões das partículas de poeiras consideradas como explosivas, estão na ordem de 70 mícron ou menores no caso das metálicas, de madeira e agrícolas, sendo para efeito de comparação que 1 mícron é milionésima parte do mm.

4.6.2. Concentração.Como acontece com os vapores e os gases inflamáveis. Existe uma margem específica de concentração de pó dentro da qual pode ocorrer a combustão ou a explosão, nas margens inferiores, faltara o oxidante e nas superiores o excesso não causara explosão devido a insuficiência de espaço entre as partículas, ocorrendo apenas incêndio, que deve ser administrado com cuidado, para que não forme nuvens de pó, pois nesse caso o incêndio evolui para explosão, mesmo em presença do agente extintor.

Os valores da concentração podem se expressar em peso do pó por unidade de volume de ar, embora, ao não se conhecer a dimensão da partícula da amostra, esta expressão seja pouco significativa. Os valores apresentados no ensaio acimaforam obtidos da passagem do pó residual através de uma peneira com malha de200 mesh, que corresponde a partículas Ǿ /ou =74 mícron, tamanho ideal para o fenômeno de explosões. A pureza da amostra, a concentração de O2, a potência da fonte de ignição, a turbulência da nuvem e a uniformidade da dispersão influem também nos limites inferiores de explosividade da nuvem (LIE).

O limite superior de explosividade (LSE) das nuvens de pó não foi determinadodevido a dificuldades experimentais; também se questiona se ele existe para poeiras e, do ponto de vista prático, sua utilidade é duvidosa. As curvas que se obtêm ao relacionar graficamente a Pmp. e a Vmp. com a concentração de material em suspensão, demonstram que estes valores são mínimos no limite inferior de explosividade e que, depois, aumentam até seu valor máximo, ao dar-se a concentração ótima, em cujo ponto começam a diminuir lentamente. Igualmente

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se verifica que a Pmp. e a Vmp. não se dão precisamente em igual concentração. O efeito destrutivo se determina em primeiro lugar pela Vmp.

Observa-se que as explosões mais violentas se produzem com uma concentração ligeiramente superior à necessária para que se tenha a reação com todo o oxigênio existente na atmosfera.

As concentrações menores geram menos calor e criam menores pressões de ponta. Com concentrações maiores das que causam explosões violentas, a absorção do calor pela poeira não queimada devido ao excesso presente no ambiente, bem como seu grau de umidade, podem ser as razões para que se produzam pressões menores de explosão do que as indicadas nas tabelas em referência.

4.6.3. Umidade.A umidade contida nas partículas de pó faz com que seja necessário aumentar a temperatura de ignição, devido ao calor absorvido, para a vaporização da água contida nelas. A umidade do ar tem pouco efeito sobre a deflagração. Depois que se produz a ignição, existe, porém, uma relação direta entre o conteúdo de umidade, a energia mínima necessária para a ignição, a concentração de explosão mínima, a Pmp. e a Vmp. Por exemplo, a temperatura de ignição do amido de milho pode aumentar até 50 º C. com um aumento de umidade de 1,6 a 12,5%. Do ponto de vista prático, a umidade não pode ser considerada como meio efetivo de prevenção contra explosões, pois a maior parte das fontes de ignição proporciona energia suficiente para aquecer e evaporar a umidade que pode estar presente no pó. Para que a umidade seja um meio de proteção provisório, ela deve ser extremamente alta (a partícula deverá estar encharcada), a fim de que o a energia convencional não seja suficiente para a evaporação, volatilização e inflamação da mesma, dai nossa recomendação para que antes de se efetuar soldas ou operações a quente, lavar o elementos com agua abundante.

Industrias têxteis, para segurança contra explosões das poeiras suspensas, fazem uso de humidificadores, para que as poeiras se umedeçam e em caso de uma descarga estática, não ocorra inicio de explosões.

4.6.4. Outras características das poeiras.As poeiras explosivas possuem outras propriedades que serão verificadas no item 10.3.1., em função de características para definir seu comportamento no transporte e separação e cuidados no projeto.

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4.7. Características de Algumas Poeiras Explosivas Ensaiadas nos Laboratórios da NFPA.Nos quadros abaixo, apresentamos as características de poeiras inflamáveis, estudadas nos laboratórios da NFPA., o material ensaiado, é relacionado com o carvão padrão de Pittsburg, sob uma amostra de 0.5 kg. de material por cada m³ de ar. A partir dos dados desta poeira, é que foram construídas as poeiras abaixo, sempre com base no carvão citado, servindo este como elemento de comparação com as diversas poeiras analisadas.

Este carvão serviu de exemplo inicial, em face de diversas explosões em minas da cidade de Pitsburg que trabalhavam com este produto, com muita destruição e mortes de trabalhadores, posteriormente foi criado um departamento para investigar outros tipos de acidentes com materiais inflamáveis e assim se estabeleceram padrões de segurança.

Nomenclaturas usadas e seus correspondentes para todas as tabelas abaixo.Ie. Índice de explosividade (adimensional)Si. Sensibilidade de explosão (adimensional)Ge. Grau de explosividade (adimensional)Pmp. Pressão máxima de explosão, kg/cm2

Vmp. Velocidade máxima de pressão, Kg/cm2

T1. Temperatura mínima de ignição. oC. T2. Temperatura Máxima de ignição. oC.E. Energia de ignição. joulesC. Concentração mínima de pó. Gr./m3

P. % mínima de O2 no ambiente.

A ultima coluna P(1) das tabelas abaixo tem referência a condições especificas para determinados produtos quanto a sua reação, com os agentes referenciados.(1) Os valores destas colunas indicam a porcentagem de oxigênio, enquanto que o prefixo lateral indica o gás diluente. Ex.: C13 = diluição de até 13% de O2 com CO2. Os prefixos são: C= CO2, N= N2, A= Argônio, H= Hélio.(2) Não se produz ignição a 8,3 J. (3) A ignição sobrevém com chama.(4) Designação de riscos por incêndio.

4.7.1. Poeiras Agrícolas.

Poeiras agrícolas Ie. Si. Ge. Pmp Vmp T1 T2 E C P(1)

Açúcar em pó 9,6 4 2,4 7,6 350 370 400(3) 0,03 46,7 -

Algodão bruto 5,1 28 520 - 1,9 519 C21

Alho desidratado 0,2 0,2 1,2 4 91 360 - 0,24 104 -

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Amido de milho 9,5 2,8 3,4 7,4 525 400 - 0,04 46,7 -

Amido de milho malha 325 23,2 4,3 5,4 10 665 390 350 0,03 41,5 C11

Amido de trigo 17,7 5,2 3,4 7 455 430 - 0,03 46,7 C12

Amido de trigo tratado 35 10,6 3,3 8,2 455 380 - 0,03 31,1 -

Arroz 0,3 0,5 0,5 3,3 49 510 450 0,1 88,2 -

Cacau 19% gordura 0,6 0,5 1,1 4,8 84 510 240 0,1 77,8 -

Café Instantâneo 0,1 0,1 4,8 35 410 350 - 290 -

Café torrado 0,2 0,1 2,7 10,5 720 270 0,2 88,2 C17

Canela 5,8 2,5 2,3 8,5 273 440 230 0,03 62,2 -

Casca de amêndoa 0,3 0,9 0,3 7,1 98 450 210 0,08 67,4 -

Casca de amendoim 4 2 2 8,2 560 460 210 0,05 46,7 -

Casca de arroz 2,7 1,6 1,7 7,6 280 450 220 0,05 57 -

Casca de coco 4,2 2 2,1 8,1 2,9 470 220 0,06 36,3 -

Casca de noz de cacau 13,7 3,6 3,8 5,4 231 470 370 0,03 41,5 -

Casca de coco 7,1 3,1 2,3 8,1 329 440 210 0,05 31,1 -

Casca noz preta 5,1 3 1,7 7,9 280 450 220 0,05 31,1 -

Cebola desidratada 2,5 35 410 - - 135 -

Celulose 2,8 1 2,8 9,1 315 480 270 0,08 57,4 C13

Celulose alfa 2,7 4 8,2 560 410 300 0,04 46,7 -

Chá seco 0,1 3,4 28 580 340 -2 - -

Clara de ovo 0,2 4,1 35 610 - 0,7 145 -

Dextrina de milho cru 12,1 3,1 3,9 8,7 385 410 390 0,04 41,5 -

Erva de cereais 0,1 4,6 28 620 230 0,8 208 -

Farinha de alfafa 0,1(4) 0,1(4) 1,2 4,6 77 530 - 0,3 109 -

Farinha de ervilha 4 1,8 2,2 4,8 133 560 260 0,04 51,9 -

Farinha de pinho branco 9,9 3,1 3,2 7,9 385 470 260 0,04 36,3 -

Farinha de soja 0,7 0,6 1,1 6,6 56 550 340 0,1 62,2 C15

Farinha de trigo 4,1 1,5 2,7 6,8 196 440 440 0,06 51,9 -

Farinha semente de algodão 1,1 0,9 1,2 7,3 154 540 - 0,08 57,4 -

Fécula de batata dextrinada 20,9 5,1 4,1 8,4 560 440 - 0,03 46,7 -

Folhas de crisântemo moída 0,4 0,6 0,6 6,7 105 460 210 0,08 104 -

Goma arábica 1,1 0,7 1,6 5,9 105 500 260 0,1 62,2 -

Goma de glúten de trigo - 1 - - - 520 - 0,08 51,9 C15

Grão de café 0,1 0,1 2,3 10,5 650 280 0,3 156 C17

Leite desnatado 1,4 1,6 0,9 6,7 161 490 200 0,05 51,9 N15

Linho verde 0,2 0,7 0,3 7,6 105 430 230 0,08 81 -

Malte de cevada 5,5 2,6 2,1 6,7 308 400 250 0,04 57 -

Milho 6,9 2,3 3 7,9 420 400 250 0,04 57 -

Musgo de turfa seco ao sol 2 2 1 7,3 154 460 240 0,05 46,7 -

Musgo irlandês 2,5 28 480 230 - - -

Palha de trigo 5 1,6 3,1 8,2 420 470 220 0,05 57 -

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Pectina 10,3 2,2 4,7 9,2 560 410 200 0,04 77,8 -

Pele de cítricos 0,6 0,7 0,9 3,6 84 500 330 0,1 62,2 -

Pelugem de celulose 8,7 2,3 3,8 7,8 490 460 260 0,04 57 C13

Pó cereal trigo, milho e aveia

9,2 2,8 3,3 9,2 490 430 230 0,03 57 -

Pó de cortiça -10 3,6 3,3 6,7 525 460 210 0,04 36,3 -

Proteína de soja 4 1,2 3,3 6,9 455 540 - 0,06 51,9 C15

Sacarose 9,6 4 2,4 7,6 350 370 400(3) 0,03 46,7 -

Sacarose pura 3,3 1,1 3 5,3 175 420 470(3) 0,1 46,7 -

Semente erva azul 0,1 0,1 3,6 28 490 180 0,3 301 -

Semente cereja 4,4 2 2,2 7,9 308 430 220 0,08 31,1 -

semente de damasco 1,9 1,6 1,2 7,6 280 440 230 0,08 36,3 -

Sêmola de espiga de milho 5,5 2,5 2,2 8,9 259 450 240 0,05 46,7 -

Talo tabaco 3,7 28 420 230 -2 - -

Trigo bruto 2,6 1 2,6 5 154 500 220 0,06 67,4 -

4.7.2. Poeiras carboníferas.

Poeiras carboníferas Ie. Si. Ge. Pmp Vmp T1 T2 E C P(1)Alcatrão 4 2,8 1,4 5,8 266 630 - 0,03 46,7 -

Alcatrão betuminoso carvão

4 2,8 6,2 420 710 - 0,02 36,3 -

Asfalto de petróleo 6,2 2,8 2,2 6 350 510 550 0,04 36,3 -

Carvão antracita 0,1 0,1 - - - 730 - 0,1 67,4 -

Carvão betuminoso 4,1 2,2 1,8 7,1 280 610 180 0,03 51,9 -

Carvão de Pittsburgh 1 1 1 6,3 161 610 170 0,06 57 -

Carvão vegetal lignito ativado

0,1(4) 0,1(4) - 2,9 7 670 370 - 2074 -

Carvão de mistura de madeiras

1,3 1,4 0,9 5,8 91 530 180 0,02 145 -

Carvão ativado de lodos ácidos de petróleo

0,1(4) 0,1(4) - - - 760 490 - - -

Coque de petróleo 0,1(4) 0,1(4) - - 14 670 - - 1037 -

Eletrodo de carbono 0,1(4) 0,1(4) 2,2 - - - 710 - - -

Crisolita de Utah 1,1 6,9 1,5 5,5 315 580 500 0,03 20,7 -

Grafite 0,1(4) 0,1 - - - -5 580 - - -

Lignito da Califórnia 5 3,8 6,6 560 450 200 0,03 31,1 -

Negro de fumo 0,1(4) 0,1 - - - 730 - - - -

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4.7.3. Poeiras metálicas. Poeiras metálicas Ie. Si. Ge. Pmp Vmp T1 T2 E C P(1)

Sb. (antimônio )96% < 0,1 < 0,1 < 0,1 2,0 21,1 420 330 0,92 0,42 C16

B. (boro) 85% 0,8 < 0,1 < 0,1 6,5 232,2 470 400 0,06 <0,1 -

Cd. (cádmio) pó 98% - - - 0,5 7,0 570 250 4 - -

Co. (cobalto)pó 97.8% - - - - - 760 370 - - -

Cu. (cobre) eletrolítico pó 99,5% - - - - - 900 - - - -

Cr. (cromo) eletrolítico pó 97,5% 0,1(4) 0,1(4) 1,2 3,9 351,9 580 400 0,14 0,23 -

Al. (alumínio) finos escamas A42 >10 7,3 10,2 8,9 1407,4 610 326 0,01 0,045 -

Sn(estanho) pó 96% sb, 2%pb 0,1(4) 0,2 0,3 3,4 119,6 630 430 0,08 0,19 C16

Al(alumínio ) fixo pó pulverizado >10 1,4 7,7 5,9 1407,4 650 760 0,05 0,05 C2

Ti (Titânio) Hidr. (95% ti 308%H2 ) 6 1 6 8,5 844,4 480 540 0,06 0,07 C13

To (Tório) ( Hodrox. 0,94% H2) >10 >10 2 5,7 844,4 260 20 0,002 0,08 C6 N5

U (urânio) Hidróxido >10 >10 1,5 5,2 633,3 20 20 0,005 0,06 N2, A2Zr (zircônio) Hidr. zr 93,6%, H2 2.1% 3,7 1 3,3 6,3 668,5 350 270 0,06 0,085 C8

Fe (ferro) ao Carbono fe 99% 1,6 3 0,5 3,0 168,9 320 310 0,02 0,105 C10

Fe (ferro) red. ao h2 fe. 98% 0,3 0,7 0,4 4,3 154,8 320 290 0,08 0,12 C11

Mg (magnésio) po B >10 3 7,4 8,2 1055,6 560 430 0,08 0,12 -

Mn (manganês) 0,1 0,1 0,7 3,7 344,8 460 240 0,305 0,125 -

Ni (níquel) - - - - - - - - - -

Pb (chumbo) po 99,9% - - - - - 710 270 270 270 270

Se (silêncio) pó - - - - - - - - - -

Si (silício) pó 98% <0,1 <0,1 1,1 5,9 168,9 780 950 0,96 0,16 C15

Ta (tântalo) 0,1 0,1 0,7 3,9 28,1 30 300 0,12 <0,2 -

Te (telúrio) te 98% - - - - - 550 340 - - -

Ti (titânio) pó ti 99% >10 5,4 2 4,9 422,2 330 510 0,025 0,045 N6, A4

To (Tório) O2 1,2% >10 >10 0,8 5,6 387,0 270 280 0,005 0,075 H5

Tu (tungstênio) red c H2 - ((5)) - - - - 430 - -

U (urânio) pó >10 >10 0,9 4,9 351,9 20 100 0,045 0,06 N1, A2

V (vanádio) pó V 86,4 <0,1 <0,3 <0,2 4,0 70,4 500 490 0,06 22 C13

Zn (zinco) zn 97%, pb 2% <0,1 <0,1 <0,1 3,5 119,6 690 540 96 46 N9

Zi (zircônio) com O2 0,3% 1,3 1,1 1,2 6,3 344,8 350 600 0,12 0,045 H (5)

LIGAS METALICAS Ie. Si. Ge. Pmp Vmp T1 T2 E C P(1)

Al Co (60-40) 0,4 0,1 3,5 6,5 774,1 950 570 0,1 0,18 -

Al Cu (50 - 40) 0,3 - 0,9 6,7 281,5 - 830 - - -

Al Li (li - 15%) 0,6 0,3 1,9 6,8 422,2 470 400 - - -

Al - Mg (Dowmetal) >10 2,9 4,5 6,1 703,7 430 480 0,08 0,02 ((7)

Al Ni (58- 42) 0,6 0,1 4,1 6,8 703,7 950 540 0,08 0,19 -

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Al Si (si - 12%) 3,6 1,3 2,9 6,0 527,8 670 - 0,06 0,04 -

Fe Mg (médio ca) 0,4 0,4 1 4,4 351,9 450 590 0,08 0,13 C19

Fe Si (si 88%, Fe 9%) <0,1 <0,1 0,2 4,9 70,4 860 - 0,4 0,425 C19

Fe Ti (ti 19%, Fe 74,1%, C 0.06) 13 0,5 2,6 3,9 668,5 370 400 0,8 0,14 C13

Silicato de Ca 2 0,4 5 6,1 914,8 540 540 15 0,06 -

4.8. Concentração de o2, turbulência e efeito de gases inflamáveis.As variações da concentração do O2 afetam a facilidade de ignição das nuvens de pó e suas pressões de explosão. Ao diminuir a pressão parcial de O2, a energia necessária para explosão aumenta; a temperatura, também; e as Pmp., diminuem. O tipo de gás inerte empregado como diluente para reduzir a concentração do O2 tem um efeito aparentemente relacionado com a capacidade molar.

A combustão do pó se produz na superfície das partículas. A velocidade de reação, portanto, depende do íntimo contato do pó com o O2. Por este motivo, o fator turbulência propicia explosões mais violentas do que as ocorridas em atmosferas mais tranquilas.

A adição de uma pequena quantidade de gás inflamável à nuvem de pó põe em ignição o aerossol resultante, reforçando a violência da explosão, sobretudo a baixas concentrações. As Vmp. resultantes são mais altas do que as previsíveis em condições normais. Sem contar o pó, a fração restante do total do combustível suspenso no ar, representada pelo vapor inflamável, estaria, por si só, abaixo de seu (LIE). Em algumas operações de secagem que impliquem na evaporação de uma substância inflamável extraída da poeira combustível, se produzem explosões muito mais violentas do que as consideradas apenas pelo vapor inflamável. Têmacontecido, ainda, explosões em misturas de vapor inflamável-pó combustível-ar em que a proporção da mistura de ar vapor estava abaixo do (LIE). Ante tal situação, é necessário prever medidas de proteção especial, tal como a diluição com gás inerte, utilização de supressores de explosão, instalação de elementos de ventilação de grandes dimensões e adoção de métodos cuidadosamente estudados deeliminação da eletricidade estática (aterramento).

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4.9. Fontes de Ignição das Nuvens de Poeira.As nuvens de poeira podem incendiar-se pela ação de chamas abertas, luzes, produtos defumadores, arcos elétricos, filamentos incandescentes, faíscas de fricção, condutos de vapor de alta pressão e outras superfícies quentes, faíscas eletrostáticas, aquecimento espontâneo, solda e corte oxi-acetilênico e faíscas procedentes destas operações. A maior parte das temperaturas necessárias para pôr em ignição as nuvens de pó, que está nas tabelas, situa-se entre 300 e 600 º C. e a grande maioria das potências está entre 10 e 40 milijoules.

Comparando-se estes dados com as energias de ignição necessárias para inflamar vapores, que são de 0,2 a 10 milijoules, verifica-se que as poeiras necessitam de 20 a 50 vezes mais energia do que para os gases.

Como a temperatura e a fonte de ignição necessárias para explodir poeiras são muito mais baixas do que as produzidas pela maior parte das fontes de ignição comuns, a eliminação de todas as fontes é um principio básico na prevenção de acidentes por explosão. Estas fontes estão identificadas e descritas nas normas NFPA.

4.10. Materiais Inertes.A presença de um sólido inerte na poeira reduz a combustividade do mesmo, pois absorve calor. Porém, a quantidade necessária para impedir a explosão é considerada maior do que as concentrações que podem ser encontradas ou toleradas como corpos estranhos ao processo. A adição de corpos inertes reduz a Vmp. e aumenta a concentração mínima de pó necessária para a explosão. Um exemplo é a pulverização de rocha nas minas de carvão para impedir as explosões das poeiras combustíveis. Geralmente a pulverização se faz na entrada das minas com uma concentração de poeira de rocha de 65% da quantidade total do pó.

O gás inerte é eficaz na prevenção das explosões de pós, uma vez que dilui o O2 a uma concentração muito baixa. Ao selecionar o gás inerte mais adequado, deve-se cuidar para que este não reacione com o pó; é o caso de certas poeiras metálicas que reacionam com o CO2 ou com o N2. Neste caso, deve se usar o Hélio (He) ou Argônio (A).

4.11. Fenômenos da explosão.Os itens abaixo, definidos quando dos ensaios das poeiras nos laboratórios da NFPA, visam levar ao leitor informações pertinentes aos resultados obtidos, para que possam

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ser qualificados e quantificados, os danos resultantes nas instalações, ver exemplo aplicado no item 6. ANÁLISE DE UM MODELO SIMULADO.4.11.1. Efeitos da velocidade de aumento de pressão.A Vmp. pode definir-se como a relação entre o aumento de pressão de explosão e o período de tempo em que sucede. É o fator mais importante para avaliar os riscos de uma poeira e determinar a gravidade da sua deflagração.

Também é importante como dado para calcular as dimensões dos elementos de ventilação para casos de explosão. Uma Vmp. (velocidade máxima de aumento de pressão) demasiadamente alta indica, com frequência, que a instalação dos elementos de ventilação são ineficientes. Os dados empíricos de ge. (gravidade de explosão) tabelados acima são indicadores de grande valor na análise do projeto.Índices entre 2 e 4 demonstram a necessidade de elementos de ventilação muito grandes, além de cuidado da resistência do edifício e dos equipamentos das máquinas. Um índice maior do que 4 exclui, na maioria dos casos, a possibilidade de projetar-se um sistema de alívio de explosões e exige o emprego de dispositivos de proteção com o uso de gases inertes e outros sistemas de supressão de explosões.

4.11.2. Pressões Internas.As pressões mostradas nas tabelas acima são, em sua grande maioria, maiores do que 3,5 kg/cm2 e, em alguns casos, chegam a 7 kg/cm2. Considerando que uma parede comum é projetada para resistir a pressões de 0,07 kg/cm2, fica evidente que não seria prático construir edifícios que pudessem resistir a tais fenômenos.

Uma das razões pelas quais o grau de destruição de muitas explosões de pó não chega a ser maior reside no fato de que o pó não se encontra dispersado uniformemente através do volume circundante. Raras vezes se incendeia uma nuvem de pó em condições ideais para a formação de pressões observadas empiricamente.

4.11.3. Efeitos da duração da sobre pressão.O tempo durante o qual a sobre pressão atua sobre o espaço circundante está intimamente relacionado com a pressão máxima e com a velocidade máxima de aumento de pressão. A área que fica abaixo da curva de pressão-tempo determina o impulso total exercido. O impulso total, e não a força exercida em um dado momento, é que determina a grandeza da destruição. A relação entre a destrutividade e o impulso total demonstra, em parte, porque as explosões de pó,

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que, em geral, têm velocidades de aumento de pressão mais baixas do que as explosões de gases, podem ser mais destrutivas.

4.11.4. Deflagração e detonação. Fenômenos das explosões em função de suas velocidades atingidas durante o fenômeno.

4.11.4.1. Deflagração.É o fenômeno de explosão que ocorre com velocidade de chama de 1 a 100 m/s e é o que acontece com maior frequência nas indústrias.

4.11.4.2. Detonação.É o fenômeno de explosão em que a velocidade da chama é igual ou superior à velocidade do som, chegando aos 1000 m/s. No caso das explosões em cadeia, a deflagração inicial evolui para detonação nas fases posteriores.

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4.12. Destrutividade Das Explosões De Poeiras.Embora a destrutividade das explosões de poeiras dependa fundamentalmente da Vmp., outros fatores intervêm, como a pressão máxima desenvolvida durante o fenômeno de sobre pressão, o grau de confinamento do volume da explosão e a concentração de oxigênio.

Explosões recentes causadas por poeiras de cereais. Neste caso, os danos provocados foram aos pavilhões, aos equipamentos de beneficiamento e aos elementos transportadores, o que evidencia que a explosão iniciou dentro, internamente, ganhando propagação e aumentando seus efeitos até atingir os pavilhões, que foram os últimos atingidos pela explosão.

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5. GASES TÓXICOS. As chamas e os efeitos do aumento de pressão numa explosão não são os únicos problemas a enfrentar. Na atmosfera do evento ocorre uma deficiência de oxigênioe a formação de gases tóxicos em virtude da combustão, particularmente o CO(monóxido de carbono). A concentração de gás pode ser suficientemente alta durante alguns momentos e, assim causar inconsciência, ainda que momentânea àspessoas presentes e conduzi-las à morte por asfixia.

Desta feita, o ingresso nestes locais só deve acontecer após um incêndio por pessoas treinadas e com equipamento autônomo de ar mandado.

Quando em ocorrências que envolvam metais, combustíveis os cuidados são maiores uma vez que as reações causadas por extintores inadequados podem amplificar potencialmente os efeitos desastrosos.

No item 7 deste trabalhos que ora inserimos, apresentamos as diversas formas e elementos compatíveis para o controle dos incêndios com estes produtos, e que ao se lidar com metais, o profissional precisa estar bem atualizado quanto a seu manuseio, e segurança de estocagem, transporte etc., enfim são produtos de critico controle.

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6. ANÁLISE DE UM MODELO SIMULADO:

Um dos locais mais suscetíveis a eventos desastrosos nas plantas de grãos são ostúneis subterrâneos, com a movimentação e transporte dos cereais sob as moegas de grãos. Nestes, estão localizados os transportadores responsáveis pelo recolhimento do cereal e seu destino à planta. Durante a movimentação e as mudanças de direção, os grãos se fragmentam, gerando, pelo atrito entre eles, uma poeira muito fina e muito inflamável. Este é o local onde mais ocorrem acidentes com explosõesnas plantas da agroindústria. Isto ocorre porque tais indústrias não estão providas de equipamentos de controle de emissões aéreas localizadas, e o pó gerado com o tempo vai se depositando sobre as estruturas, o piso e as paredes. Quando movimentado e em presença de calor, pode evoluir para explosões.

6.1. Simulação de uma Explosão com Poeiras de Cereais.Este exemplo visa levar ao leigo o conhecimento de situações que, quando ocorrem,provocam estragos imensos e até a morte de ocupantes. O modelo testado representa um túnel de moega de grãos com dimensões usuais. A conclusão deste exemplo visa conduzir o leitor aos valores das explosões causadas pelo crescimento das ondas geradas e contidas pelo túnel. Como dimensões, adotaremos um túnel de movimentação com 2 m de altura por 1,5 m de largura por 30 m de comprimento, localizado sob as moegas, a uma profundidade que varia de 6 a 20 m.

Para caracterizar bem nosso exemplo e suas consequências, adotaremos quatrotipos de poeiras, comuns nestas plantas da agroindústria: arroz, milho, soja e trigo.Os dados informados na tabela N.º I, em negrito, foram retirados das tabelas anexas a este trabalho, da NFPA no item 6.5.4. tabela de poeiras explosivas.Dados:Túnel de descarga da moega com: 2 x 1,5 x 30 m.Volume interno do túnel = 90 m3

Área interna das paredes do túnel = 210 m2

Peso de Mat. = Material necessário para uma explosão =Conc. x v.Observar que este volume é considerado em toda extensão do túnel, e embora parecendo muito é uma valor muito aquém dos que se encontram depositados ao longo do tempo.

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arroz = 50,3 x 90 = 4527grs. ou 5,57 kg. de pó por explosão.milho = 25 x 90 = 2250 grs. ou 2,25 kg. de pó por explosão.soja = 35,5 x 90 = 3195grs. ou 3,195 kg. de pó por explosão.trigo = 65 x 90 = 5850grs. ou 5,87 kg. de pó por explosão.

P.Int. = Pressão interna exercida no sistema pela explosão = Pmp. x 10 = Kg/m2

P.par. = Pressão exercida nas paredes durante a explosão = Pmp. x S/1000 = Toneladas Força sobre a superfície do túnelP.h. = Pressão da explosão sobre o homem com S=1m2 = Pmp./1000 = Toneladas Força exercida sobre um operário envolvido no evento.

6.2. Tabelas de referência do fenômeno causado pelos poeiras dos quatro grãos simulados.

- - - Kg/cm2 Kg/cm2 ºC Joules Gr./m3

Tipo de pó Ie Si Ge Pmp Vmp T E Conc.Arroz 0,3 0,5 0,5 3,3 49 510 0,10 50,3Milho 6,9 2,3 3,9 5,27 218,15 480 0,04 25Soja 0,7 0,6 1,1 6,6 56 550 0,10 35,5Trigo 2,6 1,0 2,6 6,43 154,8 500 0,06 65

Tabela I

Kg. kg./m2 Ton. Ton.Tipo de pó P.mat. P.int. P. par P.h. ie si ge.

Arroz 5,6 33 6930 33 M M MMilho 2,25 52,7 11067 74 F F MFSoja 3,2 66 13860 66 M M FTrigo 5,9 64,3 13503 68 F F MF

Tabela II “Efeito das explosões do exemplo”

Tipo da Explosão ie. si ge.(P) Pequena 0,1 0,2 0,5(M) Moderada 0,1 - 1,0 0,2 - 1,0 0,5 - 1,0(F) Forte 1,0 - 10 1,0 - 5,0 1,0 - 2,0(MF) Muito forte 10 5,0 2,0

Tabela III, “definição para análise comparativa”, parâmetros de comparação.

6.3. Conclusões:.3.1. Ordem De Grandeza Dos Produtos.Comparando os nossos valores com os índices da tabela parâmetro, temos que: “ie”(índice de explosividade) sequência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.

“si” (sensibilidade de ignição) sequência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.

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“ge” (grau de explosividade) sequência em ordem crescente: arroz, soja, trigo e milho.

Concluindo que o pó de milho é o que produz efeitos mais catastróficos no túnel analisado, seguido pelo trigo, pela soja e pelo arroz (menor índice), lembrando que mesmo assim causam resultados significativos.

Na tabela acima indicamos a quantidade mínima de pó para uma explosão, porem com sabemos o material dentro do túnel depositado ou no piso, era muita vezes superior, desta feita embora todo ele não tenha participado da explosão, evolui ao final para incêndio ate sua extinção.

A tabela I apresenta a compilação dos dados conforme as tabelas de propriedades dos cereais, anexas a este trabalho (item 6.5.4);

A tabela II retrata nosso exemplo para as situações adotadas; e A tabela III compara os dados e indica, para cada produto, seu grau de segurança,a ser observado na proteção.

6.4. Efeitos Nos Trabalhadores Presentes no Túnel.Antes de tecermos nossos comentários, anexamos a esta um quadro resumo dos efeitos das explosões nos elementos envolvidos em sinistros quando presentes no local do sinistro, e de se notar, que invariavelmente acontecem óbitos pelas diversas situações elencadas na sequencia, e objeto de investigações pós sinistros nestes tipos de atividades.

Abaixo informamos as consequências que sofreriam os trabalhadores que estivessem presentes no túnel quando da explosão.

6.4.1. Efeito De Explosões Sobre Os Trabalhadores Presentes.Pressão ( Bar ) Para Pessoas0,35 3500 mmCa Limite ruptura tímpano0,70/0,85 7000 a 8500 mmCa Limite danos nos pulmões1,05/1,4 10500 a 14000 mmCa Ruptura tímpano 50% casos2,11/2,95 21100 a 29500 mmCa Limite mortal2,95/4,00 29500 a 40000 mmCa Morte 50% dos casos4,0/5,0 40000 a 50000 mmCa Morte 100% dos casos

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6.5. Consequências.Em nosso exemplo, com pressões internas de até 3,3 kg/cm² ou 30000 mmCa,teríamos a morte de 50% dos envolvido na planta de arroz; nas demais, todos morreriam.

6.5.1. Danos Ao Patrimônio.Efeito De Explosões Em Estruturas PRESSÃO ( bar ) Efeito em<0,07 700 mmCa Quebra de vidros0,07/0,150 700 a 1500 mmCa Destruição de galpões0,15/0,250 1500 a 2500 mmCa Remoção de batentes0,20/0,30 2500 a 3000 mmCa Esmagamento de tanques0,35/0,50 3000 a 5000 mmCa Ruptura de estruturas de madeira0,50/0,90 5000 a 9000 mmCa Destruição de prédios0,90/2,00 9000 a 20000 mmCa Ruptura de estruturas de concreto

Nesta planilha, face às pressões atingidas às edificações ao final, e como se demostra acima, os elementos da indústria envolvida foram destruídas de forma irremediável.

6.5.2. Processos e Origens de Acidentes Recentes.PROCESSO % FONTE %Armazenagem 21,3 Faísca metálica 29,6Moagem 13,1 Ptos. incandescentes 9,3Transport. mecânicos 11 Desc. eletrostática 9,3Filtragem 11 Fricção 8,9Secagem 8,6 Chama aberta 8,2Combustão 6,2 Superfícies aquecidas 6,5Mistura 5,2 Autocombustão 5,8Polimento, Revto. 5,2 Soldagem 8,2Outros 18,6 Outros 14,1

Total 100% total 100%

6.5.3. Da Simulação.No nosso exemplo prático, todos os materiais analisados seriam catastróficos para as edificações, equipamentos e participantes do evento, confirmando o acidente ocorrido por ocasião do trabalho pericial.

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7. METAIS COMBUSTÍVEIS.7.1. Considerações Iniciais.Quase todos os metais podem queimar ao ar livre, Alguns se oxidam rapidamente em presença do ar ou unidade, gerando suficiente calor para alcançar suas temperaturas de ignição; outros se oxidam tão lentamente que o calor gerado é dissipado antes que atinjam sua temperatura de ignição. Alguns metais como: Magnésio, Titânio, Sódio, Potássio, Cálcio, lítio, Háfnio, Zircônio, Zinco, Tório, Urânio e Plutônio, são denominados tecnicamente como metais combustíveis devido sua facilidade de ignição, quando se encontram em forma de laminas, limalhas ou em pó, observando que estes materiais, em forma de perfis como: chapas, tarugos aminados, perfilados etc., são de difícil combustão.

Certos metais como Alumínio, Ferro e Aço, que normalmente não são combustíveis, podem entrar em ignição e queimar se estiverem na forma fina ou pulverizada ou ainda em pó um exemplo típico é a palha de aço, que se aquecida por uma chama viva entra em combustão ate sua extinção.

A dimensão forma e quantidade e o tipo de liga, são fatores importantes na avaliação de riscos quando processados.

As nuvens de pós da maior parte dos metais, em suspensão ao ar são explosivos e de difícil extinção após seu inicio, e ainda atingem temperaturas elevadas que podem consumir edifícios inteiros em curtos espaços de tempo.

A Combustividade das ligas metálicas difere amplamente em função dos elementos que as constituem. Os metais na forma fina ou em pó tendem a reações espontâneas de combustão necessitando inclusive de condições especiais para transporte e armazenamento inclusive usando gases inertes em suas embalagens.

Os metais quentes ou em combustão, podem reacionar violentamente quando entram em contato com outros materiais, como os agentes extintores de líquidos inflamáveis ou materiais combustíveis comuns.

Alguns materiais como Urânio, Tório e Plutônio, em combustão emitem radiações ionizantes que complicam ainda mais sua extinção ao introduzir um agente radioativo no ambiente em questão.

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As temperaturas dos metais em combustão, geralmente são muito mais elevadas que a dos líquidos inflamáveis nas mesmas condições. Alguns metais quentes podem continuar sua combustão em atmosferas inertes como Nitrogênio, Dióxido de Carbono ou vapor de água nas quais os combustíveis convencionais não reacionam.

Neste item veremos métodos de armazenamento, manipulação e transporte visando impedir sua ignição, proteção patrimonial e operacional, também o seu risco durante manuseio, e processamento nas indústrias de transformação.

As propriedades destes materiais a quente ou em combustão são muito complexas, o Titânio em combustão, produz muito pouca fumaça, enquanto que o Lítio, produz fumos densos e em quantidade, algumas poeiras umedecidos em água como o Zircônio queimam com violência quase explosiva enquanto que o mesmo pó ao ar queima lentamente o Sódio se funde ao queimar e o Cálcio não. Alguns metais como o Urânio, começam a queimar após longa temporada ao ar úmido, se a exposição for ao ar seco é difícil entrar em combustão.

Desta forma o combate aos incêndios com metais é muito complexa e exige conhecimentos específicos dos bombeiros para contenção, segurança dos trabalhadores e das instalações. Quando se trabalhar com metais diferentes dos aqui abordados, é conveniente que se prepare os bombeiros especializados mediantes praticas especificas empregadas em metais para evitar riscos interagentes com determinados agentes de extinção.

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7.2. Temperaturas de: fusão, ebulição e ignição de metais puros e sólidos.Em face destes dados serem informados em função de situações ocorridas, não são precisas, portanto os valores devem ser apenas orientativos e aproximados.

Metal puro Ponto de fusão Ponto de ebulição Ignição do metalAlumínio 660 2452 >1000*Bário 725 1140 175*Cálcio 842 1441 704Háfnio 222 5399 -Ferro 1535 3000 930*Lítio 186 1336 180Magnésio 650 1110 623Plutônio 640 3316 600Potássio 62 760 69*SSódio 98 880 >100Estrôncio 774 1150 720*Tório 1844 4500 500*Titânio 1727 3260 1593Uranio 1132 3816 <3813Zinco 419 907 900*Zircônio 1830 3577 1400*

(*) Ignição em presença de oxigênio. (S) ignição espontânea ao ar úmido.

7.3. Propriedade dos principais metais combustíveis.As principais propriedades dos metais combustíveis a se verificar quando de seu manuseio, diferem de metal para metal, pois reagem diferentemente ante aos agentes extintores.

7.4. Magnésio (MG).Propriedades: A temperatura de ignição do material bruto é muito próxima a da de fusão 650oC., porém, quando na forma de limalhas ou poeiras podem entrar em ignição a partir de 500oC. O magnésio se encontra no comercio sob diferentes designações, mas nuncapura, e sim em ligas metálicas como: alumínio, manganês, zinco, sua temperatura de ignição fica mais baixa ainda chegando a 400oC.

Como acontece com outros metais combustíveis sua facilidade de ignição depende da forma e dimensão da partícula. Peças pequenas e finas como laminas, chips,aparas, ou poeira podem entrar em combustão com a simples chama de uma vela, enquanto peças maiores ou fundidas são difíceis de inflamar, inclusive com frente ao fogo de um maçarico, devido a alta condutividade térmica do material, para inflamar é necessário aquecer a peça inteira ate seu ponto de ignição.

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Chips, limalha e outros finos de metais, podem entrar em combustão ao contato com os panos e estopas de limpeza embebida em contaminantes da limpeza. Os que estejam umedecidos com água, óleos solúveis em água, ou óleos com mais de 0.2% de ácidos graxos, podem gerar H2, lentamente. As rebarbas empapadas com óleos vegetal ou animal podem entrar em ignição pelo óleo que possuem. Os finos das operações de moagem geram H2 , quando submersos em água, porem, nesta condição podem inflamar. Levemente umedecido em água, podem gerar calor suficiente para entrar em combustão espontânea ao ar e queimam violentamentequando se extrai o O2 da água, liberando H2.

Os métodos convencionais, para extinção dos incêndios, não funcionam adequadamente com metais combustíveis. O magnésio em combustão reaciona violentamente com tetracloreto de carbono, a água pulverizada aumenta a intensidade dos incêndios de limalhas do metal.

7.4.1. Armazenagem: Quanto maior seja uma peça de magnésio, maior a dificuldade de incendiar, porem,quando ocorre, queima intensa é difícil controlar a reação. A norma NFPA 48 éespecifica para este metal. Esta norma inclui a recomendação de quantidades máximas de magnésio em diferentes formas e dimensões que podem ser armazenadas em uma condição especifica. É ainda aconselhável que o local onde se armazenam este metal não seja construído de materiais combustíveis ao magnésio e devera ainda estar isolado de outros materiais combustíveis.

Peças fundidas leves devem ser separadas de materiais combustíveis, no caso de finos secos dispersos sobre as peças é preferível o armazenamento em recipientes cobertos não combustíveis e dispersas em galpões cobertos e resistentes ao fogo.

Devido à possibilidade de gerar H2 e aquecimento espontâneo dos finos umedecidos com refrigerantes que não sejam óleos minerais neutros devem ser armazenados ao ar livre.

7.4.2. Riscos do processo industrial:Todas as operações mecânicas de transformação com ligas de magnésio podemgerar calor suficiente para que as peças resultantes do processo entrem em combustão, se o fio da ferramenta estiver gasto ou rombudo, ou quando se empregar fluidos de corte a peça deve estar seca e o lubrificante deve ser óleo mineral. O emprego de água ou emulsões de água e óleo é perigoso, pois os finos de

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magnésio geram H2 e se entrarem em combustão queimam de forma mais violenta que o material seco. Tanto máquinas como o local onde se processam estas operações deve ser constantemente limpo e os resíduos colocados em toneis de aço ou materiais não combustíveis, fechados e retirados da edificação. Nunca permitir que se formem nuvens deste pó, pois é muito reativo e cria violentas explosões. As maquinas do processo devem possuir captores do material fraturado e descartados em filtros de mangas ou lavadores de ar. Os moldes de fundição devem estar perfeitamente secos para evitar explosões ao se derramar o metal fundido sobre elas.

No tratamento térmico de peças acabadas, cuidar para que a temperatura do processo esteja aquém da temperatura de ignição da liga. Não devem ser tratados em banho de sais de nitrato, pois podem reacionar e explodir com violência.

7.4.3. Controle de incêndios com magnésio:O magnésio e suas ligas apresentam problemas na luta contra incêndios, pois combinam com tanta facilidade com o oxigênio do ar e em certas condições água empregada em sua extinção, que podem se decompor em seus elementos formadores, oxigênio e hidrogênio, fazendo com que o oxigênio se combine com o magnésio, e o hidrogênio contribuiria com a intensidade do fogo em sua reação. Nenhum dos gases inertes é suficiente para evitar o fogo, pois a afinidade deste metal com o oxigênio é tanta que pode queimar em atmosfera inerte de CO2, e também em atmosfera de inerte de N2, nunca deve ser usado água e soluções aquosa ou gases inertes, para seus incêndios. Não devem ser usados também extintores que contenham halogêneos que reacionam violentamente ao combinar com o cloro do agente.

Os métodos de extinção dos incêndios deste metal dependem grandemente de sua conformação, é necessário mudar o ponto de orvalho durante a usinagem para não haver formação de água durante a usinagem, pois esta reagiria com o metal das partes usinadas e se iniciaria a combustão, evitar ainda a formação de nuvem quando na forma de poeira durante a extinção de um foco de fogo, pois contribuiria para uma violenta explosão.Os focos de fogo deste material em seu inicio são simples de erradicar, separando todo o material em volta do foco, deixando que uma pequena quantidade seja consumida, a rapidez ao ataque, é crucial, deve haver splinkers automáticos com alarme, ao mesmo tempo em que atuam no foco, embora a água usada possa aumentar a intensidade da combustão, servira para resfriar as estruturas e máquinas das adjacências de danos graves, a água abundante exceto nos moldes em

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fundição, baixando a temperatura do metal abaixo de sua temperatura de ignição, e o fogo se extingue rapidamente, evitando que os jatos de água sejam muito finos e em pequenas quantidades que pode aumentar a intensidade do fogo.

Os fogos em fornos de tratamento térmico devem ser combatidos com pós e gases criados especificamente para eles, a utilização de fundentes para separar o ar do metal em combustão, tem sido bem aceita nestes incêndios.

7.5. Titânio (Ti).Propriedades.O titânio é classificado como metal combustível, semelhante ao magnésio; neste caso, também o tamanho e a forma das partículas determinam suas características combustíveis.

As peças fundidas e outras de grandes dimensões não o são combustíveis em condições ordinárias, as rebarbas finas, limalhas e poeiras, são facilmente combustíveis, e uma vez iniciado geram grandes quantidades de calor, os ensaios demonstram que rebarbas e limalhas finas podem entrar em combustão com o calor de uma vela comum, e as maiores com uma chama Bunsen.

As limalhas e rebarbas de espessura entre 0,8 e 5 mm., são consideradas difíceis de entrar em combustão, a não ser que haja poeiras finas do metal entre as peças maiores, pode ocorrer incêndio iniciado com as poeiras presentes, que depois passam as peças maiores.

De outra forma o titânio na forma de pó fino, tanto em nuvens como em camadas depositadas, não entram em autocombustão espontânea diferindo nesse aspecto do zircônio do plutônio e outros metais auto combustíveis.

As temperaturas de ignição das nuvens de polvo de titânio suspensas no ar oscilam entre os 320 e 580°C. e as do titânio em camadas depositadas, entre os 390 y os 550°C.

Os pós de titânio podem entrar em ignição em atmosferas inertes de dióxido de carbono o de nitrogênio. As superfícies de titânio tratadas com acido nítrico, que contenham de 10 a 20% de oxido nitroso, se tornam pirofóricos e podem ser explosivas.

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Em certas condiciones não usual, as peças de titânio podem entrar em combustão espontânea ao contato com oxigeno líquido, e detonar ao impacto. Tem-se observado ainda que em presença de eletricidade estática, pode ocorrer ignição espontânea em atmosferas de O2 puro a pressões de -25 atm.

Se o O2 puro estiver diluído aumenta a pressão necessária para que aconteça a ignição porem nunca ocorreu a O2 inferior a 35%. Outro requisito para que ocorra o aquecimento espontâneo, é que a superfície esteja recém-usinada limpa, e em condições dinâmicas como as criadas por ventilador, já ocorreram igniçõesespontâneas a pressões menores que 3 atm. e a concentração menores que 35%,após iniciada a combustão pode permanecer a valores de O2 bem abaixo de 35%.

7.5.1. Armazenagem, manipulação e transporte do titânio.As peças fundidas de titânio, e seus lingotes são muito difíceis de incendiar e manter a combustão não existindo restrições ou recomendações especiais para seu armazenamento. Os finos da sucata e o esponjoso, em troca requerem cuidados especiais, quanto à armazenagem, devido a possível geração de H2 quando úmidas e ao aquecimento espontâneo, quando umedecidas em óleos animais ou vegetais, se recomenda a armazenagem a céu aberto e longe das habitações e edifícios.

Não existe restrição para o transporte do titânio, exceto na forma de pó fino, que requer cuidados específicos, conforme legislação vigente dos países.

7.5.2. Riscos do processo industrial do titânio.O risco principal se da em presença de água durante a colagem (verter o metal fundido no molde). Para diminuir o risco os moldes devem estar bem secos preliminarmente tomar medidas para recolher derrames eventuais com proteção por vácuo ou gás inerte.

O calor gerado durante as operações de corte, furações, fresa, etc., podem gerar energia suficiente para que o metal entre em ignição em seus restos gerados nas operacoes, bem como por lubrificantes de corte a base de oleo mineral, portanto para reduzir o calor gerado, deve-se usar um lubrificante a base de agua, e as ferramentas devem estar sempre bem afiadas. Os chips de metal e poeiras devem ser removidos da área de trabalho, e armazenados adequadamente, as maquinas operatrizes devem ser providas de sistema de exaustão por ventilação com captores adequados, para que os resíduos gerados sejam imediatamente retirados do local da operação, evitando assim o risco de combustão.

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Em banhos desengraxantes com ácidos minerais ou sais alcalinos fundidos deste metal, pode haver reação violentamenta gerando temperaturas elevadas, ja ocorreram que folhas deste material ao serem retiradas dos banhos, entrarem em combustao, risco que pode ser superado, com cuidado nas temperaturas dos banhos.O contato do titânio com o acido nítrico ao roxo fumegante tem causado violentas explosões em laboratórios. Tem ainda ocorrido explosões deste metal em fornos a arco elétrico, para fundir um eletrodo em um cadinho refrigerado em seu interior, a formação de arcos descontrolados, pode afetar o isolamento de cadinho, causando perfurações que deixam vazar a água para dentro do forno que explodem violentamente, portanto fundir este metal requer cuidados específicos em função da periculosidade apresentada.

7.5.3. Controle de incêndios com titânio.Ensaios recentes com peças de titânio dispostas em pilhas e latas abertas demonstraram que a pulverização com água grossa é um meio eficaz e seguro para extinguir incêndios de pequenas quantidades deste material em forma de rebarbas.

Os extintores de CO2, espuma e produtos químicos secos, não são efetivos sobre fogos de titânio, porem obteve-se bons resultados com agentes extintores criados especialmente para os incêndios do magnésio.

O procedimento mais seguro para o combate de um fogo em que haja pequenas quantidades de pó de titânio é contornar a parte incendiada com pó especial para incêndio de metais e permitir que o fogo se extinga por si só, uma vez consumido ocombustível presente, o fogo este logo termina. Deve-se cuidar para impedir a formação de nuvem de pó durante o procedimento, pois poderá haver violentaexplosão.

7.6. Sódio (Na).Em temperatura ambiente, o sódio oxida rapidamente ao ar úmido, porem não ocorre combustão espontânea, exceto na forma dos finos, que aquecido ao ar seco incendeia a temperatura próxima de seu ponto de ebulição (890oC), quando iniciada a combustão queima rapidamente apresentando densos fumos de oxido de sódio. Em atmosfera ambiente e temperatura ligeiramente superior a seu ponto de

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fusão 98o C. entra em combustão ao contato com pastilhas de oxido de sódio o que representa poder inflamar a temperaturas inferiores a de seu ponto de ebulição.

O principal risco destes incêndios é sua rápida reação com água, o H2 liberado na reação pode entrar em ignição pelo próprio calor da reação, pode também reacionar violentamente frente a hidrocarbonetos halogêneos como o tetracloreto de carbono, halogêneos com Iodo e com acido sulfúrico, tendendo para explosões,caso estejam confinados.

7.7.Lítio (Li).Como o sódio e o potássio é um metal alcalino, reage semelhantemente ao sódio em água, entra em ignição a 180o C. e queima violentamente. O lítio de forma diversa do sódio e do potássio, queima em atmosfera de Nitrogênio N2. O lítio é o mais leve destes metais, durante sua combustão tende a fundir e tornar-se fluido.

7.8. Potássio (K).Suas características são muito semelhantes a do sódio, sendo este mais reativo. Sua reação entre estes e os halogêneos é mais violenta, em caso de reação com bromo pode detonar, explode em contato com acido sulfúrico, diferente do que ocorre com sódio e potássio, forma peróxidos que podem reacionar violentamente com contaminantes orgânicos.

7.9. Ligas Sódio-Potássio: (NaK).O termo NaK é usado em todas as ligas sódio potássio. Estas ligas diferem entre si no ponto de fusão, porem, todas são liquidas ou fundem a temperaturas muito próximas das do ambiente. Possuem os mesmos riscos dos elementos que as compõe, exceto que as reações são mais violentas, fugas deste liquido a pressão elevada, entram em combustão espontânea.

7.10. Cuidados.7.10.1. Armazenagem manipulação e transporte:Devido a sua reatividade frente à agua, o sódio requer precauções especiais para impedir que entre em contato com a umidade dos tambores e caixas com este material, devem de preferência ser armazenado em local seco e resistente ao fogo ou em um edifício que seja utilizado exclusivamente para o sódio, a proteção com sprinklers é indesejável, e não devem ser armazenados com qualquer material combustível no mesmo local, é conveniente armazenar as embalagens de sódio

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cheias ou vazias no mesmo espaço, todos os recipientes devem ser apoiados em calços, não devem existir tubulações de agua quente ou fria no local bem como redes de vapor, porem o edifício deve ser mantido a uma temperatura que nãopermita a condensação devido as trocas da condição atmosférica. É tambem desejavel que haja ventilação natural pelas cumieiras do telhado para dispersar qualquer quantidade de H2 gerado no ambiente pelo contato acidental do sodio com a umidade.

Para armazenar grandes quantidades de sódio, é recomendável que sejam feitas ao ar livre sobre uma superfície limpa, em tal tipo de instalações neste as embalagens devem ser hermeticamente fechadas, e o espaço entre o material e a tampa deve ser preenchido com uma atmosfera de N2, para o litio a atmosfera deve ser de argonio ou Helio.

As recomendacões para litio, potassio e NaK, sao as mesmas que para o sodio.

O transporte do sódio seco costuma ser feito em toneis ou barris impermeáveis de aço lacrado, em grandes quantidades deve ser transportado em vagões cisterna,para carga e descarga destes vagões, a temperatura interna deve ser elevada ate seu ponto de fusão 98oC, o que se consegue com óleo térmico através das serpentinas do vagão, e a transferência é feita por bombas a vácuo e o espaço vago deve ser preenchido com nitrogênio o sistema deve prover ainda um sensor de nível e de pressão do compressor.O sodio pode ainda ser transportado em latas metalicas de 1 litro, e cobrindo o material com um solvente organico e colocando cinzas de soda. As latas podem ser transportadas em caixas de madeira com peso maximo de 45 kg.

As ligas liquidas de sódio, podem ser transportadas em embalagens metálicas de pressão comprovada, acolchoadas com material não combustível e embaladas em caixas de madeira pode-se ainda transportar a capacidade máxima do vagão ou do caminhão sempre e quando se empregue barris ou toneis especiais de aço para o transporte de pequenas quantidades de sódio solido do armazém ate o local de trabalho, é recomendado embalagem metálica bem fechada. O sodio deve ser retirado do armazem em pequenas quantidades e quando nos postos de trabalho deve permanecer em recipiente fechado em querozene o oleo apropriado. Devido sua grande afinidade com a umidade atmosferica inclusive se guardado em recipiente adequado, as embalagens nao devem ser abertas com batidas na tampa em face da possivel presençade hidrogenio que pode inflamar.

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Os requisitos para o transporte do litio, Nak, e potassio são semelhantes ao sodio e para cada caso, devem observar as normas dos departamentos de transpote dospaises em que tenham que circular.

7.10.2. Riscos do processo industrial.O sódio é um elemento muito importante como condutor de calor a altas temperaturas. A elevada temperatura das válvulas de escape faz com que algumas delas sejam ocas, tendo no interior sodio que, fundido a cerca de 100 °C e deslocado pelo movimento alternado da válvula, permite que o calor gerado se dissipe rapidamente e a válvula seja sujeita a um menor desgaste.

O sódio é aplicado na produção de ligas metálicas utilizadas para transferência de calor em reatores nucleares aos geradores de vapor (neste ultimo processo como em qualquer outro em que se empregue sódio fundido em grande escala, qualquer fuga que haja no processo pode gerar incêndio) e em sínteses orgânicas. Já os seus sais, são empregados na fabricação de papeis, sabões e vidros. Além de ser empregados na indústria petroquímica e como tempero para comidas (NaCl).

Quando se usa sódio fundido em processos industriais, todas as maquinas devem ser providas de bandejas para recolher qualquer derrame ao piso, para impedir violentas reações com o concreto. Os processos com sódio consistem essencialmente na refundição para formar barras ou briquetes ou agrega-los a outros líquidos em sistemas fechados de transferência. Durante esta manipulação, deve evitar-se a todo custo o contato com o ar úmido, água, halogêneos hidrocarbonetos halogêneos, e acido sulfúrico.

Os dados fornecidos para o sódio podem servir como guia para os processos de lítio, potássio e NaK.

7.10.3. Controle de incêndios destes materiais.Nunca se deve utilizar para estes elementos agentes extintores comuns tais com agua, espumas, e liquidos vaporizaveis, devido as grandes reações provocadas com os metais ao contato com os agentes extintores sao efetivos certos pós secos especiais (essencialmente grafiticos) idealizados para o controle de incendio de metais, assim como a areia seca o cloreto de sodio seco, e cinza de soda seca, estes materiais finamente pulverizados cobrem como uma manta a parte incendiada enquanto fazem com que o material esfrie abaixo de sua temperatura de ignição. O sodio que queima no interior de um aparelho pode extinguir-se em

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gearal si se fecham todas as aberturas. Tambem é efetivo o recubrimento do local com uma camada de nitrogenio. No caso do litio deve-se usar atmosferas de helio e argônio.As recomendações para a extinção fogos de sodio são aplicaveis aos de litio e NaK e potassio. Dos metais citados somente o potassio forma superoxidos durante a combustão. Como este produto é um forte agente oxidante, apresenta riscos que merecem uma atenção especial durante a limpeza posterior ao incêndio.

7.11. Zircônio (Zr).7.11.1. Características do metal.A combustibilidade do Zircônio, como os demais metais combustíveis, aumenta com a redução da partícula, porem, fatores como a umidade reduzem a ignição. Em grandes massas, o zircônio pode resistir a elevada temperatura sem entrar em combustão, porem, na forma nuvens de poeira com partículas menores que 3 mícrons, podem entrar em ignição a temperatura ambiente. As nuvens de pó deste metal, quando em partículas maiores que 3 mícrons, podem entrar em, combustão se existir uma fonte adequada em atmosfera de Co2 ou N ou ao ar ambiente. Ensaios tem demonstrado que camadas de pó com 3 ou menos mícrons acumuladas ao longo do tempo, são susceptíveis a combustão espontânea ou auto combustão, sendo os fatores mais importantes ao fenômeno a umidade e a espessura da camada. O aquecimento espontâneo e a ignição, também são prováveis em laminas, limalha e sucatas finas, quando misturadas com finos do metal. Camadas de pó com partículas maiores que 6 mícrons, podem entrar em combustão a temperaturas de 190 G.C. A combustão do pó de zircônio ao ar, é estimulado na presença de pequenas quantidades de agua. O zircônio finamente pulverizado e imerso em agua é difícil de incendiar, porem iniciado o processo, queima com violência e com mais intensidade que ao ar livre.

Pecas de zircônio de tamanho considerável não entram em combustão espontânea em condições ordinárias, porem, podem queimar quando uma superfície livre de oxigênio seja exposta a concentrações de oxigênio suficientes altas, sujeitas a pressões ideais para iniciar o processo. A explicação desta reação é a mesma que a dada com reação ao titânio. Os incêndios de zircônio, com (titânio e háfnio) alcançam temperaturas muito altas e com poucos fumos.

Existem ocorrências de explosões enquanto se dissolvia zircônio em mistura de acido sulfúrico e acido de potássio, durante o maceramento em acido nítrico e durante o tratamento com tetracloreto de carbono e outros materiais que contenham algum

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halogêneo. Tem ainda ocorrido explosões espontâneas na manipulação de resíduos de zircônio contaminado e finamente pulverizado em úmido.

7.11.1.1. Armazenagem, manipulação e transporte do zircônio.As peças fundidas deste metal, não requerem precauções especiais, para seu armazenamento já que estas peças de grandes dimensões podem resistir a altas temperaturas sem queimar. Sua poeira, no entanto é muito combustível, motivo pelo qual se costuma armazenar estas em latas de 4 litros no máximo com um conteúdo de agua de pelo menos de 20% em volume sendo aconselhado o transporte ao mínimo na forma manual.

Os armazéns de poeiras de zircônio, devem ser construídos resistentes a incêndios e estar providos de portas de alivio de tensões para desafogar possíveis explosões. As embalagens devem ser dispostas com espaço entre elas, para evitar umas as outras em caso de inicio de combustão, bem como facilitar a inspeção visual para corrosão. Na fabrica devem ser eliminadas as embalagens que contenham pós e que estejam armazenadas há mais de 6 meses ou oxidadas.

O pó do zircônio e o lodo do mesmo podem ser transportados em embalagens de vidro ou de polietileno, introduzidos em recipientes de metal ou caixas de madeira.

7.12. Háfnio (Hf.Este metal é semelhante a outros metais combustiveis, quando suas dimensões estão relacionadas ao tamanho da perticula. Barras, lingotes e peças de grandes dimensoes, mesmo aquecidas a altas temperaturas, sem que entrem em combustão, porem, as virutas, limalhas se incendeiam facilmente. Nuvens de pó, podem explodir em atmosfera de CO2, N ou ao ar, particulas maiores que 20 mícrons, podem explodir nestas atmosferas de forma expontanea.

Ao entrar em ignição este metal queima com pouca chama, porem, com emissao de grande quantidade de calor. A não ser que esteja desativado, na forma exponjosa, pode entrar em combustão expontânea.

O háfnio é pouco mais reativo que o titanio e o zirconio de forma semelhante. O pó úmido de háfnio reaciona com agua para formar o gás Hidrogênio, porem, a temperaturas comuns, esta reação não é suficientemente perigosa para fazer com que o hidrogênio queime, em certas condições, contudo pode esperar-se que aconteça explosão violenta, na formação do vapor de agua.

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7.12.1. Armazenagem, manipulação e transporte do háfnio: As recomendações para o armazenamento do háfnio, são as mesmas que para o zircônio, o pó do zircônio seco ou na forma de esponjoso devem ser transportados em latas metálicas dentro de embalagem de madeira ou em paletes de madeira.

O transporte dos pós deste metal segundo regulamentação internacional exige um conteúdo de 25% de agua em seu interior, que reduz a possibilidade de ignição durante o transporte.

7.12.2. Riscos dos processos industriais.Sempre que viável, o pó de zircônio deve ser manipulado em liquido ou sob atmosfera inerte. A manipulação dos pós de háfnio ou zircônio ao ar livre podemgerar eletricidade estática com carga suficiente para sua ignição. O pó do háfnio não é muito inflamável, porem, em certas circunstâncias podem entrar em ignição com força explosiva.

Para impedir o aquecimento perigoso durante as operações de corte fresa etc., deve-se prover a usinagem com óleo mineral ou refrigerante a base de agua. Em algumas operações mecânicas, a superfície cortante devera estar totalmente imersa. As aparas e limalhas devem ser recolhidas constantemente e armazena-las em latas com agua. Os casos em que os subprodutos sejam pó deve haver coletores contínuos de preferencia lavadores que separe e armazene os pós fora da zona de trabalho.

De maneira geral as poeiras de zircônio e háfnio são semelhantes quanto àsprecauções para os trabalhos de transformação.

7.12.3. Controle de incêndios zircônio e háfnio.Os fogos em peças de grandes dimensões do zircônio podem ser combatidos com agua. Em algumas simulações, foi verificado que a descarga com agua pulverizada não contem efeitos adversos sobre limalhas do zircônio em combustão. Ao abrir-se um sprinkler diretamente em cima de uma caixa metálica com o produto em combustão, cria-se uma breve chama forte e o fogo continua queimando no interior da caixa, com um forte jato de agua, que transborda do cilindro o fogo apaga.

Em caso de incêndio com pequenas quantidades de pó ou limalhas de zircônio, pode circundar-se a zona de incêndio com uma barreira de pó extintor especifico para impedir a proliferação do fogo e aguardar que se extinga. Alguns pós especiais tem sido usados com sucesso na extinção dos fogos destes metais. Na presença de

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pó de zircônio o pó extintor deve ser aplicado de forma a não permitir que se forme nuvem do pó do metal pois há risco de explosão nesta forma. Si o incêndio se produz em ambiente confinado, pode ser debelado com atmosfera de argônio ou hélio.

7.13. Cálcio (Ca)Propriedades.A inflamabilidade do cálcio depende do grau de umidade atmosférica, se entra em ignição em atmosfera de ar úmido, queima sem fluidificar-se a uma taxa inferior que o sódio. Decompõe-se em agua e produz hidróxido de cálcio e hidrogênio que pode entrar em combustão. Os pós-finos de cálcio podem entrar em combustão espontânea ao ar livre. O bário e o estrôncio são muito semelhantes ao cálcio nas propriedades citadas.

7.14. Zinco (Zn.Propriedades.Este metal não apresenta riscos sérios quando na forma de chapas, peças fundidas e outras de grandes dimensões são difíceis de queimam porem, quando em combustão as peças queimam de forma violenta. A maior parte das poeiras de zinco reacionam violentamente com agua formando hidrogênio e se nesta reação a quantidade de calor gerado for suficiente para entrar em combustão pode ocorrer o fogo. Nuvens de pó de zinco entram em ignição a 600 G.C., em combustão nestas circunstancias gera uma considerável de fumos metálicos.

7.15. Armazenagem, manipulação e transporte do cálcio e zinco.O armazenamento, manipulação e transporte o magnésio é aplicável ao cálcio e zinco.

7.16. Metais normalmente não combustíveis.7.16.1. Alumínio.O alumínio nas suas formas convencionais, chapas, perfilados, fundidos etc., necessitam de uma temperatura de ignição tão alta que impede que sua combustão seja um fator determinante na maioria dos incêndios. Em compensação, suas aparas e cavacos finos estão sujeitos a inflamabilidade semelhantes aos de magnésio. O alumínio em pó ou escamas, em troca pode ser explosiva vide tabela item 6.1.1. acima.

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Devido às altas temperaturas necessárias de ignição e menor afinidade com o oxigênio, o alumínio não apresenta os mesmos problemas descritos pelo magnésio, embora tenha algumas propriedades similares somente para incêndios com estes metais, quando na forma de pó ou finamente pulverizados. Em troca, os elementos prediais em alumínio como aberturas e janelas, podem derreter rapidamente durante um incêndio, dando a impressão de estar queimando.

Em casos em que o alumínio substitui ligas ao aço ou ao cobre, sua temperatura inferior de fusão é um fator importante quando a resistência às temperaturas a incêndios seja essencial. Neste caso é aconselhável buscar informação das temperaturas das ligas quando necessário para que seja garantida a resposta adequada à segurança do processo.

Coberturas de galpões com telhas de alumínio apoiadas diretamente em suportes estruturais, sem fechamento intermediário, durante um incêndio, podem fundir permitindo que as aberturas criadas sejam usadas pelos bombeiros para injetar os líquidos extintores necessários e também servir de área de ventilação do incêndio. Em contra partida as telhas de alumínio, ao serem aquecidas perdem a resistência e não devem ser usadas para acessar o local sob pena de caírem dentro do local do incêndio.

Em caso de substituição de telhas metálicas de aço, por telhas de alumínio, é importante verificar e considerar as diferentes resistências dos materiais, inclusive considerando as temperaturas de fusão, que são bem menores que as de aço.

Atualmente se tem empregado tubos de alumínio em substituição aos de cobre em instalações de gases inflamáveis, embora em muitos aspectos sejam perfeitamente aptas para o uso, devem fazer-se as considerações adequadas com respeito a sua menor temperatura de fusão. Vários incêndios em aeronaves têm sido atribuídos a falhas de tubulações em ligas de alumínio de paredes finas, empregadas em linhas hidráulicas que contenham líquidos inflamáveis. Sob pressão, o curto circuito faz saltar arcos elétricos nestas tubulações derretendo o alumínio e deixando escapar o liquido inflamável. 7.16.2. Ferro e aço.Em considerações normais estes metais não são considerados combustíveis. Em pecas grandes como elementos estruturais, pecas de ferro fundido etc., geralmente não ardem em incêndios comuns. O aço em forma de lã fina como o bom bril ou na forma de pó, na presença de uma fonte suficiente grande, pode entrar em combustão. Tem-se noticias de incêndios provocados em sucatas de aço e outros

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dejetos finos que presumivelmente possuíam uma certa quantidade de óleo lubrificante e quem sabe outros materiais contaminados com outros materiais combustíveis que facilitaram a combustão. Também tem ocorrido incêndios por auto combustão em fitas e cavacos umedecidas com agua em locais fechados, tais com porão de navios. O ferro puro tem uma densidade de 7,86 g/cm³ e ponto de fusão de 1540 CG. O aço estrutural. comum tem um ponto de fusão de 14300 C. sua resistência quando submetido a temperaturas de incêndio, fica comprometida devendo ser revista quando em locais passiveis de incêndios.O efeito do calor sobre o ferro fundido varia segundo o caráter do ferro. Algumas pecas em ferro fundido, projetadas para emprego em altas temperaturas, como por exemplo barras de fornos para sustentação de pecas podem resistir a altas temperaturas sem deformar.

Algumas ligas de aço projetadas para altas temperaturas podem resistir ao calor ao roxo, sem perda de seção e resistência. Estas ligas devido ao custo, são empregadas em aplicações industriais especificas nas quais é necessário manter as características sob temperaturas elevadas durante largos espaços de tempo.

7.16.3. Metais radioativos.Para todos os efeitos práticos a radioatividade não influi, nem afeta as propriedades de combustão do metal. Entre os metais radioativos se incluem os que possuem esta propriedade de forma natural, como por exemplo, o Uranio e o Tório e os produzidos de forma artificial como o Plutônio e o Cobalto-60. Qualquer metal pode fazer-se radioativo. Como a radioatividade não é alterada pelo fogo, a radiação continua, embora o metal radioativo se disperse durante o incêndio. Os fumos procedentes dos incêndios dos materiais radioativos causam frequentemente mais danos a os bens que o incêndio propriamente dito. Os danos, em troca não são físicos, mas a contaminação radioativa que impede o emprego das instalações por seres humanos ate que seja totalmente descontaminado. Sem duvidas o risco existe, como temos presenciado em usinas nucleares, desta feita ao trabalhar com este metais, é importante o conhecimento profundo de sua manipulação ver (handling of radiation emergencies).

Os metais radiativos naturais com o Uranio se encontram em uma combinação de átomos de dimensões ligeiramente diferentes, chamados isótopos. Visto que a reatividade de cada um destes isótopos é diferente, deduzindo-se que os riscos de uma amostra de uranio podem variar segundo a composição isotrópica, que por sua vez podem alterar os procedimentos especiais. Em troca o conteúdo isotrópico de uma amostra de uranio altera a natureza e grandeza dos riscos da radiação, porem

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não, as propriedades químicas ou de combustão do metal. Isto é valido também com respeito ao tório e plutônio. A planificação na previsão de um incêndio tem importância especial onde se manipulem matarias radiativos

O uranio, o plutônio e o tório empregados em reatores nucleares podem acumular níveis de reatividade consideravelmente altos. Alguns reatores nucleares empregam sódio metálico fundido como refrigerante , e ao cumprir esta função, o sódio se faz radiativo. Afortunadamente, os requisitos de proteção contra incêndios coincidem geralmente com os que necessitam, por razoes do próprio processo.

7.16.4. Uranio.O uranio normal é um metal radioativo que, também, é combustível. Sua radioatividade não afeta não afeta sua combustibilidade, embora possa repercutir nos volumes das perdas pelo incêndio. A maior parte do uranio metálico se manipula em grandes massas que não apresentam riscos graves. Quando entra em ignição, o metal queima muito devagar. Uma barra de 25 mm. de diâmetro necessita de um dia para ser consumido. Em ausência de fortes correntes de ar, o fumo do oxido de uranio tende a depositar-se nas zonas próximas ao metal em combustão. A não ser que esteja banhada em óleo, uma massa de uranio queima sem que haja chama visível. O uranio queimando reaciona violentamente com o tetracloreto de carbono, com o 1,1,1 tricloroetano e com os halogêneos. Para seu emprego em reatores produtores de energia, os elemento s combustíveis do uranio se encontram sempre encerrados em uma cobertura metálica, geralmente de zircônio ou de aço inoxidável..,

O uranio particulado se incendeis facilmente e os rejeitos produzidos nas operações de corte, fresa etc., entram em combustão espontânea, para evitar este efeito armazena-se as pecas banhadas em óleo seco. O pó procedente da moagem chega a entrar em combustão mesmo sob a agua produzindo incêndios espontâneos em recipientes de lixo expostos por longos períodos ao ar úmido. As peças de maiores dimensões devem ser aquecidas totalmente para alcançar a temperatura de ignição. A maioria dos pós, aparas e retalhos de uranio reacionam lentamente com agua formando hidrogênio. As superfícies de uranio tratadas com acido nítrico concentrado podem explodir ou entrar em combustão espontânea em presença de ar.

7.16.5. Tório. O tório como o uranio é um elemento natural.

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São conhecidos como materiais fonte, visto que são matérias básicas a partir das quais se produzem os combustíveis para os reatores nucleares.Na forma de poeira exige técnicas especiais de manuseio em função de sua baixa temperatura de ignição. Deve ser manipulado a seco em atmosferas de hélio ou argônio. O pó do metal seco não deve ser colocado em contato com o ar devido ao fato de o atrito entre suas partículas gerar energia estática suficiente para entrar em combustão.

O tório em pó é compactado normalmente em forma de pastilhas de 30 g. desta forma pode ser armazenado com segurança ou empregar-se em ligas com outros matais. As pastilhas de tório mal compactadas, ao absorver oxigênio e nitrogênio do ar, podem gerar calor suficiente para colocar o metal ao roxo o recipiente de aço que o contenha.

7.16.6. Plutônio.O plutônio, bem com o uranio, é um metal radioativo e combustível. Sendo mais suscetível ignição que o uranio é manipulado a distancia em suas operações de transformação, em atmosfera de ar seco ou com gás inerte. Quando na forma de pó ou limalhas, pode entrar em combustão espontânea em ar úmido.

O plutônio, não deve ser exposto a agua, em parte devido aos princípios da prevenção de incêndios. Em pecas grandes, entra em ignição a 600oC.e queima de maneira parecida com o uranio, diferenciando-se pelo impacto dos fumos, que são radioativos e provocam a contaminação aérea da região, difícil de controlar e danos ao meio ambiente e a população envolvida.

Em face destas de suas propriedades, este metal, não deve ser armazenado no mesmo local e em grandes quantidades, pois os impactos seriam de grandes proporções, este metal quando em combustão espontânea, deve deixar queimar ate que se consuma, controlando as difusões do fogo e da contaminação radiológica.

O uso de agentes extintores é deve se basear em produtos renomados e com experiência, uma vez que alguns podem interagir com o mesmo e provocar reações adversas e muitas vezes trágicas.

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8. MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES DE POEIRAS.8.1. Equipamentos auxiliares nas medidas de segurança.Industrialmente, precauções devem ser tomadas na presença de fontes de igniçãojunto á poeiras explosivas. Em alguns casos, as mesmas estão presentes por fazer parte do processo, como é o caso dos secadores de cereal que usam o fogo direto na secagem. A proteção não poderá ser obtida após o início de uma explosão ou incêndio, mas devera ser debelada pelas brigadas, perdendo o conteúdo do interior, caso haja poeiras explosivas junto aos grãos, poderá haver explosões.

Portanto, conclui-se que não pode ser feita uma generalização de métodos de proteção em relação ao risco de explosão, porque tais métodos dependerão das propriedades da poeira, tipo de projeto, planta industrial, equipamentos existentes, risco de instalações vizinhas e valor do equipamento em risco.

Por estes motivos, os métodos estão agrupados em onze categorias segundo da técnica atual, mas os mesmos não são todos alternativos: alguns, se usados em conjunto, podem conferir mais segurança à indústria em foco ou ao contrario ampliar seus efeitos catastróficos.

8.1.1. Incêndios.Lembrando que incêndios sempre são o inicializadores das explosões, embora de difícil visualização, a não ser que se faça um teste como o indicado no item 4.1. exemplo numérico, onde pode-se notar nas imagens que inicialmente ocorre um emissão gasosa, causado pela emissão de seus voláteis, na forma de uma fumaça, que ao atingir sua temperatura de ignição, inflama, e quando em contato com uma nuvem de poeira explode, em micro explosões sucessivas até atingir uma valor significativo para causar uma explosão mais forte que normalmente sacode as estruturas provocando a suspensão das poeiras depositadas em forma de pó, ai acontece então uma explosão mais violenta que percorre as instalações provocando outras cada vez mais fortes e destrutivas.

Como se vê, sempre ocorrera um incêndio, e desta forma nos incêndios, já conhecemos bem as formas tradicionais de controle pelas brigadas de incêndios, porem, estes controles, sejam basicamente os com agua e extintores tradicionais, o uso da agua, resulta em um posterior processo de limpeza demorado e com muitas perdas de patrimônios diversos, que serão inutilizados de forma irreversível.

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Estes equipamentos hoje disponíveis, tiveram sua fase inicial com o halogêneos, que hoje tem sua confiabilidade comprometida em face da camada de ozônio, que hoje merece novo enfoque, com a produção de gases e químicos usados na extinção num processo limpo, que além de não destruir itens perecíveis, não compromete os trabalhadores e os bens patrimoniais de elevado valor material e histórico.

Desta forma nestas situações devemos nos voltar a esses produtos quando houver risco de perdas, estes equipamentos hoje disponíveis, permitem uma contenção limpa dos riscos de incêndios com rápido retorno das atividades cotidianas.

Nos próximos itens deste capitulo, fazemos menção a eles, pois embora o enfoque principal sejam as explosões, elas não existem sem um incêndio inicial, e mesmo assim, em face da rápida evolução das explosões, os sistemas para eficiência total também deve conter os supressores para que as explosões não avancem para outros locais causando grandes destruições na edificação.

Abaixo apresentamos os principais recursos para o controle dos incêndios e explosões, no estado do conhecimento da atualidade, lembrando que os profissionais da área, devem sempre ser assessorados por profissionais qualificados quando da seleção deles, pois as consequências

8.1.2. Confinamento.Quando se produz uma explosão de pó, em ambientes confinados, formam-seprodutos gasosos e a liberação de calor, que faz aumentar a temperatura do ar contido no recinto. Como os gases expandem-se ao aquecerem, exercem pressões crescentes no espaço circundante, e quanto mais resistentes forem estes, maiores serão os efeitos das explosões, a não ser que hajam áreas de alívio suficientes para evacuar os gases quentes antes que atinjam níveis de pressão destrutivos.

Desta forma, um sistema de alívio adequado deve ser previsto, para saída dos gases formados, a baixa pressão, evitando danos maiores. Em algumas situações, estas medidas não são práticas, sendo aconselhado processar estas operações em ambientes abertos, atmosferas inertes ou supressores automáticos. Os supressores consistem em um sistema formado por detectores de pressão ou de chamas e um agente extintor confinado e submetido a pressão continua caso por um detector do sistema veja uma chama, o disparo, abre uma válvula de derrama no recinto onde ocorreu o evento uma quantidade de produto gás inerte ou pó químico, que

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eliminam todo oxigênio do ambiente evitando sua propagação no local e interromper a propagação a demais locais da edificação.

8.1.3. Inertização.Uma das medidas adotadas para reduzir os efeitos das explosões é a inertizaçao, isto é a injeção de um gás inerte, ou um pó químico, que reduz drasticamente a quantidade de oxigênio presente no espaço, chamamos atenção que poeiras metálicas, não podem ser consideradas numa primeira hipótese, pois pode reagir com agentes inertizantes bem como com agentes de extinção daí termos acrescentado o capitulo especifico de

metais e seu controle nestes riscos, o disparo é feito por um sensor colocado dentro do local a ser protegido, nos dois casos, com pó químico ou gás inerte.

Os ensaios levantados com amido de milho indicam redução do O2 na atmosfera de trabalho, e uma mistura de poeira inerte ou a umidificação no pó combustível reduzem a Pmp. e a Vmp (pressão e velocidades máximas de explosão).

8.1.4. Supressores.De forma semelhante, pode-se usar os supressores limpos, que atuam com um produto químico tipo pó, que ao ser derramado no ambiente, reaciona com os gases reagindo com o oxigênio presente na mistura e impedindo desta forma a continuidade do fogo ou da explosão. Adiante no determos para esclarecimentos sobre estes produtos disponíveis no mercado.

Estes agentes são de muita utilidade no controle de incêndios, em locais, onde hajam objetos de valor histórico ou patrimônios da humanidade, bem como para arquivos de informática. Uma vez que estes supressores são sistemas

contra incêndios limpos, não comprometendo objetos que estejam participando do incêndio, uma simples limpeza, deixa aaarea livre para continuar suas atividades. Ao contrario do que acontece quando se usa agentes extintores a agua ou a base de agua, que muitas vezes compromete a integridade dos objetos que estão nos

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ambientes expostos ao fogo e posteriormente à ação dos agentes que podem danificar irreversivelmente a qualidade dos mesmos.

8.1.5. Discos e janelas de ruptura.Atualmente pode-se contar com vários tipos de sistema de alivio da explosão ou sobre pressão, os de alta pressão, para tubulações cilíndricas, que pode ser colocado em qualquer trecho da rede entre flanges na rede de dutos.

Aplicação em silos metálicos ou de alvenaria, onde grandes quantidades de produto são armazenadas e como durante o transbordo dos transportadores para dentro deles, e como existe um espaço superior onde o material ao cair, provoca uma nuvem de poeira e já presenciamos que numa instalação neste espaço, ocorreu uma explosão em silo de malte por eletricidade estática vindo a explodir este silo, e como a unidade possui vários silos que são interconectados por rede de dutos, a explosão inicial migra para os outros silos gerando explosões secundarias causando serias avarias nos outros silos.

Janelas de alivio para redes de dutos condutoras de gases e poeiras inflamáveis de grande secção, podem ser protegidas com estas janelas, que em caso de um evento, liberam as pressões diretamente para a atmosfera externa reduzindo os efeitos deixando queimar os mesmos ate sua extinção, observamos, porem que o circuito deve ser estudado com critério, para verificar a necessidade de usar posteriormente um agente supressor para impedir a continuidade das explosões subsequentes no caminho da rede, como ocorreu recentemente em um complexo industrial, causando inclusive

algumas mortes.

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8.1.6. Alivio de pressões internas.Quando ocorre um evento em um filtro, por exemplo, e que este esteja dentro do ambiente fabril (ambiente fechado), pois não foi possível deixa-lo fora do prédio, no caso de uma explosão, ao serem rompidas as janelas de alivio, é gerado na horizontal perpendicular a janela, um “jato” de fogo e pressão que pode atingir até 20 m. de distância, que seria fatal para alguém ou outro equipamento que estivesse na trajetória. Desta forma é, por norma, vedado o uso de janelas de alivio dentro de prédios. Neste caso existe alguns

procedimentos que devem ser adotados para evitar esse perigoso inconveniente, como colocar um duto horizontal (com no máximo 3 m de extensão) junto com a janela de alivio que conduza esta explosão para fora do prédio, desde que o equipamento fique próximo a parede; ou colocação de um dispositivo abafador sobre a janela de alivio suprimido o efeito da liberação da explosão, pois as chamas ficarão contidas dentro do abafador, deixando sair apenas os gases sem a irradiação. A principio, que os equipamentos com pó enclausurado estiverem dentro de prédios, o ideal é usar sistemas de supressão de explosão com pó químico no lugar de janelas de alivio; pois assim não teremos, no caso de um evento, a explosão propriamente dita com a liberação de chama, calor e sobre pressão, que pode gerar explosões secundarias e incêndio pela agitação e elevação da poeira presente ao entorno dos equipamentos.

8.1.7. Superdimensionamento. Face ao alto custo inicial e às periódicas manutenções exigidas por um superdimensionamento estrutural e dos equipamentos para que resistam aos efeitos das explosões, superdimensionar as instalações, somente são recomendáveis emsituações onde outros métodos alternativos não são interessantes, pela localização particular de certas unidades.

8.1.8. Estanqueidade.Uma explosão de pó pode gerar pressões na ordem de até 7 kg/cm2 em recintosfechados, como em linhas de transporte pneumático, redlers, silos, roscas transportadoras, etc. Portanto, para evitar danos maiores, estes elementos devem ser providas de válvulas de alívio contra o aumento de pressões e suas consequências, lembramos que estas descargas de emergência, devem ser instaladas fora do

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ambiente fabril, uma vez que podem no caso de haver poeiras espalhadas, provocar explosões no ambiente.

Um recinto fabril raramente resistiria a tal pressão; as máximas das edificações são da ordem de 0,07 kg/cm2, portanto, devem ter telhados, aberturas, portas e outros itensde resistência inferior aos da construção, sob pena de haver perdas totais em tais eventos.

8.1.9. Controle das Faíscas por atrito de metais.Faíscas por fricção é o resultado de um impacto entre duas superfícies duras, sem que uma delas ao menos seja metálica: formam-se da seguinte forma: inicialmente a partícula é aquecida pelo impacto ou a fricção. Em seguida, segundo sua facilidade de oxidar e da intensidade de seu calor e combustão. A superfície desta partícula recém-exposta ao ar poderá se oxidar em temperatura elevada; o calor da oxidação aumenta a temperatura da partícula ate que se faz incandescente.

A temperatura necessária para alcançar a incandescência varia segundo os metais porem, na maior parte dos casos esta muito acima das temperaturas de ignição dos metais inflamáveis. O risco das faíscas metálicas é limitado em face de sua massa e pode resfriar rapidamente, porem, caso uma faísca caia sobre produtos inflamáveis, ou sobre alguns tipos de poeiras podem deflagrar incêndios, que poderão evoluir para explosões, dependendo dos produtos onde caiam.

Embora frequentemente se exagere nos riscos de ignição de gases e vapores inflamáveis por faíscas de fricção, é aconselhável não usar maquinas ou outros equipamentos que produzam faíscas em zonas onde haja gases e vapores inflamáveis.

O níquel: este metal revestido bem como o bronze apresenta pouca probabilidade de produzir faíscas, e o aço inox bem menos. Ferramentas especiais de cobre-berílio e outras ligas são projetadas para reduzir os riscos de fricção porem, não eliminam totalmente e devem ser usadas quando nas operações próximas de produtos inflamáveis, como os vapores, gases e poeiras agrícolas ou metálicas, as ferramentas a base de couro, plástico ou madeira, estão isentas de produzir faíscas.

8.1.10. Eletricidade estática.Todos os sistemas de movimentação de poeiras com características inflamáveis, por fluxo de ar carreador, tanto de baixa, media ou alta pressão, deverão merecer

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estudo especifica para que estas cargas não sejam acumuladas nas partículas pois ao atingir certa carga, esta poderá detonar uma faísca que dará inicio ás explosõesdentro das redes de transporte ou exaustão.

8.1.11. Medidas de segurança com sistema de controle de emissões.No item anterior, descrevemos de forma suscita os métodos em vigor para o controle de poeiras explosivas, para conter incêndios e explosões, nos locais, com poeiras explosivas, e o projetista deve atualizar-se constantemente, pois os equipamentos podem onerar de forma significativa o investimento numa planta industrial, porem este equipamentos não podem ser desprezados, pois vários fatores durante os processos produtivos podem concorrer para que estes eventos ocorram, portanto devem ser instalados sempre pois como se tem visto estes acidentes custam caro e inclusive levam em seu bojo vidas humanas.

Abaixo descrevemos os sistemas de trabalho limpo, no qual a probabilidade de um acidente é remota, e se bem manutendidos, os acidentes não ocorrerão, evitando as custosas paradas caso estejam enquadrados na NR33.

8.1.12. Umidificação. Indústrias que processam com tecelagem em suas instalações, tem um alto risco de explosão com as poeiras suspensa, e para evitar que estas possam entrar em combustão, o ambiente é umidificado constantemente, para que a umidade das partículas seja alta e a possibilidade de inflamar é maior, sendo esta medida a das mais antigas e atuais ate hoje.

8.1.12. Sistema de limpeza continua.Numa planta onde se processa com poeiras explosivas, como se viu acima, o risco principal reside no acumulo de poeiras processadas, que entram em suspensão e se depositam em locais de difícil acesso e limpeza, estas com o passar do tempo acabam por adquirir características mais inflamáveis pois secam bastante eliminando a umidade, e claro mais explosivas por não haver a necessidade de a fonte calorifica evaporar a agua da partícula.

Desta feita, temos hoje a constatação que o mais importante numa planta onde se manipule poeiras explosivas de qualquer origem, que estas sejam retiradas do ambiente à medida que são geradas, para isto toda e qualquer planta deve ser

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equipado de um sistema de ventilação local exautora eficiente, que captura todas as partículas geradas à medida que são postas em suspensão por queda, mudança de direção, atrito entre as mesmas etc., mediante captores adequados, rede de dutos e sistema de abatimento ou separação destes particulados ou outros fora da planta, e provido de portas de alivio de pressão.

Importante frisar que nestas unidades, o fator manutenção é imprescindível, pois todo e qualquer elemento sujeito ao desgaste ou vida útil poderá comprometer a eficiência de exaustão, como por exemplo, a vida útil dos elementos de separação, como as mangas filtrantes que podem inviabilizar a segurança original do sistema de controle e dai não haver mais segurança patrimonial de operacional.

Nossa recomendação adicional visa manter um nível de segurança mesmo quando ocorram as falhas citadas, e estes equipamentos descritos no item 8 e desde que em perfeitas condições de uso e segurança, tem plenas condições de estancar um processo de incêndio ou explosão no inicio de sua evolução e caso ocorra a primeira explosão, as subsequentes serão interrompidas por supressores, e os estragos serão bem menores. No próximo item 9, estaremos enfocando o item ventilação, baseado em nossa experiência, vivencia e conhecimento profundo, adquirida em longos anos de trabalho nesta área de controle de produtos na forma de poeiras infláveis.

8.2. Poeiras metálicas, ou de metais.O controle de incêndios e explosões, para poeiras metálicas deve merecer cuidados especiais bem como consultar literatura especifica, nos itens acima deste trabalho, pois suas características de reação com os agentes tradicionais de extinção podem incrementar efeitos indesejáveis e de características catastróficas, pois elementos extintores normalmente usados em matérias de constituição carbônica podemampliar os riscos de explosões ou incêndios destes.

Seu armazenamento também deve merecer cuidados, pois em presença de elementos de armazenagem ou disposição, podem ocorrer combustões espontâneas.

No capitulo sete apresentamos os controles de riscos, para os metais mais usuais na indústria de transformação, porem, uma pesquisa simultânea não esta descartada, em face de novas situações ocorridas e não catalogadas.

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9. SISTEMAS DE VENTILAÇÃO.

Introdução.A ventilação de operações, processos e equipamentos dos quais emanam contaminantes tem se tornado, mais modernamente, uma importante ferramenta no campo de controle da poluição do ar e da segurança patrimonial. O controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada ventilação das operações e dos processos poluidores da atmosfera, que também concorrem com os riscos de explosividade, no caso das poeiras. Segue-se a escolha adequada de um equipamento para a coleta dos poluentes captados pelo sistema de ventilação.

A ventilação tem sido utilizada tradicionalmente no campo da higiene do trabalho,não só para evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial, como também para promover a diluição das concentrações de poluentes e para a manutenção e promoção do conforto térmico. Em qualquer dos campos de utilização, a importância da ventilação industrial é de grande amplitude, e seus conceitos básicos devem ser bem conhecidos e sedimentados para possibilitar sua adequada utilização.

Em processos de controle de poeiras explosivas, o processo de ventilação é de fundamental importância, pois estas poeiras por serem de granulometria muito pequena entram em suspensão facilmente nos caminhos que percorre no processoprodutivo e estas acabam por decantar em superfícies diversas, onde com pequenas agitações podem entrar em suspensão, caírem, em direção do piso, e neste caminho, casa haja uma fonte térmica suficiente ao disparo, entram em combustão, e rapidamente evoluem para micro explosões cada vez colocando mais material em suspensão e em contado com o calor do ambiente, ate que grandes explosões ocorram.

O processo de ventilação bem equacionado captura as poeiras na sua geração e as conduz para fora da edificação e são separadas do fluxo do ar carreador em filtros ou outros separadores, e aproveitados na geração de energia como biomassa, e o risco desta forma foi eliminado na fonte com aproveitamento do resíduo. Desta feita, evitamos que o combustível na forma de pó exista, e sem ele, não haverá incêndios ou explosões.

9.1. Definição. Abaixo descreveremos os processo usuais para manter os locais ventilados com condições de salubridade bem como de condições limpas, onde todas as poeiras

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geradas na movimentação, são arrastadas pelo fluxo de ar carreador, e levadas a um equipamento de separação adequado, onde as poeiras são separadas do ar carreador e o ar é descartado limpo, na atmosfera externa aa instalações onde foram geradas.

9.1.1. VGD. Ventilação Geral Diluidora.

A ventilação geral diluidora é o método de insuflar ou exaurir ar em um ambiente ocupacional, a fim de promover uma redução na concentração de poluentes nocivos. Essa redução ocorre uma vez que, ao introduzirmos ar limpo, e não poluído, em um ambiente contendo certa massa de um determinado poluente, faremos com que essa massa seja dispersa ou diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração desses poluentes. A primeira observação a ser feita é a de que esse método de ventilação não impede a emissão dos poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente os dilui a valores menores.

Existem empresas que, na busca de uma solução de menor custo, executam sistemas de injeção de ar nos locais

poeirentos com ventiladores axiais. Porém, esta medida não é efetiva no aspecto segurança, uma vez que locais de difícil acesso não são ventiladas e ali poderá ocorrer um evento danoso. Ainda, por serem sistemas a baixas velocidades, em função de áreas grandes para a passagem do ar, acabam não arrastando as poeiras que sedimentam em locais diversos e que, se acionadas, podem evoluir para as indesejáveis explosões.

A imagem da ACGIH acima informa os fluxos adequados do ar e a forma correta de colocar os exaustores ou ventiladores para obter melhor resultado, evitando que o fluxo contaminado passe pela zona respiratória do trabalhador.

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9.1.2. VLE, Ventilação Local Exautora.A medida de ventilação local exautoranos processos de geração de pó, além de usarem menores vazões, evitam que o pó se disperse no ambiente, formando depósitos indesejáveis sobre estruturas,tubulações e muitos outros locais de difícil acesso, com enorme potencial de incêndio e explosões.

Desta forma, medidas devem serobservadas no sentido de se adequar um eficiente sistema exaustor para os locais

onde haja formação de pó. Estas medidas, quando tomadas na fase projeto, são as que melhor satisfazem, além de minimizar o custo de implantação, pois evitam arranjos improvisados e pouco eficientes. Entretanto, em uma planta existente, um bom projetista poderá, com bom senso, conciliar sistemas seguros.

9.1.2.1. VLE, Ventilação Local Exautora.Esta é uma situação que quando da descarga de caminhões em moegas, principalmente com tombadores, onde a geração de pó é muito grande, e lembrando que em baixo das moegas existam os tuneis de transporte do produto, usamos em nossos projetos a solução ilustrada, onde como pode ser visto que o pó inexiste na superfície, foicapturado na fonte antes de sua emissão ao ar, assim deixa de se depositar em locais onde possa evoluir e

acabar explodindo e causando destruições inimagináveis, com as vistas nas imagensacima onde exemplificamos os fenômenos das explosões.

9.2. Cuidados no Projeto.É importante a observação de medidas de orientação na análise das situações para a implementação das medidas de proteção coletivas nas instalações com poeiras explosivas, principalmente quanto ao resíduo gerado no processo, uma vez que de

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acordo com suas características é que será definido um captador adequado as suas propriedades físico químicas, segundo ilustramos abaixo.

9.2.1. Estado Físico do Poluente.Para a coleta de gases e vapores, os equipamentos de controle mais usualmente utilizados são as torres de absorção, os leitos de adsorção, os condensadores e os incineradores. A coleta de material particulado, sólido ou líquido, é, em geral, feita com coletores inerciais, coletores centrífugos, filtros de mangas e lavadores.

9.2.1.1. Grau de Limpeza Desejado.A eficiência de coleta e a emissão máxima na atmosfera deve ser a preconizada pelos órgãos controladores dos estados e da união para que não haja danos ao meio ambiente. Desta forma o material capturado na fonte é conduzido por um fluxo de ar carreador ate o elemento de separação, e seu teor máximo de eficiência lançado na atmosfera tenha um resíduo máximo por m³ de ar dentro dos padrões preconizados, por tais órgãos, pois se as emissões aéreas estiverem acima do limites, poderão ocorrer interdições em face do aumento das emissões interferindo na qualidade do ar.

A eficiência dos equipamentos de controle depende de várias propriedades do poluente e do gás carreador. A escolha deve ser feita em função do que é requerido em termos de eficiência final do sistema abaixo elencados.

9.2.1.2. Composição Química.Só merece consideração quando afeta as propriedades físicas e químicas do gás carreador. As propriedades químicas são importantes quando há a possibilidade de ocorrerem reações químicas entre o gás carreador, o contaminante e o coletor, bem como a resistência dos materiais usados na confecção do separador.

9.2.1.3. Temperatura.As principais influências da temperatura são sobre o volume do gás carreador esobre os materiais de construção do coletor. O volume tem consequências sobre o tamanho do coletor que, dessa forma, provocará alterações no custo do equipamento. A temperatura também afetará a viscosidade e a umidade da poeira.

9.2.1.4. Viscosidade.As principais influências da viscosidade se relacionam com o sistema como um todo, uma vez que se houver viscosidade, poderá haver depósitos de material sobre as

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redes de dutos e os elementos filtrantes acabam por colapsar, entupindo o circuito e terminando por não exaurir os produtos.

9.2.1.5. Umidade.A alta umidade contribui para o empastamento das partículas sobre o coletor, principalmente nos coletores inerciais, centrífugos e filtros, provocando seu entupimento. Pode, ainda, agravar os problemas de corrosão, além de ter grande influência sobre a resistividade elétrica das partículas e, portanto, em sua precipitação eletrostática. Em adsorção, pode agir como fator limitante da capacidade do leito, se este absorver vapor de água.

9.2.1.6. Combustividade.Quando um gás carreador é inflamável ou explosivo, algumas precauções especiais devem ser tomadas. A principal é assegurar que se esteja acima do limite superior de explosividade ou abaixo do limite inferior de explosividade da mistura. Nesses casos, lavadores são preferidos para a captura e separação dos poluentes, e precipitadores eletrostáticos raramente são usados.

Importante, também, é existir a possibilidade de se eliminar os poluentes por incineração, sendo, portanto, mais um fator a considerar a fim de serem evitados os riscos de explosão.

9.2.1.7. Reatividade Química.A reatividade química é importante em alguns casos, como, por exemplo, quando se filtra um gás contendo compostos de flúor com filtros de lã de vidro, o que danifica os mesmos. Em geral, deve se evitar que haja reação entre o gás e o coletor, de formaa não danificá-lo.

A reatividade química se constitui em um fator que pode ser utilizado na coleta do contaminante, por exemplo, na absorção química. Contudo, pode criar problemas quando o contaminante reage com o material de construção do coletor,danificando o mesmo.

9.2.1.8. Carga.A carga elétrica, ou a concentração do poluente no gás carreador, afetam diferentemente os diversos tipos de coletor. Assim é que a eficiência de coleta de ciclones aumenta com a carga, mas cresce também a possibilidade de entupimento

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daqueles. Alguns equipamentos exigem até mesmo a presença de pré separadores, para evitar a sobrecarga na operação.

9.2.1.9. Higroscopicidade.É importante por influir na possibilidade de entupimento (principalmente em coletores inerciais, centrífugos e filtros) por formação de pasta devido à absorção de umidade pelas partículas.

9.3. Captadores.Um bom captador é aquele que consegue aspirar o máximo de substâncias com a menor vazão de ar. Isto depende do porte do equipamento, da potência absorvida e do tamanho dos dutos de transporte, sendo, entretanto, indispensável que capture o máximo de substâncias indesejáveis. Deve também ser projetado para não prejudicar a operação, manutenção e visibilidade do operador, observando-se, porém, que as concentrações fiquem fora dos limites de explosividade.Os captores podem ser:

9.3.1. Enclausurantes:este tipo possui todos os lados fechados, inclusive o teto, tendo apenas a saída dos poluentes por duto e uma entrada de ar carreador. O ambiente é vedado por uma cabine ampla.

9.3.2. Cabinas fechadas:Semelhantes aos enclausurantes, porém, nestas o operário trabalha confinado dentroda cabina. É o caso de cabines de jatos de areia e granalha de aço, onde o trabalhador fica confinado dentro delas.

9.3.3. Captores locais: situados em locais onde as emissões sejam fortes. Podem ser envolventes (rebolos) ou externos, onde a captação é por frestas.

A vazão do ar exaurida pelo captor deve ser capaz de arrastar todos os poluentes gerados pela fonte, mas não tão elevada a ponto de arrastar a matéria prima do processo.

9.4. Rede de dutos:A tubulação condutora de ar, dos pontos da geração ao sistema de separação,deve ser bem dimensionada, para que não haja depósitos de material ao longo da

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mesma, nem formação de eletricidade estática. Deve ser provida de janelas de segurança contra explosões e portas de inspeção. As velocidades de controle devem ser bem definidas para não se usar potência em demasia, devem ser equilibradas mediante raquetes para que a vazão flua normalmente em toda sua extensão permitindo que o fluxo seja constante em todas as tomadas, tanto as próximas como as mais distantes do ventilador. Devem ser resistentes aos esforços mecânicos das pressões envolvidas, às dilatações, ao aterramento, etc.

9.5. Equipamentos de separação:No item 10.3. (estado físico do poluente), chamamos a atenção para os elementos do projeto relativos ao comportamento de materiais que são capturados em um sistema de ventilação local exautora. As mesmas recomendações são válidas para o projeto dos separadores ou coletores dos poluentes: deve ser compatível e seguro quanto ao produto em questão, estar localizado fora do ambiente fabril e ser seguro contra explosões e incêndios.

Os poluentes exauridos do ambiente de trabalho necessitam, algumas vezes, ser coletados, para evitar sua emissão na atmosfera, criando problemas como apoluição aérea.

A coleta do poluente pode ser feita por uma série de equipamentos projetadosespecificamente para este fim. A escolha do equipamento de controle que melhor atenda ao processo dependerá das propriedades do poluente (ver item 10.3.1), e tradicionalmente é definido pelo bom senso do projetista, que verificará se tal equipamento se adéqua não só a realidade econômico-financeira da empresa, mas também se é compatível com o momento em que o país vive, sem esquecer-se dasemissões, que são controladas por órgãos ambientais e se não atendidas podem gerar interdições do estabelecimento.

9.5.1. Via Seca.Os equipamentos via seca visam capturar o resíduo em sua forma original para posterior aproveitamento. Na indústria de rações e transformação de grãos, háinteresse em capturá-los na forma seca, devido ao custo da matéria prima envolvida, com equipamentos mais simples como as câmaras inerciais, os ciclones separadores, etc. Em casos mais sofisticados, onde o benefício justifique, pode se usar equipamentos mais nobres, como os precipitadores eletrostáticos, os filtros de mangas com limpeza a jato pulsante, etc.

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A literatura técnica, bem como os fabricantes destes equipamentos, têmrecomendações e experiência para defini-los quanto à eficiência de coleta, suas características físico-químicas e outros itens de interesse da planta.

9.5.1.1. Ciclones separadores. Quanto a Eficiência de Separação das partículas, Podem ser classificados como de Alta, Media e Baixa eficiência.

Quanto a arranjos podem ser classificados como unitário ou múltiplo em serie ou paralelo.

Os ciclones são adequados a separação de partículas medianas, podendo em arranjos múltiplos melhorar a eficiência de separação os multi-ciclones.

Não são a adequados a materiais úmidos e abrasivos, sua definição implica em bom conhecimento de separadores de ar

9.5.1.2. Filtros de mangas.

O filtro ao lado é um filtro de mangas com limpeza automática, independe de paradas para limpar e esvaziar o material retido em seu deposito.

O filtro ao lado, é provido com janelas de alivio de pressão, para que caso haja um incêndio, e consequente explosão, as janelas se rompam, deixando escapar os gases e poeiras presentes, fenômeno este que gera labaredas de grande

comprimento de alcance, ate que toda a carga se extinga, dai a necessidade desta saída ficar contraria a edificação para não mandar estes agentes para dentro das instalações, o queremos ainda aqui colocar, é que as janelas, não são suficientes para conter a expansão gasosa, pois quando ocorre a explosão, a pressão gerada para romper a janela, também vai sentido contrario, levando o fogo para outros locais da planta pela rede de dutos, dai necessitar também de selos que impeçam este fenômeno e que as explosões cessem imediatamente.

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9.5.1.3. Outros equipamentos de separação via seca.Multi-ciclones; Filtro de placas metálicas; câmaras inerciais; Filtros absolutos; etc.

9.5.2. Via Úmida .9.5.2.1. Lavadores de ar. .

Os lavadores de ar são usados quandopartículas muito finas devem ser separadas, e suas características impeçam o uso sistemas a seco, são recomendados, para eficiente separação inclusive controle do Ph, caso da foto para evitar a corrosão do material do lavador.

Filtro usado em prensa formadora para exaurir os gases de formaldeído, produto muito irritante e toxico, que na lavagem é

neutralizado quimicamente, contribuindo com sua eliminação e aumentando a vida útil dos equipamentos.

9.5.2.2. Outros sistemas a Úmido.Na via úmida podemos citar ainda: Torres de absorção e de adsorção; ciclones lavadores; Células de lavagem; Auto induzidos; Jato Spray; Venturi lavador dinâmico entre outros, observando que lavagem na ventilação prescinde de cuidados especiais quanto a sua separação do leito e destinação.

9.5.3. Via Mista.Materiais de fina granulometria e de baixa densidade apresentam dificuldade de separação nos equipamentos tradicionais, deixando passar à atmosfera externa grandes quantidades de particulados finos, causando indesejáveis emissões. Nestes casos, nossa recomendação é abater o máximo via seca, que será recuperado para o processo. O resíduo final é tratado via úmida para atender aos padrões de emissãodos órgãos ambientais.

Materiais finamente pulverizados ou gasosos, que não apresentem interesse comercial de aproveitamento, devem ser, sempre que possível, em função de suas características físico-químicas, tratados com lavagem. Para tal, a literatura clássica possui uma vasa gama destes equipamentos, que são os de menor custo inicial e operacional.

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9.5.4. Via adsorção. Sistemas por adsorção, para capturar vapores orgânicos em geral, pois sua presença num ambiente confinado é um grande facilitador de incêndios e explosões.

Adsorção é a adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente); o grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície - os sólidos porosos como o carvão activado são óptimos adsorventes.

9.6. Via Precipitadores eletrostáticos.Os precipitadores eletrostáticos, são de elevada eficiência, o material a ser separado, deve possuir características ionizantes sua separação é feita pela energização das particulados numa câmara e na outra são atraído eletrostaticamente seu descarte é feito por interrupção da câmara que deixa o produto cair ao fundo da moega. Sendo retirado no fundo da moega por meio de rosca transportadora.

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10. OBSERVÂNCIA DAS EMISSÕES.Todo processo produtivo, envolve sobras ou resíduos industriais, estes podem se apresentarem na forma de sólidos, líquidos ou gasosos, estes elementos em muitos processos industriais escapam dos sistemas produtivos e passam ao meio ambiente,primeiramente no posto de trabalho onde podem gerar situações de risco previstas nas NR15, já nos sistemas de ventilação local exautora, após a separação e descarga na atmosfera, deve ter sua emissão controlada pelos parâmetros estabelecidos pelos órgãos ambientais pois podem provocar as contaminações do solo do ar e da agua. Estas emissões são o grande vilão do meio ambiente na atualidade, com os problemas por todos conhecidos e de grande dificuldade de controle, causando as destruições do meio ambiente e ocupacional.

Desta feita as autoridades competentes de estados municípios e união, têm estabelecido padrões de emissões em suas normas para parâmetro dos projetistas a fim de atender aos padrões das emissões nas áreas de segurança ambiental, para os resíduos sólidos, líquidos e gasosos, descartando, no mínimo, o valor teto ao processo,e evitando, deste modo, as demandas judiciais que hoje inundam os tribunais estas simplesmente deixarão de existir porque não haverá fundamento legal para embasar o pedido.

Quanto às emissões internas dos ambientes ocupacionais, em face dos efeitos que estas emissões causam aos trabalhadores, temos que sempre estar atentos aos parâmetros definidos pela legislação federal do Ministério do Trabalho, atendendo aos parâmetros da NR15 e seus anexos, quanto aos padrões de emissão seguros para gases, vapores, aerossóis no ambiente de trabalho, para que os trabalhadores confinados tenham a proteção adequada aos elementos de risco nos processos laborais.

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11. DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS.Atualmente a tendência mundial esta voltada a reciclagem dos resíduos bem como restos de processos, através de centrais de processamento de lixo domestico e industrial, onde estes resíduos são transformados em fonte trabalho e de renda para as comunidades que os manipulam, estes restos que normalmente iriam para acostamentos de rodovias, rios, mares etc., recebem destinos mais nobres pois além de não poluírem, retornam a processos produtivos, reduzindo a matéria prima comtodos os seus envolvimentos e consequentemente com redução de custos.

No caso do lixo domestico o aproveitamento e destinação de embalagens diversasque são recicladas, rendem dividendos aos trabalhadores, e aos empresários que os aproveitam a custos bem inferior ao do da produção, sem esquecer que estes resíduos no meio ambiente podem levar séculos para se decompor, e nas industrias em que alguns resíduos mais nobres como o couro, também podem oferecer retorno ao empresário sem esquecer que estes resíduos do couro são gerados as toneladas, criando um problema para as comunidades de difícil solução pois sua degradação é de milhares de anos, e o principal adequar estes produtos de forma racional e compatível para recicla-los e gerar emprego e renda para muitos.

Observamos porem, que muitos resíduos, podem conter substâncias que os tornainviáveis, pois podem como já vimos, gerar riscos aos trabalhadores que os manipulam, um exemplo é a serragem das indústrias da madeira e afins, por serem poeiras inflamáveis, devem merecer os mesmos cuidados que na indústria.

Por outro lado, algumas plantas vendem proveniente das estações de tratamento de suas aguas, após passarem por processo de tratamento das aguas residuais, sobra um lodo orgânico muito rico para a agricultura vizinha, que fazem compostagem orgânica, reduzindo a quantidade de insumos necessários para o desenvolvimento de suas lavouras.

Outra destinação que está se desenvolvendo em plantas as quais disponham de tratamento de efluentes líquidos consiste em usar este material orgânico, rico em seus biodigestores, para a geração de gás combustível, limpo e impoluível, que é queimado nas caldeiras de geração de vapor.

Atualmente, o melhor aproveitamento para os resíduos sólidos gerados nas unidades de armazenamento e processamento de grãos é a utilização como biomassa como fonte energética. Isto, além de reduzir os resíduos, os transforma em fonte alternativa

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de energia e ainda gera recursos advindos de programas de redução do efeito estufa.

11.1. Setor coureiro calçadista.Este setor industrial, um dos grandes vilões da contaminação de solos tem como resultado serias consequências para o meio ambiente, basta lembrar que o couro curtido, leva mais de meio século para decompor, formando nos lixões, verdadeiras montanhas deste produto que além de prejudicar a ocupação, contribui para a contaminação do solo por cromo hexavalente, além dos resíduos dos filões onde o couro é pintado e curtido, estas aguas, que contem os produtos químicos, muitas vezes não são tratadas, e levam a morte muitos mananciais preciosos, onde fauna e flora são destruídos, tornando a água imprestável para o aproveitamento humano.

Hoje com já tivemos oportunidade de participar, existem sistemas de reciclagem das aguas, desta feita após serem tratadas e adquirirem a condição ideal, retornam a unidade, usando a agua externa para compensar apenas as da perda do processo, Tradicionalmente estas aguas após serem tratadas são devolvidas ao rio.

Resíduos de couros hoje são usados em confecções em grande numero, evitando desta forma sua destinação aos lixões e outros locais impróprios, onde permanecem anos a fio sem alterar suas características.

11.2. Setor Madeireiro.O setor madeireiro, por processar madeiras em forma natural e seus derivados naforma de placas, produz em suas operações resíduas na forma de poeiras de fina textura, por serem estas secas e de grande superfície especifica, são excelentes combustíveis, e hoje sua utilização é considerada como elemento gerador de energia que no caso das pacas de madeira, são significativas no processo.

11.3. Outros setores.Fossemos abordar aqui todos os setores industriais, como o metal mecânico, a indústria química, a petroquímica, etc., teriamos uma imensa gama de situações já de nosso conhecimento, quando seus resíduos não são devidamente destinados, acabam comprometendo o meio ambiente de forma desastrosa e com o comprometimento da saúde das populações lindeiras, como as intoxicações por mercúrio no Japão devido aos dejetos de uma indústria química que lançava restos da produção em que o mercúrio era um dos elementos usados e descartados no leito marinho, resíduos estes que levavam a demência e a morte daqueles que consumiram seus peixes contaminados pelo mercúrio metálico.

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Os gases diversos que dispersos nas cercanias de indústrias químicas, quando em desastres ambientais, além de contribuir com a matança da flora e fauna afetam também o ser humano com doenças diversas, que levam a formação de processos cancerígenos e de outras anomalias causando inclusiva a mutação genética na população lindeira.

Temos ainda diversos acidentes com gases tóxicos e asfixiantes como em Bhopal na índia matando em uma noite mais de 6000 pessoas com graves quadros de intoxicação, culminando com a morte.

Dos exemplos citados verificamos a responsabilidade que nos, os técnicos, temos com a natureza e o meio ambiente quando em nossos projetos não observamos essa imensa gama de situações causadas pelos resíduos mal descartados.

O controle das emissões nos processos bem definidos é fator de radical importância pois podem ocorrer falhas e estas comprometem os níveis estabelecidos culminando com o comprometimento do meio ambiente, mesmo que por períodos breves, porem, suficientes para comprometer o ambiente como verificamos no Vale dos Sinos recentemente a matança dos peixes aos milhares, da fauna e da flora.

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12. ESPAÇOS CONFINADOS NR 33.12.1. Definições.Espaço confinado por definição da NR 33 e a NBR. 14787 “qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio”.Obviamente que o trabalho nestes locais, carece de um enfoque especial, quando acessado, pois podem ser verdadeiras armadilhas como temos verificado, com mortes e invalidez muitas vezes permanentes e muita destruição das instalações.

Importante frisar que muitas vezes existe confusão em se relacionar um ambiente fechado, como espaço confinado, como é o caso dos tuneis de movimentação dos produtos a granel, conforme definição acima, um espaço confinado não foi projetado para ocupação humana. Porem, alguns locais são confundidos apenas pelo fato de serem subterrâneos como o caso dos tuneis de movimentação de grãos, ali como ilustramos abaixo, embora possa parecer, não é um espaço confinado, pois possui características especificas para ocupação humana.

Desta forma é importante que os profissionais da segurança, estejam atentos a estes locais, que muitas vezes podem ser confundidos como espaços confinados, porem, na realidade são locais de acesso restrito, e como todos no sabemos, ingressar num espaço confinado precede de medidas de segurança que redundam em tempos longos e uma vez que nesta atividade o acesso nestes locais é corriqueiro, muitas vezes ao dia, e se for atendido com um espaço confinado, seu acesso, redundaraem prejuízos na produção.

Neste item, focaremos nossa atenção a alguns locais das agroindústrias e dos portos de movimentação de grãos diversos, onde existem locais subterrâneos para movimentação dos grãos. Nestes locais, há elementos transportadores, transferências de grãos, elevadores de canecas e descarga de moegas. São locais para um grande número de instalações desse gênero, projetadas para ocupação humana, e por serem projetados com normas de acesso e saída devidamente dimensionados bem como processos de ventilação forçada, para a permanência e movimentação para os trabalhadores sem riscos presentes sendo incorretamente classificados como espaços confinados.

Nas plantas da Agro Industria, estes locais necessitam ser acessados muitas vezes ao dia, para verificação de fluxo do material, abertura ou fechamento manual das

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comportas de descarga dos silos, verificações constantes, para rotinas muito breves,que, às vezes, levam apenas alguns minutos, etc.

Nesta imagem, vê-se um túnel de movimentação de grãos em uma agroindústria, com uma esteira transportadora a granel, recebendo o material de bicas de descarga do silo, caso de necessitar de abertura e fechamento constantes da

gaveta de abertura da carga, este elemento pode ser de acionamento manual ou pneumático, com controle remoto ou com comando manual, quando manual, o operador tem que descer para libera-lo manualmente, isso em vários pontos da descarga do material.

Esta gaveta é movimentada pelo operador que acessa o túnel, em um tempo máximo de cinco minutos.

Porem como pode ser visto na imagem, é uma espaço amplo de movimentação, iluminação, sistemas de exaustão de poeiras e ventilação geral. Portanto, o ingresso do operário não precede os riscos específicos de um espaço confinado, para o qual é necessário, além da permissão de entrada, todo um conjunto de equipamentos de salvamento e proteção dos trabalhadores.

Como temos neste local situações que são inerentes aos operadores da área, com conhecimento e execução dos trabalhos ali inerentes somente estes terão acesso ao local, é obvio que outros elementos despreparados não devem ingressar nesta área, pois além dos riscos presentes relativos a ignorância do local, pode haver ate situações de sabotagem como já tivemos oportunidade de presenciar.

Outra situação, com acidentes que temos verificado é quando de trabalhos de manutenção com uso de equipamentos a fogo ou a quente, se o local, não foi adequado, com os sistemas de controle de emissões aéreas, é obvio que haverá a presença de poeiras depositadas ao longo de meses e em quantidade suficiente para irromper em incêndio e explosão, neste caso seria um erro não admitir este local como um espaço confinado, pois não possui os meios adequados de controle.

Resumindo, o elemento combustível (o pó gerado na movimentação dos grãos decereal), na forma de poeiras finamente pulverizadas, que normalmente evolui nas

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descargas do silo e nas transferências, se não capturados, passa ao ambiente,enriquecendo a mistura em suspensão, que acabam se depositando nas estruturas e locais de difícil acesso e, nesse caso um movimento brusco pode agitar e colocar em suspensão estas poeiras e se houver uma fonte de ignição pode haver o inicio incêndio evoluindo para explosões, o risco é eminente.

Porém, se houver um sistema de controle adequado, conforme item 10.1.2. VLE (ventilação local exautora) deste trabalho e na imagem acima, onde os particulados gerados são continuamente retirados do local e conduzidos a filtros externos ao processo, o ambiente não possuirá o combustível e o risco de incêndio e explosão e estará descartado, e o local deve ser um local de acesso restrito.

Observamos, porem, que além dos equipamentos que mantem o ambiente isento de poeiras, devemos prever como medida extrema no caso de falhas nos equipamentos ou falta de manutenção, sistemas de supressão automática, como janelas de alivio e supressores de incêndio para estancar uma possível evolução de incêndio e explosão, descrito no item 8 deste trabalho.

12.2. Espaços confinados na Agro indústria.No item anterior, nos tuneis de movimentação, definimos que com a segurança contra emissões não ocorre, pois o sistema prevê a ventilação local exautora, e dessa forma fica eliminando o rotulo de espaço confinado, limitando porem o local a de acesso restrito em face aos equipamentos ali existentes.

Na imagem ao lado, Ilustramos um local em que muitos acidentes tem ocorrido, os silos de armazenamento de grãos do processo. Estes tem dois fatores de risco, que são as poeiras nele depositadas junto com a carga, e o risco de desmoronamento que foi o que ocorreu neste caso inclusive com mortes de operários

O silo de grãos visto na imagem, é um local onde periodicamente são necessários acessos para verificação dos elementos internos e como o local possui mesmo que vazio, material em quantidade suficiente para gerar explosões se forem feitos trabalhos a quente ou a fogo, poderá ocorrer uma explosão, podendo ainda estes

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acidentes serem de riscos de desabamento como o que ocorreu inclusive com mortes.

Temos outros locais na agro indústria que deverão ser observados no mapa de riscos, uma vez que em todos pode haver tanto material combustível como biológico em decomposição, onde tem havido muitas mortes por asfixia.No item 13.7. Temos um espaço confinado típico, onde se pode notar a dificuldade de acesso na área confinada, inclusive com o uso de EPI de içamento, adequado a salvamentos e emergências.

12.4. Áreas classificadas.Área classificada é uma área (espaço tridimensional) na qual uma atmosfera potencialmente explosiva estará presente ou na qual é provável sua ocorrência, a ponto de exigir precauções especiais para a construção instalação e utilização de equipamentos elétricos.

No caso deste item, os riscos presentes, quando bem equacionados e eliminados, por sistemas adequados de controle ambiental, estarão sendo eliminando os riscos presentes e quando isto ocorrer de forma segura e continua, estarão eliminando os mesmos e consequentemente mudando a gradação do risco presente, podendo usar equipamentos adequados a classe convencional.

No item 16.4, apresentamos alguns aspectos desta área ainda pouco conhecida dos projetistas e de grande responsabilidade na segurança patrimonial.

12.5. Identificação dos riscos.É o processo pelo qual os riscos aos quais os trabalhadores possam estar expostos num espaço confinado ou área classificada, são identificados e avaliados.

Avaliação de um espaço confinado inclui o levantamento quantitativo das concentrações das substâncias prejudiciais ao homem, concentração do percentual de oxigênio, bem como a especificação dos testes que devem ser realizados e os critérios que devem ser utilizados.

Dois elementos comuns nestes espaços merecem atenção especial, em função de seu risco invisível, aos quais nos deteremos adiante, que são os SH2. (sulfeto de hidrogênio) e o Co (monóxido de carbono), Ambas fatalmente perigosos e letais.

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12.5.1. Gradação dos riscos.12.5.1.1. Nível 1. IPVS (Atmosfera Iminentemente Perigosa a Saúde ou a Vida.88É o espaço confinado ou area classificada que possui uma condição IPVS, isso inclui, mas não está limitado a: deficiência de oxigênio, atmosfera inflamável ou explosiva e/ou concentração de substâncias tóxicas ou mortais para o trabalhador. Sendo exigido emissão de PT específica para a entrada de pessoas e execução de trabalhos no seu interior.

12.5.1.2. Nivel 2. Não IPVS.É o espaço confinado que em função da natureza dos trabalhos, configuração e atmosfera interna tem potencialidade para provocar lesão ou qualquer tipo de enfermidade no trabalhador se não forem adotadas medidas de controle adequadas. Não apresenta qualquer condição IPVS. Sendo exigido emissão de PT específica par a liberação de entrada de pessoas e execução de trabalhos em seu interior.

12.5.1.3. Eliminados todos os riscos.Eliminando os rscos presentes de um espaço confinado em que o perigo potencial não requer mais nenhuma alteração específica no procedimento normal de trabalho. A entrada de pessoas e execução de trabalhos em seu interior pode ser liberada através de emissão de PT, não requer medidas específicas com relação a restrição do número de pessoas no seu interior, nem tampouco obriga os trabalhadores à realização de exame médico antes da entrada.

12.6. Sulfeto de hidrogênio SH2.Outro problema comum nas plantas com espaços confinados ou de acesso restrito é a formação do sulfeto de hidrogênio, uma das atmosferas tóxicas mais perigosas aos trabalhadores, geradas nos processos ou provenientes de degradação bacteriana oriunda de animais mortos em decomposição, que fazem surgir os sulfetos de hidrogênio. É comum nas plantas em face da abundância de alimentos, dos quais se servem, e acabam as infestando, sendo necessária sua eliminação em face dos diversos problemas que podem gerar para a unidade.

Em curtumes, nas ETE, os tanques de homogeneização se tornam espaços confinados, uma vez que geram estes gases, os quais são mais pesados do que o ar,e, assim, ficam no fundo dos tanques. Caso, inadvertidamente, se adentre nestes espaços, em face da elevada concentração e de não haver odor característico de ovo podre, como ocorre em baixas concentrações, a parada respiratória é imediata,

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caso em que os socorristas somente poderão acessar o local com respirador artificial,senão, haverá outras mortes.Na agroindústria, temos duas circunstâncias atenuadoras. A primeira é a VGD, ou seja, a renovação de ar constante, nos locais abaixo do nível de movimentação, onde são comuns os pés de elevadores de canecas. Caso haja, ali, a formação do gás, este não será renovado, devido à sua densidade ser maior do que o ar. Neste local, quando em trabalhos de manutenção, a atmosfera deverá ser monitorada antes do acesso. Em nossos sistemas, dotamos os elevadores de canecas, cuja exaustão é feita no corpo e cria uma pressão negativa. Previmos uma entrada de ar no fundo deste elevador, retirando continuamente quaisquer gases ali formados, na medida em que são gerados.

12.6.1. Características do Sulfeto De Hidrogênio. Abaixo, informamos as características deste gás, que é o resultado dadecomposição bacteriana e que se faz presente em ambientes. Por ser mais pesado do que o ar e, em algumas concentrações, inodoro, costuma ser fatal quando inalado sem precaução.

12.6.2. Exposição Contínua a Baixas Concentrações.Concentrações de (50 - 100 ppm) geralmente causam irritação das membranas mucosa e conjuntiva dos olhos e fadiga; tem odor de ovo podre.

12.6.3. Concentrações Medianas. Nas concentrações entre (200 - 300 ppm) podem causar dificuldades respiratórias, levando ao desmaio ou coma; tem odor adocicado agradável.

12.6.4. Concentrações Perigosas. Nas concentrações entre (500 a 700 ppm) causam inconsciência e, caso perdurepor mais de 30”, pode levar a óbito; não é detectado pelo olfato, pois é inodoro.

12.6.5. Concentrações Fatais. Concentrações acima de (700 ppm) causam morte súbita em face de parada respiratória; não é detectado pelo olfato, pois é inodoro.

Observamos que este gás é apenas um dos mais perigosamente fatais. Porém, muitos outros podem intervir na ocupação dos EC. Sugerimos a leitura de nosso trabalho, publicado no site da ANEST (Associação Nacional dos Engenheiros de

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Segurança do Trabalho) e intitulado “MEIO AMBIENTE DO TRABALHO, CONCEITUAÇÃO E PREVENÇÃO DE RISCOS”.

12.7. Monóxido de Carbono.Tão critico como o sulfeto de hidrogênio nos espaços confinados ou de acesso restrito, temos o monóxido de carbono, que sendo inodoro não é percebido no acesso e que também pode ser rapidamente fatal, e ao qual dedicamos este espaço para a conscientização do leitor.

Este produto quando em local fechado, sem ventilação, no qual o oxigênio é exaurido, é um produto perigoso e em altas concentrações, fatal, nos espaços confinados como o sulfeto de hidrogênio pode ser formado pelo processo de respiração de animais presentes o após incêndios e devem ser bem caracterizados em face de suas consequências para o ser humano.

12.7.1. Exposição Contínua. Limite de tolerância NR15.12.7.2. Limite De Tolerância (Lt) = 39 Ppm

12.7.3. Exposição a Baixas Concentrações.Concentrações de (>200 ppm) geralmente causam dor de cabeça e mal estar.

12.7.4. Exposição a Concentrações Medianas.Concentrações de (1000 a 2000 ppm) geralmente causam palpitação, taquicardia.

12.7.5. Exposição a Concentrações Perigosas. Concentrações entre ( 2000 a 2500 ppm) :geralmente causam inconsciência

12.7.6. Exposição a Concentrações Fatais.Concentrações acima de (4000 ppm) :geralmente levam a morte

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12.8. Ventilação dos EC.Nos Espaços Confinados, durante o trabalho em seu interior, a ventilação é de vital importância e deve ser introduzida no escopo das permissões de acesso. Nos locais acima descritos, a ventilação deve ser contínua para evitar a formação de gases perigosos e para o conforto metabólico, mantendo os padrões normais de qualidade do ar.

A imagem acima é um caso tipo de ventilação geral ventiladora que deve ser feita preventivamente antes do acesso a locais passiveis de riscos oriundos dos produtos ali presentes, um mangote é colocado no EC, e faz uma renovação de ar por injeção, desta forma o ar tomado da região externo ao espaço confinado, é injetado pelo mangote dentro do EC. Forcando sua saída pela abertura de entrada, diluindo os poluentes se houver e deixando o ambiente apto a ser acessado. Lembramos que esta situação pode ser invertida com os mesmo resultados, porem seria um sistema de ventilação geral exautora. É aconselhável porem, que o equipamento trabalhealgum tempo ate a renovação ser de algumas trocas por hora, e fazer a medição da concentração do poluente antes de ingressar no EC. Observamos que há espaços confinados que a ventilação exautora seja efetuada, pois tem maior abrangência e eficiência na retirada de substancias de densidade superior que a do ar que normalmente ficam nas regiões mais baixas e podem comprometer os operários presentes pela contaminação do local.

Nos itens acima exemplificamos, as características de dois gases que mais tem causado acidentes ocupacionais em EC o H2S e o CO, Porem lembramos que existem muitos outros já devidamente qualificados e que merecem os mesmos cuidados, antes de serem acessados, normas especificas com valores de referência são encontrados no site da ACGIH, observamos ainda que poeiras metálicas merecem atenção especial em face de suas características de reatividade frente a agentes de extinção e riscos a sua exposição como é o caso dos radioativos.

O sistema de ventilação é imprescindível, como agente de diluição e renovação do ar ou de exaustão localizada, capturando as poeiras na sua geração. Como estes locais são de grandes dimensões e de construção reforçada, que pode suportar altas pressões, em caso de acidentes com fogo, a destruição torna-se crítica.

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O dimensionamento destas medidas deve ser objeto de estudo pormenorizado em função dos elementos presentes ou gerados nos procedimentos. Para tal, devem ser consultadas as normas da ACGIH, ASRAE e outras normas em vigor.

No item 9 deste trabalho, descrevemos de maneira bastante ampla os processos de ventilação em ambientes sujeitos a poeiras explosivas.

12.8.1. VGE. Ventilação Geral Diluidora.O túnel serve como conduto de ar, com o exaustor de um lado e a entrada do ar do lado oposto. Desta forma, em função da capacidade de ar exaurido pelo exaustor, é criada uma renovação constante do ar interior dos túneis, onde são eliminados os componentes de risco respiratório à presença humana.

No item 9 deste trabalho, descrevemos de maneira bastante ampla os processos de ventilação em ambientes sujeitos a poeiras explosivas.

12.8.2. VLE. Ventilação Local Exautora.A ventilação local exautora se faz necessária simultaneamente à geral diluidora, pois,com esta, poderemos capturar na fonte e com pouca vazão aplicada, os particulados à medida que se geram nos pontos de transferência e descarga do material. Assim, os particulados são transferidos para fora do local através de rede de dutos, interligando todas as tomadas e terminando no filtro de mangas, onde é separado do ar carreador e descartado na atmosfera, isento das partículas e com índices de emissão conforme estabelece a legislação em vigor, para não comprometer as áreas lindeiras e a qualidade do ar.

Com um bom controle e com processos de manutenção preventivos, os tuneis de movimentação funcionarão sem emitir poeiras, que fatalmente se ocorrer se depositarão em locais não vistos pelos trabalhadores e ali residira um fator de risco importante, dai, nossa orientação para que unidades que processem com poeiras inflamáveis, adequem suas instalações para que este locais possam como deve ser acessados periodicamente e com segurança, como um local de acesso restrito, com a segurança para os trabalhadores bem como do empreendimento.

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13. PROCESSOS DE MANUTENÇÃO.Todas as plantas que processam com poeiras explosivas, e outras que possam gerar riscos de explosão, devem em seus procedimentos de manutenção adotarem os preventivos nunca os corretivos, em primeiro lugar para evitar paradas desnecessárias que implicam em perdas da produção e em segundo lugar nas programadas são substituídas todas as peças e equipamentos cuja vida útil recomendada pelo seus fabricantes esteja expirada, mesmo que ainda estejam aparentemente bem, a regra é trocar. Inspeção: verificar, em plano específico, o estado geral dos equipamentos, com cronogramas previamente definidos, substituindo peças sujeitas a desgaste antes do término de sua vida útil. Desta forma, em paradas programadas, este trabalho antecede problemas que possam ocorrer, comprometendo o equipamento e gerando riscos desnecessários.

Lembramos que grande parte dos eventos envolvendo poeiras ocorreu em períodos de manutenção, conforme pode ser verificado nas tabelas anexas, no início deste trabalho, quando eram utilizadas ferramentas de corte, desbaste ou soldagem elétrica, confirmando a necessidade de se optar pela preventiva.

Lembrando que nos empreendimentos que processem com poeiras inflamáveis, quando da manutenção de itens que são desgastados pelo atrito do movimento do grão, e se não houver nas instalações os sistemas de despoeiramento, o local será de risco, pois com o uso de aparelhos geradores de calor, e se o local não foi lavado interna e externamente, o risco potencial é enorme, e neles é que temos visto a grande quantidade de acidentes nestas operações, veja os gráficos ao inicio deste trabalho.

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15. MÉTODOS DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR.Os trabalhadores, em função de suas atividades, deverão estar protegidos por EPI, em conformidade com as NR e segurança necessária.

Os Equipamentos de Proteção Individual deverão ser especificados em função da atividade, por profissionais conhecedores de suas características e normas regulamentadoras.

Em instalações que possuam os sistemas de exaustão localizada, como nas descargas de caminhões, os EPI respiratórios são dispensados, bem como a descaracterização como espaço confinado, como já dito.

Em situações de descidas a ambientes confinados nos quais não se adequou, os itens corretos, com comprovação cientifica dos resultados, os cuidados devem sempre ser repetidos conforme preconiza a NR em vigor, não descer sem expurgo, descer sempre com acompanhante e com EPI autônomo e dispor de equipamento de içamento, e demais prescrições conforme recomenda a NR33.

15.1. Identificação dos riscos pela NFPA.Níveis De Riscos.Os sistemas de informação de riscos estabelecem quatro classes ou níveis de materiais perigosos:

15.2. Materiais extremamente perigosos.São os que podem causar a morte ou lesões permanentes como consequência de uma breve exposição a eles. São os líquidos voláteis inflamáveis, gases inflamáveis ou materiais detonáveis. Por sua vez, se classificam em:Explosivos e materiais explosivos instáveis.Materiais com altos níveis de radioatividade.

Gases muito inflamáveis e materiais que emitem vapores extremamente inflamáveis. Materiais extremamente tóxicos, tão venenosos que não devem, em nenhum momento, entrar em contato com o corpo, por exemplo, o cianureto de hidrogênio. Materiais extremamente corrosivos para os tecidos vivos, como o bromo, que podecausar lesões instantaneamente, e o ácido hidro fluorídrico, que pode penetrar na pele e causar queimaduras de recuperação muito lenta nos tecidos mais profundos.

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Também se incluem nesta classificação os materiais que podem causar graves lesões nos olhos.

Todos os materiais cujos produtos de combustão ou de decomposição coincidam com as descrições anteriores.

15.3. Materiais Perigosos.Aqueles que, por seus efeitos nocivos, podem causar lesões por exposição ou contato, retardando o tempo de cura: Líquidos e sólidos inflamáveis. Materiais muito tóxicos que podem causar lesões e enfermidades, mas não causam a morte, se houver uma exposição moderada a eles.Materiais que podem causar a destruição de tecidos, especialmente dos olhos, se não eliminados do corpo em prazo muito breve. Materiais moderadamente radioativos.Os materiais perigosos deste grupo, em casos extremos, podem causar alguma lesão permanente, contudo, não incapacitante.

15.4. Materiais Menos Perigosos.Podem causar uma lesão ou incapacitação temporária, que presumivelmente podem se transformar em lesões permanentes. São moderadamente combustíveis ou auto reativos e incluem:Gases lacrimogêneos.Irritantes fortes. Materiais não extremamente tóxicos.Materiais combustíveis que necessitam pré-aquecimento para entrar em ignição.

15.5. Materiais de efeitos nocivos.Podem causar uma irritação ou incômodo temporário, que desaparece ao cessar a exposição; são ligeiramente combustíveis.Observe-se que os materiais classificados como perigosos são os que podem provocar uma situação de emergência; os materiais classificados como menos perigosos têm menos probabilidade de provocar uma situação de emergência, porém, poderiam complicar seriamente uma situação de emergência. Claramente, um líquido combustível pode não se incendiar e, portanto, não causar uma situação de perigo; porém, em presença de um fogo originado por outra causa, pode entrar em ignição e aumentar a gravidade da situação existente. Nas práticas atuais de etiquetação dos produtos de consumo, os materiais que podem causar uma

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situação de emergência levam a palavra PERIGO. Os materiais que podem agravar uma situação de emergência geralmente levam as palavras PRECAUÇÃO ou ATENÇÃO. Nota-se, em troca, que os líquidos inflamáveis cujos pontos de inflamabilidade se encontram entre 10 e 30º C levam o sinal de PRECAUÇÃO.

Os sistemas de informação de riscos constituem um compromisso entre as exigências em conflito: a necessidade de uma informação imediata e os detalhes adequados da dita informação. Um símbolo de risco, com a caveira e as tíbias que se emprega nos venenos, pode ser compreendido à simples vista; é de interpretação imediata. Porém, não explica o grau de ameaça do material perigoso, nem se atua por penetração no corpo pela pele, através dos pulmões ou por meio do sistema digestivo. Faltam detalhes. Uma folha de dados de risco anexa pode proporcionar informação adequada e detalhada; porém, sua leitura requer tempo e boa iluminação e deve ser feita antes do acesso.

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16. RECOMENDAÇÕES.Segundo nossas conclusões e vivência em relação a estes fenômenos, colocamos

aqui nossas recomendações para que sejam evitados futuros acidentes com poeiras explosivas. São recomendações genéricas, que devem ser observadas quando não existirem.

16.1. Máquinas e equipamento.16.1.1. Enclausuramento elétrico (cabos/ interruptores/ iluminação/ motores/ ferramentas/ ap. elétricos).16.1.2. Monitor de velocidade em elevadores e correias.16.1.3. Sensores de movimento em redler e gruas.16.1.4. Sensores de temperatura.16.1.4. Sensores de alinhamento/temperatura de rolamento.16.1.5. Detectores de embuchamento/ fumaça e gases.16.1.6 Amperímetros com alarme de sobrecarga. 16.1.7. Proibição de fumar.16.1.7. Manutenção preventiva dos rolamentos/ máquinas/ correias/ etc.16.1.8. Instalação elétrica classe II – divisão I.16.1.9. Correias transportadoras resistentes a fogo e antiestática.16.1.10. Inibição de combustão espontânea.16.1.11. Pressurização de painéis/ cabine de força.

16.2. Projetos e sistemas.16.2.1. Projetos adequados – edificações, para-raios, inst. elétricas.16.2.2. Instalação de sistemas captores / exaustores – túneis, galerias, pontos de carga e descarga, elevadores e tubulações. 16.2.3. Manutenção preventiva – transportadores, instalações elétricas.16.2.4. Instalação de detectores de metais – elevador caneca, moinhos.16.2.5. Elaboração de normas de segurança – acesso, operação, manutenção, tipos de instalações elétricas.

16.3. Medidas gerais. 9916.3.1. Limpeza dos ambientes, remoção do pó sobre equipamentos.16.3.2. Aterramento elétrico dos componentes eletromecânicos e pontos geradores de cargas eletrostáticas.16.3.3. Treinamento pessoal.

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16.3.4. Controle da umidade relativa do ar – abaixo de 50% se caracteriza a faixa crítica de risco.16.3.5. Controle da eletricidade estática, através de sistema de aterramento.

16.4. Classificação de áreas.No que tange à classificação, estas áreas merecem estudo multidisciplinar quanto à definição de equipamentos de segurança constantes da NR10. Como estesequipamentos são de difícil aquisição e, muitas vezes, nem podem ser adquiridos no Brasil, faz-se necessário uma avaliação isenta da sua real necessidade, isto é, averiguar se são realmente necessários para os locais onde se encontram, e caso confirmado, adequar o local reduzindo ou eliminando os itens responsáveis pelo risco ali presente.

16.4.1. A definição para áreas classificadas, segundo convenção.A Área Classificada é uma área de espaço tridimensional na qual uma atmosfera potencialmente explosiva estará presente ou na qual é provável a sua ocorrência, a ponto de exigir precauções especiais para construção, instalação e utilização de equipamentos elétricos.

16.4.2. Pronunciamento do IMETRO Di 2146 – Atmosferas.

O ideal seria evitar qualquer possibilidade de formação de atmosferas explosivas, e, para isto, a primeira medida é analisar a real necessidade de utilização de um produto inflamável e, se possível, substituí-lo por outro que não forme uma atmosfera potencialmente explosiva. Porém, se não se puder evitar esta situação, pode-se eliminar fontes de ignição. Quando o perigo é a parte elétrica, aplicam-se equipamentos elétricos que atendam às especificações de um ou mais tipos de proteção normalizados. No artigo, especialistas, como os eng. Estellito Rangel Jr. e Rüdger Röpke, falam sobre o assunto.

16.4.3. Conclusão.Quanto às áreas classificadas, devem merecer os mesmos cuidados em relação aos equipamentos elétricos em espaços confinados. O projetista deve especificar apenas os equipamentos, conforme item 16.4, quanto aos riscos inerentes. Porém, aqui também se pode errar por excesso, quando se definirem equipamentos de alta complexibilidade e de difícil aquisição no país, caso os locais confinados sejam considerados como áreas classificadas. Se o complexo possuir todo o controle inerente à formação dos itens que possam

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comprometer a segurança do local (isto é, se não houver a formação de atmosferas com deficiência ou enriquecimento de oxigênio e não houver particulados em suspensão, faltará, no triângulo do fogo, o elemento combustível, sem o qual não haverá o risco. Da mesma forma, equipamentos bem mantidos não apresentarão os locais de aquecimento e os riscos elétricos, eliminando também o segundo agente do triângulo de fogo (foco calorífico) e dispensando os equipamentos citados. Porém, esta situação é válida para as poeiras explosivas.

Outros elementos como os gases inflamáveis, devem ser bem observados quanto aos elementos eletroeletrônicos, quando de sua definição, pois os riscos são mais severos e de difícil qualificação e quantificação.

16.5. Exigências a seguir.Caso não exista a possibilidade de se eliminar um dos agentes do triângulo de fogo, as recomendações abaixo deverão ser implantadas.

16.5.1. Estudo de classificação áreas – AE / adequação instalações.16.5.2. Programa de inspeções de risco NR33.16.5.3. Controle de temperatura – material armazenado.16.5.4. Plano de emergência.16.5.5. Sistema de alívio de pressão.16.5.6. Sistema de combate a incêndio.16.5.7. Substituição de elementos metálicos por plásticos – caçambas dos elevadores e pás dos transportadores, etc.

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17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.17.1. Klaassen C.D. (1991), Bases Farmacológicas da Terapêutica Toxicologia, Editora

Guanabara Koogan SA., 8a. edição.17.2. Mesquita A. L. S., Guimarães F. A ., Nefussi N., (1985), Engenharia de Ventilação

Industrial, 1a. Reimpressão, Editora W. Roth Cia. Ltda.17.3. Buffalo New York (1970), Fan Engineering “Buffalo Forge”, Editora Wm. J. Keller, Inc.

17a. Edição.17.4. Macintyre A . J. (1990), Engenharia de Ventilação Industrial, Editora Guanabara

Koogan S.A., 2a. edição.17.5. Fire Protection Handbook, Editora Mapfre S. A., 2a. edição trad. da 15a. ed., USA.17.6. ACGIH (1970) Industrial Ventilation, Editora Edwards Brothers Inc., 11a. edição.17.7. Nascimento E.S. (1991), Segurança e Medicina do Trabalho, Editora Gráfica

Fundacentro, 31a. edição.17.8. Engenharia de Segurança do Trabalho, Notas de aula.17.9. Prevenção e Controle de Riscos em máquinas e equipamentos.17.10. Higiene do trabalho.17.11. Proteção do Meio Ambiente.17.12. Proteção contra Incêndios e Explosões.17.13. Doenças do Trabalho.17.14. Legislação e Normas Técnicas.17.15. Revista Proteção (N.º 52, 53, 55, 58, 59, 60, 64 e 65), Editora MPF Publicações Ltda.17.16. Jornal Zero Hora (19/03/97, pg. 58; 16/07/97, pg.61).17.17 Revista Proteção – nossas publicações.17.18. Número: 52 – Abril 1996.17.19. Número: 53 – Maio 1996.17.20. Número: 55 – Junho 1996.17.21. Número: 58 – Outubro 1996.17.22. Número: 59 – Novembro 1996.17.23. Número: 60 – Dezembro 1996.17.24. Número: 64 – Abril 1997.17.25 Número: 65 – Maio 1997.17.26. Explosão recente17.27. Revista O Laudo Número: 3 – Setembro 198117.28 Segurança Química, Fundamentos de Toxicologia Aplicada.

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